6838003 codigo-civil-comentado-completo

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Fernando Henrique de Oliveira [email protected] 1/1247 Versão protegida. Cópia para estudo. NOVO CÓDIGO CIVIL COMENTADO (Lei n. 10.406, de 10-1-2002) PARTE GERAL LIVRO I DAS PESSOAS TÍTULO I DAS PESSOAS NATURAIS CAPÍTULO I - Da personalidade e da capacidade — arts. 1 o a 10 CAPÍTULO II — Dos direitos da personalidade — arts. 11 a 21 CAPÍTULO III — Da ausência — arts.. 22 a 39 Seção 1— Da curadoria dos bens do ausente — arts. 22 a 25 Seção II— Da sucessão provisória — arts.. 26 a 36 Seção III — Da sucessão definitiva arts.. 37 a 39 TÍTULO II DAS PESSOAS JURÍDICAS CAPÍTULO 1 — Disposições gerais. — arts. 40 a 52 CAPÍTULO II — Das associações — arts. 53 a 61 CAPÍTULO III — Das fundações — arts. 62 a 69 TÍTULO III DO DOMICÍLIO LIVRO II DOS BENS TITULO ÚNICO DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

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  • 1. Fernando Henrique de Oliveira1/1247 [email protected] protegida. Cpia para estudo. NOVO CDIGO CIVIL COMENTADO(Lei n. 10.406, de 10-1-2002) PARTE GERAL LIVRO I DAS PESSOASTTULO IDAS PESSOAS NATURAISCAPTULO I - Da personalidade e da capacidade arts. 1o a 10CAPTULO II Dos direitos da personalidade arts. 11 a 21CAPTULO III Da ausncia arts.. 22 a 39Seo 1 Da curadoria dos bens do ausente arts. 22 a 25Seo II Da sucesso provisria arts.. 26 a 36Seo III Da sucesso definitiva arts.. 37 a 39TTULO IIDAS PESSOAS JURDICASCAPTULO 1 Disposies gerais. arts. 40 a 52CAPTULO II Das associaes arts. 53 a 61CAPTULO III Das fundaes arts. 62 a 69TTULO IIIDO DOMICLIOLIVRO IIDOS BENSTITULO NICODAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

2. Fernando Henrique de Oliveira 2/1247 [email protected] 1 Dos bens considerados em si mesmos arts. 79 a 91..Seo 1 Dos bens imveis arts. 79 a 81Seo II Dos bens mveis arts. 82 a 84Seo III Dos bens fungveis e consumveis arts. 85 e 86Seo 1VDos bens divisveis arts. 87 e 88Seo V Dos bens singulares e coletivos arts. 89 a 91CAPTULO II Dos bens reciprocamente considerados arts. 92 a 97CAPITULO III Dos bens pblicos arts. 98 a 103LIVRO IIIDOS FATOS JURDICOSTTULO 1DO NEGCIO JURDICOCAPTULO 1 Disposies gerais. arts. 104 a 114CAPTULO II Da representao arts. 115 a 120CAPTULO III Da condio, do termo e do encargo arts.. 121 a 137.CAPTULO IV Dos defeitos do negcio jurdico arts.. 138 a 165Seo 1 Do erro ou ignorncia arts.. 138 a 144Seo IIDo doloarts. 145a 150Seo 111Da coaoarts. 151 a 155Seo 1V Do estado de perigo arts. 156Seo V Da leso arts 157Seo VI Da fraude contra credores arts.. 158 a 165CAPTULO V Da invalidade do negcio jurdico arts.. 166 a 184TITULO IIDOS ATOS JURDICOS LCITOSArt. 185TTULO IIIDOS ATOS ILCITOSArts. 186 a 188TITULO IVDA PRESCRIO E DA DECADNCIACAPITULO I Da prescrio arts. 189 a 206 3. Fernando Henrique de Oliveira 3/[email protected] 1 Disposies gerais. arts 189 a 196Seo 11 Das causas que impedem ou suspendem a prescrioarts. 197 a201Seo III Das causas que interrompem a prescrio arts. 202 a 204Seo IV Dos prazos da prescrio arts. 205 e 206CAPITULO II Da decadncia arts. 207 a 211TITULO VDA PROVAArts. 212 a 232PARTE ESPECIALLIVRO IDO DIREITO DAS OBRIGAESTITULO IDAS MODALIDADES DAS OBRIGAESCAPTULO 1 Das obrigaes de dar arts. 233 a 246Seo 1 Das obrigaes de dar coisa certa arts. 233 a 242Seo 11 Das obrigaes de dar coisa incerta arts. 243 a 246CAPTULO II Das obrigaes de fazer arts.. 247 a 249CAPTULO III Das obrigaes de no fazer~ arts. 250 e 251CAPITULO IV Das obrigaes alternativas arts. 252 a 256CAPITULO V Das obrigaes divisveis e indivisveis arts. 257 263CAPTULO VI Das obrigaes solidrias arts. 264 a 285Seo 1 Disposies gerais. arts. 264 a 266Seo 11 Da solidariedade ativa arts. 267 a 274Seo III Da solidariedade passiva arts. 275 a 285TITULO IIDA TRANSMISSO DAS OBRIGAESCAPTULO 1 Da cesso de crdito arts. 286 a 298CAPITULO II Da assuno de dvida arts. 299 a 303TITULO IIIDO ADIMPLEMENT0 E EXTINO DAS OBRIGAESCAPTULO 1 Do pagamento arts.. 304 a 333Seo 1 De quem deve pagar arts.. 304 a 307Seo II Daqueles a quem se deve pagar arts.. 308 a 312.Seo III Do objeto do pagamento e sua prova arts.. 313 a 326Seo IV Do lugar do pagamento arts. 327 a 330Seo V Do tempo do pagamento arts. 331 a 333CAPTULO II Do pagamento em consignao arts.. 334 a 345 4. Fernando Henrique de Oliveira4/1247 [email protected] IIIDo pagamento com sub-rogao arts. 346 a 351CAPTULO IV Da imputao do pagamento arts.. 352 a 355CAPTULO V Da dao em pagamento arts.. 356 a 359CAPTULO VI Da novao arts.. 360 a 367CAPTULO VII Da compensao arts. 368 a 380CAPTULO VIII Da confuso arts.. 381 a 384CAPTULO IX Da remisso das dvidas arts.. 385 a 388TITULO IVDO INADIMPLEMENT0 DAS OBRIGAESCAPITULO I - Disposies gerais arts.. 389 a 393CAPITULO II Da mora arts.. 394 a 401CAPITULO III Das perdas e danos arts.. 402 a 405CAPITULO IV Dos juros legais. arts.. 406 e 407CAPITULO V Da clusula penal arts.. 408 a 416CAPTULO VIDas arras ou sinal arts 417 420TITULO VDOS CONTRATOS EM GERALCAPTULO 1 Disposies gerais arts. 421 a 471Seo 1 Preliminares arts.. 421 a 426Seo II Da formao dos contratos arts.. 427 a 435Seo III Da estipulao em favor de terceiro arts.. 436 a 438Seo IV Da promessa de fato de terceiro arts.. 439 e 440Seo V Dos vcios redibitrios arts.. 441 a 446Seo VI Da evico arts.. 447 a 457Seo VII Dos contratos aleatrios arts.. 458 a 461Seo VIII Do contrato preliminar arts.. 462 a 466Seo IX Do contrato com pessoa a declarar arts.. 467 a 471..CAPTULO II Da extino do contrato arts.. 472 a 480Seo 1 Do distrato arts.. 472 e 473Seo II Da clusula resolutiva arts.. 474 e 475Seo III Da exceo de contrato no cumprido arts.. 476 e 477Seo 1V Da resoluo por onerosidade excessiva arts..478 a480TITULO VIDAS VRIAS ESPCIES DE CONTRATOCAPTULO 1 Da compra e venda arts.. 481 a 532Seo 1 Disposies gerais. arts.. 481 a 504Seo II Das clusulas especiais. compra e venda arts..505 a 532Subseo 1 Da retrovenda arts.. 505 a 508Subseo II Da venda a contento e da sujeita a prova arts. 509 a 512Subseo III Da preempo ou preferncia arts.. 513 a 520Subseo IV Da venda com reserva de domnio arts.. 521 a 528Subseo V Da venda sobre documentos arts.. 529 a 532.CAPTULO II Da troca ou permuta art. 533CAPTULO 111 Do contrato estimatrio arts.. 534 a 537 5. Fernando Henrique de Oliveira 5/1247 [email protected] IV Da doao arts.. 538 a 564Seo 1 Disposies gerais. arts.. 538 a 554Seo II Da revogao da doao arts.. 555 a 564CAPTULO V Da locao de coisas arts.. 565 a 578CAPTULO VI Do emprstimo arts.. 579 a 592Seo 1 Do comodato arts.. 579 a 585Seo 11Do mtuo arts.. 586 a 592CAPTULO VII Da prestao de servio arts.. 593 a 609CAPTULO VIII Da empreitada arts.. 610 a 626CAPTULO IX Do depsito arts.. 627 a 652Seo 1 Do depsito voluntrio arts.. 627 a 646Seo II Do depsito necessrio arts.. 647 a 652CAPTULO X Do mandato arts.. 653 a 692Seo 1 Disposies gerais. arts.. 653 a 666Seo II Das obrigaes do mandatrio arts.. 667 a 674..Seo III Das obrigaes do mandante arts.. 675 a 681Seo IV Da extino do mandato arts.. 682 a 691Seo V Do mandato judicial art. 692CAPTULO XI Da comisso arts.. 693 a 709CAPTULO XII Da agncia e distribuio arts.. 710 a 721CAPTULO XIII Da corretagem arts.. 722 a 729CAPTULo XIV Do transporte arts.. 730 a 756Seo 1 Disposies gerais. arts.. 730 a 733Seo II Do transporte de pessoas arts.. 734 a 742Seo III Do transporte de coisas arts.. 743 a 756CAPTULO XV Do seguro arts.. 757 a 802Seo 1 Disposies gerais. arts.. 757 a 777Seo II Do seguro de dano arts.. 778 a 788Seo III Do seguro de pessoa arts.. 789 a 802CAPTULO XVI Da constituio de renda arts.. 803 a 813CAPTULO XVII Do jogo e da aposta arts.. 814 a 817CAPTULO XVIII Da fiana arts.. 818 a 839Seo 1 Disposies gerais. arts.. 818 a 826Seo II Dos efeitos da fiana arts.. 827 a 836Seo III Da extino da fiana arts.. 837 a 839CAPTULO XIX Da transao arts.. 840 a 850CAPITULO XX Do compromissoarts.. 851 a 853TITULOS VIIDOS ATOS UNILATERAISCAPTULO I Da promessa de recompensa arts. 854 a 860CAPTULO II Da gesto de negcios arts.. 861 a 875CAPTULO III Do pagamento indevido arts.. 876 a 883CAPTULO IV Do enriquecimento sem causa arts. 884 a 886...TTULO VIII 6. Fernando Henrique de Oliveira6/1247 [email protected] DOS TTULOS DE CREDITO CAPTULO 1 Disposies gerais. arts.. 887 a 903 CAPTULO II Do ttulo ao portador arts.. 904 a 909 CAPTULO III Do ttulo ordem arts.. 910 a 920 CAPTULO IV Do titulo nominativo arts.. 921 a 926 TTULO IX DA RESPONSABILIDADE CIVIL CAPTULO 4 Da obrigao de indenizar arts.. 927 a 943 CAPTULO LI Da indenizao arts.. 944 a 954 TTULO X DAS PREFERNCIAS E PRIVILGIOS CREDITRIOSa965 LIVRO II DO DIREITO DE EMPRESA TTULO I DO EMPRESRIO CAPTULO 1 Da caracterizao e da inscrio arts.. 966 a 971.. CAPTULO II Da capacidade arts.. 972 a 980 TTULO II DA SOCIEDADE CAPITULO NICO Disposies gerais arts. 981 a 985 SUBTTULO 1 DA SOCIEDADE NO PERSONIFICADA CAPITULO IDa sociedade em comum art.986 a art 990 CAPITULO II Da sociedade em conta de participao arts.. 991 a 996 SUBTTULO II DA SOCIEDADE PERSONIFICADA CAPTULO 1 Da sociedade simples arts.. 997 a 1.038 Seo 1Do contrato social arts.. 997 a 1.000 Seo 11Dos direitos e obrigaes dos scios arts.. 1.001 a 1.009 Seo 111 Da administrao arts.. 1.010 a 1.021 Seo 1VDas relaes com terceiros arts.. 1.022 a 1.027. Seo V Da resoluo da sociedade em relao a um scio arts.. 1.028 a 1.032 7. Fernando Henrique de Oliveira 7/[email protected] VIDa dissoluo arts.. 1.033 a 1.038CAPTULO II Da sociedade em nome coletivo arts.. 1.039 a 1.044CAPTULO III Da sociedade em comandita simples arts.. 1.045 a 1.051CAPTULO IV Da sociedade limitada arts.. 1.052 a 1.087Seo I Disposies preliminares arts.. 1.052 a 1.054Seo II Das quotas arts.. 1.055 a 1.059Seo 111 Da administrao arts.. 1.060 a 1.065Seo 1VDo conselho fiscal arts.. 1.066 a 1.070Seo V Das deliberaes dos scios arts.. 1.071 a 1.080.Seo VIDo aumento e da reduo do capital arts.. 1.081 a 1.084Seo VII Da resoluo da sociedade em relao a scios minoritrios arts.. 1.085e 1.086Seo VIII Da dissoluo art. 1.087CAPTULO V Da sociedade annima arts.. 1.088 e 1.089Seo nica Da caracterizao arts.. 1.088 e 1.089CAPTULO VI Da sociedade em comandita por aes arts.. 1.090 a 1.092CAPTULO VII Da sociedade cooperativa arts.. 1.093 a 1.096CAPITULO VIII Das sociedades coligadas arts.. 1.097 a 1.101..CAPITULO IXDa liquidao da sociedade......arts. 1.lO2 a 1.112.CAPITULO X Da transformao da incorporao, da fuso e da ciso dassociedades arts. 1.113 a 1.122..CAPITULO XI Da sociedade dependente de autorizao arts 1.123 a 1.141Seo 1Disposies gerais. arts.. 1.123 a 1.125Seo 11Da sociedade nacional arts.. 1.126 a 1.133Seo 111 Da sociedade estrangeira arts.. 1.134 a 1.141TTULO IIIDO ESTABELECIMENTOCAPTULO nico Disposies gerais. arts.. 1.142 a 1.149TTULO IVDOS INSTITUTOS COMPLEMENTARESCAPTULO 1 Do registro arts.. 1.150 a 1.154CAPTULO II Do nome empresarial arts.. 1.155 a 1.168CAPTULO III Dos prepostos arts.. 1.169 a 1.178Seo 1Disposies gerais. arts.. 1.169 a 1.171Seo 11Do gerente arts.. 1.172 a 1.176Seo 111 Do contabilista e outros auxiliares arts.. 1.177 e 1.178CAPTULO IV Da escriturao arts.. 1.179 a 1.195LIVRO IIIDO DIREITO DAS COISASTTULO IDA POSSECAPTULO I Da posse e sua classificao arts.. 1.196 a 1.203... 8. Fernando Henrique de Oliveira 8/[email protected] II Da aquisio da posse arts.. 1.204 a 1.209CAPTULO III Dos efeitos da posse arts.. 1.210 a 1.222CAPTULO IV Da perda da posse arts.. 1.223 e 1.224TTULO IIDOS DIREITOS REAISCAPITULO NICO - Disposies gerais arts. 1.225 a 1.227 arts..TTULO IIIDA PROPRIEDADECAPTULO 1 Da propriedade em geral arts.. 1.228 a 1.237Seo 1 Disposies preliminares arts.. 1.228 a 1.232Seo II Da descoberta arts.. 1.233 a 1.237CAPTULO II Da aquisio da propriedade imvel arts.. 1.238 a 1.259Seo I- Da usucapio arts.. 1.238 a 1.244Seo II Da aquisio pelo registro do ttulo arts.. 1.245 a 1.247Seo III Da aquisio por acesso arts.. 1.248 a 1.259Subseo 1 Das ilhas art. 1.249Subseo II Da aluvio art. 1.250Subseo III Da avulso art. 1.251Subseo IV Do lveo abandonado art. 1.252Subseo V Das construes e plantaes arts.. 1.253 a 1.259CAPTULO III Da aquisio da propriedade mvel arts.. 1.260 a 1.274Seo 1Da usucapio arts.. 1.260 a 1.262Seo 11Da ocupaoart. 1.263Seo 111 Do achado do tesouro arts.. 1.264 a 1.266Seo IV Da tradio arts.. 1.267 e 1.268Seo V Da especificao arts.. 1.269 a 1.271Seo VI Da confuso, da comisso e da adjuno arts.. 1.272 a 1.274CAPTULO IV Da perda da propriedade arts.. 1.275 e 1.276CAPTULO V Dos direitos de vizinhana arts.. 1.277 a 1.313Seo 1Do uso anormal da propriedade arts.. 1.277 a 1.281.Seo II Das rvores limtrofes arts.. 1.282 a 1.284Seo III Da passagem forada art. 1.285Seo !V Da passagem de cabos e tubulaes arts.. 1.286 e 1.287Seo V Das guas arts.. 1.288 a 1.296Seo VI Dos limites entre prdios e do direito de tapagem arts.. 1.297 e 1.298Seo VII Do direito de construir arts.. 1.299 a 1.313CAPTULO VI Do condomnio geral arts.. 1.314 a 1.330Seo 1Do condomnio voluntrio arts.. 1.314 a 1.326Subseo 1Dos direitos e deveres dos condminos arts.. 1.314 a 1322Subseo 111 Da administrao do condomnio arts.. 1.323 a 1.326Seo 11 Do condomnio necessrio arts.. 1.327 a 1.330..CAPTULO VIIDo condomnio edilcio arts.. 1.331 a 1.358Seo I Disposies Gerais arts. 1.331 a 1.346. 1.331 a 1.3 Seo II Da administrao do condomnio arts.. 1.347 a 1.356Seo III Da extino do condomnio arts.. 1.357 e 1.358 9. Fernando Henrique de Oliveira9/[email protected] VIII Da propriedade resolvel arts.. 1.359 e 1.360..CAPTULO IX Da propriedade fiduciria arts.. 1.361 a 1.368TTULO IVDA SUPERFCIEArts. 1.369 a 1.377TTULO VDAS SERVIDESCAPTULO 1 Da constituio das servides arts.. 1.378 e 1.379CAPTULO II Do exerccio das servides arts.. 1.380 a 1.386CAPTULO III Da extino das servides arts.. 1.387 a 1.389TTULO VIDO USUFRUTOCAPTULO 1 Disposies gerais. arts.. 1.390 a 1.393CAPTULO II Dos direitos do usufruturio arts.. 1.394 a 1.399CAPTULO III Dos deveres do usufruturio arts.. 1.400 a 1.409..CAPTULO IV Da extino do usufruto arts.. 1.410 e 1.411TTULO VIIDO USOArts.. 1.412 e 1.413TTULO VIIIDA HABITAOArts. 1.414 a 1.416TTULO IXDO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADORArts. 1.417e 1.418TTULO XDO PENHOR, DA HIPOTECA E DA ANTICRESErts.. 1.4 CAPITULO I Disposies gerais arts. 1419 a 1.430CAPTULO II Do penhor arts.. 1.431 a 1.472Seo 1 Da constituio do penhor arts.. 1.431 e 1.432Seo II Dos direitos do credor pignoratcio arts.. 1.433 e 1.434Seo III Das obrigaes do credor pignoratcio art. 1.435.. 10. Fernando Henrique de Oliveira10/[email protected] IV Da extino do penhor arts.. 1.436 e 1.437Seo V Do penhor rural arts.. 1.438 a 1.446Subseo IDisposies gerais. arts.. 1.438 a 1.441Subseo II Do penhor agrcola arts.. 1.442 e 1.443Subseo III Do penhor pecurio arts.. 1.444 a 1.446Seo VI Do penhor industrial e mercantil arts.. 1.447 a 1.450Seo VII Do penhor de direitos e ttulos de crdito arts. 1.451 a 1.460Seo VIII Do penhor de veculos arts.. 1.461 a 1.466Seo IX Do penhor legal arts.. 1.467 a 1.472CAPTULO III Da hipoteca arts.. 1.473 a 1.505Seo 1 Disposies gerais. arts.. 1.473 a 1.488Seo II Da hipoteca legal arts.. 1.489 a 1.491Seo 111 Do registro da hipoteca arts.. 1.492 a 1.498Seo 1VDa extino da hipoteca arts.. 1.499 a 1.501Seo V Da hipoteca de vias frreas arts.. 1.502 a 1.505..CAPTULO IV Da anticrese arts. 1.506 a 1.510LIVRO IVDO DIREITO DE FAMLIATITULO IDO DIREITO PESSOALSUBTTULO 1DO CASAMENTOCAPTULO 1 Disposies gerais. arts.. 1.511 a 1.516CAPTULO IIDa capacidade para o casamento arts.. 1.517 a 1.520CAPTULO III Dos impedimentos arts.. 1.521 e 1.522CAPTULO IV Das causas suspensivas arts.. 1.523 e 1.524CAPTULO V Do processo de habilitao para o casamento arts. 1.525 a 1.532CAPTULO VI Da celebrao do casamento arts.. 1.533 a 1.542..CAPTULO VII Das provas do casamento arts.. 1.543 a 1.547CAPTULO VIII Da invalidade do casamento arts.. 1.548 a 1.564..CAPTULO IX Da eficcia do casamento arts.. 1.565 a 1.570CAPTULO X Da dissoluo da sociedade e do vnculo conjugal arts.. 1.571 a1.582CAPTULO XI Da proteo da pessoa dos filhos arts.. 1.583 a 1.590SUBTTULO IIDAS RELAES DE PARENTESCOCAPTULO I Disposies gerais. arts.. 1.591 a 1.595CAPTULO IIDa filiao arts.. 1.596 a 1.606CAPTULO III Do reconhecimento dos filhos arts.. 1.607 a 1.617..CAPTULO IV Da adoo arts.. 1.618 a 1.629CAPTULO V Do poder familiar arts.. 1.630 a 1.638Seo 1 Disposies gerais. arts.. 1.630 a 1.633Seo II Do exerccio do poder familiar art. 1.634Seo III Da suspenso e extino do poder familiar arts.. 1.635 a 1.638 11. Fernando Henrique de Oliveira 11/1247 [email protected] IIDO DIREITO PATRIMONIALSUBTTULO 1DO REGIME DE BENS ENTRE OS CNJUGESCAPITULO 1 Disposies gerais. arts.. 1.639 a 1.652CAPTULO IIDo pacto antenupcial arts.. 1.653 a 1.657CAPTULO IIIDo regime de comunho parcial arts.. 1.658 a 1.666CAPTULO IV Do regime de comunho universal arts.. 1.667 a 1.671CAPTULO V Do regime de participao final nos aqestos arts.. 1.672 a 1.686CAPITULO VI Do regime de separao de bens arts.. 1.687 e 1.688SUBTITULO IIDO USUFRUTO E DA ADMINISTRAO DOS BENS DE FILHOS MENORESArts.. 1.689 a 1.693SUBTTULO IIIDOS ALIMENTOSArts.. 1.694 a 1.710SUBTTULO IVDO BEM DE FAMLIAArts.. 1.711 a 1.722TTULO IIIDA UNIO ESTVELArts.. l.723 a 1.727TITULO IVDA TUTELA E DA CURATELACAPTULO 1 Da tutela arts.. 1.728 a 1.766Seo 1Dos tutores arts.. 1.728 a 1.734Seo II Dos incapazes de exercer a tutela art. 1.735Seo III Da escusa dos tutores arts.. 1.736 a 1.739Seo 1VDo exerccio da tutela arts.. 1.740 a 1.752Seo V Dos bens do tutelado arts.. 1.753 e 1.754Seo VI Da prestao de contas arts.. 1.755 a 1.762Seo VII Da cessao da tutela arts.. 1.763 a 1.766 12. Fernando Henrique de Oliveira 12/[email protected] II Da curatela arts.. 1.767 a 1.783Seo 1 Dos interditos arts.. 1.767 a 1.778Seo II Da curatela do nascituro e do enfermo ou portador de deficincia fsica arts.. 1.779 e 1.780Seo III Do exerccio da curatela arts.. 1.781 a 1.783LIVRO VDO DIREITO DAS SUCESSESTTULO 1DA SUCESSO EM GERALCAPTULO 1 Disposies gerais. arts.. 1.784 a 1.790CAPTULO II Da herana e de sua administrao arts.. 1.791 a 1.797CAPTULO III Da vocao hereditria arts.. 1.798 a 1.803CAPTULO IV Da aceitao e renncia da herana arts.. 1.804 a 1.813CAPTULO V Dos excludos da sucesso arts.. 1.814 a 1.818....CAPTULO VI Da herana jacente arts.. 1.819 a 1.823CAPTULO VII Da petio de herana arts.. 1.824 a 1.828TTULO IIDA SUCESSO LEGTIMACAPTULO 1 Da ordem da vocao hereditria arts.. 1.829 a 1.844CAPTULO II Dos herdeiros necessrios arts.. 1.845 a 1.850CAPTULO III Do direito de representao arts.. 1.851 a 1.856.TTULO IIIDA SUCESSO TESTAMENTRIACAPTULO 1 Do testamento em geral arts.. 1.857 a 1.859CAPTULO II Da capacidade detestar arts.. 1.860 e 1.861CAPTULO III Das formas ordinrias do testamento arts.. 1.862 a 1.880Seo 1 Disposies gerais. arts.. 1.862 e 1.863Seo II Do testamento pblico arts.. 1.864 a 1.867Seo III Do testamento cerrado arts.: 1.868 a 1.875Seo 1V Do testamento particular arts.. 1.876 a 1.880CAPTULO IV Dos codicilos arts.. 1.881 a 1.885CAPTULO V Dos testamentos especiais. arts.. 1.886 a 1.896Seo I Disposies gerais. arts.. 1.886 e 1.887Seo 11 Do testamento martimo e do testamento aeronutico arts.. 1.888 a 1.892Seo 111 Do testamento militar arts. 1.893 a 1.896CAPTULO VI Das disposies testamentrias arts.. 1.897 a 1.911CAPTULO VII Dos legados arts.. 1.912 a 1.940Seo 1Disposies gerais. arts.. 1.912 a 1.922Seo 11 Dos efeitos do legado e do seu pagamento arts..1.923 a 1.938Seo 111 Da caducidade dos legados arts.. 1.939 e 1.940CAPTULO VIII Do direito de acrescer entre herdeiros e legatrios arts.. 1.941 a1.946CAPTULO IX Das substituies arts.. 1.947 a 1.960Seo I Da substituio vulgar e da recproca arts.. 1.947 a 1.950Seo 11 Da substituio fideicomissria arts.. 1.951 a 1.960 13. Fernando Henrique de Oliveira 13/1247 [email protected] CAPTULO X Da deserdao arts.. 1.961 a 1.965 CAPTULO XI Da reduo das disposies testamentrias arts..1.966 a 1.968 CAPTULO XII Da revogao do testamento arts.. 1.969 a 1.972 CAPTULO XIII Do rompimento do testamento arts.. 1.973 a 1.975 CAPTULO XIV Do testamenteiro arts.. 1.976 a 1.990 TTULO IV DO INVENTRIO E DA PARTILHA CAPITULO I Do Inventrio art. 1.99191 CAPTULO II Dos sonegados arts.. 1.992 a 1.996 CAPTULO III Do pagamento das dvidas arts.. 1.997 a 2.001 CAPTULO IV Da colao arts.. 2.002 a 2.012 CAPTULO V Da partilha arts.. 2.013 a 2.022 CAPTULO VI Da garantia dos quinhes hereditrios arts.. 2.023 a 2.026 CAPTULO VII Da anulao da partilha art. 2.027 LIVRO COMPLEMENTAR DAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS Arts. 2.028 a 2.046 14. Fernando Henrique de Oliveira 14/[email protected] N. 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002*Institui o Cdigo CivilPARTE GERALLIVRO 1DAS PESSOASTTULO 1DAS PESSOAS NATURAISCAPTULO IDA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADEArt. 1o Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil.HistricoO texto original do projeto tal como aprovado em primeira votao pela Cmara dosDeputados repetia a redao do Cdigo de 1916, dispondo que todo homem capaz dedireitos e obrigaes na ordem civil. Submetido posteriormente ao Senado Federal, foialterado pela Emenda n. 367 (renumerada posteriormente para 01), da lavra do entoSenador Josaphat Marinho, passando a adotar a seguinte redao: Art. 1o Todo ser 15. Fernando Henrique de Oliveira15/[email protected] capaz de direitos e obrigaes na ordem civil. Ao fundamentar a sua emenda,justificou o Senador Josaphat Marinho que o vocbulo homem, constante do projeto,j vo era claramente indicativo da espcie humana, vale dizer, tambm da mulher. Coma qualificao marcante dos dois seres, e dada a evoluo, inclusive no direito, dasituao da mulher, elevada a independente, evita-se o uso da palavra homemabrangente da pessoa de um e de outro sexo. Hoje, a referncia comum a direitoshumanos, embora as Declaraes de 1789 e de 1948 aludam a direitos do homem. Demodo geral, os instrumentos internacionais posteriores a 1948 empregam a expressodireitos humanos, ou recomendam tratamento igual mulher em relao ao homem, epor isso do preferncia ao substantivo pessoa, tambm de alcance superior. Assim aConveno sobre a Proteo dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais, doConselho da Europa, de 1950, e o Protocolo n. 4, de 1963, que a integra, bem como aDeclarao sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao Racial, daAssemblia-Geral das Naes Unidas, de 1963, e o Pacto Internacional dos DireitosCivis e Polticos, de 1966, de igual origem. A Declarao sobre a Eliminao daDiscriminao contra a Mulher, da Assemblia-Geral das Naes Unidas, de 1967,proclama, em seu prembulo, que necessrio garantir o reconhecimento universal, defato e de direito, do princpio de igualdade do homem e da mulher. E estipula, na letra bdo art. 22, que o princpio da igualdade de direitos figurar nas constituies ou sergarantido de outro modo por lei. Complementando essa Declarao, a Conveno sobrea Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra a Mulher estabelece, entreoutros preceitos, que seus signatrios se comprometem a adotar, nesse sentido, todas asmedidas adequadas, inclusive de carter legislativo, e compreendendo a modificao deusos e costumes (art. 2~, J). Conquanto os pactos internacionais no sejam exemplos derigor tcnico, exprimem diretrizes de poltica normativa, importantes para o legisladorNo deve ele empregar linguagem contrastante com as tendncias culturais do povo. Nodomnio cientfico, Enneccerus observa que o direito se baseia na vontade coletiva, eno em simples convico jurdica (Trat. de Der Civ. de Enneccerus, Kipp e Wolff, T.jQ, Parte Gen., Trart. de Prez Gonzlez e Jos Alguer, Bosch, Barcelona, 1943, p. 121).J em 1904, escrevendo sobre a tcnica legislativa na Codificao civil moderna, Gnyassinalava a necessidade de linguagem conforme o esprito da poca e do meio (Latechnique legislative dans la codification civile modcrne, in Le Cade Civil 1804-1904 Livre du Centenaire, t. II, Paris, Rousseau Editeur, 1904, p. 1037). Com razo maiorse h de proceder assim hoje por ser mais ampla e viva a participao da coletividade notrabalho legislativo. Logo, de prudente e bom estilo legislativo substituir, no art. 1o , ovocbulo homem pela forma ser humano. Evita-se confuso e segue-se tendnciadominante na ordem jurdica e social. A opo prefervel, mesmo, da palavrapessoa, por ser mais diretamente indicativa do gnero humano. Retomando o projetoa nova apreciao da Cmara dos Deputados, tendo em vista as emendas apresentadaspelo Senado, recebeu o artigo parecer do Deputado Bonifcio de Andrada, designadorelator parcial para a parte geral e que opinou pela rejeio da emenda por entender quea redao original da Cmara elegia expresso consagrada no ordenamento jurdico, aoreferir-se ao gnero homem. Na elaborao de seu relatrio geral o Deputado RicardoFiuza registrou, inicialmente, que os argumentos do relator parcial eram ponderveis, aoprocurar manter no texto forma aceita na grande maioria dos sistemas normativos e que,de nenhuma maneira, assumia qualquer tipo de conotao machista, nem se contrapunha constitucionalmente assegurada paridade de direitos entre o homem e a mulher comosujeitos jurdicos. A matria foi objeto de intenso debate na fase final de tramitao doprojeto. Em audincia pblica perante a Comisso Especial, o Prof. Miguel Realesugeriu como melhor opo a referncia pessoa, em vez de ser humano. Segundo o 16. Fernando Henrique de Oliveira16/[email protected] Fiuza, a substituio sugerida por Miguel Reale foi de boa tcnica jurdica esocial, diante da prpria nominao dada ao Livro 1 Das Pessoas, razo pela qualrestou acolhida no seu relatrio e posteriormente aprovada pela Cmara. Outra alteraoredacional procedida pelo Deputado Fiuza e que tambm restou aprovada, a fim de darmaior clareza ao dispositivo, foi a substituio do vocbulo obrigaes por deveres,uma vez que, segundo o relator, existem outras modalidades de deveres jurdicos,diferentes da obrigao, a exemplo da sujeio, do dever genrico de absteno, dospoderes-deveres, dos nus, alm dos deveres de famlia que no se enquadram emnenhuma das categorias jurdicas acima. O dever correlato ao direito de personalidade o dever genrico de absteno, o que Santoro Passarelli denomina de dever derespeitar ou dever de no desrespeitar. Por igual, os direitos absolutos, como o depropriedade, tm como deveres correlatos, ora a absteno, ora a sujeio, nos casos dedireitos de vizinhana, por exemplo (caso da passagem forada). Por sua vez, os deveresde famlia no se constituem, no sentido tcnico da palavra, em obrigao, e sim emdeveres.DoutrinaPersonalidade e capacidade jurdica: Liga-se pessoa a idia de personalidade, queexprime a aptido genrica para adquirir direitos e contrair obrigaes. Sendo a pessoanatural o sujeito das relaes jurdicas e a personalidade, a possibilidade de ser sujeito,toda pessoa dotada de personalidade. Esta tem sua medida na capacidade, que reconhecida, num sentido de universalidade, no art. 12 do Cdigo Civil, que, ao pres-crever toda pessoa capaz de direitos e deveres, emprega o termo pessoa naacepo de todo ser humano, sem qualquer distino de sexo, idade, credo ou raa. Capacidade de direito e capacidade de exerccio: aptido oriunda da personalidadepara adquirir direitos e contrair obrigaes na vida civil d-se o nome de capacidade degozo ou de direito. Quando o Cdigo enuncia, no seu art. 1o, que toda pessoa capaz de direitos e deveresna ordem civil, no d a entender que possua concomitantemente o gozo e o exercciodesses direitos, pois nas disposies subseqentes faz referncia queles que tendo ogozo dos direitos civis no podem exerc-los, por si, ante o fato de, em razo demenoridade ou de insuficincia somtica, no terem a capacidade de fato ou deexerccio.Bibliografiae Clvis Bevilqua, Teoria geral do direito civil, 4. ed. (p. 67); Larenz, Derecho civil,parte general (p. 104); M. Helena Diniz, Curso de direito civil brasileiro, So Paulo,Saraiva, 19, v. 1 (p. 82); Haroldo Vallado, Capacidade de direito, in EnciclopdiaSaraiva do Direito, v. 13 (p. 34); Virgilio de S Pereira, Direito de famlia, Rio deJaneiro, Freitas Bastos, 1959; Orlando Gomes, Introduo ao direito civil, cit. (p. 149);Espnola, Direito civil brasileiro, v. 1 (p. 239); Filomusi Guelfi, Enciclopedia juridica(p. 178); Caio M. S. Pereira, Instituies , cit., v. 1 (p. 198); Luiz Roldo de FreitasGomes, Noo de pessoa no direito brasileiro, Revista de Direito Civil Imobilirio,Agrrio e Empresarial, 61/15-34. Art. 2o A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a leipe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro.Histrico O texto original do Projeto n. 634, tal como redigido pelo Ministro Moreira Alves, 17. Fernando Henrique de Oliveira17/1247 [email protected] que a personalidade civil do homem comea do nascimento com vida; masa lei pe a salvo os direitos do nascituro. O texto proposto pelo Senado por meio daEmenda n. 368, tambm de autoria do Senador Josaphat Marinho, passou a adotar aseguinte redao: A personalidade civil do ser humano comea do nascimento comvida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro. Ou seja,ressalvou os direitos do nascituro desde a concepo, alm de substituir a expresso serhumano por homem. Afirmou na ocasio o nobre Senador Josaphat Marinho que aemenda restaura, basicamente, o texto do art. 42 do atual Cdigo Civil (leia-se Cdigoanterior). Ressalvar os direi-tos do nascituro, desde a concepo, como hoje assegurando, permuta ampla, quedeve ser preservada acima de divergncias doutrinArias . Num fim de sculo em que sereala a amplitude dos direitos humanos, bem como a necessidade de defend-los comenergia, suprimir a clusula desde a concepo suscitaria estranheza. E o projeto,mesmo, confirmando essa tendncia, alude a filho concebido, como nos arts. 1.602 e1.606. Lembre-se, ainda, com a lio de Orlando Gomes, que o direito de suceder donascituro depende de j estar concebido no momento da abertura da sucesso(Sucesses, 6. ed., Forense, 1990, p. 30). Aquiesceu, de imediato, na alterao oeminente Professor e Ministro Moreira Alves, autor da Parte Geral do Anteprojeto, naComisso designada pelo Poder Executivo. Retomando o texto do projeto a novaapreciao da Cmara dos Deputados, promoveu o Relator Fiuza apenas a substituioda expresso ser humano pelo vocbulo pessoa, correntemente com o que havia feitono art. 1o .DoutrinaComeo da personalidade natural: Pelo Cdigo Civil, para que um ente seja pessoa eadquira personalidade jurdica, ser suficiente que tenha vivido por um segundo. Direitos do nascituro: Conquanto comece do nascimento com vida a personalidade civildo homem, a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro (CC, ais. 22,1.609, 1.779 e pargrafo nico e 1.798), como o direito vida (CF, art. 52, CP, ais. 124a 128, 1 e II), filiao (CC, ais. 1.596 e 1.597), integridade fsica, a alimentos (RT650/220; RJTJSP 150/906), a uma adequada assistncia pr-natal, a um curador que zelepelos seus interesses em caso de incapacidade de seus genitores, de receber herana(CC, ais. 1.798 e 1.800, 3~), de ser contemplado por doao (CC, art. 542), de serreconhecido como filho etc. Poder-se-ia at mesmo afirmar que, na vida intra-uterina,tem o nascituro, e na vida extra-uterina, tem o embrio, personalidade jurdica formal,no que atina aos direitos personalissimos, ou melhor, aos da personalidade, visto ter apessoa carga gentica diferenciada desde a concepo, seja ela in vivo ou in vitro(Recomendao n. 1.046/89, n. 7 do Conselho da Europa), passando a ter apersonalidade jurdico material, alcanando os direitos patrimoniais, que permaneciamem estado potencial, somente com o nascimento com vida (CC, art. 1.800, 3o ). Senascer com vida, adquire personalidade jurdica material, mas, se tal no ocorrer,nenhum direito patrimonial ter.Momento da considerao jurdica do nascituro: Ante as novas tcnicas de fertilizaoin vitro e do congelamento de embries humanos, houve quem levantasse o problemarelativo ao momento em que se deve considerar juridicamente o nascitum, entendendo-se que a vida tem incio, naturalmente, com a concepo no ventre materno. Assimsendo, na fecundao na proveta, embora seja a fecundao do vulo, peloespermatozide, que inicia a vida, a nidao do zigoto ou ovo que a garantir; logo,para alguns autores, o nascituro s ser pessoa quando o ovo fecundado forimplantado no tero materno, sob a condio do nascimento com vida. O embriohumano congelado no poderia ser tido como nascituro, apesar de dever ter proteojurdica como pessoa virtual, com uma carga gentica prpria. Embora a vida se inicie 18. Fernando Henrique de Oliveira 18/[email protected] a fecundao,-e a vida vivel com a gravidez, que se d com a nidao, entendemosque na verdade o incio legal da considerao jurdica da personalidade o momento dapenetrao do espermatozide no vulo, mesmo fora do corpo da mulher. Por isso, a Lein. 8.974/95, nos arts. 8~, II, III e IV, e 13, veio a reforar, em boa hora, essa idia no sao vedar:a) manipulao gentica de clulas germinais humanas; b) interveno em materialgentico humano in vivo, salvo para o tratamento de defeitos genticos; c) produo,armazenamento ou manipulao de embries humanos destinados a servir comomaterial biolgico disponvel, como tambm ao considerar tais atos como crimes,punindo-os severamente. Com isso, parece-nos que a razo est com a teoriaconcepcionista, uma vez que o Cdigo Civil resguarda desde a concepo os direitos donascituro e alm disso, no art. 1.597,1V, presume concebido na constncia do casamentoo filho havido, a qualquer tempo, quando se tratar de embrio excedente, decorrente deconcepo artificial heterloga.Sugesto legislativa: Pelas razes antes expostas, oferecemos ao Deputado Fiuza aseguinte sugesto legislativa:Art. 2o A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a leipe a salvo, desde a concepo, os direitos do embrio e os do nascituro.BibliografiaDarcy Arruda Miranda, Anotaes ao Cdigo Civil brasileiro, So Paulo, Saraiva, 1981,v. 1 (p. 7); Baudry-Lacantinerie e Houques-Fourcade, Delle persone, v. 1 (p. 272);Aubry e Rau, Droit civil, v. 1 (p. 179);Antnio Chaves, Tratado de direito civil, SI. flui.,Revista dos flbunais, 1982, v. 1, t. 1 (p. 316); M. Helena Diniz, Reflexes sobre a pro-blemtica das novas tcnicas cientficas de reproduo humana assistida e a questo daresponsabilidade civil por dano ao embrio e ao nascituro, Livm de Estudos Jurdicos,8/94; A ectognese e seus problemas jurdicos, Direito Revista do Programa de Ps-Graduo em Direito, PUCSP, 1/89-100, 1995; A responsabilidade civil por dano mo-ral, Revista Literria do Direito, n. 9,1996 (p. 7-14); Curso, cit., v. 1 (p. 100 e 101); Oestado atual do biodireito, So Paulo, Saraiva, 2001 (p. 21-127, 405-16, 452-500);Mercedes Oayosso y Navarrete, Cura Ventris, Revista Brasileira de DireitoComparado, 13/200-37, 1992; Traverso, La tutela costituzionale della persona umanaprima della nascita, Milano, Giuffr, 1977; Francisco Amaral, O nascituro no direitocivil brasileiro. Contribuio do direito civil portugus, Revista Brasileira de DireitoComparado, 8/75-89; Benedita lnz Lopes Chaves, A tutela jurdica do nascituro, SoPaulo, LTr, 2000; Silmara J. A. Chinelato e Almeida, A tutela civil do nascituro, SoPaulo, Saraiva, 2000; O nascituro no Cdigo Civil e no nosso direito constituendo, in Odireito de famlia e a Constituio Federal de 1988, coord. Bittar, So Paulo, Saraiva,1989 (p. 39-52); Direitos da personalidade do nascituro, Revista do Advogado, 38/25-6;e Evoluo exige norma jurdica, Tribuna do Direito, n: 33, 1996 (p. 16); Eduardo deOliveira Leite, Procria es artificiais e o direito, So Paulo, Revista dos Tribunais,1995; Didier David, Linsmination arnficielle humaine, un nouveau mode defiliation,Paris, 1984; Michaud, La personne humaine face au dvelopement des sciences biomdicales, Paris, 1990; Francisco L. Yagr, Fecondacin artificial y derecho, Madrid,Technos, 1988; Monica Sartori Scarparo, Fertilizao assistida questo aberta aspectos cient(jicos e legais, Rio de Janeiro. Forense Universitria, 1991; Armando Diasde Azevedo, A inseminao artificial em face da moral e do direito, RF, 149/497 e 5.; 19. Fernando Henrique de Oliveira19/[email protected] C. Cusine, New repmductive techniques a legal perspective, Vennont GaverPublishing, 1988; Thereza Christina Bastos Menezes, Novas tcnicas de reproduohumana, RT, 660/253; Guilhermo E Ray, La fecundacin arftficial en seres humanosante la moral y el derecho, Buenos Aires, 1951; Lauro Rutkowski, O aluguel de terocontinua fora da lei, Zero Hora, 12 set. 1990 (p. 40); Paula M. da Silva, A procriaoartificial: aspectos jurdicos, Lisboa, 1986; Carlos Alberto Bittar, Teoria geral dodireito civil, cit. (p. 117-8); Santosuosso. La fecondazione artiflciale untaria, Milano,Giuffr, 1984; Zannoni, lnseminacinartifl cial yfecundncin extrauterina. Art. 3o So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I os menores de dezesseis anos; II os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessriodiscernimento para a prtica desses atos;III os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.Histrico A redao atual do dispositivo praticamente a mesma da concebida pela comisso que elaborou o anteprojeto, salvo em relao ao antigo inciso IV que elegia os ndios como absolutamente incapazes e que foi suprimido pela Cmara dos Deputados ainda durante a primeira fase de tramitao do projeto. Durante a passagem do projeto pelo Senado houve apenas uma pequena modificao na redao do inciso 111. E que o texto original do projeto dispunha literalmente o seguinte: III os que, ainda por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade. O Senado Federal preferiu emendar o dispositivo, dando-lhe a seguinte redao: III os que, ainda por motivo transitrio, no puderem exprimir sua vontade. O argumento era o de que a expresso por motivo teria o mesmo alcance da forma por causa, e evitaria a dissonncia que nesta se apura. A redao atual tem origem em emenda de autoria do Deputado Fiuza para substituio do ainda por mesmo, em favor da redao vigente no Cdigo anterior. Entendeu o Relator Ricardo Fiuza que o vocbulo motivo tinha caractersticas essencialmente subjetivas, enquanto a palavra causa era integralmente objetiva. O conceito de causa mais amplo do que a noo de motivo. Pode-se, exemplificativamente, falar de causas naturais, no sentido de causas da natureza, mas nunca de motivos da natureza ou motivos naturais. Props, ento, o Relator Fiuza, nova redao ao inciso. Segundo consignou em seu relatrio, o ainda por causa transitria, alm de configurar certo arcasmo de linguagem (modernamente, dir-se-ia ainda que por causa transitria), pertencia do vcio da ambigidade, podendo ser tomado tambm no sentido do advrbio temporal, de persistncia da causa transitria, que ainda se fatia sentir.Doutrina Menoridade de dezesseis anos: Os menores de dezesseis anos so tidas comoabsolutamente incapazes para exercer atos na vida civil, porque devido idade noatingiram o discernimento para distinguir o que podem ou no .fazer que lhes, conveniente ou prejudicial Por isso para a validade dos seus atos, ser preciso queestejam representados por seu pai, por sua me, ou por tutor. Impossibilidade transitria para exprimir a vontade: Aquele que por doena queacarrete deficincia fsica (surdo-mudez, p. ex.) ou perda de memria, no puderem,ainda que temporariamente. manisfestar seja vontade para praticar atos da vida civildevero estar representado por um curador (CC. arts. 1.767,11, e 1.780). 20. Fernando Henrique de Oliveira20/1247 [email protected] Art. 4o So incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de os exercer: I os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental,tenham o discernimento reduzido; III os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV os prdigos. Pargrafo nico. A capacidade dos ndios ser regulada por legislao especial.Histrico Este dispositivo sofreu duas alteraes durante o perodo de tramitao entre Cmara eSenado. A primeira consistiu na reduo da maioridade civil de 21 para 18 anos, de quetrata o inciso 1, e cujos fundamentos encontram-se delineados no histrico do artigoseguinte. A segunda alterao teve origem em emenda de redao apresentada peloDeputado Ricardo Fiuza, substituindo terminologia em desuso utilizada no texto doprojeto (silvcolas) pela denominao usada na Constituio Federal (ndios).Doutrina Incapacidade relativa: A incapacidade relativa diz respeito queles que podem praticarpor si os atos da vida civil desde que assistidos por quem o direito encarrega desseofcio, em razo de parentesco, de relao de ordem civil ou de designao judicial, sobpena de anulabilidade daquele ato (CC, art. 171, 1), dependente da iniciativa do lesado,havendo at hipteses em que tal ato poder ser confirmado ou ratificado. H atos que orelativamente incapaz pode praticar, livremente, sem autorizao. Maiores de dezesseis e menores de dezoito anos: Os maiores de dezesseis e menores dedezoito anos s podero praticar atos vlidos se assistidos pelo seu representante. Casocontrrio sero anulveis. brios habituais, viciados em txicos e deficientes mentais com discernimento reduzido:Alcolatras, dipsmanos ,toxicmanos, portadores de deficincia mental, que soframreduo na sua capacidade de entendimento, no podero praticar atos na vida civil semassistncia de curador (CC, art. 1.767, III). desde que interditos. Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo: Abrangidos esto, aqui: os fracosde mente, surdos-mudos e e portadores de anomalia psquica que apresentem sinaisde desenvolvimento mental incompleto, comprovado e declarado em sentena deinterdio, que os tornam incapazes de praticar atos na vida civil, sem a assistncia deum curador (CC, art. 1.767. IV). Prdigos: So considerados relativamente incapazes os prdigos, ou seja, aqueles que,comprovada, habitual e desordenadamente, dilapidam seu patrimnio, fazendo gastosexcessivos. Com a interdio do prdigo, privado estar ele dos atos que possamcomprometer seus bens, no podendo, sem a assistncia de seu curador (CC, art. 1.767,V), alienar, emprestar, dar quitao, transigir, hipotecar, agir em juzo e praticar, emgeral, atos que no sejam de mera administrao (CC, art. 1.782). Indgenas e sua submisso a regime tutelar Os ndios, devido a sua educao ser lenta edifcil, so colocados pelo novo Cdigo Civil sob a proteo de lei especial, que reger aquesto de sua capacidade. O Cdigo Civil sujeita-os ao regime tutelar, estabelecido emleis e regulamentos especiais (Lei n. 6.001/73; CF/88, arts. 22, XIV, 49, XVI, 129, V,210, 22, 232. 109, XI, 231, 176. P, e art. 67 das Disposies Transitrias; Dec. n.88.118/83; Constituio do Estado de So Paulo de 1989, arts. 282, ~ P a 39, e 283; Lein. 6.0l5 7l3, arts. 50, 2o , e 246. com a redao da Lei n. 10.267/2001; Dec. n.1.775/96).Obs.: O art. 42 revoga a Lei n. 4.294/21 e o Decreto-lei n. 891/38; Lei n. 6.368/76. 21. Fernando Henrique de Oliveira21/[email protected] M. 5. Pereira, Instituies cit., v. 1 (p. 240-2); Antnio Chaves, Capacidade civil,cit., in Enciclopdia Saraiva do Direito, v. 13 (p. 9); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1(p. 93-7); Silvio Rodrigues, Dos defeitos dos atos jurdicos. So Paulo, 1959 (n. 100 e s.e n. 131); e Direito civil, cit., v. 1 (p. 82); W. Barros Monteiro, Curso, cit., v. 1 (p. 66-7); Jos de Farias lavares, O Cdigo Civil e a nova Constituio, Rio de Janeiro,Forenst, 1991 (p. 17-8); Hugo Nigro Mazzilli, Regime Jurdico do Ministrio Pblico,So Paulo, Saraiva, 1995 (p. 226); Marcelo Dolzany da Costa, Anotaes sobre direitosindgenas, in 1 Encontm de Juizes Federais da Regio Amaznica, 1995 (p. 133); A.Gursen de Miranda, O direito e o ndio. Belm, Cejup, 1994.Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da vida civil. Pargrafo nico. Cessar, para os menores, a incapacidade:1 pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumentopblico, independentemente de homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido otutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;II pelo casamento;III pelo exerccio de emprego pblico efetivo;IV pela colao de grau em curso de ensino superior;V pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego,desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economiaprpria.Histrico A principal alterao verificada neste dispositivo em relao ao texto original do Projeton. 634, procedida ainda pelo Senado Federal, consistiu na reduo da maioridade civilde 21 para 18 anos. A questo da reduo da maioridade civil h muito j no suscitavamais qualquer controvrsia tanto no seio da comunidade jurdica como na sociedade deuma maneira geral. As justificativas apresentadas perante o Senado traduzem bem essaposio, in verbis: Substancialmente, as modificaes propostas pela emenda decorremda fixao da maioridade civil em dezoito anos. E no particular procede. A tendnciaprevalecente no sentido de fixar a maioridade civil em dezoito anos. Assim aestabelecem o Cdigo Civil italiano, de 1942 (art. 2~), o portugus (de 1966), com asalteraes de 1977 (art. 130), o francs, com as inovaes da Lei de 1974 (art. 488). Esta a consagrao, tambm, da Constituio espanhola de 1978 (art. 12). Acresce quenossa Constituio prestigia essa tendncia. Restringe a inimputabilidade penal aosmenores de dezoito anos, sujeitando-os a legislao especial (art. 228). Considera oalistamento eleitoral e o voto obrigatrios para os maiores dessa idade e facultativospara os maiores de dezesseis anos (art. 14, l~, 1 e II, c). E estipula a idade de vinte eum anos como condio de elegibilidade para deputado federal, deputado estadual oudistrital, vice-prefeito e juiz de paz, bem assim a de 18 para vereador (art. 14, 32, VI,c e d), o que corrobora a fixao da maioridade aos dezoito anos. Essa inclinaolegislativa repousa, tambm na certeza de que os meios de comunicao transmitem,permanente e crescentemente , conhecimentos e informaes que ampliam o poder deobservao das pessoas e de discernimento dos fatos. H de presumir-se, mesmo, que 22. Fernando Henrique de Oliveira 22/1247 [email protected] se teria orientado o projeto, se sua elaborao houvesse sido posterior Carta de1988. Retomando o projeto Camara dos Deputados, foi apresentada emenda deredao pelo Relator Ricardo Fiuza, substituindo a conjuno aditiva e pela conjunoalternativa ou, a fim de evitar a ambigidade. O emprego da conjuno ~ segundo orelator, fazia parecer que, alm do instrumento pblico, estar-se-ia a exigir sentenajudicial para validade da emancipao feita por concesso dos pais, quando o artigoversa sobre duas formas estanques de emancipao: uma por concesso dos pais e queindepende de processo judicial; e a outra por deciso judicial, nos casos de menorsujeito tutela.DoutrinaMaioridade: Em relao menoridade, a incapacidade cessar quando o menorcompletar dezoito anos, segundo nossa legislao civil. Ao atingir dezoito anos a pessoatornar-se- maior, adquirindo a capacidade de fato , podendo, ento, exercerpessoalmente os atos da vida civil. Emancipao expressa ou voluntria: Antes da maioridade legal, tendo o menoratingido dezesseis anos, poder haver a outorga de capacidade civil por concesso dospais, no exerccio do poder familiar, mediante escritura pblica inscrita no RegistroCivil competente (Lei n. 6.015/73, arts. 89 e 90; CC, art. 92, II), independentemente dehomologao judicial. Alm dessa emancipao por concesso dos pais, ter-se- aemancipao por sentena judicial, se o menor com dezesseis anos estiver sob tutela(CPC, arts. 1.103 a 1.112,1; Lei n. 8.069/90, arts. 148, VII, pargrafo nico, e), ouvido otutor Emancipao tcita ou legal: A emancipao legal decorre dos seguintes casos: a)casamento, pois no plausvel que fique sob a autoridade de outrem quem temcondies de casar e constituir famlia; assim, mesmo que haja anulao do matrimnio,viuvez, separao judicial ou divrcio, o emancipado por esta forma no retoma incapacidade; b) exercicio de emprego pblico efetivo, por funcionrio nomeado emcarter efetivo (no abrangendo a funo pblica extranumeraria ou em comisso), comexceo de funcionrio de autarquia ou entidade paraestatal, que no alcanado pelaemancipao. Diarista e contratado no sero emancipados por fora de lei (RT 98/523;Smula 14 do STF Lei n. 1.71152, art 22 II: Lei 8.11290, art 5o , V.Bibliografia Caio M. 5. Pereira, Instituies, cit., v. 1 (p. 250); Levenhagen, Cdigo Civil, cit., v. 1(p. 37 e 38); Darcy Arruda Miranda, Anotaes. cit., v. 1 (p. 13); W.BarrosMonteiro, Curso, cit., v. 1 (p. 71 e 72); Silvio Rodrigues, Direito civil, cit., v. 1 (p. 89);M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p. 98-100); Jos de Farias Tavares, O Cdigo Civil ea nova Constituio, cit.(p. 19e 20).Art. 6o A existncia da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucesso definitiva.Histrico Este artigo no havia sido alterado durante a tramitao no Senado Federal e mantinha a mesma redao do anteprojeto, a saber: Art. 62 A existncia da pessoa fsica termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 23. Fernando Henrique de Oliveira23/[email protected] a abertura de sucesso definitiva. Retomando o projeto Cmara, o RelatorFiuza props a substituio da expresso pessoa fsica por pessoa natural,restabelecendo a redao vigente no Cdigo de 1916. A proposta de restaurar adenominao pessoa natural j vinha desde o primeiro perodo de tramitao doprojeto perante a Cmara dos Deputados. Emenda do Deputado Brigido Tinoco,posteriomente rejeitada pelo Relatrio Emani Satyro. j consignava, citando ClvisBevilqua. que o homem simboliza a pessoa natural juridicamente, porque no visto,apenas, sob o aspecto da individualidade, mas tambm como agente primrio e comumdo direito.Doutrina Morte real: Com a morte real, cessa a personalidade jurdica da pessoa natural, que deixa de ser sujeito de direitos e deveres, acarretando : a) dissoluo do vnculo conjugal e do regime matrimonial l (Lei n.. 651 5177 e CC, art. 1.571, 1); b) extino do poder familiar (CC, art. 1.635,1); dos contratos personalssimos, com prestao de servio.(C, art. 607). e mandato (CC. art. 682,11; STF, Smula 25); c) cessao da obrigao , alimentos com o falecimento do credor (RJTJSP, 82138; RI, 574/68; CC, art. 1.700); do pacto de preempo (CC, art. 520); da obrigao oriunda de ingratido de donatrio (CC, art. 560); ) extino de usufrutos (CC, art. 1.410. I CPC. art. 1.112, VI); da doao na forma de subveno peridica (CC, art. 545); do encargo da testamentaria (CC, art 1.985). Morte presumida : A morte presumida pela lei se d ausncia de uma pessoa nos casos dos arts 22 a 39 do Cdigo Civil e dos arts. 1.161 a 1.168 do Cdigo de Processo Civil, Se uma pessoa desaparecer , sem deixar notcias, qualquer interessado na sua sucesso ou o Ministrio Pblico (CPC. art. 1.163) poder requerer ao juza declarao de sua ausncia e a nomeao de curador. Se aps um ano da arrecadao dos bens do ausente, ou, se deixou algum representante. em se passando trs anos, sem que d sinal de vida, poder ser requerida sua sucesso provisria (CC, art.. 26) e o incio do processo de inventrio e partilha de seus bens, ocasio em que a ausncia do desaparecido passa a ser considerada presumida. Feita a partilha, seus herdeiros devero administrar os bens, prestando cauo real, garantindo a restituio no caso de o ausente aparecer. Aps dez anos do trnsito em julgado da sentena da abertura da sucesso provisria (CC, art. 37; CPC, art. 1.167,11), sem que o ausente aparea, ou cinco anos depois das ltimas notcias do desaparecido que conta com oitenta anos de idade (CC, art. 38), ser declarada a sua morte presumida a requerimento de qualquer interessado, convertendo- se a sucesso provisria em definitiva. Se o ausente retornar em at dez anos aps a abertura da sucesso definitiva, ter os bens no estado em que se encontrarem e direito ao preo que os herdeiros houverem recebido com sua venda. Porm, se regressar aps esses dez anos, no ter direito a nada (CPC, art. 1.168).Bibliografia Caio M. 8. Pereira, Instituies, cit., v. 1 (p. 210); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p.110-1); Iassil Dower, Curso moderno de direito civil, So Paulo, Ed. Nelpa, 1976, v. 1(p. 65-6); W. Barros Monteiro, Curso, cit.. v. 1 (p. 74); Savigny, Trait de droit romain,v. 2 (p. 165); Bedaque, A curadoria de incapazes, Justitia, 148/17-24; Hugo NigroMazzilli, CurarLona de ausentes e incapazes, So Paulo, 1988. 24. Fernando Henrique de Oliveira24/[email protected] Art . 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretao de ausncia: 1 se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida; II se algum, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o trmino da guerra. Pargrafo nico. A declarao da morte presumida, nesses casos, somente poder ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do falecimento. O presente dispositivo no sofreu alterao quer por pede do Senado Federal quer por parte da Cmara dos Deputados. A redao atual a mesma do projeto original, cuja parte geral, como se sabe, ficou a cargo do eminente Ministro Jos Carlos Moreira Alves. No tem correspondente no Cdigo Civil de 1916.Doutrina Monte presumida sem decretao de ausncia : Admite-se declarao judicial de morte presumida sem decretao de ausncia em casos excepcionais, apenas depois de esgotadas todas as buscas e averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do bito, e tais casos so: a) probabilidade da ocorrncia da morte de quem se encontrava em perigo de vida e b) desaparecimento em campanha ou priso de pessoa, no sendo ela encontrada at dois anos aps o trmino da guerra. Art. 8o Se dois ou mais indivduos falecerem ria mesma ocasio, no se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-o simultaneamente mortos. Histrico O presente dispositivo no foi atingido por qualquer alterao quer por parte do Senado Federal quer por parte da Cmara dos Deputados. A redao atual a mesma do projeto original, cuja parte geral, como se sabe, ficou a cargo do eminente Ministro Jos Carlos Moreira Alves. Corresponde ao art. 11 do Cdigo Civil de 1916.Doutrina Comorincia ou morte simultnea: A comorincia a morte de duas ou mais pessoas namesma ocasio e em razo do mesmo acontecimento. Embora o problema dacomorincia, em regra, alcance casos de morte conjunta, ocorrida no mesmoacontecimento, ela coloca-se, com igual relevncia, no que concerne a efeitosdependentes de sobrevivncia, na hiptese de pessoas falecidas em locais eacontecimentos distintos, mas em datas e horas simultaneas ou muito prximas. Efeito da morte simultnea no direito sucessriO: A comorincia ter granderepercusso na transmisso de direitos sucessrios, pois, se os comorientes so herdeirosuns dos outros, no h transferncia de direitos; um no suceder ao outro, sendochamados sucesso os seus herdeiros ante a presuno juris tantum de que faleceramao mesmo tempo. Se dvida houver no sentido de se saber quem faleceu primeiro, omagistrado aplicar o art. 8o do Cdigo Civil, caso em que, ento, no havertransmisso de direitos entre as pessoas que morreram na mesma ocasio. 25. Fernando Henrique de Oliveira25/[email protected] M. 5. Pereira, Instituies, cit., v. 1 (p. 211 e 213); Bassil Dower, Curso, cit., v. 1(p. 66-7); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p. 111-2); Lei de Introduo ao CdigoCivil brasileim interpretada, So Paulo, Saraiva, 2001 (p. 275-6); Rubens LimongiFrana, Fim da personalidade natural. Comorincia e vocao hereditria, RevistaBrasileira de Direito Comparado, 13/96-107, 1992; Clvis Bevilqua, Cdigo Civilcomentado, 1944, v. 1 (p. 217 e s.); Raoul de la Grasserie, Code Civil alemand, Paris,1897 (p. 5); Diego Espn Cnovas, Derecho civil espanol, Madrid, 1951, v. 1 (p. 125);Rotondi, Istituzioni di diritto pnivato, Milano, 1965 (p. 175-7). Art. 9o Sero registrados em registro pblico: 1 os nascimentos, casamentos e bitos; II a emancipao por outorga dos pais ou por sentena do juiz; III a interdio por incapacidade absoluta ou relativa; IV a sentena declaratria de ausncia e de morte presumida.Histrico O presente dispositivo no serviu de palco a qualquer alterao relevante seja por partedo Senado Federal seja por parte da Cmara dos Deputados, salvo no tocante substituio da forma verbal inscritos por registrados, operada por emenda deredao apresentada no perodo final de tramitao do projeto.Doutrina publicidade do estado das pessoas: Com o escopo de assegurar direitos de terceiros, olegislador, a fim de obter a publicidade do estado das pessoas, exige inscrio emregistro pblico de determinados atos e a certido extrada dos livros cartorrios farprova plena e. segura do estado das pessoas fsicas.Registro de nascimento: Todo nascimento deve ser registrado (Lei n. 6.015/ 73, arts.50 alterado pela Lei n. 9.053/95 e 53; CC, art. 9~, 1; CF/88, art. 9, LXXVI, a),mesmo que a criana tenha nascido morta ou morrido durante o parto. Registro de casamento: Para completar as formalidades do casamento, que se iniciamcom a habilitao e prosseguem com a cerimnia solene, dever-se- lavrar no livro deregistro para perpetuar o ato e servir de prova o assento do matrimnio, assinado pelopresidente do ato, cnjuges, testemunhas e oficial, contendo os requisitos exigidos peloart. 70 da Lei n. 6.01573 (CC, arts. 1.512, pargrafo nico, 1.516, ~ 10a 32, 1.545 e1.546). Registro de bito: Ser imprescindvel o registro de bito, pois se prova a morte pelacertido extrada do assento de bito (Lei n. 6.01573, arts. 77 a 88 e 107). 26. Fernando Henrique de Oliveira26/[email protected] Registro de emancipao expressa ou voluntria: Imprescindvel ser o registro deemancipao de menor de dezoito anos completos que se d em razo de outorgapaterna ou materna ou por sentena judicial (Lei n. 6.01573, arts. 89 a 91 e 107, 19. Registro de interdio por incapacidade absoluta ou relativa: O decreto judicial deinterdio dever ser inscrito (Lei n. 6.015/73. art. 92) no Registro das Pessoas Naturaise publicado pela imprensa local e pelo rgo oficial trs vezes, com intervalo de dezdias, constando do edital os nomes do interdito e do curador que o representar nos atosda vida civil. a causa da interdio e os limites da curatela (CPC, art. 1.184). A inscriono Registro de Pessoas Naturais e a publicao editalcia so indispensveis paraassegurar eficcia erga omnes sentena.Registro de sentena declaratria de ausncia e de morte presumida:Ser preciso quese faa o assento da sentena declaratria de ausncia que nomear curador no cartrio dodomiclio anterior do ausente (Lei n. 6.015/73, art. 94). A sentena da abertura dasucesso provisria ser averbada, no assento de ausncia, aps o trnsito em julgado(Lei n. 6.015/ 73, ais. 104, pargrafo nico, e 107, 19. E a declarao judicial da mortepresumida dever, convertendo-se a sucesso provisria em definitiva, tambm serlevada a assento.BibliografiaOrlando Gomes, Direito de famlia, Rio de Janeiro, Forense, 1978 (p.120); Cndido deOliveira, Manual do Cdigo Civil brasileiro, de Paulo Lacerda, Rio de Janeiro, 1918. v.5, 68 (p. 143); Caio M. 5. Pereira, Instituies, cit., v. 5 (p. 84); W. Barros Monteiro,Curso, cit., v. 2 (p. 57); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 5 (p. 80-1); Pontes de Miranda,Comentrios ao Cdigo de Processo Civil, v. 16 (p. 391-3).Art. 10. Far-se- averbao em registro pblico:1 das sentenas que decretarem a nulidade ou anulao do casamento, odivrcio, a separao judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;II dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem afiliao;III dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoo.Histrico A redao original dos incisos do art. 10 era a seguinte: 1 das sentenas quedecretarem a nulidade ou a anulao do casamento, a separao judicial e orestabelecimento da sociedade conjugal; II das sentenas que julgarem ilegtimos osfilhos concebidos na constncia do casamento, e as que declararem a filiao legtima;111 dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiaoilegtima ; IV dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoo, e dos que a dissolverem.Por meio de emenda apresentada perante o Senado Federal pelo ento Senador FernandoHenrique Cardoso o dispositivo ganhou a redao atual, suprimindo-se o inciso queversava sobre filiao ilegtima e acrescentando-se no inciso 1 a sentena do divrcio 27. Fernando Henrique de Oliveira 27/[email protected] os atos passveis de averbao no registro pblico. No tem correspondente noCdigo Civil de 1916.Doutrina Importncia da averbao: Surge, ao lado do registro, um ato especfico a averbao ante a necessidade de fazer exarar todos os fatos que venham atingir o estado da pessoa e, conseqentemente, o seu registro civil, alterando-o, por modificarem ou extinguirem os dados dele constantes. A averbao ser feita pelo oficial do cartrio em que constar o assento vista da carta de sentena, de mandado ou de petio acompanhada de certido ou documento legal e autntico, com audincia do Ministrio Pblico (Lei n. 6.015/73, art. 97). Averbao da sentena de nulidade ou anulao do casamento, de separao judicial e do divrcio: Transitada em julgado a sentena declaratria de nulidade absoluta ou relativa do casamento, a deciso homologatria da separao judicial consensual ou a que conceder a separao judicial litigiosa dever ser averbada no livro de casamento do Registro Civil competente (Lei n. 6.015/73, art. 100), e se a partilha abranger bens im- veis dever ser tambm transcrita no Registro Imobilirio (Lei n. 6.015/ 73, ais. 29, 19, a, 100, ~ 19 a 52, e 167,11, 14; CPC, art. 1.124). Antes da averbao aquelas sentenas no produziro efeitos contra terceiros (Lei n. 6.015/73, art. 100, 19. E a sentena de divrcio s produzir seus efeitos depois de averbada no Registro Pblico competente, ou seja, onde foi lavrado o assento do casamento (art. 32 da Lei n. 6.515). Averbao do restabelecimento da sociedade conjugal: Havendo ato de restabelecimento da sociedade conjugal mediante reconciliao, se separados, ou novo casamento, se divorciados (Lei n. 6.515/77, art. 46), dever ele ser averbado (Lei n. 6.015/73, art. 101) no livro de casamento e, havendo bens imveis no patrimnio conjugal, a averbao do fato dever ser feita em relao a cada um dos imveis pertencentes ao casal, exista ou no pacto antenupcial (Lei n. 6.015/73, art. 167, 11, n. 10), no Registro Imobilirio da situao dos imveis. Averbao de atos judiciais ou extrajudiciais que declarem ou reconheam a filiao: No livro de nascimento devero ser averbados tanto atos judiciais que declarem ou reconheam a filiao (Lei n. 6.015/73, art. 102), como os extrajudiciais, porque o reconhecimento de filho voluntrio (CC, art. 1.609, Ia LV; Lei n. 8.069/90, art. 26; Lei n. 8.560/92, art. 1~, 1 a IV) ato solene. Deve, p. ex., a escritura pblica ou particular ser arquivada em cartrio, onde se reconhea filiao, e ser averbada no livro de nascimento. Averbao dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoo: A sentena constitutiva de adoo, que confere pessoa a qualidade de filho adotivo, desligando-o do vnculo com os parentes consangneos, estabelecendo a relao de parentesco civil, aps o trnsito em julgado dever ser averbada no livro de nascimento. Deveras, a adoo s se consuma com o assento daquela deciso, que se perfaz com sua averbao margem do registro de nascimento do adotado, efetuada vista de petio acompanhada da deciso judicial. Sugesto legislativa: Em face dos argumentos acima aludidos, encaminhamos aoDeputado Ricardo Fiuza proposta de alterao do dispositivo, que passaria a contar coma seguinte redao:Art. 10. Far-se- averbao em registro pblico:1 das sentenas que decretarem a nulidade ou anulao do casamento, odivrcio, a separao judicial e o restabelecimento da,sociedade conjugal;II dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem afiliao; 28. Fernando Henrique de Oliveira28/1247 [email protected] III dos atos judiciais de adoo.CAPTULO IIDOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Art. 11. Com exceo dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade sointransmissveis e irrenunciveis, no podendo o seu exerccio sofrer limitaovoluntria. Sugesto legislativa: Pelos fundamentos expostos, oferecemos ao Deputado RicardoFiuza a seguinte sugesto de redao: Art. 11. O direito vida, integridade fisico-psquica, identidade, honra, imagem, liberdade, privacidade e outros reconhecidos pessoa so inatos,absolutos, intransmissveis, indisponveis, irrenunciveis, ilimitados, imprescritveis,impenhorveis e inexpropriveis. Pargrafo nico. Com exceo dos casos previstos em lei, no pode o exercciodos direitos da personalidade sofrer limitao. voluntria. Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaa, ou a leso, a direito da personalidade, ereclamar perdas e danos, sem prejuzo de outras sanes previstas em lei. Pargrafo nico. Em se tratando de morto, ter legitimao para requerer a medidaprevista neste artigo o cnjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, oucolateral at o quarto grau.Histrico O presente dispositivo no sofreu alterao quer por pane do Senado Federal quer porparte da Cmara dos Deputados no perodo final de tramitao do projeto. A redaoatual a mesma do anteprojeto, cuja parte geral, como se sabe, ficou a cargo doeminente Ministro Jos Carlos Moreira Alves.Doutrina Sanes suscitadas pelo ofendido em razo de ameaa ou leso a direito dapersonalidade: Os direitos da personalidade destinam-se a resguardar a dignidadehumana, mediante sanes, que devem ser suscitadas pelo ofendido (lesado direto). Essasano deve ser feita por meio de medidas cautelares que suspendam os atos queameacem ou desrespeitem a integridade fsico-psquica, intelectual e moral, movendo-se, em seguida, uma ao que ir declarar ou negar a existncia da leso, que poder sercumulada com ao ordinria de perdas e danos a fim de ressarcir danos morais epatrimoniais. Lesado indireto: Se se tratar de leso a interesses econmicos, o lesado indireto seraquele que sofre um prejuzo em interesse patrimonial prprio, resultante de dano 29. Fernando Henrique de Oliveira29/[email protected] a um bem jurdico alheio, podendo a vtima estar falecida ou declarada ausente.A indenizao por morte de outrem reclamada jure proprio. pois ainda que o dano,que recai sobre a mulher e os filhos menores do finado, seja resultante de homicdio ouacidente, quando eles agem contra o responsvel, procedem em nome prprio,reclamando contra prejuzo que sofreram e no contra o -que foi irrogado ao marido epai.P. ex.: a viva e os filhos menores da pessoa assassinada so lesados indiretos, poisobtinham da vtima do homicdio o necessrio para sua subsistncia. A privao dealimentos uma conseqncia do dano. No caso do dano moral, pontifica Zannoni, oslesados indiretos seriam aquelas pessoas que poderiam alegar um interesse vinculado abens jurdicos extrapatrimoniais prprios, que se satisfaziam mediante a incolumidadedo bem jurdico moral da vtima direta do fato lesivo. 1. ex.: o marido ou os paispoderiam pleitear indenizao por injrias feitas mulher ou aos filhos, visto que estasafetariam tambm pessoalmente o esposo ou os pais, em razo da posio que elesocupam dentro da unidade familiar. Haveria um dano prprio pela violao da honra daesposa ou dos filhos. Ter-se- sempre uma presuno juris tantum de dano moral, emfavor dos ascendentes, descendentes, cnjuges, irmos, tios, sobrinhos e primos, emcaso de ofensa a pessoas da famlia mortas ou ausentes. Essas pessoas no precisariamprovar o dano extrapatrimonial, ressalvando-se a terceiros o direito de elidir aquelapresuno. O convivente, ou concubino, noivo, amigos, poderiam pleitear indenizaopor dano moral, mas tero maior nus de prova, uma vez que devero provar,convincentemente. o prejuzo e demonstrar que se ligavam vtima por vnculosestreitos de amizade ou de insuspeita afeio. Sugesto legislativa: Em face dos argumentos acima aludidos, encaminhamos aoDeputado Ricardo Fiuza a seguinte sugesto legislativa: Art. 12. O ofendido pode exigir que cesse a ameaa, ou a leso, a direito dapersonalidade, e reclamar indenizao em ressarcimento de dano patrimonial e moralsem prejuzo & outras sanes previstas em lei. Pargrafo nico . Em se tratando de morto ou ausente, ter legitimao pararequerer as medidas previstas neste artigo o cnjuge ou companheiro sobrevivente, ou,ainda, qualquer parente em linha reta ou colateral at o quarto grau.Bibliografia Zannoni, El daiio en la responsabilidad civil, Buenos Aires, Astrea, 1982 (p. 360-73);Wilson Meio da Silva, O dano moral e sua reparao, Rio de Janeiro, Forense, 1966;M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 7 (p. 142-4). Art. 13. Salvo por exigncia mdica, defeso o ato de disposio do prprio corpo,quando importar diminuio permanente da integridade fisica, ou contrariar os bonscostumes. Pargrafo nico. O ato previsto neste artigo ser admitido para fins de transplante,na forma estabelecida em lei especial.Histrico A redao primitiva do artigo, nos termos em que fora originariamente aprovada pelaCmara dos Deputados, era a seguinte: Salvo exigncia mdica, os atos de disposio 30. Fernando Henrique de Oliveira30/[email protected] prprio corpo so defesos quando importarem diminuio permanente da integridadefsica, ou contrariarem os bons costumes. Pargrafo nico. Admitir-se-o, porm, taisatos para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Posteriormente, pormeio de emenda da lavra do Senador Josaphat Marinho, o dispositivo ganhou a redaoatual. A finalidade da alterao promovida pelo Senado Federal foi imprimir redaomais clara e de melhor tcnica legislativa. Tratou-se de mero aperfeioamentoredacional.Doutrina Disposio de partes separadas do prprio como, em vida, para fins teraputicos: Epossvel doao voluntria, feita por escrito e na presena de testemunhas, por pessoacapaz, de tecidos, rgos e partes do prprio corpo vivo para efetivao de transplanteou tratamento , comprovada a necessidade teraputica do receptor, desde que uSocontrarie os bons costumes, nem traga risco para a integridade fsica do doador, nemcomprometa suas aptides vitais, nem lhe provoque deformao ou mutilao, pois nose pode exigir que algum se sacrifique em benefcio de terceiro (Lei n. 9.434/97, art. 9o, 3o a 7o ). Art. 14. vlida, com objetivo cientfico, ou altrustico, a disposio o gratuita doprprio corpo, no todo ou da parte, para depois da morte.Pargrafo nico. O ato de disposio pode ser livremente revogado a qualquertempo.Histrico O presente dispositivo no serviu de palco a qualquer alterao seja por parte do SenadoFederal seja por parte da Cmara dos Deputados no perodo final de tramitao doprojeto.Doutrina Disposio gratuita do prprio como, no todo ou em parte, para depois da morte:Admitido est o ato de disposio gratuita de rgos, tecidos e partes do corpo humanopost mortem para fins cientficos ou de transplante em paciente com doena progressivaou incapacitante, irreversvel por outras tcnicas teraputicas (Lei n. 9.434/97, art. 12; eDec. n. 2.268/ 97, art. 23). Princpio do consenso afirmativo : Consagra o princpio do consenso afirmativo, peloqual a pessoa capaz deve manifestar sua vontade de dispor gratuitamente do prpriocorpo, no todo ou em pane, para depois de sua morte, com objetivo cientfico (p. ex.,estudo de anatomia humana em universidade) ou teraputico (p. ex., transplante dergos e tecidos) Revogao sine die: Quem vier a dispor para depois de sua morte do prprio corpo, notodo ou em parte, tem o direito de, a qualquer tempo, revogar livremente essa doaopost mortem. Art. 15. Ningum pode ser constrangido a submeter-Se, com risco de vida, atratamento mdico ou a interveno cirrgica. 31. Fernando Henrique de Oliveira 31/[email protected] presente dispositivo no sofreu alterao, quer por parte do Senado Federal quer porparte da Cmara dos Deputados no perodo final de tramitao do projeto.Doutrina Princpio da autonomia: O profissional da sade deve respeitar a vontade do paciente,ou de seu representante, se incapaz. Da a exigncia do consentimento livre e informado.Imprescindvel ser a informao detalhada sobre seu estado de sade e o tratamento aser seguido, para que tome deciso sobre a terapia a ser empregada. Princpio da beneficncia: A prtica mdica deve buscar o bem-estar do paciente,evitando, na medida do possvel, quaisquer danos e risco de vida. S se pode usartratamento ou cirurgia para o bem do enfermo. Princpio da no.maleficncia: H obrigao de no acarretar dano ao paciente. Direito de recusa de algum tratamento arriscado: E direito bsico do paciente o de noser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a terapia ou cirurgia e, ainda, o deno aceitar a continuidade teraputica.Bibliografia .1. Padre!. La condition civile du mnalade, Paris, LGDJ, 1963 ,Alfredo Kraut, Losderechos de los pacientes; Genival Veloso de Frana, Direito mdiw, So Paulo, 1996(p. 26-37); M. Helena Diniz, O estado atual, cit. (p. 558-61). Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e osobrenomeHistricoNa redao originalmente aprovada pela Cmara, o artigo em comento tinha a seguinteredao: Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e onome patronmico . A redao atual resultou de emenda apresentada pelo DeputadoRicardo Fiuza, substituindo as palavras nome e patronmico por sobrenome, que a mais correta. Segundo o relator o nome da pessoa composto de prenome esobrenome. Patronmico significa nome derivado do nome do pai, a exemplo deRodrigUes (filho de Rodrigo) e Fernandes (filho de Fernando). O emprego dessa erroniageneralizou-se , mas apenas se justificava na tradio do patriarcalismo.DoutrinaNome civil da pessoa natural: O nome integra a personalidade por ser o sinal exteriorpelo qual se designa, se individualiza e se reconhece a pessoa no seio da famlia e dasociedade. Elementos constitutivos do nome: Dois, em regra, so os elementos constitutivos donome: o prenome~ prpriO da pessoa, que pode ser livremente escolhido, desde que noexponha o portador ao ridculo; e o sobrenome, que o sinal que identifica aprocedncia da pessoa, indicando sua filiao ou estirpe, podendo advir do apelido defamlia paterno, materno ou de ambos. A aquisio do sobrenome pode decorrer no sdo nascimento, por ocasio de sua transcrio no Registro competente~ reconhecendosua filiao, ruas tambm da adoo, do casamento, da unio estvel, ou ato deinteressado, mediante requerimento ao magistrado. 32. Fernando Henrique de Oliveira32/1247 [email protected]. Limongi Frana, Do nome civil das pessoas naturais, So Paulo, Revista dosTribunais, j975; W. Barros Monteiro, Curso de direito civil, cit., v. 1 (p. 92); M. HelenaDiniz, Curso, cit., v. 1 (p. 124-7). Art. 17. 0 nome da pessoa no pode ser empregado por outrem em publicaes ourepresentaes que a exponham ao desprezo pblico, ainda quando no haja intenodifamatria.Doutrina Direito honra objetiva como direito conexo ao direito ao nome: A pessoa temautorizao de usar seu nome e de defend-lo de abuso cometido por terceiro, que, empublicao ou representao, venha a exp-la ao desprezo pblico mesmo que nohaja inteno de difamar por atingir sua boa reputao, moral e profissional, no seioda coletividade (honra objetiva). Em regra, a reparao por essa ofensa pecuniria,mas h casos em que possvel a restaurao in natura, publicando-se desagravo.Art. 18. Sem autorizao, no se pode usar o nome alheio em propagandacomercial.Histrico O presente dispositivo no sofreu alterao quer por parte do Senado Federal quer porparte da Cmara dos Deputados no perodo final de tramitao do projeto.Doutrina Uso de nome alheio em propaganda comercial: vedada a utilizao de nome alheioem propaganda comercial, por ser o direito ao nome indisponvel, admitindo-se suarelativa disponibilidade mediante consentimento de seu titular, em prol de alguminteresse social ou de promoo de venda de algum produto, mediante pagamento deremunerao convencionada.Art. 19. O pseudmino adotado para atividades lcitas goza da proteo que se d aonome.Doutrina Proteo ao pseudnimo ? Protege-se juridicamente o pseudnimo adotado,comumente, para atividades ilcitas por literatos e artistas, dada a importncia de que 33. Fernando Henrique de Oliveira 33/1247 [email protected], por identific-los no mundo das letras e das artes, mesmo que no tenhamalcanado a notoriedade.Art. 20 Salvo se autorizadas, ou se necessrias administrao da justia ou manuteno da ordem publica, a divulgao de escritos, a transmisso da palavra, ou apublicao, a exposio ou utilizao da imagem de uma pessoa podero ser proibidas, aseu requerimento e sem prejuzo da indenizao que couber, se lhe atingirem a honra , aboa fama ou a responsabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.Pargrafo nico Em se tratando de morto ou de ausente, so partes legtimas pararequerer essa proteo o cnjuge , os ascendentes ou descendentes.Doutrina Tutela do direito imagem e dos direitos a ela conexos : A imagem-retrato arepresentao fsica da pessoa como um todo ou em partes separadas do corpo, desdeque identificveis, implicando o reconhecimento de seu titular por meio de fotografia,escultura , desenho, pintura. Intepretao dramtica , cinematrografica, televiso, sitesetc., que requer autorizao do retratado ( CF de 1988, art. 5o , X ) . E a imagem-atributo o conjunto de caracteres ou qualidades cultivadas pela pessoa reconhecidossocialmente ( CF de 1988, art 5o , V ) Abrange o direito : prpria imagem ou adifuso da imagem, a imagem das coisas prprias e imagem em coisas, palavras ouescritos ou em publicaes; de obter imagem ou de consentir em sua captao porqualquer meio tecnolgico. O direito imagem autnomo, no precisando estar emconjunto com a intimidade, a identidade, a honra etc. Embora possam estar, em certoscasos, tais bens a ele conexos, isso no faz com que sejam partes integrantes um dooutro. Direito de interpretao, direito imagem e direito auto ral: O direito de interpretao,ou seja, o do ator numa representao de certo personagem, pode estar conexo comodireito voz, imagem e com o direito autoral. O autor de obra intelectual podedivulg-la por apresentao pblica, quando a obra representada dramaticamente,executada, exibida, projetada em fita cinematogrfica, transmitida por radiodifuso etc.,e neste terreno que se situa o contrato de representao e execuo, de contedocomplexo por se referir no s ao desempenho pessoal, mas tambm atuao pormeios mecnicos e eletrnicos dos diferentes gneros de produo intelectual,suscetveis de comunicao audiovisual e regulados pelos arts. 29, VIII, a e b, 46, VI, e68 a 76 da Lei n. 9.610/98. Na representao pblica h imagens transmitidas paradifundir obra literria, musical ou artstica que devero ser tuteladas juridicamente,juntamente com os direitos do autor. Os direitos dos artistas, intrpretes e executantesso conexos aos dos escritores, pintores, compositores, escultores etc. (Lei n. 9.610/98,art. 89). Logo, podem eles impedir a utilizao indevida de suas interpretaes, bemcomo de sua imagem. Proteo da imagem como direito autoral: A imagem protegida pelo art. 52, XXVIII,a, da CF, como direito autoral, desde que ligada criao intelectual de obra fotogrfica,cinematogrfica, publicitria etc. Limitaes ao direito imagem: Todavia, h certas limitaes do direito imagem, comdispensa da anuncia para sua divulgao, quando: a) se tratar de pessoa notria, poisisso no constitui permisso para devassar sua privacidade, pois sua vida ntima deve serpreservada. A pessoa que se toma de interesse pblico, pela fama ou significaointelectual, moral, artstica ou poltica no poder alegar ofensa ao seu direito imagemse sua divulgao estiver ligada cincia, s letras, moral, arte e apoltica . Isto assim porque a difuso de sua imagem sem seu consenso deve estar relacionada com suaatividade ou com o direito informao; b) se referir a exerccio de cargo pblico, poisquem tiver funo pblica 34. Fernando Henrique de Oliveira 34/1247 [email protected] destaque no poder impedir que no exerccio de sua atividade, seja filmada oufotografada, salvo na intimidade; e) se procurar atender administrao ou servio dajustia ou de polcia, desde que a pessoa no sofra dano sua privacidade; ) se tiver degarantir a segurana pblica nacional, em que prevalecer o interesse social sobre oparticular, requerendo a divulgao da imagem, p. ex., de um procurado pela policia oua manipulao de arquivos fotogrficos de departamentos policiais para identificao dedelinqente. Urge no olvidar que o civilmente identificado no possa ser submetido aidentificao criminal, salva nos casos autorizados legalmente (CF, art. 52, LVIfl); e) sebuscar atender ao interesse pblico, aos fins culturais, cientficos e didticos; f) sehouver necessidade de resguardar a sade pblica. Assim, portador de molstia grave econtagiosa no pode evitar que se noticie o fato; g) se obtiver imagem, em que a figuraseja to-somente parte do cenrio (congresso, enchente, praia, tumulto, show, desfile,festa carnavalesca, restaurante etc.), sem que se a destaque, pois se pretende divulgar oacontecimento e no a pessoa que integra a cena; h) se tratar de identificao compuls-ria ou imprescindvel a algum ato de direito pblico ou privado. Reparao do dano imagem: O lesado pode pleitear a reparao pelo dano moral epatrimonial (Smula 37 do STJ) provocado por violao sua imagem-retrato ouimagem-atributo e pela divulgao no autorizada de escritos ou de declaraes feitas.Se a vtima vier a falecer ou for declarada ausente, sero partes legtimas para requerer atutela ao direito imagem, na qualidade de lesados indiretos, seu cnjuge, ascendentesou descendentes e tambm, no nosso entender, o convivente, visto ter interesse prprio,vinculado a dano patrimonial ou moral causado a bem jurdico alheio. Este pargrafonico do art. 20 seria suprfluo ante o disposto no art. 12, pargrafo nico. Sugesto legislativa: Pelas razes acima expostas sugerimos ao Deputado Ricardo Fiuzaa retirada do pargrafo nico.Bibliografia Luiz Alberto David Arajo, A proteo constitucional da prpria imagem, BeloHorizonte, Dei Rey, 1996; Carls Alberto Bittar, Os direitos da personalidade. cit. (p.87 e s.); Hermano Durvai, Direito imagem, So Paulo, Saraiva, 1988; Ravanas, Laprotection dar personnes contre la ralisation et la publication de leur image. Paris,LODJ. 1978; Art 21. A vida privada da pessoa natural inviolvel, e o juiz, a requerimento dointeressado, adotar as providencias necessrias para impedir ou fazer cessar atocontrario a esta norma.Histrico Esse dispositivo no constava do texto original do anteprojeto, tendo sido acrescentadopela Cmara dos Deputados, durante a 1a fase, por emenda substitutiva do DeputadoErnani Styro. ento relator-geral. O Senado Federal no procedeu a qualquer alteraono dispositivo. Retomando o projeto Cmara, procedeu-Se apenas uma alterao para 35. Fernando Henrique de Oliveira 35/[email protected] pessoa fsica por pessoa natural (vide Histrico ao art. 6o ).Doutrina Inviolabilidade da vida privada: O direito privacidade da pessoa contm interessesjurdicos, por isso seu titular pode impedir ou fazer cessar invaso em sua esfera ntima,usando para sua defesa: mandado de injuno, habeas data, habeas corpus, mandado desegurana, cautelares inominadas e ao de responsabilidade civil por dano moral epatrimonial.Bibliografia Ren Anel Dotti, Proteo da vida privada e liberdade de informatio, So Paulo,Revista dos Tribunais, 1980; Pierre Kayser, La protectiofl de la vie prive, Paris, Dalloz,1974; Gilberto Haddad Sabor, Liberdade de pensamento e direito vida privada, SoPaulo. Revista dos Tribunais, 2000.CAPTULO IIIDA AUSNCIASeo 1Da curadoria dos bens do ausenteArt. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicilio sem dela haver noticia, se nohouver deixado representante ou procurador a quem caiba administar-lhe os bens, o juiz,a requerimento de qualquer interessado ou do Ministrio Pblico, declarar a ausncia, enomear-lhe- curador.Doutrina Curatela do ausente: Verificado o desaparecimento de uma pessoa do seudomiclio, sem dar qualquer notcia de seu paradeiro e sem deixar procurador, ourepresentante, para administrar seus bens, o juiz. a requerimento de qualquerinteressado, seja ou no parente, bastando que tenha interesse pecunirio~ ou doMinistrio Pblico, nomear um curador para administrar seu patrimnio~resguardando-O. No havendo bens, no se ter nomeao de curador. Em caso deausncia, a curadoria dos bens do ausente e no da pessoa do ausente. H quem ache,acertadamente, no se tratar de ausncia o desaparecimento de algum num acidenteareo, rodovirio, ferrovirio etc. em que, pelos indcios, a sua morte parece bvia,apesar de no ter sido encontrado seu cadver j que no h incerteza de seu paradeiro.Bibliografia W. Barros Monteiro, Curso, cii., v. 2 (p. 334); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 5 (p. 505);Levenhagefl, Cdigo Civil, cit., v. 2 (p. 310); Paulo de Lacerda, Manual, cit., v. 6 (p.543-4); Coviello, Manuale. ctt., 56, Estevam de Almeida, in Paulo de Lacerda,Manual. cit., v. 6 (p. 542); Jos de Farias Tavares, O Cdigo Civil e a ruivaConstituio. cit. (p. 69-70); Digesto, 10, 23, 2; Hugo Nigro Mazzilli, Curadoria deausentes e incapazes. So Paulo, 1988; Roberto Senise Lisboa, Manual, cit. v. 5(p. 139-46); Sebastio Jos Roque. Direito de famlia, cit. (p. 207-14). 36. Fernando Henrique de Oliveira36/1247 [email protected] Art. 23. Tambm se declarar a ausncia, e se nomear curador quando o ausentedeixar mandatrio que no queira ou no possa exercer ou continuar o mandato, ou se osseus poderes forem insuficientes.Histrico O presente dispositivo praticamente no sofreu qualquer alterao relevante ou demrito seja por parte do Senado Federal seja por parte da Cmara dos Deputados noperodo final de tramitao do projeto.Doutrina Curadoria dos bens do ausente com procurador: A nomeao de curador a bens de umausente dar-se- mesmo que ele tenha deixado procurador que se recuse a administrarseu patrimnio ou que no possa exercer ou continuar o mandato, seja por ter ocorrido otrmino da representao a termo, seja por sua renncia, no aceitando a fortiori omandato, seja por sua morte ou incapacidade. O mesmo se diga se os poderesoutorgados ao procurador forem insuficientes para a gesto dos bens do ausente.Com isso, o ausente ficar sem representante que venha a gerir seu patrimnio, urgindo,pois, que se nomeie curadorBibliografia Caio M. 5. Pereira, Instituies, cit., v. 5 (p. 314); Silvio Rodrigues. Direito civil, cit., v.6 (p. 417); Levenhagen, Cdigo Civil, cit., v. 2 (p. 310); Paulo de Lacerda, Manual, cit.,v. 6 (p. 545). Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe- os poderes e obrigaes,conforme as circunstncias, observando, no que for aplicvel, o disposto a respeito dostutores e curadores.Histrico O presente dispositivo no sofreu alterao seja por parte do Senado Federal seja porparte da Cmara dos Deputados no perodo final de tramitao do projeto.Doutrina Fixao judicial dos poderes e deveres do curador dos bens do ausente: O curador dosbens do ausente, uma vez nomeado, ter seus deveres e poderes estabelecidos pelo juiz.de conformidade com as circunstancias do caso. Logo, o magistrado, conforme o caso,no ato da nomeao determinar pormenorizadamente as providncias a serem tomadase as atividades a serem realizadas, observando os dispositivos legais, sempre no queforem aplicveis, reguladores da situao similar dos tutores e curadores, para que aatuao do curador dos bens do ausente seja realmente eficiente e responsvel. 37. Fernando Henrique de Oliveira 37/1247 [email protected] M. Helena Diniz, Curso, cii., v. 5 (p. 366); Levenhagen, Cdigo Civil, cit., v. 2 (p. 310-1); Paulo de Lacerda, Manual, cit., v. 6 (p. 545-6); Clvis Bevilqua, Cdigo Civilcomentado, cit., obs. ao art. 465, v. 2. Art. 25. O cnjuge do ausente, sempre que no esteja separado judicialmente, ou defato por mais de dois anos antes da declarao da ausncia, ser o seu legtimo curador. 1o Em falta do cnjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aosdescendentes, nesta ordem, no havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 2o Entre os descendentes, os mais prximos precedem os mais remotos. 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.Histrico O texto original do projeto dispunha: O cnjuge do ausente, sempre que no estejaseparado judicialmente, ou de fato h mais de cinco anos antes da declarao daausncia, ser o seu legtimo curador. Emenda apresentada perante o Senado daRepblica deu ao dispositivo a redao atual, compatibilizando-o com a ConstituioFederal de 1988, que, em seu art. 226, 6o , diminuiu de 5 (cinco) para 2 (dois) anos operodo de comprovada separao de fato para efeito de divrcio.DoutrinaCnjuge do ausente como curador legtimo: A curadoria dos bens do ausente deverser deferida, se casado for, no estando separado judicialmente, ao seu cnjuge, para queseu patrimnio no se perca ou deteriore, assumindo sua administrao. Ante o interessena conservao dos bens do ausente, qualquer que seja o regime matrimonial de bens,seu curador legtimo ser seu cnjuge. Nomeao de curador dos bens do ausente na falta do cnjuge: Se o ausente que deixoubens no tiver consorte, nomear-se- o pai ou a me do desaparecido como curador, e,na falta destes, os descendentes, desde que tenham idoneidade para exercer o cargo. Ordem de nomeao entre os descendentes: Na curadoria dos bens do ausente cabvel adescendente seguir-se- o princpio de que os mais prximos excluem os mais remotos. Escolha de curador dos bens de ausente pelo rgo judicante: Na falta de cnjuge,ascendente ou descendente do ausente competir ao juiz a escolha do curador, desde queidneo a exercer o cargo.Bibliografia M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 5 (p. 365-6); Carvalho Santos, Cdigo Civil brasileirointerpretado, cit., obs. ao art. 467, v. 4; Clvis Bevilqua, Cdigo Civil comentado, cit.,obs. ao art. 467, v. 2. Seo IIDa sucesso provisria 38. Fernando Henrique de Oliveira 38/1247 [email protected] Art. 26. Decorrido um ano da arrecadao dos bens do ausente, ou, se ele deixourepresentante ou procurador, em se passando trs anos, podero os interessados requererque se declare a ausncia e se abra provisoriamente a sucesso.Histrico O presente dispositivo no serviu de palco a qualquer alterao seja por parte do SenadoFederal seja por parte da Cmara dos Deputados no perodo final de tramitao doprojeto.Doutrina Durao da curatela dos bens do ausente: A curadoria dos bens do ausente perdura porum ano, durante o qual o juiz ordenar a publicao de editai