55578865 apostila direito administrativo rodolfo

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROeconomia mista, integrantes da chamada Administrao 3 Indireta. ESQUEMA (ESTRUTURA DA ADMINISTRAO) AUTARQUIAS DEFINIO Pessoa Jurdica de Direito Pblico (prestadora de servio pblico) Pessoa Jurdica de Direito Pblico ou de Direito Privado (prestadora de servio pblico) Pessoa Jurdica de Direito Privado (prestadora de servio pblico ou exploradora de atividade econmica) Pessoa Jurdica de Direito Privado (prestadora de servio pblico ou exploradora de atividade econmica) NASCIMENTO Criada por lei especfica Criada ou Autorizada por lei especfica Autorizada por lei especfica

1. REGIME JURDICO DA ADMINISTRAO CONCEITO: so os direitos, vantagens, prerrogativas, deveres e obrigaes que a Administrao Pblica possui em razo da funo de representar o interesse pblico. 2. PRINCPIOS BSICOS PRINCPIOS: a administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 1 eficincia. a Administrao Pblica s pode fazer o que a lei expressamente autoriza.A) LEGALIDADE: B) IMPESSOALIDADE: a Administrao Pblica deve agir de modo impessoal, sem privilegiar nenhum particular.

FUNDAES

EMPRESA PBLICA

MORALIDADE: a Administrao Pblica deve obedecer alm da lei a moral.C) D) PUBLICIDADE: a Administrao deve publicar seus atos para existir transparncia, salvo quando em jogo a defesa da intimidade, interesse social, segurana do Estado ou da sociedade.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Autorizada por lei especfica

ESQUEMA (EMPRESAS ESTATAIS) EMPRESA PBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA COMPOSIO DO CAPITAL Exclusivamente pblico Pblico e privado (50% + 1 aes ordinrias do Poder Pblico) ESQUEMA (PRIVILGIOS) AUTARQUIAS PRIVILGIO Sim, art. 150, 2, da CRFB/88 e art. 188, do CPC. Sim Sim, quando prestadoras de servio pblico. Sim, quando prestadoras de servio pblico. FALNCIA No FORMA Qualquer S.A.

EFICINCIA: o agente pblico e forma de organizao da Administrao Pblica devem atentar para os padres modernos de gesto.E)

LIMPE: legalidade, publicidade e eficincia.

MACETE impessoalidade,

moralidade,

3. ESTRUTURA DA ADMINISTRAO PBLICA CONCEITO: a Administrao Pblica composta por entidades que visam o bem da coletividade. ADMINISTRAO PBLICA: formada por rgos e agentes das pessoas polticas. ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA: formada por entidades que so pessoas jurdicas de direito pblico ou privado.A) ENTIDADES POLTICAS: so aquelas que recebem suas atribuies da prpria Constituio, exercendo-as com plena autonomia. So pessoas jurdicas de direito pblico interno, possuidoras de poderes polticos e administrativos. A competncia para legislar caracteriza sua autonomia poltica. No Brasil, so consideradas as entidades polticas a 2 Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios. B) ENTIDADES ADMINISTRATIVAS: no so detentoras de poderes polticos, mas to-somente de autonomia administrativa. No legislam, mas apenas exercem sua competncia conforme estabelecida na lei que as instituiu, ou autorizou sua instituio, e no seu regulamento. So entidades administrativas as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas pblicas e as sociedades de

FUNDAES EMPRESA PBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

No Depende Depende

esta lei no se aplica empresa pblica e a sociedade de economia mista (art. 2, da Lei n. 11.101/2005) 4. RGOS PBLICOS CONCEITO: nada mais significam que crculos de atribuies, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade estatal e 4 expressados atravs dos agentes neles providos. Caractersticas 1. integram a estrutura de uma pessoa jurdica 2. no tem personalidade jurdica 3. so resultado de desconcentrao administrativa

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CRFB/88, art. 37, caput. 2 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.17.

ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.17. MELLO. Celso Antnio Bandeira. Apontamentos sobre agentes pblicos. So Paulo: RT, 1975 p.694

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROCLASSIFICAO QUANTO POSIO ESTATALA) RGOS INDEPENDENTES: so os originrios da Constituio Federal e representativos dos poderes de Estado (legislativo, Executivo e Judicirio). Nessa categoria, encontram-se as Corporaes do Legislativo, as Chefias de Executivo, Tribunais Judicirios e Juzos singulares e, 5 ainda, o Ministrio Pblico e os Tribunais de Contas. B) RGOS AUTNOMOS: so os localizados na cpula da Administrao, imediatamente abaixo dos rgo independentes e diretamente subordinados a seus chefes, tais como os Ministrios, as Secretariais de Estado e de Municpios e demais rgos diretamente subordinados aos 6 chefes de poderes. C) RGOS SUPERIORES: so os que detm poder de direo, controle, deciso e comando, mas sempre sujeitos subordinao e ao controle hierrquico, como o caso 7 dos Gabinetes e Secretariais Gerais, entre outros. D) RGOS SUBALTERNOS: so todos os rgos que exercem atribuies de mera execuo, sempre subordinados a vrios nveis hierrquicos superiores. Tm reduzido poder decisrio. So exemplos as sees de 8 expediente, de pessoal, de material, de portaria etc. A) AGENTES POLTICOS: so titulares de cargo localizados na cpula governamental, investidos por eleio, nomeao ou designao, para o exerccio de funes 14 Exemplo: Presidente da descritas na Constituio. Repblica, juzes de Direito, membros do Ministrio Pblico e membros dos Tribunais de Contas. B) AGENTES ADMINISTRATIVOS: so pessoas fsicas que exercem funo pblica com vnculo estatutrio ou celetista. SERVIDOR PBLICO OU FUNCIONRIO PBLICO: so pessoas fsicas ocupantes de cargo pblico, que exercem funo pblica, contratadas sob o regime estatutrio. EMPREGADOS PBLICOS: so pessoas fsicas ocupantes de emprego pblico, que exercem funo pblica, contratadas sob o regime celetista.

OCUPANTES DE FUNO PBLICAA) SERVIDORES TEMPORRIOS: a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender necessidade temporria de excepcional interesse 15 pblico. Neste caso, existe apenas o exerccio de funo pblica, pois tais pessoas no ocupam cargo pblico. B) PARTICULARES EM COLABORAO COM PODER PBLICO: so as pessoas fsicas que prestam servio ao Estado, com ou sem remunerao, no ocupando cargo pblico. HONORFICOS: so os exercentes de funo pblica de forma transitria, convocados, designados ou nomeados para cumprir objetivos cvicos, culturais, educacionais, recreativos ou de assistncia social, como o mesrio eleitoral ou membro do Conselho de Sentena no 16 Tribunal do Jri jurado. DELEGADOS: so os destinatrios de funo especfica, realizando-a em nome prprio, tal como ocorre com os serventurios da Justia em serventias (cartrios) extrajudiciais (registro civil das pessoas naturais, por 17 exemplo).

CLASSIFICAO QUANTO ESTRUTURAA) RGOS SIMPLES: so os constitudos por um s centro de competncia, ou seja, no h outro rgo 9 incrustado em sua estrutura. B) RGOS COMPOSTOS: so os que renem, em sua estrutura, outros rgos, onde as funes so desconcentradas, isto , distribudas em vrios centros de 10 competncia.

CLASSIFICAO QUANTO AUTUAO FUNCIONALA) RGOS SINGULARES: so os que atuam e decidem atravs de um nico agente, que seu chefe e 11 representante. B) RGOS COLEGIADOS: so os que atuam e decidem por manifestao conjunta e majoritria de seus membros, como ocorre nas Corporaes Legislativas e nos Tribunais.12

ACESSIBILIDADE: a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e 18 exonerao.A) CONCURSO PBLICO: em regra para o ingresso na Administrao Pblica, necessria a aprovao em concurso pblico, em respeito aos princpios da eficincia e isonomia.

5. AGENTE PBLICO CONCEITO: considera-se agente pblico toda pessoa fsica vinculada, definitivamente ou transitoriamente, ao 13 exerccio de funo pblica. CLASSIFICAO DOS AGENTES PBLICOS OCUPANTES DE CARGO OU EMPREGO PBLICO

LEGITIMIDADE: os cargos empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na 19 forma da lei. PRAZO VALIDADE DO CONCURSO PBLICO: de at dois 20 anos, prorrogvel uma vez, por igual perodo.

5 6 7

FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 8 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.472 9 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 10 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 11 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 12 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 13 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.48.

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ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.48. CRFB/88, art. 37, IX. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.380. 17 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.49. 18 CRFB/88, art. 37, II. 19 CRFB/88, art. 37, 3. 20 CRFB/88art. 37, III.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIRO NOMEAO E POSSE: dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito nomeao, quando o cargo for preenchido sem observncia da 21 classificao. (verifica-se que os aprovados no tem direito adquirido a contratao, por conseguinte, a Administrao no tem obrigao de contratar os aprovados, h um direito de no serem preteridos por outros aprovados). Funcionrio nomeado por concurso tem direito posse22

NOMEAO: a nomeao pode dar-se em carter efetivo ou em comisso, para cargos de confiana, est ultima no exigindo concurso pblico, podendo tanto recair sobre quem j seja integrante da Administrao Pblica (o que no descaracteriza o provimento originrio, j que a causa da nomeao em comisso no a relao existente entre o servidor e a Administrao) ou sobre pessoa sem 28 qualquer vnculo anterior com a Administrao. POSSE: o ato solene pelo qual a pessoa nomeada pela Administrao Pblica, para o provimento de determinado cargo pblico, declara aceitar-lhe as atribuies, tem-se que a solenidade pode inclusive dar-se por procurao, no caracterizando incio do exerccio das atribuies do cargo, mas mero termo de declarao. EXERCCIO: a prtica pelo funcionrio dos atos relativos ao cargo pblico para o qual foi nomeado. o efetivo trabalho. O exerccio das funes inerentes ao cargo pblico completa investidura do funcionrio nesse cargo. 1. NOMEAO 2. POSSE 3. EXERCCIO ESQUEMA (PERDA DO CARGO E EMPREGO) VITALCIOS ESTVEIS PERDA DO CARGO Mediante sentena judicial transitada em julgado. Mediante processo disciplinar onde se assegure o contraditrio e a ampla defesa ou atravs de sentena judicial transitada em julgado. Em qualquer ocasio, mediante pagamento das indenizaes. Livre exonerao, ad nutum

Smula n. 683 do STF. O limite de idade para inscrio em concurso pblico s se legitima em face do art. 7, XXX, da Constituio quando possa ser justificado pela natureza das atribuies do cargo a ser preenchido. SEM CONCURSO PBLICO: existem casos excepcionais em que o ingresso na Administrao, no exige o concurso pblico.B)

PREVISO CONSTITUCIONAL: como no caso dos Ministros dos Tribunais Superiores, Deputados, Senadores e outros. CARGO EM COMISSO: consiste naquele que s admite provimento em carter provisrio. So declarados em lei de livre nomeao (sem concurso pblico) e exonerao (art. 37, II), destinando-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). Todavia, pela EC 19, o preenchimento de uma parcela dos cargos em comisso dar-se- unicamente por servidores de carreira, nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em 23 lei (art. 37, V). SERVIDORES TEMPORRIOS: a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender necessidade temporria de excepcional interesse 24 pblico. Neste caso, existe apenas o exerccio de funo pblica, pois tais pessoas no ocupam cargo pblico. OBS: Funo de confiana: As funes de confiana somente podem ser exercidas por servidores pblicos, j concursados, portanto. Destinam-se apenas s atribuies 25 de direo, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). PROVIMENTO: provimento o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo pblico, com a designao de 26 seu titular. CLASSIFICAO DO PROVIMENTO ORIGINRIO: o que se faz atravs de nomeao, que pressupe a inexistncia de vinculao entre a situao de servio anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Assim, tanto provimento inicial a nomeao de pessoa estranha aos quadros do servio pblico quanto a de outra que j exercia funo pblica como ocupante de 27 cargo no vinculado quela para o qual foi nomeada.A)21 22 23

EMPREGADOS COMISSIONADOS ESTABILIDADE VITALICIEDADE

adquire-se aps 3 anos de exerccio. adquire-se aps 2 anos de exerccio.

OBS: so estveis independentemente de concurso pblico aqueles servidores que tiverem mais de 5 anos de efetivo exerccio na data da promulgao da CRFB/88. SISTEMA DE REMUNERAOA) SUBSDIO: a remunerao paga em parcela nica, ao membro do Poder, detentor de mandato eletivo, servidores policiais, Ministros de Estado, Secretrios Estaduais e Municipais (art. 39, 4 e art. 144, 9, ambos, da CRFB/88). B) VENCIMENTOS: a remunerao paga por um salrio base (vencimento), acrescido das vantagens (gratificaes, adicionais e indenizaes). C) SALRIO: a remunerao paga aos empregados pblicos. D) PROVENTO: a remunerao paga ao agente pblico aposentado.

STF. Smula n. 15. STF. Smula n. 16. MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.394. 24 CRFB/88, art. 37, IX. 25 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.55. 26 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.397. 27 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.398

Smula n. 680 do STF. O direito ao auxilio alimentao no se estende aos servidores inativos.28

ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 256.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROESQUEMA (TETO DA REMUNERAO) TETO ABSOLUTO MUNICPIOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIRIO Ministro do STF Prefeito Estabelecido por Poder Governador Deputado (limite de 75% do Deputado Federal) Servidores (limite 90,25% do Ministro do STF) servio, molstia profissional ou doena grave, contagiosa 29 ou incurvel, na forma da lei. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO APOSENTADO Homem MulherIDADE E TEMPO DE CONTRIBUIO

60 e 35 55 e 30

O valor dos proventos ser a mdia dos 80% maiores salrio-de-contribuio, corrigidos monetariamente. APOSENTADORIA POR IDADE APOSENTADO Homem Mulher IDADE 65 60

OBS: nenhuma remunerao do pas dentro da Administrao Pblica pode ser superior a dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. CUMULAO DE CARGO, EMPREGO E FUNO: vedada a cumulao de cargos, empregos ou funes, salvo: dois cargos de professor, um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico, dois cargos ou empregos privativos de profissionais da sade com profisso regulamentada (havendo compatibilidade de horrios e observado o teto remuneratrio). ESQUEMA (CUMULAO) CARGO PROFESSOR TCNICO OU CIENTFICO PROFISSIONALDA SADE

SERVIDORES PBLICOS (LEI N. 8.112/90) ESTATUTO: o estatuto que rege os servidores pblicos civis federais a Lei n. 8.112/1990. 1. NOMEAO (30 DIAS) 2. POSSE (15 DIAS) 3. EXERCCIO PROVIMENTO DERIVADO: , na verdade, uma alterao na situao de servio do provido, dependendo, ento, de um vnculo anterior do servidor com a Administrao. O provimento derivado faz-se por promoo, readaptao, 30 reverso, aproveitamento, reintegrao e reconduo. PROMOO: consiste na forma de provimento pela qual o servidor passa para cargo situado em classe mais elevada, dentro da carreira a que pertence. A emenda Constitucional n 19/98 trouxe uma novidade ao exigir, como requisito para promoo, a participao em cursos de formao e aperfeioamento em escolas de governo (art. 31 39, 2 da CF). READAPTAO: a forma de provimento pela qual o servidor passa a ocupar cargo diverso do que ocupava, tendo em vista a necessidade de compatibilizar o exerccio da funo pblica com a limitao sofrida em sua 32 capacidade fsica ou psquica (art. 24 da Lei n 8.112/90). REVERSO: corresponde ao retorno do agente aposentado pblico ao cargo que ocupava ou a outro compatvel, normalmente condicionada a certo trato temporal ou superao da limitao fsica ou mental que 33 imps a aposentadoria por invalidez. APROVEITAMENTO: trata-se do retorno do servidor posto em disponibilidade (portanto estvel) a cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente 34 ocupado (o qual foi extinto ou declarado desnecessrio). REINTEGRAO: para a Lei n 8.112/90, o reingresso do servidor estvel demitido, quando for invalidada por sentena administrativo ou judicial sua demisso. Essa reinvestidura decorrente da ilegalidade do ato de

CUMULAO Pode cumular dois cargos de professor Pode cumular um cargo tcnico ou cientfico com outro de professor Pode cumular dois cargos ou empregos de profissional da sade EXERCCIOS DE MANDATO ELETIVO

PRESIDENTE, GOVERNADOR, SENADOR E DEPUTADO PREFEITO VEREADOR TEMPO DE SERVIO

Afastado do servio, recebendo a remunerao do cargo eletivo. Afastado do servio, podendo escolher a remunerao. Cumulao de cargo havendo compatibilidade de horrio. contado para todos os efeitos, exceto para promoo por merecimento.

APOSENTADORIA: prolongamento ininterrupto de descanso, com remunerao, integral ou proporcional, durante o restante da vida do agente. Em certos casos previstos em lei a aposentadoria pode ser interrompida e at mesmo cassada como espcie de penalidade disciplinar. VOLUNTRIA: necessrio mais de dez anos no servio pblico, cinco anos no cargo e pedido do agente pblico. COMPULSRIA: ocorre quando o agente pblico completa setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuio. INVALIDEZ PERMANENTE: com proventos proporcionais ao tempo de contribuio, em todos os casos, exceto quando a invalidez decorrer de acidente em

ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.243 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.422. 31 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.421422. 32 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 422. 33 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.50. 34 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 259.30

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROdemisso, sendo, portanto, assegurado ao servidor o pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo 35 em que esteve afastado (art. 28 da Lei n 8.112/90). RECONDUO: consiste no retorno do servidor estvel ao cargo anteriormente ocupado. Poder ocorrer em duas hipteses: inabilitao em estgio probatrio relativo a outro cargo ou reintegrao do anterior ocupante (art. 29 da Lei n 36 8.122/90). ESTABILIDADE: o art. 41 da Constituio Federal, com redao que lhe atribuiu a EC 19/98, prev, em defesa do servidor estatutrio e no interesse pblico, que so estveis, aps trs anos de efetivo exerccio, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em razo de concurso pblico. A est, constitucionalmente instituda e regulada, a estabilidade. Pode ser definida como a garantia constitucional de permanncia no servio pblico, do servidor estatutrio nomeado, em razo de concurso pblico, para titularizar cargo de provimento efetivo, 37 aps o transcurso do estgio probatrio. ESTGIO PROBATRIO: em julho de 2004, o Poder Executivo federal mudou esse entendimento, passando a perfilhar a tese de que o estgio probatrio tem durao de trs anos, como decorrncia lgica (no dizer do parecer) da alterao do prazo de estabilidade que, com a EC n. 19/1998, passou a ser de trs anos. Esse novo entendimento esta consubstanciado no Parecer n. AGU/MC01/2004, de 22 de abril de 2004, da lavra do ConsultorGeral da Unio, que foi adotado pelo Parecer n. AC 17, de 12 de julho de 2004, do Advogado-Geral da Unio, aprovado, em 12 de julho de 2004, pelo Presidente da 38 Repblica. PRADC: produtividade, responsabilidade, assiduidade, disciplina e capacidade de iniciativa. ESTABILIDADE ANMALA: os servidores pblicos civis da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, da administrao direta, autrquica e das fundaes pblicas, em exerccio na data da promulgao da Constituio, h pelo menos cinco anos continuados, e que no tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituio, so considerados estveis no servio 39 pblico. ESTABILIDADE adquire-se aps 3 anos a) para acompanhar cnjuge ou companheiro, tambm servidor pblico civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, que foi deslocado no interesse da Administrao; b) por motivo de sade do servidor, cnjuge, companheiro ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada comprovao por junta mdica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hiptese em que o nmero de interessados for superior ao nmero de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo rgo ou entidade em que aqueles estejam lotados. REDISTRIBUIO Art. 37. Redistribuio o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no mbito do quadro geral de pessoal, para outro rgo ou entidade do mesmo Poder, com prvia apreciao do rgo central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administrao; II - equivalncia de vencimentos; III - manuteno da essncia das atribuies do cargo; IV - vinculao entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nvel de escolaridade, especialidade ou habilitao profissional; VI - compatibilidade entre as atribuies do cargo e as finalidades institucionais do rgo ou entidade. VACNCIA CONCEITO: a condio do cargo pblico sem o titular, nos casos de exonerao, demisso, promoo, readaptao, aposentadoria, posse em outro cargo 40 inacumulvel, e falecimento. MACETE PF do PADRE: promoo, falecimento, posse em outro cargo inacumulvel, aposentadoria, demisso, readaptao e exonerao. A) EXONERAO: o desligamento do funcionrio pblico do cargo que ocupa, rompendo o vinculo jurdico que une o funcionrio Administrao Pblica.B) DEMISSO: ato punitivo mediante o qual a Administrao Pblica exclui um funcionrio nocivo de seus quadros, atravs do Poder Disciplinar. a mais grave das penas disciplinares. C) APOSENTADORIA: prolongamento ininterrupto de descanso, com remunerao, integral ou proporcional, durante o restante da vida do agente. Em certos casos previstos em lei a aposentadoria pode ser interrompida e at mesmo cassada como espcie de penalidade disciplinar.

REMOO Art. 36. Remoo o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofcio, no mbito do mesmo quadro, com ou sem mudana de sede. Pargrafo nico. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoo: I - de ofcio, no interesse da Administrao; II - a pedido, a critrio da Administrao; III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administrao:35

A transferncia foi revogada pela lei n. 9.527/97 REMUNERAO REMUNERAO = vencimento + vantagens.A) REMUNERAO OU VENCIMENTOS: a remunerao paga por um salrio base (vencimento), acrescido das vantagens (gratificaes e adicionais).40

FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 423. 36 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 423. 37 GASPARINI. Diogenes. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2004, p.197-198. 38 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p. 267. 39 Art. 19, do ADCT.

Lei n. 8.112/90, art. 33.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROVANTAGENS Art. 49. Alm do vencimento, podero ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizaes; II - gratificaes; III - adicionais. o 1 As indenizaes no se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. o 2 As gratificaes e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condies indicados em lei. 1. INDENIZAES: so compensaes ao agente pblico, em razo de despesas especiais. So: a) ajuda de custo, b) dirias, c) indenizao de transporte e d) auxliotransporte. 2. GRATIFICAES: so vantagens pecunirias atribudas precariamente aos servidores que esto prestando servios comuns da funo em condies anormais de segurana, salubridade ou onerosidade (gratificao de servio), ou concedidas como ajuda aos servidores que renam as condies pessoais que a lei 41 especifica (gratificaes especiais). 3. ADICIONAIS: so vantagens pecunirias que a Administrao concede aos servidores em razo do tempo de exerccio (adicional de tempo de servio) ou em face da natureza peculiar da funo, que exige conhecimentos especializados ou um regime prprio de trabalho (adicionais 42 de funo). OBS: as indenizaes, em nenhuma hiptese, integram o conceito de remunerao, j os adicionais e as gratificaes podem, ou no, fazer parte da remunerao. So 43 remunerao as vantagens que forem permanentes. REGIME DISCIPLINAR CONCEITO: o regime disciplinar a que esto submetidos os servidores pblicos federais est tratado nos arts. 116 a 142 da Lei n. 8.112/90. Esses artigos versam os deveres, as proibies, as penalidades e as responsabilidades dos 44 servidores referentes ao exerccio de seus cargos. PRESCRIO: os prazos de prescrio previstos na lei n. 8.112/90, comeam a correr da data em que o fato se tornou conhecido. PENALIDADE 1. Demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade, destituio do cargo em comisso. 2. Suspenso 3. Advertncia PRAZO 5 anos RESPONSABILIDADE: o dever jurdico, imposto a cada um, de responder por ao ou omisso, que acarrete prejuzo a outrem, pode resultar em sano civil, criminal e administrativa. PENALIDADES ADMINISTRATIVAS: so as conseqncias pelos atos lesivos a outrem, que variam conforme a conduta, as penalidades administrativas so: advertncia, repreenso, suspenso, multa, destituio de cargo em comisso, destituio de funo de comissionada, demisso e cassao de aposentadoria ou 45 disponibilidade. A responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no caso de absolvio criminal que negue a existncia do 46 fato ou sua autoria. A responsabilidade civil independente da criminal, no se podendo questionar mais sobre a existncia do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questes se acharem decididas no 47 juzo criminal. 6. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO RESPONSABILIDADE OBJETIVA: as pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos dolo 48 ou culpa.A) TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO: o Estado s responde por prejuzos que tiver ocasionado a terceiros, podendo ter sua responsabilidade afastada nas hipteses em que o dano foi causado por eventos da natureza, pelo 49 homem ou por culpa exclusiva da vtima. B) TEORIA DO RISCO INTEGRAL: segundo esta teoria, basta a existncia do evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigao de indenizar para a Administrao, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva do particular.

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AO DE REGRESSO: exigem-se dois requisitos: primeiro, que a Administrao j tenha sido condenada a indenizar a vtima do dano sofrido; segundo, que se comprove a culpa 51 do funcionrio no evento danoso. ESQUEMA (RESPONSABILIDADE CIVIL) MODALIDADE SUBJETIVA OBJETIVA RISCOADMINISTRATIVO

2 anos 180 dias

RISCO INTEGRAL

RESPONSABILIDADES E PENALIDADES

DEFINIO Depende de culpa do agente (agente) Ligada ao nexo causal (Estado) O Estado deve indenizar se deu causa, salvo: caso fortuito, fora maior e culpa exclusiva da vtima. O Estado deve indenizar mesmo sem responsabilidade

45 41

MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.462. 42 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.457. 43 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 259. 44 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.283.

Lei. 8. 112/90, art. 127 Lei n. 8.112/90, art. 126. Cdigo Civil, art. 935. 48 CRFB/88, art. 37, 6. 49 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.267. 50 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.531. 51 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.628.46 47

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROB) DELEGAO: ocorre quando o Estado, por meio de contrato ou ato transfere servio pblico, transfere-se a execuo do servio pblico, a titularidade continua sendo do Estado.

A responsabilidade pelos danos causados por atos de terceiros ou fenmenos da natureza do tipo subjetiva, no estando contemplada na Teoria do Risco Administrativo prescrito no referido dispositivo constitucional. Nessas hipteses, h necessidade de comprovao de omisso culposa - imprudncia, impercia ou negligncia - da Administrao, para que fique configurada a obrigatoriedade 52 de indenizao estatal. 7. SERVIOS PBLICOS CONCEITO: o servio prestado pela Administrao Pblica ou por particulares por delegao. SERVIO ADEQUADO o que satisfaz as condies de regularidade, continuidade, eficincia, segurana, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestao e 53 modicidade nas tarifas. MACETE Caio CESAR MG: continuidade, cortesia na sua prestao, eficincia, segurana, atualidade, regularidade, modicidade nas tarifas e generalidade. CLASSIFICAO DOS SERVIOS PBLICOS 1) SERVIOS PBLICOS PROPRIAMENTE DITOS (ESSENCIAIS): o prestado diretamente pela Administrao Pblica, em razo da necessidade para a sobrevivncia da coletividade ou do Estado. Exemplo: defesa nacional. 2) SERVIOS DE UTILIDADE PBLICA (TEIS): o prestado pela Administrao Pblica ou por particulares, por permisso, concesso ou autorizao, pois servio conveniente coletividade. Exemplo: transporte coletivo. 3) SERVIOS UTI UNIVERSI OU GERAIS: so aqueles que a Administrao preta sem ter usurios determinados, para atender coletividade no seu todo, como os de polcia, 54 iluminao pblica, calamento e outros dessa espcie. 4) SERVIOS UTI SINGULI OU INDIVIDUAIS: so os que tm usurios determinados e utilizao particular e mensurvel para cada destinatrio, como ocorre com o telefone, a gua 55 e a energia eltrica domiciliares. MODOS DE PRESTAO DO SERVIO PBLICO SERVIO CENTRALIZADO: o prestado pelos prprios rgos da Administrao Pblica. SERVIOS DESCENTRALIZADOS: o prestado por outorga ou delegao, a autarquias, fundaes, empresas estatais, empresas privadas ou particulares. OUTORGA: ocorre quando criada entidade pelo Estado, por meio de lei para execuo de servio pblico ou de utilidade pblica, transfere-se a titularidade e a execuo do servio pblico.A)

MODALIDADES DE DELEGAO CONCESSO DE SERVIO PBLICO: a delegao de sua prestao, feita pelo poder concedente, mediante licitao, na modalidade de concorrncia, pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstre capacidade para 56 seu desempenho, por sua conta e risco. EXTINO DA CONCESSOA) ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL (REVERSO): corresponde ao trmino regular do contrato por haver 57 sido atingido o prazo de sua durao. B) ENCAMPAO: esta causa de extino da concesso verifica-se na hiptese de interesse pblico superveniente concesso tornar mais conveniente a prestao do servio pelo prprio Poder Pblico, 58 diretamente. C) CADUCIDADE: extingue-se a concesso por caducidade sempre que houver inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da concessionria.

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D) RESCISO: essa forma de extino levada a efeito por iniciativa do concessionrio, sendo, entretanto, 60 necessria a propositura de ao judicial. E) ANULAO: por meio da qual o ajuste encerrado 61 durante sua vigncia por razes de ilegalidade. F) FALNCIA: o legislador relaciona a falncia ou a extino da empresa concessionria ou o falecimento ou a incapacidade do titular, no caso de empresa individual, 62 como formas de extino do contrato de concesso.

PERMISSO DE SERVIO PBLICO: Permisso, tecnicamente, corresponde a ato administrativo, unilateral portanto, discricionrio, precrio ou sem prazo determinado, pelo qual o Poder pblico transfere ao particular a execuo e responsabilidade de servio pblico, mediante remunerao (preo pblico ou tarifa) paga pelos 63 usurios. Exemplo: permisso para transporte coletivo. AUTORIZAO: so aqueles que o Poder Pblico, por ato unilateral, precrio e discricionrio, consente na sua execuo por particular para atender a interesses 64 coletivos instveis ou emergncia transitria. Exemplo: exerccio profissional de taxistas. OBS: no necessrio licitao e celebrao de contratoart. 2, II, da Lei n. 8.987/85. ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.452. 58 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.453. 59 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.453. 60 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.193. 61 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.194. 62 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.194. 63 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.130. 64 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.381.57 56

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ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 256. Lei n. 8.987/95, art. 6, 1. 54 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.319. 55 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.319.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIRODESCONCENTRAO DO SERVIO PBLICO: a desconcentrao constitui-se em mera tcnica administrativa que visa a tornar mais eficiente execuo de determinada atribuio, uma vez que um rgo especificamente designado para realiz-la. possvel termos prestao desconcentrada centralizada (realizada por rgos especficos integrantes da Administrao Direta) ou prestao desconcentrada descentralizada (quando o servio realizado por setores ou departamentos, especificamente criados para esse fim, integrantes da 65 estrutura de uma entidade da Administrao Indireta). REMUNERAO: Quando prestado diretamente pelo Poder Pblico, o servio remunerado pelo usurio mediante taxa (espcie do gnero tributo). Mas, quando prestado pelo concessionrio, a remunerao decorre do pagamento de 66 preo pblico ou tarifa. TERCEIRO SETOR CONCEITO: o denominado terceiro setor composto por particulares, portanto pessoas jurdicas de direito privado, que no integram a estrutura da Administrao Pblica, mas que com ela mantm, por razes diversas e por meio de formas diferenciadas, parcerias com o intuito de preservar o 67 interesse pblico. 1. SERVIOS SOCIAIS AUTNOMOS 1. institudos por lei com personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos. 2. ministrar assistncia ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais. 3. autorizao legal para arrecadar e utilizarem contribuies parafiscais, quando no subsidiadas diretamente por recursos oramentrios da entidade que as criou. 4. administrao e patrimnio prprios. Ex.: SESI, SENAI e SESC. 5. seus empregados esto sujeitos a legislao trabalhista em toda sua plenitude, sendo equiparados a funcionrios pblicos para fins penais. 2. ORGANIZAES SOCIAIS 1. a lei n. 9.637/98 autorizou o poder executivo a qualificar as pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos como organizaes sociais. 2. destinao de recursos oramentrios. 3. destinao de bens (por meio de permisso de uso). 4. destinao de servidores. 5. possibilidade de serem elas contratadas por dispensa de licitao. 6. celebrao de contrato de gesto. 3. ORGANIZAES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE COLETIVO (OSCIP) 1. instituda a parceria pela lei n. 9.790/99 com pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos. 2. requerimento para formalizao perante o Ministrio da Justia. 3. formalizao por termo de parceria.ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.446. ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.129. 67 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.161.66 65

8. PODERES DA ADMINISTRAO CONCEITO: o poder administrativo sinnimo de dever, em razo da funo desempenhada. ABUSO finalidade.DE PODER:

1. excesso de poder e 2. desvio de

MODALIDADESA) PODER VINCULADO: aquele em que Administrao Pblica fica totalmente presa ao enunciado da lei. B) PODER DISCRICIONRIO: aquele conferido Administrao, para a prtica de certos atos administrativos com liberdade na escolha de sua convenincia, oportunidade e contedo. C) PODER HIERRQUICO: o que dispe o Executivo para distribuir e escalonar as funes de seus rgos, ordenar e rever a atuao de seus agentes, estabelecendo a relao de subordinao entre os servidores de seu quadro de 68 pessoal. Por isso, existe a possibilidade de delegao e avocao de tarefas. D) PODER DISCIPLINAR: conferido Administrao para aplicar sanes de carter funcional, as pessoas no exerccio da funo administrativa. E) PODER NORMATIVO: o poder atribudo aos Chefes do Poder Executivo para expedir decretos ou regulamentos para dar fiel execuo lei.

DECRETOS AUTNOMOS: a partir da EC 32/2001, passou a existir autorizao expressa na Constituio (art. 84, VI) para que o Presidente da Repblica disponha sobre organizao e funcionamento da Administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos, e proceda extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos, diretamente 69 mediante decreto.F) PODER DE POLCIA: aquele de que dispe a Administrao para restringir atividades e direitos de particulares visando atender os interesses da coletividade.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLCIAA) DISCRICIONARIEDADE: livre escolha de us-lo ou no, dentro de um juzo de convenincia e oportunidade. B) AUTO-EXECUTORIEDADE: no precisa do Poder Judicirio para sua execuo, salvo no caso de execuo de multas no pagas. C) COERCITIBILIDADE: pode utilizar-se Administrao de fora para o cumprimento de seus atos. D) ATIVIDADE NEGATIVA: impe uma absteno aos particulares, ou seja, determina um no fazer.

68 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.117. 69 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.155.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROMACETE CADA: coercitibilidade, auto-executoriedade, discricionariedade e atividade negativa. MEIOS DE ATUAOA) ALVAR: pode ser licena (definitivo e vinculado) ou autorizao (precrio e discricionrio) para a prtica de ato ou realizao de atividade que necessita do policiamento administrativo. B) FISCALIZAO: meio de atuao do poder de polcia, no qual a Administrao verifica a regular observncia ao alvar concedido. C) SANES: multa, interdio de atividade, fechamento de estabelecimento e outras.

expressa previso legal. Para ser vlido o ato deve possuir 71 objeto lcito e moralmente aceito. MACETE FICO MOFO: finalidade, competncia, motivo, forma e objeto. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVOA) PRESUNO DE LEGITIMIDADE: os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espcie, nascem com a presuno de legitimidade, independentemente da norma legal que a estabelea. [...] A presuno de legitimidade autoriza a imediata execuo ou operatividade dos atos administrativos, mesmo que argidos de vcios ou defeitos 72 que os levem invalidade. B) AUTO-EXECUTORIEDADE: consiste na possibilidade de certos atos administrativos poderem ser postos em execuo pela prpria Administrao, sem necessidade 73 de interveno do Judicirio. C) IMPERATIVIDADE: o atributo pelo qual se faculta a Administrao Pblica, a coercitibilidade para o cumprimento ou execuo dos atos administrativos por terceiros. D) TIPICIDADE: o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela 74 lei como aptas a produzir determinados resultados.

LIMITES DISCRICIONARIEDADE: proporcionalidade.

razoabilidade

e

9. ATOS ADMINISTRATIVOS PRINCPIOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOSA) AUTOTUTELA: o dever que a Administrao Pblica tem de rever seus prprios atos, para anul-los (ilegais) ou revoga-los (inconvenientes ou inoportunos). B) MOTIVAO: a exposio dos motivos do ato, que imperiosa no caso dos atos vinculados e facultativa nos atos discricionrios.

REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS a) COMPETNCIA: o poder atribudo a um determinado agente para o exerccio de funo especfica. DELEGAO: no podem ser objeto de delegao: 1. a edio de atos de carter normativo; 2. a deciso de recursos administrativos e 3. as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade. (art. 13, da Lei n. 9.784/99) FINALIDADE: a realizao de ato visando o interesse da coletividade.B) C) FORMA: maneira de exteriorizao da vontade, em princpio todos os atos administrativos devem ser solenes, escritos e expressos, constituindo ressalvas as formas no solenes, orais e tcitas, cabveis apenas em caso de urgncia, de transitoriedade da manifestao da vontade ou de irrelevncia do assunto para a Administrao. D) MOTIVO: o pressuposto de fato e de direito que fundamenta o ato administrativo. Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de situaes que levam a Administrao a praticar o ato, enquanto pressuposto de 70 direito o dispositivo legal no qual se baseia o ato. E) OBJETO: corresponde ao efeito jurdico pretendido pelo ato (adquirir, resguardar direitos) e tambm decorre de

MACETE PATI: presuno de legitimidade, auto-executoriedade, tipicidade e imperatividade. CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOSA) ATOS GERAIS: so os atos administrativos expedidos sem destinatrios determinados, com finalidade normativa, alcanando todos os sujeitos que se encontrem na mesma situao de fato em relao aos seus preceitos.75

B) ATOS INDIVIDUAIS: so aqueles que se dirigem a um determinado destinatrio (ou mais sujeitos certos), criando-lhes uma situao jurdica particular. Exemplo: licena. C) INTERNOS: so atos administrativos destinados a produzir efeitos no mbito das reparties pblicas, destinados ao pessoal interno. D) EXTERNOS OU DE EFEITOS EXTERNOS: so aqueles destinados a produzir efeitos fora da Administrao Pblica. Vale lembrar que tais atos s entram em vigor aps sua publicao em rgo oficial (dirio oficial) dado o interesse pblico no conhecimento de tais atos. E) DE IMPRIO OU ATOS DE AUTORIDADE: so todos aqueles atos que a Administrao pratica usando de sua71 72

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FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.85.

ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.72. MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.154. 73 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.85. 74 DI PIETRO. Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. So Paulo: Atlas, 2003, p.195. 75 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.159.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROsupremacia sobre o administrado ou sobre o servidor, 76 impondo-lhes atendimento obrigatrio.F) ATOS DE GESTO: so definidos como aqueles que a Administrao pratica afastando-se das prerrogativas que normalmente utiliza para se equipara aos particulares com 77 quem se relaciona. G) ATOS DE EXPEDIENTE: so os que se destinam a dar andamento aos processos e papis que tramitam pelas reparties pblicas, preparando-os para a deciso de mrito a ser proferida pela autoridade competente. So atos de rotina interna, sem carter vinculante e sem forma especial, praticados geralmente por servidores subalternos, 78 sem competncia decisria. H) VINCULADOS: aquele em que a Administrao Pblica est totalmente preso ao enunciado da lei para sua realizao.

reprimir as infraes administrativas ou a conduta irregular dos particulares ou mesmo dos servidores, perante a 80 Administrao. Exemplo: multa, interdio administrativa e destruio de coisas.E) ATOS ORDINATRIOS: So aqueles orientadores da conduta interna da Administrao Pblica. Exemplo: ordens de servio, instrues, circulares e avisos.

EXTINO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS QUEM PODEORDENAR

MOTIVO EFEITOS DIREITOSADQUIRIDOS

ANULAO Administrao e Judicirio Ilegalidade Ex tunc Inexistem

REVOGAO Apenas Administrao Convenincia e oportunidade Ex nunc Prevalecem Processo administrativo

DISCRICIONRIOS: aquele em que a Administrao Pblica pode praticar escolhendo livremente o seu contedo, o seu destinatrio, a sua convenincia, a sua oportunidade e o modo da sua realizao.I) J) SIMPLES: o que resulta da manifestao de vontade de um nico rgo, unipessoal ou colegiado. K) COMPLEXO: so os atos que se formam pela conjugao de vontades de mais de um rgo administrativo.

Processo administrativo processo judicial * Professor Mrcio Fernando Elias Rosa

PRESSUPOSTOS

PRAZO DECADNCIAL: o direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f (art. 5, da Lei n. 9.784/99) CASSAO: quando o ato embora legtimo na sua origem e 81 formao torna-se ilegal na sua execuo. CONVALIDAO DO ATO ADMINISTRATIVO: a doutrina firmou entendimento no sentido de que nem sempre factvel a convalidao do ato administrativo. Depende do tipo de vcio, de que elemento do ato administrativo foi praticado 82 com vcio.A) COMPETNCIA: o ato administrativo com vcio de incompetncia em razo do sujeito admite convalidao, podendo a autoridade competente ratificar o ato praticado pelo sujeito incompetente, desde que no se trate de competncia outorgada com exclusividade, caso em que se exclui a possibilidade de delegao ou avocao. O ato praticado com vcio de incompetncia em razo da matria 83 no admite convalidao B) FINALIDADE E MOTIVO: obviamente, quando o vcio incidir sobre um desses elementos, no h que se falar em 84 convalidao do ato. C) OBJETO: o objeto ilegal tambm no pode ser objeto de convalidao. Se o objeto de uma permisso ilegal, 85 esta no poder ser convalidada.

COMPOSTO: so os que resultam da vontade nica de um rgo, mas depende da ratificao por parte de outro, para se tornar exeqvel.L)

ESPCIE DE ATOS ADMINISTRATIVOSA) ATOS NORMATIVOS: so aqueles que contm um comando geral do Executivo, objetivando a correta aplicao da lei, tendo como objetivo explicitar a norma legal a ser observada pela Administrao e pelos 79 administrados. Exemplo: decreto, regulamento, instruo normativa, regimento, resoluo e deliberao. B) ATOS NEGOCIAIS: so aqueles que visam a concretizao de negcios jurdicos pblicos, de interesse da Administrao e do prprio administrado, regidos pelo direito privado. Exemplo: licena e autorizao, permisso. C) ATOS ENUNCIATIVOS: So todos aqueles em que a Administrao se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinio sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Exemplo: certido, atestado e parecer. D) ATOS PUNITIVOS: so os que contm uma sano imposta pela Administrao a todos os que infringem normas ou disposies legais, regulamentares ou ordinatrias dos bens ou servios pblicos. Visam punir ou

76 77

MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.161. SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.100. 78 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.162. 79 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.174.

MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.195. MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.190. 82 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4385 83 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4385 84 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4386 85 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.438681

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROD) FORMA: o vcio de forma pode ser objeto de convalidao, desde que ela no seja essencial validade 86 do ato.

LICITAO DISPENSADA: no h discricionariedade no ato da Administrao, as hipteses esto arroladas no art. 17, I e II, da Lei n 8.666/93. LICITAO Dispensa Inexigibilidade COMPETITIVIDADE H possibilidade de competio No h possibilidade de competio

10. LICITAO PBLICA CONCEITO: licitao o procedimento administrativo no qual Administrao Pblica seleciona a melhor proposta. NORMA GERAL: Lei n. 8.666/93 SERVIOS PBLICOS: incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de 87 servios pblicos. PRINCPIOS A) PROCEDIMENTO FORMAL: o procedimento licitatrio formal, para preservar os interesses da coletividade. B) VINCULAO AO INSTRUMENTO CONVOCATRIO: O instrumento convocatrio pode ser o edital ou a cartaconvite, que so denominados lei interna da licitao e devem ser observados tanto pela Administrao como pelos licitantes. C) PUBLICIDADE: a licitao no ser sigilosa, sendo pblicos e acessveis ao pblico os atos de seu procedimento, salvo quanto ao contedo das propostas, at a respectiva 88 abertura. D) ADJUDICAO COMPULSRIA AO VENCEDOR: no existe para o vencedor direito contratao, mas em caso de celebrao de contrato a Administrao, deve contratar com o vencedor do certame. E) COMPETITIVIDADE: vedada a colocao pela Administrao de clusula que prejudique a competio. OBRIGATORIEDADE DE LICITAO: ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das 89 obrigaes. DESNECESSIDADE DE LICITAOA) INEXIGIBILIDADE: caracterizada quando h impossibilidade jurdica de competio, em razo da existncia de fornecedor exclusivo, contratao de servios tcnicos profissionais especializados, e para a contratao de artistas consagrados pela crtica ou pelo opinio pblica. B) DISPENSA: caracterizada quando existe viabilidade jurdica de competio, mas a lei autoriza ou determina a celebrao direta do contrato. LICITAO DISPENSVEL: depende de um juzo de oportunidade e convenincia da Administrao, com as hipteses esto enumeradas taxativamente no art. 24, da Lei n. 8.666/93.

A dispensa e a inexigibilidade necessitam de justificativa, e devem dentro de trs dias serem comunicadas as autoridades superiores, para ratificao e 90 publicao na imprensa oficial. PROCEDIMENTO DA LICITAO 1 AUDINCIA: audincia pblica (valor superior a R$ 150.000.000,00 - cento e cinqenta milhes) 2 CONVOCAO: utilizado o edital que o instrumento de informao da existncia do certame, no qual se divulga as regras da licitao, na modalidade convite divulgao realizada por meio de carta-convite. MODALIDADE Concorrncias Tomada de preos Leilo Concursos PRAZO DE PUBLICAO DO EDITAL Mnimo 45 ou 30 dias Mnimo 30 ou 15 dias Mnimo 15 dias Mnimo 45 dias

OBS: No caso da modalidade convite, a carta-convite deve ser afixada no mnimo 5 dias teis, em local apropriado, para o prego o prazo do edital de no mnimo 8 dias teis, contados a partir da publicao do aviso. IMPUGNAO ADMINISTRATIVA: para qualquer cidado o prazo de 5 dias teis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitao, j para o licitante o prazo de 2 dias teis (art. 41, 1 e 2, da Lei n. 8.666/93). 3 HABILITAO: a fase do procedimento em que a Administrao verifica a aptido do candidato para a futura 91 contratao. 4 JULGAMENTO: ultrapassada a fase de habilitao, os licitantes inabilitados estaro automaticamente excludos da licitao, que ficar restrita queles que foram habilitados na fase anterior, os quais tero os envelopes contendo as 92 propostas comerciais abertos e analisado. 5 HOMOLOGAO: ato em que o Poder Pblico tratar de ratificar, de confirmar, ou no, a legalidade de todos os atos at ento praticados, o que ser feito por autoridade superior quela que comandou todo o procedimento at 93 aquele momento. 6 ADJUDICAO: O licitante que teve a sua proposta acolhida como a vencedora (seja em razo do preo, da tcnica, da tcnica e preo, ou do lance) ter direito ao 94 futuro contrato.

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ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4386 87 CRFB/88, art. 175, caput. 88 Lei n. 8.666/93, art. 4, 3. 89 CRFB/88, art. 37, XXI.

Lei n. 8.666/93, art. 26, caput. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.147. SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.209. 93 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.211. 94 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.101.91 92

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROanterior data do recebimento das propostas, para obras e servios de engenharia valores acima de R$ 150.000,00 (cento e cinqenta mil reais) at R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais) e para compras e outros servios valores acima de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) at R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta mil reais).C) CONVITE: a modalidade de licitao, para compras de pequeno valor, entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados, mediante solicitao escrita, em nmero mnimo de 3 (trs) pela unidade administrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estender aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da apresentao das propostas.

OBS: decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocao para a contratao, ficam 95 os licitantes liberados dos compromissos assumidos. TIPOS DE LICITAO 1) MENOR PREO: nesse tipo o vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificaes do edital ou convite e ofertando o menor preo. 2) MELHOR TCNICA: nesse tipo de licitao, o vencedor ser o proponente que apresentar a melhor tcnica, dentro das especificaes e do preo negociado pela Administrao, utilizada exclusivamente para servios de natureza predominantemente intelectual (art. 46, 96 caput da Lei n 8.666/93). 3) TCNICA E PREO: nesse tipo de licitao, combinamse esses dois fatores para escolha da proposta, sendo a classificao feita de acordo com a mdia ponderada das valorizaes das propostas tcnicas e de preo, tudo de acordo com os critrios estabelecidos no edital (art. 46, 2 97 a Lei n 8.666/93). 4) MAIOR LANCE: nos casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso (art. 45, 1, IV da Lei n. 8.666/93). Na classificao, a Administrao dispe, em ordem de preferncia, a lista dos que atendem as condies 98 do instrumento convocatrio (art. 45, 3 n. 8.666/93). MODALIDADES DE LICITAO: o artigo 22, da Lei n. 8.666/93, enumera cinco modalidades de licitao, so elas:A) CONCORRNCIA: a modalidade de licitao, prpria para contratos de grande valor, em que se admite a participao de quaisquer interessados, cadastrados ou no, que satisfaam as condies do edital, convocados com a antecedncia mnima prevista na lei, com ampla 99 publicidade pelo rgo oficial e pela imprensa particular.

Da deciso que julga a proposta dos licitantes na modalidade convite, cabe recurso hierrquico no prazo de 2 dias. CONVITE no h publicao de edital os valores para obras e servios de engenharia so de at R$ 150.000,00 (cento e cinqenta mil reais) e no caso de compras e outros servios valores de at R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).D) CONCURSO: a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, predominantemente de criao intelectual, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos vencedores (nunca se oferece preo), conforme critrios constantes de edital publicado na impressa oficial com antecedncia mnima de 45 (quarenta e cinco) dias.

CONCORRNCIA universalidade, ampla publicidade, habilitao preliminar, julgamento por comisso, para obras e servios de engenharia valores acima de R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais) e para compras e outros servios valores acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta mil reais), podendo ser utilizada no lugar das demais modalidades.B) TOMADA DE PREOS: a licitao realizada entre interessados previamente registrados, observada a necessria habilitao, convocados com a antecedncia mnima prevista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal particular, contendo as informaes essenciais da licitao e o local onde pode ser obtido o 100 edital. TOMADA DE PREOS valor menor que a concorrncia, registro cadastral (CRC) ou cadastro at o terceiro dia

O Julgamento ser feito por uma comisso especial integrada por pessoas de reputao ilibada e reconhecido conhecimento da matria em exame, servidores pblicos 101 ou no. CONCURSO no existe direito de contratao, a execuo do projeto escolhido ser objeto de novo certame.E) LEILO: espcie de licitao utilizvel na venda de bens mveis e semoventes (arts. 22, 5, e 53) e, em 102 casos especiais, tambm de imveis (art. 19, III). Exemplo: produtos legalmente apreendidos, abandonados nas alfndegas ou reas alfandegadas ou penhorados, ou para a alienao de bens imveis, cuja aquisio haja derivado de procedimentos judiciais ou de dao em pagamento, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliao. LEILO no h necessidade de habilitao prvia, exigese avaliao dos bens e publicao do edital, o pagamento deve ser vista, admitindo-se o pagamento de percentual estabelecido no edital, no inferior a 5%.

Lei n. 8.666/93, art. 64, 3. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.150. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.150. 98 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.150. 99 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.300. 100 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.306.96 97

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101 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.422 102 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.308.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROPREGO: a Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios podem adotar a modalidade denominada prego para a aquisio de bens e servios comuns, assim compreendidos aqueles cujos padres de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificaes usuais no mercado (Lei n. 10.520, de 17-7-2002). A Lei n. 8.666/93 aplicvel subsidiariamente para as contrataes realizadas com o emprego da modalidade (art. 9), sendo obrigatria o critrio do menor preo no julgamento das propostas (art. 4, X). O prego tem procedimento distinto das demais 103 modalidades, sendo realizado em duas fases distintas. BENS E SERVIOS COMUNS: O que caracteriza os bens e servios comuns a padronizao, ou seja, a possibilidade de substituio de uns por outros com o 104 mesmo padro de qualidade e eficincia. Exemplo: material de escritrio. PROCEDIMENTO DO PREGOA) FASE PREPARATRIA: nesta fase ocorre a motivao da necessidade do certame pela autoridade competente, definio do objeto, oramento (considerando os preos do mercado), designao do pregoeiro e da equipe de apoio (todos devem ser servidores ou empregados pblicos, de preferncia do quadro permanente).

ANULAO E REVOGAO DE LICITAO FUNDAMENTO ANULAO Ilegalidade REVOGAO a) razes de interesse pblico, decorrente de fato superveniente devidamente comprovado e b) no sendo assinado o contrato no prazo e condies do edital Administrao Gera o dever de indenizar para os que provarem prejuzo

QUEM PODE INDENIZAO

Judicirio e Administrao No gera obrigao de indenizar

11. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONCEITO: todos aqueles ajustes celebrados pela Administrao Pblica por meio de regras previamente estipuladas por ela, sob um regime de direito pblico, 106 visando preservao dos interesses da coletividade. NATUREZA JURDICA: o contrato administrativo tem natureza jurdica de contrato de adeso. Princpios supremacia do interesse pblico, continuidade do servio pblico e mutabilidade do contrato administrativo. CARACTERSTICAS CONSENSUAL: porque um acordo de vontades e no ato unilateral e impositivo da Administrao Pblica. B) FORMAL: porque exteriorizado em regra por escrito, salvo nas pequenas compras de pronto pagamento, que so as de valor no superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) admite-se a forma verbal. C) ONEROSO: por ser o contratado remunerado pela Administrao Pbica. D) COMUTATIVO: porque estabelece compensaes 107 recprocas e equivalentes para as partes. E) PESSOAL: porque deve ser executado pelo prprio contratado, vedadas em princpio, a sua substituio por 108 outrem ou a transferncia do ajuste.A)

FASE EXTERNA: nesta fase os interessados so convocados, atravs de publicao no Dirio Oficial, jornais de grande circulao local e facultativamente meios eletrnicos, apresentao das propostas, abertura das propostas, o critrio de julgamento o menor preo, no curso da sesso, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preos at 10% superiores quela podero fazer novos lances verbais e sucessivos at a proclamao do vencedor (art. 4, VIII). Por fim, no havendo pelo menos trs ofertas nas condies definidas anteriormente, podero os autores das trs melhores propostas oferecer novos lances verbais e sucessivos at a proclamao do vencedor (art. 4, IX). Encerrada a etapa de competio entre as propostas, o pregoeiro proceder abertura do invlucro contendo os documentos de habilitao do licitante responsvel pela proposta vencedora, para a verificao do atendimento das condies fixadas e da documentao exigida no edital (art. 105 Em seguida ser aberto o envelope da 4, XII). habilitao, no estando o vencedor habilitado, ser analisado o documento do segundo colocado, no estando este habilitado do terceiro e assim sucessivamente.B)

FORMALIZAO DO CONTRATO ADMINISTRATIVOA) INSTRUMENTO: pode ser por termo de contrato, carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorizao de compra ou ordem de execuo de servio. B) CLUSULAS: so as regulamentares (as referentes ao objeto, forma de execuo, resciso, responsabilidade das partes); outras constituem as clusulas financeiras (preos e critrios de reajustamento). C) GARANTIAS: so escolhidas pelo contratado, desde que prevista no edital, podendo ser cauo (em dinheiro ou ttulos da dvida pblica); seguro-garantia (aplice de106 107

PREGO para aquisio de bens ou servios comuns, sempre do tipo menor preo. CRIMES NA LICITAO os tipos esto relacionados do artigo 89 ao artigo 99, da Lei n. 8.666/93 e a ao penal pblica incondicionada.

ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.95. 104 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.311. 105 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.215.

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SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.235. MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.206. 108 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.206.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROseguro que obrigue a segurada a executar o contrato ou indenizao, tambm conhecida por performance bond); fiana bancria (garantia fidejussria). O limite da garantia ser de 5% do valor do contrato, salvo se se referir a obras, servio e fornecimento de grande vulto, quando ser de at 109 10% do valor do contrato.D) PUBLICAO: a publicao resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que condio indispensvel para sua eficcia, ser providenciada pela Administrao at o quinto dia til do ms seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem nus, ressalvados o disposto no art. 26 110 desta Lei.

suspenso temporria de participao em licitao, impedimento de contratar com a Administrao Pblica 112 e declarao de inidoneidade.A) MULTA: a sano pecuniria que ser descontada da garantia ofertada, quando existente. No havendo garantia, ou sendo superior ao seu valor, poder a Administrao cobr-la judicialmente. Ela deve ser fixada no 113 instrumento convocatrio. B) SUSPENSO TEMPORRIA: importa a proibio de o contratante participar de licitao ou de vir a ser contratado por prazo no superior a dois anos. Depende de regular processo de apurao da responsabilidade administrativa pela inexecuo contratual e fica restrita ao mbito do rgo contratante. Pode ser aplicada conjuntamente com a 114 advertncia e multa. C) DECLARAO DE INIDONEIDADE: a sano administrativa mais gravosa estendida a todos os rgos e entidades da Administrao que a imps. imposta, ao contrrio das demais, pelos ministros de Estado, secretrios 115 estaduais ou municipais, ou como dispuser a lei local.

CLUSULAS EXORBITANTESA) ALTERAO UNILATERAL: a) quando houver modificao do projeto ou das especificaes, para melhor adequao tcnica aos seus objetivos; b) quando necessria a modificao do valor contratual em decorrncia de acrscimo ou diminuio quantitativa de seu 111 objeto, nos limites permitidos por esta Lei.

EXECUO DO CONTRATO ADMINISTRATIVOA) DIREITOS E OBRIGAES DAS PARTES DIREITOS DA ADMINISTRAO: o principal direito da Administrao o de exercer suas prerrogativas, alm da obteno do objeto do contrato. DIREITOS DO CONTRATADO: j o principal direito do contratado o de receber o preo (contratos de colaborao) ou a prestao devida pela Administrao 116 (contratos de atribuio). OBRIGAES DA ADMINISTRAO: as obrigaes da Administrao resumem-se, geralmente, ao pagamento do preo ajustado (contratos de colaborao) ou prestao do 117 objeto contratual (contratos de atribuio). OBRIGAES DO CONTRATADO: existem as seguintes obrigaes: execuo pessoal (cabe subcontratao se admitida pela Administrao), encargos de execuo (trabalhistas e fiscais). B) ACOMPANHAMENTO DA EXECUO DO CONTRATO: consiste na fiscalizao realizada por agente designado, que representa Administrao Pblica. C) RECEBIMENTO DO OBJETO: que pode ser provisrio ou definitivo, nos termos do art. 73 a art. 76, da Lei n. 8.666/93. D) EXTINO DO CONTRATO: A cesso do vnculo obrigacional entre as partes, ou seja, a extino do contrato d-se pelo cumprimento integral do avenado ou pelo seu 118 rompimento, atravs da resciso ou anulao. E) PRORROGAO DE CONTRATO: A prorrogao dos contratos administrativos somente pode ocorrer nas hipteses legalmente previstas (art. 57, 1), devendo ser justificada e previamente autorizada pela autoridade para

A alterao somente pode atingir as clusulas regulamentares ou de servio, j as clusulas econmicofinanceiras ou monetrias no podem ser alteradas sem a concordncia prvia do contratado.B) RESCISO UNILATERAL: a prerrogativa que tem a Administrao, para extinguir de maneira unilateral a relao contratual, em razo da supremacia do interesse pblico sobre o particular, conforme o rol do artigo 78, da Lei n. 8.666/93. Exemplo: inadimplemento de clusulas contratuais.

Resciso com culpa o contratado deve arcar com os prejuzos causados. Resciso sem culpa o contratado no precisa indenizar, em razo da teoria da impreviso.C) RESTRIO APLICAO DA EXCEO DO CONTRATO NO CUMPRIDO:

em razo dos princpios da supremacia do interesse pblico sobre o particular e da continuidade do servio pblico, no h paralisao do contrato administrativo com base na exceptio no adimpleti contractus, mas admite-se a exceo do contrato no cumprido no caso em que a inadimplncia da Administrao cria encargo insuportvel ao contratado, como ocorre no atraso superior a 90 (dias) dos pagamentos devidos pela Administrao, salvo calamidade pblica, grave perturbao da ordem interna ou guerra, podendo o contratado optar pela suspenso do cumprimento de suas obrigaes at a normalizao da situao de anormalidade (art. 78, XV, da Lei n. 8.666/93). APLICAO DAS PENALIDADES CONTRATUAIS A Administrao pode aplicar sem a interveno do Judicirio, as seguintes sanes administrativas: advertncia, multa, resciso unilateral do contrato,

112 113

109 110

ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.104. Lei n. 8.666/93, art. 61, pargrafo nico. 111 Lei n. 8.666/93, art. 65, I.

Lei n. 8.666/93, art. 87. ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.107. 114 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.107. 115 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.108. 116 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.220. 117 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.220. 118 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.222.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROcelebrar o contrato (art. 57, 2). Exemplo: alterao do projeto ou especificaes, pela Administrao. F) RENOVAO DO CONTRATO: a inovao no todo ou em parte do ajuste, mantido, porm, seu objeto inicial. A sua finalidade a manuteno da continuidade do servio pblico, pelo qu admite a recontratao direta do atual contratado, desde que as circunstncias a justifiquem e permitam seu enquadramento numa das hipteses legais de dispensa ou inexigibilidade de licitao, como ocorre, p.ex., quando o contrato original se extingue faltando pequena parte da obra, servio ou fornecimento para concluir, ou quando surge durante a execuo a necessidade de uma ampliao no prevista, mas facilmente executvel com o pessoal e equipamento j em atividade. Normalmente, entretanto, a renovao do contrato feita atravs de nova licitao, com observncia de todas as formalidades legais. Nesse caso vedado o estabelecimento no edital de clusulas que favoream o atual contratado em detrimento dos demais concorrentes, salvo as que prevejam sua indenizao por equipamentos ou benfeitorias a serem usados pelo futuro 120 contratado. PRAZO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS O prazo contratual , via de regra, coincidente com a vigncia do crdito oramentrio, que idntica ao ano civil (Lei n. 4.320/64, art. 34), salvo se celebrado o negcio no ltimo quadrimestre (CF, art. 167, 2). Excepcionam a regra, ainda, os projetos contemplados no plano plurianual; os servios prestados de forma contnua; o aluguel de equipamentos e a utilizao de programas de informtica. Para a Lei n. 8.666/93, no deve haver contrato 121 sem prazo definido (art. 57, 3). PRORROGAO excepcional realizada, nos termos do contrato e realizada atravs de termo de aditamento. INEXECUO DO CONTRATO ADMINISTRATIVOA) CULPOSA: a inexecuo doloso ou culposa (decorrente de negligncia, imprudncia ou impercia) leva 122 responsabilizao. B) SEM CULPA: h hipteses em que se apresenta justificada a inexecuo contratual: aplica-se a estas a chamada teoria da impreviso, como causa justificadora da inexecuo do contrato (fora maior, fato do prncipe, 123 fato da Administrao e interferncias imprevistas). O que isenta do dever de indenizar. TEORIA DA IMPREVISO: a aplicao dessa teoria s ter lugar diante da caracterizao do que se convencionou chamar de lea extraordinria. Oportuno registrar que a expresso lea representa os ricos que o particular enfrenta por ocasio de suas contrataes com o Poder Pblico. Assim, a lea ordinria representa os riscos, os prejuzos normais decorrentes da m gesto do contrato, razo pela qual a sua caracterizao no gera a possibilidade deFREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.223. MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.229. 121 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.104. 122 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.110. 123 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.110.120 119

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aplicao da teoria para a reviso das clusulas inicialmente fixadas. Por seu turno, a lea extraordinria representa os riscos, os prejuzos anormais resultantes da execuo de um contrato, razo pela qual a sua caracterizao gera a possibilidade de aplicao da teoria, modificando-se os termos iniciais do ajuste para o recomposio do equilbrio inicial da equao econmico-financeira, ou seja, a relao de igualdade entre os encargos do contratado e a corresponde remunerao a que ele faz 124 jus. CASO FORTUITO: evento decorrente da vontade do homem que repercute negativamente na execuo do contrato, impondo, no por desejo das partes (em especial do contratado), obstculo instransponvel, que no pode ser evitado. Exemplos: greve, paralisao de trabalhadores, 125 rebelies, conturbaes sociais etc. FORA MAIOR: evento decorrente da fora da natureza que, por ausncia de qualquer inteno das partes, impe obstculo execuo regular do contrato, sem que possa ser evitado. Exemplos: enchentes, inundaes, tufes, 126 vendavais etc. FATO DO PRNCIPE: refere-se a uma situao imprevisvel e posterior celebrao do contrato, impedindo ou dificultando, sobremaneira, a sua execuo, criada pelo Poder Pblico, que incide sobre todos os contratos por eles celebrados, autorizando a reviso das clusulas 127 inicialmente pactuadas. FATO DA ADMINISTRAO: toda ao ou omisso do Poder Pblico que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execuo [...] p.ex., quando a Administrao deixa de entregar o local da obra ou servio, ou no providencia as desapropriaes 128 necessrias, ou atrasa os pagamentos por longo tempo. INTERFERNCIAS IMPREVISTAS: so ocorrncias materiais no cogitadas pelas partes na celebrao do contrato, mas que surgem na sua execuo de modo surpreendente e excepcional, dificultando e onerando extraordinariamente o prosseguimento e a concluso 129 dos trabalhos. Exemplo: terreno rochoso. REVISO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO CONCEITO: busca-se o equilbrio econmico ou financeiro do contrato, contenha este ou no clusula de reajuste, o corre em dois casos: a) em virtude da supervenincia de fatos novos e imprevisveis ou b) por interesse da prpria Administrao Pblica. Exemplo: exigncia de novos processos tcnicos e aumentos de encargos ajustados. RESCISO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO RESCISO ADMINISTRATIVA: nesse caso, a resciso efetivada por ato prprio e unilateral da Administrao. Podemos, para fins didticos, dividir esse tipo de resciso em duas modalidades, de acordo com o motivo que aA)124 125

SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.252. ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.111. 126 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.111. 127 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.253. 128 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.233. 129 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.234.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROinspira: por inadimplncia do contrato, com ou sem 130 culpa, ou por interesse do servio pblico. B) RESCISO JUDICIAL: A resciso judicial normalmente requerida pelo contratado, quando do inadimplemento pela Administrao, j que ele no pode paralisar a execuo do contrato, nem rescindir o contrato unilateralmente. A lei n 8.666/93 admite cinco casos para o 131 pedido de resciso pelo contratado (art. 78, XIII a XVII). Nulidade do contrato administrativo a nulidade no exonera a Administrao do dever de indenizar o 132 contratado pelo que j houver executado. CONTRATO DE CONCESSO: ajuste pelo qual a Administrao delega ao particular a execuo remunerada de servio ou de obra pblica ou lhe cede o uso de um bem pblico, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condies regulamentares e 133 contratuais. No caso das concesses a nica modalidade de licitao permitida a concorrncia. 12. BENS PBLICOS CONCEITO: bens pblicos so todos os bens que pertencem s pessoas jurdicas de Direito Pblico, isto , Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios, respectivas 134 autarquias e fundaes de Direito Pblico. Podem ser: a) bens de uso comum do povo, b) bens de uso especial e c) bens dominicais. CLASSIFICAO 1. QUANTO TITULARIDADE: a) federais (art. 20, da CF), b) estaduais (art. 26, da CF) e c) municipais. 2. QUANTO DESTINAO: so os que se destinam utilizao geral pela coletividade (por exemplo, mares, 135 rios, estradas, ruas e praas). B) BENS DE USO ESPECIAL: so os que se destinam especificamente execuo dos servios pblicos [...] Tais bens, como tm uma finalidade pblica permanente, 136 so tambm chamados bens patrimoniais indisponveis. C) BENS DOMINICAIS: so os bens que, embora constituam o patrimnio pblico, no possuem uma destinao pblica determinada ou um fim administrativo especfico, por isso mesmo so denominados bens patrimoniais disponveis (por exemplo, as terras sem destinao pblica especfica, os prdios 137 pblicos desativados e os mveis inservveis). AFETAO E DESAFETAOA) BENS DE USO COMUM DO POVO:

BENS De uso comum do povo De uso especial Dominicais

CARACTERSTICA Afetado Afetado Desafetado

A) AFETAO: o bem afetado utilizado para um fim pblico determinado. B) DESAFETAO: o bem desafetado no est sendo usado para qualquer fim pblico, tais bem podem ser alienados.

OBS: Os bens pblicos possuem as seguintes caractersticas: inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade e no-onerao. 12. INTERVENO DO ESTADO NA PROPRIEDADE INTERVENO DO ESTADO NA PROPRIEDADE: so fundamentos para a interveno do Estado na propriedade particular: a funo social da propriedade e a prevalncia 138 do interesse pblico. CLASSIFICAOA) URBANA: a propriedade urbana cumpre a funo social quando atende s exigncias fundamentais de 139 ordenao da cidade expressas no plano diretor. B) RURAL: a propriedade rural atende a funo social quando atende simultaneamente as exigncias do artigo 186, da CRFB/88.

LIMITAES AO DIREITO DE PROPRIEDADE LIMITAES ADMINISTRATIVAS: so limitaes impostas por ato administrativo genrico, no destinado a propriedades determinadas, visando atender ao interesse pblico por meio de obrigao de no fazer (se a obrigao for de fazer tem-se a imposio de servido). Atingem o carter absoluto do direito de propriedade (o poder de usar, gozar e dispor da coisa). A limitao no acarreta o direito de indenizao, salvo se indevida, ilegal, gerando a apurao da responsabilidade civil (e o conseqente dever de indenizar o prejuzo causado). So exemplos as limitaes de altura de edifcios, a metragem mnima de 140 recuo para construes de imveis, dentre outras. B) OCUPAO TEMPORRIA: a forma de interveno pela qual o Poder Pblico usa transitoriamente imveis privados, como meio de apoio execuo de obras e 141 servios pblicos. Exemplo: uso de escolas para eleio, campanhas de vacinao ou terrenos para depsito de materiais e equipamentos. C) TOMBAMENTO: definido como meio de interveno na propriedade que traz restries quanto ao seu uso, tendo por objetivo a proteo do patrimnio histrico e artsticoA)

FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.226. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.226. Lei n. 8.666/93, art. 59, pargrafo nico. 133 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.251. 134 MELLO. Celso Antnio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. So Paulo: Malheiros, 2000, p.727 135 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.614. 136 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.488. 137 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.614.131 132

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138 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.564 139 CRFB/88, art. 182, 2. 140 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.150. 141 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.570

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROnacional. O bem recebe a caracterstica da imodificabilidade. D) REQUISIO ADMINISTRATIVA: no caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio 143 indenizao ulterior, se houver dano.E) SERVIDO ADMINISTRATIVA: as servides administrativas se caracterizam tambm como um meio de interveno na propriedade que traz restries quanto ao uso, sem perda da posse, traduzidas pela imposio de um nus real para assegurar a realizao e a conservao de obras e servios [...] Surgem como exemplos de situaes caracterizadoras de servides administrativas a imposio compulsria pelo Poder Pblico da passagem de rede eltrica por uma ou por algumas propriedades determinadas, a passagem de uma rede de tubulao de 144 gua, gs ou petrleo. PECULIARIDADES142

cumprimento da funo social da propriedade. (interesse social) COMPETNCIA: no caso de imvel urbano os Municpios e no caso de imvel rural a Unio. 1. DESAPROPRIAO RURAL: compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo a sua funo social, mediante prvia e justa indenizao em ttulos da dvida agrria, com clusula de preservao do valor real, resgatveis no prazo de at vinte anos, a partir do segundo ano de sua emisso, e cuja utilizao ser definida 150 em lei. Em relao a indenizao das benfeitorias teis e necessrias dever ser em dinheiro e no em ttulos. Art. 185. So insuscetveis de desapropriao para fins de reforma agrria: I a pequena e mdia propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietrio no possua outra; II a propriedade produtiva. 2. DESAPROPRIAO URBANSTICA: a desapropriao que tem por fundamento o art. 182, 4, III da CF, e pode ser denominada de desapropriao urbanstica, de 151 competncia exclusiva do municpio. Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/01): visa assegurar a ocupao e explorao racional do solo e construes urbanas de modo que a propriedade cumpra a funo social. Sendo necessrio a interveno pode ser atravs dos seguintes instrumentos: a) parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios; b) aplicao de IPTU progressivo; c) desapropriao. 3. DESAPROPRIAO CONFISCATRIA: as glebas de qualquer regio do Pas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrpicas sero imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentcios e medicamentosos, sem qualquer indenizao ao proprietrio e sem prejuzo de outras sanes previstas 152 em lei. PROCEDIMENTO O procedimento da desapropriao denominado bifsico, em razo de realizar-se em duas fases: a fase declaratria e a executria. 1 FASE (DECLARATRIA): com a indicao do bem, da necessidade, da utilidade pblica ou do interesse social a 153 ser alcanado, seja por lei ou decreto. Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, no impede a declarao de utilidade pblica para desapropriao do imvel, mas o valor da obra no se

1. Instituio: a) acordo administrativo; 2. Inscrio no Registro de Imveis: por ser direito real de uso em favor do Estado e para produzir efeitos erga omnes.F) DESAPROPRIAO: desapropriao ou expropriao o procedimento administrativo pelo qual o estado (ou seus delegados) retira compulsoriamente a propriedade particular, por necessidade pblica, utilidade pblica ou 145 interesse social, mediante justa indenizao.

CARACTERSTICAS DA DESAPROPRIAO A desapropriao forma originaria de aquisio da propriedade, porque no provm de nenhum ttulo anterior, e, por isso, o bem expropriado torna-se insuscetvel de reivindicao e libera-se de quaisquer nus que sobre ele incidissem precedentemente, ficando os eventuais credores 146 subrogados no preo. MODALIDADES DE DESAPROPRIAO DESAPROPRIAO ORDINRIA: a denominada desapropriao ordinria, consideram-se os motivos de necessidade pblica, utilidade pblica e interesse social, mediante pagamento prvio, justo e em dinheiro. COMPETNCIA: podem realizar a desapropriao ordinria: Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e Territrios. NECESSIDADE PBLICA: decorrente de soluo para 147 problemas urgentes. UTILIDADE PBLICA: quando for conveniente ao 148 interesse coletivo, embora no seja imprescindvel. INTERESSE SOCIAL: melhor aproveitamento para 149 soluo de problemas sociais. B) DESAPROPRIAO EXTRAORDINRIA: a indenizao mediante pagamento em ttulos da dvida pblica, resgatveis em at 10 anos para imveis urbanos e mediante pagamento em ttulos da dvida agrria resgatvel em at 20 anos para imveis rurais, em razo do noA)SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.398. CRFB/88, art. 5, XXV. SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. So Paulo: EDJ, 2004, p.397. 145 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.585. 146 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2003, p.570. 147 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.586. 148 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.586. 149 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.586.143 144 142

150 151 152

CRFB/88, art. 184, caput. FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.587. CRFB/88, art. 243, caput. 153 ROSA. Mrcio Fernando Elias. Direito Administrativo. So Paulo: Saraiva, 2003, p.153.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIROincluir na indenizao, quando a desapropriao for efetivada. (STF. Smula n. 23) 2 FASE (EXECUTRIA): com a estimativa da justa indenizao e a consolidao da transferncia do domnio 154 para o Poder expropriante. INDENIZAO: devida a indenizao em dinheiro, salvo nos casos de desapropriao para fins de reforma agrria e desapropriao de bens que no atendam ao plano diretor. A indenizao somente abrange as benfeitorias necessrias, quando feitas aps a declarao de utilidade pblica ou de interesse social, e as teis, quando o proprietrio for autorizado pelo Poder Pblico; no so indenizveis as benfeitorias volupturias feitas aps a referida declarao. JUROS: so compensatrios e moratrios.A) COMPENSATRIOS: so aqueles que visam compensar a perda de renda sofrida pelo proprietrio do bem expropriado. B) RETROCESSO: a obrigao que se impe ao expropriante de oferecer o bem expropriado, mediante a devoluo do valor da indenizao, quando no lhe der o destino declarado no ato expropriatrio [...] Se o expropriante no cumprir essa obrigao, o direito do expropriado resolve-se em perdas e danos, uma vez que os incorporadores ao patrimnio pblico no so objeto de reivindicao (Dec.-Lei 3.365/41, art. 35) [...] em casos de desapropriao para implantao de parcelamento popular, destinado s classes de menor renda, no se dar outra 157 utilizao, nem haver retrocesso. C) ANULAO: como todo ato administrativo, o expropriatrio est sujeito invalidao pelo Judicirio [...] se falto de requisito (competncia, forma, finalidade, motivo e objeto), o ato poder ensejar a impetrao de mandado de segurana ou ao popular (Lei n. 4.717/65, arts. 1, 2 e 6). O expropriado poder valer-se, ainda, da ao direta (Dec.-Lei n. 3.365/41, art. 20) para questionar judicialmente o ato ilegal. A interveno do Ministrio 158 Pblico obrigatria em todas as hipteses.

13. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONCEITO: por improbidade administrativa entende-se o ato que afronta os princpios norteadores da atuao administrativa; designativo da chamada corrupo administrativa ou, tecnicamente, fato jurdico decorrente de conduta humana, positiva ou negativa, de efeitos jurdicos involuntrios. ilcito poltico administrativo, que induz aplicao de sanes de natureza extrapenal em 159 processo judicial. LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: a Lei n. 8.429/92, que complementa o artigo 37, 4, da CRFB/88, tipificando as condutas e impondo as sanes decorrentes da improbidade administrativa. SUJEITOS DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

MORATRIOS: destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da