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Quinta da Confusão – O nascimento de um império 283 apenas ocasionalmente visitada por capturadores, de longe, que pouco tempo perdiam a observar a quinta por pouco haver lá para ver. Mas a paz da Quinta da Confusão logo se extinguiu, exactamente dois dias depois do começo da Guerra contra a Herdade dos Ovos, quando os animais do sul da Quinta da Perfeição viram surgir ao longe 150 animais, vindos da Quinta do Douro. Traziam o que pareciam ser espingardas e 3 carroças carregadas de balas e alguns cilindros de pólvora, puxadas pelos próprios animais. Quando estes alcançaram a cerca da Quinta da Perfeição, dividiram-se. Vinte e cinco foram para oeste, outros tantos para este, 50 passaram por uma abertura na cerca e seguiram para norte e os restantes 25 ficaram onde estavam, ao pé das carroças. Quando os 125 animais entraram na Quinta da Perfeição, proclamaram «Estas terras pertencem agora à Quinta do Douro! Não tentem resistir, não têm armas de fogo para nos defrontar». Os animais da Quinta da Perfeição mais próximos perceberam então que estavam a ser invadidos, sem resistência alguma. Pois o que poderiam fazer os animais contra inimigos armados com espingardas, quando apenas tinham foices, machados e facas para os defrontar (as espingardas tinham sido concebidas e construída por soldados, não havendo nenhuma à venda nas feiras)? Os invasores foram avançando lentamente, sempre a postos para ripostar contra alguma resistência, em direcção a norte, seguindo a estratégia planeada nessa manhã na Quinta do Douro. Mas os antecedentes da Guerra contra a Quinta do Douro, como a Quinta da Confusão viria a conhecer o conflito, vinham já de dias anteriores. Tudo começara com o Cerco da Herdade dos Ovos, quando a Quinta do Douro se vira privada do carvão, do ferro e do dinheiro da Herdade dos Ovos. A Quinta do Douro logo se ressentiu, uma vez que o carvão era muito usado no aquecimento (tal como na Quinta da Confusão) e porque tinham sido inventados recentemente novos tipos de foices e arados (iguais aos da Quinta da Confusão), que iriam substituir os antigos feitos de pedra lascada e madeira. Como o fornecimento de ferro tinha acabado, os instrumentos acabaram por ser escassos. Também o dinheiro existente acabou por ser considerado pouco. Supostamente, todas as carências da Quinta do Douro poderiam ser resolvidas com a compra dos materiais necessários em Carrazeda de Ansiães. Mas, ironicamente, para o país poder produzir dinheiro era preciso tê-lo: era preciso comprar tintas e pincéis tanto para notas como moedas e também ferro para as moedas em Carrazeda de Ansiães. Visto que o dinheiro não era suficiente, a Quinta do Douro resolvera o problema em inícios do Dia 9 através da deflação dos preços da feira, tanto que quem tivesse mais de 50 euros era considerado rico. Mas a falta de carvão e ferro permanecia, pelo que alguns animais foram por conta própria investigar a quinta descoberta a norte pelos capturadores, logo descobrindo que tudo fazia parte do mesmo império que anexara a Herdade dos Ovos. Entre as descobertas feitas pelos animais incluíam-se o armamento das Forças

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Quinta da Confusão – O nascimento de um império

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apenas ocasionalmente visitada por capturadores, de longe, que pouco tempo perdiam a observar a quinta por pouco haver lá para ver. Mas a paz da Quinta da Confusão logo se extinguiu, exactamente dois dias depois do começo da Guerra contra a Herdade dos Ovos, quando os animais do sul da Quinta da Perfeição viram surgir ao longe 150 animais, vindos da Quinta do Douro. Traziam o que pareciam ser espingardas e 3 carroças carregadas de balas e alguns cilindros de pólvora, puxadas pelos próprios animais. Quando estes alcançaram a cerca da Quinta da Perfeição, dividiram-se. Vinte e cinco foram para oeste, outros tantos para este, 50 passaram por uma abertura na cerca e seguiram para norte e os restantes 25 ficaram onde estavam, ao pé das carroças. Quando os 125 animais entraram na Quinta da Perfeição, proclamaram «Estas terras pertencem agora à Quinta do Douro! Não tentem resistir, não têm armas de fogo para nos defrontar». Os animais da Quinta da Perfeição mais próximos perceberam então que estavam a ser invadidos, sem resistência alguma. Pois o que poderiam fazer os animais contra inimigos armados com espingardas, quando apenas tinham foices, machados e facas para os defrontar (as espingardas tinham sido concebidas e construída por soldados, não havendo nenhuma à venda nas feiras)? Os invasores foram avançando lentamente, sempre a postos para ripostar contra alguma resistência, em direcção a norte, seguindo a estratégia planeada nessa manhã na Quinta do Douro. Mas os antecedentes da Guerra contra a Quinta do Douro, como a Quinta da Confusão viria a conhecer o conflito, vinham já de dias anteriores. Tudo começara com o Cerco da Herdade dos Ovos, quando a Quinta do Douro se vira privada do carvão, do ferro e do dinheiro da Herdade dos Ovos. A Quinta do Douro logo se ressentiu, uma vez que o carvão era muito usado no aquecimento (tal como na Quinta da Confusão) e porque tinham sido inventados recentemente novos tipos de foices e arados (iguais aos da Quinta da Confusão), que iriam substituir os antigos feitos de pedra lascada e madeira. Como o fornecimento de ferro tinha acabado, os instrumentos acabaram por ser escassos. Também o dinheiro existente acabou por ser considerado pouco.

Supostamente, todas as carências da Quinta do Douro poderiam ser resolvidas com a compra dos materiais necessários em Carrazeda de Ansiães. Mas, ironicamente, para o país poder produzir dinheiro era preciso tê-lo: era preciso comprar tintas e pincéis tanto para notas como moedas e também ferro para as moedas em Carrazeda de Ansiães. Visto que o dinheiro não era suficiente, a Quinta do Douro resolvera o problema em inícios do Dia 9 através da deflação dos preços da feira, tanto que quem tivesse mais de 50 euros era considerado rico. Mas a falta de carvão e ferro permanecia, pelo que alguns animais foram por conta própria investigar a quinta descoberta a norte pelos capturadores, logo descobrindo que tudo fazia parte do mesmo império que anexara a Herdade dos Ovos. Entre as descobertas feitas pelos animais incluíam-se o armamento das Forças

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Armadas, observado durante os exercícios dos soldados. Assim, quando as descobertas se espalharam pela Quinta do Douro, os cientistas tentaram fabricar armas melhores do que as que se conheciam da Quinta da Confusão. Conseguiram-no em finais do Dia 9: as espingardas que criaram carregavam-se pela culatra, e não pela boca, em escassos segundos. Podiam disparar 10 balas até precisarem de serem recarregadas, ao contrário das armas da Quinta da Confusão que só faziam um disparo entre cada recarregamento. Enquanto que o império, quando muito, conseguia uma cadência de tiro de 3 balas por minuto, a Quinta do Douro conseguia chegar às 30 ao juntar a pólvora e o projéctil em cartuchos metidos na arma pela culatra. Por fim, as espingardas da Quinta do Douro eram estriadas, tendo uma grande precisão a mais de 200 metros de distância. Já as armas do império, de canos lisos, facilmente falhavam o alvo a mais de 50 metros de distância. Com tais armas, foi feito um conselho na Quinta do Douro em que se definiu a estratégia de ataque: 25 animais ocupariam o oeste da Quinta da Perfeição, 50 ocupariam o centro e 25 o este, tal como viria a acontecer. Cada área tinha uma construção a ocupar: o abrigo nocturno a oeste, a feira no centro e a Estação da Quinta da Perfeição a este. O conselho fora muito explícito em relação às últimas duas construções: o ferro, a pólvora (igualmente escassa) e o carvão deveriam ser de imediato levados para a Quinta do Douro, enquanto que o comboio da Linha Azul deveria ser «retido de imediato, para servir de transporte aos nossos animais no ataque à Quinta da Confusão».

Terminado o conselho, a Quinta do Douro juntou esforços para criar 150 espingardas e milhares de balas, usando para isso o ferro da maioria dos instrumentos da quinta e toda a pólvora da feira. Como dissera o presidente do conselho, «Se vencermos, os nossos gastos serão repostos. Se perdermos, os inimigos anexar-nos-ão e levarão até nós os seus recursos. Portanto, não temos muito a perder em termos disso». As últimas armas foram terminadas às 10:15, hora a que os 150 animais que se tinham oferecido para entrar no ataque deixaram a Quinta do Douro. Visto que as feiras não tinham armas de fogo à venda, nem mesmo espadas, esperava-se que fosse uma guerra fácil enquanto não viessem as tropas da Quinta da Confusão. E os animais estavam certos: 5 minutos após o começo da 3ª Batalha da Quinta da Perfeição ainda ninguém fora morto, ainda nenhuma bala fora disparada. Mas a situação estava prestes a mudar: um agricultor da Quinta da Perfeição, ao ver um animal invasor a entrar na sua estufa, pegou na faca com que cortava os alimentos, aproximou-se silenciosamente e matou-o com uma facada nas costas. Em seguida, pegou na espingarda do inimigo e disparou dois tiros contra a primeira silhueta que viu a partir do plástico, outro inimigo, que também morreu. Um terceiro animal da Quinta do Douro, que viu o inimigo na entrada da estufa, não hesitou em matá-lo também. Episódios semelhantes ocorreram enquanto as tropas da Quinta da

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Confusão não chegavam, prontamente avisadas por animais que conseguiram escapar, que valeram a morte de 10 animais da Quinta do Douro e 5 da Quinta da Perfeição. Mas em breve a batalha iria tornar-se mais radical: os soldados estavam a fazer exercícios militares a norte da Quinta da Confusão, já com as suas armas e veículos a postos, pelo que logo se puseram em marcha em direcção à Quinta da Perfeição. Não chegaram, no entanto, a tempo de evitar a entrada dos inimigos na feira: alguns soldados mais apressados eventualmente chegaram ao edifício, e entraram de espingarda em punho pela porta adentro gritando «Patas ao ar! Entreguem-nos o ferro e o carvão desta feira!», numa atitude mais própria de assaltantes do que de soldados. O balconista e o seu ajudante erguerem logo os braços, e foram para o armazém seguidos pelos soldados.

Os oito carregadores da feira, assim como o seu director, foram obrigados a encostar-se a uma das paredes, enquanto que o balconista e o ajudante carregavam uma carroça que ali estava com barras de ferro e carvão. Candeeiros ali presentes davam uma luz amarela ao espaço de madeira, pouco iluminado pelas escassas aberturas do espaço (apenas haviam duas janelas, uma em cada parede, não havendo sequer isso na feira da Quinta da Confusão). E, ao vê-las, o ajudante do balconista teve uma ideia. Foi para trás de um monte de pedaços de carvão, fingindo que estava a apanhá-los para os pôr na carroça, mas em vez disso pegou num cilindro de pólvora, abriu um dos candeeiros e acendeu às escondidas o rastilho do cilindro. Em seguida, agachou-se atrás da carroça do carvão e atirou o cilindro. Ao vê-lo, os invasores gritaram «Pólvora!» e tentaram fugir, mas foi tarde. A detonação matou 2 dos 5 animais da Quinta do Douro ali presentes, e os restantes não hesitaram em abrir fogo sob os presentes. Três dos carregadores morreram fuzilados, mas os restantes animais da feira conseguiram abrigar-se atrás de pilhas de mercadorias e ripostar com mais cilindros de pólvora. Aos 3 inimigos juntaram-se outros 5, que dispararam ao acaso contra as pilhas de mercadoria onde sabiam estarem refugiados os empregados da feira. Estes atacavam assim que os disparos cessavam, e logo os animais da Quinta do Douro viram que não tinham onde se refugiar, que seriam mortos se tentassem avançar. Um tentou escapar por uma janela, mas o inimigo mais próximo atingiu-o fatalmente com uma machadada no peito. Derrotados, deixando para trás 5 mortos, os 3 sobreviventes abandonaram a feira, aproveitando para ir buscar mais balas às carroças que abasteciam os soldados. Nessa altura, os soldados profissionais da Quinta da Confusão alcançaram a quinta atacada, na altura em que os primeiros inimigos entravam na Estação da Quinta da Perfeição. Sabendo que a Quinta do Douro tinha também armas de fogo (mas desconhecendo da sua superioridade tecnológica), o cavalo 3 logo organizou as suas tropas: as 10 carroças da Artilharia (uma para cada 5 soldados) ficariam à entrada da Quinta da Perfeição, defendidas pelos

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soldados do ramo, enquanto que a Cavalaria e a Infantaria iriam ao ataque. A Cavalaria posicionar-se-ia a norte do território ocupado pela Quinta do Douro, a metade sul da Quinta da Perfeição, de forma a criar uma barreira que retardasse ou mesmo impedisse o seu progresso.

Já a Infantaria deixaria as suas bicicletas ao pé das carroças da Artilharia, e avançaria a pé pelo território ocupado de forma a ter maior agilidade, tal como a Cavalaria. De este para oeste, deveria «limpar» a metade da Quinta da Perfeição ocupada. E assim fizeram os 50 soldados da Infantaria da Quinta da Confusão. Com as espingardas carregadas e prontas a disparar, a postos para eliminarem o primeiro inimigo que vissem, os animais abriram uma passagem na cerca enferrujada, não muito longe do limite sul da Quinta da Perfeição (esta estava tão velha que bastaram umas pancadas com o cano da espingarda para deitar abaixo um pedaço do metal), e por aí entraram na quinta, na zona ocupada pela Quinta do Douro. O Comandante da Infantaria logo distribuiu os soldados: estes agruparam-se em grupos de 5, que se colocaram lado a lado com 25 metros de espaço entre si, para ao avançarem cobrirem toda a área ocupada pelo inimigo, que tinha 250 metros de largura. A partir daí, a missão era simples: «Disparem assim que virem uma arma de fogo, mantenham-se alerta, carreguem o mais depressa possível as armas. Mas sobretudo disparem», como dissera o comandante. Os soldados assim o fizeram. E nem tiveram que andar muito para encontrarem inimigos: mal andaram 5 passos, depararam-se logo com dois animais segurando espingardas, invasores vindos da Quinta do Douro. O grupo do Comandante da Infantaria era o mais próximo, e logo este ordenou «Inimigos! Matem-nos, acabem com eles!». Logo dois dos soldados fizeram pontaria com a espingarda e dispararam. O mais próximo recebeu o projéctil de ferro no peito e logo caiu morto, mas o compatriota teve a sorte de o disparo a ele dirigido ter falhado o alvo. Este, reagindo depressa, rodou a arma e disparou três tiros de seguida com a espingarda ao nível da cintura. Um não acertou em nada, e os outros dois atingiram o peitoral de um soldado de tal forma que este foi mandado ao chão. Mas as placas de metal eram realmente eficazes em travar balas, e o animal matou a tiro o inimigo ainda no chão. O breve confronto, no entanto, teve consequências. Os animais da Quinta do Douro mais próximos logo repararam nas tropas inimigas, e recuaram apressadamente. Achando que estavam a fugir, a Infantaria da Quinta da Confusão continuou a avançar, certificando-se sempre de que nenhum inimigo estava no território já «limpo» por eles. Mas os animais da Quinta do Douro não estavam a fugir.

Quando já 200 metros de terreno estavam na posse da Infantaria, os seus soldados depararam-se com uma multidão de 75 animais a vir na sua direcção, todos armados com espingardas. Isso porque os animais da Quinta do Douro, mudando rapidamente a sua estratégia face ao contra-ataque da Quinta da Confusão, decidiram unir-se em dois grupos principais

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para fazer frente à Infantaria e à Cavalaria inimigas. Um grupo de animais da Quinta do Douro atacava os inimigos a este (a Infantaria) e outro os inimigos a norte (a Cavalaria). As Forças Armadas da Quinta da Confusão cercavam a maioria dos animais da Quinta do Douro no sudoeste da Quinta da Perfeição, mas manter o cerco não seria fácil. O grupo de ataque à Infantaria tinha 60 animais contra 50, e o de ataque à Cavalaria tinha 50 animais contando com os que já estavam fora do cerco, na metade norte da Quinta da Perfeição, contra outros tantos. A guardar as carroças com balas ficavam 25 animais, que as moviam para o mais longe possível das forças inimigas. O cenário estava montado para a parte principal da 3ª Batalha da Quinta da Perfeição, e faltava só que alguém disparasse para estalar o combate. O tiro foi dado pelo Comandante da Cavalaria, dando início ao primeiro momento em que a Quinta da Confusão defrontava inimigos também armados com armas de fogo. Os animais da Quinta do Douro, tirando vantagem do facto de terem 10 balas nas suas espingardas, dispararam sucessivamente contra os seus inimigos. Alguns foram atirados ao chão mas escaparam ilesos para pontos seguros, outros foram atingidos na cabeça e morreram, mas a grande maioria conseguiu refugiar-se atrás do que quer que fosse. Tanto podia ser uma estufa como uma carroça, uma carruagem ou uma árvore, tudo servia para escapar da vista do inimigo. O próprio Comandante da Infantaria deu por si sozinho atrás de uma carruagem, com a sua espingarda descarregada e com tiros a destruírem a janela da porta do veículo, por cima da sua cabeça. Este começou a carregar a arma, tirando um frasco de pólvora do cinto, abrindo-o e despejando-o no primeiro dos canos da espingarda. Todavia, mal o começou a fazer, ouviu passos do outro lado da carruagem. O animal do outro lado disse «Que veículos tão grandes que a Quinta da Confusão faz», não deixando dúvidas sobre qual a sua nação de origem.

Bastava que o animal da Quinta do Douro contornasse a carruagem ou passasse por dentro dela para descobrir o Comandante da Infantaria e matá-lo sem que este pudesse ripostar. Este ainda pensou em usar a faca que todos os soldados da Quinta da Confusão tinham, mas as hipóteses de matar o inimigo antes que este premisse o gatilho eram escassas. Assim, o comandante ocupou-se a carregar a sua espingarda o mais depressa que pôde. Introduziu à pressa a pólvora no primeiro cano e depois, com a ajuda do pau que compunha o seu equipamento, empurrou-o para o fundo. Mal enfiou o pau no cano, ouviu a porta da carruagem a ser aberta e o animal da Quinta do Douro a subir para o veículo, fazendo ressoar o chão de madeira. Sabendo que tinha poucos segundos antes que o inimigo abrisse a outra porta e desse com ele, o comandante deu tudo por tudo. Se falhasse seria logo morto, mas se conseguisse talvez conseguisse sobreviver à batalha. Assim, este ergueu a espingarda ao nível da janela da porta, mesmo só com um cano carregado, e premiu o gatilho. Ouviu-se um grito, e algo caiu com

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força na terra. Noutras circunstâncias, o comandante teria acreditado que tinha mesmo morto o inimigo, mas tendo estado em risco de vida como estivera mais valia confirmar. Empunhando a afiada lâmina metálica de 15 cm, a ágil e prática substituta das obsoletas espadas, o comandante contornou a carruagem e avançou para o inimigo. Mas não havia razão para alarme: este estava bem morto, com uma bala alojada com precisão no coração, tingindo a terra de vermelho com o seu sangue. O comandante guardou a faca na respectiva bainha, de momento não precisaria dela. Mas um dos seus soldados ver-se-ia forçado a usá-la: num momento em que este estava escondido atrás de uma estufa, passou pela construção um animal da Quinta do Douro, em busca de um local para se esconder mais a este, mais para o interior do território recuperado pela Quinta da Confusão. De imediato, o soldado apontou a espingarda ao animal e pôs o dedo no gatilho, ao mesmo tempo que este, apercebendo-se da presença do soldado, fez o mesmo. Ambos os animais premiram o gatilho em simultâneo, e de ambas as espingardas não saiu bala alguma. Ambas as armas estavam descarregadas, sem que os seus utilizadores se tivessem apercebido disso. O soldado da Quinta da Confusão tentou carregar a sua espingarda, mesmo sabendo que levaria pelo menos 20 segundos a fazê-lo, mas o seu inimigo pegou num machado pousado no chão e avançou para ele.

Seria bastante difícil ao soldado carregar a espingarda em fuga, e se permanecesse no mesmo sítio o animal da Quinta do Douro matá-lo-ia à machadada muito antes de ter carregado a arma. Assim, este puxou da faca e avançou para o invasor da Quinta da Perfeição. Este, segurando o machado com as duas patas, tomou balanço e tentou atingir o pescoço do soldado, o que decerto seria um golpe fatal. Este baixou-se no último momento, e o metal passou-lhe quase a rasar a cabeça. Ocupado a proteger-se, o soldado perdeu a oportunidade de esfaquear o inimigo, e quando o tentou fazer este recuou para fora do alcance da faca. De seguida, o animal da Quinta do Douro voltou a avançar, e ergueu o machado acima da cabeça para tentar desferir novo golpe na cabeça do soldado, que ainda não se pusera de pé. Este apercebeu-se do que ia acontecer, e desviou-se mais uma vez no último segundo, com uma cambalhota lateral. Logo a seguir, o machado embateu na terra com violência, enterrando-se alguns cm tal tinha sido a força com que fora baixado. Sem desistir de matar o inimigo, o animal da Quinta do Douro levantou o instrumento e avançou para ele, que apenas se lembrou de recuar. O animal levantou o machado, e atirou a lâmina na direcção das costelas do soldado. Este nada mais conseguiu fazer senão afastar o braço do caminho do metal, e logo a seguir foi atirado ao chão pela força do impacto. O peitoral, apesar de ter ficado com a marca da lâmina, manteve o soldado intacto. Aproveitando-se do espanto do inimigo, distraído momentaneamente com o facto de o soldado não ter ficado ferido, este agarrou a faca que largara ao cair e esfaqueou o animal da Quinta do

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Douro na barriga, junto às costelas. Este soltou um grito de dor, e debruçou-se sobre si mesmo agarrando a ferida com uma pata, que logo ficou ensanguentada. Mas o animal era resistente: mesmo ferido, este tentou ripostar. Tomou novamente balanço, e preparou-se para dar uma machadada fatal no pescoço do soldado que o esfaqueara. No entanto, no último segundo este atacou. Levantou a faca e enterrou-a no pescoço do animal, retirando-a de seguida. O machado caiu-lhe logo das patas, e poucos segundos depois este caiu morto para trás. Limpando o sangue da faca a uma pedra, o soldado guardou-a na bainha dizendo «A espingarda mata, mas a faca também».

Todavia, nem todas as ocorrências da 3ª Batalha da Quinta da Perfeição acabaram bem para a Quinta da Confusão. Um soldado da Cavalaria, acabado de se esconder atrás de uma estufa, ouviu uma voz vinda do seu interior que perguntou «Quinta do Douro ou Quinta da Confusão?». Instintivamente, mesmo sem averiguar de que lado era o interlocutor, o animal respondeu «Quinta da Confusão». De imediato soaram dois tiros, e o soldado caiu morto para trás. Naquela batalha não se podia confiar, de maneira alguma, em alguém que não estivesse à vista. Perto do local onde se situava a estufa em questão ficava a feira da Quinta da Perfeição, já alvo de ataque da Quinta do Douro. Dos 11 empregados da feira (1 director, 1 balconista, 1 ajudante de balconista e 8 carregadores), três tinham morrido no último ataque, e decerto mais gente iria morrer uma vez que 10 soldados da Quinta do Douro entraram de rompante na feira, de espingarda em punho, incluindo os 3 sobreviventes do último ataque. De imediato, os três apontaram as espingardas aos animais presentes (o director da feira, o balconista e o seu ajudante) e um deles disse «A Quinta do Douro precisa de dinheiro. Dêem-nos o dinheiro desta feira ou matamo-vos, que já perdemos a paciência depois daquela última vez!». O director da feira debruçou-se então, ficando fora da vista dos soldados, supostamente para apanhar o dinheiro do chão. Mas a verdade era que os soldados da Quinta da Confusão tinham entregue à feira três espingardas de animais da Quinta do Douro mortos, para se defenderem de eventuais invasores enquanto o Exército combatia a maioria deles no exterior. O director da feira, mesmo sem saber quantas balas tinha a sua arma, levantou-se com ela nas patas, fez pontaria a um dos inimigos e disparou. O tiro atingiu um deles na cabeça, matando-o, mas o arrojo custou-lhe caro a ele e aos empregados junto dele. Ao tentar disparar contra um segundo animal, o director da feira ouviu com horror o som que as armas descarregadas faziam quando se premia o seu gatilho, e disse «Oh não». Foram as suas últimas palavras. De imediato, os animais da Quinta do Douro apontaram as espingardas aos três e fuzilaram-nos repetidamente, tingindo a parede da feira de vermelho. As balas só foram detidas pela carga acumulada no armazém, e por pouco não atingiram empregados da feira que ali estavam. Em seguida, enquanto que

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alguns dos nove animais sobreviventes começaram a juntar o dinheiro da feira, os outros avançaram para o armazém.

Os 5 empregados da feira sobreviventes, todos eles carregadores, viram 6 animais da Quinta do Douro percorrerem o corredor que ligava a feira ao armazém, e trataram de se refugiar. Tinham duas hipóteses: ou atacavam o inimigo tal como no ataque da Quinta do Douro anterior ou saíam pelas janelas e pediam a ajuda das tropas profissionais da Quinta da Confusão. Os soldados estavam a 50 metros de distância, à medida que os animais destreinados e sem peitoral da Quinta do Douro começavam a recuar, mas nada impediria os inimigos na feira de matarem os carregadores disparando pelas janelas durante o caminho. Os cinco decidiram optar pelas duas hipóteses: enquanto um deles saía pelas janelas das traseiras e alertava os soldados, os restantes ficavam no armazém a reter os inimigos, abrindo fogo sobre eles com as duas espingardas que tinham (duas das três entregues pelas Forças Armadas) e também com cilindros de pólvora. Os animais não sabiam quantas balas tinham as espingardas, nem sabiam abrir a culatra para o verem, pelo que tanto podiam ter 10 como nenhuma bala nas armas que não o saberiam antes de disparar. Mal o animal escolhido para avisar os soldados saiu pela janela, os animais da Quinta do Douro chegaram ao armazém. Os carregadores, ocultos atrás de pilhas de mercadorias, preferiram passar ao ataque de imediato. Um deles ergueu-se o suficiente para ver os alvos a abater, e premiu sucessivamente o gatilho. A espingarda tinha 7 balas ao todo, mas o animal estava mais preocupado em disparar do que em ver propriamente para onde disparava, pelo que apenas matou 3 inimigos. Quando se apercebeu de que a arma estava descarregada, atirou-a ao animal da Quinta do Douro mais próximo, que já tinha a sua espingarda apontada a ele, mandando-o ao chão ao acertar-lhe na cabeça. O acto salvou a vida do carregador, pois quando o inimigo se levantou já este tinha desaparecido atrás da carga. Os animais da Quinta do Douro não sabiam quantos inimigos estavam escondidos no armazém nem quantas espingardas de fabrico da Quinta do Douro tinham, mas como só tinham visto um animal e como este ficara sem balas, o grupo achou que estava seguro. Para levar o dinheiro, o ferro, o carvão e a pólvora da feira, os animais pegaram numa carroça e começaram a enchê-la de mercadorias, para as levarem para a Quinta do Douro. Nesse momento, porém, surgiram 10 soldados da Quinta da Confusão, alertados pelo carregador que saíra da feira. Todos dispararam em simultâneo, e em simultâneo 6 animais da Quinta do Douro morreram. A feira ficava assim livre de novo.

Mas a feira não era a única construção da Quinta da Perfeição ocupada por soldados da Quinta do Douro. Entre os que combatiam a Cavalaria estavam os que tinham alcançado a Estação da Quinta da Perfeição, mas que voltaram para trás para combater as Forças Armadas da Quinta da Confusão. Agora, à medida que estas iam empurrando as forças da Quinta

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do Douro para sul e para oeste, esses 10 animais decidiram voltar para a estação. Se o Exército da Quinta da Confusão estava ocupado a batalhar na Quinta da Perfeição, então não deveria restar ninguém para defender a capital, e o comboio era o meio ideal de lá chegar uma vez que os animais não tinham cavalos. Os animais estavam fora do cerco formado pelas Forças Armadas, pelo que puderam deixar os combates e dirigir-se à Estação ferroviária da Quinta da Perfeição. O comboio da Linha Azul tinha acabado nesse momento de mudar de linha, e estava a aguardar junto às plataformas uns segundos por eventuais passageiros. E os «passageiros» estavam a chegar… Os 10 animais da Quinta do Douro entraram na estação pelo sul, e sem que os empregados da TFQC a bordo pudessem fazer nada embarcaram no comboio e fecharam eles mesmos as portas. «Digam a quem guia este comboio que partimos agora mesmo, rumo à Quinta da Confusão», ordenaram os animais aos dois empregados da TFQC na carruagem. Estes abriram as portas e saíram, aliviados por lhes darem a oportunidade de sair, mas logo os animais da Quinta do Douro disseram «E não tentem fugir ou avisar os soldados, caso contrário viajamos muito bem sozinhos. E isto também se aplica se demorarmos muito a partir». A ameaça era óbvia, mesmo indo gastar as preciosas balas dos animais da Quinta do Douro, que iriam para longe do seu reabastecimento. Os dois revisores de bordo avisaram então o maquinista, que se viu num dilema: ou arrancava logo, levando 10 animais armados para a Quinta da Confusão, ou corria o risco de matarem os seus colegas de trabalho. Rapidamente, os três conceberam um plano: os dois revisores seguiriam a rastejar debaixo do comboio até à junção entre as duas carruagens, e soltariam a carruagem das mercadorias. Depois, enquanto que o maquinista arrancava devagar, os revisores iriam avisar os soldados da Artilharia, parados ali perto, para dispararem contra a carruagem do comboio e assim matarem os animais da Quinta do Douro. Tudo foi planeado em surdina, para que nenhuma palavra chegasse aos ouvidos errados.

Assim, os revisores entraram debaixo do comboio e, rastejando pela linha-férrea, alcançaram a junção entre as duas carruagens. Rápidos, desataram as duas cordas e tiraram o pino de metal que unia as duas carruagens do comboio, e depois voltaram pelo mesmo caminho até ao maquinista. Este então estalou as rédeas do comboio, enquanto que os revisores permaneciam deitados na linha, e este deixou lentamente a Estação da Quinta da Perfeição. A lentidão do comboio era determinante para o sucesso do plano, pois quanto mais lento este viajasse mais tempo teriam os revisores para avisarem os soldados da Artilharia e mais tempo teriam estes para alvejar a carruagem. Mal o comboio se afastou, os revisores levantaram-se, ilesos, e certos de que já não os veriam deixaram a estação e falaram com o Comandante da Artilharia acerca da situação, pedindo-lhe que não deixasse as suas tropas alvejarem a parte da frente da

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carruagem, onde estava o maquinista. O cavalo 3 também estava ali presente, no começo da N1, e foi ele que deu ordem aos 50 soldados para alvejar repetidamente a carruagem do comboio. Em segundos, dezenas de balas foram disparadas, uns soldados a seguir aos outros para dar tempo aos primeiros de carregar as espingardas e voltar a disparar, mantendo uma cadência de tiro constante. O maquinista até parou o comboio, e após um minuto de disparos o cavalo 3 deu ordem para parar. A carruagem tinha dezenas de buracos nas paredes e nas janelas, e no seu interior não parecia haver vivalma. O maquinista entrou então na carruagem para confirmar, e de facto todos os 10 animais da Quinta do Douro jaziam mortos no seu interior. Literalmente, fora ali o fim da linha para eles. O acontecimento, a apenas meia hora da inauguração do primeiro prolongamento da Linha Azul, deixara a carruagem dos passageiros do comboio num estado lastimável, mas isso era o menor dos males causados pela batalha. A Quinta do Douro perdera 20 animais só na feira e na Estação da Quinta da Perfeição, e mais dezenas de combatentes haviam perecido no campo de batalha, mas a Quinta da Confusão queria acabar a batalha. Dezenas dos seus soldados já haviam morrido, para além de mais de 10 civis, pelo que era altura de terminar a 3ª Batalha da Quinta da Perfeição. Mas como?

A solução do problema foi dada pelo próprio cavalo 3, que sugeriu cortarem-se os abastecimentos dos animais da Quinta do Douro. Sem reabastecimentos, estes decerto teriam que fugir mal ficassem sem balas nas espingardas, dando a vitória da batalha à Quinta da Confusão. Relatos de soldados da Infantaria indicavam a presença de 3 carroças carregadas de balas perto do canto sudoeste da Quinta da Perfeição, carroças essas que só poderiam ser os pontos de reabastecimento dos animais da Quinta do Douro. Assim, o Comandante da Artilharia escolheu 5 dos seus soldados para as irem destruir. Cada um levaria um candeeiro aceso e um cilindro de pólvora, e a todos foi dito que deveriam aproximar-se o mais possível das carroças, mas correndo o mínimo de riscos possível. Como a sua carga ocupar-lhes-ia ambas as patas, com eles seguiriam 5 outros soldados da Artilharia armados com espingardas. Assim, os 10 soldados partiram para sul, seguindo sempre junto à cerca da Quinta da Perfeição. Quando chegaram à zona dos confrontos afastaram-se da cerca, escondendo-se atrás de árvores e rochedos para não serem vistos por inimigos, até que por fim os 5 soldados dos cilindros conseguiram encontrar esconderijos a mais ou menos 50 metros das carroças que serviam de reabastecimento. Logo atrás estavam os 5 compatriotas, a darem-lhes cobertura. As carroças estavam no limite da distância a que um animal podia arremessar um cilindro de pólvora, mas um dos soldados decidiu arriscar. Acendeu o rastilho do cilindro na chama da vela do candeeiro e arremessou-o para o ar. Este caiu a poucos metros das carroças, mas ao explodir nada mais fez senão abrir uma pequena cratera, nem sequer matando nenhum animal. Estes

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empunharam de imediato as espingardas, procurado o atirador do cilindro, mas como não viram ninguém nas proximidades baixaram as armas. Nessa altura, um outro soldado da Quinta da Confusão decidiu arriscar. Acendeu o rastilho do seu cilindro e atirou-o ao ar. Talvez fosse a força, talvez fosse o ângulo de lançamento, mas o que é certo é que o cilindro aterrou no meio das balas de uma das carroças. Um dos soldados reparou e gritou «Pólvora!», mas era tarde.

A detonação do cilindro rebentou a pólvora das balas da carroça, e a onda de calor fez detonar as outras carroças quase instantaneamente. Ouviu-se uma grande explosão, e quando o fumo se dissipou as carroças estavam reduzidas a pedaços queimados e os 25 animais que as vigiavam mortos. Com 25 baixas a mais de um momento para o outro, e com as suas reservas destruídas, os animais da Quinta do Douro que ainda combatiam perceberam que tinham perdido. Não só em breve ficariam sem balas nas espingardas como também a Quinta do Douro não tinha como fabricar mais, pois toda a pólvora da nação fora usada para fazer as balas dos invasores da Quinta do Douro, balas essas que agora estavam destruídas. Alguns animais da Quinta do Douro optaram por fugir assim que perceberam a situação, mas outros resistiram até ficarem com as espingardas descarregadas. A Quinta da Confusão fez assim ainda mais mortes no inimigo, mas logo chegou o momento em que todos os invasores da Quinta da Perfeição se viam ao longe, a correr pelo campo em direcção ao seu país de origem. A invasão fora um desastre para a Quinta do Douro, não só pela destruição das suas reservas de pólvora, vitais para resistir a um contra-ataque da Quinta da Confusão, como também pelo número de baixas do seu lado, 100 num total de 350 habitantes. Já a Quinta da Confusão não se podia queixar muito: de 150 soldados do Exército tinham morrido 35, graças ao peitoral, assim como 15 civis. Cinco morreram na fase inicial da batalha, antes da chegada das Forças Armadas, 6 eram empregados da feira e os restantes 4 morreram já na fase final, vítimas de balas perdidas. Um total de 50 mortos em 690 habitantes, 7% da população, um bom valor comparado com os 29% da Quinta do Douro. Com a Quinta da Perfeição salva, faltava agora invadir a Quinta do Douro e a Quinta do Douro da Margem Sul, já que se estava em guerra, mas isso ficaria para daí a uns minutos visto que os soldados iriam descansar um pouco. Mas o descanso seria breve, pois mais valia atacar de surpresa a Quinta do Douro do que esperar e voltar a ser atacado pelo país.

3ª Batalha da Quinta da Perfeição

• Data: 10:20 – 10:40 do Dia 10 • Local: Quinta da Perfeição e arredores • Resultado: Derrota da Quinta do Douro