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1º pav.: 4 ap.: 57m², 60m², 64m² e 71m²; 2º ao 13º pav: 4 ap. de 56m²; 4 ap.: 57m², 60m², 64m² e 71m²; 14º pav.: 4 ap. de 56m²; 4 ap.: 49m², 52m², 56m² e 62m²; 15º pav.: 2 ap. de 56m² e 1 apto. de 112m² 4 ap.: 37m², 40m², 45m² e 50m²; Total: 115 unidades Irregular - 1428m² Av. São João 1452/1474 - Centro 7.35 - Área total = 10.514m² 99 % Ruim Alta 6.7 Edifício Lucerna (cine comodoro) 1954-59 Foto: Edson Lucchini Jr. Edicio Lucerna em 1959 - Térreo ocupado pelo Cine Comodoro. Fonte: Acervo pessoal de Aizik Helcer r. ana cintra av. dq. de caxias r. dr. frederico steidel av. são joão r. br. de campinas Construtora Auxiliar S.A. (Engº resp. Elias e Aizik Helcer) terreno unidades coef. de aproveitamento taxa de ocupação conservação descaracterização construção endereço e localização Adolf Franz Heep: edifícios residenciais Edson Lucchini Jr. Um estudo da sua contribuição para a habitação coleva vercal em São Paulo nos anos 1950 160

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1º pav.: 4 ap.: 57m², 60m², 64m² e 71m²;

2º ao 13º pav: 4 ap. de 56m²;

4 ap.: 57m², 60m², 64m² e 71m²;14º pav.:

4 ap. de 56m²;4 ap.: 49m², 52m², 56m² e 62m²;

15º pav.:2 ap. de 56m² e 1 apto. de 112m²4 ap.: 37m², 40m², 45m² e 50m²;

Total: 115 unidades

Irregular - 1428m²

Av. São João 1452/1474 - Centro

7.35 - Área total = 10.514m²

99 %

Ruim

Alta

6.7 Edifício Lucerna (cine comodoro) 1954-59

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Edifício Lucerna em 1959 - Térreo ocupado pelo Cine Comodoro. Fonte: Acervo pessoal de Aizik Helcer

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Construtora Auxiliar S.A.(Engº resp. Elias e Aizik Helcer)

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Adolf Franz Heep: edifícios residenciais Edson Lucchini Jr.Um estudo da sua contribuição para a habitação coletiva vertical em São Paulo nos anos 1950

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As novas avenidas, abertas ou alargadas com o Plano de Prestes Maia, ajudaram a elevar a cidade de São Paulo ao patamar de metrópole moderna, com a ascensão do modelo rodoviarista, baseado principalmente no automóvel como uma das expressões máximas da indústria moderna. As novas avenidas, além de revolucionarem a circulação na cidade, também definiram vetores de verticalização, como já estudado na análise do edifício Normandie. Além do arranha-céu e do automóvel, outro fator fundamental que compunha o ideário de modernização das cidades era o cinema. A televisão chegou ao Brasil em 1950, mas demorou ainda alguns anos para se afirmar como um meio de comunicação relevante. Desta forma, pode-se dizer que a grande janela para a percepção do mundo era o cinema. A cinelândia paulistana se apropriava do que havia de melhor em tecnologia cinematográfica.

Fachada do Cine Metro em 1938 - Av. São JoãoFonte: http://salasdecinemadesp.blogspot.com/2009/05/as-mais-belas-fachadas-dos-antigos.html - acesso em abril de 2010

“A cinelândia não só lançava filmes, mas também tecnologia e ditava os melhores padrões de qualidade das salas. As salas são símbolo deste momento, elas se adequam aos avanços técnicos ao mesmo tempo que procuravam simbolizá-los. Não é à toa que entram da discussão da arquitetura moderna; são exemplares dessa nova estética ligada à funcionalidade e avanços tecnológicos.” (SANTORO, 2005, p.9)

Da década de 1930 à de 1960, ir ao cinema era um acontecimento social, que exigia vestimentas adequadas; além disso, “os espectadores dirigiam-se ao cinema e não ao filme - iam assistir a um tipo de filme e não uma determinada película” (SANTORO, 2005, p.9). Deste modo, as salas eram especializadas em um determinado tipo de filme, por exemplo, algumas só exibiam musicais da Broadway, outras, só filmes de faroeste, etc.

O arquiteto Rino Levi foi fundamental neste perídodo de ascensão dos cinemas em São Paulo; ele desenvolveu projetos específicos para salas de cinema, aprofundando-se nas questões acústicas, tornando os seus desenhos menos empíricos e mais técnicos, além de afastar definitivamente os projetos de salas de cinema dos de salas de teatro. Rino tornou-se referência em projetos de edifícios que, além de cinemas, abrigam diversos usos, como habitação e serviços como hotéis. Os exemplos são os edifícios UFA-Palácio (1936) e o cine Ipiranga (1941).(ANELLI; GUERRA; KON, 2001)

Fachada do Cine UFA-Palácio - Arq. Rino Levi - 1936 - Av. São JoãoFonte: http://salasdecinemadesp.blogspot.com/2009/05/as-mais-belas-fachadas-dos-antigos.html - acesso em abril de 2010

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A avenida São João e a cinelândia paulistana:

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O cine Comodoro, inaugurado no dia 14 de agosto de 1959, situou-se até 1997 no térreo e no subsolo do edifício Lucerna, foco desta análise. A sala para 1400 lugares foi especialmente projetada para receber uma inovadora tecnologia cinematográfica da época chamada “Cinerama”; esta consistia numa projeção feita simultaneamente por três aparelhos, sendo um central e dois laterais, que projetavam as imagens numa enorme tela de 20,00m de comprimento por 7,00m de altura e 146º de curvatura, produzindo um efeito tridimensional. O jornalista João Luiz Vieira descreve em seu “blog”45 as sensações causadas pela nova técnica de exibição:

“Os espectadores iam enchendo a sala aos poucos e, em seguida, as luzes começavam a diminuir enquanto que as cortinas se abriam o suficiente para mostrar uma imagem quadrada, correspondente ao tamanho dos 35 mm., normal. Na tela, em preto e branco, aparecia um documentário que fazia um breve histórico cronológico e evolutivo das imagens em movimento, indo até a pré-história e o homem da caverna até, claro, o Cinerama, a ‘maior conquista do homem’, etc. Mostrava as câmeras, descrevia o processo de filmagem até que finalmente anunciava a novidade aos espectadores: ‘...e agora, senhoras e senhores... vamos ao Cinerama!’ conclamando a platéia e inscrevendo-a diretamente dentro do espetáculo. Aí, já colorida, surgia a imagem do trenzinho subindo uma célebre montanha russa de Coney Island, no Brooklyn, imagem que se formava aos poucos, diante de nossos olhos maravilhados, exatamente sincronizada com as cortinas que, então, se abriam completamente. Quando o trenzinho chegava à parte mais alta da estrutura da montanha russa, a imagem estava completa e a tela curva completamente aberta com os três projetores em ação. Começava a queda vertiginosa do trenzinho ao mesmo tempo em que, por toda a sala, o som estereofônico se abria, num envolvimento com o espetáculo absolutamente inédito até então. Era uma sensação física, os espectadores se agarravam nos braços das poltronas. Você, digamos, estava “dentro do espetáculo” e dele fazia parte, como a publicidade não cansava de enfatizar.”

O Comodoro encerrou suas atividades em 1997. No ano 2000, um incêndio destruiu totalmente a sala, que permanece, até os dias de hoje, fechada e sem previsão para uma reforma ou um novo uso.

Esquema Ilustrativo do sistema CineramaFonte: http://salasdecinemadesp.blogspot.com/2008/06/o-cine-comodoro-cinerama-parte-1.html - acesso em abril de 2010

Inauguração do Cine Comodoro - 1959Fonte: Jornal “Folha da Manhã”, de 15 de Agosto de 1959

Cine Comodoro - 1974Fonte: http://salasdecinemadesp.blogspot.com/2008/06/o-cine-comodoro-cinerama-parte-1.html - acesso em abril de 2010

Adolf Franz Heep: edifícios residenciais Edson Lucchini Jr.Um estudo da sua contribuição para a habitação coletiva vertical em São Paulo nos anos 1950

(45) - Disponível em http://salasdecinemadesp.blogspot.com/2008/06/o-cine-comodoro-cinerama-parte-1.html

O Cine Comodoro

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bloco A

cinema

av. são joão

bloco A

bloco B

bloco B

O terreno onde situa-se o edifício Lucerna conta com 1428m² de área e uma geometria irregular; na porção frontal, voltada para a avenida São João, a geometria do lote se assemelha a um trapézio, com o lado inclinado medindo 24,85m de comprimento e alinhado com a São João. A face lateral esquerda, para quem da avenida vê o edifício de frente, mede 52,75m de comprimento e a face direita, 62,30m. O fechamento do polígono que define o lote se dá, nos fundos, por cinco faces irregulares e angulosas. No sentido transversal do lote há um desnível de aproximadamente 1,00m, da direita para a esquerda (para quem da rua vê o edifício de frente), que acompanha o declive da avenida São João no sentido centro-bairro.

O partido de implantação acompanha a geometria do lote, sem recuos em nenhum dos lados, de modo que o subsolo e o térreo, destinados ao cinema, ocupam a totalidade do terreno, desprovido, portanto, de áreas permeáveis. O corpo elevado, destinado às moradias, ocupa o primeiro terço do lote no sentido longitudinal; é dividido em dois blocos (A e B) com torres de circulação vertical independentes. Ambos os blocos são definidos por dois volumes, separados por um vazio e pelas caixas de escadas e elevadores, sendo um voltado para a face principal que se abre para a avenida São João, com orientação sudoeste, e o outro, voltado para os fundos do lote, com orientação nordeste. O volume que contém as porções frontais dos blocos A e B possui uma geometria trapezoidal, já que sua face principal alinha-se com a face inclinada do lote; as demais faces do volume seguem a ortogonalidade.

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Terreno, implantação, volumetria e entorno

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Ambos os volumes (frontal e posterior) possuem 51,00m de altura, sendo térreo mais 14 pavimentos, porém, os dois últimos do volume frontal sofrem o escalonamento obrigatório, por estarem voltados para a via pública. O volume posterior, voltado para os fundos do lote, possui geometria perfeitamente ortogonal.

O entorno do edifício Lucerna é densamente verticalizado, porém, os edifícios que o ladeiam possuem variações de gabarito, trazendo uma ausência de homogeneidade à fachada da quadra.

Uma colunata composta por quatro pilares redondos de 70cm de diâmetro cada, marca os acessos ao cinema na porção central e frontal da planta térrea, e aos blocos residenciais A e B espelhados entre si e situados em ambas as extremidades laterais. A colunata confere, além de imponência à fachada, um alargamento do passeio público, propiciando, junto à uma marquise em balanço de 3,00m de largura, uma considerável área coberta, que protege das intempéries as pessoas que compram bilhetes ou que aguardam ao início de uma exibição cinematográfica. Esta solução descrita está diretamente ligada à legislação construtiva da época, que incentivava os alargamentos de passeios e a adoção de reentrâncias e colunatas nas fachadas de edifícios destinados a cinemas. Desta forma, cabe enfatizar que a adoção desta solução arquitetônica não é apenas fruto de decisões projetuais do arquiteto, afinal, nota-se que a maioria dos edifícios destinados ao uso de cinema nesta época possuem situações semelhantes, evidenciando a influência da legislação46.

Na reentrância térrea, que aumenta a área do passeio, há uma bilheteria que divide em duas partes os acessos ao inteior do cinema, controlados por portas de madeira e vidro. Após a transposição das portas, há escadarias que conduzem ao foyer principal, meio nível abaixo do térreo, e ao foyer do balcão, meio nível acima. O foyer principal é um espaço de geometria trapezoidal, que conta com 230m² de área (aproximadamente um terço da área da sala de exibição). Há um café, que se comunica com o foyer, mas se encontra 90cm abaixo dele. A sala de exibição conta com 35,00m de comprimento por 23,90m de largura e pé-direito de 10,00m, com capacidade para 1100 assentos no nível principal e mais 300 no balcão. A

Esquema de distribuição do pavimento térreo

av. são joão

halls de acesso aos blocos residenciaiscirculação vertical

espaço livre - acesso ao cinema

hall do cinema

bloco A

cinema

bloco B

Edifício Lucerna e seu entorno atualmenteFoto: Edson Lucchini Jr.

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(46) - O texto exato da lei é: “Art. 9 º - Parágrafo único - Estudará a prefeitura a concessão oportuna de favores especiais para os prédios que não possuírem corpos super-elevados (art. 4º) e cujos térreos apresentem recuos, galerias, colunatas ou arcadas, equivalentes a uma ampliação dos passeios, utilizáveis para mesas de cafés, bars, etc”. (SÃO PAULO, Decreto Lei nº 40, de 03 de agosto de 1940. Regulamenta as construções na avenida Ipiranga e dá outras providências.Anais da Cãmara Municipal de São Paulo, 1940, p.42-47)

Térreo e subsolo

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curva de visibilidade faz com que o meio da sala, no sentido longitudinal, tenha uma cota de nível 60cm mais baixa que a dos acessos, e 77cm mais baixa que a cota próxima à tela. A organização das plantas, não só no térreo, mas em todo o edifício, sempre busca a simetria, que somente é quebrada em alguns momentos por condicionantes do terreno irregular; desta forma, os banheiros destinados ao público, situados atrás da tela de projeção encaixam-se na geometria irregular e angulosa dos fundos do terreno, rompendo a simetria presente na maioria dos setores da planta.

O foyer do balcão situa-se meio nível acima do térreo (1,92m); é um espaço retangular com cerca de 70m²; dele, se acessam banheiros, masculino e feminino, espelhados entre si, além de duas escadas, também espelhadas, que conduzem ao nível do balcão, cuja cota é a mesma da cabine de projeção e demais espaços destinados à parte técnica e administrativa do cinema. O balcão projeta-se sobre cerca de um terço da sala de exibição e tem capacidade para 300 lugares, divididos em três colunas e doze fileiras; ele se apoia nas paredes laterais e em duas fileiras de pilares situadas bem próximo aos acessos principais, liberando uma grande área sem nenhum apoio, a fim de não prejudicar a visibilidade.

A combinação de uma torre residencial, ou para uso de um hotel, com um cinema dentro de uma mesma edificação resulta em alguns desafios estruturais que demandam grandes transições, já que a sala de exibição deve possuir uma planta o mais livre possível, sem a presença dos pilares que descem dos andares superiores. O arquiteto Rino Levi já desenvolvia nos anos 1930 e 1940 situações como esta, e já propunha, no projeto dos cines UFA-Palácio (1936) e Ipiranga (1941), esta mesma disposição posteriormente adotada no edifício Lucerna e cine Comororo, onde evita-se ao máximo que os blocos residenciais elevados fiquem sobre a sala de exibição, e sim, sobre o foyer, já que este espaço pode receber mais pilares, minimizando as transições. Se a torre residencial estivesse sobre a sala de exibição, que demanda uma planta mais livre, certamente a resolução estrutural seria muito mais complexa e de alto custo. Os acessos aos blocos residenciais situam-se em ambas as extremidades laterais da porção frontal da planta térrea; eles se dão por corredores que conduzem a halls de elevadores e escadas, cujas cotas de nível estão a 2,40m acima do nível da rua no bloco A, e a 1,44m no bloco B.

Corte do ed. Lucerna e cine Comodoro

Planta térrea e corte longitudinal do Cine Ipiranga - Rino Levi - 1941Fonte: (ANELLI; GUERRA; KON, 2001, p.121)

ocupação do torre em rela-ção à sala de projeção no

cine Ipiranga

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A circulação vertical do edifício Lucerna, em ambos os blocos (A e B) é feita em duas caixas que unem os volumes frontal e posterior. Em cada bloco, há um nicho de circulação vertical composto por dois elevadores que se ladeiam e se separam das escadas lineares por um hall de geometria retangular e 12,00m² de área. Apenas na transição entre o térreo e o 1º pavimento, a escada é em forma de “U” sem patamar intermediário; isto ocorre porque devido ao pé-direito mais elevado do térreo, há a necessidade de um maior número de espelhos para a escada.

O Lucerna conta com quatro distribuições distintas de pavimentos ao longo do seu desenvolvimento vertical. O primeiro pavimento, conta com quatro unidades residenciais, apenas no volume voltado para a avenida São João. O volume posterior, separado do frontal pelas caixas de circulação vertical e pelos vazios, abriga a área técnica e administrativa do cinema; neste mesmo nível, encontra-se o acesso ao balcão do cinema.

As unidades residenciais do primeiro pavimento possuem o mesmo arranjo espacial, porém, da esquerda para a direita, para quem da avenida São João vê o edifício de frente, as unidades vão aumentando de tamanho devido à inclinação da face do terreno voltada para a São João; desta forma, a unidade da extrema esquerda conta com 57m² de área e a da extremidade direita, com 71m². Esta situação se repetirá em todos os pavimentos, do bloco voltado para a São João.

As plantas das unidades, independentemente das dimensões, possuem a mesma distribuição; ao se acessar o apartamento, um corredor conduz a um hall que distribui os fluxos para as salas, cozinha, banheiro e dormitório. As salas de estar e jantar compartilham o mesmo espaço de geometria trapezoidal e 22,50m² de área; elas se abrem para o terraço, presente somente nas unidades do 1º pavimento. O terraço se situa sobre a marquise em balanço de 3,00m, que protege o acesso ao cinema, no térreo. Os terraços, em todas as quatro unidades do 1º pavimento, contam com 3,00m de largura por 6,00m de comprimento. O dormitório, de geometria trapezoidal e 19,50m² de área,

Esquema de distribuição do 1º pavimento

circulação horizontalcirculação verticalunidades

57m²

área técnica - cine

balcão

60m² 64m² 71m²

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Carimbo dos Irmãos Helcer com um croqui do ed. LucernaFonte: Acervo pessoal de Aizik Helcer

Circulação Vertical

Pavimento tipo e unidades

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também se abre para o terraço. Portas de correr em aço e vidro, fazem a separação do dormitório e sala dos terraços. Banheiro e cozinha se ladeiam, mais uma vez concentrando as situações hidráulicas numa mesma porção da planta. A cozinha, retangular, possui 7,00m² e dá acesso a uma lavanderia; ambos os espaços possuem aberturas para um dos vazios internos do edifício. O banheiro, também retangular, permite que em seus 4,10m² de área sejam colocadas todas as peças sanitárias necessárias (lavatório, bidê e bacia), além de uma banheira.

No segundo pavimento, o volume posterior, voltado para os fundos do lote, também passa a contar com apartamentos, ou seja, a partir deste andar não existem mais funções relacionadas ao cinema. Agora são oito apartamentos por piso, situação que se repetirá até o último (15º), sendo quatro situados no volume frontal, já descritos, e mais quatro no volume posterior, voltados para os fundos do lote. Ao contrário do volume frontal, o posterior é perfeitamente ortogonal, resultando em unidades de tamanhos e arranjos espaciais idênticos. A única diferença do 2º pavimento em relação aos demais superiores, é o fato dos quatro apartamentos do volume posterior possuírem terraços descobertos, situados sobre a laje do cinema.

O 14º andar é o primeiro a sofrer o recuo que escalona o edifício em seu volume frontal; os arranjos do pavimento e das unidades são idênticos aos dos inferiores, porém, os apartamentos sofrem uma diminuição dos comprimentos das salas de estar e dormitórios, situação que resulta num terraço descoberto de 1,50m de largura, cuja medida corresponde ao recuo obrigatório.

No 15º pavimento há uma variação na distribuição e nas dimensões de algumas unidades; na extremidade direita (para quem da rua vê o edifício de frente) do volume posterior, o que nas unidades dos andares inferiores eram dois apartamentos, torna-se um, que é o maior de todo o edifício com 112m² e dois dormitórios. Junto ao acesso, há um corredor que serve como elemento principal para a distribuição independente de todos os setores da planta. Logo à esqueda, quando se adentra ao apartamento, se situa a cozinha retangular, com 8,00m² de área; dela, se acessa a área de serviço, que conta com banheiro e dormitório de empregada, além do espaço para o tanque e para se estender roupas. Ao final do corredor principal encontra-se, à esquerda, o acesso à área social, disposta em um espaço retangular de 29,00m² composto

Planta da unidade de 64m² 1º pavimento -

circulação horizontalcirculação verticalunidades

Esquema de distribuição do 2º ao 13º pavimento

57m²

56m² 56m² 56m² 56m²

60m² 64m² 71m²

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por uma sala de jantar e uma sala de estar. À direita, no final do corredor, encontra-se o setor íntimo, que possui um dormitório de casal, um de solteiro e um banheiro comum para os dois. O dormitório de casal, assim como as salas, abre-se para os fundos do lote e possui geometria retangular, com 23,00m² de área. O dormitório de solteiro conta com 13,00m² e tem sua abertura voltada para um dos vazios internos do edifício. A grande medida transversal do apartamento (12,00m) permitiria a presença de mais um dormitório ladeando a sala de estar e voltado para a fachada dos fundos, porém, a opção foi por áreas sociais e domitório de casal mais generosos.

No volume frontal, o recuo de mais 1,90m em relação ao 14º pavimento fez com que o apartamento da extremidade esquerda, para quem da rua vê o edifício de frente, sofresse uma mudança siginificativa em sua distribuição e se tornasse o menor em todo o edifício, com 37m²; pode-se dizer que esta unidade é uma kitchenette, pois não há divisão entre o espaço de estar e o de dormir.

circulação horizontalcirculação verticalunidades

Esquema de distribuição do 15º pavimento

112m²56m²56m²

37m² 40m² 45m² 50m²

Planta da unidade de 37m² 15º pavimento.

Planta da unidade de 112m² - 15º pavimento.

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Perspectiva do Ed. Lucerna e Cine Comodoro - Vista da Av. São João

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No edifício Lucerna, são duas as faces que receberam tratamento aquitetônico: a que se volta para a avenida São João, considerada a principal, com orientação sudeste e a que se volta para o meio da quadra, com orientação nordeste.

A fachada principal possui situções distintas que marcam cada etapa do desenvolvimento vertical do edifício; no térreo, a presença do Cine Comodoro trouxe à fachada um toque de monumentalidade, conseguido entre outros fatores, pelos pilares redondos que marcam o acesso ao interior da edificação. Como já explicado anteriormente, uma reentrância que alarga o passeio público foi criada atrás dos pilares redondos gerando uma área coberta para proteção contra intempéries, mas que também confere leveza ao volume do edifício, que toca mais sutilmente o chão. O segundo momento da fachada, logo acima do térreo, é composto por uma superfície de 24,70m de comprimento por 5,00m de altura, feita em cobogós quadrados, que enquadram um volume em balanço que funciona como marquise e terraço para os apartamentos

Edifício Lucerna em 1959 Fonte: Acervo pessoal de Aizik Helcer

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Fachadas

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do 1º andar, projetando-se em 3,00m sobre o alinhamento; além disso, este volume contribui com a monumentalidade da fachada, sustentando os luminosos que anunciavam os fimes em cartaz. A simetria, que só não é perfeita devido às angulosidades do terreno, é outro elemento que ajuda a reforçar a monumentalidade da fachada, principalmente em sua porção inferior. Logo acima da superfície de elementos vazados, que também pode ser entendida como um elemento de transição entre o público e o privado, surge o corpo principal da fachada, que é dominado pelas aberturas dos apartamentos do 2º ao 13º pavimento. O recuo da estrutura em relação ao alinhamento do edifício com a avenida São João, criando um balanço de 1,50m das lajes, permitiu a adoção de uma fachada livre, de modo que o arquiteto pôde criar aberturas generosas e linhas delgadas, já que não há vigas na fachada. A orientação sudeste, de pouca insolação, também foi um fator que pode ter levado à decisão pelo envidraçamento abundante da fachada.

Edifício Lucerna atualmenteFoto: Edson Lucchini Jr.

Adolf Franz Heep: edifícios residenciais Edson Lucchini Jr.Um estudo da sua contribuição para a habitação coletiva vertical em São Paulo nos anos 1950

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Na maioria dos edifícios estudados, se nota que Heep frequentemente optava por sombreamentos na fachada, através de volumes salientes, por razões perceptivas e de conforto térmico, entre outras. No edifício Lucerna, a fachada não possui terraços, grelhas e nem outros elementos salientes, já que não há a necessidade de sombreamentos, devido à orientação sudeste. Porém, a falta de volumetria da fachada é em partes compensada por um simples tratamento cromático que trouxe movimento a ela; as linhas brancas compõe uma grelha, que dá a impressão de estar sobreposta de maneira desencontrada a uma outra grelha secundária, de cor amarela; ambas as grelhas não possuem profundidade, não se salientando na fachada, porém, a impressão causada é que realmente uma está sobre a outra.

No edifício Lucerna Heep adotou uma solução, em relação aos caixillhos, semelhante à do edifício Normandie, onde os peitoris e as bandeiras das janelas são envidraçados e basculantes, possibilitando uma troca de ar. Os peitoris envidraçados, são protegidos por tubos metálicos. Mais uma vez, Heep compõe uma fachada onde os elementos horizontais são mais marcantes; neste caso não há floreiras, que habitualmente são os elementos horizontais preferidos do arquiteto, mas sim linhas horizontais que, mais fortes que as verticais, representam as lajes e os guarda-corpos.

Edifício Lucerna em atualmente - descaracterizaçãoFoto: Edson Lucchini Jr.

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Assim como na maioria dos edifícios estudados, o escalonamento obrigatório dos últimos andares acaba assumindo um papel de coroamento ao edifício. No Lucerna, a solução adotada para os dois últimos pavimentos escalonados é semelhante à de outros edifícios de Heep; no corpo principal da torre, ele sempre opta pelo mínimo de alvenaria possível na fachada, utilizando grandes caixilhos, porém, nos coroamentos escalonados a tipologia e dimensões dos caixilhos mudam, predominando nas fachadas as superfícies lisas em alvenaria, ou seja, o escalonamento por sí só já confere uma diferenciação ao coroamento do edifício, reforçada ainda mais pelas decisões projetuais descritas.

O edifício Lucerna acompanhou a degradação do centro da cidade, principalmente nesta região da antiga cinelândia. A fachada atualmente encontra-se muito deteriorada, sem a menor manutenção; além disso, os caixilhos originais vêm sendo trocados por esquadrias de alumínio. Nota-se que em muitas unidades, as bandeiras superiores de ventilação dos caixilhos vêm sendo retiradas e preenchidas com alvenaria. As cores utilizadas também agridem a idéia original de superposição de grelhas. Porém, a grande perda para o edifício e para todo o entorno foi o fechamento do Cine Comodoro em 1997, que era considerado por muitos o melhor cinema da cidade, mas que assim como todos os outros da região, perdeu lugar para os cinemas em shopping centers.

Edifício Lucerna em atualmente Foto: Edson Lucchini Jr.

Edifício Lucerna em atualmente Foto: Edson Lucchini Jr.

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Situação Atual

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cine comodoro edifício lucerna A e B

1 - bilheteria2 - foyer do balcão3 - banheiro fem.4 - banheiro masc.

1 - acesso - bloco A2 - hall de elevadores - bloco A3 - acesso - bloco B4 - hall de elevadores - bloco B5 - dep. de lixo6 - vazio

planta do pav. térreoesc. 1:250

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cine comodoro

1 - foyer principal2 - vitrines3 - café4 - sala de exibição5 - banheiro fem.6 - banheiro masc.7 - manut. tela8 - depósito9 - ante-câmara

edifício lucerna A e B

1 - medidores2 - caldeira3 - caixas d’água4 - dep. de óleo

planta do subsolo

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planta do 1º pav.esc. 1:250

apto. 1 dorm. - 64 m²

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço

1

1

cine comodoro

1 - acesso ao balcão2 - cabine de projeção3 - administração4 - enroladeira5 - wc do operador6 - banheiro masc.7 - banheiro fem.8 - depósito

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apto. 1 dorm. - 64 m² apto. 1 dorm. - 56 m²

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - terraço descoberto7 - serviço

1

1

2

2

planta do 2º pav.esc. 1:250

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apto. 1 dorm. - 64 m²

apto. 1 dorm. - 56 m²

apto. 1 dorm. - 56 m²

apto. 1 dorm. - 56 m²

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço7 - terraço

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço

1

1

1

1

2

2

2

2

planta do 3º ao 13º pav.esc. 1:250

planta do 14º pav.esc. 1:250

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kitchenette - 37 m² apto. 1 dorm. - 45 m² apto. 1 dorm. - 56 m² apto. 2 dorm. - 112 m²

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala 4 - dormitório5 - terraço

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço7 - terraço descoberto

1 - cozinha2 - banheiro3 - sala de jantar4 - sala de estar5 - dormitório6 - serviço

1 - corredor de distr.2 - cozinha3 - banheiro4 - sala de jantar5 - sala de estar6 - dormitório casal7 - dormitório solteiro

8 - serviço9 - banh. empregada10 - dorm. empregada

1

12

3 4

2 3 4

planta do 15º pav.esc. 1:250

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corte AA

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fachada av. são joão

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detalhe de fachada - térreo

detalhe de fachada

detalhe de fachada

Colunata composta por quatro pilares redondos marcam o acesso ao cimena e conferem monumentalidade.

Volume saliente que serve como marquise, ampliando a área coberta para quem compra bilhetes ou aguarda ao início do filme.

Corpo principal da torre com uma fachada livre, muito envidraçada, com grelhas que enquadram as aberturas.

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