4º trimestre • 2013 • nº 305 · 1 a suficiência da bíblia ..... 7 2 o batismo no espírito...

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Verdades que nos fazem ser Adventistas da Promessa B ÍBLICAS LIÇÕES 4º TRIMESTRE • 2013 • Nº 305 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS

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Verdades que nos fazem ser Adventistas da Promessa

BÍBLICASLIÇÕES

4º TRIMESTRE • 2013 • Nº 305

REV ISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS B ÍBL ICAS

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• Apresentação da série em formato de vídeo

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• Compartilhamento das respostas em redes sociais

• Leitura dos textos bíblicos no próprio aplicativo

• Navegação dinâmica

• Podcasts com áudio integral

As Lições BíblicasAs Lições Bíblicas

Aplicativo oficial das Lições Bíblicas da Igreja Adventista da Promessa.

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MISSÃO DAESCOLA BÍBLICA

Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através

do ensino e da prática da palavra de Deus.

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Copyright © 2013 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Jr.

EXPEDIENTE

RedaçãoRua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – CentroFone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544www.portaliap.com.br • [email protected]

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)

Redação e preparação Alan Pereira Rochade originais Andrei Sampaio Soares Eleilton William de Souza Freitas Jailton Sousa Silva Kassio Passos Lopes Márcio Roberto Guimarães Márcio Rogério Gomes David Virginia Ronchete David Perez Willian Robson de Souza

Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha Leituras diárias Andrei Sampaio Soares

Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro MurtaEditoração e capa Farol Editora

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141 Assinaturas Informações na página 116

Impressão Gráfica Regente – Maringá, PR

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SUMÁRIO

Apresentação ...................................................... 5

1 A suficiência da Bíblia ......................................... 7

2 O batismo no Espírito Santo .............................. 15

3 O batismo nas águas ........................................ 22

4 A ceia do Senhor .............................................. 30

5 A dieta bíblica ................................................... 38

6 A unção com óleo ............................................ 45

7 A atualidade da lei ............................................ 53

8 O dia do descanso ............................................ 60

9 Os dias da morte e da ressurreição de Jesus ...... 68

10 A mortalidade da alma ..................................... 77

11 O destino dos mortos ....................................... 85

12 O milênio no céu .............................................. 94

Projeto Proclamar – Sábado especial ............... 101

13 O lugar das crianças no Reino ......................... 102

Sugestão para programa de culto .................... 109

Confira, nas páginas centrais, o encarte com informações sobre a 49ª

Assembleia Geral das Convenções da IAP

Verdades que nos fazem ser Adventistas da Promessa

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Antigo testAmentoGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros Nm Deuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Rs2 Reis 2 Rs1 Crônicas 1 Cr 2 Crônicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel Ez Daniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias Ob Jonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

noVo testAmentoMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos Rm1 Coríntios 1 Co2 Coríntios 2 CoGálatas GlEfésios EfFilipenses FpColossenses Cl1 Tessalonicenses 1 Ts2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timóteo 1 Tm2 Timóteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 João 1 Jo2 João 2 Jo3 João 3 JoJudas JdApocalipse Ap

ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

AM A MensagemARA Almeida Revista e AtualizadaARC Almeida Revista e CorrigidaAS21 Almeida Século 21ECA Edição Contemporânea de AlmeidaNVI Nova Versão InternacionalKJA Tradução King James AtualizadaBV Bíblia VivaNBV Nova Bíblia VivaBJ Bíblia de JerusalémTEB Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

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Apresentação

Chega as suas mãos, pela graça de Deus, a última série de lições de 2013, cujo título é: Quem somos: verdades que nos fazem ser adventistas da promessa. Nesta série, vamos estudar alguns pontos de nossa fé que ajudam a formar a nossa identidade como denominação cristã. Em outras palavras, somos promessistas porque temos certas convicções bíblicas que nos unem, e é sobre essas convicções que estudaremos.

Nós, adventistas da promessa, somos uma igreja séria. Nossa história é marcada pelo compromisso com a palavra de Deus. Uma de nossas principais marcas sempre foi a busca pela a verdade do evangelho, através da investiga-ção bíblica, e, ainda hoje, temos procurado, com seriedade, entender, ensinar e praticar o que a Bíblia nos diz.

Assim sendo, com humildade no coração e consciência de que não so-mos perfeitos, podemos afirmar que a doutrina praticada por nós não é fundamentada em sentimentos, experiências, especulações ou tradições de homens, mas, sim, na palavra de Deus. É exatamente por isso que precisamos conhecer bem essa doutrina e ser capazes de defendê-la com amor.

Precisamos ter em mente as palavras que o apóstolo Pedro deixou escritas em sua primeira carta: Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu cora-ção. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês (1 Pd 3:15). De acordo com esse texto, todo cristão deve ser capaz de explicar a sua fé em Cristo.

Nem todo crente em Jesus precisa ser um especialista na Bíblia; contudo, todo crente deve, no mínimo, saber no que acredita e por que acredita. Deve, também, ser capaz de compartilhar a sua fé com os outros, bem como saber defendê-la de ataques e mentiras dos contradizentes. O nome disso é apolo-gética, que significa a defesa da fé.

O apóstolo Pedro, depois de afirmar que a defesa da fé é um dever de todos os que creem em Jesus Cristo, passou a explicar como fazê-la: com mansidão e temor (1 Pd 3:16). Ao defender a doutrina, não devemos ser

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6 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

rudes ou desrespeitosos. Precisamos ser fortes em nossa defesa, mas, acima de tudo, humildes, como Jesus, em nossa apresentação.

É importante lembrar que a palavra doutrina significa ensino ou instrução e que, por diversas vezes, a Bíblia utiliza a expressão “sã doutrina” (1 Tm 1:8-10, 4:3; Tt 1:9, 2:1), que significa: ensino verdadeiro e saudável. O uso desta expressão indica, obviamente, que existem doutrinas enfermas e falsas e que, por isso, precisamos ficar atentos, para não sermos enganados.

É muito triste ouvir falar de pessoas que saem da Igreja Adventista da Pro-messa e vão para outras denominações que não têm uma sã doutrina, sem ver problema algum nisso. Dizem: “O Deus é o mesmo!”. Será? Pior ainda é quando essas pessoas dizem: “É tudo a mesma coisa”. Caro estudante, certa-mente não é a mesma coisa! Nem todo caminho leva a Deus. Nem toda igreja é igreja de Cristo. Nem tudo que é ensinado pelos evangélicos é verdade.

A Bíblia diz que a ruína do povo de Deus está na falta de conhecimento (Os 4:6). Portanto, conheçamos e prossigamos em conhecer (Os 6:2). Além disso, como já foi dito aqui, precisamos lutar pela fé genuína. Para isso, é imprescin-dível estarmos preparados (2 Tm 2:15). Saiba que só quem conhece, aprecia, estuda e pratica a doutrina é capaz de defendê-la.

Nesse sentido, esta nova série de lições bíblicas vai lhe ajudar muito. Va-mos, a cada estudo, apresentar um ponto doutrinário em que nós cremos e que nos faz diferentes da maioria dos evangélicos. Faremos da seguinte forma: primeiro explicando a nossa crença e, depois, refutando o contradizente. Nosso desejo é que estes estudos fortaleçam a sua fé.

Que Deus recompense todos os que colaboraram na pesquisa e na pro-dução desta série. Que Deus use poderosamente os professores. Que Deus enriqueça espiritualmente os alunos que estudarão estas lições bíblicas. Que Deus nos ajude a entender, de fato, quem somos.

Toda a glória seja dada àquele que é Senhor de tudo e que faz com que Cristo e sua doutrina sejam, para nós, como a chuva é para terra seca. Amém!

Pastor Alan Pereira RochaDiretor do Departamento de Educação Cristã

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Hinos sugeridos – BJ 257 • BJ 202

15 DE OUTUBRO DE 2013

A suficiência da Bíblia

Acesse osComentários Adicionais

e os Podcasts deste capítulo em

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante que cremos na suficiência da Bíblia Sagrada e apresentar-lhe os desafios práticos que este ensino nos propõe.

TEXTO BÁSICO

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Tm 3:16-17)

LEITURA DIÁRIA

D 29/09 2 Tm 3:16-17

S 30/09 2 Pd 1:19-21

T 01/10 2 Pd 3:15-18

Q 02/10 Sl 119:100-105

Q 03/10 1 Co 2:4-16

S 04/10 Hb 4:12-13

S 05/10 Jo 1:1-3

INTRODUÇÃO

Pela graça do bondoso Deus, temos a alegria de iniciar mais uma série de lições bíblicas; desta vez, com o seguinte título: Quem somos: verdades que nos fazem ser adventistas da promessa. Será uma série de caráter apologético: Como você responde, quando uma pessoa, cristã ou não, pergun-ta sobre a razão de sua fé? Você é capaz de responder, quando lhe perguntam sobre sua crença em Jesus, na Lei de Deus, no sábado ou na abstinência e nos demais pontos em que cremos? É para lhe ajudar nessas res-postas que a série foi pensada.

Embora muitos respondam com certo “or-gulho” denominacional, não cremos na dou-trina porque advém de nossos líderes, mas porque “nossos pontos doutrinários” vêm da Bíblia, a palavra de Deus. Desde o início da Igreja Adventista da Promessa, nossos líderes vêm se empenhando para que as Santas Escri-turas sejam a base de nossa fé, porque sabe-mos que a Bíblia é suficiente. Vejamos.

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8 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

A palavra “Bíblia” vem do grego biblos e significa “conjunto de pe-quenos livros”. É um nome apropria-do ao conjunto de 66 livros sagrados que acreditamos e proclamamos ser a palavra de Deus. Escrita original-

mente em papiros (material de ori-gem vegetal) e pergaminhos (mate-rial de origem animal), as Escrituras ultrapassaram gerações. Graças a Deus e a homens fiéis a ele, sua pa-lavra chegou até nós.

I A DOUTRINA ENTENDIDA

Vamos estudar, aqui, alguns deta-lhes importantes sobre a nossa cren-ça na Bíblia. Já de início, deixamos claro que professamos e defendemos a suficiência das Escrituras, uma das doutrinas fundamentais da fé cristã. E o que significa dizer que a Bíblia é suficiente? Simples: a Bíblia é tudo de que precisamos para nos orientar, no que diz respeito à fé e à prática.

Não temos outro livro ou manu-al que se equipare à Bíblia, e todos os nossos manuais precisam passar pelo crivo da Escritura. Além disso, cremos na inspiração da Bíblia. Cre-mos que essa inspiração foi plenária, isto é, toda a Bíblia foi inspirada por Deus e não apenas partes dela. Nós professamos e defendemos que os 39 livros do Antigo Testamento e os 27 do Novo Testamento são a pala-vra de Deus, pois Toda a Escritura é inspirada por Deus (2 Tm 3:16a - grifo nosso).

Além de plenária, essa inspiração também foi verbal. Isso quer dizer

que palavra por palavra da Bíblia foi inspirada. Na língua original do texto em questão, a palavra theopneustos, traduzida pela expressão “inspirada por Deus”, significa, literalmente, “soprado por Deus”, isto é, tudo que foi escrito pelos autores huma-nos tem influência divina. Ele falou por intermédio deles. Eles foram seus porta-vozes. Este texto não eli-mina a personalidade do autor, mas mostra que cada letra registrada na Bíblia está de acordo com a vontade de Deus; está ali porque ele quis.

Justamente por ser inspirada por Deus, mesmo sendo escrita num pe-ríodo de, aproximadamente, 1500 anos, tendo por volta de 40 autores, seus ensinos não se contradizem; an-tes, se complementam, se encaixam, visto ser o Espírito Santo quem con-duziu cada autor, e, por isso, mesmo a Bíblia tem uma autoridade que ne-nhum outro livro pode pleitear para si.

Diante disso, cremos na doutrina da autoridade das Escrituras. A Bíblia

1. A explicação da nossa crença

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Para refletir...Para refletir...

testifica a respeito de si mesma: ... ne-nhuma profecia da Escritura provém de interpretação particular (2 Pd 1:20 – EP). Os escritos divinos não foram registrados porque simplesmente os autores humanos quiseram; estes foram dirigidos por Deus, sem per-derem suas personalidades, como já afirmamos anteriormente (Dt 18:18-20; 2 Pd 1:21). A autoridade da Bíblia vem de Deus. Sendo assim, desobe-decer à Bíblia é desobedecer a Deus.

Cremos também que a Bíblia é aces-sível. A doutrina da clareza da Bíblia Sagrada ensina que toda pessoa tem o direito de ler e interpretar a palavra de Deus.1 Embora haja pontos difíceis de entender (2 Pd 3:16), toda pessoa pode crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo lendo a Escritura (2 Pd 3:17-18). Todos podem ler e interpretar a palavra, mas só irão entendê-la de maneira correta com o auxílio do Espírito (1 Co 2:13-14).

Embora exista a necessidade de estudiosos das Escrituras (At 8:30-

1. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:15-21).

31), os pontos de salvação presentes na palavra são inteligíveis, ou seja, é possível aprendermos sozinhos, com a ajuda de Deus, os princípios bási-cos da fé cristã, ao ler a Bíblia (2 Tm 3:15). Continue lendo a palavra, e, se, porventura, se deparar com um texto de difícil interpretação, solicite a ajuda de alguém preparado para explicá-lo, a fim de que a palavra de Deus não seja distorcida (2 Pd 3:16).

Além de serem claras e acessíveis, as Escrituras são praticáveis. A pala-vra de Deus nos guia em nossa vida (Sl 119:105); revela quem somos por dentro (Hb 4:12); ajuda-nos, ainda, a ter atitudes cristãs, a viver neste mun-do conforme a vontade de Deus. Ela é útil para o ensino, para a repreen-são, para a correção, para a educa-ção na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm 3:16-17). Lembre-se: A Bíblia não existe apenas para ser estudada; exis-te também para se vivida.2

2. Idem.

01. Com base na introdução, comente sobre a importância de afirmarmos que “nossa doutrina” é bíblica e não invenção denominacional.

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10 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

02. Com base nos parágrafos anteriores, comente a doutrina da suficiência das Escrituras e da inspiração plenária, defendida por nós, promessistas.

03. Por que há autoridade nas Escrituras e por que elas são acessíveis? Leia Dt 18:18-20; 2 Pd 1:21, 3:16-18 e o item 1.

Existem algumas doutrinas que ne-gam ou contradizem a nossa crença sobre a suficiência, a inspiração (ple-nária e verbal), a autoridade, a clareza e a praticidade das Escrituras. Nesta parte deste estudo, nós as apresenta-remos, a fim de que nos acautelemos. De início, é bom que fique bem claro: nós, adventistas da promessa, somos contrários a todas elas.

Em primeiro lugar, há os que dizem que a Bíblia contém a palavra de Deus. Esta linha de pensamento teológico é chamada de “modernista ou liberal”.3 Defende que “algumas partes da Bí-blia são divinamente inspiradas, outras

3. Teologia sistemática: a formação da Bíblia e a doutrina de Deus (2009:65).

não”.4 Por exemplo: seus defensores analisam os milagres presentes na Bí-blia e tentam prová-los cientificamen-te. Obviamente, os que não podem ser explicados naturalmente devem ser negados, e esta parte da Bíblia não é considerada inspirada. Afastemo-nos deste falso ensino, que nega a inspira-ção plenária da Escritura.

Em segundo lugar, há os que cre-em que a Bíblia torna-se a palavra de Deus. O nome técnico dado a esta linha teológica é “neo-ortodoxia”.5 Esse pensamento resume-se assim: a Bíblia, em si, não é a revelação de Deus; contudo, Deus se revelaria na

4. Idem.

5. Idem, p.66.

2. Refutando o contradizente

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Bíblia nos encontros pessoais. Ela se torna palavra de Deus quando as pes-soas têm um encontro com Deus em suas páginas. É esse tornar-se palavra que é a revelação divina, indepen-dentemente do que está escrito. Veja que argumento insustentável! Além de dar valor exagerado aos sentimen-tos, nega a doutrina da inspiração.

Em terceiro lugar, há os que afir-mam a doutrina da autoridade da Bíblia verbalmente, mas a negam em sua prática: elegem ícones ou livros aos quais delegam a mesma auto-ridade da Bíblia. Por exemplo: exis-tem igrejas que consideram a Bíblia como palavra de Deus, mas, em sua maneira de interpretá-la, dependem de uma certa “luz menor”, de uma “voz da profecia” ou de uma certa “torre de vigia”. O que estas “lu-zes”, “vozes” ou “torres” dizem tor-na-se lei e ninguém ousa contrariar. Não podemos concordar com isso. A Bíblia interpreta a Bíblia. A auto-ridade máxima no que diz respeito à interpretação da Bíblia é ela mesma.

Por acreditarmos nisso, nós, adven-tistas da promessa, não temos nenhum ícone ou nome famoso entre nós que dite as regras de como devemos crer. Todo cristão precisa ser ensinado a ler, debater e questionar a Bíblia à luz da própria Bíblia. Não temos nenhum livro que seja maior em autoridade do que a Escritura. O nosso livro de doutrinas, “O Doutrinal”, é uma maneira que encontramos de apresentar as nos-sas crenças de maneira sistematizada,

mas não tem a autoridade da Bíblia! Se em algum ponto descobrirmos algo em que esta está sendo contrariada, ficaremos com ela, e, numa próxima edição, reanalisaremos o conteúdo do nosso livro de doutrinas. É assim que a igreja tem caminhado, e é assim que ela permanecerá.

Em quarto lugar, há os que fun-damentam suas doutrinas em expe-riências e negam a doutrina da sufi-ciência bíblica. Para exemplificar isso, Romeiro6 cita um comentário de um líder de uma grande igreja neopen-tecostal dos nossos dias, que mostra o valor secundário da Bíblia. Para esse líder religioso, o Antigo Testa-mento é a experiência do povo de Is-rael; os evangelhos, a experiência re-ligiosa de Jesus; Atos, a experiência religiosa dos apóstolos; as epístolas, a experiência religiosa da igreja, e o Apocalipse, o último capítulo da ex-periência religiosa da humanidade. Veja: toda a Bíblia sendo reduzida a um livro de experiências!

Nas igrejas neopentecostais, a pala-vra perdeu o espaço diante das expe-riências! Quando a Bíblia é usada, to-mam-se diferentes declarações, episó-dios e símbolos bíblicos e, “sem esforço algum de interpretação, passa-se dire-tamente à aplicação, muitas vezes de uma maneira que nada tem a ver com o propósito original da passagem”.7 E

6. (2005:121).

7. Revista Ultimato, n.312, maio/junho de 2008, p. 45.

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12 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

mais: “O que é mais grave é que os textos bíblicos são usados de modo mágico, como se fossem amuletos ou talismãs, como se tivessem um poder imanente e intrínseco”.8

Dessa forma, a Bíblia é encarada prioritariamente como um livro de promessas, de bênçãos, de fórmulas para a solução de problemas, não como a revelação especial na qual

8. Idem.

Deus mostra como as pessoas de-vem conhecê-lo, relacionar-se com ele e glorificá-lo.9 Essas correntes teológicas se encaixam bem naquilo que Pedro, inspirado pelo Espírito, escreveu sobre gente que “torce” as Escrituras (2 Pd 3:16). Nós, adventis-tas da Promessa, sempre cremos na inspiração e na suficiência bíblica, e assim continuaremos.

9. Idem.

Para refletir...Para refletir...

04. Explique à classe o pensamento “modernista ou liberal” sobre a Escritura. Podemos abraçar esse conceito? E o dos pensadores da linha “neo-ortodoxa”?

05. O que dizer sobre aqueles que colocam manuais ou pessoas no mesmo nível de autoridade da Bíblia?

06. Fale sobre o perigo das interpretações bíblicas baseadas em experiências de pessoas e instituições. Se puder, dê exemplos práticos.

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Não podemos concordar com aque-les que creem que a Bíblia contém a palavra de Deus. Ler a Bíblia como mais um livro comum e interpretá-la partin-do desse pressuposto é desconsiderar a realidade transcendente por trás dos textos bíblicos. Ela testemunha de um Deus que é poderoso, que não pode ser colocado num tubo de ensaio e le-vado para o laboratório. Por isso, ficar só com as partes da Bíblia que podem ser provadas cientificamente é abrir mão da fé verdadeira. Creia em todo o conteúdo bíblico.

Antes de pensar em quem faz isso, procure analisar a sua fé, quanto a sua crença na Escritura. Às vezes, nós to-mamos a mesma postura dos que cre-em em partes das Escrituras. Abando-namos o estudo de todas as sagradas letras. Às vezes, usamos as “caixinhas de promessas”, escolhemos trechos da palavra como preferidos e descon-sideramos o restante. Ensinemos tudo o que Jesus ordenou (Mt 28:20). As-sim como Paulo instruiu os presbíteros de Éfeso, anunciemos todo o conse-lho de Deus (At 20:27).

II A DOUTRINA APLICADA

Estudamos, nesta lição, que há outra linha de pensamento, que diz que a Bíblia torna-se a palavra de Deus. Na prática, isso significa que a experiência é uma parceira da Escritura, para que, de fato, ela te-nha autoridade divina. Podemos até pensar que certas igrejas creem em algumas coisas só no momento em que acontecem. Mais uma vez, pre-cisamos verificar como anda nossa prática de fé.

Se acreditamos que a Escritu-ra é divinamente inspirada, todas as nossas experiências precisam

passar pelo “pente-fino” da pala-vra: chega de colocarmos os nos-sos “sonhos” e “visões” acima da autoridade da palavra! Chega de colocarmos profecias “A” ou “B” acima da autoridade da palavra! Chega de formular doutrinas com base no que sentimos ou deixamos de sentir! Chega de dizer que de-terminado comportamento está certo ou errado com base no que disse a pessoa “X” ou “Y”. A nos-sa fonte de autoridade, no que diz respeito à fé e à conduta, continua sendo a Bíblia.

1. A Bíblia é suficiente: valorize todo o seu conteúdo!

2. A Bíblia é suficiente: coloque-a acima das experiências!

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14 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Para VIVEr...Para VIVEr...

MEU DESAFIO

Nunca foi tão importante crer na suficiência da Bíblia. Diante de tantas heresias e modismos que se espalham como “câncer”, no meio de igrejas, faculdades de teologia, internet e programas de TV evangélicos, precisamos pedir que o Espírito Santo nos guie em toda a verdade (Jo 16:13). A Bíblia deve ser levada a sério, para não nos desviarmos dela.

Durante esta semana, leia a Bíblia; ore antes; medite em seu conteúdo; tire lições para a sua vida prática e compartilhe com alguém o que você leu. Seja submisso a seu conteúdo. Olhe a vida na ótica da Bíblia e não dos seus pensamentos ou “achismos”. Assim, que todos nós cresçamos na graça de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pd 3:18).

07. O que fazer para evitar a valorização de partes isoladas da Bíblia?

08. Dê exemplos práticos de como evitamos que nossas experiências sejam postas em igualdade com as Escrituras.

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Hinos sugeridos – BJ 72 • 400

212 DE OUTUBRO DE 2013

o batismo no espírito santo

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OBJETIVO

Ajudar o estudante da Escola Bíblica a entender corretamente e defender o batismo no Espírito Santo, bem como incentivá-lo a buscar o cumprimento desta promessa de Deus em sua vida.

TEXTO BÁSICO

Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo. (Mc 1:8)

LEITURA DIÁRIA

D 06/10 Jl 2:28-29

S 07/10 Lc 11:9-13

T 08/10 Mc 1:4-8

Q 09/10 Jo 1:29-33

Q 10/10 Lc 24:49-53

S 11/10 At 1:4-8

S 12/10 At 2:1-21

INTRODUÇÃOO presente estudo vai tratar de um dos as-

suntos mais relevantes da Bíblia: o batismo no Espírito Santo. Quem já não leu ou ouviu falar do acontecimento glorioso narrado em At 2:1-4? Quando o Espírito veio habitar nos crentes, uma das bênçãos que se seguiram foi esse batismo. Alguém já disse que esse é o acontecimento mais importante do livro de Atos, pois, sem ele, o livro nunca teria sido escrito e que foi este grandioso ato de Deus de derramar o Espírito Santo sobre os primeiros crentes que principiou todos os atos dos homens autorizados pelo Espírito.1

Este é um ensino enfatizado na Bíblia; logo, é importante também para nós, promessistas. A propósito, nossa denominação é fruto do cumprimento dessa promessa. É sabido que, na tarde do dia 24 de janeiro de 1932, o pastor João Augusto da Silveira foi batizado no Espí-rito Santo.2 Ele, porém, não foi o único. Mui-tos outros cristãos ainda recebem essa dádiva. Acreditamos, portanto, que essa promessa está vigente. Cremos no que a Bíblia ensina.

1. Earle (2006:214-215).

2. Mendes (2002:67).

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16 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

I A DOUTRINA ENTENDIDA

Antes de iniciarmos a exposição deste nosso ponto de fé, fazemos questão de ratificar que a doutrina do batismo no Espírito Santo, que professamos, é puramente bíblica.

Está explícita em vários trechos das páginas da Sagrada Escritura, tanto no Antigo quanto no Novo Testa-mento (cf. Ez 39:29; Jl 2:28-29; At 2:1-4, 17-18). Vamos conferir isso?

O batismo no Espírito é uma pro-messa do Pai: E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito (Jl 2:28-29). Já a execução dessa promessa é concedida por intermédio de Jesus. Como afirmou João Batista: Eu vos te-nho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo (Mc 1:8). Contudo, precisamos entender melhor o que é o batismo no Espírito Santo. Para isso, precisamos analisar duas importantes palavras.

A primeira palavra é “batismo”. Em Mc 1:8, o verbo batizar origina-se no termo grego baptizo, que significa mergulhar, submergir. Isso significa que a pessoa batizada vive “uma ex-periência espiritual intensa, em que sua vida é submersa no Espírito de Deus, cercada, cheia, coberta da pre-sença e do poder do Espírito Santo”.3

Em segundo lugar, temos a palavra revestimento. Em Lc 24:49b, lemos: permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder

3. Projeto de oração: batismo no Espírito San-to (2008:7).

(grifo nosso). A palavra “revestidos”, no original é enduo e significa “en-trar numa (roupa), revestir, vestir-se”. Assim como as pessoas são revestidas com roupas, os crentes seriam revesti-dos de poder sobrenatural.4 Então, “o batismo no Espírito Santo é uma expe-riência inesperada e sobrenatural. O Espírito desce sobre o crente e lhe dá poder com propósitos específicos”5.

O que evidencia o batismo no Espí-rito? Certamente não é a conversão. Isso porque o batismo no Espírito, segundo cremos, não é simultâneo a esta. Desse modo, o fato de uma pes-soa se converter ao evangelho não a torna batizada no Espírito. Para se ter uma ideia, no dia de Pentecostes tan-to os discípulos quanto as mulheres e os irmãos de Jesus citados em Atos 1:14 já eram convertidos antes de se-rem batizados no Espírito Santo.

Se a evidência do batismo no Espí-rito não é, portanto, a conversão, o

4. Idem.

5. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:99).

1. Explicando a nossa crença

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que seria? De acordo com Atos 2:1-4, a evidência externa desse batismo é o falar em outras línguas. Esta é a prova de que uma pessoa, de fato, o recebeu. No v.1, Lucas relata que ao cumprir o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; no v.4a, ele completa: Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas.

Essas línguas, no entanto, não são idiomas ou dialetos das nações, mas línguas desconhecidas, ininteligíveis, que só podem ser interpretadas me-diante obra do próprio Espírito San-

to (1Co 14:2,13). Não são naturais, mas sobrenaturais; logo, nenhum ser humano pode fazer uso dessas lín-guas quando bem lhe convier.

Para quem é a promessa do batismo no Espírito Santo? O texto de Joel 2:28-29, nos informa que o derramamento do Espírito é para mulheres e homens, de todas as idades, raças e níveis so-ciais. E Atos nos ajuda a entender que essa promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, isto é, para todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar (2:39 NTLH). Busquemos esta promessa!

Para refletir...Para refletir...

01. Leia Mc 1:8; Lc 24:49; o item 1, e responda: O que é batismo no Espírito Santo?

02. Qual é a evidência do batismo no Espírito Santo? Comente com base em At 2:1-4 e no item 1.

03. Comente com a classe sobre para quem é o batismo no Espírito? Baseie-se em Jl 2:28-29 e At 2:39.

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18 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Como mencionamos anterior-mente, o que evidencia o batismo no Espírito Santo é o ato de falar em línguas estranhas, ininteligíveis aos seres humanos (At 2:4). Contudo, há opiniões contrárias a este respeito. Kistemaker, por exemplo, afirma: “A palavra língua equivale ao con-ceito de idioma falado. Isso fica evi-denciado pelo comentário de Lucas que ‘cada qual os ouvia falar em sua própria língua’ (v.6)”.6 Entendeu o que ele quis dizer? Ele sugere que as línguas faladas no Pentecostes eram estrangeiras, não estranhas!

Lenski, por sua vez, diz que, no Pentecoste, os discípulos falaram em línguas estrangeiras que eram até então desconhecidas deles e que o mesmo milagre aconteceu tanto em Cesaréia quanto em Éfeso.7 Será? Respeitamos as opiniões desses au-tores; porém, temos fortes motivos para discordar delas. Por que essas línguas não podem ser estrangeiras ou idiomas de outras nações? Por-que são espirituais, isto é, são con-cedidas exclusivamente pelo Espírito Santo (v.4). Ninguém entende, diz a Bíblia (1Co 14:2).

Essas línguas não podem ser en-sinadas nem aprendidas em escolas como as demais. Por serem espiritu-

6. (2006:111).

7. Lenski apud Williams (2011:540).

ais, elas só podem ser interpretadas por meio do dom de interpretação, também concedido pelo Espírito (v.10). Essas línguas, de acordo com Jesus, são “novas”: falarão novas línguas (Mc 16:17). Ele usa o termo grego kainos, que aponta para o “novo” em contraste com o velho. Logo, as línguas faladas no Pente-coste e depois não eram línguas adi-cionais, mas línguas que nunca antes haviam sido faladas na terra.8

Dito isso, como explicar o fato de que, no Pentecoste, os judeus, os prosélitos, os cretenses e os arábios ouviram, em suas línguas maternas, os crentes falarem das grandezas de Deus? (At 2:6,8,11). Isso não seria um forte indício de que as línguas ali fa-ladas eram estrangeiras? De modo al-gum! O que houve ali foi o fato de que eles entenderam, em seus idiomas, o que estava sendo falado em outras lín-guas, isto é, línguas estranhas. O que, então, aconteceu naquele momento?

Williams9 observa que, enquan-to essas línguas eram faladas, eram também, por meio do Espírito San-to, imediatamente traduzidas para os muitos idiomas da multidão, um fenômeno estreitamente relacionado com o dom da interpretação, descri-to em 1 Co 12:10,30, 14:5,13. En-

8. Williams (2011:542-543).

9. Idem, p. 542

2. Refutando o contradizente

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Para refletir...Para refletir...

tendeu? Eles só entenderam o que os discípulos diziam porque o Espírito interpretou o que estava sendo dito. Além disso, nem no episódio ocorri-do em Cesaréia (At 10:45) nem no de Éfeso (19:1-6), onde houve batismo no Espírito Santo, era necessário falar em língua estrangeira, pois todos ali entendiam uns aos outros.

Outro ponto que precisamos es-clarecer é se o batismo no Espírito Santo é simultâneo à conversão. Por certo, há, no meio cristão, os que acreditam que, no momento em que uma pessoa se rende a Cristo, é, au-tomaticamente, batizada no Espírito. Já mencionamos, anteriormente, que o batismo no Espírito não é simultâ-neo à conversão.

Mencionamos também que, no Pentecostes, os irmãos já eram con-

vertidos quando foram batizados no Espírito. Em Samaria, aconteceu o mesmo. Antes de receberem o Es-pírito Santo, aqueles irmãos já ha-viam sido batizados nas águas (At 8:13-16), o que significa que eles já tinham ouvido a pregação da Palavra e crido em Jesus.

Em Éfeso os crentes receberam o batismo no Espírito Santo após crerem, não no momento em que creram (19:1-6). Em 1 Co 12:8 os crentes que receberam este dom já eram convertidos. Também nes-te ponto, portanto, a Bíblia é clara. Não podemos afirmar o contrário, pois cairíamos no erro da incoerên-cia. Uma vez que aprendemos sobre o batismo no Espírito Santo, deve-mos aplicá-lo à nossa vida. Como? É o que veremos agora.

04. Leia o item 2 e responda: Como Kistemaker e Lenski interpretam as outras línguas mencionadas em At 2:4?

05. Por que as línguas faladas no Pentecostes pelos crentes não podem ser estrangeiras? Comente com base no item 2.

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06. O batismo no Espírito Santo é simultâneo à conversão? Por quê? Baseie-se em At 8:13-16, 19:1-6 e no item 2.

O batismo no Espírito Santo, de acor-do com a Bíblia, é uma obra sobrenatu-ral. Foge ao nosso controle e à nossa capacidade. Ao falar em outras línguas, os que foram batizados fizeram-no se-gundo o Espírito lhes concedia que fa-lassem (At 2:4). Esse evento aconteceu de repente. Essa dádiva é fruto de uma promessa divina: ... derramarei o meu Espírito, disse o Senhor (Jl 2:28).

Essa promessa continua disponível a todos que insistirem como os 120 discípulos que aguardavam o poder de Deus em Jerusalém (At 1:8; 13-14). Até que, de repente, receberam em suas vidas o poder do Espírito San-to. Se você ainda não recebeu esse poder, peça a Jesus que o mergulhe no Espírito. Peça a Jesus que derrame virtude dos céus sobre você (2:1-4).

II A DOUTRINA APLICADA

2. O batismo no Espírito Santo nos capacita na proclamação

Mais do que tecnologias, conhe-cimentos teológicos, estratégias evangelísticas (tudo isso é impor-tante), precisamos do toque todo especial do Espírito em nossas vi-das. Quando somos encharcados no seu poder, temos mais vigor es-piritual para proclamar Jesus Cristo. Mesmo sabendo que todos que re-cebem Jesus têm o Espírito e devem pregar o evangelho, quem recebe

poder do alto, faz isso com mais vi-gor (At 2:22-41).

Talvez o seu acanhamento para falar de Cristo seja por falta de po-der, ou possa ser o caso de você ter esfriado na fé, mas achegue-se a Cristo e peça-lhe poder. Se você ainda não recebeu o revestimento do poder de Deus, peça essa graça a Jesus; se você já recebeu, peça re-novação e pregue a palavra de Deus.

1. O batismo no Espírito Santo é uma promessa para os nossos dias

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Para Viver...Para VIVER...

MEU DESAFIO

Na lição de hoje, estudamos sobre uma importante doutrina bí-blica do batismo no Espírito Santo, que é uma experiência espiritu-al intensa em que a vida da pessoa batizada é submersa no poder do Espírito. No dia de Pentecostes, os crentes estavam reunidos, quando receberam o batismo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas (At 2:4).

Que tal fazermos o mesmo? Podemos nos reunir para, em ora-ção, pedir ao Senhor que nos batize no Espírito Santo. É muito im-portante que tenhamos momentos assim. Se ele quiser, certamen-te receberemos essa dádiva, pois a promessa do derramamento do Espírito Santo é para nós também (Jl 2:28). Este é nosso desafio para esta semana.

07. Com base na primeira aplicação, responda: Por que o batismo no Espírito Santo é uma promessa para nossos dias?

08. Com base na segunda aplicação, responda: No que o ajuda o batismo no Espírito Santo?

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22 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 204 • BJ 57

319 DE OUTUBRO DE 2013

o batismo nas águas

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OBJETIVO

Apresentar ao aluno o sentido bíblico do batismo nas águas, para que, conhecendo a interpretação de outros grupos cristãos, fortaleça sua crença correta sobre esta ordenança.

TEXTO BÁSICO

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. (Mt 28:19 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 13/10 Mt 3:13-17

S 14/10 Mt 28:19-20

T 15/10 Mc 16:15-16

Q 16/10 At 2:36-41

Q 17/10 At 8:12

S 18/10 At 8:25-40

S 19/10 Cl 2:12-14

INTRODUÇÃO

Imagine um senhor cujo filho cresceu na igreja, mas se desviou em certa fase de sua vida. Ele ora por seu filho, aconselha-o e faz de tudo para que retorne aos caminhos do Senhor. Desesperado, marca uma conversa com o pastor da igreja e lhe diz: “Pastor, meu filho se desviou da igreja, como o se-nhor sabe. Estou desesperado. E se Jesus voltar. E se ele morrer? Gostaria de mandar batizá-lo. O que acha?”. O pastor responde: “Seu filho precisa se arrepender e crer em Jesus. Precisa começar a viver para Cristo. As águas do batismo não tiram pecados. Con-tinue cuidado dele e falando sobre o amor do Salvador!”.

A lição de hoje, como as demais da série, apresentará a maneira como nós, promes-sistas, entendemos a ordenança do batismo. Aqui, vamos entender o batismo conforme apresentado na Bíblia.

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I A DOUTRINA ENTENDIDA

Antes de apresentarmos a ma-neira como entendemos a doutri-na do “batismo nas águas”, vamos entender o significado de batismo. Esta palavra “é a tradução do verbo grego baptizo, que significa ‘mergu-

lhar’, ‘imergir’”1 (cf. Mt 3:7). Então, de início, já podemos afirmar, com base no significado da própria pala-vra, que a forma correta de realizar este ato é a “imersão”. Vejamos com mais detalhes esta doutrina.

1. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:136-137).

Vamos começar, respondendo a seguinte pergunta: Por que so-mos batizados? Em Mt 28:19, é--nos dito pelo Senhor: Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os ... (grifo nosso – NVI). Cremos no batismo, porque é um mandamento de Cris-to a sua igreja. Esse mandamento, “desde os tempos mais antigos (At 2:41) tem sido usado como o rito da iniciação cristã”,2 isto é, como o testemunho público de que alguém quer tornar-se cristão e filiar-se a uma comunidade cristã.

Nós acreditamos no batismo nas águas, não por tradição institucional, mas por evidência bíblica, e o prati-camos porque foi algo a que Jesus se submeteu, mesmo sem precisar, para nos dar o exemplo (Mt 3:13-17)

2. Elwell (2009:148).

e para mostrar a importância desse rito.3 Quando Jesus saiu das águas, o Espírito Santo, em forma de pom-ba, apareceu sobre ele (Mt 3:16), e a voz do Pai indicou a todos: Este é meu Filho amado, em quem muito me agrado (v.17 - KJV).

Essa cena do batismo de Jesus leva-nos à reflexão sobre a fórmula do batismo. Jesus manda batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28:19 – NVI), e essa ex-pressão “em nome denota aquele a quem se prometeu obediência no batismo”.4 Vale dizer que o batismo em nome de Jesus, em Atos 2:38, não é a fórmula, como em Mateus; ali, temos apenas um registro de que as pessoas reconheciam Jesus como Senhor e Salvador.

3. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:136).

4. Carson (2009:1421).

1. Explicando a nossa crença

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24 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

O batismo é a manifestação exte-rior e pública de uma mudança de coração e um compromisso com a triunidade. A Igreja Adventista da Promessa sempre acreditou que as águas do batismo não tiram peca-dos e que quem purifica o ser hu-mano é o Senhor. No Manual de doutrina de 1952, temos a seguinte conclusão a respeito dessa ordenan-ça: “O batismo é um símbolo exte-rior de um genuíno arrependimento e morte para o pecado, e sem trans-formação da vida, não tem, natural-mente, virtude alguma”.5

Isto nos leva a concluir que o ba-tismo não é a regeneração (novo nascimento), mas apenas a repre-sentação desta. Vamos repetir: o batismo não é o novo nascimento, mas apenas uma representação deste. Subtende-se que, por ocasião do batismo, a pessoa já tenha nas-cido de novo. Afinal, é preciso crer, antes de ser batizado, conforme a palavra: ... quem crer e for batizado será salvo (Mc 16:16a).

Só quem reconhece Jesus como Salvador e Senhor pode ser batiza-do. Quando a pessoa crê em Jesus, de fato, é regenerada. A regeração é uma obra que acontece de uma vez por todas (não é progressiva). É o ato de Deus nos dar nova vida. Precisa-mos nascer de novo para sermos sal-vos, mas não confundamos isso com

5. Manual dos trinta pontos preliminares de nossa fé (1952:40).

batismo. Este não salva; quem o faz é Cristo. Porém, quem crê no Senhor se submete a esta ordenança.

Cremos no batismo por imersão. Como já vimos aqui, a palavra ba-tismo traz a ideia de mergulho ou imersão. Além do exemplo de Je-sus (Mt 3:16), em Atos 8:36, Filipe procurou água para batizar o eunu-co. Conclui-se “que a imersão era a prática original (...). Os reformadores concordavam que a imersão ressal-tava melhor o significado do batismo (...) [Cl 2:12]”.6 Outra prova disso é o texto de Romanos 6:1-11, em que Paulo faz uma comparação entre o batismo e o sacrifício de Jesus, di-zendo que, em ambos, existem três elementos: morte, sepultamento e ressurreição, ou seja, o batismo re-presenta também que morremos para o pecado, fomos sepultados e ressuscitamos para uma nova vida. Se esse ato lembra um sepultamen-to, então, realizá-lo por imersão é mais apropriado.

A Bíblia ensina que pode ser bati-zado todo aquele que reconhece que é pecador, se arrepende dos seus er-ros (Mt 3:2-6) e deposita a sua fé em Jesus (At 2:41, 8:36-38). Quanto à idade, a Bíblia não apresenta espe-cificação, mas por esses dois critérios mencionados (arrependimento e fé), entendemos que a pessoa precisa preenchê-los; por isso, não pratica-mos o batismo infantil.

6. Elwell (2009:148-149).

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A partir de agora, vamos expor a compreensão de outros cristãos so-bre a doutrina do batismo nas águas. Usaremos, aqui, trechos da Teologia Sistemática de Grudem.7 Começa-mos lembrando que, para algumas denominações cristãs, o batismo é um sacramento. Uma das igrejas que

7. (1999:818-824).

mais difundem este pensamento é a Igreja Católica.

Nesta visão, os sacramentos atu-am “como um meio pelo qual a graça de Deus chega até nós. Neste sentido, a realidade espiritual confe-rida pela graça de Deus depende do sacramento para sua existência”.8

8. Severa (2008:390-391).

2. Refutando o contradizente

Para refletir...Para refletir...

01. Por que o batismo é o rito da “iniciação cristã”? Leia Mt 28:19. Para que Jesus se batizou? Leia Mt 3:13-17.

02. Sobre a fórmula batismal, o que quer dizer batizar em nome da triunidade? Explique também o que é e o que não é o batismo.

03. O que é o batismo por imersão e quem pode ser batizado? Leia Mt 3:2-6; At 2:41; 8:36-38; Rm 6:1-11.

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26 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Considerar o batismo como sacra-mento significa entender que a água utilizada no batismo pode al-terar, de alguma forma, a realidade espiritual da pessoa batizada, ou seja, a pessoa é unida com Cristo através deste rito, que opera uma transformação trazendo o batizado da morte para a vida.

Para a Igreja Católica Romana, o ato do batismo produz salvação e re-generação. Isso a faz praticar o batis-mo infantil. Neste entendimento, o batismo é necessário para remover a mancha do pecado original da crian-ça. O único requisito necessário para o batismo infantil é que a criança seja apresentada e que um padre re-alize o batismo adequadamente. De acordo com a doutrina católica, a fé, de fato, não é necessária.

Mas não há, no Novo Testamento, argumentos para entender o batismo como sacramento ou condição básica para a salvação. Dizer que o batismo, por si só, salva e regenera lembra-nos o que alguns crentes da Galácia esta-vam exigindo para os crentes não-ju-deus: que fossem circuncidados para serem salvos. Porém, Paulo os com-bateu, dizendo: Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído (Gl 5:4). So-mos salvos somente pela graça, atra-vés da fé em Jesus (At 15:11; Ef 2:5).

Para nós, promessistas, o ba-tismo não é um sacramento, mas uma ordenança. Nós o chamamos de ordenança justamente porque o

batismo é uma cerimônia ordenada. O próprio Jesus a instituiu. Precisa-mos entender que ordenanças não possuem, em si mesmas, um poder misterioso capaz de mudar aqueles que as praticam. Por si só, elas não podem transmitir graça a quem quer que seja. Todavia, acreditamos fir-memente que Deus pode usá-las para fortalecer e encorajar a fé de quem as pratica.

Sobre o batismo infantil, além da Igreja de Roma, há algumas igrejas protestantes que seguem esta tra-dição. Vejamos alguns argumentos: Batizam-se crianças porque o ba-tismo é para a nova aliança o que era a circuncisão para a antiga. Este argumento é falho, já que só eram circuncidados meninos e a circunci-são era feita a todos os homens que viviam em Israel: incluindo escravos e estrangeiros (Gn 17:10-13).

Outro argumento para o batismo infantil é o “batismo de famílias”, como sugerem textos do Novo Tes-tamento (At 16:15, 16:33). Nessa interpretação, crianças, mesmo sem entender o ato, foram batizadas. Mas compreendemos facilmente, por esses mesmos textos, que só foram batizados os que criam. Ve-jamos At 16:32, o episódio sobre a conversão do carcereiro: E lhe prega-ram a palavra do Senhor e a todos os que estavam em sua casa. Note que todos da casa ouviram a palavra, e, assim, logo foi batizado, ele e todos os seus (v.33b).

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Algumas igrejas cristãs, além de batizar crianças, também praticam o batismo por efusão (aspersão ou derramamento).9 Para estes cris-tãos, “é apropriado derramar ou aspergir a água, pois esses dois atos simbolizam a salvação, como a as-persão do sangue (...) ou o derra-mamento do Espírito (...)”.10 Porém, os textos bíblicos sempre sugerem a

9. Geisler (2010:633).

10. Idem, p.636.

ideia de muita água para o batismo (cf. Mt 3:16; Jo 3:23; At 8:36-39; Rm 6:4; Cl 2:12).11 Pois bem, a or-denança do batismo foi dada por Cristo àqueles que se arrependeram de seus pecados e depositaram a fé em Jesus (Rm 10:17; Ef 2:8). Já que não o temos como um sacramento, o batismo é a expressão visível de uma mudança interior. Que perma-neçamos nesta verdade!

11. Idem, p.637-638.

Para refletir...Para refletir...

04. Com base no início do item 2, fale sobre o significado de sacramento.

05. Fale sobre a opinião da Igreja Católica e de igrejas protestantes sobre o batismo infantil.

06. Todas as igrejas praticam o batismo por “imersão”? O que a Bíblia mostra sobre a forma correta deste ritual? Leia Mt 3:16; Jo 3:23; At 8:36-39; Rm 6:4; Cl 2:12.

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28 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

II A DOUTRINA APLICADA

1. Creia corretamente no batismo nas águas

Por muito tempo, pensou-se que as águas batismais tivessem poder para remover pecados. A ênfase dada à água era tão grande que não se podia batizar, a não ser em rios. A ideia era que a água tinha de ser corrente para levar os pecados embora, e o próximo “batizando” se batizasse numa água nova, pura. Mas já sabemos que o que faz a diferença é o coração arre-pendido do crente em Jesus. Essa pes-soa deve ser imersa nas águas.

Você deve crer corretamente nes-sa doutrina. Não pense que a água é capaz de resolver o problema do pecado; só o sangue de Jesus o é! Também não pense que, de maneira mágica, logo após o batismo, a vida torna-se perfeita. É preciso submis-são constante à palavra de Deus e ao Deus da palavra. Que possamos viver de acordo com a profissão de fé que publicamente confessamos.

2. Deseje publicamente ser batizado nas águas

Você pode, então, argumen-tar: “Já que o batismo não salva e nem regenera, então, não preciso me batizar!”. Certo? Não, errado. Embora o ato em si não transforme ninguém, quem acredita verdadei-ramente em Jesus deve submeter-se a essa ordenança. Afinal, foi o pró-prio Mestre quem pediu que as pes-soas que se unissem a ele fossem batizadas. Por isso, pare de contra--argumentar. Se você se arrependeu dos seus pecados e crê no Senhor Jesus, decida-se pelo batismo.

Pare de protelar a data do seu batismo. Muitas pessoas dizem que

“ainda não chegou seu tempo” ou “não sentiram de Deus”. A decisão pelo batismo não deve basear-se nos sentimentos, mas na convic-ção da palavra de Deus. Obedeça à ordem bíblica, que diz: Aqueles que crerem e forem batizados se-rão salvos. Porém aqueles que se recusarem a crer serão condenados (Mc 16:16 – NBV). O batismo é o testemunho público da sua fé. Por isso, se você não tem vergonha de testemunhar publicamente sua fé, decida-se pelo batismo.

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MEU DESAFIO

Para VIVER...Para VIVER...07. Para você, qual a importância de crer corretamente a respeito do batismo nas águas?

08. Se você já foi batizado, conte sobre o que isso significou? Fale sobre o dever de viver a palavra para o ritual ter significado.

Esta lição mostra o quanto é importante crer de maneira correta na ordenança do batismo nas águas. Entendemos, pela Bíblia, que o ritual é ministrado a pessoas que se consideram pecadoras e têm Jesus como salvador. Vamos, então, aos desafios para a nossa vida cristã. Fale com alguém da sua igreja que já crê em Jesus e até já recebeu o estudo preparatório, mas ainda não foi batizada.

Em primeiro lugar, ore por essa pessoa. Apresente-a a Deus, e peça ao Senhor que o capacite para conversar com ela. Em segun-do lugar, marque um dia da semana para conversar; quem sabe, depois desse papo amigável, sobre o batismo nas águas, essa pes-soa finalmente decida ser batizada.

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30 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 141 • BJ 145

426 DE OUTUBRO DE 2013

A ceia do senhor

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante, à luz da palavra de Deus, informações sobre questões litúrgicas, práticas e teológicas relacionadas à ceia do Senhor.

TEXTO BÁSICO

Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha. (1 Co 11:26 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 20/10 Mt 26:17-20

S 21/10 Mt 26:21-30

T 22/10 Mc 14:22-26

Q 23/10 Jo 13:1-10

Q 24/10 Jo 13:11-17

S 25/10 1 Co 11:17-22

S 26/10 1 Co 11:23-34

INTRODUÇÃO

A ceia do Senhor, a celebração cristã que tem origem em Jesus (1 Co 11:23), recorda sua pes-soa e sua obra (1 Co 11:24-25). A mensagem da cruz é o centro da ceia. Seus elementos, o pão e o vinho, trazem-nos à memória o que Cristo fez por nós (1 Co 11:24,26). Na ceia, reafirmamos todos os benefícios do sacrifício de Jesus.

Quem participa da ceia do Senhor são os cristãos. Estes são convidados pelo próprio Senhor a tomar assento na celebração; afinal, foi ele mesmo quem a instituiu. Eles podem tomar assento e celebrar a ceia porque o que é relembrado aconteceu, e os benefícios lhes são estendidos. Eles se assentam no banque-te, não em razão das suas virtudes, mas em razão do perdão do Senhor. Estudemos algu-mas questões práticas sobre essa doutrina, a partir de agora.

Já sabemos que os elementos da ceia são o

pão e o vinho. Mas será que o lava-pés, prati-cado por Jesus, enquanto ceava com seus discí-

I A DOUTRINA ENTENDIDA

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pulos, deve fazer parte da ceia, ainda hoje? Podemos usar qualquer tipo de pão, na ceia? Os elementos conferem algum tipo de graça aos que partici-

pam dessa cerimônia? Eles se transfor-mam no corpo e no sangue de Jesus? É destas questões que trataremos. Va-mos primeiro à visão promessista.

Vamos dividir os nossos argu-mentos em três categorias. Em primeiro lugar, tratemos de um as-pecto mais litúrgico da ceia. A ceri-mônia do lava-pés deve ser realiza-da? De acordo com o que cremos, embora corretamente chamado de cerimônia da preparação, realizado antes da ceia, o lava-pés é, na ver-dade, parte integrante desta. Parti-cipar desse ritual já é comungar da ceia, e ministrar esta, sem o lava--pés, é fazê-la pela metade.

O Evangelho de João é claro em dizer que Jesus já estava à mesa para a ceia, quando, saindo dali, pegou uma toalha, cingiu-se, colocou água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos (Jo 13:2-5). Isso nos leva a concluir que, cronologi-camente, o lava-pés deve compor a ceia, pois foi realizado na mesma ocasião desta. Além disso, os evan-gelhos mostram-nos que Jesus tinha também uma razão prática para fazê-lo. Para entendermos isso, pre-cisamos ver o que Lucas escreveu sobre o momento do lava-pés. Ele nos diz que, enquanto Jesus decla-rava que um dos discípulos o trairia (Lc 22:21-22), todos os outros ob-

jetivavam provar que estavam em um grau superior aos seus pares (Lc 22:24). Quem de nós é o maior? – perguntavam em seus corações. O lava-pés é, portanto, um ato neces-sário à renovação diária da humilda-de dos crentes, pois quantas vezes, entre os cristãos, ressurge este senti-mento de superioridade! Por isso, Je-sus deixou o mandamento: ... façais vós também (Jo 13:15).

Comentando Jo 13:14, Champlin1 diz que o lava-pés era praticado pela igreja primitiva “como espécie de ordenança adicional à ceia”. Reite-rando sua opinião favorável à rea-lização do lava-pés em nossos dias, esse autor escreve que João “tinha a intenção de ensinar que a cerimô-nia do lava-pés deve ser perpetuada na observância da igreja cristã”.2 É assim que cremos. Como ocorria na igreja primitiva, devemos praticar o lava-pés.

Em segundo lugar, tratemos de um aspecto mais prático da ceia do Senhor. Que tipo de pão deve ser usado? Por uma razão bíblica, cre-

1. (2002:501).

2. Idem, p. 506.

1. Explicando a nossa crença

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32 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

mos que a ceia do Senhor deve ser realizada com o pão asmo, isto é, pão sem fermento. A ceia foi reali-zada na mesma ocasião da páscoa. Embora Jesus tenha mudado a razão da comemoração – não mais o livra-mento do povo de Deus, do Egito, mas a salvação, no Calvário –, os seus elementos não mudaram.

Naquele dia, Pedro e João foram os encarregados de preparar a páscoa (Lc. 22.8). É evidente que, na expres-são para que a comamos, presente nesse texto, temos inclusa a prepara-ção do pão, que, na cultura judaica, era feito sem adição de fermento (Mc 14:12). Foi este tipo de pão que Jesus utilizou para a ceia. Sendo assim, o pão que simboliza o corpo de Cristo deve ser asmo, pois representa o que não tem contaminação ou pecado.

Em terceiro e último lugar, trate-mos de um aspecto mais teológico da ceia do Senhor. Como devemos enca-rá-la? Acontece algum tipo de trans-formação nos seus elementos, após a oração? Estes transmitem graça? Para ambas as perguntas, a resposta é não. Jesus instituiu a ceia como um

memorial (1 Co 11:23-24), e nós a celebramos desta maneira. Desde os primeiros momentos da celebração, os elementos servem para nos fazer lembrar o corpo e o sangue de Jesus e nos levar a louvá-lo pelo que ele fez. Quando participamos da ceia, come-mos o pão e bebemos o cálice (1 Co 11:26), isto é, o pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho.

Muitos entendem que só depois da oração o pão e o vinho passam a simbolizar o corpo de Jesus, como se a oração fosse de transformação. Con-tudo, em nenhum texto do evangelho Jesus aparece orando “em favor dos elementos”. A oração não é de trans-formação, mas de gratidão. O texto diz: E tendo dado graças ... (Mt 26:27; Mc 14:23; Lc 22:19; 1 Co 11:24). En-tão, quando tomamos o pão e o vinho, dentro da celebração da ceia, estes já representam o corpo de Cristo, pois es-tão ali para este fim. A oração que fa-zemos, antes de repartir os elementos, deve ser de gratidão pelas bênçãos do Calvário, pelo sangue derramado por nós, pelo corpo torturado por nós, pela salvação, pela nova aliança.

Para refletir...Para refletir...

01. De acordo com o primeiro parágrafo, explique por que a realização do lava-pés na mesma ocasião da ceia do Senhor contribui para a crença de que sua realização deve continuar, na igreja cristã. Qual a razão para a realização do lava-pés?

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Assim como dividimos os nos-sos argumentos em três categorias, para apresentar nossa posição sobre a ceia, nós o faremos para refutar outros posicionamentos. Em primei-ro lugar, vamos tratar do aspecto litúrgico: A maioria esmagadora das denominações cristãs não realiza a cerimônia do lava-pés com a ceia. A justificativa para isso é o fato de João 13 ser a única passagem sobre o assunto e de a ordem quanto ao lava-pés ser apenas uma referência à humildade. Isto significa que, de acordo com essa interpretação, o lava-pés praticado por Jesus só nos

serve para transmitir lições, não para ser repetido em sua literalidade.

Nós, promessistas, discordamos desses argumentos. Jesus foi claríssi-mo ao afirmar: ... sendo Senhor e mes-tre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros (Jo 13:14). Se formos francos ao real sentido do texto, é difícil não deduzirmos dessa passagem o óbvio: Jesus queria que seus discípulos prati-cassem o lava-pés. Quanto à regra de interpretação (hermenêutica) segundo a qual é necessário mais de um texto bíblico para fundamentar uma doutri-na, torna-se dispensável, neste caso,

2. Refutando o contradizente

02. Com base em Lc 22:1,8,19 e no comentário anterior, explique as razões para crermos que o pão da ceia do Senhor deve ser pão asmo.

03. Leia o parágrafo anterior e responda: Como devemos encarar a ceia do Senhor? Existe algum tipo de transformação nos seus elementos, após a oração?

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34 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

por se tratar de uma ordem direta de Jesus, ou seja, se o Senhor ordenou algo, mesmo que esteja em apenas um lugar, isso deve ser feito.

Em segundo lugar, quanto às questões mais práticas da ceia do Se-nhor, tratemos novamente a ques-tão do pão, pois aí residem grandes divergências entre as denominações. As igrejas que fazem uso do pão fer-mentado ou pão comum de padaria defendem que o Novo Testamento silencia em relação ao tipo de pão a ser utilizado. Advogam que, tanto na ceia realizada por Jesus quanto naquela descrita por Paulo, nenhu-ma menção se faz ao tipo de pão. O argumento é este: “... o tipo de pão usado não faz parte da significa-ção do rito, visto não haver qualquer preceito”.3 Assim, o argumento do silêncio parece ser o principal funda-mento desta corrente.

Mas nós já vimos que o evange-lho narrado por Lucas é enfático ao descrever que foi o pão da páscoa que Jesus utilizou na ceia. E isto até aqueles que não fazem distinção en-tre um pão especial ou pão qualquer o reconhecem.4 É muito natural ad-mitir que, quando a Bíblia silencia em relação a algum mandamento, já se tem, em momento anterior, ordem a respeito do assunto. Isso se dá em

3. Idem, p. 180.

4. Uma referência ao posicionamento de Champlin (idem), que reconhece que o pão utilizado por Jesus foi o pão asmo da páscoa.

relação ao pão da ceia do Senhor. É algo óbvio: Se, na primeira ceia cris-tã, Jesus fez uso do pão da páscoa, que era sem fermento, o mais natu-ral é pensar que, se, em nenhuma outra ceia posterior se faz menção do tipo de pão, o tipo de pão que permaneceu foi o da primeira ceia.

Já em 1 Coríntios 11, ao se refe-rir à ceia, Paulo não faz menção do pão sem fermento, mas, em passa-gem anterior, reconhece o fermento como símbolo da contaminação (pe-cado) e o pão asmo como símbolo da verdade, da pureza e da sinceri-dade (1 Co 5:8). Torna-se, portanto, desnecessária a menção ao asmo. Deste modo, o silêncio da Bíblia, em algumas passagens, contribui com o argumento daqueles que continuam a fazer a ceia do Senhor como Jesus a fez, isto é, com pão sem fermento.

Em terceiro lugar, tratemos dos aspectos mais teológicos da ceia do Senhor. As principais visões que di-ferem do nosso pensamento são: 1) Transubstanciação: o pão e o vinho transformam-se, literalmente, no cor-po e no sangue de Jesus; 2) Consubs-tanciação: o pão e o vinho contêm o corpo e o sangue de Cristo, res-pectivamente, ou seja, não há uma transformação literal, mas Cristo está presente de maneira real nos elemen-tos; 3) Presença espiritual: Cristo está presente, não literalmente, mas espi-ritualmente, nos elementos. Os que celebram a ceia recebem graça pela participação; não pelos elementos,

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mas pela fé, visto Cristo estar presen-te espiritualmente de forma especial.5

Não concordamos com nenhuma destas três visões. À luz da Escritura, entendemos a ceia como um memo-rial: fazei isto em memória de mim (1 Co 11:24 – grifo nosso). O pão e o vinho continuam sendo pão e vinho: todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice anunciais a morte do Senhor (1 Co 11:26 – grifo nosso). Observe que o que se come é o pão e o que se bebe é o vinho. Não

5. Tronco, Thomas. A Ceia do Senhor: um me-morial. Disponível em: http://www.igrejare-dencao.org.br/ibr/index.php?option=com_content&view=article&id=138:a-ceia--do-senhor--um-memorial-pr-thomas--tronco&catid=25:artigos&Itemid=123> Aces-so em: 25 de junho de 2013.

existe transubstanciação e nem con-substanciação. Além disso, não temos base para dizer que Jesus está presen-te de maneira especial nos elementos, nem literal, nem espiritualmente. A presença dele, no dia da ceia, é a mes-ma experimentada no dia-a-dia.

Quando comemos o pão e bebe-mos o cálice, no dia da ceia, “anun-ciamos” a morte do Senhor (1 Co 11:26). Temos, no grego, o verbo ka-taggello, que, entre outras coisas, sig-nifica “proclamar publicamente”. A celebração da ceia é uma proclama-ção pública da nossa crença na morte de Jesus. Estamos anunciando-a! É assim que cremos, pois pensamos ser a visão que mais se enquadra com a descrição do evangelho.

Para refletir...Para refletir...

04. Explique, com base nos primeiros parágrafos do comentário anterior, quais os principais argumentos daqueles que não entendem ser o lava-pés uma ordenança de Cristo à sua igreja. O que podemos dizer frente a estes?

05. O argumento do silêncio quanto ao pão da ceia, utilizado pelos que não fazem distinção entre pão com e sem fermento, é válido?

06. Apresente os três principais entendimentos teológicos sobre a ceia do Senhor, com base no comentário anterior. Por que não concordamos com nenhum destes pontos de vista?

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36 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

II A DOUTRINA APLICADA

1. A celebração da ceia do Senhor é uma ocasião propícia para a reflexão

Como vimos, o lava-pés é parte integrante da ceia do Senhor. Não foi instituído para nos tornar pessoas humildes ou servas, pois quem não é assim no dia-a-dia, não se tornará sim-plesmente por realizar esse importante rito. Contudo, a cerimônia é cheia de significado. Foi instituída justamente para que reflitamos sobre a vontade do mestre de que sejamos pessoas mais humildes e servidoras. Quando você participar do lava-pés, não perca a oportunidade de refletir sobre isso.

Antes de participar do pão e do vi-nho, os cristãos também são convida-dos à reflexão. Examinem a si mesmos (1 Co 11:28), diz Paulo. Cada crente deve fazer um exame de consciên-

cia, antes da celebração. O objetivo da exortação é que não se participe “indignamente” da ceia (1 Co 12:27). Essa é uma ordem importante. Comer de forma indigna é tratar a celebração como mais uma refeição; é comer sem fé em Cristo; é comer de maneira ir-reverente, sem a consciência do que a ceia representa. Contudo, precisa-mos tomar cuidado, também, para não achar que somos dignos demais. Aliás, se fôssemos esperar tornar-nos dignos, jamais iríamos participar da ceia. Ninguém é digno da bondade de Deus. A maneira de celebrarmos a ceia com “dignidade” é, no mínimo, sa-bendo o que ela representa e crendo no Senhor Jesus. Examine-se e coma.

2. A celebração da ceia do Senhor é uma ocasião propícia para a gratidão

É interessante a palavra grega eu-charistesas, que aparece nos evange-lhos, na instituição da ceia do Senhor. Antes de tomar o cálice e comer o pão, Jesus deu graças (Lc 22:17, 19). Eucharistesas é ação de graças. Je-sus agradeceu a Deus. Na páscoa, o

agradecimento era feito por causa da libertação do Egito. A cada ano, os judeus celebravam e agradeciam a Deus jubilosamente por esse ato.

Jesus deu novos sentidos e simbo-lismos aos elementos. Em sentido fi-gurado, ele disse que o pão é o seu

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Para VIVER...Para VIVER...07. Por que a celebração da ceia do Senhor é uma ocasião propícia para a reflexão?

08. Por quais motivos devemos agradecer a Deus, na celebração da ceia do Senhor?

corpo e o vinho, o sangue da nova aliança, derramado em nosso favor. Na ceia, comemoramos o que aconte-ceu no Calvário, naquela quarta-feira à tarde. Lembramos aquele evento, pois aquela morte nos trouxe vida.

Então, antes de comermos o pão, ore-mos, agradecidos pelo corpo de Jesus moído por nós. Antes de bebermos o cálice, oremos, agradecidos pelo seu sangue derramado por nós. Agrade-çamos! Agradeçamos! Agradeçamos!

MEU DESAFIO

O desafio que deixamos para você e para a igreja local em que você congrega é o de preparar e divulgar a próxima ceia do Senhor que vocês celebrarão. Infelizmente, muitos irmãos deixam de participar da ceia por questões bobas, por falta de entendimento ou até mesmo por não verem nela algo tão importante. Então, vamos trabalhar para que isso não aconteça mais. Que seja feita uma divulgação e um esclare-cimento do que é essa celebração cristã, do que representa para nós. Que seja feita uma semana de oração, antes do dia da ceia do Senhor.

Por ocasião da celebração, que seja aproveitada a oportunidade para se refletir ainda mais em como você e os irmãos de sua co-munidade estão com relação ao serviço a Deus e ao próximo. Que se reflita também sobre a nossa indignidade. Que todos tenham a consciência de tudo o que Cristo fez por nós. Agradeçamos a ele, por tamanho amor demonstrado por nós.

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38 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 296

52 DE NOVEMBRO DE 2013

A dieta bíblica

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OBJETIVO

Ajudar o estudante da Escola Bíblica a entender e a defender o que cremos acerca das leis alimentares, com base na Bíblia, considerando que este ensinamento nos convida à gratidão e nos exorta à moderação.

TEXTO BÁSICO

Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. (At 10:14)

LEITURA DIÁRIA

D 27/10 Gn 1:29

S 28/10 Gn 9:1-3

T 29/10 Lv 11:1-8

Q 30/10 Lv 11:9-19

Q 31/10 Lv 11:20-31

S 01/11 Lv 11: 41-47

S 02/11 At 15:19-20

INTRODUÇÃO

Comer é bom e é algo fundamental à vida. O sábio, inclusive, concorda com isso, ao dizer que é dom de Deus que possa o homem comer, be-ber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho (Ec 3:13). Conquanto necessária, a alimentação tem seus limites. Em sua primeira carta aos Coríntios, Paulo escreveu: Portanto, quer comais, quer be-bais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co 10:31).

Sem dúvida, podemos glorificar a Deus por meio do ato de nos alimentarmos. Uma das maneiras de fazer isso é seguir a dieta alimentar ordenada pela Escritura. Talvez alguém questio-ne: Então, quer dizer que há uma dieta na Bíblia relacionada à alimentação dos filhos de Deus? Com certeza! Nem todos os animais são ade-quados as nossas refeições. Quer saber mais a respeito? Acompanhe atentamente este estudo.

Os primeiros seres humanos alimentavam-

-se de vegetais, pois assim Deus havia deter-minado: Eu vos dou todos os vegetais que

I A DOUTRINA ENTENDIDA

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dão semente (...); eles vos servirão de alimento (Gn 1:29). Desde os dias de Noé, porém, Deus permi-tiu ao homem uma dieta também à base de carne (9:3). Nessa época,

o Senhor já havia feito a separação entre animais limpos e imundos (7:2). Como veremos, aqueles ser-vem para nosso consumo, ao con-trário destes.

Cremos, por meio da Bíblia, que há uma dieta para seguirmos. Trata--se da doutrina da abstinência, que consiste na crença de que o Deus da Bíblia alistou para o seu povo, de todos os tempos e locais, as carnes proibidas e as carnes permitidas para o consumo.1 Essa lista encontra-se em Levítico 11 e Deuteronômio 14.

De acordo com a lista contida nesses livros, que tipo de carnes é permitido a nossa alimentação? Dentre os animais quadrúpedes, devemos comer todo o que tem unhas fendidas, e o casco se divide em dois, e rumina (Lv 11:3). Se qualquer animal dessa categoria pos-suir apenas uma dessas características (tem unhas fendidas, mas não rumina, ou vice versa), não serve para o cardá-pio dos filhos de Deus (vv. 4-8).

Dos animais que há nas águas, ser-ve para alimento todo o que tem bar-batanas e escamas (v.9). A ausência de uma dessas características também desqualifica o animal para o consumo (v.10). Em relação às aves que não ser-vem para alimento, são proibidas as

1. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:156).

conhecidas como “de rapina” e ou-tras que se alimentam de cadáveres2

(vv.13-19; Dt 14:11-18, 20). A lista se encerra com a categoria

dos insetos. É próprio para alimento todo inseto que voa, que anda sobre quatro pés, cujas pernas traseiras são mais compridas, para saltar com elas sobre a terra (Lv. 11:21 – grifo nosso). Os que fugirem a essas características serão imundos (vv.23-24). Como vimos até aqui, Deus fez a distinção dos animais limpos e imun-dos. O que, porém, levou Deus a fa-zer tal separação? Qual a base disso?

De acordo com a lei judaica, “as palavras ‘limpo’ e ‘imundo’ não têm relação alguma com a natureza nem com o valor intrínseco das criaturas em si. Essa designação foi dada pelo Senhor por motivos nem sempre explicáveis”.3 Isso nos leva, portan-to, à conclusão de que a base des-sa distinção é a soberania de Deus. Ele estabeleceu que alguns animais serviriam para o alimento dos seres humanos, enquanto os demais te-

2. Doutrina: sábado e abstinência (2011:62).

3. Wiersbe (2006a:542).

1. Explicando a nossa crença

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40 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

riam outras funções na natureza. Como soberano, ele estabeleceu que seria assim.4

Qual o objetivo dessa distinção? Sem dúvida, é a santidade do povo de Deus. Ingerir carnes proibidas por ele nos torna impuros (Lv 11:24), e não é esta a sua vontade para nós. Caso contrário, não teria dito: ... consagrem-se e sejam santos, por-que eu sou santo. Não se tornem impuros (11:44). Os demais povos daquela época não faziam a sepa-ração entre carnes puras e impuras,

4. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:157).

mas Israel deveria ser diferente des-ses povos (Lv 20:23-26).

As leis alimentares são válidas para os cristãos de hoje em dia? Sem dúvida. Jesus confirmou a sua vigência, ao contar a parábola da rede, em Mt 13:47-48. Ele disse que a rede recolhe peixe de toda a es-pécie; porém, juntam-se os peixes bons em cestos, mas jogam-se fora os ruins. Além disso, os discípulos se mostravam abstinentes, mesmo após a ascensão de Jesus (At 10:14; 11:8). Os apóstolos também ensina-vam a abstinência da comida sacrifi-cada a ídolos e da carne de animais sufocados e do sangue (15:20).

Para refletir...Para refletir...

01. Comente com a classe sobre os alimentos permitidos por Deus para a nossa alimentação. Baseie-se no item 1.

02. O que levou Deus a fazer a distinção entre animais limpos e imundos? Qual o objetivo disso? Comente com base no item 1.

03. A dieta bíblica ainda é válida? Comente com base em Mt 13:47-48; At 10:14, 11:18, 15:20, e no item 1.

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Mesmo sendo perceptível a sua vigência na Bíblia, as leis alimenta-res são rejeitadas como prática de fé pela maioria dos cristãos. Para isso, eles lançam mão de alguns argu-mentos, dos quais discordamos, por entendermos não terem respaldo nas Escrituras Sagradas. Vejamos, portanto, alguns desses argumentos.

Há quem diga que o Novo Testa-mento anulou totalmente a dieta ex-pressa em Lv 11 e Dt 14, permitindo, assim, a ingestão da carne dos animais mais repelentes. Para tanto, cita-se o episódio narrado em Atos 10: 9-16, em que Pedro teve uma visão de um objeto parecido com um lençol, que continha toda sorte de animais. A voz lhe disse: Levanta-te, Pedro! Mata e come (v.13b). Será mesmo que esse texto pode ser usado para defender a anulação das leis alimentares?

Esse mesmo texto é também usado para afirmar que “Deus transformou os animais imundos em puros”. Será que é isso que o texto quer dizer? Esse episódio não anula a dieta bíblica; ao contrário, enfatiza a obediência de Pedro, quanto ao que fora estabele-cido para a alimentação. Ele era abs-tinente: ... jamais comi coisa alguma comum e imunda (v.14). Mas o fato

de a voz ter-lhe dito mata e come não seria um indício de que Deus havia pu-rificado todos os animais antes consi-derados imundos e que Pedro deveria deixar de ser abstinente, a partir da-quele momento? Claro que não.

Como dissemos, o texto trata de uma visão. Então, os animais que Pedro viu não eram literais; simboli-zavam alguma coisa. Os judeus con-sideravam os gentios imundos; por isso, Deus mostrou, através da visão, que o evangelho deveria ser levado a todos os povos (cf. At 10:15,28). Deus não purificou os animais, mas as pessoas; neste caso, os gentios.

1 Tm 4:4,5 é também bastante utilizado em defesa da anulação da dieta bíblica. Assim, há quem afirme que os cristãos podem comer qual-quer coisa, contanto que recebam o alimento com ações de graças. Mas é isso que diz o texto? De modo al-gum! O texto é claro: Nada é recu-sável, desde que seja santificado pri-meiramente pela palavra de Deus e, depois, pela oração. Em nenhum lu-gar da Bíblia há indício de que Deus tenha purificado os animais imundos de Lv 11 e Dt 14 para consumo. Do mesmo modo, a oração, em si, não pode mudar o que a palavra estabe-

2. Refutando o contradizente

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42 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

leceu. A propósito, as carnes dos ani-mais limpos são as que Deus permi-tiu aos fiéis (Lv 11:46-47; 1Tm 4:3).

Outro grave erro que muitos co-metem é usar Mc 7:19b, que diz: E, assim, considerou ele puros todos os alimentos, para explicar que Jesus declarou limpas as carnes imundas. O contexto desmente essa ideia. Obviamente, Jesus falava, ali, acer-ca da tradição dos fariseus. Antes de comer, eles lavavam as mãos di-versas vezes; porém, seus corações permaneciam impuros (v.21). No mesmo episódio narrado em Mt 15, Jesus esclarece: São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina (v.20 – grifo nosso). En-tendeu? Jesus, em momento algum, está nos autorizando a ingerir carnes

que foram consideradas imundas por Deus.

Portanto, a dieta estabelecida pelo Senhor continua vigente. Foi dada à nação de Israel, mas não somente a esta; é também para nós. O Senhor também quer que sejamos santos. Antes de Israel existir, Noé e sua famí-lia já faziam a separação dos animais limpos e imundos, a mando de Deus (Gn 7:2). Os gentios também foram orientados a se absterem da carne sufocada e do sangue (At 15:20).

As leis alimentares têm sua origem em Deus. A soberania do Senhor é o alicerce das distinções feitas por ele, em Lv 11 e Dt 14, não as características fí-sicas do animal, a associação a cultos pagãos da época, doenças crônicas, leis de saúde etc. Desse modo, cabe-nos a submissão ao que o nosso Pai instituiu.

Para refletir...Para refletir...

04. O Texto de At 10:9-16 pode ser usado para se defender a anulação das leis alimentares e a transformação dos animais imundos em limpos por Deus? Responda baseando-se no item 2.

05. As palavras de Paulo, em 1 Tm 4:4,5, indicam que podemos comer qualquer alimento, incluindo aqueles mencionados, em Lv 11, como impuros? Baseie-se no item 2.

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Os alimentos que Deus deixou para nosso consumo (Gn 1:29, Lv 11, Dt 14) não devem ser recebidos de qualquer maneira, mas com ações de graças (1 Tm 4:4). A NTLH diz: Que tudo seja recebido com orações de agradecimento (v.4b). Deus me-rece receber nossa gratidão. Ele su-pre as nossas necessidades básicas, inclusive no alimento (Mt 6:30-32).

Que sejamos sempre gratos ao Senhor pelo pão nosso de cada dia. Se este não nos falta, é porque o

nosso Deus não o deixa faltar. Ali-ás, é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho (Ec 3:13). Nosso criador se importa conosco. Estamos em seus planos eternos. Ele pensou até mesmo na-quilo que devíamos ou não comer. Façamos, portanto, de nossas refei-ções, um momento especial volta-do à gratidão a Deus. Reconheça-mos a sua bondade e o louvemos por seu amor.

06. Após ler Gn 7:2; At 15:20, e o item 2, responda: Por que a observância da dieta bíblica contida em Lv 11 não se limita aos israelitas?

1. A dieta bíblica nos convida à gratidão

II A DOUTRINA APLICADA

Pecamos quando ingerimos das carnes que Deus classificou como imundas. Contudo, podemos também pecar quando, ao ingerir dos alimen-tos permitidos por Deus, deixamos de lado a moderação. Comer demais não faz bem. O exagero na alimentação macula o templo do Espírito, o nosso

corpo. O sábio adverte: Não exage-re na comida, controle seu apetite! (Pv 23:2 – BV).

Obviamente, comer além do ne-cessário faz mal; mas comer aquém do que se precisa também é prejudi-cial. O corpo sofre pelos excessos e padece pela falta do que precisa. A

2. A dieta bíblica nos exorta à moderação

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44 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Para VIVER...Para VIVER...08. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que devemos agradecer a Deus pelo pão nosso de cada dia?

09. Após ler a segunda aplicação, responda: Por que devemos ser moderados na alimentação?

MEU DESAFIO

Pela graça de Deus, chegamos ao final do estudo de hoje. Vi-mos que a dieta bíblica foi instituída por Deus. Ele fez a separação entre animais limpos e imundos. A observação dessa distinção não se limitou ao povo israelita; é para nós, também. O nosso cardápio deve levar em consideração essa ordem divina.

Portanto, faça o seguinte: Tire um tempinho para ler a Bíblia. O texto a ser lido é o de Levítico 11 ou Deuteronômio 14. Ali, você encontrará a lista dos animais próprios e dos impróprios para o consumo. Após refletir na leitura do texto bíblico, faça uma oração de gratidão a Deus pelo pão de cada dia e peça-lhe forças para praticar sempre a moderação nas suas refeições.

moderação, que é fruto do Espírito (Gl 6:22), é o melhor caminho. Ali-mentemo-nos, portanto, com auto-controle, pois, assim, glorificaremos a Deus. É isso que ele almeja de nós

(1 Co 10:31). Essa doutrina bíblica nos ensina que devemos ter cuidado com a nossa alimentação. O povo de Deus é diferente, até mesmo em sua maneira de se alimentar.

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Hinos sugeridos – BJ 112 • BJ 25

69 DE NOVEMBRO DE 2013

A unção com óleo

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus que a unção com óleo é uma prática cristã, legitimada pelas Escrituras Sagradas; portanto, deve ser praticada por nós, adventistas da promessa, com entendimento e da maneira correta.

TEXTO BÁSICO

Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tg 5:14-15)

LEITURA DIÁRIA

D 03/11 Jr 17:14

S 04/11 Mc 6:12-13

T 05/11 Tg 5:14-15

Q 06/11 2 Co 12:7-9

Q 07/11 Mt 9:20-22

S 08/11 Gn 20:17-18

S 09/11 Lc 9:11

INTRODUÇÃO

O estudo de hoje vai tratar da unção com óleo. Embora nos pareça um assunto simples, é profundamente polêmico e controverso. Trata-se de um rito antigo e quase universal, que tem rompido as fronteiras das religiões e vencido a barreira do tempo.1 É justamente por ser um assunto polêmico que devemos nos debruçar sobre as Escrituras, a fim de compreendê-lo corretamente.

Por não haver muitos textos no Novo Tes-tamento que tratem sobre o assunto, nosso objeto de estudo será o texto do apóstolo Tiago (5:14-15), que contém princípios fun-damentais para que compreendamos esse rito tão praticado por muitos evangélicos, porém, muitas vezes, de maneira irreflexiva, bizarra e banalizada.

1. Lopes (2006b:126)

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46 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Como nas lições estudadas ante-riormente, apresentaremos, nesta primeira parte, a nossa crença sobre o assunto em estudo; na segunda parte, apresentaremos as mais di-fundidas e diversas crenças sobre

ele. Para uma melhor compreensão do estudante, o assunto será apre-sentado na seguinte ordem: em que circunstância a unção com óleo deve ser realizada; quem deve realizar essa unção, e qual o seu valor espiritual.

A unção com óleo é uma prática cris-tã, apoiada nos ensinos dos apóstolos, e, tradicionalmente, praticada pela igre-ja. De acordo com os dois únicos textos do Novo Testamento que tratam sobre a unção com óleo, esta só deve aconte-cer em casos de enfermidades. As Es-crituras não autorizam a sua prática em nenhuma outra situação. O evangelista Marcos relatou que os apóstolos expul-savam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam (Mc 6:13 – grifo nosso).

O apóstolo Tiago, por sua vez, orientou os cristãos enfermos a cha-marem os presbíteros da igreja para orarem em seu favor e os ungirem com óleo (Tg 5:14). No entanto, deve ser enfatizado, aqui, que, mesmo se-guindo todas essas orientações bíbli-cas, a vontade de Deus nem sempre é curar aqueles que estão enfermos (cf. 2 Co 12:7-9; 2 Tm 4:20).2 O apóstolo Tiago deixou bem claro, ainda, que os

2. Grangeão & Liborio (2009:691).

presbíteros da igreja é que deveriam realizar a unção no enfermo: Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja (Tg 5: 14 - grifo nosso). A partir do papel pro-eminente dos presbíteros, em Atos, e da descrição do seu ofício, nas epísto-las pastorais, podemos inferir que eles eram homens espiritualmente madu-ros, responsáveis pela supervisão es-piritual das congregações locais.3

O papel específico do “presbíte-ro”, como sendo aquele que “unge com óleo”, sugere que Tiago acre-ditava que esse ato tem uma impor-tância especial.4 Devemos entender que, se fosse lícito a qualquer cris-tão realizar a unção, Tiago não teria apontado especificamente aqueles a quem foi dada tal incumbência. A função dos presbíteros era seme-lhante à do pastor em nossos dias.5

3. Moo (1990:175).

4. Arrington & Stronstad (2003:1688).

5. Taylor et al (2006:195).

1. Explicando a nossa crença

I A DOUTRINA ENTENDIDA

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Precisamos fazer algumas consi-derações acerca do óleo: Primeiro, a unção acompanha a “oração da fé”. Segundo, o enfermo é ungido “em nome do Senhor” (Tg 5:14). Sendo assim, não é a unção que cura o enfermo, mas Deus, em cujo nome a unção é ministrada. Quem levanta o enfermo não é o óleo; é o Senhor.6 Mas vamos entender estas duas expressões: ungir “em nome do Senhor” e a “oração da fé”. A invocação do “nome do Senhor” não é só um apelo ao “poder e au-toridade da vontade de Deus, mas também um reconhecimento de que nossos desejos – mesmo através da oração – devem estar em conformi-dade com a vontade divina”.7 Ungir “em nome do Senhor”, então, não significa simplesmente citar o nome dele na oração, mas levar em conta a sua vontade.

Esse é o sentido da “oração da fé”. A fé exercida na oração é a fé no Deus que, de modo soberano, realiza a sua vontade. Quando orar-mos, “nossa fé deve necessariamen-te incluir esta admissão, implícita ou explícita, dos soberanos propósitos da soberania divina”.8 A oração da fé leva em conta a soberania de Deus e a resposta que ele decidir conceder àquela oração.

6. Lopes (2006b:121).

7. Arrington & Stronstad (2003:1688).

8. Moo (1990:185).

Quando Tiago orienta os presbíte-ros a ungirem o enfermo com óleo, certamente não está atribuindo po-deres sobrenaturais ao óleo. A expli-cação mais coerente e que mais se alinha com o Antigo Testamento, a Bíblia que Tiago usava, é a de que o “óleo” é apenas um símbolo da ação divina na vida do doente.9 As-sim como os antigos sacerdotes de Israel ungiam as pessoas e as coisas com óleo para separá-las para Deus, a unção dos enfermos pode simboli-zar que estes estão sendo separados para receberem o cuidado especial de Deus.10 Por se tratar apenas de um símbolo, não há razão para fa-zer a unção no local da enfermidade. Quem assim o faz, está cometendo um erro, sendo incoerente com aqui-lo que professamos.

No entanto, é preciso afirmar, ainda, que Deus não depende do óleo para curar o enfermo. O Novo Testamento apresenta muitas curas que foram realizadas sem unção, de-monstrando que a prática não é um acompanhamento necessário e regu-lar à oração pela cura. Os presbíteros que oram pelos doentes podem utili-zá-la ou não; isso dependerá, é claro, da solicitação da pessoa enferma ou de seus familiares (quando ela não estiver em condições de fazê-lo).11

9. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:180).

10. Arrington & Stronstad (2003:1688).

11. Moo (1990:178).

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48 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

O nosso ponto de vista, apre-sentado anteriormente, não é unanimidade: há quem pense e pratique a unção com óleo por di-ferentes razões, de forma indiscri-minada e sem reflexão teológica. O que iremos apresentar, a seguir, são as principais linhas de inter-pretação divergentes da nossa, acerca do assunto.

A prática da unção é muito co-mum entre os neopentecostais, não apenas em casos de enfermidades físicas, mas em muitos outros casos e circunstâncias. Ministra-se a unção em pessoas (estejam estas doentes ou não!), animais, carros, móveis de casas, roupas íntimas, fotografias, do-cumentos etc. Utiliza-se o óleo da un-ção até para a prática do exorcismo.

2. Refutando o contradizente

Para refletir...Para refletir...

01. De acordo com os seguintes textos: Mc 6: 13; Tg 5: 14; responda: A unção com óleo deve ser utilizada apenas em que circunstâncias?

02. De acordo com a nossa crença, quem deve realizar a unção nos enfermos? Justifique sua resposta.

03. É o óleo que cura o enfermo e o levanta? Como devemos interpretar a sua finalidade na unção aos enfermos?

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Para justificar essas práticas, uti-lizam textos do Antigo Testamento que tratam da unção de reis, sa-cerdotes e dos utensílios do templo (Ex 30:22-33, 40:10-11; 1 Sm 10:1, 16:13; 2 Sm 1:21; Is 21:5). No en-tanto, temos bons motivos para discordar dessa justificativa. Como o autor da carta aos Hebreus nos informa, os rituais da antiga aliança eram apenas “alegorias” das ver-dades que haviam de se revelar em Cristo (Hb 9:1-10).

O Novo Testamento não oferece nenhuma base para a prática da un-ção, a não ser em casos de pessoas enfermas. A unção era frequente-mente usada pela igreja primitiva nas suas orações pedindo cura,12 ou seja, não há, na Bíblia, nem nos re-gistros da história primitiva da igre-ja, algo que nos habilite a realizar a unção de pessoas que não estejam enfermas, de coisas e lugares.

O uso indiscriminado da unção é tão comum entre os neopentecos-tais que não está restrito aos pres-bíteros da igreja: qualquer pessoa, seja membro do “corpo de Cristo” ou não, pode adquirir o seu “óleo ungido” para utilizá-lo onde e quando achar necessário. Isso tam-bém fere a teologia bíblica, que nos ensina que apenas, e tão somente, os presbíteros (pessoas ordenadas ao ofício) podem realizar a unção em pessoas enfermas.

12. Grangeão & Liborio (2009:691).

Além desse uso exagerado do óleo, entre os neopentecostais, existe outra linha de interpreta-ção, a tradicional e histórica, que vai para o outro extremo. Segun-do esta linha, o óleo não deve ser entendido como um “símbolo es-piritual”, conforme cremos, mas como “remédio”, pois era utilizado assim, no mundo antigo. De acor-do com essa interpretação, os pres-bíteros deveriam ir até os doentes armados de recursos espirituais e naturais: com oração e remédio.13

No entanto, tal interpretação é inconsistente, diante da exegese do texto de Tiago (5:14). Primeiro: o óleo não era remédio para todas as doenças, e, no texto, não temos especificações de doenças. Segun-do: Se fosse apenas uma questão de usar o óleo como remédio, por que chamar os presbíteros? Qual-quer um poderia fazê-lo!14

Diante de tudo que foi analisa-do até aqui, podemos, com base nas Escrituras Sagradas, e tão so-mente nelas, afirmar que a unção com óleo é uma doutrina bíblica, neotestamentária, que deve ser re-alizada com oração, em nome do Senhor, pelos presbíteros da igre-ja, em pessoas enfermas, com vis-ta à cura dessas pessoas, e não à morte (Tg 5:14-15).

13. Moo (1990:176).

14. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:179-180).

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50 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

1. Continuemos praticando a unção com o entendimento correto

II A DOUTRINA APLICADA

Como vimos, existe uma divergên-cia muito grande acerca do verdadei-ro significado do óleo, na unção de enfermos. Há, em nossos dias, pelo menos, três linhas de interpretação: a que entende o óleo como “pon-to de contato” para estimular a fé

do enfermo; a que interpreta o óleo como sendo um “medicamento uni-versal”, e a que reconhece no óleo apenas um “símbolo espiritual” da separação do enfermo para receber os cuidados de Deus.

Nós, adventistas da promessa, cre-

Para refletir...Para refletir...

04. Com base em Tg 5:14-15, comente sobre o entendimento e a prática neopentecostal de ungir pessoas endemoninhadas, objetos e lugares. Essa prática está correta, à luz da Escritura?

05. Com base no mesmo texto bíblico, explique a linha de interpretação tradicional, que afirma que o óleo deve ser entendido como remédio, não como “símbolo espiritual”.

06. Como podemos afirmar que o óleo, no texto de Tiago 5:14, não é sinônimo de remédio?

II A DOUTRINA APLICADA

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Devido ao uso indiscriminado da unção em muitos seguimentos evangélicos, alguns pastores con-temporâneos mais conservadores preferem abolir completamente essa prática. No entanto, não pode-mos jogar fora a criança junto com a água da bacia. Paulo não baniu a ceia do Senhor porque a igreja de Corinto estava cometendo excessos na celebração da ceia.

Ungir com óleo é uma prática bí-blica, legítima, que precisa ser com-

preendida e praticada corretamente. Por isso, nós, adventistas da promes-sa, cremos que apenas presbíteros podem e devem realizar a unção com óleo sobre os enfermos. Esta deve ser acompanhada da oração da fé, em nome do Senhor. Por se tra-tar de um símbolo, a unção deve ser realizada na cabeça da pessoa enfer-ma, e não no local da enfermidade. De posse dessa compreensão, que continuemos praticando a unção de maneira correta.

Para VIVER...Para VIVER...

07. Após ler a primeira aplicação, discuta com a classe sobre as divergências de pensamentos acerca do assunto e a importância de praticar a unção com o entendimento correto.

08. Após ler a segunda aplicação, responda: O que você acha da atitude daqueles que preferem excluir a prática da unção, por conta dos exageros neopentecostais? Qual a importância de praticar a unção da maneira correta?

2. Continuemos praticando a unção de maneira correta

mos que essa última é a que tem mais consistência bíblica. Portanto, que os enfermos, ao pedirem a unção aos

presbíteros da igreja, e os presbíteros, responsáveis por realizá-la, tenham esse entendimento!

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52 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

MEU DESAFIO

Chegamos ao final de mais um estudo, em que aprendemos so-bre o verdadeiro significado da unção com óleo. Vimos que se trata de uma doutrina bíblica, legítima, ensinada por Jesus (Mc 6:13) e recomendada pelo apóstolo Tiago, irmão de Jesus, e um dos princi-pais líderes da igreja de Jerusalém, no primeiro século (Tg 5:14-15).

Nosso desafio é continuar praticando a unção, sempre que ne-cessária, com o entendimento correto, fundamentado nas Escritu-ras, e da maneira correta: sem exageros, misticismo, banalização etc. Não podemos deixar de considerar a soberania de Deus, pois, ainda que tenhamos o entendimento correto e pratiquemos a un-ção da maneira correta, Deus pode curar ou não o enfermo. Tudo irá depender de seus propósitos para a vida deste.

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Hinos sugeridos – BJ 180 • BJ 296

716 DE NOVEMBRO DE 2013

A atualidade da lei

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da Escritura que a lei de Deus é atual, pois é baseada em Deus, e, portanto, é eterna e praticável em nossos dias.

TEXTO BÁSICO

... a Lei é santa, e o mandamento, santo, justo e bom. (Rm 7:12)

INTRODUÇÃO

“Eu não preciso mais obedecer à lei; vivo no tempo da graça”. Você já ouviu essa frase? É mais comum do que você imagina. É uma frase constantemente repetida por cristãos que, em razão de um entendimento equivocado das Es-crituras, têm uma visão equivocada a respeito da lei e da graça: colocam-nas em contradição e disputa, como se uma anulasse a outra.

Mas será mesmo que um crente em Jesus está desobrigado de obedecer à lei? Será mes-mo que a graça de Deus pode ser usada como uma desculpa para não nos preocuparmos com os padrões de Deus para a nossa vida, expres-sos em sua lei? A lei continua ou não atual para os cristãos? É disso que trataremos nesta lição.

Sem rodeios, é bom que fique clara a nossa posição sobre o tema proposto: Segundo O Doutrinal, livro onde as principais crenças da Igreja Adventista da Promessa estão sistema-tizadas, a lei de Deus é atual: “Conhecida por lei moral de Deus, por revelar seu caráter santo

I A DOUTRINA ENTENDIDA

LEITURA DIÁRIA

D 10/11 Êx 20:1-17

S 11/11 Sl 19

T 12/11 Ez 36:25-27

Q 13/11 Rm 3:24-31

Q 14/11 Rm 7:4-12

S 15/11 Hb 10:15-17; 1 Jo 5:1-3

S 16/11 Tg 2:8-13; Ap 14:12

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54 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

e sintetizar, em dez mandamentos, sua vontade para os seres humanos, essa lei tem abrangência universal (...) e vigência eterna”.1 Nós, pro-

1. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:187).

messistas, cremos na atualidade da lei moral de Deus. Entendamos com mais detalhes essa crença, antes de irmos ao ponto de vista contrário.

A Bíblia Sagrada é clara em dizer que a lei de Deus deve ser obedeci-da pelos crentes que foram justifi-cados gratuitamente por meio da fé em Cristo (Rm 3:24,28,31). Por isso, afirmamos, sem nenhum constrangi-mento, que nenhum crente está de-sobrigado de obedecer aos manda-mentos. A Bíblia é clara: Destruímos nós, pois, a lei com a fé? Longe disso; antes confirmamos a lei2 (Rm 3:31).

Percebeu o que a Escritura está afirmando? A lei continua atual, isto é, continua sendo a regra de vida dos redimidos. O verbo “confirmar”, que aparece no texto de Rm 3:31, signifi-ca “estatuir” ou “colocar em vigor”.3 O sentido é de segurar ou sustentar a autoridade ou força de algo, no caso, da lei de Deus. É um verbo no tempo presente, que traz uma ideia de con-tinuidade. É como se Paulo dissesse: Mesmo justificados pela fé, nós conti-nuaremos a reconhecer o valor da lei e lhe obedeceremos.

2. Tradução de Matos Soares.

3. Haubeck & Siebenthal (2009:956).

Contudo, se devemos mesmo continuar obedecendo à lei, como Romanos 3:31 sugere, por que al-guns textos dizem que ela foi abo-lida? Em Efésios 2:15, lemos que Jesus aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenan-ças (Ef 2:15). Pois bem, para conci-liarmos esse aparente “ponto de tensão”, devemos perguntar se os textos estão tratando da mesma lei. Nós entendemos que não. Pela Bí-blia, entendemos que há várias leis: civis, rituais e moral.4

Em síntese, as leis civis orientavam Israel quanto à vida em sociedade; as rituais (ou cerimoniais) orientavam a nação quanto à vida religiosa; já a lei moral, resumida nos dez man-damentos (cf. Êx 20:1-17; Dt 5:5-21), poderia muito bem ser definida como uma expressão do caráter de Deus; ela nos instrui como devemos andar diante de Deus e do próximo. Esta lei foi escrita em tábuas de pe-dra, pelo dedo de Deus (Êx 31:18).

4. Cf. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:207-219).

1. Explicando a nossa crença

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Das três, a única vigente é a moral, visto que a civil serviu apenas para reger a sociedade hebreia e a ceri-monial foi abolida por Jesus, na cruz (Ef 2:15; Cl 2:14).

É da lei moral que Paulo fala em Rm 3:31, 7:14. É a ela, também, que Tiago se refere, em sua carta (Tg 2:10,12). Para entender de que lei se trata, é preciso sempre analisar o contexto de cada passagem. Quando os textos tratam da lei moral, tratam de leis que devem ser obedecidas pe-los crentes em Jesus. Ela é tão válida que foi escrita pelo Espírito em nosso coração (Hb 8:16). Por que Deus a escreveria em nosso coração, se não a devêssemos cumprir?

Nosso Manual de doutrina de 19525 já dizia: “[A] Lei moral é a declaração da vontade de Deus que dirige todos os homens, de todas as épocas e lugares, ligando-os ao seu inteiro dever para com Ele” (grifo nosso). Conforme já afirmamos, a lei moral é a expressão do caráter

5. Manual dos trinta pontos preliminares de nossa fé (1952:43).

de Deus e revela a sua vontade. Rm 7:12,14 mostra isso, porque diz que a lei é santa, justa, boa e espiritual. Algumas qualidades de Deus são ex-pressas aí, mostrando ser a lei “uma cópia de suas perfeições”.6

É a lei moral que aponta para nós o pecado (Rm 3:20). Ela nos con-vence de que somos pecadores e precisamos de Cristo. Uma vez que o recebemos como Senhor, continu-amos a segui-la, para nos firmarmos na vida cristã. Entendemos que ela não salva, mas nos ajuda no cami-nho da graça, como disse Jesus: Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor (Jo 15:10). É assim que cremos. Não somos legalistas, pois não estamos tentando ganhar a redenção por es-forço próprio. Por outro lado, não somos antinomistas, pois não de-fendemos que a vida cristã não tem nada a ver com obediência à lei de Deus. Sem correr para um extremo ou outro, é assim que queremos continuar nossa caminhada.

6. Lopes (2010:263).

Para refletir...Para refletir...

01. Leia Rm 3:24,28,31 e comente com a classe sobre o principal ensino desses versículos? Eles dizem algo sobre a atualidade da lei?

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56 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

2. Refutando o contradizente

02. Como podemos interpretar Ef 2:15? De que lei este texto está tratando? Existe mais de um tipo de lei? Explique.

03. Leia Rm 3:20, 7:12,14; Jo 15:10, e comente com a classe sobre alguns dos propósitos da lei moral. Ela espelha o caráter de Deus em algum sentido?

Agora que já apresentamos a nossa crença, vamos apresentar al-gumas posições contrárias à nossa. Lembra a frase da introdução? Existe outra bem parecida: “Eu estou de-baixo da graça, não da lei”. Talvez você já tenha se deparado com cris-tãos com este tipo de argumento. Na verdade, este argumento é falho e mostra falta de conhecimento da palavra. Sabe qual o nome desse jei-to de pensar? É antinomismo.

Esse termo, originário do grego, significa: “contra” (anti) a “lei” (no-mos). Os antinomistas entendem que a graça anula toda a obrigação da lei. De acordo com esse ponto de vista, “a lei não tem qualquer papel a exercer sobre a vida do cristão. Ela

deve ser totalmente rejeitada”.7 Exis-tem várias expressões de antinomis-mos, e não começaram a existir em nossos dias. Até mesmo Judas já teve de lidar com antinomistas (Jd 4-19), gente que transforma em libertina-gem a graça do nosso Deus (v.4).

No primeiro século da era cristã, também temos uma expressão do an-tinomismo. Havia um cristão, chama-do Marcião (140 d.C.), que rejeitava o Antigo Testamento, por dizer que este era oposto à graça do Novo Testamen-to. Dizia mais: Se há algum vestígio de lei no Novo Testamento, deve ser dispensado. Veja que absurdo! Mas Marcião não é o único. Na atualidade,

7. Meister (2003:72).

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temos expressões da crença antino-mista. Há um tipo de “antinomismo pentecostal”,8 centrado na pessoa do Espírito Santo, que se vale da afirma-ção bíblica de que o Espírito nos guiará em toda a verdade, para dizer que não há necessidade de ensinar a lei escrita.

Outro tipo de “antinomismo” é o “cristocêntrico”, centrado na pessoa de Cristo, que explica: Se Cristo cum-priu a lei, não há necessidade de o fa-zermos: agora, é só amor. Por último, destacamos o “antinomismo dispen-sacional”. Para os defensores desta corrente, o tempo da lei já passou, com Moisés, e, com a vinda de Cris-to, estamos na dispensação da graça; portanto, não há mais obrigatorieda-de de se guardar os mandamentos.9

Todas essas expressões de antino-mismo expõem uma dificuldade de ver a graça na lei de Deus. Mas lei e graça não são excludentes e não precisam ser tratadas como opostas. Fazer isso traz muitos danos à fé. A lei está presente no Antigo e no Novo Testamento, assim como a gra-ça. Todas essas expressões de anti-nomismo também manifestam uma dificuldade de enxergar a distinção entre as leis, e, portanto, de separar a lei moral das outras leis.

Esses crentes esquecem o que diz 1 Co 7:19: A circuncisão não significa nada, e a incircuncisão também nada é;

8. Essa nomenclatura não quer dizer que todos os pentecostais são contrários à lei de Deus.

9. Meister (2003:73-74).

o que importa é obedecer aos manda-mentos de Deus. Paulo, aqui, apresenta muito bem a distinção entre as práticas rituais da antiga aliança e os manda-mentos de Deus, que continuam váli-dos para serem guardados. Existe clara distinção entre as leis. Entendemos que a lei moral, condensada nos dez man-damentos, foi proferida pela boca de Deus (Êx 20:1; Dt 10:4) e escrita pelo dedo de Deus (Êx 31:18; Dt 4:13; Hb 9:3-4), enquanto as demais leis (rituais e civis), também dadas por Deus, foram escritas por Moisés (2 Cr 35:12).

Quanto à afirmação de que a lei moral perdeu seu valor com a vinda do Espírito, entendemos tratar-se de uma contradição, pois Hb 10:15-16 diz que o próprio Espírito Santo colocaria a lei dentro do coração dos que creem em Jesus. Sobre o ponto de vista que de-fende serem os crentes desobrigados de obedecer à lei moral, por causa da obediência de Jesus, lembramos que foi Cristo mesmo quem disse: Aquele que tem os meus mandamentos e os guar-da, este é o que me ama (Jo 14:21). O próprio Jesus falou de obediência aos mandamentos aos seus seguidores.

Com respeito à visão dispensaciona-lista, trata-se de mais um pensamento antinomista equivocado. É claro que existem diferenças entre o período an-terior à vinda de Cristo e o tempo que vivemos (não obedecemos às leis civis e rituais, por exemplo); mas dizer que a lei moral foi abolida é ser infiel ao re-lato bíblico, segundo o qual os crentes em Jesus devem obedecer a essa lei.

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58 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

1. A lei de Deus é atual: creia nessa verdade!

II A DOUTRINA APLICADA

Para refletir...Para refletir...

04. O que é o antinomismo e o que defende, em linhas gerais?

05. Quais são as principais expressões do antinomismo dos nossos dias?

06. Que resposta podemos oferecer, diante dessas expressões de antinomismo? Elas são justas com o que diz a palavra de Deus?

Não tape seus ouvidos, diante de tão maravilhosa verdade: a lei de Deus é para hoje. Stott1 escreveu: “... depois que somos aceitos con-tinuamos guardando a lei por cau-sa do amor que temos a Deus, que nos aceitou e nos deu o seu Espírito para nos capacitar a guarda-la”. Por causa da alteração promovida pela

1. (2007:131).

graça em nosso coração, podemos obedecer a Deus (Ef 2:10).

A graça de Deus nos ensina a viver como justos (Tt 2:11-13), já que Deus nos aceita sem obra algu-ma, unicamente pela fé em Jesus (Rm 5:1). E agora, livres da condenação do pecado, que gerava morte, podemos viver para o Deus vivo (Hb 10:14). Embora sejamos falhos e limitados, podemos andar na lei do Senhor.

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Para VIVER...Para VIVER...07. Para você, qual a importância de crer na lei de Deus?

08. Você acha possível colocar em prática a lei de Deus? Como podemos fazer isso?

2. A lei de Deus é atual: pratique essa verdade!

A lei de Deus é vivenciada na prá-tica do amor. Ao resumir a lei moral no amor a Deus e ao próximo (Mc 12:28-33), Cristo mostrou que de-vemos viver em amor. Quem ama a Deus, certamente lhe prestará ado-ração única; não adorará ídolos; não tomará seu nome em vão, e guardará seu santo dia, o sábado (Êx 20:3-11).

Quem a ama ao próximo, irá respei-

tar seus familiares e todas as pessoas (guardando-se do homicídio, do adul-tério, do roubo e da mentira), também não irá desejar o que é dos outros (Êx 20:12-17). Agora que você já sabe essas verdades ou as relembrou, fará bem em praticá-las: Porque nisto con-siste o amor a Deus: obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamen-tos não são pesados (1 Jo 5:3 – NVI).

MEU DESAFIO

Seu desafio será reunir sua família ou seus amigos da igreja e fazer uma leitura meditativa de Êx 20:1-17 e Mc 12:28-33; falar--lhes sobre a lei dada para Israel, após a libertação da escravidão no Egito, e sobre o amor que Jesus nos ensina a exercer, como salvos nele, através da observância de sua lei.

Além disso, se você ainda tiver alguma dúvida, no que diz respeito à distinção das leis, seu desafio será separar, pelo menos, 30 minutos, nesta semana, para ler o estudo 19, “A distinção das leis”, do Doutri-nal: nossa crença ponto a ponto (pp. 207-217). Se você ainda não o tem, adquira já o seu, no site: http://www.vozdocenaculo.com/.

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60 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 343 • BJ 216

823 DE NOVEMBRO DE 2013

o dia do descanso

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OBJETIVO

Apresentar ao estudante da Escola Bíblica as razões pelas quais é possível afirmar que a guarda do sábado permanece vigente para todos os cristãos de todos os lugares e épocas.

TEXTO BÁSICO

E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor. (Mc 2:27-28)

LEITURA DIÁRIA

D 17/11 Gn 2:1-3

S 18/11 Êx 20:8-11

T 19/11 Ne 13:15-22

Q 20/11 Is 58:13-14

Q 21/11 Jr 17:21-27

S 22/11 Mt 12:1-12

S 23/11 At 13:14, 42, 44; 16:13

INTRODUÇÃO

Em nossos dias, a grande maioria dos cris-tãos assume as seguintes posições em relação ao sábado: alguns entendem que foi mudado para o domingo pela igreja primitiva; outros, que foi abolido por Cristo, pois se tratava de um mandamento específico para o povo de Israel, e ainda outros, que o seu princípio per-manece, mas que não é preciso observá-lo li-teralmente no sétimo dia da semana, sendo possível guardar qualquer outro dia.

Nós, adventistas da promessa, cremos que a guarda do sábado foi estabelecida por Deus e permanece vigente para todos os cristãos, pois foi reafirmada por Jesus Cristo, no Novo Testamento. Inúmeros es-tudiosos bíblicos de outras confissões e de-nominações cristãs também acreditam na observância de um dia da semana dedica-do ao descanso e à adoração. Não somos os únicos! Na lição de hoje, aprenderemos mais acerca de nossa crença na observância do sábado. Vamos ao estudo!

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1. Explicando a nossa crença

I A DOUTRINA ENTENDIDA

Não é novidade para ninguém que somos também conhecidos como “guardadores” do sábado. Esta é mesmo uma de nossas marcas. Con-tudo, é importante entendermos que a guarda do sábado não é uma prática infundada, como alguns imaginam. Em primeiro lugar, ela é bíblica, ou

seja, é firmada na Escritura. Em segun-do lugar, é histórica: existem provas históricas de que cristãos do passado também guardaram o sábado.1 Ago-ra, veremos por que o sábado deve ser guardado pelos cristãos de hoje.

1. Carson (2006:381,396).

Existem, pelo menos, três razões bíblicas pelas quais podemos afirmar que o sábado continua vigente para cristãos de todos os tempos e luga-res. Em primeiro lugar, o sábado é um mandamento universal. Deus o estabeleceu no Éden, muito antes de haver qualquer nação ou etnia. Seu plano era que toda a humanidade o guardasse como um dia abençoado e santificado. Veja só: Deus abençoou e santificou o sétimo dia, porque nele descansou de toda a obra que havia criado e feito (Gn 2:2-3).

Muito tempo depois, já no Novo Testamento, o próprio Jesus reafir-mou o princípio universal do sábado, dizendo que este foi feito por causa do homem (Mc 2:27). O substantivo “homem”, neste texto, é a tradução da palavra grega antropos, que sig-nifica, literalmente, “humanidade”. Assim, Jesus estava dizendo que o sábado foi feito “para a humanida-de”, não para os judeus, como alguns

sugerem. Isso significa que todos de-vem obedecer a esse princípio.

Em segundo lugar, o sábado é um mandamento moral; faz parte do De-cálogo (os dez mandamentos) que é a lei moral de Deus, registrada em Ex 20:1-17. Os dez mandamentos são o resumo da lei moral, e, por refletir o caráter de Deus, permanecem vigen-tes para todo o povo de Deus de to-dos os lugares e épocas2 (Mt 5:17; Rm 3:31, 7:12; Hb 8:10, 10:16).

Como já aprendemos na lição de número 7, a lei moral permanece vigente para os cristãos de hoje (Tg 1:25). Logo, se os dez mandamentos devem ser obedecidos pelos cristãos, ainda em nossos dias, seria muito estranho dizer que apenas o quarto mandamento não é mais válido ou que foi abolido por Cristo. Assim, o sábado, que em nada difere dos de-

2. Meister (2003:58).

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62 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

mais mandamentos, deve, ainda hoje, ser observado por todos os cristãos.

E qual o princípio moral por trás do quarto mandamento? O princípio da adoração e do descanso. O sábado é um dia, entre os sete dias da semana, em que as pessoas podem parar com suas atividades ocupacionais diárias para poder adorar a Deus sem outras preocupações, além de também ser um dia em que elas podem revigorar o corpo. Quando paramos no sába-do, lembramos que a realidade última da vida não é o que fazemos. Reco-nhecemos que todo o nosso esforço, por si só, não adianta nada. Estamos admitindo que confiamos na graça de Deus. Com o sábado, Deus também quer lembrar-nos que é ele quem controla o nosso tempo.

Em terceiro lugar, o sábado é um mandamento cristão; permanece vi-

gente para todos os seguidores de Jesus, pois foi estabelecido no Éden para toda a humanidade, incorpo-rado por Deus, no Decálogo, e, por fim, reafirmado, categoricamente, por Jesus Cristo, no Novo Testamen-to. Jesus guardou o sábado (Lc 4:16) e corrigiu as distorções dos fariseus com relação à forma de observá-lo (Mt 12:1-11; Mc 3:4-5).

Além disso, não há nenhum texto, no Novo Testamento, em que Jesus anule a guarda do sábado (cf. Mt 12:9-10, 13:54; Mc 1:21, 3:1-2, 6:2; Lc 6:1-11; Jo 7:10-24). Pelo contrário, ele afirmou, de maneira enfática, ser o Senhor do sábado (Mc 2:28). Ao di-zer isso, trouxe uma nova perspectiva: o sábado é um mandamento cristão! Assim, todo aquele que afirma seguir Jesus deve guardar o dia que ele pró-prio validou (Ap 1:10).

Para refletir...Para refletir...

01. Leia Gn 2:1-3; Mc 2:27; o item 1, e responda: Quando Deus estabeleceu a guarda do sábado? O que Jesus quis dizer, quando afirmou que o sábado foi feito por causa do homem?

02. Leia os seguintes textos: Êx 20:1-17 e Mt 5:17; depois, com base no item 2, reflita sobre o que Jesus disse acerca da Lei. Se o sábado faz parte da Lei Moral, deve ser ainda obedecido?

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Sempre houve e, ainda hoje, há pontos de vista contrários à guarda do sétimo dia. Alguns defendem, por exemplo, que o dia a ser observado é o domingo e não mais o sábado. Eles advogam que a alteração foi feita para “celebrar o dia da ressurreição de Cristo”.3 Os que pensam assim acredi-tam que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana, não ao final do sábado.

No entanto, essa teoria não se sus-tenta, por, pelo menos, três razões: 1) A premissa da teoria é errada: Jesus não ressuscitou num domingo, mas no sábado (teremos mais detalhes na próxima lição desta série); 2) Mesmo que Jesus tivesse ressuscitado num domingo, quem disse que o dia da ressurreição define o dia a ser guarda-do? Que texto bíblico indica isso? Que

3. Henry (2005:64).

profecia falou sobre isso? É incoerente o argumento!; 3) Não existe, no Novo Testamento, nem um só texto que in-dique a mudança do sábado para o domingo. Textos como o de Atos 20:7, que mostra Paulo se reunindo com os irmãos no domingo, ou o de 1 Corín-tios 16:1-2, em que o apóstolo pede aos coríntios que arrecadem donativos para os cristãos pobres da Judeia no primeiro dia da semana, não podem ser usados para afirmar tal mudança.

Outro ponto de vista contrário afirma que o sábado não deveria ser observado por toda a humanidade, mas apenas pelo povo de Israel. En-tretanto, o sábado foi estabelecido por Deus, no Éden, muito antes da existência do povo de Israel (Gn 2:1-3). É universal, o único dia abençoado e santificado por Deus. Como disse Lincoln, “ainda é fato que Deus aben-

2. Refutando o contradizente

03. Leia os textos de Lc 4:16; Mc 2:28, e, com base no item 3, discuta em classe sobre a atitude de Jesus em relação ao sábado. Você acredita que o sábado é um mandamento cristão?

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64 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

çoou e santificou o “sétimo dia” (Gn 2:3), e não o primeiro”.4

A palavra “santificar” significa “separar”. Assim, segundo Wiersbe,5 “aquilo que Deus santifica jamais deve ser tratado como algo co-mum”. Na criação, Deus abençoou e separou o sábado para ser obser-vado por toda a humanidade (Ex 20:11). Assim, é simplesmente ab-surdo afirmar que esse mandamento é dirigido apenas ao povo judeu.

Por fim, há uma posição teológica segundo a qual Paulo teria ensinado a desobrigação da guarda do sábado, a partir destes textos: Rm 14:5; Gl 4:10; Cl 2:16. É preciso, no entanto, enten-der corretamente o contexto em que Paulo escreveu tais ensinos. Nestes textos, o apóstolo está combatendo judeus que insistiam em que os cris-tãos deveriam continuar a observar a lei cerimonial com todas as suas fes-tas, feriados e rituais judaicos.

Em Israel, festas religiosas, como Páscoa, Pentecoste, Tabernáculo e Dia da Expiação, por exemplo, eram chamadas de sábados (Lv 23:4-44). Muitos destes nem mesmo caíam no sétimo dia da semana. A estes sába-dos cerimoniais – não ao semanal –, segundo Paulo, nós, cristãos, estamos desobrigados de obedecer, pois já se cumpriram em Cristo. Sempre que lermos Rm 14:5, Gl 4:10 e Cl 2:16, devemos ter isso em mente. Os sá-

4. Apud Carson (2006:360)

5. (2006a:27)

bados cerimoniais foram cancelados, mas isso não afeta as exigências da lei moral referentes ao sábado.6 A igreja cristã primitiva continuou a guardar o sábado, após a morte (Lc 23:56) e a ressurreição de Jesus Cristo (At 16:13;17:2,18:4; Ap 1:10). Até mes-mo os inúmeros estudiosos contrários à guarda do sábado, como Carson,7 admitem isso.

Quanto ao entendimento de que o princípio do sábado permanece, mas que não é preciso observá-lo li-teralmente no sétimo dia da semana, sendo possível guardar qualquer outro dia, também não estamos de acordo. Quando Jesus disse ser Senhor do sá-bado, sua referência era ao sábado da criação, o sétimo dia, que, como vimos, foi criado para o benefício da huma-nidade. No mandamento, temos uma clara referência ao “sétimo dia” (Ex 20:11). Não mudemos o mandamento ao gosto de nossas conveniências.

Existem, ainda, outros pontos de vista contrários ao sábado. Entre-tanto, estes que apresentamos aqui são, em geral, os mais utilizados por aqueles que se opõem à observância do quarto mandamento. Como pu-demos perceber, a guarda do sába-do possui base bíblica e histórica. O sábado é um mandamento universal, moral e cristão. É por essas razões que o guardamos. Vejamos, a seguir, alguns ensinos práticos.

6. Henry (2005: 80).

7. (2006:381,396).

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1. Observe o sábado com diligência

II A DOUTRINA APLICADA

Para refletir...Para refletir...

04. Leia At 20:7; 1 Co 16:1-2, e reflita: Esses textos bíblicos dizem que o sábado foi mudado para o domingo? Algum texto na Bíblia diz isso?

05. Leia Gn 2:1-3 e responda: Quando Deus estabeleceu o sábado já havia a nação de Israel? Alguma outra nação? Deus criou o sábado apenas para os judeus? Os cristãos do passado guardaram o sábado? Leia também Ap 1:10.

06. Leia Lv 23:4-8,15-24,32,37-39; Rm 14:5; Gl 4:10; Cl 2:16, e responda: Quais são os sábados que os cristãos não precisam mais guardar? Eles fazem parte da Lei Moral ou da Lei Cerimonial?

Infelizmente, muitos crentes pa-recem não crer mais na vigência do sábado. São adventistas no nome, mas não na prática. São displicentes

com a guarda do quarto mandamen-to. Tratam o sábado como um dia qualquer. São relapsos em observá-lo com reverência, amor e devoção a Je-

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66 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

2. Observe o sábado com satisfação

sus Cristo. Entretanto, a Bíblia é cla-ra ao afirmar que o sábado é um dia santificado pelo Senhor (Gn 2:1-3) e deve ser observado pelos cristãos.

Devemos observar o sábado como os cristãos do passado (Lc 23:56; Ap 1:10). Devemos ter esse dia em mais alta estima. Deste modo, separe-o

dos demais dias da semana. Que ele seja, de fato, um dia especial, um dia diferente para você. Não faça nele aquilo que você comumente faz. Não trabalhe no sábado! Separe--o para descansar e adorar a Jesus Cristo. Ele é o Senhor do sábado (Mc 2:28). Observe-o com diligência.

Os fariseus da época de Jesus se-guiam a tradição judaica que havia desenvolvido uma lista de 39 ativi-dades proibidas no sábado.8 Eles eram policiais do sábado. Em sua meticulosidade, chegaram ao cú-mulo de estabelecer as distâncias exatas que podiam ser percorri-das no sétimo dia (cerca de 1.320 metros).9 Jesus criticou-os forte-mente. Eles haviam transformado

8. Hendriksen (2003a:139).

9. Wiersbe (2006b:153).

o sábado num fardo pesado de ser carregado (Mt 23:1-4).

Jesus corrigiu essa distorção dizen-do que o sábado foi criado para o nos-so bem (Mc 2:27). O sábado não pode ser um fardo. Deve ser um dia praze-roso para os cristãos (Is 58:13). Um dia em que nossos corações sejam revi-gorados pelo Senhor, em que nossas forças espirituais sejam revitalizadas e nosso corpo descanse e se recompo-nha dos desgastes físicos do dia-a-dia. Assim, mude sua atitude em relação ao sábado. Observe-o com satisfação.

Para VIVER...Para VIVER...

07. Pense por um instante em sua vida. Você tem dedicado o sábado ao Senhor Jesus? Se a resposta for sim, então pense na maneira como tem feito isso. Você tem sido diligente com a prática deste mandamento?

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MEU DESAFIO

Heschel comparou o sábado como “um palácio no tempo”.10 Um lugar onde todas as pessoas, de todos os lugares, podem, no final de cada semana, se encontrar para adorar o Senhor. O sábado é um espaço no nosso tempo dedicado ao descanso e à adoração a Cristo. Seu desafio, nesta semana, será o de repensar sua postura em relação a este dia.

Se você tem trabalhado no sábado, mude! Disponha-se a guar-dar o dia do Senhor. Ore ao Pai. Ele ajudará você! Busque forças do Senhor para obedecer-lhe. Agora, se você tem tentado obser-var esse dia, mas, a partir de hoje, percebeu que tem feito isso de maneira errada, permita-se ter a mente transformada pela Escri-tura. Tenha prazer em guardar o sábado. Aproveite-o! Descanse!

10. (1951:12).

08. Reflita agora em sua postura ao guardar o sábado. Você tem prazer em fazê-lo? O sábado é um dia de descanso para você e sua família, um dia de bênçãos espirituais?

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68 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 194 • BJ 364

930 DE NOVEMBRO DE 2013

os dias da morte e da ressurreição de

Jesus

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus, com o devido fundamento nas Escrituras, a crença dos adventistas da promessa sobre os dias da morte e da ressurreição de Jesus.

TEXTO BÁSICO

... assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra. (Mt 12:40 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 24/11 Sl 22

S 25/11 Is 53

T 26/11 Mt 12:38-40

Q 27/11 Mt 26:1-2

Q 28/11 Mt 27:28-44

S 29/11 Mt 27:45-66

S 30/11 Mt 28:1-6; Lc 23:52-56

INTRODUÇÃO

A maioria dos cristãos, em todo o mundo, acredita que Jesus morreu em uma sexta-fei-ra e ressuscitou em um domingo; utiliza este argumento para validar a observância do do-mingo, em vez do sábado. Lima1 afirma que um dos efeitos da ressurreição de Jesus no domingo foi a mudança do dia de descanso: “O próprio dia de descanso mudou a partir da ressurreição de Jesus (...), acontecida no pri-meiro dia da semana, ou seja, no domingo”.

Mesmo que Jesus houvesse ressuscitado em um domingo, isto seria uma base para a guar-da deste dia como dia de descanso? É óbvio que não! Em lugar algum, na Bíblia, há alguma referência a esta mudança. O quarto manda-mento da lei de Deus nunca foi alterado! E, ademais, conforme mostraremos neste estu-do, Jesus não ressuscitou num domingo. Por isso, se o dia da ressurreição pode ser usado como base para legislar sobre o dia de descan-so, este dia continua sendo o sábado.

1. (2006:305).

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1. Explicando a nossa crença

I A DOUTRINA ENTENDIDA

Foi só no ano de 1969, na ter-ceira edição do livro “O Doutrinal”, que o assunto sobre o dia da morte de Jesus e o dia de sua ressurreição passou a fazer parte dos pontos doutrinários da Igreja Adventista da Promessa. Depois de ser estudado

“com bastante cuidado, critério e oração”, chegou-se “à conclusão de que Jesus não havia morrido numa sexta-feira, nem ressuscitado no primeiro dia da semana”.2

2. Marcos que Pontilham o Caminho (2002:174).

Jesus foi crucificado no dia 14 de abibe, numa quarta-feira, e ressusci-tado no dia 17 de abibe, no sába-do, momentos antes do pôr-do-sol. Agora, veremos as razões por que chegamos a essa conclusão. É mui-to claro, pela leitura dos evangelhos, que Jesus foi traído e preso na mes-ma noite em que ceou com seus dis-cípulos. Sobre essa noite, o Evange-lho de João diz: Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai ... (13:1).

Em outra versão, lemos: Falta-va somente um dia para a Festa da Páscoa (NTLH). Nessa noite, Jesus foi traído, preso e julgado pelo Sinédrio (cf. Mt 26:47-75; Mc 14:43-72; Lc 22:47-71; Jo 18:1-27), e, ao ama-nhecer, levado diante de Pilatos para também ser julgado (cf. Mc 15:1-15; Lc 23:1-25; Jo 18:28-19:16). Na ma-nhã desse mesmo dia, por volta da hora terceira (nove da manhã), ele

foi crucificado (cf. Mt 27:32-56; Mc 15:21-41; Lc 23:33-49).

De acordo com João 19:14, esse era o dia da preparação da Páscoa. Tal informação é importantíssima. O dia chamado de “preparação da Pás-coa” era o dia em que os cordeiros eram levados até o templo para se-rem mortos,3 a fim de serem comidos à noite. A páscoa era a primeira festa do calendário judaico. Era celebrada todo ano, dia catorze do primeiro mês [abibe] ao entardecer (Lv 23:5). E era exatamente neste dia que os cordeiros eram mortos. Então, se Jesus morreu no dia em que os cordeiros eram sa-crificados, morreu no dia 14 de abibe, por ocasião da celebração da Páscoa.

Segundo acreditamos, nesse ano, 14 de abibe caiu em uma quarta-feira. Isto é totalmente coerente a Bíblia. Você já entenderá o porquê. Nesse dia, houve trevas sobre toda a terra, des-

3. Daniel-Rops (1986:230).

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de a hora sexta até a hora nona (Mt 26:45). Jesus entregou o seu espírito por volta da hora nona – três da tarde (Mt 27:46-50). Horas depois, no cair da tarde desse mesmo dia, 14 de abibe, foi sepultado, conforme dizem os evange-lhos (cf. Mt 27:57-60; Mc 15:42-46). Então, guarde esta informação: Jesus foi sepultado pouco antes do pôr-do--sol do dia 14 de abibe, uma quarta--feira. A nossa pergunta agora é: Quan-to tempo ele permaneceu no sepulcro? Deixemos que ele mesmo responda.

No evangelho de Mateus, temos uma declaração bastante enfática de Jesus: ... assim como Jonas este-ve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Ho-mem estará três dias e três noi-tes no coração da terra (Mt 12:40 – grifo nosso). O “coração da terra” é uma referência à sepultura. Jesus deixou bem claro que ficaria três dias e três noites ali. Ele foi específico. O texto de Jonas, que trata sobre a ex-periência do profeta, também é es-pecífico: ... e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe (Jn 1:17). Sendo assim, levando em con-

ta que ele foi sepultado antes do pôr--do-sol do dia 14 de abibe, deveria ressuscitar, também, antes do pôr--do-sol do dia 17 de abibe, em cum-primento de sua palavra. E assim foi.

Cristo esteve morto três dias e três noites inteiras. No final do sábado, quando as mulheres foram ao sepul-cro de Jesus, ele já havia ressuscita-do (Mt 28:1,6; Mc 16:1-2; Lc 24:1; Jo 20:1). Agora grave isto: os tex-tos estão tratando do momento da ida delas ao sepulcro e não do dia da ressurreição. Nenhum texto afir-ma que ele ressuscitou no domingo. Cremos que Jesus ressuscitou an-tes do pôr-do-sol do dia anterior a este que estava começando. Jesus ressuscitou no sábado, momentos antes do pôr-do-sol. Para ter ficado três dias e três noites no coração da terra, ele foi colocado no túmulo em uma quarta-feira, momentos antes do pôr-do-sol.4 14 de abibe caiu em uma quarta-feira, e 17, num sábado.

4. (1ª Noite: De quarta para quinta. 1º Dia: Quinta. 2ª Noite: De quinta para sexta. 2º Dia: Sexta. 3ª Noite: De sexta para sábado. 3º Dia: Sábado).

Para refletir...Para refletir...

01. Em que dia Jesus Cristo foi traído, preso e crucificado? Que festa estava sendo comemorada? Leia Jo 13:1, 18:28.

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O entendimento tradicional, adota-do por quase todos os cristãos, no que concerne a este assunto, é que a morte de Jesus aconteceu numa sexta-feira. Usa-se como base o termo grego pa-raskeué, traduzido, em nossas Bíblias, por “dia da preparação” (Mc 15:42; Lc 23:54). A mesma palavra é ainda usada no grego moderno para indicar sexta--feira.5 Além disso, junto com o termo paraskeué, aparece a expressão grega prosábbaton (“véspera do sábado”). Por causa desta construção grega, a maioria dos estudiosos bíblicos defen-de a morte de Jesus na sexta-feira.

5. Hendriksen (2001:46).

Por que discordamos desses argu-mentos? Comecemos com o termo paraskeué. Apesar de, no grego mo-derno, o termo ser usado para indicar a sexta-feira, no grego antigo, tinha o sentido geral de “preparação”, e, na literatura cristã, é empregado no sentido de dia de preparação “para uma festa” ou “para um sábado”.6 Robinson7 concorda com essa afir-mação, ao comentar que, tanto na literatura cristã quanto na judaica, o termo era usado para se referir ao “dia ou as horas antes do sábado ou

6. Coenen & Brown (2000:2161).

7. (2012:695).

2. Refutando o contradizente

02. De acordo com Mt 12:40, quantos dias e quantas noites Jesus ficaria no “coração da terra”? Por volta de que hora ele foi colocado na sepultura?

03. Leia Mt 28:1 e comente sobre o momento em que as mulheres foram ao sepulcro. Que dia era aquele? O que elas encontraram? Para Jesus ter ficado três dias e três noites no sepulcro, quando ele foi colocado lá e quando ressurgiu?

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de outra festa, quando se fazia pre-paração para sua celebração”.

Entendeu? Apesar de ser possí-vel, nem sempre paraskeué é em-pregado para indicar sexta-feira (preparação para o sábado sema-nal). Às vezes, seu uso está relacio-nado à preparação para uma festa. Este é o caso dos textos que esta-mos estudando: paraskeué é usado para se referir ao dia de preparação para uma festa. O evangelho de João aponta-nos este sentido: Era o dia da preparação [gr. paraskeué] da Páscoa (Jo 19:14 – BJ). Viu só? O termo é colocado em conexão com a páscoa, uma festa judaica.

E quanto ao termo prosábbaton, colocado com a expressão “véspera do sábado”, em Mc 15:42? Este tex-to não mostra que se trata de uma sexta-feira? De maneira alguma! É aqui que muitos se complicam. Pre-cisamos entender de que sábado se trata aqui, pois não se trata do sá-bado de uma semana regular, mas de um especial, por causa das festivi-dades pascais. Veja o que o evange-lho de João diz: ... era grande o dia daquele sábado (Jo 19:31). Na NVI, lemos: ... seria um sábado especial-mente sagrado.

Este sábado, “especialmente sagrado”, correspondia ao dia 15 de abibe, dia depois da Páscoa, o primeiro da Festa dos Pães Asmos, dia de santa convocação: nenhuma obra servil era feita (Lv 23:4-8). No calendário judaico, alguns dias de

festa e de repouso eram considera-dos sábados, sem necessariamente cair num sábado semanal, o sétimo dia da semana (cf. Lv 23:24, 32).8 Este é o caso do dia 15 de abibe, dia seguinte à morte de Jesus. Era uma quinta-feira, mas considerada um “sábado” em que nenhuma obra deveria ser feita.

No que diz respeito à ressurreição, o entendimento tradicional, adotado por quase todos os cristãos, é que esta aconteceu em um domingo. Contudo, de sexta a domingo, não temos os “três dias e três noites” previstos por Jesus. Certo? Para ex-plicar isso, os defensores desta po-sição afirmam que, ao usar esta ex-pressão, Jesus estava se referindo a três unidades de tempo, três perío-dos de dia, e que uma parte de cada um destes períodos pode ser tomada como um todo.9 Neste sentido, par-te da sexta, o sábado todo e parte do domingo devem ser entendidos como os “três dias e três noites”.

Complicada esta explicação, não é verdade? Primeiro, porque Jesus foi específico, citando o caso de Jonas, que também é específico: “três dias e três noites” (Jn 1:17). Segundo, porque os defensores da tese teriam de provar que Jesus ressuscitou num domingo, para “parte” deste dia poder ser conta-da e suas contas estarem corretas.

8. Vaux (2003:512).

9. Idem.

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Para refletir...Para refletir...

04. Apresente para a classe o ponto de vista contrário sobre os dias da morte e da ressurreição de Jesus. Quais as bases?

05. De acordo com o comentário anterior, a palavra paraskeué só era usada no grego antigo para “sexta-feira”? E a expressão “véspera do sábado”, a que dia se refere?

Mas nenhum texto bíblico afirma categoricamente que Jesus ressus-citou num domingo! Os textos dos evangelhos narram o momento da aparição de Jesus às mulheres, não do dia da ressurreição, que já havia acontecido, antes das primeiras ho-ras do domingo.

O único texto bíblico que pare-ce contradizer esse argumento é Marcos 16:9: A razão? A maioria das versões bíblicas coloca a vírgula deste texto no lugar errado, dando a entender que Jesus ressuscitou no domingo: Havendo ele ressusci-tado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena. No texto grego, não há margem para este entendimento.

Entre as sentenças “Havendo ele ressuscitado” e “na manhã do pri-meiro dia da semana apareceu pri-meiro a Maria Madalena”, existe uma partícula grega esclarecedora: dé (gr. de\). Segundo Robinson,10 esta partícula colocada após uma ou mais palavras, numa oração, in-dica uma transição para alguma ou-tra coisa. Respeitando a presença da partícula grega, a tradução correta é: Havendo ele ressuscitado, na ma-nhã do primeiro dia da semana apa-receu primeiro a Maria Madalena. A morte de Jesus, na quarta-feira, e a sua ressurreição, no sábado, são a única possibilidade bíblica.

10. (2012:195-196).

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74 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

1. Continuemos reconhecendo a coerência da Bíblia

II A DOUTRINA APLICADA

Nós, promessistas, cremos que a Bí-blia é inerrante. No livro O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto, afirma-mos que “a Bíblia não contém con-tradições ou erros”.11 Mas os textos de Mc 16:1 e Lc 23:56 não são con-traditórios? Aparentemente, não fe-rem este princípio? Um texto diz que, quando terminou o sábado, as mulhe-res compraram as essências para un-girem o corpo de Jesus, enquanto o outro diz que elas fizeram isso antes deste dia, e, no sábado, descansaram,

11. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:20).

conforme o mandamento. E aí? Como explicar os textos?

Pois bem, nós não acreditamos que estes textos sejam contraditórios. Na verdade, atestam uma verdade defen-dida nesta lição: a semana da morte de Jesus teve dois sábados: o cerimonial, do dia 15 de abibe, que caiu numa quinta-feira (elas compraram as es-sências depois dele) e o semanal, do sétimo dia (elas descansaram nele). A Bíblia não se contradiz! A nossa crença sobre os dias da morte e da ressurrei-ção de Jesus só reafirma a coerência bí-blica. Nós cremos e reafirmamos que a Bíblia é inerrante. Nunca duvide disso.

06. “Três dias e três noites” devem ser entendidos como “três unidades de tempo”? Existe algum texto bíblico que afirme categoricamente que Jesus ressuscitou em um domingo?

2. Continuemos confiando nas promessas de Jesus

Além de poder continuar reco-nhecendo a coerência bíblica, a nos-

sa explicação sobre os dias da morte e da ressurreição de Jesus ensina-nos

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Para VIVER...Para VIVER...

07. Por que a nossa explicação sobre os dias da morte e da ressurreição de Jesus nos estimula a reconhecer ainda mais a coerência bíblica? Você reconhece?

08. Por que a nossa explicação sobre os dias da morte e da ressurreição de Jesus nos estimula a confiar ainda mais nas suas promessas? Você confia?

a continuar confiando sempre em suas palavras. Elas são precisas! Sa-ber que Jesus ficou no sepulcro exa-tamente três dias e três noites, como ele havia dito (Mt 28:6), eleva a nos-sa confiança a seu respeito. Sua pa-lavra é verdadeira. Ele é fiel, cumpre o que diz. Nós podemos confiar nele.

Você já conviveu com pessoas que, ao mesmo tempo que são peritas em fazer promessas, são para arranjar

desculpas, a fim de não as cumprir? Essas pessoas, com o passar o do tem-po, vão perdendo a nossa confiança, não é verdade? Com Jesus, isso nunca vai acontecer! Tudo o que ele prome-teu, nas Escrituras Sagradas, se cum-priu! Sendo assim, todas as promes-sas futuras sobre a sua volta e sobre o lugar ao qual ele nos levaria também são verdadeiras! Creiamos em todas elas! Quem prometeu é fiel!

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76 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

MEU DESAFIO

Jesus morreu em uma quarta-feira e ressuscitou no final do sá-bado. Foram três dias e três noites literais no coração da terra, isto é, 72 horas. Achamos que a explicação comumente dada para o assunto, entre a maioria dos evangélicos, não condiz com o relato da Escritura. Fiquemos, então, com o que a Bíblia diz! Estude este assunto com mais profundidade, e você verá o quanto ele é coe-rente com o relato bíblico.

Seu desafio, para a próxima semana, é ler o estudo 25 do livro O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto, páginas 271 a 284. Lá, você terá a nossa explicação deste estudo com mais detalhes; com gráficos, inclusive. Leia-o, para que sua crença sobre este assunto se cristalize mais, e, assim, possa responder a qualquer um que lhe perguntar sobre a razão de sua esperança. Que tal chamar alguém para estudar junto com você? Marque já esse encontro!

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Hinos sugeridos – BJ 380 • BJ 164

107 DE DEZEMBRO DE 2013

A mortalidade da alma

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus que o cristianismo bíblico e verdadeiro nunca ensinou a imortalidade da alma, mas, sim, a ressurreição.

TEXTO BÁSICO

E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. (Gn 2:7)

LEITURA DIÁRIA

D 01/12 Gn 2:7, 18, 20-24

S 02/12 Dt 10:22

T 03/12 At 2:4

Q 04/12 Ez 12:4

Q 05/12 Ex 30:15-16

S 06/12 1 Pd 2:25, 3:20

S 07/12 Mt 16:26-27

INTRODUÇÃO

O que é alma? Se você for até o dicionário, encontrará, entre as várias respostas possíveis, a seguinte: “Parte imortal do ser humano”.1 Mas será que este conceito reflete o pensa-mento bíblico sobre o que é a alma? Muitos pensam que sim. Contudo, nós, promessistas, pensamos que não. Nesta lição, exporemos as razões. Antes, vale dizer que a resposta a essa primeira pergunta não é sem importân-cia. Dela resultam falsas crenças, tais como: reencarnação, purgatório, tormento eterno, oração pelos mortos etc.

Neste estudo, entretanto, ficará provado que a Bíblia não ensina a imortalidade da alma. A grande esperança dos cristãos é a ressurreição dos mortos. Esta e a próxima lição estão inter-ligadas. Uma é continuidade da outra. Nesta, você verá que a alma não é imortal; na próxima, o que acontece com um ser humano depois da morte. Iniciemos, então, esta exposição bíblica.

1. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Dispo-nível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=alma > Acesso em: 20 de junho de 2013.

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78 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

1. Explicando a nossa crença

I A DOUTRINA ENTENDIDA

Caminhando na contramão do sen-so religioso comum, nós acreditamos que a alma é mortal, como nos afir-mam as Escrituras: ... a alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:4 e 20). Isso porque

sabemos que o ser humano não possui uma alma, mas é uma alma. Entretan-to, esse não é um assunto simples; ca-rece de um melhor esclarecimento. É o que procuraremos fazer a seguir.

Comecemos por Gênesis 2:7, que diz: E formou o Senhor Deus o ho-mem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o ho-mem foi feito alma vivente. Este ver-sículo é bastante esclarecedor quanto à composição humana. Desde cedo, por diversos meios, ouvimos dizer que temos uma alma; contudo, esse texto afirma que somos uma alma. Diz com todas as letras que o ser humano é uma alma vivente.

Com base nesse versículo, pode-mos afirmar, em primeiro lugar, que o ser humano tem, em sua compo-sição, um aspecto material: ... do pó da terra. Em segundo lugar, ele tem, em sua composição, um aspecto ima-terial: ... soprou em suas narinas o fôlego da vida. Esse “fôlego de vida” dado a nós pelo Criador é também chamado de espírito (cf. Jó 32:8, 33:4; Sl 146:4; Lc 23:46).

Que fique bem claro: na Bíblia, o espírito do homem não é algo que te-nha personalidade própria e que, ao “desencarnar”, fique vagando por aí.

Tampouco é sinônimo de alma. Não é isso! A palavra hebraica ruach e a pa-lavra grega pneuma, traduzidas como “espírito”, quando se referem à vida humana, quase exclusivamente signifi-cam ar, respiração ou fôlego de vida.2

Assim, em Gênesis 2:7, o ser hu-mano foi formado do pó da terra e, depois, o Senhor soprou em suas narinas o fôlego de vida. Quan-do este entrou em contato com o corpo humano, formado do pó da terra, o resultado foi: ... o homem passou a ser alma vivente. Então, o que é alma? Segundo as Escrituras, nada mais é do que a totalidade do ser. A fusão entre corpo e espírito resultou num ser vivo, numa alma. A fórmula da composição humana é simples: corpo + espírito (fôlego de vida) = alma vivente.

O significado mais básico de alma, em toda a Bíblia (tanto no hebraico,

2. Vine et al (2009:112,617).

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nêfesh,3 quanto no grego, psique4) é de pessoa, vida ou ser vivo. No Antigo Testamento, está escrito: Com seten-ta almas, teus pais desceram ao Egito (Dt 10:22). Já no Novo Testamento, lemos: ... naquele dia agregaram-se quase três mil almas (At 2:4). Essa ideia se repete também em Ez 18:4; Ex 12:4; 30:15-16; Mt 16:26; Jo 10:11; At 2:46; 1 Pd 2:25; 3:20. Em todos esses textos, a palavra “alma” refere-se ao ser total, à pessoa por completo e não a uma parte dela.

Por isso, não pensamos como os dicotomistas, que creem que o ser hu-

3. Harris (1998:1407).

4. Coenen & Brown (2000:69-80).

mano pode ser dividido em duas par-tes: corpo e alma. Nem aceitamos a tese dos tricotomistas, que dizem que somos compostos por três partes distin-tas: corpo, alma e espírito. A Bíblia en-xerga o ser humano de forma monísti-ca, isto é, uma unidade. Ele é uma alma vivente, uma pessoa ou ser integral.

O homem não é apenas corpo, nem apenas espírito, mas é a junção desses dois elementos, que formam uma alma vivente. Assim como a fusão do corpo com o espírito resulta num ser vivo, a separação de ambos resulta num ser morto, uma alma morta. Na Bíblia, a alma é mortal. Ela se dissolve na morte, deixa de existir, quando cessa a respira-ção (Ez 18:4,20, 33:9; Pv 19:16).

Para refletir...Para refletir...

01. Leia Gn 2:7 e responda: Por que acreditamos que o ser humano não possui uma alma, mas é uma alma?

02. Qual é o principal significado da palavra “espírito”, na Bíblia, quando se refere ao ser humano? É certo afirmar que “espírito” é algo que tenha personalidade própria e que, ao “desencarnar”, fica vagando por aí? Baseie-se em Jó 32:8, 33:4; Sl 146:4; Lc 23:46.

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80 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Quando uma pessoa morre, cessam suas atividades. A alma morre. Não existe vida humana extracorpórea. Esse conceito de uma entidade abstrata ou imaterial consciente sobrevivendo independente do corpo não é um en-sinamento bíblico e está mais para o espiritismo do que para o cristianismo. Veja só o que as Escrituras dizem: ... os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, (...) na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma (Ec 9:5,10).

A ideia de imortalidade da alma é algo atrelado ao pensamento grego (helênico) e nada tem a ver com o pensamento judaico-cristão da Bíblia. Foram os gregos que começaram a afirmar que a essência do ser humano é a alma. Eles diziam que “o corpo é uma prisão” e acreditavam que o cor-po era desprezível, perecível e efême-ro, enquanto a alma era imperecível e eterna. Isso foi combatido por Paulo (cf. 1 Co 3:16; 6:18-20). Para os gre-gos, na morte, a alma se desprendia

(libertava) do corpo para alcançar a plenitude. É com base nesse conceito pagão que, bem depois, o espiritismo passa a afirmar que a reencarnação é o caminho pelo qual a alma evolui.

Mas quem é o pai dessa ideia? É o diabo, pois, lá no Éden, depois de Deus ter dito ao ser humano: ... certamente morrerás (Gn 2:17); o diabo, ao con-trário, disse: É certo que não morrerás (Gn 3:4). O ensino sobre a imortalidade da alma é, portanto, pagão e maligno!

Além de valorizar o corpo, os pri-meiros cristãos combateram o con-ceito de alma imortal ensinando a doutrina da ressurreição. Só se res-suscita o que já morreu! Conforme já aprendemos, se a alma é o “homem todo”, ela deixa de existir quando a morte chega. Por isso, concordamos com Kivitz,5 que diz: “A esperança cristã, portanto, não é a imortalidade da alma, mas a ressurreição”.

5. Vinho Novo, odres novos: Guia de Estudo 06. Disponível em: <http://ibab.com.br/guiasde-estudo/vinho_novo_odres_novos-06.pdf> Acesso em: 18 de junho de 2013.

2. Refutando o contradizente

03. Qual é a fórmula da composição humana? O que é a alma? O que acontece com ela, quando a vida cessa? Recorra ao comentário e a Ec 12:7; Ez 18:4, 20.

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De acordo com este autor, a ressur-reição “é a vitória total, a reintegração perfeita das facetas humanas que nun-ca deveriam ter sido separadas pela morte”.6 Infelizmente, a maioria dos evangélicos de hoje foi influenciada pelo ensino pernicioso de que a alma é imortal e, por isso, muitos têm dificul-dade para compreender o verdadeiro lugar da ressurreição na fé cristã.

Foi Jesus quem disse: ... está che-gando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fi-zeram o mal ressuscitarão para serem condenados (Jo 5:28-29 – NVI). Os imortalistas têm dificuldades com esse texto, pois não faz sentido alguém ser ressuscitado para receber o galardão, se a alma já está desfrutando das de-lícias celestiais. É uma questão lógica.

O problema é que muitos se ape-gam a alguns poucos textos que pare-cem sugerir que a alma sobrevive após a morte. Um exemplo é o texto de 1 Reis 17:21-22, que diz: ... clamou ao Senhor e disse: Ó Senhor, meu Deus, rogo-te que faças a alma deste meni-no tornar a entrar nele. O Senhor aten-

6. Idem.

deu à voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu (ARA).

Algo parecido ocorre em Gênesis 35:18, em que, ao relatar a morte de Raquel, o autor diz: Ao sair-lhe a alma (porque morreu). Como expli-car esses textos? É simples. Na Bíblia, as palavras traduzidas por “alma” não têm um único sentido. Embora prevaleça, na maioria das ocorrên-cias, o sentido de “pessoa vivente” ou “ser integral”, em alguns casos, “alma” é sinônimo de “vida”.7

É o caso dos dois textos anterior-mente citados. Para entendê-los, leia-os na Nova Versão Internacional (NVI). O texto de 1 Reis 17:21-22 aparece assim: ... meu Deus, faze voltar a vida a este menino! (...) e a vida voltou ao menino (grifo nosso). O de Gênesis 35:18, por sua vez, é traduzido desta maneira: Já a ponto de sair-lhes a vida (grifo nosso). Há outros poucos textos que parecem ensinar o contrário; porém, basta um estudo cuidadoso para se descobrir a verdade de que o cristia-nismo não ensina a imortalidade da alma, mas, sim, a ressurreição.

7. Vine et al (2009:34).

Para refletir...Para refletir...

04. Com base em Gn 3:4; Ec 9:5-10 e no comentário, responda: O que os gregos pensavam e o que os espíritas pensam hoje a respeito da alma? Quem é o pai da ideia de que a alma é imortal?

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82 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

II A DOUTRINA APLICADA

05. Leia 1 Ts 4:13-18; Jo 5:28-29, e comente esta frase: “A esperança cristã, portanto, não é a imortalidade da alma, mas a ressurreição”. Fale sobre as palavras que os muitos evangélicos usam para consolar alguém que perdeu um ente querido. Qual é a maneira bíblica para este consolo?

06. Existem alguns textos que parecem sugerir que a alma sobrevive após a morte, como, por exemplo, 1 Rs 17:21-22 e Gn 35:18. Explique esses textos.

A crença errada de que a alma é imortal tem levado muitos a um en-tendimento falho sobre a salvação dos perdidos e a missão da igreja. Veja bem: Se a Bíblia nos ensina que o ser humano é uma unidade corpo-espírito, então, a salvação não é algo relacionado apenas ao “es-

pírito”, mas envolve a pessoa por completo: a dimensão física, social, psicológica e espiritual. Vale lembrar que o corpo é importante para Deus e uma prova disto é a ressurreição do corpo. Em nosso estágio final, depois da vinda de Jesus, ainda te-remos um corpo.

1. O ensino sobre a mortalidade da alma lembra-nos que a missão da igreja é integral

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Outra reflexão importante deste ensino é sobre a morte. A Bíblia nos diz: O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua for-ça, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planeja-mento, não há conhecimento nem sa-bedoria (Ec 9:10 – NVI). Também diz: ... aos homens está ordenado morre-rem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9:27). Depois da morte, não há como a pessoa reverter a sua sen-tença. Se ela creu no Filho de Deus, estará salva, aguardando a ressurrei-ção; se não creu, estará condenada, também aguardando a ressurreição.

Ao morrer, todos vão para a se-pultura e lá permanecem. Jesus disse que é dos sepulcros que os mortos ressurgirão (Jo 5:28). Então, podemos dizer que a morte é com-parada a uma encruzilhada. Depois dela, não existe segunda chance, como sugerem aqueles que ensi-nam a reencarnação, o purgatório etc. Depois dela, ou se ressuscita para a condenação ou se ressus-cita para a vida eterna (Dn 12:2; Jo 5:29). A morte humana é deci-siva! E, diante dela, a nossa espe-rança é a ressurreição dos justos (cf. 1 Ts 4:13-18).

A nossa pregação é mais relevante quando não apenas evangelizamos, mas, também, nos importamos com a pessoa, verificando se ela está sofren-do e se podemos fazer algo a respeito do seu sofrimento. Em outras palavras, devemos levar o evangelho todo para

o homem todo. Algo semelhante tem ocorrido com nossos irmãos, em Mo-çambique, através do Projeto Plantando Esperança. Este é um exemplo da mis-são integral que a igreja deve realizar, pregando um evangelho capaz de mu-dar estruturas e de transformar vidas.

2. O ensino sobre a mortalidade da alma lembra-nos que a morte do homem é decisiva

Para VIVER...Para VIVER...

07. Se o ser humano é um ser integral (corpo-espírito), então, nossa missão com relação a ele deve ser também integral. Comente com a classe o que isso significa. Baseie-se na primeira aplicação.

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84 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

MEU DESAFIO

Muitos tentam maquiar a terrível realidade a respeito da morte com palavras e conceitos que não são bíblicos. Certamente, você já viu e ouviu alguém consolar outro que perdeu ente querido com as seguintes palavras: “Ele(a) agora está lá no céu com Deus” ou “Ele(a) está num bom lugar”. Assim, a morte fica menos feia. Parece até uma coisa boa. Mas não é. A morte é nossa inimiga!

Nossa esperança não está na crença de que a alma permane-ce viva e vai para um lugar melhor. Isso é falácia. Nossa esperança está na ressurreição (cf. 1 Ts 4:13-18). O desafio que temos é o de nos alimentarmos com essa verdade. Portanto, não percamos mais tempo: ... vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nos-so grande Deus e Salvador Cristo Jesus (Tt 2:12-13 – AS21). No pró-ximo estudo, trataremos desta questão com mais detalhes. Até lá.

08. Leia a segunda aplicação e responda: Por que a morte é decisiva? Depois dela, existe outra chance de alguém se salvar?

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Hinos sugeridos – BJ 358 • BJ 403

1114 DE DEZEMBRO DE 2013

o destino dos mortos

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OBJETIVO

Desafiar o estudante da palavra de Deus a refletir sobre o ensino da Bíblia relacionado ao destino dos mortos, apresentando-o à visão promessista sobre o assusto e aos argumentos que refutam a visão cristã tradicional.

TEXTO BÁSICO

Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. (Jo 5:28)

LEITURA DIÁRIA

D 08/12 Gn 3:19

S 09/12 Sl 90:1-12

T 10/12 Ec 9:5, 10

Q 11/12 Is 38:18-19

Q 12/12 Dn 12:2-3

S 13/12 1 Co 15:51-58

S 14/12 1 Ts 4:15-18

INTRODUÇÃO

Você ainda se lembra de que começamos a construir uma ideia no último estudo? Pois bem, agora, vamos dar continuidade a ela. O que acontece com a pessoa, depois que morre, já que não tem uma alma imortal, como visto no último estudo? É exatamente esta pergunta que a presente lição se propõe a responder, pois não é de hoje que os seres humanos creem na exis-tência de uma vida pós-morte e preparam seus mortos para receberem tal vida. Os cristãos, ape-sar de não serem unânimes, sempre apresenta-ram suas explicações para o destino dos mortos.

Nós, cristãos adventistas da promessa, com base na Bíblia Sagrada, também temos a nos-sa formulação doutrinária sobre esse assunto. Além de mostrar o que acreditamos ser o desti-no dos mortos, queremos mostrar as razões pe-las quais nossa crença difere da visão cristã tradi-cional quanto a isso. Então, com muito respeito aos cristãos que pensam diferente de nós, nesta lição, pretendemos fazer uma revisão dos textos bíblicos sobre o assunto em questão e mostrar os equívocos do entendimento tradicional. Ce-damos à autoridade suprema das Escrituras!

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86 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

1. Explicando a nossa crença

I A DOUTRINA ENTENDIDA

Vários compêndios teológicos já foram escritos, na tentativa de expli-car qual o destino dos mortos. Por que os seres humanos desejam tanto uma resposta a isso? Uma das razões óbvias é: a morte faz parte da nossa

existência. Todos nós já perdemos, em algum momento da vida, pessoas queridas. Além disso, todos nós, por mais que tentemos evitar, morrere-mos um dia. E o que vem depois? A Bíblia tem uma resposta.

A morte é o fim da vida e a cessação da atividade humana na terra. Nela, a pessoa volta ao pó (cf. Gn 3:19; Sl 90:3), e, à luz da Escritura, é levada, não para um estado intermediário de consciência, mas para a sepultura (cf. Sl 28:1, 30:9, 88:4; Is 38:17; Ez 26:20; At 2:29-30), onde permanece incons-ciente, por tempo indeterminado, aguardando o dia da ressurreição.

É importante entendermos que a sepultura é o destino pós-morte de justos e injustos (cf. Gn 37:35; 42:38; Is 38:10; Nm 16:30). Todos vão para o mesmo lugar. Jesus disse que é dos sepulcros que os mortos ressurgirão (Jo 5:28-29), e, quando proferiu estas palavras, falava tanto da ressurreição para a vida quanto da ressurreição para a condenação. Os justos e os ímpios estarão na sepultura, quando Jesus voltar outra vez a terra.

A Bíblia compara a morte a um sono (cf. Dt 31:16; Jó 7:21; 1 Co 15:6; 1 Ts 4:13 e etc.). Sono é cessa-ção de atividade. A pessoa que morre não faz mais projetos, não pensa, não

arquiteta; sua memória permanece no esquecimento. A figura do “sono” sugere que a pessoa, ao morrer, fica sem consciência. Por isso, a Bíblia re-petidas vezes diz: A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar--te; não esperam em tua fidelidade, os que descem à cova (Is 38:18).

As Escrituras informam que os mortos não têm consciência de nada: Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousa nenhuma (Ec 9:5, 10); Sai-lhes o espírito e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios (Sl 146:4; cf. Sl 6:5; Is 38:18). Por essa razão, entende-mos ser absolutamente improvável, à luz da Escritura, a ideia de um ser humano continuar existindo de ma-neira incorpórea após a morte.

A evidência bíblica apresenta a imortalidade como sendo adquirida (cf. Mt 19:16; Jo 3:16; 10:28; 1 Co 15:53; 1 Tm 6:15-16). A grande es-perança dos cristãos, no Novo Tes-tamento, é governada pela crença

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na ressurreição. Observe que, em 1 Ts 4:13, ao instruir a igreja frente à tristeza por aqueles que haviam mor-rido, o apóstolo não diz nada sobre a imortalidade da alma. Ele não trata sobre os mortos estarem vivos em outro lugar. Seria muito mais fácil dizer, se fosse verdade: “Não fiquem tristes, seus parentes que morreram já estão no céu com o Senhor”.

O apóstolo pede que os cristãos consolem uns aos outros com a es-perança da ressurreição dos mortos (1 Ts 4:15-18). Um dia, esse esta-do intermediário de inconsciência terminará! Seremos acordados do “sono”. O profeta Daniel afirmou: Multidões que dormem no pó da ter-ra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o des-prezo eterno (Dn 12:2 – NVI). Jesus

também disse: Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ou-virão a sua voz (Jo 5:28).

Somente os justos que estiverem vivos, na ocasião do retorno de Jesus, não morrerão: serão transformados! Nesse dia, a imortalidade tão sonha-da pelo ser humano será uma rea-lidade para aqueles que creram em Jesus (Jo 5:28-29; 2 Tm 2:10). Estes estarão com o Senhor para sempre (1 Ts 5:17). Os que morreram sem Cristo ressuscitarão, após o milênio (assunto da próxima lição) para co-nhecer sua sentença: serão aniquila-dos de maneira completa, para todo o sempre (Mt 10:28). Paulo diz que eles sofrerão a pena da destruição eterna, a separação da presença do Senhor (2 Ts 1:9 – NVI).

Para refletir...Para refletir...

01. Leia Sl 28:1; Pv 7:21; Ec 9:5,10; At 2:29-30; 1 Co 15:6, e responda: Qual o destino de todo ser humano, logo após a morte? Com o que a morte é comparada, na Bíblia? A pessoa continua com consciência, na morte?

02. Leia Dn 12:12:2; Jo 5:28-29; 1 Ts 4:13-18, e responda: O que acontecerá com os justos que estiverem mortos por ocasião da volta de Jesus? Qual a grande esperança dos cristãos?

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88 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

A posição cristã tradicional sobre o destino dos mortos defende que, logo após a morte, 1) uns (os que creram em Cristo) vão diretamente para a presença de Deus, em espíri-to; 2) e os outros (os que não creram em Cristo) vão para o inferno, tam-bém em “espírito”, experimentar algum tipo de castigo ou tormento. Segundo esta visão, ambos os gru-pos, por ocasião da volta de Jesus, ressuscitarão para que o “espírito” e o “corpo” sejam novamente reu-nificados: 1) O primeiro grupo, para viver para sempre com o Senhor, no céu, 2) e o segundo, para receber a sentença de ficar queimando por toda eternidade no inferno.1

A pergunta é: existe base bíblica para tal crença? Segundo os seus de-fensores, sim. Vamos apresentar as

1. Pode-se ler esta visão explicada e defendida com detalhes em: Williams (2011:1085-1105, 1127-1154).

supostas bases bíblicas para cada par-te. Primeiro: Para provar a existência do crente com o Senhor, logo após a morte, sem corpo, isto é, “em es-pírito”, utiliza-se Fp 1:21-23, em que Paulo usa a expressão “partir e estar com Cristo”, e 2 Co 5:8, em que ele diz que prefere estar ausente do cor-po e “habitar com o Senhor”. Contu-do, nenhum desses dois textos prova o que se pretende.

A expressão paulina “partir e es-tar com Cristo” (Fp 1:23) não deve ser lida como se Paulo estivesse ex-pondo o que acontece a uma pes-soa imediatamente após a morte. Ele está expondo seu desejo de es-tar com Cristo, sem os problemas da presente existência. E Paulo não está sugerindo que este desejo se concre-tizará logo após os seus olhos se fe-charem na morte, afinal, ele a entende como um sono (1 Co 15:51; 1 Ts 4:13-15), e sabe que, de fato, só estará com

2. Refutando o contradizente

03. Leia Dn 12:12:2; Jo 5:28-29; Mt 10:28; 2 Ts 1:9 e responda: O que acontecerá com os ímpios mortos, depois que forem ressuscitados?

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o Senhor por ocasião da sua vinda; por isso, espera este momento (Fp 3:20).

Quanto à expressão: ... preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor, de 2 Co 5:8, não se trata da afirmação de que o crente, imediatamente após a morte, vai vi-ver com o Senhor, num estado incor-póreo. Neste capítulo, Paulo trata da transformação do nosso corpo atual, que acontecerá por ocasião da res-surreição, na vinda de Cristo (2 Co 5:1-4 cf. 4:14). Enquanto isso não acontece, em algum sentido, esta-mos “longe do Senhor” (2 Co 5:6), pois, depois que acontecer, estare-mos para sempre com ele (1 Ts 4:17). Diante disso, quando Paulo diz pre-ferir “estar ausente do corpo”, está se referindo a este corpo mortal. Ele deseja, o quanto antes (se possível, sem ter de experimentar a morte, vv. 3-4), receber o corpo glorioso e po-der “habitar com o Senhor”!

Com relação à situação dos injus-tos depois da morte, os textos usa-dos para provar que eles estão em algum lugar, “em espírito”, sendo castigados, são: Lc 16:19-31 e 2 Pd 2:4-10. Estes textos também não provam o que se intenta provar. Quanto a Lc 16:19-31, trata-se de uma parábola. Não podemos inter-pretar parábolas de forma literal e utilizá-las para formular doutrinas. Parábolas são escritas para expres-sar uma verdade. Pegar os detalhes de uma parábola para formular uma doutrina é inconcebível! Nesta em

questão, Jesus está combatendo o pecado de alguns fariseus, que eram amantes do dinheiro (Lc 16:14).

Com relação ao texto de 2 Pd 2:4-10, a frase utilizada para provar o estado de sofrimento pós-morte dos ímpios é: ... o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do ju-ízo (v.9 – NVI). Nesta mesma linha, a ARA traduz a parte final: ... e re-servar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo. Essas traduções tra-zem uma ideia de castigo presente para os ímpios. Contudo, imagina-mos que existem outras versões bí-blicas que exprimem melhor a ideia do texto. A Edição Pastoral a traduz assim: ... o Senhor sabe libertar da prova aqueles que o servem, e reser-va os ímpios para o castigo no dia do julgamento. Já a ARC apresenta esta tradução: ... sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para se-rem castigados. Entendeu? Em todas elas, a punição está reservada para o futuro, nada se diz sobre tormentos presentes para os ímpios mortos.

Quanto à ideia de que os ímpios, depois da ressurreição do corpo e do juízo final, vão novamente para o inferno, onde serão queimados perpetuamente, também não pode-mos concordar, porque atualmente não existe nenhum lugar chamado inferno, nos termos que nos são apresentados, isto é, como lugar de tortura. A palavra hebraica sheol

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90 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Para refletir...Para refletir...

04. Existe base bíblica para defender que um crente, imediatamente após a morte, vai diretamente à presença de Deus, “em espírito”? Como explicamos Fp 1:23 e 2 Co 5:8?

05. Existe base bíblica para dizer que o ímpio, imediatamente após a morte, vai para o inferno, “em espírito”, para sofrer algum tipo de castigo ou tortura? Os textos de Lc 16:19-31 e 2 Pd 2:4-10 podem ser usados para tal defesa?

e a palavra grega correspondente, hades, traduzidas em nossas Bíblias por “inferno”, dizem respeito à se-pultura (cf. Dt 32:22; Sl 9:17, 116:3; Pv 5:5, 9:18; Os 13:14; Mt 11:23, 16:18; Lc 10:15, 16:25). Para lá, vão todos, não somente os injustos (Ec 6:6; Jó 3:17-19). Até Jesus foi para o túmulo. O livro de Atos afirma que o corpo de Jesus foi para o hades (2:27,31). Obviamente, o sentido é de sepultura.

Com relação ao futuro, depois do juízo final, Jesus falou mesmo sobre um lugar destinado àqueles que serão rejeitados no julgamento final. Para este lugar, só irão os ím-pios. Quando falou sobre isso, Jesus usou o termo grego geena, traduzi-do, em nossas Bíblias, também por “inferno”. Geena é uma referência ao “Vale de Hinom” (Js 15:8), que, por causa de sacrifícios de crianças

a Moloque feitos ali, no passado, pela época do Novo Testamento, era usado pelos judeus como símbolo da condenação final. Jesus também faz uso desse termo nesse sentido (cf. Mt 5:22, 29-30, 10:28, 18:9, 23:15,33; Mc 9:43, 45, 47; Lc 12:5). Esse lugar está associado ao fogo (cf. Mt 5:22, 13:42,50, 18:8, 25:41; Mc 9:43,47). Esse fogo, por sua vez, é chamado de “eterno”. Contudo, a Bíblia diz que os ímpios serão aniquilados, ao invés de ficarem queimando para todo o sempre. “Eterno” é a tradu-ção para o termo aiônios, muitas ve-zes usado para se referir não à dura-ção de algo, mas aos seus resultados permanentes (ex. Jd 7). Ao mencio-nar o fogo eterno, Jesus se refere à destruição eterna dos perdidos, não ao tormento eterno destes.2

2. Bacchiocchi (2007:199).

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06. Existe base bíblica para dizer que, quando forem ressuscitados, depois do milênio, e receberem a sua sentença, no juízo final, os ímpios serão novamente lançados no inferno, onde queimarão por toda a eternidade?

II A DOUTRINA APLICADA

1. Estejamos convictos da realidade da aniquilação dos ímpios

A aniquilação dos ímpios é uma verdade bíblica, e não podemos menosprezá-la. Até mesmo Jo 3:16, que trata do grande amor de Deus, menciona os que vão “pere-cer”. O vocabulário de destruição é usado frequentemente em rela-ção ao destino final dos ímpios (cf. Mt 10:28; 1 Ts 5:2-3; 2 Ts 1:9; Tg 4:12; 2 Pd 3:7), bem como a ideia de os ímpios serem “consumidos” ou devorados (cf. Hb 10:25-27; Ap 20:9), e de estes, um dia, virem a “perecer” (cf. Jo 3:16; 10:28, 17:12; Rm 2:12; 2 Pd 3:9). Segundo Edwards e Stott, se os crentes são aqueles que estão sendo salvos (hoi sõzomenoi), os ímpios são aqueles

que estão perecendo (hoi apollu-menoi). Confira os textos de 1 Co 1:18; 2 Co 2:15; 4:3; 2 Ts 2:10. É difícil imaginar um processo perpé-tuo de perecer. Assim como os sal-vos serão definitivamente salvos, os que estão perecendo perecerão por completo. Não ficarão queimando eternamente, mas deixarão de exis-tir para todo o sempre. Que des-tino horrível! Convenhamos: essa não é uma notícia que traz alegria! É triste imaginarmos que alguém que amamos pode ser aniquilado. Instemos tal pessoa a deixar de vi-ver para si mesma e começar a vi-ver para quem por ela morreu (2 Co 5:15).

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92 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

2. Estejamos confiantes na realidade da ressurreição dos mortos

Apesar de não gostarmos de falar sobre a morte, não há como escapar: ela é uma realidade. Todos morrem. Contudo, não é a morte que tem a última palavra na vida do cristão! Tra-tando sobre o assunto, em 1 Ts 4:13-18–5:1-11, Paulo disse não haver mo-tivos para a “tristeza sem esperança”. Ele não negou a realidade da triste-za. É comum que nos entristeçamos, quando perdemos alguém que ama-mos. Devemos chorar mesmo.

Todavia, não choraremos para sempre. Entristecemo-nos, mas te-

mos esperança! Nós cremos na res-surreição (1 Ts 4:14,16). Jesus volta-rá nas nuvens do céu. Quando ele vier, os mortos em Cristo ressuscita-rão! A certeza da volta de Cristo e da ressurreição dos mortos é o nos-so grande consolo, diante das nos-sas perdas. Um dia, a trombeta vai tocar, e os mortos sairão dos túmu-los, com os corpos transformados, para a vida! Temos essa esperança? Se sim, diz Paulo: Consolemo-nos uns aos outros com estas palavras (1 Ts 4:18).

Para VIVEr...

07. Qual deve ser a nossa postura, diante da realidade da aniquilação dos ímpios?

08. À luz de 1 Ts 4:13-18, qual a grande esperança cristã? Como você se sente, diante de tal verdade?

Para VIVER...

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MEU DESAFIO

A não ser que estejamos vivos, por ocasião da volta de Jesus, não há como escapar: todos nós um dia morreremos. Alegra-nos saber, entretanto, que a presente história não é tudo que nos resta. Um dia, Jesus Cristo voltará a esta terra para ressuscitar todos aqueles que morreram crendo nele como Senhor e Salvador de suas vidas. Esta é a nossa grande esperança!

Por essa ocasião, os mortos ressuscitados juntar-se-ão aos cren-tes em Jesus que estiverem vivos, e todos se encontrarão com o Senhor, nos ares. O testemunho bíblico diz que ficaremos com o Se-nhor para sempre! Anunciemos essa verdade. Por outro lado, todos aqueles que não renderem sua vida a Cristo, serão aniquilados, logo após o juízo final; deixarão de existir. O que você acha de, durante esta semana, contar essas duas verdades a alguém que ainda não as conhece? Esse é o seu desafio.

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94 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 61 • BJ 191

1221 DE DEZEMBRO DE 2013

o milênio no céu

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OBJETIVO

Ajudar o estudante da Escola Bíblica a compreender corretamente a doutrina do milênio para que viva com perseverança e expectativa.

TEXTO BÁSICO

Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos. (Ap 20:4b)

LEITURA DIÁRIA

D 15/12 Ap 19:11-21

S 16/12 Ap 20:1-6

T 17/12 Ap 20:7-15

Q 18/12 Ap 21:1-2

Q 19/12 Ap 21:3-5

S 20/12 Ap 21:6-8

S 21/12 2 Pd 3:13-15

INTRODUÇÃO

A expressão milênio vem do latim millen-nium1 e é utilizada para designar o período de mil anos em que os justos reinarão com Cristo. A base bíblica encontra-se em Apocalipse 20, em que a expressão “mil anos” se repete por seis vezes. Lá também está escrito que, após a segunda vinda de Jesus, os crentes reviveram e reinaram com Cristo mil anos (Ap 20:4).

Entre as igrejas cristãs, existe muita discor-dância em relação à interpretação deste texto. E não é de hoje. Essa discordância tem per-passado os séculos da história cristã chegando até os nossos dias. Assim, tendo em vista a polêmica que gira em torno deste assunto, é imprescindível conhecermos com mais firmeza bíblica a nossa visão a respeito do milênio.

Entendemos o milênio de maneira literal, con-forme o livro de Apocalipse nos apresenta. Esse

1. Ferreira (2007:1100).

I A DOUTRINA ENTENDIDA

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1. Explicando a nossa crença

período será vivido no céu, não na terra; afinal de contas, foi para lá que Jesus Cristo prometeu levar os seus dis-cípulos (Jo 14:1-3). Essa é a esperança

dos cristãos. Para entendermos melhor nossa posição, discorreremos a respeito de três aspectos relacionados ao milê-nio: início, desenvolvimento e término.

Em primeiro lugar, veja os fatos que marcarão o início do milênio: O grande evento que dará início ao milê-nio será o retorno de Jesus Cristo à terra (Ap 19:11-21). Por ocasião de sua volta, os ímpios morrerão com o resplendor de sua glória (1 Ts 5:1-3). Por sua vez, os santos que estiverem mortos serão ressuscitados e os que estiverem vivos serão transformados para encontrarem o Senhor nos ares (1 Ts 4:15-17). Eles estarão no céu com Jesus Cristo, con-forme ele havia prometido (Jo 14:1-3).

Os ímpios que estiverem mortos não ressuscitarão, pois a primeira ressurreição pertence apenas aos justos, diz a Bíblia (Ap 20:5-6). As-sim, Satanás será preso circunstan-cialmente, já que não haverá nin-guém para seduzir e tentar na terra (Ap 20:1-2). Estes, portanto, são os fatos que darão início ao milênio: 1) o retorno de Jesus; 2) a morte dos ímpios; 3) o arrebatamento dos cren-tes, e 4) a prisão de Satanás.

Em segundo lugar, veja os fatos que marcarão o período do milênio: O que acontecerá, durante esse período? A cena é descrita com clareza por João. A terra estará desabitada (Ap 19:17-21), pois os crentes terão sido arreba-

tados para o céu (Ap 20:4,6); os ímpios estarão mortos e permanecerão assim, até o fim dos mil anos. Durante esse período, Satanás permanecerá preso circunstancialmente (Ap 20:3).

Enquanto, na terra, o cenário é de desolação, no céu, os crentes estarão reinando ao lado de Cristo. Eles se as-sentarão em tronos para julgar as tribos de Israel (Mt 19:28), o mundo que re-jeitou o Messias (1 Co 6:2) e até mesmo os anjos rebeldes (1 Co 6:3). No milê-nio, os justos celebrarão as bodas do Cordeiro e festejarão a vitória gloriosa de Jesus (Ap 19:4-9). Estes, portanto, são os dois cenários existentes durante o milênio: o céu e a terra. No céu, es-tarão os justos em festa; na terra, Sata-nás, preso, com os ímpios mortos.

Em terceiro lugar, veja os fatos que marcarão o término do milênio: São seis os acontecimentos que mar-carão o final desse período. O primei-ro será a ressurreição dos ímpios (Ap 20:5a). No final do milênio, “Deus per-mitirá que os injustos voltem a viver, para receberem o veredicto e o castigo final”.2 Isso nos leva ao segundo acon-

2. O Doutrinal: nossa crença ponto a ponto (2012:309).

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tecimento: Satanás será solto e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra a fim de ajuntá--las para a guerra (Ap 20:7-8).

Neste momento, ocorrerá o ter-ceiro acontecimento: a Nova Jerusa-lém descerá do céu com os santos (Ap 21:2). Então, todos os ímpios, arregimentados por Satanás, pre-parar-se-ão para a grande batalha cósmica. Este será o quarto aconte-cimento. Já o quinto será a interven-ção decisiva de Deus, enviando fogo dos céus e colocando um “ponto final” na batalha (Ap 20:9). Os in-

justos serão completamente elimi-nados; a justiça será feita.

Em seguida, Deus lançará Sa-tanás no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e falso profeta (Ap 20:10). Assim, o mal será com-pletamente extinto do universo (Ap 20:14-15), o que desencadeará o sexto e último acontecimento, que marcará o fim do milênio: o início de uma nova era (Ap 21–22), com no-vos céus e nova terra (Ap 21:1), sem dor, morte ou choro (Ap 21:4). Os justos viverão em uma terra refeita (2 Pd 3:13). A eternidade os espera.

Para refletir...Para refletir...

01. Leia Ap 19:7-9,11-16, 20:5-6; 1 Ts 4:15-17; o comentário anterior, e descreva os fatos que marcarão o início do milênio. Comente em classe acerca desses fatos.

02. Com base em Ap 19:17-21, 20:3,4,6 e no comentário anterior, discuta em classe sobre o que acontecerá no céu e na terra durante o milênio.

03. Seis acontecimentos marcarão o término do milênio. Descreva-os e comente em classe sobre esses acontecimentos. Recorra ao comentário anterior e aos textos bíblicos citados.

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Existem, pelo menos, três posições teológicas que diferem da maneira como nós entendemos o milênio: amilenismo, pós-milenismo e pré-mi-lenismo pré-tribulacionista. Comece-mos com o primeiro. Os amilenistas sustentam que não existe nenhum milênio futuro, que este seria um nú-mero simbólico usado para descrever o longo período do reinado de Jesus sobre os corações. Este período teria começado no início da Era Cristã e findaria com o retorno de Jesus.

Não somos amilenistas, pois cre-mos na literalidade da expressão “mil anos”. Essa expressão aparece seis vezes em Apocalipse 20. Não pode-mos espiritualizar o milênio dizendo que se trata do reinado espiritual de Cristo sobre os corações humanos, até porque a ressurreição dos justos, que aparece em Apocalipse 20:4, é física e não espiritual. Assim, enten-demos que o amilenismo não explica o milênio de maneira satisfatória.

Por sua vez, os defensores do pós-milenismo entendem que Jesus voltará após o milênio e que este será na terra. Essa é uma visão oti-

mista segundo a qual uma era mi-lenar será implantada no mundo, “por meio da pregação do evange-lho e das missões a todos os povos da Terra”.3 Como consequência, o cristianismo conseguiria resolver os grandes problemas mundiais (como fome, injustiça, criminalidade etc.), e seria inaugurada, assim, uma era áurea de paz e prosperidade.

Entretanto, os pós-milenistas, com seu otimismo, desconsideram que, de acordo com a Bíblia, “a re-jeição do evangelho, a apostasia e as perseguições aos crentes parecem continuar até o fim dos tempos”4 (Mt 24:8-12). Outro erro dos pós-mi-lenistas é entenderem que o milênio será na terra. E a promessa de Jesus, apresentada em Jo 14:1-3, de que levaria para o céu os crentes? Sem dúvida, o pós-milenismo também não consegue explicar satisfatoria-mente o capítulo 20 de Apocalipse.

Quanto ao pré-milenismo pré--tribulacionista, seus defensores en-

3. Ferreira (2007:1104).

4. Severa (2008:443).

2. Refutando o contradizente

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tendem que “Cristo voltará não só antes do milênio (a volta de cristo pré-milenar), mas também (...) antes da grande tribulação (a volta de Cris-to pré-tribulacional)”.5 Os que assim pensam apregoam o rapto ou arreba-tamento secreto da igreja, afirmando que os crentes serão arrebatados an-tes da grande tribulação, que, segun-do eles, durará sete anos e antecede-rá o retorno de Cristo à terra.

Essa posição, como as demais, in-corre em alguns equívocos. O primei-ro diz respeito ao rapto secreto da igreja. O retorno de Jesus será pesso-al, publico e visível a todos (Ap 1:7 Mt 24:29-30). Não existe arrebatamento

5. Grudem (1999:949).

secreto! O segundo erro, consequên-cia deste primeiro, diz respeito à ideia de que os crentes não passarão pela grande tribulação. Todavia, os crentes passarão, sim, por um período de in-tensa perseguição, antes do retorno de Jesus Cristo (Mc 13:9-13; Ap 13:7).

Assim, essas são as três posições que diferem de nosso modo de pen-sar acerca do milênio. Vimos cada uma de modo extremamente sucin-to, já que não teríamos espaço para uma exposição mais abrangente e profunda. Entretanto, no pouco que vimos, pudemos perceber que ne-nhuma delas consegue explicar satis-fatoriamente o capítulo 20 de Apo-calipse, e é por isso que permanece-mos firmes em nossa convicção.

Para refletir...Para refletir...

04. Descreva como os amilenistas entendem o milênio e discuta em classe quais são os equívocos desta posição teológica. Recorra ao primeiro e ao segundo parágrafos do comentário anterior.

05. Discuta em classe sobre o ponto de vista do pós-milenismo. Mostre quais são os seus erros. Recorra ao comentário e a Mt 24:8-12; Jo 14:1-3.

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Muitos são os que acreditam que, no futuro, o mundo se tornará um lugar melhor para se viver; que a civi-lização humana evoluirá; que os efei-tos do desiquilíbrio ambiental serão amenizados; que a ciência avançará e encontrará as respostas para os gran-des dilemas humanos, inclusive a cura para as nossas doenças. Entretanto, a Bíblia nos diz que as coisas não irão melhorar no futuro. O mundo não se tornará um lugar melhor para se viver.

Jesus afirmou que os sinais que an-tecederiam sua vinda não seriam nada agradáveis: engano religioso, guerras, violência, fome, enfim, um verdadei-ro caos mundial (Mt 24:1-14). E mais: nós, cristãos, seríamos perseguidos por amor a ele (Mt 24:9). Em alguns lugares, isso já acontece, mas, ao que parece, no final, essa perseguição se intensificará. Assim, não se iluda com o otimismo secular. Fique atento aos sinais. Persevere até o fim.

06. Leia Ap 1:7; Mt 24:29-30 e comente em classe sobre o pré-milenismo pré-tribulacionista. Como eles entendem o milênio? Os crentes serão arrebatados antes da grande tribulação? Mostre seus equívocos bíblicos.

II A DOUTRINA APLICADA

1. Você, que crê na doutrina do milênio no céu, viva com perseverança!

Talvez sua vida não esteja sendo nada fácil agora. Você pode estar passando por dificuldades financei-ras, sofrendo de uma doença grave, passando por problemas emocionais ou crises familiares. Pode ser também que você esteja sentindo a terrível dor

da decepção ou mesmo da traição. No entanto, existe uma pequena pa-lavra que, há muito, tem trazido paz e consolo aos cristãos: céu. Sim, esta palavra deve lhe trazer esperança!

É para o céu que Jesus garantiu que iria nos levar. Ele disse: Vou preparar

2. Você, que crê na doutrina do milênio no céu, viva com expectativa!

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100 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

PARA VIVER...Para VIVER...

7. Você já parou para pensar que os momentos que antecederão o retorno de Jesus à terra serão extremamente difíceis para nós, cristãos? Você está disposto a perseverar até o fim? Pense nisso!

8. Você tem vivido sua vida com a expectativa de ir para o céu com Jesus? Comente em classe sobre os efeitos benéficos dessa esperança cristã.

MEU DESAFIO

Não podemos nos enganar com o otimismo secular, a partir do qual se vê a civilização humana em evolução para a cons-trução de um mundo melhor. Não. Dias maus nos esperam; por isso, precisamos perseverar. Por outro lado, não podemos viver sem esperança. Temos a promessa de viver mil anos no céu e, depois, a eternidade toda ao lado do nosso Senhor Jesus Cristo.

Viveremos para sempre sem morte, dor ou tristeza (Ap 21:4). Assim, seu desafio, nesta semana, será o de dizer isso a alguém. Pode ser a algum familiar seu, que ainda não se converteu, ou, então, a alguém do seu trabalho ou da sua faculdade, a um ami-gou ou mesmo à vizinhança. Experimente dizer isso a alguém que sofre. Diga que há esperança, que Jesus voltará!

morada para vocês. E quando tudo es-tiver pronto, então eu virei buscar todos (Jo 14:2-3 – NBV). Paulo afirma que ire-mos nos encontrar com Jesus nos ares, em seu retorno (1 Ts 4:15-17). É claro

que não iremos morar lá para sempre. Como vimos, Apocalipse 20 nos diz que passaremos mil anos no céu. Tudo o que nos causa dor hoje, desaparece-rá! Viva com essa expectativa!

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SÁBADO ESPECIAL

Escola Bíblica ePrograma de Culto

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102 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 332 • BJ 331

1313 DE JULHO DE 2013

o lugar das crianças no Reino

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e os Podcasts deste capítulo em

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OBJETIVO

Mostrar, por meio do exemplo de Jesus, que as crianças são importantes no reino de Deus e que a igreja deve valorizá-las em suas ações.

TEXTO BÁSICO

Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. (Mc 10:14b)

LEITURA DIÁRIA

D 22/12 Dt 6:1-9

S 23/12 Sl 8:2

T 24/12 Sl 139:13-16

Q 25/12 Pv 22:6

Q 26/12 Mt 18:1-5

S 27/12 Mc 10:13-16

S 28/12 2 Tm 3:14-15

INTRODUÇÃO

Antes de iniciar o estudo desta lição, refli-ta a respeito do momento em que ingressou na igreja. Você se lembra da idade em que aceitou a Jesus como Salvador? Seria até in-teressante fazer uma pesquisa em sua clas-se para verificar a idade em que as pessoas vieram para a igreja. Certamente, boa parte delas dirá que aceitou a Jesus ainda na in-fância ou na adolescência.

A igreja é um lugar em que a presença das crianças é notória. Como as tratamos? Como olhamos para elas? Devemos pensar em estratégias para alcançar crianças? O que Jesus tem a nos ensinar a este respeito? É isso que veremos no presente estudo, com base no texto de Mc 10:13-16. Jesus estava a caminho de Jerusalém, a caminho da cruz, mas, mesmo assim, encontrou tempo, em sua agenda, para acolher as crianças. Isso mostra o quanto estas são importantes para ele,1 como estudaremos.

1. Lopes (2006a:447).

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1. Jesus é acessível

A sociedade é muito hostil em rela-ção às crianças. Pense no abandono, no trabalho infantil, na pedofilia, na agres-são física etc. Crianças no Brasil e no mundo sofrem. Os ataques do maligno parecem estar cada vez mais ferrenhos.

Sendo assim, é bom que estejamos sempre prontos a ajudá-las a se aproxi-marem de Deus, para serem protegidas dessas investidas. Jesus nos ensina a agir de modo que aproximemos as crianças dele. Aprendamos com suas ações.

O texto de Marcos 10:13-16 diz que Jesus estava ensinando as mul-tidões, quando apareceram pessoas com crianças para que as abenço-asse. As pessoas que trouxeram as crianças possivelmente eram os pais ou os responsáveis. A palavra grega para crianças (paidion) indica todas as idades, desde os recém-nascidos até a pré-adolescência.2

Naquela época, era costume que pais levassem os filhos aos rabinos para que estes lhes impusessem as mãos e os abençoassem. Portanto, era natural que os pais ou responsá-veis levassem suas crianças a Jesus.3 Claro que Jesus não era um simples

2. Lopes (2006a:448).

3. Wiersbe (2006b:187).

rabino, mas alguém que poderia ofe-recer mais do que oração.

Nesta ocasião, Jesus estava em via-gem para Jerusalém. Em direção a sua aflição na cruz. Contudo, estava dis-ponível para atender pais com crian-ças. Jesus, diferentemente dos líderes judeus de sua época, estava acessível, era popular; não priorizava assuntos administrativos, mas pessoas; vivia perto do povo e recebia quaisquer ti-pos de pessoas, inclusive crianças.

Jesus dedicava tempo, em seu cro-nograma, para atender os necessitados. Há livre acesso às crianças no reino de Deus, pois o evangelho é para toda cria-tura (Mc 16:15). O evangelho é simples e serve para todas as idades. Tomemos como prioridade encaminhar as crianças a Cristo, pois ele está acessível a todas.

I AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

Choca-nos ler que os discípulos fo-ram obstáculos às crianças, ao invés de serem facilitadores. A repreensão

deles foi severa, segundo o texto ori-ginal. Quais seriam os pretextos para agirem assim? É possível que tenham

2. Jesus é facilitador

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3. Jesus é afetuoso

Após ensinar aos discípulos que o reino de Deus está disponível para as crianças, Jesus dá uma das mais belas demonstrações de afeto que podemos presenciar nos evange-lhos. A intenção dos pais era levar as crianças a Jesus para que lhes im-pusesse as mãos. Entretanto, Jesus foi além. Pegou as crianças no colo, impôs as mãos e as abençoou.

Observe quanto amor. A expres-são tomar em seus braços também tem o sentido de abraçar. Como é importante o toque afetuoso para as crianças! Perceba que Jesus não as abençoou coletivamente, mas abra-çou cada uma das crianças, ofereceu carinho e atendimento individual.7

7. Champlin (1979:747).

repelido as crianças por considerá-las insignificantes, o que era comum na cultura judaica; por imaginar que eram pequenas demais para crerem nos en-sinos, ou, talvez, apenas por querer poupar Jesus de mais incomodo.4

Certamente esqueceram ou ig-noraram o ensino de Jesus (cf. Mc 9:36-37). O contraste entre a ati-tude de Jesus e a dos discípulos é notável. Jesus ficou indignado com o desprezo dos discípulos. Seu sen-timento foi de insatisfação, tanto que os advertiu publicamente. Je-sus facilitou o acesso das crianças a ele e as abençoou.

A responsabilidade de toda a igreja é aproximar as crianças de Jesus. A igreja estará falhando, se negligencia este papel. Aliás, “ne-nhuma igreja pode ser considera-da saudável se não acolhe bem as

4. Mulholland (1999:158).

crianças”.5 Jesus aproximou de si os pequenos, encorajou aqueles pais e nos encoraja a trazê-las também, porque as bênçãos do evangelho são para todos. Jesus ainda fez uma revelação: farão parte do seu reino os que se assemelharem às crianças. Adultos precisam espelhar-se no comportamento dos pequenos.

Crianças são despretensiosas, re-ceptivas, crédulas e dependentes. São exemplos para nós, adultos, cheios de arrogância, questiona-mentos e independência. É mais fácil para elas aceitar e assumir o evangelho de Cristo. Trabalhar com crianças é gratificante, pois elas aceitam o evangelho sinceramente. Toda a Bíblia, quando bem explica-da, é acessível aos pequenos, já que ainda não estão sobrecarregados de ensinos e crenças pagãs.6

5. Ryle (1994:123).

6. Spurgeon (2004:47, 63).

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Esse ato de acolher nos braços tam-bém demonstra proteção, valoriza-ção e aceitação.8

O texto diz que Jesus as abençoou, e o verbo grego indica que o fez ar-dentemente. Isto significa que seu ato foi intenso, demonstrando assim seu grande afeto. Jesus as acolheu e depois as abençoou. É assim que de-vemos fazer. A igreja deve acolher as crianças com amor. É importante que elas tenham guardados na memória as sensações boas da infância na igre-ja e o ensino eficaz que lá receberam.

Aquelas crianças não amadurece-

8. Lopes (2006a:456).

ram segundos após serem acolhidas por Jesus. Lembre-se disto: crianças que aceitam Jesus continuam sendo crianças. Não espere que amadureçam e deixem de ser inquietas. Nossa tarefa é acolher, compreendendo sua idade; ensinar-lhes o evangelho, e suplicar a bênção de Deus para as suas vidas.

Pense nos filhos de não crentes. Já imaginou se o evangelho da salva-ção só fosse oferecido aos seus pais? Que possamos ter os meninos e as meninas em vista, em nossas ações evangelísticas e de ensino. Que nos-sas igrejas possam ser disponíveis, acolhedoras e que promovam o acesso das crianças a Jesus.

01. Leia o primeiro comentário e explique como Jesus se mostrava acessível às crianças. Sua igreja tem sido acessível aos pequenos? Se não, como pode melhorar neste aspecto?

02. Leia o segundo comentário e comente sobre a importância de sermos facilitadores do acesso das crianças ao evangelho. Liste ações que a igreja pode promover tendo isso em vista.

03. Por que é mais fácil para as crianças aceitarem o evangelho?

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106 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Crianças são dependentes. Sozi-nhas, não chegarão a Jesus; preci-sam de quem as encaminhe. Você, que é pai ou mãe, é o primeiro disci-pulador do seu filho. A Bíblia sempre traz à luz a necessidade de os pais discipularem os seus filhos e falarem sobre Deus a eles (Dt 6:4-9, 20-25). Timóteo conhecia as sagradas letras, devido ao trabalho árduo e diário de ensino de sua mãe e de sua avó. E você, o que tem feito pelo seu filho?

Pais, não tenham medo de dizer à criança que ela tem uma natureza pecaminosa, pois, somente assim, ela sentirá necessidade de um Sal-vador. Procure aproveitar todas as oportunidades para ensinar sobre Cristo ao seu filho. Nunca é cedo para começar. Às vezes, damos aos nossos filhos boa educação, rou-pas novas, conforto e brinquedos; mas será que estamos oferecendo o mais importante?

II LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

04. Com base no terceiro comentário, explique que atitudes de Jesus demonstraram seu afeto pelas crianças. Como podemos imitar seu comportamento?

1. Pais, conduzam suas crianças a Jesus!

05. Quais devem ser os primeiros discipuladores das crianças? Você já assumiu esta responsabilidade ou acredita que a igreja deve se encarregar dela?

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Através do exemplo de Jesus, a igreja é incentivada a valorizar as crianças em suas ações e planejamen-tos. Já aprendemos que a igreja preci-sa estar disponível para as crianças e oferecer-lhes o ensino do evangelho. Que nunca sejamos obstáculos. Mes-mo que não impeçamos as crianças de frequentar a igreja, acabamos por nos tornar empecilho a elas, quando as confinamos em uma única classe, mui-tas vezes, abafada e entulhada com coisas de outros departamentos, ou mesmo quando priorizamos a cons-trução de templos suntuosos, sem a preocupação com a construção de sa-las infantis adequadas e confortáveis.

Muitos pensam no departamen-to infantil como lugar para colocar crianças, a fim de que estas não im-portunem nos cultos. Sendo assim, são apresentadas às crianças ativida-des de entretenimento: assistir a fil-mes ou desenhar, como se entreter fosse a principal função do depar-tamento infantil. É desperdício de tempo trazer crianças para a igreja e não priorizar o ensino verdadeiro. Professores do departamento infan-til são valorosos, pessoas que talvez nunca estejam em evidência. Que a igreja possa valorizar seu trabalho e não esquecer que a responsabilidade não é apenas deles.

2. Igreja, valorize suas crianças em suas ações!

06. Como você, mesmo não trabalhando diretamente com o departamento infantil, pode facilitar a vinda e a permanência de crianças na igreja?

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DESAFIO EVANGELÍSTICO

Seu desafio, nesta semana, é tomar a responsabilidade do evan-gelismo infantil sobre si. Pode ser que você não tenha a didática apropriada para o trabalho com crianças; contudo, sua disposição em contribuir nunca será desprezada. Pode contribuir oferecendo sua casa para a formação de um projeto evangelístico, fornecendo o lanche ou recursos financeiros, ou, ainda, oferecendo seu carro para transportá-las à igreja.

Você também pode contribuir tornando o ambiente da igreja acessível às crianças. Abrace-as, dê-lhes carinho, telefone ou visite as ausentes. É simples: só precisa estar disponível. Trabalhos evan-gelísticos com crianças, além de produzirem mais frutos, permitem que elas tenham a vida inteira para servir ao Senhor. Lembre que cada hora gasta e os recursos financeiros dispensados redundarão em glória ao Senhor.9 Assuma essa responsabilidade.

9. Spurgeon (2004:53).

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SÁBADO ESPECIALSugestão para programa de culto

Abertura: Monólogo – “Entre em ação”

Os portões da cidade estão enterrados no entulho, e as suas trancas foram despe-daçadas. O rei e as autoridades estão espa-lhados pelas nações pagãs. Não se ensina mais a lei, e os profetas não recebem mais visões de Deus, o Senhor. Os moradores mais velhos de Jerusalém estão sentados no chão, em silêncio. Em sinal de tristeza, puseram terra na cabeça e vestiram roupa feita de pano grosseiro.As moças estão ajo-elhadas, com a cabeça encostada no chão.

Os meus olhos estão gastos de tanto chorar; estou muito aflito. A tristeza acabou comigo por causa da destruição do meu povo, e porque vejo crianças e bebês mor-rendo de fome nas ruas da cidade. Essas crianças dizem: “Mamãe, estou com fome! Mamãe, estou com sede!” Elas caem pelas ruas, como se estivessem feridas, e morrem aos poucos nos braços das mães.

Jerusalém querida, o que posso lhe di-zer? Como posso consolar você? Nunca ninguém sofreu assim; a sua ruína é tão grande como o mar. Quem poderá lhe dar esperança?

Você, mensageiro de boas notícias para Jerusalém, suba um alto monte; você, mensageiro de boas notícias para Sião, entregue a sua mensagem em voz alta. Fale sem medo com as cidades de

Judá e anuncie bem alto: “O seu Deus está chegando!”.

O Senhor Deus está vindo cheio de força; com o seu braço poderoso, ele conseguiu a vitória. E ele traz consigo o povo que ele salvou. (Lamentações 2:9-13, 21a; Isaías 40:9, 10a)

Hino: 10 BJ – “Trabalho cristão”

Leitura bíblica: 1 Pedro 4:7-11

O fim de todas as coisas está perto. Sejam prudentes e estejam alertas para poder orar. Acima de tudo, 114 Lições Bí-blicas – 4º Trimestre de 2013 amem sin-ceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos pecados. Hospedem uns aos outros, sem reclamar. Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros!

Quem prega pregue a palavra de Deus; quem serve sirva com a força que Deus dá. Façam assim para que em tudo Deus seja louvado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o poder para todo o sempre! Amém!

Oração

Palavra pastoral

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110 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2013

Dedicação das ofertas e dos dízimos – (música instrumental ou cântico)

Louvores:

Cantarei teu amor – Martin Smith

Dos montes corre para o mar teu rio de amor por mim; Eu abrirei meu coração, deixando a tua cura entrar, Me alegro por te pertencer, levantarei as minhas mãos, O teu amor me alcança e me faz lou-var-te. Cantarei teu amor pra sempre, canta-rei teu amor. (2x) Meu coração exulta, de alegria eu canto,Se o mundo conhecer a ti,Ele se encherá com tua alegria.

Teu povo – Elias Loureiro – Vencedo-res por Cristo

É o teu povo aqui presente;Todos numa só vozDeclarando que só tu és grande.Exaltamos teu doce nome,Pelo amor, pela cruz,Por teu filho Jesus, pois és santo, Sim, és digno de louvor e de ser ado-rado;És bondoso, Pai querido;Dentre todas as coisasTu és verdadeiro Senhor. (2x)

O meu querer – Paulo César Baruk

Cada vez que eu abrir a minha boca, Cada vez que eu olhar na direção de alguém,

Cada vez que, passo a passo, eu che-gar em algum lugar, Seja a tua voz, sejam teus olhos, se-jam os teus pés. Cada vez que eu tocar num rosto em pranto, Cada vez que eu fizer o que já não se faz, Cada vez que, em silêncio, eu doar a outra face, Sejam tuas mãos, seja tua graça e o teu amor. Eu quero te servir, eu quero te obedecer, Viver tua vontade, refletir tua verdade, Te honrar com minha vida, em tudo te adorar,Mestre, amigo, amado Jesus,Esse é o meu querer. Cada vez que eu tocar num ombro amigo, Cada vez que eu fizer o que já não se faz, Cada vez que, em silêncio, eu doar a outra face, Serei tuas mãos, venha tua graça e o teu amor.

Mensagem: “O desafio da missão ur-bana”

Apelo

Momento de oração

Hino: 165 BJ – “Trabalhai e orai”

Bênção apostólica

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O Evangelho

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Sua história impactou o mundo A luz de Jesus.

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