4 técnicas de estivagem (tes)

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MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO TÉCNICAS DE ESTIVAGEM (TES) 1ª edição Belém-PA 2009

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Page 1: 4 técnicas de estivagem (tes)

MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS

ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO

TÉCNICAS DE ESTIVAGEM (TES)

1ª edição

Belém-PA

2009

Page 2: 4 técnicas de estivagem (tes)

2

© 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas

Autor: CLC Arlindo Nazareth Carvalho Santos

Revisão Pedagógica: Erika Ferreira Pinheiro Guimarães Suzana

Revisão Ortográfica: Esmaelino Neves de Farias

Digitação/Diagramação: Roberto Ramos Smith

Coordenação Geral: CC. Maurício Cezar Josino de Castro e Souza

____________ exemplares

Diretoria de Portos e Costas

Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro

Rio de Janeiro, RJ

20090-070

http://www.dpc.mar.mil.br

[email protected]

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro

de 1907

IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL

Page 3: 4 técnicas de estivagem (tes)

3

SUMÁRIO

1. ESTIVA ........................................................................................................... 6 1.1- Definição .................................................................................................. 6

1.2- função e composição do terno de estiva .................................................. 6

1.3- atribuições do estivador, do conferente, do consertador, do vigia e do

contramestre ............................................................................................ 7

1.4- finalidade e principais atribuições do órgão de gestão de mão-de-obra

do trabalho portuário (ogmo) .................................................................. 11

1.5- normas de segurança constantes da nr-29 da secretaria de segurança

e saúde no trabalho do ministério do trabalho e do emprego ................ 13

2. PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EMBARQUE ......................................... 19 2.1 - Definições de fator de estiva e quebra de estiva ................................... 19

2.2 - unitização de carga e sua finalidade ..................................................... 23

2.3 - principais métodos de unitização de carga ............................................ 24

2.4 - vantagens e desvantagens na utilização de contêineres ...................... 25

2.5 - cuidados a serem observados na estufagem e na desestufagem de

contêineres ............................................................................................ 26

2.6 - vantagens e desvantagens da carga unitizada sob o processo de

amarrado ................................................................................................ 28

Tarefa 3 ......................................................................................................... 99

3. TÉCNICAS DE ESTIVAGEM. ....................................................................... 33 3.1 - Atividades desenvolvidas pelo pessoal do bloco na faina de

estivagem ............................................................................................... 33

3.2 - atividades desenvolvidas e responsabilidades dos tripulantes na faina

de estivagem .......................................................................................... 34

3.3 - técnicas de estivagem quando do carregamento de cargas

embaladas em caixarias, cartões e engradados. ................................... 35

3.4 - estivagem de cargas embaladas em sacarias ou em fardos ................. 36

3.5 - cuidados na estivagem de barris, tambores e baldes ........................... 38

3.6 - processo de estivagem de tubos de ferro fundido ................................. 38

3.7 - técnicas básicas para estivagem de trilhos, vergalhões, chapas de

aço, tubos, perfis e bobinas de chapas de aço ...................................... 39

3.8 - processos de estivagem de lingotes de cobre e alumínio ..................... 42

3.9 - processos de estivagem de madeira em tora e aparelhada .................. 42

Page 4: 4 técnicas de estivagem (tes)

4

3.10 - definição e uso de “big-bag” ................................................................ 43

3.11 - carregamentos de cargas rodadas para transporte em embarcações 43

3.12 - técnicas de estivagem de contêineres observando o “stack limit” do

local de estivagem. ................................................................................ 44

4. ESTIVAGEM DE GRANÉIS .......................................................................... 48 4.1 - Conceito e tipos de granéis ................................................................... 48

4.2 -ângulo de repouso ................................................................................. 49

4.3 - rechego no transporte de granéis sólidos e métodos de rechegar ........ 49

4.4 - espaço vazio, técnicas mais utilizadas para evitá-lo e cuidados

necessários quando da estivagem de granéis sólidos com outras

cargas .................................................................................................... 50

4.5 - escorregamento do grão em um porão ................................................. 51

4.6 - efeito de superfície livre e procedimentos básicos para estivagem de

granéis líquidos para evitar esse efeito .................................................. 52

5. SEPARAÇÃO DE CARGA ............................................................................ 55 5.1 - Separação de cargas e os recursos mais utilizados nesses processos 55

5.2 - finalidade da separação de cargas ........................................................ 55

5.3 - processo de separação para evitar contato com líquidos livres ............ 56

5.4 - processo de separação para ventilar a carga ........................................ 58

5.5 - separação para evitar o efeito da compressão da carga ....................... 58

5.6 - separação de carga como meio de evitar roubos, furtos e extravio ...... 58

5.7 - conceito de segregação e exemplos materiais que precisam ser

segregados ............................................................................................ 59

5.8 - utilização da tabela de segregação ....................................................... 60

6. ESTIVAGEM DE CARGA PERIGOSA ......................................................... 65 6.1 - Carga perigosa e mercadorias perigosas .............................................. 65

6.2 - exemplos de cargas perigosas .............................................................. 65

6.3 - classificação de cargas perigosas ......................................................... 66

6.4 - procedimentos legais determinados pela convenção internacional

para salvaguarda da vida humana no mar (cisvhm) e pela international

maritime organization (imo) para o transporte de cargas perigosas ...... 66

6.5 - procedimento preconizado pelo guia internacional de segurança para

navios tanques e terminais de óleo (isgott) para o recebimento e

transferência de combustível e produtos químicos. .............................. 67

7. ESTIVAGEM DE CARGA NO CONVÉS ....................................................... 69

Page 5: 4 técnicas de estivagem (tes)

5

7.1 - Principais cargas passíveis de serem estivadas no convés. ................. 69

7.2 - importância da peação da carga estivada no convés ............................ 69

7.3 - cuidados com a estivagem de carga no convés, e correta peação ....... 70

8. AVARIAS ...................................................................................................... 72 8.1 - Definição de avarias no transporte de carga e diferenciação entre

avaria dano e avaria despesa ................................................................ 72

8.2 - tipos de avarias ..................................................................................... 72

8.3 - avarias à embarcação, à carga e a ambas ............................................ 73

8.4 - avarias mais comuns verificadas no carregamento, no transcorrer do

transporte e no descarregamento. ......................................................... 73

8.5 - medidas a serem adotadas para evitar avarias ..................................... 74

8.6 - atividades do consertador de carga....................................................... 75

9. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES À ESTIVAGEM. ..................................... 79 9.1 - Plano de carga e os principais pontos nele abordados ......................... 79

9.2 - sequência de embarque da carga. ........................................................ 80

9.3 - como a distribuição da carga a bordo pode afetar a estabilidade da

embarcação. .......................................................................................... 81

9.4 - principais marcas encontradas nas embalagens das cargas ................ 82

9.5 - providências que devem ser tomadas antes da descarga de uma

embarcação. .......................................................................................... 83

9.6 - responsáveis nas diversas fainas de carregamento, transporte e

descarga. ............................................................................................... 84

Tarefa11 ...................................................................................................... 113

10. ESTIVAGEM DE CARGAS FRIGORIFICADAS ......................................... 91 10.1 - Processos mais usuais na estivagem de carga frigorificada ............... 91

10.2 - tipos de cargas frigorificadas em função da temperatura de

transporte ............................................................................................... 92

10.3 - cuidados básicos na preparação de porões ou câmaras frigoríficas

para recebimento da carga a ser transportada. ..................................... 93

10.4 - cuidados durante o embarque de carga frigorificada. .......................... 93

10.5 - procedimentos básicos para estivagem de carga em câmaras e

porões frigoríficos. ................................................................................. 94

10.6 - cuidados necessários no transporte de contêineres frigoríficos. ......... 94

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 116

Page 6: 4 técnicas de estivagem (tes)

6

1. ESTIVA Nesta unidade, você vai:

���� Definir estiva

���� Diferenciar as atribuições dos operadores de estiva

���� Explicar a finalidade e atribuições dos OGMO

���� Citar as normas de segurança constantes da NR-29

1.1 - Definição

De acordo com o Dicionário Ilustrado de Marinha, é o ato ou efeito de estivar, ou

seja, é o trabalho de carregar e descarregar navios.

1.2 - função e composição do terno de estiva

Os trabalhadores de estiva são operários sindicalizados que possuem

autonomia no seu serviço. Esse tipo de operário tem como função carregar e

descarregar toda a carga de uma embarcação e operar os serviços de limpeza dos

porões e rechego da carga após o carregamento.

Chamamos de terno a divisão da forma de serviço dos estivadores. Este poderá

variar, na proporção da carga operada, na legislação de todos os portos ou país. De

acordo com a antiga legislação, os ternos de estiva são compostos por um total de 14

trabalhadores, a saber:

a) um contramestre;

b) dois homens de portaló;

c) três guincheiros ou guindasteiros; e

d) oito homens de porão.

Page 7: 4 técnicas de estivagem (tes)

7

1.3 - atribuições do estivador, do conferente, do consertador, do vigia e do contramestre

Os contratos, as convenções e os acordos coletivos de trabalho deverão

estabelecer os processos de implantação progressiva da multifuncionalidade do

trabalho portuário, que deve abranger as atividades de capatazia, estiva, conferência

de carga, conserto de carga, vigilância de embarcações e bloco.

Denominamos, como o responsável pelo terno, o contramestre de terno. O seu

papel é o de orientar os serviços de acordo com as instruções recebidas do Imediato

do navio ou através do contramestre geral. É o estivador responsável pela disciplina e

pelo bom andamento dos trabalhos desenvolvidos por seus subordinados.

O contramestre geral, conhecido abreviadamente por “Geral”, é a maior

autoridade da estiva a bordo e a quem cabe resolver os casos pendentes, sempre

observando as instruções do Imediato do navio, seguindo seu plano prévio de carga e

a legislação em vigor.

Os homens de portaló controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o

desenvolvimento do trabalho dos guincheiros ou guindasteiros, o içamento das

lingadas no cais e o momento em que elas são arriadas nos porões dos navios. Para

que o trabalho seja bem feito, eles se posicionam estrategicamente à vista dos

guincheiros ou guindasteiros, ficando um na borda falsa do navio do lado do cais e o

outro junto à braçola da escotilha, com uma visão ampla do porão.

Os guincheiros ou guindasteiros são os homens que operam os guinchos dos

paus de carga e guindastes do navio.

Os homens de porão operam no carregamento, desfazendo as lingadas no

porão e transportam a carga por carrinho, empilhadeira, ou manualmente, até a

posição determinada pelo plano de carga. Na descarga, eles trazem os volumes dos

locais onde estão estivados até a direção vertical da boca da escotilha e aí preparam a

lingada que será içada pelo guindaste ou paus de carga movidos pelo guincho do

navio.

Há casos em que é criada uma suplementação de mão-de-obra denominada

“reforço”. Não existe, contudo, uma regra para utilização do reforço de estivadores; a

decisão pertence à própria entidade estivadora ou ao Órgão Gestor de Mão-de-Obra

(OGMO), algumas vezes por solicitação do próprio armador junto a um desses dois

operadores, para agilizar a operação.

Page 8: 4 técnicas de estivagem (tes)

8

Os serviços de capatazia são efetuados por empregados das administrações

dos portos, denominados de trabalhadores portuários. No porto, cada trabalhador

tem uma função específica no desempenho do carregamento e descarregamento das

embarcações, tais como: recebimento da carga nos portões do cais; transporte para os

armazéns, arrumação da carga nesses depósitos ou retirada desses depósitos e

transporte para a posição junto ao costado do navio, bem como o preparo da lingada;

recebimento das cargas dos caminhões e vagões de estradas de ferro, junto ao navio,

operação esta relacionada à exportação.

Na importação, os trabalhadores portuários são responsáveis pelo recebimento

da lingada em posição junto ao costado do navio, retirada do estropo da lingada do

gato do aparelho de carga, transporte dos volumes até os armazéns de trânsito,

arrumação nesses armazéns ou a entrega direta da carga ao caminhão ou vagão de

trem da estrada de ferro.

ESTIVA SÃO AS OPERAÇÕES A BORDO E CAPATAZIA SÃO AS OPERAÇÕES EM TERRA.

O conferente tem como finalidade, como o próprio nome indica, conferir a carga

que é operada no porto. Essa conferência é feita por espécie, peso, número, marca,

contramarca, procedência e destino, além da verificação do estado da mercadoria e

checagem do peso com o manifesto da carga. Os conferentes podem ser de pátio, de

guia, de balança, de porta, de lingadas, de plano e de manifesto. Nos navios de carga

geral, os conferentes de lingadas são os mais importantes, pois trabalham diretamente

com o navio.

Esta classe de trabalhadores está vinculada a um sindicato e são considerados

como trabalhadores avulsos; dessa forma, os conferentes são requisitados de acordo

com a necessidade de seus serviços pelo OGMO.

O controlista, também conhecido como separador, é um conferente que

trabalha ligado ao agente do navio, separando a carga a ser embarcada de acordo com

o plano de carga preparado pelo Imediato do navio. Na descarga, ele prepara e separa

a carga para a entrega ao dono, através dos fiéis de armazéns. É o controlista que

coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, evitando que

haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem, caminhões,

Page 9: 4 técnicas de estivagem (tes)

9

carretas, etc. O controlista é, portanto, o braço direito do Imediato do navio, por ser o

elo entre o navio e o sistema portuário; são profissionais que reúnem grande prática

nas operações portuárias e bom conhecimento das características de cada carga,

devendo sempre prevenir o Imediato dos riscos de carregar cargas incompatíveis no

mesmo porão. São trabalhadores avulsos e, por essa razão, são requisitados em

número necessário aos seus sindicatos de classe, pelo OGMO.

Consertadores são trabalhadores avulsos que trabalham nas operações de

carga e descarga dos navios. São os responsáveis pelo reparo das embalagens,

marcação, remarcação, carimbagem e etiquetagem da carga, bem como sua abertura

em caso de vistoria. O consertador só é dispensado para casos de cargas como

maquinarias, chapas, automóveis, animais, arame farpado, tratores, embarcações,

bananas em cacho, bobinas de papel, recipientes de vidro, bujões com ou sem gás,

carne frigorificada sem envoltório, contêineres, ou seja, carga às quais não se pode dar

reparo simples e imediato.

Vigia tem a função de controlar a entrada e saída das pessoas que circulam a

bordo de uma embarcação, durante as vinte e quatro horas do dia. Durante a noite,

controla a iluminação do navio, está atento à aproximação de embarcações suspeitas

(com o navio atracado ou fundeado), observa a normalidade da amarração do navio ao

cais ou do fundeio. É o responsável pelo içamento da bandeira nacional. Quando o

navio está operando, zela também para evitar que sejam roubados materiais

pertencentes ao navio.

O CONTRAMESTRE É O CHEFE DO TERNO.

O CONTRAMESTRE GERAL OU SIMPLESMENTE GERAL É A MAIOR AUTORIDADE DA ESTIVA A BORDO. É O EXECUTOR DAS ORDENS DO IMEDIATO DO NAVIO REPASSADAS PELO CONTROLISTA OU SEPARADOR.

CONFERENTES, CONTROLISTAS E CONSERTADORES SÃO MAIS TRÊS CATEGORIAS QUE TRABALHAM NA OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA DE UM NAVIO.

Page 10: 4 técnicas de estivagem (tes)

10

TTaarreeffaa 11..11

Assinale a alternativa correta:

1) Os estivadores que trabalham a bordo designados de homens de portaló:

a) controlam a entrada ou a saída de pessoas pelo portaló do navio.

b) controlam a entrada ou a saída de carga pelo portaló do navio.

c) controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o guindasteiro na operação de

carregamento, ao içar, movimentar e arriar as lingadas.

d) separam a carga a ser movimentada, cumprindo o plano de carga do navio.

2) A capatazia é a mão-de-obra exercida:

a) dentro da orla do cais.

b) fora da orla do cais.

c) nos porões de carga dos navios

d) pelos consertadores.

Após realizar a tarefa, passe para a próxima subunidade!

Page 11: 4 técnicas de estivagem (tes)

11

1.4 - finalidade e principais atribuições do órgão de gestão de mão-de-obra do

trabalho portuário (ogmo)

A Lei 8630, de 25/02/1993, no artigo 18, capítulo IV, determina que os

operadores portuários devam constituir, em todos os portos organizados, um Órgão de

Gestão de Mão-de-obra do Trabalho Portuário, tendo como finalidade e atribuições:

• administrar o fornecimento da mão-de-obra do trabalhador portuário e do

trabalhador portuário avulso;

• manter com exclusividade o cadastro do trabalhador portuário e o registro do

trabalhador portuário avulso;

• promover o treinamento e a habilitação profissional do trabalhador portuário,

inscrevendo-o no cadastro;

• selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;

• estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao

registro do trabalhador portuário avulso;

• expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e

• arrecadar e repassar aos respectivos beneficiários os valores devidos pelos

operadores portuários, relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso e aos

correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários.

ALÉM DE OUTRAS ATRIBUIÇÕES, CABE AO OGMO IMPLANTAR O PROCESSO PROGRESSIVO DE MULTIFUNCIONALIDADE DO TRABALHO PORTUÁRIO, ATRAVÉS DE TREINAMENTOS E DE CURSOS DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL.

Page 12: 4 técnicas de estivagem (tes)

12

TTaarreeffaa 11..22

Complete as lacunas com os termos apropriados de modo a tornar corretas as

sentenças formuladas abaixo:

1) O Órgão de Gestão de Mão-de-Obra é quem organiza e

________________________ os trabalhadores portuários habilitados e mantém o

registro dos trabalhadores portuários avulsos.

2) Chamamos de _________________________ a divisão da forma de serviço dos

estivadores.

Após realizar a tarefa, passe para a próxima subunidade!

Page 13: 4 técnicas de estivagem (tes)

13

1.5 - normas de segurança constantes da nr-29 da secretaria de segurança e saúde no trabalho do ministério do trabalho e do emprego

Normas regulamentadoras (NR-29)

29.1.1 Objetivo – Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças

profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores

condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

29.1.2 Aplicabilidade – As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos

trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos

demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações

portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora do porto

organizado.

29.1.3 Definições

Terminal Retroportuário – é o terminal situado em zona contígua ao porto organizado

ou instalação portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da

zona primária, demarcada pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os

serviços de operação, sob controle aduaneiro, com carga de importação e exportação,

embarcada em contêineres, reboques ou semi-reboques.

Zona Primária – é a área alfandegada para a movimentação ou armazenagem de

cargas destinadas ou provenientes do transporte aquaviário.

Tomador de Serviço – é toda pessoa jurídica de direito público ou privado que, não

sendo operador portuário ou empregador, requisite trabalhador portuário avulso.

Pessoa Responsável – é aquela designada por operadores portuários, empregadores,

tomadores de serviço, Comandantes de embarcações, Órgão de Gestão de Mão-de-

Obra (OGMO), sindicatos de classe, fornecedores de equipamentos mecânicos e

outros, conforme o caso, para assegurar o cumprimento de uma ou mais tarefas

Page 14: 4 técnicas de estivagem (tes)

14

específicas e que possuam suficientes conhecimentos e experiência, com a necessária

autoridade para o exercício dessas funções.

29.1.4 – Competências

29.1.4.1 ─ Competem aos operadores portuários, empregadores, tomadores de serviço

e OGMO, conforme o caso:

a) cumprir e fazer cumprir esta NR no que tange à prevenção de riscos de acidentes

do trabalho e doenças profissionais nos serviços portuários;

b) fornecer instalações, equipamentos, maquinários e acessórios em bom estado e

condições de segurança, responsabilizando-se pelo correto uso;

c) zelar pelo cumprimento da norma de segurança e saúde nos trabalhos portuários.

29.1.4.2 ─ Compete ao OGMO ou ao empregador:

a) proporcionar a todos os trabalhadores formação sobre segurança, saúde e higiene

ocupacional no trabalho portuário, conforme o previsto nesta NR;

b) responsabilizar-se pela compra, manutenção, distribuição, higienização,

treinamento e zelo pelo uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e

equipamentos de proteção coletiva (EPC);

c) elaborar e implementar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) no

ambiente de trabalho portuário;

d) elaborar e implementar o Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional

(PCMSO) abrangendo todos os trabalhadores portuários.

29.1.4.3 ─ Compete aos trabalhadores:

a) cumprir a presente NR, bem como as demais disposições legais de segurança e

saúde do trabalhador;

b) informar ao responsável pela operação de que estejam participando, as avarias ou

deficiências observadas que possam constituir riscos para o trabalhador ou para a

operação;

Page 15: 4 técnicas de estivagem (tes)

15

c) utilizar corretamente os dispositivos de segurança – EPI e EPC, que lhes sejam

fornecidos, bem como as instalações que lhes forem confiadas.

29.1.4.4 ─ Compete às administrações portuárias, dentro dos limites da área do porto

organizado, zelar para que os serviços se realizem com regularidade, eficiência,

segurança e respeito ao meio ambiente.

Fazem parte ainda das disposições iniciais da NR-29 a determinação da criação do

Plano de Controle de Emergência (PCE) e o Plano de Ajuda Mútua (PAM).

29.1.5 – Instruções Preventivas de Riscos nas Operações Portuárias

29.1.5.1 – Para adequar os equipamentos e acessórios necessários à manipulação das

cargas e providenciar medidas de prevenção, os operadores portuários, empregadores

ou tomadores de serviço ficam obrigados a informar às entidades envolvidas com a

execução dos trabalhos portuários, com antecedência de no mínimo 48 horas, o

seguinte:

a) peso dos volumes, unidades de carga e suas dimensões;

b) tipo e classe do carregamento a manipular;

c) características específicas das cargas perigosas a serem movimentadas ou em

trânsito.

29.1.6 – Plano de Controle de Emergência – PCE e Plano de Ajuda Mútua – PAM.

29.1.6.1 – Cabe à administração do porto, ao OGMO e empregadores, a elaboração do

PCE, contendo ações coordenadas a serem seguidas nas situações descritas neste

subitem e compor com outras organizações o PAM.

29.1.6.2 – Devem ser previstos os recursos necessários, bem como linhas de atuação

conjunta e organizada, sendo objeto dos planos as seguintes situações:

a) incêndio ou explosão;

b) vazamento de produtos perigosos;

Page 16: 4 técnicas de estivagem (tes)

16

c) queda de homem ao mar;

d) condições adversas de tempo que afetem a segurança das operações portuárias;

e) poluição ou acidentes ambientais;

f) socorro a acidentados.

COMPETE À ADMINISTRAÇÃO DO PORTO, EMPREGADORES, TOMADORES DE SERVIÇO E OGMO CUMPRIR E FAZER CUMPRIR A NR-29 E A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTROLE DE EMERGÊNCIA (PCE) E O PLANO DE AJUDA MÚTUA (PAM).

Page 17: 4 técnicas de estivagem (tes)

17

Teste de autoavaliação da unidade 1

1) Denominamos ______________________________ o trabalho de carregar e

descarregar navio.

2) Os operários sindicalizados que possuem autonomia nos seus serviços, têm como

função carregar e descarregar toda carga de uma embarcação, operar os serviços de

limpeza dos porões e rechego da carga após o carregamento, são conhecidos por qual

nome?

3) Nos navios de carga geral, os conferentes considerados os mais importantes, pois

trabalham diretamente com o navio, são os de:

a) manifesto.

b) balança.

c) porta.

d) lingada.

4) Quem coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio,

evitando que haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem,

caminhões, carretas. É chamado de ____________________ ou

_____________________.

5) Os serviços de ________________________________ são efetuados por

empregados das administrações dos portos, denominados de trabalhadores portuários.

6) De acordo com a antiga legislação, os ternos de estiva são compostos por um total

de 14 trabalhadores, a saber:

a) ______________________ b) ______________________

c) ______________________ d) ______________________

Page 18: 4 técnicas de estivagem (tes)

18

7) O OGMO seleciona e _________________________ o trabalhador portuário

avulso.

8) O que criou a Lei 8.630, que dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos

portos organizados e das instalações portuárias, entre outras providências?

_______________________________________________________________

9) Conforme as normas regulamentadoras NR-29.1.4.3 da Secretaria de

Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e do Emprego, o que

compete aos trabalhadores?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

10) O terminal situado em zona contígua ao porto organizado ou instalação

portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da zona

primária, demarcada pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os

serviços de operação, sob controle aduaneiro, com carga de importação e exportação,

embarcados em contêineres, reboques ou semi-reboques são denominados de:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Page 19: 4 técnicas de estivagem (tes)

19

2. PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EMBARQUE

Nesta unidade, você vai:

���� Diferenciar fator de estiva e quebra de estiva

���� Descrever os principais métodos de unitização de carga

���� Definir carga pré-lingada

���� Citar as vantagens e desvantagens na utilização de contêineres

2.1 - Definições de fator de estiva e quebra de estiva

FATOR DE ESTIVA é o volume ocupado por uma tonelada de determinada

carga. No sistema métrico decimal é apresentado em m³/tm.

● O Fator de Estiva leva em consideração se a carga é ou não embalada, o tipo da

embalagem e a forma em que ela é estivada. Exemplo: milho a granel, milho ensacado,

milho em contêiner.

● A granel apresentará um fator de estiva mais baixo se houver um preenchimento dos

espaços mortos junto ao tope dos porões.

● O Fator de Estiva seria o inverso da densidade, não fosse também considerados os

espaços perdidos nas diversas modalidades de estivagem, também chamados de

ESPAÇO MORTO OU QUEBRA DE ESTIVA.

● Fator de Estiva do Navio é a relação entre o volume dos compartimentos de carga

pelo peso máximo de carga que o navio pode transportar.

Page 20: 4 técnicas de estivagem (tes)

20

CÁLCULO DO FATOR DE ESTIVA

A) Cálculo para determinação do Fator de Estiva de determinada carga embalada,

tirando-se as medidas de apenas um volume embalado.

1.000V

SISTEMA MÉTRICO ⇒⇒⇒⇒ Fe = ─────

P

V = volume em m³

P = peso em kg

Fe = peso em m³/tm.

NOTA: Na prática, para converter um fator de estiva do sistema inglês para

unidade métrica, basta dividi-lo por 35; pois 1m³ = 35,317 pés³.

B) Cálculo do fator de estiva, considerando uma partida ou bloco de um tipo de

carga, estivada em determinado espaço ou praça do navio

VOLUME

Fe = ───────

PESO

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1º EXERCÍCIO: Qual o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado

mede 1,00m x 0,50m x 0,70m e pesa 175 Kg?

1.000 (1,00m x 0,70m x 0,50m) 1.000 x 0,35 m³

Fe = ───────────────────── = ────────── = 2 m³/tm

175 Kg 175 Kg

Page 21: 4 técnicas de estivagem (tes)

21

2º EXERCÍCIO: Qual o fator de estiva de uma carga pesando 800 tm, estivada em uma

praça de 600 m³.

V 600 m Fe = ─── = ────── = 0,75m³/tm P 800 tm

QUEBRA DE ESTIVA é a perda de espaço dentro do porão do navio, em

consequência da má distribuição da carga, da má estivagem da carga, do tipo de

embalagem, do formato do porão etc.

A quebra de estiva é dada em função de percentagem do fator de estiva e a

mesma varia de navio para navio, de porão para porão, de estiva para estiva.

Quebra de estiva pode ser obtida através da seguinte equação: (Fe final – Fe inicial) 100 QE = ───────────────── Fe inicial

V Fef = ──── P Fef = fator de estiva final V = volume P = peso

Page 22: 4 técnicas de estivagem (tes)

22

EXERCÍCIO RESOLVIDO

3º EXERCÍCIO: Uma determinada carga com fator de estiva igual a 1,50 m³/tm ocupou

1,75m³/tm no porão nº 1 e 1,60 m³/tm no porão nº 2. Qual é a quebra de estiva de cada

porão para esta carga?

PORÃO 1 PORÃO 2

(1,75m³/t – 1,50m³/t) 100 (1,60m³/t – 1,50m³/t) 100 QE = ───────────────── QE = ─────────────────

1,50 m³/t 1,50 m³/t

QE (porão 1) = 16,7% QE (porão 2) = 6,7%

4º EXERCÍCIO: Estivar 200 toneladas de fardos de tecidos com Fe = 3 m³/tm a uma

altura de 4,50 m. Qual a extensão para vante que essa carga ocupará, já que ela será

estivada na antepara de ré do porão, considerando uma quebra de estiva de 30% e

que o porão mede 25m x 12m x 5m? Determinar também, quantos fardos terão em um

lote, se a altura do fardo é de 0,90m.

Resposta: extensão para vante = 13m 5 fardos por lote

(I) Fe = 3,00 m3/tm QE 30% = 0,9 m3/tm Fe f. = 3,90 m3/tm

(II) Fef =__V_ . . V = P x Fef = 200t x 3,90 m3/tm = 780 m3 P

.

(III) ÁREA = Largura x altura = 12 x 5m = 60 m2

(IV) Ext/AV = Volume : Área = 780 m3 : 60m2 = 13 metros

(V) 4,50m : 0,90m = 5 fardos por lote

Page 23: 4 técnicas de estivagem (tes)

23

5º EXEMPLO: Um porão de carga com capacidade de 1.250 m³ recebeu 150 toneladas

de chapas de ferro cujo Fe = 0,4 m³/tm. Quantos fardos de algodão de Fe = 3,0 m³/tm

podem ser estivados nesse porão, sabendo-se que 6 fardos pesam 1 tonelada?

Admite-se uma quebra de estiva de 4%.

(ΙΙΙΙ) (ΙΙΙΙΙΙΙΙ)

Fe = 0,4 m³/t V = P x Fef = 150 t x 0,416 m³/t = 62,4 m³

QE 4% = 0,016 m³/t

Fef = 0,416 m³/t

(ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ) (ΙΙΙΙV)

Porão = 1.250 m³ Fe = 3,00 m³/t

Volume Ferro = 62,4m³ QE 4% = 0,12 m³/t

Praça p/Fardos = 1.187,6m³ Fef = 3,12 m³/t

(V) (VΙΙΙΙ)

P = V : Fef = 1187,6 : 3,12 m³/t = 380,641 t 6 fardos ------- 1,0 t

x fardos ------- 380,641 t

Resposta: 2.283 fardos de algodão.

2.2 - unitização de carga e sua finalidade

Unitização de cargas é o processo de agrupar em uma só unidade, os volumes

que podem ser pré-lingados, embandejados ou paletizados e estivados dentro de

contêineres.

O processo tem a finalidade de aumentar a produtividade nos portos e diminuir

consideravelmente as estadias dos navios, que podem assim fazer mais viagens por

ano, e ganhar mais fretes.

Page 24: 4 técnicas de estivagem (tes)

24

2.3 - principais métodos de unitização de carga

Prélingada – As lingadas de sacarias são confeccionadas utilizando fitas de

nylon de 10cm de largura e resistência para três toneladas. As cargas são prélingadas

desde o embarque até a sua entrega ao consignatário, quando então as fitas de nylon

são retiradas para posterior devolução a seu proprietário. Apresenta maior rapidez na

operação de carga e descarga; menor valor no custo da estiva; boa ventilação;

despesas com lingas e maior quebra de estiva.

FIG-01

Referência: carga unitizada

Embandejada ou Paletizada – É ideal para a operação com empilhadeira, tanto

no cais e armazém, como no porão do navio.

www.iea.sp.gov.br www.logismarket.pt

FIG-2a FIG-2b

Conteinerizada – Chamada também de carga contentorizada, necessita de

equipamento especializado para a sua operação.

Page 25: 4 técnicas de estivagem (tes)

25

Naturalmente que a carga paletizada e a conteinerizada têm muito maior quebra

de estiva do que a carga geral solta, e exigem equipamentos mais pesados e potentes

para a sua movimentação, assim como pessoal especializado.

2.4 - vantagens e desvantagens na utilização de contêineres

Embora a conteinerização de cargas tenha revolucionado os meios de

transporte, ainda não é o sistema perfeito, ideal, pois apesar das inúmeras vantagens,

também apresenta desvantagens.

VANTAGENS:

• redução de perdas, roubos e avarias;

• possíveis reduções de custos de embalagens e rotulagem;

• estocagem de mercadorias em áreas descobertas;

• redução de mão-de-obra na movimentação da carga;

• redução das taxas de capatazia nos portos brasileiros;

• melhor controle de qualidade dos perecíveis;

• melhor segurança para o pessoal, carga e equipamentos;

• redução do tempo entre o produtor e o consumidor;

• melhoria no transporte de cargas perigosas; e

• desconto sobre o frete básico, sob certas condições, sendo o “porta a porta” o

mais usado. Os contêineres embarcam sobre carretas atreladas a cavalo mecânico, ou

os cavalos mecânicos serão atrelados no destino.

DESVANTAGENS:

• perda de espaço dentro do contêiner – quebra de estiva;

• exigência de equipamentos e acessórios de alto investimento para

movimentação de contêineres, nos locais de expedição e recebimento, e nos terminais,

por ocasião das operações de carga e descarga;

• pagamento do aluguel do contêiner;

• transporte de contêiner vazio para o local de estufagem;

Page 26: 4 técnicas de estivagem (tes)

26

• passível de pagamento de frete marítimo, que pode exceder o frete da

mercadoria se transportada sob outra modalidade de acondicionamento;

• considerável custo de reparo;

• acréscimos no valor do frete básico marítimo (“liner terms”) sobre certas

condições, sendo as mais comuns “Pier to House” e “Pier to Pier”; e

• custos elevados de administração.

2.5 - cuidados a serem observados na estufagem e na desestufagem de contêineres

Um ponto de grande importância, de menção indispensável, é a diferença entre

o volume útil do contêiner e o volume efetivamente ocupado pela carga acondicionada

dentro dele, provocada pela incompatibilidade entre as dimensões das embalagens e o

espaço disponível no interior do contêiner.

Essa diferença é chamada de Fator de Quebra de Estiva. A tabela a seguir é

resultado de uma pesquisa.

FATOR DE QUEBRA DE ESTIVA

TIPOS DE CONTÊINER QUEBRA DE ESTIVA

ISO DE 10 PÉS 17%

ISO DE 20 PÉS 12%

ISO DE 30 PÉS 10%

ISO DE 40 PÉS 8,9%

Page 27: 4 técnicas de estivagem (tes)

27

www.astrotecnologia.com.br

FIG-3

Referência: estufar ou ovar o contêiner.

Estufar um contêiner é enchê-lo de mercadoria. Em alguns portos e terminais

brasileiros, costuma-se usar o termo ovar no lugar de estufar. Não confundir, estufar

contêiner com estivar o contêiner, que é colocar o contêiner em sua posição correta.

Na estufagem do contêiner, o peso deve estar bem distribuído, além do que,

juntamente com o volume, não devem exceder seus limites de capacidade.

A distribuição do peso no piso do contêiner não pode exceder 4,5 tm/m² nos contêineres de 20 pés e 3,0 tm/m² nos de 40 pés.

A arrumação dos volumes deve aproveitar ao máximo o volume interno do

contêiner, reduzindo os riscos de movimentos internos durante o transporte. Nos

espaços vazios, que não puderem ser preenchidos com carga, devem ser usados

dunagem (barrotes, tábuas, caibros, papelão, isopor, sacos infláveis, papel etc.).

As caixas mais frágeis e com material mais leve devem ser arrumadas na parte

superior, diretamente em cima das mais pesadas. Caixas uniformes em peso e

tamanho podem ser empilhadas uma sobre a outra. As caixas de diferentes dimensões

e pesos, separadas, arrumadas e peadas adequadamente para evitar movimentos

independentes.

Page 28: 4 técnicas de estivagem (tes)

28

A estufagem de paletes em contêineres deve ser feita ao longo das paredes

laterais cobrindo todo o piso e qualquer espaço no centro deve ser preenchido com

material de dunagem.

O conteúdo de barris e tambores pode ser perigoso e capaz de contaminar

outras cargas. Estes recipientes devem ser vistoriados: são fortes, seguros, capazes de

manter o seu conteúdo íntegro, inviolável? Sobre o assunto, John R. Immer enumera

alguns itens sobre tambores de metal:

1. devem ser sempre estivados em pé;

2. as tampas devem ficar na parte superior do tambor bem bujonadas;

3. não usar tambores de segunda mão. Caso o embarcador insista em usá-lo, faça

anotações no recibo do Imediato, no B/L e no manifesto;

4. use selos adequados para lacrar as tampas;

5. não misture diferentes tipos de tambores. Não misture barris de aço, fibras ou

madeira com tambores;

6. rejeite qualquer tambor com indício de vazamento ou de área enfraquecida; e

7. os tambores devem ser peados com cabo de arame de aço; bloquear e preencher os

espaços vazios no centro com isopor ou madeira. Entre uma camada e outra de

tambores devem ser separadas por compensado, para a distribuição uniforme da

pressão.

2.6 - vantagens e desvantagens da carga unitizada sob o processo de amarrado

MADEIRA – Anos atrás a madeira apresentava-se para embarque em troncos ou

em forma serrada. Atualmente, em forma de tronco, de acordo com as autoridades

brasileiras, não é permitido o seu comércio.

O carregamento de madeira serrada em tábuas, pranchas ou outras formas

soltas, unidade por unidade, tornou-se uma operação bastante demorada,

necessitando de reforço de estivadores por terno de estiva, tanto no carregamento

quanto na descarga, dessa forma uma operação sujeita a muitas avarias nas peças de

madeira é grandemente onerosa.

As madeiras serradas, as caixas com compensados são carregadas

embaladas, amarradas por fitas metálicas ou plásticas, e tomam o nome de amarrados.

São movimentadas tanto no cais como nos porões dos navios por meio de

Page 29: 4 técnicas de estivagem (tes)

29

empilhadeiras e estivadas nos porões no sentido transversal (BB/BE). Podem ser

escoradas e peadas com mais facilidade e eficiência do que quando eram embarcadas

soltas.

Outros tipos de carga são carregados em amarrados, tais como: chapas de

ferro, lingotes de chumbo, vergalhões, tubos de ferro e de PVC etc.

Page 30: 4 técnicas de estivagem (tes)

30

Teste de Autoavaliação da unidade 2

1) Quando carregamos o porão de um navio, o que significa a perda de espaço dentro

deste porão, em consequência da má distribuição da carga, da má estivagem da carga,

do tipo de embalagem, do formato do porão etc.?

_______________________________________________________________

2) Qual o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado mede 0,60m x

0,30m x 0,30m e pesa 80 Kg?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) O cobro do porão de carga nº 2 do navio “Solimões” tem a capacidade de 2.002m³.

Quantas toneladas de certa mercadoria em caixa podem ser carregadas nele, se cada

caixa pesa 40 kg e mede 0,50m x 0,40m x 0,40m? Admitir 10% de quebra de estiva.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 31: 4 técnicas de estivagem (tes)

31

4) Um porão de carga tem 2.079m³ de espaço para carga geral. Quantos sacos de

cimento que pesam 50kg cada, com Fe = 1m³/tm podem ser estivados, admitindo-se a

resistência do cobro em 5 tm/m² e uma quebra de estiva de 5%? Como o porão tem

21m x 18m x 5,50m, determine também: a que altura ficará a carga.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

5) Cite três métodos de unitização de carga.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

6) Cite cinco vantagens na utilização de contêineres.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 32: 4 técnicas de estivagem (tes)

32

7) Quais os outros tipos de carga que são carregadas em amarrados, além da madeira

serrada e caixas com compensados?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

8) Não confundir, estufar o contêiner com __________________________ o contêiner

que é colocar o contêiner em sua posição correta.

9) A estufagem de paletes em contêineres deve ser feita ao longo das paredes laterais

cobrindo todo o piso e preenchido com material de

_______________________________ qualquer espaço no centro.

10) Ao estufar contêiner com __________________________ de metal devemos

arrumar os tambores sempre em pé, com as tampas para cima e bem bujonadas

11) O cobro do porão de carga mede 16m de comprimento, 8m de largura e 4m de

altura. Se estivarmos 160 toneladas de certa carga de Fe = 1,5 m³/tm com uma quebra

de estiva de 5%, em quase toda a altura do porão junto à antepara de vante, qual a

extensão para ré que essa carga ocupará?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 33: 4 técnicas de estivagem (tes)

33

3. TÉCNICAS DE ESTIVAGEM.

Nesta unidade, você vai:

���� Identificar as atividades do pessoal de estivagem

���� Descrever as técnicas e processos de estivagem

���� Enumerar os cuidados na estivagem

3.1 - Atividades desenvolvidas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem

De uma maneira geral, os navios devem ter um porto de início e de fim de

viagem, onde os porões devem ficar vazios total ou parcialmente, quando então se

providencia uma limpeza rigorosa dos porões, realizada pelo pessoal do bloco.

Atualmente, as empresas de navegação com grande movimentação de carga, só

conseguem ficar com os porões total ou parcialmente vazios, quando vão docar em

estaleiro para obras.

Outra faina que requer os serviços do bloco é quando, conforme a natureza da

carga transportada, é conveniente uma baldeação com água doce para retirar os

resíduos de certas cargas, os quais podem servir de causa de avarias para a carga a

embarcar.

Quando o navio encontra-se em um porto e recebe ordem de carregar sal a

granel, também é requisitado pessoal do bloco para baldeação com água doce e a

seguir, caiação das amuradas e do piso do cobro do porão.

Quando, em um navio graneleiro, necessita-se acondicionar a carga de grãos,

solicita-se junto à estiva pessoal do bloco para rechegar os grãos para cumprimento do

Solas-74. Recorre-se ao pessoal do bloco para realizar o serviço de escoramento e

peação da carga e se por acaso a estiva não possuir pessoal especializado, a

guarnição de convés só assim pode realizar o serviço.

O PESSOAL DO BLOCO É FORNECIDO PELA ESTIVA

Page 34: 4 técnicas de estivagem (tes)

34

3.2 - atividades desenvolvidas e responsabilidades dos tripulantes na faina de estivagem

Nem todo tripulante está envolvido diretamente com a operação de carga e

descarga do navio. Por exemplo, o eletricista é o responsável pelo bom

funcionamento dos guindastes e guinchos do navio, sua iluminação (inclusive dos

porões) etc.; os oficiais de máquinas, pelos grupos geradores elétricos, máquinas

frigoríficas e supervisão geral de todas as máquinas motoras envolvidas nas

operações. Porém, é o pessoal de convés que trabalha diretamente no planejamento,

distribuição e acondicionamento de carga nos porões.

O Comandante do navio é o responsável pela operação como um todo,

inclusive pela estivagem perfeita das cargas recebidas para o transporte, e pela guarda

dessa mercadoria enquanto ela estiver a bordo. Devido à complexidade que envolve a

operação de carga/descarga de mercadorias, o Comandante delega poderes a seus

tripulantes, para em seu nome executarem as diversas etapas dessa operação que

envolve o navio, ficando as atribuições assim divididas:

• O Imediato do navio é o encarregado geral de toda a operação. É ele o

responsável pela confecção do plano de carregamento, pela distribuição das cargas

nas praças (espaços vazios nos porões) disponíveis e pelo cuidado com a carga

durante toda viagem, até a entrega no porto de destino, mantendo condições ideais

para que não haja avarias.

• Os oficiais de náutica auxiliam diretamente o Imediato nas seguintes fainas:

trabalham no serviço de fiscalização do manuseio da carga no convés e nos porões;

preparam a documentação necessária referente à carga, relatórios e protestos

marítimos, quando necessário, e são os substitutos eventuais do Imediato.

• O contramestre do navio é o responsável pelos equipamentos usados na carga

e descarga, tais como: paus-de-carga, guinchos, guindastes, poleames, massames,

etc. É ele que cuida do fechamento e abertura das escotilhas e de sua conservação.

Efetua e supervisiona a peação da carga, e a manutenção dessas peações em viagem.

Page 35: 4 técnicas de estivagem (tes)

35

• O faroleiro é a denominação que se dá ao marinheiro que tem sob guarda o

material de convés. É ele o encarregado do paiol do mestre.

• O fiel do porão é um marinheiro que funciona como uma espécie de elo entre o

pessoal do navio e a estiva. No início da operação de carga e descarga, ele recebe do

faroleiro do navio o material que vai ser usado na operação e o entrega à estiva e, após

a operação, recolhe-o ao paiol do mestre, através do faroleiro. Além dessa função, ele

permanece no convés durante todo o trabalho, supervisionando todos os porões que

estiverem operando, mantendo o Imediato do navio sempre a par de tudo o que está

acontecendo: avarias ocorridas, má estivagem da carga, fechamento dos embornais do

convés para evitar que subprodutos de petróleo ou cargas tóxicas venham a cair ao

mar e poluir as águas do porto e fica também atento à ação da estiva a fim de evitar

acidente no trabalho. Assim podemos dizer que os fiéis de porão são hoje marinheiros

de convés que trabalham nos porões como fiscais do carregamento, para que as

instruções ditadas pelo oficial encarregado da carga sejam cumpridas corretamente

pelos estivadores.

O ELETRICISTA É O RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DA PARTE ELÉTRICA DOS GUINDASTES E GUINCHOS DO NAVIO E PELA BOA ILUMINAÇÃO DOS PORÕES; ENQUANTO O CONTRAMESTRE É O RESPONSÁVEL PELOS EQUIPAMENTOS DE OPERAÇÃO DE CARGA QUANTO À SUA CONSERVAÇÃO, LUBRIFICAÇÃO, SEGURANÇA E SEU BOM FUNCIONAMENTO.

3.3 - técnicas de estivagem quando do carregamento de cargas embaladas em caixarias, cartões e engradados.

CAIXARIA

A estivagem de caixarias de tamanho uniforme não apresenta dificuldades;

porém, as caixarias de tamanho diferentes, são mais difíceis de serem estivadas,

apresentando problemas na arrumação, provenientes de fatores como do peso,

embalagem e dimensões, exigindo certos cuidados na estivagem.

De um modo geral, as caixas mais pesadas e resistentes devem ser estivadas

em lugares mais baixos, procurando-se preencher os claros por vezes deixados pelo

Page 36: 4 técnicas de estivagem (tes)

36

tipo de construção da caixa por outras menores, a fim de manter, tanto quanto possível,

uma superfície plana.

Quando as embalagens não apresentam uma resistência satisfatória para ser

iniciada a segunda fiada, devem-se colocar pranchas de madeira ou compensado; isto

não só protege a carga, como permite uma boa estivagem das outras cargas a

embarcar.

Ao se estivarem volumes pequenos sobre caixas grandes, tábuas devem ser

colocadas de forma que o peso dos volumes pequenos seja exercido sobre as

cantoneiras das caixas e não sobre os painéis das suas faces. Estrados devem

também ser usados para nivelar a estivagem de volumes heterogêneos.

CARTÕES / ENGRADADOS

Separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem

fraca, como certos cartões, engradados, principalmente quando o conteúdo também é

frágil. Devem-se fazer estrados completos de apoio para distribuir uniformemente a

pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo.

Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira e a

quarta camada a contar de baixo; outro, entre a sexta e a sétima; e outro entre a

décima segunda e a décima terceira; daí por diante, estrados a cada seis camadas. O

estrado pode ser substituído pelo compensado.

Os engradados são de natureza bastante frágil e sua estivagem é feita como a

dos cartões e caixas, mas sempre se evitando grandes alturas, e estivagem de outras

cargas por cima.

3.4 - estivagem de cargas embaladas em sacarias ou em fardos

SACARIAS / FARDOS

As sacarias e os fardos devem ser estivados em lugares secos e muito bem

protegidos, pois cobrem um número variado de artigos de diferentes espécies.

Conforme a disponibilidade de praça, a ventilação e a segurança para o pessoal,

podemos estivar: FARDO A FARDO e MEIO FARDO A MEIO FARDO. Na

manipulação de fardos deve ser proibido o emprego de ganchos.

Page 37: 4 técnicas de estivagem (tes)

37

Há três formas básicas de estivar sacarias:

1ª SACO-A-SACO � quando a ventilação é necessária;

2ª MEIO-SACO A MEIO-SACO � quando não necessita de muita ventilação, mas

oferece menor quebra de espaço;

3ª ESTIVAGEM AMARRADA � quando há necessidade de impedir o movimento

dos sacos ou impedir que as pilhas se desfaçam ou quando a carga é de natureza

muito móvel, como a soja; e

4ª ESTIVAGEM PRÉ-LINGADA � maior rapidez na operação de carga e descarga,

menor valor no custo da estiva, boa ventilação; porém, haverá despesas com lingas e

maior quebra de estiva.

FIG-4a FIG-4b FIG-4c

FIG-4d

Page 38: 4 técnicas de estivagem (tes)

38

3.5 - cuidados na estivagem de barris, tambores e baldes

TAMBORES

Tambores, barris, baldes e barricas devem ser estivados em pé, separados por

estrados ou por compensados em cada camada, e devem ser estivadas junto ao piso

do compartimento, sobre uma forração de dunagem chamada camada de drenagem.

AS CAIXAS, CARTÕES E FARDOS PODEM SER ESTIVADOS COMO AS SACARIAS: SACO-A-SACO E MEIO-SACO A MEIO-SACO.

3.6 - processo de estivagem de tubos de ferro fundido

TUBOS DE FERRO FUNDIDO

São estivados em sentido longitudinal, procurando posicionar os tubos de maior

comprimento o mais próximo da linha de centro e os mais curtos nos bordos, por dois

motivos: os tubos menores têm maior facilidade de movimentação fora de boca; têm

melhores acomodações nos espaços restantes, nem sempre regulares, principalmente

nos porões extremos.

Os tubos dotados de flanges devem ser estivados alternadamente por camadas,

voltadas para vante e para ré, de modo a ocupar menos espaço e se auto-escorar no

sentido longitudinal.

Se os tubos forem de ferro fundido, estarão sujeitos a avarias por choques na

manipulação. Quanto maior o diâmetro do tubo, mais fraco ele é.

Dois são os processos para estivar tubos de ferro fundido:

• os tubos até 20cm de diâmetro aproveitam melhor o espaço e não podem ser

estivados com tubos maiores, pois são sujeitos a muitos esforços e a pancadas na

manipulação, tanto na carga como na descarga. A primeira camada de tubos no

sentido longitudinal do porão, com os alargamentos ou flanges tocando-se todos, do

mesmo lado e voltados para a antepara (a antepara deve ser revestida de chapas de

compensado), e os corpos paralelos, mantidos na horizontal por meio de berço ou

escoramento. Nos intervalos entre os corpos de uma camada são colocados os corpos

da camada seguinte, sempre se alternando os flanges.

Page 39: 4 técnicas de estivagem (tes)

39

FIG-5a e 5b

• os tubos de mais de 20cm de diâmetro, estivagem das pilhas compactas, tubo

ao lado de tubo, no sentido longitudinal, alternando os flanges.

FIG-

6a e

6b

No embarque, as trincas ou rachas produzidas por choques não são visíveis, mas, no fim da viagem, no porto de descarga, a ferrugem que brota das trincas ou rachaduras torna bem evidente a avaria.

3.7 - técnicas básicas para estivagem de trilhos, vergalhões, chapas de aço, tubos, perfis e bobinas de chapas de aço

TRILHOS

Os trilhos devem ser estivados no sentido proa-popa, bem encostados uns aos

outros, e apoiados sobre separação de madeira alta, não só no fundo do porão como

Page 40: 4 técnicas de estivagem (tes)

40

entre cada duas camadas, para facilitar a passagem das lingas de correntes, na

descarga.

● Para impedir o perigosíssimo movimento dos trilhos em viagem, eles devem ser

bem escorados com madeira. As amuradas devem ser bem protegidas com

madeirames verticais.

● Terminado o carregamento, deve ficar uma estivagem plana e lisa.

● Trilhos mal manuseados podem furar o costado ou o fundo do navio.

VERGALHÕES

São operados com lingas e estropos de cabo de arame de aço, evitando que

dobrem ou vergem.

● A estivagem é feita no sentido proa-popa, com o apoio sobre madeira de

separação, colocadas de BB/BE.

● As peças de maior comprimento devem ser estivadas no centro, no meio do

cobro do porão e as mais curtas, nos bordos.

● As peças retas são estivadas retas para cima e, à medida que vai formando o

espaço junto ao encolamento, este espaço deve ser usado para peças menores, carga

de enchimento ou ser preenchido com madeira.

FIG-7

Page 41: 4 técnicas de estivagem (tes)

41

CHAPAS

Em geral são movimentadas com patolas especiais e estivadas sobre madeira

de separação, para que não empenem. É preciso evitar os movimentos causados pelo

mar por meio de escoramento e acunhamento. Qualquer barriga que seja notada

durante a estivagem, deve ser corrigida com enchimento de madeira.

FIG-8

BOBINAS DE CHAPAS DE AÇO E BOBINAS DE PAPEL

Geralmente são estivadas com o “core” (alma) na horizontal, orientados proa-

popa. O “core” não pode ser danificado. O escoramento da primeira camada é feito

com cunhas e o espaço remanescente nos bordos deve ser preenchido com

escoramento de madeira. As bobinas das camadas subsequentes são estivadas por

sobre o encontro das bobinas inferiores, de modo a formar uma contenção das

unidades, como mostra a ilustração. As empilhadeiras utilizadas para este tipo de carga

facilitam a operação, pois já chegam ao local com as bobinas posicionadas.

FIG-9

Page 42: 4 técnicas de estivagem (tes)

42

3.8 - processos de estivagem de lingotes de cobre e alumínio

● Os lingotes, quando em grande quantidade, são embarcados a granel.

● Para lingotes em pouca quantidade faz-se estivagem compacta e segura,

escorando-se os lotes, quando necessários. Devem ser manuseados com muito

cuidado, pois podem causar avarias e acidentes pessoais, devido a seu peso.

3.9 - processos de estivagem de madeira em tora e aparelhada

As toras são embarcadas uma a uma, escoradas e apoiadas sobre tábuas de

separação, para permitir a retirada do estropo de arame de aço ou linga de corrente,

por ocasião do carregamento, e para permitir não só a colocação da linga na descarga,

como facilitar o dreno das águas.

A madeira serrada se estiva de proa-popa e deve-se usar o máximo do

comprimento de porão possível, para ganhar praça. Quando as tábuas são de

tamanhos diferentes, há que escolher criteriosamente as peça a serem colocadas no

sentido do comprimento, a fim de aproveitar a praça.

As cargas de tábuas no convés devem ser apoiadas em barrotes para

separação, colocados inclinados de meia nau para os bordos, de forma a permitir fácil

drenagem da água embarcada ou da chuva.

É preciso ter muita atenção ao se carregar madeira no convés para não obstruir

cabeços, cunhos, buzinas, tubos de sonda, ventiladores, suspiros, tomadas de

incêndio, etc. É também necessário deixar passagem fácil e segura, para que a

tripulação possa circular livremente da proa para a popa. A carga deve ser bem peada

com cabos de arame de aço, para impedir que o mar a desembarque debaixo de mau

tempo.

As madeiras serradas, quando são carregadas embaladas amarradas por fitas

metálicas ou plásticas, que tomam o nome de amarrados, são movimentadas tanto no

cais como nos porões dos navios por meio de empilhadeiras e estivadas nos porões no

sentido transversal (BB/BE). Podem ser escoradas e peadas com mais facilidade e

eficiência do que quando embarcadas soltas.

Page 43: 4 técnicas de estivagem (tes)

43

3.10 - definição e uso de “big-bag”

É importante notar que, de acordo com os padrões ISO, não só os recipientes

metálicos, como os sacos com capacidade acima de uma tonelada, denominados de

“big bags”, também são contêineres. Eles são projetados com aberturas em cima e em

baixo e alças reforçadas (duas ou quatro) para sustentar o peso total quando

suspenso. É um contêiner ideal para transporte de produtos agrícolas, fertilizantes,

cimento a granel.

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FIG-10

3.11 - carregamentos de cargas rodadas para transporte em embarcações

O carregamento de cargas rodantes através de embarcações se processa por

meio dos navios tipo “ROLL-ON/ROLL-OFF” (RO-RO).

Como o próprio nome sugere, “roll-on/roll-off” é um sistema operacional onde as

cargas embarcam e desembarcam sobre rodas, em movimentos horizontais, minutos

após a manobra de atracação. Os navios tipo “RO-RO” têm provado sua grande

Page 44: 4 técnicas de estivagem (tes)

44

popularidade, principalmente nos períodos de férias, quando proprietários de veículos

se deslocam em grandes números, para fazer turismo dirigindo seus próprios carros.

Atualmente, a frota mercante de navios RO-RO, está subdividida em vários tipos

com dezenas de projetos e equipamentos diferentes, para atender as mais diversas

solicitações dos usuários e seus sistemas de apoio ao tráfego marítimo, com os

seguintes tipos de embarcações:

● próprias para o transporte somente de veículos;

● próprias para o transporte de veículos e passageiros; e

● próprias para o transporte de veículos e contêineres.

O conceito “drive-through” levou a projetos de pequenos “ferries” com portas

e rampas na proa e popa, permitindo o rápido embarque e desembarque de veículos

sem necessidade de manobras a bordo.

O RO-RO Caboclo é constituído por uma balsa com rampas manuais na proa e

na popa e, como não possui propulsão própria, são transportadas através de nossos

rios, canais e vias de acesso por rebocadores empurradores. Atualmente, no rio

Amazonas, a maioria das balsas não necessita mais de rampas, porque diversos

portos são providos de rampas próprias, que são movimentadas por diversos

processos.

3.12 - técnicas de estivagem de contêineres observando o “stack limit” do local de estivagem.

Na operação de estivagem de contêineres a bordo devemos observar os

seguintes fatores:

1. porto de destino;

2. peso total da carga movimentada;

3. número de contêiner térmico;

4. cargas perigosas;

5. peso de cada contêiner;

6. os contêineres mais robustos (tanques) devem ser estivados nas “tier” mais

baixas e “rows” mais externos;

Page 45: 4 técnicas de estivagem (tes)

45

7. os contêineres no convés devem ser estivados longitudinalmente e com a porta

voltada para popa;

8. a estivagem no convés é feita normalmente até cinco de altura e sem uso de

células guias;

9. sob o contêiner base, forrar com madeira;

10. um contêiner de 40’ pode ser estivado sobre dois de 20’, mas nunca dois de 20’

sobre um de 40’ (só se o contêiner de 40’ for reforçado e assim o permitir);

11. os contêineres mais altos de “tiers” adjacentes devem ser peados com pontes de

topo (“bridge fitting”);

12. o peso bruto do contêiner mais alto de cada “tier”, não deve exceder 70% do

peso do contêiner da base;

13. para cada empilhamento (“stack limit”), conforme ISO 1496/1, o peso máximo

que um contêiner base estivado no cobro pode suportar é 192tm;

14. contêineres “reefers” ou integrados (ativos) devem ser estivados próximos das

tomadas, e os tipos “conair” nos “stacks” correspondentes à temperatura prescrita no

contêiner;

15. a estivagem deve obedecer à sequência dos portos de escala; e

16. contêineres “open top” devem ser estivados nas “tiers” mais altas.

Page 46: 4 técnicas de estivagem (tes)

46

Teste de autoavaliação da unidade 3

1) Quais as atividades realizadas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

2) Da seção de máquinas o __________________ é o responsável pelo bom

funcionamento dos guinchos, guindastes, sua iluminação, inclusive dos porões.

3) Quais os oficiais que são encarregados do bom funcionamento dos grupos

geradores elétricos, máquinas frigoríficas e demais máquinas motoras envolvidas na

operação de carga?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

4) O responsável pela operação de estivagem como um todo é o

___________________ e o encarregado geral de toda a operação é o

___________________.

5) O marinheiro ____________________________ é o responsável pelo paiol do

mestre; enquanto que o marinheiro ______________________ do porão é o elo de

ligação entre o pessoal do navio e a estiva.

6) Descreva as técnicas de estivagem quando carregando cartões.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 47: 4 técnicas de estivagem (tes)

47

7) Quais as três formas básicas de estivagem de sacarias?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

8) Como é efetuada a estivagem de tambores?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

9) Descreva o processo de estivar tubos de ferro fundido, quando o diâmetro do tubo

for inferior a 20cm.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

10) Como são estivados os lingotes?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 48: 4 técnicas de estivagem (tes)

48

4. ESTIVAGEM DE GRANÉIS Nesta unidade, você vai:

���� Conceituar granéis

���� Definir ângulo de repouso

���� Citar os métodos de rechegar

���� Descrever os procedimentos para estivagem de granéis sólidos e

líquidos

4.1 - Conceito e tipos de granéis

As cargas a granel são aquelas embarcadas por “tombos” (largadas em queda

livre) nos espaços de carga ou bombeadas através de redes, desprovidas de

embalagem ou marcas, e têm sua quantidade embarcada definida não por contagem

ou conferência de unidade física, caixas, amarrados ou similares, mas pelo peso

calculado pelo volume ocupado nos compartimentos, associados ao fator de estiva,

peso específico ou pela arqueação de carga, no final do carregamento, usando-se as

marcas do calado do navio.

A SOLAS de 1960 considera como grão: trigo, milho, aveia, centeio, cevada,

arroz, legumes secos, sementes e formas beneficiadas dos mesmos, cujo

comportamento seja similar àquele do grão em seu estado natural.

Os grãos podem ser leves ou pesados. Os grãos pesados são quaisquer grãos

que não sejam aveias, cevadas ligeiras ou sementes de algodão, que são

considerados grãos leves. A cevada é ligeira quando tem 643,451 Kg/m³ como peso

máximo.

Consideram-se grãos pesados: trigo, milho, centeio, arroz, legumes secos e

outras sementes Os minérios em geral, pão de gusa (briquetes), carvão, enxofre, sal,

etc., são também cargas transportadas a granel.

Page 49: 4 técnicas de estivagem (tes)

49

4.2 -ângulo de repouso

O ângulo de repouso do grão é o ângulo compreendido entre o plano horizontal

e a superfície do cone que forma a carga de grãos ao ser despejada no porão.

O ângulo de repouso varia de produto para produto, de acordo com o formato

das partículas, grau de umidade, fator de estiva e movimento de que sejam animados

durante o tombo da esteira transportadora ou jogo do navio durante o transporte.

Mesmo nos compartimentos totalmente cheios com grãos, a carga se acama,

baixando de nível, criando uma superfície livre. Se o navio sofrer um balanço superior

ao ângulo de repouso do grão carregado, este se movimentará, criando uma situação

de peso descentralizado, adquirindo então uma banda permanente, e pondo em risco a

estabilidade do navio.

ÂNGULOS DE REPOUSO PARA DIFERENTES GRÃOS

ARROZ 20 GRAUS

MILHO 21 GRAUS

AVEIA 21 GRAUS

LINHAÇA 21 GRAUS

SOJA 22 GRAUS

TRIGO 23 GRAUS

CENTEIO 32 GRAUS

CEVADA 47 GRAUS

4.3 - rechego no transporte de granéis sólidos e métodos de rechegar

No enchimento dos porões de carga, a importância do movimento dos grãos

varia com a profundidade do espaço vazio acima das superfícies dos grãos. Por

esta razão, é de maior importância que o compartimento de carga esteja o mais

cheio possível e as superfícies dos grãos niveladas, rechegadas ou

acondicionadas nas extremidades, pois os navios têm os seus porões alto-

estiváveis apenas lateralmente.

Page 50: 4 técnicas de estivagem (tes)

50

Rechego ou acondicionamento pode ser acertado, usando acessórios. Quando

se usa máquinas para rechego, deve-se guardar uma distância mínima.

O outro método de rechego dos grãos é manual, utilizando pás e rodos de

madeira, acondicionando os grãos para as extremidades dos porões, apresentando

os porões o mais cheios possível e nivelados.

Rechego dos porões quando existem cobertas que estão fechadas, o

acondicionamento dos grãos será feito permitindo o acesso pelo agulheiro. A carga

deverá ser nivelada de um bordo a outro, ou ser contida por meio de divisórias de

madeira longitudinais, e a capacidade máxima de resistência da coberta deve ser

respeitada de acordo com a Solas 74/88 Consolidada até 01/01/, Capítulo VI – Parte B,

Regra 7, item 5.

Quando o porão estiver parcialmente cheio (SLACK) deve-se nivelar a superfície

do grão. Isto é aparente, pois mesmo com um pequeno balanço, o grão começará a

movimentar-se, tendendo a se acamar, com isso permitindo que se origine uma

inclinação natural.

A AVEIA, CEVADA LIGEIRA E SEMENTE DE ALGODÃO SÃO CONSIDERADOS GRÃOS LEVES, PESANDO 643,451kg/m³

4.4 - espaço vazio, técnicas mais utilizadas para evitá-lo e cuidados necessários

quando da estivagem de granéis sólidos com outras cargas

ESPAÇO VAZIO designa os espaços que não foram possíveis encher de grãos

a granel, no término do carregamento de um porão de carga.

Sabe-se da dificuldade de encher completamente um porão de carga com grãos

a granel, no entanto tenta-se minimizá-la através das seguintes técnicas:

● a estiva com o pessoal do bloco interfere apenas na hora do rechego, o qual

deve ser feito com o máximo de cuidado.

● para evitar que fique espaço vazio quando o grão vai se acamando, construíam-

se alimentadores de madeira – uma espécie de funil com maior altura que o porão,

através do qual os grãos preenchiam o porão. Atualmente a SOLAS 74/88, consolidada

até 01/01/2008, considera o método acima inadequado. Talvez para substituir os

antigos alimentadores. Os navios graneleiros atuais possuem braçolas de escotilhas

bastante altas.

Page 51: 4 técnicas de estivagem (tes)

51

● para impedir que a carga, ao se acamar, forme espaços vazios, deixa-se um

cavado na superfície da carga, como uma grande tigela, forra-se com encerado ou

plástico, enchendo-se a tigela com carga geral apropriada ou sacarias.

● quando se operam granéis com outro tipo de carga no mesmo porão, tomam-se

as necessárias providências para evitar a contaminação da outra carga por poeira.

Para isso, pode-se proteger a outra carga com encerados, plásticos, ou, o que é mais

eficaz, fazer uma espécie de poço de encerado em volta da escotilha, desde a sua

boca até o lugar onde está sendo estivado o granel. Carrega-se primeiro o granel,

espera-se assentar a poeira, varre-se e colocam-se as demais cargas.

4.5 - escorregamento do grão em um porão

O grão a granel tem a propriedade de um semi-fluído e, portanto, está sujeito a

movimento, devido a um balanço forte sofrido pelo navio em mar duro.

Em 1967/68, um estudo foi feito pela “U.S.Coast Guard” e o “British Department

of Trade” para determinar o procedimento do grão a granel quando carregado em

navios com vários porões. Esse estudo, feito com experimentos usando modelos

simulados do movimento da carga dentro do porão, em tempo duro, traz a seguinte

conclusão a seguir.

Com o navio carregado com grãos a granel, existe a possibilidade de haver um

movimento de grãos quando o navio estiver sofrendo balanços de amplitudes

superiores ao ângulo de repouso do grão. Este movimento acarreta uma mudança na

posição do centro de gravidade do navio na condição considerada, o que diminui a

estabilidade para o bordo do movimento. Em consequência deste fato, os requisitos de

estabilidade para este tipo de carga diferem dos requisitos mencionados nos “Critérios

de Estabilidade da IMO” para navios de carga geral.

O TRIGO E DEMAIS GRÃOS COM ÂNGULO DE REPOUSO EM TORNO DE 23º SÃO CONSIDERADOS CARGAS PERIGOSAS PORQUE O ÂNGULO DE REPOUSO É MENOR QUE 35º.

Page 52: 4 técnicas de estivagem (tes)

52

4.6 - efeito de superfície livre e procedimentos básicos para estivagem de granéis líquidos para evitar esse efeito

Efeito de superfície livre é a relação entre o produto da inércia máxima da

superfície livre e a densidade do líquido no tanque pelo deslocamento do navio, ou

seja:

I.M.S.L x δδδδ Liq.Tq

E.S.L. = ─────────────

∆∆∆∆ mx.

E.S.L. = Efeito da superfície livre

I.M.S.L = Inércia máxima da superfície livre

δ Liq.Tq = Densidade do líquido no tanque

∆mx. = Deslocamento máximo do navio

Quando um tanque está parcialmente cheio com um líquido, o navio sofre uma

perda virtual na altura metacêntrica, que pode ser calculada usando a fórmula acima.

Quando um tanque estiver completamente cheio, não existe possibilidade de

nenhum movimento do líquido contido em seu interior, e o efeito produzido por esse

tanque na estabilidade do navio é nulo.

Quando um tanque estiver completamente vazio, o efeito da superfície livre na

estabilidade do navio também é nulo.

Assim que uma quantidade de líquido é retirada do tanque, a situação muda

completamente e a estabilidade do navio passa a ser afetada pelo chamado “efeito de

superfície livre”. Esse efeito adverso na estabilidade é conhecido como uma redução

de GM.

Page 53: 4 técnicas de estivagem (tes)

53

Teste de auto-avaliação da unidade 4

1) Quais os tipos de granéis que o Solas 60 consideram como grãos?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

2) Quais os grãos considerados pesados de acordo com o Solas 60?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) Quando o SOLAS considera que o grão é leve?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

4) Defina ângulo de repouso do grão.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

5) Um navio carregado de trigo a granel, mas com um dos porões parcialmente cheio,

enfrentando um temporal, sofre balanços superiores ao ângulo de repouso do trigo. O

que ocorrerá?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

6) Defina espaço vazio.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 54: 4 técnicas de estivagem (tes)

54

7) A importância do corrimento dos grãos varia com a profundidade do espaço vazio

acima das superfícies dos grãos; por esta razão, o que é de maior importância fazer?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

8) Por que o trigo e demais grãos com ângulo de repouso em torno de 23º, são

considerados carga perigosa?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

9) O duplo fundo nº 7 BB/BE estão com superfície livre e a inércia máxima obtida na

tabela é 1030m³, a densidade do óleo combustível 0,970 t/m³ e deslocamento máximo

de 76.814tm. Calcular o efeito da superfície livre que ocasionará uma perda na altura

metacêntrica.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

10) Quando é que o efeito da superfície livre é nulo?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 55: 4 técnicas de estivagem (tes)

55

5. SEPARAÇÃO DE CARGA Nesta unidade, você vai:

���� Conceituar separação de cargas

���� Explicar a finalidade e os processos de separação de cargas

���� Definir segregação

���� Demonstrar a utilização da tabela de segregação

5.1 - Separação de cargas e os recursos mais utilizados nesses processos

Separação de carga é estivá-la em compartimentos diferentes. Tambores com

querosene e sacarias não devem ficar no mesmo compartimento; devem ser estivados

em compartimentos diferentes, ou seja, “separados”. Carga geral e a granel, do ponto

de vista da estivagem, não podem ser misturadas. Podem ser estivadas no mesmo

porão desde que convenientemente “separadas” por material adequado.

O material adequado utilizado para a proteção e a separação de cargas é a

“DUNAGEM”. Significa toda espécie de artigo que é usado com o fim de proteger a

carga das avarias provenientes do fato de uma ficar em contato com outra, ou de

proteger a carga de ficar em contato com as partes estruturais do navio, ou ainda de

protegê-la de condensação das amuradas e de infiltrações nos porões.

O material de proteção ou separação, geralmente é constituído de madeira, mas

pode ser também de esteira, lona, papel, etc. A escolha desse material compete ao

encarregado da operação do navio e depende da natureza da carga a estivar, mas,

além de adequado, o material deve ser bem estivado.

5.2 - finalidade da separação de cargas

A separação tem também a finalidade de ventilar a carga; de proteger contra

possíveis contatos com líquidos, provenientes de avarias em cargas úmidas ou suor

dos porões; evitar avarias por pressão e evitar extravio. Assim, por exemplo:

Page 56: 4 técnicas de estivagem (tes)

56

• Para evitar mistura entre as partidas de portos diferentes, pode-se usar para

separá-las papel, encerado, sarrapilheira, esteira, rede, etc;

• Para tambores, barris, baldes etc, a separação pode ser com estrados de

madeira ou compensado, com a finalidade de distribuir uniformemente a pressão da

camada que está em cima exerce sobre a que fica por baixo.

• Currais de madeira – com a finalidade de separar as castanhas-do-pará a

granel, por serem de tamanhos diferentes.

5.3 - processo de separação para evitar contato com líquidos livres

Para evitar que a carga seja avariada por carga úmida, aquela que pode

desprender líquidos, que podem vazar (tambores, barris, barricas, baldes etc),

devemos estivá-las junto ao piso do compartimento, sobre uma forração de dunagem

chamada camada de drenagem.

Camada de Drenagem – para evitar que outras cargas sejam avariadas

por líquidos livres de cargas úmidas, deve-se providenciar para que tais

líquidos corram livremente para as dalas ou pocetos dos porões, ou em bornais das

cobertas.

A carga úmida, sempre que possível, deve ser estivada no cobro dos

porões, na parte de ré. Nos navios que possuem “dalas” no cobro, a camada de

drenagem é feita em “espinha de peixe”.

Quando o porão é de “pocetos”, a camada de drenagem é feita com

“caibros longitudinais”, conforme as figuras abaixo.

Page 57: 4 técnicas de estivagem (tes)

57

POCETO

DALA

CAIBROS LONGITUDINAIS CAIBROS “ESPINHA DE PEIXE”

FIG-11 FIG-12

A fim de permitir a livre drenagem das dalas, pocetos e embornais, a

carga é separada nas amuradas pelas sarretas (dunagem permanente), havendo

entre estas e as amuradas um espaço de ventilação e escoamento para as dalas

do porão. Em ocasiões em que se possa prever grande quantidade de líquidos livres no

cobro, a camada de drenagem pode ser dupla.

NAVIOS CARGA GERAL POSSUEM DALAS ⇒⇒⇒⇒ CAMADA DE DRENAGEM EM “ESPINHA DE PEIXE”.

NAVIOS GRANELEIROS POSSUEM POCETOS ⇒⇒⇒⇒ CAMADA DE DRENAGENS “LONGITUDINAIS”.

proa proa

Page 58: 4 técnicas de estivagem (tes)

58

5.4 - processo de separação para ventilar a carga

A ventilação de certas cargas é necessária para evitar mofo, aquecimento,

umidade, etc, e também para evitar a condensação do vapor d’água contido no ar,

fazendo a sua permanente circulação e renovação.

Com esse fim, utiliza-se madeira de separação no meio das partidas de carga,

além de estrados no piso do cobro e das cobertas, armados no sentido dos dutos de

ventilação, ou seja, de bombordo para boreste.

As sacarias estivadas saco a saco podem ser separadas com madeira, com a

finalidade de ventilar e proteger.

As partidas de carga homogêneas de sacarias podem ser estivadas amarradas

em lotes separados de pequenas distâncias, para receber melhor ventilação.

5.5 - separação para evitar o efeito da compressão da carga

A separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem

fraca, como certos cartões, engradados, principalmente quando o conteúdo

também é frágil, devendo-se fazer estrados completos de apoio, para distribuir

uniformemente a pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo.

Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira

e a quarta camada a contar de baixo, outro entre a sexta e a sétima, e outro entre

a décima segunda e a décima terceira; daí por diante, estrados a cada seis camadas.

O estrado pode ser substituído pelo compensado.

Tambores e barricas em pé devem ser separados por estrados ou compensados

em cada camada.

5.6 - separação de carga como meio de evitar roubos, furtos e extravio

Separação para evitar extravio é necessária principalmente em cargas

ditas homogêneas, destinadas a diversos portos, ou mesmo para vários

consignatários num mesmo porto. Quando os volumes são diferentes no tipo,

tamanho, cor etc, a separação é natural. Mas, quando diferem apenas pelas marcas, é

preciso fazer a separação artificial, que se coloca entre as partidas a separar.

As cargas sujeitas a roubos ou furtos, devem ser estivadas em porão de carga

especial, trancadas.

Page 59: 4 técnicas de estivagem (tes)

59

5.7 - conceito de segregação e exemplos materiais que precisam ser segregados

Segregar uma carga é distanciá-la das demais, a fim de que não avarie, nem

venham a ser avariadas pelas cargas que lhe são incompatíveis.

Cargas que precisam ser segregadas

CARGA ÚMIDA é aquela que pode desprender líquidos, que pode vazar.

Geralmente é estivada junto ao piso do porão, no cobro, próximo das dalas ou dos

pocetos, sobre uma forração de dunagem. Exemplo: Engradados de garrafas de

cervejas, tambores de óleo, baldes de tintas, latas de sucos, etc.

CARGA SECA é aquela que não desprende líquido e pode ser avariada em

contato com cargas úmidas. Exemplo: sacarias de grãos, produtos de papel, aço,

metais, artigos elétricos, eletrônicos, etc.

CARGA LIMPA é aquela que não desprende sujeira, mas que pode ser avariada

com contato com carga suja. Exemplo: produtos de papel, artigos de seda, tecidos de

algodão, etc.

CARGA ODORÍFERA é aquela que desprende odor que impregna outras

cargas, quando estivadas no mesmo porão e às vezes, até em compartimento

adjacente. Exemplo: querosene, amoníaco, fertilizante, couros crus, frutas cítricas, etc.

CARGA DELICADA é aquela que se avaria facilmente com os odores de outras

mercadorias. Exemplo: farinha de trigo, queijo, arroz, etc.

CARGA HIGROSCÓPICA é aquela que desprende muita umidade. Uma

ventilação apropriada pode controlar a umidade desprendida por esta carga, porém, se

não a executar corretamente, o vapor d’água contido no ar pode se condensar e avariar

as cargas limpas e secas. Exemplo: fibras vegetais, arroz, sal, etc.

Page 60: 4 técnicas de estivagem (tes)

60

CARGAS LEVES E PESADAS – De modo geral, a carga pesada deve ser

estivada no cobro do porão, colocando-se a carga mais leve por cima. Não que sejam

propriamente incompatíveis, é que geralmente as cargas leves são mais frágeis.

CARGAS FRÁGEIS são as que não suportam esforços. Devem ser protegidas

por dunagem, ou estivadas em separado.

CARGAS ALIMENTÍCIAS são aquelas que não vêm acondicionadas em latas

hermeticamente fechadas.

CARGAS VENENOSAS são cargas perigosas e estão catalogadas na classe

6.1 da regra 2, do capítulo VII da SOLAS. Devem ser estivadas separadas de todas as

substâncias alimentícias, inclusive daquelas hermeticamente fechadas.

INCOMPATIBILIDADE DAS CARGAS

SECAS (S) ÚMIDAS (U)

LIMPAS (L) SUJAS (SU)

SECAS (S) ALTAMENTE HIGROSCÓPICA (H)

DELICADAS (D) ODORÍFERAS (O)

FRÁGEIS (F) PESADAS (P)

ALIMENTÍCIAS (A) VENENOSAS (VE)

GERAL (GN) A GRANEL (B)

GRANEL A GRANEL B

5.8 - utilização da tabela de segregação

ÍNDICE NUMÉRICO DO IMDG CODE

O índice foi compilado para capacitar o usuário do IMDG CODE, a encontrar a

página correspondente (IDMG CODE PAGE) do número das Nações Unidades (UN Nº)

de certa substância. O número da lista de emergência (EMS Nº) encontra-se em

publicação em separado, assim como existe uma publicação específica para o número

da lista no Guia Médico de Primeiros Socorros (MFAG TABLE Nº).

Page 61: 4 técnicas de estivagem (tes)

61

EXEMPLO: PARA FORMIC ACID UN Nº 1779

UN Nº ● ● ● 9 MEANING

8 1 7 7 IMDG CODE PAGE Nº

1 7 7 8 – 0 5 EMS Nº

7 0 0 MFAG TABLE Nº

/ A linha inclinada indica que a entrada com UN Nº foi apagada do capítulo 2 da

lista de carga perigosa.

▬ A linha horizontal indica que a substância ainda não foi incluída no IMDG CODE.

PACKAGING GROUP

GRUPO I GRANDE PERIGO

GRUPO II MÉDIO PERIGO

GRUPO III MENOR PERIGO

CATEGORIA A On deck or

under deck

Navios carguerios e de

passageiros

CATEGORIA B On deck or

under deck

Navios cargueiros e navios de até

25 passageiros

On deck only Navios de passageiros

CATEGORIA C On deck only Navios cargueiros e de

passageiros

CATEGORIA D On deck only Navios cargueiros e navios de até

25 passageiros

Prohibited Navios de passageiros

CATEGORIA E On deck or

under deck

Navios cargueiros e navios de até

25 passageiros

Prohibited Navios de passageiros

Page 62: 4 técnicas de estivagem (tes)

62

TABELA DE SEGREGAÇÃO

CLASSE

1.1 1.2 1.5

1.3 1.6

1.4 2.1 2.2 2.3 3 4.1 4.2 4.3 5.1 5.2 6.1 6.2 7 8 9

Explosivo 1.1, 1.2, 1.5 * * * 4 2 2 4 4 4 4 4 4 2 4 2 4 X

Explosivo 1.3, 1.6 * * * 4 2 2 4 3 3 4 4 4 2 4 2 2 X

Explosivo 1.4 * * * 2 1 1 2 2 2 2 2 2 X 4 2 2 X

Gases Inflamáveis 2.1 4 4 2 X X X 2 1 2 X 2 2 X 4 2 1 X

Gases Não Tóxicos, Não Inflamáveis 2.2 2 2 1 X X X 1 X 1 X X 1 X 2 1 X X

Gases Tóxicos 2.3 2 2 1 X X X 2 X 2 X X 2 X 2 1 X X

Líquidos Inflamáveis 3 4 4 2 2 1 2 X X 2 1 2 2 X 3 2 X X

Sólido Inflamáveis 4.1 4 3 2 1 X X X X 1 X 1 2 X 3 2 1 X

Substâncias Sujeitas à Combustão Espontâneas 4.2 4 3 2 2 1 2 2 1 X 1 2 2 1 3 2 1 X

Substâncias Que São Perigosas Quando Molhadas 4.3 4 4 2 X X X 1 X 1 X 2 2 X 2 2 1 X

Substâncias Oxidantes 5.1 4 4 2 2 X X 2 1 2 2 X 2 1 3 1 2 X

Peróxidos Orgânicos 5.2 4 4 2 2 1 2 2 2 2 2 2 X 1 3 2 2 X

Venenos 6.1 2 2 X X X X X X 1 X 1 1 X 1 X X X

Substâncias Infectantes 6.2 4 4 4 4 2 2 3 3 3 2 3 3 1 X 3 3 X

Materiais Radioativos 7 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 2 X 3 X 2 X

Corrosivos 8 4 2 2 1 X X X 1 1 1 2 2 X 3 2 X X

Substâncias Perigosas Diversas 9 X X X X X X X X X X X X X X X X X

1. AWAY FROM (NO MESMO COMPARTIMENTO SEPARADAS DE NO MÍNIMO 3 METROS) 2. SEPARATED FROM (NO MESMO COMPARTIMENTO AFASTADAS DE NO MÍNIMO 6 METROS) 3 SEPARATED BY A COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD FROM (EM COMPARTIMENTO DIFERENTE – NO CONVÉS AFASTADAS DE NO MÍNIMO 12 METROS) 4. SEPARATED LONGITUDINALLY BY AN INTERVENING COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD FROM (SEPARADO LONGITUDINALMENTE POR UM COMPARTIMENTO COMPLETO – NO CONVÉS 24 m.) X NO GENERAL SEGREGATION RECOMMENDED. (NÃO HÁ SEGREGAÇÃO, CASO HAJA, VER NO IMDG) * SEE SUB-SECTION 5.4 OF THE INSTRODUCTION TO CLASS 1 IN THE IMDG CODE.

NORMAM -02 /DPC/2005

FIG-13

Page 63: 4 técnicas de estivagem (tes)

63

Teste de autoavaliação da unidade 5

1) Tambores com querosene e sacarias devem ser estivados

________________________ em compartimentos diferentes.

2) Como se chama o material utilizado na proteção e separação de cargas?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) Quais as finalidades da separação da carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

4) Como se faz a separação para ventilar a carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

5) Cite alguns tipos de dunagens.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

6) Como se faz a separação de partidas de tambores, e por que é feita?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 64: 4 técnicas de estivagem (tes)

64

7) Quais as incompatibilidades entre as seguintes cargas: secas, limpas, delicadas,

alimentícias e frágeis, respectivamente?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

8) Conforme o IMDG CODE, o que significam os grupos I, II e III, respectivamente?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

9) Utilizando a tabela de segregação, determine a segregação das seguintes cargas

perigosas: CL 5.1, CL 3.2 e CL 2.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

10) O que significa as cargas perigosas da classe 1, 3, 5 e 7?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 65: 4 técnicas de estivagem (tes)

65

6. ESTIVAGEM DE CARGA PERIGOSA

Nesta unidade, você vai:

���� Definir carga perigosa e mercadoria perigosa

���� Exemplificar e classificar as cargas perigosas

���� Citar os procedimentos legais determinados pela CISVHM e IMO

para o transporte de cargas perigosas

���� Descrever o procedimento preconizado pelo ISGOTT para o

recebimento e transferência de combustíveis e produtos químicos

6.1 - Carga perigosa e mercadorias perigosas

Cargas perigosas são aquelas identificadas através do International Maritime

Dangerous Goods Code (IMDG CODE).

Mercadorias perigosas são as substâncias, materiais e artigos abrangidos pelo

IMDG CODE.

6.2 - exemplos de cargas perigosas 01 CASE ARGENT NITRATE (01 caixa nitrato de

prata)

CL 5.1 UN Nº 1493

37 CYLINDER CARBON DIOXIDE (37 cilindro gás

carbônico)

CL 2 UN Nº 1013

06 PALLETS INK (06 paletes tinta p/escrever) CL 3.2 UN Nº 1993

10 DRUMS FERRIC NITRATE (10 tambores nitrato

ferro)

CL 5.1 UN Nº 1466

Page 66: 4 técnicas de estivagem (tes)

66

6.3 - classificação de cargas perigosas

CLASSE 1 EXPLOSIVOS

CLASSE 2 GASES (Comprimido, Liquefeito ou Dissolvido sobre Pressão)

CLASSE 3 LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

CLASSE 4 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS

CLASSE 5 SUBSTÂNCIAS OXIDANTES

CLASSE 6 SUBSTÂNCIAS VENENOSAS E INFECCIOSAS

CLASSE 7 SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS

CLASSE 8 CORROSIVAs

CLASSE 9 OUTRAS SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS

6.4 - procedimentos legais determinados pela convenção internacional para salvaguarda da vida humana no mar (cisvhm) e pela international maritime organization (imo) para o transporte de cargas perigosas

SOLAS 74/88 Consolidada até 01/01/2008 ─ Capítulo VII Parte A

Regra 3

Prescrições para o transporte de mercadorias perigosas.

O transporte de mercadorias perigosas sob a forma de embalagens deverá ser

feito de acordo com os dispositivos pertinentes do Código IMDG.

Regra 4

Documentos

1. Em todos os documentos relativos ao transporte por mar de mercadorias perigosas

sob a forma de embalagens, deverá ser utilizado, para o embarque o nome adequado

das mercadorias para embarque (não deverão ser utilizados apenas os nomes

comerciais) e deverá ser fornecida a sua descrição correta de acordo com a

classificação apresentada no Código IMDG.

Page 67: 4 técnicas de estivagem (tes)

67

6.5 - procedimento preconizado pelo guia internacional de segurança para navios tanques e terminais de óleo (isgott) para o recebimento e transferência de combustível e produtos químicos.

ISGOTT 7.10 – 7.10.1 –Transferência de Navio para Navio

Nas transferências entre navios, os dois petroleiros devem observar

integralmente as precauções de segurança exigidas para as operações de carga

normais.

Se as precauções de segurança não estiverem sendo observadas em um dos

navios, as operações não devem ser iniciadas ou, se em andamento, devem ser

interrompidas.

ISGOTT 7.10 – 7.10.2 – Transferência de Navio para Barcaças

Nas transferências navio/barcaça, somente barcaças autorizadas e devidamente

equipadas devem ser usadas.

Precauções semelhantes àquelas estabelecidas para o transbordo de carga

entre Navios; no “Ship to Ship Transfer Guide (Petroleum)” da ICS / OCINF

também devem ser seguidas. Se as precauções de segurança não estão

sendo observadas ou na barcaça ou no navio, as operações não devem ser

iniciadas ou, se em andamento, devem ser interrrompidas.

Page 68: 4 técnicas de estivagem (tes)

68

Teste de Autoavaliação da unidade 6

1) Defina carga perigosa.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

2) Qual a prescrição para o transporte de mercadorias perigosas sob a forma de

embalagens?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) De acordo com o ISGOTT, o que os petroleiros devem observar na transferência de

navio para navio?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

4) O que deve ser fornecido pelo documento relativo ao transporte por mar de carga

perigosa?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

5) Como proceder quando as precauções de segurança não estão sendo seguidas de

acordo com ICS / OCINF?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 69: 4 técnicas de estivagem (tes)

69

7. ESTIVAGEM DE CARGA NO CONVÉS

Nesta unidade, você vai:

���� Identificar as principais cargas passíveis de serem estivadas no

convés

���� Explicar a importância da peação da carga estivada no convés

���� Relacionar os cuidados, além da correta peação, com a estivagem

de cargas no convés

7.1 - Principais cargas passíveis de serem estivadas no convés.

Existem situações nas quais se torna necessário o embarque de carga no

convés; por exemplo:

• quando a carga é perigosa e está prescrito que a mesma deve ser embarcada

no convés.

• quando não há mais praça disponível nos porões e ainda resta carga para ser

embarcada, desde que a mesma não se avarie quando exposta no convés.

• quando a carga é muito grande e não passa pela boca da escotilha e não se

avarie quando exposta ao tempo.

7.2 - importância da peação da carga estivada no convés

PEAÇÃO consiste na amarração da carga às partes estruturais do navio, ou a

olhais e arganéus, especialmente colocados para este fim. A peação é

recomendada nos casos de cargas estivadas com muita altura e em convés.

Uma vantagem da peação é o seu baixo custo e rapidez de execução, se

comparada com o escoramento, além de que, os materiais podem ser utilizados mais

vezes.

Page 70: 4 técnicas de estivagem (tes)

70

7.3 - cuidados com a estivagem de carga no convés, e correta peação

É preciso ter muita atenção ao se estivar carga no convés para não obstruir

cabeços, cunhos, buzinas, tubos de sonda, ventiladores, suspiros, tomadas de

incêndio, etc.

Ao estivar um volume muito pesado no convés, deixar espaço em volta da carga

para poder cumprir os pontos de peação necessários a uma correta e segura peação,

observando a carga de ruptura, o fator de segurança e a carga de trabalho do cabo de

arame de aço a ser empregado.

Deve-se calcular a área necessária para recebimento do peso, considerando a

capacidade de resistência do convés e, de posse desta área, fazer o escoramento para

distribuição do referido peso.

É também necessário deixar passagem fácil e segura, para que a tripulação

possa circular livremente da proa para a popa. A carga deve ser bem peada com cabos

de arame de aço, para impedir que o mar a desembarque, quando debaixo de mau

tempo.

Page 71: 4 técnicas de estivagem (tes)

71

Teste de autoavaliação da unidade 7

1) Quando se torna necessário o embarque de carga no convés?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

2) Defina peação.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) Quando a peação é recomendada?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4) Quais as vantagens da peação em relação ao escoramento?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

5) Quais os cuidados que devem ser observados com a peação de carga no convés?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

6) Quais os itens que devem ser observados para uma correta peação?

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

Page 72: 4 técnicas de estivagem (tes)

72

8. AVARIAS

Nesta unidade, você vai:

���� Definir e identificar avarias

���� Diferenciar os tipos de avarias

���� Citar as medidas a serem adotadas para evitar avarias

���� Descrever as atividades do consertador de carga

8.1 - Definição de avarias no transporte de carga e diferenciação entre avaria

dano e avaria despesa

O conceito de avarias é restrito aos danos causados aos navios e a carga. As

avarias podem ser classificadas quanto ao tipo em Despesa e Danos. A avaria

despesa é toda despesa extraordinária realizada com o navio e/ou com a carga, desde

o ponto de embarque até o ponto de desembarque. Exemplo: Atraso na saída do navio,

remoção de carga, etc. A avaria dano é toda avaria causada à carga e/ou ao navio,

que possibilite a sua perda total ou parcial.

8.2 - tipos de avarias

As avarias danos podem ser originadas pelas seguintes causas:

• ocorrências anteriores ao embarque (volume com indício de violação, etc);

• manipulação (manuseio irregular: uso de gancho);

• embalagem inadequada (embalagem de papel, frágil);

• pressão (má estivagem);

• atrito (má peação ou escoramento);

• temperatura (ventilação insuficiente);

• manchas (pisos sujos, etc.);

• umidade (ventilação incorreta, infiltração, chuvas);

• vício próprio (fardos de juta, frutas maduras, etc);

Page 73: 4 técnicas de estivagem (tes)

73

• jogo do navio;

• instabilidade (grande GM – balanços violentos);

• contaminação;

• ratos, vermes, e outros animais; e

• extravio.

8.3 - avarias à embarcação, à carga e a ambas

Avarias à embarcação podem advir de erro na condução, ou deficiência na

manutenção, que serão culposas ou dolosas. Podem também ser fortuitas ou de força

maior.

Avarias na carga têm origem em erro de estivagem, como sejam: mistura de

cargas que devem ser estivadas isoladamente, colocação de carga perigosa em local

inadequado, estivagem de carga de fácil combustão próxima de locais sujeitos a

aquecimento, deficiência de embalagem, ou manipulação com o emprego de

equipamento inadequado.

Avarias na embarcação e na carga são, via de regra, uma extensão das três

primeiras, quais sejam: erro na condução ou deficiência na manutenção, erro de

estivagem (mistura de cargas que devem ser estivadas isoladamente, estivagem de

carga perigosa em local inadequado, estivagem de carga de fácil combustão próxima

de locais sujeitos a aquecimento).

8.4 - avarias mais comuns verificadas no carregamento, no transcorrer do transporte e no descarregamento.

As avarias ocorridas durante o carregamento podem ser originadas:

• antes do embarque;

• devido à manipulação;

• devido a embalagem inadequada;

• pressão;

• por mancha;

• por vício próprio;

Page 74: 4 técnicas de estivagem (tes)

74

• por contaminação; avaria causada por ratos, e vermes; e

• por extravio.

As avarias ocorridas no transcorrer da viagem podem ser causadas:

• por atrito;

• pela temperatura;

• por umidade;

• por vício próprio;

• pelo jogo do navio;

• pela estabilidade;

• por contaminação;

• por ratos, e vermes; e

• causada por extravio.

Avarias durante a descarga podem ocorrer:

• devido à manipulação;

• devido ao uso de embalagem inadequada;

• causadas por mancha;

• causadas por contaminação; e

• causadas por extravio.

8.5 - medidas a serem adotadas para evitar avarias

É sempre bom lembrar que todos os tipos de avarias acima citados devem ser

combatidos, através da adoção sistemática de algumas medidas:

• proteger a carga que irá entrar em contato direto com as chapas do cobro, ou de

cobertas ou com as anteparas do navio;

• resguardar os pés de carneiro;

• deixar desobstruídos e livres os condutos de ventilação; e

• deixar espaço livre entre a carga e o teto para ventilação.

Page 75: 4 técnicas de estivagem (tes)

75

8.6 - atividades do consertador de carga.

Consertadores são trabalhadores avulsos que trabalham nas operações de

carga e descarga dos navios. São os responsáveis pelo reparo das embalagens,

marcação, remarcação, carimbagem e etiquetagem da carga, bem como sua abertura,

em caso de vistoria. O consertador só é dispensado para casos de cargas como

maquinarias, chapas, automóveis, animais, arame farpado, tratores, embarcações,

bananas em cacho, bobinas de papel, recipientes de vidro, bujões com ou sem gás,

carne frigorificada sem envoltório, contêineres, ou seja, carga que não se pode dar

reparo simples e imediato.

Page 76: 4 técnicas de estivagem (tes)

76

Teste de autoavaliação da unidade 8

1) Conceitue avarias.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

2) Quanto ao tipo, como são classificadas as avarias?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) O que pode causar avarias devido à manipulação?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4) O que pode causar avarias pela pressão?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

5) O que pode causar avarias pela temperatura?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

6) O que pode causar avarias por umidade?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

7) O que pode causar avarias pela estabilidade?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 77: 4 técnicas de estivagem (tes)

77

8) Cite as avarias passíveis de ocorrer durante a viagem.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

9) Exemplifique avaria despesa.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

10) Diferencie avarias à embarcação de avaria à carga.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

11) Enumere as avarias passíveis de ocorrer durante o carregamento.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

12) Enumere as avarias passíveis de ocorrer durante a descarga.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 78: 4 técnicas de estivagem (tes)

78

13) Quais as medidas a serem adotadas para reduzir o índice de avarias?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

14) Quais as atividades do consertador de carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

15) Quando, em um carregamento ou descarga, é dispensada a pessoa do consertador

de carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

16) A quem cabe abrir um contêiner, para ser vistoriado pelas autoridades, no caso do

mesmo ser denunciado como contendo armas?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

17) O que pode causar avarias por atrito?

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 79: 4 técnicas de estivagem (tes)

79

9. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES À ESTIVAGEM.

Nesta unidade, você vai:

���� Definir plano de carga

���� Explicar a importância da sequência de embarque de carga

���� Citar as principais marcas encontradas nas embalagens das cargas

���� Identificar os responsáveis nas diversas fainas de carregamento,

transporte e descarga

9.1 - Plano de carga e os principais pontos nele abordados

PLANO DE CARGA é um diagrama do navio onde se assinala num perfil, a

disposição da carga no convés, na coberta e no cobro. Temos o Plano de Rascunho

(“Previous Plan”) e o Plano Final (“Final Plan”).

Dados que devem ser contidos no plano, que devemos colocar a lápis. • Praças. Ter a cubagem de diversas partes dos porões e boca de escotilhas.

• Áreas de Segurança. Pode variar de 0,60m a 1,50m na boca das escotilhas das

cobertas.

• Lazeira do Convés. Lazeira útil para carregamento (Locais não carregáveis:

sondas, válvulas e tomadas de incêndio, caixas de posto de incêndio, cabeços,

buzinas, cunhos, agulheiros, etc.

• Peso por metro quadrado que podemos colocar no convés, coberta e cobro.

• Baricentro dos compartimentos – KG.

Capacidade e espalho dos paus de carga, lanças de guindastes e cábreas.

Arranjo geral. Plano de Capacidade.

• Dados da Curva Hidrostática. Tendo estes dados tirados da Curva Hidrostática

(CH), facilitará o trabalho na confecção do Plano Final e Cálculo de Estabilidade.

Page 80: 4 técnicas de estivagem (tes)

80

CALADO MÉDIO

∆TOTAL PB DWT TPC KM LCB ΘΘΘΘB LCF MTC

4,00m 4.700tm 1.970tm 13tm 7,55m +0,10m +0,40m 62,5txm

4,50m 5.350tm 2.620tm 13,25tm 7,30m +0,125m +0,75m 65,0txm

� EEXXEERRCCÍÍCCIIOO RREESSOOLLVVIIDDOO

6º EXERCÍCIO. O convés do navio tem a resistência de 10t/m². Verificar se podemos

carregar 200tm em 15m².

10t ------------------- 1m² 200t ----------------- x m² x = (200 x 1) ÷ 10 x= 20m² RESPOSTA:- Não podemos receber a carga, a não ser que reforce o convés com

escoramento pela coberta ou com o aumento da área pretendida utilizando peças de

madeira.

9.2 - sequência de embarque da carga.

A primeira carga a embarcar é a do último porto de descarga. As cargas do

primeiro porto de descarga, não devem ficar presas (cativas) por uma carga de um

porto posterior, e assim sucessivamente.

Quando a carga de um porto prende a de um porto anterior, para descarregar

esta é necessário retirar aquela. A essa retirada ou movimentação de uma carga que

não é destinada para o porto, para que se possa descarregar a mercadoria destinada

ao porto, denomina-se “remoção”.

Page 81: 4 técnicas de estivagem (tes)

81

9.3 - como a distribuição da carga a bordo pode afetar a estabilidade da embarcação.

CONSEQUÊNCIA DAS DISTRIBUIÇÕES TRANSVERSAIS

DISTRIBUIÇÃO

DE PESO

EFEITOS / QUALIDADE MRA EFEITO S/

ESTRUTURA

Excesso de peso

cobro

Grande estabilidade e rigidez, balanços

bruscos – avaria à carga – mal-estar ao

pessoal. Grandes ângulos de banda.

Estrutura sujeita a

grandes esforços,

balanços, caturros,

arfagens.

Excesso de peso

no alto

Estabilidade limitada, balanços críticos

lentos, tendência a emborcamento,

grandes ângulos de banda.

Limitados esforços

dinâmicos.

Excesso de carga

a bordo

Estabilidade discreta, apresenta um

comportamento pouco estável, lentidão,

balanços.

Limitados esforços

dinâmicos

Distribuição por

peso e volume

Boa estabilidade, período de balanço

10s a 20s, conforto à carga e ao

pessoal.

Esforço estático e

dinâmico normais.

CONSEQUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL

DISTRIBUIÇÃO DE PESO EFEITO S/ QUALIDE

MRA

EFEITO S/ ESTRUTURA

Excesso de peso no

extremo

Excesso de estabilidade

longitudinal, excessiva

capacidade de

evolucionar, grandes

caturros e arfagens.

Grandes esforços e

tendência ao

alquebramento.

Excesso de peso no centro Escassa estabilidade

longitudinal, dificuldade

de governo, evolução

lenta.

Tendência a contra

alquebramento ou

tosamento.

Distribuição por peso e

volume

Estabilidade longitudinal,

governo normal, caturros

e arfagens normais.

Nenhum esforço

longitudinal.

Page 82: 4 técnicas de estivagem (tes)

82

9.4 - principais marcas encontradas nas embalagens das cargas

Marca – ilustração do fabricante que identifica e diferencia o produto; a mesma

coisa que marca comercial.

TIPOS DE MARCA

Contramarca ou submarca é a marca completa de cada volume tal como vem

no Conhecimento e Manifesto, e geralmente é integrada por outras marcas, como:

marca principal, marca do porto e código de barra.

A Marca principal frequentemente aparece em cargas abertas por mais de um

conhecimento.

A Marca do porto de destino ou marca do porto identifica o porto de descarga

da mercadoria. Se for carga de transbordo, também deverá constar o nome do porto ou

local de destino, além do porto de descarga

TIPOS DE CONTRAMARCAS

Número de Ordem do Volume iIdentifica cada volume dentro de uma mesma

partida com a mesma marca principal, sob o mesmo conhecimento.

Número de Volumes identifica o número de volumes do lote ou partida com a

mesma marca principal.

Peso identifica o peso bruto e/ou peso líquido da mercadoria.

Medidas indicam as dimensões e volumes da mercadoria.

Page 83: 4 técnicas de estivagem (tes)

83

9.5 - providências que devem ser tomadas antes da descarga de uma embarcação.

1. Logo após atracação, efetuar a instalação da rede de proteção da escada de portaló,

para segurança das pessoas que vão transitar durante a operação de descarga.

2. Fazer a leitura do calado.

3. Instalar as redes de proteção da carga, no costado, diante das escotilhas dos porões

que vão operar.

4. Abrir e fixar os escotilhões.

5. De acordo com as normas do porto, deixar as tampas das escotilhas que vão operar

prontas para abrir.

6. Deixar as lanças dos paus de carga e dos guindastes disparadas e em posição.

7. Deixar os guinchos e guindastes testados e prontos a funcionar.

8. Manter as lingas adequadas conforme o tipo de volumes a descarregar, distribuídas

por porões, em quantidade suficiente para ser entregue ao contramestre do terno.

9. Assim que for possível, instalar nas cobertas dos porões em descarga, as

balaustradas de segurança, para proteção das pessoas.

Ao mesmo tempo em que se assegura a melhor disposição de peso e volume de

carga pelo navio, é preciso considerar a eficiência e rapidez das operações de

carregamento e descarga. A disposição da carga destinada a um mesmo porto deve

ser feita equitativamente por todos os porões. Assim se poderá operar em todas as

escotilhas, durante a descarga; deve-se levar em conta que a estadia de um navio no

porto será tão prolongada quanto for o trabalho na escotilha que tiver maior quantidade

de carga.

Page 84: 4 técnicas de estivagem (tes)

84

9.6 - responsáveis nas diversas fainas de carregamento, transporte e descarga.

No navio, o responsável pelas fainas como um todo é o Comandante; o

Imediato é o encarregado geral das operações; o responsável pelo funcionamento dos

aparelhos elétricos de força para movimentação de carga e pela iluminação é o

eletricista; pelo funcionamento dos grupos geradores elétricos, máquinas frigoríficas e

demais máquinas motoras envolvidas nas operações é o Chefe de máquinas e seus

Oficiais; o contramestre do navio é o responsável pela manutenção dos equipamentos

usados nestas fainas, tais como: paus de carga, guinchos, guindastes, poleames,

massames e pela abertura e fechamento perfeito das tampas das escotilhas.

No porto, o fiel do armazém é o responsável em nome da Companhia das

Docas, pela guarda e a entrega a quem de direito.

Os trabalhadores de estiva têm como responsável pelo terno o contramestre; o

contramestre geral, conhecido abreviadamente por “Geral” é a maior autoridade da

estiva a bordo e como tal é o responsável por todos os ternos que estiverem operando.

Page 85: 4 técnicas de estivagem (tes)

85

Teste de autoavaliação da unidade 9

1) Defina Plano de Carga. .

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

2) Quais os tipos de planos de carga? .

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) Quais os dados que devem ser previstos no plano de carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

4) Nas cobertas de um navio, de quanto pode variar a área de segurança? .

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

5) No convés, quais os locais que não devem ser carregados?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 86: 4 técnicas de estivagem (tes)

86

6) O convés do navio tem a resistência de 5 t/m². Qual a área que precisamos

para poder distribuir o peso de uma peça que mede 4,00m de comprimento; 3,00m de

largura; 2,50m de altura, e pesa 80 toneladas? .

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

7) As cargas de um porto de descarga, não podem ficar presas

(__________________________________) por uma carga de um porto posterior.

8) Qual o nome da operação realizada para solucionar o problema de uma carga que

ficou presa por outra

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

9) Usando a tabela da Curva Hidrostática, determine, para um calado médio de

4,20m, os seguintes dados: DESLOCAMENTO, PORTE BRUTO, TPC, KM, e LCB.

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 87: 4 técnicas de estivagem (tes)

87

10) Usando a tabela da Curva Hidrostática, determine, para um deslocamento total de

5.000tm, os seguintes dados: CALADO MÉDIO, LCF, MTC e DWT.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

11) Quais os efeitos sobre a estrutura de uma embarcação, em consequência das

distribuições transversais com excesso de peso no cobro

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

12) A mesma pergunta acima (9.11), porém com relação aos efeitos sobre a

qualidade marinheira.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 88: 4 técnicas de estivagem (tes)

88

13) Quais os efeitos sobre a qualidade marinheira de uma embarcação, em

consequência das distribuições transversais por peso e volume?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

14) Quais os efeitos sobre a qualidade marinheira de uma embarcação, em

consequência das distribuições longitudinais por peso e volume.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

15) Qual o nome que identifica a marca que frequentemente aparece em

cargas abertas por mais de um conhecimento

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

16) Enumere os tipos de contramarcas.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 89: 4 técnicas de estivagem (tes)

89

17) Quais as providências que devem ser tomadas antes da descarga de uma

embarcação, com relação a segurança do pessoal?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

18) No navio, o responsável pelas fainas como um todo é o

__________________________ e o encarregado geral das operações de carga é o

________________________________.

19) No navio, quem é o responsável pelo funcionamento dos aparelhos elétricos de

Força, para movimentação de carga e pela iluminação?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

20) O responsável pelo funcionamentos dos grupos geradores elétricos, máquinas

frigoríficas e demais máquinas motoras envolvidas nas operações é o

__________________________________________ e seus oficiais.

21) O contramestre do navio é o responsável pela manutenção de quais

equipamentos usados nas operações de carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

Page 90: 4 técnicas de estivagem (tes)

90

22) No porto o ____________________ do armazém é o responsável em

nome da Companhia das Docas, pela guarda e a entrega a quem de direito.

23) Quem é o responsável pelo terno de estiva?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

24) No navio, quem é o responsável pela abertura e fechamento perfeito das tampas

das escotilhas

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 91: 4 técnicas de estivagem (tes)

91

10. ESTIVAGEM DE CARGAS FRIGORIFICADAS

Nesta unidade, você vai:

���� Citar os processos na estivagem de cargas frigorificadas

���� Classificar as cargas frigorificadas

���� Descrever os cuidados básicos na preparação de porões ou

câmaras frigorificadas

���� Enumerar os cuidados necessários no transporte de contêineres

frigoríficos

10.1 - Processos mais usuais na estivagem de carga frigorificada

A carga frigorificada é aquela que necessita ser refrigerada ou congelada para

conservar as qualidades essenciais do produto durante o transporte, tais como: frutas

frescas, carnes, aves, pescados, etc.

As cargas frigorificadas podem embarcar em navio frigorífico ou em navio de

cargas gerais que possua um único porão frigorífico, que tem a capacidade de

acondicionar as cargas refrigeradas ou congeladas nas mais variadas temperaturas.

As cargas congeladas podem embarcar de diversas formas:

● quartos de carnes bovinas, pendurados no teto das câmaras. Todos os quartos

de carne devem estar bem duros como pedra e metidos em sacos de juta.

● cartões com carnes bovinas, suínas, peixes, lagostas, camarões, estivados

cartão a cartão, manualmente separados por ripas, para melhor circulação do ar.

● paletes com cartões estivados com auxílio de empilhadeiras

São estivadas em bloco, manualmente ou com empilhadeira, sem haver o risco

de ficarem coladas, pois possuem sistema de desumidificação.

Depois de carregadas as câmaras devem ser mantidas na temperatura indicada

pelo carregador em documento firmado. As temperaturas das câmaras são verificadas

por quartos de serviço e registradas nos Diários de Máquinas e Convés. Os navios

modernos são providos de máquinas frigoríficas que registram em diagramas a

temperatura de minuto a minuto.

Page 92: 4 técnicas de estivagem (tes)

92

O carregamento de quartos de carne é feita em tabuleiros e, algumas vezes, em

redes de manilha. Os produtos congelados embalados em cartões ou caixas são

carregados em tabuleiros.

As cargas refrigeradas transportadas com mais frequência são:

● cartões com maçãs, peras, uvas, tâmaras, ameixas frescas, nozes, passas, etc,

que são estivados cartão a cartão em bloco, também sem haver o risco de ficarem

colados;

● paletes com cartões com manteiga enlatada, manteiga empacotada, margarina;

● paletes com baldes e tambores de sucos;

● caixas de bacalhau, estivadas caixa a caixa; produtos hortigranjeiros

acondicionados em contêineres de 5 pés gradeados lateralmente.

10.2 - tipos de cargas frigorificadas em função da temperatura de transporte PRODUTO TEMPERATURA DE

CONSERVAÇÃO

PERÍODO DE

ARMAZENAMENTO

cordeiro congelado - 18 ºC 6 a 8 meses

porco congelado - 18ºC 4 a 6 meses

aves congelado - 29ºC 9 a 12 meses

cereja congelada - 18ºC 10 a 12 meses

Caqui - 1ºC 2 meses

Maçã - 1ºC 2 a 6 meses

peixe congelado - 18ºC 2 a 4 meses

Crustáceo 0,5ºC 3 a 7 dias

Queijo - 1ºC a 7ºC variável

Leite 0,5ºC 7 dias

ovas congeladas - 18ºC 12 meses

Brócolis 0ºC 7 a 10 dias

cenoura fresca 0ºC 4 a 5 meses

pão congelado - 18ºC 7 dias

Alface 0ºC 3 a 4 semanas

Batata 3,3ºC a 10ºC 4 a 8 meses

tomate maduro - 0,5ºC 2 a 7 dias

Abóbora 10ºC a 13ºC 2 a 6 meses

Page 93: 4 técnicas de estivagem (tes)

93

10.3 - cuidados básicos na preparação de porões ou câmaras frigoríficas para recebimento da carga a ser transportada.

Procede-se um exame no estado de funcionamento das câmaras, fechando

todos os extratores de ar, tanto os localizados no convés, quanto os do interior das

câmaras.

A aparelhagem das câmaras deve ser ligada 24h antes de receber qualquer

espécie de carga fria, e permanecer ligada nesse período, não só para teste de

funcionamento, mas principalmente para não forçar a máquina frigorífica. Depois de

carregadas as câmaras, deve ser mantida a temperatura indicada pelo carregador em

documento firmado.

Conforme a natureza da carga transportada, é conveniente uma baldeação com

água doce, para retirar os resíduos de certas cargas, que possam servir de causas de

avarias para cargas a embarcar.

Os estrados que cobrem o piso dos porões ou câmaras devem ser retirados,

limpos e os furos para circulação do ar desobstruídos e recolocados em seus devidos

lugares.

Os pocetos devem ser limpos e desinfetados com água sanitária, detergentes,

produtos não corrosivos. Os ralos devem ser limpos e recolocados nos tubos da rede

de esgoto.

Os tampões da rede de exaustão devem ser retirados, se a próxima carga a

embarcar não for frigorificada e o sistema de ventilação e extração deve ser testado.

10.4 - cuidados durante o embarque de carga frigorificada.

No embarque de produtos congelados, os estivadores deverão usar macacões

de lã, avental e botas adequadas. O marinheiro fiel do porão deverá também vestir

roupas adequadas de proteção contra o frio.

As tampas das escotilhas dos porões só devem ser abertas no momento em que

vai ser iniciado o carregamento, e antes de abri-las deve-se anotar a temperatura. O

sistema de refrigeração deve ser mantido funcionando durante toda a operação de

carregamento, mantendo uma temperatura pré-estabelecida.

Não se deverá sair do local frio e ingressar de imediato no convés. A diferença

brusca de temperatura poderá provocar choques térmicos.

Page 94: 4 técnicas de estivagem (tes)

94

O oficial do navio afere a temperatura dos produtos em três momentos: (1) assim

que os baús frigoríficos abrem suas portas; (2) quando o embarque da carga estiver

pelo meio; e, finalmente, (3) na última lingada.

10.5 - procedimentos básicos para estivagem de carga em câmaras e porões frigoríficos.

As cargas frigorificadas paletizadas são estivadas nos porões e câmaras com o

auxílio de empilhadeiras. Os cartões são estivados cartão a cartão, sempre deixando

um espaço no teto para circulação do ar.

Tambores com sucos são estivados em pé e separados por dunagem de

madeira, no sentido de não bloquear a circulação do ar.

10.6 - cuidados necessários no transporte de contêineres frigoríficos.

O contêiner frigorífico ou refrigerado foi criado para transportar carga

frigorificada, porém aqueles que se destinam ao transporte multimodal obedecem aos

padrões ISO em comprimento, largura e altura.

O contêiner refrigerado pode ser:

● contêiner ativo – aquele que possui meio de refrigeração autônomo; e

● contêiner passivo – aquele que não possui meio de refrigeração.

O contêiner ativo, também conhecido como integrado, é comumente

denominado de “reefer”.

O contêiner passivo é também conhecido por “port-hole” ou ainda insuflado

(“insulated”).

Os contêineres ativos, integrados ou reefers, por possuírem refrigeração própria,

necessitam apenas de tomadas padronizadas ISO para serem acionados. Eles podem

ser estivados, tanto no convés quando nos porões, bem próximo das tomadas com

tensões de 220V/60Hz, 440V/60Hz ou 380V/~50Hz.

Page 95: 4 técnicas de estivagem (tes)

95

Os contêineres passivos só podem ser carregados nos porões onde haja um

sistema adequado para recebê-los.

Em se tratando do transporte marítimo, a primeira providência a ser tomada pelo

Imediato é, antes do embarque do contêiner, vistoriar as condições externas do mesmo

e verificar se as instruções do exportador/embarcador estão de acordo, se a

temperatura está em conformidade, se as informações do disco estão corretamente

preenchidas e se o contêiner se encontra devidamente lacrado.

Durante o transporte deve ser feita diariamente, no mínimo uma aferição, e as temperaturas observadas lançadas em um livro de registro.

No contêiner ativo, a monitoração pode ser feita no local, através do disco de

registro e/ou indicação digital. O disco registra por um período de 31 dias as

temperaturas que variam de -25ºC a +25ºC.

TÉRMICO ATIVO

(INTEGRADO OU “REEFER”)

TÉRMICO PASSIVO

(“PORT HOLE” OU INSUFLADO)

Referência: ISO 4032 e 2032 Refrigerado

FIG-23 a/b

Page 96: 4 técnicas de estivagem (tes)

96

Teste de autoavaliação da unidade 10

1) A carga frigorificada é aquela que necessita ser refrigerada ou

_______________________________ para conservar as qualidades essenciais do

produto.

2) Quais as formas de embalagens que embarcam as cargas congeladas?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) As cargas congeladas são estivadas em ______________________, manual ou com

o auxílio de empilhadeira, sem haver o risco de ficarem coladas, pois as frigoríficas

possuem sistema de desumidificação.

4) Mantenha, depois de carregada, as câmaras na ______________________ indicada

pelo carregador em documento firmado.

5) O carregamento de quartos de carne é feito em _____________________ e

algumas vezes em ________________________ de manilha.

6) Quais as temperaturas de conservação e período de armazenamento das seguintes

cargas: cordeiro congelado; aves congeladas; caqui; peixe congelado?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 97: 4 técnicas de estivagem (tes)

97

7) Quais os cuidados básicos na preparação de porões ou câmaras frigoríficas para

recebimento de carga?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

8) No embarque de produtos congelados os estivadores e o marinheiro fiel do porão

deverão usar _______________________________ de lã, avental e botas adequadas.

9) Como são carregadas as cargas frigorificadas paletizadas nos porões e câmaras

frigoríficas?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 98: 4 técnicas de estivagem (tes)

98

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 11

Tarefa 1 Estiva Tarefa 2 Trabalhadores da estiva ou estivadores Tarefa 3 Letra d) Tarefa 4 Controlista ou separador Tarefa 5 Capatazia Tarefa 6 1 contramestre, 2 portalós, 3 guindasteiros ou guincheiros, 8 homens de porão Tarefa 7 Registra Tarefa 8 OGMO Tarefa 9 Cumprir a NR29 e demais disposições legais de segurança e saúde do trabalhador. Informar ao responsável pela operação, as avarias ou deficiências observadas que possam construir riscos. Utilizar corretamente o EPI e EPC, bem como as instalações que lhes forem confiadas. Tarefa 10 Terminal Retroportuário

Page 99: 4 técnicas de estivagem (tes)

99

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 22

Tarefa 1 Quebra de estiva Tarefa 2 Fe = 0,60m x 0,30m x 0,30m = 0,054m3 = 0,675 m3/tm 0,08 t 0,08 t Fe = 0,675 m3/tm Tarefa 3 Fe = 0,50m x 0,40m x 0,40m = 0,08m3 = 2 m3/tm

0,04 t 0,04 t Fe = 2,00 m3/tm QE 10% = 0,20 m3/tm Fef = 2,20 m3/tm P = 910 tm Tarefa 4 Área = 21,0 m x 18,0 m 5tm __________ m2 Área = 378 m2 x t ___________378 m2

xt = 1890 tm 1 saco ________ 50 kg x sacos ________ 1.890.000 kg 37.800 sacos Fe = 1.00 m3/tm QE 5% = 0,05 m3/tm Fef = 1,05 m3/tm

P = V = 2002 m3 = 910 tm Fef 2,20 m3/tm

V = P x Fef = 1.890 tm x 1,05 m3/tm

V = 1.984,5 m3 h = V = 1.984,5 m3 = 5,25 m A 378 m2

Page 100: 4 técnicas de estivagem (tes)

100

Tarefa 5 Prelingada, paletizada, contêinerizada.

Tarefa 6

Redução de perdas, roubos e avarias; redução de custos de embalagens e rotulagens;

redução de mão-de-obra na movimentação de carga; estocagem de mercadorias em

áreas descobertas; melhor controle de qualidade dos perecíveis; melhor transporte da

carga perigosa.

Tarefa 7 Chapas de ferro; lingotes de chumbo; vergalhões; tubos de ferro e de PVC.

Tarefa 8 Estivar

Tarefa 9 Dunage

Tarefa 10 Tambores

Tarefa 11 I II

Fe = 1,5

Qe 5% = 0,075

Fef = 1,575

III

Área = 8m x 4m = 32m2

Extensão para ré = V = 252 m3 = 7,875m

A 32 m2

Resp.: Extensão para ré = 7,875m

Fef = V . . V = P x Fef. P V = 160t x 1,575m3 / t V = 252m3

Page 101: 4 técnicas de estivagem (tes)

101

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 33

Tarefa 1

Serviços de limpeza dos porões; baldeação dos porões; caiação dos porões;

escoramento e peação de carga; rechego das cargas de grãos conforme Solas/74.

Tarefa 2

eletricista

Tarefa 3

Os oficiais de máquinas

Tarefa 4

Comandante / Imediato

Tarefa 5

Faroleiro / fiel

Tarefa 6

Deverá ser feito um estrado completo no piso, no sentido da ventilação do porão,

geralmente transversal (BB/BE) para ser estivada as camadas de cartões. Um estrado

completo deve ser instalado entre a terceira e a quarta camada a contar do piso, outro

entre a sexta e sétima, e outro entre a décima segunda e a décima terceira; daí por

diante, estrados a cada seis camadas. O estrado pode ser substituído pelo

compensado.

Tarefa 7

Estivagem saco a saco; estivagem meio saco a meio saco; estivagem amarrada.

Page 102: 4 técnicas de estivagem (tes)

102

Tarefa 8

Os tambores devem ser estivados em pé e separados camada por camada por

estrados ou compensados.

Tarefa 9

Colocar a primeira camada de tubos de ferro fundido, no sentido longitudinal do porão,

com os flanges todos do mesmo lado e voltados para a antepara revestida de

compensado. Os corpos dos tubos paralelos e mantidos na horizontal por meio de

berço ou escoramento. Nos intervalos entre os corpos de uma camada são colocados

os corpos da camada seguinte, sempre alternando-se os flanges.

Tarefa 10

Quando em grande quantidade, são embarcadas a granel. Em pouca quantidade, faz-

se a estivagem compacta e segura, escorando-se os lotes, quando necessário.

Page 103: 4 técnicas de estivagem (tes)

103

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 44

Tarefa 1

Trigo, milho, aveia, centeio, cevada, arroz, legumes secos, sementes.

Tarefa 2

Trigo, milho, centeio, arroz, legumes secos.

Tarefa 3

Aveia, cevada ligeira ou semente de algodão.

Tarefa 4

É o ângulo interno formado com o plano horizontal e a superfície do cone que forma a

carga de grãos ao ser despejada no porão.

Tarefa 5

O grão correrá, criando uma banda permanente devido a situação de peso

descentralizado.

Tarefa 6

São os espaços que não foram possíveis encher de grãos a granel no término do

carregamento de um porão de carga.

Tarefa 7

Que o porão de carga fique o mais cheio possível e nivelados.

Tarefa 8

Porque o ângulo de repouso do trigo e demais grãos é menor que 35o.

Page 104: 4 técnicas de estivagem (tes)

104

Tarefa 9

E.S.L. = I.M.S.L x δ Liq.Tq

∆ mx.

E.S.L. = 1030 m4 x 0,97 t/m³ = 999,1 = 0,013m

76.814 tm 76.816

2 x 0,013m = 0,026 m

Tarefa 10

Quando os tanques estão totalmente cheios ou vazios.

Page 105: 4 técnicas de estivagem (tes)

105

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 55

Tarefa 1

Separadas

Tarefa 2

Dunagem

Tarefa 3

Proteger a carga das avarias por contato com as partes estruturais. Permitir a

ventilação da carga. Proteger contra possíveis contatos com líquidos livres. Evitar

esmagamento. Evitar extravio.

Tarefa 4

Utiliza-se madeira de separação no meio das partidas de carga além de estrados nos

cobros e pisos.

Tarefa 5

Tábuas, esteiras, papel, giz, tinta de água, plásticos, encerados, compensado, etc.

Tarefa 6

Devem ser separados por estrados ou compensados em cada camada. Para distribuir

a pressão evitando o esmagamento.

Tarefa 7

Úmidas; sujas; odoríferas; venenosas; pesadas.

Tarefa 8

Grupo I – grande perigo; Grupo II – médio perigo ; Grupo III – menor perigo.

Page 106: 4 técnicas de estivagem (tes)

106

Tarefa 9

CL 5.1 com CL 3.2 é 2 (no mesmo compartimento afastado de no mínimo 6 metros).

CL 5.1 com CL 2 é 2 (no mesmo compartimento afastado de no mínimo 6 metros).

CL 3.2 com CL 2 é 2 (no mesmo compartimento afastado de no mínimo 6 metros).

CL 2 é 1 (no mesmo compartimento afastado de no mínimo 3 metros).

Tarefa 10

Classe 1 – explosivos

Classe 3 – líquidos inflamáveis

Classe 5 – substâncias oxidantes

Classe 7 – substâncias radioativas

Page 107: 4 técnicas de estivagem (tes)

107

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 66

Tarefa 1

São aquelas identificadas através do International Marítime Dangerous Godds Code

(IMDE CODE)

Tarefa 2

Estabelecer o local adequado para a sua estivagem, atendendo as determinações da

IMO através do IMDG CODE.

Tarefa 3

Observar integralmente as precauções de segurança exigidas para as operações de

cargas normais.

Tarefa 4

O nome adequado das mercadorias para embarque e a sua descrição correta de

acordo com a classificação apresentada no código IMDG.

Tarefa 5

As operações não devem ser iniciadas; ou se em andamento, devem ser interrompidas.

Page 108: 4 técnicas de estivagem (tes)

108

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 77

Tarefa 1

Quando a carga é perigosa e está prescrito que deve ser embarcada no convés.

Quando não há mais praça disponível e ela não se avaria, quando exposta no convés.

Quando a carga é muito grande e não passa pela boca da escotilha e possa ir no

convés.

Tarefa 2

É a amarração da carga às partes estruturais do navio em olhais e arganéus.

Tarefa 3

Em cargas estivadas com muita altura e em conveses.

Tarefa 4

Baixo custo; rapidez de execução e os materiais podem ser utilizados mais vezes.

Tarefa 5

Não obstruir os cabeços; buzinas; cunhos; tubos de sondagens; tomadas e válvulas

das redes de incêndio; as caixas de incêndio; suspiros; etc.

Tarefa 6

Não obstruir cabeços, cunhos, buzinas, tubos de sonda, suspiros e tomadas de

incêndio. Deixar espaços em volta da carga para poder cumprir os pontos de peações

necessários, observando a carga de rotura, o fator de segurança e a carga de trabalho

do cabo de arame de aço. Calcular a área necessária para recebimento do peso,

considerando a capacidade de resistência do piso.

Page 109: 4 técnicas de estivagem (tes)

109

CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 88

Tarefa 1

São os danos causados aos navios e as cargas.

Tarefa 2

Despesas e danos.

Tarefa 3

Manuseio irregular; uso de gancho.

Tarefa 4

Má estivagem.

Tarefa 5

Ventilação insuficiente ou inadequada.

Tarefa 6

Ventilação incorreta; infiltração; chuva; etc.

Tarefa 7

Grande GM – causando balanço violento.

Tarefa 8

Devido a embalagem inadequada, pela pressão, pelo atrito, pela temperatura, por

umidade, pelo jogo do navio, pela estabilidade, por contaminação, por ratos, vermes,

etc.

Tarefa 9

É toda despesa extraordinária realizada com o navio e/ou com a carga, desde o

embarque até o desembarque.

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Tarefa 10

As avarias a embarcação podem advir de erro na condução ou deficiência na

manutenção, que serão culposas ou dolosas, podem também ser fortuitas ou de força

maior.

Avarias na carga têm origem em erro de estivagem, com sejam mistura de cargas, que

devem ser estivadas isoladamente, colocação de carga perigosa em local inadequado,

estivar a carga de fácil combustão próximo de locais sujeitos a asfixiamento, deficiência

de embalagem, manipuladas com o emprego de equipamento inadequado.

Tarefa 11

Antes do embarque; devido à manipulação; embalagem inadequada; pela pressão; por

mancha; por vício próprio; por contaminação; por extravio.

Tarefa 12

Manipulação; embalagem inadequada; por manchas; por extravio.

Tarefa 13

Proteger a carga que irá entrar em contato com as chapas do casco, ou cobertas, ou

das anteparas.

Resguardar os pés de carneiro.

Desobstruir os condutos de ventilação.

Deixar espaço livre entre a carga e o teto para ventilação.

Tarefa 14

Reparo das embalagens, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura

em caso de vistoria.

Tarefa 15

Quando as cargas são: maquinarias, chapas, automóveis, animais, arame farpado,

tratores, banana em cacho, bobinas de papel, etc.

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Tarefa 16

Consertador

Tarefa 17

Má peiação ou escoramento, falta de proteção.

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Tarefa 1

É um diagrama do navio onde se assinala num perfil a disposição da carga no convés,

na coberta e no cobro.

Tarefa 2

Plano de rascunho (Previous Plan)

Plano final (Final Plan)

Tarefa 3

1 – Praças – ter a cubagem de diversas partes dos porões e boca de escotilhas.

2 – Áreas de segurança

3 – Lazeiras do convés

Tarefa 4

0,60 a 1,50m

Tarefa 5

Bujões de sondas, válvulas e tomadas de incêndio, caixas de posto de incêndio,

cabeços, buzinas, cunhos, agulheiros.

Tarefa 6

5t ______ m2

80t ______ xm2

xm2 = 80t xm2 = 16m2

5t

Precisamos de 16m2

Tarefa 7

Cativas

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Tarefa 8

Remoção

Tarefa 9

Deslocamento = 4.960 tm; Porte Bruto: 2230tm; TPC = 13,10m; KM = 7,45m; LCB = +

0,11m

Tarefa 10

Calado médio = 4,23m; LCF = +0,56m; MTC = 63,65tmxm; DWT = 2.270tm

Tarefa11

Estrutura sujeita a grandes esforços, balanços, caturros, arfagens.

Tarefa 12

Grande estabilidade e rigidez; balanços bruscos. Avaria a carga. Mal estar ao pessoal.

Grandes ângulos de banda.

Tarefa 13

Boa estabilidade. Período de balanço de 10 seg. a 20 seg.. Conforto à carga e pessoal.

Tarefa 14

Estabilidade longitudinal; governo normal, caturros e arfagens normais.

Tarefa 15

Marca principal.

Tarefa 16

Número de ordem do volume

Número de volumes

Peso; medidas

Tarefa 17

1) Instalar a rede de proteção da escada de portaló.

2) Os escotilhões abertos e bem fixados.

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3) Assim que for possível, instalar nas cobertas dos porões em descarga, as

balaustradas de segurança, para proteção das pessoas.

Tarefa 18

Comandante / Imediato

Tarefa 19

O eletricista.

Tarefa 20

Chefe / máquinas.

Tarefa 21

Paus de carga, guinchos, guindastes, poleames, massames e pela abertura e

fechamento perfeito das tampas das escotilhas.

Tarefa 22

Fiel

Tarefa 23

Contramestre

Tarefa 24

O contramestre do navio

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CChhaavvee ddee rreessppoossttaass ddoo tteessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaa uunniiddaaddee 1100

Tarefa 1 Congelada. Tarefa 2 Quartos de carnes embalados em sacos de juta, cartões, caixas, paletizadas. Tarefa 3 Bloco. Tarefa 4 Temperatura. Tarefa 5 Tabuleiros / redes. Tarefa 6 Cordeiro – 18ºC de 6 a 8 meses Caqui – 1ºC de 2 meses Aves cong. – 29ºC de 9 a 12 meses Peixe cong. – 18ºC de 2 a 4 meses Tarefa 7 Teste de funcionamento das câmaras, fechando todos os extratores de ar, tanto os de convés quanto os do interior das câmaras durante 24 horas. Conforme a natureza da carga é conveniente uma baldeação com água doce. Os estrados devem ser retirados, limpos e os furos desobstruídos e recolocados em seus lugares. Os pocetos devem ser limpos e desinfetados com água sanitária, detergentes não corrosivos. Os ralos devem ser limpos. Tarefa 8 Macacões. Tarefa 9 Com o auxílio de empilhadeiras.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Defesa. Marinha do Brasil. DPC. O transporte sem riscos de

cargas perigosas, potencialmente perigosas e prejudiciais por via marítima. Rio

de Janeiro, 2000.

BRASIL, Ministério da Defesa. Marinha do Brasil. DPC. Normas da Autoridade

Marítima Nº 2 (NORMAM 02). Rio de Janeiro, 2000.

BRASIL, Ministério do Trabalho – Fundação Jorge Duprat de Figueiredo –

FUNDACENTRO. Operação nos Trabalhos de Estiva. São Paulo 1991.

Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar – SOLAS 74/88 –

Consolidada 2008 – Edição em português Rio de Janeiro – DPC 1999 – BRASIL.

FONSECA, Maurílio M. Arte Naval. 4 ed. Rio de Janeiro – Escola Naval 1985.

GOMES, Carlos Rubens Caminha. Operações de Carregamento Navios Cargueiros

– Rio de Janeiro 1982.

INTERNATIONAL MARITIME GANIZATION. CODE OF PRACTICE FOR THE SAFE

LOADING AND UNLOADING OF BULK CARRIERS. LONDON IMO 1998.

INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION – IMDG CODE. LONDRES 1994

INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION. INTERNATIONAL SAFETY GUIDE

FOR OIL TANKERS AND TERMINALS – DANGEROUS GOOD CODE – ISGOTT.

4ED. LONDRES. IMO 1996.

NICHOLLS´S – SEAMANCHIP AND NAUTICAL KNOWLEDGE, 23RD Ed. 1977.