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ANO XXXIV Nº 94 | SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA JUN 2013 0,50Diretora: Sofia Canha 6 DE JULHO António Nóvoa no SPM O SPM acolhe a edição do Congresso Empreendedor no Funchal, que visa a promoção da cultura empreendedora. António Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, fará uma intervenção. Pág. 10 7, 11, 12, 13 e 14: Greve ao serviço de avaliações 15: Manifestação nacional dos professores em Lisboa 17: Greve nacional dos professores 27: Greve Geral de todos os trabalhadores EM JUNHO

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ANO XXXIV Nº 94 | SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA JUN 2013 0,50€ Diretora: Sofia Canha

6 DE JULHO

AntónioNóvoano SPMO SPM acolhe a edição do CongressoEmpreendedor no Funchal, que visa apromoção da cultura empreendedora. AntónioSampaio da Nóvoa, reitor da Universidade deLisboa, fará uma intervenção. Pág. 10

7, 11, 12, 13 e 14: Greveao serviço de avaliações

15: Manifestação nacionaldos professores em Lisboa

17: Greve nacionaldos professores

27: Greve Geral de todosos trabalhadores

EM JUNHO

2 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA ABR/ MAI/ JUN 2013

DIRETORA: SOFIA CANHACONSELHO DE COORDENAÇÃO:COMISSÃO EXECUTIVA DO SPMCOORDENADOR-EDITOR: NÉLIO DE SOUSA“DE PAPO PARA O AR”COORDENAÇÃO DE HELENA LIMA“PROFESSORES”COORDENAÇÃO DE ADELAIDE RIBEIROCARTOON: HENRIQUE MONTEIROCOLABORADORES NESTA EDIÇÃO:

ADÍLIA ANDRADE, AMÉLIA CARREIRA, JPO, MARIAHELENA LIMA, MARGARIDA FAZENDEIRO, NÉLIO DESOUSA, RUI RODRIGUES, SOFIA CANHA, VANDA LEALTEIXEIRA.PERIODICIDADE:TRIMESTRALIMPRESSÃO:IMPRINEWSTIRAGEM:4.000 EXEMPLARES

O PROF está aberto à colaboração dos professores, particularmente os da RAM, mesmo quando não solicitada. Reserva-se, todavia, o direito de condensar ou não publicar,em função do espaço disponível e do Estatuto Editorial desta publicação. Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

TRIMENSÁRIO DE INFORMAÇÃO SINDICAL

PROPRIEDADE, REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃOSINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA – SPMCALÇADA DA CABOUQUEIRA, Nº 22 – 9000-171 FUNCHALWEBSITE: WWW.SPM-RAM.ORGWWW.FACEBOOK.COM/SPMADEIRAEMAIL: [email protected] : SPMADEIRAMESSENGER: [email protected]: 291 206 360FAX: 291 206 369

PERFIL

Nãobaixem osbraços

OLGA COELHO

Afalta de motivaçãodos alunos e de res-ponsabilidade das fa-mílias condicionamuito o trabalho de

ensino-aprendizagem de estu-dantes e professores, no enten-der de Olga Coelho, docente do1.º Ciclo do Ensino Básico háuma década. Foi o que destacoucomo maiores problemas emtermos do sistema de ensino.Quanto à ação governativa nosetor, refere que o trabalho naescola é dificultado pelos “ata-ques à Escola Pública”, como sãoos cortes no orçamento da Edu-cação ou a precarização das con-dições de trabalho dos seus pro-fissionais.

Em que circunstâncias decidiuser professora?

Era um sonho de criança. Nosecundário apaixonei-me pelaPsicologia e queria seguir Psico-logia Clínica, um desejo posto departe por ter de ir para o Conti-nente. Voltei, então, ao sonho de

criança e acabei por tirar EnsinoBásico – 1.º Ciclo, na UMa.

Refira as eventuais dificulda-des sentidas na concretizaçãodessa decisão.

Apenas um contratempo. Su-gestão de amigos na altura daentrega da candidatura ao Ensi-no Superior levaram-me a pas-sar um ano em Química… mas

consegui a transferência logo noano seguinte.

Descreva a sua primeira aulaenquanto docente.

Era uma turma de 2.º ano,com catorze alunos. Receio deambas as partes. Apresentaçãomútua, arrumação dos mate-riais, diálogo e desenho sobre asférias. O normal, acho eu.

O seu melhor momento en-quanto professora.

Há muitos. Mas em dezembrodo ano passado tive uma expe-riência que me emocionou: as-sistir à bênção das capas de al-guns alunos da minha primeiraturma. Tinha ali uma mãozinhaminha…

O pior momento na sua carrei-ra.

Não consigo apontar um piormomento. Há os bons, os menosbons… e tento tirar sempre umalição dos menos bons.

Voltaria, hoje, a escolher estaprofissão?

Sem dúvida! Não me vejo a fa-zer outra coisa.

Que requisitos considera ne-cessários a um docente?

Gosto pelo que faz, saber tra-balhar cooperativamente com oscolegas, estabelecer diálogo comos pais. Ser professor, amigo epsicólogo. Fazer tudo com entu-siasmo, entusiasmando os alu-nos.

Conteúdo que mais gosta delecionar?

A História de Portugal, no 4.ºano.

O livro que achou mais útil oumais influenciou a sua práticaprofissional.

“Não os desiludas – históriasda escola” de Manuela CastroNeves.

Turma ou aluno que queiradestacar?

Turma. A primeira. Apenaspor ter sido a primeira, a que mefez descer da nuvem cor-de-rosacom que saí do curso. Todas sãodiferentes, todas têm o seu quêde especial.

O seu maior sucesso.O sucesso dos meus alunos.

Identifique, na sua ótica, osmaiores problemas no Ensinoe o que mudaria na Escolapara os resolver.

A falta de motivação dos alu-nos e de responsabilidade das fa-mílias. Um maior envolvimentodestas na vida escolar seria, cer-tamente, proveitoso. No entanto,é uma mentalidade que leva oseu tempo para mudar… em am-bas as partes, escola e famílias.

As condições de trabalho parase poder ensinar e realizaraprendizagens, com qualida-de, na escola.

Se o objetivo é a qualidade,não é com cortes na quantidadeque o vamos conseguir. Para res-ponder adequadamente às ne-cessidades dos alunos tem dehaver um número adequado deprofessores… e de alunos porprofessor.

Por parte dos docentes, quali-dade implica, cada vez mais, orecurso às novas tecnologiascomo complemento ao mais tra-dicional.

Deixe, por fim, uma mensa-gem aos docentes.

Autoavaliem-se. Um bomprofessor procura a sua melho-ria pedagógica e científica. Temde evoluir com o tempo, com osalunos.

Quanto aos ataques que estãoa ser feitos pelo governo à Esco-la Pública e à profissão docente,não baixem os braços, não seacomodem. Lutem!

Maisalunos,menosprofessores

As escolas do concelho doBarreiro perderam 222professores desde 2009, apesar dese registar um aumento donúmero de alunos, alertou […] avereadora da Educação, ReginaJaneiro. “Depois da formação domega-agrupamento, registou-seuma redução de 34 por cento, ouseja, menos 41 professores desde2009/2010”.Correio da Manhã 5.3.2013

O maioralvodosdespedimentosna funçãopública“As linhas gerais deste projeto de“robusta” redução dosfuncionários [públicos] estãotraçadas e a meta é abranger 20mil trabalhadores [número queentretanto subiu para 30 mil emmaio último, com o novo pacotede austeridade] - metade dosquais do Ministério da Educação,o mais populoso do conjunto doGoverno.” “Menos 13.500professores em 2012. E reduçãocontinuará”.Jornal Expresso 16 de março de2013

Aonívelda Indonésia

A presidente do ConselhoNacional de Educação (CNE)disse […] no parlamento quereduzir o investimento público naEducação abaixo de 4% doProduto Interno Bruto (PIB), “écolocar Portugal ao nível daIndonésia”.Ana Maria Bettencourt [disseque] “este é o momento deolharmos para o futuro dascrianças e defender aquilo que jáganhámos”. […] A presidente doCNE disse acreditar que “aspessoas percebem que o futuropassa pela educação”, e frisou que“estamos a comprometer o futurose baixarmos muito oinvestimento”.Lusa 16.4.2013

Ispis verbis

“Lutem!” Um apeloaos professorespara defenderemum bem comum porvia da defesa daEscola Pública e dascondições paraexercer a profissãodocente

Um murro ??? é pouco… dois ou trêsou quatro… os que forem precisos…A AEEP denunciou o Contrato Co-

letivo de Trabalho (CCT) em vigor e apre-sentou à FENPROF uma nova proposta de-sastrosa para negociação, a ocorrer já a 1 desetembro deste ano. Ato de terrorismo so-cial, é o que o SPM classifica esta proposta.

A proposta é a pior possível, bem piordo que alguma vez pudéssemos ter imagi-nado nos nossos piores pesadelos. Se a in-tenção é nivelar o público ao privado, en-tão esta proposta é um “tubo de ensaio”para os docentes da função pública.

A fundamentação da AEEP confunde-secom a política do Governo da República.Algo dúbio se passa nesta associação, quefaz vassalagem aos senhores do Ministérioda Educação e Ciência (MEC).

Assim, para esta grande “receita” paraos docentes do Ensino Privado, temos:

O trabalho Intermitente é como um se-máforo: se estiver verde, trabalhas; amare-lo, trabalhas às vezes e recebes também àsvezes; vermelho, não trabalhas e não rece-bes.

A adaptabilidade: se não houver traba-lho docente, não faz mal… arranjam-te tra-balho… não te preocupes, colega.

O Banco de Horas foi erro de tipografia,o que eles queriam escrever era Banco de

Euros, mas coitados, enganaram-se. Comeste banco, afinal de horas, podes trabalharaté duas horas a mais por dia, além das oitohoras. Assim perfaz: 10 por dia, que seráretribuído com dias de férias. Até as 200horas por ano letivo, que dá a módicaquantia de mais 22 dias de férias. Comofosse possível um professor ter 44 dias deférias. Sem dúvida, um erro de tipografia.

Redução abrupta das tabelas salariais,apresentado como proposta o valor de1.100 € para o nível de ingresso da catego-ria A de docentes e de 1.900 € para o nívelde topo, o que representa uma redução dequase 40% em relação ao valor atualmenteem vigor! Introduzem a possibilidade deredução acrescida de 15% e 30% nas tabe-las salariais, no caso de estabelecimentoscom menos de 100 e 50 alunos respetiva-mente.

Como será a vida do ensino artístico, dasacademias de música da província, que onúmero de alunos é reduzido, devido à es-pecificidade do ensino e da região?

Violento aumento dos horários de tra-balho, passando para 40h o período nor-

mal de trabalho, das quais 30 podem ser le-tivas e em que a uma hora letiva corres-ponde 60 minutos. Acabam com a terça-feira de carnaval.

Alteração do regime de horário de tra-balho, deixando de haver distinção entre acomponente não letiva de estabelecimentoe a componente não letiva de trabalho in-dividual. Nos períodos de interrupção leti-va cessa a divisão entre componente letivae não letiva e o docente pode ser obrigado aexercer qualquer função dentro das 40h detrabalho que, obrigatoriamente, tem quepassar no estabelecimento de ensino.

Alteração significativa das carreirasprofissionais, passando apenas para cinconíveis, no caso dos docentes, tendo cada ní-vel a duração de oito anos.

O SPM repudia veementemente qual-quer proposta que passe por agravar ascondições de exercício profissional dos do-centes. Tudo fará para que estas propostasnão se concretizem.

Rui RodriguesDirigente do SPM

ABR/ MAI/ JUN 2013 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA 3ed

itor

ial Viragem na mãodosdocentes

Proposta do CCT do Ensino Particular e Cooperativo é “tubo de ensaio”MURRO NA MESA

Coordenadora do SPM

SOFIA CANHA

Em abril último 13.176 famílias estavamno desemprego. Este facto nãorepresenta apenas um número, érepresentativo da situação de um paísgovernado por gente que dá prioridadeao plano financeiro, que temdesvalorizado o seu potencial humano,tem desumanizado os serviços e tentadesmantelar o estado social.

MEDIDAS INACEITÁVEISComo se não bastassem as que nosforam impostas nos dois últimos anos,com gravíssimas consequências,nomeadamente na degradação dascondições de trabalho de professorese alunos, acrescem outras maisrecentes: despedimentos de largosmilhares (contratados e de carreira); o

aumento do horário de trabalho paraas 40 horas; a proposta de contratocoletivo de trabalho altamentepenalizador para os professores doensino particular com reduçõessalariais de 40% (objetivo de nivelarpor baixo e aplicar também ao setorpúblico); a possível eliminação dastabelas remuneratórias fixadas nosrespetivos estatutos de carreira;agravamento da mobilidade especial(no final de 12 meses, se umtrabalhador não for recolocado naadministração pública, passa a umalicença sem vencimento ou podecessar o contrato de trabalho, comdireito a rescisão, mas menor do quese o fizer por mútuo acordo);desvalorização do trabalho docente.

DOCENTES E ESCOLA SOFREMHoje já são visíveis gravesconsequências da austeridade sobre aEscola: desumanização e degradaçãodas condições de ensino e deaprendizagem; impactos tremendostambém no ensino superior, que sedebate com um elevado abandono dosseus estudantes, já sem meios decustear os seus estudos; quebras nosapoios sociais às famílias e alunos;empobrecimento curricular;agravamento dos horários de trabalhodos docentes, com tarefas que os vãodesviando do trabalho pedagógico,entre outras.E porque há interesses maiores quemovem os professores, o sindicatopromoveu uma campanha emdefesa da escola pública, iniciativada FENPROF, que percorreu todo opaís com o objetivo de promover aEscola Pública, dando a conhecer oque nela se faz de bom e deenvolver a população na defesadeste bem social. A atividadecontou com a excelenteparticipação de diversas escolaspúblicas e teve uma grandeaceitação da população em geral.

Nota: a direção agradece a dedicaçãoe qualidade que o Grupo Coral dosindicato, orientado pela professoraTina Gonçalves, empregou naconcretização do Sarau Musical comfins solidários, cujas receitasreverteram para os alunoscarenciados da UMa.

4 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA ABR/ MAI/ JUN 2013

MOÇÃO APROVADA EM ASSEMBLEIA GERAL DE SÓCIOS EXIGE OUTRAS POLÍTICAS

Os sócios do SPM,reunidos em Assem-bleia Geral em 24 demaio, decidiram ade-rir à greve nacional

de professores com incidência noserviço de avaliação dos alunosque for marcado para os dias 7, 11,12, 13 e 14 de junho de 2013 e àgreve da greve nacional para o dia17 de junho de 2013. A reunião foiliderada por Rita Pestana, presi-dente da Mesa da AssembleiaGeral do SPM.

Antes da votação da Moção,que aqui replicamos, esteve emanálise a atual situação político-sindical e o debate sobre as for-mas de luta a adotar pelos profes-sores na RAM.

MEDIDAS DE AUSTERIDADEIDEOLÓGICAS

As políticas neoliberais desteGoverno vêm conduzindo o paíspara uma situação de recessãoeconómica e financeira, de empo-brecimento geral da população eda mais elevada taxa de desem-prego de que há memória, desdeo 25 de abril.

Apesar das sucessivas de-monstrações de total ineficácia einsustentabilidade das medidasque têm vindo a ser adotadas, oGoverno continua a revelar gran-de incapacidade e insensibilidadepara inverter esta situação.

Vivemos, hoje, asfixiados porum programa de resgate que re-sulta das políticas de um Governode coligação que se aproveita docontexto de profunda crise parajustificar a imposição de um pa-cote de medidas de austeridade,de natureza ideológica e política,defendidas por este governo.

EDUCAÇÃO É SETOR MAISATINGIDO

Sobre os professores e educa-dores portugueses abatem-se asmedidas que atingem a generali-dade dos trabalhadores, as queatingem, em particular, os traba-lhadores da administração públi-ca e, ainda, as que decorrem dotremendo ataque que está a serdesferido contra as funções so-ciais do Estado e os serviços pú-blicos que lhes dão corpo. AEDUCAÇÃO É O MAIS ATIN-GIDO.

Apesar da luta desenvolvida, osdocentes foram vítimas de cortessalariais de natureza diversa (redu-ção direta: corte mensal do rendi-mento entre 3,5% e 10%, confiscode subsídios, aumento de impostose inflação; redução indireta: conge-lamento de progressões e transfe-rência do trabalho com alunos paraa componente não letiva que, nosúltimos três anos atingem, em mé-dia, quatro salários). Ou seja, relati-vamente à remuneração líquidaanual, a quebra é da ordem dos30%.

Para além do salário, também ohorário, entre outras condições detrabalho, sofreu um agravamentosignificativo; o elevado nível deprecariedade, gerado por anos su-cessivos de recurso à contratação atermo, deu lugar a um desempregosem precedentes que atingiu ummáximo histórico.

Relativamente ao ensino supe-rior, acresce ainda a compulsivida-de com que instituições deste setorforam obrigadas a despedir docen-tes convidados conduzindo a tenta-ções ilegítimas e ilegais de proce-der ao recrutamento de docentesem regime de trabalho “voluntá-rio”, designadamente entre os bol-seiros de investigação.

Estas situações concorrerampara a descapitalização de recursoshumanos qualificados nas escolas euniversidades e consequente agra-vamento da prestação deste serviçosocial de primeira necessidade,com imprevisíveis consequênciasna educação e qualificação da po-pulação portuguesa.

MEDIDASCATASTRÓFICASNeste contexto e perante um

previsível cenário de novas medi-das de austeridade que se prevêpassar por novos cortes salariais,pela mobilidade especial, pelo des-pedimento em massa de docentes,pelo aumento significativo do ho-rário de trabalho, pela eventual eli-minação das tabelas salariais con-sagradas no Estatuto da CarreiraDocente, pela extinção do direito àredução de horário da componenteletiva por idade e pela proposta dealteração do contrato coletivo detrabalho, com gravíssimas penali-zações para os docentes do ensinoparticular e cooperativo, as conse-quências para o país, para a Educa-

ção, para os professores, para osalunos, para as famílias e para a es-cola pública vislumbram-se catas-tróficas.

Tais medidas, não só não resol-verão os problemas económicos dopaís, como os agravarão com forte emuito negativo impacto social. NaEducação, as consequências far-se-ão sentir: no acentuar da degra-dação das condições de trabalhonas escolas; nas dificuldades acres-cidas com que estas se confronta-rão para resolver os problemas deorganização, funcionamento e es-tabilidade; no previsível abaixa-mento da qualidade educativa; naimpossibilidade de concretizaçãodo exigente desafio do alargamento

Professores lutam pela suadignidadeprofissional,pelaeducaçãoepela escola pública

da escolaridade obrigatória para 12anos, com a garantia de universali-dade no acesso e no sucesso.

Reduzir, desta forma, as verbaspara a Educação criará fortes cons-trangimentos ao esforço que sepede a toda a comunidade educati-va e, de uma forma particular, aosprofessores e educadores.

Os docentes portugueses, a Ad-ministração Pública, os jovens, osreformados, os aposentados e ospensionistas estão a pagar a faturade uma crise que não provocaram eque compromete os seus direitoslaborais, sociais, profissionais e decidadania e mesmo a sua dignidadepessoal e sobrevivência.

PROFESSORES REJEITAMATAQUES

Neste quadro, considerando aimportância da unidade entre to-dos os trabalhadores conscientesdas suas obrigações para com oPaís, a Região, a Escola e a sua Pro-fissão, os Professores e Educadoresreunidos em Assembleia Geral deSócios do Sindicato dos Professo-res da Madeira, realizada no dia 24

de maio de 2013:(1) Manifestam o seu protesto e

rejeição da proposta de aplicaçãoda mobilidade especial aos docen-tes, apresentada pelo governo;

(2) Repudiam a atual propostade Contrato Coletivo de Trabalho,não apenas pelas graves penaliza-ções que impõe aos docentes porele abrangidos (docentes do EnsinoParticular e Cooperativo) mas tam-bém pelas repercussões que podeter numa já anunciada revisão doEstatuto da Carreira Docente;

(3) Rejeitam a eventual elimina-ção das tabelas salariais previstasno Estatuto da Carreira Docente;

(4) Recusam o aumento do ho-rário de trabalho que atualmente,somando a componente letiva enão letiva efetivamente realizada,ultrapassa, em média, as 50 horasde trabalho semanal;

(5) Exigem o seu justo reposi-cionamento na atual estrutura dacarreira docente;

(6) Mantêm a sua determinaçãona defesa intransigente dos postosde trabalho, não só por razões deordem social, mas porque a sua su-pressão põe em causa o normalfuncionamento das escolas, a con-cretização dos seus projetos educa-tivos, a promoção da qualidade daeducação e do ensino;

(7)Reivindicammedidasconcre-tas de dignificação da sua profissão,noquetocaaoshoráriosdetrabalho,condições nas escolas, ao respeitopelos seus conteúdos funcionais e àqualidade das práticas de ensino-aprendizagem;

(8) Exigem outras políticas edu-cativasquePROMOVAMEVALO-RIZEMAEDUCAÇÃO,AESCOLAPÚBLICA,OSALUNOS,ASFAMÍ-LIASEAPROFISSÃODOCENTE.

SÓCIOS DICIDEM ADERIR ÀSLUTAS

Para tanto decidem: (1) Aderir àGreve Nacional dos Professoresdos Ensinos Básico e Secundáriocom incidência no serviço de ava-liação dos alunos que for marcadopara os dias 7, 11, 12, 13 e 14 de junhode 2013; (2) Aderir à Greve Nacio-nal dos Educadores de Infância,Professores dos Ensinos Básico, Se-cundário, Superior e Investigado-res Científicos, convocada para odia 17 de junho de 2013.

Funchal, 24 de maio de 2013

Com os atuaiscortes é previsível oabaixamento daqualidadeeducativa

ABR/ MAI/ JUN 2013 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA 5QUALIDADE DO ENSINO E PROFISSÃO EM CAUSA

EducaçãoeProfessoressãovítimas

Como colocou MárioNogueira, secretário-geral da FENPROF,no recente CongressoNacional dos Profes-

sores, “nestes 3 anos, a Educaçãofoi dos setores mais castigadospelos cortes orçamentais e osprofessores foram dos trabalha-dores que mais sofreram com achamada austeridade.”

DEMASIADAS PERDASOs docentes viram os salá-

rios reduzidos, as carreiras con-geladas seis meses depois deentrar em vigor um acordo pre-visto para quatro anos (postoem causa pelo mesmo governoque, em 2010, o celebrou), ossubsídios confiscados, um bru-tal agravamento das condiçõesde trabalho, designadamentedos horários, o desemprego aatingir valores nunca vistos (sóneste último ano aumentou80%, em cima dos mais de100% que se registaram no anoanterior – na Região Autónomada Madeira subiu 154% em2012). Sem esquecer os 15 milhorários zero e os novos cortesa juntar aos 3 Mil Milhões jácortados à Educação por via doOrçamento de Estado, nos últi-mos anos.

“Reafirmamos porque é ver-dade: em Portugal não há pro-fessores a mais, o que já há, comos cortes e as políticas que levamà redução de docentes, é escola amenos”, sublinhou Mário No-

gueira.Lutemos, pois, sem hesitação,

pela qualidade do ensino e con-tra o desemprego forçado pelosGovernos com políticas de terraqueimada.

António Sampaio daNóvoa, na sessão deabertura do 11.º CongressoNacional de Professores,em maio último, sublinhouque “ninguém tem odireito de ficar emsilêncio”.Além desse “não direito”,o silêncio é umaimpossibilidade para oreitor da Universidade deLisboa, nas atuaiscircunstâncias, porquesignificaria aceitar a“ausência de futuro “,negar a “esperança demudança” e a abertura de“caminhos além dopresente” inerentes ao atode educar.Por isso, apelou a sermos“impacientes” e nãoaceitar recuos nasconquistas da EscolaPública, porque esta “ésoberania”, “base doPortugal democrático”,“coesão” e “condição defuturo do País”. CitandoSérgio Niza, “ética,pedagogia e democraciasão exatamente a mesmacoisa”.O silêncio não é, pois,opção. E do silêncio sedeve fazer um grito paraafirmar a Escola Pública,valorizar o Professor e darfuturo ao País, conforme olema do 11.º CongressoNacional dos Professores.

“Ninguémtem odireito deficar emsilêncio”

Em 10 de abril de 2013, aAssembleia da Repúblicarecebeu o relatório doConselho Nacional deEducação (CNE) sobre oEstado da Educação 2012. Asdebilidades do sistema sãohoje agravadas por políticasrestritivas no plano doinvestimento público e doafrouxamento dasresponsabilidades do Estado.O relatório não deixa dúvidassobre a condenação dasatuais opções políticas naárea da Educação, quer nas

considerações, quer ao níveldas recomendações que oCNE faz. Na verdade, amanutenção por mais tempode tais opções ditaria umasituação de verdadeiracatástrofe na Educação e naFormação dos nossos jovens eadultos.As medidas que têm vindo aser tomadas não só porão emcausa a evolução registada,como comprometem o futuroda Educação e, em especial, odas novas gerações deportugueses, quer

profissionalmente, quer noplano dos direitos sociais.Com o atual governo, o eixoquase único das políticaseducativas tem sido o docorte brutal da despesa.O investimento em Educaçãodiminuiu de forma drástica.A face mais visível da opçãodo governo pelos violentoscortes de verbas é a retiradaàs escolas de milhares dosseus profissionais,professores e outros. Maisinformação em www.spm-ram.org

CNE reforçaurgênciade outraspolíticaseducativas

NÃO À MOBILIDADE(DESPEDIMENTO)

Por via da mobilidade espe-cial o Governo antecipa o despe-dimento e lança os professoresna absoluta precariedade. Isto

independentemente da idade edo tempo de serviço.

Este é o mais feroz instrumen-to de destruição do setor da Ad-ministração Pública e das vidasde milhares de trabalhadores, en-tre os quais se encontrarão mi-lhares de professores, não impor-ta que estejam na base ou no topoda carreira, que tenham muito oupouco tempo de serviço.

Abrange os docentes sem servi-ço letivo distribuído, ataca o futu-ro de milhares de docentes dosquadros (na carreira), reduz deimediato o salário, lança no despe-dimento estes docentes ao fim de12 meses, agrava a precariedade demilhares de docentes dos quadrosque só poderão voltar à profissãopela porta da contratação (se exis-tirem vagas), eventualmente atra-vés da “oferta escola”.

Chegámos a esta situação de-pois das medidas de destruiçãodo serviço público de ensino.

NÃO À REDUÇÃO DOSSALÁRIOS

Entre as intenções do Gover-no, que são as piores, está a re-dução dos salários com a elimi-nação das tabelas remunerató-rias constantes nos estatutos decarreira. Isto para além de man-ter as reduções já existentes nossalários, seja direta ou indireta-mente (agravamento dos impos-tos, aumento dos descontos paraa ADSE ou aumento do custodos serviços do Estado como aEducação ou a Saúde).

6 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA ABR/ MAI/ JUN 2013

Embora a insularidade exija um esforço acrescido, neste momento, é mais aquilo que se parece do que diferencia a realidadedas escolas e do exercício da profissão docente no Continente e na Região Autónoma da Madeira, fez notarSofia Canha

com objetivos bem definidos:consolidar e aprofundar a ação,o papel e a imagem do nossoSPM e, por via dele, a ação, opapel e a imagem da FederaçãoNacional dos Professores en-quanto maiores e mais repre-sentativas estruturas sindicaisdos professores e educadoresportugueses”, na RAM e noPaís, respetivamente.

GARROTE FINANCEIRO ESOCIAL NA REGIÃO

Simultaneamente,“altera-ram-se e conheceram-se asreais condições sociais, econó-micas e financeiras de uma Re-gião Autónoma que nos quise-ram “vender” durante décadase que, diga-se em nome da ver-dade, o SPM vinha denuncian-do há muito tempo”, deu nota adirigente do SPM e daFENPROF.

Se, a nível nacional, os cida-dãos portugueses são as princi-pais vítimas de um plano deresgate financeiro a que sãocompletamente alheios com asconsequências de todos conhe-cidas, “na RAM temos conse-quências acrescidas o que con-figura um verdadeiro “garrote”financeiro e social, sem fim àvista”, observou Sofia Canhanoutra passagem da sua inter-venção no Fórum Lisboa.

“Não tenhamosdúvidas que vivernas RegiõesAutónomas temcustos acrescidosque iam sendocompensados pelajustiça fiscal e quedeixaram de sê-lo”

Sofia Canha, Coorde-nadora da Direção doSindicato dos Profes-sores da Madeira(SPM), na tribuna do

11º Congresso Nacional dosProfessores, em Lisboa, no dia4 de maio de 2013, iniciou a suaintervenção lembrando umconjunto de mudanças no pla-no nacional e regional, em queos cidadãos são as “principaisvítimas de um plano de resgatefinanceiro a que são completa-mente alheios”.

Três anos passados sobre arealização do último Congressoda FENPROF, “agravou-se, deforma acentuada, a realidadesocial e económica no País”, emque se inclui a profissão docen-te e a Educação entre os maisatingidos, para “níveis até hápouco inimagináveis de espo-liação da vida dos Portugue-ses.” Alertou para não tenha-mos dúvidas que viver nas tem“custos acrescidos” de viverRegiões Autónomas, que “iamsendo compensados pela justi-ça fiscal e que deixaram de sê-lo.”

EQUIPA SINDICAL PRONTAPARA OS DESAFIOS

Sofia Canha abordou tam-bém as mudanças ocorridas noSPM. “Mudou-se de “casa”…Mudou-se a equipa… Muda-ram-se formas e estratégias de“fazer” sindicalismo docente -não serão, necessariamente,melhores ou piores, mas são di-ferentes.”

Isto, na certeza de que os es-paços físicos, não sendo a va-riável mais importante, consti-tuem uma “variável condicio-nadora do trabalho, da ação edo reconhecimento sindicalperante os associados do SPMe perante a comunidade educa-tiva”; na certeza de que as“pessoas e a sua valorizaçãoconstituem a grande mais-valiadas organizações e das institui-ções.”

Sofia Canha destacou ainda:“Um ano depois do ato eleitoralque me elegeu coordenadorado SPM, tenho comigo boascondições físicas de trabalho euma equipa competente, ágil e

SPM NA TRIBUNA DO 11.º CONGRESO NACIONAL DOS PROFESSORES

“Uma coisa é certa:a nossa ação e luta”

“E se é verdade que o com-portamento do Governo Regio-nal na ocultação da dívida pú-blica é, absolutamente, conde-nável, não é menos verdade quetambém é condenável, do pon-to de vista da justiça social efiscal, que se deve tratar de for-ma diferente aquilo que é dife-rente. E não tenhamos dúvidasque viver nas Regiões Autóno-mas tem custos acrescidos queiam sendo compensados pela

justiça fiscal e que deixaram desê-lo”, salientou.

SPM: ESFORÇO ACRESCIDOSublinhando que é nesse

contexto que se move e temque agir o Sindicato dos Pro-fessores da Madeira, Sofia Ca-nha chamou a atenção dos con-gressistas para esta realidadefundamental: ”Para além des-tes planos de resgate, a açãosindical desenvolve-se combase em documentos estrutu-rantes. Estatuto da CarreiraDocente e Modelo de Avaliaçãodo Desempenho da RAM seme-lhantes aos que vigoram notodo nacional apesar de identi-ficados como decretos legisla-tivos regionais e, supostamen-te, adaptados às especificida-des regionais. Puro engano… Osproblemas e as causas reivindi-cativas são comuns a todo opaís. Ao SPM apenas se exigeum esforço acrescido em ter-mos de uma suposta negocia-ção com os responsáveis da Se-cretaria Regional e RecursosHumanos da Madeira.”

Referindo que “o exercícioda profissão docente faz-se naMadeira, pelo menos para já,sem alguns dos constrangimen-tos de que padecem os docentesdo Continente, nomeadamenteos que decorrem da criação dos

agrupamentos e mega-agrupa-mentos, do alargamento das zo-nas pedagógicas, ou do elevadonúmero de alunos por turma”, aCoordenadora do SPM subli-nhou, no entanto, que “padece-mos de todos os outros malesque assolam a escola portugue-sa: horários de trabalho desade-quados, formação contínua comdispensa da componente letiva,a indisciplina estudantil, a pre-cariedade profissional, a dis-persão funcional e o excesso detarefas técnico-burocráticas.”

Sofia Canha destacou os ín-dices de desemprego, instabili-dade e precariedade laboral noensino, na região, concluindo:“No meio de tanta incerteza ede tanto ataque aos Professorese à Educação, uma coisa é certa:a nossa ação e luta convictas nadefesa da Profissão e da EscolaPública”. /JPO e NS

Pressão sobreprofessores eescolasprejudica osalunos

“Se tempos houve de grandeempregabilidade e estabili-dade laboral na Madeira,neste momento a dupla aus-teridade que nos foi impostae as opções políticas de umGoverno Regional que nãotem credibilidade para nego-ciar outras condições maisfavoráveis, empurraram-nospara uma situação deveraspreocupante.

Neste momento assiste-sea um despedimento coletivosem precedentes, deixandouns sem trabalho e outros, osprofessores no sistema, fi-cam, por um lado, com salá-rios cada vez mais baixos e,por outro, com uma sobre-carga de trabalho, com asconsequências não só paraos próprios, como para a es-cola, a educação e o mais im-portante, os alunos”.

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à classe docente.” Destaca al-gumas expressões como“NUNCA SE DESISTE!” ou“NINGUÉM TEM O DIREI-TO DE FICAR EM SILÊN-CIO!”, numa assembleia emque foi “fácil constatar osefeitos nefastos das medidasaltamente penalizadoras, efortemente apregoadas pelosintervenientes, sobre o quedeveria ser o baluarte da so-ciedade – a Educação. Ao in-vés, a “destruição, o retroces-so, os professores enxovalha-dos são o cartaz adotado porum cartel que cerra fileiras enão dá tréguas.”

Parafraseando Sampaio daNóvoa, Reitor da Universida-de de Lisboa, “é nossa obriga-ção ir à procura da esperançademudança”.

Note-se que além da informaçãoem www.fenprof.pt/11Con-gresso, o Jornal da FENPROF(JF) publicou um suplementoespecial sobre o 11.º Congres-so Nacional dos Professoresna edição #265 de maio de2013, com todos os detalhesdessa assembleia magna, edi-ção também disponível emformato digital em www.fenprof.pt.

Pelo momento políti-co-sindical em quese realizou o 11.ºCongresso Nacionaldos Professores,

esta reunião magna dos do-centes portugueses teve tantode empolgante (unidade naluta) como frustrante (cons-ciência da gravidade dos pro-blemas), como notou PaulaOlim, delegada do SPM, quedestacou a “oportunidade deter uma visão ampla da situa-ção docente atual” como amaior mais-valia da presençano congresso. A “força” deste“atravessou a nossa pele e en-tranhou-se na alma”, continuaa docente, porque “ veio daunião de todos e da certeza deque somos construtores do fu-turo, um futuro pelo qual nãodeixaremos de lutar, comideais que jamais deixaremosde defender.”

À PROCURA DA MUDANÇAO Sindicato dos Professores

da Madeira teve em Lisboa 26delegados, eleitos em plená-rios concelhios e setoriais nasilhas da Madeira e Porto San-to, num congresso que contoucom 650 delegados no total.

Como notou Paula Olim,“preferia que tivéssemos dis-cutido a educação, que explo-rássemos critérios de qualida-de e satisfação na docência,em vez de termos de gastar apouca energia que nos restapara defender os critérios mí-nimos de sobrevivência daclasse” e da Escola Pública.Preferia ainda o debate dasestratégias e políticas euro-peias para o crescimento e oemprego, ao invés de termosde reclamar respeito, conside-ração e a valorização da nossaclasse e da educação públicano nosso país. E conclui: “In-dignados mas não resignados!”

Conceição Mata, delegadaeleita pelo setor dos professo-res aposentados, caracterizouo 11.º Congresso como um “re-lâmpago de esperança”, emque “todos mas mesmo todos,apresentaram determinação evontade inabalável no comba-te às políticas desalentadorasque o governo está a infringir

RESPEITO PELOS PROFESSORES

Esperança e convicçãoreforçadas na construçãodo futuro

Dirigentesdo SPM eleitospara os órgãosda FENPROF

O 11.º Congresso nacional dosProfessores, de 3 e 4 de maio úl-timo, elegeu um conjunto denovos dirigentes do SPM para oórgão executivo, consultivo efiscalizador da Federação Na-cional dos Professores.

Conselho Nacional (CN)Eleitos pelo SPM em lista:

posição 7 - Sofia Maria AraújoCanha Sousa; posição 14 - MariaAdelaide Ribeiro; posição 35 -Lídia Jackeline Órfão Vieira; in-dicada: Margarida Maria Peixo-to Fazendeiro.

Apuraram-se os seguintes re-sultados finais: Inscritos: 606;Votantes: 576, que correspondea 95,05% de votantes, relativa-mente aos inscritos; Lista A:554, que corresponde a 96,18%dos votantes; votos em branco:20, que corresponde a 3,47%dos votantes; votos nulos: 2, quecorresponde a 0,35% dos votan-tes. Os resultados apurados de-terminam a eleição dos cin-quenta e um candidatos a Con-selheiros Nacionais da Lista A(única concorrente ao CN).

Secretariado Nacional (SN)Sofia Maria Araújo Canha

Sousa (eleita) e Margarida Ma-ria Peixoto Fazendeiro (coopta-da), integram o órgão executivoda Federação.

Com 75 votantes, entrou omesmo número na urna, sendo62 votos a favor, 9 votos contra e4 votos em branco.

Conselho de Jurisdição (CJ)Os resultados apurados de-

terminam a eleição dos setecandidatos da Lista A ao Conse-lho de Jurisdição e nenhum daLista B. Pelo SPM foi eleito Ma-nuel Menezes Franco (presi-dente)

Apuraram-se os seguintes re-sultados finais: Inscritos: 606;Votantes: 576, que correspondea 95,05% de votantes, relativa-mente aos inscritos. A Lista Aobteve 524 votos, que corres-ponde a 90,7% dos votantes; aLista C contou com 38 votos,que corresponde a 6,60% dosvotantes. Os votos em brancoforam 11, que corresponde a1,91% dos votantes, tendo os vo-tos nulos sido 3, que correspon-de a 0,52% dos votantes.

Mais informação:www.fenprof.pt/11Congresso eno Jornal da FENPROF #265maio 2013

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Delegados do SPM no 11.º Congresso Nacional dos Professores

8 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA ABR/ MAI/ JUN 2013

NÃO É UM VALE TUDO - MINISTÉRIO OBRIGADO A RESPEITAR A LEI

Ministério condenado a aceitara submissão das candidaturasdos sócios do SPM

Governo de Passosnão cumpre o quePSD e CDS-PPaprovaramO atual Governo da RepúblicaPSD e CDS-PP não cumpriu aLei 23/2009, de 21 de maio, quefoi proposta pelo CDS-PP eaprovada pela Assembleia daRepública, inclusive com os votosdo PSD e CDS-PP, então naoposição. Essa lei garante que “osdocentes e educadorescontratados pertencentes aosquadros de pessoal docente darede pública da RegiãoAutónoma da Madeira e dosAçores podem ser opositores aconcurso de recrutamento eseleção para pessoal docente norestante território nacional emigualdade de circunstâncias comos docentes que prestam serviçono continente.”Isto além do não cumprimentoda norma do artigo 80º doEstatuto Político Administrativoda RAM, aprovado pela Lei n.º130/99, de 21 de agosto (“aosfuncionários da administraçãoregional e da administraçãocentral é garantido a mobilidadeprofissional e territorial entre osrespetivos quadros”) e da normado n.º 2 do artigo 13º daConstituição da RepúblicaPortuguesa que, nodesenvolvimento do princípio daigualdade profissional, refere queninguém pode ser prejudicado dequalquer direito em razão doterritório de origem, entre outros.

Os governos nãoestão acima da lei enem tudo vale paraafrontar os direitosdos trabalhadores

Justiça dá razão ao SPM àação interposta no caso doconcursoextraordináriona-cionaldeprofessoresestipu-ladopeloDec.Lein.º7/2013,

de 17 de janeiro. Uma sentença doTribunal Administrativo e Fiscal(TAF)doFunchalcomefeitodevolu-tivo, ou seja, o Ministério da Educa-ção e Ciência (MEC) é obrigado aocumprimento da sentença. Uma de-cisão que assegura a legalidade e ajustiça,contraumadiscriminaçãodasRegiões Autónomas, isto é, dos do-centes que aí trabalham. Não é umvaletudo.

SÓCIOSDOSPMSALVAGUARDADOS

Significa que o tribunal condena oMECaaceitarasubmissãodascandi-daturas dos sócios do SPM se estes oentenderem. Note-se, que, ao SPM,

Intercomunicabilidade na Educação EspecialDepois de anos em que oSPM e a FENPROFinsistiram com o Ministérioda Educação para que fossedesbloqueada aintercomunicabilidade dosdocentes dos grupos de

APÓS ANOS DE REIVINDICAÇÃO DO SPM E FENPROF

Dos plenários para esclareci-mento dos associados, des-tacamos, nos últimos tem-

pos, aqueles que foram realizadosem abril e maio, sobre a implemen-tação da avaliação do desempenhodocente e sobre os concursos de re-crutamentodeprofessoresnaRAM.

Quanto à proposta de diplomaregional de concurso para seleção erecrutamento de pessoal docentena Região, foram comunicadas asalterações mais relevantes e as suasimplicações na carreira. O SPM, re-corde-se, após processo de negocia-ção nos dias 9 e 10 de maio, não deu

o seu acordo à proposta do GovernoRegional (parecer na página eletró-nica do sindicato).

Entre os aspetos estruturais quemereceram a discordância do SPM,saliente-se a não inclusão de um re-gime de vinculação dinâmica, quetransponha para a legislação regio-nal o disposto na Diretiva Comuni-tária 1999/70/CE do Conselho de28 de junho, que limita o recursopermanente à contrataçãoprecária.OSPMdefende,emconcreto,acon-versão para contratos por tempo in-determinado (integração na carrei-ra)detodososcontratosatermoce-

lebradosportrêsperíodosconsecu-tivos, incluindoasrenovações.

Recorde-se que o recente acor-do parcial do SPM face à vincula-ção extraordinária na Região, que éuma medida transitória e excecio-nal, foi dado na perspetiva de que areferida Diretiva Comunitária, nabase dessa vinculação extraordiná-ria, seria transposta para a legisla-ção do concurso normal ou ordiná-rio, conforme intenção expressapelo próprio secretário regional daEducação e Recursos Humanos,mas que não concretizou.

No dia 17 de abril, o SPM reali-

Plenários do SPM esclarecemCONCURSOS E AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

zou dois plenários de esclareci-mento para os associados do sindi-cato, na sua sede, sobre a imple-mentação do processo de avaliaçãodo desempenho docente, que tem

gerado dúvidas e perturbação nasescolas.

O sindicato acompanha a imple-mentação no terreno de forma areivindicar junto da tutela a corre-ção dos riscos e efeitos negativos,para os professores e escolas nãoserem prejudicados. É um modelode avaliação que continua a sercomplexo, burocrático e que visacortar nos salários e na carreira.

É importante que os docentescontinuem a comunicar ao sindica-to as dificuldades sentidas no terre-no, além do levantamento que opróprio SPM efetua através das vi-sitas que os seus dirigentes fazemàs escolas para contacto com osprofessores, em especial os seus as-sociados.

Educação Especial, entre ocontinente e as regiõesautónomas, e vice-versa, namesma prioridade aplicadaaos restantes grupos derecrutamento, a situaçãoficou resolvida no passado

mês de março, comimplicação já no concursonacional de docentes de2013.É caso para aplicar o adágiomais vale tarde do quenunca, mas fica evidente que

as tutelas regional enacional poderiam há muitoter desbloqueado a situação,dependente de vontadepolítica. Há mais de quatroanos que SPM e FENPROFse batiam por esta solução.

conformemandaaleiemandaapró-pria sentença em causa, apenas lhe éconferidalegitimidadepararepresen-tarosseussócios.Portanto,nãoéopçãodosindicato,emborasejamosseussó-ciosquecusteiamosjuristaseasdespe-sasjudiciais,quandoelasexistem.

Esta decisão favorável à ação in-terposta pelo SPM contra o MECaconteceu duas semanas depois dedecisão semelhante proferida peloTribunal Administrativo de PontaDelgada,nosAçores,quesepronun-cioua8deAbrilúltimo,quetambémcondenou o Ministério. Prova-se,maisumavez,ailegalidadedoatodoMEC e protege-se os direitos e ga-rantiasdosdocentesemexercíciodefunçõesnasilhas.

DECISÃO TEM DE SERRESPEITADA

A FENPROF reafirma que nãodefende a anulação do concurso ex-traordinário,porquenuncadefendeuqueissoacontecesse,masnãoadmiteque as decisões dos tribunais sejamdesrespeitadas. Seria pôr em causanormas elementares do Estado deDireitoDemocrático.

Margarida Fazendeiro

Esclarecimento sobre as questõesconcretas que afetam os professores

ao encontro dos docentes, nosentido de reafirmar as conquis-tas de Abril”. Alertou para aperda de direitos e de condiçõesde trabalho da classe docente,aaniquilação de direitos funda-mentais e o ataque às funçõessociais do Estado: Educação,Saúde e Segurança Social.

O grande salto no desenvolvi-mento social do País, que a Re-volução de 1974 e a Democraciapermitiram, nomeadamente auniversalização do direito auma educação básica e integral,está ameaçado. A atual governa-ção, sem estratégia nem futuro,obcecada com a austeridade – odéfice não baixa, aumenta a dí-vida e destrói-se a economia –,que lança os portugueses no de-semprego, na pobreza, na misé-

ABR/ MAI/ JUN 2013 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA 9

25 de Abril assinaladojunto dos professoresO

Sindicato dos Pro-fessores da Madei-ra, face ao momentodramático, mas cru-cial, que a Região e

o País vivem, assinalou o aniver-sário da Revolução de 1974 noterreno, durante todo o dia 24de abril. Os dirigentes do sindi-cato percorreram perto de cincodezenas de escolas da Região,sobretudo nos concelhos maisvastos e populosos como o Fun-chal, Câmara de Lobos, SantaCruz e Machico.

Isto para contacto com osprofessores, a entrega do mani-festo “25 de Abril: Reafirmar va-lores e conquistas - recusar a es-poliação das nossas vidas” e umapelo à participação nas açõesde luta que se seguiam, desdelogo a manifestação do 1.º deMaio.

Sofia Canha, coordenadorado SPM, em declarações à im-prensa, à saída da Escola Básicado 2º e 3º Ciclos Bartolomeu Pe-restrelo, referiu que perante as“circunstâncias gravosas decor-rentes das medidas do Governo,em termos da educação e emtoda a sociedade, decidimos vir

A decisão do Tribunal Constitucional em abril último foi o corolário da luta dos trabalhadores na defesa dos direitos,liberdades e garantias constitucionais

MARCHA NACIONAL CONTRA O EM-

POBRECIMENTO: no Funchal teve lugar

em 12 de abril, do Lido ao centro da cidade.

Como resumiu Arménio Carlos, secretá-

rio-geral da CGTP-IN, “esta foi uma Mar-

cha de protesto e indignação contra uma

política que afunda o país e quer condenar

os trabalhadores à miséria e os portugueses

ao suicídio coletivo; uma Marcha de pro-

posta e alternativa que recusa a submissão à

troica de um povo e um país com mais de

800 anos de história; uma Marcha de espe-

rança e confiança de que é possível, neces-

sário e urgente, colocar Portugal na rota do

desenvolvimento económico e social.”

MANIFESTO DISTRIBUÍDO NAS ESCOLAS REAFIRMA VALORES E CONQUISTAS

ria e condena Portugal ao atra-so.

O desinvestimento acentua-do em curso, em áreas como aEducação, ultrapassa os limites

e tem reflexos em toda a socie-dade. “A Escola Pública estáposta em causa porque retiram-se recursos para os professorestrabalharem e isto leva a um

É preciso combaterqualquer tentativade suspensão daConstituição daRepúblicaPortuguesa

1.º DE MAIO DE PROTESTO: na presente

conjuntura económica, social e política, o

1.º de Maio teve este ano um significado re-

dobrado, assumindo-se como dia de um

forte protesto. O Funchal teve pelo menos

duzentos manifestantes na iniciativa da

União dos Sindicatos da Madeira (USAM),

em que se incluíram os professores repre-

sentados pelo Sindicato dos Professores da

Madeira (SPM). No conjunto do País, a

CGTP-IN caraterizou este Dia do Traba-

lhador como “um dos maiores de sempre

de todos os anos”, segundo as informações

recebidas “de 50 localidades em todo o con-

tinente e ilhas”.

CONCENTRAÇÃO JUNTO DO PALÁCIO DE SÃO LOURENÇO: numa iniciativa daUSAM, um grupo de ativistas sindicais e ci-dadãos, incluindo movimentos sociais, con-centrou-se no dia 25 de maio, em frente aoPalácio de São Lourenço, residência oficialdo Representante da República, para exigirque o Presidente da República faça cumprira Constituição da República. Isto no mesmodia da concentração da CGTP-IN em frenteao Palácio de Belém, em Lisboa, apelandoao mais alto magistrado do País que demitao Governo e convoque eleições. A dívida, odéfice e o desemprego aumentam de formacontínua e acentuada, sem fim à vista, lan-çando na miséria milhares de famílias.

TRIBUNA SINDICAL CONTRA ROUBO DOS FERIADOS: junto à ALM protestou-se contra o roubo feriado de 30 de maio. Odirigente do SPM e do Conselho Regionalda USAM, Nélio de Sousa, para além do de-semprego e ataque às condições de traba-lho, deu conta do roubo salarial aos traba-lhadores, seja por via da extinção de feria-dos, do aumento do horário de trabalho, docorte nas horas extraordinárias ou atacandoas funções sociais do Estado: os portugue-ses pagam mais e mais por esses serviços. Anova proposta de CCT do ensino privadopretende impor cortes salariais aos profes-sores até aos 40%, um violento aumento dohorário de trabalho e alteração significativadas carreiras profissionais.

empobrecimento da escola pú-blica e da qualidade que lhe éexigida”, alerta a dirigente sin-dical.

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10 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA ABR/ MAI/ JUN 2013

SPM ORGANIZA EVENTO NA REGIÃO EM 6 DE JULHO

António Sampaio daNóvoa, reitor daUniversidade deLisboa, é um dosilustres convidados

para do Congresso Empreendena Madeira, que tem lugar nodia 6 de julho, na sede do Sindi-cato dos Professores da Madei-ra. Salientamos a participaçãode Jacinto Jardim, formadorconceituado na área do desen-volvimento pessoal e da Educa-ção, e os convidados residentescom projetos inovadores, jáconfirmados: Henrique Amoe-do e o Padre Francisco Caldeira.

O sindicato é parceiro da ini-ciativa ao nível nacional, peloque os seus sócios têm acesso àinscrição a um custo mais bai-xo (15 euros). O custo para opúblico em geral é de 20 euros.Para os docentes desemprega-dos é de 5 euros como preçosimbólico. A inscrição incluimateriais e almoço.

COMPETÊNCIASEMPREENDEDORAS ECRESCIMENTO

Os Congressos Empreende-dores Locais & Sociais têm doisobjetivos: promover as compe-

Espera-se contribuirpara a refundaçãocriativa daempregabilidade,realçando aesperança eprovocandomudanças

tências empreendedoras atra-vés da partilha e apreciaçãocrítica de experiências, estraté-gias e projetos originais e devalor, e fomentar o crescimentoeconómico, a coesão social, osucesso organizacional e a au-torrealização através da aplica-ção das estratégias fundamen-tais do processo empreende-dor.

Num ambiente enriquecedore proativo, serão desenhadasideias inovadoras e concebidosprojetos estratégicos. Destemodo, espera-se contribuirpara a refundação criativa daempregabilidade, realçando aesperança e provocando mu-danças.

TALENTOS, OPORTUNIDADES,PROJETOS

Durante um dia de sábado,no Funchal a 6 de julho, serãopartilhadas dicas para a otimi-zação de talentos, para a iden-tificação de oportunidades epara a elaboração de projetossocioprofissionais. Além disso,descobrir tanto as estratégiaspara a ativação de mudançaspositivas como os recursos efontes de financiamento.

Em cada congresso, um pai-nel de empreendedores apre-sentará os seus projetos e par-tilhará as suas experiências, di-ficuldades e satisfações.

DESTINATÁRIOSA iniciativa a realizar no

Funchal tem uma particulari-dade que a distingue das res-tantes. Destina-se, exclusiva-mente, a educadores e profes-sores e a jovens licenciadosdesempregados ou à procura deprimeiro emprego na docência.

A inscrição é obrigatória.Para a efetuar, solicite informa-ções através do seguinte email:[email protected]

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Congresso Empreendedorno Funchal com António Nóvoa

Aapresentação da Bibliote-ca do Sindicato dos Profes-sores Madeira teve lugar

no dia 19 de abril. Trata-se demais uma realização a favor dosassociados, da classe docente e dacomunidade em geral. O espaçoda biblioteca foi pequeno para osmuitos associados participaremnuma cerimónia apresentadapela docente Madalena Nunes.

Sofia Canha, coordenadora doSPM, salientou, na intervençãoinicial, a concretização de maiseste sonho por parte do sindicato,bem como a importância do va-lioso conjunto de publicações dediferentes tipologias para a histó-ria do sindicalismo e da própriaescola portuguesa. Realçou a co-laboração das professoras AdíliaAndrade, Amélia Carreira e doprofessor Raimundo Figueira,bem como ainda da ajuda da Dra.Maria da Paz e da Dra. HelenaCamacho da Biblioteca PúblicaRegional.

O espólio da biblioteca doSPM traduz, segundo a dirigente,o valor do contributo do Sindica-

to dos Professores da Madeira naconstrução da identidade e coe-são profissionais da classe docen-te e, por conseguinte, o contribu-to para a melhoria da Educação eprogresso da nossa sociedade.

Depois de terem sido ditos al-guns poemas e textos, FátimaVieira Abreu, do Arquivo Regio-nal da Madeira, falou da necessi-dade de comunicação que levou àescrita, ao livro e às bibliotecas,enumerando as bibliotecas públi-cas existentes na Região, em quese inclui agora a biblioteca doSPM: reordenada e ao serviço dacomunidade educativa.

Seguiu-se uma “conversa” sobo tema “Os livros da minha vida”,que contou com as participaçõesespeciais de António Jorge Pesta-na, António Cruz e Graça Alves,para além dos professores que in-tegram o “Círculo de Leitura eEscrita” do SPM. Foram aborda-dos alguns tópicos como o estí-mulo para a leitura, os livros mar-cantes da vida de cada um, os es-critores, entre outros ângulos deabordagem do tema.

CASA CHEIA E O LIVRO COMO TEMA CENTRAL

Apresentação pública da Biblioteca do SPM

António Nóvoa é uma das vozes maislúcidas e inconformadas em Portugal

Sofia Canha, coordenadora do SPM, salientou a concretização de mais um sonho por parte do sindicato

O grosso do acervo da Biblioteca do SPMconsta de revistas de natureza sindical epedagógica, publicadas nos últimos 40anos. A história do sindicalismo e dapedagogia em Portugal, no pós-25 deAbril, não ficará completa sem a consultaatenta destas publicações.No campo sindical, há coleções quasecompletas dos boletins informativos dos

sindicatos da FENPROF, bem comocadernos temáticos versando assuntosque continuam na ordem do dia, que sãotestemunho não só de lutas ereivindicações da classe mas também docontributo reflexivo dos sindicatos naconstrução da profissionalidade docentee da identidade e deontologiaprofissionais.

Espóliovalioso

Com o propósito de impulsionar acultura empreendedora, decorreem várias cidades do país, nosmeses de Maio, Junho e Julho de2013, os CongressosEmpreendedores Locais & Sociais,promovidos pelo Instituto EuropeuCiências da Cultura Padre ManuelAntunes (IECCPMA), através doseu Gabinete de Estudo doEmpreendedorismo e Criatividade(GEEC), e pelo CLEPUL, daFaculdade de Letras daUniversidade de Lisboa.Localmente, são realizados edinamizados por organizações dediferentes campos de ação, todaselas com incidência local e social.Estes congressos têm como objetivoprincipal fomentar novas relações eparcerias entre potenciaisempreendedores locais e sociais.Num ambiente dinâmico e deconfiança, vamos “incubar” ideiasinovadoras e realizar projetosdiferenciadores colaborando narefundação criativa e construtiva dotrabalho e do emprego.

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“Quando o mundo fazas pessoas se sentirem num beco sem saída, o SPM está aqui,no seio da FENPROF e do movimento sindical, para ajudara ação dos docentes”

35.º aniversário acentua convicçãona luta urgente dos professores

COMEMORAÇÕES MARCADAS PELO AGRAVAMENTO DA CRISE SOCIAL

Já em março, por ocasiãodas comemorações do35.º aniversário do SPM,o tom era de luta, peranteo rumo da crise social no

País e a necessidade da defesa daProfissão e da Escola Pública, con-tra o desemprego, a precariedade,o empobrecimento e a exploração,os cortes na Educação, Saúde e Se-gurança Social. Uma luta que, en-tão, subia de tom e intensidade,porque as circunstâncias assim oexigiam.

No Funchal, Mário Nogueira,secretário-geral da FENPROF,lembrava que há meio ano que oMinistério da Educação e Ciên-cia (MEC) não reunia com a Fe-deração, quando é fundamentala comunicação entre a tutela eos parceiros sociais. «O ministrotem de dar explicações e dizer oque vai fazer», enfatizou, alémde ter de cumprir o que é nego-ciado e acordado, algo que oatual Governo não tem feito,bem pelo contrário, defrauda to-das as promessas, inclusive asmedidas que PSD e CDS-PPaprovaram na oposição, já em

Quando a interaçãotutela-sindicatos éimpedida, o«conflito é por vezesnecessário»

plena crise. Quando a interaçãotutela-sindicatos é impedida, o«conflito é por vezes necessá-rio».

Sofia Canha, coordenadorado SPM, denunciou o desinves-timento na Educação, a degrada-ção das condições de trabalhodos professores e o empobreci-mento geral de quem trabalha.Em três anos, os professoresperderam 30% do salário líqui-do. “Quando o mundo faz as pes-soas se sentirem num beco semsaída, o SPM está aqui, no seioda FENPROF e do movimentosindical unitário, para ajudar aação dos docentes enquantobuscamos todos, ativamente,perspetivas e possibilidades defuturo.”

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Com o objetivo de ajudar a lu-tar melhor na atual graveconjuntura, teve lugar a con-

ferência “Dilemas e desafios do sin-dicalismo na atual conjuntura polí-tica e social”, na sede do SPM em 14de maio, proferida por HermesCosta, professor da Faculdade deEconomia da Universidade deCoimbra. Sublinhou a importânciado papel dos sindicatos quando seassiste a «rotas de sentido precari-zantes» no mundo do trabalho, quecolocam em causa os direitos e es-paço de dignidade conquistadospelotrabalho.

A defesa desses direitos e digni-dade faz-se, nomeadamente, com acongregação e mobilização dos in-teressesdostrabalhadores, lealdadee solidariedade destes face aos sin-dicatos e reforço da representativi-dade (sindicalização e militânciaativa - «trabalhadores serem mais

Sindicatos importantes na luta pelos direitos e dignidade no trabalho

ABR/ MAI/ JUN 2013 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA 11

Luta de umasociedade

O secretário-geral daFENPROF fez notar que aluta dos professores não é a«luta do corporativo», massim a «luta de uma socieda-de» pela causa da Educaçãoe dos valores que estão a serpostos em causa. É uma«luta democrática e justa» e,por isso também, as «nossasforças vão dar para muito lu-tar». O «Governo ao serviçodos interesses estrangeiros»irá até onde o deixarem, re-matou.

Entregade prémiosa alunos da RAM

No 35.º aniversário, oSPM entregou a trêsalunos da Regiãoquadros com os tra-balhos premiados noâmbito de um con-curso, nas comemo-rações do Dia Mun-

dial do Professor, quea FENPROF promo-veu em parceria coma DELTA Cafés. Umconcurso que reve-lasse o olhar dascrianças sobre osseus professores. Es-

ses trabalhos, no to-tal de doze ao nívelnacional, foram im-pressos numa ediçãode pacotes de açúcar,que depressa esgotoue se valorizou juntodos colecionadores.

«A POLÍTICA DE AUTERIDADE É TAL QUE É SUFICIENTE PARA DITAR O CONFLITO»

“Poucas coisas foram feitas semprocessos de luta e mobilização”

do que meros sócios» para respon-deràsperdasatuais).

INTERESSESEMCONFLITOAlémdosvaloresdaDemocracia

e da Dignidade Humana, que o tra-balho e os sindicatos perseguem edefendem, há o valor que o oradordenominou de Paz/Conflito, duasfaces da mesma moeda. Deu contaqueos«sindicatosbuscamnegocia-çãoeacordos,maspoucascoisasfo-ram feitas sem processos de luta emobilização.»Umaevidênciahistó-ricae,diríamos, inerenteàcondiçãohumana, quando há interesses emconflito. Neste sentido, HermesCosta deu conta ainda que o confli-to pode ser regulado e adormecido,masnuncadeixadeexistir.

Ora, atualmente, a governação eas consequências das suas políticas,comoéexemploaatitudederecusaem reunir com os sindicatos, criam

predisposiçãoparausarmaisocon-flitodoqueoconsenso.Apolíticadeausteridade é tal que é suficientepara ditar o conflito. Isto além dosproblemaslaborais(stresse,desem-prego, condições de trabalho, entreoutros).

Desafios do sindicalismoA conferência terminou com aabordagem dos desafios, dile-mas e caminhos para o sindi-calismo, que passa pelo refor-ço da confiança dos trabalha-dores nas estruturas sindicais(protegendo ainda melhor ostrabalhadores), renovação dosquadros (descentralizar deci-sões e adotar outras formas decomunicação com as basespara tornar processos maisparticipados e transparentes)e aprofundar a influência nasociedade (mobilizar e atingirresultados a curto, médio e/oulongo prazo).

Outras ideias e caminhosimportantes foram ainda abor-

dados pelo investigador deCoimbra: reforço da vigilânciasobre o modo como o trabalhoé prestado; organizar novosgrupos que estão sub-repre-sentados; criar plataformas deação conjunta entre organiza-ções sindicais e não sindicais;reforçar a representatividadesindical; criar ativismo políti-co; formar dirigentes sindi-cais; intervir também no espa-ço internacional e apostar emformas inovadoras de ação sin-dical (meios de informação ecomunicação eletrónicos),sem esquecer as que já exis-tem (clássicas), desde que semantenham eficazes.

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Ea avaliação do desem-penho docente (ADD)está aí! Chegou no mo-mento errado (em mea-dos do ano letivo), de

forma atabalhoada e com fins me-ramente economicistas, com aexistência de vagas e de quotas quedenunciam (e contradizem) asboas intenções da tutela, no querespeita à promoção do mérito e aodesenvolvimento profissional dosdocentes.

SUPERVISÃO E FINS DAAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

E são precisamente os fins daavaliação que a colocam sob sus-peita.

Alguns estudos desenvolvidosem Portugal, nos últimos tempos,permitem entender a supervisãocomo:

• um processo de construção deconhecimento, processo este que,segundo Sá – Chaves (2000), deveser contínuo, partilhado e em con-texto organizacional, numa pers-petiva tridimensional: colaborati-va, reflexiva e formativa;

• um processo de desenvolvi-mento e aprendizagem profissio-nal dos professores (Alarcão e Ta-vares, 2003);

• um processo de desenvolvi-mento da identidade profissional,processo este que começa a desen-volver-se no espaço da formaçãoinicial e atravessa todo o percursoda vida profissional dos docentes,nos diferentes contextos da suaatuação.

Flávia Vieira (1993) refere que atradição portuguesa acentua o ca-ráter prescritivo da supervisão,conferindo ao supervisor o papel

dominante na tomada de decisões.Mas a supervisão pedagógica tam-bém não é autónoma, e muito me-nos neutra, sendo determinada pordiversos fatores que, não raras ve-zes, impõem limites ao espírito crí-tico, à capacidade criativa e inova-dora e à própria democraticidadedos processos de formação. Isto re-mete-nos para uma reflexão sobrea dimensão ideológica da supervi-são, na medida em que os objetivos,as finalidades e os interesses queela serve, ora condicionam, ora po-tenciam, a qualidade da pedagogia.Já em 2009 a autora propõe umavisão transformadora da supervi-são pedagógica assente numa re-construção da visão de educaçãoque subjaz à ação educativa.

SOBRE AQUALIDADE DASUPERVISÃO PEDAGÓGICA

O paradoxo existente entre estasduas finalidades (reprodutora etransformadora) da supervisão pe-dagógica coloca, inevitavelmente,grandes constrangimentos aos dife-rentes atores implicados no proces-so supervisivo. As tensões que segeram entre estas duas finalidadesinterferem, implícita e explicita-mente, na qualidade e na (in)eficá-cia da supervisão pedagógica e,consequentemente, nas práticaseducativas. Nesta sequência, im-põem-se as seguintes questões: Queinteresses subjazem ao atual mode-lo de avaliação de desempenho do-cente? Que conceito de supervisãopedagógica deve orientar o proces-so supervisivo neste contexto?

Flávia Vieira (2009) refere que asupervisão pedagógica deve pro-mover

a reflexão crítica sobre as forçashistóricas e estruturais que condicio-nam a pedagogia; apoiando a cons-trução colaborativa de uma visão daeducação capaz de resistir ao podererosivo dessas forças; interrogandoas inúmeras formas de autoridade aque o educador está sujeito; orien-tando-o para a gestão da incerteza eda complexidade; questionando osinteresses aos quais a escola serve;mantendo a esperança na possibili-dade de melhorar as condições irra-cionais, injustas e insatisfatórias daeducação (p.202).

Como pode a supervisão peda-

gógica resistir às forças que condi-cionam a pedagogia?

Kuenzer (2002) sustenta que atransformação das relações sociaise produtivas não depende apenasdas instituições educativas, mas so-bretudo de uma transformação si-multânea das consciências e dascircunstâncias. Neste sentido,qualquer transformação é sempre,e inequivocamente, uma transfor-mação humana. Os indivíduos mo-dificam o sistema (nos vários con-textos sobre e nos quais intervêm)e são modificados por ele.

Mas o exercício da atividade su-pervisiva, com níveis de interven-ção direta ou indireta, nem semprese encontra ao serviço de uma efe-tiva melhoria das práticas. As teo-rias que sustentam algumas práti-cas supervisivas são formas explí-citas e/ou dissimuladas de assegu-rar e manter a ortodoxia dos siste-mas (do nível macro ao micro).

A escolha de uma teoria tem porbase a defesa da ordem, da discipli-na, e do status quo e, grande partedas vezes, os professores (e os super-visores) que se pretendem agentesde mudança social contribuem afli-tivamente para a ordem celebrada.A supervisão deve assumir-se comoartesã da mudança social. Ou, pelomenos, acreditar que o é (Rodrigues,2008, p.213).

LIMITES DASUPERVISÃOPEDAGÓGICA

E, partindo desta conceção, de-vemos questionar: Quais os limitesda supervisão pedagógica em con-texto de ADD?

A resposta a esta questão remetenão só para os procedimentos daavaliação mas, sobretudo, para assuas finalidades. As tendências dasinvestigações mais recentes sobreo tema realçam três finalidades:avaliar com o objetivo de promovero desenvolvimento profissional,avaliar para prestar contas, comconsequentes implicações na car-reira, ou avaliar segundo estas duasfinalidades (desenvolvimento pro-fissional e prestação de contas).

Bourdoncle (1991) define o con-ceito de desenvolvimento profis-sional como o conjunto de saberese desempenhos utilizados no exer-cício da profissão, que vão evoluin-do ao longo da carreira (e que podetambém ser designado por profis-sionalidade docente).

A segunda finalidade, prestaçãode contas, tem por base o pressu-posto de que qualquer profissão(remunerada) compreende obriga-ções e, neste sentido, o professordeve cumprir com as suas obriga-ções profissionais (educar e ins-truir os seus alunos, de acordo comos programas e com as competên-cias que lhe são exigidas), em trocado seu salário.

A terceira finalidade implica asimultaneidade das duas anterio-res (dimensão formativa e presta-ção de contas).

Assim, a forma como o processode avaliação é concebido, planeadoe operacionalizado terá, inevitavel-mente, implicações no desenvolvi-mento profissional dos professo-res.

RENUNCIAR À OBRIGATORIEDA-DE DE RESULTADOS

Nesta sequência, a avaliaçãodeve ser feita em relação a quê?

Perrenoud (1996) citando Mei-rieu (1989) referiu que era necessá-rio renunciar a uma obrigatorieda-de de resultados (avaliação dos do-centes de acordo com os resultadosescolares dos alunos), propondouma obrigatoriedade de competên-cia (competências do professor).Porquê renunciar a uma obrigato-riedade de resultados?

Perrenoud (1996, p.12) acres-centa que, nas áreas de “trabalhohumano” onde é possível exigir re-sultados, é necessário reunir as se-

guintes condições:1º- Que o problema a ser resolvi-

do seja puramente técnico;2º- Que a ação dos profissionais

não dependa do outro;3º- Que os saberes teóricos e

profissionais tornem possível umaação eficaz na maior parte das si-tuações;

4º- Que as situações com asquais os profissionais do mesmonível de qualificação se confron-tam sejam, se não idênticas, relati-vamente comparáveis. (p.12)

Ora, estas condições não estãoreunidas na educação. Primeiro,porque nenhuma ação humana éinteiramente técnica. Mesmo queos objetivos dos programas escola-res fossem todos realizáveis notempo e no espaço, cada professortem a sua forma de os interpretar ede os abordar. A par destas diferen-ças, acrescentam-se todas as dife-renças ligadas à cultura e aos valo-res pessoais do professor que sus-tentam as suas intenções educati-vas. É também por esta razão que aobservação de aulas, no âmbito deuma avaliação de desempenho, serevela uma metodologia bastanteredutora, simplista e, portanto, falí-vel. Ao nível da intenção da ação, opapel do observador configura-se,assim, bastante limitado. Não épossível quantificar o inquantificá-vel. E, eis aqui, uma das grandes li-mitações da supervisão pedagógi-ca.

Supervisionar a prática teóricade cada um é humanamente impos-sível. Nunca estaremos seguros dasintenções. Mas o professor supervi-sor é aquele que questiona de dentropara fora, que aprende a ser, que nãose extasia perante a razão bem pen-sante, nem se eleva nas margens daexperiência (Rodrigues, 2008,p.197).

PESO DO CONTEXTO NADOCÊN-CIA

Não se subentenda, porém, quese refuta, de todo, a observaçãoneste processo. Este procedimento,num formato colaborativo e pura-mente formativo, poderá dar espa-ço a momentos auto e hétero-for-mativos, através da reflexão e aná-lise da ação observada. Momentosestes que, pelas razões apontadas,

PROCESSOS COMPLEXOS EM CONTEXTO EDUCACIONAL

Supervisão pedagógica eavaliação do desempenhodocente: tensões e contradições

Aforma como oprocesso deavaliação éconcebido, planeadoe operacionalizadoterá,inevitavelmente,implicações nodesenvolvimentoprofissional dosprofessores

Adelaide RibeiroMestre em Ciências da Educação– Supervisão Pedagógica

PROFESSORES ELEMENTOS SOBRE A PROFISSÃO DOCENTE E A EDUCAÇÃO ISSN 2182-3316

coordenação:Adelaide Ribeiro

12SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA ABR/ MAI/ JUN 2013

PROFESSORES ELEMENTOS SOBRE A PROFISSÃO DOCENTE E A EDUCAÇÃO ISSN 2182-3316

coordenação:Adelaide Ribeiro

ABR/ MAI/ JUN 2013 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA 13

não deixam de ser também auto-formativos para o supervisor.

Em segundo lugar (relativa-mente à segunda condição referidapor Perrenoud), a ação educativadepende sempre e inequivoca-mente do outro (alunos, pais, cole-gas, órgãos de direção e ascenden-te hierarquia). O professor é, nesteprocesso, um ator entre atores e,consequentemente, a sua ação écondicionada e determinada, emcerta medida, pelos demais. E aquireside outra grande limitação da

supervisão: o desempenho dosprofessores deve ser avaliado noquadro do respetivo contexto or-ganizacional. Um dos fundamen-tos que sustenta esta posição resi-de no facto de os professores (in-dependentemente das suas com-petências) terem desempenhos di-ferentes, dependendo das institui-ções onde trabalham.

Em terceiro lugar, a ação doprofessor é, por natureza, incerta.O domínio dos conhecimentosprofissionais e saberes teóricos do

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Não é possívelquantificar oinquantificável. E,eis aqui, uma dasgrandes limitaçõesda supervisãopedagógica

professor não garante, por si só, aeficácia da ação pedagógica, umavez que esta depende também deoutros fatores (uns relacionadoscom os alunos, outros relacionadoscom os contextos sociais, outrosrelacionados com o próprio pro-fessor).

Por último, não se pode compa-rar o incomparável. Cada profes-sor tem a sua identidade pessoal ecultural, os seus valores, as suascrenças que influenciam e deter-minam também as suas práticasprofissionais. Em qualquer situa-ção, a menos que não sejamos au-tênticos, somos sempre uma conti-nuação de nós próprios.

Assim, pelas limitações aponta-das, avaliar os professores em fun-ção dos resultados dos alunos, re-vela-se um critério injusto e fala-cioso.

OPTAR PELA OBRIGATORIEDADEDE COMPETÊNCIAS

Relativamente à “obrigatorie-dade de competências”, Perre-noud distingue este conceito do de“obrigatoriedade de procedimen-tos” (cumprimento dos programase de todos os requisitos normati-vos emanados dos órgãos de gestãoe do próprio Ministério da Educa-ção). Segundo este investigador, aavaliação não deve incidir sobre osprocedimentos, mas sim sobre acompetência nos domínios ético,deontológico, científico e pedagó-gico dos profissionais. Para JoãoAmado (2001) o conceito de com-petência deve ser entendido comoo conjunto de atitudes (modos deser e de estar) e de conhecimentosteóricos e práticos inerentes à pro-fissão docente.

Reconhecendo-se de antemão,a complexidade, subjetividade eambiguidade do processo de ava-liação de professores, considera-sepertinente que a supervisão, emcontexto de ADD, seja encaminha-da neste sentido, ou seja, que inci-da sobre as competências ineren-tes à profissão docente, com cará-ter formativo e colaborativo e como fim último de produzir uma efe-tiva melhoria das aprendizagensdos alunos.

Quanto à diferenciação pelo mé-rito, como têm vindo a apregoar oMinistériodaEducaçãoeaSecreta-ria Regional de Educação da RAM,seria legítimo defendê-la se o mo-delo ou os modelos de avaliação(métodos, técnicas e instrumentos)fossem perfeitos. Ou seja, se confe-rissem o grau de objetividade ne-cessário para quantificar o desem-penho, se fossem claros, inequívo-cos e infalíveis. Mas, nas profissões“do humano”, esta obsessão pelaobjetividade constitui, não apenas,um grande equívoco, mas sobretu-do, uma forma de subverter a pró-prianaturezadoatoeducativo.

14 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA JAN/ FEV/ MAR 2013

de papo pró ar...FOLHA CULTURALcoordenação: Helena Lima

Casa cheia no Sarau Musicalsolidário do Grupo Coral do SPM

CONCERTO, MAS TAMBÉM ENCONTRO E CONVÍVIO SOCIAL

Areceita do SarauMusical protagoni-zado pelo GrupoCoral do Sindicatodos Professores da

Madeira reverteu para apoioaos alunos carenciados da Uni-versidade da Madeira (UMa).Com casa cheia, teve lugar em31 de maio, no Auditório daReitoria desta instituição, noColégio dos Jesuítas.

Com a Direção Artística deTina Gonçalves e a participa-ção Duarte Nicolau ao piano, oGrupo Coral interpretou, emduas partes, onze temas: As an-dorinhas (Canção Italiana); Omar (Anónimo); Cielito lindo(Serenata Espanhola); O farol(A. Bispo e C. Ramos); Casinhade pobre (Anónimo); Que seráserá (Jay Livingston e RayEvans); I have a dream (Ben-nyAndersson e BjörnUlvaeus);Serenata (Fr. Shubert); Quãogrande és tu (arranjo Tina G.);Dance me to the end of love(Leonard Cohen) e Youraiseme up (JoshGroban).

Lucinda Ribeiro, dirigentedo SPM, enalteceu a iniciativa

Os livros da minha vidaINTEGRADO NA APRESENTAÇÃO DA BIBLIOTECA DO SPM

Aviso à navegação. Não conse-gui escolher assertivamenteo livro da minha vida.

Quando voltei a pensar nisso,depois de muita e muita escolha,ou por isto ou por aquilo a listacustava muito a sair dos dez pre-feridos. E deixei de fora tantos etantos que me encheram as me-didas! Vou escolher um, dificil-mente e pensando: Assim nãovale!

Porque durante a minha jálonga vida, tive vários “livros daminha vida”. Inesquecíveis, en-cantadores, arrebatadores, queme divertiram, emocionaram, fi-zeram pensar, fizeram sonhar,fizeram viver.

Mal sabendo ler, a coleçãoManecas e a Condessa de Ségur,eram excelentes.

Na idade da parva, fui a heroí-na dos romances de Júlio Dinis,

Ao falar dos livros que nos marcaram, falamos de nós e da nossa vida

O espetáculo teve a direção artística a cargo de Tina Gonçalves, com a participação de Duarte Nicolau ao piano

de Max do Veuzit (aquele JohnChauffeur russo era o máximo).Quis ser boazinha e linda como aBrigitte ou a Isabel de BertheBernage.

E a “Clarisse” de Eriço Verís-simo! Um doce.

Mais crescida, fui lendo sem-

pre os “nossos: Camilo, Eça,Namora, Régio, Saramago, etc.etc. Os “russos”, os americanos(salve John dos Passos), france-ses nem se fala: Roger Martindu Gard, Gide, Anatole, etc.,etc. Ingleses de montão: Di-ckens, Somerset Maugham,

D.H. Lawrence.Vou acabar com este tormen-

to que foi escolher um: “JeanChristophe” de Roman Rolland.

... por Vanda Leal Teixeira

Tinha 19 anos quando o li.Sonhava com um mundo

mais “simétrico”.Preocupava-me a injustiça

social, a falta de liberdade deexpressão que me sufocava eaos meus colegas da Universi-dade: a polícia de choque inva-dia o Convívio e o Estádio Uni-versitário sempre que “farejava”qualquer atitude estudantil; aPIDE andava muito ativa na de-vassa dos nossos hábitos, dasnossas vidas.

Ofereceu-mo um amigo a queconfidenciara os meus anseios.– “A Utopia” de Thomas More,lê e digere – disse-me.

Li e sublinhei:

As receitasreverteram paraapoio aos alunoscarenciadosda Universidadeda Madeira

do Grupo Coral e agradeceu apresença de todos também emnome da coordenação do sin-dicato, Sofia Canha e MargaridaFazendeiro, a participar no Secre-tariado Nacional da FENPROF,bem como foi feito um agrade-cimento à UMa pela cedênciado espaço.

Além de ter sido um eventomusical e um ato de solidarie-dade, o concerto foi um acon-tecimento de encontro e con-vívio social.

O Grupo Coral do SPM, acargo do setor dos professoresaposentados, é formado pelasContraltos Ana Figueira, An-gela Vasconcelos, ConceiçãoFerreira, Ilda Sousa, IsabelFino, Teresa Nascimento e asSopranos Dulce Gonçalves,Encarnação Fernandes, Fáti-ma Sousa, Idalina Teixeira,Maria Gomes, São Fragoas eSeveriana Pinto.

Recorde-se que, em 2010, oGrupo Coral do Sindicato dosProfessores da Madeira gra-vou e editou o álbum “Sintoni-zando”, em formato CD.

NDS

• Que na ilha da Utopia todosos habitantes fazem parte deuma grande família e tudo o queé produzido é dividido igual-mente, não havendo portanto as-saltantes nem mendigos;

• Que não há propriedade pri-vada, o dinheiro não é utilizadoe não há sentimento de posse;

• Trabalham seis horas pordia e no tempo livre podemaperfeiçoar a sua educação, fre-quentando cursos públicos, nãohavendo ociosos nem vaidosos.

• A ilha tem várias cidadesonde se fala a mesma língua, serespeitam as mesmas leis e sevive numa sociedade ideal quetraduz um estado de bem-estara todos.

Não sei se foi este o livro daminha vida, nem se consegui“digeri-lo” na totalidade, comome recomendou o meu amigo,mas sei que, passados cinquentaanos, não o esqueci.

... por Amélia Carreira

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Adescentralização da

cultura é muito lindana teoria, mas poucoapelativa na prática.Isto a propósito da ex-

posição de parte da obra do pintoralemão Max Römer, que viveulongos anos na Madeira. A exposi-ção está na Calheta. Apesar dos tú-neis que tornam a viagem maiscurta, é sempre um transtorno ir àCalheta. É preciso gostar muito decultura para lidar com a maçadada deslocação.

A nossa Helena Lima, do De-partamento dos Professores Apo-sentados, tratou de tudo. Nós só ti-

JAN/ FEV/ MAR 2013 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRA 15de papo pró ar... FOLHA CULTURAL

coordenação: Helena Lima

PATENTE ATÉ 30 DE NOVEMBRO DE 2013, NA CALHETA

A Casa dasMudas érealmente umespaço muitobonito, rico nasua aparentesimplicidade delinhas - realçatudo o que lá seexpõe

Atividades letivas, diver-sos eventos culturais,comemoração de datasimportantes, visitas deestudo, conferências e

encontros, atividade física, colabo-ração intensa na organização eapresentação da Biblioteca doSPM, realização de plenários e par-ticipação em encontros de setor na-cionais, entre outros, mantiveramum ritmo vigoroso ao longo do anoletivo de 2012-1013.

A atividade letiva, nas instala-ções do sindicato (exceto a Hidro-ginástica que funcionou na piscinada Escola Salesiana de Artes e Ofí-cios), foi preenchida com as ArtesDecorativas, a Pintura, o Canto Co-ral, o Círculo de Literatura, a Dançade Salão, o Desenho, a EducaçãoPostural com duas turmas, a Ginás-

vemos que ir à paragem do auto-carro e pagar viagem e ingresso.

A Casa das Mudas é realmenteum espaço muito bonito, rico nasua aparente simplicidade de li-nhas. Realça tudo o que lá se ex-põe. Apaga-se para deixar brilharo que lá se mostra.

O Tony Rodrigues, comissárioda exposição, acompanhou-nos eexplicou tudo o que havia a expli-car: datas, circunstâncias do apa-recimento de algumas obras, por-menores só ao alcance de quem sepreparou. Foi muito bom.

No grupo, havia quem se lem-brasse bem do Max Römer. Recor-

daram-no pintar a cantina do Li-ceu, os tetos de algumas igrejas.Como vivia exclusivamente do seutalento, deixou marcas na publici-dade, em bilhetes-postais, calendá-rios. Há bastantes famílias a teremum quadro seu na sala de visitas.

E as aguarelas, aquelas paisa-gens da Madeira tão bem capta-das, a perícia manifestada nos re-tratos em que só uma “bolinha” detinta chegava. A calma, o roman-tismo imanente da sua pintura fi-zeram valer muito a pena a ida àCalheta.

Amélia Carreira

Acalma, oromantismo imanenteda pintura deMaxRömerfizeram valermuitoa pena a ida à Calheta

Oanode2012-2013 foide intensa atividade– a imagem reporta-sea um momentoda comemoraçãodoDia da Mulher, em marçoúltimo

tica de Manutenção, a Hidroginás-tica, a História do século XX, as au-las de Informática com três turmase duas turmas de Inglês Coloquial.Na ilha do Porto Santo funcionouuma turma de Ginástica de Manu-tenção e outra turma de Artes De-

corativas. No global, envolveu cer-ca de trezentas pessoas.

Um momento importante foi aapresentação da Biblioteca doSPM, que teve a colaboração muitodedicada de vários professoresaposentados (ver notícia na página

Visita à exposição de MaxRömer no Centro das Artes

Atividades encerram com evento em 28 de junhoPROFESSORES APOSENTADOS FAZEM BALANÇO DO TRABALHO DE UM ANO

NÉLIO DE SOUSA

Obras inéditasMax Römer viveu durante quatrodécadas na Madeira, mas oconhecimento da sua vastíssimaobra é privilégio de uma reduzidaparcela da população madeirense.A presente exposição é inaudita,porque traz ao grande público,pela primeira vez, obras inéditas.Revela a qualidade distinta emultifacetada da artedesenvolvida por Max Römer, emparticular em áreas distintas,como a obra gráfica e publicidadee as pinturas religiosas de escalasignificativa. Uma opção fundadano propósito de fazer destaexposição um contributo válidopara um maior e melhorconhecimento deste autor alemão,nascido em Hamburgo, que aindano primeiro quartel do século XXdemandou a Madeira, onde sefixou para se afirmar como umnotável apaixonado pela arte.As suas aguarelas emergem comoa obra mais referenciada edivulgada de entre a panóplia detrabalhos produzidos. Estaexposição patenteia e reconfirmaessa realidade, como é natural,mas é também um postigo paraum olhar mais central em relaçãoa outros aspetos da criação deMax Römer que nunca foramrevelados.Horário da exposição: Terça aDomingo, das 10h00 às 18h00, noCentro das Artes - Casa dasMudas, na Calheta (Tel. 291 820900).

10 deste jornal). Destacamos aindaa organização do convívio no DiaMundial do Professor, a visita guia-da à exposição “Tempo de Vida” deIlda Reis no Museu de Arte Con-temporânea (30.11.2012), convíviode Natal e exposição de Pintura eArtes Decorativas (17.11.2012), par-ticipação do Grupo Coral do SPMna Missa do Parto do sindicato(19.11.2012), Dia Internacional daMulher com momento musical,declamação de poesia e uma confe-rência sobre saúde em parceriacom o Núcleo da Liga Contra oCancro (8.3.2013), a visita guiada àExposição do artista alemão MaxRömer, no Centro das Artes(15.5.2013), a realização do SarauMusical no Auditório da Reitoriada Universidade da Madeira, cujasreceitas reverteram a favor dos alu-

nos carenciados da referida ins-tituição de ensino superior(31.5.2013) e, por fim, a viagemanual, desta vez à Toscânia (2 a9 de junho).

As questões reivindicativas fo-ram debatidas no Plenário Sindi-cal de 10 de abril, com a análiseda situação social e sindical, es-clarecimentos sobre as pensões eeleição de delegados ao 11.º Con-gresso da Nacional dos Professo-res.

No dia 28 de Junho tem lugaro encerramento das atividades doSetor dos Professores Aposenta-dos no auditório, com diversasatividades culturais.

Helena LimaCoordenadora do Setordos

ProfessoresAposentadosdo SPM

HELENA LIMA

16 SINDICATO DOS PROFESSORES DA MADEIRAJAN/ FEV/ MAR 2013

Lutar,pornãodesistirdofuturoA luta que os professores estão a traçar é, de todas, a maisimportante dos últimos anos. É uma luta pelo emprego e porcondições de trabalho, é verdade, mas é também uma luta emdefesa da Escola Pública, da qualidade do ensino e do futuro dosnossos alunos.Aspeto mais visível – e mais próximo também – é a fortíssimaoposição a medidas como o aumento do horário de trabalho paraas 40 horas, a imposição de mobilidade especial e dedespedimentos. Sendo verdade que os professores rejeitam essasmedidas para toda a Administração Pública – o que é mau paraum setor é naturalmente mau para todos –, o impacto da suaaplicação aos professores é terrível para as escolas e, de umaforma geral, para o ensino. O aumento do horário de trabalhotem consequências muito negativas para os docentes, poisdestina-se, essencialmente, a provocar horários-zero, daímobilidade especial e, em fim de linha, despedimento. Mas éigualmente mau para aqueles que, nas escolas, ficarem sujeitos ahorários que não são suportáveis e, por essa razão, implicarãonegativamente na qualidade do seu desempenho profissional e,assim, diretamente na qualidade do ensino.A rejeição liminar do aumento do horário de trabalho não é, pois,uma questão de teimosia ou de discriminação positiva de umsetor profissional, é que seria absolutamente irresponsávelaumentar o horário de trabalho de docentes que já são dos que,no âmbito dos países da OCDE, apresentam das mais fortescargas horárias. Não é verdade que as normas a impor naorganização do próximo ano escolar não provoquemagravamento da carga letiva. A passagem da direção de turmapara a componente letiva leva a esse agravamento, bem como auma ainda maior sobrecarga de trabalho dos docentes.O mesmo acontece com a mobilidade especial. Para a FENPROFeste é um mecanismo perverso que, em nome de uma alegadarequalificação, se destina a despedir professores retirando àsescolas ainda mais recursos qualificados que tanta falta lhesfazem. Mas, ainda que este mecanismo se mantenha, tal comoacontece desde 2008, a pergunta que se coloca é esta: o que levao governo a pretender regulamentá-lo, neste momento, para osprofessores? Recorda-se que ele está previsto desde há 5 anos noECD em termos que, diz o estatuto, serão estabelecidos emdiploma próprio. Ora, se os governantes se esforçam por nosconvencer que não irão aplicar a mobilidade especial aosdocentes, então, perguntamos nós, qual a pressa de aregulamentar para estes profissionais?Como afirma um amigo meu, Deus manda-nos ser bons, mas nãonos manda ser parvos… e, provavelmente, seríamos seacreditássemos em declarações de (boas) intenções sem termosem conta o histórico de quem as produz. Passos Coelho afirmaque não pensa remeter nenhum professor efetivo para amobilidade… mas não foi ele que afirmou que não haveria cortede subsídios? Que não haveria redução de salários? Que nãohaveria despedimentos na Função Pública? Nuno Crato diz quenão haverá agravamento da componente letiva dos docentes eque o limite máximo de professores em mobilidade especial será“zero”. Mas não foi este ministro quem, em Janeiro, afirmou quenão haveria mobilidade especial e em Abril garantiu que oshorários não aumentariam para as 40 horas?Está, pois, em baixa a credibilidade política dos atuaisgovernantes, pelo que os seus compromissos passaram a ter umvalor mais baixo do que tinham quando, com eles, conseguiramgarantir a maioria que os elegeu. É por isso que os professoreslutam neste momento. E não podem desistir dessa luta, pois fazê-lo seria, para muitos, desistir do seu próprio futuro!

Secretário Geral da FENPROF

MÁRIO NOGUEIRA

O SPM enaltece e agradece a generosa participação de várias escolas na iniciativa, que mostraram a qualidade dotrabalho na Escola Pública

UM BEM DE TODOS E PARA TODOS

Perante os “sérios riscos”que enfrenta a EscolaPública, como disse àimprensa Sofia Canha,coordenadora do SPM, a

FENPROF levou a cabo uma cam-panha por todo o País para destacaro trabalho concreto e de qualidadeda Escola Pública e envolver a po-pulação na defesa deste “bem so-cial”. Teve início em 14 de maio eprolongou-se até seis de junho, emLisboa.

No dia 29 de maio, no Funchal(Praça do Município), cumpriu-semais uma etapa da campanha na-cional. O evento incluiu a exibiçãode filmes, realização de espetácu-los, exposições, apresentações mu-sicais, entre outras atividades. Aspessoas que passavam ou paravamna Praça do Município assistiram eaplaudiram as atividades dos estu-dantes.

Como notou Sofia Canha naconferência de imprensa, no local,as dificuldades de organização pe-dagógica e funcionamento têm vin-do a aumentar em consequênciadas medidas aprovadas pelos go-

generosa participação de várias es-colas, entre elas a Escola EB1/PEde Louros (atividade do atelier deculinária sob a orientação da do-cente Edite Noite e do atelier demadeiras coordenado pelo profes-sor Ricardo Pimentel); a EscolaBásica Eleutério de Aguiar (expo-sição de trabalhos), a Escola Se-cundária Francisco Franco (apre-sentação de trabalhos pelo Spa-rEsff – Sala de Projetos de Auto-mação e Robótica – a cargo dos do-centes Jorge Monteiro e FirminoHugo, atuação do Núcleo de Tea-tro coordenado pelo docente Nu-no Ribeiro, grupo musical coorde-nado pela professora Susana Ro-drigues, e do núcleo de artes plásti-cas a cargo da docente Rita Rodri-gues); a Escola Secundária JaimeMoniz (atuação do grupo de ginás-tica acrobática orientado pela pro-fessora Fernanda Sousa Martins);e a Escola profissional de Artes(atuação musical de alunos de gui-tarra sob a orientação do professorPedro Zamora).

NDS

NÉL

IOD

ESO

USA

Defesa da EscolaPública no Funchal

Envolver apopulação nadefesa de bemsocial que é aEscola Pública foiuma das metas dacampanha daFENPROF

vernos, com efeitos “devastadores”para a profissão docente e a EscolaPública. O “subfinanciamento cres-cente”, a “redução de milhares deprofessores” ou a “degradação dascondições de trabalho” contam-seentre os principais problemas.

Procedeu-se ainda à distribui-ção de um folheto informativo àpopulação e à recolha de assinatu-ras, em postal, de forma a envolvere sensibilizar para a importância dedefender este bem da nossa socie-dade que é a escola de todos e paratodos.

O SPM enaltece e agradece a

JAC

KELIN

EVI

EIRA