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AULA 4 DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONTINUIDADE) PRESSUPOSTOS GENÉRICOS PARA A ELABORAÇÃO DOS RECURSOS: I – LEGITIMIDADE: OK II -INTERESSE: OK III – ADEQUAÇÃO: OK IV – TEMPESTIVIDADE V - PREPARO CONCEITO: é o pagamento das DESPESAS DE PROCESSAMENTO DO RECURSO, ou melhor, é uma TAXA que deve ser paga para que o recurso possa ser CONHECIDO, e cuja falta acarreta na pena DESERÇÃO . Trata-se de requisito essencial, para os casos onde ele é exigido. CPC. ART. 511. NO ATO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO, O RECORRENTE COMPROVARÁ, QUANDO EXIGIDO PELA LEGISLAÇÃO PERTINENTE, O RESPECTIVO PREPARO, INCLUSIVE PORTE DE REMESSA E DE RETORNO, SOB PENA DE DESERÇÃO. (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.756, DE 17.12.1998) 1

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descrevendo como a aula sera cobrada em prova

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Page 1: 4 AULA TRIBUTARIO

AULA 4

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

CONTINUIDADE) PRESSUPOSTOS GENÉRICOS PARA A ELABORAÇÃO DOS RECURSOS:

I – LEGITIMIDADE: OKII -INTERESSE: OKIII – ADEQUAÇÃO: OK

IV – TEMPESTIVIDADE

V - PREPARO

CONCEITO: é o pagamento das DESPESAS DE PROCESSAMENTO DO RECURSO, ou melhor, é uma TAXA que deve ser paga para que o recurso possa ser CONHECIDO, e cuja falta acarreta na pena DESERÇÃO. Trata-se de requisito essencial, para os casos onde ele é exigido.

CPC. ART. 511. NO ATO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO, O RECORRENTE COMPROVARÁ, QUANDO EXIGIDO PELA LEGISLAÇÃO PERTINENTE, O RESPECTIVO PREPARO, INCLUSIVE PORTE DE REMESSA E DE RETORNO, SOB PENA DE DESERÇÃO. (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.756, DE 17.12.1998)

OBS 1: DESERÇÃO: É o abandono do recurso pelo recorrente, caracterizado pela FALTA DE PREPARO NO PRAZO LEGAL, que tem por efeito julgar DESERTO o recurso, isto é, não ter seguimento.

OBS 2: OCORRENDO JUSTO IMPEDIMENTO para o não pagamento do PREPARO, o JUIZ, ao relevar a pena de DESERÇÃO, restituirá ao

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APELANTE o prazo para efetuar o PREPARO. Esta decisão será irrecorrível. O tribunal, todavia, apreciará a legitimidade.

DA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO: exige do RECORRENTE a comprovação do preparo já no ato do recurso

OBS: A PETIÇÃO RECURSAL deverá reportar-se a guia anexa (PREPARO), devidamente autenticada, para provar que efetuou o pagamento das custas, quando a lei exigir o preparo

DA INTIMAÇÃO DO RECORRENTE PARA SUPRIR A INSUFICIÊNCIA DO PREPARO: IMPLICARÁ DESERÇÃO, SE O RECORRENTE, INTIMADO, NÃO VIER A SUPRI-LO NO PRAZO DE CINCO DIAS

DA DISPENSA DO RECOLHIMENTO DO PREPARO(CUSTAS): SÃO DISPENSADOS OS RECURSOS INTERPOSTOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, PELA UNIÃO, PELOS ESTADOS E MUNICÍPIOS E RESPECTIVAS AUTARQUIAS, E PELOS QUE GOZAM DE ISENÇÃO LEGAL. (PARÁGRA ÚNICO RENUMERADO PELA LEI Nº 9.756, DE 17.12.1998)

OBS: A LEI DISPENSA O RECOLHIMENTO: nos RECURSOS DE AGRAVO, nos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO e em TODOS OS DEMAIS, quando interpostos pelo MP, FAZENDA NACIONAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL, AUTARQUIAS E BENEFICIÁRIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA.

EX: APELAÇÃO; AGRAVO; EMBARGOS INFRINGENTES; EMBARGOS DE DECLARAÇÃO; RECURSO ORDINÁRIO; RECURSO ESPECIAL; RECURSO EXTRAORDINÁRIO;

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

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DO PORTE DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS (ART. 511, CPC): é a quantia devida para CUSTEAR O DESLOCAMENTO (remessa e retorno dos autos) do PROCESSO até a sede do STJ em BRASÍLIA, onde será julgado (vide Tabela "C" e Anexo II da Resolução n.   4 de 1º/2/2013  - DJE de 5/2/2013).

QUANDO DEVO PAGAR O PORTE DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS? O PORTE DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS SERÁ DEVIDO sempre que um PROCESSO TRAMITAR em um TRIBUNAL A QUO e uma das partes interpuser RECURSO PARA O STJ.

DO VALOR A SER PAGO: O valor a ser pago dependerá do NÚMERO DE PÁGINAS DO PROCESSO e da LOCALIZAÇÃO (ESTADO) onde se encontra (vide Tabela "C" e Anexo II da Resolução n. 4 de 1º/2/2013 - DJe de 5/2/2013).  

Atenção: NÃO SERÁ EXIGIDO O PORTE DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS quando se tratar de RECURSOS ENCAMINHADOS AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA e por ele devolvidos integralmente por via eletrônica aos tribunais de origem .(art. 6º e Anexo II da Resolução n.   4 de 1º/2/2013  - DJe de 5/2/2013). 

COMO SABER O VALOR DO PORTE DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS? Tem que seguir os valores constantes da Tabela “C ”  (Anexo I da Resolução n.   4 de 1º/2/2013  (DJe de 5/2/2013).

POR EXEMPLO: Quero interpor um recurso especial em um processo que tramita no Tribunal de Justiça do Acre e possui 900 páginas; ou ainda: pretendo interpor recurso em um mandado de segurança que tramita no Tribunal de Justiça de Goiás e possui 350 páginas. Basta verificar onde se encontra e quantas páginas possui o processo .  

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OBS: O PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA PROMOVERÁ, POR MEIO DE PORTARIA, A ATUALIZAÇÃO DOS ANEXOS DA RESOLUÇÃO N.   4 DE 1º/2/2013  - DJE DE 5/2/2013 (VIDE PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 10). 

DOS RECURSOS

CPC, Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos: (Redação dada pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)

I - apelação;

II - agravo; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

III - embargos infringentes;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

Vl - recurso especial; (Incluído pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)

Vll - recurso extraordinário;  (Incluído pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)

VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário. (Incluído pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

OBSERVAÇÕES:

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Trata-se de ROL EXAUSTIVO, NUMERUS CLAUSUS, na medida em que os recursos devem, necessariamente, ser previstos em lei, de acordo com o princípio da taxatividade

Nada impede, contudo, que outra lei federal crie outras espécies de recursos, como ocorre com a Lei nº 6.830/80, que trata da execução fiscal e prevê uma espécie distinta de embargos infringentes

OBJETO: DECISÕES JUDICIAIS

Os RECURSOS em geral têm como OBJETO as DECISÕES JUDICIAIS, de qualquer natureza e de qualquer conteúdo, proferidas em qualquer espécie de PROCESSO e em qualquer TIPO DE PROCEDIMENTO, em qualquer fase processual e grau de jurisdição, SALVO RESTRIÇÕES LEGAIS que eventualmente limitem a recorribilidade

EX. estabelece o art. 504 do CPC que dos DESPACHOS não cabem recurso.

CORRELAÇÃO RECURSOS/DECISÕES:

Com relação aos RECURSOS CABÍVEIS contra as DECISÕES DE PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO (sentenças e decisões interlocutórias), procurou o Código de Processo Civil de 1973 estabelecer uma exata correlação entre a NATUREZA DA DECISÃO JUDICIAL e o RECURSO a ela correspondente.

POR EXEMPLO:, contra a SENTENÇA CABE APELAÇÃO (ART. 513), assim como CONTRA A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA INTERPÕE-SE O AGRAVO (art. 522).

Cada tipo de DECISÃO desafia o cabimento de um ÚNICO RECURSO

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CLASSIFICAÇÕES:

1) ÂMBITO:

Quanto ao âmbito, os recursos podem ser totais ou parciais, dependendo da extensão da matéria impugnada.

a) TOTAL: É total o recurso que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão; e

b) PARCIAL: o recurso que impugna a decisão apenas em parte do conteúdo impugnável da decisão.

2) FUNDAMENTAÇÃO:

O recurso poderá, ainda, ser de FUNDAMENTAÇÃO LIVRE ou VINCULADA.

a) LIVRE: Os recursos de fundamentação livre são aqueles nos quais a lei deixa a parte livre para, em seu recurso, deduzir qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem que isto tenha qualquer influência na admissibilidade do mesmo.

EXEMPLO, tem-se a APELAÇÃO;

b) VINCULADA: Há casos, no entanto, em que a lei, ao estabelecer as hipóteses de cabimento do recurso, limita sua fundamentação, ou seja, o tipo de crítica que se pode fazer à decisão através do recurso.

EXEMPLO: tem-se os RECURSOS ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIO. No primeiro, a fundamentação do recurso deve circunscrever-se às hipóteses do Art. 105, III, da Constituição Federal; já no segundo, a fundamentação do recurso deve ater--se aos casos previstos no art. 102, III, da Constituição Federal.

3 ) OBJETO TUTELADO:

Dependendo do objeto a que visa o sistema jurídico tutelar através dos recursos, podem eles, ainda, ser classificados em ordinários e extraordinários.

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a) ORDINÁRIOS: ( in judicando- FCC) Os recursos ordinários (previstos nos incisos I a V do art. 496 do CPC) objetivam proteger, imediatamente, o direito subjetivo das partes litigantes contra eventual vício ou injustiça da decisão judicial, entendendo-se como injusta a decisão que não aplica adequadamente o Direito aos fatos retratados no processo;

B) EXTRAORDINÁRIOS: ( in procedendo) Os recursos extraordinários (incisos VI, VII e VIII do art. 496 do CPC) têm como objeto imediato a tutela do direito objetivo, ou seja, das leis e tratados federais, no caso do recurso especial; da Constituição Federal, no caso do recurso extraordinário tricto sensu.

4) EFEITOS:

Quanto aos efeitos, podem os recursos ser classificados em SUSPENSIVOS E NÃO SUSPENSIVOS. Somente a existência ou não do efeito suspensivo é considerada para efeito de classificação, porque o outro efeito recursal — o DEVOLUTIVO — é comum a todos os recursos, não servindo, pois, de critério diferenciador. É a LEI QUE DETERMINA SE O RECURSO TERÁ OU NÃO EFEITO SUSPENSIVO.

a) SUSPENSIVO: São suspensivos aqueles recursos que impedem a imediata produção de efeitos da decisão recorrida, ficando o comando nela contido SUSPENSO ATÉ SEU JULGAMENTO (apelação, embargos infringentes, embargos de declaração e recurso ordinário);

b) NÃO SUSPENSIVOS: Não-suspensivos são aqueles desprovidos, como regra geral, deste efeito e que, por isto, não obstam a que haja execução provisória da decisão impugnada, nos termos do art. 587 do CPC, segunda parte (agravo, recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência) (V. art. 497 do CPC).

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5) MOMENTO:

Dependendo do momento em que é interposto, o recurso poderá ser INDEPENDENTE (OU PRINCIPAL) e ADESIVO, desde que haja sucumbência recíproca, comportando, pois, recurso de ambas as partes.

OBSERVAÇÃO:

RECURSO ADESIVO

O recurso adesivo é o recurso interposto junto ao recurso principal que é interposto pela outra parte.

EXEMPLIFICAÇÃO:

Imaginem que uma parte recorreu e a outra não perdendo seu prazo para recorrer, essa parte que não recorreu pode aderir a esse recurso interpondo o recurso adesivo independente deste prazo.

RESUMO: Na hipótese de sucumbência recíproca, cada uma das partes poderá interpor seu recurso no prazo comum, ambos sendo recebidos e processados independentemente, ou, então, caso uma das partes não tenha ingressado com recurso independente ou principal, poderá ainda recorrer adesivamente ao recurso da outra parte, no mesmo prazo de que dispõe para responder a este último (art. 500, I, do CPC).

PRAZO PARA INTERPOR: É o prazo da resposta do recurso principal.

PRESSUPOSTOS: Ele terá que ter os mesmos pressupostos do recurso principal e terá os mesmos efeitos.

CABERÁ QUANDO O PRINCIPAL FOR:

– Apelação

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– Embargos infringentes (E.I.)

– Recurso extraordinário (R.E.)

– Recurso especial (RESP)

CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES

Sujeita-se aos mesmos pressupostos de admissibilidade. Sujeito ao mesmo juízo de admissibilidade.

É necessário que haja a sucumbência recíproca (pela lógica, se uma parte não sucumbiu, não há porque entrar com recurso).

Subordinação entre o recurso adesivo e o recurso principal, é necessário que o principal tenha sido recebido.

Se o recurso principal não for conhecido o adesivo também não será.

Obs.: Não é necessário que o conteúdo da apelação e o recurso adesivo sejam iguais, podem ser diferentes.

Obs.:Não pode ser caracterizado que a parte esteja usando o recurso adesivo para burlar o recurso que ele não interpôs (EX: o velho caso do advogado que esqueceu de interpor o recurso e tenta utilizar o recurso adesivo).

O sentido do recurso adesivo é um contra-ataque em casos onde essa parte não iria recorrer, mas para responder o recurso interposto pela outra parte, se viu obrigada a se defender.

Esse recurso não será conhecido se for prolatado que está sendo utilizado para interpor um recurso que lhe foi negado anteriormente, ou se ficar evidente que está usando esse recurso para “burlar” o sistema processual.

JULGAMENTO: É julgado conjuntamente com o principal (primeiro se aprecia o principal e em seguida o adesivo).

ANÁLISE DO MÉRITO: Analisados de forma autônomas.

Obs.:Pode ocorrer do recurso adesivo prejudicar o recurso principal em matéria de mérito, mas nunca em matéria processual, sempre o principal poderá

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prejudicar o adesivo (se o principal não for conhecido, por exemplo), mas nunca o adesivo prejudicar processualmente o principal.

Obs.: Um caso onde o adesivo poderá, em matéria de mérito, prejudicar (no sentido de Tramitação) o principal, por exemplo, é se o adesivo alegar a decadência do direito.

Exemplo: imagine o seguinte processo:

– Autor requer 100 reais, juros, correção e multa.

– Réu alega decadência.

– Juiz reconhece que não há decadência mas também não há valores a serem pagos.

Nesse momento, o réu não tem interesse de recorrer, contudo, se o autor recorrer alegando que há valores, o réu poderá entrar com o recurso adesivo indicando que tem a decadência do direito, se o tribunal reconhecer a decadência, esse adesivo irá prejudicar em matéria de mérito o principal.

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