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A AÇÃO PEDAGÓGICA NOS PROCESSOS DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM,
NA ALFABETIZAÇÃO: IMPLICAÇÕES E DESAFIOS
Andreia Hildebrando dos Santos Salmória - EPE
Ortenila Sopelsa - UNOESC
Resumo: Os resultados apresentados neste artigo são parte de uma pesquisa maior que teve como objetivo
investigar a percepção das professoras dos três primeiros anos do ensino fundamental em relação aos processos
do ensino e da aprendizagem no que tange a alfabetização. A pesquisa foi desenvolvida em três escolas da rede
municipal de Campos Novos (SC), participaram três professoras de cada escola, sendo cada uma delas
responsável por um dos três primeiros anos do Ensino Fundamental. A coleta de dados foi realizada por meio de
entrevistas semiestruturada, com o intuito de identificar aspectos relevantes ligados aos saberes e à prática, na
concepção das professoras, dando vez e voz para que estas descrevessem o que acontece em relação ao tema em
pauta. A partir da pesquisa foi possível identificar a importância e o valor de conhecer a realidade vivenciada
pelo aluno, a interação do professor com os alunos e a família, a necessidade do planejamento e ações coletivas
entre as professoras dos primeiros anos do Ensino Fundamental, incluindo também, o compromisso das políticas
públicas para que efetivamente ocorra o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita, na alfabetização.
Palavras-chave: Ensino. Aprendizagem. Alfabetização.
Introdução
A alfabetização é uma das etapas que contribui para a evolução intelectual do aluno, e
é um processo contínuo que ocorre de maneira gradativa. Não basta apenas codificar e
decodificar. O aluno precisa interpretar, compreender e assimilar o conteúdo para que
efetivamente ocorra o ensino e a aprendizagem da leitura e escrita.
No processo de alfabetização, professor e alunos ocupam papel de destaque,
caminhando juntos na construção do conhecimento e objetivando os mesmos ideais. Durante
esse percurso, é significativa a importância dada aos trabalhos desenvolvidos coletivamente,
pois priorizam ações e posturas que desencadeiam interações entre os alunos, contribuindo, de
forma expressiva, para o processo pedagógico, o qual também auxiliará na formação do aluno
como sujeito ativo e pensante na sociedade.
Conforme Ribeiro (2003, p. 91), alfabetização “é o processo pelo qual se adquire o
domínio das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, o domínio da tecnologia –
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do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita”. Nesse sentido,
alfabetização significa exercer e interpretar as práticas sociais da leitura e da escrita.
Compreender e interpretar sobre o significado da leitura e da escrita, mediante o letramento,
possibilitará o uso e as habilidades na construção do conhecimento.
Outro fator que possui importante papel no processo de desenvolvimento do aluno é a
família, pois é de suma importância que os pais acompanhem a vida escolar dos filhos
cotidianamente, isto é, reforcem as atitudes boas e corrijam os comportamentos inadequados.
É oportuno, portanto, destacar “a importância de se reconhecer as famílias como parceiras
ativas e essenciais na educação das crianças, ou seja, famílias e instituição precisam trocar
saberes e competências [...]”. (SANTA CATARINA, 2005, p. 63). Por isso, é primordial que
haja interação e diálogo entre escola e família.
Atualmente, com o Ensino Fundamental de nove anos1, os alunos iniciam a etapa da
alfabetização aos seis anos de idade e um dos grandes desafios do professor é trabalhar com a
alfabetização e o letramento em sala de aula. O Parecer nº 4/2008 (BRASIL, 2008) define a
obrigatoriedade da matrícula de crianças com seis anos de idade completos até o início do ano
letivo, no primeiro ano do ensino fundamental. Esse Parecer, também, ressalta que: “os três
anos iniciais são importantes para a qualidade da Educação Básica: voltados à alfabetização e
ao letramento, é necessário que a ação pedagógica assegure, nesse período, o
desenvolvimento das diversas expressões e o aprendizado das áreas de conhecimento.
Com a antecipação da entrada das crianças aos seis anos de idade no ensino
fundamental, o professor necessita rever, revisitar, refletir sua prática, a fim de possibilitar a
aprendizagem, pois são vários os fatores que influenciam nesse processo, entre eles à
diversidade presente na sala de aula. Precisa buscar alternativas variadas e viáveis ao processo
educacional. É fundamental que o professor disponibilize uma gama de instrumentos
pedagógicos e, assim, construa um ambiente alfabetizador adequado ao desenvolvimento das
capacidades e habilidades de cada aluno.
Freire (1978) enfatiza que a alfabetização não está relacionada ao método, mas a uma
concepção de alfabetização que oportuniza a democratização da cultura, a reflexão sobre o
mundo e o lugar do homem, sendo este o sujeito ativo do processo de aprendizagem.
1 A Lei 11.114/2005 tornou obrigatória a matrícula da criança aos seis anos de idade no ensino fundamental
e a Lei 11.274/2006 ampliou de oito para nove anos de duração. Sendo a faixa etária prevista: anos iniciais- 6 a
10 anos de idade; anos finais- 11 a 14 anos de idade.
Na rede de ensino municipal de Campos Novos (SC), o Ensino Fundamental de nove anos foi implantado
em 2007, para o primeiro ano, em 2008, para o segundo ano, em 2009 para o terceiro ano, sucessivamente.
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Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo investigar a percepção das
professoras dos três primeiros anos do ensino fundamental em relação aos processos do
ensino e da aprendizagem na alfabetização. Foi desenvolvida em três escolas da rede
municipal de Campos Novos (SC). Participaram três professoras de cada escola, sendo cada
uma delas responsável por um dos três primeiros anos do Ensino Fundamental. A coleta de
dados foi feita por meio de entrevistas semiestruturadas com as professoras envolvidas. Dar
vez e voz às professoras possibilitou-nos identificar aspectos relevantes ligados aos saberes e
à prática docente.
Neste artigo, identificamos e analisamos as principais dificuldades vivenciadas e ações
realizadas nos processos do ensino e da aprendizagem, pelas professoras envolvidas na
presente pesquisa.
ALFABETIZAÇÃO: UMA RELAÇÃO DE APRENDIZAGEM
A alfabetização é o processo em que o aluno se apropria do ensino e da aprendizagem.
A escola é o principal espaço para a busca do conhecimento, em que ocorre à intervenção
pedagógica, e a função do professor é ser um mediador do conhecimento. Com seu auxílio,
precisa acontecer a aprendizagem significativa dos alunos. No entanto, sabemos que não é
apenas na escola que o aluno aprende. O processo de alfabetização depende, também, do
ambiente familiar no qual o aluno está inserido, pois, mesmo antes de iniciar sua vida escolar
já possui conhecimento de leitura do mundo por meio de jornais, revistas, livros, mídia,
internet e até mesmo nas ruas (panfletos, placas de sinalização, entre outros), ou seja, os
símbolos e as letras que a criança vê podem não ter significado, mas, ao chegar à escola, o
contato com a linguagem escrita possibilita a ela compreensão sobre o significado das
palavras, isso decorre por intermédio das práticas de alfabetização que estimulam a leitura e a
escrita.
Alfabetizar é possibilitar que o aluno tenha conhecimento não só das letras, mas,
sobretudo, do significado, a fim de compreender o que está escrito, pois, mediante aquisição e
produção de conhecimento, são obtidas outras formas de linguagem. É importante
proporcionar ao aluno contato com diversos tipos de leitura, seja ela de qualquer texto e
gravuras, fazendo com que desperte sua imaginação e criatividade.
Portanto, o processo de alfabetização só ocorrerá quando o aluno souber ler, escrever,
interpretar e elaborar produções de texto simples ou complexo, com eficiência e qualidade.
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Esse processo tem seu início na alfabetização e estende-se por toda a vida, pois a
alfabetização não se esgota na aprendizagem da escrita, leitura, matemática, abrange todas as
linguagens, por isso que o papel do professor alfabetizador é de extrema importância. A
realização da alfabetização, em sentido amplo, depende da postura do professor, de sua
atitude em relação aos alunos nas mais diversas situações.
Segundo a Proposta Curricular do Estado (SANTA CATARINA, 2005, p. 7):
O que é possível renovar e enriquecer é o conteúdo da aprendizagem em um
processo interativo de comunicação que tenha infraestrutura atualizada de
informações e de tecnologias educacionais. Também é possível ampliar os espaços,
para que o processo de ensino-aprendizagem se dê de uma maneira aberta, em que
professor e alunos interajam com alegria na geração contínua do novo
conhecimento.
É de suma importância o professor ampliar seus conhecimentos e mediar os alunos, de
modo que estes exponham suas preferências, dificuldades ortográficas, interpretem e
produzam textos compreensíveis, tornando-se sujeitos ativos, autônomos e participantes no
mundo e no contexto social no qual estão inseridos.
O professor tem de refletir sobre sua ação pedagógica e analisar como se processa o
trabalho de alfabetização que é realizado na perspectiva do letramento. Conforme observam
Castanheira, Maciel e Martins (2009, p. 16):
Acreditar que é possível alfabetizar letrando é um aspecto a ser refletido, pois não
basta compreender a alfabetização apenas como a aquisição de uma tecnologia. O
ato de ensinar a ler e escrever, mais do que possibilitar o simples domínio de uma
tecnologia, cria condições para a inserção do sujeito em práticas sociais de consumo
e produção de conhecimento e em diferentes instâncias sociais e políticas.
No decorrer do ano letivo, o professor indaga-se, reflete, discute consigo mesmo e
depara-se com os desafios de trabalhar com a alfabetização, na grande diversidade da sala de
aula; isso significa ensinar diferente a ler e escrever para alunos diferentes. Refletir sobre as
ações pedagógicas no espaço da alfabetização é perceber em que medidas se articulam e se
entrelaçam as dimensões sociais, culturais e individuais, pois o conhecimento evolui e se
transforma de acordo com o movimento histórico de cada sociedade. Desse modo, também a
alfabetização e o letramento se desenvolvem de acordo com a dinâmica das relações
existentes na sala de aula, vinculados a vida dos alunos.
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Tendo em vista que as entrevistadas trabalham em escolas de periferia (bairro), cujos
alunos pertencem à estrutura de „família‟ diversificada2, muitos deles são filhos de analfabetos
ou semianalfabetos. Assim, é possível observar as implicações existentes e que norteiam os
grandes desafios enfrentados pelas professoras.
Para Vigotski (2003, p. 75):
Na base do processo educativo deve estar a atividade pessoal do aluno, e toda a arte
do educador deve se restringir a orientar e regular essa atividade. No processo de
educação, o professor deve ser como os trilhos pelos quais avançam livre e
independentemente os vagões, recebendo deles apenas a direção do próprio
movimento.
Na fase de alfabetização, a criança necessita de apoio, auxílio e orientação de um
adulto para aprender. Percebe-se então, a necessidade de o professor conhecer a realidade
social e cultural do aluno, a fim de contribuir para a alfabetização significativa para que o
aluno compreenda a importância de saber ler e escrever em nossa sociedade. Portanto, no
processo de alfabetização, as interações entre professores, família e alunos fazem a diferença.
A mediação das ideias e experiências com o outro pela palavra, pela autonomia de vez e voz,
traz a perspectiva de um trabalho diferenciado e repercute em ações que contribuem
significativamente no desenvolvimento da leitura e da escrita.
Durante nossas vivências enquanto professoras do Ensino Fundamental
observamos que, de maneira geral, os alunos apresentam dificuldades na leitura e escrita, uns
com mais intensidade do que outros, e as razões são as mais diversas possíveis.
Diante disso, consideramos relevante identificar como se desenvolvem os processos do
ensino e da aprendizagem na alfabetização, na concepção das professoras alfabetizadoras.
Nesse sentido, a professora B observou: mais especificamente na nossa realidade da
escola municipal, uma das dificuldades é a falta de acesso da criança às letras, ao mundo
escrito. Eles não têm livro. Os pais não têm isso em casa. Então, essa é uma das grandes
dificuldades, e porque não dizer até a principal, que acontece.
Em seu relato, a professora A assinalou: A principal dificuldade que sinto é a falta de
vivência leitora das crianças. Eles não foram acostumados. Os pais não leem, não têm esse
hábito. Quando eles vêm para a escola, eles não têm interesse, isso não é valorizado no meio
deles. Boa parte dos pais é analfabeta ou analfabeta funcional.
2 São famílias de pais separados, desempregados; em muitos casos, os alunos moram com os avós ou parentes, e
outros sofrem violências, diariamente, em casa.
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Segundo a concepção dessas professoras alfabetizadoras, o que está faltando é o
incentivo, por parte da família, ao aluno para o mundo da leitura. Porém esta é a realidade, na
maioria das famílias. De maneira geral, os pais não conhecem os mecanismos que levam os
filhos a aprendizagem formal. Para essas famílias, a função de alfabetizar seus filhos é da
escola.
Com relação a esse tema, Kramer (2010, p. 111-112) contribui ao enfatizar:
É verdade que as condições de vida da grande maioria das crianças das classes
populares são muito precárias, e a transformação dessa situação é urgente. É certo
que a escola não tem o poder de mudar essa situação. Mas, por outro lado, não é
possível continuar apenas reclamando das crianças. Será que não conseguimos
encontrar novas maneiras de trabalhar com essas crianças que aí estão? [...] Encontro
muitas dificuldades ao procurar agir dessa forma, mas acontece que estou cansada de
apenas acusar as crianças e suas famílias, pelos problemas que tem na escola.
Em razão dessa situação, o professor precisa conhecer a realidade vivenciada pelo
aluno e, com base nisso, o Projeto Político Pedagógico da escola contemplar tais
necessidades. Para tanto, é necessário um trabalho coletivo na escola, incluindo políticas
públicas de formação continuada tanto aos professores quanto aos familiares, assessoria
pedagógica e psicológica aos professores, alunos e familiares, uma vez que somos
conhecedores que o emocional e o intelectual são indissociáveis.
Diante disso, podemos verificar que as ações pedagógicas precisam contemplar as
necessidades dos alunos, e, no caso da criança que não tem auxílio dos pais, é a que mais
precisa da escola para se alfabetizar. Segundo Vigotski (2003, p. 105), “a criança reproduz e
assimila ativamente o que observa nos adultos, aprende as mesmas atitudes e desenvolve as
habilidades mais primordiais para a sua atividade futura”. Se, no grupo familiar, a criança não
tem hábitos de leitura, o professor precisa criar estímulos que façam com que esse aluno
aprenda a ler e a escrever, superando as dificuldades.
Por isso, é necessário que o PPP da escola contemple a orientação a ser oferecida aos
pais. Caso contrário, fica apenas no discurso e queixas que vêm se arrastando há muitas
décadas.
Referindo-se às dificuldades encontradas em sala de aula, algumas professoras
relataram sobre o ensino fundamental de nove anos. A professora D salientou: a principal
dificuldade é por causa da lei dos nove anos, a criança tem que se alfabetizar até o terceiro
ano. Então, eles estão passando no primeiro ano, não podem reprovar, no segundo também
não. Assim, muitos chegam ao terceiro ano, analfabetos.
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Nesse mesmo contexto, a professora F ressaltou: Isso se acentuou depois da mudança
dos nove anos. É a imaturidade da criança e como eles vêm chegando do infantil para o
primeiro ano, porque eles chegam aqui sem equilíbrio nenhum, eles não têm um pensamento
lógico. Eles falam todos juntos, porque é a característica de seis anos, a fala, a conversa.
Eles não têm noção da hora de escutar e a hora de falar, principalmente alunos que vem de
outras escolas. Estão defasados em relação a nossa escola.
Sabe-se que um dos objetivos do Ensino Fundamental obrigatório de nove anos é
oportunizar as crianças a permanência por mais tempo na escola, com uma aprendizagem de
qualidade e, consequentemente, a diminuição do fracasso e evasão escolar. Tal oportunidade
foi estendida para milhões de crianças pobres, o direito que algumas outras crianças já tinham.
A alfabetização e a aprendizagem dos alunos ocorrem de forma processual e efetiva
durante o primeiro, segundo e o terceiro ano. Nesse sentido, não adianta culpar o professor da
série anterior, é preciso, sim, observar o que é necessário fazer na realidade atual do aluno,
uma vez que não aconteceu durante o processo dos diferentes anos. Para tanto, o professor
precisa considerar em suas atividades docentes a diversidade, as particularidades etárias,
sociais e psicológicas e o ritmo próprio de cada um. Considerar, também, que a reprovação
nunca foi nem será sinônimo de aprendizagem.
De acordo com Seber (2009, p. 26), “o ritmo próprio de cada criança para aprender
pode variar tanto quanto a qualidade das estimulações propiciadas pelo meio social em que
ela cresce.” O professor precisa, então, buscar novas metodologias e teorias que deem conta
de tal diversidade em sala de aula, caso contrário, as dificuldades vivenciadas pelos alunos na
alfabetização se arrastarão durante toda vida escolar, ou seja, dos anos iniciais até o ensino
médio.
Enfatizamos a necessidade de o professor pensar em maneiras diversificadas de
trabalhar a alfabetização, com atividades organizadas de tal modo que a leitura e a escrita
tenham diferentes formas de representação infantil tanto lúdica como textual, como forma de
chamar a atenção dos alunos. Também, o professor necessita conhecer, avaliar e interagir com
as ideias e as ações que os alunos estão desenvolvendo durante a atividade de leitura e escrita.
Oportunizar alternativas viáveis que atendam às necessidades desses alunos, fazendo com
que, aos poucos, eles vão mudando sua maneira de agir, o momento certo de falar, de ouvir e
de brincar.
Diante dessa perspectiva, o professor alfabetizador pode entender o processo de
construção pessoal de cada um de seus alunos, interagindo com o mundo em que vive. Os
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alunos são também sujeitos ativos de aprendizagem, cabe ao professor o importante papel de
líder e facilitador desse processo, criando condições que favoreçam o ensinar e o aprender na
alfabetização.
Cagliari (1998, p. 188) enfatiza que “os alunos vão aprendendo que precisam cuidar
não só da ortografia, da clareza e da beleza gráfica das letras, mas também da maneira como
as palavras são colocadas no papel, dos sinais de pontuação e das demais marcas da escrita”.
Nesse sentido, enfatizamos mais uma vez a importância da mediação do professor. Ele
precisa estar atendo às diversidades e as diferenças existentes na sala de aula. Considerar,
também, a importância da interlocução entre as professoras dos primeiros anos do Ensino
Fundamental e sua formação continuada. Porém, vale retomar aqui as observações feitas pelas
professoras F e D, em relação ao Ensino Fundamental de Nove Anos e refletir sobre o que a
legislação do Ensino Obrigatório de Nove Anos, e as políticas públicas está de fato
contribuindo, na formação continuada dos professores em relação aos processos do ensino e
da aprendizagem na alfabetização.
Nessa direção Nóvoa (1995, p. 67), enfatiza que “a formação continuada precisa valorizar os
saberes de referência da profissão, a partir da reflexão que os docentes fazem sobre sua prática” Por
isso, os estudos, discussões e reflexões coletivas na escola se fazem necessárias.
Quando questionada sobre como desenvolve a ação pedagógica no processo de
alfabetização, a professora A falou: Eu procuro dar atividades que os alunos consigam fazer
dentro do contexto deles. Por exemplo, quando vamos trabalhar com números, procuro
explicar onde o número pode ser usado, para que eles associem. Então quando eles quiserem
calcular, quando eles quiserem escrever algum bilhetinho para a mãe, que precisam de
alguma coisa, saberão escrever. Então é procurando mostrar onde eles vão precisar e as
tarefas que eles fazem normalmente são nesse sentido, que tem a ver com a realidade deles.
A aprendizagem efetiva do aluno dar-se-á quando o professor na função de mediador
do conhecimento, buscar formas de ações que promovam a aprendizagem em sala de aula e
fora dela. A sala de aula é um espaço onde ocorrem as interações sociais, as trocas de
experiências, as descobertas e a construção do conhecimento. Tais ações precisam fazer parte
do contexto social dos alunos.
As atividades realizadas em sala de aula e a tarefa escolar, que a professora A destacou
estão relacionadas à língua portuguesa, matemática e articuladas ao contexto histórico-cultural
do aluno.
De acordo com Soares, Aroeira e Porto (2010, p. 31-32):
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Entra aí a perspectiva do letramento, fazendo com que o aluno exerça a condição de
ser alfabetizado [...]. O professor deve se questionar sobre como a criança aprende,
para que ele está se propondo a ensinar determinado conteúdo e a quem serve esse
conhecimento, tendo sempre como referência o aluno como ser cognitivo, afetivo,
social e cultural.
O professor ao fazer a articulação da teoria com a prática, bem como a relação com o
contexto do aluno, observando os fatores cognitivo, afetivo, social e cultural, melhorará a
prática pedagógica, e consequentemente o processo de alfabetização fluirá.
Nessa mesma questão, a professora C relatou: Faço um grupo com os alunos mais
adiantados. Com os que não sabem ler, faço uma leitura mais simples, para que aprendam.
Vale ressaltar, neste relato, que a professora C, identifica as dificuldades encontradas
no processo de alfabetização, contudo, pode-se mencionar que sua atitude é equivocada, uma
vez que deveria mesclar os dois grupos com alunos com dificuldades juntamente com os que
não as apresentam. Esta professora separa os alunos com dificuldade em um só grupo,
privando-os de estarem em um processo mais significativo de aprendizagem. E, ainda, aos
alunos com dificuldade proporciona uma leitura mais simples, isto é, mais superficial, o que
acarreta uma disparidade ainda maior das diferenças encontradas em sala de aula.
De acordo com Castanheira, Maciel e Martins (2009, p. 32), “o modo como o
professor conduz o seu trabalho é crucial para que a criança construa o conhecimento sobre o
objeto escrito e adquira certas habilidades que lhe permitirão o uso efetivo do ler e do
escrever”.
Ainda, em relação à ação pedagógica no processo de alfabetização, a professora F
narrou: [...] gosto de trabalhar em duplas ou em grupos. Em duplas, a criança que tem
dificuldades com a criança que já atingiu os objetivos, porque criança interagindo com
criança, aprende mais fácil. Às vezes explico e ela não entende, o coleguinha explica e ela
entende. Hoje, temos bastante material concreto: quebra cabeça, dominó, jogo de memória e
que auxiliam nas atividades de maneira lúdica. Então aquele grupo que já avançou vai
formar frases com o alfabeto móvel por exemplo. Aqueles que ainda não conhece as letras, eu
trabalho coletivamente, auxiliando-os para reconhecer a letra que ainda não conhecem.
A concepção da professora F é oposta a da professora C. Demonstra preocupação com
as dificuldades encontradas em sala de aula, no que tange a alfabetização. Elege o trabalho em
duplas ou em grupos, mesclando alunos com dificuldades com os que não as têm. Neste
sentido, conforme Vigotski (2003, p. 115), “as crianças podem imitar uma variedade de ações
que vão muito além dos limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob
a orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer muito mais
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coisas”. O aluno aprende individualmente, mas se a atividade for conduzida coletivamente, a
interação entre os pares será muito mais produtiva e assimilada por eles.
A professora F enfatiza a importância do uso de materiais concretos na fase da
alfabetização. Estudos mostram que o material concreto possibilita aos alunos estabelecerem
relações entre as situações experienciadas na manipulação de tais materiais e a abstração dos
conceitos estudados. O uso de material concreto propicia aulas mais dinâmicas, e possibilita a
construção de diferentes níveis de elaboração do conceito (PAIS, 2006).
Neste contexto, Vigostki (2003 p. 126) afirma que “é enorme a influência do
brinquedo no desenvolvimento de uma criança [...]. É no brinquedo que a criança aprender a
agir na esfera cognitiva”. Faz-se necessário frisar que as atividades lúdicas pedagógicas são
importantes nesse processo, desde que tenham interligação com o conteúdo a ser aprendido.
Outra questão importante foi o que a professora B relatou sobre como desenvolve suas
atividades de ensino: Primeiro costumo conhecer meu aluno, conhecer a família dele, ver de
onde vem, ou seja, o contexto onde vive. Depois converso sobre a importância de ler e
escrever para a vida deles. Trago jogos onde aparece muitas palavras, muitas letras. Tenho
trazido na sala de aula todos os dias, a roda de leitura. Inicialmente organizo a roda de
leituras, apresento livros diferentes, livros coloridos, mas sempre mostrando pra eles letras,
palavras, sempre visualizando. [...] Então eu cuido para que essas atividades sejam bem
amarradas com o interesse dos alunos, e as dificuldades que ainda tem. [...] Por exemplo,
ontem nós fizemos um bingo das palavras com sílabas simples e grafias simples. Eles
brincaram, jogaram, participaram do bingo com muito entusiasmo. Ao final da atividade, nós
trabalhamos um ditado. Através do ditado, eu já pude perceber o que é que eles tinham
assimilado e o que ainda não sabiam fazer.
Diante disso, a professora clarifica seu objetivo, que é primeiramente conhecer o aluno
e a realidade em que vive, ou seja, o que ele já conhece em relação à língua. Soares (2006,
p.20) corrobora enfatizando que “quando chega à escola, a criança já domina um determinado
dialeto da língua oral; esse dialeto pode estar mais próximo ou mais distante da língua escrita
convencional”. Este fator poderá interferir no processo de aquisição da língua escrita.
Neste sentido, a professora investiga por vários caminhos o que o aluno domina. E,
também, reforça a importância para os alunos de frequentar a escola e, ainda, o significado de
ser alfabetizado. De acordo com Cagliari (1998, p. 107):
Estar na escola é um fato que cria expectativas. Mas alguns alunos podem ter uma
visão muito restrita do que os espera. Por isso, é necessário que o professor, no
início do ano, converse com seus alunos para saber de suas experiências com relação
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ao trabalho escolar que terão pela frente. Mas é bom também perguntar aos alunos
quais são seus anseios. O que eles pretendem ler? O que eles pretendem escrever? O
que pretendem fazer no começo da alfabetização? O que eles pretendem fazer
depois, quando já souberem ler e escrever fluentemente? O que pretendem fazer
depois, quando saírem da escola já formados?
Vale citar aqui, o papel dessa professora quando relata os cuidados que tem para
preparar o ambiente escolar. É importante que se proporcione uma sala de aula atrativa, com
materiais didáticos pedagógicos coloridos, com várias formas, estilos distintos de letras que
estimulem a aprendizagem dos alunos de diferentes maneiras.
Nesse contexto o professor pode avaliar seu aluno de forma processual. “Avaliar a
aprendizagem, portanto, implica avaliar o ensino oferecido – se, por exemplo, não há a
aprendizagem esperada, significa que o ensino não cumpriu com sua finalidade: a de fazer
aprender”. (BRASIL, 2004, p. 56).
Outro ponto que as professoras apontam em relação às dificuldades enfrentadas na
ação pedagógica, deve-se ao fato das lacunas deixadas pela formação inicial. Sobre a sua
formação inicial, a professora A explicou: A graduação contribuiu muito teoricamente.
Embora uma das disciplinas tenha sido voltada à alfabetização, trouxe poucas contribuições
sobre a linguagem, na maioria, apenas conceitos e definições. Deveria haver mais leitura,
reflexão e discussão sobre o processo de apropriação de escrita, sobre como as crianças
aprendem.
Já a professora B relatou: A alfabetização deveria fazer parte de todos os anos do
curso de graduação. Acredito que apenas ler, conhecer a teoria sem correlação com a
prática não traz conhecimento pleno. Os professores de hoje mal sabem interpretar e
escrever. Deveria haver um trabalho que procurasse melhorar essas habilidades,na
graduação, pois se o professor não sabe produzir, como vai ensinar a produzir?
É imprescindível reconhecer o professor como um ator competente e sujeito ativo,
cercado de saberes, e que, em seu desempenho, cotidianamente, depara-se com situações
problemáticas para as quais não basta a simples aplicação de conhecimentos oriundos das
ciências da educação, ou de saberes específicos ao conteúdo que desenvolve em sua
disciplina. Para saná-las, o docente necessita de saberes que emergem das múltiplas interações
entre as fontes de seus saberes, que são de origem e natureza diversas (TARDIF, 2002).
Na concepção da professora B, muitos professores não dominam a interpretação e a
escrita. Consideramos tais fatores relevantes para a prática na alfabetização, pois segundo o
conceito da Proposta Curricular do estado (SANTA CATARINA, 2005), “estar alfabetizado é
saber ler, escrever e interpretar textos diversificados”. Portanto, alfabetizar é ensinar o aluno a
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ler, escrever e interpretar todos os símbolos e tipos de textos, desde os mais simples até os
mais complexos. É proporcionar ao aluno o sistema alfabético, ortográfico e sinais gráficos e,
ao mesmo tempo, oportunizar a utilização desses conhecimentos na leitura e escrita, no
contexto social do aluno.
De acordo com Kramer (2010, p. 98):
Alfabetizar não se restringe à decodificação e à aplicação de rituais repetitivos de
escrita, leitura e cálculo. A criança não compreende as situações que a rodeiam, não
identifica os objetos e se expressa de várias formas antes de falar? Similarmente,
diversas tentativas de produção da escrita e diversificadas experiências de ler
antecedem a leitura/escrita da criança.
Para que a alfabetização ocorra de fato, é primordial que o professor, em sua prática
pedagógica, explicite o significado de saber ler e escrever para a vida do aluno, uma vez que
nós, seres humanos, aprendemos e desenvolvemos tudo o que tem significado para nossas
vivências. O uso adequado dessa prática faz com que a criança veja a escrita e a leitura como
algo natural e necessário e não apenas um dever ou uma tarefa.
A professora A enfatizou a importância da leitura e da reflexão na aquisição da escrita.
Porém, se isso não é desenvolvido no curso de graduação, como a professora vai proporcionar
aos alunos a reflexão e a criticidade? Sabemos que a criticidade é um dos elementos
fundamentais para o desenvolvimento da autonomia.
Nóvoa (1995, p. 25) contribui quando assinala que “a formação inicial deve estimular
uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento
autônomo e que facilite a dinâmica de autoformação participada”. Nesse sentido, na
graduação, os alunos necessitam de reflexão crítica, pois serão os responsáveis pelo
aprendizado de seus alunos, são eles os fios condutores desse processo.
Com base na concepção das professoras alfabetizadoras e à luz do referencial teórico,
gostaríamos de explicitar que, no processo de alfabetização, existem muitos desafios e
dificuldades enfrentadas pelos professores, contudo, faz-se necessário afirmar que o processo
de construção do conhecimento em relação à alfabetização é contínuo. Portanto, alfabetizar,
não é somente função dos professores dos três primeiros anos, mas de todos os envolvidos no
processo educativo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em princípio, cabe mencionar que é preciso entender a alfabetização como uma
atividade interdiscursiva e de interação, isto é, implica em refletir o conhecimento construído.
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Desta forma, procurou-se compreender de forma teórica como as professoras dos três
primeiros anos do ensino fundamental concebem os processos do ensino e da aprendizagem
na alfabetização. Entretanto, é importante mencionar que há uma relação indissociável entre
qualidade de ensino com as políticas públicas, formação inicial e continuada, preocupação e
comprometimento por parte dos professores e gestores da escola.
Nesse sentido, as professoras narraram sobre a formação inicial como de suma
importância para sua vida profissional. A maioria das professoras afirma que,
especificamente, no curso de Pedagogia, deveria ter mais atividades práticas em relação à
alfabetização. É importante que estas práticas façam parte de todas as séries, uma vez que
conhecendo o contexto dos alunos, o professor estará considerando o mundo que eles vivem e
que conhecimentos fazem parte de seus domínios. O fator trabalho em grupo é preponderante
na construção e socialização do que estão aprendendo em sala de aula, bem como
descentraliza o papel do professor, tornando-o mediador do conhecimento. Assim, diversificar
as estratégias de ensino é de suma importância, uma vez que se prioriza várias formas de
aprendizagem como também observam um mesmo objeto conhecimento sob várias óticas.
No que tange aos processos do ensino e da aprendizagem na alfabetização, foram
levantadas três dificuldades. A primeira revela a cultura do aluno, o qual não tem hábito de
ler, uma vez que não tem acesso a livros, jornais e revistas em casa. A segunda é a falta de
apoio da família, esta não ajuda as crianças nas tarefas escolares, sendo que, muitas vezes, os
pais são analfabetos funcionais. Assim, observamos a necessidade de interlocução entre
família e escola. Proporcionar aos alunos o contato com textos diversificados, bem como se
incentive o gosto pela leitura. Faz-se necessário, também, provocar debates e reflexões que
estimulem a aprendizagem significativa.
A terceira é o Ensino Fundamental de nove anos, ou seja, aumentou-se um ano no
ensino obrigatório, com o objetivo de melhorar o convívio escolar com mais oportunidades de
aprendizagem. Nesta pesquisa, as professoras não vislumbram a melhoria da qualidade de
ensino nesta modalidade, atribuem aos alunos despreparo cognitivo e psicomotor, bem como
culpam os professores dos anos anteriores por não desempenharem de forma satisfatória o seu
papel. Também relatam que o Ensino Fundamental de nove anos, não reprova nos dois
primeiros anos, e, que com a implantação dessa lei a criança inicia o primeiro ano ainda
imatura.
A partir das narrativas enfatizamos, que em nenhum momento as entrevistadas
relataram que as lacunas observadas nos alunos podem estar relacionadas aos processos do
ensino e da aprendizagem, ou seja: a) a formação inicial de professores. É importante destacar
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que a Universidade, mais especificamente o Curso de Licenciatura em Pedagogia, precisa se
preparar de acordo com a lei do ensino fundamental de nove anos; dar ênfase as questões
propriamente ditas da alfabetização; b) a formação continuada de professores. Analisar como
as políticas públicas oferecem tal formação na escola. Compreendemos que esta precisa ser
focada em conteúdos e práticas próprias da alfabetização, no sentido de instrumentalizar e dar
condições necessárias para que professores e alunos tenham êxito nas atividades de ensino. c)
cabe aos professores, também, perceber a diversidade existente em suas salas de aula. E, a
partir disso acompanhar e mediar cada caso conforme sua especificidade.
Evidenciamos, também, que a escola necessita proporcionar momentos de
socialização, troca de experiências entre as professoras, visto que nesta oportunidade, poderão
refletir, discutir e contribuir para compartilhar as práticas docentes que foram efetivadas com
sucesso e buscarem coletivamente alternativas para solucionar as dificuldades em sala de aula.
Cabe mencionar que algumas práticas evidenciadas na pesquisa são relevantes nos
processos do ensino e da aprendizagem na alfabetização. Segundo as professoras participantes
da pesquisa, elas consideram o contexto dos alunos, trabalham em grupo e diversificam as
estratégias de ensino.
É importante que estas práticas façam parte de todas as séries, uma vez que
conhecendo o contexto dos alunos, o professor estará considerando o mundo que eles vivem e
que conhecimentos fazem parte de seus domínios.
Enfatizamos que a presente pesquisa proporcionou-nos a compreensão da relevância
social em relação à alfabetização nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, também
refletimos sobre o papel das políticas públicas e, ainda, dar voz às professoras alfabetizadoras
possibilitou momentos de socialização e de ímpar experiência. Enquanto professoras do
ensino fundamental e ensino superior percebemos o leque de dificuldades que envolvem o
ensinar, desde o número de alunos, suas diferenças e seus anseios. Tivemos a oportunidade de
perceber , como Freire que o conhecimento é inacabado, principalmente no que se refere ao
professor alfabetizador, pois alfabetizar não é somente saber ler e escrever, mas sim
interpretar a leitura e a escrita a partir do letramento.
Observa-se assim, a prioridade que as políticas públicas, os gestores, profissionais
envolvidos no processo do Ensino Básico e, nós professores pesquisadores do Ensino
Superior precisamos atribuir aos processos do Ensino e da Aprendizagem na alfabetização.
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