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    Comrcio Internacional p/ a RFBTeoria e Questes

    Prof. Ricardo Vale Aula 00

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    AULA 00: POL TICAS COMERCIAIS

    SUMRIO PGINA1-Apresentao Inicial 1 - 32-Teorias do Comrcio Internacional 4 233- Polticas Comerciais 24 524- Modelos de Industrializao 53 705- Resumo O que vai cair na prova? 71 - 726- Lista de Questes 73 827- Gabarito 82

    Ol, amigos (as), tudo bem? Como vo os estudos?

    Antes de mais nada, deixem que eu me apresente!

    Meu nome Ricardo Vale e posso dizer que a minha relao com osconcursos pblicos comeou bem cedo. No ano de 2001, fui aprovado naEsPCEX, onde conclu em 1o lugar o curso preparatrio de cadetes do Exrcito.No ano de 2002, ingressei na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN),onde conclu em 2o lugar minha formao em Cincias Militares. Em 2008 fui

    aprovado em 3 lugar no concurso de Analista de Comrcio Exterior do MDIC,cargo em que atualmente exero minhas atribuies. Desde o incio de 2009,tambm sou professor de Comrcio Internacional e Direito InternacionalPblico em cursos preparatrios presenciais e on-line. Alm disso, sou autordo livro Comrcio Internacional - Questes Comentadas, publicadopela Editora Mtodo.

    uma grande satisfao estar aqui com vocs para comearmos aquino nosso Estratgia um Curso de Comrcio Internacional Teoria eQuestes, especificamente direcionado para os concursos da Receita Federaldo Brasil (RFB).

    No sabemos exatamente quando ser o prximo concurso, mas umacoisa certa: ele nunca esteve to prximo! E um detalhe a mais: o Ministrioda Fazenda j pediu autorizao ao Ministrio do Planejamento para abrirnovos concursos nos prximos anos. A hora de comear a se preparar agora!

    Vou contar uma coisa pra vocs! A disciplina de ComrcioInternacional fundamental para seus estudos, mas muita gente acabadeixando para estud-la depois que sai o edital. Esse um erro muito grande!Emprimeiro lugar, porque essa disciplina est diariamente relacionada com o

    dia-a-dia do Auditor e do Analista Tributrio da RFB que exercem suasatribuies na Aduana. Emsegundo lugar, porque o edital dessa disciplina

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    gigante e a ESAF no pega leve (muita gente acaba no conseguindo omnimo). E, por fim, o que considero mais importante: com a cobrana deprovas discursivas a partir de 2009, saber Comrcio Internacional tornou-seum grande diferencial. Na prova de Auditor RFB, a ESAF literalmente destruiuinmeros alunos nessa disciplina (perguntem a quem fez a prova!). inegvel

    que houve um excesso de rigor por parte do examinador, mas tambm fointido que muitos alunos apresentaram graves erros de contedo. J na provade Analista Tributrio RFB, tivemos apenas uma questo! E sobre qual matriaela foi? Isso mesmo: Comrcio Internacional!

    Como sempre gosto de dizer, estudar a matria para saber marcarX em uma prova objetiva, algo simples! Saber a matria para resolver umaprova discursiva, algo bem diferente! Portanto, meu amigo, no deixe pradepois! A hora de comear a se preparar agora!

    Para que voc possa alcanar seu objetivo, dividimos o curso daseguinte forma:

    No vou mentir, meus amigos, o nosso curso ser bem grande! Nofiquem com preguia! Vamos nos preparar o melhor possvel para enfrentar aESAF! Para isso, seguiremos a filosofia do pensador Sun Tzu:

    Se voc conhece o inimigo e conhece a si mesmo, no precisatemer o resultado de cem batalhas. Se voc se conhece, mas no

    conhece o inimigo, para cada vitria ganha sofrer tambm uma

    ASSUNTO DATA

    AULA 00 Polticas Comerciais e Crescimento EconmicoAULA 01 O sistema multilateral de comrcio I 17/10AULA 02 O sistema multilateral de comrcio II 27/10AULA 03 Integrao Regional 07/11AULA 04 MERCOSUL 17/11

    AULA 05 Prticas Desleais de Comrcio e DefesaComercial 27/11

    AULA 06 Instituies Intervenientes no ComrcioExterior Brasileiro

    07/12

    AULA 07 Controle Administrativo / Seguro no ComrcioExterior / Pagamentos Internacionais

    17/12

    AULA 08 Contratos Internacionais e INCOTERMS 27/12AULA 09 Sistema Harmonizado e Classificao de

    Mercadorias06/01

    AULA 10 Valorao Aduaneira 16/01

    AULA 11 Regimes Aduaneiros Especiais 26/01AULA 12 Simulado Final 05/02

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    derrota. Se voc no conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perdertodas as batalhas.

    Ao longo do curso, resolveremos inmeras questes de concursosanteriores. Trata-se de um curso totalmente reformulado em relao aos que

    anteriormente ministrei. Meu compromisso ser o de que, juntos, tentemosadivinhar exatamente o que a ESAF vai lhes cobrar no dia da prova. Ao final detudo, faremos uma ltima aula, em que lhes apresentarei um simuladocomentado. Creio que isso ser suficiente para que voc tenha um excelentedesempenho nos concursos da Receita Federal.

    O nosso curso ser todo desenvolvido em uma linguagem bastanteacessvel e procuraremos explicar tudo nos mnimos detalhes, inclusive o queparecer bvio. No quero que voc saia do nosso curso com dvida. Se vocerrar alguma questo na prova da RFB ser por falha da ESAF (rsrsrs....),

    combinado?

    Esto todos preparados? Ento chega de conversa e vamos diretopara nossa aula. Antes, porm, uma ltima mensagem, com a qual gostosempre de iniciar meus cursos. Trata-se de uma pequena passagem de umlivro fantstico para aqueles que esto tentando se superar, coisa tpica deconcurseiro. O livro Transformando suor em ouro do conhecido tcnico devoleibol Bernardinho, que, em uma de suas passagens diz o seguinte:

    Preparao extrema o que nos faz suportar as presses e

    tenses das grandes competies. Estar continuamente se preparando,manter-se atualizado e observar o que h de novo so o preo a pagarpela excelncia. Ela se constri muito a partir do inconformismo, daeterna insatisfao, da sensao eterna de achar que o trabalho podelev-lo mais adiante. Acredito piamente que preciso criar situaesde desconforto para tirar o melhor daspessoas.

    Bom, agora mos obra!

    Um abrao,

    Ricardo Vale

    [email protected]

    http://twitter.com/#!/RicardoVale01

    http://www.facebook.com/rvale01

    O segredo do sucesso a constncia no objetivo!

    mailto:[email protected]:[email protected]://twitter.com/#!/RicardoVale01http://twitter.com/#!/RicardoVale01http://www.facebook.com/rvale01http://www.facebook.com/rvale01http://www.facebook.com/rvale01http://twitter.com/#!/RicardoVale01mailto:[email protected]
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    1-TEORIAS DO COMRCIO INTERNACIONAL:

    1.1-Aspectos Gerais:

    O comrcio internacional compreende toda a circulao de bens e

    servios entre as fronteiras dos pases, abrangendo as operaes de compra evenda, aluguel, leasing, doao, financiamento e consignao, dentre outras.Em suma, no importa a natureza da operao realizada; se ela envolvercirculao de mercadorias e servios entre pases, poderemos consider-ladentro do escopo do comrcio internacional.

    Dessa forma, d-se o nome de comrcio internacional ao conjuntoglobal de relaes comerciais estabelecidas pelos pases entre si, por meio dasquais estes buscam satisfazer suas necessidades. Mas, afinal, qual ofundamento da existncia do comrcio internacional? O que motiva os pases a

    realizarem as trocas internacionais?

    As teorias do comrcio internacional buscam explicar o fundamentodas trocas internacionais, determinando o porqu dos pases comercializarembens e servios entre si. Ao mesmo tempo em que fundamentam a origem docomrcio internacional, elas tambm explicam as vantagens do livre comrcioe seus efeitos econmicos.

    Segundo Paul Krugman1, os pases participam do comrciointernacional por dois motivos bsicos. Em primeiro lugar, em razo dos

    benefcios decorrentes das diferenas entre eles, o que lhes permite seespecializarem na produo daquilo que fazem melhor em relao aos outros.Em segundo lugar, porque a especializao leva a economias de escala, isto ,ao se especializarem, os pases produzem numa escala maior e de maneiramais eficiente do que se produzissem eles mesmos todos os bens de quenecessitam.

    Com efeito, muito difcil imaginar o mundo de hoje sem o fenmenodo comrcio internacional. A globalizao e a interdependncia entre os pasesaprofundou-se destacadamente na segunda metade do sculo XX, gerando ummercado global e intensificando as relaes econmicas internacionais. OsEstados esto cada vez mais ligados economicamente, por meio de elevadofluxo comercial de bens e servios e movimentos internacionais de capitais.

    1 KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e poltica. 8 edio, So Paulo:Pearson Prentice Hall. 2010

    POR QUE OS PA SESPARTICIPAM DO COMRCIO

    INTERNACIONAL?

    Diferenas na dotao defatores de produo

    Economias de Escala

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    Nesse cenrio globalizado, os governos buscam solucionar o dilemaentre liberalizar o comrcio ou proteger a indstria nacional, o que tem setornado a tarefa mais importante (e mais rdua) dos formuladores daspolticas de comrcio exterior. Sabendo que as relaes econmicasinternacionais influenciam decisivamente no desenvolvimento e crescimento

    dos Estados, os governos se deparam diariamente com a dvida arespeito de qual nvel de liberalizao comercial devem permitir.

    Essa uma questo muito difcil de ser resolvida, ainda mais portratar de interesses antagnicos: de um lado, a indstria nacional desejareceber proteo; do outro, os consumidores querem comprar produtos maisbaratos. Para Krugman2, os conflitos de interesses dentro das naesimpactam mais a determinao da poltica comercial do que osconflitos de interesses entre as naes. Assim, nem sempre a anlise decusto-benefcio feita pelos economistas colocada em prtica.

    Compreender quem ganha e quem perde (e o quanto ganham equanto perdem) com as aes governamentais em matria de polticacomercial uma das grandes misses da economia internacional. Para que sepossa discutir os efeitos econmicos do comrcio e assessorar corretamente osgovernos na formulao de polticas comerciais, faz-se necessrio, todavia,compreender corretamente o padro do comrcio o que nos explicadopelas teorias do comrcio internacional.

    1.2- Teoria das Vantagens Absolutas:

    No ano de 1776, Adam Smith publica a sua obra-prima Umainvestigao sobre a natureza e as causas da riqueza das naes, tambmchamada simplesmente de A riqueza das naes. Em sua tese, Smithadvoga que a fonte da riqueza o trabalho, contrariando a idiamercantilista que atribua esse papel quantidade de metais preciososexistente no territrio de um pas.

    Segundo Adam Smith, o Estado deveria abster-se de intervir naeconomia, deixando que os mercados se autorregulassem. Adam Smithpregava, assim, a existncia da mo invisvel do mercado. Para ele, cadaindivduo, ao tentar satisfazer seu prprio interesse, promove de uma formamais eficaz o interesse da sociedade do que quando realmente o pretendefazer. Apesar de cada indivduo agir egoisticamente em prol de si mesmo, asociedade como um todo sai beneficiada. Existe uma frase que sintetiza muitobem as ideias de Adam Smith:

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    KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e poltica. 8 edio, So Paulo:Pearson Prentice Hall. 2010

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    No da benevolncia do padeiro, do aougueiro ou do cervejeiroque eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles empromover seu"auto-interesse".

    Realmente, as idias de Adam Smith tm uma lgica muito

    interessante. Eu no sei cozinhar nem fabricar cervejas, mas consigo escreveralguma coisa de Comrcio Internacional. Ento, acho melhor eu continuardando aulas! Essa a idia bsica! Cada um deve fazer aquilo em que formelhor!

    De acordo com Adam Smith, o Estado no deveria intervir naeconomia, a no ser para impedir a existncia de monoplios, ou ematividades que, embora no despertem interesse da iniciativa privada,sejam fundamentais. Jaime de Mariz Maia3, seguindo essa mesma linha depensamento, afirma que a filosofia liberal limitava a participao dos Estados

    s atividades de preservao da justia, defesa nacional e complementao dainiciativa privada (realizao de empreendimentos para os quais hdesinteresse da iniciativa particular).

    No campo do comrcio internacional, as idias de Adam Smith deramfundamento diviso internacional da produo. Cada pas seespecializaria na produo de bens em que possusse maior eficincia,isto , em bens que pudesse produzir a um custo menor. O excedente deproduo (aquilo que excede a capacidade de consumo interno) deveria serobjeto de trocas comerciais com outros pases.

    Essa era a Teoria das Vantagens Absolutas, segundo a qual ocomrcio internacional resultante da diviso da produo possibilita diminuiode custos e aumento do bem-estar sociedade como um todo. Vejamos aseguir como a Teoria das Vantagens Absolutas se aplicaria a um caso domundo real!

    Imaginemos dois pases, China e Rssia, por exemplo! Digamos quena China um trabalhador tenha condies de produzir 2 toneladas de trigo aoano ou 20 kg de minrio de ferro ao ano. J na Rssia, um mesmo trabalhadorconsegue produzir 1 tonelada de trigo por ano ou 25 kg de minrio de ferro porano.

    Pela Teoria das Vantagens Absolutas, a China dever seespecializar na produo de trigo, j que possui maior eficincia em relao aesse produto, isto , consegue produzi-lo a custos menores. A Rssia, por suavez, deveria se especializar na produo de minrio de ferro. Dessa forma,cada pas concentrando suas energias naquilo em que melhor, aeconomia como um todo sairia ganhando. Para que isso fique claro emtermos numricos, vejamos o quadro a seguir!

    3 MAIA, Jaime de Mariz. Economia Internacional e Comrcio Exterior. So Paulo: Atlas, 2008

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    Capacidadede

    produo

    (Trigo) portrabalhador

    Capacidadede produo(Minrio de

    ferro) - portrabalhador

    Produo anual(500

    trabalhadores p/

    trigo / 500trabalhadores p/minrio de ferro

    Produoanual aps

    especializao

    China 2 ton / ano 20 kg /ano - 1000 ton de trigo /

    - 10.000 kg deminrio de ferro

    - 2000 ton detrigo

    Rssia 1 ton / ano 25 kg / ano -500 ton de trigo /

    - 12.500 kg deminrio de ferro

    - 25.000 kg deminrio de ferro

    Analisando o quadro acima, percebemos o seguinte:

    1) Antes de se especializarem, cada pas tinha como fora de trabalho500 trabalhadores para a produo de trigo e 500 trabalhadores para aproduo de minrio de ferro.

    2)- Antes da especializao, a economia como um todo produzia1500 toneladas de trigo e 22.500 toneladas de minrio de ferro.

    3)- Com a China se especializando na produo de trigo e a Rssia seespecializando na produo de minrio de ferro, a economia como um todopassou a produzir 2000 toneladas de trigo e 25.000 kg de minrio deferro.

    A Teoria das Vantagens Absolutas apresenta, portanto, umaalternativa para potencializar a produtividade da economia como um todo etrazer aumento de bem-estar sociedade. Todavia, ela no era suficientepara explicar o comrcio entre dois pases quando um deles fosse,comparado ao outro, mais eficiente na produo de todos os bens. Asoluo a esse questionamento foi dada pela Teoria das VantagensComparativas, que estudaremos no prximo tpico.

    Outra crtica teoria das Vantagens Absolutas a de que AdamSmith considerou que os custos dos produtos eram determinadosexclusivamente pela mo-de-obra utilizada em sua produo. Na verdade,outros fatores entram na composio de custos de um produto, como adisponibilidade de matria-prima e de capital. Por ltimo, cabe destacar que aTeoria das Vantagens Absolutas no tem qualquer relao com o conceito decusto de oportunidade, que s foi introduzido posteriormente no pensamentoeconmico. Mais frente, falaremos sobre o custo de oportunidade, ok?

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    Vejamos como esse assunto j foi cobrado em prova!

    1-(AFRF-2000) A Teoria das Vantagens Absolutas afirma em quaiscondies determinado produto ou servio poderia ser oferecido comcusto de oportunidade maior que o do concorrente.

    Comentrios:

    A Teoria das Vantagens Absolutas afirma que os pases devem seespecializar na produo daquilo em que forem mais eficientes. A forma de semedir essa eficincia pelo custo de produo. Logo, cada pas deve seespecializar na produo dos produtos que tenham menor custo de produo.O custo de oportunidade no tem qualquer relao com a Teoria dasVantagens Absolutas. Questo errada.

    2-(AFRF-2000-adaptada)- O grande mrito de Adam Smith foi mostrarque o comrcio seria proveitoso para dois pases, mesmo que um delestivesse vantagem absoluta sobre o outro na produo de todas asmercadorias.

    Comentrios:

    Pela Teoria das Vantagens Absolutas, o comrcio internacional noseria proveitoso para dois pases se um deles fosse mais eficiente que o outrona produo de todos os bens. Foi a Teoria das Vantagens Comparativas agrande responsvel por demonstrar que, mesmo nessa situao, o comrciointernacional seria benfico. Falaremos, a seguir, sobre a Teoria das VantagensComparativas. Questo errada.

    TEORIA DAS VANTAGENSABSOLUTAS

    Cada pas se especializa naproduo dos produtos em

    que mais eficiente(menor custo de produo)

    CR TICAS

    - No explica o comrcio entre dois pasesquando um deles mais eficiente que o outrona produo de todos os bens.

    - Custos de produo determinadosexclusivamente pela mo-de-obra.

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    1.3- Teoria das Vantagens Comparativas:

    A Teoria das Vantagens Comparativas, tambm chamada de Teoriados Custos Comparados, foi elaborada por David Ricardo. Ela tem comoobjetivo principal explicar que o comrcio internacional ser possvel

    mesmo quando um pas for mais eficiente na produo de todos osbens. Em outras palavras, o comrcio internacional existir ainda queum pas possua vantagens absolutas na produo de todos os bensconsiderados.

    Para David Ricardo, o comrcio internacional no seria determinadopelas vantagens absolutas, mas sim pelas vantagens comparativas. Mas qualseria o conceito de vantagem comparativa?

    Novamente, vamos nos utilizar de um exemplo do mundo real

    (situao hipottica) para que possamos entender com maior propriedadequando existe uma vantagem comparativa.

    Imaginemos dois pases, China e ndia, por exemplo! Digamos que naChina um trabalhador produza 50 toneladas de parafusos por ano ou 20toneladas de brocas ao ano. Na ndia, por sua vez, um trabalhador produz 30toneladas de parafusos por ano ou 20 toneladas de brocas ao ano.

    Se fssemos levar em considerao a Teoria das VantagensAbsolutas, no haveria comrcio entre os dois pases, j que a ndia no

    mais eficiente que a China na produo de nenhum dos produtos.Todavia, segundo a Teoria das Vantagens Comparativas, o comrcio

    internacional traz benefcios mesmo diante desse tipo de situao. Vejamoscomo isso fica claro, em termos numricos, no quadro abaixo! No exemplocitado, a China se especializar na produo de parafusos e a ndia seespecializar na produo de brocas.

    Capacidadede

    produo(Parafusos)

    portrabalhador

    Capacidadede

    produo(Brocas) -

    portrabalhador

    Produo anual (500trabalhadores p/parafusos / 500trabalhadores p/

    brocas)

    Produoanual aps

    especializao

    China 50 ton / ano 20 ton /ano - 25.000 ton deparafusos

    - 10.000 ton de brocas

    - 50.000 ton deparafusos

    ndia 30 ton / ano 20 ton / ano - 15.000 ton deparafusos

    - 10.000 ton de brocas

    - 20.000 ton.de brocas

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    Vamos agora analisar o quadro acima:

    1)- Antes da especializao, cada pas tinha como fora de trabalho500 trabalhadores para a produo de parafusos e 500 trabalhadores para aproduo de brocas.

    2)- Ainda antes da especializao, a economia como um todoproduzia 40.000 toneladas de parafusos e 20.000 toneladas de brocas.

    3)- Com a China se especializando na produo de parafusos e andia se especializando na produo de brocas, a economia como um todopassou a produzir 50.000 toneladas de parafusos e 20.000 toneladasde brocas.

    4)- Comparando-se a produo antes da especializao com a

    produo posterior especializao, verifica-se que os nmeros da segundasituao so maiores e, portanto, h um ganho de bem-estar sociedadecomo um todo.

    Mas por que a China se especializou na produo de parafusos e andia se especializou na produo de brocas? A China no mais eficiente naproduo dos dois bens?

    A ndia mais eficiente na produo de parafusos do que naproduo de brocas. No entanto, comparada com a China, a ndia possui uma

    vantagem relativa na produo de brocas. Isso porque ela no umaprodutora to eficiente de parafusos! Concluso: as vantagenscomparativas no se baseiam na eficincia de um pas, mas sim nadeficincia deste na produo de um bem.

    No modelo ricardiano, os custos de produo esto baseadosunicamente na produtividade do trabalho. Assim, os pases seespecializaro na produo de bens que o seu trabalho produz deforma relativamente eficiente e importaro bens que seu trabalhoproduz de forma comparativamente ineficiente.4

    4

    KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e poltica. 8 edio, SoPaulo: Pearson Prentice Hall. 2010

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    Segundo Paul Krugman5, o modelo das vantagens comparativas fazprojees equivocadas em vrios aspectos:

    1)- O modelo das vantagens comparativas prev um grau deespecializao muito elevado, que no existe na prtica.

    2)- O modelo ricardiano considera que o comrcio internacional noproduz efeitos indiretos sobre a distribuio de renda no interior dos pases.Todavia, os efeitos prticos do comrcio internacional sobre a renda sobastante fortes.

    3)- O modelo ricardiano no reconhece que uma das causas docomrcio internacional so as diferenas entre as dotaes de recursos entreos pases. Tal constatao s aparece com o Teorema Hecksher-Ohlin,conforme veremos mais frente.

    4)- O modelo das vantagens comparativas no leva em conta queuma das causas do comrcio so as economias de escala.

    Ainda que o modelo ricardiano no seja o retrato mais fiel darealidade, seus principais pressupostos tm sido confirmados por meio deevidncias empricas. Com efeito, o que determina a especializao de umpas na produo de um bem so as vantagens comparativas e no asvantagens absolutas.

    A soluo crtica de que o modelo ricardiano somente leva emconsiderao o fator de produo trabalho foi dada por Haberler, queintroduziu o conceito de custo de oportunidade. O custo de oportunidade

    5KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e poltica. 8 edio, So Paulo:

    Pearson Prentice Hall. 2010

    TEORIA DAS VANTAGENSCOMPARATIVAS

    Cada pas se especializa naproduo de bens em queseja relativamente mais

    eficiente

    O comrcio internacional serpossvel mesmo quando um

    pas for mais eficiente naproduo de todos os bens

    COMO ?

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    um dilema econmico que decorre da noo de que toda escolhaimplica em algum tipo de renncia. Se voc recebeu um prmio na loteriade R$ 30 mil reais, ter duas opes (simplificando!) para gastar seu dinheiro:1) poder comprar um carro de R$ 30 mil ou; 2) poder ficar trs mesesfazendo uma viagem pelo mundo afora que lhe custe R$ 30 mil.

    Nesse exemplo, o custo de oportunidade de comprar um carro deixar de fazer uma viagem de trs meses pelo mundo. Ou ainda, o custo deoportunidade de fazer essa inesquecvel viagem deixar de ter um timocarro. Assim, cada escolha implica uma renncia, isto , cada escolha possuium custo de oportunidade.

    Imaginemos dois pases (Brasil e Inglaterra)! No Brasil, umtrabalhador consegue produzir 2 sapatos / hora ou 3 bolsas / hora. NaInglaterra, um trabalhador consegue produzir 8 sapatos / hora ou 4

    bolsas / hora. Temos, ento, o seguinte quadro:

    Sapatos BolsasBrasil 2 sapatos / hora 3 bolsas / horaInglaterra 8 sapatos / hora 4 bolsas / hora

    Nessa situao, para cada hora que o Brasil utiliza produzindosapatos, ele deixa de produzir 3 bolsas. Ou, ainda, se o Brasil gasta uma horaproduzindo bolsas, ele deixa de produzir 2 sapatos.

    A Inglaterra, por sua vez, deixa de produzir 4 bolsas para cada horaque gasta produzindo sapatos. Ou, ainda, deixa de produzir 8 sapatos paracada hora que gasta produzindo bolsas.

    Voltemos ao custo de oportunidade! Podemos dizer que o custo deoportunidade de um pas em produzir um bem X o quanto ele deixa deproduzir do bem Y. Dessa forma, para o Brasil, o custo de oportunidade de 2sapatos so 3 bolsas e o custo de oportunidade de 3 bolsas so 2 sapatos.Para a Inglaterra, o custo de oportunidade de 8 sapatos so 4 bolsas e o custode oportunidade de 4 bolsas so 8 sapatos. Dessa forma, temos o seguinte:

    - Brasil:

    a) Sapatos: a cada 2 sapatos produzidos, o Brasil deixa de produzir3 bolsas. Logo, a cada sapato produzido, o Brasil deixa de produzir 1,5 bolsas.Custo de Oportunidade (Sapatos) = 1,5

    b) Bolsas: a cada 3 bolsas produzidas, o Brasil deixa de produzir 2sapatos. Logo, a cada bolsa produzida, o Brasil deixa de produzir 0,66 sapatos.Custo de Oportunidade (Bolsas) = 0,66

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    - Inglaterra:

    a) Sapatos: a cada 8 sapatos produzidos, a Inglaterra deixa deproduzir 4 bolsas. Logo, a cada sapato produzido, a Inglaterra deixa deproduzir 0,5 bolsas. Custo de Oportunidade (Sapatos) = 0,5

    b) Bolsas: a cada 4 bolsas produzidas, a Inglaterra deixa de produzir8 sapatos. Logo, a cada bolsa produzida, a Inglaterra deixa de produzir 2sapatos. Custo de Oportunidade (Bolsas)= 2,0

    Levando-se em considerao o conceito de custo de oportunidade emconjunto com a Teoria das Vantagens Comparativas, j podemos chegar a umaimportante concluso!

    Os pases devero se especializar na produo de bens em

    que possuam menor custo de oportunidade, que so justamenteaqueles em que possuem maior eficincia relativa. E devero importaros bens em que possuam maior custo de oportunidade. No nossoexemplo, a Inglaterra se especializou na produo de sapatos (custo deoportunidade inferior), importando bolsas (custo de oportunidade maior).

    Esquematizando:

    Vejamos como esse assunto j foi cobrado em prova!

    3- (AFRF-2002.2- adaptada) - Segundo a teoria clssica do comrciointernacional, na concepo de David Ricardo, o comrcio entre doispases mutuamente benfico quando cada pas especializa-se naproduo de bens nos quais possa empregar a menor quantidade detrabalho possvel, independentemente das condies de produo e dopreo dos mesmos bens no outro pas, o que permitir a ambos auferirmaiores lucros com a exportao do que com a venda daqueles bensnos respectivos mercados internos.

    Comentrios:

    TEORIA DAS VANTAGENSCOMPARATIVAS

    Ao introduzir o conceito de

    custo de oportunidade, temosque cada pas dever seespecializar na produo debens em que sejarelativamente mais eficiente,isto , nos quais possua menorcusto de oportunidade

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    A questo afirma que o comrcio entre dois pases mutuamentebenfico quando cada pas especializa-se na produo de bens nos quais possaempregar a menor quantidade de trabalho possvel. a Teoria das VantagensAbsolutas que dispe que cada pas dever se especializar nos bens em queempregue a menor quantidade de trabalho possvel.A Teoria das Vantagens

    Comparativas prega que um pas se especialize na produo de bensem que seja relativamente mais eficiente. Em outras palavras, pelasvantagens comparativas, um pas poder se especializar na produo de umbem que produza com custo de produo superior ao de outro pas. Questoerrada.

    4-(AFRF-2002.2-adaptada)- Segundo a teoria clssica do comrciointernacional, na concepo de David Ricardo, o comrcio entre doispases mutuamente benfico quando cada pas especializa-se naproduo daqueles bens em que possua vantagem relativa, importando

    do outro aqueles bens para os quais o custo de oportunidade deproduo interna seja relativamente maior.

    Comentrios:

    De fato, pela Teoria das Vantagens Comparativas, cada pas deverse especializar na produo de bens em que seja relativamente mais eficiente,importando bens em que possua maior custo de oportunidade de produointerna. Questo correta.

    5- (AFRF-2000-adaptada)- O conceito de vantagens comparativasrefere-se a conceitos de custos de oportunidade onde se relacionamdois produtos (A e B) produzidos por dois pases distintos (1 e 2)comparando-os. Possui vantagem comparativa o pas onde for maior ocusto de oportunidade (em termos de oportunidade de benefcio noaproveitada) na produo dos produtos (A e B).

    Comentrios:

    Aplicando-se o conceito de custo de oportunidade em conjunto com aTeoria das Vantagens Comparativas, cada pas dever se especializar naproduo de bens em que possa menor custo de oportunidade. Em outraspalavras, possui vantagem comparativa o pas onde for menor o custode oportunidade na produo de um bem. Questo errada.

    1.4- Teorema Hecksher-Ohlin:

    O Teorema Hecksher-Ohlin leva o nome de dois economistas suecos(Eli Hecksher e Bertil Ohlin), os quais buscaram explicar a causa do comrcio

    internacional. Afinal de contas, por que os pases comercializam entre si? Porque existe o comrcio internacional?

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    Se nos lembrarmos da Teoria das Vantagens Absolutas e da Teoriadas Vantagens Comparativas, verificaremos que a produtividade do trabalhoera o fator que diferenciava os pases. O nico fator de produo consideradopor essas teorias era, justamente, o trabalho.

    Ocorre que as trocas internacionais no podem ser explicadasexclusivamente por diferenas na produtividade do trabalho. Ao contrrio, hvrios outros fatores de produo envolvidos. Segundo Krugman6, uma visorealista do comrcio deve levar em conta no apenas a importncia dotrabalho, mas tambm de outros fatores de produo, como terra,capital e recursos minerais.

    Imaginemos, por exemplo, o comrcio entre Brasil e Alemanha. OBrasil se especializa na produo de soja, enquanto a Alemanha se especializana produo de bens de alta tecnologia. Assim, o Brasil exporta soja para a

    Alemanha, importando bens de alta tecnologia. A que est a grande questorespondida pelo Teorema Hecksher-Ohlin! Por que o Brasil se especializou naproduo de soja e a Alemanha se especializou na produo de bens de altatecnologia?

    O Brasil se especializou na produo de soja porque, em seuterritrio, h abundncia do fator de produo terra. E soja um produtointensivo em terra! Por sua vez, a Alemanha se especializou na produo debens de alta tecnologia porque possui abundncia do fator de produo capital.E os bens de alta tecnologia so intensivos em capital!

    Segundo o Teorema Hecksher-Ohlin, os pases se especializamna produo de bens intensivos no fator de produo abundante emseu territrio. Dessa forma, se um pas possui abundncia do fator deproduo terra, ele ir se especializar na produo e exportao de bens quesejam intensivos em terra. Do mesmo modo, se um pas possui abundncia dofator de produo capital, ele se especializar na produo e exportao debens intensivos em capital.

    O Teorema Hecksher-Ohlin no nega a Teoria das VantagensComparativas, mas sim a complementa, explicando o porqu cada pas possuivantagem na produo de determinado bem. Com efeito, o fator determinanteda especializao a dotao de fatores de produo. Da esse teorema sertambm conhecido como Teoria da Proporo dos Fatores.

    O modelo ricardiano levava em considerao um nico fator deproduo: o trabalho. Assim, as vantagens comparativas eram determinadasexclusivamente pela produtividade do trabalho. J pelo modelo de Hecksher-

    6

    KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e poltica. 8 edio, SoPaulo: Pearson Prentice Hall, 2010

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    Ohlin so levados em considerao todos os fatores de produo. Pode-se dizerque, nesse modelo, as vantagens comparativas so determinadas pelaabundncia dos fatores de produo.

    O comrcio internacional , assim, decorrente das diferentes

    dotaes dos fatores de produo entre os pases. Em outras palavras, ocomrcio internacional somente existe em funo de os pases possuremdiferentes dotaes de terra, capital e produtividade da mo-de-obra. Aocomercializarem seus produtos, como se os pases estivessemcomercializando fatores de produo. Cabe destacar que no modeloHecksher-Ohlin considera-se que as tecnologias dos pases so as mesmas,somente variando a dotao dos fatores de produo.7

    Se o pas X possui abundncia de terra e escassez de capital, elenecessitar importar bens intensivos em capital produzidos pelo pas Y. Se o

    pas Y possui abundncia de capital e escassez de terra, ele precisar importarbens intensivos em terra produzidos pelo pas X.

    Vamos complicar um pouco mais?

    No modelo Hecksher-Ohlin, duas variveis so importantes: i) aintensidade do fator de produo em um bem e; ii) abundncia relativado fator de produo em um pas. A partir da combinao dessas duasvariveis que surgem as vantagens comparativas, permitindo determinar opadro de comrcio entre dois pases.

    7 A tecnologia molda os fatores de produo, combinando-os de forma mais ou menos eficiente para afabricao de um bem.

    TEOREMA HECKSHER-OHLIN

    O comrcio internacional

    determinado pelasdiferenas entre as

    dotaes dos fatores deproduo

    Ao contrrio do modelo dasvantagens comparativas,leva em considerao a

    existncia de outros fatoresde produo

    Os pases se especializamna produo de bensintensivos no fator de

    produo abundante em seuterritrio

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    Mas como que eu sei se um bem intensivo em determinado fatorde produo? E como saber que um pas possui abundncia em um fator deproduo?

    Para responder essa pergunta, necessrio um modelo simplificado

    para nossa anlise. Consideremos, ento, um modelo em que h 2 (dois)fatores de produo (capital e trabalho), 2 (dois) bens finais (bem X e bemY) e 2 (dois) pases (pas A e pas B). Trata-se do conhecido modelo 2 x 2 x2.

    Nesse modelo, o bem X ser intensivo em capital se a relaocapital-trabalho em sua produo for superior taxa usada para produzir obem Y. Assim, o bem X ser intensivo em capital se Kx/Lx> Ky/Ly8. Se obem X intensivo em capital, o bem Y ser intensivo em trabalho.

    Com relao abundncia de dotao, o pas A ser relativamenteabundante em capital se a taxa capital-trabalho (K/L) for superior do que essamesma taxa aplicada ao pas B. Nesse modelo simplificado, se o pas Apossui abundncia relativa de capital, o pas B possuir abundncia relativade trabalho. Cabe enfatizar que estamos aqui falando em abundnciarelativa (e no absoluta!) de fatores de produo.

    Fazenda essa rpida anlise, conseguimos determinar o padro docomrcio. O pas A possui abundncia relativa de capital, logo ir seespecializar na produo e exportao do bem X (intensivo em capital). Por

    sua vez, o pas B, por possuir abundncia relativa de trabalho, ir seespecializar na produo e exportao do bem Y (intensivo em trabalho).

    Vejamos como esse assunto j foi cobrado em prova!

    6- (AFRF-2002.2- adaptada) - De acordo com a moderna teoria docomrcio internacional, segundo o modelo Hecksher-Ohlin, aprodutividade da mo-de-obra determina os padres de especializaoe as possibilidades de comrcio entre os pases.

    Comentrios:

    O Teorema Hecksher-Ohlin leva em considerao, como determinanteda especializao, todos os fatores de produo. a Teoria das VantagensComparativas que leva em considerao apenas a produtividade da mo-de-obra. Questo errada.

    7- (AFTN 1998 adaptada)- Segundo o livre cambismo, existe umaespecializao de funes, motivada pela distribuio desigual derecursos naturais ou por outros motivos.

    8 K = capital; L = trabalho

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    Comentrios:

    Segundo o Teorema Hecksher-Ohlin, cada pas se especializa naproduo de bens intensivos no fator de produo abundante em seu territrio.Logo, a especializao decorrncia das diferentes dotaes de fatores de

    produo. H ainda outros motivos (histricos ou culturais) que determinam aespecializao. Questo correta.

    1.5- Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson:

    O Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson explica um dos efeitos docomrcio internacional. Segundo o Teorema Hecksher-Ohlin, cada pas seespecializa na produo de bens intensivos no fator de produo relativamente

    abundante em seu territrio. Vocs esto lembrados?

    Imaginemos o comrcio entre Brasil e Japo. O Brasil possuiabundncia do fator de produo trabalho e, portanto, se especializa naproduo e exportao de bens intensivos em trabalho. O Japo, por sua vez,possui abundncia do fator de produo capital e, portanto, se especializa naproduo e exportao de bens intensivos em capital. Dessa forma, vamosassumir que o Brasil se especialize na produo de calados, enquanto o Japose especializa na produo de equipamentos eletroeletrnicos. At aqui tudo explicado pelo Teorema Hecksher-Ohlin!

    O Brasil passa a vender calados ao Japo, comprando produtoseletroeletrnicos. Com isso, a indstria brasileira precisa produzir maiscalados, o que aumenta a demanda por mo de obra (j que calado intensivo em mo de obra). A indstria japonesa, por sua vez, precisa produzirmaior quantidade de bens eletroeletrnicos, o que aumenta a demanda porcapital (j que bens eletroeletrnicos so intensivos em capital).

    Agora voc me responde! O que ocorre com o aumento da demandapor mo-de-obra no Brasil? E com o aumento da demanda por capital noJapo?

    Excelente! No Brasil, o aumento da demanda por mo-de-obragera elevao dos salrios (remunerao do fator de produotrabalho). No Japo, o aumento da demanda por capital causa aelevao dos juros (remunerao do fator de produo capital).

    Por outro lado, ao comprar bens eletroeletrnicos do Japo, o Brasilno precisa produzi-los localmente. Assim, h no Brasil uma reduo dademanda por capital (que seria necessrio para produzir benseletroeletrnicos). O Japo, ao comprar calados do Brasil, no necessita

    produzi-los localmente. Portanto, h no Japo uma reduo da demanda pormo-de-obra (que seria necessria para produzir calados).

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    Me responda agora novamente! O que ocorre com a reduo dademanda por capital no Brasil? E com a reduo da demanda por mo-de-obrano Japo?

    Isso mesmo! No Brasil, a reduo da demanda por capital gerauma reduo dos juros (remunerao do fator de produo capital).No Japo, a reduo da demanda por mo-de-obra gera uma reduodos salrios.

    Analisando o exemplo, pode-se verificar que o livre comrcio gerou:

    1)- Elevao dos salrios e reduo dos juros no Brasil

    2)- Elevao dos juros e reduo dos salrios no Japo.

    Isso explicado pelo Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson! Segundoesse teorema, o livre comrcio gera o aumento da remunerao dofator de produo abundante e a reduo da remunerao do fator deproduo escasso. No exemplo, o Brasil possua abundncia de trabalho eescassez de capital. Logo, houve aumento dos salrios (remunerao do fatorde produo trabalho.) e reduo dos juros (remunerao do fator deproduo capital). No Japo, ocorreu exatamente o movimento oposto.

    Esquematizando:

    Por fim, cabe destacar que um pressuposto bsico para a

    validade do Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson o de que atecnologia seja constante, isto , os pases possuam a mesmatecnologia. Dessa forma, a equalizao dos custos dos recursos(convergncia da remunerao dos fatores de produo) no ocorrer se astecnologias forem distintas.

    8- (ACE-2002)- A abertura do mercado ocasiona o aumento do preorelativo do fator trabalho em uma economia em que este fator sejaabundante e reduz o seu preo na economia em que o fator capital sejarelativamente abundante.

    Comentrios:

    TEOREMA HECKSHER-OHLIN-SAMUELSON

    A abertura do mercado leva aoaumento da remunerao do fatorde produo abundante noterritrio de um pas, reduzindo aremunerao do fator deproduo escasso.

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    Questo corretssima e plenamente compatvel com o enunciado doTeorema Hecksher-Ohlin-Samuelson. A abertura comercial gera elevao dossalrios em uma economia em que o trabalho seja abundante (aumento daremunerao do fator de produo abundante), reduzindo os salrios emuma economia em que o trabalho seja escasso (reduo da remunerao do

    fator de produo escasso).

    9- (ACE-2002)- A abertura do mercado ocasiona a reduo do preorelativo do fator trabalho em uma economia em que este fator sejaabundante e aumenta o seu preo na economia em que o fator capitalseja relativamente abundante.

    Comentrios:

    Exatamente o contrrio do que dispe o Teorema Hecksher-Ohlin-

    Samuelson. Questo errada.

    10- (ACE-2008) No modelo de Heckscher-Ohlin, a ideia de que ocomrcio internacional promove a convergncia e at a equalizaodos salrios entre pases no se sustenta caso essas economiasutilizem tecnologias distintas.

    Comentrios:

    A equalizao dos custos dos recursos (convergncia da remunerao

    dos fatores de produo) no ocorrer se as tecnologias forem distintas, umavez que no modelo de Hecksher-Ohlin assume-se que os pases possuamtecnologias idnticas. Questo correta.

    1.6- Teorema Stolper-Samuelson:

    Segundo o Teorema Stolper-Samuelson, o aumento no preorelativo de um bem provoca um aumento mais que proporcional daremunerao do fator de produo intensivo em sua produo e uma

    reduo da remunerao do fator de produo escasso.

    Esse teorema tem como um de seus corolrios a explicaodos efeitos que a imposio de tarifas provoca em relao distribuio de renda em uma economia. Em outras palavras, ele explicaos efeitos de uma tarifa sobre a remunerao dos fatores de produo.

    Voltemos ao exemplo do comrcio entre Brasil e Japo!

    O Brasil se especializou na produo de calados, enquanto o Japo

    se especializou na produo de equipamentos eletroeletrnicos. Isso pode ser

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    facilmente explicado pelo Teorema Hecksher-Ohlin! Mas o que acontecer se oBrasil colocar uma tarifa sobre a importao de calados?

    Nesse caso, a indstria caladista brasileira ser incentivada aproduzir mais, j que est protegida. Boa parte da fatia de mercado, que antes

    era dominada pelas importaes, passar ao controle da indstria nacional,que ter, portanto, que produzir mais. Para produzir em maior escala, aindstria nacional necessitar de maior quantidade de mo-de-obra. Com isso,h um aumento da demanda por mo-de-obra. e, consequentemente, umaelevao dos salrios.

    Dessa forma, podemos afirmar que, de acordo com o TeoremaStolper-Samuelson, a imposio de tarifa sobre a importao de umbem tem como efeito o aumento da remunerao do fator de produointensivo no bem protegido. No exemplo, a tarifa sobre a importao de

    calados elevou os salrios, isto , elevou a remunerao do fator de produointensivo em calados (trabalho).

    Comparando o Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson com oTeorema Stolper-Samuelson, pode-se verificar semelhanas e diferenas.

    O pressuposto bsico dos dois teoremas que h uma relaounvoca entre os preos relativos dos bens e os preos relativos dos fatoresutilizados para produzir os bens. Logo, considerando-se que o comrcio

    internacional modifica os preos relativos dos bens, ele tem um efeitodestacado sobre a distribuio de renda na economia. Dessa forma, olivre comrcio ou o protecionismo afetaro, cada um sua maneira, aremunerao dos fatores de produo.

    Embora ambos os teoremas expliquem o que ocorre com aremunerao dos fatores de produo, cada um deles se aplica a uma situaodiferente. O Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson explica o que ocorrecom o livre comrcio; o Teorema Stolper-Samuelson descreve osefeitos do protecionismo sobre a remunerao dos fatores de

    produo.

    TEOREMA STOLPER-SAMUELSON

    A imposio de uma tarifa sobre aimportao de um bem produz o aumento

    da remunerao do fator de produointensivo no bem protegido.

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    Mas se o livre comrcio leva ao aumento da remunerao do fator deproduo abundante e o protecionismo leva ao aumento da remunerao dofator de produo intensivo no bem protegido, qual a diferena entre oprotecionismo e o livre comrcio? Seus efeitos no seriam os mesmos?

    tima pergunta! Apesar dos efeitos serem parecidos, eles no soexatamente iguais. Se um bem intensivo em trabalho (calados, por exemplo)for protegido com uma tarifa, isso levar ao aumento dos salrios. No entanto,simultaneamente, haver um aumento dos preos de calados. Logo, oaumento dos salrios poder ser corrodo pela inflao, que impedir aelevao real da remunerao dos trabalhadores.

    1.7- Novas Teorias do Comrcio Internacional:

    Segundo o Teorema Hechsher-Ohllin, a diferena de dotaode fatores de produo era o grande determinante do comrciointernacional. Assim, pases com dotao de fatores de produosemelhantes no se engajariam, a princpio, no comrcio internacional.Todavia, Linder observou que uma parte importante dos fluxos comerciaisocorria entre pases desenvolvidos, contrariando o Teorema Hecksher-Ohlin.Observao idntica fez o economista Paul Krugman!

    Verificou-se, ento, que grande parte do comrcio internacional era

    intra-indstria (um pas compra carros e vende carros, por exemplo)! ParaLinder, a explicao desse comrcio intra-indstria estaria naestrutura de demanda dos pases, isto , nos gostos dos consumidores.Segundo ele, quanto mais parecida for a estrutura de demanda de dois pases(gostos dos consumidores parecidos), maior ser o fluxo do comrcio entreeles.

    Para Krugman, alm dos gostos dos consumidores, a explicaoestaria nas economias de escala. As economias de escala, tambmchamadas de ganhos de escala, ocorrem quando o aumento dos fatoresprodutivos (trabalho, capital) empregados na fabricao de um bem leva a umaumento mais do que proporcional da produo. Ocorrem economias de escalaquando, por exemplo, ao dobrar a dotao de fatores de produo, a produomais do que dobra. As economias de escala so decorrncia daespecializao. Cada pas, produzindo um nmero mais restrito de bens,consegue fabric-los de maneira mais eficiente. Destaque-se que a Teoria dasVantagens Comparativas (modelo ricardiano) no levava em considerao aexistncia de economias de escala.

    Esquematizando:

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    11- (ACE-2008) - De acordo com o modelo ricardiano, as vantagenscomparativas, baseadas em diferenas nos custos de produo, nademanda e na presena de economias de escala, justificam aexistncia do livre comrcio entre pases e se traduzem em ganhosadicionais para consumidores e produtores domsticos.

    Comentrios:

    O modelo ricardiano (vantagens comparativas) no leva emconsiderao a estrutura da demanda e as economias de escala. Questoerrada.

    12- (ACE-2008) - A hiptese de Linder de que o volume de comrcio maior entre pases ricos e semelhantes do que entre pases com nveisde rendimento per capita distintos decorre, em parte, da existncia deeconomias de escala e dos padres diferenciados de demanda queprevalecem nesses dois grupos de pases.

    Comentrios:De fato, segundo Linder, quanto mais parecida for a estrutura de

    demanda de dois pases, maior ser o volume de comrcio entre eles. Cabedestacar que o modelo de Linder admite a existncia de economias de escala.Questo correta.

    MODELO DE LINDER

    Quanto mais parecida for aestrutura de demanda de doispases, isto , quanto mais

    parecidos forem os gostos dosconsumidores, maior ser ofluxo comercial entre eles.

    ECONOMIAS DEESCALA

    As economias de escala sodecorrncia da especializao eso uma explicao para ocomrcio intra-indstria.

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    2- POLTICAS COMERCIAIS:

    2.1- Aspectos Gerais:

    Comecemos nosso assunto com uma srie de indagaes. O que

    poltica comercial? Qual importncia ela tem para um pas? Quais so asprincipais polticas comerciais? O que uma poltica comercial estratgica?

    Bem, a poltica comercial , ao lado da poltica monetria, fiscal ecambial, uma vertente da poltica macroeconmica conduzida por um governo.Ela determina a forma pela qual um pas se relaciona com outros pases no quediz respeito ao comrcio exterior (exportaes e importaes). Assim, apoltica comercial pode ser entendida como um conjunto de medidasgovernamentais que influencia as transaes comerciais que um pas tem comos outros.

    A conduo da poltica comercial determina o grau de aberturaeconmica de um pas. Em tempos de globalizao, h uma forte tendncia deinterconexo das economias e de aprofundamento do comrcio exterior.Todavia, nem sempre foi assim! Em outras pocas, as prticas protecionistaspreponderavam. Se analisarmos a prpria Histria do Brasil, perceberemos oquanto isso verdade!

    Fazendo uma rpida regresso temporal, voltemos dcada de 90. Oincio da dcada de 90 representa um ponto de inflexo na mudana da poltica

    comercial brasileira, na medida em que se promove a abertura comercial. Ogoverno Collor (1990-1992), logo em seu incio, levou a cabo notria mudanano regime de importaes brasileiras. Nesse sentido, foram eliminadasdiversas restries ao comrcio at ento existentes: reduziram-se asalquotas dos tributos na importao e acabou-se com as chamadas reservasde mercado (proibio s importaes), como a existente no setor deinformtica.

    Pois bem, deixando o Brasil de lado, quando falamos em polticacomercial, temos que nos lembrar automaticamente do protecionismo e doliberalismo, certo?

    O protecionismo uma poltica comercial que representa acontraposio s idias liberalistas apregoadas pelas teorias do comrciointernacional. Os protecionistas enxergam o livre comrcio como algo perigosoaos interesses nacionais e pregam pela proteo indstria nacional. Assim,uma poltica comercial protecionista a que impe restries livrecirculao de mercadorias e servios.

    Na viso dos protecionistas, a indstria nacional no deve ser exposta concorrncia ou ento sair perdendo, sofrendo graves prejuzos. Se voc

    gosta de acompanhar jornais e revistas, j deve ter percebido o quanto aindstria nacional tem chorado nos ltimos tempos, pleiteando junto ao

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    governo brasileiro a adoo de medidas protecionistas. No Brasil, chega-se aargumentar que h um risco de desindustrializao do Pas diante daconcorrncia com os produtos chineses. No fale bem da JAC Motors com umprotecionista! (rsrs...)

    Para falar um pouco sobre a histria do protecionismo, precisamosvoltar Idade Moderna, quando a poltica econmica dos Estados era baseadano mercantilismo, que no foi um sistema aplicado homogeneamente naEuropa. Na verdade, haviam vrios estilos de mercantilismo. Espanha ePortugal tinham como base fundamental a extrao das riquezas coloniais; aInglaterra, por sua vez, buscou desenvolver mais seu comrcio exterior deprodutos manufaturados.

    Podemos dizer que as principais caractersticas domercantilismo eram: i) protecionismo alfandegrio (com o objetivo de obter

    supervits comerciais); ii) atuao ativa do Estado (intervencionismo estatal)e; iii) busca de acumulao de ouro e prata (quanto mais ouro e prata um paspossusse em seu territrio, mais rico ele seria). Os mercantilistasconsideravam tambm que a existncia de uma populao numerosaseria benfica ao pas, uma vez que resultaria em maior disponibilidade dofator de produo trabalho.

    Os tericos mercantilistas pregavam o desenvolvimentoeconmico por meio do enriquecimento das naes pelo comrcioexteriore pela explorao das riquezas coloniais. Quanto mais um pas

    exportasse e menos importasse, mais riqueza teria ele no seu territrio. Paraisso, os Estados adotavam prticas de protecionismo alfandegrio - com aimposio de barreiras tarifrias ao comrcio exterior - e medidas queincentivassem a exportao. O objetivo era aumentar o bem-estar nacional pormeio da acumulao de ouro e prata, que poderia ocorrer por meio docomrcio exterior ou da explorao colonial.

    Segundo os mercantilistas, quanto mais ouro e prata um paspossusse em seu territrio, mais caros se tornariam seus produtos, os quaisvaleriam mais no mercado internacional. Assim, esses produtos seriamexportados por preos elevados e, consequentemente, entraria ainda maisouro e prata no territrio do pas. Mas ser que isso era verdade?

    No. David Hume contestou essa lgica mercantilista. Para ele, ossupervits e dficits que um pas tivesse em sua Balana Comercial seriamautomaticamente corrigidos pelas foras do mercado. Era a Teoria Fluxo-Espcie-Preo. Vejamos!

    Se um pas tiver muito ouro e prata em seu territrio, seus produtos,de fato, se tornam mais caros no mercado internacional. No entanto, como osprodutos esto muito caros, a demanda por eles se reduz (Lei da Oferta e da

    Procura) e, portanto, entra menos ouro e prata no territrio do pas (dficitcomercial). Com a entrada de menos ouro e prata em seu territrio, os preos

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    dos produtos iro se reduzir e, consequentemente, aumentar a demanda poreles no mercado internacional. A conseqncia sero supervits na BalanaComercial e o aumento do ingresso de ouro e prata. Percebam, caros amigos,que trata-se de um mecanismo de ajuste automtico da Balana Comercial.Assim, para Hume, no haveria uma acumulao infinita de ouro e prata.

    Modernamente, fala-se na existncia de um neomercantilismo, que uma poltica comercial eminentemente protecionista, que se baseia emestmulos s exportaes e imposio de restries s importaes. O objetivoprincipal dessas polticas alcanar supervits na Balana Comercial, o que conquistado por meio de estmulos s exportaes e imposio de barreiras simportaes.

    No sculo XVIII, com o surgimento da Teoria das VantagensAbsolutas de Adam Smith e, em seguida, da Teoria das Vantagens

    Comparativas de David Ricardo, o protecionismo comea a perder ainda maisseu espao. Isso no quer dizer que ele no fosse empregado a essa poca,mas j existia uma nova forma de se pensar o comrcio internacional. Surge olivre-cambismo, que pregava que os mercados possuem a capacidade dese autorregularem e que um comrcio internacional livre de barreiras seriafundamental para o crescimento e desenvolvimento econmico. O livre-cambismo apregoado por Adam Smith pregava a remoo dos obstculoslegais ao comrcio internacional.

    Todavia, no perodo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais,

    particularmente a partir da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, os pasesrecrudesceram fortemente as prticas protecionistas.

    Numa tentativa de combater o protecionismo, em 1947, os pasesassinaram o GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) e por meio desucessivas Rodadas de Negociao foram progressivamente reduzindo astarifas aduaneiras incidentes nas importaes.

    Com essas progressivas redues tarifrias e o crescenteacesso a mercados, comea a ganhar expresso uma nova forma deprotecionismo: a utilizao de barreiras no-tarifrias. Se no passado astarifas eram muito elevadas - impedindo o comrcio - e agora elas haviam sidorebaixadas, como proteger as indstrias nacionais? Os pases no podiamvoltar atrs em relao s suas concesses tarifrias! Logo, eles precisavamproteger sua indstria com o uso de barreiras no-tarifrias.

    Mas, Ricardo o que so essas barreiras no-tarifrias?

    No existe uma definio precisa do que sejam barreiras no-tarifrias. O entendimento que vocs precisam ter que barreiras no-tarifrias so todas as restries ao comrcio internacional que no so

    impostas por meio de tarifas aduaneiras. Assim, uma regulamentao tcnica(requisitos de segurana para brinquedos, por exemplo) ou uma medida

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    sanitria e fitossanitria so espcies de barreiras no-tarifrias. Mais frente, ns falaremos maiores detalhes sobre as barreiras no-tarifrias,combinado?

    Pois ento, as barreiras no-tarifrias se transformaram na novacara do protecionismo, muitas vezes passando a constituir-se em obstculosarbitrrios e desnecessrios ao comrcio internacional. Era preciso, portanto,regulament-las melhor! E quem melhor do que uma organizao internacionalpara faz-lo?

    Pois bem, em 1994 foi criada a Organizao Mundial do Comrcio(1994). Nosso objetivo, pelo menos por agora, no falar detalhadamentesobre a OMC. O que precisamos saber que desde sua criao, oprotecionismo continuou a decrescer. A partir daquele momento haveria umaorganizao internacional responsvel por administrar o sistema multilateral de

    comrcio, contribuindo para a liberalizao do comrcio internacional, seja pormeio da progressiva reduo tarifria, seja por meio de um esforo deregulamentao das barreiras no-tarifrias.

    Mas ser que podemos dizer que o protecionismo no existe hoje emdia? Com certeza no! As prticas protecionistas perduram at os diasatuais. Logo, embora possamos dizer que, ao longo do tempo houveuma progressiva reduo do protecionismo, este, de forma alguma, foieliminado. Destaque-se, ainda, que a crise financeira de 2008 provocou umrecrudescimento das prticas protecionismo. E um detalhe importante: o

    protecionismo adotado tanto por pases desenvolvidos quanto por pases emdesenvolvimento!

    Atualmente, o protecionismo se evidencia principalmente nocampo agrcola, setor econmico bastante protegido, principalmentepelos pases desenvolvidos. Dizem por a, inclusive, que custear uma vacana Europa durante um ano sai mais caro para o governo do que se elecomprasse uma Mercedez Benz! (rsrsrsr) Isso ocorre em razo dos altossubsdios concedidos pelos pases europeus. Esse , inclusive, um empecilhoao fechamento da Rodada de Doha os pases desenvolvidos no queremfazer concesses em termos de acesso a mercado no que diz respeito aosprodutos agrcolas, enquanto pedem concesses em NAMA (Non AgriculturalMarket Access).

    A dicotomia entre protecionismo e liberalismo uma das grandesquestes da cincia econmica na atualidade. Segundo diversos economistas,o comrcio internacional considerado o grande motor dodesenvolvimento econmico. Nesse sentido, cresce de importncia apoltica de comrcio exterior adotada por cada pas, a qual pode variar desde oprotecionismo exacerbado at a ampla liberalizao comercial.

    A poltica comercial adotada por um pas est, portanto, diretamenterelacionada estratgia de desenvolvimento por ele levada a cabo. Em outras

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    palavras, a estratgia de desenvolvimento de cada pas varia segundo ograu de exposio de sua economia ao mercado internacional. Os pasesque adotam polticas comerciais de orientao liberal so a favor dosesquemas preferenciais (SGP e SGPC) e dos acordos regionais de integrao.Em aulas futuras, abordaremos detalhadamente os acordos regionais e os

    esquemas preferenciais. Por hora, basta sabermos que todos esses acordos(esquemas preferenciais e acordos regionais) se baseiam na reduo e ateliminao dos direitos aduaneiros incidentes sobre as operaes de comrcioexterior e, portanto, esto diretamente, ligados ao liberalismo.

    Vejamos como esses assuntos j foram cobrados em prova!

    13- (AFTN- 1998-adaptada) Segundo a lgica protecionista, ocomrcio e a indstria so mais importantes para um pas do que aagricultura e, portanto, devem ser submetidos a tarifas para evitar a

    concorrncia com produtos estrangeiros.

    Comentrios:

    Os protecionistas no consideram o comrcio e a indstria maisimportantes para o pas do que a agricultura. Na verdade, eles noestabelecem uma carga valorativa para cada uma dessas atividadeseconmicas. O que se v, todavia, na prtica, que os produtos agrcolas soos mais afetados pelo protecionismo. Questo errada.

    14- (AFTN-1998-adaptada)- Est relacionada com a prtica domercantilismo o princpio segundo o qual o Estado deve incrementar obem-estar nacional.

    Comentrios:

    De fato, o objetivo central do mercantilismo o incremento do bem-estar nacional, o que alcanado por meio do acmulo de metais preciosos noterritrio do pas. Questo correta.

    15- (AFTN-1998-adaptada)- Est relacionado com a prtica domercantilismo o conjunto de concepes que inclua o protecionismo, aatuao ativa do Estado e a busca de acumulao de metais preciosos,que foram aplicadas em toda a Europa homogeneamente no sculoXVII.

    Comentrios:

    O mercantilismo no foi aplicado na Europa de forma homognea.Questo errada.

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    16- (AFTN 1998- adaptada)- Segundo o mercantilismo, o comrcioexterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na balanafornece um estoque de metais preciosos.

    Comentrios:

    Segundo as ideias mercantilistas, quanto mais ouro e prata um paspossuir em seu territrio, mais rico ele ser. Uma das formas de acumulaode ouro e prata por meio da obteno de saldos comerciais positivos.Questo correta.

    17- (AFTN 1998 adaptada)- Segundo o mercantilismo, a riqueza daeconomia depende do aumento da populao e do volume de metaispreciosos do pas.

    Comentrios:

    Para os mercantilistas, quanto mais metais preciosos um pas possuirem seu territrio, mais rico ele ser. O aumento da populao tambm fatorque contribui para o aumento da riqueza nacional, pois representa maior forade trabalho. Questo correta.

    18- (AFTN 1998 adaptada)- Segundo o mercantilismo, uma forteautoridade central essencial para a expanso dos mercados e aproteo dos interesses comerciais.

    Comentrios:

    O mercantilismo se baseava em um forte intervencionismo estatal,que se materializava na imposio de restries s importaes e incentivos sexportaes. O objetivo era a obteno de supervits na Balana Comercial.Questo correta.

    19- (AFTN-1998-adaptada)- Segundo o livre-cambismo, corretoafirmar-se que o governo deve se limitar manuteno da lei e daordem.

    Comentrios:

    O livre cambismo se baseia na noo de que os mercados socapazes de se autorregularem. Nesse sentido, o governo no deve intervir naeconomia, atuando somente na manuteno da lei e da ordem. Questocorreta.

    20- (AFTN 1998- adaptada)- Segundo o livre cambismo, o governodeve remover todos os obstculos legais para o funcionamento de um

    comrcio livre.

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    Comentrios:

    Essa assertiva descreveu em poucas palavras o livre cambismo!Segundo entendimento da ESAF, essa poltica comercial se caracteriza pelaremoo de todos os obstculos legais ao funcionamento de um comrcio livre.

    Questo correta.

    21- (AFTN 1998- adaptada)- Segundo o livre cambismo, todas asmoedas devem ser conversveis em ouro.

    Comentrios:

    indiferente aos liberalistas que as moedas sejam todas conversveisem ouro. O ponto central do livre cambismo a inexistncia de obstculos aocomrcio. Questo errada.

    22- (AFRFB-2009)- A participao no comrcio internacional importante dimenso das estratgias de desenvolvimento econmicodos pases, sendo perseguida a partir de nfases diferenciadas quantoao grau de exposio dos mercados domsticos competiointernacional.

    Comentrios:

    A poltica comercial de um pas est relacionada sua estratgia dedesenvolvimento. Alguns pases, como o Brasil, por exemplo, so maisprotecionistas. Outros, como o Chile, possuem a economia mais aberta aomercado internacional. Questo correta.

    23- (AFRFB-2009- adaptada)- As polticas comerciais inspiradas peloneo-mercantilismo privilegiam a obteno de supervits comerciaisnotadamente pela via da diversificao dos mercados de exportaopara produtos de maior valor agregado.

    Comentrios:

    Os supervits na Balana Comercial defendidos peloneomercantilismo so conquistados por meio de estmulo s exportaes eimposio de restries s importaes (e no pela diversificao dosmercados de exportao!). Questo errada.

    24- (AFRF 2000)- O livre cambismo uma doutrina de comrcioestabelecida atravs de tarifas protecionistas, a subveno decrditos, a adoo de cmbios diferenciados.

    Comentrios:

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    Exatamente o contrrio do que afirma a assertiva! O livre cambismose baseia na retirada dos entraves ao comrcio internacional, sejam eles decarter tarifrio ou no-tarifrio. Questo errada.

    25- (AFRF 2000)- O livre cambismo rege que a livre troca de

    produtos no campo internacional, os quais seriam vendidos a preosmnimos, num regime de mercado, se aproximaria ao da livreconcorrncia perfeita.

    Comentrios:

    Em um mercado de concorrncia perfeita, h muitos vendedores emuitos compradores, nenhum dos quais possui poder para influenciar ospreos. Com a livre circulao de mercadorias, h um aumento da oferta deprodutos que, consequentemente, leva a uma reduo de preos. Os preos

    chegam, ento, a um valor mnimo. Questo correta.

    26- (AFRF 2000)- O livre cambismo uma doutrina pela qual ogoverno no prev a remoo dos obstculos legais em relao aocomrcio e aos preos.

    Comentrios:

    Ao contrrio do que afirma a questo, no livre cambismo o governoprev a remoo dos obstculos legais em relao ao comrcio e aos preos.

    Questo errada.27- (AFRFB-2009)- Pases que adotam polticas comerciais deorientao liberal so contrrios aos esquemas preferenciais, como oSistema Geral de Preferncias, e aos acordos regionais e sub-regionaisde integrao comercial celebrados no marco da Organizao Mundialdo Comrcio por conterem, tais esquemas e acordos, componentesprotecionistas.

    Comentrios:

    Os pases que seguem uma orientao liberalista em suas polticas decomrcio exterior so a favor dos acordos regionais e dos esquemaspreferenciais (SGP e SGPC). Questo errada.

    28- (AFRF -2003)- Sobre o protecionismo, em suas expressescontemporneas, correto afirmar-se que tem aumentado em razoda proliferao de acordos de alcance regional que mitigam o impulsoliberalizante da normativa multilateral.

    Comentrios:

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    Conforme afirma a questo, os acordos regionais de comrcio tmefetivamente proliferado nos ltimos anos. Em consulta ao site da OMC, pode-se verificar que h, atualmente, mais de 200 acordos regionais notificadosjunto quela organizao internacional. No entanto, a proliferao de acordosregionais, ao contrrio do que afirma a questo, um fato que deve ser

    associado ao liberalismo. Questo errada.

    29- (AFRF-2002.2) - Com relao s prticas protecionistas, tal comoobservadas nas ltimas cinco dcadas, correto afirmar-se queassumiram expresso preponderantemente no-tarifria medidaque, por fora de compromissos multilaterais, de acordos regionais ede iniciativas unilaterais, reduziram-se as barreiras tarifrias.

    Comentrios:

    De fato, o protecionismo tornou-se eminentemente no-tarifrio nasltimas dcadas, uma vez que as tarifas foram sendo progressivamentereduzidas em razo das negociaes comerciais, motivo pelo qual a questoest correta.

    30- (AFRF 2003)- Sobre o protecionismo, em suas expressescontemporneas, correto afirmar-se que possui expressoeminentemente tarifria desde que os membros da OMC acordaram atarificao das barreiras no-tarifrias.

    Comentrios:O protecionismo possui, atualmente, expresso eminentemente no-

    tarifria. Questo errada.

    31- (AFRF-2002.2) - Com relao s prticas protecionistas, tal comoobservadas nas ltimas cinco dcadas, correto afirmar-se quevoltaram a assumir expresso preponderantemente tarifria em razode compromisso assumido no mbito do Acordo Geral de Comrcio eTarifas (GATT)) de tarificar barreiras no-tarifrias, com vistas progressiva reduo e eliminao futura das mesmas.

    Comentrios:

    Nas ltimas cinco dcadas, o protecionismo tornou-se eminentementeno-tarifrio, uma vez que as tarifas foram progressivamente reduzidas pormeio de sucessivas Rodadas de Negociao. Questo errada.

    32- (AFRF -2003)- Sobre o protecionismo, em suas expressescontemporneas, correto afirmar-se que assume feiespreponderantemente no-tarifrias, associando-se, entre outros, a

    procedimentos administrativos e adoo de padres e de controles

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    relativos s caractersticas sanitrias e tcnicas dos benstransacionados.

    Comentrios:

    De fato, em suas expresses contemporneas, o protecionismo preponderantemente no-tarifrio. So vrias as barreiras no-tarifriasexistentes, entre as quais apontamos: subsdios, cotas, medidas sanitrias efitossanitrias, regulamentaes tcnicas, licenas de importao, prticasarbitrrias de valorao aduaneira, direitos antidumping, etc. Questo correta.

    33- (AFRF 2003)- Sobre o protecionismo, em suas expressescontemporneas, correto afirmar-se que associa-se a estratgiasdefensivas dos pases em desenvolvimento frente s pressesliberalizantes.

    Comentrios:

    Tanto pases desenvolvidos quanto pases em desenvolvimento seutilizam de prticas protecionistas. Questo errada.

    34- (AFRF-2002.2) - Com relao s prticas protecionistas, tal comoobservadas nas ltimas cinco dcadas, correto afirmar-se querecrudesceram particularmente entre os pases da Organizao deCooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE), na segunda

    metade dos anos noventa, em razo da desacelerao das taxas decrescimento de suas economias.

    Comentrios:

    Na dcada de 90, o que se observa uma reduo do protecionismoem carter global. Lembre-se de que a OMC foi criada em 1994, na RodadaUruguai. Questo errada.

    35- (AFRF-2002.2) - Com relao s prticas protecionistas, tal comoobservadas nas ltimas cinco dcadas, correto afirmar-se que

    deslocaram-se do campo estritamente comercial para vincularem-se aoutras reas temticas como meio ambiente, direitos humanos einvestimentos.

    Comentrios:

    Com o passar do tempo e as sucessivas rodadas de negociaescomerciais, o protecionismo deixou de ser tarifrio e tornou-se eminentementeno-tarifrio. Atualmente, as prticas protecionistas esto de fato ligadas aoutras temticas, como a questo ambiental, direitos humanos (clusulas

    trabalhistas nos acordos comerciais) e investimentos. No entanto, no se pode

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    dizer que elas deslocaram-se do campo estritamente comercial, afinal asbarreiras no-tarifrias so um tipo de barreiras comerciais. Questo errada.

    36- (AFRF-2002.1)- No que se refere ao comrcio internacional, adcada de noventa foi caracterizada pelo recrudescimento do

    protecionismo em virtude do contexto recessivo herdado da dcadaanterior.

    Comentrios:

    A dcada de 90 ficou caracterizada pela reduo do protecionismo.Questo errada.

    37- (AFRF-2002.1)- No que se refere ao comrcio internacional, adcada de noventa foi caracterizada pela preponderncia das

    exportaes de servios aos pases desenvolvidos.

    Comentrios:

    Os pases desenvolvidos que so os grandes exportadores deservios. Questo errada.

    38- (AFRF-2002.1)- No que se refere ao comrcio internacional, adcada de noventa foi caracterizada pela tendncia liberalizaoimpulsionada por medidas unilaterais, por acordos bilaterais eregionais bem como por compromissos assumidos multilateralmente.

    Comentrios:

    A dcada de 90 caracteriza-se pela tendncia liberalizao docomrcio internacional, ocorrida por meio de compromissos multilaterais(firmados no mbito da OMC), acordos bilaterais e regionais e iniciativasunilaterais. Questo correta.

    39- (AFRF-2002.1)- No que se refere ao comrcio internacional, adcada de noventa foi caracterizada pelo fracasso das negociaes

    multilaterais no marco do GATT.

    Comentrios:

    No se pode dizer que as negociaes multilaterais no marco do GATTfracassaram na dcada de 90. Ao contrrio, a Rodada Uruguaia, de 1994, foi amais bem sucedida, tendo resultado na criao da OMC. Questo errada.

    40- (AFRF-2002.1)- No que se refere ao comrcio internacional, adcada de noventa foi caracterizada pela proliferao de acordos de

    integrao econmica entre pases desenvolvidos e emdesenvolvimento.

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    Comentrios:

    No se pode afirmar que, na dcada de 90, houve proliferao deacordos regionais entre pases desenvolvidos e pases em desenvolvimento. Nadcada de 90, foram criados o MERCOSUL (entre pases em desenvolvimento)

    e a Unio Europeia (entre pases desenvolvidos). O NAFTA o nico blocoregional que nos interessa que nasceu na dcada de 90 como resultado de umacordo entre pases desenvolvidos (EUA e Canad) e um pas emdesenvolvimento (Mxico). Questo errada.

    2.2- O protecionismo no mbito do sistema multilateral de comrcio:

    Em primeiro lugar, eu gostaria de fazer um questionamento. Para que

    vocs acham que foram criadas regras de comrcio internacional?

    O sistema multilateral de comrcio, hoje administrado pela OMC, foicriado para limitar a adoo de prticas protecionistas. No que a OMC(Organizao Mundial do Comrcio) impea a adoo desse tipo de prtica,massuas regras so um fator dissuasrio do protecionismo.

    Na prxima aula trataremos de forma bem aprofundada sobre asregras da OMC, mas por ora basta sabermos que as regras do sistemamultilateral inibem a utilizao de prticas protecionistas, na medida

    em que regulamentam como estas podem ser usadas. Desta forma, ficaexpressamente condenado o uso de medidas protecionistas que seconfigurem em prticas arbitrrias e discriminatrias ou ainda emrestries veladas ao comrcio internacional.

    Mas, Ricardo, quando que a OMC autoriza a utilizao de prticasprotecionistas?

    Meus amigos, existem vrias situaes em que a OrganizaoMundial do Comrcio autoriza sejam adotadas prticas protecionistas. Asprticas protecionistas encontram amparo na normativa da OMC quandodestinadas proteo da indstria nascente, promoo da segurananacional, deslealdade comercial, diante de restries no Balano dePagamentos, diante de um surto de importaes ou, ainda, em razode excees gerais relacionadas no art. XX do GATT.

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    2.2.1- Proteo Indstria Nascente:

    A proteo indstria nascente, ideia originalmente concebidapelo alemo Friedrich List, est regulamentada pelo art. XVIII do GATT,intitulado Ajuda do Estado em favor do desenvolvimento econmico.Vejamos o teor do referido dispositivo:

    ARTIGO XVIII-AJUDA DO ESTADO EM FAVOR DODESENVOLVIMENTO ECONMICO1. As Partes Contratantes reconhecem que a realizao dos

    objetivos do presente Acordo ser facilitada pelo desenvolvimentoprogressivo de suas economias, em particular nos casos dasPartes Contratantes cuja economia no asseguram populao seno um baixo nvel de vida e que est nosprimeiros estgios de seu desenvolvimento.2. As Partes Contratantes reconhecem, alm disso, que podeser necessrio para as Partes Contratantes previstas no pargrafoprimeiro, com o objetivo de executar seus programas e suaspolticas de desenvolvimento econmico orientados para aelevao do nvel geral de vida de suas populaes, tomarmedidas de proteo ou outras medidas que afetem as

    importaes e que tais medidas so justificadas na medidaem que elas facilitem a obteno dos objetivos desteAcordo. Elas estimam, em conseqncia, que estas PartesContratantes deveriam usufruir facilidades adicionais que aspossibilitem:(a) conservar na estrutura de suas tarifas aduaneiras suficienteflexibilidade para que elas possam fornecer a proteo tarifrianecessria criao de um ramo de produo determinado, e(b) instituir restries quantitativas destinadas a proteger oequilbrio de suas balanas de pagamento de uma maneira queleve plenamente em conta o nvel elevado e permanente da

    procura de importao suscetvel de ser criada pela realizao deseus programas de desenvolvimento econmico.

    Proteo Indstria Nascente

    Promoo da Segurana NacionalPromoo da Segurana Nacional

    Deslealdade Comercial

    Restries no Balano de Pagamentos

    Surto de Importaes

    Excees Gerais

    ARGUMENTOSPROTECIONISTAS

    AMPARADOS PELA

    NORMATIVA DA OMC

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    Percebam, meus amigos, que a normativa da OMC bem restritivaem relao aos pases que podem utilizar esse mecanismo protecionista.Segundo o dispositivo supracitado, somente podem advogar a proteo indstria nascente para adotar medidas que afetem as importaes aquelespases cujas economias estejam nos primeiros estgios de

    desenvolvimento.Assim, pela normativa da OMC, no qualquer pas quepoder alegar a proteo indstria nascente como argumento para a polticaprotecionista. No pensem que o Brasil, por exemplo, conseguiria faz-lo! Esseinstrumento para pases como Haiti, Somlia, etc.

    Destaque-se que no poder ser concedida indstria nacional portempo indeterminado com fundamento no art. XVIII do GATT. Tal proteo temporria, limitada ao tempo necessrio para que a indstria possa sair dosprimeiros estgios de desenvolvimento.

    Como j dissemos anteriormente, o fundamento terico para aproteo indstria nascente so as idias de Friedrich List. Segundo ele, complicado que a indstria nacional possa se desenvolver caso o mercadoesteja dominado por empresas estrangeiras oriundas de paseseconomicamente mais desenvolvidos. Assim, para que a indstria nacionalpossa se desenvolver e, a mdio prazo, concorrer com as indstriasestrangeiras, faz-se mister a adoo de um protecionismo educador.

    De acordo com List, o livre comrcio no seria bom, portanto, paratodos os pases, mas somente para aqueles que tivessem uma economia mais

    madura. Assim, somente pases que se encontrassem no mesmo estgio dedesenvolvimento poderiam comercializar produtos entre si.

    O princpio do aprender fazendo (learning by doing) permitejustificar a proteo indstria nascente. Isso quer dizer que uma indstriaprotegida durante seus primeiros estgios de desenvolvimento conseguedesenvolver-se tecnologicamente e, ao acumular conhecimento e experincia,passa a gozar dos benefcios das economias de escala (lembram-se l do PaulKrugman?)

    O argumento da indstria, embora tenha muita lgica, tem algumaspremissas questionveis. H indstrias, por exemplo, que so protegidas emsua fase inicial e, posteriormente, se tornam competitivas por outro motivoque no o protecionismo; Segundo Krugman9, para justificar o argumentoda indstria nascente, necessrio ir alm do ponto de vista plausvel,ainda que questionvel, de que os setores sempre precisam serprotegidos quando novos.Nesse sentido, a teoria econmica defende quea proteo indstria nascente se justifica diante de falhas de mercado, comoas imperfeies do mercado de capitais.

    9 KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e poltica. 8 edio, So Paulo:Pearson Prentice Hall. 2010

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    Apesar das controvrsias em torno do argumento da indstrianascente, trs das maiores economias mundiais (EUA, Alemanha e Japo)promoveram seu desenvolvimento econmico com base nessa ideia. Assim, noincio de seu desenvolvimento industrial, estes pases fecharam as portas aocomrcio exterior.

    Segundo alguns economistas, a existncia de falhas de mercado(mercado financeiro ineficiente, por exemplo) um argumento para autilizao de prticas protecionistas (tarifas e subsdios) que tenham comoobjetivo proteger a indstria nascente. Mais frente, nos aprofundaremossobre as falhas de mercado.

    2.2.2- Promoo da Segurana Nacional:

    A promoo da segurana nacionalest definida no art. XXI doGATT, dispositivo transcrito a seguir:

    ARTIGO XXI- EXCEES RELATIVAS SEGURANANenhuma disposio do presente Acordo ser interpretada:(a) como impondo a uma Parte Contratante a obrigao defornecer informaes cuja divulgao seja, a seu critrio,contrria aos interesses essenciais de sua segurana;(b) ou como impedindo uma Parte Contratante de tomar todas asmedidas que achar necessrias proteo dos interessesessenciais de sua segurana:(i) relacionando-se s matrias desintegrveis ou s matriasprimas que servem sua fabricao;(ii) relacionando-se ao trfico de armas, munies e material deguerra e a todo o comrcio de outros artigos e materiaisdestinados direta ou indiretamente a assegurar oaprovisionamento das foras armadas;(iii) aplicadas em tempo de guerra ou em caso de grave tensointernacional;(c) ou como impedindo uma Parte Contratante de tomar medidasdestinadas ao cumprimento de suas obrigaes em virtude daCarta das Naes Unidas, a fim de manter a paz e a seguranainternacionais.

    Com base nesse dispositivo, alguns tericos protecionistas justificama proteo a certas indstrias, como por exemplo, a indstria blica, aindstria energtica ou mesmo a indstria de alimentos. Segundo estes, se opas entrar em um conflito armado, precisar contar com uma indstria blicaeficiente para poder lhe fornecer os armamentos de que necessita, nodependendo de nenhum fornecedor estrangeiro em uma situao destas.

    Em relao proteo indstria de alimentos, muitos pases ajustificam por consider-la uma atividade estratgica, com o argumento de que

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    sua populao no pode ficar dependendo do fornecimento de alimentos poroutro pas. H algum tempo atrs, os Estados Unidos se utilizaram doargumento da segurana nacional para impor restries exportao dealimentos e commodities agrcolas para seu territrio. Alegavam comofundamento o receio do bioterrorismo.

    2.2.3- Deslealdade Comercial:

    A deslealdade comercial outro argumento que pode ser utilizadopara a adoo de prticas protecionistas, estando definida no art. VI do GATT.Falaremos mais desse assunto em aulas posteriores. Por enquanto, bastasabermos que para combater prticas desleais de comrcio, como o dumpingou o subsdio, admite-se que sejam adotados mecanismos protecionistas,

    respectivamente as medidas antidumping e compensatrias.

    2.2.4- Restries no Balano de Pagamentos:

    Polticas protecionistas tambm podem ser usadas quando um pasestiver sofrendo restries em seu Balano de Pagamentos. Essapossibilidade est definida no art. XII do GATT, que estabelece que uma ParteContratante poder, com o fim de resguardar sua posio financeira exterior e

    equilibrar o seu Balano de Pagamentos, restringir o volume ou o valor dasmercadorias permitidas para importar. Essas restries devero, no entanto,ser impostas na medida do necessrio para afastar a ameaa iminente dediminuio relevante de suas reservas monetrias ou deter tal diminuio ouainda para aumentar suas reservas monetrias no caso de estas serem muitoexguas, considerando uma taxa razovel de crescimento.

    Diante da crise financeira internacional de 2008, alguns pasesalegaram restries em seu Balano de Pagamentos para adotarem medidasprotecionistas. Foi o caso, por exemplo, do Equador, que adotou salvaguardascomerciais para se proteger diante do desequilbrio de