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Cadernos Científicos I Páginas Centrais ISSN: 1647-0486 JUNHO 2012 NÚMERO 13 I 10,00 TRIMESTRAL WWW.OMD.PT ALIANÇA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE... NO COMBATE ÀS DOENÇAS CRÓNICAS REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS DESTAQUE TIAGO PIRES FRAZÃO GABINETE DE INTERVENÇÃO CONTRA O EXERCÍCIO ILEGAL

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Cadernos Científicos I Páginas Centrais

ISSN

:164

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86

JUNHO 2012NÚMERO 13 I €10,00TRIMESTRALWWW.OMD.PT

ALIANÇA DE PROFISSIONAISDE SAÚDE...

NO COMBATE ÀS DOENÇAS CRÓNICAS

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

DESTAQUETIAGO PIRES FRAZÃO

GABINETE DEINTERVENÇÃO

CONTRA O EXERCÍCIOILEGAL

Artigos assinados e de opiniãoremetem para as posições dos

respectivos autores, nãoreflectindo,necessariamente,

as posições oficiaise de consenso daOMD.

Anúncios a cursos não impli-cam directa ou indirectamentea acreditação científica do seu

conteúdo pela Ordem dosMédicos Dentistas, a qual

segue os trâmitesdos termos regulamentares

internos em vigor.

Ano III – nº 13 – junho de 2012Trimestral

Preço:€10,00

Propriedade e EdiçãoOrdem dos Médicos Dentistas

DirecçãoDirector:

Orlando Monteiro da SilvaDirector-adjunto:

Paulo Ribeiro de Melo

Conselho EditorialBastonário da OMD

Presidente da Assembleia Geralda OMD

Presidente do Conselho Deontológicoe de Disciplina da OMDPresidente do Conselho

Directivo da OMDPresidente do Conselho

Fiscal da OMD

Conselho CientíficoPresidente: Pedro Leitão

António GinjeiraCarlos FalcãoGil Alcoforado

Jorge André CardosoPedro CorreiaPedro Nicolau

Sede e RedacçãoAv. Dr. Antunes Guimarães, 463

4100-080 Porto, PortugalTelefone: +351 226 197 690

[email protected]

RedacçãoOrdem dos Médicos Dentistas

Chefe de redacção:Cristina Gonçalves

Redacção: Carlos Duarte

PublicidadeInédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, LdaRua 25 de Abril, 35 – 1º

2665-201-Malveira, PortugalTel.: 217 718 030

[email protected]

Edição GráficaInédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, Lda

PaginaçãoFullDesign, Lda.

ImpressãoMAEA - artes gráficas

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: Gratuita

Tiragem: 8.000 exemplares

Depósito Legal: 285 271/08

ISSN: 1647-0486

índi

ceeditorial 4agenda 8

destaque 10Exercício ilegal

Tiago Pires Frazão, Coordenador do GIEI

Inspeção da ASAE

ordem 16Manual de Intervençãopara as doenças crónicas

Saúde oral nos açorescom desempenho excecional

OMD contribui para estratégiado ensino superior

Protocolo com a AXANovos benefícios para os associados

nacional 20Prescrição de medicamentos

Médicos dentistas podem adquirirdiretamente protoxido de azoto

deontológico 22Uso de títulos profissionais

Uso generalizado e abusivodos exames radiológicos

Penas Disciplinares

Pedido de levantamentoSigilo Profissional

opinião 26Luís Filipe AmanteUm ano a mais ou um futuro de menos

europa 28Reconhecimento das qualificações profissionais

Dispositivos Médicos

omd

ESTIMADOS COLEGAS,

Ainda a problemática das convenções, seguros e planos desaúde…

Recentemente, a Ordem levou a cabo um inquérito em su-porte eletrónico sobre esta matéria, com especial enfoquena caracterização dos planos de saúde e a sua indistinta e di-fícil qualificação de entre a miríade de seguros e de con-venções disponíveis no mercado da saúde.

É de realçar o número de respostas recebidas em cerca dequinze dias, num total de 2767, com um tempo médio deresposta de 19 minutos no preenchimento do inquérito, oquemostra inequivocamente que osmédicos dentistas estãocom a sua Ordem.

Sei que responder a inquéritos pode parecer um incómodo.Mas, a colaboração de todos, é fundamental. Instituiçõescomo a OMD têm que basear a sua atuação não apenas nasua credibilidade, mas, também, sempre que possível, sus-tentada em dados, estatísticas e estudos.

Está atualmente o Centro de Estudos deGestão e EconomiaAplicada da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, aproceder ao tratamento estatístico das respostas, para quedepois as mesmas sejam devidamente enquadradas nospropósitos e objetivos que a OMD estabeleceu.

4 I I JUNHO 2012

edi

tori

alO CAMINHO DE UMA

ORDEM PROFISSIONALPASSA POR

ESTABELECERPARCERIAS

ESTRATÉGICAS COM ASENTIDADES QUE PODEM

AJUDAR A REGULARCONVENIENTEMENTEESTA ÁREA, ÀS QUAISASSISTE UM PODERLEGAL EXPLÍCITO DE

INTERVENÇÃO

Seguidamente, serão feitas exposições detalhadas às entida-des que regulam esta matéria no nosso País, tais como aAu-toridade da Concorrência, Entidade Reguladora da Saúde,Instituto do Consumidor, Instituto de Seguros de Portugal eoutras instituições ou personalidades que entendemos seremrelevantes neste nosso combate, em favor de umamelhorme-dicina dentária e da valorização da profissão e das suas con-dições de exercício.

O inquérito é naturalmente anónimo. Dos comentários fei-tos pelos colegas, surgiram muitas pistas interessantes queestão a ser devidamente integradas no documento final.No entanto, há um conjunto grande de questões que dividi-ria em três grupos, os quais me merecem,desde já, pela suaimportância, alguns comentários.

1º grupo: “(…) A Ordem devia ter uma Tabela de Nomen-clatura com valores mínimos para obstar à unilateralidadede seguros, convenções e planos de saúde no estabeleci-mento de preços (…)”.

Apreciação:Aparentemente é uma boa ideia. Contudo, à luz da lei, éproibida. Às ordens profissionais está vedada a possibili-dade de fixarem tabelas de valores, sejam eles mínimos oumáximos, ainda que meramente indicativos.

Inclusivamente, em 2005 a OMD foi multada pela Autori-

O bastonárioOrlando Monteiro da Silva

JUNHO 2012 I I 5

dade da Concorrência por ter mantido, no passado, uma ta-bela deste género. À altura foram também multadas aOrdem dos Médicos, a Ordem dos Médicos Veterinários eainda a Câmara dos Solicitadores, por este mesmomotivo.

As leis da concorrência e do livre mercado interno, queainda recentemente foram reforçadas através da Lei19/2012 de 8 de Maio, não o permitem…De resto, chamoa atenção para a vastidão do enunciado da in-dicada Lei. No seu texto refere que: “São proibidos os acor-dos entre empresas, as práticas concertadas entre empresase as decisões de associações de empresas que tenhampor ob-jeto ou como efeito impedir, falsear ou restringir de formasensível a concorrência no todo ou emparte domercado na-cional, nomeadamente os que consistam em: a) Fixar, deformadireta ou indireta, os preços de compra oude vendaouquaisquer outras condições de transação“.

É ainda curioso notar a recente jurisprudência do Tribunalde Justiça que qualifica sem margem para dúvida, as or-dens profissionais e colégios como verdadeiras “associa-ções de empresas” para efeitos de concorrência.

2º grupo: “(…) a OMD devia negociar diretamente comseguros, convenções e planos os valores e os termos con-tratuais (…)”

Apreciação:Não apenas estão vedadas às ordens profissionais quais-quer funções de negociação tipicamente sindical, como é ocaso da negociação contratual direta quando interfira emrelações negociais individuais, como é frequentemente ob-jeto de uma proibição mais vasta qualquer iniciativa, aindaque do próprio Estado, quando se entenda que viola asmes-mas normas da livre concorrência aqui invocadas…

3º grupo: “(…) a OMD devia ser ainda mais ativa nestamatéria(…)”

Apreciação:Este inquérito vai precisamente no sentido de atuar na esferado que nos permite o Estatuto.Recorde-se a título de exemplo as ações e iniciativas pas-sadas da Ordem sobre esta matéria: em 2008 a Ordem dosMédicos Dentistas denunciou a questão dos “Seguros deSaúde Dentária” às seguintes entidades: Direção Geral doConsumidor (14/10/2008); Entidade Reguladora da Saúde(26/6/2008); Instituto de Seguros de Portugal (26/6/2008);Provedor de Justiça (26/6/2008); DECO (26/6/2008) eAu-toridade da Concorrência (14/9/2006 e em 12/4/2011).

De notar que a OMD de há muito tem vindo a alcançar im-portantes vitórias no combate ao exercício ilegal e nos abu-sos de grandes grupos económicos, que têm vindo a serpublicamente comunicados.

O caminho de uma ordem profissional passa por estabelecerparcerias estratégicas comas entidades quepodemajudar a re-gular convenientemente a sua área de influência, às quais as-siste umpoder legal explícito de intervenção.Eperpassa aindapelamobilização do poder legislativo e político para a adoçãode legislação que combata os flagelos dos preços “gratuitos”,dapublicidade enganosa edeummodomais focadooabate detodas as formas de exploração dosmédicos dentistas.

Neste âmbito, estamos centrados emmodalidades particula-res de eventuais abusos de posição dominante nomercado, decartelização e de abusos de dependência económica por partedas entidades gestoras deste tipo de produtos.Para pública demonstração destes conceitos, muito embreve teremos notícias sobre o resultado do inquérito e sobreas diligências que a OMD levará a cabo com base nas refe-ridas conclusões.

Desejo umas boas férias àqueles que delas vão por agorausufruir.

aconteceu...

ASSEMBLEIA GERAL DA OMDAPROVOURELATÓRIOE CONTAS 2011POR UNANIMIDADEA Assembleia Geral Ordinária da Ordem dosMédicos Dentistas realizou-se no passadodia 14 de abril, em Lisboa.Da ordem de trabalhos constava, comoponto único, a discussão e votação doRelatório e Contas do Conselho Diretivo,referente ao exercício de 2011.No início da Assembleia, 308 médicosdentistas fizeram-se representar porprocuração, um dos maiores números desempre em termos de representatividade.Após prolongada discussão, no final, oRelatório e Contas foi aprovado porunanimidade, por 34 médicos dentistaspresencialmente e 198 por procuração.A Mesa foi constituída pelo presidente, JoãoCaramês, e secretariada por Cristina TrigoCabral, Joel Ribeiro dos Santos e André MozCaldas.

EDIÇÃO ELETRÓNICA“OS NÚMEROSDA ORDEM– ESTATÍSTICAS 2012”Já se encontra disponível no site da OMD, a publicação“Os Números da Ordem 2012”, que dá a conhecer aosagentes decisores da área da saúde, aos profissionaisnela intervenienteseàpopulaçãoemgeral,algunsdadosestatísticos referentes à medicina dentária portuguesa.Consideramos esta publicação, editada desde 2005,de grande relevância para todos aqueles quepretendam iniciar ou alterar o exercício profissional naatividade privada; particularmente para os recém-graduados, esta publicação poderá ser extremamenteútil já que auxiliará no conhecimento da realidadesocioeconómica que se relaciona com o exercício daprofissão em Portugal.A Ordem dos Médicos Dentistas conta atualmente com7419 associados. Mas a projeção elaborada para oano de 2016 estima que nesse ano existam cerca de11510 médicos dentistas em Portugal, um número55% superior face ao registado neste momento. Estaprojeção coloca em destaque um problema que já sefaz sentir e tem vindo a agravar-se nos últimos anos: oaumento de desemprego e subemprego entre osmédicos dentistas.Este documento, elaborado pelo Departamento deHigiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina daUniversidade do Porto, foi enviado para cerca de 500instituições nacionais. O documento está disponívelem www.omd.pt/numeros

NO INÍCIO DAASSEMBLEIA,308 MÉDICOSDENTISTASFIZERAM-SEREPRESENTARPORPROCURAÇÃO,UM DOSMAIORESNÚMEROSDE SEMPREEM TERMOS DEREPRESENTA-TIVIDADE

A ORDEM DOSMÉDICOSDENTISTAS

CONTAATUALMENTECOM 7419

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DE 11510MÉDICOS

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6 I I JUNHO 2012

JUNTODOS FUTUROSMÉDICOSDENTISTASA OMD dinamizou, pelo terceiro anoconsecutivo, sessões deesclarecimento com os alunosfinalistas dos sete cursos demedicina dentária nacionais. Apoucos meses de concluírem osestudos, os futuros médicosdentistas ficaram a conhecer melhoro funcionamento da OMD -competências, estrutura interna eprocesso de inscrição. Tambémforam elucidados sobre algumas dasmedidas de apoio a que terão direito.Para começar, a isenção depagamento de quotas durante 12meses após a conclusão do curso.Estes encontros decorreram nasinstalações das instituições durantemaio de junho.

GOVERNO APROVA PROGRAMA ‘IMPULSO JOVEM’OMD DEFENDEU INTEGRAÇÃODOS MÉDICOS DENTISTASO Conselho de Ministros aprovou, a 6 de junho, o programa “Impulso Jovem”,que possui um fundo superior a 344 milhões de euros e que cobre umuniverso de 90 mil jovens.De acordo com o comunicado do Governo, o Plano Estratégico de Iniciativasde Promoção da Empregabilidade Jovem e de Apoio às PME assenta em trêspilares: estágios profissionais, apoio à contratação, à formação profissional eao empreendedorismo, e ainda apoios ao investimento.Recorde-se que o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, OrlandoMonteiro da Silva, tinha feito sentir ao secretário de Estado para EnsinoSuperior, João Filipe Queiró, num debate realizado em Coimbra, a pertinênciadas profissões reguladas qualificadas, como a medicina dentária, não seremexcluídas do programa de estágios profissionais agora aprovado.No âmbito deste programa, o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares,Miguel Relvas, anunciou também uma redução da taxa social única (TSU) de90%, até ao montante máximo de 175 euros, para as empresas quecontratem a termo jovens desempregados de longa duração, por um períodomínimo de 18 meses.Entretanto, o secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, afirmou que osjovens inscritos nos centros de emprego há pelo menos quatro meses são «opúblico prioritário» no âmbito deste programa. Um dos pilares do programa éo ‘passaporte emprego’ que, numa primeira fase, permitirá ao jovem ter umestágio numa empresa e, numa segunda fase, passar a ter um contrato semtermo, explicou Pedro Martins na conferência de imprensa no final doConselho de Ministros.

A OMDDINAMIZOU,

PELO TERCEIROANO

CONSECUTIVO,SESSÕES DE

ESCLARECIMENTO COM OS

ALUNOSFINALISTASDOS SETE

CURSOS DEMEDICINADENTÁRIANACIONAIS

O CONSELHODE MINISTROSAPROVOU,A 6 DE JUNHO,O PROGRAMA“IMPULSOJOVEM”,QUE POSSUIUM FUNDOSUPERIOR A344 MILHÕESDE EUROS EQUE COBRE UMUNIVERSO DE90 MIL JOVENS

JUNHO 2012 I I 7

O Conselho Diretivo da Ordem dosMédicos Dentistas deliberou, para osassociados com mais de 65 anos, aisenção do pagamento de quotas, ainscrição gratuita no congresso e naformação contínua (exceto cursoscom número limitado de vagas).Para que os associados possamusufruir das regalias acima descritas,deverão ter pelo menos um períodomínimo de 10 anos de inscrição e aquotização regularizada. O nãocumprimento destas premissasimpede o associado de beneficiardas regalias aprovadas pelo

Conselho Diretivo.Para os novos associados (jovensmédicos dentistas), foi decidida aisenção de um ano de quotas parainscrições a partir de 1 julho de2012.

CONSELHO DIRETIVO DELIBEROU REGALIASNOVOS ASSOCIADOSE COM MAIS DE 65 ANOS

O CONSELHODIRETIVO DAORDEM DOSMÉDICOSDENTISTASDELIBEROU,PARA OSASSOCIADOSCOM MAIS DE65 ANOS, AISENÇÃO DOPAGAMENTODE QUOTAS

8 I I JUNHO 2012

vai acontecer... EDIÇÃO ONLINEGUIA DO MÉDICODENTISTAEncontra-se disponível a ediçãoonline do Guia do Médico Dentista,uma publicação que reúne uma sériede orientações essenciais para oexercício da profissão, elucidandosobre as normas e regras que lhe sãoaplicáveis, de forma ordenada e defácil consulta.Este documento constitui um pontode referência no âmbito do vastouniverso de legislação existente e emconstante mutação. É, portanto, umasíntese que certamente nãodispensa o acompanhamento portodos da natural evolução normativaa nível nacional e comunitário.A edição do Guia do Médico Dentistapermanecerá em suporte digital,disponibilizado na página eletrónicada OMD, de forma a garantir oacesso cómodo, facilitado egeneralizado à informação.Não deixamos de registar que todasas contribuições dos médicosdentistas serão bem-vindas porforma a valorizar e dinamizar osconteúdos oferecidos a toda a classee que não se pretendem estáticos,dada a natureza dos mesmos.

ENCONTRA-SEEM FASE DE

CONCLUSÃO AEDIÇÃO ONLINE

DO GUIA DOMÉDICO

DENTISTA, UMAPUBLICAÇÃOQUE REÚNE

UMA SÉRIE DEORIENTAÇÕESESSENCIAIS

PARA OEXERCÍCIO DAPROFISSÃO

FAÇA A SUA INSCRIÇÃO ONLINEXXI CONGRESSO OMDA Ordem dos Médicos Dentistas realiza o seu congresso anual nosdias 8, 9 e 10 de novembro de 2012, na Exponor – FeiraInternacional do Porto, na cidade de Matosinhos.Elaborámos um programa científico de excelência, com a presençade 21 oradores portugueses e 17 oradores estrangeiros, quereflete uma escolha criteriosa e abrangente das diferentes áreas damedicina dentária, unindo o conhecimento teórico à prática clínica.O Congresso da OMD não se esgota somente nas conferências. Éum espaço de mostra da produção científica nacional einternacional, de debate e troca de ideias. As 177 apresentaçõescientíficas selecionadas este ano são, por isso, um testemunho eum exemplo da vivacidade da medicina dentária atual.Quisemos, também, abranger e promover o relacionamento comoutras especialidades médicas. Para isso, criámos um fórum, ondeserão discutidos as múltiplas relações entre as patologias dacavidade oral e a saúde em geral.A realização do Fórum Ibérico mantém-se, com o objetivo depermitir um intercâmbio de experiências entre profissionaisportugueses e espanhóis.Por outro lado, a enorme afluência de empresas que desejamparticipar Expo-Dentária tem sido notável, o que fará desta feiraum evento repleto de novidades em termos de produtos etecnologia.Faça a sua inscrição online no site da OMD, de forma maiscómoda, rápida e usufruindo de descontos substanciais. Se efetuara sua inscrição online até ao dia 31 de julho, paga apenas 120€.A partir dessa data, até 31 de outubro, o valor da inscrição onlinepassa a ser de 140€.Consulte mais informações sobre o XXI Congresso da OMD emwww.omd.pt/congresso.

FAÇA A SUAINSCRIÇÃOONLINENO SITE DAOMD,DE FORMAMAIS CÓMODA,RÁPIDA EUSUFRUINDO DEDESCONTOSSUBSTANCIAIS

10 I I JUNHO 2012

dest

aque

omd

Como é do conhecimento público,independentemente da iniciativapertencer ou não à OMD (através doreencaminhamento de denúncias ouparticipações que vai recebendo), ocombate ao exercício ilegal daprofissão de médico dentista e adefesa da qualidade dos tratamentosde medicina dentária praticados nonosso País, tem ganho umapreponderância inegável.Para o sucesso destas intervenções,muito têm contribuído os colegas queparticipam nas ações de fiscalizaçãoem representação da OMD e queintegram o Grupo de Intervenção ao

Exercício Ilegal (GIEI), criado sobre aégide do Conselho Diretivo.Estes colegas têm contribuídolargamente para uma maior e melhorcompreensão e esclarecimento detodas as partes envolvidas (entidadese médicos dentistas visados) acercade diversos requisitos da medicinadentária, ao nível de equipamento,produtos e documentação obrigatórianas clínicas.A coadjuvar estas equipas defiscalização, estão os serviços dodepartamento jurídico da OMD, queno próprio decurso das ações defiscalização transmitem informação

acerca da legalidade dosprofissionais vistoriados, permitindoassim uma rápida deteção desituações de exercício ilegal e aindano tratamento e reencaminhamentoposterior da informação recolhida aoórgão competente para aferição deresponsabilidade disciplinar.Convém relembrar que o médicodentista, enquanto diretor clínico, éresponsável pelo cumprimento detodas as regras deontológicas e legaisrelacionadas com a atividade damedicina dentária.Nestes termos, o médico dentistadeve controlar a legalidade do

A colaboração entre a OMD e as várias entidades com reguladoras do setor da saúde(Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e Entidade Reguladora da Saúde) tem permitidoa deteção de graves irregularidades ao nível do exercício da medicina dentária em Portugal.

EXERCÍCIO ILEGAL

JUNHO 2012 I I 11

A COADJUVARESTAS EQUIPASDEFISCALIZAÇÃO,ESTÃO OSSERVIÇOS DODEPARTAMENTOJURÍDICO DAOMD, QUENO PRÓPRIODECURSO DASAÇÕES DEFISCALIZAÇÃOTRANSMITEMINFORMAÇÃOACERCA DALEGALIDADEDOSPROFISSIONAISVISTORIADOS

exercício profissional dos seuscolaboradores, estando totalmentevedados atos ou omissões quepermitam ou facilitem o exercícioilegal da profissão.O exercício da medicina dentária porquem não é médico dentista ésuscetível de constituir crime deusurpação de funções. Os colegasque facilitem ou encubram este tipode situações, para além daresponsabilidade disciplinar, poderãoresponder criminalmente em tribunal.O médico dentista deve, ainda,assegurar as melhores condiçõespossíveis para a prestação dos seusatos médico-dentários, de molde asatisfazer as necessidades detratamento do paciente, sendoresponsável pela qualidade dascondições de funcionamento da suaclínica.Toda a conduta prevaricadora destasregras está sujeita a um rigorosoescrutínio do foro disciplinar por partedo Conselho Deontológico e deDisciplina, podendo acrescer, con-forme o caso concreto,responsabilidade contraordenacional,civil e criminal.Assim, num quadro de estreitacolaboração institucional, a EntidadeReguladora da Saúde (ERS) reportouno passado mês de Fevereiro à OMD,mais duas situações de exercícioilegal detetado e verificado pelos seusinspetores.Desta feita, na sequência de váriasdenúncias remetidas à ERS, foidesencadeada uma ação defiscalização a uma clínica dentária nazona da Amadora alegadamentepertencente a um motorista deautocarros da Carris – TransportesPúblicos de Lisboa.As piores suspeitas foramconfirmadas, uma vez que astécnicas de fiscalização verificaramque ali eram prestados tratamentosdentários pela mulher do dono daclínica, a qual não era médicadentista.Com efeito, as autoridades

depararam-se com duas utentes,uma que aguardava consulta na salade espera e outra já devidamentesentada numa cadeira de dentista,num gabinete equipado com osdemais instrumentos próprios daatividade.A falsa “médica dentista” declarousem reservas que não tinha qualquercarteira profissional”, apenaspossuindo o 12º ano incompleto eque exercia as funções de “médicadentista”, naquela clínica, há cerca de4 anos.De acordo com a informação da ERS,a clínica em causa não dispunha dequalquer indicação de corpo clíniconem de livro de reclamações, tendosido ordenada a suspensão imediatado seu funcionamento.Estando em causa o exercício ilegalda profissão de médico dentista, osfactos foram denunciados pela ERSaos serviços do ministério públicocompetente.No início deste ano, um outro caso deexercício ilegal foi também detetadonuma clínica dentária na Ameixoeira,na zona de Lisboa.Foi detetado pelas entidades

competentes a prestação decuidados de saúde por terceiros nãohabilitados legalmente para o efeito,bem com o uso indevido de vinhetaspor médico dentista, o que podeindiciar a prática de crime defalsificação.A referida clínica estava equipadacom uma unidade móvel com adesignação “Consultório Móvel”.Verificou-se ainda que o médicodentista ocupava o cargo de diretorclínico de todas as clínicas do grupo,sem indicar substituto.Também nesta situação, os factosforam reportados pelas autoridadescompetentes à Procuradoria-Geral daRepública para competenteinvestigação criminal, sem prejuízo daresponsabilidade disciplinar domédico dentista visado.A atuação célere, quer das váriasautoridades, quer da OMD, tempermitido o combate eficaz asituações de exercício ilegal,reforçando a confiança dacomunidade na competência dosmédicos dentistas e garantir assim aprestação de cuidados de saúde dequalidade.

12 I I JUNHO 2012

ROM - Qual tem sido a posturaadotadapelaOMDrelativamenteaoexercício ilegal?TPF - A postura da OMD, ao nível daprevenção do exercício ilegal daprofissão, tem sido bastante proactiva,tendo sido criado, há cerca de um anoe meio, um gabinete específico para oefeito, o GIEI – Gabinete deIntervenção contra o Exercício Ilegal.Sempre que existem indícios deexercício ilegal, o GIEI atua, alertandoas entidades reguladoras, as

TIAGO PIRES FRAZÃO, COORDENADOR DO GIEI

GABINETEDE INTERVENÇÃOCONTRAOEXERCÍCIO ILEGAL

autoridades de saúde, as autoridadespoliciais e, por vezes, judiciais. Agrande fonte de informação para quepossamos recolher estes indícios são,sem dúvida, as denúncias feitas porcolegas e por alguns pacientes.E é aqui que os colegas têm dedesempenhar um papel mais ativo,porque acreditamos que existe umconhecimento muito vasto de casosde exercício ilegal mas que não sãodenunciados à Ordem. Quantos denós em conversas com colegas não

ouvimos casos de exercício ilegal?Mas o facto é que são poucas assituações reportadas à OMD!Temos consciência que muitoscolegas não denunciam por medo derepresálias por parte dos proprietáriosdas clínicas onde trabalham e ondeexiste exercício ilegal da profissão.Outros, não querem saber e achamque é um assunto apenas da esferada OMD.Felizmente, e fruto da intensacooperação estabelecida entre a OMD

JUNHO 2012 I I 13

...

intenso trabalho desenvolvido pelaOMD junto das autoridades de saúde,tem vindo a verificar-se um aumentodrástico das solicitações à OMD paraparticipar em vistorias/inspeções.O GIEI da OMD tem aumentadoprogressivamente o seu número demembros e colaboradores e, como tal,por norma, integra pelo menos umelemento em cada equipa de vistoriasimples. Em situações maiscomplexas, como por exemplo, emsituações de buscas com as polícias, oGIEI integra pelo menos dois colegasem cada equipa, estando por vezesmais de seis equipas a atuarsimultaneamente num mesmo caso,à mesma hora e em sítios distintos.Muitas situações vão bem mais alémdo que a falta de condições higio-sanitárias, o exercício ilegal daprofissão ou o crime de usurpação defunções, como por exemplo, os crimesde auxílio à emigração ilegal e aadulteração de substânciasmedicamentosas.O GIEI promove ainda reuniões entreos seus membros e colaboradorespara que se possa trocar experiênciasde terreno e afinar procedimentos.

ROM-Nasaçõesde fiscalizaçãoquetêmsidoefetuadasnosconsultóriose clínicas de medicina dentária,pode descrever-nos algumas situa-ções que se tenham destacado, emtermos de exercício ilegal e decondições higio-sanitárias?TPF - De um modo geral e na maioriados casos, nas ações de fiscalizaçãode rotina que efetuamos, as clínicas econsultórios apresentam boascondições de higiene e segurança.Por outro lado, também é frequenteintervirmos no local junto dosrepresentantes das entidades oficiaisenvolvidas na inspeção, de modo aevitar “excessos de zelo” e exigênciasnão fundamentadas, o que por vezesacontece.Em muitas situações, a nossa ação ésobretudo pedagógica, no sentido deaconselhar sobre os aspetos que

e as diversas entidades e autoridadesde saúde, são cada vez maisconhecidas as consequências para oexercício ilegal, muitas até bastanterecentes e divulgadas extensivamentepelos meios de comunicação social.Gostaria de relembrar que acomunicação de práticas de exercícioilegal, para além de ser obrigatória porparte dos colegas, segundo oestipulado no nosso CódigoDeontológico e de Disciplina, é uminstrumento fundamental paracombater este autêntico flagelo quetem assolado a profissão. Tenhamosnoção que a OMD não tem atribuiçãolegal por si só ou a capacidadelogística para ter um “exército” defuncionários, que possibilite investigarpor todo o país a existência deexercício ilegal. Por outro lado,ninguém conhece melhor a região, ascidades, as vilas, ou as aldeias, comoos colegas que lá trabalham. Ninguémmelhor do que eles, na sua zona, sabeou pode descobrir quais os sítios ondeocorre a prática ilegal da profissão.Só os colegas, nas suas áreas deinfluência, poderão ser os verdadeirose eficazes “olhos e alertas da Ordem”na vigilância e denúncia destaspráticas ilegais. Sem um verdadeiroempenho dos colegas, torna-se difícilcombater, de forma intensiva e eficaz,o exercício ilegal da medicina dentária.Esta é, sem dúvida, uma matéria quediz respeito a todos e ao seu sentidode responsabilidade enquantoprofissionais e cidadãos.

ROM - Por norma, quantos elemen-tos integram as equipas que atuamno terreno?TPF - O número de elementos noterreno costuma variar de acordo como número de entidades envolvidas ecom a complexidade do caso emquestão. Existem bastantes situaçõesde vistorias em que a presença daOrdem não é solicitada, até porque asdiversas autoridades de saúde, porLei, não são obrigadas a fazê-lo. Noentanto, e penso que fruto de um

poderão ser modificados, tendo emvista o cumprimento da legislação emvigor.Outras situações existem, e são cadavez mais frequentes, em que nosdeparamos com clínicas ouconsultórios sem as condiçõesmínimas de higiene e segurança oucom profissionais não habilitados aoexercício da profissão. Nestes casos,onde existe grave violação dadignidade da profissão ou ameaça àsaúde e bem-estar dos pacientes edas pessoas que lá trabalham, a OMDtem uma ação determinada pelaexigência de tomada de medidaspelas entidades oficiais queacompanham as inspeções.Do que temos encontrado, posso darvários exemplos de situações maisextremas e que levaram à suspensãoda atividade de locais: falta de umsistema de recolha de resíduosbiológicos, armazenamento deagulhas e objetos cortantes usadosem garrafas de refrigerantes egarrafões de água, conspurcação debancadas e gavetas, falta de umcircuito de esterilização adequado (ex.:ausência de autoclave), esterilização ereutilização de material de uso único(ex.: lâminas de bisturi, aspiradores desaliva, agulhas e fios de sutura, entreoutros), reutilização de anestesias,exercício ilegal por profissionais nãohabilitados, entre outros. É de referirque estes dois últimos exemplosconstituem crime e são reportados aoMinistério Público, seguindo depois osprocedimentos judiciais.

ROM - Quais são as entidades quesolicitam à OMD colaboração nasações de fiscalização realizadas nocombate ao exercício ilegal e máprática?TPF - Por norma, participam nestasações a autoridade de saúde,vulgarmente na pessoa do delegadode saúde, a Entidade Reguladora daSaúde e a Inspeção-Geral dasAtividades em Saúde. No entanto, em

...

DO QUE TEMOSENCONTRADO,POSSO DARVÁRIOSEXEMPLOS DESITUAÇÕES MAISEXTREMAS EQUE LEVARAM ÀSUSPENSÃO DAATIVIDADE DELOCAIS: FALTADE UM SISTEMADE RECOLHA DERESÍDUOSBIOLÓGICOS,AGULHASE OBJETOSCORTANTESUSADOS EMGARRAFAS DEREFRIGERANTESE GARRAFÕESDE ÁGUA,CONSPURCAÇÃODE BANCADAS EGAVETAS, FALTADE UMCIRCUITO DEESTERILIZAÇÃOADEQUADO...

14 I I JUNHO 2012

uniformização das entidades, dosistema e das práticas e condutas aseguir pelos representantes noslocais de vistoria/inspeção.

ROM - Como se tem processado ainterligaçãodosprofissionaisnestasequipasmultidisciplinares?TPF - A interligação dos represen-tantes da OMD, nas ações defiscalização, com os representantesdas entidades oficiais tem sidoexcelente e surgiu de uma formanatural, uma vez que os objetivos sãosimilares quando se trata desalvaguardar a saúde pública. Onúmero de solicitações para a OMDparticipar em ações de fiscalizaçãotem sofrido uma evoluçãoexponencial, fruto também doexcelente relacionamento conseguidodurante as ações desenvolvidas.

ROM - Como vê a atual composiçãodestas equipas?TPF - A composição das equipas devistoria difere consoante a entidadeque as organizaO ideal era que estivesse sempre ummédico dentista presente nestasações. Por outro lado, é necessáriolembrar que a representação da OMDnas vistorias é um trabalho voluntáriopor parte dos colegas. Dada a grandequantidade de vistorias que têmdecorrido pelo país, são necessáriascada vez mais pessoas disponíveis, oque nem sempre é fácil porquemuitas vezes estas são marcadascom poucos dias de antecedência.Aliás, a OMD decidiu criar o GIEIdevido ao número crescente desolicitações. Um agradecimentoespecial a todos quantosdemonstram a sua disponibilidadepessoal em difíceis situações deagendamento que muitas vezesacontecem com caracter de urgência.

ROM - Qual a importância destasações de fiscalização?TPF - As ações de fiscalização tem umobjetivo primário de proteção da

saúde pública, fundamentalmente aproteção dos pacientes e dosprofissionais de saúde, para que nãoexistam práticas que ponham emcausa a sua saúde e promovam atransmissão de doenças.

ROM-Nasuaopinião, consideraqueestas ações de fiscalizaçãopromovemaconcorrência leal entremédicos dentistas?TPF - Esta pergunta desperta umoutro objetivo igualmente importantedas vistorias que é a prevenção depráticas que põem em causa aconcorrência leal entre as clínicas. Éclaro que quem não investe na suaclínica, não compra os materiais eequipamentos adequados, reutilizamateriais descartáveis, não paga aempresas de recolha de resíduosbiológicos, tem os equipamentos emmau estado, utiliza materiais fora deprazo e não cumpre as normas elegislação em vigor, consegue“poupar” custos de forma irregular, oque constitui concorrência desleal.Neste aspeto, as vistorias sãofundamentais para combater estescasos e alguns deles têm sidodenunciados publicamente atravésdos órgãos de comunicação social.

ROM - Em termos de atuação, emque regiões têm incidido estasações?TPF - Estas ações incidem um poucopor todo o país, mas existem regiões,como Lisboa, Porto e Algarve, onde asações são mais visíveis devido àcobertura mediática que têm tido.Sobre esta questão é necessárioinformar os colegas para o facto de aOMD participar em centenas deações por ano, mas nem sempre serpossível a sua divulgação. Umasvezes por questões éticas edeontológicas, outras porque muitasdestas iniciativas resultam em açõesjudiciais e originam outras ações deinvestigação policial em que ainformação está protegida porsegredo de justiça.

situações que envolvam outrascategorias de indícios criminais sãochamadas a participar e a integrar asequipas ainda outras entidades, taiscomo o Ministério Público o Serviçode Estrangeiros e Fronteiras, a PolíciaJudiciária, a Policia de SegurançaPública, a Autoridade de SegurançaAlimentar e Económica e a Autoridadepara as Condições de Trabalho.Como podemos constatar, são váriasas entidades com competência deatuação setorial nestas matérias eque, portanto, podem intervir. Mas oque à partida poderia parecer umavantagem, muitas vezes não o é. Sebem que existem entidades comcompetências muito particulares ebem definidas, como é o caso doServiço de Estrangeiros e Fronteiras,existem outras com competênciassobrepostas ou bastante similares.Esta situação faz com que nosdeparemos, por vezes, com algumasdificuldades, sobretudo quando énecessário saber quem é que vaitomar a decisão e assumir aresponsabilidade de suspender aatividade de um espaço. Quandotemos simultaneamente no terrenovárias entidades que podem tomaressa decisão, cada uma comprocedimentos internos diferentes,isso pode, sem dúvida, constituir umproblema.Umas podem suspender a atividadeno momento, outras têm de obedecera uma série de procedimentos eburocracia interna antes de opoderem executar, outras há aindaque não assumem que têm essepoder e preferem deixar essa decisãoe responsabilidade a outrasentidades. Isto faz com que ummesmo caso possa ter desfechosdiferentes de acordo com a entidadeenvolvida na vistoria/inspeção. Étambém frequente que dentro deuma mesma entidade as decisõespossam variar bastante consoante aspessoas que as representam no local.Seria bastante útil que existisse uma

...

A INTERLIGAÇÃODOS REPRESEN-TANTES DA OMD,NAS AÇÕES DEFISCALIZAÇÃO,COM OSREPRESENTANTES DASENTIDADESOFICIAIS TEMSIDO EXCELENTEE SURGIU DEUMA FORMANATURAL, UMAVEZ QUE OSOBJETIVOSSÃO SIMILARESQUANDO SETRATA DESALVAGUARDARA SAÚDEPÚBLICA

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JUNHO 2012NÚMERO 13TRIMESTRAL

WWW.OMD.PT

Sumário

CADERNOS

CIENTÍFICOSR E V I S TA D A O R D E M D O S M É D I C O S D E N T I S TA S

Composiçãodo ConselhoCientíficoPedro Leitão (Presidente)António GinjeiraCarlos FalcãoGil AlcoforadoJorge André CardosoPedro CorreiaPedro Nicolau

2 • REABILITAÇÃO ORALREABILITAÇÃO EM ZONAESTÉTICA ANTERIOR COMRESTAURAÇÕES PROCERAALLCERAM UNITÁRIAS:CASO CLÍNICOPedro SáSónia AlmeidaFernando Almeida

Este é o quarto ano dos cadernos científi-cos da revista da OMD. Infelizmente, naminha qualidade de coordenador destapublicação, voltei a sentir necessidade defazer um novo editorial, semelhante atodos os outros que já fiz.Embora ainda não possa ter uma opiniãodefinitiva sobre o sucesso desta boa ini-ciativa da Ordem, faço algumas refle-xões. A primeira, logo exposta no meuprimeiro editorial, refere--se à exiguidade de arti-gos produzidos em Portu-gal. Manifestando estapreocupação, adquiridana minha experiência an-terior de diretor da revistaOrtodontia, escrevi no pri-meiro editorial em 2008: “…A preocupação … advémda minha experiência ante-rior de diretor da revista Or-todontia. Após uma faseinicial onde publicámos ostrabalhos que já se encon-travam feitos, seguiu-se umperíodo “estéril”, pensoque até hoje, onde quaseque era necessário implorar a alguns co-legas que escrevessem artigos para poderfazer a revista. A isto somava-se a “luta”pelos patrocínios e publicidade. Um pesa-delo! Claro que agora é diferente. O nú-mero de potenciais autores éinfinitamente maior e, apesar de já existi-rem nesta área várias revistas profissio-nais em Portugal, em minha opinião, háespaço para uma publicação completa-mente independente de interesses co-merciais, publicada com a chancela dequalidade e prestígio que a OMD dá…”

Passados quatro anos, verifico que, exce-tuando os problemas logísticos - patrocínios,publicação, edição, etc., que uma organiza-ção com a robustez da OMD garante, a es-cassez de artigos mantém-se. O nossoobjetivo não é publicar traduções de artigosjá publicados no estrangeiro ou trabalhosbaseados na indústria com óbvios, ou ca-muflados, interesses comerciais. Tambémnão estabelecemos critérios de aceitação

muito exigentes. Basica-mente aceitámos todos ostrabalhos que sejam mini-mamente publicáveis. Con-tudo, mesmo com estescritérios “simpáticos”, esti-vemos sempre com falta deartigos. Olhando em redorpara as outras revistas por-tuguesas, constato que nãose trata de concorrência, éapenas pouca produção na-cional!Caros colegas, podem serresumos de teses, trabalhoscientíficos, revisões biblio-gráficas, casos clínicos, etc.O critério editorial é o mais

generoso, benevolente e abrangente possí-vel. Sem pretensiosismos, posso confiden-ciar que temos recebido feedback muitopositivo de vários autores que valorizaramos conselhos dados pelos revisores.Consultem www.omd.pt/revista e vejamquais são as normas para submissão de ar-tigos. O objetivo é aceitar um número de ar-tigos que garanta pelo menos dois volumesdos cadernos. Nós estamos a vossa espera!

Boa leitura,Pedro Leitão

10 • IMPLANTOLOGIATRATAMENTODA PERIIMPLANTITEREVISÃO DE LITERATURAE CASO CLÍNICOMariline GomesSilvana GuerraFernando Almeida

Editorial

O nosso objetivonão é publicar

traduçõesde artigos

já publicadosno estrangeiroou trabalhosbaseados naindústria com

óbvios,ou camuflados,

interessescomerciais

CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 13 • junho 2012 • Trimestral

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REABILITAÇÃO ORAL

REABILITAÇÃO EM ZONA ESTÉTICA ANTERIOR COMRESTAURAÇÕES PROCERA ALLCERAM UNITÁRIAS: CASO CLÍNICO

IntroduçãoO uso de técnicas restauradoras com coroastotalmente cerâmicas tem vindo a aumentar, e tudoindica que essa tendência se deverá manter.Contudo, existem variados sistemas que diferem noseu potencial estético, propriedades físicas eevidência científica sobre durabilidade. A utilizaçãode uma restauração totalmente cerâmica nãogarante, por si só, um resultado esteticamenteagradável. O clinico deve optar, em cada caso, pelosistema que mais se adequa à necessidade dopaciente. (3) Um desafio estético comum aconteceem dentes sujeitos a tratamento endodôntico comconsequente descoloração da estrutura dentárianatural. Estas representam o limite estético,particularmente em casos de restauraçõestotalmente cerâmicas. De facto, o resultado estéticofinal pode estar comprometido pela tonalidadecinzenta irradiada através da coroa e tecidos moles.O sistema Procera AllCeram alumina mostra ser umaalternativa favorável e fiável no tratamento protéticode dentes com descolorações moderadas a graves,com resultado excepcionalmente natural. (4) Nestescasos a técnica restauradora será capaz de recreara cor natural da dentina (coifa em alumina conferea opacidade necessária para “mascarar” adescoloração do dente) combinado com um materialmais translúcido de forma a atingir uma boa estéticafinal (cerâmica). (5) Neste caso, devido à coloraçãoacentuada da estrutura em dente natural, optamospor esta técnica, em detrimento das facetaslaminadas, precisamente devido à opacidade daalumina, a fim de resolver o problema estético. Estesistema conjuga o conceito CAD-CAM para fabricarcoroas totalmente cerâmicas compostas por óxidode alumínio de alta pureza combinado comcerâmica estratificada de grande compatibilidade eestética. (1) Dureza, precisão, estabilidade de cor,cimentação e resistência ao desgaste são factoresque este sistema consegue garantir ao clínico. (2)

Descrição do CasoPaciente M.H.N.S., do sexo feminino, apresentou-sena consulta de medicina dentária com queixas emrelação à estética do sector antero-superior: “não

AUTORESPedro Sá, médico dentista, Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos,Centro de Formação FA; Sónia Almeida, técnica de prótese Dentária,Labdent, Estudos Prostodônticos, Ltd; Fernando Almeida, médicodentista, Doutorado FMDUP 2006 “Carga Imediata sobre Implantes,Orador convidado em conferências nacionais e Internacionais,Administrador da Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos, ClínicaInfante Sagres, Labdent, estudos prostodônticos Ltd.

RESUMOAs técnicas restauradoras com coroas totalmente cerâmicas constituemuma opção válida no sector anterior, conferindo bons resultados emcasos de limite estético. Os dentes sujeitos a tratamento endodônticocom descoloração acentuada da estrutura natural são um exemplo parao qual este tratamento se propõe, com a vantagem da coifa em aluminamascarar a coloração dentária, conferindo opacidade à restauração,combinada com a translucidez da cerâmica estratificada aplicada sobrea mesma. A fiabilidade do sistema CAD-CAM, elevado grau de pureza,dureza, precisão, estabilidade de cor, cimentação e resistência aodesgaste são vantagens a ter em conta nesta opção de tratamento.

ABSTRACTAll.Ceram restaurative tecniches are a valid option to treat the anteriorteeth, providing good results in cases of great aesthetic complexity.Severely discoloured teeth as a result of endodontic treatment with greataesthetic compromise are one of the indications for this kind ofrestorations. This discoloration can be hiden, due to alumina’s opacity ,combined with stratified ceramics to achieve high aesthetic results. Thereliability of CAD-CAM system, high purity, strenght, precision, colourstability, cimentation and ware resistance are some advantages of thistreatment.

Palavras-chave: All-ceramic crown; discolored teeth; esthetic outcome

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gosto da cor e do aspecto dos meus dentes, sinto - os fracos”. (Verfiguras 1 e 2).

Na anamnese a paciente não refere nenhum dado relevante. Apósexame clínico e radiológico foram detectadas duas cáriesinterproximais nas peças dentárias 14 e 24. Detectaram-se tambémalgumas zonas de retracção gengival nos dentes 14, 16, 17, 24, 26,27, 34, 35, 36, 37, 45, 46, e 47 acompanhadas, em algumasdestas peças dentárias por pequenas lesões de abfracção. Sãovisíveis ainda facetas de desgaste nos dentes posteriores eanteriores, estas últimas mais visíveis nos dentes 11, 21 e 23 comcomprometimento estético e “envelhecimento” do sorriso por perdade estrutura dentária na zona incisal.Após analisar as motivações da paciente, percebeu-se que a suaprincipal motivação seria a correcção da descoloração severa emá-posição dentária dos dentes incisivos superiores. (Ver figuras3 e 4).

Assim, e depois de avaliadas as endodontias já realizadas, foiproposto à paciente um tratamento restaurador dos dentes12,11,21 e 22 com coroas Procera AllCeram a fim de corrigir adescoloração e perda de estrutura dentária destas peças dentárias.Foi sugerido também à paciente realizar tratamento ortodônticopreviamente, a fim de realizar algumas correcções também a nívelposterior, o qual a paciente recusou. Assim, propusemos corrigirtambém a má-posição dos dentes anteriores com a execução dotratamento restaurador. Foram explicados à paciente os sinaispresentes em alguns dentes indicadores de bruxomania e foiaconselhada a utilização de goteira miorelaxante no períodonocturno após término do tratamento restaurador. Foi feito tambémum branqueamento em ambulatório, após o qual se esperou 30dias pela estabilização da cor dos dentes contíguos, a fim dedeterminar a gradação de cor a aplicar nas coroas. Assim foi feita atomada prévia de impressões e confeccionado um provisório emresina de cor A2. Posteriormente foram talhadas as peças dentáriase rebasado o provisório sobre os cotos com resina. (Ver figuras 5 e 6).

Este provisório foi então adaptado e polido com extremo cuidado,sobretudo as zonas em contacto com os tecidos gengivais, com oobjectivo de não funcionarem como um factor de retenção de placabacteriana e não condicionarem inflamação que poderia levar aalterações nos tecidos moles. Foram explicadas à paciente oscuidados de higiene a ter. (Ver figuras 7 a 13).

Após um período de cicatrização de 8 semanas, os tecidos gengivaisapresentaram um aspecto saudável e estável e partiu--se para atomada de impressões aos cotos. (Ver figuras 14 e 15).

A paciente referiu estar bastante satisfeita com a forma dos dentesprovisórios e, assim sendo, foi feita também uma tomada deimpressão aos mesmos em boca para, juntamente com registofotográfico, fornecer ao laboratório de prótese a maior quantidadede informação possível. (Ver figuras 16 e 25).

Fig. 1 - Imagem Extra-oral frontal e sorriso

Fig. 2 - Imagem Extra-oral frontal e sorriso

Fig. 3 –Imagens Intra-Orais

Fig. 4 –Imagens Intra-Orais

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Fig. 5 – Detalhe da preparação dentária

Fig. 7 - Detalhe do provisório

Fig. 9 - Detalhe do provisório

Fig. 11 - Detalhe do provisório

Fig. 8 - Detalhe do provisório

Fig. 10 - Detalhe do provisório

Fig. 12 - Detalhe do provisório

Fig. 6 – Detalhe da preparação dentária

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Fig. 13 - Detalhe do provisório Fig. 14 - Impressões

Fig. 15 - Impressões Fig. 16 - Trabalho final em modelo

Fig. 17 - Trabalho final em modelo Fig. 18 - Trabalho final em modelo

Fig. 19 - Detalhe do trabalho final Fig. 20 - Detalhe do trabalho final

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Fig. 21 - Trabalho colocado. Detalhes em boca Fig. 22 - Trabalho colocado. Detalhes em boca

Fig. 23 - Trabalho colocado. Detalhes em boca Fig. 24 - Trabalho colocado. Detalhes em boca

ComentárioAssim as restaurações Procera AllCeram constituem uma favorávelalternativa de tratamento para o sector anterior, tendo bonsresultados estéticos sobre peças dentárias com descoloraçõesmoderadas a graves.

Referências bibliográficas1 - Andersson M, Razzooq ME; Hegenbarth EA, Lanq BR; Procera:a new way to achieve an all-ceramic crown; Quintessence Int. 1998May;29(5):285-96)2 - Boening KW, Wolf BH, Schmidt AE, Kastner K, Walter MH.; JProsthet Dent. 2000 Oct;84(4):419 243 - Donovan TE, Factors essential for successful all-ceramicrestorations; J Am Dent Assoc. 2008 Sep; 139 Suppl: 14S-18S4 - Fabbri G, Mancini R, Marinelli V, Ban G; Anterior discolored teethrestored with procera all-ceramic restorations: a clinical evaluationof the esthetic outcome based on the thickness of the core selected;Eur J Esthet Dent.; 2011 Spring; 6(1):76-865 - Spear F, Holloway J.; Which All-Ceramic System is optimal foranterior esthetics?; J Am Dent Assoc, Vol 139, No suppl_4 19S-24S)

Fig. 25 - Trabalho colocado. Detalhes em boca

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INTRODUÇÃONos últimos anos a colocação de implantes emespaços desdentados é conotada comotratamento de eleição.1No entanto, uma equipa multidisciplinar éobrigatória para contornar problemas que ocorremdurante e após o tratamento.Assim, a chave do sucesso está em primeiro lugarligada à prevenção e à monitorização constante dopaciente após a colocação de implantes.2Por um lado, é necessário procurar a causa dosproblemas, por outro lado, é necessário alcançarestratégias de tratamento.Segundo diversos autores, os principais factoresde risco para a ocorrência de doença periimplantarsão: inadequada higiene oral (HO), históriapassada de periodontite, factores genéticos(presença de IL1 αe IL1β), hábitos tabágicos,hábitos alcoólicos, Diabetes Mellitus, superfície doimplante e cargas oclusais.É consensual que a sinergia entre qualquer umdestes factores potencia a probabilidade dedesenvolver doenças periimplantares. 3, 7, 13

No que concerne a doenças periimplantares, hásempre uma associação com processoinflamatório nos tecidos circundantes ao implante3,podendo relacionar-se com processosinflamatórios reversíveis, ao nível dos tecidosmoles como a mucosite. A periimplantite é apatologia relacionada com o não tratamento damucosite, que evolui para perda de estrutura ósseaem redor do implante.1, 3, 4, 5

Microbiologiae Anatomia PeriimplantarO tecido periimplantar apresenta menosfibroblastos que o periodonto, maior quantidadede fibras colagénias circulares e paralelas entre si,irrigação e vascularização sanguínea com menoraporte. 7 Assim, a capacidade de defesa contraenfermidades está limitada3 por ausência doligamento periodontal. O espectro microbiológicoencontrado no sulco periimplantar é similar ao dosulco gengival em dentes naturais,3, 6, 7 sendo oespectro microbiológico mais comum constituído

IMPLANTOLOGIA

TRATAMENTO DA PERIIMPLANTITEREVISÃO DE LITERATURA E CASO CLÍNICO

AUTORESMariline Gomes, médica dentista a exercer em clinica privada com mestrado integrado emmedicinadentáriapelaFMUC.SilvanaGuerra, higienistaoralaexerceremclínicaprivadacomlicenciatura em Higiene oral pela FMDUL. Fernando Almeida, médico dentista doutoradopela FMDUP em 2006, Doutorado, director do centro de Formação FA, administrador daClínica Dentária Infante Sagres, da Clínica Dentária dos Carvalhos e do Laboratório Labdent

RESUMOIntrodução: A periimplantite é uma patologia que tem vindo a tornar-se mais frequente naactualidade, uma vez que as reabilitações sobre implantes têm aumentado. No entanto,ainda não há consenso relativamente ao seu tratamento. Várias hipóteses foram sendosugeridos, entre as quais: desbridamento mecânico e manual, químico e/ou antibioterapiae tratamentos cirúrgicos.Materiais eMétodos: Foi realizada pesquisa nas bases de dados Medline, EBSCO, ScieneDirect, Lilacs e B-on, tendo como principais critérios de inclusão artigos em língua inglesa,portuguesa e espanhola e o conteúdo científico dos abstracts. Na escolha dos estudosconsiderados utilizaram-se ainda as seguintes palavras-chave: periimplantitis, periimplantdisease e periimplant treatment.Dos 925 artigos, foram seleccionados vinte e cinco artigos.Foi dada principal ênfase a revisão sistemática de ensaios clínicos aleatorizados e ensaiosclínicos aleatorizados, revisão sistemática de estudos coortes e estudos coortes, revisãosistemática de casos controlo e estudos de caso controlo, série de casos e opinião semavaliação crítica explícita.Discussão: Foram avaliadas várias metodologias de tratamento, a sua validade científicae follow-ups apresentados. Assim, propomos um protocolo de intervenção terapêuticacom o objectivo de tratar e regenerar a zona afectada. Por último, apresentamos um casoclínico tratado segundo os parâmetros actuais.Conclusão: Apesar de não haver consenso sobre a terapia mais eficaz, vários estudosmostraram resultados significativos.

ABSTRACTAim: Peri-implantitis is more common today due to the huge number of prostheticrehabilitation on implants. However, there is no consensus about the treatment. Severalproposals have been made like: manual and mechanical debridement, surgical treatment,implantoplasty and in some cases bone regeneration.Materials andMethods: we performed a search in Medline, EBSCO, Science Direct, Lilacsand B-on on English, Portuguese and Spanish and the scientific content of abstracts. Weused the following keywords: periimplantitis, periimplant disease and periimplanttreatment.From 925 articles, we selected twenty five.Main emphasis was given to systematic review of randomized clinical trials and randomizedcontrolled trials, cohort studies systematic reviews, systematic reviews of case control andcase control studies, case series and opinion without explicit critical appraisal.Discussion: several methods of treatment were evaluated, in terms of scientific validityand follow-up. We propose a protocol for therapeutic intervention in order to preventinfection and regenerate the affected area. Finally, we present a clinical report in whichsome therapeutic proposals have been made.Conclusion: Although there is no consensus on the most effective therapy, many studiesshow significant results.

Palavras-chave: periimplantitis, periimplant disease e periimplant treatmentKeywords: periimplantitis, periimplant disease and periimplant treatment

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por: Fusobacterium N, Aggregatibacter actinomycetemcomitans,Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, Tannerellaforsythia, Candida albicans, espiroquetas e fusiformes.1, 3,6, 7, 8, 9, 10,

11,13

Assim, traduz-se numa flora bacteriana maioritariamenteanaeróbia gram negativa.12

Quanto maior a profundidade de sondagem, maior a carga/espectro microbiológico, sendo que o aumento mais expressivoestá nos microorganismos anaeróbios.Vários autores são unânimes no que respeita à associação entrea periimplantite e um pH salivar diminuto e microorganismos nãocomensais.A presença de biofime bacteriano é maior em bolsasperiimplantares de tamanho correspondente às periodontais,8, 13

o que está relacionado com a presença de múltiplos componentesna reabilitação com implantes comparando com a estrutura lisae contínua de peça dentária. Em estruturas protéticas cimentadasa presença de bactérias é maior do que nas estruturasaparafusadas 3, 14 uma vez que o microespaço e a eventualacumulação de excesso de cimento, que permanece, podemfavorecer a inflamação e à posteriori facilitar a acumulação dasbactérias. Nas estruturas aparafusadas, não há cimento e omicroespaço é principalmente em estruturas com torque inferiorao ajuste “normal”, verificado nas estruturas cimentadas.Assim, a superfície a ser colonizada interfere na quantidade demicroorganismos aderentes sendo os factores principais arugosidade, a energia de superfície e a composição química 7, 10.Não há, no entanto, consenso no que respeita ao valorrugosidade, sendo esta tida em conta na literatura em superfíciesdenominadas “medianamente rugosas”.13 A composição químicados implantes actuais é sobretudo titânio, elemento pelo qual o S.aureus demonstra grande afinidade, concluiu Heitz-Mayfield.Esta bactéria está presente em bolsas profundas com hemorragiae exsudado, sendo um microorganismo não associado àperiondontite crónica, mas multi-resistente a terapia. 3

Diagnóstico e Classificação de periimplantiteNão há consenso na profundidade de sondagem que estabeleceo limite entre saúde e doença no sulco periimplantar. No entanto,o valor de profundidade de 6 mm é o mais referido na literatura.É de referir que nem sempre está associada a sintomatologiadolorosa. 3, 4, 7, 10, 15, 16

O diagnóstico de periimplantite passa por avaliações sucessivasde maior profundidade de sondagem e consequentemente deperda óssea contínua.É consensual que para a execução de um bom diagnóstico seefectuem medições iniciais que servem de referência futura,sendo que estas medições devem ser efectuadas no dia dareabilitação protética e não no dia da colocação do implante. 3

Por outro lado, Albrektsson et al., 17 estabeleceu como nãopatológico uma perda de osso marginal até 1,5mm no primeiroano após função do implante e 0,2mm nos anos seguintes masWennstrom e Palmer, no European Workshop on Periodontology

concluíram que uma perda de 2 mm até à colocação protética éconsiderada norma.17

Em conjunto com um aumento da profundidade de sondagem, asupuração bem como outros sinais de infecção (hemorragia,presença de fistulas), as deiscências, mobilidade (horizontal evertical) e sinais radiográficos de perda de estrutura óssea podemculminar no diagnóstico de periimplantite. 3, 4, 5, 7, 18, 19

Sistematizando, segundo Mombelli e Lang 20 podem ser definidoscomo critérios de diagnóstico de periimplantite

a) Hemorragia à sondagem: presença de hemorragia apóspenetração da sonda periodontal a 0,25N no sulco ou bolsaperiimplantar. A ausência de hemorragia relaciona-se diretamentecom saúde periimplantar.b) Índice de placa bacteriana modificado por Mombelli: indica apresença e acumulação de depósitos do biofilme sobre osimplantes. Pode ser caracterizado segundo os níveis seguintes:Nível 0: indica ausência de placa bacteriana; Nível 1: háreconhecimento de presença de placa bacteriana aquando daexploração sobre a superfície marginal do implante. Nível 2:presença de placa visível à simples vista. Nível 3: presençaabundante de depósitos moles.c) Profundidade de sondagem e perda de inserção: Sondagem apartir do colo do implante até à área de inserção óssea do mesmod) Mobilidade: A perda óssea em associação com odesenvolvimento de infeções resulta em formação de defeitosósseos e consequentemente a osteointegração do implante ficalimitada à porção apical, não evidenciando obrigatoriamentemobilidade. Assim sendo este parâmetro não é considerado ummeio sensível no diagnóstico da periimplantite. Deve ser utilizadosempre em concordância com outros parâmetrose) Avaliação radiográfica: através da comparação de radiografiasdurante um longo período de tempo conseguem detetar-sealgumas mudanças tendo em conta apenas os 2 planosobserváveis. Assim, pequenas mudanças ósseas podem não servisíveis atempadamente para um bom diagnóstico. No entanto, alongo prazo a distância entre o colo do implante e a crista ósseapode representar um parâmetro de monitorização.

MATERIAIS E MÉTODOSFoi realizada pesquisa nas bases de dados Medline, EBSCO,Sciene Direct, Lilacs e B-on, tendo como principais critérios deinclusão artigos em língua inglesa, portuguesa e espanhola e oconteúdo científico dos abstracts. Na escolha dos estudosconsiderados utilizaram-se ainda as seguintes palavras-chave:peri-implantitis, peri-implantite disease e peri-implantitetreatment.Dos 925 artigos e após leitura dos abstracts, foram seleccionadospara o estudo vinte e cinco artigos.Foi dada principal ênfase a revisão sistemática de ensaios clínicosaleatorizados e ensaios clínicos aleatorizados, revisão sistemáticade estudos coortes e estudos coortes, revisão sistemática decasos controlo e estudos de caso controlo, série de casos eopinião sem avaliação crítica explícita.

e consequente aumento de exposição do implante.Não persistiu qualquer estado inflamatório

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CASO CLÍNICODoente do sexo feminino, caucasiana, 72 anos de idade,polimedicada com sivastatina, trazodona, vipocentina, citalopram,cloxazolam. Apresenta ainda défice de mobilidade nos membrossuperiores.

Fig. 1: Ortopantomografia da paciente anterior à intervenção cirúrgica

Em 1999, a paciente foi reabilitada com sobredentadura inferiorsobre barra suportada por 4 implantes e com prótese total acrílicamaxilar muco-suportada.Em 2009, apresenta perda do implante do 41, o que nos remetepara a importância de uma reabilitação inferior comsobredentadura com um número de implantes superior a doisquando se trata de pacientes polimedicados, com história deperiodontite, incapacidade de HO e fumadores. Neste caso, areabilitação com 4 implantes permitiu manter a mesmasobredentadura após perda do implante no local do 41.Fez consultas de higienização apenas em 2011, mas estasmostraram-se insuficientes apresentando os primeiros sinais desupuração, hemorragia, dor e perda de suporte ósseo nos trêsimplantes, associado a bolsas periimplantares superiores a seismilímetros de profundidade nas seis faces medidas.Foi prescrito Amoxicilina 875mg e Ácido Clavulânico 125mg eefectuada implantoplastia nos três implantes, remoção do tecidode granulação e retalho com reposicionamento aplical, com vistaà redução das bolsas periimplantares.Durante a cirurgia houve aspiração constante e irrigaçãoalternada de iodopovidona e CHX a 0,12% de concentração.Não foi feita regeneração óssea por ser uma pacientepolimedicada e também porque a anatomia do defeito circulartorna a regeneração óssea muito complexa e com baixaprevisibilidade de sucesso. Apesar da implantoplastia não ser umprocedimento consensual, uma vez que a fase higiénica não foisuficiente para controlar a infecção e a cirurgia regeneradora nãoseria viável pelo já referido anteriormente, foi o procedimento deeleição neste caso cínico.Foram efectuados controlos a uma semana, um mês, dois mesese três meses, depois de três em três meses.Houve uma diminuição das bolsas para cerca de três milímetros

43 41 31 33

Data V 9, 6, 10 Ausente 6, 4, 5 7, 4, 501/02/2011 L 8, 5, 10 5, 3, 4 6, 3, 5

Data V 8, 6, 10 Ausente 5, 4, 5 6, 4, 501/03/2011 L 7, 5, 8 4, 3, 4 5, 3, 6

Data V 7, 5, 8 Ausente 6, 4, 5 7, 5, 603/05/2011 L 6, 4, 6 5, 5, 6 6, 4, 7

Data V 3, 2, 3 Ausente 2, 2, 3 3, 2, 217/06/2011 L 2, 2, 3 3, 2, 3 3, 2, 3

Tabela 1: Sondagem periimplantar das áreas intervencionadas em diversasdatas

Radiografias retroalveolares

Fig. 3: Radiografia pré cirúrgica do implante na zona do 31 e 33

Fig. 2: Radiografia pré cirúrgica do implante na zona do 43

Número 13 • junho 2012 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I CADERNOS CIENTÍFICOS

omd I 11

DISCUSSÃO / PROTOCOLOVários autores são consensuais na primeira abordagem perantea mucosite e periimplantite sendo obrigatória uma fase detratamento não cirúrgico efectuado pelo profissional através dautilização de curetas de carbono16, pontas de ultrassons nãometálicas, irrigação alternada com anti-sépticos (cloreto desódio, ácido cítrico, iodopovidona, clorohexidina, peróxido dehidrogénio). 6, 9, 11, 15, 16, 18, 19

Todo este processo deve ser continuado pelo paciente emambulatório através de escovagem, escovilhão, superfloss oupassa fio e irrigador com CHX 0,12% durante três semanas.O acompanhamento do paciente reabilitado com implantes deveser efectuado mensalmente em caso de patologia. Apósestabilização, o controlo pode ser efectuado aos três meses e emcada seis meses. 3, 6, 10, 16

Concluída esta fase e mantendo-se o nível de infecção, Ata-ali etal.6 propõem antibioterapia sistémica durante sete a dez dias,com o objetivo de controlar a infecção aguda, sendo aconselhadouma associação de antibióticos que englobem todo o espectrobacteriano: Amoxicilina e Metronidazol ou Eritromicina e

Tetraciclina. 6, 10, 18, 19, 21, 22

Jun-Beoom Park et al. 23 afirmam que uma desintoxicação doespaço afectado com CHX e tetraciclina demonstra resultadosclínicos favoráveis no tratamento de infecção periimplantar,principalmente em associação com procedimentosregeneradores.Por outro lado, Salvi et al. afirmam que o mesmo procedimentocom Minoxiclina apresenta resultados com um bom follow-up 24

Esposito et al. 25 afirmam também que o tratamento comantibióticos locais bem como a regeneração com osso xenógenodiminuí a profundidade da bolsa mas os resultados sãosemelhantes a uma limpeza mecânica profunda dos implantesafectados.A terapia química reduz significativamente a quantidade demicroorganismos patogénicos responsáveis pela perda desuporte.Segundo Ata-ali et al. E Charallampakis et al., esta abordagemquímica em conjunto com a primeira fase de HO é muitas vezessuficiente para a não evolução da doença. 6, 10 Assim, entende-seque nem todos os casos de periimplantite têm necessidade deabordagem cirúrgica, muitas vezes um bom controlo da HO e aantibioterapia estabilizam todo o processo de inflamação dostecidos periimplantares.O objectivo principal do tratamento da periimplantite é adescontaminação total da área periimplantar e a regeneração daárea de suporte perdida.Se a infeção persistir deve-se avançar para a fase cirúrgica, quepor sua vez pode ser dividida em duas fases: fase ressectiva efase regeneradora. 3, 6, 10,13, 19

Na fase ressectiva pretende-se descontaminar a superfície doimplante que contata com o biofilme bacteriano e torná-la menossusceptível à adesão bacteriana. Este processo pode ser efetuadopor laser de Er, ou através de brocas diamantadas de grãodecrescente até obter uma superfície lisa.Durante este procedimento, o profissional, deve certificar-se queexiste uma aspiração rigorosa, bem como um polimentohomogéneo da superfície.Na área periimplantar deve ser removido todo o tecido degranulação, permitindo a regularização do osso. 3, 6, 15, 18, 19

As duas fases cirúrgicas podem ser encaradas pelo médicodentista de uma maneira isolada, ou seja, pode efectuar-se a faseressectiva sem efectuar a regeneradora, ou por outro ladoefectuar a ressectiva seguida da regeneradora. O que vaideterminar a escolha dos processos cirúrgicos é a morfologia dalesão, e a história clínica do doente.Por último, o tratamento da área infectada deve ser concluído comregeneração do tecido ósseo perdido. A fase regeneradorapressupõe a destoxificação e acondicionamento da superfície doimplante, sem no entanto a modificar para assim estaremreunidas as condições necessárias para a colocação de materialregenerador. As técnicas de regeneração actuais apenasoferecem “garantias” na regeneração de duas e três paredes,sendo os defeitos circulares (muito comuns na periimplantite)

Fig. 5: Radiografia pós cirúrgica do implante na zona do 31 e 33

Fig. 4: Radiografia pós cirúrgica do implante na zona do 43

CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 13 • junho 2012 • Trimestral

12 I omd

mais difíceis de regenerar. 18, 19

Schwartz et al. e Hernendez através de vários estudos clínicoscom follow-up de 24 a 48 meses afirmam que a junção entre oBiooss® e osso autólogo com membrana oferece resultadospositivos na regeneração do osso periimplantar. 6

Mombelli & Lang 21 formularam um protocolo faseado ecumulativo para classificar as lesões periimplantares emdiferentes graus de gravidade e estipularam métodos terapêuticosa seguir nos determinados casos.Foram assim classificadas cerca de 5 modalidades de tratamento:(A): com ou sem existência de placa bacteriana, sem hemorragiaou supuração, com bolsas inferiores a 4 mm, sem defeitos ósseosvisíveis radiograficamenteA: Debridamento mecânico – presença de placa bacteriana,presença de hemorragia, ausência de supuração, bolsasinferiores a 4 mm, sem defeitos ósseos visíveis radiograficamenteB: Tratamento anti-séptico - presença de placa bacteriana,presença de hemorragia, presença ou ausência de supuração,bolsas entre 4-5 mm, presença de defeito ósseo. Compreende aaplicação de digluconato de clorohexidina (quer em liquido naconcentração de 0,1%, 0,12% ou 0,2% ou em gel, durante 3 a 4semanas)C: Antibioterapia – presença de placa bacteriana, presença dehemorragia, presença ou ausência de supuração, bolsassuperiores a 5 mm, presença de defeito ósseo em mais que umaface. Deve ser feita administração sistémica de antibiótico comoo metronidazol, visando a eliminação de bactérias anaeróbiasgram negativas. A aplicação local e controlada de antibióticostambém foi considerada como adequada. Empregou-se tetracilinaem concentrações relativamente elevadas durante 7 a 10 diaspara aumentar a eficácia do procedimento.D: Cirurgia ressectiva ou regeneradora - presença de placabacteriana, presença de hemorragia, presença ou ausência desupuração, bolsas superiores a 5 mm, presença de defeito ósseonas três paredes do implante. Utilização de regeneração tecidualguiada e/ou regeneração óssea.E: Protocolo terapia de suporte - presença de placa bacteriana,presença de hemorragia, presença ou ausência de supuração,bolsas normalmente superiores a 8 mm, presença de defeitoósseo severo em torno do implante, sintomatologia dolorosa.

Nesta situação, os autores consideram que a lesão alcançou umnível que não pode ser contornado com os procedimentosterapêuticos anteriormente referidosAssim, demonstra-se que as infecções periimplantares podem sercontroladas com sucesso com uma abordagem mecânica, anti-séptica e antibioterapia concomitantemente e que estas não sãoexcluídas previamente à abordagem cirúrgica.20,21

PROTOCOLO1. Na presença de placa bacteriana, o paciente deve efectuaruma higiene rigorosa em ambulatório e no consultório, duranteum mês2. Se persistir inflamação ou supuração deve-se administraruma associação de antibióticos de largo espectro. (Amocicilina+ Metronidazol ou Eritromicina + Tetraciclina)3. Terapia cirúrgica:

3.1 A área lesada deve ser exposta e o tecido de granulaçãoexistente desbridado.3.2 Implantoplastia através de brocas diamantadas de graudecrescente3.3 Descontaminação do implante com ácido cítrico.3.4 Deve-se fazer regeneração óssea guiada (ROG), casoestejam reunidas condições para tal.

4. Retalho de reposicionamento apical com vista à redução debolsas caso não se efectue regeneração ou sutura da mucosaimplantar contendo todo o material regenerador caso se optepor este procedimento.

CONCLUSÃOActualmente há pouca evidência científica no que respeita aotratamento mais efectivo da periimplantite.É consensual que numa primeira fase a HO deve ser um esforçomútuo entre o profissional e o paciente.É necessária uma remoção de tecido de granulação einflamatório da loca periimplantar. Um bom acondicionamentoda superfície do implante bem como a implantoplastiamostram-se vantajosos no controlo de placa bacteriana.Sempre que possível, deve-se regenerar a área periimplantar.

Tabela 2: Terapia Intersectiva Cumulativa de Apoio (CIST) (Mombelli & Lang,1998)

PII BOP Supuração PD Defeito Classificação CISTmm RX de manutenção

+,- - - <4 - 0 (A)

+ - <4 - I A

+ + +,- 4-5 + II A+B

+ + +,- >5 ++ III A+B+C

+ + +,- >5 +++ IV A+B+C+D

+ + +,- >5 ++++ V E

Número 13 • junho 2012 • Trimestral I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I CADERNOS CIENTÍFICOS

omd I 13

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following combined surgical therapy of peri-implantitis: arandomized controlled clinical study. Journal of ClinicalPeriodontology 2011; 8: 276-284.19. Schwarz et. al. Impact of defect configuration on the clinicaloutcome following surgical regenerative therapy of peri-implantitis. Journal of Clinical Periodontology 2010; 37:449-455.20. Mombelli A, Lang NP. Clinical parameters for the evaluationof dental implants. Periodontology 2000. 1994, Vol. 4: 81-86.21. Mombelli A, Lang NP. The diagnosis and treatment ofperiimplantitis. Periodontology 2000. 1998, Vol. 17: 63-7822. Lang NP et. Al. Monitoring disease around dental implantsduring supportive periodontal treatment. Periodontology 2000.1996, Vol. 12: 60-68.23. Park J B. Treatment of peri-implantitis with deproteinisedbovine bone and tetracycline: a case report. Gerodontology2012 Jun; 29(2): 145-924. Salvi G et. al. Adjunctive local antibiotic therapy in thetreatment of peri-implantitis II: clinical and radiographicoutcomes. Clinical Oral Implants Research 2007; Vol. 18: 281-285.25. Esposito M et. al. Interventions for replacing missing teeth:treatment of peri-implantitis. Cochrane Oral Health Group 2010.

FORMAÇÃO CONTÍNUA OMD

Formação Contínua OMD�

Eventos acreditados pela OMD�

Eventos organizados por outras entidades�

EM PORTUGAL

� Curso de Fim de Dia10º Curso - Prótese removível – técnica domodelo alterado ou modificado17 setembro de 2012 - Hotel Turismo - Braga

� Curso de Introdução à Actividade Clínica20 setembro de 2012– Axis Porto Business & SPA Hotel – Porto

� Curso Modular de EndodontiaDiagnóstico e urgências em endodontia| Técnicas de Instrumentação em endodontia| Técnicas de obturação em endodontia| Hands-on22 setembro 2012 - Hotel Lince AçoresPonta Delgada – Ilha de S. Miguel – RA Açores

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� Curso de Fim de Dia11º Curso - Pulpotomias – conceitos actuais15 outubro de 2012 - Hotel Montebelo | Viseu

� Curso Modular de DentisteriaVersatilidade clínica das resinas compostasAdesão – Noções básicas | Planeamentofuncional e estético | Selecção e aplicaçãoclínica de resinas compostas |Hands-on20 outubro de 2012 - Espaço Físico da OMDFunchal – RA Madeira

� XXI Congresso da OMD8 a 10 de novembro de 2012Exponor – Matosinhos

CADERNOS CIENTÍFICOS I REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS I Número 13 • junho 2012 • Trimestral

AGENDAE V E N T O S C I E N T Í F I C O S

Muito recentemente, a Autoridadede Segurança Alimentar eEconómica (ASAE), no âmbito deuma inspeção realizada a umconsultório dentário na zona deAveiro, detetou a prestação detratamentos dentários naquelaunidade de saúde por um estudantede medicina dentária.A referida situação deu origem a umprocesso-crime, tendo a OMDformalmente requerido asua constituição de assistente, deforma a intervir e colaborar com asautoridades de polícia criminal nainvestigação do caso.Recorde-se que nos termos doEstatuto da OMD, a decisão judicialcondenatória pela prática do crimede exercício ilegal da profissãoconstitui fundamento bastante paraa OMD recusar um futuro pedido deinscrição (do infrator) pelo prazo de5 anos.Nos termos da Portaria nº268/2010de 12 de Maio, todas as clínicas econsultórios de medicina dentáriasão dirigidos por um diretor clínico,que deverá ser médico dentista oumédico com especialidade emestomatologia.Cabe ao diretor clínico, entre outrasfunções, assumir aresponsabilidade deontológica edefinir as técnicas e osequipamentos que garantam aqualidade dos tratamentos

INSPEÇÃO DA ASAE

ESTUDANTE TRATAVADOENTESEMCONSULTÓRIODENTÁRIO

A OMD tem-se mantido firme e intransigente no combate aoexercício ilegal da medicina dentária em Portugal, denunciandosituações irregulares que tenha conhecimento, participando emações de fiscalização ou colaborando na investigação em sedecriminal

dentários prestados na clínica peloqual é responsável. Nesta medida,constitui também um deverdeontológico do médico dentista,enquanto diretor clínico, controlar alegalidade do exercício profissionaldos seus colaboradores.Por conseguinte, nos termos dodisposto no art. 36º do CódigoDeontológico, todos os médicosdentistas, sejam ou não diretoresclínicos, têm o dever de prevenir aOMD dos atos violadores das regrasdeontológicas que tenhamconhecimento. Ainda nos termos domesmo preceito, são totalmentevedados aos médicos dentistas atosou omissões que permitam oufacilitem o exercício ilegal daprofissão.É pois inconcebível e intolerável acumplicidade demonstrada pormédicos dentistas no encobrimentode situações de exercício ilegal nassuas próprias clínicas. Está emcausa a defesa da dignidade e doprestígio da medicina dentária noseio da comunidade, bem como aidoneidade para o exercício destaprofissão.A conduta dos médicos dentistasenvolvidos, nomeadamente dodiretor clínico da unidade de saúdevistoriada, será tambémdevidamente apreciada peloConselho Deontológico e deDisciplina da OMD.

JUNHO 2012 I I 15

16 I I JUNHO 2012

ord

em

omd

O papel da saúde oral foirecentemente reforçado através dasua menção específica nadeclaração política emanada daCimeira das Nações Unidas sobredoenças não comunicáveis. Asdoenças orais não são responsáveispor taxas de mortalidade elevadas,mas a cárie dentária e a doençaperiodontal afetam mais de 90% dapopulação mundial e têm um

enorme impacto na saúde. A cáriedentária, doença oral maisprevalente e que afeta biliões depessoas em todo o mundo, é umdesafio importante para a saúdepública.Para a Aliança Mundial dasProfissões de Saúde (WHPA), querepresenta mais de 26 milhões deprofissionais de saúde, incluindomédicos dentistas, médicos,

fisioterapeutas, farmacêuticos eenfermeiros de mais de 130 países,a epidemia das doenças nãotransmissíveis à escala globalconstitui uma enorme preocupação,uma vez que representa umaameaça significativa à saúde e aodesenvolvimento humano. Se asDNT não forem combatidas, onúmero de pessoas com estasdoenças continuará a aumentar.

As doenças não transmissíveis (DNT), ou doenças crónicas, que incluem as doençascardiovasculares e respiratórias, cancro, diabetes, entre outras, são uma das principais causasde morte prematura e responsáveis por cerca de 60% das mortes em todo o mundo

ALIANÇA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

MANUALDE INTERVENÇÃOPARAASDOENÇASCRÓNICAS

JUNHO 2012 I I 17

No entanto, a maioria das DNTpodem ser evitadas com a práticade uma dieta saudável, o aumentoda atividade física, a cessação doconsumo de tabaco e a redução doconsumo abusivo do álcool. E estesfatores são facilmente detetáveispelos médicos dentistas nacomunicação com os seuspacientes.O Manual de Intervenção para asDoenças Não Transmissíveis,lançado pela WHPA, agora traduzidopela OMD e disponibilizado no sitepara download, tem como objetivo

ser um instrumento de carácterprático, que deverá serutilizado por profissionais desaúde, pacientes e público emgeral sobre as DNT.O Manual inclui um “Cartão deMelhoria da Saúde”, um “Guiapara Profissionais de Saúde”e um “Guia para Pacientes ePúblico em Geral”. A atenção éfocalizada no “Cartão de Melhoriada Saúde”, uma simplesferramenta que os médicosdentistas, deverão utilizar nacomunicação com os seuspacientes e o público em geralcom o objetivo de informar sobreo que pode ser feito paramelhorar a saúde, implemen-tando mudanças positivas nocomportamento e no estilo devida. Concentra-se nos fatoresde risco, ajuda o indivíduo aavaliar o risco pessoal, emconsulta com o seu médicodentista e define um plano deação com metas a atingir tendoem vista os fatores de risco.Para Orlando Monteiro da Silva,bastonário da OMD, “este manualda WHPA orgulha a nossa classee procura potencializar o papelchave que os médicos dentistasdevem desempenhar na lutacontra as DNT.”A inegável ligação entre DNTe doenças orais faz com que osmédicos dentistas ocupem umlugar privilegiado na avaliação,diagnóstico e na referenciaçãodos pacientes no que se refereaos factores de risco. Amedicina dentária e os seusprofissionais têm aces-so não só aos sintomas

das doenças orais,mas tambémaos comportamentosde risco. Seja noconsumo de álcool outabaco, através demanchas e alteraçõesnos dentes e mucosas,seja no consumo

excessivo deaçúcar e bebidasdoces, através donível de cáries. “Énossa firme con-vicção que esteManual de Inter-venção será umaferramenta útil paraos médicos den-tistas”, afirmou.“É hoje reconhecidoque as doenças oraisfazem parte dasprioridades globaisdo combate às DNT eos profissionais desaúde oral devemestar comprometidos

na promoção,prevenção,diagnósticoprecoce e controlodestas doenças”,acrescenta OrlandoMonteiro da Silva.Para a medicinadentária enfrentar odesafio contra asDNT deve adotaruma abordagemmais interprofissionalem relação às outrasdisciplinas da saúde.

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análise da situação atual do exercícioda profissão e da saúde oral naregião.Acompanhado por Artur Lima,representante da Região Autónomados Açores no Conselho Diretivo daOrdem e Mário Resendes, membrosuplente, o bastonário da OMDaproveitou a ocasião para saudar evalorizar o esforço efetuado pelosgovernos de Carlos César no sentidode dotar aquela região autónomacom melhores serviços e condiçõesna área da saúde oral.Para Orlando Monteiro da Silva, quefalava no final da audiência, “osíndices de saúde oral na região sãoos mais positivos do país, passandodo último para o primeiro escalão.Estes dados atestam o esforçodesenvolvido na última dezena emeia de anos pelo governo da regiãoe devem servir como um exemploperfeito de crescimento sustentadona saúde oral para as restantesregiões do País”.Durante os governos de Carlos César,a região registou um assinável

OMD REÚNE COM PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL

SAÚDEORALNOSAÇORESCOMDESEMPENHOEXCECIONAL

aumento do número de consultóriosde medicina dentária nos centros desaúde, passando de quatro para 18,sendo que todos foram reequipados– incluindo com equipamentos comoortopantomografos. Já o número demédicos dentistas integrados nosquadros dos centros de saúde naregião foi multiplicado por sete, detrês médicos dentistas para 21.A 10 de janeiro de 2006 foiapresentado o Boletim Individual deSaúde Oral, de carácter obrigatório edestinado a todas as crianças a partirdos três anos. Esta iniciativa, pioneirano país, assumiu uma especialimportância para a região e integrou-se no Programa Regional de SaúdeOral nos Açores, introduzido em2002, que se revelou um êxito total.Para Artur Lima, “a saúde oral foi aárea da medicina em que maisganhos de saúde houve na RegiãoAutónoma dos Açores. É umarealidade que naturalmente nossatisfaz, pela qual sempre lutámos,e que garante que a populaçãocontinuará a sentir-se estimuladapara uma correta prevenção da suaprópria saúde oral”.Por seu lado, o presidente doexecutivo regional, Carlos César,manifestou satisfação pela avaliaçãopositiva feita pela OMD, realçandoque “o desafio que se coloca aosAçores nas áreas onde têm tidomelhor desempenho, é o de termaior e melhor desempenho ainda”.Orlando Monteiro da Silva e ArturLima participaram também numareunião com médicos dentistas, numhotel de Ponta Delgada, para umbalanço da atividade na região. Areunião contou com a participaçãode 23 dos 67 médicos dentistas deSão Miguel.

Obastonárioda Ordem dos MédicosDentistas (OMD), Orlando Monteiroda Silva, reuniu recentemente com opresidente do Governo Regional dosAçores, Carlos César, no Palácio daConceição, estando em debate a

MUNICÍPIO DE PONTA DELGADAATRIBUI DISTINÇÃOÀ ORDEM DOS MÉDICOSDENTISTASO concelho de Ponta Delgada distinguiu a OMD com oDiploma de Reconhecimento Municipal, durante a SessãoSolene da Comemoração do 466º Aniversário daCidade, que decorreu a 2 de abril de 2012.Artur Lima, representante da Região Autónoma dos Açoresno Conselho Diretivo da OMD, recebeu a distinção, no eventopresidido pela edil ponta-delgadense, Berta Cabral.No total, foram distinguidas as 15 ordens profissionais queprestam atividade em Ponta Delgada, através de delegaçõesou representações.O Diploma de Reconhecimento Municipal destina-se aagraciar pessoas individuais ou coletivas, nacionais ouestrangeiras, com atividade em favor do Município.

JUNHO 2012 I I 19

A OMD, representada por RicardoFaria e Almeida, membro doConselho Diretivo, reuniu no passadomês de maio com ConselhoConsultivo da Agência de Avaliação eAcreditação do Ensino Superior(A3ES), órgão de aconselhamentoem matéria de garantia da qualidadedo ensino superior.Neste encontro foram debatidosdiversos aspetos relacionados comfuturas atividades da Agência:• Estimulação de certificação dosistema interno de qualidade, aonível das Instituições de Ensino• Realização em outubro de umaconferência internacional sobre“tendências actuais de acreditação”Comparação entre os quatrosistemas mais utilizados a nívelmundial:

• Sistema de ranking europeu

No quadro de uma forte e longarelação institucional existente entrea OMD e a Companhia de SegurosAXA, procedeu-se a uma atualizaçãodas condições especiais erespetivos benefícios dos váriosprotocolos de seguros disponibi-lizados aos nossos associados poresta entidade.Entre as várias novidades,destacamos a oferta da primeiraanuidade do Seguro de Vida, até 31de dezembro de 2012, para osmembros da OMD.

AGÊNCIA DE AVALIAÇÃO E ACREDITAÇÃO DO ENSINO SUPERIORCONTRIBUTOSPARAAESTRATÉGIADOENSINOSUPERIOR

• Learning outcomes• Quality enhancement• Gestão de Risco

Estudos das redes de ensinosuperior através de três estudos arealizar pela Agência:

• Estudo da empregabilidade• Estudo do corpo docente• Estudos do fluxo de alunos

A A3ES é uma fundação de direitoprivado, constituída por tempo inde-terminado, dotada de personalidadejurídica e reconhecida como deutilidade pública. É independente noexercício das suas competências, semprejuízo dos princípios orientadoresfixados legalmente pelo Estado.Compete ao Conselho Consultivoemitir pareceres sobre o plano anualde atividades e sobre as grandeslinhas de atuação e de orientaçãoestratégica da Agência.

Também no âmbito do Seguro deResponsabilidade Civil Profissional,oferta da OMD aos seus associadoscom inscrição em vigor e quotizaçãoem dia, procedeu-se a um reforço docapital seguro por anuidade de30.000€ para 40.000€.Para informações mais detalhados,recomendamos aos interessados aconsulta das respetivas condiçõesgerais e especiais dos váriosprotocolos, disponíveis no site daOMD e nos serviços da Companhiade Seguros, AXA.

PROTOCOLO AXANOVOSBENEFÍCIOSPARAOSASSOCIADOS

20 I I JUNHO 2012

naci

ona

lomd

Na prescrição eletrónica demedicamentos, as vinhetas sãoimpressas automaticamente e emsimultâneo com a receita eletrónica.Não obstante, é possível ainda aemissão de receitas manuais emdeterminadas situações excecionais:

a) Falência do sistema informático;b) Inadaptação fundamentada doprescritor, previamente confirma-

da e validada anualmente pelaOMD;c) Prescrição ao domicílio;d) Outras situações até a ummáximo de 40 receitas médicaspor mês;

Nestes casos, deverá constar dareceita manual a menção dasituação de exceção ao abrigo daqual o médico está a prescrever.

Deverá escrever: “EXCEÇÃO” sob ologótipo do Ministério da Saúde,seguida da menção à alínea a quecorresponde a situação excecional:a), b), c) ou d) do nº1 do art.8º daPortaria nº137-A/2012 de 11 demaio.Nas receitas manuais ainda épossível a utilização de vinhetas nãonumeradas.Todos os médicos dentistas queprescrevam eletrónica ou manual-mente (mesmo os declarados comoinadaptados do ponto de vistainformático) devem atualizar os seusdados junto da OMD; só os médicosdentistas com os dados atualizadospoderão prescrever eletronicamentee adquirir vinhetas numeradas.A atualização é efetuada eletro-nicamente, através da simples

Aos médicos dentistas está expressamente reconhecido o direitode passarem receitas médicas (Estatutos art.13º, alínea p).Desde 1 de agosto de 2011 que a prescrição de medicamentos éefetuada através de receita eletrónica, emitida através deprogramas informáticos próprios, devidamente certificados pelaAdministração Central dos Sistema de Saúde, os quaisfuturamente deverão ser adaptados de acordo com asespecificações técnicas que serão definidas pelos ServiçosPartilhados do Ministério da Saúde

ATUAL REGIME

PRESCRIÇÃODEMEDICA

JUNHO 2012 I I 21

DELIBERAÇÃO INFARMED

MÉDICOSDENTISTASPODEMADQUIRIRPROTOXIDODEAZOTO

De acordo com a recente iniciativa deregulação do Infarmed, I.P., a instituiçãodeliberou a possibilidade dos médicosdentistas adquirirem diretamente protoxido deazoto (N2O), sem recurso a ato de dispensapor farmácia, entendendo a utilização dasubstância como ato integrado no normaldesenvolvimento e exercício das atividadesdas clínicas e consultórios dentários.

Em fevereiro de 2010, a OMD emitiu o parecersobre sedação consciente, tendo ainda em conta aatual regulamentação do Estado, através da Portarianº 268/2010, de 12 de maio, que prevê a existênciade equipamento adequado à prática da sedaçãoconsciente em ambiente de clínicas ou consultóriosdentários.Ainda, no decurso da última reunião plenária (11 e12 maio) do Council Of European Dentists (CED), naqual a delegação portuguesa da OMD participouativamente, foi aprovada uma importante resoluçãoacerca da utilização do protoxido de azoto (N2O) pormédicos dentistas no âmbito da sedação consciente(http://on.omd.pt/MXoBgz).Relembra-se que o CED representa mais de 330 milmédicos dentistas por toda a Europa, constituindouma instituição de consulta direta da ComissãoEuropeia, cuja posição vem dar acolhimento aoparecer da OMD.

MENTOS

confirmação dos dados, na áreapessoal do associado no portal ele-trónico da OMD (www.omd.pt/conta).A prescrição de medicamentosinclui obrigatoriamente adenominação comum internacionalda substância ativa (DCI), a formafarmacêutica, a dosagem, aapresentação e a posologia, sendoainda disponibilizado ao utente aguia de tratamento.A prescrição de medicamentospode ainda incluir umadenominação comercial, por marcaou indicação do nome do titular daautorização de introdução nomercado.Convém notar que existem regrasespecíficas no que diz respeito àsreceitas de estupefacientes esubstâncias psicotrópicas.

O receituário de estupefacientes esubstâncias psicotrópicas temtratamento específico no Decreto-Lei nº 15/93, de 22/1, no DecretoRegulamentar nº 61/94, de 12/10,na Portaria nº 981/98, de 18/9 ena Portaria nº137-A/2012 de 11 deMaio.Nesta matéria funcionam asmesmas regras da prescriçãoeletrónica de medicamentos.A regra continua a ser a prescriçãoatravés de receita eletrónica, sendopossível a prescrição de estupe-facientes e substânciaspsicotrópicas através de receitamanual especial, cujo modelo emvigor , consta do anexo I da Portaria981/98, de 8 de Junho (conformeart. 11º para a Portarianº198/2011 de 18 de Maio).A prescrição de medicamentosestupefacientes ou substânciaspsicotrópicas não pode constar dereceita onde sejam prescritosoutros medicamentos.

O art. 15.º, da Portaria 137-A/2012, de 11 de Maio, determinaque ACSS envia ao Infarmed, até aodia 8 do 2.º mês seguinte àquele aque respeite, a listagem dos dadosreferentes às receitas materializa-das da prescrição por via eletrónica,ou as respetivas vias, que incluammedicamentos dispensados con-tendo uma substância classificadacomo estupefaciente ou psico-trópica.Por sua vez, o Infarmed transmiteao serviço de saúde competente ouà OMD, consoante a prescriçãotenha sido efetuada no exercício defunções públicas ou privadas, assituações que registe no controlo dereceituário, de consumo individualanormal deste tipo de medi-camentos.

22 I I JUNHO 2012

ORegulamento Interno nº 115/2007da Ordem dos Médicos Dentistas(OMD), permite ao médico dentista nadivulgação da sua atividade profis-sional, a menção a títulos profissionaise título de especialidade atribuídospela OMD, bem como a títulosacadémicosdoqualsejatitular (alíneasb) e f) do ponto 2.1 do artigo 2º).Por outro lado, nos termos do dispostona alínea f) do ponto 1.3 do artigo 1ºdo regulamento supra indicado, nadivulgação da sua atividadeprofissional o médico dentista nãodeve criar confusão no público nautilização de títulos de especialidade eou académicos.No sentido de concretizar estas

normas e respetivos conceitos demodo a evitar divulgação deinformações erróneas, enganosas oudesajustadas à realidade portuguesa,designadamente o uso de siglas taiscomo MD, DDS, DMD, PhD, entreoutras, o Conselho Deontológico e deDisciplina (C.D.D.) considera conformeàs regras da divulgação da atividadeprofissional do médico dentistaapenas o uso e referência aosseguintes títulos:

Títulos profissionaisa) Médico dentista – a todos oslicenciados (antes da reforma deBolonha) ou com o mestradointegrado em Medicina Dentária

inscritos na Ordem. No caso doslicenciados, poderá ser feita mençãoexpressa à obtenção da licenciaturapré-Bolonha.b) Médico dentista especialista(eventualmente seguido da indicaçãoda especialidade reconhecida pelaOrdem) — A todos os médicosdentistas inscritos nos Colégios deEspecialidade da Ordem.

Graus académicosa) Mestre – a todos os médicosdentistas detentores do graureconhecido por Universidadeportuguesa.b) Doutorado – a todos os médicosdentistas que tenham o graureconhecido por uma Universidadeportuguesa.

Título académicoa) Agregado – com a indicação daUniversidade portuguesa queconferiu o título.

Categorias académicas:Desde que os médicos dentistasexerçam, ou tenham exercido, deforma sustentada a docência dadisciplina correspondente e com aindicação da Instituição de exercício.

Assistente estagiárioa) Assistenteb) Professor auxiliarc) Professor associadod) Professor catedrático

Ainda de acordo com o disposto naalínea c) do ponto 2.1 do art.2º doRegulamento interno nº115/2007, omédico dentista pode fazerreferência ao título profissional dopaís de origem e a indicação do paísonde foi obtido.

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oló

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DELIBERAÇÃOUSODE TÍTULOSPROFISSIONAIS

JUNHO 2012 I I 23

Nos termos do disposto no art. 21ºdo Código Deontológico, o médicodentista é obrigado a guardar sigiloprofissional sobre toda a informaçãorelacionada com o doente, constanteou não da sua ficha clínica, obtida noexercício da sua profissão.A sua divulgação, fora das situaçõesrelacionadas com a prestação deinformações diretamente ao doenteou terceiro por este indicado,depende sempre de préviaautorização da Ordem dos MédicosDentistas, como por exem-plo, perante os tribunais, naqualidade de réu, de autor ou demero interveniente em processojudicial.O pedido de levantamento de sigiloprofissional deve ser dirigido aopresidente do Conselho Deontológicoe de Disciplina, podendo os colegasque assim o desejarem, utilizar omodelo disponibilizado no portaleletrónico da OMD no seguinte link:https://on.omd.pt/M7syyo.

PEDIDO DE LEVANTAMENTOSIGILOPROFISSIONAL

Os exames imagiológicos são meiosauxiliares/complementares dediagnóstico, pelo que só devem serrealizados por motivos clinicamentejustificados, prescritos pelo médicodentista após observação clínica ecom o consentimento esclarecido dodoente. A realização sistemática eprotocolada desses exames, emparticular ortopantomografias semuma justificação/prescrição clínicaespecífica e individual, não estáconforme às boas práticas clínicas eé violadora das diretivas comunitáriasde utilização de radiações ionizantes,pelo que a sua adoção é suscetível deconfigurar ilícito disciplinar.

DELIBERAÇÃOUSOGENERALIZADOEABUSIVODOSEXAMESRADIOLÓGICOS

Emconformidade com a deliberaçãosobre a publicidade das penasdisciplinares, a qual estabelece apossibilidade de serem publicadosna Revista da OMD os dados relativos

PENASDISCIPLINARES

Nº DO NOME CÉDULA NORMAS INFRINGIDAS PENA APLICADAPROCESSO DO ARGUIDO PROFISSIONAL (CÓDIDO DEONTOLÓGICO E ESTATUTO)

166 Joénio Alves Costa 5342 Honorários(artigo 22º - nº 1 do Código Deontológico Advertênciae artigo 12º, nº 1 al. b) do Estatuto )

247 Ana Flores 4176 Direito de informação e esclarecimentodo doente e estimativa dos honorários Advertência(artigo 17º e artigo 22º , nº 3 do Código Deontológico)

121 Jácome Bruges 1119 Dever de assegurar a prestação dos melhoresSaavedra cuidados de saúde oral, garantias,

responsabilidade pelos colaboradores Censura(arts.8º nº1, 17º, nº5 e 28º, nºs 1 e 2,todos do Código Deontológico da Ordem dos Médicos Dentistas)

214 Paulo Malo 606 Prestação de atos médico-dentários desadequados(artigo 8º, nº 1 e 2 do Código Deontológico) Advertência

Carlos Moura Guedes 2704

às condenações proferidas no âmbitodisciplinar, no que respeita àidentificação dos colegas visados, nºde processo disciplinar, artigosviolados e sanção aplicada:

24 I I JUNHO 2012

O ConselhoDeontológico e deDisciplina (CDD)

realizou umlevantamento

informativo sobre astipologias dasparticipaçõesdisciplinares

apresentadas earquivadas, assim

como, dosprocessos

disciplinaresinstaurados e

arquivados desde2007 até 2010:

LEVANTAMENTO INFORMATIVOPARTICIPAÇÕESEPROCESSOSDISCIPLINARES

PARTICIPAÇÃO VS PROCESSOS INSTAURADOS

JUNHO 2012 I I 25

CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES ARQUIVADAS

CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DISCIPLINARES INSTAURADOS

CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DISCIPLINARES ARQUIVADOS

Ano de graduação dos médicos dentistasTipologia

Tempomédio de espera para decisão Distribuição por local de consulta

Ano de graduação dos médicos dentistasTipologia

Ano de graduação dos médicos dentistas

26 I I JUNHO 2012

opi

nião

O TÃOLUSITANOHÁBITO DEAPONTAR ODEDO, DERELEVAR ASFALHAS EASSOBIARPARA O LADOSEM PROCURARSOLUÇÕES,AFIRMA-SEPARADIGMÁTICO

“Luís filipe Amante

O conceito pomposamente anunciado peloslegisladores europeus com o tratado de Bolonha,assente num ideal de uniformização de um ensinoeuropeu transversal e igualitário, parece estar ferido ecabalmente limitado pelas vicissitudes e sobejasdiferenças entre o complexo trama académico queconstitui cada curso superior.Os ideais fraturantes são frequentemente encarados deforma cética por muitos e, muitas vezes, as vozes que selevantam contra a mudança são esmorecidas pelosucesso determinado pelo tempo e pelo otimismo. Noentanto, há que calcular bem os benefícios e asvantagens antes de se tomar decisões e mudar rápidonão é necessariamente mudar bem e o curso deMedicina Dentária é disso bom exemplo. A diferençaentre cinco e seis anos, advogam, é superável com umacréscimo na concentração curricular, com uma apostana avaliação contínua e engradecida com um sempresonante estatuto de mestre para os que a completemde forma bem-sucedida. Contudo, é perene debruçarmo-nos, para nós que por lá passámos, sobre o quesignificou o 6º ano de licenciatura do “antigo programa”.Marcadamente prático e de índole essencialmenteclínica, muitos concordarão que constituiu a nascentede um riacho que por fim desaguou no imenso mar queconstitui a atividade profissional, sustentado por umacorrente de experiências, inicialmente supervisionadase concretizadas a ritmo pausado, quase com temor,para, por fim, tornar-se uma torrente firme,experimentada e gradualmente independente, atéatingir a imensidão do oceano que é o mercado detrabalho. E nunca imensidão foi um termo tão adequadopara descrever o atual panorama com o qual nosdeparamos quando abordamos o tão almejado início daatividade profissional na nossa mui nobre classe. Dissoserão testemunhas os colegas mais novos e ashercúleas provas com as quais se têm vindo a depararneste processo de afirmação, enquanto profissionais demedicina dentária.O tão lusitano hábito de apontar o dedo, de relevar asfalhas e assobiar para o lado sem procurar soluções,afirma-se paradigmático quando orgulhosamenteinvocamos a criatividade e o destemor com o qual emtempos nos lançámos por mares nunca antesnavegados, enfrentando o desconhecido. Urge procurar

LUÍS FILIPE AMANTEUMANOAMAISOUUMFUTURODEMENOS

soluções e porque não, analisar bons exemplos…Em Inglaterra, há mais de 20 anos que foi iniciado umprograma denominado de Vocational Training (TreinoVocacional) ou VT que todos os colegas têm atualmenteobrigatoriedade de frequentar e superar antes depoderem iniciar a verdadeira e verdadeiramenteindependente atividade profissional. Depois de (5 anos)de formação superior, estes colegas têm que sesubmeter a um ano, em que se encontram sobre aalçada de um tutor que os orienta no seu ambiente detrabalho e que se encontra disponível no caso dealguma dúvida ou questão, quer seja numa clínica ouaté hospital, trabalhando em regime de contratoremunerado. Para além disto, têm semanalmente umdia em que se encontram com colegas na mesmasituação, assistindo a palestras sobre as várias áreas damedicina dentária, para além de realizarem trabalhos eapresentações de casos que culminam numa avaliaçãofinal, realizada em conjunto com os seus tutores e umgrupo de júris. Numa era em que a especializaçãoparece ser uma inevitabilidade como diferencial nummercado inundado de profissionais, um ano de procurapela vocação, com supervisão disponibilizada e um teoressencialmente clínico mas também teórico, parece seruma ideia refrescante e extremamente interessante (seseria concretizável em Portugal, essa é outra estória).Um bom exemplo, como sustentado pelo colega StefanCiapryna, prestes a terminar com sucesso o seu ano deVT que afirma ”Este ano ofereceu-me uma visãoinestimável sobre a profissão, sustentada pelaexperiência do meu mentor abrindo-me a possibilidadede poder providenciar planos de tratamentos efetivos,com um alto teor de qualidade e segurança aos meuspacientes.” As palavras deste jovem colega, que ecoamà distância, parecem ainda mais apontar para que umano a menos não é uniformizar e homogeneizar, massim reduzir e refrear um ímpeto que necessita uma basesustentada e apoiada para poder singrar e florescer nocompetitivo e, muitas vezes, ingrato mercado detrabalho dos tempos que correm.

28 I I JUNHO 2012

euro

paomd

Numacartadirigidaaos ministros dasaúde da EU, o comissário expôs assuas propostas para um planoconjunto de medidas imediatas,incluindo a verificação da designaçãodos organismos notificados, a garantirque os organismos notificados fazempleno uso das suas competências,atribuídas pela legislação atual, comopor exemplo o poder para realizarinspeções sem aviso prévio, e reforçara vigilância do mercado. O comissário

DISPOSITIVOSMÉDICOS

propôs ainda a melhoria do sistemade vigilância para dispositivosmédicos, através, por exemplo, doincentivo aos profissionais de saúdepara reportarem efeitos adversos eapoiar o desenvolvimento deferramentas de rastreabilidade, taiscomo sistemas de Identificação deDispositivos Individuais (UNI) eregistos de implantes.A proposta surgiu em resultado doescândalo com os implantes

mamários PIP. Além das açõesimediatas, a Comissão Europeiasolicitou ao Comité Científico dosRiscos para a Saúde Emergentes eRecentemente Identificados queconduzisse uma investigaçãoaprofundada sobre o potencialimpacto na saúde dos implantesmamários de silicone PIP defeituosos.O Comissário Dalli indicou ainda queas lições retiradas do caso PIP irãoinfluenciar a próxima revisão dalegislação sobre dispositivos médicos,em particular através do reforço dasdisposições relativas à fiscalização domercado, vigilância e funcionamentodos organismos notificados.

AComissão Europeia organizou, emfevereiro, uma conferência, viawebcast, para explicar as principais

DIRETIVARECONHECIMENTODASQUALIFICAÇÕESPROFISSIONAIS

Profissionais (DRQP). Durante estaconferência, o CED inteirou-se sobreo novo calendário do procedimentolegislativo:

• Apreciação do projeto de revisãoda DRQP: 17–19 Setembro 2012;• Data limite para apresentação dealterações: 15 de Outubro 2012;• Votação IMCO em 28 Novembro2012;• Votação em sessão plenáriaagendada para 14 de Janeiro2013.

O comité IMCO, do ParlamentoEuropeu, também levou a cabo umaprimeira troca de impressões sobreeste assunto e já em abril, preparouuma nova reunião, denominada“Crescimento e Mobilidade:Modernizar a Diretiva sobreQualificações Profissionais”, com oobjetivo de continuar a debater aproposta da Comissão sobre a DRQP.

O comissário europeu para a Saúde e Política doConsumidor, John Dalli, apelou aos estados-membros queassegurassem a completa e rigorosa implementação daatual legislação europeia relativa a dispositivos médicos

alterações introduzidas pela propostalegislativa que modifica a Diretiva deReconhecimento das Qualificações