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POR UM CONCEITO DE POLTICA CULTURAL

Alexandre Barbalho*1. Poltica cultural: um debate contemporneo.

Desde o perodo imediatamente posterior ao ps-guerra, a cultura vem recebendo ateno cada vez maior por parte do Estado. Sintomtica, partindo de um frum aglutinador de estados nacionais, a promoo da Unesco em 1970, em Veneza, Itlia, da Conferncia Intergovernamental sobre Aspectos Institucionais, Administrativos e Financeiros da Poltica Cultural. A Conferncia foi precedida por um estudo preliminar e mais genrico sobre poltica cultural publicado em 1969: Cultural policy: A preliminary study. Este livro tornou-se o primeiro da coleo Studies and documents on cultural policies que publicou, ao longo da dcada de 70, relatrios sobre a situao da poltica cultural dos pases-membros em todos os continentes.

No Brasil, a Unesco e o MEC organizaram em 1976 um encontro destinado a focalizar relevantes problemas da cultura (SILVA, 1977, p. viii). Os ttulos de alguns dos textos resultantes do encontro elucidam o papel estratgico da cultura no desenvolvimento das naes: Entre a modernizao e a alienao: reflexes culturais latino-americanas e A estratgia cultural do Governo e a operacionalidade da Poltica Nacional de Cultura.

A preocupao da Unesco com a questo da poltica cultural em sua relao com o desenvolvimento atravessa os anos e chega aos nossos tempos com a promoo por parte da instituio da Dcada mundial do desenvolvimento cultural (1988-1997).

Em 1992, juntamente com as Naes Unidas, a Unesco criou a Comisso Mundial de Cultura e Desenvolvimento. No relatrio final de trabalho, a Comisso props, a partir do diagnstico elaborado, uma srie de formulaes que procuravam dar conta das transformaes pelas quais a cultura passou ao longo do sculo, em especial o papel central ocupado pelas indstrias culturais e pela mdia, papel intimamente relacionado com o seu atual momento de globalizao ou mundializao. O relatrio foi fundamental para que, em 1998, a entidade organizasse, em Estocolmo, a Conferncia Mundial de Polticas Culturais.

2. Desconstruindo e reconstruindo conceitos

Se, como vimos acima, as polticas culturais vm recebendo ateno e sendo alvo de investimentos por parte de instituies e organismos pblicos e privados, elas tambm tornam-se cada vez mais objeto de reflexes acadmicas em uma perspectiva inter e transdisciplinar: histria, sociologia, comunicao, antropologia, administrao, cincia poltica etc.

No entanto, apesar da extensa bibliografia a respeito do tema, raros so os trabalhos que definem o que seja poltica cultural. No geral, as abordagens sobre o assunto trabalham com alguma idia subentendida, pressuposta, mas nunca sistematizada ou explcita ao leitor. Faz-se necessrio, portanto, elaborar uma definio afinada com a prtica e com a pesquisa no que diz respeito s polticas de cultura em curso nos dias de hoje.

Vamos tomar como ponto de partida nesse desafio conceitual o que nos diz o verbete do Dicionrio crtico de poltica cultural organizado por Teixeira Coelho - esforo nico feito no Brasil de elaborao de um amplo quadro conceitual da rea:

Constituindo (...) uma cincia da organizao das estruturas culturais, a poltica cultural entendida habitualmente como programa de intervenes realizadas pelo Estado, entidades privadas ou grupos comunitrios com o objetivo de satisfazer as necessidades culturais da populao e promover o desenvolvimento de suas representaes simblicas. Sob este entendimento imediato, a poltica cultural apresenta-se assim como o conjunto de iniciativas, tomadas por esses agentes, visando promover a produo, distribuio e o uso da cultura, a preservao e a divulgao do patrimnio histrico e o ordenamento do aparelho burocrtico por elas responsvel (COELHO, 1997, p. 293).

A primeira dificuldade com esta definio a de propor a poltica cultural como cincia. Ser que seu objeto to singular que requer a elaborao de uma nova rea cientfica? Creio que no. Primeiro, a poltica cultural o conjunto de intervenes prticas e discursivas no campo da cultura, e estas intervenes no so cientficas, na medida que poltica e cultura no so sinnimos nem se confundem com cincia.

Segundo, os significados e as lgicas sociais que guiam, ou pretendem guiar, uma determinada poltica cultural podem sim e devem ser objeto de pesquisas e reflexes cientficas segundo o local de onde se observa (um olhar histrico, ou antropolgico, ou sociolgico...). Ou na confluncia de reas que, diga-se de passagem, o olhar privilegiado, para no dizer mais adequado, para esse tipo de estudo, j que o objeto transcende as delimitaes acadmicas tradicionais. Mas, acima de tudo, tal objeto no est inserido em um saber especfico, uma cincia exclusiva denominada poltica cultural.

Outras questes se referem idia de que a poltica cultural relaciona-se organizao das estruturas culturais. Ao falar em organizao, esta proposio parece identificar poltica com gesto cultural, quando, na realidade, a primeira trata (ou deveria tratar) dos princpios, dos meios e dos fins norteadores da ao e a segunda de organizar e gerir os meios disponveis para execuo destes princpios e fins. A gesto, portanto, est inserida na poltica cultural, faz parte de seu processo.

Para usar outros termos, poderamos dizer que a poltica cultural o pensamento da estratgia e a gesto cuida de sua execuo, apesar desta gesto tambm ser pensada pela poltica. Recorrendo a Michel de Certeau, a poltica cultural lida com o campo de possibilidades estratgicas; ela especifica objetivos mediante a anlise das situaes e insere alguns lugares cujos critrios sejam definveis, onde intervenes possam efetivamente corrigir ou modificar o processo em curso (CERTEAU, 1995, p. 193). Por sua vez, as decises indicadas por uma estratgia de poltica cultural colocam em ao determinada organizao de poderes que s se manifesta por meio de uma anlise poltica.

Voltando definio de Teixeira Coelho. Nela o termo estrutura parece situar a poltica cultural em um mbito objetivista da cultura, ou melhor, da cultura organizada ou estruturada. Entendido assim, o conceito no contemplaria o fluxo dos smbolos significantes ou dos sistemas de significaes que no se materializassem em programas de iniciativas ou intervenes no campo cultural.

Em outras palavras, no daria conta dos trnsitos de propostas, conceitos, representaes e imaginrios que cruzam o campo cultural e que muitas vezes no se concretizam em aes prticas. Sendo que algumas destas linhas de fora so convergentes, outras divergentes; algumas atuam por consenso, outras em constante conflito; umas formam alianas entre si para concorrerem com suas oponentes.

Aqui cabe a observao de Jim McGuigan de que o sentido da poltica cultural no pode se limitar a uma simples tarefa administrativa, pois ele envolve conflito de idias, disputas institucionais e relaes de poder na produo e circulao de significados simblicos (MCGUIGAN, 1996, p. 01).

Feitas estas ressalvas, podemos retirar da definio proposta por Coelho a indicao de que a poltica cultural um programa de intervenes realizadas pelo Estado, entidades privadas ou grupos comunitrios com o objetivo de satisfazer as necessidades culturais da populao e promover o desenvolvimento de suas representaes simblicas. Lembrando que, a partir das consideraes acima, tais necessidades da populao no esto pr-fixadas, nem so neutras, mas resultam da compreenso e do significado que os agentes atuantes nos campos poltico e cultural tm dessas necessidades e dos interesses envolvidos.

Assim, ganha outra dimenso a afirmao de Coelho de que um programa de intervenes se apresenta como o conjunto de iniciativas, tomadas por esses agentes, visando promover a produo, distribuio e o uso da cultura, a preservao e a divulgao do patrimnio histrico e o ordenamento do aparelho burocrtico por elas responsvel. Ou seja, os programas de intervenes e os conjuntos de iniciativas no se do de forma consensual, mas resultam de uma relao de foras culturais e polticas.

3. Poltica e indstrias culturais

Dentro do sistema cultural contemporneo no qual incide um programa de intervenes e um conjunto de iniciativas, como define o conceito esboado acima, as indstrias culturais ocupam posies estratgicas, imprescindveis. No entanto, pelo menos no Brasil, as vrias esferas governamentais (federal, estaduais e municipais), quando elaboram suas polticas de cultura, tm sistematicamente deixado de lado ou agido de forma perifrica nessa rea.

Assim, nesse esforo de precisar a definio de poltica cultural impossvel no ressaltar a importncia desse debate. Este desafio se coloca quando se compreende que a cultura como um todo est cada vez mais pautada por esta sua rea especfica, a dos fenmenos miditicos e das indstrias culturais.

Uma rea que no s aumentou ao longo do tempo, desde que o conceito de indstria cultural foi criado por Adorno e Horkheimer em 1947, como incorporou regies conexas por conta das convergncias entre cultura, informtica e telecomunicaes. Da o surgimento de outros conceitos para dar conta das transformaes na produo cultural como, por exemplo, tecnocultura, como denominou Muniz Sodr (1996), videosfera, segundo a terminologia de Rgis Debray (1994), ou cibercultura, nos termos de Pierre Lvy (1999) - de uso mais corrente, principalmente entre os estudos de comunicao.

Como desconhecer que a nossa mediao simblica com o que nos cerca e, em especial, com o que est distante, que a constituio de nosso imaginrio se d em grande parte por meio das indstrias culturais? Como pensar uma poltica cultural alheia cultura mundializada que flui pelos canais miditicos?

Segundo avalia Alain Herscovici (1995, p. 84), o espao e sua cultura local s se desenvolvero no momento em que estabelecerem redes de ligao com os sistemas no s nacionais, mas tambm transnacionais. E, portanto, necessrio defrontar-se com os problemas resultantes dos efeitos de desterritorializao das polticas culturais que tentam ocupar um lugar no mundo globalizado.

Assim, como defende Albino Rubim (2003), uma poltica de cultura perde muito de sua eficcia, de sua efetividade, se no interagir criticamente com as indstrias culturais e com as mdias. Em um pas como o Brasil, onde grande parte da populao analfabeta, e mesmo entre os alfabetizados a quantidade de pessoas que lem, mas no entendem nada do que est escrito muito grande (situao que pode servir de exemplo para toda Amrica Latina), no perceber a importncia formativa e informativa das indstrias culturais no s preconceito ou limite ideolgico, um grave erro estratgico na hora de se formular polticas culturais.

Especificamente em relao indstria do audiovisual (cinema, vdeo, televiso, novas mdias...), setor de ponta da produo cultural contempornea e a que mais tem penetrao entre os povos latino-americanos, ao lado da indstria fonogrfica, Rubim aponta a necessidade de se propor polticas que ampliem o repertrio e a reflexo entre os pblicos excludos. Pois se faz necessrio diversificar as experincias audiovisuais e permitir a emergncia de reflexes e debates crticos sobre esses materiais, que perpassam esses pblicos, considerando-os na condio de sujeitos potenciais de seu discurso (RUBIM, 2003, p. 99).

4. O pblico, o privado e a cultura

Uma ltima questo que gostaria de acrescentar nesse nosso percurso em torno do conceito de poltica cultural. possvel que alguns pesquisadores discordem de se compreender intervenes no-estatais na cultura como poltica cultural. Creio que nestes casos h uma viso estreita do significado de pblico, entendido como sinnimo de Estado. Esta igualdade estabelecida entre Estado=pblico nega a existncia da esfera pblica e particularmente complicada quando se refere cultura e poltica. A primeira por ser um documento simblico social, pois no possvel lidar com um bem cultural e no remet-lo coletividade. A segunda, em seu sentido originrio e amplo (politiks), tambm se refere dimenso coletiva da vida humana. Nesse sentido, pode-se afirmar que uma poltica cultural duplamente pblica.

Assim, instituies no-estatais e empresas privadas tambm promovem polticas de cultura. Como foi dito, tal dimenso pblica encontra-se intrinsecamente na cultura e na poltica. Mas ela tambm pode se revelar de forma especfica como resultado do estatuto jurdico assumido pelas instituies responsveis que implementam estas polticas como no caso de instituies no-estatais, como sindicatos, associaes de moradores, organizaes de movimentos populares, as quais tm uma forte presena na sociedade civil.

Mas mesmo em outro entendimento da relao pblico-privado, quando falamos, por exemplo, em empresas privadas, estas, quando decidem investir em poltica cultural, elas o fazem por meio de algum tipo de instituio jurdica do Terceiro Setor, geralmente fundaes e organizaes sociais, dando-lhe um estatuto pblico, intermedirio entre o privado e o estatal. E o fazem, principalmente, por meio de leis de incentivo fiscal com as quais o Estado objetiva potencializar a produo cultural.

Em termos bsicos, este formato prope uma relao entre poder governamental e setor privado, onde o primeiro abdica de uma parte dos impostos devidos pelo segundo. Este, como contrapartida, investe recursos prprios na promoo de determinado produto cultural. A porcentagem de cada uma das partes envolvidas varia de acordo com as leis federais, estaduais e municipais.

Apesar de reconhecer que as empresas privadas possam desenvolver polticas culturais, e no que se restringem apenas ao papel de patrocinadora por meio de investimento em publicidade, no poderia deixar de colocar as dificuldades que, na atual lgica de Estado mnimo vigente no capitalismo, o papel crescente do setor privado coloca ao campo da cultura.

O que se observa, de uma maneira em geral, a transferncia para o mercado de uma parcela crescente da responsabilidade sobre a poltica cultural do pas, do estado ou do municpio, com o Estado abdicando de determinar onde investir o dinheiro, o que deveria ocorrer dentro de um planejamento em longo prazo.

Uma crtica bastante comum por partes dos artistas e produtores a de que as empresas, mesmo com as facilidades financeiras e fiscais, s se interessam por projetos que tenham visibilidade miditica e/ou sucesso de pblico. Projetos em reas tradicionalmente com pouca ou nenhuma repercusso junto aos meios de comunicao e ao grande pblico, como as artes cnicas e a msica erudita, ou os projetos de experimentao de linguagem, de qualquer que seja a rea, encontram muitas dificuldades para captar recursos pelas leis de incentivo federais, estaduais e municipais.

O resultado que os criadores passam cada vez mais a ter que adequar suas criaes lgica mercantil. No se trata aqui de defender a viso do artista como criador autnomo aviltado pelo mercado; como artista genial, rebelde e incompreendido. A criao artstica um ato social. Isto significa que o artista cria de acordo com a posio especfica que ocupa no campo cultural.

Assim, a questo no ser contra ou a favor do mercado. A industrializao e a mercantilizao da cultura nas sociedades contemporneas so dados incontestveis com o qual o criador tem que lidar, como vimos acima. Inclusive para exigir polticas culturais condizentes com tal realidade.

Interessa observar, no entanto, como o Estado, na sua interface com o setor privado, se redime da atuao como contraponto, como alternativa, que o que se espera de regimes democrticos: a ampliao das sries de possibilidade em qualquer rea. De modo que, por falta de uma poltica governamental bem definida e delineada, a cultura vem se tornando cada vez mais dependente do mercado e de sua mo invisvel. E perde sua garantia de efetivar-se como direito fundamental.

Bourdieu, por exemplo, comentado a introduo do mecenato privado no sistema pblico de cultura da Frana, teme que, aos poucos, artistas e intelectuais estabeleam relaes de dependncia espiritual e material com o mercado, dizimando a relativa autonomia do campo cultural. E que se tente justificar a omisso das instncias pblicas sob o pretexto da chegada do mecenas privado para definitivamente se retirar e suspender toda ajuda pblica (BOURDIEU; HAACKE, 1995, p. 27).

Se tal contexto causa temor na realidade francesa, com uma slida tradio de investimento estatal na cultura, devemos temer mais ainda sua aplicao sem reservas no Brasil sem tradio de apoio governamental nem privado ao setor.

O pensador francs voltou a insistir nestas suas preocupaes com a mercantilizao da cultura, tendo em vista no apenas a realidade francesa, mas a generalizao deste movimento pelo mundo todo. Em sua comunicao no Frum Internacional de Literatura, realizado em Seul em setembro de 2000, Bourdieu (2001) coloca que os profetas do novo evangelho neoliberal tratam os bens culturais como um produto qualquer submetido s leis do marketing, do mercado e do lucro, esquecendo as suas especificidades, quais sejam, as relacionadas formao intelectual e subjetiva dos cidados, de sua sensibilidade.

Assim, para finalizar, podemos entender a advertncia de Beatriz Sarlo (1997) quando afirma que para ocorrer a democratizao da produo e do consumo cultural, incorporando todas as diferenas, so precisos dois elementos: 1. Uma crtica cultural sria e independente; e 2. A interveno do Estado equilibrando o compromisso do mercado com o lucro o que s ocorre com a elaborao de polticas culturais srias e comprometidas com a democratizao da criao e da fruio de bens simblicos.

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A este respeito ver Girard (1972).

A este respeito ver Cullar (1997).

Campo entendido aqui no sentido atribudo por Pierre Bourdieu (1989, 1992), ou seja, como espao relativamente autnomo de relaes objetivas no qual esto em jogo crenas, capitais, poderes e investimentos especficos a cada campo.

No original: clash of ideas institutional struggles and power relations in the production and circulation of symbolic meanings. Os trabalhos de Barbalho (2003), Feij (2001) e Rubim (1995), por exemplo, ao estudarem a poltica cultural da esquerda brasileira na primeira metade do sculo XX, privilegiam os conflitos de idias e as disputas de poder mais do que as efetivas intervenes das instituies polticas no setor.

O conceito de indstria cultural foi elaborado por Adorno e Horkheimer para demarcar terreno com o de cultura de massa, uma vez que este possibilita tanto a idia de uma cultura surgida no meio da populao, detentora de seu processo produtivo, quanto a de uma cultura de acesso democratizado. Ver Adorno e Horkheimer (1985). Neste trabalho utilizo o termo no plural para destacar as diferentes lgicas que presidem os vrios ramos que compem a indstria cultural (editorial, fonogrfico, audiovisual etc.). O que me leva a considerar como apropriada para os nossos propsitos a definio de Ramn Zallo de indstrias culturais como um conjunto de ramos, segmentos e atividades auxiliares industriais produtoras e distribuidoras de mercadorias com contedos simblicos, concebidas por um trabalho criativo, organizadas por um capital que se valoriza e destinadas finalmente aos mercados de consumo, com uma funo de reproduo ideolgica e social (ZALLO, 1988, p. 25-26)

Para uma maior compreenso deste processo de convergncia ver Moraes (1997, 1998).

o caso no Brasil, por exemplo, da atuao de empresas como Petrobrs, Ita e Unibanco.

Como aponta Bourdieu, h um efeito simblico perverso quando o cidado sofre a publicidade de empresas veiculada nos projetos culturais patrocinados por leis de incentivo. Esta publicidade financiada, em ltima instncia, pelo contribuinte se disfara em ao benemrita dos empresrios. O resultado que este mecanismo faz com que contribuamos para pagar nossa prpria mistificao... (BOURDIEU; HAACKE, 1995, p. 27).