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Clínica Ampliada do HC II A experiência do Serviço Social Fernanda dos Reis Melo SSocial HCII/INCA [email protected] Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2010. 3º Fórum de Assistência Social do Ministério da Defesa Painel sobre Humanização

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Clínica Ampliada do HC IIA experiência do Serviço Social

Fernanda dos Reis MeloSSocial HCII/[email protected]

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2010.

3º Fórum de Assistência Social do Ministério da Defesa

Painel sobre Humanização

Equipe de Serviço Social no HCII

• Letícia Batista da Silva–

Chefe do Serviço

Fernanda dos Reis Melo – Chefe substituta do Serviço

Assistentes Sociais

Andrea de Carvalho Araújo

Any Gleise Jacinto

Nair Mendonça de Souza

Silvia Regina Galvão de Carvalho

Eliane Mallemont (Captação de Sangue)

Débora Helena do Nascimento (especializanda)

Andréia Martins da Costa (residente)

Natália Souza dos Santos (residente)

Apresentação do INCA

O Artigo 41º da lei 8.080/90 vai determinar o INCA como referência nacional em oncologia;

O INCA tem então como missão ser o órgão executor,normalizador e coordenador da política nacional de controle do câncer;

O INCA apresenta atualmente 5 unidades assistenciais;

Hospital do Câncer II especializado no atendimento em ginecologia oncológica.

Câncer GinecológicoDentre as patologias ginecológicas o câncer de colo de útero

é o de maior incidência falta de prevenção70% Câncer de colo de útero, destes 60% com estadio avançadoO câncer de colo de útero é a segunda neoplasia maligna mais freqüente entre as mulheres;Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos.

É a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres;

Diagnóstico da doença é feito tardiamente.Fonte: Estimativas 2010 – Incidência de Câncer no Brasl

Perfil da População Usuária

• Público Alvo: mulheres adolescentes e adultas matriculadas

• Condições sócio-econômica menos favorável• Baixa escolaridade• Mulheres chefes de família • Ausência de vínculos trabalhista (formal) e

previdenciário• Dificuldades quanto ao acesso dos recursos da

rede assistencial.Fonte: CARVALHO,2004

1.120 cirurgias / ano•

1.387 matrículas / ano

32.160 consultas médicas•

14.767 consultas de equipe não médica

2.368 internações•

Taxa de ocupação 70%

Média de permanência 07 diasFonte: Faturamento, 2010

HCII em números, média anual

Cotidiano do Serviço Social• Foco de atuação: Ginecologia e Oncologia Clínica

• Destaque para a atuação com mulheres com Câncer do Colo do Útero. (Estimativa 2010: 18. 430– 2º mais incidente).

Fatores de Risco do câncer do colo do útero não são apenas clínicos, mas sobretudo têm implicações na questão social.

Ex.: HPV (vírus do papiloma humano) está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero. A dificuldade de acesso ao exame preventivo por questões econômicas e trabalhistas;a insuficiente distribuição de preservativo no SUS; pouca divulgação na mídia impactam aumento dos casos associados ao HPV.

** Mulheres cuidadoras, quando estão doentesquem cuida delas??? Mães, chefes de família com muitas

demandas!!!

Como cuidar do paciente com câncer de forma humanizada e ampliada ?

Evolução histórica da PNH

2000 - 11ª Conferência Nacional de Saúde - Tema: “Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde no controle social.”

2001 - Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (foco na promoção do atendimento humanizado)

Governo Lula – Política Nacional de Humanização (amplia o foco passando a contemplar a gestão e a

atenção)

ProblematizaçãoPNH traduzir princípios e formas de

operar nas relações entre três dimensões: gestão, profissional de saúde e paciente.

Humanizar oferecer atendimento de qualidade articulando avanços tecnológicos com acolhimento, melhoria de ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais.

A PNH se constrói a partir de:

Princípios MétodoDiretrizes ⇒ Clínica Ampliada

Entende-se por orientações gerais de determinada política.

(Projeto Terapêutico Singular- PTS)“O Projeto Terapêutico Singular é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar.”Cartilha Clínica Ampliada e Compartilhada, MS, 2009, pg. 39

Dispositivos

Clínica Ampliada

Valores da PNH em consonância com os Princípios/atribuições do Serviço Social

•Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos

indivíduos sociais;•Posicionamento em favor da eqüidade e justiça

social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas

sociais, bem como sua gestão democrática;•Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento

intelectual, na perspectiva da competência profissional.

Clínica ampliada - Valores Autonomia e Protagonismo dos sujeitos

Co-responsabilidade Vínculos Solidários

Participação na gestão Inseparabilidade entre atenção e gestão

Para que a Clínica Ampliada seja viva e possível dentro das unidades, pressupõe atenção continuada, gestão participativa e equipe compromissada com o paciente;

Não só médicos fazem a clínica, mas todos os profissionais de saúde fazem cada um a sua clínica;

A proposta de clínica ampliada é ser um instrumento para que os trabalhadores e gestores de saúde possam enxergar e atuar na clínica para além dos pedaços fragmentados, sem deixar de reconhecer e utilizar o potencial desses saberes.

O que é clínica ampliada?

Iniciou em 2006, em consonância à PNH.

No HCII, ocorrem as sessões na enfermaria do 6º andar, quinzenal, com a participação dos profissionais de saúde, buscando dinamizar a resolução das situações complexas (casos clínicos e processos de trabalho na instituição)

O que é Clínica Ampliada no HCII?

Clínica Ampliada X Clínica Individual

Compromisso radical com o sujeito doente visto de modo singular (PTS)

Responsabilidade sobre os usuários dos serviços de saúde

SaberesLidar com Limites e PossibilidadesLidar com Identificações e Disputas

Trabalhar de forma intersetorial –transversalidadeReconhecer os limites do conhecimento dos

profissionais de saúde e das tecnologias por eles empregadas.

Assumir um compromisso ético profundo.

Clínica Ampliada

• Profissional deve expressar suas opiniões sem se criticado, julgado – Acolhimento dos diferentes saberes• Inovação permitida resolução dos problemas apresentados e aproximidade com o novo, com a singularidade•Envolvimento com a subjetividade (valores subjetivos no atendimento)•Coesão interna entre a equipe

Equipe de Referência

Profissionais que se responsabilizam pelos mesmos usuários cotidianamente. É uma forma de resgatar o compromisso com o sujeito, reconhecendo toda a complexidade do seu adoecer e do seu projeto terapêutico (diagnóstico; definição de metas; divisão de responsabilidade e reavaliação)

Equipe da Clínica Ampliada

• Psicólogos• Assistentes Sociais• Enfermeiros• Fisioterapeutas• Nutricionistas• Médicos• Direção

Problematização das questões sociais na internação e na alta hospitalar entre a equipe de referência;

Orientações, encaminhamentos e monitoramento do acesso à direitos sociais relacionados a continuidade do tratamento após alta hospitalar.

Serviço Social na Clínica Ampliada

FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO E VULNERABILIDADE Nome________________________________________ Registro _________ Data de nascimento ________ Data de Matrícula _________ Médico responsável_____________ Diagnóstico______________________________ Social e Psicológico Profissional / Data Encaminhamento [ ] Falta de registro civil de nascimento (2) _____________________ _________________________________________[ ] Situação de pobreza ou de extrema pobreza (2) _____________________ _________________________________________[ ] Rede pessoal e social reduzida (2) _____________________ _________________________________________[ ] Conflitos de relacionamento familiar (2) _____________________ _________________________________________[ ] Violência doméstica (3) _____________________ _________________________________________[ ] Baixa escolaridade (2) _____________________ _________________________________________[ ] Baixa capacidade cognitiva e de compreensão (2) _____________________ _________________________________________[ ] Radicalismo religioso (3) _____________________ _________________________________________ [ ] Alcoolismo e dependência química (3) _____________________ ___________________________________ [ ] Cuidador também provedor (2) _____________________ ________________________________________ [ ] Situação habitacional precária: Tipo de construção, água, luz, saneamento (2) _____________________ ________________________________________[ ] Distância de acesso ao centro de tratamento(1) _____________________ ________________________________________[ ] Rede de saúde do local de moradia precária:

Hospitais de emergência, posto de saúde, PSF, ACS, TFD, Reabilitação. (2) _____________________ ________________________________________[ ] Rede sócio-assistencial precária:

Secretaria de assistência, conselhos tutelares (2) ___________________ ____________________________________Clínico [ ] Lactente e adolescente (3) _____________________ ________________________________________[ ] Potencial cirurgia mutilante (3) _____________________ ________________________________________[ ] Doença avançada (3) _____________________ ________________________________________[ ] Desnutrição (2) _____________________ ________________________________________[ ] Doença Genética (2) _____________________ ________________________________________[ ] Outro_________________________ _____________________ ________________________________________ Pontuação total-data: __________________ Grau de gravidade: 1 menor, 2 médio, 3 alto.

Clínica Ampliada Relação de Pacientes para o dia 25 de janeiro de 2008

A Reunião acontecerá no auditório I do 4º andar às 13:30h *o profissional que marcar a MR ficará responsável pelo resumo. MATRICULA NOME MÉDICO MARCADO

POR

DIAGNÓSTICO MOTIVO PARTICIPANTES SOLICITADOS

1407896

Maria da Silva Nathalia Zenaide Ganglioneuroblastoma Adesão/aderência ao tratamento

Psicologia, Serviço Social, Oftalmologia, Oncologia Pediátrica, Enfermagem

RESUMO

OBJETIVO

CONCLUSÃO

DISCUSSÃO

Data:

Nome:

Data de Nascimento

Matrícula: 5031039 Patologia:

CLINICA ESPECIALIZADA: PEDIATRIA HEMATOLOGIA

Médico Responsável:

/

CLÍNICA AMPLIADA

Algumas reflexões

•A gestão é inseparável da clínica e deve ser atribuição de todos! •Portanto os processos de comunicação tem haver também com a gestão e a política.A clínica ampliada é um dos dispositivos da PNH, não devendo ser visualizada como único espaço de discussão nas instituições.•As instituições não co-produzem apenas normas e conhecimentos, mas também subjetividade, cultura institucional, clima na equipe.

Frutos do Ensino

TCC da Especialização em 2007

Ana Claudia Correia Nogueira. Clínica Ampliada na internação hospitalar como espaço de intervenção do Serviço Social em Oncologia. 2007. Monografia. (Especialização em Serviço Social em Oncologia) - Instituto Nacional do Câncer.

Oficina de Más Notícias em 2009 e 2010 e Eventos Científicos

2009 - Projeto "Atenção ao Vínculo e Qualificação da Comunicação em Situações Difícieis no Tratamento Oncológico”

2010 - Simpósio sobre “Cuidado e Atenção Domiciliares: possibilidades, desafios e limites” Objetivo: Possibilitar a discussão entre os profissionais de saúde quanto as possibilidades de cuidado e atenção domiciliares ao paciente oncológico na perspectiva da co- responsabilização.

Ganhos:

Maior resolutividade dos casos/ processos complexos;Implementação de ações interdisciplinares;Co-responsabilização do paciente na atenção integral do cuidado ;Fomento da criação da Clínica Ampliada no espaço ambulatorial. Ex. Caso da Fisioterapia que será discutido no ambulatório, convidando os demais profissionais de saúde a fim de implicá-los no cuidado integral ao paciente oncológico.

Avaliação do Processo

Desafios:

Participação do paciente nas sessões da clínica ampliada;

Extensão da clínica ampliada para os demais andares e para os ambulatórios.

Avaliação do Processo

Referências BibliográficasCartilhas Humaniza SUS

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/humanizacao/pub_destaques.php

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=93

BRASIL, Código de Ética do Serviço Social em 1993.CLÍNICA AMPLIADA, EQUIPE DE REFERÊNCIA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR,2.ª

edição,Série B. Textos Básicos de SaúdeBrasília −

DF,

2007

_______, Lei 8.662/93 – Regulamentação da Profissão

CARVALHO, C.S.U. Pobreza e câncer de colo de útero: Estudo sobre as condições de vida de mulheres com câncer do colo de útero avançado em tratamento no Hospital do Câncer II –Rio de Janeiro, 2004. Mestrado em Serviço Social da Célia Ulysses

Instrução de Serviço. Atendimento Serviço Social, INCA, pp. 1-9, 2008.

Livro de Ata da Clínica Ampliada, HCII/ INCA,2006.

Parâmetros para a atuação dos assistentes sociais na saúde.CFESS, Brasília, março de 2009.

Contato

[email protected](21)98026969(21)22764881(21)22764869

Muito Obrigada!!!!