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BOHNER et al., v(4), n°4, p. 380 - 386, 2011. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental REGET-CT/UFSM (e-ISSN: 2236-1170) 380 BIOSSEGURANÇA: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR EM CONTRIBUIÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Tanny Oliveira Lima Bohner 1 , Lauren Oliveira Lima Bohner 2 , Paulo Barrozo Cassol 3 , Ana Carolina Monteiro Pessoa 4 1 Engenheira Florestal, e acadêmica do curso de pós-graduação em Educação Ambiental – UFSM – [email protected] ² Acadêmica do curso de odontologia – UFSC – [email protected] ³ Enfermeiro e acadêmica do curso de pós-graduação em Educação Ambiental – UFSM – [email protected] 4 Veterinária e acadêmica do curso de pós-graduação em Educação Ambiental – UFSM – [email protected] RESUMO Este estudo apresenta um caráter reflexivo a respeito da biossegurança, com as suas implicações e responsabilidades dos profissionais que as necessitam em seus processos de trabalho. Assim, com o objetivo de realizar uma atividade interdisciplinar em contribuição à educação ambiental, cada profissional descreveu a importância do uso de EPI’s dentro da sua área de atuação. O engenheiro florestal abordará a biossegurança em relação à proteção durante a produção agrícola. Já o dentista abordará o mesmo tema, sob a perspectiva da saúde e segurança no tratamento com os pacientes. Por sua vez, o enfermeiro ressaltará também a importância desta prática na saúde assistencial. E o veterinário, enfocará a proteção necessária durante o tratamento dos animais e prevenção de zoonoses. Portanto, como se verifica, a questão da biossegurança permeia as mais diversas profissões. A sensibilização dos profissionais dentro destas diversas áreas de conhecimento é muito importante, visto que a formação do cidadão e a conscientização da sociedade são fundamentais para a prática da educação ambiental. Palavras Chave: Biossegurança; Interdisciplinaridade; Educação Ambiental. BIOSAFETY: A MULTIDISCIPLINARY APPROACH IN CONTRIBUTION TO ENVIRONMENTAL EDUCATION ABSTRACT This study presents a reflective character on biosafety, with its implications and responsibilities of professionals who use it in their work processes. Thus, in order to accomplish an interdisciplinary activity in contribution to environmental education, each professional described the importance of using PPE within their field. The forest engeneer is going to address the biosafety regarding protection during agricultural production. The dentist is going to discuss the same topic, from a health and safety perspective on the treatment of patients. On the other hand, the nurse will bound its importance on the health care. And the vet is going to focus on the necessary protection

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Biossegurança

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  • BOHNER et al., v(4), n4, p. 380 - 386, 2011. Revista Eletrnica em Gesto, Educao e Tecnologia Ambiental

    REGET-CT/UFSM (e-ISSN: 2236-1170)

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    BIOSSEGURANA: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR EM CONTRIBUIO EDUCAO AMBIENTAL

    Tanny Oliveira Lima Bohner1, Lauren Oliveira Lima Bohner2,

    Paulo Barrozo Cassol3, Ana Carolina Monteiro Pessoa 4

    1 Engenheira Florestal, e acadmica do curso de ps-graduao em Educao Ambiental UFSM [email protected]

    Acadmica do curso de odontologia UFSC [email protected] Enfermeiro e acadmica do curso de ps-graduao em Educao Ambiental UFSM [email protected]

    4Veterinria e acadmica do curso de ps-graduao em Educao Ambiental UFSM [email protected]

    RESUMO Este estudo apresenta um carter reflexivo a respeito da biossegurana, com as suas implicaes e responsabilidades dos profissionais que as necessitam em seus processos de trabalho. Assim, com o objetivo de realizar uma atividade interdisciplinar em contribuio educao ambiental, cada profissional descreveu a importncia do uso de EPIs dentro da sua rea de atuao. O engenheiro florestal abordar a biossegurana em relao proteo durante a produo agrcola. J o dentista abordar o mesmo tema, sob a perspectiva da sade e segurana no tratamento com os pacientes. Por sua vez, o enfermeiro ressaltar tambm a importncia desta prtica na sade assistencial. E o veterinrio, enfocar a proteo necessria durante o tratamento dos animais e preveno de zoonoses. Portanto, como se verifica, a questo da biossegurana permeia as mais diversas profisses. A sensibilizao dos profissionais dentro destas diversas reas de conhecimento muito importante, visto que a formao do cidado e a conscientizao da sociedade so fundamentais para a prtica da educao ambiental. Palavras Chave: Biossegurana; Interdisciplinaridade; Educao Ambiental. BIOSAFETY: A MULTIDISCIPLINARY APPROACH IN CONTRIBUTION TO ENVIRONMENTAL EDUCATION ABSTRACT This study presents a reflective character on biosafety, with its implications and responsibilities of professionals who use it in their work processes. Thus, in order to accomplish an interdisciplinary activity in contribution to environmental education, each professional described the importance of using PPE within their field. The forest engeneer is going to address the biosafety regarding protection during agricultural production. The dentist is going to discuss the same topic, from a health and safety perspective on the treatment of patients. On the other hand, the nurse will bound its importance on the health care. And the vet is going to focus on the necessary protection

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    on the treatment of animals and prevention of diseases. Therefore, the issue of biosafety permeates several professions. The awareness of these professionals in several fields of knowledge is very important, since the citizen formation and the society awareness are fundamental to the environmental education practice. Keywords: Biosafety, Interdisciplinary, Environmental Education. INTRODUO Inicialmente, cumpre conceituar Biossegurana, que o conjunto de aes voltadas para a preveno, e proteo do trabalhador, minimizao de riscos inerentes s atividades de pesquisa, produo, ensino, desenvolvimento tecnolgico e prestao de servios, visando sade do homem, dos animais, a preservao do meio ambiente e a qualidade dos resultados (TEIXEIRA & VALLE, 1996). A partir desse conceito, possvel perceber a importncia da discusso desse tema, pois essa questo envolve uma ampla gama de profissionais, conforme j mencionado, que atuam nas reas de biossegurana hospitalar, odontolgica, laboratorial, ambiental, entre outras, e em locais onde esto expostos a fatores biolgicos, fsicos, qumicos e psicossociais. O tema da biossegurana recente, surgiu no sculo XX, e tem como objetivo o controle e a minimizao dos riscos provenientes de prticas das diferentes tecnologias, sejam estas aplicadas em laboratrio ou no meio ambiente (RIVAS 2006). Esta questo envolve ainda os diferentes campos do conhecimento humano, como o jurdico, econmico, ambiental e da sade. Desse modo, o tema merece ser tratado de forma multidisciplinar, integrando as consideraes, no s das cincias biolgicas, mas tambm das cincias sociais, alm de levar em conta as posiies de diferentes segmentos da sociedade (ZANONI, 2004). Podemos apontar, pois, que a biossegurana faz parte do nosso cotidiano como profissional, exigindo uma compreenso sobre os EPIs (equipamentos de proteo individual), que no so apenas elementos de uma norma padronizada por uma instituio, mas que fazem parte de um planejamento, que visa sade dos indivduos envolvidos nesse processo. Assim, cumpre salientar a importncia desta discusso, visto que esta questo envolve uma ampla gama de profissionais que atuam na biossegurana hospitalar, odontolgica, laboratorial, ambiental, entre outros. Estes equipamentos podem dividir-se em termos da zona corporal a proteger, como por exemplo: para a proteo da cabea, o capacete; para proteo respiratria, as mscaras; aparelhos filtrantes prprios contra cada tipo de contaminante do ar; para a proteo ocular e facial, os culos; para proteo de mos e braos, as luvas, feitas em diversos materiais e tamanhos, conforme os riscos contra os quais se quer proteger: mecnicos, qumicos, biolgicos, trmicos ou eltricos; para proteo de ps e pernas temos os sapatos, botinas, botas, tnis, apropriados para os riscos contra os quais se quer proteger: mecnicos, qumicos, eltricos e de queda; isto apenas citando alguns equipamentos ( BRASIL,2008). O princpio fundamental da biossegurana a responsabilidade, ou seja, a possibilidade de prever os efeitos do prprio comportamento e de corrigi-lo com base em tal previso e precauo, definida esta como cautela ou prudncia (COELHO, 2007). A sensibilizao acerca do uso de EPIs imprescindvel, visto que o seu conhecimento fundamental para que seja feita a utilizao de forma correta.

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    Neste contexto, a Educao Permanente em Sade destina-se se a pblicos multiprofissionais e tem como objetivos as transformaes das prticas tcnicas e sociais. Ainda, esta educao deve ser inseridas de forma institucionalizada no processo de trabalho, gerando compromissos entre os trabalhadores, gestores, instituies de ensino e usurios.E, para tanto, deve-se fazer uso de prticas pedaggicas centradas na resoluo de problemas, para que se tenha uma melhor compreenso da situao e sejam encontradas solues. METODOLOGIA A biossegurana uma prtica que abrange diferentes reas do conhecimento. Assim, realizou-se uma atividade interdisciplinar, relacionada a estas reas do conhecimento diversas, na qual atravs de pesquisas bibliogrficas cada profissional descreveu a importncia do uso de EPIs dentro da sua rea de atuao. O agrnomo de biologia abordar o bioma sob a perspectiva da proteo durante a produo de alimentos. O dentista sob a perspectiva da sade e segurana no tratamento com os pacientes. O enfermeiro ressaltar tambm a importncia desta prtica na sade assistencial. E o veterinrio, em relao biossegurana necessria no tratamento dos animais e preveno de zoonoses. RESULTADOS E DISCUSSO A educao ambiental, com sua dimenso abrangente, uma forte aliada para reorientar a educao em direo sustentabilidade, a partir de mudanas ticas. Um dos desafios da educao ambiental fortalecer a importncia de garantir padres ambientais adequados e estimular uma crescente conscincia ambiental, centrada no exerccio da cidadania e na reformulao de valores ticos e morais, individuais e coletivos, em uma perspectiva orientada para o desenvolvimento sustentvel (TRISTO, 2004). Neste sentido, importncia das normas de biossegurana e da utilizao adequada de epis foi abordada de forma multidisciplinar. A sensibilizao dos profissionais dentro destas diversas reas de conhecimento muito importante, visto que a formao do cidado e a conscientizao da sociedade so fundamentais para a prtica da educao ambiental. A importncia do uso de EPIs na produo agrcola Em relao produo agrcola, a biossegurana relaciona-se principalmente com a aplicao de fungicidas, herbicidas e inseticidas. De acordo com Rivas (2007), esta prtica foi desenvolvida com o objetivo de minimizar riscos oriundos da prtica de diferentes tecnologias avanadas, seja em laboratrio ou quando aplicadas ao meio ambiente. O manuseio inadequado de agrotxicos um dos principais causadores de problemas de sade no campo. Desta maneira, a falta de orientao na aplicao de agrotxicos compromete a sade dos trabalhadores que manuseiam os venenos trabalham sem nenhuma proteo, como botas, macaces, mscaras, capacetes, luvas e outros equipamentos. Os agricultores que pulverizam os agrotxicos nas lavouras se expem a produtos de elevada toxidade. Sem a devida proteo, esta prtica pode ocasionar invalidez e at morte. Gonsalves (2011) salienta que na maioria das vezes o

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    trabalhador ignora as prticas adequadas sobre o manejo e uso destas substncias qumicas, tornando-se o principal alvo dos seus efeitos adversos. O baixo nvel de instruo daqueles que manipulam diretamente os agrotxicos no campo um problema muito srio, que se volta contra toda a sociedade. Uma grande massa de trabalhadores rurais no est capacitada para interpretar rtulos dos vasilhames de produtos qumicos. O resultado disso muito previsvel: envenenamento do meio ambiente, dos agricultores e dos consumidores. (ARAGO, 2002). Segundo Gonsalves (2001), quando utilizados inadequadamente, em excesso ou prximos da poca de colheita, os agrotxicos podem acarretar, ainda, em riscos sade dos aplicadores e dos consumidores, causando intoxicaes, mutaes genticas, cncer e morte. Alves Filho (2002) ressalta que ameaas de curto prazo sade humana so conseqncias do uso e fabricao de agrotxicos. O autor lembra que, entre os 7 milhes de agricultores americanos, 323 mil so acometidos por graves doenas decorrentes dos agrotxicos. importante lembrar ainda que podem ocorrer tambm ameaas de longo prazo sade humana devido bioacumulao, fenmeno atravs do qual os organismos vivos retm, dentro de si, certas substancias txicas sem conseguir elimin-las. De acordo com Soares (2011), levando-se em conta que, segundo a Organizao Nacional de Sade, para cada caso notificado de intoxicao existem 50 outros no notificados e devido falta de controle no uso destas substancias qumicas txicas e o desconhecimento da populao em geral sobre os riscos e perigos sade da decorrentes, estima-se que as taxas de intoxicaes humanas no pas sejam altas. Alves Filho (2002) salienta que a academia nacional de cincias declarou, em 1987, que ingredientes ativos de 90% dos fungicidas, 60% dos herbicidas e 30% dos inseticidas poderiam causar cncer em humanos, enquanto o resduo de agrotxicos em alimentos foi definido como o terceiro maior problema ambiental relacionado ao cncer. Portanto, a utilizao de equipamentos de proteo fundamental e desempenha um papel muito importante na reduo do impacto de agroqumicos na sade pblica. Neste sentido, a educao ambiental desempenha um papel muito importante na capacitao dos trabalhadores rurais, em relao aplicao correta de agrotxicos, respeitando a utilizao de equipamentos de proteo e as normas de biossegurana necessrias para que esta prtica no comprometa a sade dos produtores rurais e do meio ambiente. A biossegurana aplicada odontologia Os profissionais da rea da sade esto constantemente expostos a vrus como o citomegalovrus, herpes, hepatite, HIV, entre outros. A transmisso pode ocorrer atravs de um veculo como sangue , saliva, partculas dispersas no ar, ou pelo contato direto com instrumentos ou superfcies contaminadas. Todos os pacientes devem ser considerados potencialmente infectantes, uma vez que, atravs da anamnese, no possvel predizer o estado de sade geral do paciente. Promover condies seguras de atendimento diminuem de maneira significativa a transmissibilidade de doenas. As precaues incluem o uso de barreiras de proteo, preveno da exposio a sangue e fluidos corpreos, preveno de acidentes com instrumentos prfuro-cortantes e procedimentos de descontaminao, assim como o gerenciamento de resduos de servios de sade. O uso de Equipamentos de Proteo Individual (EPIs) no Consultrio Odontolgico inclui o uso de jaleco, luvas descartveis, mscara, gorro e culos de proteo. Esses artifcios so necessrios

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    para a preveno da contaminao do cirurgio-dentista e auxiliares com diversos agentes infecciosos. O consultrio odontolgico gera um grande risco de contaminao cruzada, caso as tcnicas asspticas no sejam rigorosamente estabelecidas. Entretanto, este risco reduzido a zero quando o profissional utiliza as normas de proteo adequadas. Segundo o Ministrio da Sade, o uso de barreiras protetoras eficaz na reduo do contato com o sangue e outras secrees, e por isso a utilizao de EPIs obrigatria durante o atendimento clnico. Entretanto, estudos demonstram que muitos profissionais da sade no usam barreiras de proteo, pela falta de costume e, algumas vezes por motivos econmico ( Machado e Kather, 2002). Portanto, cumpre salientar que profissionais necessitam de uma melhora no treinamento, para aumentar o nvel de proteo durante os procedimentos. Condies de biossegurana na sade assistencial Entre os diversos Equipamentos de Proteo Individual ( EPI ) utilizados na rea da sade podemos destacar as Mscaras as quais possuem diversas caractersticas conforme seu uso como as mascaras utilizada para evitar a contaminao do profissional ou do prprio paciente pelo profissional de sade; alguns exemplos de procedimentos que se utilizam as mascara so em intubao traqueal, aspirao nasofarngea e nasotraqueal. importante a mscara de proteo respiratria dever estar apropriadamente ajustada face. A forma de uso, manipulao e armazenamento devem seguir as normas corretas. Outro EPI de extrema importncia as Luvas de procedimentos no cirrgicos as quais deveram ser utilizadas quando houver risco de contato das mos do profissional com sangue, fluidos corporais, secrees, excrees, mucosas, pele no ntegra e artigos ou equipamentos contaminados e troc-las aps cada procedimento. Para proteo ocular, usa-se os culos de proteo (ou protetor de face) , devem ser utilizados quando houver risco de exposio do profissional a respingo de sangue, secrees corporais e excrees. Tambm Para proteo do corpo usa-se Capote/avental O capote ou avental deve ser usado durante procedimentos onde h risco de respingos de sangue, fluidos corpreos, secrees e excrees, a fim de evitar a contaminao da pele e roupa do profissional ( BRASIL, 2010). Podemos destacar na sade assistencial, como exemplo clssico, o uso de forma adequada de luvas com a finalidade de proteger a vida do profissional e do sujeito que sofre a interveno. Assim como a negligencia do seu uso pode ter efeitos desastrosos para os indivduos envolvidos. Assim como o uso do avental, culos de proteo, mscaras, entre outros, conforme as especificidades do trabalho. Tambm, considerando um procedimento simples, como a higienizao das mos deve fazer parte do cotidiano dos profissionais. importante a sensibilizao para o uso de IPI, para tanto a Educao e Sade, uma ferramenta importante para ser utilizada nesse processo. Neste contexto a Educao Permanente em Sade destina-se se a pblicos multiprofissionais e tem como objetivos as transformaes das prticas tcnicas e sociais; deve ser inseridas de forma institucionalizada no processo de trabalho, gerando compromissos entre os trabalhadores, gestores, instituies de ensino e usurios; para tanto deve fazer uso de prticas pedaggicas centradas na resoluo de problemas, serem dialogada entre os indivduos, juntamente com oficinas de trabalho para melhor compreenso dos problemas e a busca de solues (Brasil, 2007).

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    importante de forma interdisciplinar pensar formas ou estrategias para a utilizao de forma correta do EPIS, pelos profissionais de diversas reas, onde o seu uso se faz necessrio. Considerando neste contexto as inter relaes da ciencia, tecnologia e cultura, para uma internalizao eficaz sobre o uso dos equipamentos de proteo individual. A importncia das EPIs para o Mdico Veterinrio Existem diversas reas de atuao no que se refere profisso do Mdico Veterinrio seja no Campo, na indstria, nas clnicas, ou em laboratrios, todas essas reas esto expostas fatores de risco. No campo, resduos de pesticidas e inseticidas; resduos de materiais de limpeza como detergentes, desinfetantes, utilizados para higienizao de baias, estbulos; dejetos de animais portadores de doenas infecto- contagiosas e animais peonhentos. Na indstria, nitratos e nitritos utilizados na conservao de alimentos; utilizao de aditivos qumicos como conservantes, acidulantes, emulsificantes, no preparo de raes animais. Nas clnicas, produtos utilizados na limpeza e esterilizao de materiais, como hipoclorito e o glutaraldedo; produtos utilizados para conservao de amostras como o formol, o contato com animais ou material infecto-contagiante, instrumentos perfuro cortantes, e radiaes Ionizantes Em laboratrios, reagentes qumicos como cidos, lcoois, corantes, cloro, metanol, utilizados em anlises laboratoriais, contato com animais destinados a soros, vacinas e outros produtos. Portanto podemos definir ento as exposies de agentes ambientais na execuo de atividades como: preparao de produtos para uso animal; pesquisas em laboratrios; esterilizao de equipamentos clnicos; inspeo em estabelecimentos de preparo de produtos de origem animal; preparo de raes; manipulaes de medicamentos veterinrios; utilizao de produtos fito-sanitrios. A profisso do Mdico veterinrio tambm tem fundamental importncia para a preveno de doenas chamadas zoonoses. Estas por sua vez, so transmitidas dos animais para os seres humanos, e portanto devem ter cuidado permanente em aes preventivas, para que no causem maiores problemas de Sade Pblica. Desse modo, o cuidado que o Veterinrio precisa ter fundamental para sua segurana, e demais pessoas, e isso explica o uso dos equipamentos de proteo individual que utilizam. A responsabilidade do Mdico Veterinrio de Pequenos Animais no diferente da responsabilidade de qualquer outro profissional de sade. Nosso compromisso com a populao deve e tem que ser salvaguardado, em todos os aspectos, mormente no que concerne sade, segurana e bem-estar social (CRMVRJ 2004). Clnicos Veterinrios de Pequenos Animais precisam atualizao sobre o tema, e porque no dizer, h necessidade premente na criao de normas e regras que incentivem a atualizao permanente em todos os assuntos, inclusive alm da biossegurana. J passou da hora de termos a Educao Continuada como exigncia. A velocidade com que se gera e difunde novos conceitos e conhecimentos, impe a Educao Continuada como pilar da Medicina Veterinria de qualidade no mundo moderno. (LABARTHE e PEREIRA, 2008). Os equipamentos de proteo individual so itens fundamentais para a sade do Mdico veterinrio, e principalmente do animal a ser tratado. Jalecos so vestimentas que visam proteger o profissional e evitar a circulao de patgenos entre os ambientes internos e externos clnica.

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    O uso de luvas de procedimento, e mscaras descartveis tambm fazem parte das Epis a serem usadas diariamente pelos profissionais Veterinrios. A Imunizao de Mdicos Veterinrios, atendentes e auxiliares contra raiva e ttano, so muito importantes tambm e fazem parte de atitudes preventivas. No contexto da Biossegurana, devemos levar absolutamente todas as atividades do Mdico Veterinrio em considerao e lembrar que as recomendaes gerais nada mais so que a compilao de conhecimentos cientficos luz do bom senso. CONCLUSO evidente que a questo da biossegurana permeia as mais diversas profisses. Neste sentido, a educao ambiental imprescindvel, pois promove a sensibilizao dos profissionais em relao ao uso de EPIs. A adoo de medidas de segurana e a utilizao de equipamentos de proteo devem fazer parte do cotidiano dos profissionais de diversas reas de atuao, prtica que muitas vezes negligenciada devido falta ou desvalorizao do conhecimento. Portanto, fundamental a conscientizao acerca da biossegurana no exerccio de cada profisso vivenciar em prol da vida do homem, dos animais e da preservao do meio ambiente. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ALVES FILHO, J. P. Uso de agrotxicos no Brasil: controle social e interesses corporativos. Annablume, 2002. 188 p. Arago, F. J. L. ORGANISMOS TRANSGENICOS. Ed. Manole, 2002. 130 p. Brasil, 2007, Ministrio da sade. Disponvel em http://www.mte.gov.br/seg_sau/epi_default.asp. Acesso em 18/05/11 Brasil, 2008, Ministrio do Trabalho. Disponvel em http://www.mte.gov.br/seg_sau/epi_default.asp. Acesso em 10/07/11 BRASIL, 2010 Ministrio da Sade. Disponivel em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/protocolo_manejo_srag_03_03_10.pdf. acesso em 18/05/11 COELHO., M. M. O que a Igreja ensina sobre... Ed. Cano Nova, 2007. 359 p. Conselho Regional De Medicina Veterinria Do Estado Do Rio De Janeiro, Crmv-Rj Manual do Mdico Veterinrio e do Zootecnista. 2004. 126 p. Gonsalvez, P. M. Maus hbitos alimentares. Ed. Agora, 2001. 119 p. LABARTHE, N. PEREIRA, M. E. C.; Biossegurana Na Experimentao E Na Clnica Veterinria Pequenos Animais Cinc. vet. trp., Recife-PE, v. 11, suplemento 1, p.153-157, abril, 2008 MACHADO, G.L.; KATHER, J.M Estudo no controle da infeco cruzada pelos cirurgies-dentistas de Taubat Biocinc 2002. Disponvel em www.unitau.br/prppg/publica/biocienc Acesso em 07/07/11, s 20:00. RIVAS, M. B. Soja: Qualidade de Vida e Sade com Prazer e Sabor. Ed. AGE, 2007. 176 p. SANTOS PEREIRA, N.R. Levantamento das condies de biossegurana em radioproteo nos consultrios odontolgicos de Campo Grande/MS. Dissertao apresentada ao Programa de Ps graduao em Cincias da Sade, Convnio Rede Centro-Oeste; 2008. Teixeira, P. & Valle, S. Biossegurana: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Ed. Fio cruz, 1996. ZANONI, M. Biossegurana: transgnicos terapia gentica clulas-tronco ; questes para a cincia e para a sociedade. ICCA, 2004. 106 p.