manual Ética - 683

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ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL TÉCNICAS DE ACÇÃO EDUCATIVA Maria José Marques 01-11-2011 INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P. Delegação Regional do Norte Centro de Formação Profissional de Rio Meão

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Page 1: Manual Ética - 683

ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

TÉCNICAS DE ACÇÃO EDUCATIVA

Maria José Marques

01-11-2011

INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.Delegação Regional do NorteCentro de Formação Profissional de Rio Meão

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Objectivos

Reconhecer as exigências ética associadas à sua actividade profissional.

Identificar os factores deontológicos associados à sua actividade

profissional.

Reconhecer as suas próprias competências e funções.

Reconhecer as exigências éticas e deontológicas em relação aos seus

colegas de trabalho, à própria organização e ao público externo.

ConteúdosExigências éticas

Discrição Consciência dos valores hierárquicos Sentido de disciplina Disponibilidade Pontualidade Assiduidade

Factores deontológicos Capacidade de organização Sentido de antecipação Capacidade de realização profissional Boa cultura geral Facilidade de expressão oral e escrita Criatividade Polivalência Facilidade nas relações interpessoais Sigilo profissional Vivência do sentido da solidariedade social Sentido da obrigação da competência

Exigências em relação a si próprio/a e às suas funções Competências Aptidões Responsabilidade na tomada de decisões e acções Uso dos conhecimentos e experiências no sentido da produtividade Objectividade (análise racional dos factos)

Exigências em relação aos colegas de trabalho Respeito pela dignidade da pessoa humana Valorização pessoal e profissional dos colegas Consideração por sugestões, problemas e necessidades dos outros Exercício da liberdade com responsabilidade no trabalho

Exigências em relação à organização Participação nos objectivos da organização Promoção do desenvolvimento da imagem da organização Uso correcto de materiais e equipamentos Discernimento de julgamento em eventuais situações de conflito Sigilo profissional

Exigências em relação ao público externo Respeito e confiança Princípio da livre concorrência Comunicação bilateral

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Ética e Deontologia Profissionais

Ética

A palavra ética deriva do grego ethos que siginifica “modo de ser”. Ética é um

conjunto de valores e princípios morais que norteiam a conduta humana na

sociedade, ou seja, aceita-se a ética como um conjunto de regras que orientam o

relacionamento e o comportamento humano no seio de uma determinada

sociedade. A ética não envolve apenas um juízo de valor sobre o comportamento

humano, mas determina em si, uma escolha, uma direcção, a obrigatoriedade de

agir num determinado sentido. Embora não possa ser confundida com as leis, está

relacionada com o sentimento de justiça social, pois contribui para que a sociedade

funcione de forma correcta.

Em suma, a ética é entendida como a ciência do comportamento moral dos

homens em sociedade.

Ética e Moral

A Moral é um conjunto de juízos e valores, princípios e regras de conduta

admitidas em determinada época e sociedade. Assim, as acções praticadas pelos

indivíduos podem ser valoradas de forma positiva ou negativa dependendo se

estão em conformidade ou transgridem as normas do grupo ou da sociedade. A

moral é por isso relativa, isto é, varia de sociedade para sociedade e pode mudar

com o tempo, de acordo com as novas necessidades e relações que se

estabelecem nesses grupos. O comportamento moral revela o estado de

maturidade de cada um, na medida em que é capaz de guiar as suas acções e

assumir as suas responsabilidades tendo em conta a sua relação com o mundo

que o rodeia.

A Ética será a reflexão sobre a acção humana e as regras morais que a sustentam,

procurando justificativas para a definição do que é correcto e do que não o é.

Assim, reflectindo sobre a conduta e o comportamento dos seres humanos, sob o

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prisma da bondade e da maldade, da justiça e da injustiça, a ética propõe-se

encontrar o sentido moral da vida,com vista à sua realização.

É neste sentido que a ética se revela de extrema importância para a nossa vida.

Ela ajuda-nos a fazer avaliações morais mais justas, a fundamentar racionalmente

as nossas decisões, a conhecermo-nos melhor e a aperfeiçoarmo-nos,

possibilitando-nos um maior discernimento em matéria de moral individual e no

âmbito da moral pública.

Em especial, recorremos à reflexão ética quando se nos deparam dilemas morais.

Trata-se de situações de conflito de valores, decorrente da circunstância de esses

valores se revestirem de extrema importância.

Exemplo:

Suponhamos que um amigo meu cometeu um roubo. Se me inquirirem quanto ao

crime, devo denunciar o meu amigo ou não?

A verdade e a amizade são os dois valores que aqui estão em conflito.Existem

inúmeras situações na nossa vida que nos colocam perante estes conflitos. A

eutanásia, o aborto, a fecundação invitro, a poluição ambiental,etc.,representam

outras tantas situações que nos colocam perante a necessidade da reflexão ética,

sublinhando a sua importância, não só na esfera íntima como também no domínio

público.

Neste ponto, podemos distinguir entre intenção ética e norma moral:

Sendo objecto de estudo teórico por parte da ética, as normas morais servem de

guias de acção, embora não sejam absolutas e estejam sempre sujeitas a posterior

revisão.

“As minhas intenções são inclinações conscientemente aceites e assumidas por mim. (…) A intenção é sempre intenção de realizar algo, é sempre activa, implica uma certa tensão tendo em vista a realização de uma acção (…). Quando tencionamos realizar algo, pomo-nos numa certa tensão para executar o que tencionamos.”

J. Mosterín, Racionalidad y Accíon, Alianza Editorial

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De acordo com o autor, a intenção é o fundamento da acção, pois é

conscientemente aceite e assumida por mim. Contudo, nem toda a intenção pode

ser satisfeita, na medida em que se confronta com os costumes e as normas

exteriores, nem sempre coincidentes com a interioridade. Assim, a intenção é

avaliada pela norma que serve de modelo de comportamento a nível social.

Uma vez que o indivíduo vive sempre inserido numa sociedade, a qual se rege por

códigos de conduta institucionalizados que servem de padrão ou medida de

avaliação das acções praticadas pelos diversos membros, a intenção ética

confronta-se necessariamente com o contexto moral próprio dessa cultura.

Assim, enquanto a intenção representa o lado pessoal e íntimo da acção, as

normas são institucionalizadas, encontrando-se fora do indivíduo, embora este as

interiorize. Enquanto a intenção é da responsabilidade do sujeito da acção,

remetendo para a sua autonomia, a norma impõe-se a partir do exterior.

Em síntese:

- A moral tem um carácter:

Prático imediato Histórico Relativo

- A ética:

Reflexão filosófica sobre a moral Procura justificar a moral O seu objecto é o que guia a acção O objectivo é guiar e orientar racionalmente a vida humana

Deontologia e Ética Profissional

A palavra deontologia aparece da aglutinação de duas palavras gregas: “déon”, que significa dever, e “logos” que quer dizer discurso ou tratado.

Assim, Deontologia seria o Tratado do dever, ou o conjunto de deveres, princípios ou normas adaptadas com um fim determinado: regular ou orientar determinado grupo de indivíduos no âmbito de uma actividade laboral para o exercício de uma profissão.

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DEONTOLOGIA – dimensão ética de uma profissão ou de uma actividade profissional

O que é um Código de Ética?

Um código de ética pode ser definido como um documento escrito, formal que enuncia um conjunto de valores e atitudes fundamentais que se traduzem, na prática e no dia-a-dia, por normas de procedimento que inspiram e orientam os comportamentos e as relações entre a empresa e os seus colaboradores e o meio exterior.

Constitui um instrumento importante da prática ética. Não pretende nem pode substituir a legislação em vigor mas deverá funcionar como a “consciência” ou a cultura da empresa.

Existem numerosos códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade de associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por base as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada grupo profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e procedimentos explícitos, para os infractores dos mesmos.

O código de ética precisa de ser feito sob medida para as áreas funcionais da empresa (marketing, finanças e recursos humanos) ou para a sua principal linha de negócios.

Muitos gestores têm uma preocupação ética mas não dispõem de uma organização que assegure e verifique a observância ou respeito da norma ética pelos vários escalões de decisão. É o caso de muitas empresas portuguesas. Assim, é importante dispôr de Comissões ou Grupos de Avaliação ética a quem sejam submetidos os casos de dúvida e dilemas éticos. Além de permitirem confrontar pontos de vista, retiram, em larga medida, o odioso da decisão de um único indivíduo que poderá parecer arbitrário ou unilateral. Em suma, a simples adopção de um código de ética sem a existência de órgãos ou mecanismos de controlo da sua aplicação e do treino ou preparação ética do pessoal, tem com frequência pouco impacto no nível de comportamento da empresa.

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Como elaborar um Código de Ética?

Na elaboração de um código de ética deve-se ter em conta os seguintes critérios:1. Especificidade

2. Publicidade

3. Clareza

4. Revisão

5. Obrigatoriedade

Especificidade

Devem ser dados exemplos específicos aos colaboradores a fim de que estes possam determinar exactamente se as suas acções violam as normas ou não.

Publicidade

Deve ser um documento público de todas as partes interessadas para que possam consultá-lo e/ou verificar o compromisso da empresa com práticas equitativas e éticas.

Clareza

Deve ser claro, objectivo e realista a respeito das punições previstas para aqueles que os violarem.

Revisão

Deve ser periodicamente revisto. É um documento que precisa de ser actualizado a fim de reflectir problemas actuais.

Obrigatoriedade

É preciso que haja alguma forma de fazer cumprir o código.

Como implementar um código de ética?

Em matéria de implementação de um código de ética deve-se ter conta que:

1 - O código de ética deve ser colocado à disposição de todos os colaboradores;

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2 – A empresa deve facultar informação suficiente de modo a evitar interpretações ambíguas ou dúvidas;

3 – Os líderes devem apoiar vigorosamente o código, cumprir as suas ordens e denotarem um comportamento exemplar.

Se fica instituída a obrigatoriedade dos colaboradores denunciarem a violação do código, então é necessário que sejam também instituídos mecanismos aos denunciantes – anonimato, confidencialidade e protecção de eventuais retaliações.

A empresa deve garantir aos acusados o direito à privacidade, à justiça e ao respeito mútuo durante o processo disciplinar.

O direito de ter voz e a possibilidade de recursos da decisão são garantias fundamentais.

O tratamento dos membros deve ser imparcial.

A empresa deve monitorizar a aplicação do código, quer através de auditorias éticas periódicas e de uma constante procura de feedback sobre o que está a ocorrer nas várias unidades e níveis organizacionais.

Quem é o Técnico de Acção Educativo?

De acordo com o Referencial de Formação:

PERFIL DE SAÍDA

Descrição Geral

O/a Acompanhante de Crianças é o/a profissional que, no respeito de imperativos

de segurança e deontologia profissional, cuida de crianças até aos 12 anos durante

as suas actividades, refeições e horas de repouso, vigiando e orientando, e

cuidando da higiene, vestuário, alimentação e acompanhamento em passeios,

excursões e visitas, promovendo o desenvolvimento integral e harmonioso das

crianças, incluindo as com necessidades especiais de educação.

Actividades Principais

• Vigiar e acompanhar uma ou mais crianças.

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• Preparar e dar refeições ou auxiliar as crianças durante o período de refeição.

• Auxiliar nas tarefas de vigilância de crianças em creches e estabelecimentos

similares.

• Cuidar de crianças no seu próprio domicílio.

• Acompanhar, apoiar e desenvolver actividades quotidianas com crianças,

respeitando os seus horários e rotinas.

• Detectar e informar os pais e/ou o/a educador/a de eventuais problemas de saúde

e de desenvolvimento da criança.

O presente referencial de formação aplica-se também ao exercício profissional da

actividade de ama, que, pela sua especificidade e natureza, carece de um

tratamento particular, de acordo com a legislação que a regulamenta,

designadamente, o Decreto-Lei n.º 158/84, de 17 de Maio e o Despacho Normativo

n.º 5/85, de 18 de Janeiro.

Quem é o Técnico de Acção Educativo? (informação on-line site em rodapé)1

A Profissão:

O técnico é um profissional da educação, que tem como função apoiar os educadores no jardim-de-infância; As crianças são a base do técnico de acção educativa. A sua influência incide nelas e por elas, e sendo um profissional da comunicação deve tentar incutir valores, sentimentos, aprendizagens, cooperação e tudo o que demais possa ajudar a criança a tornar-se um ser saudável e intelectualmente equilibrado. Actualmente a Educação é algo basilar e que tem estatuto normativo de “direito do Homem”. Desta forma o técnico deve ser criterioso e rigoroso na veiculação do direito há educação, para que este vigore com sucesso e legitimidade. O Técnico de Acção Educativa não sendo apenas um profissional que tem em vista a instrução e a educação da criança, é essencialmente ele que procede ao direito da educação e da comunicação pedagógica.·

. O saber-fazer-bem, é uma parte importante do profissional. Só assim é possível uma comunicação pedagógica útil e provida de conteúdos.

. Sendo uma profissão considerada, impõe-se agir em factores principais como a selecção, a formação, a avaliação, a remuneração, as condições de trabalho, a autonomia

1 http://experienciasefa.blogspot.com/2009/10/codigo-deontologico-tecnicos-as-de.html

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A Deontologia é uma parte importante de qualquer profissão. Particularmente na cultura profissional, uma vez que é a ciência das regras morais da profissão. Um tratado dos deveres e também dos direitos, representado pelos Códigos Deontológicos.

Princípios Pedagógicos - Deontologia:

. A profissão retratada exige uma componente ética forte, em que a deontologia incide de uma maneira vincada e positiva.

. Sendo uma profissão, deve ser remunerada como tal. Demonstrativa do saber-fazer-bem que lhe é exigida.

. O Técnico de Acção Educativa tem que ter em mente a motivação e a formação da criança. Tem de promover as suas capacidades, a sua criatividade e torná-las responsáveis, interessadas e interventivas em tudo o que as rodeia.

Objectivos: O código deontológico tem como função definir os princípios éticos que uma profissão deve seguir. Com este código os profissionais Técnicos de Acção

Educativa devem manter esta conduta e saber elevar os direitos e deveres que lhes assiste.

Normas Gerais de Conduta Ética:

. Ter zelo pelo ensino e cumprimento dos princípios morais, dignidade, decência, honestidade e responsabilidade;

. Não descurar nunca a confidencialidade quanto às informações e actividades que fazem parte do e no trabalho;

. Sermos pessoas correctas e transparentes para com os outros, e de nenhuma forma falsear ou levar ao engano as pessoas, informações ou dados;

. Ser assíduo e pontual;

. Desenvolver as actividades com empenho e profissionalismo e ter sempre presente que é necessário uma constante actualização de conhecimentos;

. Como em qualquer profissão, o cuidado em propiciar um bom ambiente de trabalho deve ser prioridade máxima de todos. Assim sendo, o técnico (a) deve promover a igualdade não permitindo, desta forma, nenhum tipo de discriminação em função da cor, das crenças, do sexo, da classe social, da nacionalidade, da idade, das incapacidades físicas ou mentais;

Normas relativas à profissão:

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. O papel do técnico é de relevante importância. Este deve ter sempre em conta o elevado grau de conduta profissional que lhe é exigido, nunca devendo deixar de agir com dignidade e honra independentemente da situação;

. Não deve descurar nunca a cordialidade e o bom trato a manter perante as diversas instituições, não deixando de ser imparcial;

. Nunca esquecer a importância da confidencialidade no que diz respeito às informações e actividades exercidas no trabalho;

. Ter consciência do lugar que ocupa e respeitar a hierarquia estabelecida, fazendo por cumprir o melhor possível as recomendações superiores;

. Tentar manter sempre um bom ambiente de trabalho, através de um bom relacionamento com os colegas, espírito de equipa, demonstrar boa vontade e respeito, ser leal e confiante. Todo o trabalho tem desafios e o profissional deve ter em mente que tem de assumir responsabilidades pelos seus actos e acções;

. Comunicar aos agentes superiores, qualquer desvio ou falta de ética que possibilite incorrer numa ilegalidade que de qualquer forma possa vir a ser danosa para a instituição. Sem nunca esquecer que este tipo de situações devem ser acompanhadas de total sigilo profissional no que refere a fugas de informação para o exterior;

. Caso o profissional se encontre numa posição de liderança, este deve ser um modelo exemplar para o grupo;

. O trabalho desenvolvido deve ser constantemente analisado e aperfeiçoado, tratando falhas e lacunas que necessitem de melhoramento;

. Deve haver o cuidado em dignificar sempre a profissão durante e fora do seu exercício;. Desenvolver uma atitude crítica e de reflexão em relação ao trabalho que desenvolve e a si próprio;

. O profissional tem de ter a noção do dever de denúncia às autoridades competentes, em caso de exercício socioeducativo, anti-ético, ou que de alguma forma possam prejudicar o bem-estar da criança. Quer este seja praticado por Educadores, Pais ou outros profissionais;

. Deve incutir o desenvolvimento de qualidades pessoais que ajudem a optimizar e rentabilizar o trabalho e desempenho, tais como a paciência, a tolerância, o auto-controlo, a sensibilidade, a empatia;

. Os direitos e deveres assegurados por este código devem ser respeitados e fazerem-se respeitar.

Normas de relacionamento com os colegas dos Técnicos de Acção Educativa

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. Motivar-se a ser solidário com os colegas, e de forma alguma ter atitudes discriminatórias com os mesmos;

. Desenvolver o espírito de ajuda entre todos;

. Saber ouvir e aprender com as experiências dos colegas, e ao mesmo tempo compartilhar os conhecimentos que possui;

. Não deve de forma alguma difamar ou perder a confidencialidade sobre a vida pessoal dos colegas e/ou equipa;

. Saber ser sério e transparente perante os colegas, e criar um ambiente profissional harmonioso e de satisfação;

. Promover a amizade e o respeito para com o próximo;

. Respeitar as opiniões e trabalho dos outros, e jamais dar a conhecer ou evidenciar publicamente as eventuais divergências com colegas;

. Ajudar e manifestar solidariedade para com os colegas que sejam vítimas de injustiças ou que de algum modo estejam em dificuldades;. Providenciar informação sobre os recursos e acesso a que uma pessoa pode ter em caso de dificuldade;

Normas de relação com as crianças dos Técnicos de Acção Educativa

.Ser solidário com as crianças e zelar pelo seu desenvolvimento;

.Ser paciente e tolerante para com a criança de forma a criar um ambiente de amizade, confiança e empatia. Enquanto se aposta numa convivência saudável para que a criança se sinta segura, confortável e desejável;. Tentar transmitir valores importantes às crianças, tais como: responsabilidade, partilha, honestidade, espírito de ajuda para com o próximo, necessidade das regras;. Obrigar-se ao tratamento pelo nome da criança, como um elemento construtivo da sua identidade;

. Respeitar o direito ao silêncio e há privacidade da criança, tentando, no entanto, perceber se existe uma causa danosa;

. Respeitar toda a parte social, cultural e económica de cada criança, tratando-as com todo respeito e não esquecendo a sua singularidade como sujeito com direitos que está inserido numa sociedade;

. As informações pessoais da criança devem ser sigilosamente guardadas, excepto por razões profissionais ou legais;

. Promover o desenvolvimento e autonomia da criança;

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Salvaguardar os direitos das crianças com necessidades especiais, colaborando para a sua reinserção social e estimulando-as a fazer cada vez mais e melhor;. Reconhecer o direito ao erro por parte da criança, como sendo uma forma de aprender e fazer melhor;

. Confiar na criança e nas suas potencialidades;

. Não impor opiniões próprias ou de alguma forma levar a criança a fazer algo contra a sua vontade. Não ostentar nenhum símbolo ou emblema de qualquer ordem ideológica ou de crença, excepto se esta for relacionada com a instituição e reconhecida publicamente;

Tentar ser justo, compreensivo e bondoso principalmente quando avaliando ou julgando uma situação;

. Estar ao lado da criança em situações complicadas e incutir a convicção de um mundo melhor;

. O ambiente de trabalho onde a criança está inserida, deve ser o mais adequado para o bem-estar e saúde da mesma;

. A criança tem de ser tratada de forma cordial e respeitosa, para conseguir criar laços afectivos sólidos e aperfeiçoar o seu sistema de comunicação.

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Do grego ―ethiké‖ ou do latim ―ethica‖ (ciência relativa aos costumes), ética é o

domínio da filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que

distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto. Os

princípios éticos constituem-se enquanto directrizes, pelas quais o homem rege o

seu comportamento, tendo em vista uma filosofia moral dignificante. Os códigos de

ética são dificilmente separáveis da deontologia profissional, pelo que não é pouco

frequente os termos ética e deontologia serem utilizados indiferentemente.

O termo deontologia surge das palavras gregas ―déon, déontos‖ que significa

dever e ―lógos‖ que se traduz por discurso ou tratado. Sendo assim, a

deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e

normas adoptadas por um determinado grupo profissional. A deontologia é

uma disciplina da ética especial adaptada ao exercício de uma profissão.

Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da

responsabilidade de associações ou ordens profissionais.

Regra geral, os códigos deontológicos têm por base as grandes declarações

universais e se esforçam por traduzir o sentimento ético expresso nestas,

adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada grupo

profissional.

Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e

procedimentos explícitos, para os infractores do mesmo.

Alguns códigos não apresentam funções normativas e vinculativas, oferecendo

apenas uma função reguladora.

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Valores Humanos: pressupostos fundamentais da ética e valores Humanos essenciais

Ética

Conjunto de normas

Objectivos

Distinguir

O bem O correcto

O mal O incorrecto

Códigos de Ética

Dificilmente se Separam da Deontologia Profissional

Dever ou {} de deveres O que é Deontologia Princípios Grupos Profissionais

E normas adoptadas

… Regras que os profissionais devem cumprir de acordo com a sua profissão

Códigos de Deontologia Regras/normas de bons costumes e de boa conduta ou boas maneiras

Regras ou normas que não são cumpridas, dá direito a penalizações para infractores!!!

Três palavras-chave Ver – ouvir - calar

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BIBLIOGRAFIA

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