4. conceitos arte medieval

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2. Estética medieval 2.1. Conceitos

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Filosofia, conceitos da estética medieval

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Page 1: 4. conceitos arte medieval

2. Estética medieval

2.1. Conceitos

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• Arte

Evangelho Ebo, São Marco, S.IX

De techne a artifexAspecto cognoscitivo e produtivo: “a arte é o princípio do fazer e da reflexão sobre as coisas a fazer.” (Eco, 2010)

Tomás de Aquino, S. XIII: reto ordenamento da razãoScoto Erigena, S. IX: reta ideia daquilo que vai se produzir(Tatarkiewicz, p. 86 1996)

Saleiro, metade S.XIII, França

Saltério de Ultrech, 813-35 realizado

em Reims,

Poeta ou santo recebe inspiração divina

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Fragmento de tapeçaria, 1420, Basel, Suiça

Copo do macaco, 1425, Burgúndio

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Simon de Hesdin Facta et Diicta Memorabilia, de Valerius Maximus , 1475

Objetivo é narrativo e didascálico

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Crônicas de Nuremberg, 1498

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• Criatividade

Creatio ex nihilo: criar do nada (Deus)

Deus Arquiteto",  ilustração Bíliblia "Moralisée" Século XIII, França

Casidoro S. VI: “as coisas fabricadas são diferentes pois podemos fabricar mas não criar”Pseudo-Dionisio Areopagita S. VI: “um pintor deve necessariamente contemplar um arquétipo de beleza não inventá-lo”Agostinho de Hipona, S. V: o objetivo do artista é “colecionar os rastros da beleza”Roberto Grosseteste, S. XIII: “Já que a arte imita a natureza e a natureza atua sempre do melhor modo possível, a arte é por tanto tão perfeita como a natureza”(Tatarkiewicz, 1996)

Tomás de Aquino, S. XIII: “A forma que o artista induz na matéria na qual opera não é uma forma substancial mas acidental”São Boaventura, S. XIII: três forças que operam no mundo, Deus opera do nada, a natureza opera no ser em potência e a arte opera na natureza e supõe um fim completo(Eco, p. 134, 2010)

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Novo Testamento João, Monastério de São Martin, Tour, S. IX, Detalhe de nicho em mesquita de Isfahan, 1618 Iran

A imagem como representação da palavra

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• Beleza: Catedral de Chartres, S. XIII, França

Kalon (grego) Pulchrum (latim)Bellum abreviação de bonellum originado em bonum (lRenascimento)

Deus criou o mundo segundo numerus pondus et mensura – número, peso e medida – tanto categorias cosmológicas como categorias estéticasOrdem, precisão e proporção gregos (Aristóteles)

Pseudo-Areopagita: única beleza verdadeira é a beleza suprasensual que deve se observar em Deus e na natureza, não na arte.Beleza objetiva quantitativa, na medida e na funcionalidadeRegra de beleza

Tomás de Aquino:. “beleza é aquilo que é agradável de perceber” Beleza subjetiva Definição de beleza

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Livro de Kells, 806, monastério de Kells Iona Irlanda sobre os 4 evangelhos

Boecio, S. VI: beleza é commensuratio partium

Agostinho: “só a beleza agrada e na beleza, as formas e nas formas, as proporções e nas proporções, os números.” Modus, species et ordo – número, espécie e ordem

Roberto Grosseteste: toda beleza consiste na identidade das proporções.

Música: Hugo de São Vitor, S. XII “todos os ritmos são agradáveis e o movimento rítmico surge exclusivamente do número”Ideia de perfectum:Pulchurm et perfectum idem est

O Cânon de Policleto tornou-se dogmaGaleno, S. II: “o belo surge pouco a pouco de muitos números”(Viperiano, 1579, Tratado de poética)(Tatarkiewicz, p. 159, 1996)

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Fra Angelico Anunciação, 1450, afresco San Marco, Florença

Simoni Martini, detalhe Anunciação, 1333

Beleza aparência do Bem: metafísica, transcendentalKalokagatia – ético e estéticoGrosseteste: bem e belo diferem in ratione (lógicamente)Summa Fratis Alexandri (1245): bem e belo diferem in intetione:O bem é causa final - éticoO belo causa formal – estéticoOs valores éticos se fundamentam em valores estéticos

ECO,2010, Leitura pag. 36-38

Beleza quantitativa: qualidade abstrataBeleza transcendental

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Opus Anglicanum, S. XV, Inglaterra Aquamanile, 1400, Nuremberg Alemanha

Beleza da adequação ao fim, funcional e simbólico

ECO, 2010, leitura p. 88

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Anjo da quinta trombeta, Beato de Liebana,iluminuras de Beato Fernando I e Sancha, S. VIII, Madrid, Biblioteca Nacional

• Mímesis

A beleza da natureza é superior, imitamos aquilo que é a forma ideal (Platão) e substancial (Aristóteles).

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“Com a distinção entre arquétipo e imagem, ele (o ícone) oferece o modelo de uma economia distributiva. Esse é o gesto que o poeta de Aristóteles imita, e é o gesto que o artesão de ícones reproduz em seu trabalho. Desse modo a mediação de Cristo, imagem natural é fundadora do ícone, imagem artificial. Hierarquia de signos sem a qual nenhuma mimese seria possível” (Cauquelin, 2007, p. 72-73)

Cristopantocrator, mosaico, Igreja Dormition, 1080 Grécia

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Espelho das Virgens, manuscrito s. XIII

Tomás de Aquino:Uma obra da natureza parece obra de uma inteligência, porque através de certos meios aspira a certos fins, e nisso, precisamente, a arte a imita”. (Phys. II.4, apud TATARKIEWITCZ, 1996)

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Pietro Lorenzetti, monges carmelitas, Pinacoteca Siena, Itália, metade S. XIV

A representação fica cada vez mais complexa em termos de espaço e temporalização

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Irmãos Limbourg, Fevereiro e Maio, As mais Ricas Horas do Duque de Berry, 1415

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• Forma

Livro de Kells

Forma ideal (Platão), forma substancial (Aristóteles)Proporção e esplendor (essência metafísica da aparência)

1)Forma ideal: disposição das partes – figura (formosus)2)Forma substancial: essência conceitual – ação, energia, propósito, elemento ativo da existência - entelequia

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• Experiência estética

Interior Catedral Reims, França

Saint Maclou, Rouen,Bélgica,1434

Sensus animi: sentido interior da alma (encantamento de Aristóteles e ideia de Platão) atitude de contemplação e deleiteSó sente a beleza quem é belo e bomEscoto Erígena: “contemplar na obra a Glória do Criador e das suas obras”Agostinho: “me pergunto se as coisas são belas porque agradam ou agradam porque são belas. E me responderão sem dúvida que agradam porque são belas.”

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Da poética pintada à pintura poética

Giotto, A entrada em Jerusalém, Capela Scrovegni, Padua, 1305

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BibliografiaCAUQUELIN, Anne. Teorias da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2005.CAUQUELIN, Anne. A invenção da Paisagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007.GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1999. 16ª ed.JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001. HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ECO, U. Arte e Beleza na Estética Medieval. Editora Record, 2010.___, _. História da Beleza. Editora Record, 2005.TATARKIEWCZ, W. Historia de seis ideas. Madrid: Tecnos, 1996.

WebtecaVictoria and Albert Museum, vídeo dos Evangelhos de Lorsch.Série de vídeos sobre a geometria sagrada (em inglês)