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EDUCAÇÃO FÍSICA 2011 ANDRÉ LUIZ ESTRELA E NELSON SCHNEIDER TODT (Organizadores) COMENTADO

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  • EDUCAO FSICA2011

    ANDR LUIZ ESTRELA E NELSON SCHNEIDER TODT(Organizadores)

    COMENTADO

  • chanceler

    Dom Jaime Spengler

    reitor

    Joaquim Clotet

    vice-reitorEvilzio Teixeira

    conselho editorialJorge Luis Nicolas Audy | presidenteJeronimo Carlos Santos Braga | diretorJorge Campos da Costa | editor-chefe

    Agemir BavarescoAna Maria MelloAugusto BuchweitzAugusto MussiBettina Steren dos SantosCarlos GerbaseCarlos Graeff TeixeiraClarice Beatriz da Costa SohngenCludio Lus C. FrankenbergErico Joo HammesGilberto Keller de AndradeLauro Kopper Filho

  • EDIPUCRS Editora Universitria da PUCRSAv. Ipiranga, 6681 Prdio 33Caixa Postal 1429 CEP 90619-900 Porto Alegre RS BrasilFone/fax: (51) 3320 3711E-mail: [email protected] www.pucrs.br/edipucrs

    EDIPUCRS, 2014

    DESIGN GRFICO [CAPA] Rodrigo Braga

    DESIGN GRFICO [DIAGRAMAO] Thiara Speth

    REVISO DE TEXTO Fernanda Lisba

    Edio revisada segundo o novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Ficha catalogrfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informao da BC-PUCRS.

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente

    por sistemas grficos, microflmicos, fotogrficos, reprogrficos, fonogrficos, videogrficos. Vedada a memorizao e/ou

    a recuperao total ou parcial, bem como a incluso de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamen-

    to de dados. Essas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas da obra e sua editorao. A violao dos di-

    reitos autorais punvel como crime (art. 184 e pargrafos, do Cdigo Penal), com pena de priso e multa, conjuntamen-

    te com busca e apreenso e indenizaes diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).

    ENADE comentado : educao fsica 2011 [recursoeletrnico] / org. Andr Luiz Estrela, Nelson SchneiderTodt. Dados eletrnicos. Porto Alegre : EDIPUCRS,2014.65 p.

    Modo de acesso: ISBN 978-85-397-0420-0

    1. Ensino Superior Brasil Avaliao. 2. Exame Nacional de Cursos (Educao). 3. Educao Fsica Ensino Superior. I. Estrela, Andr Luiz. II. Todt, Nelson Schneider.

    CDD 378.81

    E56

  • SumrioAPRESENTAO 6

    QUESTO 9 8

    QUESTO 10 11

    QUESTO 11 13

    QUESTO 12 15

    QUESTO 13 17

    QUESTO 14 20

    QUESTO 15 22

    QUESTO 16 24

    QUESTO 17 26

    QUESTO 18 29

    QUESTO 19 31

    QUESTO 20 34

    QUESTO 21 36

    QUESTO 22 38

    QUESTO 23 40

    QUESTO 24 43

    QUESTO 26 45

    QUESTO 27 48

    QUESTO 28 50

    QUESTO 29 52

    QUESTO 30 54

    QUESTO 31 56

    QUESTO 32 58

    QUESTO 33 60

    QUESTO 34 62

    QUESTO 35 64

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    6

    APRESENTAO

    O ENADE surgiu em 2004 como um plano do Governo Federal para verificar os nveis do ensino nas Universidades Brasileiras. Todos os cursos Universitrios, desde ento, passam por uma avaliao trienal composta pela nota do ENADE, somada a uma srie de outras avaliaes realizadas nas Faculdades/Universidades e que vo determinar o conceito final que ser atribudo a cada Faculdade. Essas notas, em ltima instncia, classificam as Faculdades e refletem como um todo na classificao geral das Instituies de Ensino Brasileiras. Segundo o INEP (2012): O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que integra o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (SINAES), tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduao em relao aos contedos programticos, suas habilidades e competncias. Desde a sua criao em 2004, a Educao Fsica foi avaliada pelo ENADE nas edies de 2004 (Licenciatura Plena), 2007 (Licenciatura), 2010 (Bacharelado), 2011 (Licenciatura) e Bacharelado (2012). A classificao no ENADE um indicador muito importante para os futuros profissionais em uma rea, visto que o mercado de trabalho muitas vezes utiliza esse parmetro no processo seletivo de seus recursos humanos. Adicionalmente, a classificao no ENADE um parmetro de desempenho de uma instituio, de modo que influencia no status da mesma com a comunidade acadmica e geral. A forma de avaliao presente nas provas do ENADE muitas vezes difere da maneira como os alunos so avaliados nas suas Fa-culdades. Assim, este livro tem como objetivo comentar as questes da prova do ENADE 2011, que avaliou a Educao Fsica habilitao Licenciatura, proporcionando subsdios aos alunos na sua preparao para as futuras provas do ENADE. Convidamos os profes-sores da Faculdade de Educao Fsica e Cincias do Desporto da PUCRS a responder as diferentes questes da prova do ENADE de acordo com sua rea de conhecimento. O resultado foi uma anlise criteriosa de cada item abordado na seo de conhecimentos especficos em Educao Fsica, em que cada professor, alm de responder a questo, comentou a referida questo apontando os porqus das afirmativas certas ou erradas apresentadas na prova.

    Essa anlise proporcionou um rico material de consulta aos alunos A prova de 2011 foi composta por 35 questes, sendo 08 de Formao Geral e 27 questes relativas ao Componente Especfico, que iniciam a partir da questo nmero 09. A questo nmero 25 foi anulada e, portanto, apresentamos 26 questes comentadas pelos professores. Das 27 questes que compuseram a parte de conhecimentos es-pecficos da prova do ENADE de 2011, foram adicionadas trs questes dissertativas, abordando os seguintes temas:

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    7

    * Educao Fsica e Sociologia (uma questo).

    * Educao Fsica e Didtica (duas questes).

    * Educao Fsica para Pessoas com Necessidades Especiais (uma questo).

    * Educao Fsica e Pedagogia (doze questes).

    * Educao Fsica e Metodologia de Ensino (quatro questes).

    * Educao Fsica e tica Profissional (trs questes).

    * Medidas e Avaliao em Educao Fsica (uma questo).

    * Educao Fsica e Aprendizagem motora (trs questes)

    Podemos perceber que a rea com o maior nmero de questes a da Pedaggica, que realmente se apresenta como um campo sedimentado para o profissional de Educa-o Fsica, seguida das reas relacionadas com atividade fsica e metodologia de ensino. Tendo em vista a multidisciplinaridade das questes presentes na prova do ENADE 2011, seria impossvel escrever este livro sem a participao de professores de diferentes reas da Educao Fsica. Assim, agradecemos muito a todos os professores que auxiliaram na preparao deste material.

    Andr Luiz Estrela, Luciano Castro,

    Rafael Reimann Baptista e Vera Lcia Pereira Brauner

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 9

    Na Sociologia da Educao, o currculo considerado um mecanismo por meio do qual a escola define o plano educativo para a consecuo do projeto global de educao de uma sociedade, reali-zando, assim, sua funo social. Considerando o currculo na perspectiva crtica da Educao, avalie as afirmaes a seguir.

    I. O currculo um fenmeno escolar que se desdobra em uma prtica pedaggica expressa por

    determinaes do contexto da escola.

    II. O currculo reflete uma proposta educacional que inclui o estabelecimento da relao entre o

    ensino e a pesquisa, na perspectiva do desenvolvimento profissional docente.

    III. O currculo uma realidade objetiva que inviabiliza intervenes, uma vez que o contedo

    condio lgica do ensino.

    IV. O currculo a expresso da harmonia de valores dominantes inerentes ao processo educativo.

    correto apenas o que se afirma em

    A. I.

    B. II.

    C. I e III.

    D. II e IV.

    E. III e IV.

    Resposta: alternativa (B)

    Autor: Sani Belfer Cardon

  • COMENTADO

    9

    COMENTRIO

    I. O contexto da escola importante, no entanto no podemos considerar esta como uma alternativa correta, pois os currculos devem seguir as orientaes das Diretrizes Curriculares Nacionais, de acordo com a organizadora do documento, Jaqueline Moll (BRASIL, 2013, p. 4), que observa o seguinte:

    Nesta publicao, esto reunidas as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu-cao Bsica. So estas diretrizes que estabelecem a base nacional comum, responsvel por orientar a organizao, articulao, o desenvolvimento e a avaliao das propostas pedaggicas de todas as redes de ensino brasileiras.

    II. Esta alternativa a correta, pois leva em considerao novas prticas educacionais visando ao estmulo investigao e a relao dos contedos trabalhados com a realidade. Com essa nfase se possibilita uma nova perspectiva na formao docente. Tema esse referendado tambm nas Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2013), conforme texto abaixo:

    A necessidade de definio de Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica est posta pela emergncia da atualizao das polticas educacionais que consubs-tanciem o direito de todo brasileiro formao humana e cidad e formao profissional, na vivncia e convivncia em ambiente educativo. Tm estas Diretrizes por objetivos:

    1 sistematizar os princpios e diretrizes gerais da Educao Bsica contidos na Consti-tuio, na LDB e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientaes que contribuam para assegurar a formao bsica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que do vida ao currculo e escola;

    2 estimular a reflexo crtica e propositiva que deve subsidiar a formulao, execuo e avaliao do projeto poltico-pedaggico da escola de Educao Bsica;

    3 orientar os cursos de formao inicial e continuada de profissionais docentes, tcnicos, funcionrios da Educao Bsica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que pertenam.

    III. Esta alternativa falsa, uma vez que descreve o currculo como sendo algo objetivo inviabilizan-do as intervenes, situao que no compatvel com os novos parmetros educacionais nos quais se estabelecem conexes pautadas pelas relaes entre aluno e professor, professor e aluno, aluno e aluno, conforme descreve Delors (2001, p. 89-90), os Quatro pilares da educao propostos so: Aprender a conhecer e a pensar; Aprender a fazer; Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros; Aprender a ser.

    IV. A alternativa falsa, pois na escola no podemos trabalhar com valores dominantes, pelo contrrio, segundo os Parmetros Curriculares Nacionais, os valores devem ser trabalhados da seguinte forma:

    A tenso entre o espiritual e o material: frequentemente, as sociedades, mesmo envol-vidas cotidianamente com as questes materiais, desejam alcanar valores que podem ser chamados morais/espirituais; suscitar em cada um tais valores, segundo suas tradies e convices, uma das tarefas para a educao.

    A necessidade de que a educao trabalhe a formao tica dos alunos est cada vez mais evidente. A escola deve assumir-se como um espao de vivncia e de discusso dos

  • COMENTADO

    10

    referenciais ticos, no uma instncia normativa e normatizadora, mas um local social privilegiado de construo dos significados ticos necessrios e constitutivos de toda e qualquer ao de cidadania, promovendo discusses sobre a dignidade do ser humano, igualdade de direitos, recusa categrica de formas de discriminao, importncia da soli-dariedade e observncia das leis. (BRASIL, 1998, p. 16).

    REFERNCIAS

    DELORS, Jacques. Educao: Um tesouro a descobrir. 6. ed. So Paulo: Cortez Editora, 2001.

    BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educao Bsica. Braslia: MEC, SEB, DICEI, 2013. 562p.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    11

    QUESTO 10

    O fazer docente pressupe a realizao de um conjunto de operaes didticas coordenadas entre si. So o planejamento, a direo do ensino e da aprendizagem e a avaliao, cada uma delas desdobradas em tarefas ou funes didticas, mas que convergem para a realizao do ensino propriamente dito.

    LIBNEO, J. C. Didtica. So Paulo: Cortez, 2004, p. 72.

    Considerando que, para desenvolver cada operao didtica inerente ao ato de planejar, executar e avaliar, o professor precisa dominar certos conhecimentos didticos, avalie quais afirmaes abaixo se referem a conhecimentos e domnios esperados do professor.

    I. Conhecimento dos contedos da disciplina que leciona, bem como capacidade de abord-los

    de modo contextualizado.

    II. Domnio das tcnicas de elaborao de provas objetivas, por se configurarem instrumentos

    quantitativos precisos e fidedignos.

    III. Domnio de diferentes mtodos e procedimentos de ensino e capacidade de escolh-los conforme

    a natureza dos temas a serem tratados e as caractersticas dos estudantes.

    IV. Domnio do contedo do livro didtico adotado, que deve conter todos os contedos a serem

    trabalhados durante o ano letivo.

    correto apenas o que se afirma em

    A. I e II.

    B. I e III.

    C. II e III.

    D. II e IV.

    E. III e IV.

  • COMENTADO

    12

    Resposta: alternativa (B)

    Autor: Nelson Schneider Todt

    COMENTRIO

    Para a construo desta resposta, vamos abordar quatro elementos-chave destacados na formulao da questo: ato de planejar, executar, avaliar e conhecimentos didticos.

    Na perspectiva de Gandin (1994), planejar decidir que tipo de sociedade e de ser humano so esperados e que ao educacional necessria para isso; verificar a que distncia se est dessa ao e se est havendo contribuio para que o resultado esperado seja atingido; propor uma srie orgnica de aes para diminuir essa distncia; agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das aes, bem como cada um dos docu-mentos deles derivados. Nessa mesma direo o autor ainda refere que planejar em educao implica elaborar, executar e avaliar. Executar consiste em atuar de acordo com o que foi proposto; avaliar examinar constantemente cada uma das aes das dimenses de elaborar e executar.

    J Libneo (2004), desde outro ponto de vista, define o planejamento como um processo de ra-cionalizao, organizao e coordenao da prtica docente, articulando a ao escolar e o contexto social. O autor ainda refere que o conhecimento didtico do professor se configura a partir de duas dimenses da formao profissional:

    - A primeira destas dimenses a terico-cientfica formada de conhecimentos de filosofia, socio-logia, histria da educao e pedagogia.

    - A segunda a tcnico-prtica, que representa o trabalho docente incluindo a didtica, metodologias, pesquisa e outras facetas prticas do trabalho do professor.

    REFERNCIAS

    GANDIN, Danilo. Planejamento como prtica educativa. 7. ed. So Paulo: Loyola, 1994.

    LIBNEO, Jos Carlos. C. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    13

    QUESTO 11

    Com base na projeo da populao brasileira para o perodo de 2010-2040 apresentada nos gr-ficos, avalie as seguintes asseres.

    Constata-se a necessidade de construo, em larga escala, em nvel nacional, de escolas especia-lizadas na Educao de Jovens e Adultos, ao longo dos prximos 30 anos.

    PORQUE

    Haver, nos prximos 30 anos, aumento populacional na faixa etria de 20 a 60 anos e decrscimo da populao com idade entre zero e 20 anos.

    A respeito dessas asseres, assinale a opo correta.

  • COMENTADO

    14

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa correta da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no uma justificativa da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda, uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda, uma proposio verdadeira.

    E. Tanto a primeira quanto a segunda asseres so proposies falsas.

    Resposta: alternativa (D)

    Autor: Ricardo Reuter Pereira

    COMENTRIO

    O alargamento do grfico populacional brasileiro projetado para o ano de 2040 dos indivduos com-preendidos entre 20 e 60 anos evidencia o aumento populacional nos prximos 30 anos para essa faixa etria, bem como o estreitamento do grfico nas idades entre zero e 20 anos representa o decrscimo populacional para essa faixa etria, tornando a segunda proposio verdadeira.

    A primeira proposio falsa, pois no h relao direta entre o crescimento populacional de adultos e a necessidade de construo de escolas especializadas para a Educao de Jovens e Adultos pela incerteza do nmero de alunos que necessitaro de escolas nessa idade ao longo dos prximos 30 anos.

    As polticas pblicas de democratizao, acesso e permanncia nas escolas nos ltimos anos, com base no artigo 206 da Constituio Federal Brasileira (BRASIL, 1988), so bastante significativas e buscam diminuir consideravelmente o nmero de alunos que necessitaro de escola como resultado de uma falta de escolarizao na terceira infncia e adolescncia.

    Outra importante contribuio na direo de favorecer a mobilizao das polticas de acesso e per-manncia na escola foram a escrita e aprovao do texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional em 1996 (BRASIL, 1996) e do Plano Nacional de Educao (2011-2020).

    REFERNCIAS

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, 1988.

    ______. Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. Dirio Oficial Unio: seo 1, Braslia, DF, ano 175, 20 dez. 1996.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    15

    QUESTO 12

    Na escola em que Joo professor, existe um laboratrio de informtica, que utilizado para estu-dantes trabalharem contedos em diferentes disciplinas. Considere que Joo quer utilizar o laboratrio para favorecer o processo ensino/aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos.

    Nesse caso, seu planejamento deve

    A. ter como eixo temtico uma problemtica significativa para os estudantes, considerando as pos-

    sibilidades tecnolgicas existentes no laboratrio.

    B. relacionar os contedos previamente institudos no incio do perodo letivo e os que esto no banco

    de dados disponvel nos computadores do laboratrio de informtica.

    C. definir os contedos a serem trabalhos, utilizando a relao dos temas institudos no Projeto Pe-

    daggico da escola e o banco de dados disponvel nos computadores do laboratrio.

    D. listar os contedos que devero ser ministrados durante o semestre, considerando a sequncia

    apresentada no livro didtico e os programas disponveis nos computadores do laboratrio.

    E. propor o estudo dos projetos que foram desenvolvidos pelo governo quanto ao uso de laboratrio de

    informtica, relacionando o que consta no livro didtico com as tecnologias existente no laboratrio.

    Resposta: alternativa (A)

    Autores: Carlos Berwanger e Nelson Schneider Todt

    COMENTRIO

    A resposta correta a de letra A, pois a pedagogia de projetos procura promover a articulao de saberes entre professores e alunos, rompendo a cultura inflexvel da sala de aula e transformando todo o ambiente escolar, a fim de resolver problemas que acontecem no cotidiano dos alunos e relacionados s suas experincias de vida.

    Permite que o aluno aprenda fazendo e sendo um sujeito ativo no processo de aprendizagem, construindo questes de investigao que o estimulam a contextualizar conceitos j construdos e

  • COMENTADO

    16

    descobrir outros que aparecero ao longo do processo do projeto. Nessa situao de aprendizagem, o aluno est comprometido com todas as etapas do processo desenvolvendo diferentes competncias de trabalho em grupo.

    Desse modo, o laboratrio de informtica contribui apenas com as possibilidades instrumentais e com as ferramentas operacionais que permitem o desenvolvimento da proposta da Pedagogia de Projetos.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

    FONSECA, Lcia Lima. O universo da sala de aula: uma experincia em pedagogia de projetos. Porto Alegre: Mediao, 1999.

    HERNNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organizao do currculo por projetos de trabalho o conhe-cimento um caleidoscpio. 5. ed. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1998.

    NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos projetos: uma jornada interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das mltiplas inteligncias. So Paulo: rica, 2001.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    17

    QUESTO 13

    Muitas vezes, os prprios educadores, por incrvel que parea, tambm vtimas de uma formao alienante, no sabem o porqu daquilo que do, no sabem o significado daquilo que ensinam e, quando interrogados, do respostas evasivas: pr-requisito para as sries seguintes, cai no vestibular, hoje voc no entende, mas daqui a dez anos vai entender. Muitos alunos acabam acreditando que aquilo que se aprende na escola no para entender mesmo, que s entendero quando forem adultos, ou seja, acabam se conformando com o ensino desprovido de sentido.

    VASCONCELLOS, C. S. Construo do conhecimento em sala de aula. 13. ed. So Paulo: Libertad, 2002, p. 27-8.

    Correlacionando a tirinha de Mafalda e o texto de Vasconcellos, avalie as afirmaes a seguir.

    I. O processo de conhecimento deve ser refletido e encaminhado a partir da perspectiva de uma

    prtica social.

    II. Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas escolas continua sendo uma questo nuclear

    para o processo pedaggico.

    III. O processo de conhecimento deve possibilitar compreender, usufruir e transformar a realidade.

    IV. A escola deve ensinar os contedos previstos na matriz curricular, mesmo que sejam desprovidos

    de significado e sentido para professores e alunos.

  • COMENTADO

    18

    correto apenas o que se afirma em

    A. I e III.

    B. I e IV.

    C. II e IV.

    D. I, II e III.

    E. II, III e IV.

    Resposta: alternativa (D)

    Autores: Roberto Mrio Scalon e Rodrigo Cavasini

    COMENTRIO

    I. O processo do conhecimento deve ser refletido e encaminhado a partir da perspectiva de uma prtica social. As prticas sociais, como as que ocorrem durante atividades educacionais em reas ao ar livre, quadras esportivas e salas de aula, podem ser consideradas de grande relevncia para a construo do conhecimento. Nesse sentido, Inagaki e Hatano (1983) citados por Jfili (2002), que sugerem um modelo baseado em uma sntese de Vygostky e Piaget, consideram que a construo do conhecimento seja mais expressiva quando so promovidas discusses e geradas situaes em que se deva buscar a defesa de ideias ou pontos de vista. Alm disso, as autoras afirmam que os professores devam ampliar suas participaes nas discusses, indo alm da simples organizao das condies para o trabalho que ser realizado pelos alunos.

    II. Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas escolas continua sendo uma questo nuclear para o processo pedaggico. A escolha dos conhecimentos que devem ser ensinados nas escolas de grande relevncia para o processo pedaggico, uma vez que tal escolha pode permitir o desenvol-vimento de cidados crticos e emancipados, ao mesmo tempo em que a aprendizagem s ocorre com o interesse do aluno em aprender. Nesse sentido, Vasconcellos (1994) afirma que na sala de aula que o professor tem sua prtica, seleciona contedos, passa posies polticas, ideolgicas, transmite e recebe afetos e valores. Enfim, a relao pedaggica, cerne da efetivao da formao humana, mediada pela prpria realidade, pois nela se dialoga sobre o mundo real.

    III. O processo do conhecimento deve possibilitar compreender, usufruir e transformar a realidade. De acordo com Vasconcellos (1994), a maior finalidade do conhecimento se relaciona diretamente com a formao integral do estudante, sendo que o conhecimento possui sentido quando possibilita o compreender, o usufruir ou o transformar a realidade. Ainda, afirmando que o conhecimento no pode ser transferido ou inventado pelo sujeito, mas sim construdo pelos indivduos em suas relaes com os demais seres humanos e com o mundo, dessa forma, gerando a necessidade de que o professor tenha uma percepo clara em relao aos objetivos estabelecidos junto aos seus alunos. Enfim, como afirma Vygostsky, a aprendizagem sempre inclui relaes entre pessoas e o processo de apropriao do conhecimento ocorre nas relaes reais do sujeito com o mundo.

  • COMENTADO

    19

    REFERNCIAS

    JFILI, Z. Piaget, Vygotsky, Freire e a construo do conhecimento na escola. Educao: Teorias e Prticas, v. 2, 2002.

    VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construo do conhecimento em sala de aula. So Paulo: Libertad, 1994.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    20

    QUESTO 14

    Considerando as perspectivas para a Educao Fsica como componente curricular, situando seus contedos no mbito da cultura de movimento, destaca-se a preocupao com o ensino do esporte de forma no hegemnica, visando situar as prticas esportivas alm dos elementos tcnicos e estimular uma compreenso mais plural sobre o prprio fenmeno esportivo.

    LIBNEO, J. C. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994.

    NBREGA, T. P. Corporeidade e educao fsica: do corpo objeto ao corpo-sujeito. 2. ed. Natal: EDUFRN, 2005.

    A partir dessas perspectivas, o professor de Educao Fsica Escolar, em suas intervenes peda-ggicas, deve

    I. considerar que o processo de ensino-aprendizagem necessita do trnsito entre os saberes.

    II. organizar o conhecimento pedaggico da Educao Fsica de forma a garantir efetiva aprendi-

    zagem dos contedos por parte dos alunos.

    III. observar que a lgica da progressividade no desenvolvimento do esporte, como contedo da

    Educao Fsica Escolar, ocorre de forma nica no processo ensino-aprendizagem.

    IV. utilizar o esporte como um dos contedos na Educao Fsica Escolar, por induzir a modifica-

    es na atividade externa e interna do sujeito, nas suas relaes com o ambiente fsico e social.

    V. entender que as aprendizagens decorrentes das prticas pedaggicas do esporte como contedo

    da Educao Fsica Escolar devem ser um instrumento para a ampliao da compreenso dos

    alunos em relao s prticas corporais e sua prpria cultura de movimento.

    correto apenas o que se afirma em

    A. I e II.

    B. I, III e V.

    C. II, III e IV.

    D. III, IV e V.

    E. I, II, IV e V.

  • COMENTADO

    21

    Resposta: alternativa (E)

    Autor: Rodrigo Flores Sartori

    COMENTRIO

    Com relao questo, percebe-se que o item I, no qual se considera que o processo de ensino--aprendizagem necessita do trnsito entre os saberes, uma afirmativa verdadeira e que ressalta que o Esporte no pode ser percebido como um fim ou apenas como um produto, mas como um processo complexo dentro de mltiplas variveis inter-relacionadas.

    No item II, considera-se verdadeira a afirmativa j que as necessidade de estruturar didaticamente os conhecimentos pedaggicos da Educao Fsica so apontados por Libneo (1994) afirmando que podemos identificar entre os elementos constitutivos: os contedos das matrias que devem ser assimi-lados pelos alunos de um determinado grau; a ao de ensinar, em que o professor atua como mediador entre o aluno e as matrias; a ao de aprender, em que o aluno assimila consciente e ativamente as matrias e desenvolve suas capacidades e habilidades.

    O item III observar que a lgica da progressividade no desenvolvimento do esporte, como conte-do da Educao Fsica escolar, ocorre de forma nica no processo ensino-aprendizagem no uma afirmao verdadeira. Essa afirmao no vai ao encontro das preposies apontadas por Libneo (1994) nem tampouco ao que Nobrega (2005) afirma em seu artigo. Percebe-se isso no sentido de que as aprendizagens decorrentes das prticas pedaggicas da Educao Fsica devem ampliar a com-preenso dos alunos em relao s prticas corporais e sua prpria cultura de movimento e no ficar submetidas ao papel hegemnico do esporte.

    Com relao ao item IV, a afirmativa verdadeira, visto que essa uma das questes fundamentais apontadas pelos autores no sentido de que a Educao Fsica tem como objetivo garantir uma efetiva aprendizagem de seus contedos por parte dos alunos, j que este um processo de assimilao de determinados conhecimentos e modos de ao fsica e mental. nesse sentido que o Professor deve utilizar o esporte como um dos contedos na Educao Fsica Escolar, por induzir a modificaes na atividade externa e interna do sujeito, nas suas relaes com o ambiente fsico e social.

    Finalmente, o item V tambm uma afirmativa verdadeira, visto que o Professor deve entender que as aprendizagens decorrentes das prticas pedaggicas do esporte como contedo da Educao Fsica Escolar devem ser um instrumento para a ampliao da compreenso dos alunos em relao s prticas corporais e sua prpria cultura de movimento. A Aula de Educao Fsica tem o papel de proporcionar aos alunos, a partir dos contedos como o esporte, uma aprendizagem mais ampla e plural, pois os alunos no se apropriam de um conhecimento especfico em uma nica aula, j que a aprendizagem da Educao Fsica deve ser compreendida como um processo, e a aprendizagem um processo.

    Dessa forma, a questo correta a alternativa E para a Questo 14.

    REFERNCIAS

    LIBNEO, Jos Carlos. C. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994.

    NOBREGA, Teresinha Petrucia. Qual o lugar do corpo na Educao? Notas sobre conhecimento, processos cog-nitivos e currculo. Revista Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 91, p. 599-615, mai./ago. 2005.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 15

    A nfase na aprendizagem do gesto motor, da tcnica e do rendimento, incorporada historicamente na Educao Fsica, refora os valores de competio exacerbada, performance, autossuperao e vitria a qualquer custo, aspectos predominantes na sociedade capitalista. As Polticas Educacionais brasileiras tm sinalizado para um modelo de Escola responsvel pela socializao e sistematizao da cultura.

    Diante dessa realidade, a Educao Fsica pode contribuir com esse modelo de escola orientando suas intervenes pedaggicas

    A. na perspectiva desportiva, baseada na fora, abrangncia e evidncia do fenmeno desportivo

    moderno.

    B. na perspectiva heternoma, baseada nas repercusses do exerccio fsico na sade funcional.

    C. na perspectiva psicomotora, baseada na necessidade de estabelecer padres de movimentos e

    de aquisio de habilidades motoras bsicas.

    D. na perspectiva da cultura corporal, baseada na relevncia social do contedo que permite visualizar

    o seu sentido e significado.

    E. na perspectiva do comportamento motor, baseada na aprendizagem do movimento, o que beneficia

    os aspectos inerentes ao prprio movimento.

    Resposta: alternativa (D)

    Autores: Michelle Guiramand e Rodrigo Flores Sartori

    COMENTRIO

    A resposta correta para a questo a alternativa D, pois a Educao Fsica pode contribuir para um modelo de escola responsvel pela socializao e sistematizao da cultura, desenvolvendo os seus contedos especficos numa perspectiva da cultura corporal. Essa perspectiva entende que devemos caminhar para alm das tcnicas e gestos esportivos e da reproduo de modelos predeterminados

  • COMENTADO

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    e que se constituram em prticas hegemnicas na sociedade capitalista. Prope a contextualizao dos contedos estabelecendo a crtica dos mesmos e dando oportunidades para que todos os alunos vivenciem experincias positivas durante as aulas de Educao Fsica. Historicamente, encontramos a situao oposta, em que apenas os alunos com melhores habilidades motoras participam e demonstram interesse nas prticas da cultura de movimento. Assim, segundo Dalio (1996, p. 41):

    A Educao Fsica Plural deve abarcar todas as formas da chamada cultura corporal jogos, esportes, danas, ginsticas e lutas e, ao mesmo tempo, deve abranger todos os alunos. Obviamente que seu objetivo no ser a aptido fsica dos alunos nem a busca de um melhor rendimento esportivo. Os elementos da cultura corporal sero tratados como conhecimentos a serem sistematizados e reconstrudos pelos alunos.

    Ao colocar que as Polticas Educacionais brasileiras tm sinalizado para um modelo de Escola res-ponsvel pela socializao e sistematizao da cultura, percebe-se que, na perspectiva de analisar as possibilidades formativas do esporte dentro das aulas de Educao Fsica, o que se v hoje a busca de compreender como as relaes humanas e sociais se expressam no esporte, identificando valores, atitudes, sentimentos e princpios morais dentro desse contexto.

    Em uma poca em que as barreiras e os limites nos esportes vm sendo ultrapassados, cabe questionar quais as medidas que se fazem necessrias para discutir o esporte dentro de todas as suas perspectivas. Diante dessa realidade, no condizente dizer que a Educao Fsica pode contribuir na perspectiva desportiva, baseada na fora, abrangncia e evidncia do fenmeno desportivo moderno. Tambm no se pode afirmar que a Educao Fsica deve ser baseada nas repercusses do exerccio fsico na sade funcional nem na necessidade de estabelecer padres de movimentos e de aquisio de habilidades motoras bsicas. Por fim, a Educao Fsica, dentro da perspectiva apontada no texto, no pode ser baseada em uma ideia direcionada ao comportamento motor, o que beneficiaria apenas os aspectos inerentes ao prprio movimento.

    Dessa forma, o item que corresponde s contribuies da Educao Fsica do ponto de vista pe-daggico na perspectiva da cultura corporal, baseada na relevncia social do contedo que permite visualizar o seu sentido e significado.

    REFERNCIA

    DAOLIO, Jocimar. Educao Fsica escolar: em busca da pluralidade. Revista Paulista de Educao Fsica, So Paulo, supl. 2, p. 40-42, 1996.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 16

    Avalie as seguintes asseres.Na atualidade, recomenda-se ao professor de educao fsica problematizar a hegemonia do esporte

    na escola como nico contedo da Educao Fsica, no intuito de reconfigurar essa tradio bastante cristalizada e valorizar outras manifestaes corporais. Observa-se que as dcadas de 1960 a 1980 foram decisivas nesse processo de esportivizao, pois a situao poltica mundial (Guerra Fria) propiciou as condies para o engendramento de polticas governamentais vinculadas ao sistema esportivo, ento j fortemente estruturado em escala mundial. A cultura da Educao Fsica passa a ser a cultura espor-tiva, sendo introduzido nas escolas o cultivo do esporte fortemente influenciado pelo modelo olmpico.

    PORQUE

    O esporte, no incio do sculo XX, no Brasil, passou a ser considerado um indicador de modernizao e crescimento das cidades (e das naes) e uma prtica cultural, tendo assim, presena marcante na vida nacional. Esses elementos fizeram com que fosse mais contemplado na Educao Fsica e, por-tanto, na escola. medida que o esporte foi se afirmando como grande fenmeno social, principalmente relacionado aos aspectos polticos e econmicos, ele se tornou manifestao hegemnica na prpria escola e passou a ser entendido como o contedo mais emblemtico da Educao Fsica, sendo mais valorizado em relao s outras manifestaes da cultura corporal.

    Acerca dessas asseres, assinale a opo correta.

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no justificativa da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda uma proposio verdadeira.

    E. Tanto a primeira quanto a segunda assero so proposies falsas.

    Resposta: alternativa (A)

    Autor: Lcio Andre Brandt

  • COMENTADO

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    COMENTRIO

    A primeira afirmao prope o pensar sobre o esporte de forma crtica na inteno de esclarecer que podemos valorizar outras manifestaes corporais no mbito da Educao Fsica Escolar. Kunz (1991) nos auxilia a pensar sobre o fenmeno esportivo como fruto da sociedade industrial moderna, destacando que o esporte no um fenmeno natural. Embora o esporte possa promover benefcios de ordens diversas, Betti (1999) pergunta se possvel compreendermos nosso corpo, nossa expresso, somente a partir da cultura esportiva? (p. 27). Conclui o autor que necessrio incluir outras formas atividades expressivas na aula de educao fsica.

    O esporte olmpico, considerado como impregnado de valores bons socialmente, seguindo o ideal de Coubertin, relacionando o esporte como uma atividade capaz de transformar a sociedade (RBIO, 2011), exerce sua influncia sobre o meio educacional e, portanto, sobre a escola, reforando a primeira afirmao.

    REFERNCIAS

    BETTI, Irene C. R. Esporte na escola: mas s isso, professor? Revista motriz, V. 1, N 1, 25-31, 1999.

    KUNZ, E. Educao Fsica: ensino & mudanas. Iju: Uniju, 1991.

    RUBIO, Ktia. A dinmica do esporte olmpico do sculo XIX ao XXI. Rev. bras. de educ. fs. e esporte [online]. 2011, vol. 25, n. esp., p. 86-90.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

    FERREIRA, A. C. B.; LUCENA, R. F. O esporte como pratica hegemnica na Educao Fsica: de onde vem essa histria? Disponvel em: .

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    QUESTO 17

    A Educao Fsica adaptada para pessoas com necessidades especiais no se diferencia da Edu-cao Fsica Escolar em seus contedos, mas compreende tcnicas, mtodos e formas de organizao que podem ser aplicados em atividades com indivduos com necessidade especial. um processo de atuao docente com planejamento, visando atender s necessidades dos alunos.

    PORQUE

    A Educao Fsica na escola constitui significativa oportunidade que favorece a participao de crianas e jovens em jogos e danas adequados s suas possibilidades e lhes proporciona valorizao e integrao em um mesmo mundo. As aulas de Educao Fsica, quando adaptadas a estudantes com necessidades especiais, possibilitam a vivncia e a compreenso de habilidades e a insero social de tais estudantes no grupo escolar.

    Acerca dessas asseres, assinale a opo correta.

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no justificativa da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda uma proposio verdadeira.

    E. Tanto a primeira quanto a segunda assero so proposies falsas.

    Resposta: alternativa (B)

    Autores: Fernanda Faggiani, Gabriel Merlin, Juliana Teixeira, Paula Battisti e Willian Barbosa

    COMENTRIO

    No que se refere Educao Fsica Escolar para Pessoas com Necessidades Especiais (PNEs), mostra-se cada vez mais evidente a importncia de profissionais devidamente capacitados para lidarem

  • COMENTADO

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    com alunos que apresentem tais necessidades. Nas aulas de Educao Fsica, diferente das outras disciplinas, os alunos tm uma liberdade maior de vivenciar experincias corporais e, para que isso ocorra de uma maneira correta, so necessrios profissionais que saibam envolver e desafiar os alunos nas atividades propostas (SCHMIDT, 2001). O professor de Educao Fsica deve levar o aluno a um desafio, para que ele assimile o conhecimento e busque alternativas atravs do uso do seu raciocnio cognitivo e motor (SOLER, 2005).

    A primeira assertiva aborda a atuao docente na Educao Fsica adaptada, dentro da perspectiva da Educao Inclusiva, pois, prope que, embora a disciplina no deva ter seus contedos alterados devido presena de PNEs, o profissional deve atentar-se ao planejamento dessas, respeitando a in-dividualidade de todos (MANTOAN, 2003). A aula deve ser elaborada de uma forma que as atividades atendam tanto alunos tpicos (dito normais) quanto alunos atpicos (PNEs), pois estes devem ser tratados igualmente e precisam ter condies de participar, desfrutando dos prazeres e conhecimentos, assim como os demais colegas (MANTOAN, 2003).

    fundamental entender que todas as pessoas tm diferenas entre si, e todo processo de ensino e de aprendizagem passa por adaptaes. O fato que, quando a diferena apresentada por al-gum educando requer alguma adaptao constante ou permanente na aula, o professor deve buscar essa possibilidade atravs da adequao de seus mtodos e tcnicas docentes, com a finalidade de possibilitar quele aluno alcanar o mesmo objetivo que os alunos tpicos ou chegar ao mais prximo disso procurando enaltecer as capacidades dos educandos, mas respeitando, sempre, seus limites (SOLER, 2005). Cabe, ento, ao professor adaptar a maneira de organizar e avaliar a aula, para que seja possvel a incluso de todos.

    A fim de justificar a veracidade da segunda assertiva, que expe os benefcios da Educao Fsica inclusiva para os alunos, destaca-se que a atividade fsica est entre um dos fatores que podem in-fluenciar na melhora da qualidade de vida dos indivduos com deficincia, trabalhando a relao mente e corpo (NOCE; SIMIM; MELLO, 2009). Sendo o corpo o elo entre o mundo interior e o mundo exterior, a prtica da atividade fsica pode significar um poderoso catalisador e fortalecedor da comunicao e da interao da pessoa com deficincia.

    Podemos fundamentar ainda tais benefcios a partir de uma das estratgias mais utilizadas nas aulas de educao fsica, que so as atividades cooperativas. Segundo Orlick (1978), nessas atividades, todos os alunos se ajudam para alcanar um objetivo em comum, sendo assim o principal ganho, alm da dimi-nuio da timidez e o trabalho da autoconfiana, a interao entre os colegas. Reforando esses ganhos dentro da Educao Inclusiva, conforme Mantoan (2003), outra caracterstica interessante das atividades cooperativas o envolvimento dos outros alunos (tpicos) para ajudar seus colegas com mais dificuldades (atpicos). Essa atitude permite que os tpicos tenham a oportunidade de aprender sobre a aceitao das diferenas e a tolerncia. Enquanto isso, traz o envolvimento das crianas com necessidades especiais e faz com que elas aprendam a interagir efetivamente com o meio e se sintam parte do grupo.

    Desse modo, a prtica da Educao Fsica adaptada na escola muito conveniente, visto que pode ser a porta de acesso da criana com deficincia para o mundo, sendo uma grande oportunidade para que essa criana conhea seu corpo, suas limitaes e suas capacidades e, desta forma, possa relacionar-se com o mundo externo de maneira mais efetiva e igualitria (NOCE; SIMIM; MELLO, 2009). Pode-se dizer que a escola um ambiente propcio para se iniciar o processo de incluso social, pro-cesso esse que dever continuar ao longo da vida da pessoa com deficincia (podendo estender-se vida acadmica ou ao mercado de trabalho). As relaes que a pessoa com deficincia estabelece na escola e com a escola se tornaro referncia para as relaes que ela formar posteriormente, de modo a conferir escola uma grande responsabilidade pela incluso dessas pessoas.

    Sendo assim, as duas asseres so verdadeiras, pois explicam aspectos relevantes e atuais da Educao Fsica Escolar adaptada para PNEs. No entanto, a segunda assero no justifica a primeira,

  • COMENTADO

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    pois essas trazem informaes complementares sobre o mesmo assunto. A primeira assero trata da Educao Fsica Escolar adaptada, no sentido do planejamento da aula, considerando os conhecimentos do educador, objetivos da proposta de aula e metodologias utilizadas. A segunda, por sua vez, aborda o significado da Educao Fsica Escolar para os alunos com deficincia, tendo em vista a incluso e o bem-estar social, a convivncia entre pessoas tpicas e atpicas e alguns dos benefcios que esta proposta pode oferecer. Fica claro que as duas assertivas se complementam, medida que a primeira explana como deve ser a aula de Educao Fsica adaptada nos seus aspectos prticos, e a segunda mostra que a Educao Fsica pode agregar muitos valores alm do conhecimento do prprio corpo pessoa com deficincia.

    REFERNCIAS

    MANTOAN, M. T. E. Incluso Escolar: o que ? Por qu? Como Fazer? So Paulo: Moderna, 2003.

    NOCE, F.; SIMIM, M. A. M.; MELLO, M. T. A percepo de qualidade de vida de pessoas portadoras de deficincia

    fsica pode ser influenciada pela prtica de atividade fsica? Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 15, n 3, p. 174-178, mai./jun. 2009.

    ORLICK, T. Winning through cooperation: Competitive insanity, cooperative alternatives. Washington, DC: Acro-polis Press, 1978.

    SCHMIDT, W. Aprendizagem e Performance Motora: uma abordagem da aprendizagem baseada no problema. Porto Alegre: Artmed, 2001.

    SOLER, Reinaldo. Educao fsica inclusiva na escola: em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 18

    A frequncia de comportamentos sedentrios na populao brasileira tem aumentado rapidamente nas ltimas dcadas, independentemente da faixa etria. Dada a relao entre comportamento seden-trio e aumento de doenas crnicas degenerativas, o incentivo prtica de atividade fsica passa a ser uma ao permanente, entre outras, para preveno de doenas e de agravos sade.

    Nesse contexto, avalie as asseres a seguir.

    As aulas de Educao Fsica podem seguir um modelo que garanta a participao de todos os alunos, em aes reflexivas que possibilitem a experincia diversificada de prticas motoras, pois a escola um local estratgico para intervenes em sade, sendo possvel atingir grande parcela de crianas, adolescentes e jovens.

    PORQUE

    Alm do desenvolvimento de habilidades motoras, as aulas de Educao Fsica promovem a so-ciabilizao e incentivam a adeso prtica de atividade fsica prazerosa que possa ser mantida em todas as fases da vida.

    Acerca dessas asseres, assinale a opo correta.

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa correta da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no uma justificativa correta

    da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda uma proposio verdadeira.

    E. As duas asseres so proposies falsas.

    Resposta: alternativa (A)

    Autor: Fabio Rodrigo Su

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    COMENTRIO

    As duas assertivas se constituem como corretas. A primeira est em consonncia com os Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 24) que nos informam que

    A educao fsica escolar pode sistematizar situaes de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a conhecimentos prticos e conceituais. [...] tarefa da educao fsica escolar, garantir o acesso dos alunos as prticas da cultura corporal, contribuir para a construo de um estilo pessoal de exerc-las e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreci-las criticamente.

    Ainda, na sequncia, os Parmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 24) citam que

    a rea de Educao Fsica hoje contempla mltiplos conhecimentos produzidos e usu-frudos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento. Entre eles, se consideram fundamentais as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expresso de sentimentos, afetos e emoes, e com possibilidades de promoo, recuperao e manuteno da sade.

    Na pgina 25 do mesmo documento, ressaltada a importncia das vivncias de situaes de sociali-zao nas atividades ldicas, pois so essenciais para a sade e contribuem para o bem-estar coletivo.

    A segunda assertiva, alm de reforar o desenvolvimento das habilidades motoras, destacado pela primeira assertiva, que segundo os PCNs (BRASIL, 1998) devem ser desenvolvidas durante toda a es-colaridade, orienta que tambm podem ser observadas em outras prticas, como jogos, lutas, esportes e danas justificando a primeira.

    REFERNCIA

    BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: Educao Fsica/Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF, 1998. 114 p.

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    QUESTO 19

    A professora de educao fsica Ktia percebeu que, em uma de suas turmas, uma aluna de 16 anos passou a apresentar perda de quantidade significativa do peso corporal e, ao mesmo tempo, demonstrava necessidade compulsiva de realizar, de forma contnua e vigorosa, as atividades fsicas propostas na aula. Ao trmino da ltima aula, essa aluna, interessada em realizar atividades fsicas extras, procurou a professora. Aproveitando o momento de dilogo, a professora demonstrou preocu-pao com a grande perda de peso da aluna nas ltimas semanas. A adolescente, ento, confessou que, por estar se achando muito gorda, havia iniciado, por conta prpria, uma dieta vigorosa, e to-mava anfetamnicos sem o conhecimento da sua me, para emagrecer mais rpido. Ela disse que at passava alguns dias ingerindo apenas lquidos. A professora notou que a pele da aluna estava seca, e suas unhas, quebradias.

    Aps orient-la a buscar auxlio de profissionais da rea de sade, tais como nutricionistas e psiclo-gos, a professora se despediu da aluna. Refletindo sobre a situao e valendo-se de seus conhecimentos cientficos, a professora levantou a hiptese de que a aluna poderia estar aproximando de um quadro de anorexia restritiva, em que a perda de peso conseguida por meio de dietas, jejuns e exerccios fsicos excessivos. A professora avaliou o fato como uma alterao comportamental e comunicou-o coordenao da escola e aos familiares da aluna. Em uma reunio, ela se prontificou a colaborar e ficou acordado que, entre as medidas a serem adotadas, inclua-se a de professora Ktia ministrar uma palestra sobre o assunto para toda a turma.

    Abordando a situao a partir de uma dimenso pedaggica e tica, sem expor a aluna, seria correto a professora Ktia problematizar para a turma que

    I. os transtornos alimentares podem causar complicaes clnicas que provocam alteraes nos

    sistemas gastrointestinal (por exemplo, constipao), cardiovascular (por exemplo, arritmias),

    hematolgico (por exemplo, anemia), reprodutivo (por exemplo, amenorreia) e metablico (por

    exemplo, desidratao).

    II. o modelo cultural predominante na nossa sociedade supervaloriza os corpos delgados, o que

    tem acarretado aumento da incidncia de transtornos alimentares entre adolescentes, principal-

    mente do sexo feminino. O culto magreza associa esse padro esttico ideia de liberdade,

    sucesso e aceitao social.

    III. os meios de comunicao tm reforado o padro corporal magro, com o principal objetivo de

    auxiliar as campanhas de sade cujo foco combater a incidncia de sobrepeso na populao,

    o qual, por sua vez, pode associar-se a vrios outros fatores de risco.

  • COMENTADO

    32

    IV. a massa corporal abaixo da estabelecida como normal pode ser mantida por pessoas em fase

    de crescimento, principalmente adolescentes, de forma a se conter o aumento acelerado do

    nmero de obesos no Brasil; deve-se, porm, evitar estados de desnutrio.

    correto apenas o que se afirma em

    A. I e II.

    B. II e III.

    C. III e IV.

    D. I, II e IV.

    E. I, III e IV.

    Resposta: alternativa (A)

    Autora: Vera Lucia Pereira Brauner

    COMENTRIO

    As prticas sociais na atualidade convidam a agir sobre o corpo em funo de uma supervalorizao da imagem. No de hoje que a produo de um determinado padro corporal faz parte dos desejos humanos. Desde a antiguidade greco-romana at a contemporaneidade, possvel identificar a questo da tentativa de governar o corpo, ou seja, controlar o corpo e dele fazer o que se quer. Algo prximo ao ter um corpo que meu em oposio ao ser um corpo e este corpo sou eu. O problema est na no aceitao do corpo que se . A busca pelo ser atravs de um corpo belo, musculoso, sarado ou magro vem pautando cada vez mais as preocupaes das pessoas.

    A partir da exploso publicitria aps a segunda guerra, a difuso de hbitos relativos aos cuidados com o corpo e com a beleza se prolifera atravs da venda de produtos que podem levar ao corpo ideal. O comrcio passa, assim, a ditar o consumo de produtos capazes de trazer existncia indivi-dual o sentido da vida, ou seja, ter um corpo belo. Isso levou cada vez mais a que jovens e no to jovens focassem sua ateno ao corpo, outorgando aos sujeitos na relao com seu corpo o desejo de govern-lo, autorizando, assim, as possibilidades de uma esttica da existncia. Para muitos jovens, o ideal esttico que valoriza a exuberncia muscular revela-se, ento, como objetivo prioritrio em suas vidas. Nesse sentido, Chaves (2009) acrescenta que, nas propagandas de televiso, h um ocultamento das imagens que fogem ao padro dos corpos jovens, belos e magros.

    Baudrillard (1995), em seu famoso livro A sociedade do consumo, j introduzia naquela poca o que estamos tratando: para ter um corpo magro e esteticamente alinhado aos padres impostos, neces-srio agregar um conjunto de prticas de sacrifcio, como, por exemplo, regimes rigorosos, cirurgias estticas, sesses de atividades fsicas de intensidade alta e a privao de tudo o que possa representar um escape boa forma.

    Isso posto, esto corretos os itens I e II, considerando que, nas duas outras opes (itens III e IV), o padro corporal magro no pode ser usado nas campanhas de promoo da sade, ponderando que a sade implica um estilo de vida para alm da magreza; e tambm no correto afirmar que a massa corporal abaixo da estabelecida como normal pode ser mantida por pessoas em fase de crescimento,

  • COMENTADO

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    sendo essa afirmao totalmente equivocada. Os itens I e II remetem funo do professor como educador na escola, que vai orientar sobre qualidade de vida, alimentao, atividade fsica saudvel e demais informaes que deem conta do conhecimento sobre o corpo no espao da escola.

    REFERNCIAS

    BAUDRILLARD, Jean. A sociedade do consumo. Rio de Janeiro: Elfos, 1995.

    CHAVES, Simone Freitas. No labirinto dos espelhos. O corpo e os esteroides anabolizantes. Rio de Janeiro: Nitpress, 2009.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

    SANTANNA, Denise Bernuzzi (Org.). Polticas do Corpo. So Paulo: Estao Liberdade, 2005.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 20

    No fim do curso de licenciatura em Educao Fsica, Pedro prestou concurso pblico para Educao Fsica Escolar. Durante a formao universitria, seus professores debatiam as diversas abordagens da Educao Fsica Escolar e suas relaes com Filosofia, Histria e Sociologia. Esses conhecimentos estavam previstos no concurso pblico, o que facilitou o ingresso de Pedro no magistrio. O professor Pedro se deparou, ento, com o seguinte problema: como planejar suas aulas? Para isso, ele deveria conhecer o contexto da escola onde atuaria e as caractersticas dos alunos, bem como deveria organizar e sistematizar os contedos de Educao Fsica de forma coerente com os objetivos ticos e filosficos que permeariam sua prtica docente. Enfim, era necessrio superar a dicotomia entre teorias educa-cionais e organizao didtica de sua prtica docente. Para elaborar o planejamento das atividades pedaggicas, o professor Pedro deveria considerar a relao entre teoria e prtica

    A. valorizando o conhecimento terico/cientfico, em detrimento da contextualizao local, pois esse

    saber que explica a realidadAssim, a prtica seria uma aplicao da teoria.

    B. compreendendo o papel do conhecimento terico/cientfico da Educao Fsica Escolar, qual seja,

    o de contemplar a descrio das metodologias de ensino, as quais caberia ao professor aplicar.

    C. desconsiderando o conhecimento terico/cientfico, pois a experincia prtica mais eficaz, j

    que est mais prxima da realidade, o que faz com que a teoria no sustente didaticamente a

    interveno do professor.

    D. tendo como referncia sua prpria histria de vida, ou seja, sua experincia prtica, de tal forma

    que se apresentasse como exemplo para as crianas, fornecendo-lhes uma base tica da qual

    deveriam apropriar-se.

    E. reconstruindo sua prtica com referncia no conhecimento terico/cientfico, o que faria com

    que refletisse sobre sua didtica, tendo como base as teorias educacionais e as experincias no

    contexto local.

    Resposta: alternativa (E)

    Autores: Carlos Berwanger e Ricardo Reuter Pereira

  • COMENTADO

    35

    COMENTRIO

    A questo possibilita um olhar para o planejamento das atividades a serem realizadas a partir da relao entre conhecimento terico/cientfico e a realidade do local de realizao das aulas. Freire (1996, p. 52) destaca, entre outros saberes necessrios prtica educativa, que saber ensinar no transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua prpria produo ou construo. Ao transferir conhecimentos produzidos cientificamente, mas sem significado para os alunos, o conhecimento no passvel de apropriao. O ato pedaggico que promove a apreenso do conhecimento tcnico cientfico produzido historicamente prescinde de dilogo com o conhecimento presente na realidade do aluno.

    Sendo assim, a opo que representa essa aproximao entre teoria e prtica, na presena e res-peito da curiosidade do aluno como alavanca do processo de aprendizagem, que deve ser levada em considerao no ato de planejar, a alternativa E.

    REFERNCIA

    FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. So Paulo: Paz e Terra, 1996.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 21

    No contexto escolar, a indisciplina nas aulas de Educao Fsica destaca-se como uma das limi-taes para a atuao do professor. A indisciplina pode ser identificada no desrespeito s regras e s diferenas individuais, bem como nos comentrios preconceituosos, que criam um ambiente de prticas excludentes, que se tornam cotidianas. Nas aulas de Educao Fsica, os estudantes menos experientes em atividades motoras, por exemplo, so excludos em muitas oportunidades. O fato de ser excludo da atividade pode gerar indisciplina, cujas motivaes vo desde fatores histricos e culturais, histria de vida dos estudantes e do professor at a resistncia ao saber escolarizado.

    Nesse contexto, avalie as seguintes asseres.

    Na escola, a indisciplina pode ser combatida pelo debate sobre a tica, que se caracteriza por uma reflexo autnoma sobre os valores da sociedade. Assim, democraticamente, os professores devem contribuir para a participao dos estudantes na elaborao e no debate de normas condizentes com o ambiente educacional.

    PORQUE

    A indisciplina tem como causa a atuao do professor. Assim, se o professor, em cada aula, se inteirasse das aspiraes, dos anseios e dos desejos dos estudantes, ele auxiliaria o grupo a resolver problemas e a promover um ambiente de incluso, respeito e tranquilidade na aula de Educao Fsica.

    Acerca dessas asseres, assinale a alternativa correta.

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no justificativa da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda uma proposio verdadeira.

    E. Tanto a primeira quanto a segunda assero so proposies falsas.

    Resposta: alternativa (C)

    Autores: Nelson Schneider Todt e Snia Beatriz da Silva Gomes

  • COMENTADO

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    COMENTRIO

    A primeira assero verdadeira.Segundo Pereira (2008, p. 28-29): A tica construda histrica e socialmente a partir das relaes

    coletivas dos seres humanos, algo conquistado, adquirido como relata Vzquez (2003). A escola dispe de um ambiente favorvel para a construo deste processo tico.

    Para Toro (s/d citado por Werri; Ruiz, 2001, s/n):

    A educao deve nos libertar das convenes, do autoritarismo das ideias que pa-dronizam, da obedincia cega e do comodismo. Deve estimular a ao do sujeito para a construo de conhecimentos, propiciar a criticidade e a reflexo. A educao deve lutar contra os entraves psicolgicos, libertar o homem de sua misria afetiva, de sua pobreza criativa e de sua incapacidade desfrutar o prazer de viver

    A segunda assero falsa. Analisar a causa da indisciplina, transferindo a responsabilidade ao profes-sor reduzir a compreenso da complexidade que encerra a ao pedaggica de ensino-aprendizagem.

    Para Libneo (1994 citado por SANTOS; SANTOS, s/d, s/n), os mtodos de ensino consistem na mediao escolar tendo em vista ativar as foras mentais dos alunos para a assimilao da matria. O mtodo de elaborao conjunta, tambm abordado por Libneo, destaca-se pela interao entre alunos e professores, e o desenvolvimento do conhecimento seria resultado dessa parceria. O que justifica que a ao pedaggica necessita da interao entre seus atores para ser efetiva.

    REFERNCIAS

    PEREIRA, E. A.; SILVA, E. L. Educao, tica e Cidadania: a contribuio da atual instituio escolar. Disponvel em: . Acesso em: 25 abr. 2014.

    SANTOS, P. R. S.; SANTOS, S. R. S. O Professor e sua Prtica do Planejamento s estratgias Pedaggicas.

    http://www.ceped.ueg.br/anais/IIedipe/pdfs/o_professor_e_sua_pratica.pdf

    WERRI, A. P. S; RUIZ, A. R. Autonomia como objetivo na Educao, Maring, ano I, n. 02, jul. 2001. Disponvel em: . Acesso em: 25 abr. 2014.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 22

    Os contedos da Educao Fsica envolvem jogos, esportes, ginsticas, lutas, atividades rtmicas, expressivas e conhecimentos sobre o corpo. Esses blocos de contedos possuem dimenses procedi-mentais, conceituais e atitudinais. No caso especfico da Educao Fsica, os contedos se relacionam com o saber fazer, o saber sobre o saber fazer, e o ser.

    Diante dessas premissas, o planejamento de ensino de Educao Fsica deve ter sua organizao pautada em aulas que sejam

    A. prticas, pois elas servem de base para a formao dos futuros atletas, o que torna a Educao

    Fsica um meio eficaz para a democratizao do esporte.

    B. tericas, no incio, pois elas sero referncia conceitual em aulas posteriores, caracterizadas pela

    prtica a partir das diversas dimenses dos contedos.

    C. prticas, tericas, terico-prticas, pois elas ressaltam as relaes entre as diversas dimenses dos

    contedos conceituais, procedimentais e atitudinais, o que diversifica as estratgias empregadas.

    D. tericas, pois elas valorizam a dimenso cientfica da rea, o que aproxima a Educao Fsica das

    outras disciplinas e de modelos de escolarizao e contribui para a superao do preconceito em

    relao ao saber corporal.

    E. prticas, pois elas ressaltam a especificidade dos contedos de Educao Fsica em sua dimenso

    procedimental, o que garante uma aprendizagem motora adequada.

    Resposta: alternativa (C)

    Autores: Nelson Schneider Todt e Vera Lucia Pereira Brauner

    COMENTRIO

    As aulas de educao fsica na escola, tradicional e historicamente tm se caracterizado por se desenvolverem a partir de atividades eminentemente prticas. O esporte ainda nos dias de hoje a prtica corporal por excelncia e se desenvolve eminentemente atravs de atividades atinentes ao saber

  • COMENTADO

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    fazer, o que revela um descompromisso do professor quanto ao seu trabalho pedaggico relativamente a uma formao que colabore com a construo de um aluno cidado.

    Os alunos que gostam da prtica a fazem por prazer, mas no por acreditarem que algo a mais poder ser acrescentado sua educao corporal e humana. Por outro lado, h os alunos que no gostam das aulas de educao fsica, exatamente pelo desprazer que sentem no movimento corporal. Assim, possvel questionar o modelo tradicional de aulas e vislumbrar outras possibilidades que sejam mais inclusivas, que sejam mais interessantes para todos e que permitam agregar uma formao mais significativa para os alunos.

    A educao fsica na escola deve ter como objetivo trabalhar a tematizao da cultura corporal, que trata de um universo em que o movimento, os atos motores, o conhecimento sobre o prprio corpo e o corpo do outro so indispensveis, no somente na sua relao com o mundo, mas tambm na com-preenso das relaes interpessoais, do respeito diversidade, nas aprendizagens de normas sociais, no conhecimento dos conceitos inerentes cultura corporal etc.

    A partir dos Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), foram introduzidos alguns conte-dos como os referidos nesta questo. Esses contedos devem ser tratados nos planos de ensino da educao fsica e abordados a partir de diferentes metodologias nas aulas.

    As dimenses procedimentais, conceituais e atitudinais, relacionadas com o saber fazer, e especial-mente o saber sobre o saber fazer e o ser, passaram a constituir-se como referncia nos planejamentos das aulas de educao fsica. As metodologias para o desenvolvimento dos contedos se diversificam de forma a dar conta de uma formao mais completa. Nesse sentido, no correto afirmar que as aulas devem ser somente prticas, e tambm por no ser propsito da Educao Fsica Escolar, a formao de atletas. Tampouco as aulas devem ser ministradas de forma terica somente, pela especificidade da rea que deve trabalhar o movimento corporal. Assim, a resposta correta, coloca a educao fsica como uma disciplina que deve ser organizada a partir de aulas que contemplem atividades prticas, tericas, terico-prticas, pois, conforme a alternativa C, elas ressaltam as relaes entre as diversas dimenses dos contedos conceituais, procedimentais e atitudinais, o que diversifica as estratgias empregadas. Essa estratgia metodolgica contempla mais facilmente a todos os alunos, alm de constituir-se em uma disciplina com amplas possibilidades de uma formao mais completa.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais. Educao Fsica. Braslia: MEC/SEF, 1998. 114 p.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

    DARIDO, Suraya Cristina. Para ensinar educao fsica: possibilidades de interveno na escola. Campinas: Papirus, 2008. 349 p.

    NEIRA, Marcos Garcia. Educao Fsica: desenvolvendo competncias. So Paulo: Phorte, 2009. 260 p.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 23

    Uma experincia pedaggica de criao significativa para os alunos nas aulas em que trabalha-do o contedo de dana na educao fsica escolar pode aliar texto e improvisao de movimentos. Os estudantes trazem contos, poemas, letras de msica e os desenvolvem em oficinas. Por exemplo, pode-se pedir que eles redijam sobre algum de sua famlia ou algo prximo a eles. Dessa forma, sub-jetividade e memrias podem aflorar, uma vez que esse tipo de trabalho estimula os educandos a fazer pontes entre essas histrias e textos pessoais com seu trabalho corporal. Durante o tempo em que esto sozinhos para improvisar, envolvidos cinestesicamente, os alunos criam frases, gestos, sequn-cias de movimento ou sentimentos e sensaes que os textos revelam, que as imagens proporcionam, estabelecendo dilogos.

    LARA, L. M.; VIEIRA, A. P. Em foco... O corpo que dana: experincias docentes e intersubjetividades desafiadas. In: LARA, L. M. (Org.) Abordagens Socioculturais em Educao Fsica. Maring: EDUEM, 2010, p. 141-86 (com adaptaes).

    No texto apresentado, o ensino est centrado em

    I. abordar uma dimenso pedaggica e tcnico-instrumental da dana como contedo da cultura

    corporal.

    II. apresentar propostas para o desenvolvimento da dana como expresso do movimento humano

    no processo ensino-aprendizagem da educao fsica.

    III. sugerir atividades que vo assegurar a incluso de danas contemporneas de forma sistemtica

    e no apenas eventual nas festas e comemoraes da escola.

    IV. propor um trabalho que envolve pesquisa e cultivo do dilogo entre a produo cultural da co-

    munidade e da escola.

    correto apenas o que se afirma em

    A. I e II.

    B. I e III.

    C. II e IV.

    D. I, II e IV.

    E. II, III e IV.

  • COMENTADO

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    Resposta: alternativa (D)

    Autor: Luis Felipe Silveira e Michelle Guiramand

    COMENTRIO

    O texto apresentado refere-se proposta de dana no contexto escolar, tambm conhecida como dana criativa. Segundo Marques (2007), os termos dana criativa e dana educativa so aceitos como modalidades similares de educao para crianas no contexto escolar utilizando a linguagem da dana. Ainda, segundo a autora, outros termos so relacionados com essa proposta no Brasil, tais como: expresso corporal, dana expressiva, Laban ou at mesmo Mtodo Laban.

    Segundo Ferreira (2009, p. 15), na dana escolar devem ser valorizadas as possibilidades expres-sivas de cada aluno, permitir a expresso espontnea e favorecer o surgimento dela abandonando a formao tcnica formal1, que pode vir a esvaziar o aspecto verdadeiramente educacional da dana.

    A proposta de ensino de dana na escola, seja de dana criativa ou no, no est baseada na utilizao de uma tcnica formal, ou seja, no possui um repertrio de movimentos prprio ou um estilo especfico de dana.

    L-se na afirmativa de nmero III: sugerir atividades que vo assegurar a incluso de danas contemporneas de forma sistemtica e no apenas eventual nas festas e comemoraes da escola. Porm, assegurar que um estilo especfico de dana seja includo de forma sistemtica na escola vai contra as propostas e prerrogativas da dana na escola, pois desconsidera a diversidade cultural que diferentes estilos de dana podem abranger. A afirmativa, portanto, est errada.

    As afirmativas I, II e IV, por outro lado, corroboram com os princpios da dana na escola e tm uma forte relao com o texto apresentado na introduo da questo. L-se na afirmativa I: abordar uma dimenso pedaggica e tcnico-instrumental da dana como contedo da cultura corporal. Uma das propostas utilizadas pela dana criativa a improvisao tendo como base um tema (FERREIRA, 2009). A improvisao uma proposta que mobiliza o aluno a buscar movimentos inseridos na sua cultura corporal. A utilizao de um tema, por seu turno, inspira os alunos a buscarem movimentos relaciona-dos ao seu cotidiano e tambm auxilia a contextualizao desses movimentos, dando sentido prtica corporal. Buscar prticas prximas cultura corporal dos alunos facilita o processo pedaggico, pois, segundo Neira (2008, p. 210): cultura corporal so atribudas as diferentes manifestaes do esporte, do jogo, da ginstica, da dana e da luta, cada uma destas manifestaes ter uma identidade cultural, sentido e significado diferentes na cultura na qual ocorrem.

    A afirmativa II apresentar propostas para o desenvolvimento da dana como expresso do movimento humano no processo ensino-aprendizagem da educao fsica verdadeira, pois a prtica descrita no trecho de introduo da questo sugere uma improvisao inspirada em um texto escolhido pelo aluno, o que a torna significante para ele. O movimento improvisado (cujo repertrio motor utilizar mo-vimentos j presentes no cotidiano do aluno, ou seja, a dana como expresso do movimento humano) expressar sentimentos e sensaes, e a dana ter um significado, carregando consigo a identidade cultural do aluno.

    A afirmativa IV propor um trabalho que envolve pesquisa e cultivo do dilogo entre a produo cultural da comunidade e da escola tambm verdadeira. A atividade proposta pelo professor se ini-cia com a pesquisa ou a busca de textos pelos alunos, alm disso, o professor sugere que os alunos

    1 A autora refere-se formao tcnica formal como sendo o estudo da dana centrado no que o professor ensina. Cito como exemplo o ensino do bal, no qual o aprendizado dessa dana depende do desenvolvimento de movimentos especficos como o pli, tandu, arabesque etc

  • COMENTADO

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    redijam sobre algum parente ou algo prximo a eles. A pesquisa e o trabalho com os textos faz surgir elementos da produo cultural da comunidade, e o trabalho de improvisao inspirado por esses tex-tos cultiva o dilogo entre o que se faz na escola e o que se faz na comunidade, proporcionando uma prtica contextualizada na cultura do aluno.

    REFERNCIAS

    FERREIRA, V. Dana escolar: um novo ritmo para a educao fsica. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2009.

    MARQUES, I. A. Danando na escola. 4. ed. So Paulo: Cortez, 2007.

    NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Pedagogia da cultura corporal: crticas e alternativas. 2. ed. So Paulo: Phorte, 2008.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 24

    A Lei n 9.394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), incorporou Educao as novas Tecnologias da Informao, o que resultou em uma nova tarefa pedaggica do professor: contribuir para a formao do receptor crtico, inteligente e sensvel frente ao grande poder de influncia crescente que a mdia exerce sobre a cultura corporal. Partindo dessa premissa, um pro-fissional recm-formado, tendo sido designado para atuar em uma escola, verificou que os alunos no gostavam da aula de Educao Fsica tradicional e decidiu alterar esse cenrio utilizando da tecnologia da informao. Com base no texto acima, avalie as prticas pedaggicas que podem ser realizadas pelo professor que utilize a tecnologia de informao na Educao Fsica Escolar.

    I. Utilizao de vdeos esportivos, excelentes instrumentos para envolver os alunos quando o

    professor est em reunio ou outra atividade na escola.

    II. Utilizao das mdias sociais e redes eletrnicas, para envio de informaes relacionadas ao

    contedo ministrado em sala de aula, o que pode ampliar as discusses na articulao do saber.

    III. Utilizao de vdeos como tcnica de motivao para a aprendizagem da disciplina.

    IV. Utilizao de filmagem das aulas, para que o professor possa discutir com os alunos os erros e

    corrigi-los, sem contextualizao com a proposta pedaggica.

    V. Utilizao de vdeos esportivos, de forma a estimular e produzir ambientes educativos mais

    dinmicos, interativos e desafiadores.

    Est correto apenas o que se afirma em

    A. I, II e IV.

    B. I, III e IV.

    C. I, III e V.

    D. II, III e V.

    Resposta: alternativa (D)

    Autor: Lcio Andre Brandt

  • COMENTADO

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    COMENTRIO

    Afirmativa I incorreta por no utilizar a tecnologia da informao na educao fsica escolar para a formao do receptor crtico, inteligente e sensvel, tendo em vista que o professor vai utilizar esse recurso para entreter os alunos enquanto realiza outras atividades. importante ressaltar tambm que as tecnologias de informao no substituem o papel do professor. Este no pode esquecer o seu papel de mediador e problematizador.

    Afirmativa IV incorreta, pois no se preocupa com um dos aspectos essenciais da ao pedaggica que est associada contextualizao. Ao discutir os erros e corrigi-los, o professor deixa de exercer uma funo primordial que contextualizar o movimento dos seus alunos, discutindo no apenas o gesto motor ou a tcnica, mas tambm o contexto social das aes motoras e diferenciando os movimentos iniciais dos seus alunos dos gestos elitizados do atleta profissional.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 26

    Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educao Fsica, considera-se que as atividades fsi-cas, recreativas e esportivas compem o direito de os indivduos conhecerem, de terem acesso s manifestaes e expresses culturais que constituem a tradio da Educao Fsica, tematizadas nas diferentes formas e modalidades de exerccios fsicos, ginstica, jogo, esporte, luta/arte marcial e dana. Dessa maneira, o professor pode utilizar o esporte aliado a manifestaes e expresses culturais do movimento humano, alm de atender a outros objetivos decorrentes da prtica de atividades fsicas, recreativas e esportivas.

    Com base no texto acima, avalie as afirmativas a seguir.

    I. O professor deve, durante as prticas esportivas de competio na escola, orientar os alunos e

    torcedores a se manifestarem de forma respeitosa e solidria.

    II. Para o desenvolvimento de manifestaes e expresses culturais em uma aula de voleibol na

    escola, o professor deve dividir o grupo em pequenas rodas, distribuir o material esportivo e deixar

    os alunos sozinhos, para que eles mantenham a interao e desenvolvam a aprendizagem da

    cultura corporal sem interveno pedaggica.

    III. Nos dias chuvosos, quando no se podem utilizar as quadras, os jogos de tabuleiro tornam-se

    opes para atividades pedaggicas, durante as quais o professor pode utilizar brincadeiras para

    orientao e compreenso das regras da sociedade e para a promoo da atividade infantil, do

    pensamento e da liberdade.

    IV. Por meio do esporte na escola, o professor pode intervir pedagogicamente junto aos alunos, para

    que a competitividade nunca ultrapasse os direitos essenciais de cada ser humano, a liberdade

    individual e a integridade fsica.

    V. O professor deve promover atividades fsicas, recreativas e esportivas, para estimular a impor-

    tncia da competitividade e da necessidade de ganhar nos jogos, pois esses interesses so

    fundamentais na ascenso profissional dos alunos.

    correto apenas o que se afirma em

    A. I e III.

    B. I, III e IV.

  • COMENTADO

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    C. II, III e V.

    D. II, IV e V.

    E. I, II, IV e V.

    Resposta: alternativa (B)

    Autora: Snia Beatriz da Silva Gomes

    COMENTRIO

    A afirmativa I est correta. A orientao de manifestaes respeitosas durante as prticas esportivas por parte do professor, dirigidas tanto torcida quanto aos participantes, faz parte do direito de cidadania previsto na Constituio Brasileira, no art. 5, Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, e no inciso X, so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao. Nesse caso o professor educa os cidados para o cumprimento da Constituio, no que tange a preservar a imagem das pessoas, evitando as manifestaes inadequadas.

    A afirmativa II est incorreta. Toda ao pedaggica deve ser intencional, a diviso em grupos e a escolha do material por si s j constituem uma ao pedaggica, didaticamente descrita por Libneo (2013) como Mtodo de Trabalho em grupo, que prev a permanncia do professor em sala para dar suporte ao processo sem fazer outras intervenes pedaggicas.

    A afirmativa III est correta. Os jogos de tabuleiro tm as mesmas caractersticas e objetivos que os jogos desenvolvidos em quadra, diferindo apenas na forma como so desenvolvidos, no que diz respeito aos domnios do comportamento humano cognitivo, motor e socioafetivo. Nas quadras, a nfase dada mais aos aspectos motores; nos jogos de tabuleiro, aos aspectos cognitivos e socioafetivos. As-sim, tornam-se uma excelente alternativa para os dias em que a prtica est impedida de ocorrer em espaos abertos em funo da chuva.

    A afirmativa IV est correta. O esporte, atravs de suas regras, uma das ferramentas que permite o desenvolvimento dos quatro pilares da Educao referidos pela UNESCO: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver; e aprender a ser. Destaca-se o aprender a conviver como pilar fundamental para o desenvolvimento do respeito mtuo que garante o estmulo ao desenvolvimento da cooperao.

    A afirmativa V est incorreta. Aprender a ganhar nas competies no garante a ascenso profis-sional em qualquer rea que seja. Na sociedade contempornea espera-se que os cidados tenham outras habilidades e competncias para alcanar o sucesso profissional, dentre elas, a de conviver e ser, pressupostos da educao para o sculo XXI indicados pela UNESCO, que so desenvolvidas em alguma medida pela prtica dos jogos cooperativos.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 26 jun. 2014.

  • COMENTADO

    47

    LIBNEO, J. C. Didtica. 2. ed. So Paulo: Cortez Editora, 2013.

    DELORS, J. Educao um tesouro a descobrir. Relatrio para UNESCO da Comisso Internacional sobre Educa-o para o sculo XXI. Disponvel em: . Acesso

    em: 26 jun. 2014.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

    BROTTO, Fabio Otuzi. Jogos Cooperativos: se o importante competir, o fundamental cooperar. Santos: Projeto Cooperao, 2003.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

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    QUESTO 27

    Carlos, professor de educao fsica em uma escola na periferia de uma grande cidade, observou aumento substancial de massa muscular entre os seus alunos e desconfiou que eles estivessem uti-lizando anabolizantes. Mesmo aps algumas conversas individuais, percebe que no estava obtendo resultados significativos, provavelmente porque muitos desses jovens sentiam-se refns da opinio de uma sociedade de consumo em que crescente a importncia atribuda aparncia corporal.

    Diante desse cenrio, o professor, em suas aulas, poderia adotar a seguinte estratgia:

    A. convidar os pais dos alunos para assistirem s aulas e serem informados de que os filhos esto

    utilizando anabolizantes.

    B. proibir, com o consentimento da direo da escola, a utilizao dos anabolizantes e realizar, dia-

    riamente, revistas nas bolsas e mochilas dos alunos.

    C. evitar comentar o assunto nas aulas de educao fsica, para no despertar a ateno dos alunos

    para esse tema.

    D. afastar, temporariamente, os alunos suspeitos, at certificar-se de que eles deixaram de utilizar

    anabolizantes.

    E. realizar atividades fsicas com o objetivo de proporcionar vida mais saudvel e abordar os efeitos

    danosos da utilizao de anabolizantes.

    Resposta: alternativa (E)

    Autora: Vera Lucia Pereira Brauner

    COMENTRIO

    Uma das caractersticas de nosso tempo, carregada pela tecnologia e aliada biotecnologia, a possibilidade de modelagem do corpo. A busca obstinada pelo corpo perfeito leva alguns jovens ao uso de todo e qualquer tipo de recurso para o alcance dos objetivos. Na lgica do consumo e do efmero, o uso de anabolizantes tem se apresentado como uma entre as muitas possibilidades de construo

  • COMENTADO

    49

    de um corpo almejado, apesar da divulgao em matrias miditicas e publicaes cientficas sobre os danos sade que essas substncias provocam.

    O uso de anabolizantes vem crescendo entre os jovens e se torna visvel tambm no espao da escola, ainda que Chaves (2009) informe que, apesar de a generalizao do uso de anabolizantes ser um fato constatado por profissionais da educao fsica, no Brasil ainda no existem estatsticas que possam fornecer um panorama da realidade.

    O mercado do corpo invasivo em nossas vidas e, hoje, com o acesso informao atravs da internet, no difcil aos jovens buscar informaes sobre o uso de anabolizantes. A questo levantada aqui quais estratgias o professor deve usar em suas aulas para sensibilizar seus alunos que parecem estar usando anabolizantes.

    Assim, e a partir a reflexes iniciais, a estratgia efetivamente abordar questes relativas aos cui-dados com o corpo, vida saudvel, informaes sobre nutrio e, especialmente, trabalhar o estmulo atividade fsica como melhor caminho para o bem viver.

    Essas orientaes esto previstas nos Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), quando trata sobre o contedo dos conhecimentos sobre o corpo. Nesse sentido, evitar comentar o assunto na aula, afastar, temporariamente, os alunos suspeitos, chamar pais no so estratgias adequadas para abordar o problema. Todos os alunos devem sempre ser informados sobre uso de substncias saudveis e sobre as no saudveis, de forma a atingir o maior nmero de alunos possvel. A atuao do profissional de educao fsica tem um papel fundamental na escola em relao s questes da manipulao do corpo atravs do uso de drogas, como compromisso tico e profissional balizado pelo respeito ao homem e sade.

    A alternativa E correta, pois a nica que sugere uma estratgia que efetivamente educativa. A funo da escola, e especificamente da educao fsica escolar, proporcionar aos alunos o co-nhecimento sobre questes relativas sade, atravs de orientaes sobre os impactos da atividade fsica para uma vida saudvel, sem recorrer ao uso de drogas prejudiciais sade. Esclarecer sobre o uso de anabolizantes fundamental diante da falta de informao dos alunos nas escolas sobre essas substncias, aliada a uma considervel apologia do corpo sarado, que conduz os jovens busca da forma fsica de maneira no adequada.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais: Educao Fsica. Braslia: MEC/SEF, 1998. 114 p.

    CHAVES, Simone Freitas. No labirinto dos espelhos. O corpo e os esteroides anabolizantes. Rio de Janeiro: Nitpress, 2009.

    BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

    SANTANNA, Denise Bernuzzi (Org.). Polticas do Corpo. So Paulo: Estao Liberdade, 2005.

  • COMENTADO EDUCAO FSICA2011

    50

    QUESTO 28

    Os aspectos metodolgicos que envolvem a Educao Fsica no diferem substancialmente dos que envolvem as demais reas do conhecimento. Historicamente, o ensino da Educao Fsica vem buscando organizar formas metodolgicas que sejam colocadas em prtica para o atendimento das exigncias que permeiam o ensino, entre as quais, podemos citar: a Desenvolvimentista, a Construti-vista, o Ensino Aberto e a Crtico-Superadora.

    OLIVEIRA, A. A. B. Metodologias emergentes no ensino da Educao Fsica. Revista de Educao Fsica/UEM, p. 21-27, 1997 (com adaptaes).

    No texto, mencionada a Metodologia de Ensino Aberto, a qual

    A. no considera histria, cultura, medos e aflies dos estudantes do Ensino Fundamental e Mdio.

    B. favorece, estimula e refora uma prtica gimnicodesportiva centrada no treinamento e no rendimento.

    C. possibilita a insero dos estudantes do Ensino Mdio em algumas etapas do processo ensino-

    -aprendizagem.

    D. busca articular o contedo das aulas com os movimentos cotidiano dos estudantes, levando-os a

    participar do processo decisrio da aprendizagem.

    E. estimula a prtica de exerccios e a execuo de tarefas de repetio, buscando a automatizao do

    movimento e o aperfeioamento da tcnica aplicada nas atividades esportivas de carter competitivo.

    Resposta: alternativa (D)

    Autores: Carlos Berwanger e Sani Belfer Cardon

    COMENTRIO

    Com base em Oliveira (1997), a Metodologia de Ensino Aberto na Educao Fsica tem como objetivo central proporcionar a autonomia dos alunos em relao s suas prticas de movimento. Os contedos so construdos a partir de temas geradores e procuram articular o movimento humano estabelecendo relaes interpessoais e com os fenmenos da natureza. Para tanto, estabelece como metodologia aes

  • COMENTADO

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    problematizadoras, que so organizadas de forma a conduzir a um aumento no nvel de complexidade dos temas tratados e realizam-se em uma ao participativa, na qual professor e alunos interagem na resoluo de problemas e no estabelecimento dos temas geradores. O ensino aberto exprime-se pela subjetividade dos participantes, entendidas como as intenes do professor e os objetivos de ao dos alunos. Assim, podemos afirmar que a resposta correta a alternativa D, pois a mais coerente com a proposta da Metodologia de Ensino Aberto quando aponta a busca em articular o contedo das aulas com os movimentos cotidianos dos estudantes, levando-os a participar do processo decisrio da aprendizagem.

    REFERNCIA

    OLIVEI