7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013

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Manejo Nutricional da Videira Equipe Técnica da Cooperativa Vinícola Nova Aliança Agr. Leonardo Alonso Guimarães

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Manejo Nutricional da Videira

Equipe Técnica da Cooperativa Vinícola Nova Aliança Agr. Leonardo Alonso Guimarães

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Pontos de partida:

• As recomendações oficiais (ROLAS) estão incompletas e inadequadas para uva.

• Análises de solo e folhas ajudam a iluminar o caminho mas ainda são insuficientes.

• O convívio cotidiano e atento do viticultor com suas parreiras é o melhor fertilizante.

• Não existe um adubo perfeito e sim um conjunto de atitudes que se complementam.

• O solo é um organismo vivo que precisa ser alimentado para alimentar as plantas!

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ADUBAÇÃO OU NUTRIÇÃO ?

A PLANTA ALIMENTADA DE FORMA EQUILIBRADA É MAIS PRODUTIVA E MAIS RESISTENTE A PROBLEMAS CLIMÁTICOS, A DOENÇAS E A INSETOS-PRAGA.

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Composição das plantas vivas:

• 80 a 90% é ÁGUA (H2O = Oxigênio e Hidrogênio)

• 8 a 19% é AR e SOL (Carbono, O2, N2, + Energia Solar)

• E os 1 a 2% restantes? TERRA = Minerais (+ de 40 elementos nutrientes) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Composição do AR = 75 a 78% Nitrogênio 21% Oxigênio 0,0385% de Gás Carbônico (CO2) → CARBONO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- → Carbono forma ± ½ da matéria seca das plant.

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ADUBAÇÃO OU NUTRIÇÃO ?

Agricultura é a arte de cultivar o sol! (Provérbio chinês)

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O que dizem alguns dos mais antigos e sábios viticultores na

Serra Gaúcha?

“A parreira precisa de sol e ar.”

Então:

Será que é só a raiz que funciona como boca para alimentar a planta?

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ADUBAÇÃO OU NUTRIÇÃO ?

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Outra parte esquecida das plantas!

APROXIMADAMENTE 1/3 DA BIOMASSA TOTAL DAS PLANTAS (a parte viva)

É FORMADA PELAS RAÍZES.

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Raízes e Nutrição

Uma das conclusões:

As videiras com muitas raízes finas nas camadas mais profundas, isto é, a mais de 60 cm de profundidade, podem resistir à seca, sem serem gravemente afetadas na sua produção de uvas, nem na sua qualidade, em comparação a áreas irrigadas.

Fonte: DRAEDM - Direcção Regional de Agricultura de Entre-Douro e Minho - Portugal, 2001.

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1) E as raízes das parreiras na Serra Gaúcha como se desenvolvem?

2) Será que a compactação do solo pelo trator influencia a distribuição das

raízes e a absorção de nutrientes?

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Qual o problema aqui?

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Redução da absorção de nutrientes pelas

plantas devido a compactação do solo:

Nutriente Mínimo (%)

Máximo (%)

Nitrogênio 25 45

Fósforo 20,0 35,5

Potássio 20,1 24,3

Fonte: Medeiros, 2005.

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O SOLO É UM ORGANISMO VIVO!

A produção de alimentos sadios é basicamente matéria orgânica e bom senso!

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Concentração de alguns microrganismos no solo

Em 1 grama de terra pode ter:

→ Bactérias = de 3 milhões a 500 milhões

→ Fungos = de 5 mil a 900 mil

→ Algas = de 1 mil a 500 mil

→ Mais: actinomicetos, protozoários...

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RIZOSFERA – que bicho é esse?

→ A rizosfera é a região do solo sob influência direta da presença das raízes e é a região onde

ocorre a maior parte das interações entre microrganismos e plantas (Lynch, 1982; Foster, 1986).

→ Na rizosfera pode haver até 100 vezes mais microrganismos que no solo sem raízes.

Fonte: Documentos, Nº 118 - EMBRAPA Agrobiologia, Dez/2000.

AS PLANTAS PRECISAM DA AJUDA DOS MICRORGANISMOS PARA SE ALIMENTAREM!

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Vamos pensar um pouco nos 1 a 2 % da composição das plantas vivas, os

minerais!

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Retirada aproximada de nutrientes na colheita de 20 ton/ha de uva

Nitrogênio

(N) 40 kg Cálcio

(CaO) 120 kg

Fósforo

(P2O5) 28 kg Magnésio

(MgO) 20 kg

Potássio

(K2O) 120 kg Boro

(B) 200 g

Fórmula NPK “Ideal”?

7 - 5 - 21 ou 7 - 0 - 21

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Escolha do fertilizante:

Adubo/ha Nitrogênio/ha

Fósforo/ha

Potássio/ha

Preço (R$)

6 sc 5-30-15 + 1 sc Uréia

15 ou 37 90 45 442,00

3 sc Cloreto K + 2 sc Nitrato de

Amônio

32

0

87

310,00 (-30%)

Demanda 20 ton/ha de uva

40 28 120

Preços = 2012

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Então o que fazer para tentar nutrir de forma equilibrada as videiras?

• Adubação química em quantidade adequada as condições do solo e demanda da parreira.

• Adubação orgânica para vivificar o solo e melhorar suas condições físicas, químicas e biológicas de nutrição. (cama de aviário?)

• Adubos verdes e plantas de cobertura para aumentar a vida, proteger e descompactar o solo, diminuindo a dependência de adubos artificiais.

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Os solos agrícolas devem ser manejados de modo a favorecer a diversidade e a atividade de sua microbiota. Nestas condições, geralmente,

os processos benéficos, como a fixação biológica de nitrogênio, a formação de micorrizas e a

mineralização são favorecidos, enquanto aqueles maléficos, como a incidência de

doenças, são reduzidos. Isto implica em uso mais eficiente dos insumos e maior lucratividade

das atividades agrícolas.

(Siqueira e Franco, 1988 )

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Adubação Verde e Plantas

de Cobertura para dar

vitalidade ao Solo

Proteção do Solo

Nutrição da Videira

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Benefícios da adubação verde

• Proteção contra erosão (todo o ano)

• Fixação biológico de Nitrogênio do ar

• Reciclagem de nutrientes e disponibilidade

• Descompactação do solo pelas raízes

• Melhora a estrutura física do solo

• Infiltração da chuva e ↑ crescimento da raiz

• Disponibilidade de água por mais tempo pra

videira (conserva a umidade)

• Controle de inços

• Aumenta a matéria orgânica do solo e da vida

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Plantas de cobertura Massa seca (kg/ha) N acumulado (kg/ha) Relação C/N

Inverno Chícharo 3.267 91 16

Ervilha forrageira 3.154 79 16

Ervilhaca comum 3.259 86 3,8 sc. 16 Tremoço-azul 4.890 111 5 sc. 15 Aveia preta 4.726 55 2,4 sc. 43 Nabo forrageiro 4.379 101 4,5 sc. 18 Aveia + ervilhaca 5.970 99 4,4 sc. 24 Vegetação espontânea 1.698 29 27

Verão Crotalaria juncea 10.522 189 28

Crotalaria spectabilis 6.000 137 6 sc. 20 Feijão-de-porco 5.527 150 6,7 sc. 17 Guandu anão 4.807 103 23

Mucuna-cinza 7.243 179 21

Mucuna-preta 7.062 161 23

Vegetação espontânea 3.798 31 47

Fonte: Oliveira et al. (2002), para valores médios de dez autores.

Produção de plantas de cobertura na Região Sul do Brasil

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Nascem plantas de cobertura ou pedras ?

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( E os glifosatos? ) • Pode diminui o crescimento das raízes e das

mudas.

• Desliga mecanismos naturais de proteção da planta.

• Pode induzir a deficiência de Manganês (defesas).

• Afeta negativamente alguns microrganismos do solo.

• Pode provocar câncer no(a) vivente que aplica sem proteção adequada.

• Pode provocar má formação congênita nas pessoas em idade reprodutiva.

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Em função disso tudo, como, quanto, quando e onde devemos

colocar a fertilizantes

sintéticos e orgânicos?

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80

70

60

50

40

30

20

10

Co

nte

úd

o d

e n

utr

ien

te (

kg

/ha)

Brotação Floração Mudança de cor uva Colheita

Ca

K

P Mg

N

Fonte: Vallone (2003) Fertilización y calidad em vid para vinificar. Universidad de Cuyo, Argentina.

Absorção de nutrientes ao longo

do ciclo anual da videira

Demanda

Kg/Ton Uva

4,3

5

0,4

0,2

2

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CALCÁRIO

- Recomendar uso nas seguintes condições:

1) Presença de Alumínio maior que 0,5 cmolC/dm³, ou 2) pH menor que 5,5 ou 3) Saturação de Bases abaixo de 70%.

- Pode ser associado à demanda de Cálcio, incluindo o Calcário Calcítico ou Cinza Calcítica. - Método para recomendação = Correção pela Saturação de Bases para 80% e/ou 60% da recomendação pelo índice SMP (ROLAS), quando parreiral já instalado. - Em caso de plantio em área nova, utilizar 60% da quantidade indicada pelo índice SMP (ROLAS), distribuindo e incorporando ao solo pelo menos 3 meses antes do plantio das mudas. Cálculo via Sat. de Bases → NC = CTC (80-V1) 100

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COMPOSTO ORGÂNICO Utilizar preferencialmente composto orgânico e, sempre que possível, os que tenham utilizado como matéria-prima resíduos do processamento de uva (bagaço e engaço). Tentar evitar (ou não usar de forma repetida) composto feito com terra filtrante, pela sua alta concentração de Alumínio, principal agente ativo na acidificação do solo. O composto orgânico tem diversas vantagens, entre elas uma maior ativação biológica do solo; disponibilidade de praticamente todos os nutrientes requeridos pelas plantas; liberação de nutrientes de forma lenta e continuada, acompanhando o crescimento dos vegetais; melhora as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Em solos com excesso de Fósforo, preferir composto que não utilizou camas de frango, de peru ou de poedeira como matéria prima principal.

- Dosagem: 8 a 15 m³/ha: Definir a partir da análise química. Repetir pelo menos 2 anos seguidos. Em mudas, utilizar uma a duas pás/planta. No caso de mudas, dar preferência para composto de cama de aviário. - Forma de aplicação: espalhar em toda a área uniformemente. No caso de mudas, utilizar no entorno da planta distante, pelo menos, um raio do tamanho de um palmo. - Época de aplicação: em parreirais estabelecidos, distribuir sobre a adubação verde no outono. Em mudas, distribuir aproximadamente um mês antes da brotação e, de preferência associar a uma capina, para melhor incorporação do material. Em plantas fracas e havendo chuvas, se pode utilizar 50% logo após a colheita (associar com biofertilizante foliar).

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FÓSFORO (P)

- Em área nova, fazer recomendação conforme ROLAS.

- Estando em 12mg/dm³ (até classe textural 3) não adubar, ficar alerta e seguir monitorando a área.

- Abaixo de 12mg/dm³ utilizar de 50 a no máximo 200kg/ha de Fosfato Super Triplo/ano; monitorar com análise foliar na floração (pecíolo).

- Em solos de classe textural 4, o teor crítico do P deve ser de 21mg/dm³; não adubar com valores igual ou maior que esse, monitorando via análise foliar.

Colocar 2 kg de Fósforo/ha para aumentar ± 1 mg/dm³ no solo: 50 kg de Super Triplo aumenta ± 4,6 mg/dm³/ha. 50 kg de Super Simples aumenta 2,0 mg/dm³/ha. 50 kg de Fosfato Natural Reativo aumenta ± 2,2 mg/dm³/ha. - Época de aplicação: Antes da poda ou ainda na cobertura verde, quando houver. O

Fosfato Natural Reativo precisa de certa incorporação, o que pode ser feito na mobilização superficial do solo par ao plantio da adubação verde de inverno, ou antes de manejar (rolar ou roçar) a adubação verde no final do inverno, fazendo com que o fosfato fique entre a palha e o solo.

* Relações importantes de complementaridade e/ou antagonismo = P/Zn e P/Fe.

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POTÁSSIO (K) → Pode ser feita a aplicação de uma só vez, sem parcelamento, imediatamente após a floração em anos de chuvas “normais”. Essa prática não pode ser recomendada para anos de estiagem, pois o nutriente não será incorporado de forma satisfatória nos solos da Serra Gaúcha. → Se as plantas estiverem muito “fracas”, colocar 1/3 da recomendação logo após a colheita. → Se a planta estiver com bom vigor e não necessitar de Nitrogênio, pode-se aplicar o K no início da brotação, mas atentar para os níveis de Boro, para não haver falta deste durante a floração. → A intenção é manter os níveis no solo entre 130 e 150 mg/dm³. Mesmo com esses níveis, pode haver necessidade de aplicação de K, em função das relações Ca/K e Mg/K. → Atentar para anos secos e chuvosos. Ao que parece que em anos chuvosos o Mg (valência 2+) tem mais facilidade de entrar na planta, podendo provocar “fome oculta” de K. Ao contrário, em condições de estiagem, parece que o K (valência 1+) fica favorecido, podendo inclusive ocasionar a falta de Mg, o que pode ser resolvido com aplicações foliares de Sulfato de Magnésio. → Temos observado em vários solos corrigidos o pH com calcário dolomítico (altas quantidades de Ca e Mg), para chegarmos numa relação Ca/K entre 9 a 15, e Mg/K de 4 a 5 no solo temos de elevar o K a níveis superiores de 350 mg/dm³. Essa condição reflete o uso incorreto do calcário, em quantidade e tipo, sem critério objetivo e sem realização de análise do solo.

Dosagem: colocar 2 kg de Potássio/ha para aumentar ± 1 mg/dm³ no solo:

- 50 kg de Cloreto de K aumenta ± 12,5 mg/dm³/ha. - 50 kg de Sulfato de K aumenta ± 8,9 mg/dm³/ha. • Relações: K/B; Ca/K; Mg/K; K/Fe (falta de K pode prejudicar entrada Ferro pela raiz).

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Alguns outros nutrientes minerais:

• Cálcio

• Magnésio

• Enxofre

• Boro Atentar para a tentativa

• Zinco equilibrar os nutrientes.

• Ferro

• Manganês

• Molibdênio

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Grato pela atenção!

Equipe Técnica Coop. Nova Aliança:

Agr. Rodrigo Formolo – (54)91245937

Agr. Paulo R. Dullius – (54)91711175

Agr. Leonardo Reffatti – (54)91652477

Agr. Leonardo A. Guimarães – (54)99040974

Coop. Vinícola Nova Aliança - (54)4009-4255