504ec_antecedentes coloniais

14
Europa Moderna e a Colonização: A Formação dos Estado Modernos. Desde pequeno, Marco Polo acompanhava as partidas de seu pai e de eu tio em viagens rumo ao Oriente. Os viajantes sempre voltaram trazendo preciosas informações e artigos que eram desconhecidos na Europa. Assim o garoto Marco Polo sonhava com a possibilidade de um dia viajar acompanhado de seus familiares em aventuras fantásticas. Aos quinze anos, o sonho de Marco Polo foi realizado. Ele partiu em direção ao Oriente e só retornou vinte e quatro anos depois. Durante todo esse período, o aventureiro esteve em diversas regiões da Ásia. Visitou terras onde hoje estão a Índia, China, Afeganistão, Irã, visitou o Império Mongol e conheceu Kublai Kan. Foi convidado por esse imperador para ser fiscalizador oficial do reino, devendo viajar por todos os cantos do vasto império e relatar ao imperador o que viu e ouviu. Marco Polo só retornou a Europa em 1292 e suas histórias eram tão fantásticas que muitos não acreditaram serem verdadeiras. Desde o século VII a península Ibérica era domínio dos Visigodos, povos germânicos que invadiram Roma a partir do século V. Os visigodos mal haviam se convertido ao cristianismo quando no século VIII a península foi conquistada pelos Muçulmanos 1 . Aos cristão permaneceu a região das Astúrias, os condado de Leão, Castela Navarra Aragão e o Condado Portucalense. No reinado de Afonso VI (1069-1109) o reino iniciou uma guerra de Reconquista da Península contra seus invasores. Nessa guerra destacou-se dois nobres francos, Raimundo e Henrique de Borgonha. Como recompensa a bravura de ambos, o rei Afonso concebeu suas filhas em casamento a ambos e Henrique Borgonha ficou com o condado Portucalense e Raimundo Borgonha ficou com o condado Navarra e Aragão. O filho de Henrique de Borgonha e neto de Afonso VI, Afonso Henriques, em 1139 libertou-se de Leão e proclamou a independência do condado Portucalense, dando origem ao reino de Portugal. Portugal foi legalmente reconhecido pelo rei Henrique VII em 1143. Tornava-se um reino independente, mas não havia se libertado totalmente dos mouros. Sua luta contra eles durou até 1249 com a conquista de Algraves 1 A Conquista da peninsula Ibérica foi feita por uma coligação formada por árabes, sírios, persas e egípcios em uma ação movida pela fé islâmica.

Upload: luis-rafael

Post on 21-Dec-2015

228 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Antecedentes Coloniais Portugal Cristóvão Colombo Estado América

TRANSCRIPT

Page 1: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

Europa Moderna e a Colonização: A Formação dos Estado Modernos.

Desde pequeno, Marco Polo acompanhava as partidas de seu

pai e de eu tio em viagens rumo ao Oriente. Os viajantes sempre voltaram trazendo preciosas informações e artigos que eram desconhecidos na Europa. Assim o garoto Marco Polo sonhava com a possibilidade de um dia viajar acompanhado de seus familiares em aventuras fantásticas.

Aos quinze anos, o sonho de Marco Polo foi realizado. Ele partiu em direção ao Oriente e só retornou vinte e quatro anos depois. Durante todo esse período, o aventureiro esteve em diversas regiões da Ásia. Visitou terras onde hoje estão a Índia, China, Afeganistão, Irã, visitou o Império Mongol e conheceu Kublai Kan. Foi convidado por esse imperador para ser fiscalizador oficial do reino, devendo viajar por todos os cantos do vasto império e relatar ao imperador o que viu e ouviu.

Marco Polo só retornou a Europa em 1292 e suas histórias eram tão fantásticas que muitos não acreditaram serem verdadeiras.

Desde o século VII a península Ibérica era domínio

dos Visigodos, povos germânicos que invadiram Roma a

partir do século V. Os visigodos mal haviam se convertido

ao cristianismo quando no século VIII a península foi

conquistada pelos Muçulmanos1. Aos cristão permaneceu

a região das Astúrias, os condado de Leão, Castela

Navarra Aragão e o Condado Portucalense.

No reinado de Afonso VI (1069-1109) o reino iniciou

uma guerra de Reconquista da Península contra seus

invasores. Nessa guerra destacou-se dois nobres francos,

Raimundo e Henrique de Borgonha. Como recompensa a

bravura de ambos, o rei Afonso concebeu suas filhas em

casamento a ambos e Henrique Borgonha ficou com o

condado Portucalense e Raimundo Borgonha ficou com o

condado Navarra e Aragão.

O filho de Henrique de Borgonha e neto de Afonso

VI, Afonso Henriques, em 1139 libertou-se de Leão e

proclamou a independência do condado Portucalense,

dando origem ao reino de Portugal.

Portugal foi legalmente reconhecido pelo rei Henrique

VII em 1143. Tornava-se um reino independente, mas

não havia se libertado totalmente dos mouros. Sua luta

contra eles durou até 1249 com a conquista de Algraves

1 A Conquista da peninsula Ibérica foi feita por uma coligação formada por árabes, sírios, persas e egípcios em uma ação movida pela fé islâmica.

Page 2: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

do Sul, dando origem a sua menção geográfica atual.

Com isso Portugal tornou-se o primeiro estado

moderno.

Por outro lado, em 1469 o rei de Aragão, Fernando

casou-se com Isabel de Castela, a união deu origem ao

reino unificado de Aragão e Castela, a Espanha, o

segundo estado moderno.

I. Expansão Comercial Ibérica: o I Ciclo Ocidental

das Grandes Navegações.

Após as guerras de “Reconquista” e a centralização

do poder na Espanha a engendrar uma política econômica

correspondente a sua nova forma de Estado.

As bases para essa nova política econômica era a

expansão de seus mercados, no entanto, para isso a

burguesia espanhola necessitava quebrar os custos de

seus produtos, era necessário então desonerar os custos

dos produtos disponibilizados no mercado europeu. Para

isso os espanhóis tinham que fugir do monopólio das

cidades da península Itálica Genova e Veneza2.

2 As cidades italianas havia se tornado a rota comercial obrigatória para a burguesia mercantil européia após a tomada Constantinopla pelos turcos otomanos. Com a queda da única rota territorial que ligava a Europa a Ásia fechava qualquer possibilidade de se atingir as Índias por terra, só restando então às cidades italianas.

Por outro lado, o prévio contato dos ibéricos com o

mundo árabe possibilitou-os assimilarem também as

técnicas e instrumentos orientais: o astrolábio, a bússola

e a pólvora.

Outra condição que favorecia a Espanha era sua

localização geográfica. A Espanha se localizava na parte

mais ocidental da Europa e se estendia sob um extenso

litoral que servia de entreposto para as rotas de comércio

que ligavam a Europa e África e o Mediterrâneo ao

Atlântico.

Essas novas metas levaram os reis católicos

Fernando de Aragão e Isabela de Castela a costurar

acordos com diferentes navegadores a fim de que esses

buscassem novas rotas comerciais.

Nessa lógica de acordos e alianças na busca de uma

nova dimensões para a economia espanhola o navegador

genovês Cristóvão Colombo convenceu os reis

espanhóis a financiar-lhe uma viagem às Índias pelo

Ocidente. A idéia de Colombo era tirar proveito da forma

esférica da Terra para chegar ao oriente navegando

sempre para o ocidente, ou seja, ele daria a volta ao

mundo para chegar ao ponto pretendido, as Índias

ocidentais.

Page 3: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

Além de todo o aparato

necessário e de todas as dificuldades de navegar pelos Oceanos é necessário destacar o imaginário europeu em relação ao desconhecido.

O Oceano Atlântico era denominado como um mar tenebroso, habitado por monstros marinhos devoradores de homens e embarcações. Além do risco de cair em um abismo sem fim. Para vencer esses temores de cair no espaço infinito, ao se afastarem da costa européia. Para vencer esses temores foi necessários homens que desafiassem seu tempo e buscassem suas próprias verdades. Mesmo diante de toda conjuntura desfavorável, C.

Colombo e os reis de Espanha assinaram, em Abril de

1492, o acordo conhecido como “Capitulações da Santa

Fé”. Esse acordo estabelecia os seguintes pontos:

As bases do acordo legava ao navegador o título de

Almirante; Vice-Rei e Capitão Geral todas as terras

além-mar (Oceano Atlântico) de modo vitalício e

Hereditário e a participação nos lucros provenientes

do comércio advindos dessas terras.

A Espanha seria a proprietária de todas as terras

descobertas seriam propriedade única e exclusiva da

coroa espanhola, assim como os ganhos

provenientes dessas terras.

Realizado os acordos e devidamente provido, C.

Colombo parte para a materialização de seus planos. Essa

ação deu origem a I Expedição européia a terras

americanas.

• Partindo do porto de Palaos de la Frontera (Huelva

na Espanha) em 03 de agosto de 1492, C. Colombo

segue no sentido ocidental para chegar as Índias

orientais. Sua expedição era composta pelas

caravelas Santa Maria, Pita Niña

• Em 12 de outubro de 1492 C. Colombo chegava as

América, na ilha Maia de Guanami (São Salvador),

nas Bahamas.

• Após primeiro contato com os nativos e com a

natureza americana, C. Colombo seguiu viagem

mar adentro levando ao encontro de novas ilhas

(Santa Maria de la Concepcion, Isabela e Joana

onde constatou a existência de metais preciosos).

• Na volta para Espanha encontrou La Española

(Haiti) onde fundou o forte de La Navidad.

Em sua volta desembarcou antes em Portugal onde

foi recebido por D. João II dando o alarde ao velho

mundo sobre as terras recém descobertas. Seguiu de

Page 4: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

volta para Espanha anunciando suas descobertas na

corte.

Roteiro das viagens espanholas pela América durante o séc. XV

II. Portugal e a Centralização do Poder: A Revolução de Avis

Em 1383 o rei D. Fernando I morre e chegava ao fim

a dinastia de Borgonha, pois sem deixar herdeiros.

Casado com a filha do rei morto, o rei de Castela

apresentou-se como pretendente ao trono português. A

alta nobreza de pronto anunciou seu apoio ao rei

castelhano, no entanto, seus interesses se chocavam com

os interesses da burguesia mercantil

Sob a liderança de Alváro Pais, a burguesia mercantil

aliou-se a D. João, mestre de Avis, irmão bastardo de D.

Fernando I. Com pleno apoio da população urbana, os

castelhanos foram derrotados na batalha de Aljubarrota

(1385) colocando fim aos intentos estrangeiros e em

seguida permitiu que os revoltosos saqueassem e se

apropriassem dos bens da nobreza enquanto que D. João

tornou-se D. João I, rei de Portugal inaugurando a

dinastia de Avis.

Ao contrário do que ocorreria na revolução inglesa,

do século XVII e francesa do século XVIII, a burguesia

não assumiu o poder, pois D. João II tratou logo de erigir

uma nova nobreza na lugar da derrotada, abrindo

caminho para essa nobreza diversificar suas atividades

econômicas. Essa nobreza já não dependia apenas da

agricultura, abriu-se a perspectiva para que atuassem na

área da pecuária, comércio externo e construção de

navios.

III. Expansão Comercial Portuguesa: Ciclo

Ocidental das Grandes Navegações.

No século XIV a burguesia mercantil portuguesa

buscava expandir seus mercados, para isso era

necessário quebrar os custos dos produtos. Era preciso,

portanto, fugir do monopólio das cidades da península

Itálica Genova e Veneza. As cidades italianas era rota

Page 5: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

comercial obrigatória para a burguesia mercantil européia

e essa situação se tornou irreparável com a tomada de

Constantinopla pelos turcos otomanos fechando qualquer

possibilidade de se atingir as Índias por terra, só restando

então as cidades italianas.

O contato com o mundo árabe possibilitou aos

portugueses o contato com técnicas do Oriente, dentre

elas destacam-se: o astrolábio, a bússola e a pólvora.

Outra situação que favorecia Portugal era sua

localização geográfica. Portugal localizava-se na parte

mais ocidental da Europa e se estendia sob um extenso

litoral que servia de entreposto para as rotas de comércio

que ligavam a Europa e África e o Mediterrâneo ao

Atlântico.

Por outro lado, os portugueses premidos por suas

condições materiais eram obrigados a ter na pesca em

alto mar uma de suas atividades econômicas centrais.

Com apoio legal do Infante D. Henrique, O

navegador, surgia em Algrave um centro de estudos e

navegação, a ‘Escola de Sagre’. Uma escola de excelência

em arte náutica de onde se formavam astrônomos,

cartógrafos e navegadores. Esse avanço técnico era o

avanço necessário para o desenvolvimento das grandes

navegações.

No século XV, movidos pelas necessidades de

quebrar o monopólio das rotas comerciais das cidades

italianas, de suprir as demandas específicas de seu

mercado, pelo estimulo impresso pela realeza, financiados

pela burguesia mercantil, com o desenvolvimento de

técnicas eficientes e de posse de novas tecnologias, os

portugueses saíram em busca de uma nova rota

comercial.

Em suas primeiras viajens os portugueses atingiram

o périplo Africano. Em 1415 conquistaram Ceuta, região

localizada no norte da África. Esse ponto se tornou um

ótimo referencial para as embarcações que iam mais ao

sul.

Em 1433, o navegador Gil Eanes chegou ao cabo do

Bojador, local onde muitos navegadores tentaram atingie

sem sucesso. O sucesso de Eanes animou D. Henrique a

financiar novas viagens.

Assim em 1434, os portugueses atingem a região do

Zaire em 1482 com Diogo Cão. Após muitas expedições,

em 1486, Bartolomeu Dias atingiu o extremo sul da

África, o Cabo das Tormentas, local onde o Atlântico e o

Índico se encontravam.

Foi somente em 1498 que Vasco da Gama, refazendo

o trajeto de Bartolomeu Dias, chegou a Calicute na região

da Índias Orientais. Em seu retorno a Portugal a

Page 6: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

embarcação conseguiu um lucro de 6 000% com

carregamentos das especiais que trouxe. Tal lucro não só

selava o ciclo Oriental das Navegações, como ainda foi o

estimulo necessário para que fossem organizadas novas e

mais arrojadas expedições.

A corrida por rotas mais rápidas e seguras para as

Índias já havia começado e a pelo menos uma década os

lusitanos já sabiam do caminho a oeste que os espanhóis

haviam descoberto para as Índias. Essas notícias levaram

D. Manuel I organizar uma frota com treze embarcações e

mais de mil homens sob o comando do fidalgo Pedro

Álvares Cabral, filho do Alcaide-Mor Fernão Cabral a fim

de buscar a nova rota para Oriente.

Precedida por uma missa no mosteiro de Belém,

onde o próprio Bispo D. Diogo Ortiz abençoou a bandeira

e as armas da frota e benzeu P. Álvares Cabral para que

cumprisse sua missão a frota partiu em 09 de Março de

1500 a frota de Cabral partiu do porto de Belém e em 22

de Abril de 1500 chegava a terras americanas.

Rotas dos primeiros navegadores portugueses no século XV.

Conquistas colonização portuguesas no oeste da África ao fim do século XV.

Page 7: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

IV. Conflitos de Interesses e Diplomacia

A descoberta de novas terras além-mar no inicio do

século XV por parte dos países ibéricos, levou tanto

Portugal quanto Espanha a uma áspera negociação para

definir a posse das novas terras.

Diante da limitação da diplomacia ibérica e pela

impossibilidade da realização de acordos, os reis ibéricos

solicitaram a interferência da Igreja Cristã Romana.

Dessa forma a Igreja, tentando contemporizar as

desavenças, interfere na relação entre os países ibéricos

lançando alguns documentos oficiais:

Etsi-Suscepti (1442) igreja doava todas as ilhas

atlânticas a Portugal

Inter-Coetera (1493) Documento cristão que

legalizava a doação de todas as terras além-mar a

Espanha

Examinae Devorionis (1494) doava todas as

terras além mar a Portugal

Inter Coetera II (1495) Doava a Espanha todas

as terras a partir de Cabo Verde a Espanha

Dudum Siquidem (1496) Ampliação dos direitos

sobre a exploracão das terras além mar a

Espanha

Como é possível notar A intervenção da Igreja se

mostrou incapaz de solucionar o problema da partilha do

mundo oeste entre os ibéricos obrigando os dois países a

iniciarem uma intensa negociação diplomática. Essa

negociação deu origem a um novo acordo:

Tratado de Tordesilhas: partilhava o mundo entre

Portugal e Espanha a partir do meridiano 370º.

Tratado de Tordesilhas estabelecido entre Espanha e Portugal

V. Expansão Comercial Ibérica: II Expedição 1493

Solucionado as pendências legais e estabelecida as

possessões de portuguesas e espanholas a Espanha

organiza uma segunda expedição rumo a novas terras a

partir de 1493. Novamente comandada por C. Colombo, a

Espanha buscando legitimar suas posses com a ocupação

das terras americanas, envia uma segunda expedição

para terras americanas. A base dessa nova expedição

Page 8: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

fixou como base expedicionária a ilha de La Española e

dali partiu para explorar as novas terras:

A chegar a La Española, os europeus descobriu que

o forte de Navidad havia sido destruído pelos povos

nativos. Ainda em La Española, os europeus fundaram o

primeiro núcleo colonial do continente americano e em

homenagem a rainha Isabela de Aragão, o núcleo recebeu

o nome de La Isabela. Partindo daí C. Colombo seguiu

com seus comandados para dar continuidade a II

Expedição em terras além-mar.

Seguiu com seus comandados para Oeste onde

descobriu a Jamaica.

Seguiu até desembarcar no litoral oeste de Joana

(Cuba)

Fundou Nova Isabela (Santo-Domingo) no sul da

La Espanhola

Em 1495, enquanto C. Colombo percorria as ilhas das

Bahamas, estourou uma revolta de colonos em La

Española. Diferente de todas as outras pequenas

revoltas, essa ganhou novas dimensões e proporções que

o próprio C. Colombo não esperava. As revoltas se davam

pelo cotidiano descontentamento dos colonos que não

encontraram o Eldorado prometido e, consequentemente,

por sentirem-se lesados de terem seguidos a uma terra

de difícil economia (dura adaptação agrícola) e das duras

hostilidades e intensivas investidas dos nativos contra o

povoado.

Ao tomar conhecimento da revolta C. Colombo voltou

para a base colonial e abafou a revolta, no entanto, além

desse conflito, levou diversos conflitos que estouraram

nas áreas coloniais, faziam com que os ganhos de

referidos pela Espanha sofresse uma grava baixa. O

prejuízo fez com os reis católicos concedessem a

permissão de exploração colonial a todos os comerciantes

que solicitassem. Ao saber das notícias C. Colombo

retornou imediatamente para a Espanha buscando

revogar as decisões reais.

VI. Expansão Comercial Ibérica: III Expedição 1498

Colombo ao voltar para Espanha não conseguiu

revogar a autorização para que outros comerciantes

explorassem as novas terras, no entanto, ratificou sua

posição como vice-rei da América.

Dessa forma, a III Expedição foi comandada

também por C. Colombo. Nessa nova fase de exploração,

C. Colombo atingiu novos territórios, chegando a atingir o

litoral continental, fundando a Venezuela. Em meio a

Page 9: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

exploração continental, estourou uma nova revolta nativa

em La Espanhola.

Os constantes levantes comprometiam o projeto

colonial espanhol, levando a coroa espanhola a realizar

mais uma brusca interferência em seu projeto colonial.

Diferente da outra vez, Colombo foi preso e enviado de

volta para a Espanha. Perdeu definitivamente sua

autoridade política (perdeu o título de Vice-Rei e perdeu o

cargo de governador-geral só mantendo seu título de

Almirante) e todo seu prestigio.

Diante dos baixos rendimentos apresentados por sua

empresa, a coroa espanhola iniciou um processo de

reestruturação de seu projeto e a inserir uma nova

política administrativa. Fruto desse processo, vários

exploradores se remeteram a explorar as terras

americanas:

Expedição de Alonso Ojeda: almirante da

marinha espanhola e foi em sua expedição que

trouxe Américo Vespúcio e o prussiano Martin

Waldsee Mulher que publicou o “Cosmographie

Introductio-Mapa Mundi” que trouxe o primeiro

relato da existência das Américas. Sua expedição

participou ainda da busca de regiões auríferas,

para isso teve que enfrentou as comunidades

indígenas (capturando e matando o cacique

Caonabó). Por sua aproximação do Bispo Fonseca,

tornou-se governador de Santo Domingo.

Expedição Pedro Alonso Niño: conhecido por el

“Negro” foi uma dos mais enigmáticos

expedicionários. Já havia explorado a costa da

África e as Indias orientais. Após ter acesso às

cartas de C. Colombo seguiu com uma expedição

para América, onde fundou a Costa das Pérolas

(atual Panamá).

Expedição de Vicente Yañes Pinzon: integrou a

primeira armada de C. Colombo que descobriu a

América em 1492. Quatro anos depois organizou a

expedição que cruzou a linha do Equador chegando

a alcançar as costas brasileiras (Cabo de Santo

Agostinho, Pernambuco onde fundou o rio Vicente

Pinzón, o atual Oiapoque) onde entrou em um

violento combate com os povos potiguares. Atingiu

ainda a foz do rio Amazonas onde capturou 33

nativos. De volta as caribe aportou nas ilhas das

Bahamas. Em 1504 ao porto de Palos na Espanha.

Page 10: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

VII. Focos de Irradiação e Povoamento:

Através dessas expedições comandadas por C.

Colombo, os espanhóis conseguiram montar núcleos de

irradiação permanente. A base dessas missões era o

povoado de La Espanhola (Haiti). Dessas expedições

originou-se o povoado de Trujillo fundado por Bartolomeu

Colombo em 1506 e que logo foi convertida em capital

colonial.

Logo foi fundou-se a colônia de Porto Rico em 1508

e a Jamaica em 1509 e a própria Cuba em 1509 que

tornou-se a capital comercial do colônia.

A partir de 1510 notou-se um progressivo abandono

das colônias caribenhas e a entreda dos expedicionários

para a parte continental da colônia. As ilhas caribenhas

tornaram-se alvo de piratas e corsários e entre posto

para a prática de contrabandos.

VIII. Achamento do Brasil: Pré Colonização.

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas

portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A

primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande

monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de

abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na

incerteza se a terra descoberta tratava-se de um

continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para

Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras

expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se

realmente de um continente, e novamente o nome foi

alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de

Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil,

ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser

chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.

A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes

navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o

oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da

descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo,

navegando pela Espanha, chegou a América, fato que

ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato

de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de

evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha

assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo

com este acordo, Portugal ficou com as terras recém

descobertas que estavam a leste da linha imaginária (

200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a

Espanha ficou com as terras a oeste desta linha.

Page 11: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras,

Portugal continuava empenhado no comércio com as

Índias, pois as especiarias que os portugueses

encontravam lá eram de grande valia para sua

comercialização na Europa. As especiarias

comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz

moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc.

Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal

realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil,

explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa

madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na

Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os

indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas

(apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o

trabalho no corte e carregamento das toras de madeira

até as caravelas.

Foi somente a partir de 1530, com a expedição

organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa

portuguesa começou a interessar-se pela colonização da

nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos

portugueses em perderem as novas terras para invasores

que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas,

como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses.

Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando

a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A

colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o

território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer

experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando

um promissor comércio desta mercadoria na Europa.

Primeiros contatos entre portugueses e índios

Page 12: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

A carta que o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei d. Manuel é considerada o primeiro documento da nossa história, e também como o primeiro texto literário do Brasil.

Esta crônica do nascimento do Brasil, redigida em forma de diário, vem motivando um volumoso número de estudos e edições, desde quando o padre Manuel Aires de Casal a publicou pela primeira vez na Corografia brazílica. O original desse precioso documento, em sete folhas de papel manuscritas, cada uma em quatro páginas, num total de 27 páginas de texto e mais uma de endereço, encontra-se guardado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, (gaveta 8, maço 2, n.2).

A carta de Caminha caracteriza-se pela descrição da tipicidade humana do indígena. Observou Carlos Malheiro Dias que "Caminha não era um cosmógrafo. O que ele redigiu para recreio e esclarecimento do rei foi uma narrativa impressionista em que revela aquela cultura literária tão própria dos portugueses da sua grande época, e aquela capacidade de observação, e aquela capacidade de compreender e descrever judiciosamente, que constituem o mais esplêndido encanto dos cronistas". A preocupação em traduzir gestos, a caracterização corporal, a sua alimentação e abrigo, enfim, o seu modo de existir, demonstra o valor dessa carta narrativa como documento e obra literária. Referências: . Corografia brazílica, ou relação histórico-geográfica do reino do Brazil.

IX. As Navegações Tardias: Inglaterra, Holanda e França.

O pioneirismo português e espanhol nas navegações

deixaram países que ainda se viam com problemas

internos como a Inglaterra, a França e a Holanda. Esses

países equacionaram seus respectivos processos de

centralização apenas no século XVI. Assim esses novos

Estados mercantilistas tinham uma grande necessidade

de metais preciosos, mercados e matérias primas. Isso

favoreceu uma forte disputa colonialista entre os Estados

europeus no século XVII, o que provocou muitas guerras

dentro e fora da Europa.

A França e a Inglaterra privilegiaram a exploração e

colonização da América do Norte. Esta última também

deu grande apoia às práticas de pirataria no reinado de

Elizabeth I o que originou grandes rivalidades com a

Espanha, haja vista que o alvo principal dos corsários

ingleses eram os galeões espanhóis invariavelmente

carregados de ouro e prata. O Brasil foi, por diversas

vezes, alvo das investidas de franceses (Rio de Janeiro) e

holandeses (Bahia e Pernambuco). Esses chegaram a

dominar regiões de interesse por vários anos no nordeste

Page 13: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS

açucareiro. Não obstante, foram expulsos pelos

portugueses passado algum tempo.

X. O Triângulo Comercial: Tudo para Europa

Os europeus estruturaram uma grande estrutura de

exploração colonial abrangendo um triângulo cujos

vértices apontam para a Europa, África e América. Esse

relação de cunho globalizante colocava em conexão direta

a Europa que ficava com toda riqueza advinda que podia

explorar, a África com seus nativos seqüestrados e feitos

de escravos de modo vitalício e a América fornecedora de

produtos naturais feitos de mercadoria no mercado

europeu para se tornarem matérias primas.

Negros e produtos nativos americanos circulavam to

o mercado europeu. Dessa relação os europeus

conseguiram não só promover lucros exorbitantes,

realizar um enorme acúmulo de capital e assim alavancar

o desenvolvimento do capitalismo do mercado.

Para garantir essas condições, os europeus

estabeleceram o pacto colonial, um acordo unilateral que

se pautava européia se pautava por dois princípios

básicos:

• Monopólio Comercial: A metrópole tinha total

exclusividade no comércio com suas colônias

• Complementariedade: A produção da colônia

deveria ser complementar à da metrópole para

permitir o lucrativo intercâmbio de mercadorias. Era

vetado à colônia ter manufaturas.

Centros de Poder Mundial no início do século XVI

Page 14: 504ec_ANTECEDENTES COLONIAIS