60040 direito penal completo 54

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 DIREITO PENAL Parte Geral Prof. Ana Paula Vieira de Carvalho

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livro de direito penal completo. muito bom

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  • DIREITO PENAL

    Parte Geral

    Prof. Ana Paula Vieira de

    Carvalho

  • DIREITO PENAL

    Delimitao: setor do ordenamento jurdico que define crimes, comina penas e prev medidas de segurana aplicveis aos autores das condutas incriminadas

    ( Juarez Cirino dos Santos)

    Caractersticas do Direito Penal:

    1. finalidade preventiva 2. subsidiariedade ( "non omne quod licet

    honestum est") 171 CP. O direito Penal mnimo.

    3. Fragmentariedade (princpio da inerveno mnima)

  • Funo:

    Exclusivamente a proteo de bens

    jurdicos- doutrina Brasil

    -Princpio da lesividade ou da ofensividade

    * Distino Csar Bittencourt

  • BEM JURDICO:

    Dados fundamentais para a realizao pessoal dos indivduos ou para a subsistncia do sistema social, compatveis com a ordem constitucional ( Lus Greco)

    Realidades ou fins que so necessrios para uma vida social livre e segura, que garanta os direitos fundamentais dos indivduos , ou para o funcionamento do sistema estatal erigido para a consecuo de tal fim. ( Roxin)

    - diferena bem jurdico tutelado com objeto material do crime.

  • Funes do conceito de bem jurdico:

    de garantia

    teleolgica ( interpretao dos tipos penais)

    individualizadora ( critrio de medida da pena, levando-se em conta a gravidade da

    leso ao bem jurdico /desvalor do

    resultado)

    sistemtica: classificao das infraes

  • Conseqncias do conceito de bem

    jurdico:

    1. Impossibilidade de punir penalmente condutas meramente imorais.

    2. Impossibilidade de punir a simples violao de um dever

    3. Impossibilidade de proibies meramente ideolgicas

    4. impossibilidade de punir um modo de ser

    5. Impossibilidade de punir bens no fundamentais ( bens jurdicos so somente dados de importncia fundamental) .

  • bem jurdico e constituio

    a fisionomia do conceito de delito fortemente influenciada pelo tipo de

    Estado em que se insere o legislador

    penal

    limitao material da funo legislativa

  • Da constituio decorrem ( Feldens):

    proibies de penalizao ( limites materiais ao direito penal):

    a.1- direitos constitucionalmente tutelados

    a.2- proibies que no afetem um bem

    jurdico

  • Apenas bens constitucionalmente

    relevantes so passveis de tutela?

    1a. Concepo ( Figueiredo Dias): Sim, devem estar pelo menos implicitamente previstos na CF;

    Na viso de Luciano Feldens, quanto mais direta a previso constitucional, maior ser a legitimidade da penalizao

    2. Concepo: (Lus Greco, Dolcini e Marinucci): basta que o bem jurdico eleito seja compatvel com os princpios da constituio.

  • Pode estar obrigado o legislador a castigar

    leses a bens jurdico-constitucionalmente

    protegidos ( ex. aborto) ?

    Em outras palavras, a Constituio estabelece obrigaes de tutela penal? (

    conseqncia prtica: considerar uma lei

    inconstitucional por proteo deficiente a

    um determinado bem jurdico).

  • 1. Corrente: Luciano Feldens

    Nossa CF estabelece algumas obrigaes de penalizao ( ex. 5o. XLII, XLIII, ...). Da se extrai:

    1. proibio do abolicionismo penal;

    2. impossibilidade de revogao das normas que incriminam as condutas tratadas na CF;

    3. da necessria penalizao de condutas como a reteno dolosa de salrio ( 7o., X), extrai-se que implicitamente se deseja tb a proteo do prprio trabalhador e de seus direitos mais valiosos, os direitos fundamentais;

    4. Essa concluso tb fruto da eficcia objetiva dos direitos fundamentais e do princpio da proporcionalidade, a impedir a proteo deficiente.

  • 2 corrente : Dolcini e Marinucci

    A CF apenas prescreve o dever de

    proteo aos bens jurdicos, mas no o

    MODO de proteo destes mesmos bens.

    Cabe ao legislador a escolha dos meios

    adequados.

  • PRINCPIO DA LEGALIDADE

    nullum crimen, nulla poena sine lege

    origem histrica: Magna Carta Inglesa- 1215/Declaraes dos Direitos do homem

    e do cidado/ Sec XIX com Feuerbach.

    art. 5, XXXIX CF

  • Desdobramentos:

    nullum crimen, nulla poena, sine lege:

    1. PRAEVIA

    2.SCRIPTA

    3.STRICTA

    4.CERTA

  • as medidas provisrias e a legislao penal

    as leis de interpretao autntica

    a constitucionalidade das leis penais em branco

    O princpio da legalidade e a taxatividade da lei penal:

    Conceitos normativos e descritivos e as limitaes da preciso

    Roxin: Um preceito ser claro e determinado na medida em que do mesmo se possa deduzir o fim de proteo do legislador e sejam marcados limites a uma extenso arbitrria da interpretao.

  • ANALOGIA: ubi eadem ratio, ibi eadem

    legis dispositio

    - Analogia versus interpretao - limite: o sentido literal possvel segundo a linguagem corrente.

    Diferenas entre : interpretao analgica, extensiva e analogia.

    inadmissibilidade de normas que prevejam clusulas genricas do tipo e casos similares ou e casos anlogos, salvo quando precedidas de uma srie de casos homognea sob a qual se reconduza um gnero identificvel, ou a um critrio unvoco legislativamente prefixado.

  • ANALOGIA

    1. in bonam partem

    2. in malam partem

    no se fala em analogia in bonam partem

    se a norma excepcional ou se a lacuna

    intencional

    - o STF, no julgamento do HC 97261, Rel. Min. Joaquim Barbosa ( informativo 623,

    de abril de 2011), decidiu que a ligao

    clandestina de TV a cabo atpica,

    porque no energia e seria analogia in malam partem.

  • A analogia in bonam partem e as causas

    de justificao

    1.corrente: sendo regras excepcionais, no

    admitem analogia;

    2.corrente: Dolcini, Marinuci- a

    antijuridicidade um pressuposto geral da

    punio. As normas que excluem ilicitude

    so expresso de princpios gerais do

    ordenamento jurdico

  • Outros princpios:

    1. princpio da lesividade ou ofensividade

    2. princpio da personalidade das penas ou da pessoalidade (art. 5o, XLV)

    3. princpio do dolo ou culpa, da responsabilidade subjetiva, ou da culpabilidade

    4. princpio da proporcionalidade (a medida se estabelece com base na nocividade social do fato). Em sua vertente abstrata, limita as criminalizaes primrias a hipteses de graves violaes a bens jurdicos relevantes ( subsidiariedade) e em sua verso concreta refere-se aplicao e execuo da pena criminal.

    Fundamento constitucional do princpio da proporcionalidade: arts. 5 XLII, XLIV, XLII, XLVI, 98, I.

  • 5. Princpio da insignificncia

    6. Princpio da Humanidade- art. 5. XLIX e XLVII, e da CF.

  • CONFLITO DE LEIS NO TEMPO

    Falar sobre o conflito de leis no CPP: tempus regit actum

    O conflito de leis em matria penal

    Princpios:

    1. Irretroatividade da lei mais severa

    2. retroatividade da lei mais benigna

    Lex mitior: extra-atividade- ultra-ativa e

    retroativa

    - lei intermediria

  • normas processuais com relevantes

    caractersticas penais: normas

    processuais que restrinjam o contedo de

    direitos e garantias do cidado- ex. priso

    preventiva

    as condies de procedibilidade(diferena com condio objetiva de punibilidade)

    condies da ao- genricas: legitimatio

    ad causam, possibilidade jurdica do

    pedido e interesse de agir + condies

    especficas ou de procedibilidade

  • autoridade competente depois do trnsito em julgado: VEP

    Combinao de leis:

    Doutrina:

    1 corrente - pela admissibilidade : Assis Toledo, Damsio, Alberto Silva Franco,

    Nilo Batista

    2. Corrente- pela inadmissibilidade: Hungria e Anbal Bruno

    Posio do STF e do STJ

  • - ABOLITIO CRIMINIS

    art. 2 e 107, III do CP

    efeitos principais e secundrios, mas penais

    61 CPP

    - A ULTRATIVIDADE DAS LEIS

    TEMPORRIAS OU EXCEPCIONAIS- O

    art. 3 do CP e a sua constitucionalidade

    Conflito de leis no tempo envolvendo duas

    leis excepcionais ou temporrias

  • - Norma Penal em Branco e conflito de leis

    no tempo:

    Critrio de Assis Toledo: depende do exame da perda do carter ilcito do fato;

    Critrio de Pierangelli: a concluso depende da origem do complemento:

    a) se o complemento uma lei: retroage sempre

    b) se outro atos normativo : deve-se aferir se h parentesco com a lei

    excepcional ou temporria

  • - a constitucionalidade das normas penais em branco

    - a possibilidade de ultratividade de entendimento jurisprudencial mais

    benfico

  • TEMPO DO CRIME

    art. 4

    teorias: atividade, resultado, mista ou da ubiquidade

    Crime permanente- considera-se a lei vigente no momento do ltimo ato

    (Zaffaroni).

    Crime continuado: Smula 711 do STF

    - o tempo do crime na participao e na autoria mediata

  • EFICCIA DA LEI NO ESPAO

    mbito de eficcia espacial da lei penal

    Princpios:

    1. Territorialidade

    2. Nacionalidade( crime praticado por nacional no estrangeiro): ativa e passiva

    3. Defesa ou real ( leva em conta a nacionalidade do bem jurdico lesado)

    4. Justia Universal

    5. Representao

  • A extradio no concedida quando: (

    Lei 6.815/80)

    - a lei impuser ao crime pena de priso

    igual ou inferior a um ano

    - o fato constituir crime poltico

    - O extraditando houver de responder, no

    Estado requerente, perante Tribunal ou

    Juzo de exceo

  • Lei Penal em relao s pessoas

    -imunidades diplomticas

    Conveno de Viena, promulgada no Brasil pelo Dec. 56435/65

    - trata-se de causa pessoal de excluso de pena

    - abrange agentes diplomticos e funcionrios das organizaes

    internacionais, quando em servio, e

    ainda familiares. Esto excludos os

    empregados particulares

  • renuncivel pelo Estado acreditante.

    - Cnsules so meros agentes administrativos. Tm apenas imunidade

    administrativa e judiciria pelos atos

    realizados no exerccio das funes

    consulares.

  • Imunidade parlamentar:

    A) material ( 53, caput da CF)

    - Natureza jurdica

    B) processual ( 53 e pargrafos da CF)

    - a necessidade de nexo funcional

  • Teoria do Crime

    uma construo dogmtica que nos proporciona o caminho lgico para

    averiguar se h delito em cada caso

    concreto

    crime" ao tpica, antijurdica e culpvel

    a punibilidade ( Munoz Conde)

    a ao como substantivo e as categorias

    como qualidades ou adejtivos desta ao.

    viso geral dos conceitos de tipicidade, ilicitude e culpabilidade

  • Os Sistemas de Teoria do

    Delito I- O sistema clssico de Liszt e Beling:

    naturalismo

    Separava o objetivo ( exterior) no injusto e o subjetivo na culpabilidade ( interior). No injusto estudava-se um vnculo objetivo entre sujeito e resultado (relao de causalidade) e na culpabilidade um vnculo subjetivo.

    Influncia: positivismo mecanicista. Todo o universo formado por relaes de causa e efeitos. Pretendeu fornecer um conceito realista de ao

  • II- Sistema Neoclssico

    Razes da decadncia do sistema clssico: no havia como explicar os

    elementos subjetivos do injusto e a culpa

    inconsciente.

    Introduziu-se um elemento normativo na culpabilidade ( a inexigibilidade de

    conduta diversa), que passou a tratar

    ento da reprovabilidade.

    base filosfica: neokantismo de Baden

  • III- o sistema finalista

    Tem base realista, acreditando que o conceito ontolgico de ao vinculante para todo o sistema penal

    O jurista deve respeitar a lgica da coisa , as estruturas lgico-reais.

    Estruturas lgico-reais a serem respeitadas: a) a do agir humano de natureza finalista;

    b) o livre-arbtrio ( poder agir de outro modo) na culpabilidade.

    reestrutura a teoria do delito, inserindo o dolo no tipo.

  • III- Funcionalismo

    a construo do sistema penal no pode vincular-se a dados ontolgicos ( ao, causalidade, estruturas lgico-reais), mas sim orientar-se exclusivamente pelos fins do direito penal.

    Toma em conta a misso constitucional do direito penal de proteo de bens jurdicos atravs da preveno geral e especial)

    Qual seria o parmetro destes valores? Fundamentos poltico-criminais das modernas teorias da pena.

    O pensamento de Roxin: sintetiza o ontolgico e o valorativo Exemplo: a teoria da imputao objetiva vai alm da mera

    causalidade fsica, fazendo agregar valoraes jurdicas.

    O funcionalismo de Jakbos renuncia por completo ao contedo prejurdico dos conceitos de ao, causalidade, etc...)

  • CONDUTA

    O direito tem como funo regular condutas

    O princpio do nullum crimen sine conducta

    O conceito de ao deve ser neutro frente s valoraes jurdicas a serem feitas nos

    estratos seguintes ( no se est

    buscando, ainda, por ex. a ao proibida)

  • FUNES DO CONCEITO DE AO

    a) Funo de unificao ( ao + omisso)

    b) Funo de fundamentao

    c) Funo de delimitao

  • Teorias da Ao

    I- Teoria Causal:

    Conceito: ao seria apenas o processo mecnico da causao do resultado

    Ao a produo, conduzida pela vontade humana, de uma modificao no mundo exterior.

    voluntariedade e no finalidade base filosfica: 1. positivismo mecanicista: todo o

    universo formado por relaes de causa e efeitos. Pretendeu fornecer um conceito realista de ao

    2. neokantismo de Baden

  • a conduta um fazer voluntrio, mas o

    contedo da vontade faz parte da

    culpabilidade idealismo

    a omisso seria a conteno dos msculos

    CRITICAS:

    H necessidade do dolo para configurar tentativa, que uma questo ligada ao

    tipo. Se o dolo necessrio no tipo do

    delito tentado, ser tambm no tipo do

    delito consumado

  • II- Teoria Finalista:

    Conceito: ao o exerccio da atividade final

    Ato de vontade dirigido a uma finalidade e manifestado no mundo exterior.

    motivo e finalidade conceito ontolgico de ao a ao finalista compreende:

    comportamento exterior, contedo psicolgico ( vontade dirigida a um fim), a antecipao mental do resultado pretendido, a escolha dos meios e a considerao dos efeitos concomitantes.

    um conceito pr-jurdico Finalidade e dolo so conceitos diversos.

  • O finalismo e os crimes culposos

    O finalismo e a omisso : tratada com a idia do aliud agere.

    No finalismo, conduta sempre ao. A omisso pertence ao tipo penal.

  • III- Teoria social da ao:

    - socialmente relevante seria a conduta

    capaz de afetar o relacionamento do

    indivduo com seu meio social, a que

    transcende a terceiros, fazendo parte do

    interacionar humano

    as posies de Jescheck e Wessels aproveitam a estrutura finalista

    crticas

  • IV- O conceito pessoal de ao ( Roxin)

    Ao a manifestao da personalidade

    tudo o que pode ser atribudo ao ser humano como centro anmico espiritual de ao, sendo manifestao dele.

    A omisso

    crticas

    - O estado atual das discusses sobre o conceito de ao

  • casos de ausncia de ao:

    haver ausncia de ao sempre que o indivduos no for dono de seus movimentos.

    Hipteses: atos reflexos, fora fsica irresistvel, estados de inconscincia ( sonambulismo, movimentos praticados durante o sono....)

    a hipnose

    No afastam a conduta as aes em curto-circuito (reaes explosivas ou impulsivas, no contidas pelo agente) e automatismos ( comportamentos produto de prvio condicionamento por parte do ser humano)

  • -Conseqncias da ausncia de conduta:

    a) aquele que se vale de algum em ausncia de conduta para realizar o delito

    autor direto;

    b)cabe estado de necessidade contra que age em ausncia de conduta, mas no

    legtima defesa;

    c)nos tipos de concurso necessrio, no se computa aquele que no pratica

    conduta;

    d)no cabe participao na ausncia de conduta.

  • RESULTADO

    modificao do mundo extermo que se segue conduta

    plano: natural

    jurdico- ofensa ao interesse tutelado pela norma

    - o perigo, seja abstrato ou concreto, constitui resultado em matria penal

  • localizao do resultado e do nexo causal:

    a) Welzel: devem ser considerados em nvel pr-tpico

    b)Maurach e Zaffaroni: devem ser considerados na teoria do tipo

    Embora a causalidade e o resultado pertenam ao mundo do ser, problema

    jurdico a forma como o direito penal

    releva o resultado e a causalidade para o

    efeito da proibio legal da conduta.

  • RELAO DE CAUSALIDADE

    teoria da conditio sine qua non ( Von Buri)- procedimento hipottico de

    eliminao de Thyrn

    Interessa o resultado exatamente "como ocorreu - o caso em concreto.

    "regresso ad infinitum": no finalismo, limitado pelo dolo e pela culpa

    Importncia - crimes materiais

    no h causalidade naturalstica na omisso, mas apenas imputao

  • causas:

    1.absolutamente independentes-

    a)preexistentes;

    b) concomitantes e

    c) supervenientes .

    Em todos os casos, excluso da

    causalidade.

    2. relativamente independentes-

    a)preexistentes;

    b)concomitantes : ambas no afastam a

    causalidade

  • c) supervenientes- 1 do art. 13

    1 possibilidade: a segunda causa se

    associa primeira no momento do fato- haver imputao.

    2 possibilidade: a segunda causa leva, "por

    si s, ao resultado: exclui-se a imputao em relao ao primeiro

    antecedente.

    por si s: sem a participao da causa anterior no momento do fato.

  • teoria da causalidade adequada:

    Causa, em sentido jurdico, somente aquela adequada para produzir um

    resultado. Ficam excludas aquelas

    condies que s por uma casualidade

    produziram o resultado.

  • Teoria da imputao objetiva do

    resultado

    alm da simples relao de causalidade, exige uma relao de risco.

    O tipo ojetivo no se esgota mais nos elementos ao, resultado e relao de

    causalidade. A teoria da imputao criou

    outros dois:

    a) a criao de um risco juridicamente desaprovado;

    b) a realizao deste risco no resultado.

  • 1a etapa: criao de um risco

    juridicamente desaprovado

    O Direito Penal, para proteger bens jurdicos e cumprir sua funo preventiva,

    s pode proibir aes ex ante perigosas.

    Anlise ex ante, levando-se em conta os conhecimentos do observador objetivo,

    bem como os conhecimentos especiais

    de que o autor eventualmente disponha.

  • toma em conta 3 situaes:

    1) a diminuio do risco

    sem a criao, ao mesmo tempo, de novos riscos .

    Pressupe a reduo de uma mesma linha de risco. No vale a subsituio de

    um risco por outro ( seria estado de

    necessidade);

    A diminuio do risco se avalia ex-ante

  • 2) a no criao de um risco juridicamente

    relevante

    risco insignificante e risco pequeno, dada a utilidade social da conduta.

    3) o risco permitido- o autor cria um risco juridicamente relevante, que porm

    permitido- meios de transporte, indstrias,

    esportes arriscados, tratamentos mdicos

    nos limites da lex artis...

    O princpio da confiana

  • 2a etapa : materializao do risco no

    resultado

    Anlise ex-post

    Nexo de risco: o resultado deve pertencer quele classe de resultados que a norma

    de determinao pretendia evitar.

    Resultados alheios ao fim de proteo da norma no so imputveis.

    importante indagar sobre o fim de proteo da norma de cuidado

  • O comportamento alternativo conforme ao

    direito

    exclui-se a imputao se um comportamento alternativo, conforme ao

    direito, no teria tambm evitado o

    resultado

  • TIPICIDADE

    tipo: modelo abstrato de comportamento

    proibido

    A evoluo do conceito:

    1. Beling: distinguiu tipicidade da

    antijuridicidade e culpabilidade

    2. Mayer: o tipo como indcio da

    antijuridicidade

    ( ratio cognoscendi)

    3. Mezger: a tipicidade um juzo de

    desvalor condicionado ( ratio essendi)

    -a teoria dos elementos negativos do tipo (

    Hellmuth von Weber)

  • concepes:

    1) formal

    2) material- tipo com expresso de danosidade social. Utiliza-se dos

    princpios:

    a) adequao social

    b) insignificncia

    A jurisprudncia do STF e STJ sobre insignificncia

  • tipicidade conglobante (Zaffaroni): Investiga a afetao do bem jurdico e o

    contraste entre o tipo e as demais normas constantes do ordenamento jurdico

    casos de atipicidade conglobante: cumprimento de um dever jurdico, o consentimento do ofendido, as cirurgias com fins teraputicos ( as sem fins teraputicos so tpicas, mas justificadas no limite do consentimento e das normas regulamentares), leses desportivas, se dentro das normas, atividades perigosas fomentadas, insignificncia;

  • ELEMENTOS DO TIPO: a) objetivos- descritivos(verificao sensorial) e

    normativos(recurso a valores culturais)

    os elementos normativos podem ser: 1. De valorao jurdica: conceitos jurdicos ou

    referentes a normas jurdicas: cheque, documento, casamento

    2. de valorao extra-jurdica ou emprico-cultural: juzos de valor fundados na experincia , na sociedade ou na cultura ( ato obsceno, mulher honesta)

    P/ Lus Rgis Prado e Roxin, alguns elementos, como indevidamente, sem justa causa, diriam respeito possvel presena de causas de justificao, no sendo elementos normativos - relevncia para o estudo do erro.

    b) subjetivos- dolo + elementos subjetivos especiais do tipo

  • - para os causalistas no existia tipo

    subjetivo.

    tipos congruentes e incongruentes

    tipos bsicos e derivados, simples e mistos ( cumulativos e alternativos)

    tipos normais e anormais, fechados e abertos

  • CRIME DOLOSO

    Dolo:Conscincia e vontade para a realizao do tipo

    elementos: cognitivos ( conhecimento do fato que constitui a ao tpica) e volitivos

    natural, no porta a conscincia da antijuridicidade

    O momento decisivo para a existncia do dolo do tipo o cometimento do fato

    dolo subsequens- sem importncia- ver 304

  • finalidade- diferente de motivo( preexiste ao delito)

    no se estende s condies objetivas de punibilidade

    Classificaes:

    1. dolo: direto ou de 1 grau e

    indireto(alternativo e eventual)

    2. dolo de dano e de perigo

    3. dolo de consequncias necessrias ou de 2

    grau

  • dolo geral- Aplica-se ao grupo de casos em que h

    acontecimentos em dois atos. O sujeito acredita ter produzido o resultado na primeira parte da ao, quando em realidade o resultado s tem lugar com a segunda parte da ao.

    Zaffaroni: haver crime consumado na hiptese de unidade de conduta, que pressupe plano unitrio. Se h dois planejamentos sucessivos da causalidade, haver dois crimes.

    Roxin: posio prxima. Analisa a questo luz da imputao subjetiva. Alm do dolo, a imputao subjetiva exige que o resultado obtido corresponda ao plano do autor.

  • Diferena entre dolo eventual e culpa consciente:

    a) teoria do consentimento

    b) teoria da probabilidade

    c) teoria ecltica:

    MIR PUIG, JESCHECK e JUAREZ CIRINO

    DOS SANTOS.

  • Os elementos subjetivos especiais do tipo:

    a) delitos de inteno ou de tendncia interna transcendente

    1- delitos de resultado cortado ou separado- o resultado que se pretende alcanar independe da interveno do autor(159, 131)

    2- delitos mutilados de dois atos- o resultado fica fora do tipo, embora o autor pretenda realiz-lo quando realiza a conduta tpica . O agente realiza uma conduta como passo prvio de outra.(289, 290)

    b) delitos de tendncia ou de tendncia peculiar

  • ERRO DE TIPO

    o erro de tipo e o aspecto cognitivo do dolo

    conhecimento significa percepo sensorial das circunstancias descritivas

    do fato e compreenso intelectual das

    normativas.

    Efeitos ( art. 20 do CP):

    A) se invencvel, exclui dolo e culpa;

    B) se vencvel, exclui dolo, mas permite punio a ttulo de culpa.

  • CRIME CULPOSO

    A finalidade nos crimes culposos

    tipo aberto: devem ser complementados pelo juiz, recorrendo a uma disposio ou

    norma de carter geral que se encontra

    fora do tipo- dever de cuidado objetivo

    o resultado como delimitador da tipicidade

    Trata-se de uma determinao em duas etapas: a norma geral qual acode o juiz

    fecha o tipo e o juzo de tipicidade.

  • Tipicidade culposa:

    A) previsibilidade objetiva

    B) violao ao dever objetivo de cuidado

    previsibilidade objetiva: o que normalmente pode acontecer - "id quod plerumque accidit"

    princpio da confiana

    o dever de informao

    - o versari in re illicita: inobservncia de disposio regulamentar

    causao negligente de um resultado - diferente- causao + negligncia- Wessels

  • A previsibilidade subjetiva e sua localizao na teoria do crime culposo

    tipo subjetivo e delito imprudente:

    a) 1 corrente: na imprudncia consciente, o tipo subjetivo consiste na representao acerca das circunstncias do fato como um perigo no permitido e a confiana na ausncia de realizao do tipo. A culpa inconsciente no teria tipo subjetivo.

    2 corrente: Para uma corrente minoritria, o tipo subjetivo culposo consistiria na conscincia sobre os fatores de risco.

  • classificao:

    1. culpa inconsciente e consciente (caractersticas: previso e conscincia

    acerca da violao ao dever de cuidado)

    2. prpria e imprpria

    compensao de culpas

    excepcionalidade do crime culposo

  • CRIMES OMISSIVOS Haveria omisses pr-tpicas?

    Diferena entre ao e omisso:

    - critrios da causalidade : haver ao

    quando o sujeito desenvolva processo

    causal material que produza o resultado.

    Para a doutrina germnica predominante,

    deve-se comprovar a introduo positiva

    de energia pelo agente para que seja

    ao.

  • interrupo de esforos de salvamento:

    1. alheios- comisso

    2. prprios: 1. omisso: antes de alcanar o objeto em perigo e abrir-lhe

    possibilidade razovel de salvamento(ex.

    corda)

    2. comisso: aps este

    momento

  • a diferena entre a omisso prpria e a imprpria:

    a) omisso prpria aquela omisso tpica

    que no tem correspondncia num delito

    de ao

    b) Imprprias so aquelas para as quais se

    torna necessria uma clusula de

    equiparao ao correspondente.

  • Causalidade e imputao objetiva na omisso

    A imputao objetiva do resultado tpico na omisso pensada atravs da idia de

    cpmexo de risco: a ao esperada ou

    devida deve ser uma tal que teria

    diminudo o risco da verificao do

    resultado.

  • juridicamente exigvel somente aquilo

    que seja real e fisicamente possvel

    a posio de garantidor- art. 13, 2 do CP:

    a) a lei formal

    b) interessa aqui a assuno ftica de uma

    funo de proteo baseada numa

    relao de confiana

    c) a ingerncia: o garante est vinculado ao

    controle e vigilncia apenas da fonte de

    perigos

  • Na ingerncia, a doutrina majoritria

    exige que a criao de um perigo tenha

    sido ilcita.

    O erro:

    a) sobre a posio de garantidor: erro de

    tipo.

    b) erro sobre o dever de garantidor: erro de

    proibio

  • TENTATIVA E CRIME CONSUMADO

    o iter crimins 1. cogitao 2. atos preparatrios 3. execuo 4. consumao 5. exaurimento natureza: defeito no tipo objetivo, com total

    preenchimento do tipo subjetivo(tipo incongruente)

    caso de adequao tpica mediata elementos: incio de execuo/no consumao

    por circunstncias alheias vontade do agente.

  • Diferena: atos preparatrios e de execuo

    1) teoria formal-objetiva: necessrio incio da execuo tpica.

    2) material-objetiva: ato de execuo aquele

    que produz perigo para o bem jurdico.

    3) subjetivo-objetiva: ato de execuo aquele

    que, mesmo que no seja tpico, antecede

    diretamente e conduz, segundo o plano do

    autor, ao exerccio da ao tpica.

  • casos especiais: -contravenes- art. 4 LCP -delitos qualificados: conduta qualificante: a) sucede a conduta-base:

    somente com o incio da conduta qualificante, ou se demonstrado, quanto a este, o dolo do autor.

    b) precede a conduta-base: tentativa se inicia com o comeo da execuo da conduta qualificante

    -mera conduta -habituais

  • unissubsistentes -crimes de atentado -crimes omissivos: a) prprios- no admitem b) imprprios: indaga-se quando o autor se pe

    em atividade direta para a realizao do tipo legal

    - perigo prximo: desde que o garantidor deixe perecer a primeira chance de salvamento

    - perigo distante: quando o agente tira de suas mos a possibilidade de atuao salvadora.

    - autoria mediata- somente com a atuao do instrumento

    - a pena da tentativa

  • DESISTNCIA VOLUNTRIA e ARREPENDIMENTO EFICAZ

    natureza jurdica:

    a) causa de extino de punibilidade- Wessels, Pierangelli, Hungria

    b) atipicidade- Damsio

    - conseqncias da distino

  • - carter voluntrio da desistncia-

    1. a frmula de Frank : "no posso prosseguir, ainda que quisesse"/ "no quero prosseguir,

    embora pudesse faz-lo"

    2. P/ Wessels., o autor permanece senhor de sua resoluo

    3. Zaffaroni: voluntria a desistncia que no est fundada na representao de uma ao

    especial do sistema penal, ou no est coagida

    por um terceiro

    no necessrio que se funde em motivos ticos ou morais

  • - no precisa ser espontnea- que traduz

    cunho de arrependimento

    tentativa falha e critrio de aferio

    desistncia voluntria: negativo ( tentativa inacabada)

    arrependimento eficaz: positivo ( tentativa acabada)

    ( critrio subjetivo )

  • tentativa qualificada- o delito que se

    pretende cometer abrange,

    simultaneamente, a consumao de outro

    delito / princpio da subsidiariedade

    desistncia da participao

  • CRIME IMPOSSVEL

    Os fins do Direito Penal/ O CP antes de 84

    A teoria objetiva exige ao objetivamente perigosa para o bem jurdico

    inidoneidade:

    1. do meio (a conduta em si realizada)

    Anlise no caso concreto e ex ante ( Fragoso- ex post)

    considera-se o conhecimento de um observador prudente, mas tomando-se em conta ainda os conhecimentos especiais do autor ( o resultado deve surgir ex ante como conseqncia no absolutamente improvvel da conduta Rgis Prado).

    2. do objeto: ausncia de tipo

  • inidoneidade relativa : mera condio

    acidental neutraliza a eficincia do meio

    usado- tentativa

    -crime impossvel por obra do agente provocador

    flagrante esperado e preparado- S. 145 STF

  • ARREPENDIMENTO POSTERIOR: No abrange violncia contra a coisa restituio voluntria- diferente de apreenso

    pela AP

    Comunicvel no caso de concurso de agentes: objetiva

    312 3 e 65, III, b Polmica Smula 554 STF O critrio para diminuio: a) Alberto Silva Franco: a integral satisfao da

    vtima.

    b) Mirabete: a presteza do ressarcimento A violncia dos crimes culposos

  • ANTIJURIDICIDADE

    Contradio, antagonismo ao direito.

    A ilicitude material e suas conseqncias

    Antijuridicidade e unidade do ordenamento jurdico

    Fundamento genrico das causas de excluso da ilicitude: a possibilidade de coexistncia humana- toma em conta conflitos ou colises entre dois bens jurdicos, em que se prefere o mais valorado.

  • Cada causa de justificao obedece a princpios

    reguladores prprios (concepo pluralista versus concepo monista).

    Os tipos permissivos possuem elementos objetivos e subjetivos (j que tambm individualizam condutas)

    -ver diferena entre injusto e antijuridicidade A noo de injusto pessoal

    Autor atua sem elemento subjetivo: a) responde por crime consumado b) responde por crime tentado(existe desvalor

    da ao, mas inexiste desvalor do resultado)-Wessels/Jescheck ( por analogia), Jakobs

  • Problemas do erro nas causas de justificao; 1. erro sobre os pressupostos fticos

    A) para a teoria dos elementos negativos do tipo, o erro nas causas de justificao um erro de tipo, que exclui o dolo.

    B) Para a teoria limitada da culpabilidade, reconhece-se a existncia de um erro de tipo, porm por analogia.

    C) Teoria da culpabilidade que remete s conseqncias jurdicas: para esta teoria, apenas as conseqncias jurdicas do erro de tipo seriam as mesmas, mas o dolo no restaria efetivamente excludo. Com isto, admite-se a punio do partcipe, ainda quando o autor responda por delito imprudente.

    D) Teoria extrema da culpabilidade . Trata-se de erro de proibio

  • Erro sobre os limites da causa de excluso:

    Erro de permisso - existe quando algum estende em demasia uma causa de

    justificao em si existente.

  • ESTADO DE NECESSIDADE Dois raciocnios so importantes no estado de

    necessidade:

    1. nele somente est em jogo a eliminao de perigos, e no o restabelecimento do direito.

    2. aquele que sofre com a conduta do autor normalmente no tem qq relao com o perigo gerado, razo pela qual rege o princpio da autonomia: o terceiro inocente no s sofre perdas materiais, mas v menoscabada sua liberdade de deciso autnoma.

    - conseqncias: maior rigor na apreciao desta causa excludente

  • a delimitao com a legtima defesa: o

    perigo pode ser uma agresso humana,

    porm lcita, ou que no satisfaa os

    requisitos da legtima defesa.Ex. A

    aberratio ictus na reao defensiva,

    criao de perigo criada por ao diligente

    ( ex apesar de obedecer a todas as regras

    do trfico, o motorista est prestes a

    atropelar pessoa que no consegue ver a

    tempo...), no-ao da vtima ( ataque

    epiltico)

  • pode ser: 1. defensivo- matar o co

    2. agressivo: dirige-se contra pessoa ou

    coisa diversa daquela de que promana o

    perigo

    o perigo ajuizado de forma objetiva e ex ante

  • a atualidade do perigo no estado de necessidade mais ampla do que na

    legtima defesa: um perigo atual quando,

    ainda que no seja iminente a produo

    do dano, posteriormente j no seria

    possvel fazer-lhe frente, ou s seria

    possvel correndo riscos muito maiores-

    vale a idia de proteo imediata, e no

    de dano imediato ( quando o adiamento

    da conduta pode gerar risco maior- ex.

    riscos na gravidez).

  • princpio da ponderao de bens- hoje em dia adota-se primordialmente a idia de ponderao

    de interesses ( mais ampla, porque considera

    todas as circunstancias do fato concreto- tipo de

    leso, gravidade da pena...-, e no apenas a

    espcie de bem jurdico atingido), e no de bens

    ( toma em conta o grau dos perigos/leses...):

    ESTADO DE NECESSIDADE:

    a) justificante

    b)exculpante.

    -O Brasil adotou a teoria unitria.

  • Perigo culposo:

    1. Hungria e A. Toledo: obsta

    2. Fragoso: no obsta

    a clusula de razoabilidade

    Cuidando-se de est. de necessidade em favor de bens de terceiro disponveis,

    deve existir aquiescncia deste.

  • LEGTIMA DEFESA

    Explica-se por dois princpios fundamentais: proteo individual de bens

    ou interesses e o princpio da afirmao

    do direito em defesa da ordem jurdica.

    O conceito de agresso abrange omisso e aes culposas

    Uma agresso a ameaa de um bem jurdico por uma conduta humana.

  • possvel reconhecer agresso na omisso

    imprpria, mas no na prpria.

    agresso injusta ou ilcita

    no precisa ser necessriamente um crime

    Como regra, todos os bens jurdicos so passveis de defesa.

    Exceo: parte da doutrina afasta a legtima defesa nos bens sociais ( ordem pblica, paz social, regularidade do trfego de veculos) .J quanto a bens jurdicos do Estado ( patrimnio, por ex.), seria em princpio possvel, mas no porm para salvaguarda da pessoa jurdica do Estado ( ex. crimes de espionagem e traio)

  • A medida da defesa necessria segue padres objetivos. Estes padres so examinveis ex ante, segundo um observador sensato.

    Meio necessrio: apropriada proteo do bem jurdico mediante o menor dano possvel do agressor. Afasta-se a desproporcionalidade extrema entre o bem jurdico violado e a leso/agresso do ofensor.

    Sobre a atualidade da agresso: na agresso atual somente se poder incluir a tentativa e a estreita fase final de atos preparatrios que lhe imediatamente anterior.

    Agresso iminente: critrio de Roxin- iminncia ocorrer no momento final da preparao da agresso. (ex.movimento da mo do agressor em direo a arma, agressor que se aproxima com o porrete na mo).

  • A proporcionalidade ser mais exigente

    nos seguintes casos:

    1. agresso no culpvel ou com culpabilidade substancialmente diminuda

    2. agresso provocada antijuridicamente pelo agredido

    3. a agresso irrelevante

    4. agresses ocorridas dentro das relaes de garantia

  • - aberratio ictus na reao defensiva:

    1. Assis Toledo: 73 CP

    2. Fragoso, Zaffaroni, Mir Puig: seria,

    quanto ao terceiro, estado de

    necessidade, pois este no agrediu

    ningum.

  • -Ofendculas: os riscos que apresentam correm por conta de quem as utiliza

    Natureza jurdica: P/ Juarez Tavares seriam exerccio regular de direito, em vista da

    inexistncia de elemento subjetivo no momento

    da reao defensiva.

    Os dispositivos de proteo perigosos para a vida no so necessrios quase nunca: no se

    estar justificado se so utilizadas minas

    explosivas ou disparos automticos, quando

    bastaria um dispositivo de alarme, descargas

    eltricas ligeiras ou um cachorro.

  • EXCESSO: 1.doloso: 65, III c- pode decorrer de erro quanto

    aos limites na conduta de prosseguir na defesa

    2. culposo- deriva de erro na avaliao das circunstncias ou suposio errnea de persistncia da agresso.

    3. exculpante Pode ainda ser: a) intensivo (seria a eximente incompleta, ou

    seja, a falta de um dos requisitos da causa de justificao) - meio desde o incio desnecessrio

    b) extensivo- falta atualidade da agresso possvel falar de excesso na legtima defesa

    putativa.

  • ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL dirige-se aos agentes do poder pblico,

    mas tambm aos particulares, quando atuam sob imposio do dever legal.

    EXERCCIO REGULAR DE DIREITO

    regular-abuso

    Exemplos: a priso em flagrante por particulares e a auto-tutela (o desforo imediato em casos de esbulho) -

    o direito de correo dos pais

  • CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

    (Wessels)

    pode excluir: a tipicidade ou a antijuridicidade

    Para ROXIN, o consentimento do ofendido exclui sempre a tipicidade. Exprime

    desinteresse na proteo do bem jurdico

    e, portanto, indica uma situao de

    ausncia de conflito, ao contrrio da

    situao de conflito do sistema de

    justificaes.

  • requisitos: a) renncia jurdicamente admissvel

    ( bens personalssimos e coletivos)

    b) capacidade do consenciente

    c) o consenciente deve estar autorizado disposio

    d)inexistncia de vcio da vontade

    e) o consentimento deve ser expressado anteriomente ao fato.

    f) elemento subjetivo

  • CULPABILIDADE

    a reprovabilidade do injusto ao autor.

    enquanto a ilicitude um juzo de desvalor que recai sobre o fato tpico, a

    culpabilidade um juzo de reprovao ou

    censura endereado ao agente.

    atuar culpado: aferido no mbito do poder concreto individual

  • As concepes psicolgica, psicolgico-normativa e normativa pura da culpabilidade.

    o contedo material da culpabilidade : O fundamento ontolgico da culpabilidade, no

    finalismo, a capacidade de livre deciso do

    sujeito

    Crtica: o poder agir de outro modo indemonstrvel

    -hoje, a tese da culpabilidade como fundamento da pena foi substitutda pela tese da

    culpabilidade como limitao do poder de punir

  • CAUSAS DE EXCLUSO DA CULPABILIDADE

    I) que negam a existncia de um agente culpvel

    doena mental, menoridade, embriaguez fortuita

    art. 26- sistema biopsicolgico ou misto

    sistema vicariante para os semi-imputveis

    26, pargrafo nico: silvcolas inadaptados

    Imputabilidade capacidade de culpabilidade.

  • Embriaguez:

    1. no acidental: voluntria ou culposa

    2. acidental: caso fortuito e fora maior

    3. preordenada

    4. patolgica

  • A ACTIO LIBERA IN CAUSA hipteses possveis: a) embriaguez preordenada com dolo direto ou

    eventual: resultado imputado a ttulo de dolo

    b)embriaguez culposa: resultado imputado a ttulo de culpa

    hipteses inadmissveis; a) embriaguez culposa e ato dolosa do brio:

    somente possvel a imputao do resultado a ttulo de culpa ( invivel a considerao da vontade residual do brio)

    b) embriaguez culposa e resultado imprevisvel -posio de ROXIN: os modelos do tipo e da

    exceo.

  • II) que anulam um dos elementos essenciais da

    prpria culpabilidade.

    - potencial conscincia da ilicitude

    erro de proibio

    erro de proibio-a) direto

    b) de mandamento( sobre posio de garantidor)

    c) indireto

    o potencial diz respeito ao "dever de informar-se"

    conscincia real- punio normal/ conscincia potencial-punio reduzida/ausncia de potencial conscincia- absolvio

  • -exigibilidade de outra conduta

    1. estado de necessidade exculpante

    2. excesso exculpante

    excesso: intensivo ( o autor se utiliza de meio exagerado, dada a natureza e

    gravidade da ameaa sofrida) e extensivo

    ( o autor se excede temporalmente no

    revide)

    3. coao moral irresistvel

  • 4. Obedincia hierrquica situaces a distinguir: (Maurach) a) o autor, em conformidade com o direito, realiza

    um tipo penal: estrito cumprimento de dever legal

    b) o autor pratica fato tpico e ilcito, sem conhecer-lhe a ilicitude, em cumprimento de ordem: erro de proibio(Maurach, Zaffaroni)/ obedincia hierrquica: Jescheck e CRB

    c) o autor pratica fato tpico e ilcito, em cumprimento de ordem por ele reconhecida como antijurdica

    - desnecessrio o desconhecimento da ilicitude do fato (Fragoso- contra: Jescheck)

  • - requisitos:

    a) relao de subordinao fundada no direito pblico

    b) ordem no manifestamente ilegal- ser:

    - dada por autoridade incompetente

    -quando sua execuo no se enquadre nas atribuies legais de quem a recebe

    -quando no se reveste de forma legal

    -quando evidentemente constitui crime

  • 6. inexigibilidade de outra conduta ( a culpabilidade exige "normalidade de

    condies")

    contra a causa genrica: Juarez Tavares, Zaffaroni

    a favor: Assis Toledo e nossa jurisprudncia

  • CONCURSO DE CRIMES

    Explicar a sistemtica do concurso de crimes.

    Sistemas: do cmulo jurdico, da exasperao e da absoro.

    O conflito aparente de normas e o concurso de crimes.

  • A unidade de conduta:

    Critrios para se verificar a unidade de conduta:

    a) a concepo naturalstica:

    1. o critrio da natural concepo de vida

    b) o critrio puramente normativo uma ao para cada tipo violado- contraria a

    opo legislativa brasileira.

    c) o critrio ontolgico-normativo (Zaffaroni)

  • critrio ontolgico-normativo:

    Hipteses:

    1. unidade de movimento:- ao nica

    - movimento entendido como uma unidade mnima de sentido

    2. pluralidade de movimentos: apenas o tipo poder dizer se a pluralidade de

    movimentos, fundada em uma resoluo

    nica (deciso comum), uma ao nica

    ou plural

  • Requisitos a serem analisados:

    a) contextualidade dos atos

    b) unidade de plano, resoluo ou deciso = fator final

    c) fator normativo: um nico desvalor normativo a ser dado pelo tipo.

  • HIPOTESES:

    1. Tipos plurissubsistentes

    2. Realizao repetida da ao tpica num curto espao de tempo.

    3. Realizao progressiva do tipo penal

    2. Quando a realizao de um segundo tipo aparece como elemento subjetivo do primeiro.

    3. Quando a segunda tipicidade se cumpre como forma de esgotamento da primeira

    4. crimes permanentes e habituais

    5. A anlise da conduta do partcipe

    6. A omisso

    7. Os tipos culposos

  • 1 conduta: fruto de um nico ato fruto de uma pluralidade de atos. Pode resultar em: a)crime nico ( inclusive porque em alguns

    casos aplicvel o conflito aparente de normas)

    b)vrios crimes - concurso formal 2 condutas: Podem resultar em: a) pluralidade aparente de condutas: post-

    factum e ante-factum no punveis- um crime s

    b) vrios crimes: crime continuado e concurso material

  • CONCURSO APARENTE DE NORMAS

    Princpios:

    1. Especialidade:

    2. Subsidiariedade

    3. Consuno

    - Os ante-factum e post-factum no punveis

  • CONCURSO DE CRIMES

    - concurso formal ( art. 70 do CP)

    - crime continuado ( art. 71 do CP)

    - concurso material ( art. 69 do CP)

  • CRIME CONTINUADO

    Concepes:

    I- objetiva: o crime continuado tem apenas requisitos objetivos.

    H pluralidade de condutas e o crime continuado uma ficco jurdica- Mezger

    e CP/84

    II- subjetivo-objetiva- alm dos requisitos objetivos, exige-se um requisito

    de ordem subjetiva.

  • Apresenta-se em duas formas distintas:

    a) dolo global-

    - agente deve abarcar as particularidades comissivas do fato- diferente de uma

    genrica resoluo de cometer delitos

    - basta que o dolo global tenha lugar antes do esgotamento do 1 ato parcial por parte

    do autor

    sustenta-se a efetiva unidade de conduta

  • b) dolo de continuao: fracasso psquico

    do autor diante da mesma situao ftica

    baseia-se no aproveitamento mltiplo da mesma oportunidade e da mesma

    situao permanente.

  • Outras questes:

    - a coisa julgada

    - o tempo do crime no crime continuado

  • TEORIA DA PENA

    Conseqncias jurdicas do delito so reaes jurdicas aplicveis prtica de

    um injusto punvel.

    Conseqncias penais: pena e medida de segurana.

    Conseqncias no penais: efeitos da condenao e responsabilidade civil

  • Teorias sobre fins e fundamentos da pena:

    1. Teorias absolutas: pena retribuio pelo mal causado.

    2. Teorias relativas: O fundamento da pena a necessidade de enfrentar a prtica futura

    de crimes

    A pena se justifica por seus efeitos de preveno geral e especial.

  • A preveno geral pode ser:

    a) negativa: exemplaridade, temor infundido aos possveis delinqentes, intimidao;

    b) positiva ou integradora: incremento e reforo geral da conscincia jurdica da norma. Trs so os efeitos fundados nela:

    b.1- efeito de aprendizagem;

    b.3-efeito de confiana

    b.3- efeito de pacificao social.

  • 3.Teorias unitrias ou eclticas: Buscam conciliar a exigncia de

    retribuio jurdica da pena com os fins

    de preveno geral e especial.

    A retribuio jurdica torna-se um instrumento de preveno e a preveno

    encontra na retribuio a barreira que

    impede a sua degenerao

  • PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE Recluso e deteno: diferena nas

    consequncias, e no na essncia das penas:

    a) limitao da concesso de fiana;

    b) art. 97 do CP;

    c) o efeito secundrio da incapacidade para o exerccio do ptrio poder, tutela e curatela somente alicvel aos crimes punidos com recluso;

    d) prioridade na ordem de execuo ( arts. 69 e 76 do CP)

    e)limitaes para a decretao da priso preventiva;

  • Os regimes de execuo da pena: arts. 33 e

    segs. do CP

    Progresso: com 1/6 da pena - arts.112 e segs da LEP

    Regresso: art. 118 da LEP- a regresso pode ser do regime aberto para o fechado, sem passar pelo semi-aberto

    A progresso nos crimes hediondos e a atual discusso sobre o regime inicial fechado obrigatrio ( art. 2. 1. da Lei 8072/90)

    A progresso nos crimes hediondos tem tempo diferenciado ( 2/5 para primrio e 3/5 para reincidente- art. 2. 3. da Lei 8072/90 )

  • Smulas 716, 717, 718 e 719 do STF

    Smula vinculante 26 do STF

    Smulas 269 e 440 do STJ

    - Detrao

    A detrao em relao a aes penais diversas

  • MULTA: 1. como pode ser encontrada no CP

    2. O sistema do dia multa

    3. multa substitutiva + multa cominada

    Smula 171 do STJ

    a modificao na conversibilidade em deteno

  • Penas alternativas substitutivas:

    1. multa

    2. prestao de servios comunidade

    3. limitao de fim de semana

    4. proibio do exerccio de cargo ou funo

    5. proibio do exerccio de profisso

    6. suspenso da habilitao para dirigir veculo

    7. prestao pecuniria em favor da vtima

    8. perda de bens e valores

    9. proibio de freqentar determinados lugares

    10. prestao de outra natureza

  • sistema penal brasileiro:

    a) infraes penais de lesividade insignificante

    b) infraes penais de menor potencial ofensivo

    c) infraes de mdio potencial ofensivo ( 89 da 9099 e nova lei)

    d) infraes de grande potencial ofensivo

    e) infraes hediondas

    base constitucional das penas alternativas: art. 5o. XL

  • art. 44,inc.I do CP:

    -concurso de crimes: considera-se o total da pena privativa de liberdade

    -no abrange a violncia ficta e a violncia coisa

    -como ficam os crimes de constrangimento ilegal, ameaa e leso corporal dolosa? Apesar

    de cometidos com violncia ou ameaa, devem

    merecer a aplicao da nova lei, j que so de

    menor potencial ofensivo: LFG e Damsio.

    aplicabilidade aos crimes hediondos

  • 4. e 5.- hipteses de converso: - abrange todas as hipteses de penas

    alternativas, salvo a multa

    descumprimento injustificado da restrio imposta- revogao obrigatria

    condenao a pena privativa de liberdade, incompatvel com a pena substitutiva anterior-

    revogao obrigatria

    condenao a pena privativa de liberdade, compatvel com a pena substitutiva anterior-

    revogao facultativa- ex. concesso de sursis,

    regime aberto...

  • a multa substitutiva no pode ser convertida em privativa de liberdade- Lei

    9268/96

    deduo do tempo cumprido: e as penas no mensurveis temporalmente

    (prestao pecuniria e prestao de

    outra natureza)? Por analogia in bonam

    partem deve o juiz fazer um abatimento

    proporcional

  • prestao pecuniria- art. 45: os beneficirios da prestao so a vtima, seus

    dependentes, entidade pblica ou entidade privada com destinao social

    possui natureza penal, motivo pelo qual pode ser convertida em pena privativa de liberdade

    2 : para um corrente, mais ampliativa, pode ser qualquer prestao, inclusive cestas bsicas e mo de obra. P/ outra corrente, apenas prestaes que tenham relevncia pecuniria

    o consenso do beneficirio somente exigido quando se trata de uma obrigao de fazer em seu benefcio ( ex. mo de obra).

  • perda de bens e valores

    diferena para o art. 91: do CP: a perda de bens pode alcanar bens que integram o patrimnio

    lcito do sujeito

    art. 5o. XLVI- pode a perda de bens afetar o princpio da personalidade das penas?

    1a corrente: No. P/ Srgio Salomo Shecaira o constituinte apenas se refere ao confisco

    2a. corrente: Sim. Lus Flvio Gomes: a ressalva constitucional tambm abrange a perda de bens

    como pena

  • suspenso ou autorizao para dirigir veculo:

    a figura do CP s se aplica aos crimes culposos de trnsito- art. 57.

    O conflito com o Cdigo de trnsito:

    1 corrente: O CT j prev a suspenso da habilitao como sano direta. Continua

    existindo, apenas, a suspenso da autorizao-

    141 CTB

    2. Corrente: a previso do CP foi revogada

  • Formas de se encontrar a interdio do

    direito de dirigir veculo automotor no direito positivo:

    a) como medida administrativa, no Cdigo de Trnsito

    b) Como medida judicial:

    b.1- providncia cautelar- CT

    b.2- pena cominada: CT

    b.3- penal alternativa: art. 47, III CP

    b.4- efeito especfico da sentena condenatria: art. 92, III CP

  • FIXAO DA PENA As fases de fixao critrios de Hungria e R. Lyra as etapas: 1. Escolha da espcie de pena ( cominao

    alternativa)

    penas: privativa de liberdade, restritiva de direitos e multa

    as restritivas de direitos so previstas na legislao especial:

    1. CTB, 2. Lei dos crimes ambientais: arts 7o e 13 3. art. 98 do CDC 2. pena-base maus antecedentes: Smula 444 do STJ

  • 3. agravantes e atenuantes

    impossiblidade de ultrapassar os limites legais: Smula 231 do STJ

    articulao na denncia? 385 CPP

    art. 67- prevalecem as de carter subjetivo

    a menoridade prepondera sobre todas

    explicar o sentido de "preponderncia"

  • 4. causas de aumento e diminuio

    - primeiro as causas de diminuio e aumento da parte de especial e depois da parte geral

    art. 68:

    ocorre somente entre causas de aumento ou somente entre causas de diminuio, previstas

    na parte especial

    hipteses no solucionadas pelo artigo:

    a) causas da parte geral e da parte especial

    b) concurso entre causas de aumento e diminuio

  • 5. regime de pena

    o regime de pena e as substituies ou a concesso de sursis

    6. substituies cabveis

    7. concesso de sursis

    8. fundamentao do art. 92 do CP

  • SURSIS

    Explicar o funcionamento

    Previso legal: arts 77 e ss. CP e arts. 157 e ss. LEP

    O perodo de prova conta-se a partir da data da audincia admonitria.

    No benefcio: medida penal substitutiva, de natureza restritiva da

    liberdade, de cunho repressivo e

    preventivo

  • A suspenso no compreende os efeitos secundrios da condenao(art. 81, II c/c

    91, I)

    Cabe falar em sursis sucessivos? Sim, na hiptese do art. 64, I do CP

    Espcies:

    a)sursis simples

    b)sursis especial

    c)sursis etrio

    d)sursis humanitrio

  • Revogao:

    obrigatria: art. 81: I- no importa o tempo da prtica do crime

    a condenao exclusiva pena de multa no gera revogao

    II- multa imposta conjuntamente com a pena privativa de liberdade

    III-

    + 161 LEP

    facultativa: 1

  • Verificao da causa de revogao aps o perodo de prova:

    1. pode ocorrer a revogao

    2. terminado o perodo de prova, no h como cassar o sursis

    Informativos STF: sursis- revogao aps expirado o perodo de prova.

    Impossibilidade

  • LIVRAMENTO CONDICIONAL natureza jurdica:

    a) Damsio, Ren Dotti, Mayrink: medida de cunho repressivo, forma de cumprimento de pena

    b) Mirabete, Hungria, Noronha e Delmanto: direito subjetivo pblico do condenado

    - no necessrio passar por todos os estgios da execuo: regimes fechado, semi-aberto e aberto.

  • condenado primrio, com maus antecedentes:

    a) no faz jus ao livramento com 1/3: Ren Dotti, Miguel Reale Jnior, Mirabete

    Informativo STF: Condenado primrio com maus antecedentes. Livramento

    condicional com prazo de metade.

    Interpretao extensiva.

    b) faz jus: parte da jurisprudncia e Damsio

  • art. 83, V do CP - reincidncia especfica e

    "mesma natureza" :

    1. Damsio, Mirabete: os hediondos e

    equiparados- MAJORITRIA

    2. ASF: crimes da mesma espcie, ou que

    possuam caracteres fundamentais

    comuns

  • revogao obrigatria e facultativa :

    - o juiz pode, cautelarmente, ordenar a priso do liberado (art. 146 da LEP)

    - verificao do cometimento do crime aps o cumprimento de pena: impossibilidade de revogao

    - cometimento aps o perodo de prova, ainda que no extinta a pena: impossibilidade de revogao

    - Para a revogao facultativa no importa o momento do cometimento do crime ou contraveno ( se antes ou durante o perodo de prova)

  • condenao por contraveno a pena privativa de liberdade:

    a) no revoga: princpio da legalidade, Delmanto

    b) revoga: Miguel Reale Jnior, Csar Bittencourt, Ren Dotti - Invoca-se o art.

    76 do CP

  • EXTINO DE PUNIBILIDADE

    efeitos

    morte do agente:

    - extino de punibilidade pelo bito e certido de bito falsa. STF: HC 104998-SP . Trata-se de fato inexistente, que no existe no mundo jurdico, e que no faz coisa julgada.

    anistia, graa e indulto:

    podem ser recusados, se condicionados

    cabveis na ao penal privada

    retratao:

    Arts. 143 e 342, 3 do CP

  • PRESCRIO

    1. Explicar fenmeno

    forma de contagem

    2. imprescritibilidade: art. 5 XLII e XLIV da CF

    3. Espcies

    Prescrio da pretenso punitiva ( 109)

    incluso de causas de aumento e diminuio e qualificadoras ( mnimo e mximo)

    excluso de agravantes atenuantes

  • art 111-

    I- data da consumao no apurada: presume-se ter ocorrido o crime no dia 1o de janeiro ou,

    se conhecido o ms, porm desconhecida a

    data, no 1o dia daquele ms.

    no crime habitual, o prazo tem incio na data do ltimo ato delituoso.

    IncIV- suficiente o conhecimento presumido da autoridade, fundado na notoriedade ou no uso

    ostensivo do documento falso

  • - causas de suspenso: enumerao taxativa.

    No suspendem o incidente de insanidade, o

    sobrestamento do feito para aguardar deciso

    administrativa, etc...

    Outras causas suspensivas: 366 CPP , art 53 da CF.

    Imunidade parlamentar material natureza jurdica:

    a) atipicidade:Zaffaroni e Frederico Marques- pressupe no incriminao

    b) excluso de ilicitude: esta posio excluiria a responsabilidade civil

  • causas interruptivas: enumerao taxativa. Inc I- com a publicao do despacho

    se o recebimento se d no Tribunal, considera-se a data da sesso

    Aditamento: para interromper, necessrio fato novo

    Inc. II-vtima que falece aps a pronncia- considera-se apenas a nova pronncia como interruptiva

    desclassificao pelo jri: Smula 191 do STJ

    inc. IV- embargos de declarao- no interferem no prazo

    acrdo confirmatrio:

    STF, HC 106222- estabelece que o acrdo confirmatrio que altera a pena tambm interrompe a prescrio.

  • a prescrio retroativa e superveniente

    trnsito em julgado para a acusao=

    1. ausncia de recurso da acusao

    2. Recurso da acusao improvido

    3. Recurso provido, sem alterao da pena imposta

    -Processo anulado e prescrio

    - Pode o juiz de 1o grau reconhecer a prescrio pela pena em concreto?

  • pretenso executria ( art. 110 do CP) A detrao

    Efeitos

    as causas de interrupo

    o aumento do prazo em decorrncia da reincidncia:

    -deve ter sido reconhecida na sentena

    -no incide na pena de multa

    supervenincia de doena mental- arts 41 e 42 CP- computada como cumprimento de pena.

    No se fala em interrupo da execuo