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MARÇO/ABRIL 2020 REVISTA PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR ISSN: 1646-8287 NÚMERO 76 www.sphta.org.pt HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK Secretariado Executivo: VERANATURA Rua Augusto Macedo, 12 D, Esc. 2/3 - 1600-794 Lisboa Tel.: 217 120 778 | 79 [email protected] 26 25 27 28 15º CONGRESSO PORTUGUÊS DE Fevereiro Centro de Congressos VILAMOURA 2 0 2 1 SAVE THE DA TE NOVAS DATAS

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MARÇO/ABRIL 2020

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ISSN

: 164

6-82

87

NÚMERO

76

www.sphta.org.pt

HIPERTENSÃOE RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL

INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK

Secretariado Executivo: VERANATURA

Rua Augusto Macedo, 12 D, Esc. 2/3 - 1600-794 Lisboa

Tel.: 217 120 778 | 79 [email protected]

26 25 27 28

15º CONGRESSO PORTUGUÊS DE

FevereiroCentro de CongressosVILAMOURA

2021 SAVE THE DATE

NOVAS

DATAS

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ÍNDICE

FICHA TÉCNICARevista Médica Bimestral, excluída de registo no ICS de acordo com a alínea a) do art. 12 do D. R. nº 8/99 de Junho de 1999.

ISNN 1646-8287

N.ºs avulsos: 10€Assinatura anual: 35€Tiragem: 5.000 exemplaresDepósito legal: 265384/07Propriedade: Grande Mensagem, Edições e Publicidade, Lda.

Av. Bombeiros Voluntários, n.º 52, Loja 8 Sala G

1495-022 AlgésTel: 91 439 81 85Fax: 21 357 90 21E-mail: [email protected] gráfico:Inês Almaça Tlm: 91 485 46 00E-mail: [email protected]

Impressão:CMYKGLOSS Impressores, Lda.Estrada de Barros, Elospark, Pav. 62725-193 Algueirão - Mem MartinsTel: 21 926 15 97/8Fax: 21 926 15 99E-mail: [email protected]

6ARTIGO ORIGINAL

Carga da Doença Hipertensiva no Enfarte do MiocárdioBurden of Hypertensive Illness in Myocardial Infarction

Polimorfismos Genéticos e a sua Interação na Suscetibilidade para a Hipertensão na População Portuguesa

Genetic Polymorphisms and their Interaction in Susceptibility to Hypertension in the Portuguese Population

20CASO CLÍNICO

Hipertensão em Idade Jovem – Um Caso ClínicoHypertension at Young Age - A Clinical Case

O Inesperado Acontece - Estudo de uma Hipertensão Arterial SecundáriaThe Unexpected Happens - Study of a Secondary Arterial Hypertension

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EDITORIAL

Editor Chefe / Editor-in-ChiefProf. J. Braz Nogueira

Editor Adjunto / Deputy EditorDr. Vitor Ramalhinho

Conselho Científico Nacional e InternacionalNational and International Scientific BoardProf. Manuel CarragetaProf. Luís MartinsProf. Fernando PáduaProf. Gorjão ClaraProf. Pereira MiguelProf. Martins PrataProf. Rocha GonçalvesProf. Victor GilProf. Luciano RavaraProf. Salgado BorgesProf. Rui CarrapatoProf. Jose JuanateyProf. Josep RedonProf. Fernando NobreProf. Pinto CarmonaProf. Agostinho MonteiroProf. Massano CardosoProf. Luz RodriguesProf. Jorge PolóniaProf. Manuel BichoProf. José Luís MedinaProf. Davide CarvalhoProf. Luís SobrinhoDr. Alcindo Maciel BarbosaDr. João SaavedraDr. Vital MorgadoDr. Mariano PegoDr. Rasiklal RanchhodDr. Lacerda NobreDr. Pastor Santos SilvaDr. António Jara

Conselho Redactorial / Editorial BoardProf. Pinto CarmonaProf. Agostinho MonteiroProf. Massano CardosoProf. Jorge PolóniaProf. Manuel BichoProf. José Luís MedinaProf. Davide CarvalhoDr. Luís Calçada CorreiaDr. José NazaréDr. Jorge CotterDra. Teresa FonsecaDr. João MaldonadoDr. Carlos MoreiraDr. Mesquita BastosDr. José Alberto SilvaDra. Paula AmadoDra. Paula AlcântaraDra. Teresa RodriguesDr. Fernando PintoDr. Pedro Guimarães Cunha

Nesta introdução, que se pretende breve, começamos com uma nota de profunda tristeza, partilhando nesta Revista o texto de pesar que a nossa Sociedade emitiu pelo falecimento do Dr. Pedro Marques da Silva.

Em lugar cimeiro quero chamar a atenção para o suplemento desta revista, com a versão portuguesa das 2018 ESC/ESH Clinical Practice Guidelines for the Management of Arterial Hypertension, emitidas em conjunto pelas Sociedades Europeias de Cardiologia e de Hipertensão. Para referência de uso diário e a possibilidade de consulta sempre que necessário. Até à edição das próximas são a nossa realidade para orientação da prática de qualidade que pretendemos.

No que se refere ao corpo deste número 76 da nossa revista passemos, de maneira aleatória, à apresentação sumária do que vos propomos para leitura.

Do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CHLN/FMUL/IMM) (e Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral) recebemos um interessante estudo de polimorfismos genéticos da eNos e da ECA que nos permite avaliar quão complexa é a interacção entre os factores genéticos e ambientais e como, nesta doença poligénica que é a hipertensão dita essencial, é muito difícil encontrar padrões

“definitivos” que permitam uma aplicação clínica, mas que nos deixa ir devassando os seus segredos para melhor compreensão.

Efectuado no Centro Hospital de Tondela Viseu apresentamos um “Estudo observacional e retrospectivo de 336 doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários”, em que numa amostra populacional significativa se traça o quadro das inter-relações entre doença coronária aguda e hipertensão arterial (HTA). Mais uma peça do puzzle para definir melhor a contribuição da HTA, no panorama do nosso país, numa das suas consequências major.

Os artigos da nossa revista em que os casos clínicos são apresentados, são escolhidos porque representam um ponto de partida. Ajudam a aumentar a nossa experiência pessoal em aspectos com que eventualmente temos menos contacto e também porque se aproveita para revisitar diferentes manifestações, além dos autores aproveitarem para revisões teórico-práticas. Ajudam-nos assim a mantermo-nos actualizados sobre esses temas. Neste número é nesta linha que se insere a “Hipertensão em idade jovem – um caso clínico” que colegas da USF das Descobertas, em Lisboa, nos trazem e “O Inesperado Acontece - Estudo de uma Hipertensão Arterial Secundária” de colegas das USF St André, em Gaia (ACES Grande Porto

EDI TORIA L

F A L E C I M E N T O D O D R . P E D R O M A R Q U E S D A

S I L VA

É com o coração inundado de enorme tristeza e pesar, que comunicamos o falecimento do Dr. Pedro Marques da Silva. A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) fica mais pobre com a partida do amigo, do cientista, do insigne médico, do investigador, do Homem. A sua generosidade, o seu conhecimento enciclopédico que partilhava com a humildade dos verdadeiramente grandes, o seu sentido de humor e as suas geniais palestras, entre muitas outras qualidades, ficarão seguramente como um património que a SPH guardará com devoção.

Até sempre Pedro

VII). Sobre estes artigos não acrescentamos mais nada para que cada um possa acompanhar o desenrolar da sua apresentação.

Vítor Ramalhinho

Texto escrito de acordo com antiga Norma Ortográfica

Servier Portugal-Especialidades Farmacêuticas, Lda. I Avenida António Augusto Aguiar, 128, 1050-020 LISBOA I Tel.:+351 213122000 | Fax:+351 213122090

Informações essenciais compatíveis com o Resumo das Características do Medicamento (IECRCM). NOME DO MEDICAMENTO, COMPOSIÇÃO E FORMA FARMACÊUTICA*: Lipocomb® 10 mg/10 mg cápsulascontém 10 mg de rosuvastatina (sob a forma de zinco) e 10 mg de ezetimiba; Lipocomb® 20 mg/10 mg cápsulas contém 20 mg de rosuvastatina (sob a forma de zinco) e 10 mg de ezetimiba. | INDICAÇÕESTERAPÊUTICAS*: Lipocomb® está indicado como adjuvante da dieta para o tratamento de hipercolesterolemia primária como terapêutica de substituição em doentes adultos adequadamente controlados com assubstâncias individuais administradas concomitantemente na mesma dose que na combinação de dose fixa, mas enquanto medicamentos separados. | POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO*: Uma cápsulada dosagem indicada, com ou sem alimentos, todos os dias à mesma hora, engolida inteira com um copo de água. Lipocomb® não é adequado para terapêutica inicial. A iniciação do tratamento ou o ajusteposológico, se necessário, devem ser efetuados através da administração dos componentes em monoterapia. Lipocomb® 10 mg/10 mg e 20 mg/10 mg não são adequados para o tratamento de doentes querequeiram uma dose de 40 mg de rosuvastatina. Lipocomb® deve ser administrado ≥2 horas antes ou ≥4 horas após a administração de um sequestrante do ácido biliar. População pediátrica: A utilização não érecomendada. Doentes com insuficiência renal: Não é necessário ajuste posológico em doentes com compromisso renal ligeiro a moderado. Doentes com compromisso hepático: Não é necessário qualquer ajusteposológico em doentes com pontuação 5 a 6 na escala de Child-Pugh. Não recomendado em doentes com pontuação igual ou maior de 7 na escala de Child-Pugh. Doentes >70 anos, doentes asiáticos, doentescom compromisso renal moderado (ClCr <60 ml/min), doentes com predisposição para a miopatia: Recomenda-se uma dose inicial de 5 mg de rosuvastatina. A iniciação do tratamento ou ajuste posológico deveser apenas efetuada através da administração dos componentes em monoterapia e, após a determinação da posologia apropriada, é possível considerar a mudança para a Lipocomb® na dosagem apropriada.CONTRAINDICAÇÕES*: Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes; Doença hepática ativa incluindo elevações persistentes e inexplicáveis das transaminases séricas e qualquerelevação das transaminases séricas excedendo 3 vezes o limite superior dos valores normais (LSN); Durante a gravidez e amamentação e em mulheres com potencial para engravidar que não adotam medidascontracetivas apropriadas; Doentes com compromisso renal grave (ClCr <30 ml/min); Doentes com miopatia; Doentes tratados concomitantemente com ciclosporina. | ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAISDE UTILIZAÇÃO*: Ácido fusídico: Lipocomb® não pode ser coadministrado com formulações sistémicas de ácido fusídico ou no espaço de 7 dias após ter parado o tratamento com ácido fusídico. Antes dotratamento: Lipocomb®, tal como outros inibidores da redutase da HMG-CoA, deverá ser prescrito com precaução em doentes com fatores predisponentes para miopatia/rabdomiólise: compromisso renal;hipotiroidismo; antecedentes pessoais ou familiares de alterações musculares hereditárias; antecedentes de toxicidade muscular com outro inibidor da redutase da HMG-CoA ou fibrato; abuso de álcool; idade>70 anos; situações em que possa ocorrer um aumento dos níveis plasmáticos; utilização concomitante de fibratos. Nestes doentes, deverá ser avaliado o risco do tratamento relativamente aos possíveisbenefícios, sendo recomendada uma monitorização clínica. Se os níveis basais de creatina quinase (CK) forem significativamente elevados (>5xLSN), o tratamento não deverá ser iniciado. Durante o tratamento:Os doentes devem ser aconselhados a notificar imediatamente qualquer dor muscular, astenia ou cãibras inexplicáveis, particularmente se associados a mal-estar ou febre. A terapêutica deve ser interrompidase os níveis de CK estiverem significativamente elevados (>5xLSN) ou se os sintomas musculares forem graves e causarem desconforto diário. Lipocomb® não deve ser utilizado em qualquer doente com umasituação aguda grave, sugestiva de miopatia ou de predisposição para o desenvolvimento de falência renal secundária a rabdomiólise (p. ex. sépsis, hipotensão, grande cirurgia, trauma, disfunções metabólicas,endócrinas e eletrolíticas graves ou convulsões não controladas). Raça: Estudos de farmacocinética de rosuvastatina revelaram um aumento da exposição em indivíduos Asiáticos. Doença pulmonar intersticial:Foram notificados casos excecionais de doença pulmonar intersticial com algumas estatinas, especialmente com tratamentos de longa duração. Os sintomas observados incluem dispneia, tosse não produtiva edeterioração do estado de saúde em geral (fadiga, perda de peso e febre). Se houver suspeita de desenvolvimento de doença pulmonar intersticial, a terapêutica deve ser interrompida. Diabetes mellitus: Osdoentes em risco (glicemia em jejum entre 5,6 a 6,9 mmol/l, IMC >30 kg/m2, triglicéridos aumentados, hipertensão) devem ser monitorizados quer clínica quer bioquimicamente de acordo com as normas deorientação terapêutica nacionais. Anticoagulantes: Se Lipocomb® for adicionado à varfarina, a outro anticoagulante cumarínico ou à fluindiona, o INR deve ser monitorizado de forma apropriada. Doença hepáticae álcool: Lipocomb® deve ser utilizado com precaução em doentes que ingerem quantidades excessivas de álcool. | INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS* Contraindicações: ciclosporina. Associações nãorecomendadas: inibidores da protease; inibidores das proteínas transportadoras (incluindo o transportador de captação hepático OATP1B1 e o transportador de efluxo BCRP), gemfibrozil e outros medicamentoshipolipemiantes, ácido fusídico. Precauções: antiácidos, eritromicina; antagonistas da Vitamina K; contracetivo oral/terapêutica hormonal de substituição, colestiramina. Medicamentos que requerem ajustes nadose de rosuvastatina: ciclosporina, regorafenib, atazanavir/ritonavir, simeprivir, velpatasvir, ombitasvir/paritaprevir/ ritonavir/dasabuvir, grazoprevir/elbasvir, glecaprevir/pibrentasvir, lopinavir/ritonavir, clopidogrel,genfibrozil, eltrombopag, darunavir/ritonavir, tipranavir/ritonavir, dronedarona, itraconazol, fosamprenavir/ritonavir, aleglitazar, silimarina, fenofibrato, rifampicina, cetoconazol, fluconazol, eritromicina, baicalina. |FERTILIDADE, GRAVIDEZ E ALEITAMENTO*: Lipocomb® está contraindicado na gravidez e amamentação. As mulheres com potencial para engravidar devem utilizar métodos contracetivos apropriados.| EFEITOSSOBRE A CAPACIDADE DE CONDUZIR E UTILIZAR MÁQUINAS*: Efeitos nulos ou desprezáveis. Contudo, é necessário ter em conta que podem ocorrer tonturas durante o tratamento. | EFEITOS INDESEJÁVEIS*:Frequentes: diabetes mellitus, cefaleia, tonturas, obstipação, náuseas, dor abdominal, diarreia, flatulência, mialgia, astenia, fadiga, aumento de ALT e/ou AST. Pouco frequentes: apetite diminuído, parestesia,afrontamentos, hipertensão, tosse, dispepsia, afeção de refluxo gastroesofágico, náuseas, boca seca, gastrite, prurido, erupção cutânea, urticária, artralgia, espasmos musculares, dor cervical, dorsalgia, fraquezamuscular, dores nas extremidades, dor torácica, dor, astenia, edema periférico, aumento de ALT e/ou AST, aumento da CPK no sangue, aumento da gama glutamiltransferase, teste anormal da função hepática.Raros: trombocitopenia, reações de hipersensibilidade incluindo angiedema, pancreatite, transaminases hepáticas aumentadas, miopatia (incluindo miosite), rabdomiólise. Muito raros: polineuropatia, perda dememória, icterícia, hepatite, artralgia, hematúria, ginecomastia. Frequência desconhecida: trombocitopenia, hipersensibilidade (incluindo erupção cutânea, urticária, anafilaxia e angiedema), depressão, neuropatiaperiférica, alterações do sono (incluindo insónia e pesadelos), tonturas, parestesia, tosse, dispneia, diarreia, pancreatite, obstipação, hepatite, colelitíase, colecistite, síndrome de Stevens Johnson, eritemamultiforme, miopatia necrosante imunomediada, afeções dos tendões, por vezes complicadas devido a rutura, artralgia, mialgia, miopatia/rabdomiólise, edema, astenia. | SOBREDOSAGEM*: Devem ser aplicadasmedidas sintomáticas e de suporte. Os níveis de CK e da função hepática devem ser monitorizados. | PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS*: A rosuvastatina é um inibidor seletivo e competitivo da redutase daHMG-CoA, a enzima limitante da taxa de conversão da 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A em mevalonato, um precursor do colesterol. A ezetimiba é uma nova classe de compostos hipolipemiantes que inibemseletivamente a absorção intestinal de colesterol e esteróis vegetais relacionados. | Apresentações Comercializadas*: Embalagens de 10 (apenas para o Lipocomb® 10 mg/10 mg cápsulas) e de 30 cápsulas| Titular da AIM: EGIS Pharmaceuticals PLC, 1106 Budapest, Keresztúri út 30 38, Hungria. Para mais informações contatar o representante do titular da AIM: Servier Portugal, Lda. Av. António Augusto deAguiar 128, 1069-133 Lisboa. - Telefone: 213122000. Regime de comparticipação: Comparticipado pelo escalão C:RG=37%; RE=52%. Lipocomb® é um MSRM. RCM aprovado em 11.2018. IECRCM 28.01.2019.*Para uma informação completa por favor leia o Resumo das Características do Medicamento.

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ARTIGO ORIGINALORIGINAL ARTICLE

CARGA DA DOENÇA HIPERTENSIVA NO ENFARTE DO MIOCÁRDIOBURDEN OF HYPERTENSIVE ILLNESS IN MYOCARDIAL INFARCTION

César Matos1 (Mestre); Rui Marques2 (Mestre); Inês Frois Cunha2 (Mestre); Margarida Neto3 (Mestre); Ana Filipa Viegas2 (Mestre); Ana Maria Pinto4 (Mestre); António Assunção5 (Mestre); Emanuel Correia2 (Mestre); Costa Cabral2 (Mestre)

1 – Mestre, UCSP Azeitão (na data da submissão do resumo Interno no Centro Hospitalar Tondela-Viseu) 2 – Mestre, Centro Hospitalar Tondela-Viseu 3 – Mestre, Centro Hospitalar de Setúbal (na data da submissão do resumo Interno no Centro Hospitalar Tondela-Viseu) 4 – Mestre, USF Lusitânia 5 – Mestre, USF Viriato Morada: Avenida do Rio Criz nº1817, Coelhoso, 3465-122 CastelõesE-mail: [email protected]

Resumo Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é um problema de saúde cada vez mais comum, devido ao aumento da longevidade e à prevalência de fatores como obesidade, sedentarismo e erros alimentares. Tem-se verificado ainda que os hipertensos começaram a cumprir o regime terapêutico, apenas após o aparecimento de complicações, como é exemplo o enfarte agudo do miocárdio (EAM).Objectivos: Avaliar retrospetivamente a terapêutica anti-hipertensora nos doentes com EAM com supra ST (c/ST) e sem supra ST (s/ST). Avaliação por classes farmacológicas da terapêutica anti-hipertensora e das suas associações. Avaliação da hipertensão à entrada no serviço de urgência e a presença de insuficiência cardíaca na admissão. Comparação do tempo de internamento e mortalidade nos doentes medicados com inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs), antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARAsII), beta-bloqueantes (BBs), diuréticos e antagonistas dos canais de cálcio nos dois grupos de doentes com EAM.Métodos: Estudo observacional e retrospetivo de 336 doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários num hospital central, no ano de 2017, consultando a base de dados SClinico® e analisados estatisticamente com recurso ao SPSS®. Resultados: Analisamos o processo clínico de 336 doentes com o diagnóstico de EAM (142 c/ST e 194 s/ST), nos c/ST 78,2% homens e 21,8% mulheres vs nos s/ST 70,6% homens e 29,4% mulheres, com idade média de 66,4±13,7 anos vs 70,6±12 anos. Destes, 60,6% c/ST e 77,3% s/ST tinham diagnóstico prévio de HTA, 30,3% vs 45,9% dos doentes apresentavam pressão arterial sistólica (PAS) superior a 140mmHg no momento da admissão, 4,2% vs 6,2% tinham PAS superior a 180mmHg. O tempo de internamento (em dias) dos doentes com HTA foi de 5,4 sem terapêutica e 4,4 com terapêutica anti-hipertensora c/ST e 5 nos sem terapêutica e 4,6 nos com terapêutica anti-hipertensora com s/ST. A prevalência de diagnóstico prévio insuficiência cardíaca 12% nos c/ST vs 12,3% nos s/ST e a fracção ejecção na entrada do SU foi 51,4% vs 34,5% inferior a 40%. Efetuavam terapêutica anti-hipertensora (49,3% c/ST vs 73,7% s/ST), 27,1% vs 31,6% com inibidores da enzima de conversão da angiotensina, 22,9% vs 15,2% antagonistas dos recetores da angiotensina II, 4,3% vs 2% beta-bloqueantes, 11,4% vs 2,5% diuréticos e 34,3% vs 30,3% terapia combinada. Salienta-se que 16,3% dos hipertensos com diagnóstico prévio não realizavam qualquer terapêutica. A taxa de mortalidade 18% c/ST vs 7,2% s/ST destes sob anti-hipotensores foi 42,3% vs 50%.Conclusão: A HTA constitui um dos maiores e atuais problemas de saúde pública, sendo a doença cardiovascular mais comum e o fator de risco mais significativo no desenvolvimento da doença coronária corroborado por mais de metade dos doentes internados apresentar diagnóstico prévio HTA. Neste estudo verificou-se que na população em estudo a HTA e a doença coronária foram mais prevalentes no género masculino e na população mais idosa, mais de 30% apresentava HTA à admissão, a terapêutica anti-hipertensora reduz o tempo de internamento e aproximadamente 16% dos HTA não realizavam qualquer terapêutica.

AbstractIntroduction: Hypertension (AH) is an increasingly common health problem due to increased longevity and the prevalence of factors such as obesity, sedentary lifestyle and eating errors. It has also been verified that hypertensive patients began to comply with the therapeutic regimen only after the appearance of complications, such as acute myocardial infarction (AMI).Objectives: To retrospectively assess antihypertensive therapy in patients with acute ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) and non-ST-segment elevation (ST / ST). Evaluation by pharmacological classes of antihypertensive therapy and its associations. Evaluation of hypertension at the entrance to the emergency department and the presence of cardiac insufficiency at admission. Comparison of hospitalization time and mortality in patients receiving angiotensin converting enzyme inhibitors (ACE inhibitors), angiotensin II receptor antagonists (ARAs II), beta-blockers (BBs), diuretics and calcium channel antagonists in the two groups of patients. patients with AMI.Methods: Observational and retrospective study of 336 patients admitted to the Coronary Intensive Care Unit in a central hospital in 2017, consulting the SClinico® database and analyzed statistically using SPSS®.

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IntroduçãoApontada mundialmente como importante fator de risco para as doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial (HTA) é um problema de saúde cada vez mais comum, devido ao aumento da longevidade e à existência de fatores como obesidade, sedentarismo e erros alimentares. (1)A prevalência da HTA tem sido crescente expandindo-se à escala mundial. Em 2000 a prevalência da HTA na população mundial era de 25% e estima-se que para o ano 2025 seja de 29%.(2)A evidência mais atual, mostra que os doentes hipertensos não sentem necessidade de modificar hábitos relacionados com o seu estilo de vida bem como cumprir terapêutica, até que surjam complicações provocadas pela doença nomeadamente acidente vascular cerebral (AVC), enfarte agudo do miocárdio (EAM), doença arterial coronária (DAC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), hipertrofia ventricular esquerda (HVE), insuficiência renal e isquemia vascular periférica.(2,3)Apesar dos grandes progressos que a medicina evidenciou nos últimos anos, tem-se verificado a nível mundial uma verdadeira epidemia de doenças das artérias coronárias, sendo considerada a principal causa de morte isolada, European Society of Cardiology. A HTA representa um dos principais fatores de risco para doença coronária sabendo-se que valores elevados de tensão arterial (TA) quadriplicam esse risco relativamente a valores de TA mais baixos.(4) São múltiplos os fatores de risco cardiovasculares, dividindo-se em fatores de risco modificáveis e não modificáveis. Os primeiros são passiveis de sofrer qualquer tipo de intervenção para serem modificados enquanto que os segundos são intrínsecos à própria pessoa. Os fatores de risco não modificáveis são a idade, o sexo, a raça e a hereditariedade. Os fatores de risco modificáveis são a dislipidemia, HTA, tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabetes e stress (Fundação Portuguesa Cardiologia, 2016). O tabagismo, a HTA e o aumento do colesterol são considerados os fatores que conferem maior risco, desta forma, um indivíduo que reúna estes

Results: We analyzed the clinical process of 336 patients diagnosed with AMI (142 c / ST and 194 s / ST), with ST 78.2% men and 21.8% women, and in ST / ST 70.6% men and 29.4% women, with a mean age of 66.4 ± 13.7 years vs. 70.6 ± 12 years. Of these, 60.6% with ST and 77.3% with ST had previous diagnosis of hypertension, 30.3% vs 45.9% of patients had systolic blood pressure (SBP) higher than 140mmHg at the time of admission, 4, 2% vs 6.2% had SBP greater than 180mmHg. The time of hospitalization (in days) of patients with hypertension was 5.4 without therapy and 4.4 with antihypertensive therapy with ST and 5 with no therapy and 4.6 with antihypertensive therapy with s / ST. The prevalence of previous diagnosis of heart failure was 12% in ST / ST vs 12.3% in ST / ST and the ejection fraction in the IN was 51.4% vs 34.5% lower than 40%. They underwent antihypertensive therapy (49.3% w / ST vs 73.7% w / ST), 27.1% vs 31.6% with angiotensin converting enzyme inhibitors, 22.9% vs. 15.2% angiotensin II receptor antagonists, 4.3% vs 2% beta-blockers, 11.4% vs 2.5% diuretics and 34.3% vs 30.3% combination therapy. It should be noted that 16.3% of hypertensive patients with previous diagnosis did not undergo any therapy. The mortality rate 18% w / ST vs 7.2% w / ST of these under anti-hypotensive was 42.3% vs 50%.Conclusion: Hypertension is one of the major and current public health problems, with cardiovascular disease being the most common and the most significant risk factor in the development of coronary heart disease, corroborated by more than half of hospitalized patients presenting with prior diagnosis of hypertension. In the present study, AHT and coronary disease were more prevalent in the male gender and in the older population, more than 30% had hypertension on admission, antihypertensive therapy reduced hospitalization time and approximately 16% % of HTNs did not undergo any therapy.

três fatores, tem oito vezes mais possibilidades de vir a sofrer de doença coronária. (6,7)As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo, independente do nível económico do país. De acordo com a Organização Mundial de saúde (OMS), as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 17 milhões de mortes em 2011. Destes 17 milhões, 7 milhões morreram por doenças isquémicas do coração e 6,2 milhões por acidente vascular cerebral (AVC). O EAM é o principal representante das doenças isquémicas do coração, tendo-se verificado que em Portugal morreram 32.275 indivíduos por doença do aparelho circulatório.(5)O EAM, mais recentemente denominado de síndrome coronário agudo (SCA), é o termo usado para descrever a necrose irreversível do miocárdio, que resulta numa diminuição súbita ou mesmo da interrupção total do aporte sanguíneo a uma determinada área do miocárdio. A dor torácica é o principal sintoma de SCA. Após a sua suspeita, o eletrocardiograma (ECG), tem um papel fundamental.(2)Segundo a ESC, a abordagem de doentes com SCA com supra-desnivelamento do segmento ST (CSST) deve ter como objetivo a administração de terapêutica de reperfusão de forma rápida e eficaz, tornando a intervenção coronária percutânea (ICP) primária acessível ao maior número de pessoas possível. A terapêutica de reperfusão está indicada em todos os doentes com sintomas com duração inferior a 12 horas e elevação persistente do segmento ST ou bloqueio completo do ramo esquerdo de novo. Se existir evidência de isquemia aguda, mesmo que os sintomas tenham mais de 12 horas de evolução, ou se a dor e as alterações a nível do ECG sejam intermitentes, a terapêutica de reperfusão também está indicada (preferencialmente a ICP primária). Esta terapêutica é preferencial, em detrimento da fibrinólise, desde que realizada por uma equipa experiente e num período de 90 minutos após o primeiro contacto médico. (8)

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ObjectivosAvaliar retrospetivamente a terapêutica anti-hipertensora nos doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) com supra ST (c/ST) e sem supra ST (s/ST). Avaliação por classes farmacológicas da terapêutica anti-hipertensora e das suas associações. Avaliação da hipertensão à entrada no serviço de urgência e a presença de insuficiência cardíaca na admissão. Comparação do tempo de internamento e mortalidade nos doentes medicados com inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs),

antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARAsII), beta-bloqueantes (BBs), diuréticos e antagonistas dos canais de cálcio nos dois grupos de doentes com EAM.

MétodosEstudo observacional e retrospetivo de 336 doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários num hospital central, no ano de 2017, consultando a base de dados SClinico® e analisados estatisticamente com recurso ao SPSS®. 

Gráfico 1 – Tipos de Enfartes Agudos do Miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

Gráfico 2 – Distribuição de género nos tipos de Enfartes Agudos do Miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

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ResultadosAnalisamos o processo clínico de 336 doentes com o diagnóstico de EAM (142 c/ST e 194 s/ST), nos c/ST 78,2% homens e 21,8% mulheres e nos s/ST 70,6% homens e 29,4% mulheres, com idade média de 66,4±13,7 anos vs 70,6±12 anos. Destes, 60,6% c/ST e 77,3% s/ST tinham diagnóstico prévio de HTA, 30,3% vs 45,9% dos doentes apresentavam pressão arterial sistólica (PAS) superior a 140mmHg no momento da admissão, 4,2% vs 6,2% tinham PAS superior a 180mmHg.O tempo de internamento (em dias) dos doentes com HTA foi

de 5,4 sem terapêutica e 4,4 com terapêutica anti-hipertensora c/ST e 5 nos sem terapêutica e 4,6 nos com terapêutica anti-hipertensora com s/ST. A prevalência de diagnóstico prévio insuficiência cardíaca 12% nos c/ST vs 12,3% nos s/ST e a fracção ejecção na entrada do SU foi 51,4% vs 34,5% inferior a 40%.Efetuavam terapêutica anti-hipertensora (49,3% c/ST vs 73,7% s/ST), 27,1% vs 31,6% com inibidores da enzima de conversão da angiotensina, 22,9% vs 15,2% antagonistas dos recetores da angiotensina II, 4,3% vs 2% beta-bloqueantes, 11,4% vs 2,5%

Gráfico 3 – Diagnóstico prévio de hipertensão arterial nos tipos de enfartes agudos do miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

Gráfico 4 – Pressão arterial sistólica nos tipos de enfartes agudos do miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

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diuréticos e 34,3% vs 30,3% terapia combinada. Salienta-se que 16,3% dos hipertensos com diagnóstico prévio não realizavam qualquer terapêutica. A taxa de mortalidade 18% c/ST vs 7,2% s/ST destes sob anti-hipotensores foi 42,3% vs 50%.

ConclusãoA HTA constitui um dos maiores e atuais problemas de saúde pública, sendo a doença cardiovascular mais comum e o fator de

Gráfico 5 – Prevalência de diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca (IC) e fração de ejecção do ventrículo inferior a 40% (FEVE<40%) nos tipos de enfartes agudos do miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

risco mais significativo no desenvolvimento da doença coronária corroborado por mais de metade dos doentes internados apresentar diagnóstico prévio HTA. Neste estudo verificou-se que na população em estudo a HTA e a doença coronária foram mais prevalentes no género masculino e na população mais idosa, mais de 30% apresentava HTA à admissão, a terapêutica anti-hipertensora reduz o tempo de internamento e aproximadamente 16% dos HTA não realizavam qualquer terapêutica.

Gráfico 6 – Prevalência de terapêutica anti-hipertensora na admissão nos tipos de enfartes agudos do miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

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Bibliografia1. Dinis PG, Cachulo MC, Fernandes A, Paiva L, Gonçalves L. Hipertensão Arterial Sistémica Secundária: Incertezas do Diagnóstico. Acta Med Port. 2017 Jun 30;30(6):493.2. Williams B, Mancia G, Spiering W, Agabiti Rosei E, Azizi M, Burnier M, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. Eur Heart J. 2018 Sep 1;39(33):3021–104.3. Direcção-Geral da Saúde. Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares. DGS. 2006; 4. Kolh P, Windecker S, Alfonso F, Collet J-P, Cremer J, Falk V, et al. 2014 ESC/EACTS Guidelines on myocardial revascularization. Eur J Cardio-Thoracic Surg. 2014 Oct 1;46(4):517–92.5. Direção Geral de Saúde. A Saúde dos Portugueses. Perspetiva 2015. Direção-Geral da Saúde. 2015.

6. Lima DB da S, Moreira TMM, Borges JWP, Rodrigues MTP. ASSOCIATION BETWEEN TREATMENT COMPLIANCE AND DIFFERENT TYPES OF CARDIOVASCULAR COMPLICATIONS IN ARTERIAL HYPERTENSION PATIENTS. Texto Context - Enferm. 2016;25(3).7. López Messa JB, Garmendia Leiza JR, Aguilar García MD, Andrés de Llano JM, Alberola López C, Ardura Fernández J. Factores de riesgo cardiovascular en el ritmo circadiano del infarto agudo de miocardio. Rev Española Cardiol. 2004 Jan;57(9):850–8. 8. Ibanez B, James S, Agewall S, Antunes MJ, Bucciarelli-Ducci C, Bueno H, et al. 2017 ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation. Eur Heart J [Internet]. 2018 Jan 7;39(2):119–77.

Gráfico 7 – Terapêutica anti-hipertensora na admissão nos tipos de enfartes agudos do miocárdio internados numa Unidade de Cuidados Intensivos

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POLIMORFISMOS GENÉTICOS E A SUA INTERAÇÃO NA SUSCETIBILIDADE PARA A HIPERTENSÃO NA POPULAÇÃO PORTUGUESAGENETIC POLYMORPHISMS AND THEIR INTERACTION IN SUSCEPTIBILITY TO HYPERTENSION IN THE PORTUGUESE POPULATION

Laura Aguiar1,2,3 (Grau Académico – Mestre), Ildegário Semente1,2,4 (Grau Académico – Mestre), Joana Ferreira1,2,3 (Grau Académico – Licenciado), Andreia Matos1,2,3 (Grau Académico – Mestre), Mário Rui Mascarenhas3,5 (Grau Académico – Doutor), Luiz Menezes Falcão6 (Grau Académico – Doutor), Paula Faustino3,4 (Grau Académico – Doutor), Manuel Bicho1,2,3 (Grau Académico – Doutor), Ângela Inácio1,2,3 (Grau Académico – Doutor)

1Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral, Lisboa, Portugal2Laboratório de Genética, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal3Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal4Departamento de Genética Humana, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Lisboa, Portugal5Clínica de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo de Lisboa, Lisboa, Portugal6Departamento de Medicina Interna, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal

E-mail de correspondência do primeiro autor: [email protected]

Resumo Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) é um fator de risco cardiovascular muito prevalente em Portugal. Esta patologia é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar a potencial implicação de polimorfismos genéticos nos genes eNOS e ECA e da sua interação na suscetibilidade para a HTA na população portuguesa.Métodos: Foi realizado um estudo de caso-controlo para uma amostra de 377 indivíduos portugueses, dos quais 243 hipertensos (90 hipertensos ligeiros e 153 hipertensos graves) e 134 normotensos. As análises polimórficas do VNTR no intrão 4 do gene eNOS e do polimorfismo ECA inserção/deleção (I/D) foram realizadas por reação em cadeia da polimerase (PCR). Resultados: Encontrou-se uma associação entre o alelo 4a do gene eNOS e a hipertensão (p=0,001), sendo mais forte para a hipertensão grave (p<0,001). Em relação ao gene ECA, não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre doentes e controlos. No entanto, ao analisar os 2 polimorfismos em epistasia, encontrou-se uma tendência para associação entre a combinação do alelo 4a do gene eNOS e do alelo D do gene ECA e a hipertensão ligeira (p=0,061). Conclusão: Os nossos resultados evidenciam o contributo do gene eNOS na HTA, assim como da interação epistática entre os genes eNOS e ECA e a suscetibilidade para a hipertensão ligeira na população portuguesa. A identificação de polimorfismos genéticos que possam influenciar o desenvolvimento e gravidade da HTA, bem como as suas interações epistáticas, pode permitir um diagnóstico mais precoce e específico para esta doença tão prevalente em Portugal.

AbstractIntroduction: Arterial hypertension (AHT) is a highly prevalent cardiovascular risk factor in Portugal. This pathology is multifactorial, involving genetic and environmental factors.Objective: This study aimed to investigate the potential implication of genetic polymorphisms in eNOS and ACE genes and their interaction in the susceptibility to hypertension in the portuguese population.Methods: A case-control study was conducted in a sample of 377 Portuguese individuals, 243 hypertensives (90 mild hypertensive patients and 153 severe hypertensive patients) and 134 normotensives. The polymorphic analyses of intron 4 VNTR in the eNOS gene and the insertion/deletion (I/D) in ACE gene were performed by polymerase chain reaction (PCR). Results: An association between the 4a allele of eNOS and hypertension was found (p=0.001), being stronger for severe hypertension (p<0.001). ACE shows no statistically significant differences between patients and controls. However, when tested the epistatic interaction between the two polymorphisms, a tendency for association was found between mild hypertension and the combination of the 4a allele (eNOS) with the D allele of ACE (p=0.061).Conclusion: Our results highlight the contribution of the eNOS gene in AHT and the epistatic interaction between eNOS and ACE genes to the susceptibility for mild hypertension in the Portuguese population. The identification of genetic polymorphisms that may influence the development and severity of hypertension, as well as their epistatic interactions, may allow a more early and specific diagnosis for this disease, so prevalent in Portugal.

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IntroduçãoA hipertensão arterial (HTA) é reconhecida como um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo muito prevalente em Portugal (1, 2). Esta patologia é multifatorial uma vez que resulta da interação de vários fatores ambientais e genéticos que atuam aumentando a pressão arterial (3, 4).A função endotelial está intimamente associada à regulação da pressão arterial (5, 6). A enzima sintase do óxido nítrico endotelial (eNOS), que sintetiza óxido nítrico (NO) a partir da L-arginina, é um dos principais determinantes da função endotelial (7, 8), sugerindo que polimorfismos no gene eNOS possam influenciar a suscetibilidade para a hipertensão. Da mesma forma, a enzima conversora da angiotensina (ECA), que faz parte do sistema renina-angiotensina, desempenha um papel central na regulação da pressão arterial, por catalisar a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um potente vasoconstritor, que estimula a reabsorção de sódio no rim (9, 10). A produção constante de angiotensina II pode resultar na remodelação e reestruturação de vários componentes do sistema cardiovascular (11). Assim, polimorfismos genéticos no gene ECA podem estar implicados na patogénese da hipertensão arterial.Neste contexto, investigámos a potencial implicação de polimorfismos genéticos nos genes eNOS e ECA e da sua interação, no desenvolvimento da HTA na população portuguesa.

Materiais e Métodos Amostra populacionalFoi realizado um estudo de caso-controlo para uma amostra de 377 indivíduos portugueses entre os 19 e os 98 anos, sendo 243

hipertensos (150 do sexo feminino e 93 do sexo masculino), dos quais 90 hipertensos ligeiros e 153 hipertensos graves, e 134 normotensos (84 do sexo feminino e 50 do sexo masculino). As amostras dos controlos e dos hipertensos ligeiros foram recolhidas na Clínica de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo de Lisboa. As amostras dos hipertensos graves, com insuficiência cardíaca, foram recolhidos no Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte.

GenotipagemAs análises polimórficas do número variável de repetições em tandem (VNTR) no intrão 4 (repetição em tandem de 27 pb) do gene eNOS e do polimorfismo ECA I/D (inserção/ deleção) foram realizadas por reação em cadeia da polimerase (PCR).

Análise estatísticaAs diferenças entre os grupos estudados foram analisadas recorrendo ao teste do χ2 de Pearson ou teste exato de Fisher. Todas as análises estatísticas foram realizadas recorrendo ao software SPSS, versão 24.0, sendo o nível de significância estatística estabelecido para p <0,05.

ResultadosQuando os polimorfismos foram analisados isoladamente, encontrou-se uma associação entre o alelo 4a do gene eNOS e a hipertensão (p=0,001) (Tabela 1). O valor de significância aumentou ao selecionarmos apenas os casos de hipertensão grave (p<0,001) (Tabela 2). Em relação ao gene ECA, não se encontram diferenças estatisticamente significativas entre doentes e controlos (Tabela 1, Tabela 2 e Tabela 3). No entanto,

Tabela 1 – Comparações entre normotensos e hipertensos de genótipos nos genes eNOS e ECA e a sua interação

Gene Genótipo Normotensos

Hipertensos Valor p

eNOSPresença do alelo 4a 34 (26,4) 102

(44,3) 0,0011

Ausência do alelo 4a 95 (73,6) 128 (55,7)

ECA Presença do alelo D 71 (93,4) 84 (89,4) 0,3541Ausência do alelo D 5 (6,6) 10 (10,6)

ECA + eNOSPresença do alelo 4a e do

alelo D 19 (25,3) 27 (32,1) 0,3451

Outras combinações 56 (74,7) 57(67,9)*χ2 de Pearson – n (%)

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ARTIGO ORIGINALORIGINAL ARTICLE

Tabela 2 – Comparações entre normotensos e hipertensos graves de genótipos nos genes eNOSe ECA e a sua interação

Gene Genótipo Normotensos

Hipertensos

graves

Valor p

eNOSPresença do alelo 4a 34 (26,4) 73

(47,7) <0,0011

Ausência do alelo 4a 95 (73,6) 80 (52,3)

ECA Presença do alelo D 71 (93,4) 30 (90,9) 0,6962

Ausência do alelo D 5 (6,6) 3 (9,1)

ECA + eNOS

Presença do alelo 4a e do alelo D 19 (25,3) 6 (18,2)

0,4171

Outras combinações 56 (74,7) 27 (81,8)

1χ2 de Pearson – n (%)2Teste exato de Fisher – n (%)

para a combinação entre o alelo 4a do gene eNOS e do alelo D do gene ECA encontrou-se uma tendência para associação com a hipertensão ligeira (p=0,061) (Tabela 3).

DiscussãoEstando a enzima eNOS envolvida na função endotelial, vários estudos exploraram a associação entre polimorfismos no gene eNOS e a suscetibilidade para doenças cardiovasculares e hipertensão (12–19). Um dos principais polimorfismos estudados neste gene é o VNTR no intrão 4 do gene eNOS. No presente estudo, este polimorfismo foi genotipado em hipertensos, ligeiros e graves, e controlos de modo a estudar a sua associação com a HTA na população portuguesa. Assim, encontrou-se uma associação entre o alelo 4a (quatro cópias de repetições de 27 pb) e a hipertensão, sendo esta associação mais forte na hipertensão grave. Este alelo está associado a níveis mais baixos de NO uma vez que há diminuição da expressão de eNOS (20, 21). A diminuição de níveis de NO pode levar à perda de integridade do endotélio que pode conferir suscetibilidade para a hipertensão (6–8). Associações entre o alelo 4a e a doença arterial coronária foram estabelecidas (12, 13). Na hipertensão, também existem estudos que associaram este alelo isoladamente ou em haplótipo à doença (14–18). Após a implicação do sistema renina-angiotensina na patogénese de doenças cardiovasculares e hipertensão, estudos de associação exploraram a relação entre variantes genéticas dentro deste sistema e o risco para estas patologias (22–30). Um dos polimorfismos mais estudados neste sistema é o ECA I/D, que no presente trabalho foi

estudado na população portuguesa normotensa e hipertensa ligeira e grave, não se encontrando diferenças estatisticamente significativas. Existem resultados de outros estudos que estão concordantes com os nossos, não se encontrando diferenças estatisticamente significativas entre doentes e controlos (25, 27). No entanto, também existem vários estudos que associam o alelo D à hipertensão (24, 28–30). De facto, o alelo D está relacionado com uma maior atividade da enzima ECA (31). Neste estudo, quando foi feita a interação entre os polimorfismos nos genes eNOS e ECA, encontrou-se uma tendência para associação entre a interação dos alelos 4a do gene eNOS e D do gene ECA e a hipertensão ligeira, sugerindo que este alelo por si não se associa à HTA mas em interação com outros, nomeadamente o alelo 4a do VNTR do intrão 4 do gene eNOS, poderá conferir alguma suscetibilidade para a HTA ligeira. Ainda outros genes relacionados com o metabolismo do NO (32, 33), como CYB5R3 e G6PD, bem como genes que fazem parte do sistema renina-angiotensina (34, 35), como AGT e AGTR1, também poderão estar associados com a suscetibilidade para a HTA.Os nossos resultados mostram uma associação entre o gene eNOS e a HTA na população portuguesa. Os resultados sugerem ainda uma relação entre a interação epistática nos genes eNOS e ECA e a suscetibilidade para o desenvolvimento de hipertensão ligeira. A identificação de polimorfismos genéticos que possam influenciar o desenvolvimento e gravidade da HTA, bem como as suas interações epistáticas, pode permitir um diagnóstico mais precoce e específico, que pode proporcionar melhores estratégias terapêuticas e de prevenção, para esta doença tão prevalente em Portugal.

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Tabela 3 – Comparações entre normotensos e hipertensos ligeiros de genótipos nos genes eNOS e ECA e a sua interação

Gene Genótipo Normotensos

Hipertensos

ligeiros

Valor p

eNOS Presença do alelo 4a 34 (26,4) 29 (37,7) 0,0881Ausência do alelo 4a 95 (73,6) 48 (62,3)

ECA Presença do alelo D 71 (93,4) 54 (88,5) 0,3141Ausência do alelo D 5 (6,6) 7 (11,5)

ECA + eNOSPresença do alelo 4a e do

alelo D 19 (25,3) 21 (41,2) 0,0611

Outras combinações 56 (74,7) 30 (58,8)1χ2 de Pearson – n (%)

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ARTIGO ORIGINALORIGINAL ARTICLE

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CASO CLÍNICOCLINICAL CASE

HIPERTENSÃO EM IDADE JOVEM – UM CASO CLÍNICO

HYPERTENSION AT YOUNG AGE - A CLINICAL CASE

Joana Ressurreição a, d; Sofia Lages Fernandes a; Diogo Barata de Almeida a; Raquel Ferreira a; Vasco Varela b; Joana Campina c

a Internos de Medicina Geral e Familiar na USF Descobertas; b Assistente de Medicina Geral e Familiar na USF Descobertas;c Assistente Graduada de Medicina Geral e Familiar na USF Descobertas;d Contato: [email protected].

Resumo Introdução: A hipertensão arterial (HTA) continua a ser um dos mais importantes fatores de risco cardiovasculares. Embora seja difícil de precisar a prevalência exata, tendo em conta a diversidade de critérios dos diferentes estudos, estima-se que cerca de um em cada cinco jovens adultos será diagnosticado com HTA. A obesidade, inatividade física e hábitos alimentares incorretos podem ser as únicas causas identificáveis.Descrição do caso: Este artigo relata o caso de uma jovem de 25 anos de idade, com obesidade grau I e estilo de vida pouco cuidado, cujo diagnóstico de HTA foi feito no contexto de uma consulta de rotina. Os valores de pressão arterial (PA) revelaram-se aumentados na consulta e na sua auto-medição no domicílio, pelo que foi pedida a monitorização ambulatória da PA (MAPA), que confirmou o diagnóstico de HTA. Por se tratar de uma utente jovem, com o diagnóstico de novo de HTA, foi pedido o estudo de causas secundárias para esta patologia, que não revelou alterações. Assim, a obesidade e estilo de vida pouco saudável foram as únicas causas identificadas para o aparecimento da HTA nesta jovem.Comentários: Este caso pretende alertar para a importância crescente da obesidade, inatividade física e hábitos alimentares incorretos na etiologia e génese da HTA, reforçando a importância do seu controlo e correção para reduzir a sua incidência e complicações respetivas. Para além disso, alerta para a prevalência crescente da HTA nos adultos jovens, o que deve reforçar a importância do seu rastreio nesta população.

AbstractIntroduction: Hypertension remains to be one of the most important cardiovascular risk factors. Although it is difficult to know the exact prevalence, given the diversity of criteria in the different studies, it is estimated that about one in five young adults will be diagnosed with hypertension. Obesity, physical inactivity, and incorrect eating habits may be the only identifiable causes.Case report: This article reports the case of a 25-year-old girl, with obesity and unhealthy lifestyle, whose diagnosis of hypertension was made in the context of a routine visit. Blood pressure (BP) was high at the doctor’s office and in self-measurement at home, so an ambulatory BP monitoring was requested, which confirmed the diagnosis of hypertension. Because it was a young patient with a new diagnosis of hypertension, the study of secondary causes was requested, which revealed no alterations. Thus, obesity and unhealthy lifestyle were the only causes identified for the onset of hypertension in this young woman.Comments: This case aims to alert to the increasing importance of obesity, physical inactivity and unhealthy eating habits in the etiology and genesis of hypertension, reinforcing the importance of its control and correction to reduce its incidence and respective complications. It also warns of the increasing prevalence of hypertension in young adults, which should reinforce the importance of screening in this population.

IntroduçãoAs doenças cardiovasculares representam atualmente a principal causa de morte nos países desenvolvidos. A hipertensão arterial (HTA) continua a ser um dos mais importantes fatores de risco cardiovasculares, apresentando uma elevada prevalência na população geral.1 Em Portugal, os dados de 2015 estimam que a prevalência de HTA é de 36,0%; mais especificamente, no grupo etário dos 25 aos 44 anos, é de 12,1%.2

Estima-se que cerca de um em cada cinco jovens adultos será diagnosticado com HTA. Um estudo publicado no JAMA aponta que a prevalência de pré-HTA e HTA grau I na população jovem

Palavras-chave: hipertensão; adulto jovem; obesidade

Keywords: hypertension; young adult; obesity

é maior do que a esperada, e tem vindo a aumentar.3 Este aumento deve-se, provavelmente, ao aumento da prevalência da obesidade e estilo de vida pouco saudável.3-5

Uma vez que a maioria das complicações cardiovasculares, como a cardiopatia isquémica, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca, ocorrem em indivíduos mais velhos, a evidência quanto à sua prevalência e abordagem clínica em doentes jovens é ainda insuficiente. 1Considera-se HTA secundária quando é possível identificar uma causa para a mesma. Algumas das patologias envolvidas são a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), nefropatia, estenose da artéria

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renal, endocrinopatias (doença tiroideia, hiperaldosteronismo primário, síndrome de Cushing) e coartação da aorta. Estima-se que a sua prevalência seja de 5-15% da população hipertensa.6 Assim, sendo relativamente rara, a abordagem diagnóstica deve ser feita apenas nos doentes com suspeita clínica. 6,7 Segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia, os jovens adultos (idade inferior a 40 anos) com HTA de novo devem fazer o rastreio de causas secundárias. 6,8

A avaliação clínica de um adulto jovem com valores tensionais aumentados deve incluir a história familiar, antecedentes pessoais, e investigação de outros fatores de risco cardiovasculares (hábitos dietéticos, de sono e de atividade física), e a medicação habitual. O exame objetivo deve focar-se na pesquisa de sinais sugestivos de patologia subjacente que possa causar o aumento da pressão arterial, bem como de lesão de órgão alvo. Numa fase inicial, os meios complementares a solicitar devem incluir parâmetros analíticos como ureia, creatinina, ionograma, hemograma completo e urina II. Posteriormente, deve considerar-se requisitar ecocardiograma e eletrocardiograma (ECG) e, eventualmente, outros exames para exclusão de causas secundárias. 1O caso descrito pretende alertar para o rastreio de HTA e da exclusão de possíveis etiologias subjacentes nos adultos jovens, nomeadamente naqueles que apresentem fatores de risco.

Descrição do CasoTratava-se de uma jovem do sexo feminino de 25 anos de idade, estudante, sem problemas de saúde conhecidos. Não tinha alergias conhecidas, nem fazia nenhuma medicação habitualmente, nomeadamente contracetivos orais, anti-inflamatórios não esteroides, estimulantes, descongestionantes nasais, antidepressivos ou corticoides. Não praticava atividade física e reconhecia erros alimentares, tanto quantitativamente como qualitativamente, com excesso de sal. Não bebia café e não tinha hábitos tabágicos, etanólicos ou toxicofílicos, quer no passado quer no presente. Como antecedentes familiares, destacava-se a HTA na avó materna (negando outras patologias).Recorreu à consulta na Unidade de Saúde Familiar (USF) em fevereiro de 2017 para «consulta de rotina». Não apresentava nenhuma queixa ou sintoma. No exame objetivo (EO), destacava-se índice de massa corporal (IMC) de 30,12 kg/m2, e pressão arterial (PA) de 141/77 mmHg, na melhor de três medições, sem diferença significativa entre os membros superiores, e entre os membros superiores e inferiores, sem qualquer outra alteração na observação. Foi recomendada auto-medição da PA em ambulatório (AMPA) e consulta de Gestão do Peso na USF, tendo ficado com consulta marcada dentro de seis meses, já que se iria ausentar do país durante

Figura 1 – Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA) realizado a 20/9/2017.

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CASO CLÍNICOCLINICAL CASE

este período.Em agosto de 2017, voltou à consulta para reavaliação clínica e mostrar AMPA. Este apresentava valores de PA sistólica (PAs) entre 127 e 155 mmHg, PA diastólica (PAd) com valor mínimo de 67 e máximo de 119 mmHg, e FC entre 81 e 137 bpm. Fazendo a revisão por órgãos e sistemas dirigida às principais causas de hipertensão secundária, referia apenas palpitações e, raramente, cefaleias na região occipital, que cediam ao paracetamol 1g, sem qualquer outra queixa, negando roncopatia, sonolência diurna, sudorese, ou outros sintomas sugestivos de causa secundária de HTA. No exame objetivo, a PA no braço esquerdo era de 164/92 mmHg na melhor de 3 medições, sem diferença entre os dois braços, FC 117 bpm, pulsos radiais simétricos; auscultação cardíaca com sons rítmicos, taquicárdicos, aparentemente sem sopros; sem sopros audíveis nas artérias renais; pulsos tibiais posteriores e pediosos simétricos, amplos e rítmicos; sem outros sinais sugestivos de causas secundárias de HTA. Propôs-se o seguinte plano: perda ponderal (elaboração de plano alimentar e de atividade física em conjunto com a utente), restrição salina, monitorização ambulatória da pressão arterial (MAPA), eletrocardiograma (ECG) e análises com perfil lipídico, função renal e tiroideia e exame sumário de urina.Cerca de um mês depois, trouxe os exames pedidos. A MAPA confirmou o diagnóstico de HTA: média diurna de 156/95 mmHg, média noturna de 137/71 mmHg e global 154/92 mmHg (figura 1). Em relação ao restante estudo pedido, destacava-se a presença de taquicardia sinusal no ECG (figura 2); sedimento urinário com proteínas +, sem alterações nas funções renal e tiroideia, ionograma e restantes parâmetros pedidos. Optou-se por medicar com

Figura 2 – Eletrocardiograma realizado a 9/9/2017.

Parâmetro laboratorial Resultado

Glucose 79 mg/dL

Albumina de baixa concentração

(urina)4.2 mg/g

TSH 2.3 mUI/mL

T4 livre 1.2 ng/dL

Aldosterona plasmática 14 ng/dL

Renina plasmática 0.4 pg/mL

Catecolaminas, total, urinárias 21 µg/24 horas

Colesterol total 145 mg/dL

Colesterol HDL 47 mg/dL

Triglicéridos 45 mg/dL

Colesterol LDL calculado 89 mg/dL

Potássio 4 mmol/L

Sódio 140 mmol/L

Cloro 102 mmol/L

Urina IIProt +, sem outras

alterações

Tabela 1 – Resultados analíticos de setembro de 2017.

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nebivolol 2,5 mg, dado tratar-se de uma jovem com hipertensão e taquicardia sinusal sintomática, e foi reforçada a importância das medidas não farmacológicas. Foram solicitados os seguintes meios complementares de diagnóstico: ecocardiograma com doppler, ecografia renal (com eventual estudo doppler), pesquisa de albuminúria, renina e aldosterona, catecolaminas na urina e cortisol para averiguar possíveis causas de HTA secundária.Na consulta seguinte, em novembro, foram avaliados os resultados dos exames solicitados que se encontravam todos dentro da normalidade (figura 3, tabela 1). Cumpriu a terapêutica farmacológica, mas mantinha os mesmos hábitos: não fazia exercício físico e ainda não havia adotado uma alimentação equilibrada, tendo

aumentado 2 kg desde a consulta anterior. A monitorização da PA no domicílio mostrava que os valores ainda não estavam no alvo pretendido: PAs 130-146 mmHg e PAd 79-84 mmHg, FC 90-94 bpm. Por este motivo, foi ajustada a terapêutica, aumentando-se a dose do nebivolol para 5 mg, e revisto o plano alimentar em conjunto com a jovem. Optou-se pela referenciação para a consulta hospitalar de Cardiologia, para melhor avaliação da doente, onde foi solicitada angiotomografia (angio TC) abdominal, que também não identificou qualquer alteração (figura 4).Atualmente, a jovem encontra-se em seguimento em consulta de Cardiologia, de Medicina Geral e Familiar e de Gestão de Peso na nossa USF: os valores tensionais e de frequência cardíaca encontram-

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se controlados com a terapêutica instituída (nebivolol 5 mg), sem efeitos adversos relatados. A MAPA mais recente, realizada a nível hospitalar, regista valores médios da PA sistólica e diastólica dentro da normalidade, tanto no período diurno como noturno. Tem aderido às consultas e ao plano alimentar e de atividade física negociado, tendo já reduzido 10 kg de peso no último ano (IMC de 26,4 kg/m2).

DiscussãoA obesidade é um importante problema de saúde a nível mundial. A relação entre a obesidade e ativação do sistema nervoso simpático e do eixo renina-angiotensina está bem estabelecida, o que contribui para o aparecimento de valores tensionais acima do normal. Nos Estados Unidos, mais de 40% e 25% da população com obesidade e excesso de peso, respetivamente, também tem hipertensão arterial. Comparando com a sua prevalência na população com peso normal (cerca de 15%), estes dados demonstram o risco aumentado de HTA na população com peso em excesso. 9-13 Estudos epidemiológicos em diversas populações a nível mundial comprovam que a associação entre o IMC e os níveis de pressão arterial sistólica e diastólica é quase linear. De acordo com o Framingham Heart Study, 78% dos casos de HTA essencial no homem e 65% na mulher podem ser atribuídos ao peso em excesso.12 Desta forma, a prevenção primordial da obesidade deve tornar-se uma prioridade, através da promoção de um estilo de vida saudável, assim como, nos casos em que é detetada,

deve ser ativamente tratada, dadas as suas potenciais consequências.No caso clínico aqui apresentado, uma consulta de acompanhamento de uma jovem sem problemas de saúde conhecidos e sem qualquer queixa relevante, alertou para a presença de valores tensionais acima do normal. Perante estes achados, a realização da monitorização da pressão arterial em ambulatório confirmou o diagnóstico. Posteriormente, procedeu-se ao estudo de causas secundárias para a HTA, tendo em conta a idade jovem da utente. Os exames realizados não revelaram qualquer etiologia secundária, confirmando que a obesidade e os hábitos de vida incorretos (sedentarismo e alimentação desequilibrada) seriam as únicas causas identificadas de HTA nesta jovem. Assim, este caso pretende alertar para o impacto destes fatores na saúde dos jovens, reforçando a importância do seu controlo e correção desde cedo.Quanto à terapêutica anti-hipertensora, a escolha incidiu num beta-bloqueante. Apesar de, atualmente, esta não ser considerada como classe farmacológica de primeira linha como monoterapia14, a presença de sintomas (palpitações), a presença de taquicardia sinusal no ECG e o facto de, à data da instituição da terapêutica, ainda não ter sido excluída patologia arterial renal, justificaram a opção tomada. Com esta escolha terapêutica, a pressão arterial da jovem tem estado controlada, bem como os valores de frequência cardíaca e, consequentemente, resolução completa das queixas de palpitações que apresentava previamente. Por estes motivos, e tendo em conta que o nebivolol não está associado a alterações da tolerância à

Figura 4 – Angio TC abdominal realizada a 3/12/2018

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glucose nem a maior risco de diabetes de novo (como alguns dos beta-bloqueantes), optou-se por manter a terapêutica previamente instituída.15-17

ConclusõesA apresentação deste caso pretende alertar para dois pontos fundamentais: por um lado, a prevalência crescente da HTA em idade jovem, especialmente na presença concomitante de fatores de risco, como o sedentarismo e o peso em excesso, relevando assim a importância da promoção de um estilo de vida saudável, com a prática de atividade física regular e adoção de uma dieta mediterrânica e equilibrada; por outro lado, a sua pesquisa ativa nesta população, que permite um diagnóstico e tratamento precoces, evitando assim o desenvolvimento de potenciais complicações relacionadas.

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CASO CLÍNICOCLINICAL CASE

O INESPERADO ACONTECE - ESTUDO DE UMA HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA

THE UNEXPECTED HAPPENS - STUDY OF A SECONDARY ARTERIAL HYPERTENSION

Ana Matos Santos1, Mónica Mozes2

1Interna de formação específica em Medicina Geral e Familiar, USF St. André de Canidelo, ACES Grande Porto VII - Gaia2Assistente Graduada em Medicina Geral e Familiar, USF St. André de Canidelo, ACES Grande Porto VII - Gaia

Autora de contacto:Ana Matos SantosBêco do Meiral nº 66, 4300-331, [email protected]

Resumo Enquadramento: As doenças cardiovasculares são uma importante causa de morbimortalidade a nível mundial. A hipertensão arterial (HTA) é um fator de risco major para a sua ocorrência. A HTA secundária define-se pelo aumento da pressão arterial devido a uma causa identificável, e ocorre em cerca de 5% a 10% dos casos.Descrição do Caso: Os autores descrevem o caso de uma doente do género feminino de 39 anos que recorre, em outubro de 2016, à consulta aberta referindo cefaleia e elevação da pressão arterial (PA) em ambulatório. Após recursar medicação anti-hipertensora, a doente concordou em suspender o contracetivo oral combinado e realizar auto-monitorização ambulatória da PA. Regressou à Unidade de Saúde Familiar (USF) em janeiro de 2017 por agravamento dos valores tensionais registados em ambulatório. Realizou estudo analítico e imagiológico para exclusão de causas secundárias de HTA. O Rx de tórax relevou “neoformação do lobo superior do pulmão esquerdo, sugerindo a possibilidade de hamartoma pulmonar”. Nesse contexto, foi solicitada uma tomografia computorizada do tórax que evidenciou um possível “tumor carcinóide do pulmão” a merecer caracterização complementar com broncoscopia e biópsia. Foi prescrito perindopril 4 mg id. A doente foi referenciada para o IPO onde foi confirmado, após biópsia pulmonar, o diagnóstico de “tumor carcinóide do pulmão”, sendo submetida a lobectomia superior esquerda e linfadenectomia mediastínica. Discussão: É necessário um elevado índice de suspeita clínica para a deteção precoce de causas secundárias de HTA, porque as intervenções terapêuticas podem ser curativas, especialmente em doentes mais jovens. Este caso clínico reporta a história de uma HTA secundária a um tumor carcinóide pulmonar. São tumores raros (1-5% de todos os tumores pulmonares). A abordagem e diagnóstico precoces, neste caso clínico em particular, possibilitaram o tratamento atempado da HTA e a obtenção de ganhos em saúde.

AbstractIntroduction: Cardiovascular diseases are an important cause of morbidity and mortality worldwide. Hypertension is a major risk factor for its occurrence. Secondary hypertension is defined as increased blood pressure due to an identifiable cause, and occurs in 5% to 10% of cases.Case report: The authors report a case of a 39-year-old female patient who, in October 2016, went to our care unit with headache and elevated blood pressure (BP) in outpatient records. After resorting to antihypertensive medication, the patient agreed to discontinue the combined oral contraceptive and perform ambulatory self-monitoring of BP. Returned to the care unit in January 2017, due to the increase in the blood pressure recorded in the outpatient. She performed an analytical and imaging study to exclude secondary causes of hypertension. Chest X-ray revealed “neoformation of the upper lobe of the left lung, suggesting the possibility of pulmonary hamartoma”. In this context, a computed tomography of the thorax was requested, which evidenced a possible “lung carcinoid tumor” deserving complementary characterization with bronchoscopy and biopsy. It has been prescribed perindopril 4 mg id. The patient was referred to the IPO where the diagnosis of “lung carcinoid tumor” was confirmed after pulmonary biopsy and underwent left upper lobectomy and mediastinal lymphadenectomy.Discussion: A high index of clinical suspicion is required for the early detection of secondary causes of hypertension. Therapeutic interventions may be curative, especially in younger patients. This clinical case reports the history of an secondary hypertension to a carcinoid lung tumor. These are rare tumors (1-5% of all lung tumors). The early approach and diagnosis, in this particular clinical case, made possible the treatment of hypertension and the achievement of health gains.

Palavras-chave: Hipertensão; tumor carcinóide; diagnóstico; tratamento

Keywords: hypertension; carconoid tumor; diagnosis; treatment

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IntroduçãoAs doenças cardiovasculares são uma importante causa de morbimortalidade a nível mundial, e a hipertensão arterial (HTA) é um fator de risco major para a sua ocorrência.1 Em Portugal, estima-se que a prevalência de HTA seja de aproximadamente 36,0%.2

A HTA pode ser classificada como primária (essencial ou idiopática) ou secundária. A HTA secundária define-se pelo aumento da pressão arterial devido a uma causa identificável e ocorre em cerca de 5% a 10% dos casos.1,3-4

As causas HTA secundária são múltiplas e variam de acordo com a idade (Quadro 1 e 2).1,3,5-6 O médico de família (MF) deve manter um elevado índice de suspeição clínica relativamente ao diagnóstico de causas secundárias de HTA.

Descrição do casoDoente do género feminino de 39 anos, casada, pertencente a uma

família nuclear. Apresenta antecedentes patológicos de obesidade e dislipidemia e antecedentes obstétricos de duas gestações e dois partos. A primeira gestação foi em 2011, feto do género masculino, parto eutócico às 35 semanas, complicada por pré-eclâmpsia. A segunda gestação foi em 2015, feto do género masculino, parto distócico às 39 semanas, sem complicações. A doente tem antecedentes familiares maternos de cancro da tiróide, HTA e diabetes mellitus. Nega consumo de tabaco ou bebidas alcoólicas. Como medicação habitual faz um contracetivo oral combinado. A doente recorre à consulta aberta em outubro de 2016 por quadro de cefaleia matinal diária, de localização predominantemente frontal e valores de pressão arterial (PA) elevados nas medições realizadas no domicílio (a média dos registos para PA sistólica foi de 145 mmHg e para a PA diastólica foi de 95 mmHg). Este quadro tinha dois meses de evolução. Nesta consulta verificou-se uma PA de 142/90 mmHg e o exame objetivo estava normal. Foi sugerida à doente a introdução de medicação antihipertensora, a

Tóxicos Álcool, cocaína, anfetaminas, chumbo

Fármacos

Contracetivos orais, anti-inflamatórios, corticosteróides,

simpeticomiméticos, ginseng, ciclosporina, eritropoietina, carbenoloxona,

antidepressivos tricíclicos, lítio, ISRS, INSRS

Doenças vasculares

cardíacasCoarctação da aorta, canal arterial persistente, insuficiência valvular aórtica

Doenças do

parênquima renalGlomerulonefrite, nefropatia, hidronefrose, doença renal poliquística

Doença renovascular Displasia fibromuscular da artéria renal, aterosclerose arterial renal

Doenças endócrinasSíndrome de Cushing, hiperaldosteronismo primário, feocromocitoma,

acromegalia, hipo/hipertiroidismo, hiperparatiroidismoDoenças

neurológicas

Hipertensão intracraniana, tetraplegia, porfiria aguda,

Síndrome de Guillian-BarréTumores Tumor produtor de renina, secreção ectópica da ACTH

Outras Apneia obstrutiva do sono, stress agudo, bicarbonato, alcaçuz

Quadro 1 – Causas de hipertensão arterial secundária

Legenda: ISRS – inibidores seletivos da recaptação da serotonina; INSRS – inibidores não seletivos da recaptação da serotonina; ACTH – hormona adrenocorticotrógica

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CASO CLÍNICOCLINICAL CASE

qual a utente recusou, optando por manter a auto-monitorização ambulatória da PA e realizar reavaliação tensional de vigilância na unidade de saúde familiar (USF). A doente concordou em suspender contracetivo oral combinado, mantendo um método barreira. Foram recomendadas alterações do estilo de vida, como a realização de exercício físico e cuidados alimentares, que a doente aceitou.Em janeiro de 2017 regressa novamente à USF por agravamento dos valores tensionais registados em ambulatório. Por este motivo, e com o objetivo de excluir causas secundárias de HTA, foram requisitados os seguintes exames complementares de diagnóstico: eletrocardiograma, ecocardiograma, ecografia renal e suprarrenal, catecolaminas fracionadas, metanefrinas totais, ionograma, creatinina, TSH e T4 livre, glicose, TGP, análise sumária de urina e microalbuminúria, os quais se encontravam dentro dos parâmetros da normalidade. A doente também realizou um raio X do tórax que revelou “neoformação do lobo superior do pulmão esquerdo, sugerindo a possibilidade de hamartoma pulmonar”. Nesse contexto, foi solicitada uma tomografia computorizada do tórax que evidenciou um possível “tumor carcinóide do pulmão” a merecer caracterização complementar com broncoscopia e biópsia. Foi prescrito perindopril 4 mg id. A doente foi referenciada

para o IPO onde foi confirmado, após biópsia pulmonar, o diagnóstico de “tumor carcinóide do pulmão”, sendo submetida a lobectomia superior esquerda e linfadenectomia mediastínica, sem intercorrências, em abril de 2018.Na última consulta com o médico de família, em agosto de 2018, foi suspensa a medicação antihipertensora, uma vez que os registos tensionais em ambulatório e na consulta se encontravam na ordem nos 100/60 mmHg, por vezes com sintomatologia sugestiva de hipotensão associada (tonturas, náusea, fadiga). Até ao momento a doente encontra-se assintomática e estável do ponto de vista clínico.

DiscussãoÉ necessário um elevado índice de suspeita clínica para a deteção precoce de causas secundárias de HTA. As intervenções terapêuticas podem ser curativas, especialmente em doentes mais jovens.5

Este caso clínico reporta a história de uma HTA secundária a um tumor carcinóide pulmonar. Estes tumores desenvolvem-se a partir de células neuroendócrinas (de Kulchitzky), que expressam peptídeos e fatores proteicos que podem atuar como hormonas.7

São tumores raros (1-5% de todos os tumores pulmonares), mais

0 – 18 anosDoenças do parênquima renal

Doenças vasculares cardíacas (coartação da aorta, canal arterial persistente)

19 – 36 anos

Patologia tiroideia (hipo/hipertiroidismo)

Estenose da artéria renal secundária à displasia fibromuscular

Doenças do parênquima renal

40 – 64 anos

Hiperaldosteronismo primário

Patologia tiroideia (hipo/hipertiroidismo)

Apneia obstrutiva do sono

Síndrome de Cushing

Feocromocitoma

≥ 65 anos

Estenose da artéria renal secundária à aterosclerose

Insuficiência renal

Hipotiroidismo

Quadro 2 – Causas de hipertensão arterial secundária por idade

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frequentes em mulheres de raça caucasiana entre os 45 e 55 anos de idade. Crescem lentamente, podendo ser assintomáticos em 30% dos casos. O tumores carcinóides podem manifestar-se pelo síndrome carcinóide (flushing facial, diarreia, sibilos, taquicardia), ou através de características clínicas sugestivas de secreção ectópica da hormona corticotrófica (HTA, hiperglicemia, obesidade, fragilidade capilar). Estes tumores têm, no geral, bom prognóstico.7

Este caso clínico enaltece a importância da abordagem abrangente e holística, que possibilita ao médico de família gerir a doença que se apresenta de forma indiferenciada, numa fase muito precoce da sua história natural. Muitas vezes, ao tentar excluir determinadas patologias, o médico de família depara-se com outras que não seriam diagnosticados de outra forma e que podem estar na origem do problema principal. A abordagem e diagnóstico precoces, neste caso clínico em particular, possibilitaram o tratamento atempado da HTA e a obtenção de ganhos em saúde.

Bibliogafia1. Dinis PG, Cachulo MC, Fernandes A, Paiva L, Gonçalves L. Secondary arterial hypertension: Uncertainties in diagnosis. Acta Med. Port.

2017;30(6):493-496. doi:10.20344/amp.8007.2. Barreto M, Kislaya I, Rodrigues AP, et al. Prevalência, conhecimento e controlo da hipertensão arterial em Portugal : resultados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico ( INSEF 2015 ). 2017;(2):34-38.3. Charles L, Triscott J, Dobbs B. Secondary Hypertension: Discovering the Underlying Cause. Am. Fam. Physician 2017;96(7):453-461. Available at: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29094913.4. Rimoldi SF, Scherrer U, Messerli FH. Secondary arterial hypertension: When, who, and how to screen? Eur. Heart J. 2014;35(19):1245-1254. doi:10.1093/eurheartj/eht534.5. Williams B, Mancia G, Spiering W, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for the Management of Arterial Hypertension: The Task Force for the Management of Arterial Hypertension of the European Society of Cardiology and the European Society of Hypertension.; 2018. doi:10.1097/HJH.6. Direção Geral da Saúde. Processo Assistencial Integrado Do Risco Cardiovascular No Adulto: Circular Normativa No 009/2014, de 29/12/2014.; 2014. Available at: http://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/processo-assistencial-integrado-do-risco-cardiovascular-no-adulto.aspx.7.American Cancer Society, Carcinoid Tumor. August, 2018. In: https://www.cancer.org/cancer/lung-carcinoid-tumor/about/key-statistics.html

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NAC I O NA I S

1 4 º C o n g re s s o Po r t u g u ê s d o AVC 6 a 8 de Fevereiro de 2020 Hotel Sheraton – Por to

1 4 º C o n g re s s o Po r t u g u ê s d e H i p e r t e n s ão e R i s c o C a rd i o v a s c u l a r 6 a 9 de Fevereiro de 2020Centro de Congressos de V i lamoura - Algar ve

E n c o n t ro R e n a l 2 0 2 0 26 a 28 de Março de 2020 Centro de Congressos de V i lamoura – Algar ve

C o n g re s s o Po r t u g u ê s d e C a rd i o l o g i a 2 0 2 0 25 a 27 de Abr i l de 2020Centro de Congressos de V i lamoura – Algar ve

2 6 º C o n g re s s o Nac i o n a l d e M e d i c i n a I n t e r n a 2 0 2 0 21 a 24 de Maio de 2020 Alt ice Forum Braga - Braga

CO N G RES S O S NAC I O NA I S E I N T ERNAC I O NA I S I N T ERNAC I O NA I S

ACC – A m e r i c a n C o l l e ge o f C a rd i o l o g y 2 0 2 028 a 30 de Março de 2020 Chicago – USA

ES H - E u ro p e a n S o c i e t y o f H y p e r t e n s i o n C o n g re s s 2 0 2 0 29 de Maio a 1 de Junho de 2020Glasgow – Escócia

ES C – E u ro p e a n S o c i e t y o f C a rd i o l o g y C o n g re s s 2 0 2 0 29 de Agosto a 2 de Setembro de 2020 Amesterdão – Holanda

E A S D – E u ro p e a n A s s o c i a t i o n f o r t h e S t u d y o f D i a b e t e s 2 0 2 0 21 a 25 de Setembro de 2020 V iena – Áustr ia

A H A – A m e r i c a n H e a r t A s s o c i a t i o n 2 0 2 014 a 16 de Novembro de 2020 Dal las - USA

PORTO

VILAMOURA

AGENDA 2020

MARÇO/ABRIL 202030

BARCELONA

NOVA IORQUE

FUNCHAL

ATENAS

: ▼ Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas. NOME DO MEDICAMENTO Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película. Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película, e Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película. Cada comprimido contém 40 mg de azilsartan medoxomilo (sob a forma de potássio) e 12.5 mg ou 25mg de clorotalidona. FORMA FARMACÊUTICA Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película: Comprimido revestido por película de cor vermelho pálido, redondo (aproximadamente 9.7 mm de diâmetro), biconvexo, com A/C 40/12.5 gravado numa das faces. Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película: Comprimido revestido por película de cor vermelho claro, redondo (aproximadamente 9.7 mm de diâmetro), biconvexo, com A/C 40/25 gravado numa das faces. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Tratamento da hipertensão em adultos. Edarclor é uma associação de dose fixa indicada em adultos cuja pressão arterial não é adequadamente controlada por monoterapia com azilsartan medoxomilo. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Posologia - Adultos: A dose inicial recomendada é de 40 mg + 12.5 mg uma vez por dia em doentes cuja pressão arterial não é adequadamente controlada com monoterapia anti-hipertensiva corrente como Edarbi 40 mg ou Edarbi 80 mg. Se necessário a dose pode ser aumentada para um máximo de 40 mg + 25 mg uma vez por dia. O efeito anti-hipertensor perto do máximo torna-se normalmente evidente ao fim de 1-2 semanas, com os efeitos máximos atingidos às 4 semanas. Populações especiais: Idosos (idade igual ou superior a 65 anos): Não é necessário um ajuste inicial da dose nos doentes idosos; nos doentes muito idosos (≥75 anos), o tratamento deve ser efetuado com precaução e recomenda-se uma monitorização médica apertada. Compromisso renal e Afeção hepática: A clorotalidona, um dos componentes ativos do Edarclor, não deve ser usada em doentes com compromisso renal grave , anúria e afeção hepática grave. Não há experiência da administração de Edarclor em doentes com transplante renal recente. Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com compromisso renal ligeiro ou moderado. É limitada a experiência de utilização em doentes com afeção hepática ligeira a moderada; no entanto não é necessário um ajuste inicial da dose de Edarclor em doentes com afeção hepática ligeira a moderada. Alterações menores do equilíbrio hidro eletrolítico devidas a diuréticos tiazídicos podem precipitar um coma hepático. Recomenda-se monitorização estreita. Depleção do volume intravascular: Edarclor deve ser iniciado sob supervisão médica estreita, apenas após ter sido alcançado um volume correto. Uma resposta hipotensiva temporária devida a depleção de volume não impede que os doentes continuem o tratamento, o qual pode normalmente ser continuado sem dificuldade uma vez estabilizados a pressão arterial e o estado do volume. Insuficiência cardíaca: Recomenda-se precaução em doentes hipertensos com insuficiência cardíaca congestiva dado que não existe experiência de utilização nestes doentes. População de raça negra: Não é necessário um ajuste da dose na população de raça negra. População pediátrica: A segurança e eficácia em crianças e adolescentes dos 0 aos <18 anos de idade não foram ainda estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração: Via oral e pode ser tomado com ou sem alimentos. CONTRAINDICAÇÕES - Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. - Gravidez. - Afeção hepática grave. - Compromisso renal grave (TFG <30 mL/min/1.73m2). - Anúria. - Hiponatremia refratária. - Hipercalcemia. - Hiperuricemia sintomática. - O uso concomitante de Edarclor com medicamentos contendo aliscireno é contraindicado em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal. EFEITOS INDESEJÁVEIS Lista tabelada de reações adversas As reações adversas baseadas nos dados

agregados de todos ensaios clínicos de fase 3 são apresentadas em baixo, de acordo com as classes de sistemas de órgãos e termos preferenciais. Estão classificadas por frequência, utilizando a seguinte convenção: muito frequentes (≥ 1/10); frequentes (≥ 1/100, < 1/10); pouco frequentes (≥ 1/1,000, < 1/100); raras (≥ 1/10,000, < 1/1,000); muito raras (< 1/10,000), incluindo notificações isoladas. Dentro de cada classe de frequência, as reações adversas são apresentadas por ordem decrescente de gravidade. Doenças do metabolismo e da nutrição – Reações adversas frequentes: Aumento do ácido úrico no sangue, hiperuricémia. Doenças do sistema nervoso – Reações adversas frequentes: Tonturas, tonturas posturais. Vasculopatias – Reações adversas frequentes: Hipotensão. Doenças gastrointestinais - Reações adversas frequentes: Diarreia, náuseas. Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos- Reações adversas frequentes:Espasmos musculares. Perturbações gerais e alterações no local de administração - Reações adversas frequentes: Fadiga. Exames complementares de diagnóstico - Reações adversas:muito frequentes: Aumento da creatinina no sangue; Reações adversas frequentes: Aumento da ureia no sangue. Informação adicional sobre os componentes individuais: As reações adversas que se sabe ocorrerem com cada componente administrado isoladamente mas que não foram observadas nos estudos clínicos podem ocorrer durante o tratamento com Edarclor. Clorotalidona: Adicionalmente às reações adversas listadas para o Edarclor, foram notificadas as seguintes reações adversas para a clorotalidona: Doenças do metabolismo e da nutrição - Reações adversas:muito frequentes: Aumento dos lípidos no sangue; Reações adversas frequentes: Hipomagnesemia. Cardiopatias – Reações adversas frequentes: Hipotensão postural. Doenças gastrointestinais – Reações adversas frequentes: Perda de apetite, desconforto gastrointestinal menor. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – Reações adversas frequentes: Urticaria. Doenças dos órgãos genitais e da mama - Reações adversas frequentes: Impotência. Exames complementares de diagnóstico. Creatinina sérica: O tratamento com Edarclor resultou numa maior incidência de aumentos da creatinina sérica, comparativamente com o azilsartan medoxomilo e a clorotalidona. Estes aumentos foram temporários ou não progressivos e reversíveis, e associados com acentuadas reduções da pressão arterial. Ácido úrico: O Edarclor esteve associado a aumentos do ácido úrico sérico. Os aumentos de ácido úrico são dependentes da dose, aumentando com a dose de clorotalidona, embora tenham sido pouco frequentes as notificações de gota nos grupos de tratamento, mesmo nos estudos de longo prazo. Hemoglobina e hematócrito: O Edarclor esteve associado com reduções ligeiras nos níveis de hemoglobina, hematócrito, e na contagem de células vermelhas, consistentes com os efeitos farmacológicos conhecidos dos inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Experiência pós-comercialização - Foi notificada uma rara incidência de angioedema associado ao uso de Edarclor. Não foram identificadas outras reações adversas nas notificações espontâneas pós-comercialização. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sistema de notificação mencionado abaixo: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos, Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53, 1749-004 Lisboa; Tel: +351 21 798 73 73; Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita); Fax: +351 21 798 73 97; Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage; E-mail: [email protected]. DATA DA REVISÃO DO TEXTO janeiro 2018. Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos http://www.ema.europa.eu. Para mais informações deverá contactar o representante do titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado no escalão B.

: ▼ Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas. NOME DO MEDICAMENTO: Edarbi 20 mg comprimidos. Edarbi 40 mg comprimidos. Edarbi 80 mg comprimidos. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Cada comprimido contém 20 mg, 40mg ou 80 mg de azilsartan medoxomilo (sob a forma de potássio). FORMA FARMACÊUTICA: Comprimido branco a esbranquiçado redondo, com 6,0 mm, 7,6 mm ou 9,6 mm de diâmetro; com “ASL” gravado numa das faces e “20”, “40” ou “80” gravado na outra face, para os comprimidos de 20 mg, 40 mg ou 80 mg respetivamente. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Edarbi é indicado para o tratamento da hipertensão essencial em adultos. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Posologia: A dose inicial recomendada é de 40 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até um máximo de 80 mg uma vez ao dia nos doentes cuja pressão arterial não é adequadamente controlada com a dose mais baixa. O efeito anti-hipertensor perto do máximo torna-se visível ao fim de 2 semanas, com os efeitos máximos atingidos às 4 semanas. Se a pressão arterial não for adequadamente controlada com o Edarbi isoladamente, pode obter-se uma redução adicional da pressão arterial quando o Edarbi é administrado concomitantemente com outros medicamentos anti-hipertensores, incluindo diuréticos e bloqueadores dos canais do cálcio. CONTRAINDICAÇÕES: - Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. - No segundo e terceiro trimestres da gravidez. - O uso concomitante de Edarbi com medicamentos contendo aliscireno a contraindicado em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG < 60 ml/min/1,73 m2). EFEITOS INDESEJÁVEIS: Resumo do perfil de seguranca: Edarbi nas doses de 20, 40 ou 80 mg foi avaliado em termos de segurança em estudos clinicos com doentes tratados durante até 56 semanas. Nestes estudos clinicos, as reações adversas associadas ao tratamento com o Edarbi foram, na sua maioria, ligeiras ou moderadas, com uma incidência global semelhante ao placebo. As tonturas constituiram a reação adversa mais frequente. A incidência das reações adversas com o Edarbi não foi afetada pelo sexo, idade ou raça. Lista tabelada de reações adversas: As reações adversas (doses de 40 e 80 mg) classificadas por frequencia são: tonturas, diarreia e aumento da creatina fosfoquinase plasmática (frequentes (> 1/100, < 1/10)); hipotensão, náuseas, erupção cutânea e prurido, espasmos musculares, fadiga e edema periférico, aumento da creatinina plasmática e aumento do ácido úrico plasmático (pouco frequentes (> 1/1000, < 1/100)); angioedemas (raras (> 1/10.000, < 1/1000)). As reações adversas foram notificadas para a dose de Edarbi 20 mg com uma frequencia semelhante às doses de 40 e 80 mg num estudo controlado por placebo. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sistema nacional de notificação mencionado abaixo: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos - Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351217987140 Fax: +351217987397 - Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage - E-mail: [email protected] Data da revisão do texto: outubro 2014. Para mais informações deverá contactar o representante do titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado escalão B. Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu.

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