51 | o jovem | julho e agosto 2012

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o jovem o jovem Entrevista | E já passou um ano. O Presidente da Juventude Popular dá uma grande entrevista a’O Jovem num momento de retrospectiva e projecção do futuro. [p.16] Miguel Pires da Silva Dossier | Tudo sobre “O Liberalismo Clássico” – 3ª Parte, por Miguel Ribeiro. [p.12] Convidado | Pedro Pinto Lopes, Presidente da JP Penafiel, assina a opinião convidada. [p.14] Especial | Um ano depois de Lamego. Sabe o que fizeram os órgãos nacionais da JP [p.6] Jornal Oficial da Juventude Popular da Maia 51 | Julho e Agosto 2012 | Ano XXVI www.jpmaia.com edição de Verão!

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Edição Especial de Verão 2012.

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Page 1: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

o jovem o jovem

Entrevista | E já passou um ano. O

Presidente da Juventude Popular dá

uma grande entrevista a’O Jovem

num momento de retrospectiva e

projecção do futuro. [p.16]

Miguel Pires da Silva

Dossier | Tudo sobre “O

Liberalismo Clássico” – 3ª Parte,

por Miguel Ribeiro. [p.12]

Convidado | Pedro Pinto Lopes,

Presidente da JP Penafiel,

assina a opinião convidada. [p.14]

Especial | Um ano depois de

Lamego. Sabe o que fizeram os

órgãos nacionais da JP [p.6]

Jornal Oficial da Juventude Popular da Maia

51 | Julho e Agosto 2012 | Ano XXVI www.jpmaia.com

edição de Verão!

Page 2: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

2 | julho/agosto 2012 o jovem

ficha técnica

Propriedade: Comissão Política Concelhia da Juventude Popular da Maia | Edição: Manuel Oliveira | Colunistas desta edição: Miguel Ribeiro, Ângelo Miguel, João Ribeirinho Soares, Manuel Oliveira, André Bazan | Entrevistado desta edição: Miguel Pires da Silva | Convidados desta edição: Pedro Pinto Lopes, José Miguel Lello e Tiago Loureiro | www.jpmaia.com | [email protected] | Distribuição Digital | Julho/Agosto 2012 | O Jovem 1985 - 2012

A cultura da (in)dependência por André Correia [pág.10]

sumário

Uma pintura para ser avaliada! por José Miguel Lello e Tiago Loureiro [pág.6]

especial

Manuel Oliveira [pág.4] João Ribeirinho Soares [pág.4] Ângelo Miguel [pág.22] André Bazan [pág. 24]

opinião

Liberalismo Clássico | 3ª Parte por Miguel Ribeiro [pág.12]

dossier convidado especial

Pedro Pinto Lopes [pág.14]

entrevista Miguel Pires da Silva, Presidente da JP

[pág.16]

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o jovem julho/agosto 2012 | 3

EDITORIAL Comissão Política Concelhia Juventude Popular da Maia

Reunião com a Vereação da Juventude da CMMaia

notícia

É verdade, já passou um ano desde o Congresso Nacional da

Juventude Popular na cidade de Lamego. Parece que foi

ontem. Como já vem sendo hábito nesta casa, O Jovem está

atento e preparou uma edição especial de Verão que foca toda

a sua atenção nesta particularidade.

O Presidente da Juventude Popular, Miguel Pires da Silva, faz

finalmente capa no nosso jornal com uma entrevista que terás

todo o gosto em ler. Este nortenho de 29 anos faz uma

retrospectiva deste primeiro ano de “governação” da nossa jota

sem esquecer, claro está, o futuro. Terás a oportunidade de

acompanhar as reflexões do Miguel sobre o estado actual do

País e descobrir alguns dos seus gostos pessoais.

A edição de Junho de 2012 d’O Jovem é quase toda ela

centrada numa mulher: Vera Rodrigues. Não é que sejamos a

favor das quotas na política e muito menos as praticamos neste

jornal mas a verdade é que os exemplos femininos na política

são tão escassos que temos de os aproveitar. Ainda mais se os

forem do CDS. Ainda mais se os forem do Porto. Ainda mais se

os forem de sucesso. E a Vera é um sucesso presente e uma

aposta clara e contínua de futuro. Nas páginas seguintes terás

não só a oportunidade de apreender todos os conceitos que a

deputada da JP passou na última iniciativa da Juventude

Popular da Maia sobre o primeiro ano de Governo mas também

de te deliciar com uma entrevista alargada sobre pormenores

da vida da deputada e a sua visão de Portugal. A não perder.

E aqui vamos nós. O tempo passa verdadeiramente a correr.

Nesta edição damos-te a conhecer tudo sobre a tomada de

posse da ainda oficialmente, e para sempre oficiosamente,

melhor concelhia da Juventude Popular.

A Jota da Maia está mais madura e atenta. Cansada, talvez.

Mas com muito sangue novo também. É o trabalho e a

dedicação que esgota capacidades, horas e ideias. Há um claro

comprometimento nesta casa com nunca desistir. E já se

passou tanto para que isso pudesse acontecer. Tanto que agora

já parece uma volta no parque. Sabemos o que fazemos,

sempre soubemos. Sabemos como sempre seremos. Assim,

como hoje, e nem mais nem menos.

A ausência de liderança nas estruturas pode conA contar desta

edição contaremos com novos espaços de opinião com ilustres

convidados. Todos os meses a Distrital do Porto da Juventude

Popular assinará uma coluna apelidada de “Este é o Norte!”,

pela mão do seu Presidente João Ribeirinho Soares, que

Mas O Jovem dá-te mais: não percas a leitura essencial do

especial “Uma pintura para ser avaliada” dividida em duas

partes. Uma da responsabilidade do Secretário-Geral da

Comissão Política Nacional da JP, José Miguel Lello, e outra da

responsabilidade do Coordenador do Gabinete de Estudos da

JP, Tiago Loureiro. Dois textos que te ajudarão a compreender

tudo o que estes dois órgãos nacionais realizaram no último

ano.

O tema do “Liberalismo Clássico” continua presente agora com

a terceira, e última, parte do texto produzido pelo Miguel

Ribeiro. Sabe mais sobre …

Por estes lados não há praticamente férias. Continuamos a

trabalhar por ti e para ti. É um bom hábito que não queremos

que vá embora. Boas férias! Bom Verão!

Este mês os textos de opinião ficam a cargo do João Ribeirinho

Soares, do Ângelo Miguel, do Manuel Oliveira e do convidado

especial Hugo Nunes.

Não percas a primeira parte do Dossier sobre Liberalismo

Clássico, pelo Secretário-Geral da Juventude Popular da Maia,

Luís Miguel Ribeiro e acompanha mais dois textos de enorme

qualidade do André Bazan e do Ângelo Miguel. Este mês temos

também mais um amigo a ocupar um espaço reservado apenas

a essas pessoas especiais: Daniel Albino, militante da

Juventude Popular de Lisboa e ex-Secretário Geral adjunto, é o

convidado.

Motivos mais do que suficientes para acompanhares O Jovem

naquela que será uma edição que antecede a cobertura especial

da próxima iniciativa da concelhia maiata: Tertúlia “Um Ano de

Governo” com a deputada Vera Rodrigues. Entretanto, e com

uma vontade enorme, continuaremos por aqui a trazer-te todas

as notícias no mais antigo jornal da JP. Há uma alma que não se

mata. Nem que tenha só uma página.

nesta nova edição que mantém o espaço de entrevista a uma

figura destacada. Este mês contamos com o incansável José

Lello, Secretário-Geral da Juventude Popular. Como uma

leitura leve e descontraída podes encontrar a secção “Sabias

que…” com dados curiosos e pertinentes da história da

concelhia da Maia, da JP e do CDS.

Desafiamos-te a escreveres connosco mais um capítulo desta

tão recheada história. Há jornais épicos.

Parece que foi ontem

No passado dia 26 de Julho a Juventude Popular da Maia reuniu

com a Vereação da Juventude da Câmara Municipal da Maia

com o objectivo da apresentação, por parte deste órgão, do seu

mais recente projecto. Um projecto que surge após a dissolução

da Feira das Oportunidades, que todos os anos tinha lugar no

Parque Central da Maia, e que vai colmatar, para bem melhor,

esta situação.

A Juventude Popular da Maia ficou francamente agradada com

tudo o que ouviu sobre esta nova iniciativa que terá como tema

central o Empreendedorismo e a Inovação. Uma ideia que

sempre defendemos nos Conselhos Municipais da Juventude e

que agora terá a grande oportunidade de se realizar. Como será

lógico e da mais elementar boa-fé, a Juventude Popular da

Maia parabenizou o Pelouro pelas linhas mestras deste projecto

colocando-se ao dispor para toda ajuda que seja necessária.

Embora não nos seja possível para já revelar pormenores, os

indicadores apontam para um projecto que tudo tem para

resultar e ser um exemplo a seguir em todas as autarquias.

Álvaro Castello-Branco é o novo Presidente da Comissão

Política Distrital do Porto do CDS. Num cargo que já

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Este é o Norte! Por Terras de Lidador

por João Ribeirinho Soares Presidente da Distrital do Porto da JP

por Manuel Oliveira Presidente da Juventude Popular da Maia

Saber ser oposição

facebook.com/juventudepopularmaia

Espírito Olímpico

Em tempos de Jogos Olímpicos (JO) e após ler e ouvir

diversos comentadores criticarem a missão olímpica (MO)

portuguesa com manchetes pseudo-cómicas tendo a

coragem de assinar artigos onde comparam uma nação às

medalhas conseguidas por Phelps em 12 anos de carreira

humilhando-se a si próprios, não poderia remeter-me ao

silêncio e às gloriosas vitórias futebolísticas que vou

festejando anualmente.

Durante os JO de Londres repetiram-se as notícias nos mais

diversos órgãos de comunicação social com uma constante

humilhação da nossa Nação. O chefe da MO altamente

revoltado deu uma conferência de imprensa acusando o País

de “falta de espírito desportivo” e a comunicação social de

“não compreender os feitos” dos atletas portugueses. Este

alto responsável desportivo lançou não um mero recado à

classe política e aos portugueses mas sim uma severo ataque

à forma como se tem vindo a fazer as coisas por cá. Não sei o

que vai na cabeça deste senhor mas espero que as suas

palavras sejam analisadas e debatidas com seriedade, sem

populismo nem demagogia. Perguntarão os portugueses

como é possível haver “falta de espírito desportivo” em

Portugal? Com tantos campos de futebol, pistas de atletismo,

pavilhões gimnodesportivos e centros de alto rendimento,

como é possível falhar? Depois de tanto dinheiro gasto e após

tantas promessas dos mais variados Presidentes de Câmara

em construir um campo de futebol e um gimnodesportivo por

freguesia como é possível um desaire destes? Para que

servem então as infra-estruturas desportivas espalhadas

pelos concelhos do País se nem conseguem incutir o tal

“espírito desportivo” nos portugueses? Esta é mais uma prova

de que o decreto político não faz milagres. Da mesma forma

que não se cria 150 mil empregos por decreto, nem se vaticina

o fim da crise ou um memorável desempenho económico,

não iremos conseguir por a classe política a incutir “espírito

desportivo” nos portugueses. Infelizmente andamos a pagar

os erros do passado mas por mais que queiram ainda somos

livres de escolher o desporto que queremos praticar e graças

a Deus não vivemos na Coreia do Norte.

Não poderia deixar de dar os parabéns aos nossos atletas da

canoagem que conseguiram uma medalha de prata histórica.

.e a todos os que se superaram e elevaram o nome de

Portugal ao mais alto nível. Parabéns. Como sabem, na passada semana milhares de militantes do

CDS e da JP elegeram a nova Comissão Política Distrital do

facebook.com/jpdistritalporto

Desde que assumi o desafio em 2009 de ser o principal

responsável por esta casa maiata jovem popular que

tenho tentado manter uma linha coerente e séria

naquelas que são as posições políticas da estrutura em

relação aos mais variados temas. Desde que assumi as

presentes funções que não me recordo de o CDS e a JP

na Maia serem oficialmente parceiros do partido

dominante na Câmara Municipal do nosso concelho.

Muito menos me recordo, e já levo uns bons oito anos

disto, de uma parceria séria e frutuosa entre o CDS e a

JP na Maia com o partido dominante na Câmara

Municipal. Eu sei que estou a ser repetitivo mas, e para

quem tem problemas de lentidão, lugares

aparentemente dourados em empresas de transporte

de passageiros não se encontram aqui classificados.

Repito: parceria séria e frutuosa não me recordo.

Agora, é neste ponto que entra exactamente o que

comecei a explicar no início.

Saber ser oposição é, e novamente para aqueles mais

desatentos ou simplesmente burros, promover apenas

o ideal de bem-estar da nossa população em qualquer

que seja o objectivo. É isso que, e sem modéstia

qualquer da minha parte, a Juventude Popular da Maia

tem feito nos últimos três anos. Se for preciso dizer que

a Câmara Municipal gasta erradamente o dinheiro dos

contribuintes, nós dizemos. Se for preciso dizer que os

intervenientes na Assembleia Municipal não são

dignos, em determinados momentos, da

responsabilidade que o eleitorado maiato lhes conferiu,

nós dizemos. Se for preciso dizer que acabar com a

Feira das Oportunidades e lançar um novo conceito

focado em termos práticos no Empreendedorismo foi o

melhor que o Pelouro da Juventude da Autarquia fez,

nós dizemos. E apoiamos.

Ser oposição é isto: estar atento, ser responsável e

despretensioso. É por isto que eu amo esta casa e toda

a inveja que ela provoca nos outros.

É certo e sabido que o poder autárquico (instalado) dá

emprego a muita boa gente. Boa gente, sublinho. É um

facto que não me enche de orgulho mas sinceramente

também não me afecta minimamente. Não sou

daqueles, nunca fui, que diz que um dos principais

opinião

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o jovem julho/agosto 2012 | 5

Diogo Freitas do Amaral foi o primeiro Presidente do CDS?

Entre 1974 e 1986 esteve activamente envolvido na defesa

da Democracia Cristã. Co-fundador do Partido do Centro

Democrático Social, logo após o 25 de Abril de 1974, foi

Presidente da Comissão Política Nacional do CDS,

entre 1974 e 1982 e, de novo, entre 1988 e 1991. Após a vitória

da Aliança Democrática, em 1980, fez parte do VI Governo

Constitucional, como Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos

Negócios Estrangeiros. Após a morte de Francisco Sá

Carneiro, em Camarate, cuja morte e dos que o

acompanhavam lhe coube anunciar na televisão, assumiu

funções como Primeiro-Ministro interino do mesmo Governo.

Integrou o VIII Governo Constitucional, de Pinto Balsemão,

como Vice-Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa Nacional,

de 1981 a 1983. Entre 1981 e 1982 foi Presidente da União

Europeia das Democracias Cristãs.

Candidato a Presidente da República nas eleições de 1986,

obteve o apoio do PSD e do CDS, atingindo 48,8% dos votos

na segunda volta, próximos, mas insuficientes para a vitória.

Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa, nascido a 18 de

Abril de 1943, foi, conjuntamente com Diogo Freitas do

Amaral, fundador do Centro Democrático Social uns meses

depois da revolução de 25 de Abril de 1975.

Por muitos, das mais variadas áreas ideológicas, é

considerado um dos políticos mais brilhantes e capazes de

sempre da história contemporânea portuguesa. Foi

Ministro da Defesa Nacional num Governo de Francisco Sá

Carneiro sustentado pela coligação do Partido Social

Democrata, pelo Centro Democrático Social e pelo Partido

Popular Monárquico. Juntos constituíram a Aliança

Democrática que só viria a ser afectada em 1980 pelo

desastre aéreo de Camarate que assassinou Amaro da

Costa e Sá Carneiro. Assim nascia o mito.

Um dia disse que “a Juventude não é instalada!” Hoje é o

Sabias que...

Diogo Freitas do Amaral

Fonte: Wikipedia

Adelino

Manuel

Lopes

Amaro da

Costa,

nascido a

18 de

Abril de

1943, foi,

conjunta

mente

com

Diogo

Freitas do

Amaral,

fundador

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Os actuais órgãos nacionais da Juventude Popular foram eleitos há

um ano na cidade de Lamego. Esta é a altura de fazer um balanço do

trabalho desenvolvido. O Jovem convidou o Secretário-Geral da JP,

José Miguel Lello, e o Coordenador do Gabinete de Estudos, Tiago

Loureiro, para que fiques a par de todos os indicadores da tua Jota!

Uma pintura para ser avaliada!

especial

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ouco mais de um ano passado desde o Congresso de

Lamego muito aconteceu no seio da Juventude Popular.

Assiste-se hoje a uma JP mais unida e coesa, com os olhos

postos no Futuro.

O ano que passou foi um ano de extrema complexidade e

bastante exigente a nível nacional. Como todos sabem a

Comissão Politica Nacional herdou uma estrutura cansada

e dividida, na qual reinavam sentimentos como a

discórdia, falta de confiança e cepticismo em relação ao

actual mandato, como também em relação à Secretaria-

geral, ou seja, tornou-se absolutamente prioritário fazer

jus ao título da nossa Moção e rapidamente promover a

União e o Crescimento no seio da Juventude Popular.

Neste sentido julgo imperativo fazer uma análise assente

em três linhas: JP Nacional (continental); Relações

Internacionais e Ilhas.

Em termos nacionais este primeiro ano foi um ano decisivo

na construção e solidificação da Juventude Popular.

Tornou-se absolutamente essencial conseguir criar laços e

unificar a estrutura ao mesmo tempo que se deu um forte

impulso eleitoral e, consequentemente de crescimento.

Este abrupto crescimento fez com que obrigatoriamente a

Comissão Politica Nacional (CPN) atravessasse um período

de reflecção e crescimento, no qual se traduziu como

inevitável a cada vez maior profissionalização da JP a

todos os níveis. Consciente das necessidades internas que

semelhante crescimento acarreta, e cumprindo aquilo a

que se tinha proposto no Congresso Electivo, Miguel Pires

da Silva foi um dos fortes impulsionadores à realização de

um Congresso Estatutário em Fevereiro deste ano,

decidindo ainda que a CPN, de forma a demostrar total

transparência e integridade, não iria apresentar nenhuma

Proposta de Alteração Estatutária. Garantiu-se assim uma

total e franca abertura a todos os militantes e estruturas

eleitas na construção e na modelação do futuro da JP.

Conscientes das necessidades e das responsabilidades que

iram recair sobre os militantes da Juventude Popular nas

eleições autárquicas de 2013, a Juventude Popular, em

convénio com o Gabinete Autárquico do CDS-PP, deu início

a um “tour” nacional no qual se pretende consciencializar e

formar os nossos militantes dos desígnios futuros que os

esperam. Esta parceria foi por todos acolhida e

eleições autárquicas de 2013, a Juventude Popular, em

convénio com o Gabinete Autárquico do CDS-PP, deu

início a um “tour” nacional no qual se pretende

consciencializar e formar os nossos militantes dos

desígnios futuros que os esperam. Esta parceria foi por

todos acolhida e desenvolvida com o máximo interesse.

Apesar do esforço físico e financeiro que esta acarreta,

acreditamos que a partilha e o envolvimento entre os

militantes de ambas as instituições se traduziria em

resultados bastante benéficos. Por um lado aumentou a

cumplicidade entre as estruturas eleitas ou em vias de

eleição com o CDS distrital e/ou Concelhia, bem como os

dirigentes e militantes da JP tiveram uma oportunidade

única de consciencialização dos reais problemas dos seus

Distritos e Concelhias por parte daqueles que diariamente

laboram em prol do desenvolvimento das suas terras

natais.

Neste último ano, a JP teve um crescimento que, em nota

pessoal, julgo bastante positivo. Cresceu sensivelmente

três mil militantes (3000), a uma média de duzentos e

cinquenta (250) novos militantes por mês, foi eleita a

Comissão Politica Distrital de Leiria, foram realizadas mais

de cem (100) eleições e existem já várias eleições

(Distritais e Concelhias) para serem marcadas após as

férias de verão. Claro que este crescimento obriga a todo

um novo paradigma de apoios e envolvimento por parte

da CPN com as estruturas eleitas. Desta forma, têm vindo

a ser criados os mais diversos materiais logísticos para o

apoio das actividades realizadas pelas estruturas, ao

mesmo tempo que, num período económico interno

bastante exigente, existiu uma total e franca

disponibilidade continua no apoio e no desenvolvimento

das actividades promovidas pela Distritais e Concelhias

eleitas.

Chegado a este ponto torna-se obrigatória fazer uma

menção a todos aqueles que de forma paralela com a CPN

trabalham de forma afincada no crescimento e na

dinamização da JP. Mesmo estando em Agosto, existem

Comissões Politicas Distritais e Concelhias que estão a

efectuar campanhas de dinamização da JP, que estão

reunidas com as Concelhias do CDS com os olhos postos na

criação de uma mais valia para com as eleições que se

avizinham, trabalhando na formação de novas Concelhias e

aumentando o número de militantes naquelas que já

existem. É com imenso orgulho que afirmo que, mesmo

estando em período de férias, é raro o dia em que não

chegam até à Secretaria Geral novas Propostas de

Militância provenientes de todo o país. Ainda de âmbito

nacional, uma nota muito especial ao Gabinete de Estudos

P

O Jovem concentrou neste especial dois textos importantes para compreenderes o trabalho de um ano “pós-Lamego”.

por José Miguel Lello Secretário-Geral da Juventude Popular

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existem. É com imenso orgulho que afirmo que, mesmo

estando em período de férias, é raro o dia em que não

chegam até à Secretaria Geral novas Propostas de

Militância provenientes de todo o país. Ainda de âmbito

nacional, uma nota muito especial ao Gabinete de Estudos

Gonçalo Begonha (GEGB), cujo trabalho e empenho neste

ultimo ano vieram revelar que, aquando do Congresso de

Lamego, não poderiam ter sido convidados, propostos e,

consequentemente, eleita melhor equipa, claramente uma

aposta ganha.

A JP tem bastantes compromissos a nível internacional.

Miguel Pires da Silva (Representante da JP Internacional),

em Ano Europeu da Juventude, encarou com naturalidade

tal desígnio e tem trabalhado de forma afincada para que

a JP seja vista não apenas como um membro pagador de

quotas, mas sim como uma voz cada vez mais activa e

preponderante nas mais diversas instancias. Neste sentido

foi feita uma selecção das instituições chave com as quais

se iria trabalhar e, pedida escusa daquelas que não se

revelariam uma mais-valia às nossas políticas. Reflexo do

trabalho e empenho que tem vindo a ser desenvolvido,

hoje Miguel Pires da Silva ocupa dois lugares de relevo e

destaque. Vice-Presidente do “Democrat Youth Community

of Europe” (DEMYC) e Membro Executivo da Direcção do

“International Young Democrat Union” (IYDU).

A CPN eleita deparou-se com uma situação bastante

delicada no que toca aos Arquipélagos. Tanto a Madeira

como os Açores iam ser palco de eleições regionais em

situações políticas bastante adversas e radicalmente

diferentes entre si. Por um lado, na Madeira, uma JP forte,

motivada e identificada ao máximo com o partido. O ano

de 2011 marcava no arquipélago o verdadeiro paradigma

de mudança politica após mais de três décadas de

despesismo exacerbado que deixou ambas as ilhas numa

situação extraordinariamente delicada a todos os níveis.

Por outro lado nos Açores vivia-se uma situação bastante

mais complexa. Nove ilhas distanciadas pelo vasto Oceano

Atlântico das quais todas apresentam situações e

dificuldades muito diferentes, partilhando um elo comum

entre si, a latente falta de oportunidades para os mais

jovens, com a agravante de que a JP Açores se encontrava

adormecida, não existindo nenhuma estrutura eleita.

Em ambos os casos houve uma total disponibilidade de

ajuda, empenho e trabalho da nossa parte.

Na Madeira, como tiveram oportunidade de constatar

pelos resultados eleitorais, as eleições correram muitíssimo

bem, tendo sido obtido um resultado histórico. A JP está

de Parabéns! Houve uma dedicação e mobilização durante

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diferentes entre si. Por um lado, na Madeira, uma JP forte,

motivada e identificada ao máximo com o partido. O ano

de 2011 marcava no arquipélago o verdadeiro paradigma

de mudança politica após mais de três décadas de

despesismo exacerbado que deixou ambas as ilhas numa

situação extraordinariamente delicada a todos os níveis.

Por outro lado nos Açores vivia-se uma situação bastante

mais complexa. Nove ilhas distanciadas pelo vasto Oceano

Atlântico das quais todas apresentam situações e

dificuldades muito diferentes, partilhando um elo comum

entre si, a latente falta de oportunidades para os mais

jovens, com a agravante de que a JP Açores se encontrava

adormecida, não existindo nenhuma estrutura eleita.

Na Madeira, como tiveram oportunidade de constatar

pelos resultados eleitorais, as eleições correram

muitíssimo bem, tendo sido obtido um resultado histórico.

A JP está de Parabéns! Houve uma dedicação e

mobilização durante toda a campanha absolutamente

irrepreensíveis, reconhecida pelo CDS Madeira. Podemos

destacar o facto do líder da JP Madeira à época, Lídio

Aguiar, ter sido convidado para Mandatário da Campanha

Regional e, posteriormente, eleito deputado regional.

Os Açores é um caso diferente, pois ainda não houve

eleições. Mas já se sentem sinais de crescimento e

mobilização bastantes inspiradores e auspiciosos. Apesar

das dificuldades logísticas e politicas que se vivem, cujo

apontamento julgo não ser necessário, existem neste

momento sete Concelhias eleitas. Estão a ser trabalhadas e

perspectivadas novas Concelhias que serão eleitas no mês

de Setembro. Desta forma iremos conseguir que em plena

campanha eleitoral a JP e o CDS se apresentem como uma

alternativa viável e segura para todos os jovens açorianos

que hoje, mais do que nunca, precisam de uma mão amiga

e consciente no processo de crescimento de modo a que

todos possam ver melhorado o seu índice de satisfação

futura.

Muito mais tem que ser feito, e muito mais se vai fazer!

Mas, neste momento de balanço, posso afirmar que

passado um ano existem seis palavras que definem aquela

que foi a nossa JP: União; Crescimento; Trabalho;

Dedicação; Profissionalização e Maturidade e acreditem

que tenho orgulho em trabalhar e pertencer a uma equipa

que tudo fez e faz para elevar estes valores no seio da

nossa Instituição.

Com Um Abraço Amigo:

interesse. Apesar do esforço físico e financeiro que esta

acarreta, acreditamos que a partilha e o envolvimento

entre os militantes de ambas as instituições se traduziria

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10 | julho/agosto 2012 o jovem

á um ano atrás saí de Lamego confiante na

superação das melhores expectativas e consciente do

trabalho e do esforço que seriam necessários para o

conseguir. Ao mesmo tempo, saí acompanhado por

uma equipa que me dava a possibilidade de construir

essas expectativas em terreno seguro e que me oferecia

a garantia de colocar mãos à obra na proporção que

elas exigiam. Passado um ano, se há um primeiro e

grande sucesso a registar, é a da capacidade e da

qualidade das pessoas que compõem o Gabinete de

Estudos Gonçalo Begonha (GEGB).

Hoje, olhando para trás e vendo o filme do último ano, é

inevitável reparar num argumento rico e denso e numa

interpretação de qualidade. Com efeito, o primeiro ano

de mandato foi essencialmente um período de criação e

afirmação da marca GEGB enquanto veículo de

formação e informação. Num tempo em que os jovens

se informam e se cultivam em frente ao ecrã de um

computador e navegando nas cada vez mais apetecíveis

ondas da internet, a aposta não poderia ser outra senão

a maximização das potencialidades que as novas

formas de comunicar e propagar a informação nos

oferecem.

Para facilitar esse intento, o primeiro passo foi a criação

da página oficial do GEGB no Facebook, cujo

imediatismo e potencial de partilha a foi tornando no

veículo mais relevante na transmissão de conteúdos e

na divulgação do trabalho que o GEGB vai fazendo.

Hoje, passado um ano, são já mais de 750 as pessoas

que acompanham nos acompanham através dessa rede

social. Até ao final do mandato, o objectivo é dobrar a

nossa audiência “facebookiana” para, com isso, fazer

chegar mais longe e a mais pessoas o trabalho que

ainda temos a desenvolver e aquele que guardamos no

arquivo histórico da Juventude Popular.

A acompanhar esta entrada nos meios tecnológicos

nasceu o website do GEGB, simples e funcional, que

representa um “armazém” onde está depositado todo o

conhecimento, de produção própria ou externa, que o

A acompanhar esta entrada nos meios tecnológicos

nasceu o website do GEGB, simples e funcional, que

representa um “armazém” onde está depositado todo o

conhecimento, de produção própria ou externa, que o

GEGB divulga. A inclusão de uma Biblioteca Virtual,

dinâmica, em constante crescimento e actualização,

que aproveita e seleciona os recursos online já

disponíveis, será porventura o melhor exemplo disso.

Mas não nos ficamos pela divulgação de conteúdos já

produzidos. Novos recursos, como o “Caderno de Ética

na Política”, ou traduções oportunas de obras tão

singularmente importantes como o clássico de

Oakeshott, “On Being Conservative”, fizeram também

parte das nossas iniciativas.

Ainda no que diz respeito a conteúdos ideológicos e

doutrinários, e continuando a obedecer à primazia dada

às novas formas de comunicação, os meios audiovisuais

não foram desprezados, sendo a divulgação de

pequenos vídeos com grandes mensagens, geralmente

com traduções originais do GEGB, uma constante.

Também no plano audiovisual, a inovação e a

excelência de conteúdos fez parte da “marca GEGB”.

Não esquecendo a importância que o 25 de Novembro

de 1975 teve na história recente do país, o GEGB lançou

um inédito e original documentário em vídeo, onde

compilou os acontecimentos mais importantes que

ocorreram entre a Revolução dos Cravos e essa data. Ao

mesmo tempo, foi elaborado um caderno em que, com

mais minúcia e pormenor, se relataram todos os

eventos históricos de então, naquele que é um

documento sem paralelo, na preservação histórica de

momentos que muitos preferem omitir.

Também no mesmo registo, o GEGB gravou para a

posteridade um pequeno resumo biográfico sobre o

patrono da Juventude Popular, Amaro da Costa, na data

do seu nascimento, complementando-o, mais uma vez,

com um documento escrito, bastante revelador da

personalidade daquele que, ao longo dos anos, nos vai

inspirando.

Vários outros exemplos que ajudam a caracterizar este

ano de GEGB como um ano de sucesso não caberiam

nestas linhas sem as tornar maçadoras. Mas importa

registar mais um, deixado propositadamente para o

final, aproveitando que escrevo estas linhas numa

edição deste exemplo institucional que é “O Jovem”,

que tive o gosto de comandar durante três anos. Um

por Tiago Loureiro Coordenador do Gabinete de Estudos da JP

H

Page 11: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

registar mais um, deixado propositadamente para o

final, aproveitando que escrevo estas linhas numa

edição deste exemplo institucional que é “O Jovem”,

que tive o gosto de comandar durante três anos. Um

exemplo que inspirou vários projectos semelhantes de

outras concelhias da Juventude Popular. E que,

juntamente com eles, inspirou uma das mais relevantes

realizações do GEGB neste primeiro ano de mandato: o

“popcom”. Em duas edições, foram mais de cem as

páginas de conteúdos de excelência colocados à

disposição dos quase três mil leitores que já nos

conhecem (e daqueles que ainda o venham a fazer),

fruto do trabalho da equipa incansável que me

acompanha no GEGB, de convidados que fazem o favor

de nos ajudar e de entrevistados de qualidade ímpar. O

“popcom” começa a deixar a sua marca e promete mais

informação, melhor formação e crescente inovação no

futuro.

Nestas linhas, para além de não caber tudo o que foi

feito no primeiro ano de mandato, não cabem as

expectativas, os desejos e os planos para o caminho que

ainda falta percorrer até meados de 2013. A linha

condutora, essa, manter-se-á inalterada: privilegiar o

conhecimento como a principal matéria-prima de uma

vida política e partidária que valha realmente a pena.

Afinal, como disse Benjamin Franklin, “investir em

conhecimento rende sempre os melhores juros”. Essa é

a nossa crença. Essa é a base da nossa missão.

diferentes entre si. Por um lado, na Madeira, uma JP forte,

motivada e identificada ao máximo com o partido. O ano

de 2011 marcava no arquipélago o verdadeiro paradigma

de mudança politica após mais de três décadas de

despesismo exacerbado que deixou ambas as ilhas numa

situação extraordinariamente delicada a todos os níveis.

Por outro lado nos Açores vivia-se uma situação bastante

mais complexa. Nove ilhas distanciadas pelo vasto Oceano

Atlântico das quais todas apresentam situações e

dificuldades muito diferentes, partilhando um elo comum

entre si, a latente falta de oportunidades para os mais

jovens, com a agravante de que a JP Açores se encontrava

adormecida, não existindo nenhuma estrutura eleita.

Em ambos os casos houve uma total disponibilidade de

ajuda, empenho e trabalho da nossa parte.

Na Madeira, como tiveram oportunidade de constatar

pelos resultados eleitorais, as eleições correram muitíssimo

<<

Page 12: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

dossier

O Liberalismo Clássico

por Luís Miguel Ribeiro

<< caos através da colaboração dos indivíduos que

apresentam os mesmos tipos de interesses como por

exemplo na formação de uma banda de música, na

organização de uma festa popular ou claque de futebol

os seus membros organizam-se por apresentaram um

interesse comum, sem que para isso seja necessário

uma ordem de um organismo de controlo central. Desta

ordem espontânea é também objecto de estudo por

parte da escola Austríaca os mecanismos de preços, ou

seja, como os preços são estabelecidos entre a oferta e

a procura numa transacção espontânea. Assim, quando

a oferta e a procura se encontram traduz-se numa

relação de cooperação entre os dois indivíduos sem

existir uma terceira pessoa a impor a sua vontade.

A diferença entre Mises e Hayek é que o segundo tende

a dar enfase aos limites do conhecimento, da razão, às

acções humanas de ordem espontânea e ao direito

comum (do inglês: common law) – decisões dos

tribunais que não obedecem a um acto legislativo.

Assim para este pensador a maior parte dos actos

humanos surgem da livre vontade humana e não por

decreto de uma governação central (“The Result of

Human Action but not of Human Design”).

Quanto a Mises apresenta uma abordagem diferente

através de uma lógica dedutiva, isto é, que é possível

encontrar certas verdades - axiomas - que podem ser

verificados através da experiência ou da lógica. E deste

ponto de vista a economia passa a ser vista como a

matemática. Um exemplo dos axiomas utilizados por

Mises é que o valor é algo subjectivo, isto é, um objecto

só tem o valor que alguém lhe possa atribuir.

No entanto, relativamente às funções que os governos

devem exercer os dois pensadores entram em acordo,

principalmente porque aos Estados falta o

conhecimento dos nossos objectivos individuais, e

não sendo possível a uma entidade prever todas as

vontades dos seus cidadãos nem tão pouco é possível

identificar quais os métodos para se alcançar esses

objectivos pessoais principalmente devido ao facto

12 | julho/agosto 2012 o jovem

>> terceira parte

Das correntes de pensamento do liberalismo clássico

esta é a terceira e ultima parte. Desta vez esta edição

destaca a filosofia da metodologia da Escola Austríaca e

as filosofias do Anarcocapitalismo.

Escola Austríaca

A Escola Austríaca teve como impulsionadores Ludwing

von Mises (1881-1973) e o prémio nobel da Economia

Fredrick August Hayek (1899-1992) e embora existam

semelhanças sua na forma de pensamento, ambos

divergem quanto à forma de actuação do governo e

quais os seus limites de actuação.

Esta corrente do pensamento económico coloca uma

especial prioridade à livre organização humana, isto é,

às actividades organizadas que surgem num aparente

caos através da colaboração dos indivíduos que

apresentam os mesmos tipos de interesses como por

exemplo na formação de uma banda de música, na

organização de uma festa popular ou claque de

futebol os seus membros organizam-se por

Secretário-Geral da Juventude Popular da Maia

Page 13: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

o jovem julho/agosto 2012 | 13

conhecimento dos nossos objectivos individuais, e não

sendo possível a uma entidade prever todas as

vontades dos seus cidadãos nem tão pouco é possível

identificar quais os métodos para se alcançar esses

objectivos pessoais principalmente devido ao facto do

ser humano ser imprevisível.

Mas quanto ao dever que os Estados devem ter perante

os seus cidadãos, estes dois Economistas divergem

novamente na sua opinião, pois para Hayek os

Governos deveriam seguir certos princípios que

limitassem a sua actuação. Dentro destes princípios

estariam consagradas regras que, por exemplo,

garantissem a aplicabilidade da lei de igual forma para

todos os seus cidadãos uma vez na actualidade os

governos sempre que elaboram leis excluem-se da sua

aplicabilidade. Assim, para Hayek, os deveres dos

Estados assemelham-se aos de Milton Friedman e da

Escola de Chicago mas através de com uma

metodologia de pensamento diferente. Para Mises,

seguindo a sua linha de pensamento a intervenção dos

Estados deve ser minimalista e deve ser justificada para

proteger a vida humana, liberdade e a propriedade

privada, ou seja, deve fornecer os tribunais para

resolver conflitos internos, policia e militares.

Anarcocapitalismo

Esta corrente de pensamento teve como influenciador

Murray Rothbard (1926 – 1995) e David Friedman (1945

– presente) filho de Milton Friedman e é essencialmente

uma filosofia politica que advoga a eliminação total do

estado para que os indivíduos sejam livres para actuar

num livre mercado. Numa sociedade anarcocapitalista a

lei, tribunais, moeda, forças coercivas assim como

outros métodos de segurança seriam providenciados

pelos privados que actuam em concorrência ao invés do

modelo actual de financiamento por impostos. Embora

os dois autores tenham abordagens diferentes

concordam num elemento central: Que o estado não

deveria existir de todo.

Mas o que é um estado soberano e porque não deve

existir? A definição de estado provém de Max Weber

(1864 – 1920) um importante sociologista alemão: “O

Estado é uma instituição que reclama para si o

monopólio da legitimidade do uso da força num dado

território”. Assim, Rothbard defende uma posição

baseada nos direitos naturais de Nozick assim como

Mas o que é um estado soberano e porque não deve

existir? A definição de estado provém de Max Weber

(1864 – 1920) um importante sociologista alemão: “O

Estado é uma instituição que reclama para si o

monopólio da legitimidade do uso da força num dado

território”. Assim, Rothbard defende uma posição

baseada nos direitos naturais de Nozick assim como na

filosofia de Mises, onde desenvolve o axioma da não-

coercividade que conclui que é sempre errado a

utilização da força excepto em casos de autodefesa,

sendo este um princípio que deve pautar a actuação dos

Estados. Rothbard entende ainda que a existência de

um Estado é uma clara violação dos direitos naturais

uma vez que os governos utilizam métodos coercivos

para obterem aquilo que pretendem e considera os

impostos como um “roubo” uma vez que não existe

diferença na remoção de parte de rendimento de um

individuo por um ladrão ou por um Estado uma vez que

somos coagidos a tal.

A abordagem de David Friedman é através de uma

metodologia de abordagem que segue a linha de

pensamento do seu pai e da Escola de Chicago, isto é,

através de análises empíricas como a comparação das

consequências entre a eficiência dos mercados livres

com os mercados de planeamento central. No entanto

ao contrário do seu pai, David Friedman afirma no seu

livro The Machinery of Freedom que o mercado privado

é sempre o mais eficiente mesmo no fornecimento de

bens e serviços mesmo os nos mais tradicionais, isto

porque se ignora alguns factos importantes como por

exemplo uma grande parte das disputas legais são

resolvidas no mercado privado pelos tribunais arbitrais

para evitar a lentidão dos tribunais públicos.

Um outro aspecto que Rothbard tal como David

Friedman defende no Anarcocapitalismo em

contraponto da existência de um Estado Mínimo

defendido por outras escolas prende-se com o facto de

um estado com funções mínimas seja insustentável no

longo prazo pois terá tendência para crescer, sendo

assim preferível a sua inexistência.

de um bem público é a já referida defesa militar ou o

meio ambiente pois todos os indivíduos quer queiram

ou não estão a consumir este bem todos ao mesmo

tempo. Os estados devem ainda intervir quando na

economia existem efeitos negativos provocados pelos

agentes económicos que não são decorrentes de uma

transacção monetária, por exemplo a poluição que é

gerada pela criação de indústrias. Assim, nestes casos

Liberty!

fonte: A Dictionary of Conservative and Libertarian Thought

Page 14: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

uma honra enquanto militante da Juventude Popular poder partilhar os

desígnios da concelhia de Penafiel, num jornal que para além de notável é

épico! É com brio e satisfação que posso afirmar que em Penafiel se vive um

momento extremamente positivo, pelo reflexo do trabalho que tem sido

desenvolvido ao longo deste mandato, junto dos nossos conterrâneos, na JP,

por cada elemento desta CPC e por mim em particular.

Ontem foram 38 anos de ‘desgovernabilidade’, despesismo e de caça ao voto.

Hoje Portugal está a atravessar tempos difíceis, adversos e instáveis, porém,

amanhã, sim amanhã, poderá ser um dia diferente, tudo depende de nós e de

ti – como dizia Platão “Para se mover o mundo, o primeiro passo é movermo-

nos a nós próprios.” Esta é a nossa análise enquanto concelhia, que

diariamente evidencia, um pouco por todo o Município, a importância de uma

geração com valor acrescentado que não quer mais viver na mesma página

esgotada e ineficaz.

Neste sentido, aquilo que nós pretendemos fazer enquanto juventude

partidária é solucionar problemas concretos da nossa região, tendo sempre

presente que a política tem obrigatoriamente que se fazer da população, para

população e sempre pela população. Podem questionar a veracidade das

nossas palavras e das nossas acções, todavia, os factos por si só espelham

toda a dedicação e empenho no serviço prestado à comunidade e à JP.

Será que somos importantes para a vida pública e política enquanto

Juventude Partidária? Meus caros amigos, aqui por terras Penafidelenses,

parece-me óbvio que sim, uma equipa que concretiza um documento extenso

de análise e proposta de uma reforma administrativa do território, que

respeita e reflecte a vontade da população, a sua identidade e as suas

tradições. Jamais iriamos deixar de participar na mudança administrativa que

permanecerá no mínimo nos próximos 50 anos. Somos parte da solução,

cumprimos para com os nossos cidadãos, ouvindo-os e defendendo as suas

inquietudes, encontrando de forma sustentada uma proposta que nos

protegerá do poder central e de um corte feito com a regra e o esquadro.

Não vamos em propostas de referendos inconstitucionais, muito menos

vamos em inércias, o caminho tem que ser trilhado através da política de

proximidade feita com transparência, diálogo e cooperação.

Também há quem desvalorize e critique infundadamente este trabalho, é

normal, na vida política é mesmo assim, contudo, os palradores de fundo

continuam sentados à espera, (à espera não sei do quê?!), será de uma manhã

de nevoeiro, ou talvez de D. Sebastião?! Quem saberá… Para nós ‘É a Hora’ de

acabar com o sono de ilusão.

Já quanto a críticas baseadas em crenças, repetições e cópias de opiniões

infundadas, apenas respondemos que estamos aqui para trabalhar e não para

ludibriar aqueles que mais precisam de nós, as pessoas.

Solução, já!

convidado especial

Presidente da Juventude Popular de Penafiel

Pedro Pinto Lopes

facebook.com/ppintolopes

14 | julho/agosto 2012 o jovem

É

Page 15: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

<<

Já quanto a críticas baseadas em crenças, repetições e cópias de opiniões infundadas, apenas respondemos que

estamos aqui para trabalhar e não para ludibriar aqueles que mais precisam de nós, as pessoas.

Conseguimos definir-nos pela nossa pro-actividade e pela vontade inerente de fazermos mais e melhor,

munidos de elementos capazes e motivados para fazer política com olhos na realidade. Portanto, nesse sentido

consideramos também o apoio intergeracional crucial, tendo em conta a situação em que o país se encontra. E

para tal, o voluntariado e a entreajuda neste caso para com os idosos, foi a via que a JP Penafiel encontrou para

auxiliar responsavelmente os mais necessitados. Fizemos uma campanha, denominada 1€ por muitos sorrisos,

que culminou com a entrega de uma cadeira de rodas ao Lar de Irivo melhorando assim, a qualidade de vida dos

utentes, sendo que nós trouxemos para casa, dentro de cada um de nós, uma lição de vida e de humanismo,

pois é necessário termos preocupações sociais acrescidas, e não deixarmos essa responsabilidade única e

exclusivamente a cargo do Estado, para este não se tornar assistencial, ingerível, ineficaz e tentacular.

Também nos podem dizer que esta temática não é política de juventude, todavia apenas vos gostava de deixar

uma pequena questão, não compete aos jovens ajudar, respeitar e agradecer à geração que nos antecedeu?

Não ignoramos nem desprezamos os cidadãos da nossa pátria, desprotegidos e sem recursos.

Por outro lado, também não conseguimos ignorar o desemprego jovem, não conseguimos deixar por terra,

empreendedores com planos de negócio bloqueados em gavetas, por falta de oportunidades, portanto

visitamos a Incubadora de Empresas do Vale do Sousa sediada em Penafiel e posteriormente apresentamos

soluções às anomalias encontradas. Assim defendemos parcerias com a UP e o IEFP, o fomento de

atractividade com coaching e coworking, incremento de sustentabilidade com a menor intervenção estatal

possível, abertura à sociedade civil para com isto haver uma real captação de jovens empreendedores.

Conseguindo assim criar eficácia que é imperativa pela escassez de recursos financeiros. Contudo deveria ter

sido exequível fazer mais com menos, mas, amanhã será possível.

É assim que procuramos implementar os valores da JP pelo nosso Município, com trabalho, dedicação e

responsabilidade, sempre no terreno, nas redes sociais e nos órgãos próprios, apresentando soluções. Orgulho-

me da concelhia à qual presido, pelo seu carácter e ambição, por todos os seus membros que diariamente dão o

seu melhor difundindo o que é ser JP sem nunca esconderem as suas matrizes liberais, conservadoras e

democratas-cristãs. Não viemos para ser mais uma página em branco de um livro esquecido, ou viver num

espaço inócuo, muito menos vivemos de políticas longínquas ou inexistentes. Viemos para fazer a diferença! A

nossa postura será esta, com novos temas, novas formas de comunicar, novas soluções. Este é o nosso desígnio.

lavar, dar um beijinho à peixeira do mercado à velhinha que compra couves ou à mais bela mulher da arruada,

empurrar as mesmas ideias, criar laços com as pessoas em poucos minutos. Ora, saber fazer estas três coisas em

pleno é ser um político brilhante, e aí tenho que dizer de mãos limpas que temos como líder do partido alguém que

tira nota máxima neste exame, pouco são os que conseguem ser assim, poucos são os que conseguem sequer juntar

dois destes três atributos, mas só isto não basta.

De que nos serviriam mais de mil quadros políticos neste pais se todos eles só soubessem fazer isto, como é que

sabiam gerir finanças, reformar a educação, fazer leis, coordenar a justiça, enfim, fazer o seu trabalho? Não serviriam

de nada, posso garantir isso mesmo! O CDS não teria a experiência profissional da Sra. Dra. Isabel Galriça Neto nos

cuidados paliativos, teria um qualquer sujeito que iria ler meia dúzia de leis de outros países e pensar numa

adaptação para a sua proposta ao Parlamento em vez de pensar de raiz o nosso problema, com conhecimentos que

só alguém da área medica e com a sua experiencia tem; o CDS não teria tido na última legislatura o melhor deputado

do Parlamento, a hoje ministra da Agricultura, Assunção Cristas, professora de direito na Universidade Nova de

Page 16: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

16 | junho 2012 o jovem

Page 17: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

Miguel Pires

Vereador na única Câmara Municipal centrista do

país. Presidente da Juventude Popular desde

Julho de 2011. 29 anos. O Jovem esteve à

conversa com o homem forte da tua “jota” numa

entrevista que marca o primeiro ano de mandato.

entrevista

da Silva

Page 18: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

Vai agora fazer um ano da vitória de Lamego.

Mudou muito a tua vida?

Muita coisa mudou desde aí, as responsabilidades

aumentaram e o tempo para as minhas coisas

pessoais diminuiu, no entanto acho que consegui

conciliar bem esta nova realidade com aquilo que são

os meus afazeres pessoais, é tudo uma questão de

organização, e depois quando fazemos o que

gostamos as coisas tornam-se mais fáceis.

E a JP também mudou?

Com o passar do tempo tudo muda, e a JP não é

excepção, algumas coisas foram mudadas no sentido

de se colmatar algumas falhas do passado, a mudança

é um processo contínuo.

A actual Comissão Política Nacional construiu um

plano de actividades bastante ambicioso. Em que

fase está a sua execução?

Infelizmente a execução tem sido mais lenta que o

previsto, as restrições financeiras tem condicionado

um pouco a nossa actividade, no entanto estamos a

fazer esforços, bem como a tentar outras formas de

financiamento das nossas actividades para que

possamos dar aos nossos militantes tudo aquilo a que

têm direito, nomeadamente formação, debate de

ideias e actividades políticas.

Assumiste o cargo de Presidente da Juventude

Popular já como um dos Vereadores da única

Câmara Municipal do CDS no país. Em que medida é

que a tua experiência como autarca ajuda na

liderança da JP?

A única do CDS e muito provavelmente uma das mais

bem geridas em Portugal, é sem duvida uma

excelente ajuda para a liderança da JP, quando nos

deparamos com jovens pessimistas em relação aos

políticos e a toda actividade politica, é sempre bom

poder dar exemplos de que nem todos são iguais e

que existem ainda hoje casos de políticos e politicas

bem sucedidos como é o caso da C.M de ponte de

Lima.

<<

18 | julho/agosto 2012 o jovem

Page 19: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

Temos que ser capazes de mostrar que a solução de

muitos problemas também passa por nós jovens e que

estamos preparados para esse enorme desafio, o

desafio de servir os outros.

Curiosamente, este período coincide também com

o primeiro ano de governação PSD/CDS. Como

avalias esta Governo?

Este Governo está a fazer o trabalho ingrato de

arrumar a casa, tentar salvar o nosso país, a nossa

identidade, claro que esta não é uma tarefa fácil,

exige o contributo e a compreensão de todos, mas

acredito que este Governo vai saber dar resposta a

este enorme desafio e devolvendo aos Portugueses a

estabilidade necessário para o crescimento que todos

nós desejamos.

1. A Vera Rodrigues e o Michael Seufert levam a voz e a qualidade da JP ao Parlamento. Achas

deparamos com jovens pessimistas em relação aos

políticos e a toda actividade politica, é sempre bom

poder dar exemplos de que nem todos são iguais e

que existem ainda hoje casos de políticos e politicas

bem sucedidos como é o caso da C.M de ponte de

Lima.

Falemos concretamente nas Autárquicas de 2013.

Qual achas que deve ser a posição da JP e o

contributo que ela deve dar ao CDS?

A JP deve aumentar o número de candidatos,

mostrando assim que está preparada para trabalhar,

apresentado soluções e projectos inovadores que

possam ajudar o partido a crescer.

Temos que ser capazes de mostrar que a solução de

muitos problemas também passa por nós jovens e

que estamos preparados para esse enorme desafio, o

desafio de servir os outros.

Page 20: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

<<

estabilidade necessário para o crescimento que todos

nós desejamos.

A Vera Rodrigues e o Michael Seufert levam a voz e

a qualidade da JP ao Parlamento. Achas que a

estrutura tem sabido aproveitar convenientemente

estes trunfos?

Os nossos deputados são peças fundamentais e

essenciais para o crescimento da JP, é através deles

que conseguimos dar voz no parlamento a muitas das

nossas propostas, e portanto deposito neles toda a

confiança para o sucesso da JP.

Veremos o Miguel Pires da Silva como deputado do

CDS nas próximas Legislativas?

As próximas legislativas serão em 2015 e até lá muita

coisa pode acontecer, teremos eleições autárquicas

no próximo ano onde espero poder continuar a dar o

meu contributo.

Agora num plano mais pessoal. Como jovem que és,

como é que tens sentido a crise económico-

financeira que Portugal vive?

Felizmente tenho um emprego e portanto não tenho

sofrido muito a crise económico-financeira,

naturalmente que também tive que me adaptar a

uma nova realidade, mas sinceramente acredito que

esta crise financeira mais dia menos dia vai ser

resolvida, á semelhança de muitas outras anteriores,

o que mais me preocupa é agrave crise de valores

com que nos deparamos nos dias de hoje, essa sim

com consequências irreversíveis para a nossa

20 | julho/agosto 2012 o jovem

Agora num plano mais pessoal. Como jovem que és,

como é que tens sentido a crise económico-

financeira que Portugal vive?

Felizmente tenho um emprego e portanto não tenho

sofrido muito a crise económico-financeira,

naturalmente que também tive que me adaptar a uma

nova realidade, mas sinceramente acredito que esta

crise financeira mais dia menos dia vai ser resolvida, á

semelhança de muitas outras anteriores, o que mais

me preocupa é agrave crise de valores com que nos

deparamos nos dias de hoje, essa sim com

consequências irreversíveis para a nossa sociedade.

Para finalizar, gostaríamos que que deixasses uma

mensagem aos militantes da JP e aos leitores d’O

Jovem.

Gostaria de deixar a todos os militantes uma

mensagem de esperança e de confiança no futuro,

esperando poder continuar a contar com o trabalho

de todos como até aqui tem acontecido, desde o

militantes base que sozinhos dão os seus contributos,

passando pelos núcleos de estudantes, concelhias,

distritais estruturas regionais, e demais dirigentes da

JP, que tem feito desta Juventude Partidária a melhor

de Portugal, continuem o vosso trabalho por Portugal!

eventualmente outras funções ou experiências nas quais

nunca tinham pensado. Da parte do governo, creio que

não pode vender ilusões, mas sob o ponto de vista

legislativo deve obviamente contribuir para que

tenhamos de facto um mercado de trabalho mais

flexível, que facilite a entrada no mercado de trabalho de

quem nunca trabalhou. As leis que tínhamos, só

protegiam quem já estava no mercado de trabalho e

Page 21: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

Pires da Silva Miguel

numa palavra um político: Amaro da Costa

um país: Portugal

uma cidade: Lisboa

uma viagem: América Latina

um filme: A Vida é Bela

uma música: As Mulheres dos Outros

um livro: Equador

uma qualidade: Frontal

um defeito: Muitos

uma bebida: Vinho

Page 22: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

ortugal está actualmente a apostar em cativar

investimento externo uma vez que os portugueses não

possuem capitais para grandes aventuras. Mas quais são

os prós e os contras desta aposta cada vez mais

iminente? Um dos países que também seguiu pelo

investimento externo e vingou é Singapura, uma das

actuais potências mundiais, porém não deixa de ser um

país instável sempre dependente de capital externo mas

não deixa também de ser um exemplo visto que

forçosamente importa alimentos, energia e matéria-

prima e consegue ter um balanço comercial bastante

positivo, de facto Singapura conquistou a confiança de

grandes empresas como a MobileOne, MediaCorp, entre

outras que concentraram neste país as suas sedes. Se for

este o nosso futuro estamos bem encaminhados mas os

riscos para lá chegar são muitos e a instabilidade

económica actual não beneficia em nada este modelo

económico. Perfeito seria ter um clima autárcico

adaptado aos novos tempos - não a autarcia de outrora,

penso que o significado actual de autarcia está um pouco

desactualizado, talvez alguém tenha uma palavra nova

para o seu significado, pena é que não tenha nenhum “p”

em autarcia, caso contrário certamente já se tinha

alterado - implementado e estabilizar a nossa balança

comercial para depois pensar nos prós e contras da

aposta no mercado externo por isso prefiro pensar que

os erros de um passado recente não deram alternativa

em optar por pôr a carroça à frente dos bois.

Contrariando a politica económica actual temos as

PMES, os nossos empreendedores empenhados em

vingar na nossa sociedade remando contra a maré,

reconheço no entanto o esforço do governo em criar

condições e incentivar o empreendedorismo em

Portugal mas não posso aceitar que os incentivos ao

investimento externo sejam melhores que os

incentivos dados a quem é português e quer contribuir

A Gente e a Terra [2ª parte]

vingar na nossa sociedade remando contra a maré,

reconheço no entanto o esforço do governo em criar

condições e incentivar o empreendedorismo em

Portugal mas não posso aceitar que os incentivos ao

investimento externo sejam melhores que os incentivos

dados a quem é português e quer contribuir para o

crescimento do seu país.

Os portugueses não podem estar sempre à espera que o

Estado tome medidas, temos de ser nós, cidadãos, a

tomar a iniciativa e podemos começar por preferir

consumir o que produzimos, pois dessa maneira

estamos a alimentar todas as famílias que trabalharam

para que esse produto chegasse até nós; criar um clima

sustentabilidade na nossa sociedade desde o produtor

ao consumidor e gerar fluxo de capitais sem que estes

se dispersem para fora do nosso país.

São várias as iniciativas que percorrem o nosso país

incentivando um clima de auto-sustentabilidade, eu

destaco “Aldeia das Amoreiras Sustentável”, esta

iniciativa é protagonizada pelos jovens da Aldeia das

Amoreiras e é um dos projectos do “Centro de

Convergência” e consiste em solucionar problemas da

sociedade local de uma forma sustentável enfrentando

a conjuntura actual. São iniciativas destas que Portugal

precisa, de gente empreendedora que também se

preocupa com o bem-estar da sua comunidade e

contribui de forma positiva para a melhoria da

qualidade de vida da sua região.

Assim entendo que cada munícipe devia filiar-se a pelo

menos uma associação local do município a que

pertence independentemente de daí ser natural e desta

forma contribuir para o desenvolvimento da região a

que faz parte bem como a sua integração no meio que

será muito mais rápida uma vez que passa a conviver

Ângelo Miguel

P

Vogal da Juventude Popular da Maia [email protected]

22 | julho/agosto 2012 o jovem opinião

Autarcia dos novos tempos

Page 23: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

<<

Page 24: 51 | O Jovem | Julho e Agosto 2012

saúde como todos nós sabemos é um tema que interessa

a toda a população portuguesa e ultimamente tem sido alvo de

grande debate a nível nacional. Parece-me inquestionável que

o nosso SNS ofereceu e oferece uma elevada qualidade de

serviço cuidados de saúde prestados. Os números falam por si.

A taxa de mortalidade infantil diminuiu de 29% para 3% entre

os anos de 1960 a 2009, assim como, a esperança média de

vida aumentou dos 63,9 para 79,5 anos de vida. Todos estes

dados estão obviamente ligados com o forte investimento da

generalização dos cuidados de saúde à população, associado a

tecnologia das terapêuticas o que se traduz obviamente numa

melhoria das condições de vida dos cidadãos. Isto não pode

obviamente ser comprometido.

O SNS foi criado com o propósito de servir toda a população,

de uma forma tendencialmente gratuita e se isso, há uns anos

era viável e aplicável, hoje é insustentável e impensável do

ponto de vista financeiro. Factos são factos e o que é facto, é

que Portugal em 2010 gastou 5,4 % do seu PIB em saúde, face

aos 3,2 % gastos no ano de 2009. Através destes dados é

possível comprovar que o gasto em saúde tem aumentado

substancialmente, o que é evidentemente preocupante, tendo

em conta os tempos de adversidade que atravessamos. O

aumento da esperança média de vida, aliada à baixa taxa de

natalidade, faz com que se torne obvio que o gasto em saúde

aumente. A constante actualização e mudança nos

medicamentos e nos tratamentos aumenta também, como é

lógico, a despesa. Tudo isto tem um preço e não é nada

acessível, tendo em conta o grau de inovação e de densidade

populacional que envolve. É neste contexto, que temos que

perceber e interiorizar, que o SNS tem de ser renovado e

sustentável do ponto de vista financeiro, fazendo com que, se

consiga assegurar a qualidade do SNS. A mudança na politica

do medicamento” prescrição por DCI” foi uma das politicas

adoptadas por este governo que, por muito que custe a muitos

intervenientes “médicos e farmacêuticas”, tinha de ser

obviamente adoptado, com vista a terminar os excessivos

gastos, que muitas vezes visavam beneficiar intervenientes ao

invés do próprio doente.

As urgências hospitalares estão também a ser alvo

Caminho da Saúde em Portugal

André Bazan Militante da Juventude Popular da Maia facebook.com/andre.bazan.96

invés do próprio doente. As urgências hospitalares estão

também a ser alvo de renovação, tendo em conta o recurso

excessivo que nos últimos anos têm sofrido. Muitas vezes o

contacto directo com o doente devia ser obviamente outro,

atendendo às necessidades clínicas apresentadas. Estas

situações normalmente eram reconhecidas através das

situações azuis e verdes, pré-estabelecidas pela triagem

Manchester. Segundo o relatório da Reavaliação da Rede

Nacional de Emergência e Urgência é necessário que se

criem sinergias entre o serviço de urgência e os cuidados de

saúde primários “Os SU e CSP são sistemas comunicantes.

Na opinião da esmagadora maioria dos profissionais, quanto

melhor a relação dos SU com os CSP e melhor a pedagogia e

continuidade de cuidados exercida pelos CSP numa

determinada região, menor será o recurso à urgência e,

sobretudo, menos frequentes serão as readmissões.” No que

toca ao pagamento das taxas moderadoras, nesta situação

especificamente, devo dizer que, esta medida vai sujeitar

alguns utentes a pensar duas vezes antes de se dirigirem ao

Serviço de Urgências, optando assim, por se dirigirem a uma

consulta dos Cuidados de Saúde Primários ou utilizando um

serviço de atendimento telefónico para o esclarecimento de

eventuais questões associadas à doença ou sintoma. Esta

reformulação do serviço de urgências permitirá um

funcionamento mais eficiente, melhorando assim um serviço

mais rápido e obviamente com maior qualidade. Estes são

apenas alguns traços genéricos que considero fulcrais

quando se fala hoje, na sustentabilidade do SNS.

Em jeito de conclusão, gostaria de aproveitar para deixar

expressa a minha opinião, no que toca à nomeação dos doze

executivos para o ACES. Devo começar por dizer que

desvalorizo todas as observações no que toca às nomeações,

internamente e externamente ao CDS. Confio no líder do

meu partido e sei que existe total transparência na sua

governação e presidência do partido. A nomeação para os

cargos executivos do ACES, para mim, não tem que ser

obrigatoriamente da formação médica., podendo e

devendo na minha óptica, ter sim, competências a nível da

gestão ainda que não seja ao nível na saúde. Não nos

A

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