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ANO XVII • N.º 204 • PREÇO: E 1,50 PUBLICAÇÃO MENSAL ASSINATURA ANUAL: E 15,00 JUNHO 2016 A voz do regionalismo desde 1999 1941 2016 75 ANOS ESPERADOS MAIS DE 15.000 VISITANTES NO SEASIDE SUNSET SESSIONS 2016 FESTA MEMORÁVEL NAS BODAS DE DIAMANTE DA CASA DO CONCELHO Sede: Rua das Escolas Gerais, 82 - 1100-220 LISBOA - Tel./Fax 218 861 082 - [email protected] www.casapampilhosadaserra.pt | Delegação: Travessa de S. Pedro, nº 4 3320-236 Pampilhosa da Serra | Director: Carlos Simões FESTA MEMORÁVEL NAS BODAS DE DIAMANTE DA CASA DO CONCELHO Pág. 10 e 11 ESPERADOS MAIS DE 15.000 VISITANTES NO SEASIDE SUNSET SESSIONS 2016 Pág. 3

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ANO XVI I • N . º 204 • PREÇO: E1 ,50 PUBLICAÇÃO MENSAL ASSINATURA ANUAL: E15 ,00 • JUNHO 2016

A v o z d o re g i o n a l i s m o d e s d e 1 9 9 9

19412016

75ANOS

ESPERADOS MAIS DE 15.000 VISITANTES NO SEASIDE SUNSET SESSIONS 2016

FESTA MEMORÁVEL NAS BODAS DE DIAMANTE DA CASA DO CONCELHO

Sede: Rua das Escolas Gerais, 82 - 1100-220 LISBOA - Tel./Fax 218 861 082 - [email protected] – www.casapampilhosadaserra.pt | Delegação: Travessa de S. Pedro, nº 4 3320-236 Pampilhosa da Serra | Director: Carlos Simões

FESTA MEMORÁVEL NAS BODAS DE DIAMANTE DA CASA DO CONCELHO

Pág. 10 e 11

ESPERADOS MAIS DE 15.000 VISITANTES NO SEASIDE SUNSET SESSIONS 2016

Pág. 3

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Jornal “Serras da Pampilhosa”

Fundado em Junho de 1999

Ficha Técnica

Presidente: José Ferreira

Director: Carlos Simões

Sub-Director: ... .... ....

Redactores:António Amaro RosaAníbal PachecoJorge Ramos

Colaboradores nesta edição:

André MendesAnselmo LopesArmando RamosArmindo MendesIsaura FernandesIsidro Alves MarquesJ. Marques de AlmeidaJúlio Cortez FernandesManuel NunesMaria do Céu BritoZé Manuel

Paginação e Grafismo:Beta VicenteSérgio Vicente

Montagem e Impressão:Vigaprintes-Artes Gráficas, Lda.Núcleo Empresarial Quinta da Portela, n.º 38Guerreiros – 2670-379 LouresTelefone: 219 831 849 Fax: 219 830 784E-mail: [email protected]

Propriedade: Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra

Sede: Rua das Escolas Gerais, n.º 82, - 1100-220 Lisboa

Telefone: 218 861 082

E-mail:[email protected]

Distribuição:Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra

Periodicidade: Mensal

Tiragem: 1.500 exemplares

Depósito Legal n.º 228892/05Inscrito no Instituto da Comunicação Social sob o n.º 123.552

O Estatuto Editorial está disponível para consulta em www.casapampilhosadaserra.pt

Todos os artigos são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não traduzem a opinião da Direcção do Jornal e/ou dos órgãos sociais da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra.

2 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Ficha de InscriçãoNome _________________________________________________________________________

Morada _______________________________________________________________________

Cód. Postal ________________- __________ _______________________________________

Telef./Telemóvel _______________________ E-mail: ________________________________

Desejo receber os 12 números do Jornal “Serras da Pampilhosa”. 201__ / ____ / _______ Ass. _________________________________

Breves

EDITORIAL

INFORMAÇÃO: Faça o pagamento do Jornal “Serras” e/ou as quotas de sócio da Casa por transferência bancária para o IBAN: PT50 0035 0582 00008286130 23

Destaque ou fotocopie este cupão e envie-nos juntamente com um cheque ou vale de correio para Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra, Rua das Escolas Gerais, N.º 82, 1100-220 Lisboa.Para renovação da assinatura, envie-nos a cinta de papel que envolve o jornal, juntamente com um novo cheque ou vale de correio para a mesma morada, ou por transferência bancária através do IBAN: PT50 0035 0582 00008286130 23. Actualize sempre os seus contactos, utilizando este cupão.

CASA DO CONCELHO DE PAMPILHOSA DA SERRA

Horário de Abertura das Instalações

Segunda-feira: 15h30 – 19h30 | Quarta-feira: 15h30 – 19h30Sábado: 15h30 – 19h30 | Até 22h00 em dia de ensaio do RanchoAos Domingos quando há eventos.

Para confirmar ligar 919 455 245 (Sr. António)

Em mês das grandes come-morações dos 75 anos da nossa Casa do Concelho

nas suas “Bodas de Diamante”, e de celebrar o aniversário do nosso jornal Serras da Pampi-lhosa que conta já com 17 anos de publicações mensais inin-terruptas, juntando os nossos Serranitos que já contam com 7 anos de atividade, o momento é de comemoração e de reflexão para o futuro. Nesse sentido, tive oportunidade de proferir algu-mas palavras no almoço come-morativo realizado no dia 5 de junho, na Quinta Valenciana em Fernão Ferro, tendo sido um dia memorável para a Casa e para o Jornal. Na ocasião, relativamente ao Serras disse:

“O Jornal Serras da Pampi-lhosa é um meio de comunicação social regional criado em 1999, pela direção da Casa Concelhia pampilhosense, sob o lema “A Voz do Regionalismo”, e em boa hora a direção presidida pelo João Ramos, atual presidente da AG da CCPS, lançou este arrojado projeto, que uniu esforços e boas vontades, no sentido de publicar um jornal que desse visibilidade à meritória ação da Casa do Concelho e das cerca de 60 coletividades regionalistas ativas suas filiadas.

Ninguém era jornalista, mas a vontade da direção e a disponi-bilidade do nosso primeiro dire-tor, César Oliveira e do seu dire-tor adjunto, o saudoso Fernando Carvalho, foram suficientes para que, em Junho de 1999 fosse publi-cado o número zero.

Já foram publicadas 203 edições. Desde o número zero até agora, foram lutas mensais, e muitos foram aqueles que ajuda-ram a colocar na rua mensalmente esta publicação, tendo estado na direção do jornal, para além do César Oliveira, a Ana Paula Bran-co e mais recentemente o nosso saudoso Armindo Antunes.

Armindo Antunes, também ele era um amador e amante do

jornalismo regional, e um profis-sional nas relações humanas, sendo agora e sempre uma referência na vida desta publicação, …e ainda um exemplo de dedicação e de grande Homem, …quer para a Casa do Concelho, quer para o concelho de Pampilhosa da Serra.

Só o facto de pensar que no ano passado era o nosso Armin-do que estava no nosso almoço de aniversário a dirigir algumas palavras aos presentes como dire-tor do Serras, deixa-me …nervoso, ansioso, angustiado, mas acima de tudo…honrado e motivado pra continuar o seu legado. O Armin-do merece um enorme aplau-so…porque ele está aqui …aqui connosco no nosso coração.

Coube-me a tarefa de tentar substituir este grande Homem como diretor do Serras … tarefa que considero…"Missão Impos-sível". Considero que os grandes Homens deixam a sua marca gravada de tal forma …que se tornam eternos e inimitáveis. Obri-gado Armindo pelo que fizeste pelo Serras da Pampilhosa e pelo conce-lho de Pampilhosa da Serra.

O Serras tem continuado a sua missão de divulgar e levar longe o concelho de Pampilhosa da Serra. Conforme nosso Estatuto Edito-rial, o nosso objetivo é apenas e só a divulgação e promoção do nosso concelho, quer através da divul-gação da sua cultura, quer dando voz ao Regionalismo, conforme é o seu lema, dando a conhecer as atividades, necessidades, projetos e anseios das populações, através das coletividades regionalistas e dos pampilhosenses em geral.

Caras amigas e amigos, aqueles que colocam a Pampilhosa no topo das suas prioridades, são também a nossa prioridade editorial. As nossas páginas estão ao serviço da Pampilhosa da Serra e dos pampi-lhosenses, …e felizmente, não têm faltado conteúdos para compor a nossa edição mensal.

Na qualidade de diretor do Serras, agradeço todos os contri-

butos que nos chegaram ao longo deste notável trajeto de 17 anos. Agradeço a todos os diretores, dire-tores adjuntos, colaboradores com o envio de artigos e notícias, …e a todos os que vivem o Serras e lhe dão parte da sua vida…

Neste dia de festa, destaco duas pessoas:O António Rosa, ….gran-de colaborador que tem dado apoio determinante na revisão e edição de conteúdos, e …não me canso de enaltecer…e sei que ela não gosta nada disto, mas… peço uma salva de palmas para a incansável… Beta Vicente, pelo seu trabalho de paginação e composição gráfica.

A Beta Vicente, que quase todos os dias recebe o meu contacto a enviar e alterar conteúdos, traba-lha para o Serras ao fim de semana e por vezes durante a semana e até tarde (já me chegou a enviar emai-l´s às 3 da manhã). É simples… Presentemente, sem ela o jornal não existia.

O Serras, como órgão de comu-nicação social regional da Casa CPS, é já a publicação de maior longevidade no nosso concelho. Este facto, é para todos nós que ajudamos a dar corpo a este proje-to uma grande honra e um enor-me orgulho. Contudo, conforme podemos ler na edição de Maio no editorial e num artigo da autoria do nosso grande amigo regionalista e colaborador Aníbal Pacheco, a sustentabilidade económica desta publicação não tem sido a melhor, afetando negativamente de forma significativa o orçamento da Casa Concelhia.

Neste sentido, a atual direção da CCPS deliberou tomar medidas no sentido de inverter esta situação, sem contudo beliscar a continuida-de do jornal, nem tampouco os seus objetivos editoriais iniciais. Assim, para além de incentivar os muitos assinantes devedores a pagar a sua anuidade (e que lamentavelmente são muitos) … na próxima edição que sairá neste mês de junho, iremos alterar o formato do jornal através da redução da dimen-

são de página, …colocando essa dimensão semelhante aos demais jornais, regionais e nacionais.

O estudo prévio realizado pela direção e pelo nosso diretor Sérgio Vicente da gráfica Vigaprintes, permite concluir que com esta alte-ração a viabilidade financeira do jornal é restabelecida, através da redução de custos de impressão e expedição, permitindo assim conti-nuar a trilhar o seu caminho e pensar em renovar por muitos e longos anos a efeméride que hoje aqui comemoramos, …e cantar os parabéns a par desta grande instituição que é a Casa CPS.

Caras amigas e amigos, …caros leitores, …para que o jornal continue a ser cada vez mais forte, ajudem-nos a ajudar. Façam-se assinantes ou anunciem as vossas empresas.

Estamos ao serviço do associati-vismo pampilhosense, do regiona-lismo e do concelho. A divulgação e o desenvolvimento do concelho de Pampilhosa da Serra é o nosso único lema.

Obrigado a todos os que tem apoiado, …para o ano cá estare-mos para cantar os parabéns ao nosso SERRAS. VIVA o Serras. VIVA a Pampilhosa da Serra”!

O Director, Carlos Simões

Ver em video em https://www.facebook.com/antonio.almeida.3597789/videos/o.103968799669210/464937927036793 / ? t ype=2&thea t e r&no t i f _ t=page_wa l l&no t i f _id=1465341574862171

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 3

Actualidade

x-elementos, represenacional, a memorar os 33 anos do nosso Rancho Folclórico.

Carlos Simões

B

Realizou-se no dia 31 de maio no My Story Hotel, no Rossio em Lisboa, a apresentação

oficial do festival de música Seaside Sunset Sessions 2016. Uma iniciativa conjunta do Município de Pampilho-sa da Serra e da empresa Seaside.

Marcaram presença o Sr. Presiden-

te da Câmara Municipal de Pampi-lhosa da Serra, José Brito, o vice-pre-sidente Engº Jorge Custódio, o Sr.

Acácio Teixeira, fundador e Presiden-te do Conselho da Administração da Seaside, estando a apresentação do festival à comunicação social presente a cargo da LusoEvents, pelo Diretor Geral Sr. João Paulo Ribeiro e Srª. Vera Trindade.

Este ano o evento decorre de 12

a 21 de agosto, sendo os dias princi-pais na sexta feira, dia19, e sábado, dia 20. Tendo em conta o êxito das

edições dos dois anos anteriores, com uma grande manifestação de agrado e afluência de visitantes, em 2016 a organização pretende aumentar a importância do evento, devendo passar a ser considerado um grande festival a nível nacional, sendo espera-dos mais de 15 mil visitantes !!.

Nas edições anteriores passaram por este festival os famosos Dj`s Kura, Mastiksoul, Pete Tha Zouk e Dj Ride, mas este ano o cartaz em Pampilhosa da Serra promete com a presença no dia 19 dos DJ`s Yves V do Tomor-rowland, Karetus, Oscar DJ e Joana Perez, e no dia 20, Diego Miranda e outros nomes famosos da música eletrónica, entre os quais, o DJ Riot dos Buraka Som Sistema e DJ Rob Willow.

A este festival que decorre na Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra, numa plataforma aquática construída sobre as águas límpidas do Rio Unhais, não faltará ainda muita animação, diver-sas atividades culturais e desportivas, entre as quais, desportos radicais e aquáticos, aulas de zumba, ginástica e muitas outras surpresas.

Nesta edição há algumas novi-dades, para os amantes da natureza, onde uma boa alternativa ao aloja-mento tradicional será o Camping e o Glamping que estará disponível, por um custo residual, para todos os que queiram visitar e pernoitar na Pampilhosa da Serra durante todos os dias do festival. Tudo foi pensado ao pormenor para comodidade dos visitantes e banhistas. Existirão cinco bares a funcionar em todo o recinto nos dois dias principais e o menu de bebidas incluí opções saudáveis.

Algumas das principais atrações

são as aulas de dança e um slide sobre a praia que termina em mergulho.

Outra novidade é a parceria com a Rede Expresso, que resultará em descontos nos bilhetes, ao longo desta semana, para quem queira fazer da Pampilhosa o seu destino de férias.

O Seaside Sunset Sessions é promovido pela Câmara da Pampi-lhosa da Serra e a Seaside associa-se ao festival como naming sponsor.

«Mais do que um festival, uma expe-riência única» é o que promete a orga-nização do festival.

Não falte em Pampilhosa da Serra. Venha desfrutar gratuitamente deste grande evento.

Carlos Simões

ESPERADOS MAIS DE 15.000 VISITANTES NO SEASIDE SUNSET SESSIONS 2016

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4 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade

Teve lugar, no dia 23 de maio, no Auditório Municipal de Pampilho-

sa da Serra, a Final do Concurso Municipal de Ideias de Negó-cio, no âmbito do projeto “Empreendedorismo nas Esco-las” - 3ª edição, proposto pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e leva-do a cabo pelo Município de Pampilhosa da Serra em estreita articulação com o Agrupamento de Escolas.

Numa atividade que envolveu o 3º CEB do Agrupamento, estiveram a concurso 4 ideias e a equipa vence-dora, para representar o Concelho de Pampilhosa da Serra na Final Intermunicipal, destacou-se pelo grau de inovação da sua ideia – BAG

TOWEL. A adesão dos jovens alunos, pais

e colegas, a este projeto foi indicativa da sua relevância no território e possi-bilitou trabalhar aspetos importantes, com impacto ao nível da sua forma-ção. Com o objetivo de criar uma cultura empreendedora, promover o espírito de iniciativa, de cooperação

e criatividade, e permitir aos jovens uma e x p e r i ê n c i a real e válida na área do e m p r e e n -d e d o r i s m o, esta iniciativa pautou-se pela cr iat iv idade das ideias apresentadas e pelo espírito empreendedor revelado por estes jovens,

como dois dos elementos a salientar e que continuam a marcar o sucesso da atividade.

No dia 4 de Junho realizou-se na Final Intermunicipal do Concurso de Ideias de Negócio – 3º CEB, no Grande Auditório do CAE – Figuei-ra da Foz, no âmbito do projeto “Empreendedorismo nas Escolas” - 3ª edição, proposto pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coim-bra, envolvendo 10 dos Municípios que compõem a CIM RC. A equi-pa composta por Fernando Nunes, Joana Pinto e Mariana Santos apre-sentou a ideia BAG TOWEL e repre-sentou o concelho de Pampilhosa da Serra da forma mais honrosa possível, tendo conquistado um meritoso 2º lugar.

A Pampilhosa da Serra continua a inspirar criatividade e estes jovens provaram, perante um auditório atento, que este território tem um grande potencial empreendedor.

2º LUGAR PARA A PAMPILHOSA DA SERRA NA FINAL INTERMUNICIPAL DO CONCURSO DE IDEIAS DE NEGÓCIO – CIM-RCO projeto “CLDS-3G Pampi-

lhosa ATIVA!”, promovido pela Associação de Solida-

riedade Social de Dornelas do Zêzere com o apoio do Município de Pampi-lhosa da Serra, dinamizou um vasto conjunto de atividades durante o mês de maio, entre as quais dois encontros geracionais, no Centro Educativo de Dornelas do Zêzere.

No dia 10 de Maio, os seniores do

Lar do Carregal animaram o interva-lo da manhã com jogos tradicionais (“Jogo do Anel”, “Jogo da Roda” e “Bola e Música”), finalizando a ativida-de com um momento musical.

No dia 17 de Maio, os seniores do Lar de Dornelas do Zêzere levaram até às crianças daquele espaço educativo um momento lúdico, com o “Jogo das latas” e o “Jogo de bowling”, seguido da plantação de mirtilos, amoras e cenou-ras, na “Horta Pedagógica”.

Esta atividade terminou com a apanha de favas, colhidas naquela horta, que foram entregues pelas crian-ças à Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, incu-tindo nos mais novos o espírito da solidariedade.

Também no dia 17 de maio, no período da manhã, junto de pessoas desempregadas, uma ação de “Coaching Grupal”. O principal objetivo desta ação foi dar a conhecer aos formandos o “Vídeo Curriculum (VC)” e, por conseguinte, levá-los a desenvolver conteúdos para a criação do seu VC. A sessão decorreu na Sala de Conferências do Edifício Monse-nhor Nunes Pereira, em Pampilhosa da Serra, correspondendo às expecta-tivas dos formandos, permitindo-lhes a aprendizagem de metodologias e técnicas necessárias para a construção de um VC.

No período da tarde, foram dina-mizadas duas ações de coaching indi-vidual, com o intuito de capacitar os participantes para a concretização dos seus objetivos pessoais, sociais e profis-sionais, através da técnica do coaching e hipnoterapia.

No dia 19 de maio, foi promovida a Horta Pedagógica, na Sede do Agrupa-mento de Escolas Escalada, Pampilho-

sa da Serra, junto das crianças do 1.º Ciclo. Nesta atividade, que teve como objetivo promover hábitos alimenta-res saudáveis e fomentar o contacto com a agricultura biológica, os alunos plantaram morangos, cebolos, couves e tomates.

No dia 23 de maio, foi dinamiza-da uma ação de orientação vocacional para os formandos do Curso de Vigi-lantes Florestais em colaboração com

o GIP (Gabinete de Inserção Profissio-nal). Esta sessão teve como principais objetivos, desenvolver competências para o trabalho em equipa, dotando os formandos de instrumentos de gestão e resolução de conflitos, necessários à função de vigilante florestal.

Com o recurso a dinâmicas de grupo, visualização e análise de vídeos, a ação permitiu promover, ao longo do dia, momentos de debate, reflexão e discussão. O balanço final da sessão foi positivo, correspondendo, desta forma, às expectativas dos destinatários.

Nos dias 28 e 29 de maio, num período em que as debilidades econó-micas tornam imperativo o aumento de respostas sociais, o Município de Pampilhosa da Serra e o CLDS 3G

– Pampilhosa ATIVA, em colabora-ção com o Banco Alimentar aderiu à campanha nacional do Banco Alimen-tar Contra a Fome.

A iniciativa contou com um grupo de voluntários e estabelecimentos comerciais que recolheram alimen-tos oferecidos pela população. Com o mote “Partilhar sabe bem”, foi com grande espirito de entreajuda e partilha que os Pampilhosenses contribuíram para esta campanha.

Esta ação teve como objetivo a reco-lha do maior número de alimentos para posteriormente entregar a famílias do Concelho que se encontram numa situação económica vulnerável, tendo sido angariados cerca de 500 quilos de alimentos e que vão ser distribuídos por famílias carenciadas no Concelho de Pampilhosa da Serra. Este é o resul-tado do apoio da população e voluntá-rios, que colaboraram gene-rosamente neste projeto de responsabilidade social.

Foi inaugurada no dia 15 de maio de 2016 a “Subida Épica Porto de Vacas – Xiqueiro”, na

Pampilhosa da Serra. Cerca de 70 ciclistas participaram

em mais uma Subida Épica Aldeias do Xisto pertencente ao portefólio das Bike Roads, projeto através do qual, e à semelhança do que acon-tece nalguns destinos de montanha noutros países, estão a ser caracteriza-das e sinalizadas algumas das subidas mais desafiantes em Portugal para se fazer em bicicleta.

Foi num ambiente de festa que os participantes enfrentaram esta nova subida, ao lado de amigos e outros

amantes do ciclismo, num desafio cronometrado com 1.030 metros de elevação, 11 km de extensão, cerca de 6,3% de inclinação média de altitude

e as paisagens arrebatadoras do rio Unhais e das Serras do Açor e da Lousã.

Na véspera do dia da inauguração foi disponibilizado um conjunto de circuitos para que, os participantes pudessem descobrir as melhores propostas de percursos de bicicleta de estrada desta região.

A prova, que iniciou às 10h30 de domingo em Porto de Vacas passan-do pelo Machialinho e Portela de Unhais e terminou no Xiqueiro, encerrou com um lanche--convívio entre todos os participantes.

ATIVIDADES CLDS-3G PAMPILHOSA ATIVA!

INAUGURAÇÃO DA “SUBIDA ÉPICA PORTO DE VACAS – XIQUEIRO”

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 5

Actualidade

São várias as Praias Fluviais Aldeias do Xisto que este ano foram distinguidas com a

Bandeira Azul e também pela Quer-cus, num total de 21 praias. A quali-dade da água, a segurança e a gestão ambiental foram alguns dos critérios avaliados, aos quais se juntou a paisa-gem natural. Agora que a época de veraneio se aproxima esta é uma exce-lente opção para quem não dispensa umas férias na praia… com toda a tranquilidade!

O número de praias fluviais da

rede Aldeias do Xisto, distingui-das pela sua qualidade, continua a aumentar!

Bandeira Azul e Quercus reco-nhecem estas praias fluviais como algumas das melhores do nosso país. E esta distinção tem vindo a aumen-tar gradualmente de ano para ano. Assim, o ano passado o número total de Praias Fluviais Aldeias do Xisto com Bandeira Azul era de 8, sendo este ano de 11. Em relação à Quercus,

a evolução foi ainda maior, passando de 5 para 10 praias distinguidas como Galardão de Ouro.

Atualmente são 11 as Praias Fluviais Aldeias do Xisto distingui-das com o galardão Bandeira Azul e 10 praias às quais foram atribuídas a Medalha de Ouro da Quercus.

Bandeira Azul:• Albufeira de Santa Luzia (Pampi-lhosa da Serra)• Alvôco das Várzeas (Oliveira do Hospital)

• Bogeira (Lousã)• Bostelim (Vila de Rei)• Canaveias (Góis)• Carvoeiro (Mação)• Louçainha (Penela)• Peneda/Pego Escuro (Góis)• Pampilhosa da Serra (Pampilhosa da Serra)• Pessegueiro (Pampilhosa da Serra)• Piódão (Arganil)

A Bandeira Azul é um símbolo de qualidade ambiental atribuí-

do anualmente às praias, portos de recreio e marinas que se candidatam e que cumpram um conjunto de crité-rios, nomeadamente: Informação e Educação Ambiental; Qualidade da Água; Gestão Ambiental e Equipa-mentos; Segurança e Serviços. A cada início da época balnear, a Associação Bandeira Azul realiza uma análise e uma monitorização durante o verão a fim de comprovar o cumprimento dos requisitos por parte das praias em causa.

A juntar a esta distinção, a Quer-cus identificou também 10 praias que distinguiu com a Medalha de Ouro, designadamente: Albufeira de Santa Luzia (Pampilhosa da Serra), Boguei-ra (Lousã), Carvoeiro (Mação), Fernandeires (Vila de Rei), Fóia (Proença-a-Nova), Peneda/Pego Escuro (Góis), Peneda da Cascalhei-ra/Secarias (Arganil), Pessegueiro (Pampilhosa da Serra), Piódão (Arga-nil) e Zaboeira (Vila de Rei).

As avaliações da Quercus têm em conta as análises realizadas à água seguindo critérios de elevado rigor que incluem a avaliação das análises

efetuadas às praias nos últimos cinco anos, exigindo a mesma que os resul-tados do último ano sejam todos exce-lentes por forma a garantir a qualidade e uma maior fiabilidade. De salientar, que este ano, passou igualmente a ser incluído neste galardão, a existência de eventuais atentados ambientais ou paisagísticos nas praias.

Na opinião de Rui Simão, coor-denador da ADXTUR1 – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, «estas distinções revestem-se sempre de grande importân-

cia porque premeiam, acima de tudo, a qualidade das nossas praias. E quan-do falo de qualidade, refiro-me a um conjunto de atrativos únicos que fazem das praias fluviais Aldeias do Xisto um local para umas férias de verão singula-res: tranquilidade, segurança, conforto, serviços, natureza… em família ou entre amigos.»

___________1 A Rede das Aldeias do Xisto é um proje-

to de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com 20 municípios da Região Centro e com cerca de 100 operado-res privados. A ADXTUR congrega, assim, as vontades públicas e privadas de uma região, que se reveem na gestão partilhada de uma marca, na promoção conjunta de um territó-rio, na criação de riqueza através da oferta de serviços turísticos e, finalmente, na preservação da cultura e do património do mundo rural beirão..

A maioria das causas conhecidas dos incêndios florestais é de origem humana.

Agora que o Verão está a chegar, tenha cuidado com o uso do fogo e tenha em atenção que o Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro, prevê pesadas coimas para quem infringir o disposto neste diploma, que podem atingir os 5.000€ para pessoas singula-res e os 60.000€ para pessoas coletivas.

Ter atenção que nos espaços flores-tais e agrícolas não é permitido(a):

• fumar, fazer lume ou fogueiras;• fazer queimas ou queimadas;• lançar foguetes e balões de mecha

acesa;• fumigar ou desinfestar apiários,

salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de reten-ção de faúlhas;

• e a circulação de tratores, máqui-nas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.

Quando fizer piqueniques, leve comida já confecionada e faça refei-ções que não necessitem de ser aque-cidas.

Deposite o lixo em contentores

e adote sempre normas de conduta preventivas.

O Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro, prevê o seguinte:

Artigo 28º - Queima de sobrantes e realização de fogueiras

1 — Em todos os espaços rurais, durante o Período Crítico de incên-dios florestais, não é permitido:

a) Realizar fogueiras para recreio ou lazer e para confecção de alimentos, bem como utilizar equipamentos de queima e de combustão destinados à iluminação ou à confecção de alimen-tos;

b) Queimar matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração.

2 — Em todos os espaços rurais, fora do período crítico e desde que se verifique o índice de risco temporal de incêndio de níveis muito elevado e máximo, mantêm-se as restrições refe-ridas no número anterior.

3 — Exceptua-se do disposto na alínea a) do nº 1 e no número anterior, quando em espaços não inseridos em zonas críticas, a confecção de alimen-tos desde que realizada nos locais expressamente previstos para o efeito, nomeadamente nos parques de lazer e recreio e outros quando devidamen-

te infra-estruturados e identificados como tal.

4 — Exceptua-se do disposto na alínea b) do nº 1 e no nº 2 a queima de sobrantes de exploração decor-rente de exigências fitossanitárias de cumprimento obrigatório, a qual deve-rá ser realizada com a presença de uma unidade de um corpo de bombeiros ou uma equipa de sapadores florestais.

Nota: O Período Crítico, no âmbi-to do Sistema de Defesa da Flores-ta Contra Incêndios é definido por Portaria do Ministério da tutela. Em 2015 foi de 1 julho a 30 de setembro.

Artigo 29º - Foguetes e outras formas de fogo

1 — Durante o período crítico não é permitido o lançamento de balões com mecha acesa e de quaisquer tipos de foguetes.

2 — Em todos os espaços rurais, durante o período crítico, a utilização de fogo-de-artifício ou outros artefac-tos pirotécnicos, que não os indicados no número anterior, está sujeita a auto-rização prévia da respectiva câmara municipal.

3 — O pedido de autorização referido no número anterior deve ser solicitado com pelo menos 15 dias de antecedência.

4 — Duran-te o período crítico, as acções de fumi-gação ou desin-festação em apiários não são permitidas, excepto se os fumigadores estiverem equi-pados com disposit ivos de retenção de faúlhas.

5 — Nos espaços flores-tais, durante o período crítico, não é permiti-do fumar ou fazer lume de qualquer tipo no seu interior ou nas vias que os delimitam ou os atravessam.

6 — Fora do período crítico e desde que se verifique o índice de risco temporal de incêndio de níveis muito elevado e máximo mantêm-se as restrições referidas nos nºs 1, 2 e 4.

7 — Exceptuam-se do disposto

nos números anteriores a realização de contrafogos decorrentes das acções de combate aos incêndios florestais.

Fonte: http://www.icnf.pt

Carlos Simões

BANDEIRA AZUL E QUERCUS DISTINGUEM PRAIAS FLUVIAIS DAS ALDEIAS DO XISTO ENTRE AS MELHORES DO PAÍS E TRÊS SÃO NO CONCELHO DA PAMPILHOSA

Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra

Praia Fluvial da Albufeira de Santa Luzia

Praia Fluvial de Pessegueiro

PESADAS COIMAS PARA O USO INADEQUADO DO FOGO

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6 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade

Criada a 12 de Outubro de 2015, a Associação de Combatentes do Concelho

de Pampilhosa da Serra (ACCPS) começa agora a dar os seus primei-ros passos. A primeira fase começou por arranjar um logotipo que a iden-tificasse e que fosse representativo quer do concelho quer da mensa-gem que queria transmitir. Surgem

assim representados na sua bandeira, os três ramos das Forças Armadas (espingardas para o Exército, âncora para a Marinha e avião para a Força Aérea) e a pomba, que representa aquilo que os militares mais ambicio-nam - a PAZ. Por último, o símbolo do concelho de Pampilhosa da Serra, com as nossas laboriosas abelhinhas de asas bem abertas. A inserção destes símbolos sobre um fundo branco na bandeira, permite realçar dum modo inequívoco as várias mensagens que a Associação pretende transmitir, pare-cendo-nos ter sido de fato uma ideia muito feliz.

Esta obra-prima, a bandeira, foi bordada e feita na Casa das Bandeiras em Lisboa, uma firma do conterrâneo pampilhosense Dr. José Rodrigues, ligado ao Signo Samo, que fez o favor de nos brindar com um bom descon-to no preço a pagar, que publicamen-te agradecemos.

Em paralelo com a criação da bandeira e de todos os documentos

necessários ao normal funcionamen-to da Associação, temos vindo a acei-tar as inscrições de sócios combaten-tes, cujo número ultrapassa já atual-mente, mais de uma centena.

Por outro lado, sendo um dos obje-tivos da ACCPS, a construção dum monumento aos honrosos comba-tentes pampilhosenses na sede de concelho, naturalmente que também

já se desenvolveram diligências junto da Câmara Municipal, no sentido de ser encontrado um local adequado para o nosso desígnio, assunto que, pelo que sabemos está em análise e para o qual será por certo, como ansiamos, encontrado um final feliz pela nossa Câmara.

A dinâmica que a ACCPS preten-de criar, passa pelo desenvolvimento de várias ações de cariz social e cultu-ral, que se traduzam na organização de eventos que sejam do agrado ou do interesse dos seus associados e amigos. Foi assim que, no passa-do dia 01 de Maio, combatentes e amigos idos de Pampilhosa da Serra em transporte particular e cedido pela Câmara Municipal, bem como outros vindos de Lisboa, se junta-ram em Fátima com militares idos de outros pontos do país, para assistirem à “Recitação Internacional do Terço junto à Capelinha das Aparições”, seguida de procissão para junto do altar-mor do recinto e depois, a cele-

bração da santa missa pelo Sr. Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas.

Terminada a parte religiosa, os cerca de 80 excursionistas pampilho-senses seguiram depois para Torres Novas para o Restaurante Seven, localizado no local mais emblemático daquela cidade ribatejana, junto ao castelo, onde foi levado a efeito o 1º Almoço de convívio da ACCPS.

Naquele dia, que era também o Dia da Mãe e o dia da 1ª comunhão de muitos dos jovens do país, veio a ficar marcado pela ausência do Presi-dente da Direção da ACCPS, o José Manuel do Sobral Bendito, porque, infelizmente no dia anterior tinha falecido a sua sogra, a Sra. D. Alice. Dadas as circunstâncias, foi o Vice--Presidente Manuel Xavier, quem teve, como se costuma dizer, de fazer as honras da casa.

Na pequena intervenção que fez aos camaradas e amigos presentes, começou exatamente por justificar a ausência do Zé Manel e lamentar o que tinha sucedido. De seguida, parabenizou as muitas mães presentes por ser o seu dia, o que espontanea-mente originou uma grande salva de palmas. Agradeceu depois a presença de todos num dia tão simbólico para a ACCPS, que considerou especial por 2 ordens de razões bem diferentes;

• A 1ª, porque é o primeiro almoço da Associação de Combatentes, que

estava a dar ali o seu primeiro passo no terreno, junto dos seus associados e amigos,

• A 2ª, por, não se encontrar o “nosso querido e estimado amigo Zé Manel”, pelas razões já expostas, estando àquela hora a decorrer o funeral da sua sogra.

• Igualmente triste para a ACCPS, foi a morte no passado mês de Feve-

reiro, do associado nº 1, camarada Armindo Martins Antunes, que era também o Presidente da Assem-bleia-geral. Prosseguiu, dizendo que nos associávamos à dor e ao luto das famílias daqueles nossos camaradas de armas, enviando dali em nome de todos os presentes as condolências às famílias enlutadas, propondo que fosse guardado um minuto de silên-cio, pelo muito respeito, consideração e admiração que ambos merecem, o qual foi religiosamente cumprido por todos.

Informou depois que a ACCPS, tem já previsto a curto prazo, partici-par ou realizar noutros eventos, desta-cando e apelando à sua participação nos mesmos;

• Em Arganil, em 05/06/2016 (domingo), numa caminhada e sardi-nhada em articulação com a Associa-ção madrinha da ACCPS, a ACCAr-ganil, evento que terá início por volta das 10H00 da manhã e constituirá um bom pretexto para se conhecer

melhor Arganil. • Na Pampilhosa, no domingo 03

Julho 2016, um passeio em Carava-nada pelo concelho, com itinerário ainda não totalmente definido, mas que começará com uma concentra-ção na Pampilhosa às 09H30 e terá almoço em Janeiro de Baixo às 12:30, tendo como anfitrião o camarada e diretor da ACCPS José Martins,

que, ao momento, “disse que naquela altura as sardinhas já estarão bem gordinhas e a praia fluvial estará a pedir umas banhocas”. Um desafio para uma boa sardinhada.

Terminou, apelando aos camaradas que ainda não tenham preenchido a Ficha de Inscrição da Associação, que o façam e que na mesma, além da morada e telefones de

contato, ponham também o e-mail, pois é uma via rápida, cómoda e mais barata, para futuros contatos.

Informou ainda, que a Dire-ção estava à procura de um espaço condigno para a instalação da sede da ACCPS em Pampilhosa da Serra, funcionando atualmente as instala-ções provisórias, na casa do Dr. José Afonso.

“Lançou depois algumas provoca-ções”, como por exemplo, a de querer saber muito oportunamente, quantas madrinhas de guerra acabaram casa-das com os seus afilhados e,.. fez ainda um apelo à interatividade de todos, “no sentido de terem a coragem de contar as histórias que cada um dos combatentes tem da sua guerra, a todos os camaradas”.

Rematou com o desejo duma boa viagem de regresso a casa e com um Viva à Associação de Combatentes do Concelho de Pampilhosa da Serra.

Manuel Xavier

PEREGRINAÇÃO DOS COMBATENTES PAMPILHOSENSES A FÁTIMA

No âmbito da comemora-ção do Dia Mundial da Criança, o Museu Muni-

cipal promoveu no dia 2 de junho a atividade «Brincadeiras d’antiga-mente», na praia fluvial, junto das crianças da Ludoteca Pampilho.

Esta atividade contemplou um circuito de jogos tradicionais,

No passado dia 6 de maio, a Real Confraria do Maranho com o apoio do Município

de Pampilhosa da Serra, realizaram a 3ª Edição do Garfo Dourado.

Perante um grupo de associados do núcleo da «APRe – Associação

de Aposentados Pensionistas e Refor-mados» da região de Coimbra, a Real Confraria do Maranho apresentou a importância diferenciadora da tipici-dade, confeção e importância cultural que aquela iguaria gastronómica tem

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA 3º EDIÇÃO DO GARFO DOURADOnomeadamente, o jogo da macaca, o jogo do lencinho e o jogo das latas, que pretendeu dar a conhecer a cultura dos jogos tradicionais e património lúdico, valorizando-o e estimulando a capacidade de conhe-cimento das crianças.

Tendo em conta a atividade quin-zenal «Conservar Brincadeiras»,

debruçada sobre a peça do mês, foi apresentado o pião e, atra-vés de um jogo lúdico, foi relem-brado todas as peças do mês desde outubro até junho.

dentro da comunidade.Com o objetivo de divulgar a

gastronomia regional e em especial o maranho, a Real Confraria salva-guarda a sabedoria e o conhecimento conseguido ao longo dos tempos.

O núcleo da «APRe» entregou

em mão ao Sr. Presidenta da Câmara, José Brito, o livro «Os Sonhos Não Tem Rugas» de Maria do Rosário Gama, António Bethâmio de Almei-da e Ângela Dias da Silva.

Depois da sessão de boas vindas,

presidida pelo Sr. Presidente, seguiu--se a encenação da cerimónia de Entronização de Confrade e projeção do vídeo promocional do concelho.

No final efetuou-se uma visita guia-da à Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra, Posto de Turismo, Igreja Matriz

de Pampilhosa da Serra, Museu Municipal, Barragem de Santa Luzia e à Aldeia do Xisto de Fajão.

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 7

Actualidade

Durante muitos e longínquos anos Porto da Balsa era uma pequena aldeia onde habita-

vam famílias abastadas importantes e constituía o local de passagem e paragem de muitos viajantes, comer-ciantes e almocreves, sendo na época o ponto de encontro das gentes de toda a região do Alto Ceira a norte de Fajão, pelo menos ao Domingo para assistir à celebração da Missa e comprar os necessários produtos que eram comercializados em três estabe-lecimentos: a tasca do Ti Nunes, do Ti Leitão e do Ti Adrião.

A escola primária daquela pequena mas importante aldeia da freguesia de Fajão-Vidual, cujo edifício ainda exis-te, foi a primeira da região construída pelo Estado Novo. Na sua origem está uma outra escola anterior que também existia na aldeia (e que agora é casa de habitação), cujo provimento foi dado pela Junta da Paróquia de Fajão em 1904, entrando em funcio-namento quatro a anos mais tarde. Foi na escola de Porto da Balsa que as crianças (as que não tinham que ficar a guardar o gado) aprenderam as suas primeiras letras e para onde

se deslocavam a pé desde a Covan-ca, Ceiroco, Fórnea, Tojo, Camba e Castanheira da Serra, percorrendo as serras à chuva e à neve. Foi também a primeira aldeia da região a apare-cer no mapa. Para isso contribuiu a construção da Estrada Nacional 344, desde a Estrada Beira passando por Coja e terminou no Porto da Balsa, continuando esta mesma estrada só no sul do concelho. Foi até ali que chegou alcatrão na década de 70 e onde havia o único autocarro de carreira que ali tinha a paragem termi-nal para ligar a Coja. Aos poucos, Porto da Balsa foi perdendo habitan-tes e a sua importância. A escola e os estabelecimentos fecharam, a carrei-ra acabou, muitos debandaram para outras paragens, o padre já não vem todos os domingos, e assim a aldeia está igual a tantas outras: despovoa-da, onde só reside a maior parte do ano um casal jovem com a sua bebé, descendentes de famílias que outrora ali viveram e rumaram a Coimbra, e outros que ali permanecem alguns dias aproveitando a reforma ou as suas férias. Nos meses de verão há mais gente e o rio Ceira no Poço do Açude enche-se de banhistas. Várias casas foram entretanto construídas, sinais de novos tempos mas infeliz-mente pouco habitadas.

A aldeia atualmente já vai tendo as infraestruturas para suprir as neces-sidades básicas dos portabalsenses, para o qual muito contribuiu a sua Comissão de Melhoramentos, funda-da em 17 de Fevereiro de 1979.

Assim, no domingo dia 8 de maio, foi motivo de festa para a Comissão Associativa de Melhoramentos de Porto da Balsa, com um grande almo-ço de convívio para celebrar os 37 anos, realizado na cantina da Univer-sidade Lusófona, Lisboa, contando com cerca de 120 pessoas.

Esteve na mesa de honra João Adrião Lopes, presidente da assem-bleia-geral da coletividade em festa, estando ladeado por Lourdes Adrião Maia, presidente da direção, José Adrião Lopes tesoureiro da direção, por António Barata Lopes vice-pre-sidente da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e esposa, Carlos Simões diretor do jornal Serras da Pampilhosa, Lopes Machado dire-tor de A Comarca de Arganil, Isaura Fernandes e marido representando a Liga pró-Melhoramentos da Fregue-sia de Fajão.

Estiveram representadas várias

coletividades congéneres, associan-do-se assim ao ato festivo, represen-tando as aldeias de Camba, Covan-ca, Fajão, Ponte de Fajão, Gralhas, Ceiroco, Castanheira da Serra e Vale Derradeiro.

Terminada a refeição várias perso-nalidades em representação das suas coletividades usaram da palavra sendo unânimes em saudar a cora-gem da jovem direção em assumir funções, dando seguimento ao traba-lho dos fundadores há 37 anos atrás, e engrossando a coluna de regiona-listas que lutam pelo bem estar das populações.

José Adrião em nome do presiden-te da assembleia saudou os convida-dos e todos os presentes, passando desde logo a palavra á presidente da direção Lourdes Maia, que também apresentou as boas vindas e mostrou--se muito feliz por ali ver mais de cem pessoas, agradecendo em especial a muitos amigos que ali vieram dar o seu apoio.

Para falar das atividades da direção a presidente devolveu a palavra ao tesoureiro José Adrião, que começou por salientar a união entre todos, que apesar de ser uma aldeia muito pequena tem mantido o seu nome como antigo centro da região do Alto Ceira, muito graças à sua escola onde

todos vinham diariamente. Nesse particular anunciou que o edifício da antiga Escola era um imóvel com muito significado para todos e, por isso, deveria ser recuperado, infor-mando que está já estão a decorrer as obras de recuperação e beneficiação, para ali criar um centro de convívio, estimando-se a conclusão da obra na Páscoa de 2017.

Para além da autarquia ter instala-do nova rede de distribuição públi-ca de águas na aldeia, outras obras foram concluídas no ultimo ano de mandato da coletividade, designada-mente a abertura de estrada a norte do Carrascal até á Bouça, foi requalifi-cado e pavimentado o caminho desde a ribeira da Castanheira, pela Capela e Ponte Nova, procedeu-se ao arranjo do caminho para o Poço do Açude e foi aberta nova estrada para a Escola.

Como projetos futuros a direção tem planeada a reconstrução do Moinho do Coucinho e a requalifi-cação da Fonte da Barroca. Contudo disse ser prioritária a obra da Escola, tendo pedido o apoio de todos, num peditório que está já a ser realizado. Informou que o Município de Pampi-lhosa da Serra e a Junta de Fregue-sia de Fajão-Vidual irão dar também importante apoio, e receberam já um donativo de 5.000 euros do associado Alfredo Almeida. Terminou com um agradecimento a Carlos Simões pelo apoio na atividade da coletividade e do regionalismo em geral.

De seguida interveio António do Vale para dar os parabéns à coletivi-dade e em especial à sua presidente Lourdes Maia. “Sem ela o Porto da Balsa não estaria no mapa. Destaca-se pela sua vontade e reivindicação junto das autarquias para obter o melhor para a aldeia”, disse a terminar o Engº Vale, pedindo uma grande salva de palmas.

Sónia Luís pela congénere de Covanca, sublinhou a ligação de afeti-vidade com o Porto da Balsa e o valor de Lourdes Maia como exemplo de dirigente regionalista, rematando “Ela é pau para toda a obra e uma grande lutadora”. Esta opinião foi também reforçada por José João, da aldeia vizi-nha de Camba que ali estava com grande delegação, considerando que a presidente Lourdes é uma gran-de regionalista, sendo um dos bons exemplos das mulheres regionalistas que cada vez mais vão assumindo funções de liderança das coletivida-des. Selou a sua intervenção com o slogan “Mulheres ao poder !!!”.

Sublinhando a mensagem dos oradores anteriores, Carlos Simões, como associado, parabenizou a cole-tividade em festa e apontou a obra da recuperação da Escola como algo muito importante para a região, também pela carga simbólica que aquele edifício representa para muitos que ali aprenderam as suas primeiras letras e hoje singraram na vida. “ O regionalismo praticado pela Lourdes e por esta direção deve ser exemplo de luta pelo bem da nossa aldeia”, rematou Carlos Simões. Na qualidade de diretor do jornal Serras, colocou as páginas ao dispor da coletividade para divulgar as atividades e apelou aos presentes para que se façam assi-nantes.

Rute Cruz de Gralhas, Arménio Ramos de Ponte de Fajão, António Almeida de Ceiroco, Maria do Céu de Castanheira da Serra, Vitor Machado pela Liga de Fajão e Sérgio Trindade por Vale Derradeiro, alinharam pelo mesmo diapasão e foram unanimes em destacar o trabalho da direção e da sua presidente, deixando mensagens de parabéns, de incentivo e de apoio.

Também Marco Almeida enfati-zou o trabalho da presidente e a sua coragem em assumir o cargo. Opinou que a sua simpatia e qualidade de trabalho estava traduzido no elevado número de pessoas presentes naquele almoço. “O Porto da Balsa já é falado e está diferente para melhor, graças à ação da Lourdes. Obrigado pelo que fizeste” disse Marco Almeida, que continuou referindo-se à luta das coletividades para ter mais pessoas na região, como sendo um grande obje-tivo do regionalismo para não deixar morrer belas aldeias como a do Porto da Balsa.

Isaura Fernandes, pela Liga de Fajão, não podia deixar de testemu-nhar e sublinhar as palavras elogiosas dirigidas à presidente da coletividade em festa. Mostrou-se muito feliz por ver atualmente muitas mulheres ao

comando de associações regionalis-tas. Como uma das mulheres pionei-ras a integrar os corpos sociais de coletividades na região, Isaura Fernan-des reconhece em Lourdes Maia uma mulher de grande coragem, mere-cendo todos os elogios, fazendo jus ao lema da coletividade “Unidade, Progresso e Dedicação”. Disse que as coletividades têm um importante papel a cumprir na atualidade, sendo a Comissão de Melhoramentos de Porto da Balsa um bom exemplo. A terminar pediu grande aplauso para Paulo Almeida de Vale Derradeiro, também ele um grande regionalista sempre presente.

Pela Casa concelhia, António Bara-ta Lopes como ultimo orador fez suas as palavras dos seus antecessores e colocou a instituição que representa-va ao dispor para apoiar a sua filiada em festa. Não deixou de salientar e dar os parabéns a todos regionalistas que lutam em prol da comunidade. Convidou todos os presentes para participarem nas comemorações dos 75 anos da Casa do Concelho, que terá uma Sessão Solene e Porto de Honra no dia 1 de junho, pelas 19:30 horas na sede, e no dia 5 de junho pelas 10:00 horas um jogo de futebol entre a Seleção da Casa e o Grupo Desportivo Pampilhosense, no está-dio do Amora, Seixal, seguido de Almoço de Aniversário, pelas 12:30 na Quinta Valenciana.

Encerrou Lourdes Maia que agra-deceu sensibilizada todas as palavras que lhe dirigiram, apelando para o apoio à direção e à obra da escola. Deixou ainda o apelo a todos para participarem na Festa do Porto da Balsa, a realizar em Agosto, em prin-cipio dia 16, com a realização de Missa e Assembleia Geral da Comis-são durante a manhã. À tarde haverá Teatro de Fantoches, Música para crianças e Jogos tradicionais no Poço do Açude. À noite Jantar no Adro da Capela seguido de Baile com artista a confirmar.

Pela voz de Arménio Ramos reali-zou-se de seguida um animado leilão de ofertas que foi bastante concorrido somando no final quantia preciosa para financiar os melhoramentos necessários na aldeia.

A festa terminou com o bolo de aniversário, gentilmente oferecido pela Pastelaria A Cabreira, e brinde com champanhe para todos, com votos de muitos êxitos, saúde e alegria.

Carlos Simões

PORTO DA BALSA ESTÁ A RECONSTRUIR ANTIGA ESCOLA

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8 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade Opinião

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 9

Opinião

Dos meus tempos de estudante, guardo na memória uma poesia

que constava do livro de fran-cês e que era, tanto quanto me é possível recordar, a seguinte: “Joli moulin à vent / Planté sur la colline / Vers le soleil levant / Fait nous farine fine” (lindo moinho--de–vento, plantado sobre a coli-na, na direcção do sol nascente, faz-nos farinha fina).

Nos meus anos da juventu-de não havia, nem hoje há, na minha aldeia moinhos movidos a energia eólica, mas havia no leito da ribeira quatro moinhos1 movidos a água que não tinham descanso. Para os utilizar, era preciso entrar na fila dos preten-dentes, pois as necessidades das famílias em cozer a broa para alimentar os filhos eram muitas, não havia o recurso ao pão de trigo, então um bem praticamen-te desconhecido, de modo que

o consumo da broa constituía uma das bases da dieta alimen-tar tradicional, acompanhada dos produtos que a terra dava, o feijão, a batata, a hortaliça ou o bacalhau, o chamado fiel amigo.

Em termos de carne, o recur-so era a galinha, o porco ou a cabra, de criação própria, e quan-to a peixe, pescavam-se trutas e eirós na ribeira ou na barragem, a pouca distância, e por vezes passava por ali o sardinheiro com o seu burro ajoujado ao peso das canastras, uma de cada lado do dorso, a mercadejar a sardinha ou o carapau, salgados mas sabo-rosos, vendidos ao quarteirão de porta em porta.

Foi nesse contexto que os moinhos desempenharam um papel da maior importância na vida da gente da minha terra. Sem eles, não haveria farinha para amassar a broa, a alimen-tação das numerosas famílias tornar-se-ia mais difícil. Nestas circunstâncias, não terá sido por acaso que alguns moinhos, a coberto da noite, fossem alvo de tentativas de assalto por alguém

que, não tendo hipótese de prover à necessidade de alimen-tar a família de outro modo, recorresse a esse processo como forma de resolver a situação. Mas a verdade é que nunca houve queixas nem processos contra ninguém, embora corressem boatos de pessoas alegadamente envolvidas mas que os eventuais lesados, no meio das dificulda-des gerais, não atribuíam impor-tância.

Viviam-se tempos de guerra, a Europa ardia num conflito que arrastava consigo a miséria e a destruição e embora o nosso país permanecesse fora dos conflitos directos, não ficou imune às suas consequências na vida dos cidadãos, designadamente com a falta dos produtos essenciais e a limitação da sua aquisição através de senhas que, em prin-cípio, lhes garantiam o acesso, mas de que muitas vezes nem

podiam beneficiar por carência dos produtos ou do seu poder de compra.

Os velhos moinhos, a sua exis-tência e funções, são um marco expressivo da nossa cultura. Falam-nos dum passado que, sendo difícil, não deve ser esque-cido como parte integrante da vida de muitas gerações que nos antecederam e que, com argú-cia, souberam criar condições de vida que, aos olhos de hoje, se afiguram primárias mas que transportam, na sua essência, uma cultura de séculos e muita criatividade na resposta aos problemas com que a realidade então se confrontava.

Aníbal Pacheco

___________1 Dois destes moinhos situavam-se na

margem direita do rio Unhais (Penedos e Couço) e os outros dois na margem esquerda (Lezíria e Vale). Todos eles eram abastecidos de água através de açudes construídos no leito do rio. Pena é que pelo menos um não tenha sido conservado como sinal visível da cultura do passado

OS MOINHOS DA MINHA INFÂNCIA

O “Serras da Pampilhosa”, que nasceu para dar voz ao regionalismo,

aprofundar os laços de pertença à comunidade pampilhosense e uni-la no compromisso da defesa dos interesses do município, acaba de comemorar o seu 17º aniversário. É pouco tempo de vida, dirão alguns, mas será já o suficiente para nos regozijarmos pelo facto de ser o jornal de maior longevidade entre os projectos empreendidos por pampilhosenses nesta matéria, suscitando o orgulho de todos nós, que o fundaram, lhe deram continuidade e o mantêm vivo e útil ao regionalismo e ao concelho.

Olhando para o percurso feito até aqui, que decerto não terá sido fácil, creio que a ilação a tirar só poderá ser a de que tem cumprido os objectivos que motivaram os seus fundadores, o que me parece justificar, quando entra no 18º ano da sua publicação regular, que façamos uma reflexão sobre o seu futuro. É que, embora o passado, nas suas linhas gerais, nos satisfaça, importa sobretudo pensar nos anos vindouros, de modo a criar condições que possam conduzir a que este projecto cultural se possa cimentar cada vez mais entre a comunidade pampilhosense.

Como contributo para esse objectivo e baseado na informação disponibilizada pelos relatórios e contas apresentados em cada ano pela direcção da Casa do Concelho no que concerne ao “Serras”, elaborei este texto em relação à última década (2006-2015) de publicação do jornal, chegando a algumas conclusões sobre a quais, em meu entender, importará reflectir.

1 – Considerando todas as suas fontes de financiamento, as receitas do “Serras” nos últimos 10 anos não foram suficientes para cobrir as despesas realizadas no mesmo período, originando um saldo negativo de 18,6%.

2 – O valor dos subsídios e donativos que foram arrecadados na década em análise, embora mostrando alguma irregularidade de ano para ano, o que se afigura natural em tal tipo de receitas, tem um peso superior a metade do valor das receitas, o que significa que continua a ser o principal suporte dos rendimentos do “Serras”. Anualmente, tal valor situa-se entre os 44% e 63% das receitas obtidas, com a circunstância de somente os anos de 2006, 2007, 2009 e 2015 serem os únicos em que as receitas de subsídios e donativos é inferior ao da cobrada pelas assinaturas.

3 – Relativamente aos proveitos originados pelas assinaturas do jornal, o respectivo valor obtido no período considerado tem um peso de 45% no total das receitas obtidas. Em termos relativos, o seu valor anual manteve-se num mínimo de 37% e um máximo de 56% das receitas arrecadadas entre 2006 e 2015. Em termos absolutos, encontramos o valor mais baixo desta componente das receitas em 2008, um resultado que parece indiciar algum problema de cobrança de assinaturas mas que terá suscitado um esforço redobrado nessa matéria no ano seguinte em que foi atingido o pico desta rubrica na última década. Será de realçar o facto de o crescimento do número de assinantes do Serras que seria suposto seguir uma trajectória de aumento progressivo à medida que fosse alargando o seu público/alvo, mostrar um comportamento irregular, uma vez que a receita proveniente das assinaturas não reflecte essa curva ascendente. A partir de 2009, em que a cobrança das assinaturas quase duplicou em relação ao ano anterior, nota-se que a partir daí os valores atingidos passaram por algumas variações, ficando sempre abaixo do pico atingido nesse ano, com especial incidência no ano de 2015 em que este valor apenas reflecte um crescimento de 9,5% em relação ao primeiro ano da década.

4 – Como é natural, a rubrica relativa à impressão do jornal tem um peso relevante no conjunto das despesas globais do Serras, ao representar 86% na década e variando anualmente entre 81% e 94% do valor global das despesas, enquanto que os gastos com a sua expedição chegaram a atingir um peso de 19% das despesas anuais (2009 e 2010). Em 2006, o primeiro ano do período considerado, o seu peso havia sido apenas de 6%, mas logo no ano seguinte subiu para 14%, devido porventura a qualquer aumento significativo das taxas postais ou à alteração do regime de porte pago, mas a partir daí foi sempre subindo até representar em 2009 o seu valor mais elevado.

5 – Sempre considerei o “Serras da Pampilhosa” como uma mais valia quer do ponto de vista social quer cultural em benefício do regionalismo e do nosso município e, continuando a acreditar no seu futuro, parece-me necessário concentrar esforços no sentido de procurar a sua sustentabilidade financeira, a médio prazo, considerando que nas actuais circunstâncias

as receitas p r ó p r i a s , e x c l u i n d o as ajudas externas que são sempre bem-vindas e se revelam essenciais para manter algum equilíbrio, apresentam valores deficitários na maior parte dos relatórios dos últimos 10 anos. Se no primeiro ano da década considerada as despesas superaram as receitas em apenas 2,7%, esse rácio foi subindo, exceptuando o ano de 2007, até se fixar nos 40,2% em 2015, sendo fácil concluir que se trata duma situação que importará atenuar, pois os saldos negativos têm sempre um impacto significativo nas contas anuais da Casa do Concelho.

6 – Manter o “Serras” um jornal muito especial para todos nós, não apenas por ser nosso, criado e mantido por nós, mas porque nos traz mensalmente o pulsar do regionalismo e do concelho, destacando os seus eventos, necessidades e aspirações, é um desafio que deve ser assumido por toda a comunidade pampilhosense, viva ou não na área territorial do município. O concelho merece ter um jornal não só como sinal de afirmação cultural como de agente da divulgação do que nele se vai passando, sempre apostado na defesa dos seus valores humanos, históricos, culturais ou patrimoniais. O “Serras” pode ser, já o é, sempre o foi esse veículo informativo e traço de união entre os pampilhosenses.

7 – Para que assim continue é importante que, olhando o futuro, procuremos contribuir para o desequilíbrio das contas se vá atenuando, através da redução dos défices anuais, o que não será tarefa fácil de concretizar, em face dos circunstancialismos em que está inserido, o que deverá passar, certamente, por um debate que envolva toda a comunidade. Será um problema algo complexo para cuja solução todos os contributos contam, mas que não andará longe de questões que tenham a ver com uma diversidade de perspectivas que, eventualmente, poderão ir do formato do jornal ao tipo de papel, à paginação, atractividade gráfica, alargamento da rede de colaboradores e de anunciantes, assinaturas, captação de novos públicos, designação de um redactor na Pampilhosa ou de correspondentes locais. Para melhorar, é bom que todos estejamos disponíveis para colaborar.

Aníbal Pacheco

UMA REFLEXÃO SOBRE O “SERRAS DA PAMPILHOSA”

O velho moinho da Lezíria

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10 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

A Casa do Concelho de Pampilho-sa da Serra vive em 2016 um ano simbólico de grande importância

na sua história com as comemorações que assinalam os seus 75 anos.

Conforme anunciado, a direção desta instituição programou diversas ativi-dades ao longo do ano no âmbito da celebração das Bodas de Diamante, com principal destaque para o mês de junho, visto que a data da fundação remonta a 1 de junho de 1941.

Assim, a data exata do aniversário foi assinalada na quarta-feira dia 1 de junho, pelas 19:30 horas nas instalações da sede na Rua das Escolas Gerais, 82, Lisboa, com a cerimónia de hastear das bandeiras da Casa, do Município de Pampilhosa da Serra e da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, seguido de um Porto de Honra.

Nesta cerimónia, para além do atual presidente da direção José Ferreira e diversos membros dos corpos sociais e

associados, esteve presente o presidente da junta de freguesia Miguel Coelho, que na ocasião deixou mensagem de para-béns à instituição e aludiu à importância da Casa do Concelho para a comuni-dade pampilhosense em Lisboa, assim como para a freguesia e para a cidade de Lisboa, prestando relevantes serviços. José Ferreira agradeceu a presença de todos e as mensagens de parabéns, e refe-riu-se também à meritória atividade da Casa Concelhia ao longo da sua já longa

história, sem esquecer todos aqueles que vêm servindo a instituição desde a sua fundação.

No sábado, dia 4, a manhã na Casa foi reservada para a emissão de rádio da RDP Internacional, que ali veio fazer o seu programa Clube da Amizade, em direto para todo o mundo. Este progra-ma sob coordenação e apresentação de Jaime Carvalho, começou às 9:00 horas e prolongou-se até às 13:00 h, sendo

dedicado exclusivamente aos 75 anos da Casa e ao 17º aniversário do Jornal Serras da Pampilhosa. Para além da música com a tocata do Rancho Folclórico da Casa e da atuação do Grupo de Concerti-nas Os Serranitos, foram entrevistados diversos ilustres pampilhosenses nas mais diversas áreas. A abrir deu entre-vista o diretor do Serras Carlos Simões, seguindo-se José Alexandre como leitor número 1. O programa prosseguiu com música e entrevistas a Luís Moreira que é emigrante na Suíça, à regionalista Isaura Fernandes, aos ex-presidentes da Casa, iniciando Álvaro Margarido, seguido de António Lopes Russo e Anselmo Lopes, e também o diretor do Rancho Folclóri-co, José Antão e o ensaiador e membro dos Serranitos, André Mendes, acom-panhado de João Tomás. Seguiram-se o presidente do Conselho Regional da Casa, Isidro Marques, o presidente do Município de Pampilhosa da Serra, José Brito, o presidente da Assembleia Geral,

João Ramos e a finalizar o presidente da direção José Ferreira. Vários assuntos foram abordados nestas entrevistas, com maior destaque para a ação da Casa do Concelho ao longo da sua história e a sua ligação entre a comunidade pampilho-sense em Lisboa e o território de origem, passando em revista as diversas ativida-des que têm vindo a ser desenvolvidas e os projetos futuros.

Após o términus deste programa seguiu-se um almoço para todos os parti-

cipantes e equipa da rádio, supe-riormente confe-cionado por José Alexandre. Logo

após o almoço continuaram os prepara-tivos para o dia seguinte que prometia ser uma grande jornada para a Casa.

E de facto assim foi. O domingo, dia 5 de junho de 2016 ficará na história da Casa do Concelho, não só por ser um marco importante pela comemoração dos 75 anos, mas por ter mobilizado um número quase histórico de participantes.

O dia começou com um grande jogo amigável de futebol no Estádio da Medi-

deira, Amora, Seixal, entre uma seleção da Casa do Concelho e o Grupo Despor-tivo Pampilhosense, que gentilmente se associou à festa vindo propositadamente para participar neste grande dia. O resul-tado não era o mais importante para ficou para história a vitória do GD Pampi-lhosense por expressivos 7-2, sendo de salientar a obtenção de dois golos por parte dos “lisboetas”, o que provocou grandes aplausos da claque que foi à Amora assistir ao jogo.

Seguiu-se o almoço que teve lugar na Quinta Valenciana, em Fernão Ferro, este ano fora de portas porque as instalações da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra eram pequenas para albergar mais de duas centenas e meia de pampilhosen-ses, familiares e amigos convidados, que conviveram de forma que só os serranos o sabem fazer, fiéis às suas origens, sendo naturalmente gratificante para todos quantos ao longo do tempo vão gerindo os destinos daquela Casa.

O programa foi diversificado e este ano tivemos triplo aniversário: 75º aniversário da Casa Concelhia, o 17º do “Serras” e o 7º do Grupo de Concertinas “ Os Serranitos”.

Cerca das 12:00 horas já os convida-dos íam chegando e entre muitos cumpri-mentos, preparava-se um momento de cultura, com a apresentação do livro “Vale da Tentação” da autoria do escritor pampilhosense, António Barata Lopes, de Vale Serrão. Contando com a presen-ça na mesa de José Brito, presidente do município pampilhosense. A apresenta-ção do escritor esteve a cargo de outro António Barata Lopes, seu homónimo e conterrâneo, ao qual se seguiu interven-ção do autor que fez uma breve alusão à sua obra e às suas raízes pampilhosenses, seguindo-se uma sessão de autógrafos para os livros adquiridos.

Esta sessão decorreu no terraço exte-rior ao restaurante, onde o sol brilhava intenso e as mesas estavam recheadas com as entradas e bebidas, havendo ainda oportunidade de ouvir música serrana com as concertinas dos Serranitos para receber e integrar os convidados

No salão, que estava devidamente decorado com as cores da Casa, não foi fácil acomodar tanta gente que se asso-ciou à efeméride, mas houve lugar para todos e iniciou-se o serviço do almoço. Uma sopa serrana de feijão à moda da Pampilhosa da Serra abriu a refeição, seguido de um bom bacalhau e lombo, que foram do agrado geral.

Diversos convidados marcaram presença, desde logo o presidente da Câmara Municipal, José Brito e todos os vereadores, seis presidentes de junta do concelho, o presidente da Confederação Portuguesa das Coletividades Cultu-ra Recreio e Desporto, Augusto Flor, o presidente da Associação de Casas Regionais em Lisboa, Joaquim Brito, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra, Marco Alegre, juntas de freguesia de Lisboa, designada-mente Santa Maria Maior onde a Casa se insere, Penha de França e Marvila, o presidente da Junta de freguesia de Fernão Ferro, Carlos Reis, o presidente do Grupo Desportivo de Fernão Ferro, José Gonçalves, o presidente do Grupo Desportivo Pampilhosense, João Neves, a Fundação José Fernando Nunes Barata

com Telma Barata, o diretor do jornal A Comarca de Arganil, António Lopes Machado, o Rancho Folclórico de

Dornelas com Vitor Gonçalves, o presi-dente da Real Confraria do Maranho, António Barata, e outros ilustres convi-dados.

Muitas Casas Regionais também se associaram à festa, nomeadamente, de Góis, Arganil, Sertã, Ferreira do Zêzere, Alvaiázere, Tondela, Penacova, Tabuen-ses e Arcos de Valdevez, que tiveram oportunidade de dirigir algumas pala-vras de parabéns à Casa pampilhosense, tendo entregado prendas alusivas ao ato.

Próximo do final do almoço, foram chamados ao palco os elementos das equipas de futebol da Casa e do G.D. Pampilhosense, aos quais foram entre-gues medalhas relativas ao jogo efetuado durante a manhã. As Taças de vencido e de vencedor do jogo foram entregues pelo presidente da Casa e pelo presiden-te da Câmara respetivamente, tendo as equipas recebido forte aplauso.

De seguida procedeu-se à entrega dos troféus relativos ao Torneio de Futsal Interfiliadas da CCPS 2016, que se realizou em Lisboa durante os meses de Abril e Maio, com a participação de oito equipas, tendo sido vencedora a equi-

pa de Meãs/Malhada do Rei e a Taça Disciplina pela equipa do Rancho da Casa. Todos os troféus foram patrocina-

dos por empresas e juntas de freguesia do concelho.

Terminado o almoço e a entrega de troféus, Carlos Simões na qualidade de diretor do Serras proferiu algumas pala-vras no âmbito do 17º aniversário deste jornal, tendo referido na sua intervenção que o jornal continuará o caminho que ininterruptamente trilha ao logo de 17 anos, sendo sempre a Voz do Regio-nalismo.

Lembrou os tempos da fundação em

que ninguém da direção era jornalista, mas a vontade a disponibilidade de todos, principalmente o nosso primeiro diretor, César Oliveira e do seu diretor adjunto, o saudoso Fernando Carvalho, foram suficientes para que, em Junho de 1999 fosse publicado o número zero.

Referiu que tendo já sido publica-das 203 edições, desde o número zero até agora, foram lutas mensais, e muitos foram aqueles que ajudaram a colocar na rua mensalmente esta publicação, tendo estado na direção do jornal, para além do César Oliveira, a Ana Paula Branco e mais recentemente o nosso saudoso Armindo Antunes.

FESTA MEMORÁVEL NAS BODAS DE DIAMANTE DA CASA DO CONCELHO Regionalismo

Entregue Medalha de Ouro do Município à Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra

A RDP internacional difundiu em direto a efeméride para todo o mundo

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 11

Carlos Simões classificou o seu ante-cessor como um amante do jornalismo regional, e um profissional nas relações humanas, sendo agora e sempre uma referência na vida desta publicação, e ainda um exemplo de dedicação e de

grande Homem, quer para a Casa do Concelho, quer para o concelho de Pampilhosa da Serra, considerando difícil substituir tão ilustre figura, tendo pedido forte aplauso.

O diretor do Serras agradeceu ainda todos os contributos dados ao jornal ao longo deste notável trajeto de 17 anos, nomeadamente a todos os diretores, diretores adjuntos, colaboradores com

o envio de artigos e notícias, e a todos os que vivem o Serras e lhe dão parte da sua vida.

Destacou a colaboração de António Rosa, no apoio que tem dado na revisão e edição de conteúdos, e a incansável Beta Vicente, pelo seu trabalho de pagi-nação e composição gráfica.

Terminou informando que o Serras vai sofrer de alteração do formato tendo em conta a sua viabilidade económica, sem contudo alterar os seus objetivos.

Seguidamente, foram várias as intervenções de convidados aos quais o presidente da Assembleia geral, João

Ramos, foi dando a palavra. Assim, a Confederação Portuguesa das Colec-tividades Cultura Recreio e Desporto (CPCCRD) representada pelo seu presidente Augusto Flor que cumpri-mentou todos os presentes, deu conta da

importância do movimento associativo na vida do país, enaltecendo a Casa do Concelho pela sua vitalidade. Disse ser sempre com gosto que estava presente no aniversário de uma Casa que é asso-ciada da Confederação na qualidade de associação concelhia e uma referência no associativismo regional.

Joaquim Brito, em nome da Asso-ciação das Casas Regionais em Lisboa

(ACRL). Deu os parabéns e cumpri-mentou todos os presentes, dizendo ser sempre com gosto que se associam ao aniversário da Casa do Concelho de P. da Serra, sendo uma das Casas Regionais mais ativas e prestigiadas de Lisboa.

Nuno Almeida, presidente da Junta de freguesia de Pampilhosa da Serra e, em nome das restantes juntas, deu os parabéns à instituição em festa e deixou palavras de incentivo e apoio à nobre missão da Casa do Concelho e contri-buição para o bem estar dos pampilho-senses.

Pela junta de freguesia de Santa Maria

Maior, o seu representante Sr. Maia, apre-sentou os cumprimentos do presiden-te da junta e disse ser uma mais valia para a freguesia e para a cidade ter uma instituição como a Casa do Concelho, disponibilizando apoio e desejando os maiores sucessos.

Também Carlos Reis, presiden-te da Junta freguesia de Fernão Ferro, mostrou-se agradado por acolher na sua freguesia o evento da Casa, local onde vivem muitos pampilhosenses, desejan-do muitos anos de atividades de sucesso.

José Ferreira, Presidente da direção da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra usou da palavra para cumpri-mentar todos os presentes, agradecendo a presença de tantos e tão bons amigos da Casa, dizendo ser com muito agrado que via aquele salão cheio, sinal evidente que a Casa continuava 75 anos depois a desempenhar cabalmente o seu papel em proveito dos pampilhosenses onde quer que estejam.

Cumprimentou e agradeceu a presen-ça de José Brito, Presidente do Município Pampilhosense e todos os restantes autar-cas, entidades, coletividades e restantes convidados, passando de seguida em revista a atividade recente da Casa nas mais diversas áreas e, lembrou a grande obra realizada ao longo dos anos por todos os dirigentes que o antecederam e que ajudaram a fazer daquela institui-ção uma referência no regionalismo e no apoio aos pampilhosenses radicados na região da grande Lisboa.

Falou e agradeceu demoradamen-te a todos os que tem participado na estrutura etnográfica da Casa, com o seu Rancho Folclórico, Grupo de Concer-tinas e Bombos, assim como, na área do desporto e do Jornal Serras da Pampi-lhosa que comemorava os seus 17 anos, não esquecendo o recém falecido diretor Armindo Antunes, tendo sido guardado um minuto de silêncio em sua memória.

Seguidamente, José Brito, Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra usou da palavra para cumprimen-tar todas as entidades e personalidades presentes, dando os parabéns à Casa, ao Serras e aos Serranitos, dizendo estar ali com todo gosto, num dia em que

a Casa Concelhia completava 75 anos, uma Casa que teve e acolheu no seu seio tantos pampilhosenses que ali procura-ram conviver e manter as ligações às suas origens, sendo Alfama o bairro de acolhi-mento onde uns seguidos dos outros encontraram sempre alguém, em casa de amigos ou familiares tranformando esse Bairro na maior de todas as Freguesias do concelho, constatando-se que terá mais habitantes pampilhosenses que o próprio concelho de origem.

Continuou José Brito referindo que a Casa concelhia pampilhosense tem desenvolvido um excelente o trabalho em prol do desenvolvimento do conce-lho e no apoio aos pampilhosenses em Lisboa. Neste sentido, José Brito mani-festou toda a disponibilidade da Câmara Municipal para apoiar dentro das suas limitações, dizendo que a autarquia esta-rá atenta para que a Casa seja cada vez melhor e mais forte. Disse ainda que

o concelho está cada vez mais atrativo, tendo hoje qualidades de vida de exce-lência. Convidando os presentes a visita-rem o concelho especialmente no perío-do de férias, não esquecendo as festas da Vila, cujo êxito alcançado em 2015 se iria repetir e aumentar garantidamen-te este ano. Considerou que continua a lutar por melhores acessibilidades que permitam um melhor desenvolvimento,

em especial a retificação da EN344 até ao IC8, esperando que o poder central dê a devida atenção à região.

O presidente da Câmara Municipal desejou muitos anos de atividade e os parabéns pela “bela” idade 75 anos, só possível pelo empenho de muitos e valo-rosos pampilhosenses que tudo deram a troco de nada, pelo desenvolvimento da sua terra. Como gratidão da autarquia a que preside, José Brito fez a entrega da “Medalha de Ouro do Município” à Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, recebida pelas mãos do seu presidente

José Ferreira. Um ato que foi fortemen-te aplaudido e prontamente agradecido pelos Corpos Sociais da Casa na pessoa de João Ramos.

No encerramento das intervenções usou da palavra o presidente da assem-bleia geral João Ramos que agradeceu a presença de todos e todas as mensagens anteriormente proferidas, sublinhando o bom trabalho realizado pela direção

e a importância da Casa concelhia pelo papel que representa no associativis-mo regionalista e na contribuição para o desenvolvimento do concelho e bem estar dos pampilhosenses.

Seguiu-se a parte cultural, com as exibições do Grupo de Concertinas do Machio, que ali fez uma atuação surpresa vindos de uma atuação na margem sul do Tejo, tendo sido do agrado de todos

e a quem a Casa agradece, e também a atuação do Rancho Folclórico da Casa do Concelho e do grupo de concertinas “Os Serranitos”, todos contribuindo para um resto de tarde musical, onde foi possí-vel cantar e dançar ao som das músicas tradicionais pampilhosenses.

A meio da tarde chegou a hora do corte do bolo e de cantar dos parabéns, com a presença dos dirigentes das aniversariantes, sendo João Ramos, José Ferreira e Carlos Simões, que tiveram essa missão, acompanhados pelos “Serra-nitos” e elementos do Rancho da Casa, e por um coro de todos os presentes devidamente afinado.

O bailarico continuou tarde adiante e a terminar houve um lanche para todos os resistentes, terminando com a sensa-ção de ter sido uma “Festa de Arrom-ba” à medida da grandeza da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e de todos os que a fundaram, continuaram e a mantêm ativa.

Para o ano voltaremos a estar juntos para comemorar os 76. Viva a Pampilho-sa da Serra.

Carlos Simões

Regionalismo

Mais de duas centenas e meia de pessoas presentes nas comemorações

Ganhou a amizade no jogo de futebol dos pampilhosenses de Lisboa com o GD Pampilhosense

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12 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade

Certamente que a abundan-cia de Castanheiros que em tempos proliferavam

pelas encostas da Serra do Açor, mais concretamente na concha da serra onde se localiza a Castanhei-ra da Serra, esteve na origem da denominação daquela bonita aldeia serrana, onde ainda hoje podemos encontrar inúmeros exemplares daquela espécie.

Aldeia antiga da região do Alto Ceira, freguesia de Fajão-Vidual, tem ao longo dos tempos sofrido grandes transformações e vindo a ser dotada das infraestruturas bási-cas para uma boa qualidade de vida da população, mais recentemente graças à atividade da sua Comissão de Melhoramentos.

O 15 de Maio de 2016, foi o dia escolhido pela direção daque-la coletividade para evocar a sua origem e fundação. Pelas 13:00 horas, muitos associados, familiares

e amigos responderam à convo-catória da direção, para comemo-rar a bonita idade de 64 anos de fundação da sua comissão, com um grande almoço de convívio, que se realizou na cantina da Universidade Lusófona, em Lisboa.

Estava de parabéns a Comis-são de Castanheira da Serra, por ter conseguido cativar a presença de mais de 120 castanheirenses e amigos, encontrando-se a sala bem composta tendo havido a necessi-dade de colocar mais mesas, tantos foram os que ali se deslocaram.

Após as entradas no piso inferior da cantina, todos subiram ao salão para o almoço. Na mesa de honra encontrava-se, José Gonçalves, presidente da Assembleia Geral, Maria do Céu Brito, presidente da direção, José Ferreira, presidente da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, Carlos Simões diretor do Jornal Serras da Pampilhosa, Antó-nio Lopes Machado, diretor da Comarca de Arganil, Isaura Fernan-des e marido pela Liga pró-melho-ramentos da Freguesia de Fajão. Estavam ainda representadas algu-mas coletividades congéneres das aldeias de Camba, Vale Derradeiro, Covanca, Ponte de Fajão, Ceiroco, Porto da Balsa, Gralhas e Esteiro.

Após o delicioso almoço, o presi-

dente da assembleia geral abriu a sessão de intervenções dando as boas vindas a todos e saudando todas as entidades e associados presentes. Passou a palavra à presi-dente da direção, Maria do Céu Brito, que após cumprimentar os presentes saudou também as cole-tividades, manifestando-se muito satisfeita e agradecida por ver tanta gente naquela sala, salientando a importância da comemoração de

mais um aniversário.Em nome das coletividades

congéneres presentes, usou da pala-vra Isaura Fernandes que deu os parabéns à coletividade de Casta-nheira da Serra pelo seu aniversário, salientando a grande obra realizada ao longo dos anos para o desen-volvimento da aldeia e da região. Evocou a memória daqueles que serviram a colectividade desde a fundação ao longo dos 64 anos de atividade, lembrando em especial Maria da Glória e Lurdes Tomé, como grandes amigas da aldeia.

Referiu-se ao significado de ver ali tantas pessoas, o que deve ser interpretado pela direção como um forte incentivo. Deu motivação à presidente e colocou as congéneres ao dispor para apoiar e colaborar em projetos comuns.

De seguida, Carlos Simões apre-sentou os cumprimentos e para-béns em nome do jornal Serras disponibilizando aquele órgão para divulgar atividades da associação castanheirense, salientando a sua obra na aldeia como uma realização do movimento associativo regio-nalista, que se tem destacado na contribuição para o desenvolvi-mento do concelho.

Pela Casa concelhia, José Ferreira realçou também o elevado número

de pessoas presentes, mostran-do que o movimento regionalista ainda é capaz de surpreender os mais cépticos. Disponibilizou a instituição que representava para apoiar a colectividade filiada em festa e todas as outras, apelando para a presença de todos nas come-morações do 75º aniversário da casa mãe do regionalismo pampi-lhosense.

Por último, o presidente da assembleia geral, José Gonçalves, encerrou agradecendo as palavras de incentivo dos oradores anterio-res e desejou a continuação da obra que perfazia 64 anos desde a funda-ção, e de todos aqueles que torna-ram possível hoje estarem a come-morar aquela importante idade.

De seguida, realizou-se um leilão de ofertas, algumas vindas de Castanheira da Serra, pela voz de Arménio Ramos, que rendeu valiosos fundos para a colectivida-de. O Grupo de Concertinas “Os Serranitos”, da Casa do Concelho, brindou os presentes com uma atuação, trazendo a música tradicio-nal da nossa região, criando assim a oportunidade para um animado bailarico.

Seguiu-se o momento de cantar dos parabéns e partir o esplêndi-do bolo de aniversário oferecido pelo conterrâneo José António, terminando assim mais uma alegre jornada do regionalismo serrano, tendo todos no final dado por bem empregue a agradável tarde de Domingo passada em convívio e amizade.

Carlos Simões

No próximo dia 2 de Julho, pretende a Comissão de Melhoramentos de Malha-

das da Serra reunir o maior número de sócios e amigos das Malhadas da Serra, para a celebração do 82º Aniversário da colectividade, num almoço que será realizado pelas 13h no Largo José Maria Matias, em Malhadas da Serra.

Quando um conjunto de Malha-denses decidiram fundar a Comissão de Melhoramentos de Malhadas da

Serra, a 1 de Julho de 1934, tinham como principal objectivo a promo-ção, o desenvolvimento e o conví-vio entre todos. É com este espírito que o convidamos a juntar-se a nós para que neste almoço consigamos proporcionar um convívio recheado de boas memórias para o futuro.

Não hesite e confirme a Sua presença até ao próximo dia 27 de Junho, através do e-mail [email protected] ou para o telefone de qualquer um dos membros da

Direcção: • Vítor Alves – 919 294 893• Sara Mariano – 967 980 754 • Sónia Neves – 962 404 184 • Presencialmente na nossa Sede

junto do Sr. Álvaro Pereira Esperamos por si, em Malhadas

da Serra!!!

A Direcção da Comissão de Melhoramentos de Malhadas da Serra

82º ANIVERSÁRIO DA COMISSÃO DE MELHORAMENTOS DE MALHADAS DA SERRA

CASTANHEIRA DA SERRA LUTA HÁ 64 ANOS PELO PROGRESSO DA SUA ALDEIA

Com a honrosa presença do senhor Ministro da Saúde, Dr. Adalberto

Campos Fernandes, em cerimó-nia a que ele próprio presidiu e com as também honrosas presenças do senhor Dr. José Tereso, Presidente da ARSC, do senhor Dr. António Júlio Veiga Simão, vice-presidente da CCDR, oriundo do nosso Concelho, em representação da sua Presidente senhora Dra. Ana Abrunhosa, foi finalmente inaugurado o novo Centro de Saúde do nosso Concelho de Pampilhosa da Serra.

Com instalações próprias, construídas de raiz, adequadas e funcionais, vem substituir e postergar para o mundo das memórias o existente até agora e que era sediado em instala-ções propriedade da Santa Casa da Misericórdia. Não se pode dizer, com risco de se trair a verdade, que o antigo Centro de Saúde não tenha procurado dar resposta, dentro da reali-dade limitada, às necessidades dos seus utentes. Cumpriu dentro do que essas limitações o permitiam. Exigir mais seria impensável para o nosso tempo. Construído para o que então se apelidou de hospital, o hoje velho edifício sofreu, ao longo dos anos, várias adaptações para o transformar em Centro de Saúde, que até chegou a ter internamento. Lembro ainda que, nas suas instalações do 1º piso, foram dadas aulas quando foi fundada a Escola Preparató-ria da Vila. Já lá vão anos… Mas recordar é viver. E eu pessoal-mente, recordando, estou a viver o acontecimento uma vez que fiz parte do primeiro grupo de professores que ali iniciaram o ensino preparatório no nosso Concelho.

Cedo se começou a sentir a necessidade da construção de um novo Centro de Saúde que, além de ter instalações adequa-das, estivesse instalado em edifício próprio e fosse capaz de

proporcio-nar respos-tas de traba-lho profícuo aos trabalha-dores, técni-cos da saúde e auxiliares, que ali pres-tam serviço, mas sobretudo uma melhor resposta de atendi-mento e cuidados de saúde aos seus utentes. Disso se encarre-garam os dois últimos Presiden-tes da Câmara que envidaram todos os esforços e empenho, sem desprimor para o Nelito, muito particularmente o José Brito, actual Presidente, para que o novo Centro de Saúde fosse uma realidade tão urgente quanto possível. E o Presidente José Brito não adormeceu, não desistiu, batalhou (e muito!) para alcançar este desiderato de que o nosso Concelho estava muito carenciado. Valeu a pena lutar, mesmo quando a causa parecia estar perdida. Mas o Presidente José Brito é assim. Nunca dá uma causa por perdi-da quando está em jogo o bem do Concelho e das suas popu-lações.

Outras causas, outros justos anseios, muitos outros proble-mas há, no concelho, a exigi-rem urgente resolução, como a ligação ao IC 8. Que o Poder Central ouça a voz implorante do Presidente da Câmara e dê à Pampilhosa da Serra aquilo a que, por direito, tem direito.

E termino citando as palavras do senhor Ministro da Saúde, proferidas exactamente no acto da inauguração do novo Centro de Saúde: “É tempo de não ter a cabeça virada para o Litoral, é necessário virá-la para o inte-rior”.

Pois que assim seja, senhor Ministro!

Ramos Mendes

DITOS E FACTOS

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 13

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14 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade

que estão para servir o regionalismo e não para se servir do regionalismo. Teceu ainda elogios aos antecesso-res do Carlos Simões na direção do Serras, com especial enfoque no nosso querido amigo Armindo Antunes que desapareceu recentemente da forma que todos nós sabemos, mas estava representado fisicamente pela sua esposa Lizete Antunes e presente nos nossos espíritos e corações. Chamou a atenção do enorme esforço que é fazer com que a publicação mensal do jornal Serras seja uma realidade, só possível com um grande esforço de quem dá a cara e de quem nos bastido-res, com grande apoio da Beta Vicente

e sua equipa, e que o faz de forma gratuita e abnegada retirando tempo à família que no fundo são os verdadei-ros heróis desta equação e pilar funda-mental no apoio ao regionalista.

Para fechar as intervenções inter-veio José Ferreira que tal como os antecessores enalteceu as qualidades do Carlos na direcção e a sua qualidade critica, poder de observação, detalhe, rigor, capacidade de trabalho e exigên-cia provavelmente devido ao seu percurso profissional como militar do ramo da aviação. Mencionou também Armindo Antunes como sendo um os responsáveis por o mesmo ter assumi-do a Presidência da Casa do Concelho e ainda o trabalho desenvolvido pelo mesmo na Liga da Póvoa da Raposeira e o seu sempre conselho ponderado e amigo quando solicitado. Agradeceu ao Carlos Simões a sua permanen-te disponibilidade quer na Direção, organização eventos desportivos e agora como diretor do Jornal Serras da Pampilhosa.

De seguida foram entregues pelos presentes vários diplomas, certificados e outras ofertas das colectividades e associações presentes todos eles com elevado significado de gratidão e amizade, e efusivamente cumprimen-tado por todos, em especial pela sua família, os pais José Simões e Arménia, os filhos Diogo e Joana e esposa Luísa.

Para terminar falou o homenagea-do, que trouxe o trabalho feito de casa com um discurso escrito, pouco habi-tual para o que estamos habituados, mas que o mesmo explicou que teve de ser assim para não correr o risco de não esquecer nada nem ninguém.

Tentando não tornar o artigo muito extenso resumiremos apenas no fundamental, que são o valor da família e amizade que são os nossos maiores tesouros. Agradeceu a todos que colaboraram nesta homenagem quer organizando, quer estando presentes, não tendo palavras para descrever o que sentia de momento. A presença dos amigos compensava o

tempo despendido ao longo de mais de trinta anos e a sua participação neste momento em seis associações regionalistas. Lembrou ainda os gran-des regionalistas como Maico dos Santos e Arlindo Esteves como seus mestres no regionalismo e António Lopes Machado como mestre na arte do jornalismo e impulsionador da sua carreira académica, já nesta ultima fase da sua vida. O seu lema fundamental e agulha orientadora é o de tornar a sociedade melhor e mais justa. Após esta homenagem prometeu abrandar, não parar, mas reflectir sem descu-rar e focar mais a atenção na família, que por vezes descurou em prol da comunidade. Agradeceu a todos pela presença e muito especialmente à irmã de quem é confidente e por quem nutre um amor à prova de bala.

A festa continuou com a actua-ção do músico Gonçalo Barata, com vários pares mostrando os seus dotes de dançarinos. Houve ainda lugar a um lanche ajantarado e todos foram abandonando o belo recinto da Quin-ta Valenciana, cansados mas satisfeitos com esta bela manifestação de conví-vio em que os Pampilhosenses são mestres.

Parabéns Carlos por esta bela e merecida festa de homenagem.

Barata Lopes

Em boa hora decidiram as cole-tividades da freguesia de Fajão--Vidual e a congénere de Vale

Derradeiro, prestar uma merecida homenagem ao grande regionalista Carlos Simões sob o lema “Homena-gem Regionalista por uma vida dedica-da ao associativismo e desenvolvimento regional do seu concelho”.

Bem cedo se começaram a juntar na bonita “Quinta Valenciana” em Fernão Ferro, amigos e convidados que quiseram celebrar este evento. Homenagem mais que merecida a este grande homem, bom pai de famí-lia, amigo do seu amigo que constitui um exemplo que todos nós devería-mos procurar seguir. Seguramente este homem será como muitos mais, um dos que da “lei da morte já se liber-tou”, vários estão na nossa lembrança. São seres acima da média, que mesmo depois de desparecerem fisicamente ficarão para sempre nas nossas memó-rias. Proeza que está apenas ao alcance de poucos eleitos, e seguramente, o Carlos Simões é um deles.

Tudo isto não constitui obra do acaso, é necessário muito rigor,

exigência consigo mesmo, disciplina, sentido critico e trabalho, sendo este ultimo a única fórmula que conheço para o sucesso, nem sempre alcançado se o mesmo não for orientado de uma forma racional e inteligente. O Carlos tem estes predicados todos.

As festividades iniciaram-se com a recepção dos convidados no lobby da sala onde decorreu o evento. Seguiu--se como de costume um beberete onde todos os convivas confraterniza-ram, preparando o corpo e o espirito para a bonita e grandiosa homenagem que se seguiria.

Estava também na entrada um Livro de Honra, oferta de Sérgio Vicente, onde todos registaram mensagens a enaltecer o homem e regionalista que é o Carlos Simões.

A mesa de honra foi composta naturalmente pelo Carlos Simões e sua esposa, José Ferreira em repre-sentação da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, Barata Lopes,

Vice- Presidente da Casa do Conce-lho da Pampilhosa da Serra e esposa em representação do jornal “Serras da Pampilhosa”, Isidro Marques Presi-dente do Conselho Regional da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, António Lopes Machado diretor do jornal “A Comarca de Arganil”, Antó-nio Lopes em representação da Casa da Comarca de Arganil, Lizete Antu-nes esposa do nosso querido e saudo-so amigo Armindo Antunes, o ultimo director do nosso jornal e Gonçalo Barata em representação da Casa da Comarca da Sertã e que foi também o animador musical da festa.

Estiveram também presentes os anteriores Presidente e Vice- Presi-dente da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, respectivamente Anselmo Lopes e Gonçalves Xavier e esposas. Este ultimo em conjunto com o nosso amigo e colaborador do “Serras” Zé Manel, que representaram também a Associação de Combaten-tes do Concelho da Pampilhosa da Serra.

As coletividades do Alto Ceira promotoras da festa, estiveram em

força, como é já hábito noutras mani-festações, mostrando o seu dinamis-mo, entusiasmo e forma muito pecu-liar de estar no regionalismo. Fajão, Camba, Ponte de Fajão, Cavaleiros, Covanca, Gralhas, Boiças, Ceiroco, Porto da Balsa, Mata, Vale Derradeiro, Vidual e Castanheira da Serra foram as que nos apercebemos estarem presen-tes, se mais alguma houve as nossas desculpas por a omitirmos.

A família e os amigos estiveram presentes em força, sendo as presen-ças à volta de duas centenas.

Constituiu ponto alto da cerimó-nia a passagem de um vídeo com a apresentação do percurso de vida do Carlos, família, percurso regiona-lista, surpresa feita pelos familiares mais próximos, coordenado pela sua irmã Ana Simões. Nele se destacava o cunho regionalista de alguns ante-passados, sendo Camba e Covanca aldeias de referência, onde tem as suas origens. Vários testemunhos de

familiares, pessoas amigas, dirigentes das coletividades e outras que estão também de uma ou outra forma liga-dos ao regionalismo, onde enaltecem a sua qualidade de grande homem e grande e regionalista. Testemunhos sentidos e com elevada carga emoti-va que tocaram até os corações mais empedernidos, soltando aquela lagri-mita no canto do olho que a muitos de nós é familiar, quando nos emocio-namos.

A Dª Isaura Fernandes grande impulsionadora desta homenagem, e como bem sabemos conhecida como a “Dama do Regionalismo” agrade-ceu a todos quantos ajudaram a que esta festa fosse realidade e a justeza desta bem merecida homenagem. Leu ainda mensagens enviadas por diver-sas personalidades que não puderam estar presentes e que mesmo assim não quiseram deixar de se associar a esta festa, sendo eles:

- Luís Santos como cambense e amigo de infância.

- Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, respectivamente José Brito e Jorge Custódio

- Presidente da Junta de Freguesia de Fajão, Carlos Simão.

- Os regionalistas Aníbal Pacheco e David Lopes

- Humberto de Almeida Presidente da Direcção da União e Progresso das Boiças.

- Pedro Moreira Presidente da Liga de Fajão e ausente em Angola.

A intervenção da Dª Isaura foi intensa, emotiva e cheio de paixão bem ao seu estilo.

De seguida Gonçalves Xavier subs-creveu tudo o que foi apresentado no filme, e deu os parabéns à família que tão “nobre” filho tem.

Fernando Moreira, Presidente do Conselho Fiscal da Liga de Fajão deu também o seu contributo com uma intervenção onde destacou todas as qualidades do Carlos.

Anselmo Lopes, ultimo Presidente da nossa Casa do Concelho, salientou o trabalho desenvolvido pelo Carlos na direcção a que presidiu, nomeada-mente na organização do 2º Congres-so Pampilhosense.

António Lopes, da Casa do Conce-lho de Arganil interveio também e mais uma vez os elogios foram nota dominante.

Barata Lopes, Vice-Presidente da Casa do Concelho e em representação das Serras da Pampilhosa, substituin-do Carlos Simões que por motivos óbvios não o poderia fazer, frisou que como parte integrante da magnífica equipa que é neste momento a Direc-ção da Casa do Concelho o fazia com todo o gosto, honra e responsabilida-de. Disse ainda, e pegando nas pala-vras proferidas por Lourdes Maia no vídeo passado anteriormente, que não era necessário ter jeito para estar no regionalismo, era necessário vontade e disponibilidade, pois faz mais quem quer do quem pode e se fizer o que pode, está o dever cumprido, a mais não é obrigado.

Disse ainda que tem um enorme prazer em trabalhar com esta equipa

REGIONALISMO FAJAENSE HOMENAGEA CARLOS SIMÕES

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Actualidade Opinião

CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 15

Como já noticiou o «nosso» Serras da Pampilhosa, reuniu em Assembleia Geral, no dia 06-03-

2016, a União Progressiva de Sobral Vala-do. No seu orçamento para 2016/17, entre outras despesas, salienta-se a rubri-ca de «Obras do busto e homenagem à ti Maria Mendes». Bela noticia, embora um pouco tardia, mas nunca é tarde para se praticar o bem e os sobralvaladenses são assim, mais cedo ou mais tarde, eles aí estão prontos para gravar para poste-ridade os feitos daqueles que mais se distinguiram e dedicaram à comunida-de sobralvaladense. Orgulho-me desta homenagem. Nas várias direções a que pertenci, sempre pugnei e debati por esta homenagem, não foi possível. Nas colu-nas de outro jornal regional, fui talvez o primeiro, que relembrei os feitos desta nobre e altruísta senhora e o dever da aldeia de perpetuar para os vindouros, os seus feitos. Nas reuniões da União Progressiva, como já citei, nas conver-sas de verão na aldeia e até em outros escritos posteriores, mas só agora, pare-ce-me, chegou a altura própria. Como tudo o que então escrevi em 13-05-2004, se mantém atual, não resisto à tentação de transcrever a referida notícia com o título de: «Sobral Valado-Recordando a «tia» Maria Mendes.» Foram muitos ao longo dos anos os naturais de Sobral Valado que se distinguiram entre a massa anónima da aldeia, pelas sua qualidades, pelos seus feitos, pela maneira de estar na vida ou pela sua entrega em benefício da comunidade, sem daí esperar qualquer recompensa. Reconheço ser um pouco melindroso escrever sobre este tema, pois corremos sempre o risco de falar de uns e deixar outros não menos merecedores de serem recordados, para mais nas circuns-tancias em que o fazemos não dispondo de qualquer suporte escrito e tudo o que dizemos nos basearmos em conversas que ouvimos aos nossos antepassados, na nossa adolescência.

Vamos hoje ocupar-nos da «tia» Maria Mendes, que ainda felizmente bem conhecemos. De seu nome comple-to, Maria de Jesus Mendes, nascida em 07 de Julho de 1890, em Sobral Valado, casa-da com José Joaquim Barata, de quem ficou viúva muito nova, apenas com 28 anos e com 3 filhos de tenra idade: Maria da Conceição Mendes Barata de Almei-da, José Barata Mendes e Manuel Barata Mendes, já todos falecidos.

Não sabia ler nem escrever, pois quem de sexo feminino sabia ler no seu tempo nas nossas aldeias da Serra? Segundo as estatísticas da época, 1911, a freguesia da Pampilhosa da Serra, à qual sempre pertencemos, tinha 4.363 habitantes dispersos por mais de 60Kms quadrados e apenas 38 mulheres sabiam ler !...

Pois bem, foi uma mulher de «armas» como se diz na aldeia. Assu-mindo a chefia do seu agregado familiar, criou os seus filhos «sem vergonhas do mundo» e cedo assumiu a nobre missão de parteira da aldeia, numa época em que estava em crescimento (1911-365 habitantes, 1940-374, 1960-243.). Eram muitos os nascimentos, ainda nos recor-damos de conhecer famílias de 10 e 12 filhos e os nascituros, acompanhando--os, na falta de assistência médica. Sem receber qualquer curso ou ensinamento técnico especializado, foi ela que assis-tiu aos nascimentos da maior parte dos naturais de Sobral Valado. Todos os que hoje têm 40 ou mais anos, receberam as primeiras carícias das mãos delicadas da «tia» Maria Mendes, que por certo dedi-cou a todos o maior carinho e saber, não descuidando as parturientes em horas tão aflitivas e delicadas.

Mas não ficou resumida aos partos a «nossa» mulher. Para os casamentos, baptizados ou outros atos festivos, era a «tia» Maria Mendes que com a sua sabedoria era chamada a confecionar as comidas e em especial a bolaria. Que deliciosos bolos; pão de ló, talaças, filhós,

arroz doce, etc. Esta senhora sabia fazer e orientar as outras colaboradoras. Tudo trabalhava sob a sua orientação, prevendo quantidades, etc. Tudo era feita à mão! Longe viriam as máquinas...

Era uma pessoa muito inteligente para o seu tempo e uma excelente contadora de histórias, com grande poder imagina-tivo. Em seu redor não existiam tristezas nem silêncios. Ela sabia tudo o que de bom e de mau se passava na aldeia e com o seu poder comunicativo transmitia aos outros. Quem se não lembra da «tia» Maria Mendes, no alto do balcão da sua residência, a comunicar com as vizinhas?

Recordo-a com muito respeito e admiração para que fique para a posteri-dade esta mulher a quem os sobralvala-denses muito devem, não a esquecendo. Faleceu a 03 de Março de 1982, com a bonita idade de 92 anos, bem merecen-do ser incluída e considerada no grupo das típicas e rijas mulheres de Sobral Valado. J. Marques de Almeida» Fim de transcrição.

Que se concretize agora este projeto da União Progressiva e que em Agosto, todos os naturais da aldeia compare-çam para prestar a devida homenagem póstuma a esta figura exemplar da nossa terra. Que ninguém se esqueça que quase todos os que naquela época nasceram na aldeia, receberam as primeiras carícias das mãos da «tia» Maria Mendes. Todas as parturientes tiveram naquela hora difí-cil, a ajuda sábia e carinhosa desta dedi-cada sobralvaladense. Que todos tenham isso bem presente e com a sua comparên-cia agradeçam para a posteridade, todos os benefícios recebidos, direta ou indi-retamente. Todos nós tivemos familiares assistidos pela «tia» Maria Mendes..

J.Marques de Almeida

Acaba de passar mais um dia consagrado à festa do Corpo de Deus, de novo consi-

derado feriado nacional após um interregno de contornos políticos que durou apenas 3 anos e de onde resultou que, oficialmente, passasse a ser nesse curto período um dia normal de trabalho igual aos outros. Os benefícios de tal medida, se acaso os houve, não terão sido ainda devi-damente avaliados, mas o que é certo, feriado ou não, nunca deixou de ser um dia tradicionalmente enquadrado na pastoral da Igreja católica. A marca dessa religiosidade de séculos não se apaga por decreto nem portaria, de mais a mais porque essa festa cons-titui uma das principais celebrações

inseridas no calendário anual das datas marcantes do catolicismo.

Na verdade, a festa do Corpo de Deus, que já vem da Idade Média, foi oficialmente instituída pelo Papa Urbano IV, através da publicação da Bula Transiturus, em 08 de Setem-bro de 1264, determinando que fosse celebrada na quinta-feira depois da oitava do Pentecostes, ou seja 60 dias após a Páscoa, querendo simbolizar desse modo uma união intima com a instituição da Eucaristia na Últi-ma Ceia de Quinta-Feira Santa, Em Portugal sempre foi uma das princi-pais festividades da Igreja desde que começou a ser celebrada em 1282, no reinado de D. Dinis.

A festa do Corpo de Deus faz-me recordar tempos passados em que, na minha aldeia, o culto do Santís-simo constituía uma vivência com fortes tradições que radicavam num passado longínquo em que o espíri-to de fé cristã levou os unhaisenses a criar uma Irmandade que desig-naram por Confraria do Santíssimo Sacramento, a qual não demorou a transpor as fronteiras da freguesia no acolhimento de irmãos provenientes de outras povoações do concelho e de municípios vizinhos. Em meados do século passado, o dia da sua festa era uma data marcante na vida quoti-diana da comunidade unhaisense, a população, irmanada numa fé vivifi-cante, acompanhava todos os actos litúrgicos com grande participação e respeito.

A missa solene era celebrada na velha igreja, seguia-se uma procissão pelas ruas da aldeia, com as janelas e varandas ornamentadas com esme-ro e com o Santíssimo sob o palio,

em cujas varas todos os homens daquele tempo se sentiam honrados em pegar. Os irmãos da Confraria, não havia casa onde os não houvesse, envergavam as suas opas vermelhas, as crianças da cruzada apresentavam-se com os trajes habituais que as caracterizavam e a massa do povo participava na procissão numa manifestação de fé generalizada.

No ano em que esta Confraria, instituída na Igreja de Unhais-o-Ve-lho em 21 de Setembro de 1709, comemora 307 anos de vida, recor-

do que o seu Compromisso e Estatutos foram aprova-dos pelo Bispo da Guarda, D. António de Saldanha, em 28 de Março de 1710, conforme atesta o seguin-te documento:

“Faço saber que os irmãos da Confraria

novamente erecta em honra do Sanctís-simo Sacramento do lugar de Unhais--o-Velho deste Bispado me prezentarão os Capítulos e Estatutos da mesma Confraria que em este livro se contem em vinte e seis capítulos escriptos em quinze meyas folhas de papel assinadas pelo Revº José Baratta, Arcipreste da villa e destricto da Covillan e dando se por meu despacho vista delles ao Dr. Promotor pello qual forão vistos, pelo que conforme a resposta do ditto Dr. Promotor, confirmo os dittos Estatutos e os approvo por me constar que estão bem ordenados para o serviço de Deos e bem das almas e augmento da ditta Confraria e não contem couza algua contra direito e ordenaçam deste Bispa-do. Approvo e confirmo dittos Estatutos na forma em que estão escriptos e inter-ponho nelles minha autoridade ordi-nária e decreto judicial tanto quanto em direito posso e devo fazer e mando que se cumprao e guarde como nelles se contam e que de novo se não acrecentem outros sem particular licença de Sua Exª ou de quem o seu poder tiver. Dado na Guarda sub sello das armas de Sua Exº e meu signal aos vinte e oito dias do mês de Março de mil setecentos e des annos e eu Miguel da Costa Figueiredo o escrevi. O Dr. Roque da Costa Pretto.”

Se não com o brilho e o nível de participação de outros tempos, na medida em que muita coisa mudou, a Confraria do Santíssimo Sacramen-to de Unhais-o-Velho vai continuan-do a fazer a ponte entre o passado e o presente como sinal da fé dos nossos antepassados e marca substantiva do património cultural da freguesia.

Aníbal Pacheco

A FESTA DO CORPO DE DEUSHOMENAGEM À TI MARIA MENDES

AS NOSSAS MONTANHAS E A NOSSA GENTE – 3

Ao ver a rapariguinha a cair, lá em baixo, na vereda que atravessava a encosta da serra, vergada sob o

peso de uma pesadíssima saca de carvão, o rapazinho pôs-se de imediato a correr na sua direção.

- Não te preocupes! Isto é não é nada! – disse-lhe ela, quando o viu, ali ao seu lado, a contemplá-la com um olhar inquieto. – Ajuda-me só a colocar a saca ali em cima daquele penedo, que eu, depois, cá me desenrasco.

- Ihhh! Como é que tu aguentas com este peso todo?! – exclamava ele, enquan-to a ajudava a colocar a saca em cima do penedo que ela indicara. – Quanto é que isto pesa? Mais de duas arrobas!...

- Sim, mais de duas arrobas! – confir-mou ela. – Mais! Muito mais!...

- Porque é que os carvoeiros fazem assim os carregos tão pesados?! Tu não devias aceitar…

- Não devia aceitar? Que remédio tenho eu?!

Que remédio tenho eu?! Sim, que remédio tinha ela?! Se ela se queixasse, ainda seria pior!... Que remédio tinha

ela?! Lá, em casa, era só miséria! Na casa dela e nas casas dos outros! Miséria!

Sim, miséria! Naqueles tenebrosos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial e nos tempos que imediata-mente se lhe seguiram, anos em que a transmutação da humanidade em desu-manidade se conjugou com alterações climáticas que tornaram improdutivos os campos, a miséria atingiu os subterrâneos pantanosos da escabrosidade.

Era assim em casa da rapariguinha e era assim em quase todas as casas das aldeias da Serra. Era preciso comprar milho, era preciso comprar azeite, era preciso comprar outros produtos alimen-tares, e não havia dinheiro nem havia onde ganhá-lo! Por isso, ela decidiu:

- Vou carregar sacas de carvão.Por cada saca de carvão que transpor-

tava, desde o sítio onde os carvoeiros o produziam até à estrada, descalça em caminho sinuoso e pedregoso, numa distância de cerca de cinco quilómetros (dez, somando ida e volta), ela ganhava dez tostões! Ao fim do dia, consegui-ria, na melhor das hipóteses, transportar

entre seis e oito sacas!O padrinho do rapazinho tinha algum

dinheiro. Era a ele que, quando as unhas da penúria rapavam desesperadamente no vazio, algumas famílias recorriam. Mas, com isso, atolavam-se ainda mais na lama pantanosa que as dívidas habitual-mente produzem. A rapariguinha tentava que a esperança de futuro da sua famí-lia não fosse engolida nesses instáveis e movediços terrenos pantanosos.

Naquela situação deplorável, essa esperança de futuro fundava-se, por um lado, na aceitação das raras e efémeras possibilidades de trabalho remunerado que, a si, ao seu pai e aos seus irmãos, eram proporcionadas e, por outro lado, na fé radiante de que toda a família, intrepidamente conduzida pela mãe, se alimentava espiritualmente.

À noite, à lareira, a família orava como criança consolada e confiante ao colo da mãe.

Manuel Nunes

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16 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Cultura Opinião A PENSAR NA PAMPILHOSA DA SERRA30. TABERNAS E OUTROS LUGARES

Eis um tema que, cada vez mais, pode conciliar “saudade” com “inova-ção”, ou até gerar valores transversais a diferentes gerações.

Recordo os meus tempos de infância e, só na aldeia do Trinhão, recordo-me de, pelo menos, 4 taber-nas a funcionarem em simultâneo.

Numa época em que ainda não havia televisão, nem sequer eletri-cidade!

Nos tempos em que as pessoas trabalhavam de sol a sol, pelo menos 6 dias por semana!

Era importante encontrar formas de convívio social e cultural, que ao mesmo tempo satisfizessem algumas necessidades básicas das populações.

De facto, para além do vinho e outras bebidas alcoólicas, as tabernas foram integrando outros produtos que, por um lado as aproximavam dos futuros minimercados, por outro lado eram o local de conví-vio por excelência dos homens da aldeia. Isto porque, nessa época, as mulheres passavam mais tempo em casa, depois das atividades agrícolas diárias.

Outra alternativa, de acesso mais privado, mas nem por isso menos importante, era o convívio nas adegas particulares, onde os petis-cos tradicionais eram também um aliciante suplementar, que algumas tabernas foram adotando.

Com o desenvolvimento da rádio (antes da TV), as pessoas iam para as tabernas ouvir os relatos de fute-bol. Mas também era frequente os tocadores de harmónio, guitarra portuguesa, pífaro ou gaita-de-beiços (entre outros instrumentos), exibi-rem os seus dotes acompanhados de “copos” e “petiscos”.

Mas essas tertúlias incluíam também manifestações culturais com alguma importância, a come-çar pelas múltiplas histórias dos que vinham de Lisboa, dos campos do Ribatejo, do serviço militar e que tinham muito para contar.

Infelizmente, aos poucos as taber-nas e “vendas” das nossas aldeias foram fechando, umas atrás das outras. Nalguns casos, surgiram os bares associativos, que supriram algumas das valências das antigas tabernas, mas que talvez pudessem recriar melhor os ambientes desses locais, privilegiando a solidariedade e entreajuda entre os frequentadores habituais.

Noutras crónicas desta série (A Pensar na Pampilhosa da Serra), já exprimi a minha tristeza pelo facto das poucas pessoas que permanecem nas nossas aldeias ainda se isolarem mais, quando praticamente não saem de casa para conviver com os vizi-nhos. Entendo que é urgente tentar mudar esses hábitos, para bem dos residentes e como forma de atrair

os visitantes que procuram no interior do país o refúgio perfeito para o “stress” das cidades.

E por falar em cidades, também aqui as tabernas já tiveram a mesma função, começando a surgir cada vez mais locais similares onde se asso-ciam a gastronomia, o bom vinho e a possibilidade de convívio. É sobretu-do interessante ver como esses locais são frequentados por diferentes gera-ções, com destaque para a juventude que, ao contrário do que pensam os mais velhos, estará a dar cada vez mais valor às tradições.

No momento em que estou a escrevinhar estas linhas avulsas, recordo a taberna do meu avô (Ti António do Favas), com os seus 3 pisos:

- Venda de vinhos e outras bebidas e alguns produtos agrícolas na cave;

- Mercearia e telefone público no rés-do-chão;

- Sala para o jogo da sueca no primeiro andar, onde os homens iam ao domingo ouvir os relatos de fute-bol da Emissora Nacional.

Lembro-me também da taberna do meu pai, onde já funcionava o “talho” de carne fresca, uma vez por semana, e a “peixaria” para a venda da sardinha e carapau que ia comprar a Coimbra e à Lousã. Hoje em dia, estes e outros produtos são distri-buídos pelos vendedores ambulan-tes, mas tenho pena as pessoas não se consigam organizar para manter alguns locais permanentes de forne-cimento de bens e serviços. Os bares associativos poderiam adaptar-se para o efeito, com custos naturalmen-te mais reduzidos, proporcionando ao mesmo tempo mais convívio entre os “clientes”.

Resta-me a satisfação de ver o meu irmão (Manuel da Quelha) a iniciar a abertura de uma Taberna nas Aveni-das Novas (em Lisboa), fazendo votos que tenha a capacidade e enge-nho de desenvolver o seu negócio e ao mesmo tempo proporcionar aos seus clientes (onde espero encontrar muitos pampilhosenses de todas as gerações):

a) O convívio que precisam para compensar as dificuldades da socie-dade moderna;

b) A valorização das tradições portuguesas (incluindo as da Pampi-lhosa da Serra), sem prejuízo da qualidade e inovação que é exigida a este tipo de estabelecimentos.

Sei que já há muitos e bons exem-plos de sucesso, com empresários do nosso concelho que dão cartas na indústria hoteleira, mas enquanto membros da comunidade pampilho-sense, também nos compete ajudá--los na divulgação que merecem.

Até á próxima.

Anselmo Lopes

PRESENÇAS DO PASSADO

Neste pequeno arti-go procuramos dar a conhecer dois homens

cujas vidas se cruzaram a nível pessoal, social e politico na isolada vila da Pampilhosa no conturbado período político que opôs absolutistas e liberais.

José Alves Henriques de Carvalho

Professor e Sacerdote

No dia 18 de Dezembro de 1814 José Alves Henriques de Carvalho, clérigo em ordens menores, era provido no lugar de Mestre Régio da Pampilho-sa. O rei D. João VI nomeara--o proprietário da cadeira de Gramática Portuguesa da Vila da Pampilhosa. O Juiz Ordi-nário dos Órfãos, Francisco Caetano das Neves, Sargento--mor de Álvaro e suas anexas (Pampilhosa e Alvares), dava--lhe posse do ofício. Assinaram todos: o Mestre Escola já encar-tado, os vereadores da Câmara da Pampilhosa, Manuel Alves, Manuel Fernandes e António Barata, o Presidente e o Procu-rador do Concelho Manuel Almeida Santos. O escrivão dos Órfãos, António José Madeira elaborou o Auto de Posse.

A nomeação para Mestre-es-cola do Padre José Alves Henri-ques de Carvalho, nascido na Pampilhosa em 22 de Feverei-ro de 1788, segundo filho de António Henriques de Carva-lho1 e de Ana Joaquina Alves de Almeida2, aos 26 anos de idade de idade consistiria no culminar de um desejo, de uma vocação ou do apego a uma causa tão nobre como era a do ensino das primeiras letras. Encontrando--se vago o lugar de Mestre Régio desde 10 de Abril de 1810, por falecimento do anterior profes-sor, José Nunes de Almeida, o padre José Alves Henriques de Carvalho, sem paróquia própria, candidatou-se ao lugar, após ter prestado provas em Arganil. A ausência de professor na Vila da Pampilhosa durante quatro anos constituía um enorme prejuízo para os pampilhosenses, que não terá passado despercebido ao jovem clérigo.

O padre José Alves Henri-ques de Carvalho exerceu a sua missão de instrução com zelo e dedicação durante duas déca-das, numa época politicamente conturbada, opondo partidários liberais e absolutistas, culmi-nando numa guerra civil com consequências graves em todo o País e em particular na Beira. Absolutista convicto, partidá-rio do rei D. Miguel, acabaria por sofrer as consequências da

sua opção politica. Com efei-to, pouco depois da capitulação de D. Miguel ocorrida em 26 de Maio de 1834, o padre José Alves Henriques de Carvalho foi demitido em 21 de Setem-bro desse ano, pelo Provedor do Concelho, Luís de Melo Caste-lão de Brito Brandão (também aplaudira D. Miguel em 1829), por ordem superior, do cargo de professor da Cadeira de Primeiras Letras da vila, sendo substituído interinamente pelo também pampilhosense, padre José Nunes de Almeida que “sempre tinha manifestado a devi-da adesão à Rainha e à Carta”.

Após este revés, José Alves Henriques de Carvalho conti-nua a viver na Pampilhosa, toda-via sem paróquia e sem empre-go.

Do seu percurso entre 1834 e 1840 pouco sabemos, todavia em 18 de Novembro de 1840 já devia exercer as funções sacerdotais na paróquia de Nossa Senhora do Pranto, pois nessa data foi incumbido pelo Administrador do Concelho da Pampilhosa, Francisco Caetano das Neves e Castro dos livros de registo da Paróquia.

Pelos anos de 1840 até 1844 continua ao serviço oficial da paróquia. Em 1858 assina como coadjutor da paróquia de Nossa Senhora do Pranto.

Faleceu no dia 5 de Janeiro de 1861 na Pampilhosa, sendo sepultado na capela-mor da Igreja, na sepultura dos párocos.

José Nunes de AlmeidaSacerdote e Professor

No dia 28 de Abril de 1834 o provedor do Concelho Luís de Melo Castelão de Brito Bran-dão fazia saber que o padre José Nunes de Almeida fora provido interinamente na Cadeira de Primeiras Letras da Pampilhosa em substituição do padre José Alves Henriques de Carvalho. Este foi nomeado por “concor-reram nele as necessárias quali-dades para o bom desempenho daquele emprego acrescida a circunstância de ter manifes-tado sempre a devida adesão à Rainha e à carta”.

O padre José Nunes de Almeida, natural da Pampi-lhosa, nasceu em 23 de Março de 1793, filho de José Nunes de Almeida, natural da Póvoa, professor de primeiras letras na Pampilhosa e de Úrsula Maria natural de Vilarinho, freguesia de Cacia, Aveiro. Seguiu a vida eclesiástica. Em 1826 era cura da Igreja de Nossa Senhora do Pranto da Pampilhosa, asses-sorando o prior D. Manuel da Purificação Queixada.

Apenas cinco anos mais novo do que José Alves Henriques de Carvalho, militavam partidos opostos. José Nunes Almeida tornara-se partidário do Parti-do Liberal, como atestaram os seus correligionários políticos em 21 de Março de 1835: “Ates-tamos que o padre José Nunes Almeida desta vila é dotado de todas as virtudes, tanto morais como civis e politicas. Também de que o mesmo esteve preso na Praça de Almeida pela adesão que sempre mostrou à carta e governo da Rainha Nossa Senho-ra o que assim atestamos por ser verdade. Assinaturas de Luís de Melo, Provedor, António Bara-ta Pinheiro Feteira, Presidente; José Joaquim Antunes, Fiscal; José Baeta, Vereador; José Marques de Almeida, escrivão”.

Por razões políticas José Nunes de Almeida esteve preso na Praça de Almeida entre 22 de Novembro de 1829 e 17 de Julho de 1831, assim como o boticário da Pampilhosa José da Silva Ribeiro.

Embora sendo filho do professor de primeiras letras da Pampilhosa, não terá pensado exercer o magistério primário, pois fora nomeado cura da Igre-ja de Nossa Senhora do Pranto da Pampilhosa, mas as circuns-tâncias politicas tê-lo-ão impe-lido para o desempenho dessa tarefa. Assim, em 7 de Maio de 1835 prestou provas para professor e o auto de posse do Oficio de Mestre-escola ocor-reu a 19 de Julho do mesmo ano perante a Câmara Muni-cipal, estando presentes José Freire Coelho de Faria, Presi-dente; António Rodrigues, Fiscal, Manuel Martins, verea-dor e José Marques de Almei-da, escrivão e o Provedor do Concelho Luís de Melo Caste-lão de Brito Brandão.

Em 8 de Julho de 1842, após ter realizado vários exames e provas, recebeu a propriedade da cadeira de Pampilhosa, aos 49 anos, levando já 8 anos de ensino.

Em 24 de Janeiro de 1866 recebeu de D. Luís a Carta de jubilação como professor públi-co primário da Pampilhosa com vencimento anual de 90 mil réis.

Faleceu na Pampilhosa em 10 de Janeiro de1872 aos 78 anos.

________________1 Nasceu em 1755 no Vale de Carvalho.

Era irmão do Capitão Manuel Henriques de Carvalho que já foi biografado no jornal Serras da Pampilhosa

2 Nasceu em 1761 na Pampilhosa

Ana Paula Branco

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 17

a maioria dos patrícios para Lisboa, procurando amparo que os filhos nunca lhe regatearam.

Faleceu na freguesia da Graça, a 26 de Abril de 1982, idade de 89 anos, completaria noventa em Junho. No velório na Igreja da Penha de França, e funeral, estiveram poucas pessoas, falecimento ocorreu segunda-feira, dia de trabalho. Mais tarde chegaria notícia a todos que a estimavam, ficou pena imensa de não terem acompanhado à última morada quem nunca regateou auxílio, fosse a hora que fosse, fizesse o tempo que fizesse.

Surgiu espontaneamente um movi-mento, com o objectivo de colocar no cruzamento da montanha, busto em memória de Martinha Josefa. Apesar de justa, a ideia não vingou.

Contemplo outra vez o sítio da “Martinha” do Rolão, relembro centenas talvez milhares de pessoas conheceram a “estalajadeira”, e guardam recordações deste local, parte integrante da tradição histórica dos concelhos de Pampilhosa da Serra e Góis. A tarefa de escrever para evitar esquecimento da labuta heróica da gente, que pertenço, permite lance,

respeitosamen-te, ao Presiden-te da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, Senhor José Brito, e Presidentes da Junta de Fregue- sia de Pessegueiro, Colmeal, Pampilhosa da Serra, um apelo para ser colocado não busto, se calhar é dispendioso, mas “recordatória” simples e digna, afim de não se esfumar no olvido a vida de uma pessoa solidá-ria, marcou época no passado recente da nossa Terra.

No “leque” do Rolão designação dada ao “entroncamento” rodoviário, nada será mais apropriado que lembrar a “Ti Martinha” para vindouros, sabe-rem quem foi aquela mulher “de armas”. Um dos seus filhos era amigo do meu pai, ambos partiram deste mundo, lá onde porventura se voltarem a encon-trar, meu pai, poderá confidenciar ao amigo: “meu Júlio não me desiludiu…” Espero que não.

Júlio Cortez Fernandes

Para principiarmos este Álbum de Memórias pampilhosenses, trago-vos a fotografia mais anti-

ga que consegui encontrar, trata-se de uma fotografia que mostra a nossa Pampilhosa há muito desaparecida!

Mas o que nos surpreende mais, é sem dúvida, a Igreja Matriz, como nunca a conhecemos. Uma Igreja mais modesta, com uma disposição contrária da atual, uma vez que a

entrada fazia-se pelo lado da Rua do Pedregal (que vai desde a Praça Barão de Louredo até ao Rio Unhais), no Largo da Quinta.

A Igreja que vemos na fotografia foi devastada por um incêndio, a 19 de fevereiro de 1907, conseguindo--se salvar apenas algumas imagens, como refere a notícia na Comarca de Arganil, n.º 313, do dia 21 de fevereiro de 1907. O fogo terá começado na capela-mor mas o que terá estado na origem nunca foi apurado. O que era sabido na altura é que a Igreja já se encontrava em mau estado e abando-no há muito tempo. Eduardo Carlos

chega mesmo a dizer, na Comarca de Arganil, de 28 de março de 1907 (n.º318): “Seria o incêndio castigo por tal abandono?” Refere ainda, no mesmo artigo, que a missa iria ser realizada na Capela da Misericórdia, mas que esta se encontrava em tão mau estado como a Igreja o estava antes do incêndio.

A Comarca de Arganil de 11 de julho de 1907 (n.º333) anuncia o

subsídio de 2:800$000 réis para as obras da Igreja Matriz, e a Comarca de Arganil (n.º334) de 18 de julho do mesmo ano anuncia o aumento do subsídio para 7:500$000 réis. O mesmo artigo diz: “Com tal verba, bem pode a nossa freguesia ficar com um templo mais que regular”.

Desse subsídio e de contribuições de alguns paroquianos mais benemé-ritos que o Sr. Padre Urbano Cardo-so terá conseguido, nasceu a Igreja Matriz que temos nos dias de hoje.

Marisa Carvalho

Cultura Opinião

As montanhas do concelho de Pampilhosa da Serra, guardam segredos no recôncavo dos

barrancos “testadas” das lombas, nos cumes solitários, rota de vento agreste domesticado propulsor de “moinhos” geradores de energia eléctrica, faceta inequívoca de utilidade e valor para perpetuar a existência, da unidade administrativa individualizada, do Município serrano.

A estrada nacional nº112, caminho da Pampilhosa da Serra na direcção de Coimbra, proporciona, no tramo da vila á Portela do Vento, entrada do concelho de Góis, paisagens únicas, horizontes dilatados. Verdadeira estrada “panorâmica”, a rectificação do traçado, piso impecável, são obra do governo de António Guterres, permitem que o viajante com comodidade e seguran-ça possa fruir de passeio inesquecí-vel, quem sabe, futura “ROTA DAS CATRAIAS”

A via demorou um século a alcan-çar a Pampilhosa, executada pelo cimo da serra, ignorou as aldeias dos vales, pouco beneficiaram, consequência: aparecimento de locais distantes dos povoados, destinados a paragem de veículos de carga e passageiros. Surgi-ram construções destinadas a habita-ção comercio, e apoio dos viageiros serranos, as “catraias”. Da Pampilhosa da Serra á Portela do Vento, existiam, as “catraias” do Valongo, Farropo, da Martinha do Rolão, e Pépio.

Ficarei, por agora, na “Martinha”. Num dia desta Primavera fria e chuvo-sa, resolvi visitar o local. Onze horas da manhã. Tempo ventoso ensolarado, nuvens céu “rasgado”. Estacionei, silen-cio, perturbado pelo ruído do vento. Ruínas de uma construção. Observo o sítio, uma estrada na direcção do Colmeal, e aldeias de “trás“ de serra, Aldeia Velha e Soito. Aldeia Velha, considerada aldeia mais típica de Portu-gal, no concurso em que ganhou o “galo” Monsanto. Outra orientada para as bandas de Fajão e Almas de Belide.

O panorama de beleza arrebatadora,

em qualquer dos quadrantes geográfi-cos; mar de montanhas, aqui e acolá branquejar de alguma aldeola perdida numa quebrada da serra. Vislumbram--se serranias do vale do Zêzere as alturas da Lousã, o “cordão” montanhoso que circunda a Vila da Pampilhosa, oculta o burgo, na fundura do vale da sua ribeira.

Há cem anos, Hermano Neves, jornalista da Capital, nascido em Alva-res, com ligações a Colmeal e Pampi-lhosa, quando realizou uma reportagem atribuiu à região o nome “Suissa Portu-guesa”. Chegou a alvitrar a construção de um sanatório na selada do Braçal, porque as vistas e ar puro da montanha eram requisitos perfeitos para instalar aquele equipamento turístico e sanitário.

Naquela época não existia a “Catraia do Rolão”, designação inicial. A origem poderia escrever-se tal qual uma histó-ria:

No lugar do Braçal, freguesia de Pessegueiro concelho de Pampilhosa da Serra em vinte e dois de Junho de 1892, nasceu uma menina de nome Marti-nha, filha legítima de Manuel Francisco e Martinha Josefa. Certamente nome de baptismo deriva deste facto. Aquele lugar albergava cinquenta habitantes.

Martinha Josefa, cresceu enfrentando as dificuldades da vida nas montanhas pobres. Apascentando gado, roçan-do mato, ajudando nas sementeiras e colheitas, na lida da rústica habitação onde se abrigava. As moças casavam quase sempre na juventude, constituir família poderia ser possibilidade de melhorar a vida.

Um moço da aldeia do Carvoeiro da mesma freguesia e concelho, José Maria Ramos, filho legítimo de José Ramos e Maria Simões. Ele do Carvoeiro, ela do Casal do Muro arrabalde da aldeia; enamorou-se de Martinha, pouco mais velho, veio ao mundo a quatro de Agos-to de 1890. Casaram, a vinte e um de Maio de 1912 em Pessegueiro. O início do matrimónio deve ter sido difícil, surgiu a primeira guerra mundial, depois a pneumónica, situação económica de Portugal e do mundo: catastrófica.

José Maria Ramos, afilhado de baptismo de Joaquim Alves Mariano, abastado proprietário, de sua mulher Josefa de Almeida, moradores na popu-losa aldeia do Carvoeiro, 225 habitan-tes em 1911. Os padrinhos, vivendo com desafogo financeiro, talvez tenham ajudado o afilhado dar rumo a vida.

Por volta de 1925, o casal José Maria e Martinha já moravam no Rolão, casa e arrumos por eles construídos. A situação da Catraia no cruzamento de Caminhos, fácil estacionamento deve ter influenciado a decisão de se estabe-lecerem. Tudo parecia correr de feição, todavia a tragédia bateu á porta.

A 10 de Dezembro de 1927, vítima de pneumonia fulminante José Maria Ramos subitamente, faleceu. Nada fazia prever o desenlace, gozava de boa saúde, completara 37 anos, estava na força da vida. A viúva ficou com seis filhos todos menores. O acontecimento impressio-nou muita gente. O Rolão fica a 900 metros de altitude, gélido no Inverno, qualquer “ponta de ar” que tivesse apanhado deve ter sido fatal. Diziam que não teria sido convenientemente assisti-do, suposições. Chegara a sua hora.

Josefa Martinha, com tenacidade e força de carácter enfrentou a situação, passou a timoneira da casa e do negó-cio. Ao princípio praticamente sozinha, depois com ajuda da descendência, fez progredir a “venda”, pouco a pouco deixou de ser conhecida por Rolão, passou a ser “a Martinha”. Prosperou com as obras da Barragem de Santa Luzia, decorreram de 1936 até finais de 1943, materiais eram transportados utilizando a estrada Rolão – Fajão - Vidual. Os motoristas quase sempre ali comiam e pernoitavam.

Afluía gente de todos os recantos da montanha, receber ou despedirem-se de amigos e parentes. Entreposto de encomendas, guarda segura de corres-pondência e valores, poiso de carreiros e camionistas, paragem das camione-tas da carreira, “a Martinha”, passou a ser conhecida muitos quilómetros em redor. Turistas ocasionais caçadores perdidos no ermo das serranias, encon-travam guarida, conforto, a hospitalida-de, da “Ti Martinha”, faceta que cultivou sempre. Conduta e carácter irrepreen-síveis fizeram dela “lenda” viva, figura querida no quotidiano, dos caminheiros da serra.

Os filhos partiram; a idade e doença, motivaram no final da década de 1970, “Ti Martinha”, rumasse, também, como

PAVEIA A PAVEIAGENTE E SÍTIOS DO IMAGINÁRIO DA MONTANHA - A "pousada" da Martinha no "leque" do Rolão

ÁLBUM DE MEMÓRIAS - 1

“A Catraia da Martinha” atualmente em ruínas e absorvida pelas Mimosas

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18 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 19

Cultura

com 92 páginas pretendeu estudar a origem, a ascendência e o núcleo familiar de irmã Lúcia (1907-2005), beato Francisco (1908-1919) e beata Jacinta (1910-1920), livro este que está inserido na celebração do centenário das aparições, que se assinalará em 2017.

A cerimónia de lançamento foi antecedida pela celebração de uma missa pela alma dos familiares do Três Pastorinhos,

celebrada na igreja matriz da cidade de Fátima, tendo posteriormente decorrido no salão paroquial, onde teve lugar uma actuação do Coro Infantil e Juvenil da Academia de Música Banda de Ourém para as cerca de 250 pessoas ali presentes.

A apresentação contou com as intervenções de Humberto Figueira da Silva (presidente da Junta de Freguesia de

Fátima), Rui Marto (pároco de Fátima), José Caldeira (director da Associação Portuguesa de Genealogia), José Poças das Neves (especialista em história local), Nazareno do Carmo (vice-presidente da Câmara Municipal de Ourém) e os dois autores.

António Amaro Rosa

INVESTIGADOR ORIUNDO DOS PADRÕES PUBLICA PRIMEIRA GENEALOGIA DOS “TRÊS PASTORINHOS DE FÁTIMA”

O salão paroquial de Fátima foi palco, no dia 18 de Março, da

apresentação da primeira obra sobre a genealogia dos “Três Pastorinhos de Fátima”.

O livro é fruto do trabalho de dois investigadores, Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes e Nuno Miguel Marques Barata-Figueira, este último com raízes familiares

na aldeia de Padrões (freguesia de Portela do Fojo-Machio), tendo sido editada com o apoio da Associação Portuguesa de Genealogia, Junta de Freguesia de Fátima e da Junta de Freguesia de Reguengo do Fetal.

Intitulada “O núcleo familiar dos Três Pastorinhos. No centenário das aparições de Fátima (1917-2017)”, o livro

PREFÁCIO

Quase cem anos volvi-dos sobre os extraor-dinários aconteci-

mentos que alcandoraram

Fátima a centro das atenções do mundo civilizado, muito se tem escrito sobre o tema, através dos mais diversos pontos de vista.

Porém, nunca até agora, alguém se debruçou profun-damente sobre a genealogia dos protagonistas.

Claro que a circunstância de existir um próximo paren-tesco entre os videntes – dois irmãos e uma prima direita

– levou a que logo nos primei-ros relatos esses laços fami-liares fossem evidenciados, constituindo-se assim uma

primeira genealo-gia, ainda que inci-piente.

E, curiosamen-te, desde então pouco se avançou no conhecimen-to dessas famí-lias. Com a morte prematura de dois dos videntes e a clausura da sobre-vivente, os jorna-listas, quando ciclicamente volta-ram ao tema das aparições, na falta de testemunhos directos, recorre-ram frequentemen-te a entrevistas com familiares próxi-

mos.Nestes trabalhos podem

colher-se alguns dados genea-lógicos, mas sempre muito vagos. É ao leitor mais atento nestas matérias que cabe o papel de filtrar essas ténues informações e dar-lhes utili-dade para reconstituir as famí-lias.

Não vislumbramos a razão deste défice genealógico na abundante literatura sobre as

Aparições de Fátima. Será por se tratar de uma região inte-rior, isolada, até um pouco deprimida? Não nos parece razoável, pois a ruralidade do meio aumenta a importância das relações entre os diversos núcleos familiares.

Os Autores enfrentaram ainda outra dificuldade que só quem alguma vez se debru-çou sobre as famílias da região verdadeiramente conhece. Referimo-nos ao incêndio do Paço Episcopal de Leiria, perpetrado pelos Franceses durante a terceira invasão em 1811, onde ficaram irreme-diavelmente destruídos os livros paroquiais do bispado anteriores a essa data.

Os Autores, apesar da sua juventude, são já credencia-dos linhagistas, contando muitos trabalhos editados. A parceria Luís Cardoso de Menezes – Nuno Barata-Fi-gueira tem também publicado alguns estudos que primam pela sua originalidade e profundidade. Não é, pois, de estranhar a qualidade alcança-da no presente volume, tanto mais de realçar pelas dificul-dades já expostas.

José da Costa Caldeira(Director da Associação Portuguesa de Genealogia)

BIOGRAFIAS DOS AUTORESNUNO MIGUEL

MARQUES BARATA-FI-GUEIRA (N. 1977). Licen-ciado em Direito pela UAL – Universidade Autónoma de Lisboa; Sócio da Associa-ção Portuguesa de Genea-logia, do Colégio Brasileiro de Genealogia, do Instituto Português de Heráldica e da Associação dos Amigos da Torre do Tombo; Director da Associação Portuguesa de Genealogia e redactor da sua revista «Raízes & Memó-rias»; Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Asso-ciação de Melhoramentos de Padrões; Secretário da Direc-ção da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra; jurista.

LUÍS MIGUEL PULI-DO GARCIA CARDOSO DE MENEZES (N. 1966). Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Licenciado em História pela Universi-dade Autónoma de Lisboa “Luís de Camões”; Curso de Especialização em Ciências Documentais, na opção de Documentação e Bibliote-ca pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Sócio do Instituto Português de Heráldica e da Associação Portuguesa de Genealogia; documentalista e bibliotecá-rio do sector audiovisual.

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mpilhosense.Marcaram presença neste ato o

senhor president de 2015.

Zé ManelFotos: Paulo Almeida

INADestaque