68765349 dimencionamento de tesouras

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    CENTRO UNIVERSITRIO DE UNIO DA VITRIA UNIUV

    CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL DA MADEIRA

    OTAVIO FERNANDO TOMCZYK

    DIMENSIONAMENTO DE TRELIAS DE MADEIRA PARA COBERTURAS APARTIR DE CRITRIOS TCNICOS COMPARADO A MTODOS EMPRICOS

    (ESTUDO DE CASO)

    UNIO DA VITRIA PR

    2010

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    OTAVIO FERNANDO TOMCZYK

    DIMENSIONAMENTO DE TRELIAS DE MADEIRA PARA COBERTURAS A

    PARTIR DE CRITRIOS TCNICOS COMPARADO A MTODOS EMPRICOS(ESTUDO DE CASO)

    Trabalho de concluso de curso apresentadocomo requisito final para a obteno do ttulo deBacharel em Engenharia Industrial da Madeira,pelo Centro Universitrio de Unio da Vitria UNIUV.

    Orientador: Prof. Marcio Martinho Mayer

    UNIO DA VITRIA PR

    2010

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    OTAVIO FERNANDO TOMCZYK

    DIMENSIONAMENTO DE TRELIAS DE MADEIRA PARA COBERTURAS A

    PARTIR DE CRITRIOS TCNICOS COMPARADO A MTODOS EMPRICOS

    (ESTUDO DE CASO)

    Trabalho de Concluso de Curso apresentadocomo requisito final para obteno do ttulo de

    Bacharel em Engenharia Industrial da Madeira,pelo Centro Universitrio de Unio da Vitria UNIUV.

    Orientador: Prof. Marcio Martinho Mayer

    BANCA EXAMINADORA:

    Roberto Pedro Bom

    Doutor, Centro Universitrio de Unio da Vitria UNIUV.

    Marcio Martinho Mayer

    Especialista, Centro Universitrio de Unio da Vitria UNIUV.

    Peterson Jaeger

    Mestre, Centro Universitrio de Unio da Vitria UNIUV.

    09 DE DEZEMBRO DE 2010

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    A todos os professores do curso de

    Engenharia Industrial da Madeira, emespecial ao meu professor orientador

    Marcio Martinho Mayer, pela ateno e

    dedicao.

    A todos os meus amigos, que sempre me

    apoiaram e estiveram ao meu lado em

    todos os momentos desta longa jornada.

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    S til o conhecimento que nos torna

    melhores.

    (Scrates)

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    RESUMO

    O presente estudo tem por objetivo promover o clculo necessrio aodimensionamento de uma estrutura de madeira em forma de trelia, voltada cobertura de edificaes, partindo de um modelo com caractersticas construtivasespecficas, criado por uma empresa, que as produz e comercializa, sem o devidoacompanhamento tcnico. Tal estrutura foi idealizada, desenhada e construda pormeio de critrios empricos, baseados na experimentao e prtica pessoal. Em facedisto, este estudo busca evidenciar como seria a mesma estrutura com possveismodificaes, com base em critrios tcnicos, oferecidos com a anlise de normastcnicas pertinentes ao assunto e a aplicao de uma metodologia de clculo

    amplamente aceita. Ao final fez-se uma comparao entre ambos os projetos,principalmente quanto s sees transversais obtidas para suportar as cargas nomtodo emprico e no tcnico, buscando pontos passveis de melhoria, onde hajaexcessos no uso de materiais ou necessidade de adequao de acordo com aresistncia requerida.

    Palavras chave: Dimensionamento, Trelia, Emprico, Tcnico, Comparao.

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    ABSTRACT

    This study aims to promote the calculations needed for designing a structure shapedwooden lattice, dedicated to coverage of buildings, from a model with specific designcharacteristics, created by a company that produces and markets without technicalmonitoring. This structure was conceived, designed and built by empirical criteria,based on personal experimentation and practice. In the face of it, this study seeks toshow how it would be the same structure with possible modifications based ontechnical criteria, with the analysis offered by technical standards relevant to thesubject and application of a widely accepted calculation methodology. At the endthere was made a comparison between both projects, particularly on cross-sections

    obtained for the loads on the empirical method and the technical, seeking points forimprovement, where there are excesses in the use of materials or need to adjustaccording to resistance required.

    Keywords: Scaling, wooden lattice, Empirical, Technical, Comparison.

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    LISTA DE ILUSTRAES E TABELAS

    Figura 1 Componentes da trelia. .......................................................................... 19

    Figura 2 - Dimenses iniciais da trelia.. ................................................................... 42

    Figura 3 Trelias pr-montadas. .............................................................................. 43

    Figura 4 Identificao dos ns da trelia. ................................................................ 44

    Figura 5 Seo transversal das barras diagonais. .................................................. 44

    Figura 6 Vista lateral da barra diagonal 23. ............................................................. 45

    Figura 7 Vista lateral da barra diagonal 32.. ............................................................ 46Figura 8 Vista lateral da barra diagonal 45. ............................................................. 46

    Figura 9 Vista lateral da barra diagonal 56.. ............................................................ 47

    Figura 10 Vista lateral da barra diagonal 67. ........................................................... 47

    Figura 11 Vista lateral da barra diagonal 78. ........................................................... 48

    Figura 12 Vista lateral da barra diagonal 89.. .......................................................... 48

    Figura 13 Vista lateral da barra diagonal 910. ........................................................ 49

    Figura 14 Vista lateral da barra diagonal 1011. ....................................................... 50Figura 15 Vista lateral da barra diagonal 1112. ....................................................... 51

    Figura 16 Seo transversal da barra montante.. ................................................... 52

    Figura 17 Vista lateral da barra montante. ............................................................. 52

    Figura 18 Seo transversal do banzo inferior.. ...................................................... 53

    Figura 19 Vista lateral do banzo inferior com detalhes da parte interna da barra.. . 54

    Figura 20 Seo transversal do banzo superior.. .................................................... 55

    Figura 21 Vista lateral do banzo superior com detalhes da parte interna da barra.55Figura 22 Comprimento terico das barras. ............................................................ 56

    Figura 23 Cargas suspensas na trelia em virtude de seu uso.. ............................. 61

    Figura 24 reas de descarga no plano do banzo superior.. ................................... 70

    Figura 25 reas de descarga no plano do banzo inferior.. ..................................... 71

    Figura 26 Inclinaes das cargas atuando sobre os planos da tera. .................... 75

    Figura 27 Cargas atuantes sobre a trelia na hiptese de sobrepresso. ............. 81

    Figura 28 Reaes nas barras da trelia na hiptese de sobrepresso. ................ 81

    Figura 29 Diagrama de cargas no n 1.. ................................................................ 83

    Figura 30 Seo da trelia com diagrama de cargas. ............................................ 84

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    Figura 31 - Cargas atuantes sobre a trelia na hiptese de suco.. ........................ 91

    Figura 32 - Reaes nas barras da trelia na hiptese de suco.. .......................... 91

    Figura 33 Comparao grfica quanto seo transversal das peas no

    dimensionamento emprico x dimensionamento tcnico.. ....................................... 100

    Tabela 1 - Comprimento terico das barras. ............................................................. 57

    Tabela 2 Clculo detalhado do peso da trelia por barras considerando ambos os

    lados da estrutura. ..................................................................................................... 59

    Tabela 3 reas de descarga para os ns no plano do banzo superior. ................. 71

    Tabela 4 - reas de descarga para os ns no plano do banzo inferior. .................... 72

    Tabela 5 Cargas aplicadas sobre os ns e as teras. ............................................ 74

    Tabela 6 ngulos e cargas atuantes sobre a tera. ............................................... 76

    Tabela 7 Reaes nos apoios da trelia na hiptese de sobrepresso. ................ 82

    Tabela 8 Esforos atuantes nas barras na hiptese de sobrepresso. .................. 82

    Tabela 9 Resultados para o dimensionamento compresso na hiptese de

    sobrepresso............................................................................................................. 88

    Tabela 10 Resultados para o dimensionamento das barras trao da hiptese de

    sobrepresso............................................................................................................. 90

    Tabela 11 Reaes nos apoios da trelia na hiptese de suco. ......................... 92Tabela 12 Esforos nas barras da trelia na hiptese de suco. ......................... 92

    Tabela 13 Resultados para o dimensionamento compresso na hiptese de

    suco. ...................................................................................................................... 93

    Tabela 14 Resultados para o dimensionamento das barras trao na hiptese de

    suco. ...................................................................................................................... 94

    Tabela 15 Sees ideais para as barras do banzo inferior. ................................... 95

    Tabela 16 - Sees ideais para as barras do banzo superior. .................................. 96Tabela 17 - Sees ideais para as barras diagonais. ................................................ 96

    Tabela 18 - Seo ideal para as barra do montante. ................................................ 97

    Tabela 19 - Comparativo entre as sees das barras no mtodo emprico com as

    obtidas por clculo. ................................................................................................... 98

    Tabela 20 Clculo do volume de madeira necessrio ao projeto da trelia calculado

    pelo mtodo tcnico. ................................................................................................. 99

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Cpe Coeficiente de Presso Externo

    Cpi Coeficiente de Presso Interno Tenso de flexo simplesp Carga aplicada

    l Dimenso do comprimento

    b Dimenso da base (no dimensionamento das peas)

    h Dimenso da alturaE Mdulo de elasticidade longitudinal

    g Carga permanente

    q Carga acidental Tenso de cisalhamentoo ndice de esbeltez inicial

    lim ndice de esbeltez limite

    ndice de esbeltez da pea Tenso de compresso Comprimento da peai min Raio de girao Tenso admissvel de flambagemN Esforo normal

    A min rea mnima

    Tenso admissvel de traoVelocidade Bsica do VentoS1 Fator topogrfico

    S2 Fator de rugosidade Fator de rajadaz altura total da edificao

    Vk Velocidade caracterstica do vento

    p Presso efetiva do vento

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    SUMRIO

    1.INTRODUO ....................................................................................................... 15

    1.1 PROBLEMA IDENTIFICADO PARA A REALIZAO DA PESQUISA .............. 17

    1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 17

    1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 17

    1.2.2 Objetivos Especficos ................................................................................ 17

    2.REFERENCIAL TERICO ..................................................................................... 18

    2.1.ESTRUTURAS DE MADEIRA ............................................................................ 18

    2.1.1.Trelias de madeira ......................................................................................... 18

    2.2.MTODO EMPRICO ......................................................................................... 20

    2.3.MTODO TCNICO .......................................................................................... 20

    2.3.1.Normas pertinentes ......................................................................................... 21

    2.4.DIMENSIONAMENTO........................................................................................ 22

    2.4.1.Concepo da estrutura .................................................................................. 232.4.2.Dimenses....................................................................................................... 24

    2.4.3.Carregamento da estrutura ............................................................................. 25

    2.4.3.1.Ao do Vento .............................................................................................. 25

    2.4.3.1.1. Fator Topogrfico ...................................................................................... 25

    2.4.3.1.2. Fator de Rugosidade ................................................................................ 26

    2.4.3.1.3. Fator Estatstico ........................................................................................ 27

    2.4.3.1.4. Presso do vento ...................................................................................... 282.4.3.2.Peso das telhas ............................................................................................ 29

    2.4.3.3.Sobrecarga de montagem ............................................................................ 29

    2.4.3.4.Peso da Prpria Estrutura ............................................................................ 30

    2.4.3.5.Cargas Adicionais do Uso ............................................................................ 30

    2.4.3.6.Reaes nos Apoios da Estrutura ................................................................ 31

    2.4.3.7.rea de Influncia ........................................................................................ 31

    2.4.4.Dimensionamento da Tera ............................................................................ 32

    2.4.4.1.Resistncia ................................................................................................... 33

    2.4.4.2.Deformao .................................................................................................. 33

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    2.4.4.3.Cisalhamento ............................................................................................... 34

    2.4.5.Dimensionamento da Trelia ........................................................................... 35

    2.4.5.1.Compresso ................................................................................................. 36

    2.4.5.2.Trao .......................................................................................................... 38

    3.MATERIAIS E MTODOS...................................................................................... 40

    3.1. MATERIAIS .................................................................................................. 40

    3.1.1. Localizao: .............................................................................................. 40

    3.1.2. Estrutura: .................................................................................................. 40

    3.1.3.Comparativo entre o dimensionamento emprico e tcnico ............................. 38

    3.2. MTODOS ................................................................................................... 42

    3.3. DESCRIO INICIAL. ................................................................................. 42

    3.3.1. Dimenses da trelia ................................................................................ 42

    3.3.2. Composio da trelia............................................................................... 43

    3.3.3. Identificao das Barras............................................................................ 44

    3.3.4. Barras diagonais ....................................................................................... 44

    3.3.4.1. Diagonal 23 ........................................................................................... 45

    3.3.4.2. Diagonal 34 ........................................................................................... 46

    3.3.4.3. Diagonal 45 ........................................................................................... 463.3.4.4. Diagonal 56 ........................................................................................... 47

    3.3.4.5. Diagonal 67 ........................................................................................... 47

    3.3.4.6. Diagonal 78 ........................................................................................... 48

    3.3.4.7. Diagonal 89 ........................................................................................... 48

    3.3.4.8. Diagonal 910.......................................................................................... 49

    3.3.4.9. Diagonal 1011........................................................................................ 50

    3.3.4.10. Diagonal 1112........................................................................................ 513.3.5. Montante ................................................................................................... 51

    3.3.6. Banzo Inferior ............................................................................................ 53

    3.3.7. Banzo Superior ......................................................................................... 54

    3.3.8. Comprimento Terico das Barras ............................................................. 56

    3.4. AVALIAO DAS CARGAS ........................................................................ 57

    3.4.1. Peso Prprio das Telhas ........................................................................... 57

    3.4.2. Peso da Tera ........................................................................................... 58

    3.4.3. Clculo do peso da trelia ......................................................................... 58

    3.4.4. Sobrecarga de montagem ......................................................................... 60

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    3.4.5. Cargas suspensas na trelia ..................................................................... 61

    3.4.6. Ao do Vento .......................................................................................... 62

    3.4.6.1. Velocidade Bsica do Vento (

    ) .......................................................... 62

    3.4.6.2. Fator Topogrfico S1 ............................................................................. 62

    3.4.6.3. Fator de Rugosidade S2 ........................................................................ 63

    3.4.6.4. Fator Estatstico S3 ............................................................................... 64

    3.4.6.5. Velocidade Caracterstica do Vento Vk ................................................. 65

    3.4.6.6. Presso dinmica ou de obstruo do vento (q).................................... 66

    3.4.6.7. Coeficiente de Presso Externo (Cpe) .................................................. 66

    3.4.6.8. Coeficiente de Presso Interna Cpi ....................................................... 67

    3.4.6.9. Presso efetiva p:................................................................................ 68

    3.4.7. Esforos Resultantes ................................................................................ 69

    3.4.8. Concentrao das Cargas ........................................................................ 70

    3.5. DIMENSIONAMENTO .................................................................................. 74

    3.5.1. Dimensionamento da Tera ...................................................................... 74

    3.5.2. Dimensionamento da trelia para sobrepresso ....................................... 80

    3.5.2.1. Dimensionamento das barras compresso: ....................................... 85

    3.5.2.2. Dimensionamento das barras trao: ................................................. 893.5.3. Dimensionamento da trelia para suco ................................................. 90

    3.5.3.1. Dimensionamento das barras Compresso: ....................................... 93

    3.5.3.2. Dimensionamento das barras Compresso: ....................................... 93

    3.5.4. Determinao da Seo Transversal ideal ............................................... 94

    3.5.4.1. Seo Ideal Para as Barras do Banzo Inferior ....................................... 95

    3.5.4.2. Seo Ideal Para as Barras do Banzo Superior: ................................... 95

    3.5.4.3. Seo Ideal Para as Barras das Diagonais: .......................................... 963.5.4.4. Seo Ideal Para a Barra Montante: ...................................................... 97

    3.5.5. Comparativo entre os mtodos de dimensionamento: .............................. 97

    4. RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................. 100

    5. RECOMENDAES ..................................................................................... 103

    6. REFERNCIAS ............................................................................................. 104

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    1. INTRODUO

    H indcios do emprego da madeira na construo de diversos itens teis

    desde os primrdios do surgimento da humanidade sobre a terra, havendo o

    constante desenvolvimento das tcnicas empregadas na sua utilizao.

    Desde o uso nas primeiras ferramentas rsticas, na construo de tendas e

    moradias, nas canoas, nas caravelas e at nos avies, a madeira esteve sempre

    presente na sociedade exercendo grande importncia no dia a dia.

    Mesmo a madeira estando presente no cotidiano no se pode esquecer queexistem diversas maneiras de utiliz-la, que podem sofrer grandes diferenas entre

    as pocas, at na mesma poca histrica variando de regio para regio.

    Atualmente, se est diante de um panorama onde a madeira ainda tem

    grande relevncia, seja em virtude de representar uma alternativa renovvel de

    matria prima, seja pelas suas caractersticas favorveis ou at mesmo pelas

    tcnicas de uso que vem sendo constantemente aprimoradas.

    Com a utilizao de aparelhos e equipamentos cada vez mais sofisticados edesenvolvidos tem-se explorado de modo racional as caractersticas da madeira,

    contornando seus pontos negativos para determinadas aplicaes e evidenciando

    suas qualidades, ampliando cada vez mais a grande variedade de possveis

    aplicaes.

    Por meio do aparato tecnolgico foram desenvolvidas normas tcnicas e

    diversos materiais de pesquisa que orientam no uso correto desta matria prima,

    garantindo confiabilidade e eficincia aos produtos com ela confeccionados.Um entre os diversos empregos da madeira a confeco de estruturas para

    as mais diversas construes, independente da aplicao a que se destina a obra,

    as caractersticas como leveza, resistncia e praticidade, colaboram para que a esta

    se sobressaia diante de outros materiais.

    Como no poderia ser diferente, para a construo de estruturas de madeira,

    tambm houve, e h constante evoluo, sempre visando a otimizao dos

    resultados.

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    Um dos usos mais comuns e tradicionais da madeira o voltado construo

    de estruturas especficas para coberturas, visando suportar as cargas atuantes no

    telhado e as diversas intempries.

    Com o respaldo de materiais de apoio, normas tcnicas elaboradas

    especificamente para o uso da madeira, pesquisas sobre o tema, possvel atingir

    resultados ainda melhores no uso em estruturas para coberturas, sendo este o foco

    deste trabalho acadmico.

    Buscar-se- direcionar, este foco de estudo, a um caso concreto, em virtude

    do amplo campo de pesquisa existente sobre o tema, onde o objetivo ser identificar

    possveis melhorias no projeto de uma estrutura de cobertura concebida de modo

    emprico, agora se utilizando critrios tcnicos.

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    1.1 PROBLEMA IDENTIFICADO PARA A REALIZAO DA PESQUISA

    Um dos segmentos mais significativos de atuao da empresa analisada o

    de produo de trelias de madeira para cobertura de granjas e barraces, porm

    sua fabricao executada sem critrios tcnicos, somente empricos,

    desconsiderando as cargas, esforos a que esta estrutura ser submetida e

    coeficientes importantes ao dimensionamento.

    1.2 OBJETIVOS

    1.2.1 Objetivo geral

    Efetuar, com base em um dos modelos de trelia produzidos pela empresa, o

    dimensionamento adequado de suas peas, levando em considerao as normas

    tcnicas vigentes relativas ao assunto, os aspectos que resultem em cargas

    estrutura e os coeficientes que devam ser considerados, comparando os resultados.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    a) Descrever as caractersticas da estrutura treliada utilizada na cobertura da

    edificao;

    b) Indicar os procedimentos de clculo necessrios ao dimensionamento

    adequado da estrutura;

    c) Comparar a economicidade de material proporcionada pelo dimensionamento

    correto e o executado empiricamente;

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    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1. ESTRUTURAS DE MADEIRA

    Segundo Pfeil (2003), a madeira , provavelmente, o material de construo

    mais antigo, dada a sua disponibilidade na natureza e sua relativa facilidade de

    manuseio.

    Quando comparada a outros materiais com caractersticas e usossemelhantes, a madeira se sobressai, principalmente em virtude de seus pontos

    favorveis como a relao resistncia x peso, alm de ser facilmente trabalhada e

    apresentar bom isolamento trmico e acstico.

    No entanto, Pfeil (2003) ainda afirma que a madeira est sujeita a

    degradao por ataque de fungos, brocas e outros organismos xilfagos, e tambm

    a ao do fogo.

    Ainda, ressalta-se o fato de que a madeira um material natural, portanto,apresenta alguns defeitos, como ns e fendas que vem a interferir negativamente

    em suas propriedades mecnicas (PFEIL, 2003).

    Contudo, as caractersticas negativas do material podem ser facilmente

    contornadas atravs de mtodos apropriados, baseados em critrios tcnicos e

    tecnologias adequadas, resultando em produtos confiveis e de qualidade.

    Existem diversos tipos e formas construtivas de estruturas de madeira, cada

    qual com as suas vantagens e desvantagens, porm neste trabalho o foco principalsero as trelias de madeira.

    2.1.1. Trelias de madeira

    Um sistema construtivo de estruturas de madeira muito tradicional o

    treliado, amplamente utilizado em coberturas, tanto residenciais como industriais, e

    em muitos casos em pontes (PFEIL, 2003).

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    A principal caracterstica das trelias que nas diversas barras que compe a

    sua estrutura h a alternncia entre esforos de trao e compresso apenas,

    variando quanto a um ou outro de acordo com a disposio do carregamento da

    estrutura e o modelo de trelia que foi adotado.

    Existem diversos tipos construtivos de trelias, embora todas sejam

    constitudas por barras unidas entre si pelos chamados ns.

    Usualmente as trelias concebidas para coberturas apresentam quatro tipos

    de barras, denominadas de banzo superior, banzo inferior, diagonais e montantes

    (MOLITERNO, 2006).

    O banzo superior a parte superior da trelia, na qual geralmente so

    apoiados os demais itens que sustentam o telhado, como as teras, caibros, ripes etelhas.

    Nos tipos construtivos mais comuns de trelias o banzo superior tem a

    mesma inclinao do prprio telhado, obedecendo s chamadas guas, que so as

    inclinaes projetadas para o escoamento da gua proveniente da chuva.

    O banzo inferior fica na parte inferior da trelia, apoia-se sobre estruturas que

    servem para receber as cargas da trelia.

    Montantes so as peas que ligam o banzo superior ao inferior, sempre navertical, fazendo a transio das cargas entre os componentes da estrutura.

    Diagonais, assim como os montantes ligam o banzo superior ao inferior,

    auxiliam na distribuio das cargas pela estrutura, porm diferem por serem barras

    inclinadas.

    A localizao das diversas peas mencionadas est mais clara na figura 1

    logo abaixo:

    Figura 1 Componentes da trelia. Fonte: notas de aula da disciplina de

    Calculo de Estruturas de Madeira Prof Mrcio Mayer.

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    Por ser uma forma de estrutura bastante comum, em muitos casos o seu

    dimensionamento com base em critrios tcnicos negligenciado, passando a ser

    realizado de modo emprico.

    2.2. MTODO EMPRICO

    um mtodo baseado em conhecimentos adquiridos com a experincia e a

    observao, sejam elas metdicas ou no. Profundamente ligado a conhecimentosprticos (HOUASSIS, 2001).

    Na aplicao do caso concreto deste trabalho, verifica-se que o

    dimensionamento da estrutura feito com base em critrios empricos, pois resulta

    de conhecimentos oriundos da experimentao e observao, sem uma metodologia

    explcita.

    A consecuo das atividades nestes moldes ocorre simplesmente por que

    foram alcanados resultados satisfatrios em experimentos anteriores, e pequenasalteraes em projetos, por ocasio de variaes das dimenses nas especificaes

    do cliente, so realizadas com base em aproximaes e pela proporcionalidade na

    relao com outros projetos j concebidos.

    Devido a estas caractersticas, este mtodo apresenta diversos pontos falhos,

    como a incerteza sobre a sua eficcia, dvidas sobre a sua confiabilidade, a possvel

    inadequao finalidade a que foi proposta, surgimento de defeitos posteriores e

    outras situaes que como no foram consideradas no projeto, se ocorreremcolocaro em risco a estrutura.

    2.3. MTODO TCNICO

    Segundo Houassis (2001), um mtodo baseado em um conjunto de

    processos pr-definidos, embasados na arte ou na cincia para se fazer algo.

    amparado por determinada metodologia.

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    Para a concepo de algo por um mtodo tcnico h a necessidade de haver

    um estudo prvio, onde sejam levantadas todas as questes correlatas, realizado

    um planejamento e uma execuo com base em um plano de ao.

    No caso do dimensionamento de uma estrutura, j h um estudo prvio com

    um planejamento para a concepo do projeto, para isto existem bibliografias

    dedicadas a este tema, alm de normas tcnicas obtidas em ensaios cientficos

    relativos aos temas e questes pertinentes.

    Este vasto material de apoio serve como embasamento para a avaliao das

    variveis inerentes a estrutura e outras oriundas do ambiente, que direta ou

    indiretamente venham a afetar a estrutura, sendo que esta deve ser concebida para

    ser resistente a essas adversidades.

    2.3.1. Normas pertinentes

    As normas so materiais de apoio elaborados com base em ensaios e outros

    mtodos regidos pela metodologia cientfica, cujos resultados podem ser verificados,garantindo a fidedignidade das informaes.

    Tais dados so importantes na elaborao de um projeto, seja ele estrutural

    ou no, j que so necessrias informaes apropriadas ao projeto, facilmente

    identificveis e em consonncia com a finalidade a que se destinam.

    Por exemplo, para o clculo de uma estrutura se faz necessrio mensurar a

    carga que o vento exerce, em campo um profissional poderia no mximo com o uso

    de ferramentas mais comuns avaliar a direo e talvez a velocidade do vento, dadosimportantes, porm sem valor na falta de outros indispensveis finalidade a que se

    deseja, que a carga exercida sobre a cobertura.

    Assim com o uso dos dados j compilados em uma norma tcnica por meio

    de ensaios cientficos com equipamentos mais sofisticados, possvel suprir a

    lacuna de dados necessrios.

    Outro ponto importante do uso das normas que as mesmas oferecem alm

    dos dados, contidos em tabelas, grficos e outros, as frmulas para o clculo e a

    metodologia a ser utilizada.

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    Neste trabalho foram necessrias consultas s normas NBR 6123:1988 e

    NBR 7190:1997 para a busca de informaes indispensveis ao dimensionamento

    da estrutura avaliada.

    A NBR 6123:1988 trata especificamente da atuao do vento em edificaes

    em geral, propiciando todos os dados necessrios ao clculo da carga final sobre a

    estrutura em decorrncia do vento.

    Para isto, esta norma aborda contedos como a velocidade do vento por

    regies, a influncia que fatores como relevo, existncia de obstculos, a finalidade

    da obra, fatores dimensionais e outros que comporo a intensidade final da carga

    representada pelo vento.

    Na norma NBR 7190:1997 encontram-se as diretrizes para a elaborao deestruturas de madeira, como coeficientes de segurana e outros afins, a abordagem

    correta que se aplica s cargas de natureza acidental ou permanente.

    Tambm esto disponveis nesta norma as equaes, as frmulas e a

    metodologia para o clculo de algumas das variveis mais importantes atuantes

    sobre a estrutura e suas particularidades.

    2.4. DIMENSIONAMENTO

    Consiste na avaliao das situaes adversas as quais determinada estrutura

    estar submetida, verificar a influncia destas sobre as peas, sua intensidade e

    ocorrncia, e com base nestas informaes projetar os componentes para que

    suportem as condies impostas sobre eles e atendam s finalidades a que foiconcebida.

    Neste caso sero avaliadas todas as cargas atuantes na estrutura, desde

    aquelas advindas do ambiente como a presso que o vento exerce, a sobrecarga de

    montagem, o peso da prpria estrutura, telhas e outros que vierem a ser carregados

    na estrutura em virtude de seu uso.

    Com base em um esboo do projeto, so analisadas as dimenses

    necessrias de comprimento, ngulos e outras informaes das barras e de outros

    componentes.

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    A partir da obteno destes valores faz-se a verificao da resistncia do

    material que ser utilizado para construir a estrutura, por meio de clculos e valores

    tabelados disponveis, e qual sero as sees necessrias s peas para que elas

    suportem o carregamento.

    2.4.1. Concepo da estrutura

    Para a prtica do dimensionamento algumas informaes preliminares so

    primordiais, por refletirem diretamente nos passos seguintes.Estas informaes geralmente so passadas pelo cliente, pois tratam de

    aspectos bsicos da edificao.

    Entre os dados necessrios concepo esto: a localizao e outras

    informaes referentes rea ao seu entorno, o uso a que se destina a construo,

    os materiais a serem utilizados e as dimenses desejadas.

    A localizao e outros dados relativos rea ao entorno da obra tem

    importncia na etapa de avaliao da carga do vento, j que cada regio do pasapresenta valores distintos, e o aspecto da circunvizinhana pode majorar ou

    diminuir a influncia deste valor.

    O uso a que se destina a construo importante, pois de acordo com a

    aplicao so impostos coeficientes de segurana distintos para a estrutura.

    Por exemplo, em depsitos sem ou com pouca ocupao humana o

    coeficiente menor visando economicidade de materiais e a manuteno da

    segurana, porm em locais com alto fator de ocupao ou com o desenvolvimentode atividades crticas, este coeficiente majorado, buscando resguardar os

    envolvidos e processos como prioridade.

    Os materiais a serem utilizados, neste caso a madeira, discriminando a

    espcie e outras informaes, pois de acordo com a escolha haver um peso maior

    ou menor a ser considerado como peso prprio da estrutura.

    Ainda, a estrutura poder ser mais resistente ou no de acordo com os nveis

    de resistncia tabelados para determinada espcie de madeira.

    Com base nas dimenses desejadas pelo cliente que so concebidos os

    primeiros traos do projeto, onde sero verificados a tamanho da estrutura,

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    posteriormente as dimenses das peas que formam a estrutura, a quantidade de

    peas e a sua disposio.

    2.4.2. Dimenses

    As dimenses iniciais para a construo da estrutura so o comprimento da

    edificao, a sua largura, a altura do p direito e a altura que deve possuir a

    cobertura.

    Com base no comprimento da edificao pode ser estabelecido o nmero detrelias necessrias para toda a cobertura, isto com base em uma espaamento

    entre trelias, que pode ser determinado pelo cliente, pela distncia entre pilares ou

    mesmo na concepo do projeto.

    A largura da construo importante para se determinar a largura da trelia,

    que pode ter a dimenso igual a largura do prprio barraco ou sofrer um acrscimo

    visando manter nas laterais uma faixa de cobertura para proteo adicional contra

    intempries.A altura do p direito vem a ser decisiva em uma das etapas do clculo

    relativo carga do vento, pois uma dimenso que pode vir a expor mais ou menos

    toda a estrutura fora da circulao do ar.

    A altura que deve possuir a cobertura est diretamente ligada a inclinao do

    telhado, j que medida no ponto mais alto do mesmo. A inclinao da cobertura

    obtida atravs da razo entre a altura da trelia pela metade da largura da

    construo.Com base nestas informaes bsicas so calculadas as dimenses das

    peas que compe a trelia, os banzos superior e inferior, os montantes e diagonais,

    que posteriormente sero dimensionados para suportar as cargas que atuam sobre

    a estrutura.

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    2.4.3. Carregamento da estrutura

    As cargas que atuam na estrutura so oriundas da atuao da presso do

    vento, peso das telhas, sobrecarga de montagem, peso da prpria estrutura e

    cargas adicionais devido ao uso, todas estas convergindo para as reaes nos

    apoios da estrutura.

    2.4.3.1. Ao do Vento

    A mensurao do valor da presso do vento atuante sobre a estrutura o

    clculo mais complexo quando se refere s cargas.

    Inicialmente verifica-se a velocidade bsica do vento de acordo com a regio

    que se pretende instalar a edificao.

    H ainda mais trs coeficientes que podem majorar ou minorar a atuao dovento de acordo com a situao, so eles: fator topogrfico, fator de rugosidade e

    fator estatstico.

    2.4.3.1.1. Fator Topogrfico

    No fator topogrfico o objeto de avaliao a localizao da construo no

    terreno de acordo com a topografia deste, verificando se os elementos do terreno

    tendem a aumentar ou no a intensidade da presso do vento.

    Por exemplo, segundo a norma 6123:1988, o fator topogrfico apontado para

    construes localizadas em vales profundos, protegidos de ventos em qualquer

    direo de 0,9, enquanto o mesmo fator quando a localizao for um terreno plano

    ou fracamente acidentado de 1.

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    2.4.3.1.2. Fator de Rugosidade

    O fator de rugosidade tem como finalidade a anlise do terreno ao redor da

    edificao em busca de elementos que possam servir como barreiras a atuao do

    vento e compar-los as dimenses da estrutura da construo.

    Um dos fatores que constitui o clculo do fator de rugosidade a categoria de

    rugosidade em que se enquadra o terreno circunvizinho construo.

    Essa classificao segundo a NBR 6123:1988 feita em cinco categorias, a

    primeira caracterizada por superfcies lisas de grandes dimenses, com mais de 5km de extenso, como mares, rios, lagos e pntanos sem vegetao; a segunda

    definida por terrenos abertos, cujos desnveis em virtude de obstculos no sejam

    superiores a um metro, como pradarias, campos, zonas costeiras, pntanos.

    Ainda, segundo a NBR 6123:1988 a terceira categoria composta por

    terrenos planos ou ondulados, com diferena de nvel de at 3 metros em virtude de

    obstculos, tais como muros, sebes, rvores esparsas e edificaes baixas; na

    quarta categoria encontram-se terrenos cobertos por obstculos numerosos, comcotas do topo dos obstculos em torno de 10 metros, como zonas de parques e

    bosques com muitas rvores, cidades pequenas e arredores, reas industriais.

    Na quinta categoria esto os terrenos com obstculos numerosos, altos,

    pouco espaados, com cotas do topo dos obstculos maior do que 25 metros, como

    centros de grandes cidades, florestas com rvores altas.

    Outro item, que compe o fator de rugosidade, a dimenso da edificao, j

    que seria irrelevante mensurar os obstculos ao redor da construo e consider-losda mesma forma para uma construo com 50 metros de altura e para outra com

    apenas 5, por exemplo.

    Para isto a norma NBR 6123:1988 tambm prev classes para diferenciar as

    construes por dimenses, sendo que edificaes com a maior dimenso inferior a

    20 metros est na classe A; construes cuja maior dimenso esteja entre 20 e 50

    metros enquadra-se na classe B e construes com a maior dimenso superior a 50

    metros est na classe C.

    Com base na categoria e na classe em que se enquadra o terreno so

    localizadas na tabela de parmetros meteorolgicos da norma 6123:1988 alguns

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    valores de variveis que sero empregadas em uma frmula, onde tambm ser

    calculada a altura total da edificao.

    Estes procedimentos de clculo, bem como a frmula, esto detalhados no

    item referente aos mtodos, onde ocorre a aplicao da teoria exposta nesta seo.

    2.4.3.1.3. Fator Estatstico

    Segundo a norma NBR 6123:1988, o fator estatstico baseado em

    parmetros estatsticos, e considera o grau de segurana requerido e a vida til daedificao.

    As construes so divididas em grupos de acordo com a natureza de seu

    uso e ocupao que apresentam.

    No grupo 1 esto as edificaes cuja runa total ou parcial pode afetar a

    segurana ou possibilidade de socorro a pessoas aps uma tempestade destrutiva,

    como hospitais, quarteis de bombeiros e de foras de segurana, centrais de

    comunicao, possudo coeficiente 1,1.O grupo 2 caracteriza-se por agrupar construes destinadas a hotis e

    residncias, alm de construes comerciais ou industriais com alto fator de

    ocupao humano, com o coeficiente 1, segundo avaliao proposta pela norma

    6123:1988.

    No grupo 3 esto as edificaes e instalaes industriais com baixo fator de

    ocupao, como depsitos, silos, construes rurais, com coeficiente avaliado em

    0,95.Na grupo 4 apenas esto as estruturas destinadas unicamente a vedao,

    como painis, vidros e telhas, com coeficiente 0,88 e no grupo 5 as edificaes

    temporrias, erguidas para facilitar outras construes com fator 0,83.

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    2.4.3.1.4. Presso do Vento

    Representa a carga propriamente dita, resultante da ao do vento sobre o

    telhado, sendo composta por fatores como velocidade caracterstica do vento, Cpe e

    Cpi.

    A velocidade caracterstica do vento fornecida por um clculo simples onde

    a velocidade bsica do vento, o fator topogrfico, o fator de rugosidade e o fator

    estatstico so multiplicados entre si.

    Em seguida a velocidade caracterstica do vento aplicada em uma frmula,onde elevada ao quadrado e dividida por 16, resultando na presso dinmica ou

    de obstruo do vento.

    Quanto ao valor do Cpe, coeficiente de presso externo, este obtido em

    uma tabela da norma 6123:1988, onde diversos valores so expostos de acordo

    com a inclinao do telhado, sendo escolhido sempre o valor mais nocivo

    estrutura.

    O Cpe tem por finalidade mensurar atravs de um coeficiente a intensidadeda presso dinmica do vento, j que variando-se a inclinao do telhado altera-se a

    forma como a presso atuar sobre ele.

    J o valor do Cpi, coeficiente de presso interno, tambm tabelado na

    norma 6123:1688, porm o fator que classifica a sua intensidade a permeabilidade

    das paredes da construo.

    O Cpi indica por meio de um coeficiente qual seria a presso oferecida pelo

    vento na hiptese de o mesmo atuar na parte interna da edificao, isto justifica queo principal fator verificado a permeabilidade das paredes.

    Portanto devem ser selecionados dois valores para Cpi, um que indica a

    atuao do vento perpendicular a uma parede impermevel e outro que indica a

    atuao do vento a uma parede permevel.

    Finalmente so realizadas as multiplicaes da presso dinmica do vento

    por cada um dos quatro valores que resultarem das combinaes das subtraos do

    Cpe e do Cpi, considerando as seguintes hipteses:

    Subtrao do Cpi perpendicular a face impermevel do Cpe mais

    Nocivo;

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    Subtrao do Cpi perpendicular a face permevel pelo Cpe mais

    nocivo;

    Subtrao do Cpi perpendicular a face impermevel do Cpe

    considerado como nulo.

    Subtrao do Cpi perpendicular a face permevel do Cpe considerado

    como nulo.

    So selecionados dois valores, o maior valor positivo, que indica a hiptese

    de sobrepresso na estrutura, e o menor valor negativo, que indica a situao de

    suco na estrutura.

    2.4.3.2. Peso das telhas

    Cada tipo de telha utilizado possui um peso especfico indicado pelo

    fabricante, alm de em alguns casos haver um coeficiente de reteno de gua, que

    colabora para o aumento do peso.

    Este peso especfico adicionado s outras cargas para que odimensionamento seja feito de modo coerente, garantido estrutura a capacidade

    de suportar todas as cargas previstas.

    2.4.3.3. Sobrecarga de montagem

    Durante a construo da edificao h a necessidade de que a estrutura

    suporte alm das cargas diversas, a sobrecarga da operao de montagem, j que

    nesta etapa inevitavelmente so descarregadas na estrutura o peso dos

    trabalhadores, dos materiais, e outros essenciais a operao.

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    2.4.3.4. Peso da Prpria Estrutura

    Todas as cargas devem ser consideradas, inclusive o peso da prpria

    estrutura, visando fortalecer a edificao de modo a suportar as situaes adversas

    com potencial para contribuir a algum dano estrutural.

    Assim so determinadas as cargas relativas ao peso da estrutura, calculando-

    se a partir da sua massa especfica e do volume de material utilizado o peso total,

    que ser dividido pela rea de atuao ou abrangncia da pea, a fim de se obter a

    carga por unidade de rea.

    2.4.3.5. Cargas Adicionais do Uso

    Em alguns casos especiais, quando previsto pelo cliente e de acordo com a

    finalidade da edificao, so suspensas nas trelias materiais necessrios aatividade afim do barraco, como mquinas e equipamentos, no caso de instalao

    industrial, e outros tipos de cargas que variam de acordo com a situao.

    Para isto mais uma vez destaca-se a importncia de se levar em

    considerao a finalidade a que se destina a construo como um item do projeto,

    pois deste modo pode-se antecipar a existncia de possveis cargas adicionais na

    estrutura.

    Quando estas cargas adicionais so conhecidas elas so consideradasatuantes nos ns da trelia onde atuam no diagrama de corpo livre no momento do

    clculo, ou transformadas em carga especfica por unidade de rea, considerando-

    se um peso genrico distribudo pela estrutura uniformemente.

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    2.4.3.6. Reaes nos Apoios da Estrutura

    Todas as cargas avaliadas at agora so somadas, passando a representar a

    totalidade do carregamento, que distribudo pela estrutura atravs das peas que a

    compe, causando esforos de trao e de compresso de acordo com a transio

    das cargas atravs dos componentes.

    Esta transio ocorre do ponto de aplicao das cargas, passa pelos

    elementos da estrutura e deve ser descarregado em apoios, geralmente pilares,

    construdos para manter as trelias estveis sobre o barraco.Para se atingir a estabilidade estrutural o somatrio das cargas nos diversos

    pontos da trelia e das reaes nos apoios deve ser nulo, demonstrando que para

    toda carga aplicada na estrutura h uma reao equivalente nos pontos onde

    apoiada a trelia.

    2.4.3.7. rea de Influncia

    As cargas apuradas at agora so indicadas em unidades de fora por rea,

    ou seja, em unidades de presso, mas para que seja feito o dimensionamento estas

    unidades de presso devem ser convertidas em cargas, foras, vislumbrando a sua

    atuao sobre a trelia.

    Para tanto deve ser determinado primeiro a rea de influncia de uma pea,essencialmente esta rea o campo onde as foras aplicadas sero suportadas por

    determinada pea e no pela subsequente.

    Esta rea delimitada pelos pontos mdios entre as peas, por exemplo, se

    h duas trelias posicionadas a trs metros uma da outra, as cargas que forem

    aplicadas do ponto da trelia da esquerda at 1,5 metros a sua direita em toda

    extenso de seu comprimento, estaro atuando sobre esta trelia.

    Deste modo delimitada uma rea, onde todas as cargas que atuem dentro

    deste limite sejam consideradas para fins de calculo como descarregadas

    diretamente sobre os ns da trelia.

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    Este mesmo mtodo de raciocnio aplicado para se mesurar a carga que

    atua sobre cada n em especfico, delimitando-se a rea entre os pontos mdios

    entre os ns e o ponto mdio entre as trelias.

    Assim, procede-se a soma de todas as cargas atuantes com o resultado

    obtido para a hiptese de presso do vento a suco e novamente outra soma de

    todas as cargas para o resultado obtido para o vento na hiptese de sobrepresso,

    multiplicando-se a presso obtida pela rea de influncia.

    No decorrer do clculo poder ser considerado o resultado da carga obtida

    para sobrepresso, suco ou mesmo ambas, de acordo com a situao e o mdulo

    de cada um dos resultados.

    2.4.4. Dimensionamento da Tera

    No caso de construes com telhas de fibrocimento, ditas autoportantes, no

    h a necessidade de ripes ou caibros, sendo que para atender ao vo necessrio

    s telhas a existncia da tera j satisfatria.A tera localiza-se entre o banzo superior e a cobertura das telhas, portanto

    as cargas relativas ao vento, peso de telhas, sobrecarga de montagem e peso da

    prpria tera devem ser suportadas inicialmente pela tera e transferidas

    posteriormente aos ns da trelia.

    Porm, h uma particularidade no dimensionamento da tera diante do

    dimensionamento das barras da trelia, pois enquanto as cargas nas barras das

    trelias atuam sempre no sentido das fibras da madeira, gerando trao ecompresso, nas teras estas cargas atuam no sentido perpendicular.

    As cargas que atuam no sentido perpendicular s fibras da madeira agem de

    modo diverso, causando deformao, cisalhamento e requerem um tipo especfico

    de resistncia.

    Como foi verificado anteriormente h duas hipteses de carregamento, a

    sobrepresso ou a suco, porm nota-se que a barra da tera est em um plano

    perpendicular a atuao do carregamento e independente para o seu

    dimensionamento se a carga atuar de cima para baixo, sobrepresso, ou de baixo

    para cima, suco.

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    Deste modo, adota-se a carga cujo valor em mdulo for mais significativo,

    pois resistindo ao quadro mais nocivo, haver resistncia de sobra para a situao

    mais branda.

    2.4.4.1. Resistncia

    Deve-se dimensionar a seo transversal da pea da tera de modo que ela

    seja resistente s cargas atuando perpendicularmente as fibras da madeira.

    Para isto utilizada a frmula 1, detalhada na seo materiais e mtodosmais adiante.

    (1)Nesta frmula utilizada a propriedade da tenso de flexo simples

    tabelada de acordo com a espcie de madeira, a carga aplicada sobre a pea

    (p), o comprimento da pea (l), a dimenso da base (b), sendo a incgnita a altura

    da seo transversal (h) requerida para a tera.

    2.4.4.2. Deformao

    Na deformao as cargas aplicadas perpendicularmente pea a foram a

    uma variao de sua forma original, tonando a pea antes plana, retilnea, em algo

    com formato aproximado a forma de um arco.

    Tal situao no desejvel, portanto a pea da tera deve ter seo

    transversal suficiente para suportar as cargas aplicadas com pequena deformao

    de sua estrutura e no superior ao limite recomendado pela NBR 7190:1997.

    Para isto se usa uma frmula especfica 2, citada com mais detalhes na seo

    materiais e mtodos, e de algumas informaes sobre as propriedades inerentes aoprprio material da pea.

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    (2)Estas propriedades requeridas so o mdulo de elasticidade longitudinal (E),

    a carga permanente (g) (peso especfico das telhas, peso da estrutura), carga

    acidental (q) (sobrepresso ou suco do vento, sobrecarga de montagem),

    comprimento da pea (l) e dimenso da base (b), restando como incgnita a ser

    determinada a altura da seo transversal (h).

    2.4.4.3. Cisalhamento

    O cisalhamento ocorre quando h a aplicao de foras em sentidos opostos,

    mas na mesma direo, gerando a tendncia de corte na pea.

    No caso da tera verifica-se este tipo de tenso quando as cargas atuam no

    sentido oposto ao sentido das reaes nos apoios, porm na mesma direo, isto

    gera a tendncia de corte ou ruptura no sentido perpendicular s fibras da madeira

    na pea.

    Novamente tal situao indesejvel, portanto deve-se conceber uma pea

    com dimenses suficientemente resistentes a esta ocorrncia.

    Tal dimensionamento realizado por meio de uma frmula especfica 3,

    detalhada na seo materiais e mtodos.

    (3)

    Para o uso da frmula 1.7. so necessrias apenas as informaes relativas

    tenso de cisalhamento ( tabelada em funo das propriedades da espcie, acarga atuante sobre a pea (p), o comprimento da pea (l) e a dimenso da base da

    pea, restando como incgnita o valor necessrio para a altura da seo transversal

    da pea da tera (h).

    Obtidas as sees necessrias para cada uma das situaes possveis,

    seleciona-se a maior dimenso para a seo transversal, de modo que a pea sejasuficientemente resistente a todas as hipteses.

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    35

    2.4.5. Dimensionamento da Trelia

    As peas da trelia esto sujeitas apenas a compresso ou trao, portanto

    devem ter a sua seo transversal dimensionada para suportar estes esforos.

    Porm at o momento foram apuradas as cargas que atuam diretamente nos

    ns da trelia, e estas cargas por sua vez sofrem a transio pelas barras at que

    sejam descarregadas nos pontos de apoio.

    Para o dimensionamento das barras interessa a intensidade e o tipo de

    atuao que estas cargas aplicadas sobre os ns iro gerar durante a transio pelatrelia at a reao nos apoios.

    Para isto montado o diagrama de corpo livre, a fim de identificar as diversas

    cargas sobre os ns, as diversas peas da trelia e os ngulos formados entre elas,

    a fim de facilitar o clculo posteriormente.

    O clculo dos esforos nas barras pode ser realizado por dois mtodos

    distintos, o de Cremona ou o de Ritter.

    No mtodo de Cremona utiliza-se o princpio da estaticidade da estrutura,com base no somatrio das foras no plano horizontal e vertical resultante sempre

    em um valor nulo.

    Para isto seleciona-se um n da trelia e com base nas cargas conhecidas,

    monta-se o somatrio de foras, onde as foras dos esforos nas barras, ainda

    desconhecidos, ficam como incgnitas e o resultado deste somatrio sendo zero.

    Procede-se o clculo obtendo-se o valor das incgnitas que so as foras dos

    esforos nas barras.No mtodo de Ritter tambm usado o princpio da estaticidade, porm em

    vez de aplicar o somatrio de foras, empregado o somatrio dos momentos

    gerados por estas foras tendo como base um ponto qualquer da estrutura.

    realizado um corte em trs barras da trelia, dividindo o diagrama de corpo

    livre em duas sees, optando-se por apenas uma delas, onde ser tomado por

    base algum ponto comum a duas das barras seccionadas.

    A finalidade da escolha do ponto comum entre duas das barras se deve ao

    fato de que justamente as barras so as incgnitas no clculo, e como uma fora

    que passa pelo ponto de referncia tem distncia nula, no h momento para estas

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    duas barras, restando apenas o momento gerado pela fora da terceira barra que

    ainda permanece como incgnita.

    Com apenas uma incgnita procede-se o clculo avaliando o momento de

    todas as foras atuantes na seo selecionada da trelia encontrando-se o valor do

    esforo ainda desconhecido para a respectiva barra.

    Este procedimento deve ser realizado para as duas situaes de

    carregamento previstos, o de sobrepresso e o de suco sempre que o mdulo das

    cargas de um e outro forem prximos.

    Com os resultados para os esforos das barras faz-se o dimensionamento em

    separado para as barras que sofrem trao e para as que sofrem compresso.

    2.4.5.1. Compresso

    A compresso caracterizada pela atuao de foras nas extremidades da

    barra que a comprimem, forando para o encolhimento da mesma , sendo indicado

    pelo sinal de negativo na fora que indica a sua intensidade.Para as barras de madeira submetidas compresso, deve-se verificar alm

    da resistncia a este esforo normal, a anlise da atuao da flambagem, onde a

    pea pode perder sua estabilidade antes que a mesma rompa pela compresso.

    A flambagem determinada pelo encurvamento da pea e um fenmeno

    que ocorre em peas esbeltas, peas onde a rea de seco transversal pequena

    em relao ao seu comprimento, quando submetidas a um esforo de compresso

    axial, compresso.A esbeltez da pea determinante para a ocorrncia da flambagem, por isto

    utilizam-se ndices para a determinao desta propriedade e verificao de sua

    intensidade.

    Entre estes ndices esto o ndice de esbeltez inicial (o) inerente espcie

    da madeira, o ndice de esbeltez limite (lim) como valor padro a qualquer situao

    e que nunca deve ser ultrapassado, e o valor do ndice de esbeltez da pea em

    especfico ().

    Onde cada ndice mencionado no pargrafo anterior obtido por uma frmula

    especfica 4 e 5 e lim sendo por padro aproximadamente 140.

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    37

    (4)

    Sendo necessrio informar na frmula 4. mdulo de elasticidade longitudinal

    (E) e a tenso de compresso , sendo estas propriedades inerentes ao material. (5)

    Para o clculo do ndice de esbeltez da pea deve-se informar o comprimentoda pea ( e o raio de girao (i min) calculado pela frmula 6. (6)

    Onde a base da pea indicada por b.

    A frmula usada para o clculo tenso admissvel, que mais tarde ir

    determinar a seo da pea, tambm depende do resultado que se obteve para o ,como a seguir nas equaes 7 e 8:

    Se o , ento usa-se:

    * + (7)Se o < , ento usa-se:

    (8)Em seguida emprega-se a frmula 9, onde deve-se informar o esforo normal

    (N) e a tenso admissvel de flambagem ( para a determinao da rea mnimapara a seo transversal da pea:

    (9)

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    38

    A partir da rea mnima determinada a seo transversal para a pea,

    conforme for mais conveniente, nunca tendo a menor dimenso inferior a base

    estipulada do clculo da flambagem.

    Na determinao da seo dos banzos superior e inferior, a base mnima de 5

    cm imposta pela NBR 7190:1997.

    2.4.5.2. Trao

    resultado da atuao de foras nas extremidades da pea tracionando amesma, como se houvesse o esforo em estica-la, a fora que indica a intensidade

    da trao usualmente possui sinal positivo.

    O dimensionamento trao bastante simples, bastando os dados do

    esforo a que submetida a pea e a tenso admissvel para a espcie em questo,

    empregados na frmula 10.

    (10)Com a rea mnima disponvel se estabelece a seo transversal conforme a

    convenincia do projeto obedecendo a base mnima de 5 cm imposta pela NBR

    7190:1997 para os banzo superior e inferior.

    2.4.6. Comparativo entre o dimensionamento emprico e tcnico

    Sem dvida h diversas formas de realizar uma comparao coerente entre

    mtodos distintos para o dimensionamento.

    Mas para voltar ao foco com relao a economia de material e possveis

    peas com dimensionamento aqum do necessrio, a comparao entre as sees

    das peas obtidas em cada um dos casos a mais simples e objetiva.Para isto utilizar-se- uma tabela onde sero expostos os resultados das

    sees para ambos os mtodos e ser explicitado o percentual de economia de

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    39

    material obtido se feita a substituio da pea dimensionada empiricamente pela

    dimensionada pelo critrio tcnico.

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    40

    3. MATERIAIS E MTODOS

    3.1. MATERIAIS

    H certas informaes relevantes fornecidas pelo cliente empresa

    fornecedora da trelia, que viro a compor o clculo do dimensionamento da

    estrutura, destacando-se os seguintes pela sua natureza:

    3.1.1. Localizao:

    O local de referncia para a construo do barraco a rea rural do

    municpio de So Mateus do Sul, no sul do Paran, considerado pela norma NBR

    6123:1988 como estao treze, sujeita a velocidade dos ventos de at 45 m/s.

    O terreno pode ser classificado como plano ou fracamente acidentado, devido

    ausncia de taludes, morros ou depresses considerveis na rea da instalao e

    sua circunvizinhana.

    H na rea ao entorno da edificao a presena de rvores esparsas e

    construes baixas, como granjas, residncias e outras edificaes tpicas da rea

    rural.

    3.1.2. Estrutura:

    O barraco a ser construdo destinado o uso como granja para a criao

    comercial de frangos, tem como dimenses requeridas as seguintes:

    Comprimento: 100 metros (10000 centmetros);

    Largura: 16 metros (1600 centmetros);

    Altura do p direito: 2,5 metros (250 centmetros);

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    41

    Inclinao da cobertura de 15 ou 27 %;

    Cobertura com uma salincia de 60 cm em todo o permetro da obra

    para proteo contra intempries.

    A madeira a ser empregada na confeco das trelias da cobertura de

    eucalipto (Eucalylptus dunnii), com densidade de 690 kg/m a 12% de umidade,

    segundo Pfeil (2003), processada na prpria empresa, do desdobro ao

    beneficiamento.

    Posto isso, a empresa far a montagem das trelias que ir fornecer ao

    construtor da edificao.

    O telhado ser em duas guas, tipo plana, para cobertura com telhas de

    fibrocimento com as seguintes caractersticas fornecidas pelo fabricante Eternit

    (2010):

    Espessura: 8 mm;

    Comprimento: diversos padres, de acordo com a necessidade do

    cliente quanto ao vo;

    Largura: 1,1 metros (sendo a largura til de 1,05 metros para

    inclinaes superiores a 18% = 10,2);

    Vo livre ser a distncia entre um n e o seguinte, sendo que as

    telhas sero apoiadas sobre ripes, que descarregaro os esforos

    diretamente sobre a trelia;

    Peso mdio de 24 Kgf/m.

    O tipo de trelia a ser empregado no comumente utilizado por outros

    fabricantes, pois se trata de uma adaptao realizada pela prpria empresa, onde

    empiricamente obtiveram-se resultados satisfatrios de resistncia, operacionalidade

    e economia de material.O afastamento entre uma trelia e outra no barraco foi determinado em de

    2,5 metros, conforme a exigncia do proprietrio, sendo necessrias quarenta e uma

    peas para toda a cobertura a edificao objeto.

    No sero adotados caibros e teras, j que em coberturas com telhas de

    fibrocimento estes no se fazem necessrios em virtude da dimenso do vo livre

    ser bastante flexvel, se adequando aos pontos de descarregamento nos ns da

    trelia.

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    42

    3.2. MTODOS

    Consiste principalmente nas etapas de clculo utilizadas para o processo de

    dimensionamento das diversas peas e componentes da trelia, onde para maior

    clareza e entendimento ser adotada a estrutura de tpicos subdividindo os itens

    conexos.

    3.3. DESCRIO INICIAL

    3.3.1. Dimenses da Trelia

    Para atendimento ao requisito de inclinao de 15 da cobertura, foi

    determinada a altura da trelia como 236 centmetros.A base com 860 centmetros para constituir, na juno de duas peas, o vo

    livre de 16 metros e que hajam 60 centmetros destinados proteo de cada uma

    das laterais contra as intempries, conforme mostra a figura 2.

    236cm

    860cm

    887,4cm

    Figura 2 - Dimenses iniciais da trelia. Fonte: acervo do autor, 2010.

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    43

    3.3.2. Composio da trelia

    A trelia em questo composta por dez barras diagonais intercaladas

    quanto a sua direo, formando dois grupos de cinco barras dispostas de modo

    paralelo.

    H uma barra de montante na parte central da pea, no ponto destinado a

    diviso de guas.

    As barras do banzo superior e inferior so contnuas em suas partes externas,

    compostas por peas de madeira emendadas, havendo o cuidado de que duasemendas no coincidam no mesmo espao entre ns.

    Como as barras das diagonais encaixam-se entre as barras do banzo inferior

    e do banzo superior, a parte central dos banzos descontnua, sendo preenchida

    por peas pr-cortadas com a mesma espessura das peas diagonais.

    As barras diagonais tambm possuem reforos em suas laterais, sendo a

    parte central mais longa para possibilitar o encaixe entre as duas peas contnuas

    que compe cada banzo, e os reforos mais curtos para ficarem presos entre osdois banzos, como na figura 3.

    Figura 3 Trelias pr-montadas. Fonte: acervo do autor, 2010.

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    44

    3.3.3. Identificao das Barras

    As barras sero numeradas de acordo os ns que determinam o seu incio e

    seu final, conforme indicado na figura 4, para facilitar a sua pronta identificao

    quando mencionadas no decorrer do clculo.

    13

    11

    9

    8

    7

    5

    4

    3

    2

    1

    Figura 4 Identificao dos ns da trelia. Fonte: acervo do autor, 2010.

    3.3.4. Barras Diagonais

    Na figura 5, logo abaixo se tem uma vista da seo transversal das barras

    diagonais, demonstrando as espessuras e larguras das peas que o compe.

    2.2cm4.4cm

    6.6cm

    5.0cm

    11.5cm

    Reforo

    Figura 5 Seo transversal das barras diagonais.

    Fonte: acervo do autor, 2010.

    Todas as barras das diagonais apresentam esta formao.

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    45

    Quanto aos seus comprimentos, h variao de barra para barra como

    apresentado a seguir, de acordo com a numerao das barras disposta na legenda

    citada na figura 3.

    3.3.4.1. Diagonal 23

    32,9

    cm36

    ,9cm

    2,7

    cm4,1

    cm

    55

    70

    Barra 23

    Figura 6 Vista lateral da barra diagonal 23. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 23, ligando os ns 2 e 3 da trelia, com dimenses e ngulos

    indicados na figura.6

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    46

    3.3.4.2. Diagonal 34

    45

    60

    14,4cm

    49,5cm

    16,4cm

    54,5cm

    Barra 34

    Figura 7 Vista lateral da barra diagonal 32. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 34, ligando os ns 3 e 4 da trelia, com dimenses e ngulos

    indicados na figura 7.

    3.3.4.3. Diagonal 45

    55

    70

    2

    5,6cm

    55,9cm

    27,1

    cm

    59,8

    cm

    Figura 8 Vista lateral da barra diagonal 45. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 45, ligao entre os ns 4 e 5 da trelia, com dimenses e ngulosindicados na figura 8.

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    47

    3.3.4.4. Diagonal 56

    60

    45

    45,2cm

    79,8cm

    46,3cm

    84,7cm

    Barra 56

    Figura 9 Vista lateral da barra diagonal 56. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 56, ligao entre os ns 5 e 6 da trelia, com dimenses e ngulos

    indicados na figura 9.

    3.3.4.5. Diagonal 67

    55

    70

    57,6

    cm

    88,1

    cm59,3

    cm

    92,1

    cm

    Figura 10 Vista lateral da barra diagonal 67. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 67, com as principais caractersticas dimensionais indicadas na

    figura 10, servindo de ligao entre os ns 6 e 7.

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    48

    3.3.4.6. Diagonal 78

    60

    45

    87,5cm

    122,2c

    m

    88,6cm

    127,

    1cm

    Barra 78

    Figura 11 Vista lateral da barra diagonal 78. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 78, com as principais caractersticas dimensionais indicadas na

    figura 11, servindo de ligao entre os ns 7 e 8.

    3.3.4.7. Diagonal 89

    55

    70

    102cm

    132,5

    cm

    103,7

    cm

    136,4

    cm

    Barra 89

    Figura 12 Vista lateral da barra diagonal 89. Fonte: acervo do autor, 2010.

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    49

    Diagonal 89, com as principais caractersticas dimensionais indicadas na

    figura 12, servindo de ligao entre os ns 8 e 9.

    3.3.4.8. Diagonal 910

    60

    45

    146,2

    cm

    181,3cm

    154cm

    186cm

    Barra 910

    Figura 13 Vista lateral da barra diagonal 910. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 910, ligao entre os ns 9 e 10, possuindo caractersticasdimensionais conforme apresentadas na figura 13.

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    50

    3.3.4.9. Diagonal 1011

    55

    70

    163,4

    cm

    194cm16

    5cm

    197,9

    cm

    Barra 1011

    Figura 14 Vista lateral da barra diagonal 1011. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 1011, ligao entre os ns 10 e 11, possuindo caractersticas

    dimensionais conforme apresentadas na figura 14.

  • 7/29/2019 68765349 Dimencionamento de Tesouras

    51/104

    51

    3.3.4.10. Diagonal 1112

    60

    45

    240cm

    234,2cm

    232,3cm

    258,1c

    m

    Barra 1112

    Figura 15 Vista lateral da barra diagonal 1112. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Diagonal 1112, ligao entre os ns 11 e 12, possuindo caractersticas

    dimensionais conforme apresentadas na figura 15.

    3.3.5. Montante

    Composto por trs peas de mesma espessura e largura conforme vista da

    seo transversal apresentada na figura 16.

  • 7/29/2019 68765349 Dimencionamento de Tesouras

    52/104

    52

    2.2cm4.4cm

    6.6cm

    11.5cm

    Figura 16 Seo transversal da barra montante.

    Fonte: acervo do autor, 2010.

    Seu comprimento e ngulos so apresentados abaixo, na figura 17:

    11

    ,5cm

    218

    ,3cm

    2

    36

    ,8cm

    11

    ,5cm

    221

    ,5cm

    2

    43

    ,3cm

    Barra 1213

    75

    Figura 17 Vista lateral da barra montante. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Pea central da trelia, indicando a diviso de guas, com medidas e ngulos

    indicados na figura 17.

  • 7/29/2019 68765349 Dimencionamento de Tesouras

    53/104

    53

    3.3.6. Banzo Inferior

    A vista da seo transversal da barra do banzo inferior demonstrada pela

    figura 18.

    2.2cm4.4cm

    6.6cm

    Figura 18 Seo transversal do banzo inferior. Fonte: acervo do autor, 2010.

    A estrutura do banzo inferior formada por trs peas, conforme apresenta a

    figura 17, as laterais so contnuas emendadas e a central segmentada, deixando

    espaos para os encaixes das diagonais, conforme mostra a figura 19.

  • 7/29/2019 68765349 Dimencionamento de Tesouras

    54/104

    54

    14

    ,5cm 250,3cm 174,9cm 118,1cm 76,7cm 47,3cm 55cm

    233,9cm 155,1cm 98,3cm 56,9cm 27,5cm 60,3cm

    Espaos destinados ao encaixe da peas centrais das diagonais.

    Vista lateral do centro do banzo inferior.

    Vista lateral do banzo inferior.

    860cm

    14

    ,5cm

    Figura 19 Vista lateral do banzo inferior com detalhes da parte interna da

    barra. Fonte: acervo do autor, 2010.

    3.3.7. Banzo Superior

    Assim como o banzo inferior, o banzo superior tambm formado por trs

    peas justapostas, conforme demonstrado na vista da seo transversal do banzo

    na figura 20.

  • 7/29/2019 68765349 Dimencionamento de Tesouras

    55/104

    55

    2.2cm4.4cm

    6.6cm

    11.5cm

    Figura 20 Seo transversal do banzo superior. Fonte: acervo do autor,

    2010.

    Das trs peas que compe o banzo superior, as duas laterais so contnuas

    emendadas, e a central descontinuada, visando facilitar o encaixe das peas das

    barras diagonais, de acordo com a figura 21.

    175,2cm

    204,4cm

    139,7cm

    93cm

    59,6cm

    68,7cm

    165,4cm

    188,9cm

    123,4cm

    76,1cm

    42,2cm

    5,5cm

    Espaos destinados ao encaixe da peas centrais das diagonais .

    Vista lateral do centro do banzo superior.

    Vista lateral do banzo superior.

    887,4cm

    831,5cm

    Figura 21 Vista lateral do banzo superior com detalhes da parte interna da barra.

    Fonte: acervo do autor, 2010.

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    56

    3.3.8. Comprimento Terico das Barras

    Mais adiante ser necessrio, como uma das variveis do clculo do

    dimensionamento da seo transversal ideal das barras analisadas, o comprimento

    das mesmas, porm este comprimento varivel em funo da inclinao,

    principalmente das diagonais.

    Por exemplo, a dimenso da barra tomada em seu ponto mdio no ter o

    mesmo valor do comprimento verificado nas laterais, devido inclinao do corte

    feito em suas extremidades para confeccionar o encaixe.Tendo-se em mente que o esforo percorre toda a seo da barra entre os

    ns, e que se deve adotar a situao mais nociva para a estrutura para assegurar a

    sua segurana e eficincia, optou-se por adotar como comprimento terico das

    barras a maior distncia entre os ns.

    A metodologia adotada na obteno das medidas pode ser notada na figura

    22 abaixo:

    236cm

    263cm

    199,9cm

    274,7cm

    231,7cm

    203,4cm 146,6cm

    167cm

    105,2cm

    120,3cm

    86,4cm82,2cm

    69,7cm 61,2cm

    202,4

    cm 19

    4,1c

    m141,6

    cm 1

    35cm

    97cm 91

    ,7cm

    65,7cm

    61,6cm

    42,7cm

    13

    12

    11

    10

    9

    8

    7

    6

    5

    4

    3

    2

    1

    Figura 22 Comprimento terico das barras. Fonte: acervo do autor, 2010.

    Para organizar os dados de modo mais lgico, os mesmos esto agrupados

    na tabela 1, a seguir:

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    57

    Tabela 1 - Comprimento terico das barras.

    Banzo Superior Banzo Inferior Diagonais Montante

    Barra Comprimento Barra Comprimento Barra Comprimento Barra Comprimento13 82,2 12 61,2 23 42,7 1213 236

    35 86,4 24 69,7 34 61,6

    57 120,3 46 105,2 45 65,7

    79 167 68 146,6 56 91,7

    911 231,7 810 203,4 67 97

    1113 199,9 1012 274,7 78 135

    89 141,6

    910 194,1

    1011 202,4

    1112 263

    *Comprimentos Expressos em centmetros (cm)Fonte: acervo do autor, 2010.

    3.4. AVALIAO DAS CARGAS

    3.4.1. Peso Prprio das Telhas

    Como estipulado anteriormente nos dados do projeto, sero utilizadas telhas

    de fibrocimento com oito milmetros de espessura, para as quais atribudo um peso

    especfico de 24 kgf/m, segundo Eternit (2010).

    O fabricante no indica a necessidade de acrscimo no peso especfico

    devido absoro de umidade, portanto esta hiptese ser descartada para fins de

    clculo.

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    3.4.2. Peso da Tera

    Trata-se de uma importante carga a ser considerada no dimensionamento,

    assim como o peso dos outros componentes da estrutura.

    Porm, no se tem ainda os dados sobre a carga que ser suportada pela

    tera, sendo realizado no momento apenas uma mera estimativa das dimenses

    requeridas, e com base no volume apurado, mensura-se o peso da pea e por

    conseguinte o peso especfico.

    Estima-se que a dimenso de seo transversal requerida seja de 3 x 5 (7,62

    x 12,7 cm), possuindo comprimento de 250 cm, posicionada sobre cada n. Sendo

    que esta dimenso estimada ser confirmada mais adiante por meio de clculos

    especficos.

    Com esta dimenso seu volume de 0,0241935 m, e como Pfeil (2003)

    afirma, o peso prprio da madeira de Eucalyptos dunni de 690 kg/m, verifica-se

    que o peso de cada pea de 16,69 kg.

    Nota-se que para a tera no ser realizado o clculo do peso especfico, poisestas sero posicionadas sobre os ns, que possuem distribuio desuniforme ao

    longo do banzo superior.

    Portanto no h como estabelecer do modo coerente um peso especfico,

    pois este implica em uma distribuio uniforme.

    Para efeitos de clculo mais adiante, como cada n da trelia, independente

    de sua posio, absorve a carga de uma nica pea da tera apoiada sobre ele,

    ser considerada, como peso proveniente do peso prprio da tera, a carga de16.69 kgf.

    3.4.3. Clculo do Peso da Trelia

    Toda a estrutura deve ser dimensionada no somente para suportar a ao

    das cargas, mas tambm resistir ao seu prprio peso.

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    Desta forma, saber exatamente o peso da prpria estrutura se faz muito

    importante na etapa do dimensionamento da mesma.

    Para determinar este peso usar-se- o clculo da rea de cada pea que

    compe a trelia atravs de software AutoCad 2011, que posteriormente ser

    convertido em metros cbicos.

    De acordo com Pfeil (2003), o peso especfico da madeira de Eucalylptus

    dunnii de 690 quilogramas por metro cbico, quando a madeira apresenta umidade

    em torno de doze pontos percentuais.

    Com estas informaes disponveis torna-se possvel calcular o peso de uma

    trelia, como ser feito na tabela 2:

    Tabela 2 Clculo detalhado do peso da trelia por barras considerando ambos os

    lados da estrutura.

    Denominao da Pearea Obtida

    (m)

    EspessuraConsiderada

    (m)Volume (m)

    Peso da Pea(kg)

    Banzo Superior (considerado umapea nica em trs camadas deespessura e largura constantes,incluindo o volume dos encaixes

    das diagonais no interior do banzosuperior)

    2,154 0,066 0,142164 98,09316

    Banzo Inferior (considerado umapea nica em trs camadas deespessura e largura constantes,incluindo o volume dos encaixes

    das diagonais no interior do banzoinferior)

    2,494 0,066 0,164604 113,57676

    Montante (barra 1213,

    considerando uma pea nica emtrs camadas, excluindo a rea jmensurada relativa aos encaixes

    nos banzos)

    0,24 0,066 0,01584 10,9296

    Diagonais, considerandoapenas a parte central, jque os reforos laterais

    apresentam larguradiferenciada e sero

    consideradosseparadamente (no

    incluindo a rea relativa aosencaixes que j foram

    23 0,0076 0,022 0,0001672 0,115368

    34 0,0354 0,022 0,0007788 0,537372

    45 0,0612 0,022 0,0013464 0,929016

    56 0,1062 0,022 0,0023364 1,612116

    67 0,1354 0,022 0,0029788 2,05537278 0,2048 0,022 0,0045056 3,108864

    89 0,2388 0,022 0,0052536 3,624984

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    contabilizados nos banzos). 910 0,3418 0,022 0,0075196 5,188524

    1011 0,3824 0,022 0,0084128 5,804832

    1112 0,471 0,022 0,010362 7,14978

    Reforos laterais dasdiagonais, considerando

    duas peas, uma em cadalateral (a largura dosreforos de 5 cm,

    enquanto a largura da peacentral de 11,5 cm, logo

    os reforos temaproximadamente 0,435 %

    da largura de uma pea

    central, consequentementeesse percentual aplica-se area, que ser calculada deacordo com esta relao.)

    23 0,003306 0,044 0,00014546 0,10037016

    34 0,015399 0,044 0,00067756 0,46751364

    45 0,026622 0,044 0,00117137 0,80824392

    56 0,046197 0,044 0,00203267 1,40254092

    67 0,058899 0,044 0,00259156 1,78817364

    78 0,089088 0,044 0,00391987 2,70471168

    89 0,103878 0,044 0,00457063 3,15373608

    910 0,148683 0,044 0,00654205 4,514015881011 0,166344 0,044 0,00731914 5,05020384

    1112 0,204885 0,044 0,00901494 6,2203086

    Totais 7,735901 0,40425444 278,9355664Fonte: acervo do autor, 2010.

    O valor apurado em totais indica o peso de uma trelia das 41 peas

    necessrias a toda construo, incluindo as duas guas.

    Como h uma trelia a cada 2,5 metros, e a largura total da construo de

    16 metros, conclui-se que o peso apurado est atuando em uma rea de 40 m, e

    portanto, o seu peso especfico pode ser obtido com a diviso do peso total pela

    rea de atuao, resultando em aproximadamente 7 kgf/m.

    Nota-se ainda que o peso especfico da trelia foi calculado com base na

    diviso do peso total das peas pela rea construda do barraco (plano do piso), ao

    contrrio da rea de atuao estipulado para as cargas exercidas pelo vento, telhas

    e sobrecargas de montagem que atuam no plano do banzo superior, conforme a

    inclinao da cobertura.

    3.4.4. Sobrecarga de Montagem

    Por ser de natureza transitria, classificada como de mdia durao deacordo com a anlise de diversos itens da norma NBR 7190:1997, conclui-se que a

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    sobrecarga de montagem segura a ser admitida neste projeto ser de 25 kgf/m,

    logo:

    3.4.5. Cargas suspensas na trelia

    Usualmente so suspensas na prpria trelia diversas cargas necessrias aouso do barraco, j que o mesmo destina-se a uma granja de criao de aves.

    Tais cargas correspondem aos bebedouros e alimentadores das aves durante

    seu confinamento.

    Em cada trelia so pendurados seis alimentadores de 26 kgf cada pea, dois

    em cada um dos seguintes ns da trelia: n 8 da direita, n 12 e n 8 da esquerda.

    J os bebedouros so constitudos de linhas contnuas, sendo quatro linhas

    suspensas nos ns 6 e 10 em ambos os lados, sendo uma carga mdia de 10 kgf

    por n.

    A figura 23 exemplifica a disposio das cargas:

    13

    12

    11

    10

    9

    8

    7

    6

    5

    4

    3

    21

    12

    11

    10

    9

    8

    7

    6

    5

    4

    3

    21

    Alimentador

    52 kgf

    Alimentador

    52 kgf

    Alimentador

    52 kgf

    Bebedouro

    10 kgf

    Bebedouro

    10 kgf

    Bebedouro

    10 kgf

    Bebedouro

    10 kgf

    Figura 23 Cargas suspensas na trelia em virtude de seu uso. Fonte: acervo do

    autor, 2010.

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    62

    3.4.6. Ao do Vento

    3.4.6.1. Velocidade Bsica do Vento ()Este parmetro influenciado pela regio onde ser realizada a edificao,

    sendo que de acordo com o mapa das isopletas fornecido pela NBR 6123:1988, a

    regio de So Mateus do Sul encontra-se na estao 13, onde a velocidade bsica

    do vento a ser considerada de 45 m/s, ento:

    De acordo com este valor ser definido o dimensionamento da estrutura,

    associado a outros ndices determinantes, para que a mesma seja suficientemente

    segura quando da ocorrncia de ventos com a velocidade estimada para a regio.

    3.4.6.2. Fator Topogrfico S1

    As caractersticas topogrficas do terreno tambm so mensuradas atravs

    de requisitos especficos da NBR 6123:1988, j que h interferncia deste aspecto

    na ao dos ventos a que a construo ser submetida.No caso da rea onde ser erguido o barraco, o terreno pode ser

    classificado de acordo com o item 5.2., alnea a, da norma NBR 6123:1988, como

    plano ou fracamente acidentado, devido ausncia de taludes, morros ou

    depresses considerveis na rea da instalao e sua circunvizinhana.

    Desta forma o fator topogrfico assume o valor unitrio:

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    63

    3.4.6.3. Fator de Rugosidade S2

    Refere-se rugosidade do terreno, oriunda de obstculos naturais ou

    artificiais que venham a constituir barreiras ao do vento, combinada com as

    dimenses da edificao, visando analisar os efeitos destes aspectos e considera-

    los no dimensionamento.

    Esta anlise, como as outras a serem ponderadas, mostram-se importantes

    para a majorao ou diminuio da resistncia requerida estrutura, evitando

    desperdcio de materiais e garantindo a segurana indispensvel sua utilizao.Para a verificao do fator de rugosidade se faz necessria consulta aos itens

    5.3.1., 5.3.2., a realizao do clculo proposto por 5.3.3., alm da obteno de

    dados da tabela de parmetros meteorolgicos, todos constantes da NBR

    6123:1988.

    O item 5.3.1. classifica a rugosidade do terreno, que devido a existncia na

    rea ao entorno da edificao de rvores esparsas e construes baixas, como

    granjas, residncias e outras edificaes tpicas da rea rural, indica oenquadramento na categoria lll como s