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Quarta-feira, 13 de Agosto de 1997 DEBATE-PAPO A traparia de Baptista- Bastos P onto claríssimo: aq ui o se medi- ram as palavras. «A li teratura portuguesa actual», escrevia recente- mente Baptista-Bastos, «parece um coito inter- rompido. E a crítica li te- · rária portuguesa não pa- rece, é, uma ignóbil mas- carada de critérios.» Não sofre dúvida, as coisas entraram numa fase de- . sastrosa. Ignora-se, ainda por cima, o que deva co n siderar-se mais preocupante: se a «ignób il mascarada de critérios», se o «coito interrom- pido». São percalços, ambos eles, que não se desejam a ninguém. Mas - pensando me- l hor - a interrupção da cópula pode revelar- -se por vezes decisão sensata, e a frustração que daí houver é coisa remediável. a sub- versão dos critérios, sobret udo quando «ignó- bil», nos deixa com uma ínfima vontade de en- direitar o mundo. Não: se a situ ação da «litera- tura portuguesa» nos impede de dormir tran- quilos, a da «crítica literária portuguesa» é francamente desesperada. Literato português que se preze and a pelas esq uin as, pelos bares, erguendo clamores de rasgar um coração. Não parece? É porque ainda não repararam. No ca- so de Baptista-Bastos, o bar das lamentações é, dizem-me, O Expresso, ali a São Roque. A esquina , conhecemo -l a também. Chama-se «Páginas Amarelas» e fica, à sexta-feira, no «Di ário Económico». · Era que se encontra- vam, a 23 de Maio, aqueles inquietantes diag- sticos, em peça intitulada «A traparia e a grandeza literária». Magnânimo, o cronista não nos dava a cu lpa logo a todos. Dizia que «O autor», qualquer autor, chega hoje à boca dos palcos e, depois de se anunciar, declama: «ÜS outros, os que me antecederam, não prestam para nada! E, .dos actuais, além de mim, mais dois! » Evidentemente, uma cena chocante. No dizer gracioso de Baptista-Bastos, ela «apenas dis- seca uma insegurança psicofrénica». Para tais males não cura à vista. Simplesmente, falando daqueles modos, ele apenas pretendia pregar-nos um susto. O me- donho exórdio destinava-se a introduzir um , e um, dos desgraçados, «um desses que pode- ria t er sido e não conseguiu ser». Quem? Não me perguntem nomes. Como referências, Bap- tista-Bastos indicava o cometimento, «ainda dias», de « seis patéticas entrevistas, seis!» e de certos «ajustes post mortem com não sei quantos seus confrades». Pareceu-me excessi- vo tão intenso contacto com a imprensa (hou- veca , comentava o colunista, «uma majesto- sa técni ca de marketing», e que sublinhar a sugestão do adjectivo), mas seis entrevistas pareciam-me perdoáveis como despedida du- ma vida, !llesmo se as vinganças armadi lh adas nunca são as mais elegantes. Quem era, então? Também eu queria agora saber. Procurei mor- tos recentes. Nen hum correspondi a ao perfil dos entreténs de imprensa ou dos ajustes. Até que um porme nor, coisa àe nada, veio facilitar as buscas. Dizia o comen tador: «Nem o Gar- rett escapou à fúria da enfadonha criatura.» tinha eu a chave. A lgo me estava dizendo que havia de ser ele. Dias antes, José Cardoso Pires confessara a Pulido Valente, em «0 Independente», coisas deveras estranhas. Quanto às entrevistas, eu próprio dera conta, eni pouco tempo, de quatro aos jornais e duas às televisões. Ficava esclarecido agora também aquele post mortem, que, não sendo simpático (Cardoso Pires sofrera doença particularmente grave) , era mesmo assim de grande eloquên - cia. uma coisa não percebia, e ainda hoje não percebo: como pudera Baptista-Bastos, cronista não de todo anónimo, dedicar quatro furibundos parágrafos a um colega escritor que nunca nomeava. Este silenciamento de nomes haveria de revelar- -se, depois, procedimento normal. No «Diário Económico» de 4 de Julho , dávamos com nova e trabalhosíssima alu são a Cardoso Pires. Dis- sertando sobre António Lobo An tu n es (i dentifi- cado como «um tal Ant un es»), afirmava-se não possuir ele ideias , e ter de valer-se das de «um outro, que tanto o adula quanto o açula>>. Não sei se a coisa é verdade, se não é. Mas per- s iste a pergunta: se a gente sabe, ou acaba sem- pre por saber, de quem ali se trata, porquê calar o nome às pessoas ? Será por coqueteria? Será por insegurança? Não consigo decidir-me. Mas, agora, uma coisa me escapa também. E é isto : que passa pela cabeça a um escritor famo- so, e na idade do siso, para se produzirem enormidades como as confiadas por Cardoso Pires a «Ü Independentde 16 de Maio? E, antes de avançar, saúde-se um momento único, esse mesmo , que reuniu , com certeza casualmente, os dois maiores artistas da nossa prosa actual: um clássico cronica.mente sub- versivo, José Cardoso Pires, e um anarquista enamorado do classicismo, Vasco Pulido Va- lente. Talvez que pouco eles tenham, um ao outro, a dizer-se. Pode até admitir-se que rara- mente se leiam. Mas, e é isso o principal, am- bos são gentis ao ponto de se lembrarem da nos sa existência. A entrevista, portanto. Cardoso Pires di zia, com efeito, não se julgar ele «O único portu- guês qu e não tem especial ad miração literária pelo Almeida Garrett». E aj untava: « Não gos- to das Viagens na Minha Terra, ac redite.» Rí- amos, que merece. Não da opinião, respeitabi- líssima, mas das ironias da história li terária. Podemos ser sucintos: sem a inventiva prosa de Garrett, que tanto deprecia, José Cardoso Pires estaria hoje, na melhor das sortes, escre- vendo _ como Herculano. Não adianta recordar que o sólido Eurico foi li vro de cabeceira de gerações. Releia-se-o, e digacse se a idefa não é um pesadelo. M as, nessa conversa com o semanário, havia pior, bastante Interrogado sobre quem «Via» na literatura por- tuguesa depois de Carlos de Oliveira, o ro - mancista afirmava não ver ninguém. a ins- tâncias do entrevistador condesc· ende em pro- duzir nomes. Eram eles António Lobo Antu - nes, Dinis Machado, Maria Velho da Costa. «Já não é mau», acrescent a, talvez surpreendi- do com a fort un a que nos calhou. Diante disto, podi a perguntar-se: tinha o indign ado Baptis- ta-Bastos razão afi nal? Vai-se ver que não. Ainda não dois anos, figuravam, numa en- trevista da revi sta «Ler», estes estranhos di ze- res: «Tirando o caso do Pedro Paixão, na Noi- va Judia, não me interessa nada o que se pro- duz na bteratura portuguesa. » Era uma afirma- ção de Baptista-Bastos, em própria pessoa. Mais se nos infommva da mediana qualidade do «romancista» José Cardoso Pires e da ne- nhuma do «cro ni sta». Mas havia esta ressalva: «Ü contista Cardoso Pires é um prosador abso- lutamente ad mirável.» Assentemos em duas ou três coisas. Primeiro, que dois anos são tempo sufic iente para uma pessoa mud ar de opini ão, mesmo tão radical- mente como isto. Depois, que compartilho es- sa admiração desmedida pelo «conti sta» Car- doso Pires. Por fim , que julgo ouvir, na desva- lo1i zação do restante ficcionista, o castigo de uma dúzia de páginas efectivamente levianas. Numa coisa se igualam José Cardoso Pires e Baptista-B astos: no indizível desprezo que nu- trem pela produção li terária sua contemporâ- nea. Um e outro, é a ferros que se lhes arranca um elogio, um nome . E se Baptista-Bastos se desautoriza censuran do noutros uma aprecia- ção que é também a sua, de um escritor de gé- nio como Cardoso Pires não é menos indigna a sobranceria que aos confrades reserva. E a «Crítica literária portuguesa», onde se meteu a «ignóbi l», tão retumbantemente anunciada? Escondeu-se, suponho. Es- gueirou-se, cosida com as sombras, no medo de ver-se maltratada. Mas dispensavam-se pre- ocupações. O esfrangalhamento que Baptista- Bastos prometia à «literatura portuguesa actu- al» não pôde fazer mais do que assustá-la. E estes, sim, são péssimos serviços: meter medo à pequena, e depois dar tão mau espectác ul o. PORTUGAL FICÇÃO E POESIA GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ Noticia um sequestro (Dom Quixote) .i.. .. .• ' .. ,,- ,._ •. .. _;- .(:-" .. .,.., .•... -········· -·· ...... ..• .,,., .. . JOSÉ CARDOSO PIRES De Profundis, (Dom Quixote) LUÍS SEPÓLVEDA História da Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar (ASA) .. .. PAUJ.;O COELHO Manual do Guerreiro da Luz (Pergamínhçi) MlACOOTO Contos do Nascer da Terra (Caminho) SÚSANNA TAMARO Vai Aonde Te J,e . va o éoração (Presença) ·· ·- ' NEDlN GÜRSEL Romance do conquistador (Difl}1) MARIA FILOMENA MÓNICA Vi da Moderna (Quetzal) NÃO FICÇÃO VIVIANEFORRESTER O Horror Económico (Temunar) ROS<\ MONTERO Histórias de Mulheres (ASA) DANIEL GOLEMAN Inteligência Emocionai (Temas e Debates) ISABEL HAPETIAN ' Familias - Entender a (Verbo) ,, JACQUELJNE RUSS A Avent. ura d<i Pensamento Europeu (Terramar) DÉEPÂE CHOPRA As Sete L'f!is Espirituais do Sucesso (Presença) DANIEL SAMPAIO A Cinza e o Tempo (Caminho) . J\<> - MARIA'foiô ÁVÍLEZ Soar . es O Presidente (Público) (Alvalade, Benlica 1 CaStll.}, No .tícias (Rossio, Almada, Evora e Porto}, O Nome do Uvro? (Amadora) e Leituras (Porto) BRASIL FICÇÃO PAULO HALM/ROBERTO JOSÉ TORERO ' Pequeno Dicionário Amoroso _;,.. .. JOSTElN GAARD'ER O Mundo de Sofia JôsÓARES ..... . O Xangô de Baker Street ,;: MICHAEL CRJCHTON Armadilha Aérla NÃO FICÇÃO DANIEL GOLEMAN Inteligência Emoc. ional GLÓRIA KHALlL Chie - Um Gula Prático de Moda e Estilo OLÍVIA CLAIRE 203 Maneiras de Enlouquecer um Homem na Cama JORGE CALDEIRA Viagem Pela História do Brasil 41

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Quarta-feira, 13 de Agosto de 1997

DEBATE-PAPO

A traparia de Baptista- Bastos

Ponto claríssimo: aqui não se medi­ram as palavras.

«A li teratura portuguesa actual», escrevia recente­mente Baptista-Bastos, «parece um coito inter­rompido. E a crítica li te- · rária portuguesa não pa­rece, é, uma ignóbil mas­carada de critérios.» Não

sofre dúvida, as coisas entraram numa fase de-. sastrosa. Ignora-se, ainda por cima, o que deva considerar-se mais preocupante: se a «ignóbil mascarada de critérios», se o «coito interrom­pido». São percalços, ambos eles, que não se desejam a ninguém. Mas - pensando me­lhor - a interrupção da cópula pode revelar­-se por vezes decisão sensata, e a frustração que daí houver é coisa remediável. Já a sub­versão dos critérios, sobretudo quando «ignó­bil», nos deixa com uma ínfima vontade de en­direitar o mundo. Não: se a situação da «litera­tura portuguesa» nos impede já de dormir tran­quilos, a da «crítica literária portuguesa» é francamente desesperada. Literato português que se preze anda pelas esquinas, pelos bares, erguendo clamores de rasgar um coração. Não parece? É porque ainda não repararam. No ca­so de Baptista-Bastos, o bar das lamentações é, dizem-me, O Expresso, ali a São Roque. A esquina, conhecemo-la também. Chama-se «Páginas Amarelas» e fica, à sexta-feira, no «Diário Económico». ·Era aí que se encontra­vam, a 23 de Maio, aqueles inquietantes diag­nósticos, em peça intitulada «A traparia e a grandeza literária». Magnânimo, o cronista não nos dava a culpa logo a todos. Dizia que «O autor», qualquer autor, chega hoje à boca dos palcos e, depois de se anunciar, declama: «ÜS outros, os que me antecederam, não prestam para nada! E, .dos actuais, além de mim, só há mais dois!» Evidentemente, uma cena chocante. No dizer gracioso de Baptista-Bastos, ela «apenas dis­seca uma insegurança psicofrénica». Para tais males não há cura à vista. Simplesmente, falando daqueles modos, ele apenas pretendia pregar-nos um susto. O me­donho exórdio destinava-se a introduzir um, e só um, dos desgraçados, «um desses que pode­ria ter sido e não conseguiu ser». Quem? Não me perguntem nomes. Como referências, Bap­tista-Bastos indicava o cometimento, «ainda há dias», de «seis patéticas entrevistas, seis!» e de certos «ajustes post mortem com não sei quantos seus confrades». Pareceu-me excessi­vo tão intenso contacto com a imprensa (hou­veca aí, comentava o colunista, «uma majesto­sa técnica de marketing», e há que sublinhar a sugestão do adjectivo), mas seis entrevistas pareciam-me perdoáveis como despedida du­ma vida, !llesmo se as vinganças armadi lhadas nunca são as mais elegantes. Quem era, então? Também eu queria agora saber. Procurei mor­tos recentes. Nenhum correspondia ao perfil

dos entreténs de imprensa ou dos ajustes. Até que um pormenor, coisa àe nada, veio facilitar as buscas. Dizia o comentador: «Nem o Gar­rett escapou à fúria da enfadonha criatura.» Aí tinha eu a chave.

A lgo me estava dizendo que havia de ser ele. Dias antes, José Cardoso Pires confessara a Pulido Valente, em «0

Independente», coisas deveras estranhas. Quanto às entrevistas, eu próprio dera conta, eni pouco tempo, de quatro aos jornais e duas às televisões. Ficava esclarecido agora também aquele post mortem, que, não sendo simpático (Cardoso Pires sofrera doença particularmente grave), era mesmo assim de grande eloquên­cia. Só uma coisa não percebia, e ainda hoje não percebo: como pudera Baptista-Bastos, cronista não de todo anónimo, dedicar quatro furibundos parágrafos a um colega escritor que nunca nomeava. Este silenciamento de nomes haveria de revelar­-se, depois, procedimento normal. No «Diário Económico» de 4 de Julho, dávamos com nova

e trabalhosíssima alusão a Cardoso Pires. Dis­sertando sobre António Lobo Antunes (identifi­cado aí como «um tal Antunes»), afirmava-se não possuir ele ideias, e ter de valer-se das de «um outro, que tanto o adula quanto o açula>>. Não sei se a coisa é verdade, se não é. Mas per­siste a pergunta: se a gente sabe, ou acaba sem­pre por saber, de quem ali se trata, porquê calar o nome às pessoas? Será por coqueteria? Será por insegurança? Não consigo decidir-me. Mas, agora, uma coisa me escapa também. E é isto: que passa pela cabeça a um escritor famo­so, e na idade do siso, para se produzirem enormidades como as confiadas por Cardoso Pires a «Ü Independente» de 16 de Maio? E, antes de avançar, saúde-se um momento único, esse mesmo, que reuniu, com certeza casualmente, os dois maiores artistas da nossa prosa actual: um clássico cronica.mente sub­versivo, José Cardoso Pires, e um anarquista enamorado do classicismo, Vasco Pulido Va­lente. Talvez que pouco eles tenham, um ao outro, a dizer-se. Pode até admitir-se que rara­mente se leiam. Mas, e é isso o principal, am­bos são gentis ao ponto de se lembrarem da nossa existência.

A entrevista, portanto. Cardoso Pires aí dizia, com efeito, não se julgar ele «O único portu­guês que não tem especial admiração literária pelo Almeida Garrett». E aj untava: «Não gos­to das Viagens na Minha Terra, acredite.» Rí­amos, que merece. Não da opinião, respeitabi­líssima, mas das ironias da história literária. Podemos ser sucintos: sem a inventiva prosa de Garrett, que tanto deprecia, José Cardoso Pires estaria hoje, na melhor das sortes, escre­vendo _como Herculano. Não adianta recordar que o sólido Eurico foi livro de cabeceira de gerações. Releia-se-o, e digacse se a idefa não é um pesadelo.

M as, nessa conversa com o semanário, havia pior, bastante pio~. Interrogado sobre quem «Via» na literatura por­

tuguesa depois de Carlos de Oliveira, o ro­mancista afirmava não ver ninguém. Só a ins­tâncias do entrevistador condesc·ende em pro­duzir nomes. Eram eles António Lobo Antu­nes, Dinis Machado, Maria Velho da Costa. «Já não é mau», acrescenta, talvez surpreendi­do com a fortuna que nos calhou. Diante disto, podia perguntar-se: tinha o indignado Baptis­ta-Bastos razão afinal? Vai-se ver que não. Ainda não há dois anos, figuravam, numa en­trevista da revista «Ler», estes estranhos dize­res: «Tirando o caso do Pedro Paixão, na Noi­va Judia, não me interessa nada o que se pro­duz na bteratura portuguesa.» Era uma afirma­ção de Baptista-Bastos, em própria pessoa. Mais se nos infommva da mediana qualidade do «romancista» José Cardoso Pires e da ne­nhuma do «cronista». Mas havia esta ressalva: «Ü contista Cardoso Pires é um prosador abso­lutamente admirável.» Assentemos em duas ou três coisas. Primeiro, que dois anos são tempo suficiente para uma pessoa mudar de opinião, mesmo tão radical­mente como isto. Depois, que compartilho es­sa admiração desmedida pelo «contista» Car­doso Pires. Por fim , que julgo ouvir, na desva­lo1ização do restante ficcionista, o castigo de uma dúzia de páginas efectivamente levianas. Numa coisa se igualam José Cardoso Pires e Baptista-Bastos: no indizível desprezo que nu­trem pela produção li terária sua contemporâ­nea. Um e outro, é a ferros que se lhes arranca um elogio, um nome. E se Baptista-Bastos se desautoriza censurando noutros uma aprecia­ção que é também a sua, de um escritor de gé­nio como Cardoso Pires não é menos indigna a sobranceria que aos confrades reserva.

Ea «Crítica literária portuguesa», onde se meteu a «ignóbil», tão retumbantemente anunciada? Escondeu-se, suponho. Es­

gueirou-se, cosida com as sombras, no medo de ver-se maltratada. Mas dispensavam-se pre­ocupações. O esfrangalhamento que Baptista­Bastos prometia à «literatura portuguesa actu­al» não pôde fazer mais do que assustá-la. E estes, sim, são péssimos serviços: meter medo à pequena, e depois dar tão mau espectáculo.

PORTUGAL

FICÇÃO E POESIA

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ Noticia ~e um sequestro (Dom Quixote)

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JOSÉ CARDOSO PIRES De Profundis, V~!~~ :~~a (Dom Quixote)

LUÍS SEPÓLVEDA História da Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar (ASA)

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PAUJ.;O COELHO Manual do Guerreiro da Luz (Pergamínhçi)

MlACOOTO Contos do Nascer da Terra (Caminho)

SÚSANNA TAMARO Vai Aonde Te J,e.va o éoração (Presença) ··

·-'NEDlN GÜRSEL Romance do conquistador (Difl}1)

MARIA FILOMENA MÓNICA Vida Moderna (Quetzal)

NÃO FICÇÃO

VIVIANEFORRESTER O Horror Económico (Temunar)

ROS<\ MONTERO Histórias de Mulheres (ASA)

DANIEL GOLEMAN Inteligência Emocionai (Temas e Debates)

ISABEL HAPETIAN ' Familias - Entender

a Tóxicode~ndê".~/ª (Verbo) ,,

JACQUELJNE RUSS A Avent.ura d<i Pensamento Europeu (Terramar)

DÉEPÂE CHOPRA As Sete L'f!is Espirituais do Sucesso (Presença)

DANIEL SAMPAIO A Cinza e o Tempo (Caminho)

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MARIA'foiô ÁVÍLEZ Soar.es O Presidente (Público)

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BRASIL

FICÇÃO

PAULO HALM/ROBERTO JOSÉ TORERO ' Pequeno Dicionário Amoroso

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JOSTElN GAARD'ER O Mundo de Sofia JôsÓARES ..... . O Xangô de Baker Street

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MICHAEL CRJCHTON Armadilha Aérla

NÃO FICÇÃO

DANIEL GOLEMAN Inteligência Emoc.ional

GLÓRIA KHALlL Chie - Um Gula Prático de Moda e Estilo

OLÍVIA CLAIRE 203 Maneiras de Enlouquecer um Homem na Cama

JORGE CALDEIRA Viagem Pela História do Brasil

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