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Documentos Técnicos IPEF, v.4, n.4, p.1-38, fev. 2016

Derrogação para uso de Deltametrina, Fenitrothion, Fipronil e Sulfluramida em florestas certificadas FSC® no Brasil

Autores

Luciana Rocha Antunes - Certiflora Prestação de ServiçosLuis Renato Junqueira - Programa Cooperativo sobre Proteção Florestal (PROTEF)Jose Eduardo Petrilli Mendes - Fibria Celulose S/AJonas Felipe Salvador - Duratex S/AMariane Bueno de Camargo - Klabin S/AEverton Pires Soliman - Suzano Papel e Celulose S/ACamilla Bragotto Marangon - Programa Cooperativo sobre Certificação Florestal (PCCF)Kaliana Moro Tanganelli - Programa Cooperativo sobre Certificação Florestal (PCCF)

Contato: [email protected] / [email protected]

Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio oferecido por todas as empresas filiadas ao Programa Cooperativo sobre Certificação Florestal (PCCF).

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Documentos Técnicos IPEF, v.4, n.4, p.1-38, fev. 2016

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Derrogação para uso de Deltametrina, Fenitrothion, Fipronil e Sulfluramida em florestas certificadas FSC® no Brasil

Sumário

1. Introdução .......................................................................................................................................................03

2. Objetivo ...........................................................................................................................................................03

3. Escopo da Derrogação ....................................................................................................................................03

4. Demonstração da necessidade de controle das formigas-cortadeiras no Brasil ..........................................05

4.1. Formigas-cortadeiras: Biologia ....................................................................................................................06

4.2. Ocorrência ....................................................................................................................................................06

4.3. Danos ...........................................................................................................................................................07

4.4. Monitoramento de formigas-cortadeiras ....................................................................................................09

5. Regulamentação de pesticidas no Brasil ........................................................................................................10

6. Cumprimento das Recomendações FSC pelo setor florestal brasileiro .......................................................13

6.1 Recomendações a serem cumpridas durante o período da derrogação .....................................................13

A 1.1. Identificar espécies de formigas cortadeiras .....................................................................................13

A 1.2. Definir nível de dano .........................................................................................................................14

A 1.3. Definir densidade crítica de ninhos ..................................................................................................14

A 1.4. Monitorar distribuição de ninhos ....................................................................................................14

A 1.5. Localizar áreas infestadas com densidade crítica .............................................................................14

A 2.1. Reduzir a aplicação dos formicidas ao nível mínimo necessário ...................................................15

A 2.2. Limitar a aplicação às áreas de alta infestação, viveiros e plantações jovens. ................................16

A 2.3. Para formigas complementar com: Spinosad, Bórax, Rotenone, Terra de Diatomáceas, Extrato de Manihot esculenta, Extratos vegetais, Citromax® e Macex. ........................................................................17

A 3. Reduzir riscos para animais não alvos: identificando época e horários do dia em que as formigas são mais ativas e aplicando iscas diretamente nos formigueiros (entradas e trilhas) ....................................20

A 4.1. Definir meta de redução de uso (para sulfluramida) ......................................................................20

A 4.2. Aplicar iscas em portas-isca ou MIPIS ..............................................................................................21

A 4.3. Aplicação de isca granulada somente com necessidades específicas, mediante recomendação técni-ca/econômica e com evidências de mitigação de risco. .............................................................................22

A 5.1. Realizar testes de campo com fungos patogênicos ..........................................................................22

A 5.2. Colaborar com instituições de pesquisa em exames de melhoria da atratividade da isca com: extratos vegetais (Hovenia dulcis ou Aleurites fordii) e feromônios de atração ou alarme feromônio beta--eudesmol .....................................................................................................................................................23

A 6.1. Manter registros sobre o número de formigueiros tratados/ano ....................................................24

A 6.2. Estimar o número de formigueiros/hectare em áreas tratadas .......................................................24

A 6.3. Estimar o uso anual total do produto ..............................................................................................24

A 6.4. Idade das árvores em áreas tratadas ..................................................................................................24

A 6.5. Resultado de operações de controle (densidade de ninhos e porcentagem de árvores danificadas, antes e depois do tratamento) e incluir essa informação nos relatórios de gestão florestal. ...................25

A 7. Cuidado no manuseio e aplicação do formicida, para não colocar em risco as pessoas e os inimigos naturais, implementando medidas para reduzir o risco a níveis aceitáveis e respeitando a legislação na-cional e regional, para uso de pesticidas. ....................................................................................................25

6.2. Recomendações extras dos Assessores Técnicos do FSC ...........................................................................26

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G. Colaborar em testes - com especialistas e estudantes de doutorado em instituições de pesquisa, empre-sas comerciais, agências governamentais e/ou outras empresas florestais - em alternativas para substituir deltametrina, fenitrotion, fipronil e sulfluramida e, gradualmente, reduzir o uso de inseticidas através de manejo integrado de pragas: o monitoramento de pragas e nível de dano, a definição de uma densidade crítica de pragas, o uso de inseticidas somente em áreas altamente infestadas, onde a densidade crítica é excedido ou se os níveis de danos são inaceitavelmente elevados, a aplicação de inseticidas em taxas mínimas eficazes (kg/ha ou g/m²), e complementando-os com controle biológico e práticas silviculturais preventivas. .....................................................................................................................................................26

H. Estabelecer um procedimento para o manejo integrado de formigas. ...................................................26

I. Desenvolver em médio e longo prazo, práticas silviculturais preventivas para a redução da praga e dano às árvores, através de: A) Plantio de espécies mais robustas, mais bem adaptadas às condições locais e com menor susceptibilidade a estas pragas; B) Redução do controle de plantas daninhas (permanecer com parte da vegetação herbácea); C) Permitir o crescimento de culturas de cobertura; D) Limitar área de corte raso; E) Proteção de inimigos naturais e espécies raras (pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios) em áreas de floresta natural ou parte das áreas manejadas (de acordo com a escala e intensidade do manejo. .....27

J. Consulta as partes interessadas durante a aplicação de isca perto de Unidades de conservação da vida Selvagem ou áreas sensíveis e consulta às autoridades locais ou regionais e peritos científicos sobre as práticas de conservação da vida selvagem e meio ambiente. Consulta a autoridades locais ou regionais e peritos científicos sobre as práticas de conservação da vida selvagem e meio ambiente. ..........................29

7. Conclusão ........................................................................................................................................................30

8. Referências Bibliográficas ...............................................................................................................................31

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1. IntroduçãoO FSC por meio de sua Política de Pesticidas (FSC-GUI-30-001 V2-0 EN) apresenta sua classificação de

pesticidas “altamente perigosos”, de acordo com critérios, indicadores e limiares baseados nas normas utili-zadas por organismos internacionais. Porém, reconhecendo a necessidade de uso de produtos classificados pelo FSC como HHP (‘highly hazardous’ pesticides) pelos titulares de certificado e pela inexistência de al-ternativas tanto no controle não químico quanto na própria disponibilidade de pesticidas no mercado, o FSC elaborou um documento que define os requisitos e procedimentos que devem seguidos pelos titulares de certificados (CHs – Certificate Holders), juntamente com seus respectivos Órgãos Certificadores (CBs – Certification Bodies), para a solicitação do pedido de derrogação de ingredientes ativos que estejam na lista de proibidos pelo FSC.

Dessa forma, os titulares de certificado brasileiros que necessitavam fazer uso de produtos proibidos pelo FSC, aplicaram o pedido de derrogação através de um esforço conjunto a fim de trabalhar nas articulações para esse processo em âmbito nacional. Através de ações conjuntas das organizações florestais brasileiras, surgiu o Programa Cooperativo em Certificação Florestal (PCCF), criado dentro do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), renomado instituto reconhecido nacional e internacionalmente por suas pesqui-sas na área florestal.

As suas primeiras articulações enquanto programa cooperativo aconteceram no mesmo ano em que a norma entrou em vigor, quando este buscou entender o procedimento para obter a derrogação FSC (FSC--PRO-01-004), decidiu por quais pesticidas havia maior necessidade no pedido a ser enviado ao FSC, e ali-nhou com as certificadoras do país qual estratégia de consulta pública seria adotada.

Entre os anos de 2007 e 2008 foram enviadas as solicitações de derrogação ao FSC Internacional. As so-licitações foram feitas separadamente para cada um dos pesticidas em questão, atendendo a todas as reco-mendações fornecidas pelo documento FSC-PRO-01-004 “Processing Pesticide Derogation Applications” e assinadas em conjunto por todas as empresas filiadas ao PCCF.

Em 2009, o FSC Internacional aprovou as solicitações de derrogação brasileiras, através de um documen-to (FSC, 2010) no qual foram apresentadas uma série de recomendações do FSC, como condicionantes de uso dos produtos durante a validade da derrogação, ou seja, solicitações que deveriam ser cumpridas pelas organizações, a fim de permanecerem autorizadas a utilizar os pesticidas em questão durante o período de 05 anos (2010-2015). Finalmente, em março de 2010, o FSC emitiu oficialmente o documento de recomen-dação em questão, “Recommendations regarding Derogations to use alpha-Cypermethrin, Deltamethrin, Feni-trothion, Fipronil and Sulfluramid in FSC Certified Forests in Brazil”, no qual formalizou as recomendações a serem cumpridas no período da derrogação brasileira.

Para nortear a implementação prática destas recomendações, o PCCF produziu indicadores que desmem-bram cada uma das recomendações em ações práticas, de modo a facilitar a evidência do cumprimento de tais exigências e harmonizar as ações das empresas florestais que também apresentam particularidades regio-nais e técnicas frente ao cumprimento destas recomendações.

2. ObjetivoO objetivo do presente Relatório Final é apresentar de maneira clara às partes interessadas e ao FSC Inter-

nacional o status dos trabalhos realizados pelas Organizações florestais brasileiras que compõem este relató-rio para atender as recomendações do FSC durante estes 5 anos de derrogação. Além disso, o relatório busca internamente alinhar as práticas de proteção do setor florestal brasileiro, buscando diminuir as discrepâncias e socializando as ações de sucesso, cumprindo assim o papel de um programa de caráter cooperativo, como o PCCF. Para isso, abordaremos cada um dos indicadores, explanando a prática empregada para seu cumpri-mento e justificando as recomendações cujas exigências podem ser entendidas como plenamente cumpridas pelos detentores da derrogação.

3. Escopo da DerrogaçãoA derrogação concedida às organizações florestais brasileiras permite que estas utilizem pesticidas classifi-

cados pelo FSC como altamente perigosos. Para controlar formigas cortadeiras do gênero Atta spp. e Acromyr-mex spp., a derrogação autoriza o uso de deltamethrina, fenitrothion, fipronil e sulfluramida em florestas certificadas no Brasil.

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O pedido de derrogação foi submetido pelos seguintes órgãos certificadores que atuam no país: SCS - Scientific Certification Systems, SGS System & Service Certification e SmartWood – Imaflora.

Na tabela 1 abaixo estão contempladas todas as Organizações com derrogação aprovada, seus respecti-vos códigos de certificação e órgãos certificadores responsáveis pelo processo. Vale destacar que todas essas Organizações participaram na construção deste relatório, seja fornecendo informações sobre suas práticas, participando dos Workshops de alinhamento ou compartilhando conteúdo bibliográfico.

Tabela 1. Lista das Organizações florestais com derrogações aprovadas e que fazem parte do Grupo Brasileiro de Derrogação deste Relatório Final. Derrogações de Sulfluramida, Fenitrothion, Deltametrina (formulação em pó) e Fipronil (isca granulada).

Detentores de Certificado FSC Código do CertificadoA.W. Faber-Castell S/A SCS-FM/COC-00081PAdami S/A - Madeiras RA-FM/COC-002665Agro Florestal Aliança Ltda RA-FM/COC-007149Agroflorestal Campo Alto S/A SCS-FM/COC-00135PAmata - Unidade de Florestas Nativas Plantadas SW-FM/COC-004802APE1 - Plantio de Floresta Exótica S.A RA-FM/COC-007185AMCEL - Amapá Florestal e Celulose Ltda SCS-FM/COC-00114PArauco Florestal Arapoti S/A RA-FM/COC-004511Arauco Forest Brasil S/A RA-FM/COC-001059Arauco Forest Brasil S/A SCS-FM/COC-004640Araupel S/A RA-FM/COC-000180ArcelorMittal BioEnergia Ltda BV-FM/COC-151841ArcelorMittal BioFlorestas Ltda BV-FM/COC-019934Aspex - Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia - G1 RA-FM/COC-005688Aspex - Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia - G2 RA-FM/COC-006050Aspex - Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia - G3 RA-FM/COC-006119Barra do Cravari Agroflorestal S/A CU-FM/COC 813512Brasilwood Reflorestamento S/A SCS-FM/COC-005076Braslumber Indústria de Molduras Ltda SCS-FM/COC-004689Cáceres Florestal S/A SCS-FM/COC-00091PCaravelas Florestal S/A RA-FM/COC-006860Celulose Irani S/A RA-FM/COC-003156Cenibra – Celulose Nipo Brasileira S/A BV-FM/COC-009042CMPC Celulose Riograndense Ltda RA-FM/COC-006022Copener Florestal Ltda BV-FM/COC-127348Corus Agroflorestal S/A RA-FM/COC-007077Duratex Florestal Ltda SCS-FM/COC-004774Duratex Florestal Ltda SCS-FM/COC-00029PEldorado Brasil Celulose S/A SCS-FM/COC-004408Farm and Forest Management Services BV-FM/COC-111594Fibria Celulose S/A - Unidade Jacareí RA-FM/COC-005082Fibria MS Celulose Sul Mato-Grossense Ltda RA-FM/COC-005083Fibria Celulose S/A Unidade Aracruz RA-FM/COC-006092Florestal Alvorada Florestamento e Reflorestamento Ltda SCS-FM/COC-00150PFlorestal Gateados Ltda SCS-FM/COC-00126PFlorestal Mostardas Ltda CU-FM/COC 830198Florestal Rio Marombas Ltda RA-FM/COC-003580Florestal Vale do Corisco Ltda SCS-FM/COC-00038PFlorestas do Sul Agroflorestal Ltda RA-FM/COC-006829Floresteca S/A RA-FM/COC-005657Flosul Industria e Comercio de Madeiras Ltda SW-FM/COC-000087GFLOR - Grupo Florestar SCS-FM/COC-004735Grupo Lafer e Lageado CandidatoHabitasul Florestal S/A RA-FM/COC-006867Iguaçu celulose, papel S/A SCS-FM/COC-00161PIndustria de Compensados Guararapes Ltda SCS-FM/COC-005239

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Detentores de Certificado FSC Código do CertificadoInternational Paper do Brasil BV-FM/COC-002977Jari Celulose, Papel e Embalagens S/A SCS-FM/COC-00077PJuliana Florestal Ltda RA-FM/COC-000130Klabin S/A (Unidade Angatuba) RA-FM/COC-004548Klabin S/A (Unidade Florestal Paraná) RA-FM/COC-000038Klabin S/A – Unidade Florestal Santa Catarina RA-FM/COC-001301Laminados AB Ltda RA-FM/COC-006076Lwarcel Celulose Ltda SCS-FM/COC-00093PMadepar Indústria e Comércio de Madeiras Ltda SCS-FM/COC-00048PMárcio Roberto Couto (dba Grupo de Certificação Florestal III) SCS-FM/COC-00160GMasisa Brasil Empreendimentos Florestais Ltda RA-FM/COC-001531Melhoramentos Florestal Ltda SCS-FM/COC-00138PMoinhos de Trigo Indígena S/A RA-FM/COC-001808Novo Prisma Agro-Florestal Ltda SCS-FM/COC-00040PPlantar S/A Reflorestamentos SCS-FM/COC-00057PPlantar Siderúrgica S/A SCS-FM/COC-005078Pradaria Agroflorestal Ltda RA-FM/COC-007229R.A. Nederlof & Cia CU-FM/COC 819559Raul Mario Speltz SCS-FM/COC-004750Reflorestadora Monte Carlo CandidateReflorestadora Sincol Ltda SCS-FM/COC-004671Remasa Reflorestadora Ltda SCS-FM/COC-00132PRenova Floresta Ltda SCS-FM/COC-005364RIMA Industrial S/A RA-FMCOC-00Florestal Segundo Planalto Ltda. SCS-FM/COC-005095Robélia Bastos Almeida Barbosa (dba Grupo de Certificação Florestal V) SCS-FM/COC-004278Robélia Bastos Almeida Barbosa (Grupo de Certificação Florestal IX - Suzano - BA) RA-FM/COC-007012 Robélia Bastos Almeida Barbosa (Grupo de Certificação Florestal SLIMF I - Suzano - BA) RA-FM/COC-0069432 Tree Consultoria e Meio Ambiente Ltda. - ME RA-FM/COC-007023Sed’la Rosalina Nunes Santana (Grupo de Certificação Florestal IV) SCS-FM/COC-004195Sed'la Rosalina Nunes Santana (dba Grupo de Certificação Florestal II) SCS-FM/COC-00159GSETA S/A Extrativa Tanino de Acácia RA-FM/COC-001274Sguario Florestal S/A SCS-FM/COC-005354Suzano Papel e Celulose S/A SCS-FM/COC-00076PSuzano Papel e Celulose S/A - Unidade Mucuri RA-FM/COC-001377Suzano Papel e Celulose, UNF-Maranhão SCS-FM/COC-004725Tanagro S/A BV-FM/COC 013662Temasa Indústria de Móveis Ltda RA-FM/COC-005241Timber Capital do Brasil Consultoria e Participações Ltda RA-FM/COC-005232TTG Brasil Investimentos Florestais Ltda BV-FM-023432TTG Brasil Investimentos Florestais Ltda BV-FM-024568Vale Florestar S/A SCS-FM/COC-005000Veracel Celulose S/A RA-FM/COC-006066

4. Demonstração da necessidade de controle das formigas-cortadeiras no Brasil

Formigas cortadeiras são conhecidas por saúvas e quenquéns, considerando seus dois principais gêneros no Brasil, Atta e Acromyrmex, respectivamente. Caracterizam-se por subir nas plantas e cortar pedaços de fo-lhas, flores, brotos e outras partes, carregando-os para a parte subterrânea do formigueiro onde se encontra a sede da colônia destes insetos em que existe alta atividade e organização, e onde elas preparam os vegetais a fim de propiciar o crescimento de certos tipos de fungos dentro do formigueiro (JACCOUD, 2000).

Neste sentido, estes dois gêneros estão entre as mais importantes pragas dos setores agrícolas e florestal brasileiro, uma vez que sua voracidade de ataque ocorre ao longo de todo ano e se espalha por todo país.

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4.1. Formigas-cortadeiras: biologia

As formigas e outros importantes insetos sociais, como as abelhas, as vespas e os marimbondos, formam colônias por meio da cooperação entre seus membros, que se organizam em torno de uma ou poucas fêmeas férteis chamadas de rainhas. Independentemente de qual seja o padrão de cada individuo, toda a população nasce dos ovos colocados pelas rainhas.

Na composição social de uma colônia constam:

• Ovos, larvas e pupas: forma jovem ou imatura das formigas cortadeiras;

• Operárias jardineiras e cortadeiras: as jardineiras são aquelas que se envolvem no cultivo do jardim de fungo e nos cuidados com a rainha, ovos, larvas e pupas. E as operárias cortadeiras são aquelas que fazem corte, transporte e cuidados iniciais dos vegetais, a escavação dos ninhos e outras atividades;

• Operárias soldados: cuidam principalmente da defesa do formigueiro;

• Rainha: única fêmea reprodutiva desde a criação do formigueiro até sua morte. Controla não somente a quantidade de soldados, operárias e aladas, como também o ritmo de trabalho da colônia em cada estação. Sua morte determina a extinção do ninho;

• Novas rainhas e machos alados: em colônias adultas nascem, todos os anos, antes da estação chuvosa, formigas grandes e com asas (aladas), que no primeiro período de chuvas saem em revoada do formi-gueiro, nunca mais retornando, buscando acasalamento e a fundação de novas colônias. Os machos, chamados de bitus morrem logo após a época do acasalamento.

Jaccoud (2000) salienta que as formigas cortadeiras não são de fato vegetarianas, pois não comem as folhas e outros materiais após o corte, mas sim, se alimentam, preferencialmente, de fungos que crescem sobre as folhas tratadas dentro do formigueiro. A razão pela qual estas formigas tanto preocupam aqueles que cultivam plantas, se dá pelo fato de que dentre todas os tipos de formigas, parece que somente as saúvas e quenquéns cortam as plantas verdes para cultivar, no seu ninho, o próprio fungo.

4.2. Ocorrência

As formigas cortadeiras ocorrem somente nas Américas, e tem sua ocupação da Argentina ao sul dos EUA, concentrando-se nos trópicos. Dentre as mais de mil espécies de formigas existentes no Brasil, as saúvas e quenquéns, somam juntas cerca de 40 espécies, consideradas espécies nativas no país.

De acordo com Gonçalves (1961; 1967) existem no Brasil 20 espécies e nove subespécies do gênero Acromyrmex e segundo Zanetti et al. (2005), dez espécies e três sub-espécies de Atta. Ainda segundo este mes-mo autor, dentre as formigas cortadeiras encontradas no Brasil, somente cinco espécies de saúva e nove de quenquém são importantes sob o ponto de vista econômico (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição geográfica das espécies de formigas cortadeiras do gênero Atta e Acromyrmex no Brasil.

Espécie Nome Comum Distribuição geográfica (Estados brasileiros)

Acromyrmex aspersus Quenquém-rajada SP, BA, ES, RJ, MT, PR, SC, RS

Acromyrmex coronatus Quenquém-de-árvore SP, PR, CE, BA, ES, MG, RJ, MT,GO, SC, MS

Acromyrmex heyeri Formiga-de-monte-vermelha PR, SC, RS, SPAcromyrmex landolti balzani Boca-de-cisco SP, MG, SC, GO, MSAcromyrmex landolti fracticornis Boca-de-cisco AM, PA, ROAcromyrmex landolti landolti Boca-de-cisco AM, PA, RO

Acromyrmex laticeps Quenquém-campeira SP, AM, PA, MA, MG, MT, GO,RO, BA, SC

Acromyrmex Níger Quenquém SC, SP, CE, MG, RJ, ES, PRAcromyrmex octospinosus Quenquém-da-amazônia AM, PA, RO

Acromyrmex rugosus Formiga-mulatinha MS, RS, SP, PA, MA, PI, CE, RN,PB, PE, SE, BA, MG, MT, GO

Acromyrmex striatus Formiga-de-rodeio SC, RSAcromyrmex subterraneus molestans Quenquém-capixaba CE, MG, ES, SP, BA, RJ

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Espécie Nome Comum Distribuição geográfica (Estados brasileiros)

Acromyrmex subterraneussubterraneus Quenquém-mineira SP, AM, CE, RN, MG, RJ, MT,

PR, SC, RSAtta bisphaerica Saúva-mata-pasto SP, RJ, MG, ES, MTAtta capiguara Saúva-parda SP, MT, MG

Atta cephalotes Saúva-da-mata AM, RO, RR, PA, AP, MA,PE, BA

Atta laevigata Cabeça-de-vidroSP, AM, RR, PA, MA, CE, PE,AL, BA, MG, RJ, MT, ES, GO,PR

Atta sexdens piriventris Saúva-limão-sulina SP, PR, SC, RSAtta sexdens rubropilosa Saúva-limão SP, MG, ES, RJ, MT, GO, PR

Atta sexdens sexdens Saúva-limão-do-norteAM, AC, RO, RR, PA, AP, MT,GO, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL,SE, BA, MG

Atta vollenweideri Saúva RS, MS

As espécies do gênero Atta Fabricius, 1804 (saúvas) e Acromyrmex Mayr, 1865 (quenquéns), as mais varia-das da tribo Attini podem ser encontradas entre 32o N e 33o S de latitude (Atta) e entre 34o N e 41o S de lati-tude (Acromyrmex) (DELABIE et al., 2011) em diversos tipos de vegetação, como florestas tropicais, subtropi-cais, equatoriais úmidas e secas, cerrados, desertos, caatingas, restingas e pampas (MEHDIABADI; SCHULTZ, 2009). Portanto, pode-se afirmar que as espécies destes dois gêneros predominam no território brasileiro, uma vez que estão presentes em praticamente todos os biomas que ocorrem no país.

4.3 Danos

Quando os insetos se alimentam de plantas, estas podem deixar de ter a mesma produção que outras que não foram atacadas por eles. Essa ação dos insetos seguida de uma redução de produção das plantas é cha-mada de injúria, e essa redução causada pela injúria é chamada de perda ou dano. Quando se mede a perda em termos monetários, determina-se um dano econômico, e, quando esse dano se torna significativo, diz-se que o inseto se tornou uma praga (Figura 1).

Figura 1. Ilustração da relação inseto-planta, caracterizando o conceito de praga. Fonte: Adaptado de Zanetti, 2011.

As formigas cortadeiras são as principais pragas no reflorestamento brasileiro (ANJOS et al, 1993), o que explica estudos sobre sua biologia (DELLA LUCIA; ARAUJO, 1993; FORTI et al. 2000; GRANDEZA et al. 1999), métodos de amostragem (CALDEIRA, 2002; SOSSAI, 2001; ZANUNCIO et al., 2004), controle quími-

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co (ALVES et al., 1997; CAMARGO et al., 1997; CRUZ et al., 2000; 1996; LARANJEIRO; ZANUNCIO, 1995; ZANUNCIO et al., 1992; 1996; 1997; 1999), custos de controle (ALIPIO, 1989; REZENDE et al., 1983; VILE-LA, 1986; ZANETTI et al., 1999), e os efeitos de fatores ambientais na densidade populacional (ZANETTI et al., 2000a) desta praga em áreas de reflorestamento no Brasil.

Os danos destas pragas são imensos e trazem perdas em grandes e pequenas plantações, culturas vegetais e de frutas, pastagens, etc., o que se evidencia pela grande quantidade de publicações e estudos sobre esses danos. Neste sentido, estudos já demonstraram a dimensão dos problemas com formigas cortadeiras, como Naccarata (1983) que afirma que cinco sauveiros por hectare em plantios de Pinus diminuem 14% no volu-me da madeira, enquanto Freitas (1988) apresentou dados para a espécie Eucalyptus grandis, em que havendo uma desfolha de 100% das árvores, há uma redução no incremento anual de madeira de aproximadamente 80%. Mendes Filho (1979) ainda afirma que árvores de eucalipto quando desfolhadas totalmente três vezes consecutivas podem ser levadas à morte.

Um ninho de saúva (gênero Atta) pode conter até 10 milhões de formigas, as quais são capazes de cor-tar uma tonelada de folhas verdes por ano. As estimativas de perdas em culturas de Pinus e Eucalyptus pode aproximar-se de 14%, considerando-se a densidade de 4 colônias/ha. Com base nesta informação, estudos já demonstraram que uma colônia de formiga cortadeira com mais de 3 anos (adulta), consome o que equivale à perda de 86 árvores de Eucalyptus (MENDES FILHO, 1979). Por sua vez, Oliveira (1996) coloca que árvores de Eucalyptus grandis, se completamente desfolhadas, aos 6 meses de idade, podem apresentar perdas de até 13% na produção volumétrica de madeira, ao final de sete anos.

Souza et al. (2011) ainda destacam que as injúrias das saúvas influenciam negativamente o crescimento em diâmetro das árvores, e consequentemente, a produção, por meio de desfolha, à medida que os ninhos crescem em tamanho. Este trabalho verificou que as formigas cortadeiras podem reduzir a produtividade de madeira entre 0,04 e 0,13 m3.ha-1, para cada m2 de área de terra solta de sauveiro em áreas de plantações de eucalipto em condições de bioma de floresta ombrófila estacional semidecidual, estacional decidual e om-brófila aberta (Lei 11.428, 2006) (BRASIL, 2006), o que resulta em prejuízo de produção entre 13,4 a 39,2 m3.ha-1 de madeira. Enquanto, em regiões de Cerrado, o nível de dano com áreas de terra solta de sauveiros pode chegar a prejuízos entre 7,02 a 34,86 m2.ha-1 (ZANETTI et al., 2003).

Forti e Pretto (1999) também afirmaram que uma colônia de formiga cortadeira adulta consome em tor-no de uma tonelada de matéria vegetal fresca por ano. Desta forma, foi definido que 86 árvores de eucalipto e 161 árvores de Pinus são necessárias para o fornecimento de um formigueiro, durante um ano, no valor de uma tonelada de folhas frescas. Considerando-se uma média de 04 formigueiros adultos (03 anos) por hectare, estimou-se que o consumo de 04 toneladas de folhas correspondem a 344 árvores de eucalipto e 644 árvores de Pinus. Estes danos correspondem a perdas entre 14 e 14,5% de árvores por hectare (BOARETTO; FORTI, 1997; FORTI; BOARETTO, 1997).

Neste sentido, dada a importância das formigas cortadeiras em áreas de reflorestamento, emprega-se mais de 75% dos custos e tempo dedicados ao manejo destas pragas em florestas e cerca de 30% dos gastos com a cultura até o final do ciclo (FORTI; PRETTO, 1999). Estudos como estes permitem afirmar que o aumen-to da área total de ninhos de saúvas reduz o volume de madeira de eucalipto, de maneira proporcional ao potencial produtivo da floresta.

Levando-se em conta que a área de florestas plantadas no Brasil totaliza 7.6 milhões de hectares (ABRAF, 2013) e que o impacto potencial de ataque pode chegar a 344 árvores por hectares (FORTI; BOARETTO, 1997), a estimativa anual de dano por ataque desta praga pode chegar a mais de US$ 9 bilhões em prejuízo potencial anual em florestas plantadas no país por conta dos danos às formigas, conforme tabela 03 abaixo. Uma correlação negativa entre a produção de madeira e a densidade das colônias de formigas cortadeiras é esperada, pois o desfolhamento causado por esta praga reduz o crescimento da planta (ZANETTI et al., 2003).

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Tabela 3. Cálculo da estimativa de dano econômico com o ataque de formigas cortadeiras em plantações florestais.

Potential Impact1 344 trees / hectareAverage Density of trees 1300 trees / ha (6 to 9m2 / ha) % Wood Lost 25% (344 / 1300)Productivity per hectare per year 40 m3.ha-1 / yearWood loss per year 10 m3.ha-1 / year (40 x 25%)Value of m3 of wood2 R$ 40,00 / m3 (Brazilian currency) ≈ US$ 18,18Annual Prejudice Wood R$ 400,00.ha-1 / year (40 x 10) ≈ US$ 181,81Average of a Plantation Forest cycle 7 yearsLosses during one cycle R$ 2.800,00 (400 x 7) – Brazilian currency ≈ US$ 1272,72Quantity of forest planted in the country (2014)3 7.6 million haPotential annual loss in forests planted in the coun-try with ants damage US$ 9.6 billion4 (BRL2800.00 x 7.6 ≈ BRL 21.28 billion)

1Boaretto e Forti, 1997.

2CIF (Centro de Inteligência em Floresta) – Cotação de madeira em pé – Eucalipto para Torete (15 a 30cm) – referência 10/2013. Disponível em: < http://www.ciflorestas.com.br/cotacoes.php >.

3IBÁ, 2014

4Cotação do dólar: R$ 2,20. Cotação do dia 30 de julho de 2014.

Diante do cenário de danos significativos às plantações florestais, desde 1960 vêm se desenvolvendo um significativo volume de pesquisas em torno de conhecimentos sobre a praga, de informações sobre seu dano às culturas e de controle com métodos mecânicos, culturais, biológicos e químicos. (BOARETTO; FORTI, 1997; GONÇALVES, 1961; 1967; DIEHL-FLEIG et al., 1993; HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; KERMARREC et al., 1986; LAUMOND, 1979; MARICONI, 1981; SPECHT et al., 1994; ZANUNCIO et al., 1995). O uso de plantas resistentes, extratos tóxicos de plantas, e controle biológico, pela manipulação de predadores, parasitoides e micro-organismos apresentaram resultados insatisfatórios e inconsistentes, e não ofereceram nenhuma indicação de qualquer viabilidade técnica, econômica ou operacional, como será tratado nos itens seguintes sobre o cumprimento das recomendações das derrogações do FSC. Desta maneira, atualmente nas organizações florestais, o uso de iscas inseticidas para o controle de formigas cortadeiras está perto de 100% de suas áreas, se tornando o mais relevante produto para um manejo apropriado.

4.4. Monitoramento de formigas-cortadeiras

O monitoramento de formigas cortadeiras é um sistema que abrange diversas atividades do manejo in-tegrado de pragas, buscando embasar e tornar o controle de formigas mais efetivo e eficiente, identificando onde, de fato, se faz necessário o emprego do controle, reduzindo assim a quantidade de área controlada, o que por consequência irá auxiliar e impactar na redução de uso de pesticidas até um patamar mínimo ao longo do tempo. Este patamar será definido e poderá sofrer alterações devido ao histórico e evolução da infestação em cada área ao repetir este levantamento em períodos semestrais, anuais ou bianuais, conforme a necessidade (JACCOUD, 2000). O monitoramento deve permitir que se adapte as estratégias de controle integrado, por meio de duas análises:

• Dos custos e resultados dos métodos de controle empregados nos últimos anos, em cada área infestada;

• Qualquer tendência ao equilíbrio, aumento, diminuição ou outras mudanças na infestação.

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Figura 2. Esquema simplificado do monitoramento de formigas cortadeiras utilizado no Brasil.

Na Figura 02, observamos de maneira simplificada a metodologia empregada no monitoramento de formigas cortadeiras. O primeiro passo é a amostragem sistemática da área, quantificando a intensidade da infestação, bem como onde se localizam os formigueiros. As informações coletadas pela amostragem são de fundamental importância, pois vão basear o sistema de tomada de decisão, de acordo com o nível de dano estabelecido para aquela região. Caso a decisão seja o não controle, não é realizada nenhuma intervenção na área e a mesma volta a ser amostrada no ano subsequente. Caso se decida pelo controle, são levadas em consideração as informações sobre a infestação da área para determinação da melhor forma de controlá-la, e após a escolha do método é realizado o controle. A qualidade da operação de controle é determinada in-diretamente, uma vez que, as áreas controladas serão amostradas no próximo ano, o que proporciona uma comparação entre as situações atual e passada, permitindo assim mensurar a eficiência da operação.

Zanetti (2011) afirma que programas de manejo integrado de formigas cortadeiras em florestas cultivadas no Brasil foram desenvolvidos no inicio da década de 1990, com o objetivo de reduzir o custo de controle e a aplicação de inseticidas no ambiente, atendendo às principais exigências dos processos de certificação florestal. Esses programas estão fundamentados no monitoramento dessas pragas no tempo, o qual possi-bilita: analisar as interações entre populações de formigas e a produção florestal (ZANETTI et al., 2000a), dinamizando os níveis de tomada de decisão; avaliar a eficácia de táticas de controle, a manutenção de faixas de vegetação nativa ao redor do cultivo (ZANETTI et al., 2000b), a manutenção de sub-bosque diversificado e o manejo da paisagem; avaliar a qualidade das operações de controle curativo (REIS, 2009), selecionar os métodos de controle químico; estimar as perdas de produção (ZANETTI et al., 2003); prognosticar os riscos para cada intensidade de controle entre outros aspectos, consistindo em um importante instrumento de pla-nejamento e gestão (ZANETTI et al., 2008).

Neste sentido, o monitoramento de formigas cortadeiras se encontra dentro deste contexto e pode ser executado por meio de diversos métodos, sendo que a escolha adequada de cada um deles depende funda-mentalmente de uma definição clara de seus objetivos, entre os principais estão: indicação do momento óti-mo para a intervenção contra as formigas; seleção do método ou métodos a serem adotados; otimização dos recursos em cada método; formação de uma base de dados para geração de uma programação de controle e, por último, avaliação da eficiência da operação (LARANJEIRO, 1994).

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O monitoramento dessas pragas em florestas cultivadas é executado de acordo com os planos de amos-tragem das populações desses insetos nessas áreas. Esses planos utilizam diferentes métodos, como: pior foco (ANJOS et al., 1993), parcelas de tamanho fixo (CALDEIRA, 2002; OLIVEIRA et al., 1993; REIS; ZA-NETTI, 2005), transectos (CALDEIRA, 2002; ZANUNCIO et al., 2004; SOSSAI et al., 2005; REIS et al., 2005), quadrantes (REIS et al., 2007) e/ou sequencial (MENDONÇA, 2008).

Em geral, os planos de amostragem desses insetos, realizados nos plantios utilizam principalmente par-celas e transectos em faixas (ZANETTI, 2007a). Na técnica de uso de transectos faz-se a avaliação visual da ocorrência de colônias de formigas e de seus danos em área já pré-marcada da floresta, procurando caracte-rizar os focos de forma a perceber aquele em que a situação é mais grave (CANTARELLI, 2006). Assim, por meio de um parâmetro considerado em nível de dano econômico, determina-se ou não a intervenção na área (ANJOS et al., 1993).

Amostragens frequentes e continuadas, que caracterizam o monitoramento propriamente dito, produzem informações importantes para o manejo de formigas cortadeiras, permitindo reduzir o custo de controle entre 30 e 40% em comparação com sistemas não-monitorados. (ZANETTI, 2011).

5. Regulamentação de Pesticidas no BrasilA regulamentação e registro de um produto químico para uso na agricultura passa por um processo ri-

goroso no Brasil. Basicamente, o pleito de registro de um novo produto passa pela análise criteriosa de três órgãos oficias no país:

• MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): responsável pela Avaliação de Eficácia Agronômica e Registrante (do pedido) – Anexo 1: Instrução Normativa no 36, MAPA/2009;

• ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): avalia a classificação toxicológica – Anexo 2: Portaria no 03, MS/1992;

• IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis): responsável pela Avalia-ção de Periculosidade Ambiental – Anexo 3: Portaria no 84, Ibama/1996.

Uma empresa (registrante) que deseja ter atividades com moléculas químicas para o desenvolvimento de agrotóxicos deve iniciar o procedimento através do pleito do Registro Especial Temporário (RET), destinado a atribuir direito de utilizar um agrotóxico, componente ou afim para finalidades específicas em pesquisa e experimentação pelo tempo de três anos, renováveis por igual período. O RET possibilita a importação/fabricação/formulação/utilização de quantidades específicas de ingredientes ativos a serem utilizadas em pesquisas e estudos, conduzidos no Brasil, para a geração dos dados necessários para compor os Relatórios Técnicos, que por sua vez, são necessários para serem protocolados em cada órgão no pleito do registro de-finitivo e, por consequência, podem ser solicitados somente por uma empresa química (Decreto 4.074/02).

Neste sentido, o processo para registro de um novo produto é rigoroso e demanda tempo e custo, uma vez que passa por diversas análises e por diversos órgãos oficiais no país, como apresentado na figura 03 abaixo. Após a realização dos ensaios experimentais, conforme a emissão do RET, e a avaliação destes produtos por auditorias independentes, os mesmos são validados por órgãos governamentais e somente então recebem o registro definitivo, que permite o inicio da produção e a comercialização do produto (ANDEF, 2014).

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Figura 03. Fluxograma de Processo de Registro de Pesticidas no Brasil. Adaptado de Inácio (2013).

Além do complexo processo de registro para experimentação e pesquisa de novos produtos, o consumo de pesticidas pelo setor florestal no país é pequeno comparado a outros setores do agronegócio. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG) confirmam que entre os anos de 2011 a 2013, o consumo de inseticidas e fungicidas em reflorestamentos no país foi de menos de 1%, comparado com outras culturas do agronegócio, como soja, algodão, pastagem, milho, cana-de-açúcar, entre outros (Tabela 04).

Tabela 4. Levantamento de consumo/venda de pesticidas no Brasil por culturas agrícolas* entre 2011 e 2013.

PesticidesFungicides - Leaf Application Insecticide

Quantity (Ton) Quantity (Ton)Commercial Product Commercial Product

Sector - Consumption 2011 2012 2013 2011 2012 2013Reforestation 14 1 10 23 56 66Total (consumer in Brazil in agriculture)* 105.918 93.132 98.361 130.362 161.819 220.569

Total Consumption of Forestry Sector (%)

Total Consumption of Forestry Sector (%)

0,013 0,001 0,010 0,018 0,035 0,03

Fonte: Adaptado de SINDIVEG, 2014. Comunicação institucional. Contato e levantamento dos dados em agosto de 2014.

*Culturas consideradas no levantamento: algodão, alho, amendoim, arroz, banana, batata, café, cana-de-açúcar, cebola, citrus, fei-jão, floricultura, fumo, horticultura, maça, melão/melancia, milho, pastagem, reflorestamento, soja, tomate, trigo/aveia/centeio/

cevada, uva, grãos armazenados e outras.

Uma vez que o reflorestamento não representa um consumo expressivo de pesticidas no setor agrícola brasileiro, por vezes não ocorre interesse pelas empresas químicas em desenvolver novos produtos desti-nados às pragas e doenças florestais, que sejam alternativos aos já existentes. Desta forma, alternativas aos produtos que já se encontram no mercado e comprovadamente eficientes ao combate às formigas, ainda não foram desenvolvidos pelas indústrias do gênero e, portanto, ainda cabe como alternativa às organizações florestais no país o uso de pesticidas, como os produtos com sulfluramida e fipronil.

Vale destacar também que os produtos registrados no mercado atualmente para combate à formigas, passaram por este rigoroso processo de registro no país e por consequência, foram analisados por meio de uma avaliação de risco ambiental, quando do processo no Ibama, que considera em sua Avaliação de Pericu-losidade Ambiental, os dados físico-químicos, a toxicidade a diversos níveis tróficos e o comportamento do

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pesticida/componente no meio ambiente. Além disso, este órgão utiliza como parâmetros de referência na classificação do potencial de Periculosidade Ambiental (PPA), dados do EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).

Neste sentido, o risco ambiental de um potencial novo produto fitossanitário é avaliado em função dos resultados da avaliação e experimentação da sua toxicidade em interação com sua exposição aos diferentes componentes do ambiente. E, por sua vez, a toxicidade é estimada em função de vários ensaios de laborató-rio padronizados para detecção da susceptibilidade de organismos testes e a exposição é contextual para cada cultura, local, modo de aplicação, formulação e nível tecnológico empregado.

6. Cumprimento das Recomendações FSC pelo setor florestal brasileiro

6.1. Recomendações a serem cumpridas durante o período de derrogação

Nas páginas 6 e 7 do documento “Recommendations regarding Derogations to use alpha-Cypermethrin, Deltamethrin, Fenitrothion, Fipronil and Sulfluramid in FSC Certified Forests in Brazil”, o FSC apresentou as recomendações a serem desenvolvidas durante os cinco (05) anos da Derrogação aprovada para os seguintes pesticidas: Deltamethrin, Fenitrothion, Fipronil e Sulfluramid no controle de formigas cortadeiras. Estas re-comendações estão explanadas no item A do documento referido acima, a serem cumpridas dentro do prazo de vigência da Derrogação, pelas organizações florestais brasileiras dentro de seus respectivos Processos de Derrogação aprovados pelo FSC (Tabela 1). Na sequencia são apresentadas informações sobre o desenvolvi-mento de cada recomendação feita pelo FSC durante o processo de derrogação aprovado, pelas organizações florestais que compõem este Relatório, conforme tabela 01 deste documento.

A 1.1. Identificar espécies de formigas cortadeiras

As formigas cortadeiras nativas em território brasileiro compreendem dois gêneros: Atta e Acromyrmex, conhecidas popularmente como saúvas e quenquéns, respectivamente. Segundo Boaretto e Forti (1997), em florestas plantadas de Pinus e Eucalyptus, as formigas cortadeiras destacam-se como as principais pragas, causando sérios prejuízos em todas as fases do plantio florestal.

A identificação das formigas cortadeiras que atacam dicotiledôneas em nível de espécie é desnecessária para o controle químico, uma vez que espécies do mesmo gênero têm comportamento semelhante em rela-ção ao ingrediente ativo e métodos de aplicação. Portanto, identificando-se apenas os dois gêneros Acromyr-mex (quenquéns) e Atta (saúvas) é o suficiente para um controle eficaz.

Desta forma, buscando essa identificação, as organizações adotam três métodos: qualificação dos seus funcionários para identificação em nível de gêneros e/ou espécies, disponibilização de bibliografia ou, em casos onde fosse necessário identificar alguma espécie/gênero que ainda não havia sido identificado por sua equipe técnica ou pela literatura disponível, a empresa dispunha de contato com especialista.

A identificação através de bibliografia e o treinamento dos envolvidos no manejo da praga são ações que trabalham lado a lado. Dentre as bibliografias utilizadas para identificação as organizações contam com manuais práticos ilustrativos, como por exemplo, dos autores Forti e Pretto (1999); Sartório, et al. (2004) e Wilcken et al. (2003) além dos treinamentos oferecidos internamente por cada empresa.

Síntese

Uma vez que a distribuição das espécies de formigas é algo imutável no curto intervalo de tempo, e considerando as auditorias de manutenção anuais e o acompanhamento das empresas na identificação das espécies que ocorrem em suas áreas, que se revelam praticamente constantes, é racionalmente prudente considerar que as exigências dessa recomendação estão plenamente cumpridas, e que os esforços podem ser realocados para o desenvolvimento de outras recomendações. Cabe destacar que o encerramento desta recomendação não significa que a empresa irá abster-se caso note em seus monitoramentos que uma nova espécie não identificada está ocorrendo em suas plantações.

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A 1.2. Definir nível de dano

As formigas cortadeiras são reconhecidas como a principal praga em reflorestamentos no Brasil, devido a diversas características como o grande número de colônias por área, o grande número de formigas por colô-nia, a sua alta voracidade, a permanência constante, difícil controle e ampla distribuição geográfica. Além de estarem presentes em todo território nacional, ocorrem do sul dos Estados Unidos até o centro da Argentina (COSTA et al., 2008).

Os prejuízos causados por estes insetos no Brasil têm levado as empresas do setor a investir recursos finan-ceiros e científicos com o intuito de minimizar os danos causados aos reflorestamentos (BURATTO et al, 2012).

Todavia, Anjos et al. (1993) afirmaram que a ocorrência de insetos só deve ser considerada inconveniente quando os mesmos causarem prejuízos à floresta, o que traz à tona o conceito de nível de dano econômico que, segundo Pedigo (1989), é definido como a menor quantidade de insetos, ou a menor densidade popu-lacional, capaz de causar danos economicamente significativos. Desta forma, é necessário conhecer as con-sequências do ataque de pragas e o nível de dano econômico para a aplicação correta do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e para a manutenção de populações ou de grupos de pragas, abaixo dos níveis que causam danos econômicos, em conformidade com os princípios de preservação da qualidade ambiental (KOGAN, 1998).

Neste sentido, estudos vêm sendo realizados na tentativa de relacionar os níveis de ataque, e consequen-temente, desfolhamento em perdas em volume de madeira. As estimativas de danos causados por formigas cortadeiras não são simples de generalizar porque diversas variáveis influenciam, como a espécie de formiga, o número e o tamanho de formigueiros, a disponibilidade de outros materiais vegetais, os fatores ambien-tais, entre outros (COSTA et al., 2008). Sabe-se que a tomada de decisão do controle de uma área é realizada pela análise econômica da cultura e da relação custo-benefício do controle de pragas, para definição do nível de dano econômico da praga (WILCKEN, 2011).

O trabalho de Boaretto e Forti (1997) evidencia a dificuldade em se estabelecer níveis de dano econômico para formigas cortadeiras, uma vez que o crescimento populacional do formigueiro possui uma dinâmica diferente quando comparado a outros insetos não-sociais. A partir da sua fundação, o formigueiro cresce em níveis significativos ano a ano, o que possibilita afirmar que atingirá o nível de dano econômico estabeleci-do, seja ele qual for, caso não seja controlado.

Por conseguinte, o nível de dano por vezes está inserido no próprio sistema de monitoramento da empre-sa, que através dos seus levantamentos, auxiliam na definição das melhores estratégias de combate às pragas. Considerando as características de permanência destas pragas, já mencionadas anteriormente, o combate às formigas é constante, uma vez que a fundação de novas colônias se repete ano a ano, e consequentemente, a reinfestação de uma área previamente controlada. Isto é, a atenção e o combate às formigas cortadeiras sempre vai existir em plantios florestais de regiões tropicais, porém com o monitoramento constante, a ma-nutenção na quantidade e frequência de uso dos produtos, que considere o ciclo do formigueiro dentro e fora do plantio florestal, torna o combate mais eficiente.

Síntese

Uma vez que a determinação do nível de dano se encontra inserido no próprio sistema de monitora-mento da empresa e considerando as características de permanência da praga, o combate se faz necessário constantemente, ou seja, a atenção e o combate às formigas cortadeiras sempre vai existir em plantios flo-restais que estão presentes em regiões tropicais, como o Brasil. Por outro lado, o monitoramento constante presente nas empresas florestais permite o uso mais eficiente e apenas quando necessário de pesticidas para combate a esta praga florestal.

A 1.3. Definir densidade crítica de ninhosA 1.4. Monitorar distribuição de ninhosA 1.5. Localizar áreas infestadas com densidade crítica

Para uma decisão embasada sobre o controle das formigas cortadeiras faz-se necessário conhecer dados como o nível de dano da área, a densidade de ninhos considerada crítica e a localização das áreas com essa densidade. Para isso, os produtores florestais adotam sistemas de monitoramento de formigas-cortadeiras que fornecem diagnósticos sobre as populações da praga por talhão (OLIVEIRA, et al 1993). A utilização

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desses sistemas proporciona vantagens econômicas e ecológicas, pois permite reduzir o custo de controle e otimizar a aplicação de inseticidas no ambiente (ZANETTI, et al. 1999).

Através do monitoramento busca-se: indicar o momento ótimo de intervenção; otimizar os recursos en-volvidos; selecionar o método ideal para cada ocasião (equipamento, mão-de-obra e material); formar uma base de dados para geração automática de um programa de controle; avaliar a eficiência da operação, bem como a necessidade de se realizar uma nova intervenção. (LARANJEIRO & LOUZADA, 2000).

Além disso, ao longo destes anos as organizações florestais desenvolveram sistemas próprios de moni-toramento, que buscam quantificar as perdas através de modelos que se adequam às suas variáveis como: particularidades técnico-operacionais de cada empresa, condições ambientais, métodos aplicados a cada fase silvicultural (áreas de implantação e áreas de manutenção), classes de infestação e gêneros de formigas inci-dentes, e desta forma, ser possível particularizar a tomada de decisão para cada Unidade de Manejo Florestal (UMF) ou região.

Exemplos de procedimentos para monitoramento são: identificação de desfolha em reboleiras, amostra-gem de ninhos, observação das bordas dos talhões e consumo de iscas do ano anterior como indicador de áreas prioritárias.

Porém, vale ressaltar que até o 1o ano de implantação, não se admite a presença de formigas na área, devido ao grande dano que um ataque destas pragas pode causar ao reflorestamento neste período inicial. Matrangolo et al. (2010) verificaram o efeito do desfolhamento total, realizado após o plantio e ao longo do primeiro ano de cultivo sobre o crescimento de Eucalyptus grandis, desde a implantação até o corte do povo-amento, por meio de monitoramento do diâmetro, altura e volume das plantas. Como resultado verificaram que ocorreu redução do crescimento em diâmetro e altura. Quando foi realizado apenas um desfolhamento, o trabalho demonstrou uma redução de 18,9% no crescimento em diâmetro e de 12% no crescimento em altura, em relação ao tratamento sem desfolha.

Ademais, a queda na produção e no faturamento é acentuada de acordo com a frequência do desfolha-mento e neste sentido, a manutenção de áreas que tenham sofrido desfolhamento total na fase inicial de plantio pode tornar-se uma medida economicamente inviável.

Assim, a fase silvicultural cujo ataque é mais intenso, e por isso o controle é prioritário, são os plantios novos. Nesta fase, as organizações em geral procedem as avaliações para quantificar a sobrevivência destes plantios novos frente aos ataques das formigas-cortadeiras, identificando assim a necessidade de incluir os talhões no planejamento de combate às formigas da UMF.

Um ponto de destaque importante é acerca do conceito de densidade crítica de ninhos. Esse dado não deve ser interpretado como aquele a partir do qual há dano econômico no momento, mas que, com o cres-cimento dos ninhos, levará a esse dano. Assim, o controle prévio identificado pelo monitoramento evita os danos ao plantio, reduz a aplicação de formicidas e custam menos. A densidade critica é avaliada quando se busca o nível de dano, portanto, estas informações acabam sendo trabalhadas, já na definição do nível de dano, e por sua vez, no cumprimento da recomendação anteriormente apresentada pelo FSC e embasada acima neste documento (recomendação A1.2).

Síntese

A adoção de um sistema de monitoramento permite que se tenham diagnósticos sobre as populações da praga por talhão e a quantificação das perdas considerando as particularidades técnico-operacionais de cada empresa, além dos aspectos ambientais onde a UMF está inserida, e que por sua vez definem, localizam e monitoram as áreas de densidade crítica de formigueiros. Este controle prévio identificado pelo monitora-mento evita danos ao plantio, reduz a aplicação de formicidas e custam menos, pois identificam o momento ótimo e necessário de intervenção numa determinada área, permitindo otimizar recursos, definir o melhor método de controle, a avaliação posterior da eficiência desta operação de controle e a identificação da neces-sidade de uma nova intervenção.

A 2.1. Reduzir a aplicação dos formicidas ao nível mínimo necessário

Reduzir a aplicação dos formicidas sem uma avaliação prévia não condiz com a estratégia do manejo integrado de pragas, que visa otimizar o consumo de formicidas, mantendo as populações de formigas em equilíbrio. Neste contexto, vale considerar que a UMF não está isolada na paisagem, estando assim sujeita

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a inúmeros eventos externos e alheios à sua gestão que podem refletir em picos de consumo da isca, como por exemplo, variações climáticas, infestações não controladas nas áreas vizinhas, aumento de áreas de im-plantação, etc.

Em geral, as fases consideradas mais críticas em termos de controle de formigas cortadeiras, que exigem alta eficiência de controle ou paralização imediata da atividade dos ninhos, compreendem as fases de pré--corte ou pré-plantio, e imediatamente após o plantio ou no início da condução de brotação (BOARETTO; FORTI, 1997).

Considerando todos estes fatores, as organizações, em suas UMF, mantém um histórico de uso dos pesti-cidas e são capazes de justificar desvios existentes frente ao aumento do uso destes químicos em determinada época, uma vez que o uso é registrado, permitindo identificar e justificar as flutuações de consumo destes produtos. Informações mais detalhadas e procedimentos de cada empresa estão presentes nos respectivos controles do sistema de monitoramento das mesmas e, são apresentados, a cada auditoria de monitoramen-to, seguindo desta forma, as respectivas informações nos relatórios de manutenção realizados pelas Certifi-cadoras anualmente.

Frente a isso a postura mais adequada é a racionalização da aplicação, otimizando o uso de pesticidas no manejo integrado das formigas-cortadeiras, mantendo um histórico de consumo capaz de justificar, caso ocorram desvios significativos de consumo.

Síntese

Reduzir a aplicação dos formicidas sem uma avaliação prévia não está no contexto do manejo integrado de pragas, aplicada pelas empresas florestais. O que existe é uma racionalização da aplicação, que otimiza o uso de produtos para controle das pragas e permite a manutenção do histórico deste uso e justifica possíveis desvios frente ao uso dos mesmos em determinada época. Vale destacar que as fases mais críticas para o controle de formigas cortadeiras, onde se exige alta eficiência do controle ou a paralização imediata da ati-vidade dos ninhos, são as fases de pré-corte ou pré-plantio, e imediatamente após o plantio ou no início da condução de brotação. Estas informações e respectivos procedimentos podem ser encontrados nos controles do monitoramento de cada empresa florestal, e, por sua vez, apresentadas nas auditorias anuais de moni-toramento, e consequentemente, nos relatórios de monitoramento elaborados pelos órgãos certificadores.

A 2.2. Limitar a aplicação às áreas de alta infestação, viveiros e plantações jovens

Outra medida de racionalização é limitar a aplicação do formicida, e para isso o monitoramento tam-bém se mostra uma ferramenta eficiente, pois recomenda o combate focando apenas onde efetivamente há necessidade de uso de produtos, e levando em conta as variáveis de infestação, a idade da floresta, densidade do sub-bosque, nível de desfolhamento e custo do combate.

A infestação de formigas pode ser expressa em densidade de ninhos (número/hectare) ou área total dos ninhos (m²/ha = densidade * tamanho médio). Caso o método adotado pela Organização seja em termos de área de formigueiros por hectare, deve-se atentar que infestações com ninhos pequenos refletirão em baixo índice em termos de área infestada por hectare. Esse cenário pode não implicar em danos momentâneos, mas com o crescimento destes ninhos haverá um aumento do dano em potencial no futuro, resultando em picos de consumo.

Portanto, o sistema de monitoramento empregado pela Organização auxilia na definição de um aplicação de pesticida limitada à áreas de alta infestação ou plantações jovens, ao considerar em suas avaliações dados já levantados para o cumprimento das recomendações anteriormente indicadas pelo FSC e embasadas aci-ma, como a densidade crítica de ninhos (recomendação A1.3), o monitoramento da distribuição de ninhos (recomendação A1.4), e a localização das áreas infestadas com densidade crítica (recomendação A1.5), que por sua vez, limitam a aplicação dos produtos.

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Síntese

A racionalização empregada pelas empresas, como apresentada na recomendação anterior (A 2.1) e estan-do dentro do contexto do monitoramento auxilia a Organização na definição de uma aplicação de pestici-das limitada à áreas de alta infestação ou plantações jovens, em que se considera dados do monitoramento como densidade crítica de ninhos (A 1.3), monitoramento da distribuição de ninhos (A 1.4) e a localização das áreas infestadas com densidade crítica (A 1.5), que por sua vez, auxiliam na limitação da aplicação dos produtos, como faz esta recomendação do FSC.

A 2.3. Para formigas complementar com: Spinosad, Borax, Rotenone, Fungos patogênicos com-binados com terra diatomácea, Extrato de Manihot esculenta, Extrato de Ateleia glazioviana (Citromax®) e Macex

Os efeitos de vegetais, parasitas, predadores e micro-organismos, bem como de seus produtos naturais, estão sendo pesquisados ativamente no Brasil e em outros países para o controle de formigas, com pers-pectivas de novas classes de formicidas para o futuro (JACCOUD, 2000). Embora essas pesquisas venham demonstrando efetivamente o potencial dos produtos naturais em laboratório, esta mesma efetividade não é verificada no campo.

Segundo Roel (2001), a eficiência da utilização de qualquer bioinseticida aumenta quando as lavouras são monitoradas regularmente, e o produto é aplicado em populações menores, com indivíduos da praga no início do desenvolvimento. Diferentemente do cenário encontrado nas organizações florestais, uma vez que em populações de insetos sociais, como formigas e cupins, a avaliação não ocorre em nível de indivíduo, mas sim em nível de colônia.

A eficiência das iscas formicidas em geral, dependem fundamentalmente de possuírem um principio ati-vo adequado e que a aplicação seja realizada corretamente. Quanto ao princípio ativo, várias características devem estar presentes para que a estrutura social e os mecanismos de defesa destes insetos sejam incapazes de impedir a intoxicação de toda ou pelo menos a maioria da colônia; dentre estas características, a ação retardada é considerada a mais importante (NAGAMOTO, 1998).

Roel (2001) ainda esclarece que, mesmo sendo extratos naturais, não se deve deixar de considerar a sua toxicidade, as variações entre as espécies, as partes vegetais utilizadas, as formas de extração, a estabilidade e persistência no armazenamento e no campo, os impactos sobre inimigos naturais e a relação custo/bene-fício. Além disso, informações sobre eficiência, modo de usar e dosagens devem ser fornecidas por meio de trabalhos científicos, demonstrando a necessidade de um tempo maior para investir mais recursos em pes-quisas de campo que tragam resultados científicos consistentes.

Nagamoto (2003) afirma que analogamente ao controle por inseticidas sintetizados pelas indústrias quí-micas, provavelmente é bastante difícil encontrar produtos oriundos das plantas que sejam eficientes e vi-áveis quando formulados em iscas, pelo menos, para o mercado consumidor geral. A mesma dificuldade provavelmente existe para o desenvolvimento de iscas eficientes e viáveis, baseando-se em substâncias regu-ladoras de crescimento, inibidores de síntese ou deposição de quitina ou esterilizadores de rainha, como é também indicado pelo FSC na recomendação A 5.2, apresentado mais adiante neste documento.

Bueno e Bueno (2011) colocam que no caso das formigas-cortadeiras, as plantas podem ser utilizadas no desenvolvimento de produtos que apresentem toxicidade, provocando a extinção da colônia, ou ainda, que sejam repelentes, protegendo o corte de determinada cultura pelas operárias. Contudo, apesar dos inúmeros estudos relacionados às plantas inseticidas e formigas-cortadeiras, ainda não foi possível obter em colônias de campo os mesmos efeitos tóxicos encontrados nas pesquisas de laboratório. Esse fato pode estar provavel-mente relacionado à complexidade dos formigueiros e à falta de adequação na transferência da metodologia do laboratório para o campo.

Vale destacar que para as formigas-cortadeiras ainda existe a necessidade de se realizar pesquisas no sen-tido de melhor compreender os fatores bioecológicos que podem afetar bioensaios relacionados com toxi-cologia, especialmente da atividade inseticida em relação ao tempo, permitindo o estabelecimento de proto-colos rígidos de ensaios toxicológicos. Neste sentido, a não aceitação do uso de pesticidas organossintéticos pelos praticantes de uma agricultura exclusivamente orgânica, abre uma lacuna no controle de formigas--cortadeiras, pois nenhum outro produto não sintético conseguiu até o momento aliar eficiência de controle e viabilidade (de aplicação e econômica) (NAGAMOTO, 2003).

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No âmbito do tempo e dos recursos, é de se pontuar que, para o registro de um novo pesticida no Brasil, são necessários de três a cinco anos e investimentos de US$ 666.000,00 a US$ 4.440.000,001 (ABRAISCA2, comunicação pessoal), sem contar o período e investimentos destinados para execução dos testes exigidos. Como já mencionado no item 05 acima, a solicitação de registro deve atender as exigências de três órgãos governamentais no Brasil e cada um destes órgãos exige uma série de análises ainda no período de pesquisa e experimentação de um novo produto.

Bueno e Bueno (2011) completam que ainda existem poucos dados no Brasil em relação à fitotoxicidade, à persistência no ambiente e aos efeitos sobre organismos benéficos desses inseticidas botânicos. E por esse motivo, colocam ser de extrema importância que todos os testes toxicológicos e ambientais exigidos pelo Ministério da Agricultura para inseticidas sintéticos sejam também realizados nos compostos naturais antes de sua utilização no campo.

Dentre as sugestões de alternativas propostas nesta recomendação (A 2.3), abaixo segue uma breve revi-são bibliográfica acerca de informações sobre os produtos propostos nas recomendações do FSC.

Spinosad

O Spinosad, cujo ingrediente ativo é pertencente ao grupo das toxinas de origem biológica, derivado da bactéria Saccharopolyspora spinosa (SALGADO, 1998), que ocorre naturalmente no solo, não possui registro para utilização como inseticida em plantações florestais, sendo registrado no país somente para aplicação foliar em algumas culturas agrícolas e para aplicação direta no solo para controle de cupins (Cornitermes cumulans) (Anexo 4). Além disso, o seu produto comercial mais utilizado, Tracer®, é classificado ambiental-mente como de classe III (produto perigoso ao meio ambiente), segundo dados do Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Não foram encontradas na literatura pesquisas específicas com esse ingrediente ativo para o controle de formigas cortadeiras até presente momento.

Bórax

O Bórax ou ácido bórico, também conhecido como Borato de sódio ou Tetraborato de sódio, tem seu uso registrado no país apenas para controle de cupins em madeira seca.

A ação do ácido bórico como formicida é considerada lenta, e possui eficiência variável para uma espécie de formiga A eficiência do ácido bórico como formicida é para uma espécie de formiga (S. Invicta: formiga de fogo), conforme trabalho realizado no EUA (WILLIAMS, et al, 2001). E para as formigas-cortadeiras, praga--alvo nas plantações florestais, esta substância na formulação isca (concentração de 5%) não afetou colônias de laboratório e não apresentou atividade inseticida em operárias isoladas de Atta sexdens (formigas corta-deiras) (NAGAMOTO, 2003; TAKAHASHI DEL BIANCO, 2002). Além disso, não existe nenhum produto registrado no país contendo este ingrediente ativo.

Terra Diatomácea

A terra diatomácea, pó inerte proveniente de algas diatomáceas fossilizadas que possui o dióxido de sílica como principal ingrediente, tem a capacidade de causar a morte de insetos por desidratação em um período variável de sete dias, dependendo da espécie-praga (LORINI et al., 2001). Esse método mostra-se 100% efi-ciente no controle de pragas de grão armazenados como constatou Lorini et al. (2001) para milho, e Santos e Ribeiro (2006) para sorgo. Porém, como recomendado pelos consultores do FSC, foi desenvolvido o teste de campo comparando a eficiência da terra diatomácea com a isca de sulfluramida em uma das empresas florestais, a Veracel Celulose. Neste trabalho Wilcken (2009) verificou que as menores eficiências no controle foram obtidas com a terra diatomácea em ambas as dosagens em teste (1, 10, 25 e 50 g/m2 de terra solta), variando de 5,26 a 31,57 % de eficiência dos 7 aos 120 dias após a aplicação do produto, não diferindo esta-tisticamente da testemunha. Tanto na maior quanto na menor dosagem experimentada em teste apresentou-

¹ Valor de conversão: R$ 1,00 = US$ 2,22. Câmbio de 07 de julho de 2014.2 ABRAISCA: Associação Brasileira dos Fabricantes de Iscas Inseticida. Informação apresentada por representante desta Asso-ciação durante Seminário Equilíbrio Proteção Florestal – Estudo para Tratamento das condicionantes nos processos de derro-gação, realizado pelo IPEF em 2010.

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-se 68,4% e 89,4% de colônias ativas aos 120 dias de aplicação. Por sua vez, a isca a base de sulfluramida, utilizada nos experimentos deste trabalho (6 g/m2 de terra solta) proporcionou a maior eficiência de con-trole (94,5% aos 120 dias), diferindo significativamente dos demais tratamentos conduzidos neste trabalho.

Extrato de Manipueira

O extrato de manipueira, um líquido leitoso derivado da indústria de farinha de mandioca (Manihot esculenta), contém, além de outras substâncias, o ácido cianídrico (HCN), composto do metabolismo se-cundário da planta (FAZOLIN et al., 2010), ligado ao sistema de defesa da planta, e que possui propriedades tóxicas a diversos insetos. Estudos demonstram sua eficiência como inseticida e nematicida (PONTE, 1999). No entanto, segundo SEBRAE (2006), para o seu uso eficiente, esta substância deve ter sido produzida nas últimas 24 horas, a fim de garantir a eficiência do produto.

Neste sentido, a eficiência deste componente como inseticida só se apresentaria viável para pequenos pro-dutores, e que ainda estivessem localizados próximos à locais de produção de farinha de mandioca, uma vez que sua recomendação de aplicação do produto é despejar 1 litro manipueira pura em cada olheiro e depois fechá-lo. Mesmo assim, a metodologia ainda é questionada por especialistas já que não se comprovou que o extermínio da colônia se deu pela toxicidade do produto ou pela asfixia que o mesmo causou ao ser jogado diretamente no olheiro.

Ainda assim, o HCN produzido pelo extrato é altamente volátil e sua eficiência se daria somente até 24 horas após a extração, por isso a necessidade de estar geograficamente próximo aos locais de produção da farinha de mandioca. De qualquer forma, todos estes procedimentos são operacionalmente inviáveis em larga escala, como é o caso das organizações florestais.

Citromax® e Macex

O produto Citromax® possui ingrediente ativo de extrato de timbó (Ateleia glazioviana), cujo principal fla-vonoide é a substância rutina. No entanto, análises realizadas em laboratórios a pedido das empresas flores-tais revelaram a presença da molécula fipronil em sua composição (Anexos 5 e 6). E sua venda foi suspensa pela ANVISA em 2006 (Anexo 7).

Por sua vez, o produto “Macex” é formulado com extratos vegetais retirados da flora nativa brasileira (Áci-do Oléico + Ácido Palmítico + Ácido Linoleico + Ácido Esteárico + Cafeína) (ANVISA, 2005), e assim como o produto anterior, também foram realizadas análises de laboratório que confirmaram a presença da molécula fipronil (Anexo 8). E desta forma, culminando, assim como o Citromax, na suspensão de sua venda pela ANVISA em 2007 (Anexo 9, ANVISA, 2007).

Ambos os produtos poderiam ser alternativas ao uso da isca sulfluramida no combate às formigas, porém sua eficiência está diretamente ligada à presença de uma molécula comprovadamente eficiente ao combate de formigas, o fipronil, que por sua vez, se apresenta como um ingrediente ativo (i.a) presente na lista do FSC de produtos proibidos, o que não permitiria o uso destes produtos sem um processo de derrogação junto a este sistema. Neste sentido, fica descartada definitivamente a possibilidade da utilização desses produtos, tanto por sua formulação quanto pela suspensão de uso por órgão oficial no país.

Síntese

Embasado nestas discussões e nas pesquisas nas quais elas foram fundamentadas, podemos concluir que o uso complementar das alternativas supracitadas para controle das formigas cortadeiras é algo cuja inefi-ciência já está cientificamente comprovada e/ou proibida pelos órgãos de controle de produtos do país, o que inviabiliza o uso ou mesmo demais testes de eficiência realizados pelas empresas florestais. Portanto, conclui-se como finalizados os esforços nesse assunto, já que durante os últimos anos de derrogação não foram comprovadas a eficiência de metodologias viáveis envolvendo essas alternativas. Ademais, diante do cenário que se apresenta em termos da evolução do desenvolvimento de novos produtos, baseado em uso de produtos orgânicos, e do tempo e processo para o registro de um novo produto pelos órgãos oficiais no Bra-sil, já apresentado neste documento no item 05, é de se concluir que o período de cinco anos de derrogação estabelecido pelo FSC, ainda foi muito curto para a execução de testes de campo e obtenção de novos produ-tos que possam atender concomitantemente, as necessidades das empresas florestais e a legislação brasileira.

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A. 3. Reduzir riscos para animais não-alvos: identificando época e horários do dia em que as for-migas são mais ativas e aplicando iscas diretamente nos formigueiros (entradas e trilhas)

O cumprimento desta recomendação está associado ao entendimento de diversos fatores ambientais, como, estação do ano, clima, localização e estrutura da floresta, além de conhecimentos da praga como, fases do formigueiro, estratégia de forrageamento, entre outros. Todos estes temas vêm sendo abordados em pesquisas científicas realizadas no país entre Universidades, centros de pesquisa e empresas florestais ao longo dos anos, e que permitiu o estabelecimento de alguns procedimentos mais adequados e eficientes ao combate destas pragas.

Considera-se atividade forrageadora todas aquelas relacionadas à busca, exploração, corte e transporte de material vegetal pelas operárias, realizadas na superfície do solo (DELLA LUCIA; OLIVEIRA et al., 1993). A temperatura (CHERRETT, et al., 1974; FOWLER; ROBINSON, 1979; MINTZER, 1979; TROPPMAIR, 1974), a umidade relativa e pressão atmosférica (FOWLER; ROBINSON, 1979) são determinantes na variação diária do ritmo de forrageamento destas pragas-alvo, sendo alguns dos fatores que se leva em conta para determi-nação de recomendações ao combate das formigas cortadeiras.

Embora, a atividade de forrageamento seja predominantemente noturna em algumas espécies do gênero Atta (CHERRETT, 1968; HART; RATNIEKS, 2002; HÖLLDOBLER; WILSON, 1990), assim como para o gêne-ro Acromyrmex (ARAÚJO, et al, 2002; PIMENTA et al., 2007), o alto risco ao trabalhador no campo durante uma operação de controle noturna torna esta atividade insegura.

Zanetti (2007b), Silveira et al. (2008) e, conforme instrução de uso dos fabricantes de isca recomenda-se que o controle de formigas cortadeiras seja realizado preferencialmente no período seco do ano. Por conse-guinte, este é o procedimento adotado pela grande maioria das organizações florestais brasileiras que podem ser verificados nos dados de controle dos respectivos sistemas de monitoramento, e por sua vez, apresenta-dos aos órgãos certificadores nas auditorias de monitoramento da certificação.

Frente ao local de aplicação, as orientações técnicas de combate em geral recomendam a aplicação de iscas granuladas próximos aos olheiros e trilhas de abastecimento. No entanto, em florestas implantadas, com sub-bosque mais denso, a localização desses olheiros torna-se mais difícil (ZANUNCIO, et al., 1992), e em situações como estas é recomendado a distribuição sistemática de isca, visando a melhor eficiência do combate.

Frente ao comportamento das formigas, Tatagiba-Araujo et al (2012) realizaram testes com extratos que possuem os feromônios de trilha e larval, respectivamente, e encontraram resultados interessantes no que se refere ao encontro e transporte das iscas formuladas pelas formigas e o aceleramento de seu transporte para a colônia, o que pode reduzir o risco de contaminação do ambiente e de organismos não-alvo.

Síntese

Os diversos estudos que definem a melhor forma e época para uso da isca, e assim sua melhor eficiência, atrelado ao conhecimento do comportamento da praga, permitem o uso mais adequado deste controle e a diminuição do risco à animais não-alvo, uma vez que a isca é direcionada à praga-alvo e seu comportamen-to. Além do cuidado na forma e momento da aplicação da isca e no comportamento das formigas, existem demais evidências que comprovam que estes produtos reduzem o risco à animais não-alvo. Ademais, devido às suas propriedades físico-químicas, modo de uso, apresentação do produto, forma de aplicação localizada e curto período de exposição no ambiente, a isca formicida além de ser um produto específico para a praga a que se destina, pode-se afirmar que é improvável a ocorrência de transporte deste produto a longas distâncias no meio ambiente e sua bioacumulação em animais não-alvo.

A 4.1. Definir meta de redução de uso

Quase sempre, para cumprir com uma meta de redução estabelecida para o futuro, é necessário no presen-te investir em intensas aplicações, principalmente na fase inicial de plantio, portanto, definir essa meta não é algo que garante uma aplicação racional e cautelosa, como é esperado pelas recomendações.

No caso de controle de formigas-cortadeiras, a redução pura e simples pode inclusive causar o efeito in-verso, uma vez que a redução do uso de isca num dado momento, pode gerar a necessidade de um maior

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controle seguinte. Como já mencionado na recomendação A 1.2 (nível de dano), é da natureza de um formi-gueiro o seu crescimento anual e mesmo, a fundação de novas colônias, tornando o ciclo de vida das formi-gas, uma constante no campo. Assim, a redução por si só num dado momento, pode implicar no aumento do controle numa etapa seguinte, não cumprindo assim, a redução desejada anteriormente.

Além do mais, a redução no controle dessas pragas sem considerar o uso racional de produtos pode ainda trazer o aumento do custo operacional no controle das formigas cortadeiras. O que se deve levar em conside-ração é o status silvicultural dos talhões, como por exemplo, se haverão implantações em áreas novas infes-tadas. Logo, se depara mais uma vez no conceito proposto anteriormente: o uso racional aliado ao histórico de consumo para justificar eventos externos.

O uso racional obtido com a aplicação de técnicas de monitoramento consolidadas, procedimentos de aplicação adequados e doses otimizadas através de experimentos, com o tempo, culmina em um período de estabilidade de infestação, onde fica inviável economicamente reduzir ainda mais a aplicação, existindo flutuação anual em função dos eventos ambientais não controlados à UMF. Estas flutuações de consumo e infestação são analisadas e justificadas ano a ano dentro das auditorias de monitoramento de certificação. Por outro lado, fazendo uso da metodologia de uso racional e dados de monitoramento, as organizações vêm racionalizando a quantidade de isca utilizada no combate às formigas.

Síntese

As Organizações florestais no Brasil fazem uso do conceito de uso racional atrelado ao histórico de consu-mo/infestação na área, presente no dados e análises do monitoramento das empresas. Este conceito permite que se estabeleça um período de estabilidade de infestação, porém sem permitir uma redução ainda maior no uso de produtos para controle de formigas, uma vez que também se tem conhecimento da natureza e dinâmica do formigueiro, que possui crescimento anual e constante. As flutuações de consumo e infestação que por ventura ocorram na UMF são analisadas e justificadas durante as auditorias de monitoramento e assim, apresentadas aos órgãos de certificação.

A 4.2. Aplicar iscas em porta-isca ou MIPIS

Aplicações de MIPIS são realizadas preferencialmente em condições ambientais adversas ao controle com isca a granel e com necessidade de realização de combate. A aplicação de MIPIS é tecnicamente justificada quando:

• As condições ambientais (clima, especialmente com ocorrência de chuvas ou alta umidade do solo) podem implicar em menor aproveitamento das iscas a granel enquanto que os MIPIS disponibilizam as iscas por mais tempo para o carregamento, devido a sua melhor proteção;

• Em períodos em que existe o risco de perder a aplicação de isca a granel, pela ocorrência de chuvas oca-sionais, o MIPIS se mostra eficiente para a proteção da isca e posterior disponibilização para as formigas;

• Para controlar ninhos pequenos (sauveiros iniciais e quenquéns) de difícil identificação visual nas áreas de plantio, onde a aplicação direta e localizada de isca pode resultar em baixa eficiência, o MIPIS ou a aplicação sistemática conjugada com a localizada são opções eficazes para o controle efetivo das formi-gas;

• Em controle de manutenção em áreas com sauveiros pequenos e sub-bosque, que dificultam a efetiva localização dos ninhos, evitando crescimento da infestação pelas formigas e maior aplicação de isca no futuro.

Síntese

Por ser necessário considerar as condições climáticas para uma aplicação de MIPIS eficiente, o seu uso se justifica apenas nos casos acima expostos, e excetuando-se esses principais cenários, a aplicação de isca a granel, em geral é mais eficiente que o uso de MIPIS. Vale destacar que sempre que as condições apresentadas acima se encontram nas áreas de infestação das UMFs, o MIPIS deve ser utilizado.

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A 4.3. Aplicação de isca granulada somente com necessidades específicas, mediante recomen-dação técnica/econômica e com evidências de mitigação de risco.

Conforme já argumentado em outras recomendações acima, verificou-se que a necessidade específica de controle químico de formigas cortadeiras no Brasil, é algo essencial para a viabilidade das plantações florestais.

Inúmeros trabalhos acadêmicos definem a isca granulada como sendo o método mais prático de controle de formigas cortadeiras, consistindo na mistura do ingrediente ativo com um veículo (bagaço de laranja) atraente para as formigas, que é carregado por elas para o interior do ninho (ZANUNCIO et al.,1995). Este mesmo trabalho deixa claro que a melhor eficiência para o controle de Ac. subterraneus molestan, considerada a principal espécie-praga do gênero Acromyrmex para o setor florestal, é através da isca granulada.

A aplicação de isca granulada é realizada sempre seguindo recomendações pré-determinadas pelo corpo técnico de proteção das organizações, seja em forma de procedimentos operacionais ou no plano de manejo. Essas instruções levam em conta as recomendações do produto baseados nos resultados de monitoramento da empresa, a literatura disponível, e as recomendações exigidas na legislação de saúde e segurança no tra-balho do país.

Os investimentos das organizações em treinamento e o cumprimento destes procedimentos são eviden-ciados e verificados nas auditorias de monitoramento da certificação, e, portanto, com informações presentes nos relatórios de auditoria elaborados pelos órgãos certificadores. Além disso, estes procedimentos de saúde e segurança do trabalhador também seguem as recomendações da legislação nacional e dos P&C do FSC.

Síntese

Por serem tecnicamente embasados, os procedimentos auxiliam a escolha da melhor metodologia, e por sua vez, a definição da dose da isca a ser aplicada, considerando os resultados dos monitoramentos e atentando-se as definições das demais recomendações (como aplicação localizada e racionalização do uso). A aplicação do pesticida corretamente e a utilização da dose recomendada são maneiras simples e eficientes de minimizar os riscos associados à saúde do homem e ao meio ambiente.

A 5.1. Realizar testes de campo com fungos patogênicos

Formigas-cortadeiras e cupins são insetos sociais que sofrem ação de diversos tipos de patógenos como: vírus, bactérias, fungos e nematoides, sendo a defesa contra os mesmos pouco conhecida (CASTILHOS-FOR-TES, et al., 2009). Referente a esta recomendação, os principais gêneros de fungos utilizados em pesquisas são os gêneros Beauveria e Metarhizium, que vêm sendo coletados naturalmente de sauveiros e quenquenzei-ros contaminados em várias regiões do país (JACCOUD, 2000).

Loureiro e Monteiro (2005) testaram patogenicidade dos fungos Beauveria bassiana (isolados AM 9 e JAB 06), Metarhizium anisopliae (isolados E 9 e AL) e Paecilomyces farinosus (isolados CG 189 e CG 195) em sol-dados de Atta sexdens sexdens, em condições de laboratório, e concluíram que os três fungos se mostraram eficientes patógenos nas concentrações mais altas (1,0 x 109 con./mL) usadas por eles, pois provocaram alta mortalidade dos soldados nos quatro primeiros dias após a inoculação.

Boaretto e Forti (1997) e Loureiro e Monteiro (2005) afirmaram que apesar de alguns resultados apresen-tarem-se como promissores, em vários casos constata-se eficiente patogenicidade em laboratório, a qual não se repete em condições de campo, com resultados de eficiência de controle muito variáveis. Estes autores ainda colocam que novos estudos em laboratório e em campo, necessitam ser conduzidos para melhor aferir a eficiência dos fungos como agentes controladores de formigas em condições de campo.

Segundo Zanetti (2007b) outros estudos de laboratório também verificaram eficiência de 20 a 70% no controle da espécie Acromyrmex spp. com iscas a base B. bassiana e M. anizopliae, respectivamente. Resultados semelhantes foram obtidos num estudo com Atta sexdens; entretanto, os mesmos resultados não são obtidos no campo, principalmente devido a dificuldade de aplicação e ao comportamento social destes insetos, que reduz a eficiência destes entomopatógenos (ZANETTI, 2007b).

Além da eficiência de controle por fungos se concentrar apenas em testes de laboratório, outro fator a ser considerado é a eficiência deste controle quando comparado ao das iscas já existentes. Cardoso (2010) comparou o efeito de iscas granuladas com fungos entomopatogênicos, tais como Beauveria bassiana (iso-

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lados BBOT11 e BBOT12), Isaria fumosorosea (isolado IBTOT25) e Paecilomyces lilacinus (isolado PBOT33), isca comercial de sulfluramida e a isca sem nenhum princípio ativo, avaliando a mortalidade de formigas em colônias da espécie Atta sexdens em laboratório. Os resultados deste trabalho mostraram que a isca de sulfluramida foi consideravelmente mais efetiva que as demais iscas contendo os fungos, pois estas últimas apresentaram o mesmo resultado frente à mortalidade das formigas, que a isca sem nenhum princípio ativo, o que nos permite considerar que neste estudo os fungos não tiveram ação direta na morte das formigas.

Estudos em laboratório demonstraram que Metarhizium sp. e Beauveria sp. podem causar 100% de mortali-dade em grupos isolados de formigas cortadeiras. No entanto, experimentos iniciais definiram que os fungos são menos eficazes quando aplicados em colônias inteiras. E esta falta de eficácia em colônias inteiras foi atribuída a diversos fatores comportamentais e químicos (JACCOUD, et al., 1999).

A complexidade do comportamento e, consequentemente a dificuldade de obtenção de dados, dá-se principalmente pelo fato destes insetos sociais reconhecerem os agentes patogênicos e emitirem reações comportamentais de defesa (KERMARREC, et al., 1986). De acordo com Boaretto e Forti (1997) essas estra-tégias de defesa contra parasitas e patógenos podem ter caráter morfológico, mecânico ou bioquímico. Ou ainda, segundo Kermarrec et al. (1986), a resistência dos fungos mutualistas pode ser devido a muitos fatores ligados à higiene interna do ninho.

Mesmo com a existência dos mecanismos de defesa das formigas, o controle biológico de ninhos de for-migas cortadeiras tem sido alcançado. Entretanto, o uso de formulações com fungos diretamente aplicados nos ninhos são demorados e podem ser impraticáveis como uma estratégia viável no controle de grandes áreas (JACCOUD, et al., 1999). Desta maneira, a viabilidade operacional no uso deste controle biológico não se torna viável para as organizações florestais no país.

Síntese

A partir das análises e resultados de estudos acima citados em que a eficiência deste tipo de controle pro-posto às formigas – com fungos patogênicos, ainda se encontra baseado em âmbito laboratorial, e até este momento atrelada as dificuldades operacionais também identificas nestes estudos, é possível julgar finaliza-dos os esforços de combate à formigas cortadeiras pelo uso de fungos entomopatogênicos.

A 5.2. Colaborar com instituições de pesquisa em exames de melhoria da atratividade da isca com: extratos vegetais (Havenia dulcis ou Aleurites fordii) e feromônios de atração ou alarme feromônio beta eudesmol

Acredita-se que substâncias vegetais altamente atrativas, se adicionadas às iscas, poderiam mascarar a presença de entomopatógenos (BOARETTO; FORTI, 1997). Com base nesta hipótese, Specht et al. (1994), desenvolveram iscas de B. bassiana, formuladas com extratos de Havenia dulcis e Aleurites fordii, e testaram a atratividade das mesmas para colônias de Acromyrmex crassipinus, A. heyeri e A. striatus. No resultado dos testes, as iscas mostraram-se extremamente atrativas, sendo carregadas por A. striatus e A. crassipinus, embora não o tenham sido por A. heyeri. Segundo os autores, essas diferenças sugerem que existam preferências de cada espécie, dada a variabilidade de comportamento de cada colônia, o que demonstra que seria necessário desenvolver conhecimentos básicos sobre tais preferências, o que independente do resultado tornaria esta estratégia de combate inviável operacionalmente.

A grande diversidade e o domínio ecológico das formigas são, em grande parte, devidos à organização social suportada pelo seu sistema de comunicação (HÖLLDOBLER, 1995; LUBE, 2007), cuja principal fer-ramenta são os feromônios. Feromônios são odores que transportam informações específicas capazes de promoverem a comunicação entre os indivíduos da mesma espécie ou colônia (BIRCH; HAYNES, 1982). Segundo Vilela (1994), os feromônios conhecidos nas formigas-cortadeiras são, principalmente, os de Alar-me, Reconhecimento Individual, da Rainha, de Marcação de Trilha e Recrutamento, de Marcação de Folhas e de Território. E complementa que, os testes estão focados principalmente na incorporação de feromônios de alarme em iscas granuladas, visando aumentar a sua atratividade.

Marinho (2006) trabalhando com colônias de laboratório de Atta sexdens rubropilosa, A. laevigata, A. bis-phaerica, Acromyrmex subterraneus subterraneus e A. subterraneus molestans nos bioensaios com folhas de Eu-calyptus maculata e com o sesquiterpeno β-eudesmol extraídos de suas folhas, verificou que o mesmo promo-ve comportamento agressivo somente em colônias do gênero Atta, sendo que dentre as três espécies desse gênero, a espécie A. sexdens rubropilosa foi a que demonstrou maior agressividade entre as companheiras de

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ninho. Uma hipótese para essa diferença é a especificidade dos feromônios. Hipótese essa já identificada por Vilela (1994) como o principal problema para o emprego da técnica.

Para tornar-se mercadologicamente viável, seria necessário encontrar uma única mistura de componentes feromonais capazes de atuar contra todas as principais espécies de formigas cortadeiras que ocorrem em nosso meio. No entanto, ainda não há perspectivas de desenvolvimento de uma metodologia de aplicação comercial (VIANA-BAILEZ, 2013).

Ali e Morgan (1990) afirmam que para formigas-cortadeiras muito pouco se conhece sobre o papel e a composição química dos feromônios, apesar do esforço de investigação de vários pesquisadores em diferen-tes partes do mundo.

Síntese

De acordo com os trabalhos científicos citados, pode-se concluir que encontrar uma combinação de com-ponentes feromonais de amplo espectro é praticamente impossível, dado que os avanços do conhecimento na área têm sido muito lentos. Tanto as dificuldades para uso de extratos vegetais quanto para uso de fero-mônios convergem na especificidade das formigas no quesito atratividade, portanto pode-se concluir que as dificuldades destes métodos exaustivamente pontuadas na literatura, permite-nos considerar como finali-zados os esforços nesse assunto frente às recomendações do processo de derrogação. Ainda assim, se forem identificadas oportunidades concretas de estudos, as Organizações florestais no Brasil podem contribuir com estes estudos, principalmente por meio dos programas cooperativos de pesquisa em que estas participam em parceria com Institutos de Pesquisa e Universidades.

A 6.1. Manter registros sobre o número de formigueiros tratados/anoA 6.2. Estimar o número de formigueiros/hectare em áreas tratadasA 6.3. Estimar o uso anual total do produtoA 6.4. Idade das árvores em áreas tratadas

O número de formigueiros tratados/ano e o número de formigueiros/hectare em áreas tratadas (A 6.1 e A 6.2) são informações que não traduzem fielmente o status da infestação das UMF. A infestação está muito mais associada ao tamanho dos formigueiros do que à quantidade destes. Souza et al. (2011) demonstraram em seu trabalho que a área de sauveiros foi a melhor variável para estimar a influencia negativa das formigas cortadeiras na produção de eucaliptos. Assim, se torna muito mais crítico possuir poucos formigueiros gran-des do que possuir inúmeros formigueiros pequenos. Os esforços e a dose de iscas necessárias para controlar formigueiros grandes é significativamente superior às doses empregadas em formigueiros pequenos.

Portanto, o indicador de infestação em áreas combatidas é o uso total de iscas formicidas (A 6.3). Esse dado é facilmente obtido por qualquer organização florestal, pois consiste no registro de uso de produtos, que é obrigatório pelos P&C do FSC para o uso de qualquer químico, seja ele “altamente perigoso” ou não. E, portanto, presente nos registros de informações dos relatórios das auditorias de monitoramento da certi-ficação, realizados pelos órgãos certificadores.

A idade das árvores (A 6.4) em áreas tratadas pode ser obtida cruzando a localização das operações de con-trole com o cadastro dos plantios dentro de um sistema de gestão da empresa, algo que é factível na maioria das organizações florestais, e são apresentados anualmente em auditorias (monitoramento e re-certificação).

Síntese

Uma vez que o número de formigueiros tratados/ano e o número de formigueiros/hectare em áreas tra-tadas são informações que não definem seguramente o status da infestação das UMF, pois a infestação é melhor associada ao tamanho dos formigueiros do que a quantidade destes, como demonstrado acima, o indicador de infestação que se aplica nos sistemas de monitoramento das empresas é o uso total (anual) de isca formicida em determinada área infestada. Dado este facilmente verificado pelos órgãos certificadores já que o registro de uso de produtos já é previsto e obrigatório pelos P&C do FSC e, portanto, é verificado nas auditorias de monitoramento da certificação. Assim, como o levantamento da idade das árvores em áreas tratadas, dado levantado pelas Organizações florestais em seus controles de combate e apresentados anual-mente em auditorias de monitoramento.

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A 6.5. Manter registros dos resultado de operações de controle (densidade de ninhos e por-centagem de árvores danificadas, antes e depois do tratamento) e incluir essa informação nos relatórios de gestão florestal

Para mensurar a densidade de ninhos antes e depois do controle, ou seja, para avaliar a efetividade destas operações, a ferramenta mais utilizada e mais eficiente é o monitoramento. Apesar de diferentes organiza-ções adotarem seus próprios processos, adaptados às suas particularidades locais e operacionais, o moni-toramento em geral nada mais é do que a realização de levantamentos, quantitativos e classificatórios, da presença de colônias nas áreas de interesse, sendo executado em florestas cultivadas de acordo com os planos de amostragem das populações desses insetos nas áreas florestais.

Como já mencionado neste documento sobre o conceito de monitoramento, estes levantamentos são realizados por meio de planos de amostragem que podem utilizar diferentes métodos. Estes métodos obtêm estimativas de densidade populacional (ZANETTI, 2011).

A porcentagem de árvores danificadas pode ser um dos indicadores usados no monitoramento, mas por ser um indicador indireto é de menor relevância do que a densidade e tamanho dos ninhos.

As evidências destes registros são apresentadas nas auditorias de monitoramento da certificação, que são apresentadas aos órgãos certificadores.

Síntese

O registro dos resultados das operações é feito dentro do monitoramento das Organizações, em que são feitos levantamentos, quantitativos e classificatórios, de acordo com os planos de amostragem das popula-ções de formigas cortadeiras nas áreas florestais e estabelecido por cada uma das Organizações. As evidências destes registros são apresentadas nas auditorias de monitoramento da certificação, realizadas anualmente e apresentadas aos órgãos certificadores.

A. 7. Cuidado no manuseio e aplicação do formicida, para não colocar em risco as pessoas e os inimigos naturais, implementando avaliações para reduzir o risco a níveis aceitáveis e respeitan-do a legislação nacional e regional, para uso de pesticidas.

A adoção de iscas formicidas na estratégia de combate às formigas cortadeiras deve sempre ser feita com cautela, principalmente durante o manuseio e a aplicação do pesticida. A aplicação é feita sempre seguindo recomendações pré-determinadas pelo corpo técnico de proteção das organizações florestais, principalmente no que tange a legislação de saúde e segurança no trabalho.

No Brasil, a instrução normativa que regulamenta a utilização de pesticidas é a Lei Nº 7.802/89 (BRASIL, 1989). Esta lei dispõe no seu Art. 7º que o rótulo dos produtos deve conter informações como: equipamen-tos a serem usados; os possíveis efeitos prejudiciais sobre a saúde do homem, dos animais e sobre o meio ambiente e as precauções para evitar danos aos aplicadores, aos que manipulam, aos terceiros e aos animais domésticos, fauna, flora e meio ambiente. Além disso, a lei também penaliza o empregador que não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores.

Além da Lei Nº 7.802/89, o Ministério do Trabalho e Emprego dispõe da Norma Regulamentadora nº 6 (NR nº 6) da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2001), que define como compe-tência do empregador fornecer ao trabalhador o EPI (Equipamento de Proteção Individual) adequado ao risco de cada atividade, exigir seu uso, orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e a conservação do EPI, substituí-lo imediatamente quando danificado ou extraviado e responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica desses equipamentos. Outra exigência legal são os exames médicos periódicos nos trabalhadores envolvidos em atividades que tenham risco, conforme regulamentado pela NR nº 7 também da ABNT (ABNT, 1994).

Desta forma está comprovado que, no Brasil, os cuidados no manuseio, aplicação do formicida e saúde dos trabalhadores são assuntos regulamentados por lei sendo, portanto imprescindíveis de cumprimento e cujos esforços podem ser considerados como plenamente atingidos por todas as organizações florestais que assinam este relatório.

Frente aos inimigos naturais, os cuidados na forma e momento da aplicação de iscas, atrelado ao compor-tamento das formigas, citados em recomendação anterior (A 3.1) resultam em um menor risco aos inimigos

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naturais, assim como para os animais não-alvo. A opção por técnicas e épocas adequadas de controle quími-co das formigas, bem como em procedimentos que permitam a manutenção de reservas naturais e manejo dos sub-bosques, visam a preservação de inimigos naturais. Neste sentido, as organizações se utilizam destes conhecimentos e técnicas de manejo permitindo que não somente o risco aos inimigos naturais seja reduzi-do, como também seja mantido a presença destes animais nas áreas das UMF (BOARETTO; FORTI, 1997).

Síntese

As Organizações florestais no Brasil seguem a legislação de saúde e segurança no trabalho exigidos pelas leis e normas técnicas nacionais, além da aplicação dos formicidas em cada empresa acompanhar as reco-mendações pré-determinadas pelo corpo técnico de proteção florestal das mesmas. E referente aos cuidados com inimigos naturais, os cuidados na forma e momento da aplicação dos produtos juntamente com o co-nhecimento do comportamento das formigas-cortadeiras (recomendação A 1.3) resultam num menor risco a estes animais, assim como aos animais não-alvo. Além da manutenção de áreas de conservação de florestas nativas próximas ou em mosaicos aos plantios florestais também auxilia na manutenção da presença dos inimigos naturais das formigas-cortadeiras.

6.2. Recomendações Extras dos Assessores Técnicos do FSC

Na página 10 do documento de Recomendações dos Assessores Técnicos sobre as Derrogações brasileiras, os itens G a J apresentam algumas recomendações extras feitas por Assessores técnicos do FSC. São elas:

G: Colaborar em testes - com especialistas e estudantes de doutorado em instituições de pes-quisa, empresas comerciais, agências governamentais e/ou outras empresas florestais - em al-ternativas para substituir deltametrina, fenitrothion, fipronil e sulfluramida e, gradualmente, reduzir o uso de inseticidas através de manejo integrado de pragas: o monitoramento de pragas e nível de dano, a definição de uma densidade crítica de pragas, o uso de inseticidas somente em áreas altamente infestadas, onde a densidade crítica é excedido ou se os níveis de danos são inaceitavelmente elevados, a aplicação de inseticidas em taxas mínimas eficazes (kg/ha ou g/m2), e complementando-os com controle biológico e práticas silviculturais preventivas.

As Organizações florestais no Brasil praticam o manejo integrado de pragas e os itens relacionados nesta recomendação extra já foram descritos nas seguintes recomendações acima apresentadas: A 1.1, A 1.2, A 1.3, A 1.4, A 1.5 e A 2.3.

H: Estabelecer um procedimento para o manejo integrado de formigas.

O princípio do manejo integrado de pragas (MIP) é definido pela FAO (1968) como “um sistema de ma-nejo de organismos nocivos que utiliza todas as técnicas e métodos apropriados da maneira mais compatível possível para manter estas populações em níveis abaixo daqueles que causam injúria econômica”.

Vale reforçar como já exposto acima no item 4.4 - “Monitoramento”, que programas de manejo integrado de formigas cortadeiras em florestas cultivadas no Brasil foram desenvolvidos no inicio da década de 1990, com o objetivo de reduzir o custo de controle e a aplicação de inseticidas no ambiente, atendendo assim também as principais exigências dos processos de certificação florestal (ZANETTI, 2011). E essa busca por alternativas no controle destas pragas tem levado a pesquisas que enfocam novas metodologias de aplicação de produtos e a diminuição do uso destes (OLIVEIRA et al., 2011), como já exposto também ao longo deste relatório.

Desta forma, a filosofia do manejo integrado de pragas (MIP), como uma alternativa já comprovada é amplamente utilizada pelas organizações florestais no país. Entende-se o MIP como a combinação dos diver-sos métodos de controle, visando minimizar e racionalizar o uso de produtos químicos, e buscando formas e estratégias mais eficientes de combate que sejam não somente mais econômicas, como também social e ambientalmente corretas (OLIVEIRA et al., 2011).

A fim de auxiliar os gestores florestais a demonstrarem que possuem uma abordagem de controle embasa-da no manejo integrado, o FSC também lançou em 2009 o guia “FSC Guide To integrated pest, disease and weed management in FSC certified forests and plantations”. Este guia fornece um modelo genérico de procedimento, que exige dos gestores e especialistas uma adaptação local ou regional, desenvolvendo a sua própria estratégia,

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baseada no seu contexto ambiental e operacional. Desta maneira, o MIP aplicado no país dentro das organi-zações florestais vai de encontro com os procedimentos sugeridos neste guia do FSC, e até mesmo vai além, uma vez que a aplicação deste tipo de manejo no país leva em conta aspectos regionais de cada empresa.

Além do mais, vale ressaltar que mesmo a aplicação dos conhecimentos do MIP para as formigas-corta-deiras exige o conhecimento da biologia, do comportamento e a identificação dos gêneros que ocorrem na área, aspectos estes levados em consideração na tomada de decisão das metodologias de MIP aplicadas por cada empresa florestal brasileira, como já demonstrado ao longo deste documento.

O emprego da filosofia do MIP com suas adequações para o controle de formigas cortadeiras tem sido efi-ciente e diminuído em alguns casos o uso indiscriminado de produtos químicos nas áreas agrícolas e flores-tais. Entretanto, no plantio de qualquer cultura, seja ela agrícola ou florestal, o nível inicial de tolerância para a presença de formigas cortadeiras deve ser zero (OLIVEIRA et al., 2011). Estes autores ainda afirmam que é a partir deste momento que o monitoramento das áreas vai definir o controle ou não destas, de acordo com o nível de infestação avaliado periodicamente, o que novamente foi abordado e demonstrado neste relatório por ser aplicado pelas organizações florestais que respondem por este relatório de derrogação.

Assim, fazendo-se uso desta filosofia, várias organizações florestais do Brasil têm definido suas próprias metodologias de amostragem com sucesso, adequando-as às suas necessidades e à política interna, o que tem fornecido interessantes diagnósticos regionais e locais, que estão sendo aprimorados ao longo dos anos, com informações biológicas e ecológicas das diferentes espécies de formigas que ocorrem nas áreas de reflo-restamento no país (OLIVEIRA et al., 2011). E que dessa forma, permitem o planejamento e cumprimento das recomendações do FSC, durante a vigência dos processos de derrogação do uso dos produtos químicos proibidos, ao qual este relatório propôs demonstrar.

Síntese

Os programas de Manejo Integrado de formigas-cortadeiras em florestas cultivadas no Brasil vêm sendo aplicados desde a década de 1990, para reduzir o custo de controle e a aplicação de inseticidas no ambiente. A filosofia do Manejo Integrado de Pragas (MIP) já é amplamente utilizada pelas Organizações florestais no país e compreende uma combinação de diversos métodos de controle, visando minimizar e racionalizar o uso de pesticidas, e desenvolver formas e estratégias mais eficientes de combate que sejam não somente mais econômicas, como também social e ambientalmente corretas. Porém, no caso das formigas-cortadeiras, a aplicação dos conhecimentos do MIP exige o conhecimento da biologia, do comportamento e a identifica-ção das espécies que ocorrem na área, aspectos estes também levados em consideração na tomada de decisão das metodologias de MIP aplicadas por cada Organização florestal brasileira, como já demonstrado ao longo deste documento.

I: Desenvolver em médio a longo prazo, práticas silviculturais preventivas para a redução da praga e dano às árvores, através de: a) Plantio de espécies mais robustas, mais bem adaptadas as condições locais e com menor susceptibilidade a estas pragas; b) Redução do controle de plantas daninhas (permanecer com parte da vegetação herbácea); c) Permitir o crescimento de culturas de cobertura; d) Limitar área de corte raso; e) Proteção de inimigos naturais e espécies raras (pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios) em áreas de floresta natural ou parte das áreas manejadas (de acordo com a escala e intensidade do manejo)

As recomendações extras apresentadas neste item são consideradas na gestão florestal da Unidades de Manejo Florestal (UMF) e nas estratégias de operação de cada Organização florestal. As práticas silvicultu-rais recomendadas aqui já são amplamente consideradas não somente para a redução das pragas e danos às árvores, como também para viabilidade e sucesso da gestão florestal estabelecida por cada Organização, considerando os aspectos técnicos e as condições ambientais ao quais as UMF estão inseridas.

Neste sentido são explanadas as práticas silviculturais preventivas adotadas pelas Organizações através de:

• Plantio de espécies mais robustas, e bem adaptadas às condições locais e menor susceptibilidade a estas pragas: as organizações florestais possuem programas de melhoramento florestal ou plantam árvores adquiridas de fornecedores cujas mudas são provenientes de processos de melhoramento flo-restal, e consideram entre os critérios de seleção de material genético, a resistência à pragas e doenças. Neste sentido, o setor florestal brasileiro possui exemplos clássicos de seleção de material genético

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resistente a doenças, a exemplo da resistência ao cancro (Cryphonectria cubensis) e a ferrugem (Puccunia psidii). Em relação a resistência aos insetos, o melhoramento genético pode não ser a ferramenta mais adequada em função dos mecanismos de ação dos insetos. No caso de formigas-cortadeiras, é impor-tante levar em consideração que estas atacam inúmeras espécies de plantas, nativas e exóticas, uma vez que o material coletado será decomposto para nutrição do fungo, da qual se alimentam. Alguns mecanismos que diminuam a preferência no ataque entre materiais genéticos, algumas vezes podem ser passados entre cruzamentos de uma mesma espécie, contudo, devido à baixa especificidade da pra-ga na busca por seu alimento, aliada ainda a sua alta voracidade, não garantem que tais mecanismos possam ao menos minimizar este ataque. Muitas vezes, experiências buscando ganho de resistência no ataque de uma determinada praga, culminam em uma maior susceptibilidade a outra praga ou doença. O ataque de formigas-cortadeiras é problema na agricultura, silvicultura e na revegetação de áreas nativas, onde há uma enorme gama de diversas espécies, com os mais diferentes sistemas de defesa contra ataque de insetos, como espinhos, acúleos, folhas coriáceas, folhas pilosas etc., e que mesmo assim, não impedem que sejam atacadas e mortas por ninhos de formigas-cortadeiras.

• No entanto, a resistência das árvores às doenças e pragas também se dá por uma correta fertilização, sendo conhecidas as relações dos estágios de susceptibilidade da planta em função de baixa presença de micronutrientes. A resistência das plantas a pragas e doenças pode diminuir ou aumentar pelo efeito da nutrição mineral sobre as estruturas anatômicas da planta. Barreiras anatômicas da planta, como a lignificação que atua no controle da entrada de doenças, é afetada pela ausência de boro, co-bre e manganês, pois são micronutrientes que atuam diretamente no processo de defesa das plantas contra patógenos (SILVEIRA; HIGASHI, 2003). Por exemplo, Paula (2009) apresenta que a deficiência de boro pode causar quebra em Eucalipto, por meio da seca de ponteiro (“dieback”). Ainda na forma-ção de plantios resistentes à pragas, as empresas e os produtores rurais buscam os materiais genéticos melhor adaptados às condições edafoclimáticas das regiões onde se encontram as UMF. Ademais, as empresas florestais têm uma forte interação academia e empresa, por meio de projetos e programa cooperativos de pesquisa, como PROTEF (Programa Cooperativo sobre Proteção Florestal), PTSM (Programa Cooperativo sobre Silvicultura e Manejo), PCMF (Programa Cooperativo sobre Melho-ramento Florestal) e TECHS (Programa Cooperativo sobre Tolerância de Eucalyptus clonais aos Es-tresses Hídrico, Térmico e Biótico), estes do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) e ações e projetos juntos com Universidades e a Embrapa, que visam o desenvolvimento de práticas para o estabelecimento de uma floresta saudável.

• Redução do controle de plantas daninhas: as plantações florestais têm buscado manter o sub-bosque nos plantios, cujo efeito na criação de um ambiente de maior diversidade soma-se à manutenção das áreas de conservação (APPs e RLs), e, portanto, sendo possível a manutenção de plantios florestais de eucalipto, pinus, teca e outras árvores cultivadas com o sub-bosque. Esforços vêm sendo conduzidos pois em casos onde a legislação estadual é insuficientemente regulamentada, as Organizações têm realizado operações para suprimir o sub-bosque, uma vez que possuem obrigação legal de fazê-lo, o que é reforçado pelo Princípio 1 dos P&C do FSC. Contudo, as Organizações florestais reivindicam que se regulamente a questão e se permita o desenvolvimento do sub-bosque.

• Permitir o crescimento de culturas de cobertura: o controle de matocompetição só é necessário nos primeiros anos de cultivo florestal. Normalmente, após o segundo ano não são feitas roçadas para eliminação de culturas de cobertura. No entanto, mesmo nos manejos em que há vegetação de sub--bosque, a experiência tem mostrado que a conservação da vegetação nativa nas APPs e RL são medi-das suficientes para atender a esta recomendação. A evidência do valor das APPs e RL para o manejo florestal está no sucesso de programas de controle biológico em que diversos parasitóides introduzi-dos mantêm-se na área de manejo, a exemplo do parasitóide Ibalia leucospoides (Hymenoptera) que auxilia no controle da praga florestal vespa-da-madeira (Sirex noctilio) (CARVALHO, 1992). Vale des-tacar também que é recorrente a infestação de lagartas desfolhadoras – outra praga florestal comum, por fungos e bactérias, e a evidência desta inferência está nos inúmeros casos em que a aplicação de controle é suspensa após se constatar que a população desta outra praga florestal foi afetada por doenças e dizimada. Os trabalhos de Freitas et al (2002) e Dall’Oglio et al (2003) evidenciam que áreas de preservação com mata nativa levam a um aumento da diversidade e quantidade de inimigos naturais, que contribuem para regulação da população de insetos praga. Vale lembrar ainda, que as Organizações florestais brasileiras preservam uma quantidade de área nativa muito superior a que é requisitada pela legislação nacional.

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• Limitar área de corte raso: na escala em que são realizadas as operações florestais não existe correla-ção entre a área de corte raso e a maior ou menor incidência de pragas. O ataque de pragas a reflo-restamentos não sofre interferência de áreas de madeira colhidas, uma vez que estas são dificilmente limitadas por barreiras físicas. De fato, entende-se que a manutenção de uma área plantada além do seu ciclo de corte estabelecido, possa trazer prejuízos ao reflorestamento, uma vez que, todo o plane-jamento da floresta (adubação, espaçamento e curva de crescimento) foi analisado buscando-se obter a maior produtividade, causando a menor competição possível entre os indivíduos. Caso a floresta não seja colhida, seu crescimento será estagnado e a competição entre as árvores acirrada, o que pro-vavelmente levará a um cenário de aumento de stress, o qual favorece o ataque de pragas e doenças, sobretudo as oportunistas.

• Proteção de inimigos naturais e espécies raras em áreas de floresta natural ou parte das áreas mane-jadas: considerando a escala e intensidade do manejo, as organizações florestais têm realizado uma grande quantidade de pesquisas evidenciando a presença e permanência da fauna nas UMF. Esses le-vantamentos evidenciam que espécies de animais, predadoras de insetos, estão presentes não somente nas áreas de conservação, como também estabelecendo-se no interior dos cultivos florestais, a exem-plo dos tatus e aves. Dados de ocorrência destas espécies de animais são frequentemente levantadas em estudos pelas Organizações (considerando a escala e intensidade do manejo) e são demonstradas aos órgãos certificadores nas auditorias de monitoramento, uma vez que fazem parte de outros re-quisitos dos P&C FSC. Desta forma, maiores informações podem ser encontradas nos relatórios de auditoria elaborados pelos Órgãos Certificadores.

Síntese

Estas recomendações extras são consideradas na gestão florestal da Unidades de Manejo Florestal (UMF) e nas estratégias de operação de cada Organização florestal. As práticas silviculturais recomendadas aqui já são amplamente consideradas não somente para a redução das pragas e danos às árvores, como também para viabilidade e sucesso da gestão florestal estabelecida por cada Organização, considerando os aspectos técnicos e as condições ambientais as quais as UMF estão inseridas. Dentre as ações estão: os programas de melhoramento florestal, a manutenção do sub-bosque nos plantios, cujo efeito na criação de um ambiente de maior diversidade soma-se à manutenção e conservação da vegetação nativa nas APPs e RL; e a evidência do valor das APPs e RL para o manejo florestal está no sucesso de programas de controle biológico para ou-tras pragas florestais.

J: Consulta as partes interessadas durante a aplicação de isca perto de Unidades de conservação da vida Selvagem ou áreas sensíveis e consulta às autoridades locais ou regionais sobre as práti-cas de conservação da vida selvagem e meio ambiente.

As atividades de proteção florestal e as práticas de conservação desenvolvidas pela UMF são mantidas informadas às partes interessadas, seja disponibilizando o resumo público do plano de manejo, que indica os procedimentos de controle de pragas e conservação da empresa, ou por meio de um canal aberto de co-municação diretamente com a comunidade e/ou vizinhos. Pode-se afirmar que estes procedimentos existem em todas as organizações que fazem parte deste relatório, uma vez que para qualquer empresa certificada é exigida a manutenção destes canais de comunicação e a divulgação do plano de manejo.

As organizações florestais brasileiras seguem rigorosamente a legislação nacional e/ou local, especialmen-te no que se refere ao uso de pesticidas. Sendo assim, frente à legislação nacional, uma vez que um produto é registrado, seu uso é liberado, conforme o registro para determinado fim. E é sob o que determina esta legislação (de registro) que as organizações florestais fazem uso de pesticidas em suas florestas, ou seja, uti-lizam apenas produtos direcionados e autorizados para o fim a que se destina: o controle de determinada praga florestal. Portanto, não há necessidade de uma consulta direta à autoridades locais ou regionais frente ao uso de um produto, pois uma vez que este está registrado para determinado fim, o mesmo segue liberado para o uso.

No entanto, informações sobre práticas de conservação da vida selvagem e meio ambiente por vezes são trocadas com as autoridades locais ou regionais e peritos científicos através da participação das empresas flo-restais em eventos técnicos sobre o tema, como aqueles desenvolvidos pelo Programa Cooperativo em Cer-tificação Florestal (PCCF), Programa Cooperativo de Proteção Florestal (PROTEF) e Programa Cooperativo

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sobre Silvicultura de Nativas (PCSN), todos do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), e Projeto Manejo de Insetos Sociais da Universidade Federal de Lavras (UFLA/MG), entre outros.

Ademais, a participação nestes programas e projetos de pesquisa permite às áreas de proteção florestal das empresas estarem atualizadas com as melhores técnicas de manejo de controle de pragas e mesmo, fazerem parte do desenvolvimento científico nesta área, com as parcerias Universidade & Empresa.

Além do mais, há uma ampla participação dos gestores florestais das empresas em fóruns nacionais e re-gionais de discussão e encontros com Organizações Não Governamentais (ONGs), como Diálogo Florestal Nacional e seus fóruns regionais, o que permite e enriquece o diálogo e a discussão frente ao uso de produtos químicos em florestas plantadas.

O registro tanto das consultas externas da empresa com autoridades locais e regionais, por meio da par-ticipação em fóruns de discussão e diálogo com entidades ambientais ou sociais da sociedade civil e com a Academia, e a comunicação com as partes afetadas/interessadas frente às atividades de manejo implantadas pelas organizações florestais já faz parte da filosofia das mesmas, uma vez que é uma prática exigida para qualquer empresa florestal certificada.

Por fim, as organizações florestais alcançam o cumprimento desta recomendação ao atender as demais exigências da certificação FSC. Além disso, as empresas florestais estão disponíveis para participar de estudos científicos tanto para avaliar novas técnicas de proteção florestal, quanto para desenvolver práticas de conser-vação, desde que tecnicamente fundamentadas.

Síntese

As atividades de proteção florestal e as práticas de conservação da UMF são informadas às partes interes-sadas, por meio do resumo público do plano de manejo, com os procedimentos de controle de pragas e con-servação da empresa, ou por meio de um canal aberto de comunicação diretamente com a comunidade e/ou vizinhos. Estes procedimentos existem em todas as organizações que fazem parte deste relatório, uma vez que para qualquer empresa certificada é exigida a manutenção destes canais de comunicação e a divulgação do plano de manejo para a certificação de um empreendimento florestal. Assim, as Organizações florestais alcançam o cumprimento desta recomendação ao atender as demais exigências da certificação FSC. Além disso, as empresas florestais estão disponíveis para participar de estudos científicos tanto para avaliar novas técnicas de proteção florestal, quanto para desenvolver práticas de conservação, desde que tecnicamente fundamentadas.

7. ConclusãoEste Relatório trouxe inúmeras informações de estudos desenvolvidos e em desenvolvimento, pelas or-

ganizações florestais brasileiras e suas parcerias com demais instituições de pesquisa e universidades, em conhecer e tentar encontrar alternativas de combate a esta importante praga para o manejo florestal nacional, que são as formigas cortadeiras. Muito se descobriu quanto ao comportamento, dano e importância da praga no sucesso ou insucesso de um manejo florestal, mas não encontrou-se alternativas técnica e economica-mente viáveis, que pudessem substituir o controle químico.

Ainda hoje, pelas inúmeras referências e experiências da proteção florestal não existem perspectivas de lançamento de um novo produto que possa substituir eficientemente a sulfluramida e demais produtos no combate às formigas cortadeiras dentro dos próximos cinco anos.

Considerando que a manutenção da certificação florestal se dá pelo tripé – ocialmente benéfico, ambien-talmente adequado e economicamente viável, torna-se necessária, dessa forma, a extensão da derrogação dos ingredientes ativos de produtos para controle químico de formigas, como a sulfluramida, a deltametrina, o fenitrothion e o fipronil.

Visto que a definição destes produtos atende as diferentes necessidades locais – espécie da praga-alvo, características ambientais, como tipo de solo e clima, o sucesso do controle das formigas-cortadeiras ainda passa pelo uso destes ingredientes ativos, dado que são os únicos produtos que mantém a viabilidade do manejo das plantações florestais no Brasil e, consequentemente a continuidade da certificação florestal em plantações no país, haja vista a realidade ambiental das operações florestais num país tropical.

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Vale destacar que as empresas químicas que podem desenvolver novas moléculas, e que, por consequ-ência, definam novos produtos, o fazem, mas até o momento da conclusão deste relatório não existem for-mulações comercialmente prontas disponíveis às organizações florestais. Além do mais, informações sobre o desenvolvimento de novas moléculas, possuem caráter confidencial e ainda não foram disponibilizadas pelas empresas químicas.

O que se sabe é que existem estudos preliminares de toxicidade, eficiência, segurança, etc., para novas moléculas, mas que mesmo assim, certamente levarão mais do que cinco anos, para que todo o processo de registro de um novo produto seja finalizado, em razão dos inúmeros testes que são exigidos e devem estar devidamente finalizados, analisados pelos órgãos competentes no país, e aprovados nos trâmites oficiais, para somente então, obter-se por fim, o registro de um novo produto para uso agrícola ou florestal.

Neste sentido, este Relatório Final de Derrogação evidenciou todos os esforços e realizações de estudos, práticas e conhecimento realizados ao longo dos cinco anos de vigência da derrogação dos ingredientes ativos aprovados para uso no Brasil, pelas organizações florestais acerca do controle e manejo da principal praga em florestas plantadas, as formigas-cortadeiras. Por meio das informações contidas no Relatório foi possível esclarecer o cumprimento de cada recomendação indicada pelo FSC para que o uso destes ingre-dientes ativos fossem permitidos.

Por fim, vale ressaltar que este Relatório contém informações gerais frente ao cumprimento das recomen-dações do FSC, e que todas estas informações também foram verificadas pelos órgãos de certificação para cada titular de certificado, ao longo dos cinco anos de derrogação vigentes. E, portanto, sendo possível uma verificação mais detalhada, quando necessário, através dos relatórios de monitoramento da certificação.

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