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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    A EDUCAO ATRAVS DA BIOLOGIA DO AMOR E DO

    CONHECIMENTO DE HUMBERTO MATURANA

    Por: ELEISON DIETTRICH DE SO CHRISTOVO

    OrientadoraProf. Fabiane Muniz

    Rio de Janeiro

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    2008

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    A EDUCAO ATRAVS DA BIOLOGIA DO AMOR E DO

    CONHECIMENTO DE HUMBERTO MATURANA

    Apresentao de monografia Universidade Candido

    Mendes como requisito parcial para obteno do grau

    de especialista em Orientao Educacional

    Por: Eleison Diettrich de So Christovo.

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    DEDICATRIA

    .....dedica-se ao meu mestre Celso

    Sanchez por ter me introduzido na obra

    desse gnio da atualidade,.......

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    AGRADECIMENTOS

    ....principalmente ao meu companheiro

    Jos do Rosario Silva, e a alguns

    amigos especiais pela pacincia e

    tolerncia comigo na realizao desse

    trabalho.

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    EPGRAFE

    No deplorar, nem rir, mas compreender. (Spinoza)

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    RESUMO

    Esta monografia procura mostrar que para se trabalhar com educao

    baseado nos preceitos de Humberto Maturana, devem-se abandonar os velhos

    paradigmas da cincia que consideravam o corpo e a mente como separados efragmentados e passar a entender o ser humano de forma integral, como um ser

    complexo, onde a sua existncia se realiza na linguagem e no racional partindo

    do emocional.

    Com isso o trabalho do Orientador Educacional deve ser um trabalho

    baseado no maior sentimento existente entre os seres humanos, que o amor,

    a aceitao do outro como legtimo outro. Ou seja, devemos amar nossos alunos

    e respeitar a diversidade cultural em que eles esto imersos e a sua maneira de

    perceber o mundo, ou seja, sua leitura de mundo, como diz Paulo Freire.

    Respeitar a sua autonomia e estimular a sua criatividade, trabalhando sua

    reflexo crtica e a responsabilidade perante os seus atos.

    Palavras-chave: paradigma, linguagem, emoo, amor, leitura de mundo,

    autonomia.

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    SUMRIO

    INTRODUO 09

    CAPTULO I - A biologia do conhecimento e a educao 10

    atual

    CAPTULO II - A biologia do amor e o trabalho 20do orientador

    CAPTULO III As diversas linguagens do 29

    Orientador Educacional

    CONCLUSO 36

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 38

    ANEXOS 39

    NDICE 43

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    INTRODUO

    Este trabalho tem como objetivo mostrar como o trabalho dos educadores

    e especificamente aqui neste caso do Orientador Educacional, deveria ser feito a

    partir de uma viso mais sistmica, holstica e integral, visto que o ser humano,

    assim como todos os outros seres vivos, um sistema complexo e deve ser

    visto e tratado como tal. Um sistema complexo orgnico um todo maior que a

    soma das suas partes, ou seja, existem diversas variveis, feedback, e

    imprevisibilidade. Seu trabalho tambm deveria pressupor um princpio

    fundamental de respeito e amor pelo prximo. Amor assim definido como o

    domnio das aes que constituem o outro como um legtimo outro naconvivncia. De acordo com Maturana, nos construmos humanos pelos valores

    da cooperao, solidariedade, acolhimento, e no pela competio.

    Outro princpio epistemolgico que perpassa a fala desse mesmo autor

    com relao ao processo de aprendizagem humana o que a emoo define a

    ao. 2

    Este trabalho est dividido em trs captulos. No primeiro discutimos as

    bases cientficas do novo paradigma da cincia e suas repercusses na biologia

    do conhecimento e a importncia da linguagem como pressuposto para a

    biologia do amor. Ainda se questiona neste captulo, a viso fragmentada do

    representacionismo, a crena na separao entre sujeito e objeto.

    No segundo captulo, apresentamos as origens da nossa sociedade

    patriarcal europia buscando respostas falta de amor, sentimento esse o mais

    importante, segundo Maturana.

    No terceiro e ltimo captulo, estendemos todos esses conceitos j

    discutidos nos captulos anteriores para uma aplicao prtica do dia a dia das

    pessoas envolvidas com a educao, principalmente o Orientador Educacional.

    CAPTULO I2 Ver anexo 1 Entrevista com Dan Ariely na revista poca de 21 de abril de 2008.

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    A biologia do conhecimento e a educao atual

    1.1 Mudana de paradigma

    A cincia ps-moderna vem baseando-se na mudana do paradigma at

    ento aceito como tradicional e reiniciado por Descartes no Sc. XVII. Digo

    reiniciado, pois alguns pensadores pr-socrticos chamados atomistas j

    pensavam dessa maneira. No mundo de Descartes, mente e corpo so duas

    entidades separadas, onde o corpo e suas medidas cientficas de preciso esto

    a cargo das cincias, e a mente e seus pressupostos epistemolgicos e

    ontolgicos subjacentes a essas medidas, a cargo da filosofia, ou seja, sobre o

    que como se conhece e o que se conhece.

    Desde o mundo linear de Descartes sustentado por Isaac Newton e sua

    fsica clssica, o mtodo de pesquisa consiste em dividir o todo em partes, como

    se fosse um relgio, para que se estudem as suas partes separadamente para o

    entendimento do todo. Essa viso fragmentada no se aplica aos sistemas

    complexos. Para facilitar o entendimento, a alegoria do caleidoscpio muito

    til. O que se percebe ao se olhar atravs do visor do caleidoscpio, certamente

    no o que vai se encontrar ao abri-lo. Todas as partes agem em conjunto

    produzindo o resultado final e ainda pode-se somar a esse fato, a interao do

    observador e sua interferncia no sistema, pois o observador ao rodar o

    caleidoscpio tambm vai alterar o que vai ser visto atravs das lentes.Aps o princpio de incerteza de Heisenberg, a teoria da relatividade de

    Einstein, e os avanos da mecnica quntica, imprescindvel introduzir o papel

    do observador nos processos de conhecimento.

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    ...mudana de cincia objetiva para a cincia

    epistmica. No velho paradigma, acreditava-se que

    as descries cientficas fossem objetivas, isto ,

    independentes do observador humano e do processo

    de conhecimento. No novo paradigma, acreditamos

    que a epistemologia o entendimento do processo

    do conhecimento tem de ser includa explicitamente

    na descrio dos fenmenos naturais. (CAPRA, F

    1983, p.245).

    1.2 A biologia do conhecimentoTodas as relaes sociais tm a base no amor. Uma vez ele

    sedimentado, d espao para a construo das mais diversas relaes. H em

    cada um de ns uma biologia do amor que pede para ser acionada, que deseja

    uma condio favorvel para emergir e expressar-se. Render-se ou no se

    render biologia do amor, pode ser um desafio importante para a condio

    humana.(MATURANA, 1977).

    Segundo Maturana (MATURANA, 1977), todo ato de conhecimento umaconstruo de um sujeito observador que v, explica, classifica e qualifica os

    fenmenos a partir de uma emoo constitutiva fundamental. Ele diz que

    existem duas emoes pr-verbais. A rejeio e o amor. Enquanto a rejeio

    opera uma cognio pautada pela separao, pela negao e pela excluso do

    outro em relao ao observador, o amor constitui o espao de condutas que

    aceita o outro, como um legtimo outro na convivncia.

    Ao se pensar a respeito do critrio que se utiliza para dizer se algum temconhecimento, na verdade buscamos uma ao efetiva no domnio no qual se

    espera uma resposta, ou seja, duas observaes do mesmo sujeito, sob as

    mesmas condies mas feitas com perguntas diferentes , podem atribuir

    diferentes valores cognitivos ao que visto como o comportamento desse

    sujeito.

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    Uma histria da vida real ilustra claramente esse ponto. Certa ocasio,

    num exame, foi proposto a um jovem estudante o seguinte: Calcule a altura da

    torre da universidade com a ajuda deste altmetro. O aluno ento foi ao alto da

    torre e com o altmetro amarrado na ponta de uma corda, baixou-o at tocar ao

    solo. Mediu o comprimento da corda, sendo este ento o tamanho final da altura

    da torre. O professor disse que ele estava errado. Novo pedido foi feito ao aluno,

    nova oportunidade para proceder ao exame, e outra vez, o mesmo problema... O

    estudante utilizou vrios outros procedimentos diferentes para calcular a altura

    da torre com o altmetro, mas sem us-lo como altmetro. evidente que, dentro

    de um certo contexto de observao, o aluno revelou mais conhecimento do que

    lhe era pedido. Mas no contexto da pergunta do professor seu conhecimento era

    inadequado.

    Note-se que a avaliao de se h ou no conhecimento ocorre sempre

    num contexto relacional, onde as mudanas estruturais que as perturbaes

    desencadeiam num organismo aparecem para o observador como um efeito

    sobre o ambiente. em relao a esse efeito esperado por ele que o observador

    avalia as mudanas estruturais que so desencadeadas no organismo. Portanto,

    toda interao de um organismo, toda conduta observada, pode ser avaliada por

    um observador como um ato cognitivo. Da mesma forma, o fato de viver deconservar ininterruptamente o acoplamento estrutural como ser vivo

    corresponde a conhecer no mbito do existir. Viver conhecer (viver ao

    efetiva no existir como ser vivo).

    1.3 A linguagem e o conhecimento

    Segundo Maturana, o comportamento lingstico um comportamento

    num domnio consensual. Quando o comportamento lingstico acontece

    recursivamente num domnio consensual, de tal forma que os componentes do

    comportamento consensual so recursivamente combinados na gerao de

    novos componentes do domnio consensual, uma lngua estabelecida.

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    Domnio consensual definido pelo Maturana, como o resultado do acoplamento

    estrutural ontognico recproco entre organismos estruturalmente plsticos. Um

    sistema determinado estruturalmente, em decorrncia de suas interaes, passa

    por mudanas de estado que envolvem mudanas estruturais em seus

    componentes (e no somente em suas relaes), ento esse sistema tem uma

    estrutura plstica. Ao produto das interaes continuadas de um sistema

    estruturalmente plstico num meio com estrutura redundante ou recorrente, e a

    seleo contnua no sistema de sua estrutura que determina nele um domnio de

    estados e um domnio de perturbaes que lhe permite operar recorrentemente

    sem desintegrao, chama-se acoplamento estrutural. Todo ser vivo so

    entidades autnomas, apesar de dependerem de um meio para sua existncia

    concreta e intercmbio material. Esse sistema complexo e autnomo que o servivo chamado de sistema autopoitico, pois organizado e se autoproduz.

    Esse sistema autopoitico um sistema fechado, e esse fechamento

    autopoitico realizado atravs de uma mudana estrutural contnua sob

    condies de contnuo intercmbio de material com o meio. Um sistema vivo

    estruturalmente plstico ou opera como um sistema homeosttico determinado

    estruturalmente, que mantm invariante sua organizao sob contnua mudana

    estrutural, ou ele se desintegra.A linguagem, como fenmeno biolgico, consiste num fluir de interaes

    recorrentes que constituem um sistema de coordenaes consensuais de

    conduta de coordenaes de coordenaes consensuais de conduta

    (MATURANA, 1978, 1988).

    Da que a linguagem, como processo, no tem lugar no corpo de seus

    participantes e sim no espao de coordenaes consensuais de conduta que

    constitui no fluir nos seus encontros corporais recorrentes.

    Portanto, so palavras os gestos, sons, e outras condutas ou posturas

    corporais que participam, como elementos consensuais, no fluir recursivo das

    coordenaes consensuais de conduta que constituem a linguagem.

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    As palavras constituem operaes no domnio de existncia, como seres

    vivos, dos que participam na linguagem, de forma que o fluir de suas mudanas

    corporais, posturas e emoes tem a ver com o contedo de seu linguajar. O

    que fazemos em nosso linguajar tem conseqncias em nossa dinmica

    corporal, e o que acontece em nossa dinmica corporal tem conseqncias em

    nosso linguajar.

    Como se processa o conhecimento tem sempre sido uma matria que

    instiga todos os seres humanos. Desde o Renascimento o conhecimento tem

    sido visto como uma representao fiel de uma realidade independente do

    conhecedor. Todas as produes artsticas e os saberes no eram considerados

    construes da mente humana. A idia que o mundo pr-dado em relao

    experincia humana hoje predominante e isso se deve mais por motivos

    filosficos, polticos e econmicos do que como resultado das descobertas

    cientficas de laboratrio.

    Segundo essa teoria do representacionismo, nosso crebro recebe

    passivamente as informaes vindas de fora e o conhecimento seria o resultado

    do processamento dessas informaes. Seria uma analogia de como funciona

    um computador onde se tem as entradas, processamento e sadas. Fica claro

    ento que a subjetividade fica preterida em relao objetividade. Os cientistas

    achavam que a subjetividade poderia comprometer os resultados e a exatido

    cientfica. A mente ento seria como um espelho da natureza. O mundo teria as

    informaes e ns teramos que extra-las por meio da cognio.

    Como conseqncia dessa maneira de pensar que o mundo um objeto

    para ser explorado pelo homem em busca de benefcios, vemos hoje a

    degradao do nosso meio ambiente e o esgotamento dos recursos naturais.

    Essa idia de extrair recursos do mundo se estendeu at s pessoas, que

    quando no atendem mais s suas necessidades so descartadas tais quais um

    objeto. Essa excluso social atingiu propores espantosas principalmente na

    Amrica Latina e no continente africano.

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    Essa viso de que somos separados do mundo, e conseqentemente das

    outras pessoas, tem desencadeado distores no comportamento, tanto em

    relao ao ambiente quanto alteridade.

    O representacionismo um dos fundamentos da cultura patriarcal sob aqual vive hoje boa parte do mundo. A fragmentao, fundamento bsico do

    representacionismo, traduz a separao sujeito-objeto e pretende que

    continuemos convencidos de que somos separados do mundo e que ele existe

    independente de nossa experincia.

    Na viso atual Maturanstica, vivemos no mundo e por isso fazemos parte

    dele; vivemos com os outros seres vivos e, portanto compartilhamos com eles o

    processo vital. Construmos o mundo em que vivemos durante as nossas vidas.

    Por sua vez, ele tambm nos constri ao logo dessa viagem comum. Assim, se

    vivemos e nos comportamos de um modo que torna insatisfatria a nossa

    qualidade de vida, a responsabilidade cabe a ns. O conhecimento no se limita

    ao processamento de informaes vindas de um mundo anterior experincia

    do observador, o qual ele se apropria para fragment-lo e explor-lo.

    Para esse mesmo autor, os seres vivos so autnomos, isto ,

    autoprodutores, capazes de produzir seus prprios componentes atravs da

    autopoiese ao interagir com o meio: vivem no conhecimento e conhecem no

    viver.

    Essa autonomia dos seres vivos claramente oposta viso do

    representacionismo. Por serem autnomos, no recebem passivamente

    informaes vindas do mundo exterior. No funcionam somente seguindo

    instrues externas. Conclui-se que se os considerarmos isolados eles so

    autnomos, mas se os virmos em seu relacionamento com o meio, torna-se

    claro que dependem de recursos externos para viver. Desse modo, autonomia e

    dependncia deixam de ser opostos e se complementam uma a outra. Uma

    constri a outra e por ela construda, numa dinmica circular. Para bem ilustrar

    essa questo observemos a fotografia de M.C. Escher3, onde temos que3 Ver anexo 2 Foto mos que se desenham de M.C. Escher. Retirado do livro A rvore doconhecimento de Humberto Maturana e Francisco J. Varela Editora Palas Athena 2007 p.29.

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    entender que as duas mos complementam uma a outra, e no teria sentido

    pensar em uma s como mais importante que a outra.

    Para que o ser humano se veja tambm parte do mundo natural,

    preciso que ele se observe a si mesmo enquanto observa o mundo. Esse passo fundamental, pois permite compreender que entre o observador e o observado

    entre o ser humano e o mundo no h hierarquia nem separao, mas sim

    cooperatividade na circularidade.

    Talvez o maior problema epistemolgico de nossa cultura seja a

    dificuldade que temos de lidar com tudo aquilo que subjetivo e qualitativo,

    estamos mais acostumados com o antigo paradigma do objetivo e quantitativo.

    No devemos simplesmente descart-los e substitu-los, mas sim manter com

    eles uma relao complementar.

    Estamos condicionados ao conforto da passividade de receber

    informaes de um mundo j pronto e acabado, tal como um produto recm

    sado de uma linha de montagem e oferecido ao consumo, por isso no fcil

    aceitar o ponto de vista da idia de que o mundo construdo por ns, num

    processo incessante e interativo de participao ativa na sua construo. Em

    suma, a vida um processo de conhecimento, os seres vivos constroem esse

    conhecimento no a partir de uma atitude passiva e sim pela interao.

    Aprendem vivendo e vivem aprendendo.

    Ainda sobre a subjetividade e objetividade, Maturana nos diz que o

    fenmeno do conhecer um fenmeno biolgico e que os seres humanos so

    conhecedores ou observadores no observar, e ao ser o que somos, o somos na

    linguagem. Ou seja, os seres humanos so humanos na linguagem, e ao s-lo,

    somos fazendo reflexes sobre o que nos acontece. E reafirma que se no

    estamos na linguagem no h reflexo.

    ...o fato de nos encontrarmos na linguagem

    tambm algo que simplesmente ocorre conosco.

    Quando refletimos sobre a linguagem, j estamos

    nela. Nestas circunstncias, existem duas atitudes

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    possveis diante do conhecer: ou aceitamos nossa

    capacidade de conhecer como uma condio dada,

    ou nos perguntamos como que conhecemos.

    Agora, quando algum se pergunta como algo ocorre,

    o que ela quer escutar uma resposta explicativa

    que, como tal, deve separar a explicao da

    experincia a ser explicada, na proposio de um

    processo que, como resultado de seu operar, d

    origem ao que se quer explicar.(MATURANA, 2005,

    p.38).

    Nenhuma proposio explicativa uma explicao em si. a aceitao

    do observador que constitui a explicao, e o que acontece com o observador,

    em geral, que ele aceita ou rejeita uma explicao de maneira inconsciente. A

    respeito da pergunta sobre o observador e sua capacidade de conhecer, que

    so dois caminhos de reflexo ou dois caminhos de relaes humanas, se no

    nos fazemos a pergunta pela origem das capacidades do observador, nos

    comportamos, na verdade, como se tivssemos a capacidade de fazer

    referncia a entes independentes de ns, a verdades cuja validade

    independente de ns, porque no dependem do que fazemos, e a este caminho

    explicativo que afirma que nossas capacidades cognitivas so constitutivas de

    nosso ser, o Maturana chama de o caminho da objetividade-sem-parnteses.

    No caminho da objetividade-sem-parnteses agimos como se o que

    dizemos fosse vlido em funo de sua referncia a algo que independente de

    ns. Por isso dizemos: O que estamos dizendo vlido porque objetivo, no

    porque somos ns que dissemos, mas por que objetivo, a realidade, so os

    dados, so as medies. Operamos neste caminho explicativo, aceitando que

    exista uma realidade transcendente que valida nosso conhecer e nosso explicar,

    e que a universalidade do conhecimento se funda em tal objetividade.

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    O outro caminho explicativo o da objetividade-entre-parnteses, que ao

    aceitar a pergunta pela origem de nossa capacidade de observar, a biologia

    adquire presena. Ao perguntarmos pela origem das capacidades cognitivas do

    observador sabemos que estas se alteram ou desaparecem ao alterar-se nossa

    biologia, e que no podemos mais desprezar o fato de que no conseguimos

    distinguir na experincia entre o que iluso e percepo. E que tambm ao

    aceitarmos uma proposio explicativa ou uma reformulao da experincia e a

    aceitarmos como explicao, no uma referncia a algo independente de ns,

    mas uma reformulao da experincia com elementos da experincia que

    satisfaa algum critrio de coerncia que ns mesmos propomos explcita ou

    implicitamente. Ou seja, usamos um critrio de aceitao que temos em nosso

    escutar, e, portanto, que a validade das explicaes que aceitamos se configuraem nossa aceitao e no independente dela.

    Na nossa vida cotidiana, ns nos movemos nos dois caminhos

    explicativos mencionados. Ao nos reunirmos com nossos amigos, operamos na

    objetividade-entre-parnteses, porque nesses casos, no importa o que os

    outros digam ou pensem, pois ns os aceitamos, sem dvida alguma. Nesse

    caminho, no h verdade absoluta nem verdade relativa, pois h muitas

    verdades diferentes em muitos domnios distintos. Por isso, nesse caminho, ofato de uma pessoa gostar de Fsica e a outra gostar de Biologia, ou de ser

    crist, e a outra muulmana, no cria uma dinmica de negao na convivncia,

    porque no importa que um no seja como o outro.

    1.4 Educao Atual

    Baseado nos pressupostos do novo paradigma da cincia e no

    entendimento do ato do conhecimento como construo de um sujeito

    observador, deve-se pautar o trabalho do orientador educacional numa viso

    mais humanstica, atendendo ao aluno de uma forma mais global, integral.

    Entendendo que o seu contexto social, sua famlia, suas condies financeiras

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    fazem todos parte da bagagem trazida por esse aluno, seu conhecimento do

    mundo, ou parafraseando Paulo Freire, sua leitura de mundo, a importncia da

    Orientao se da pelo vis de termos na escola um profissional de Educao,

    um especialista capaz de ajudar o aluno na sua formao o melhor possvel, que

    no se esgota apenas no racional, mas que engloba o sensvel e o emocional.

    Ns seres humanos modernos do mundo ocidental,

    vivemos numa cultura que desvaloriza as emoes

    em favor da razo e da racionalidade. Em

    conseqncia, tornamo-nos culturalmente limitados

    para os fundamentos biolgicos da condio humana.

    Valorizar a razo e a racionalidade como expresses

    bsicas da existncia humana positivo, mas

    desvalorizar as emoes que tambm so

    expresses fundamentais dessa mesma existncia

    no o . As emoes so disposies corporais

    (estruturais) dinmicas que especificam, a cada

    instante, o domnio de aes em que um animal

    opera nesse instante. Isso se manifesta pelo fato de

    que, na vida cotidiana, distinguimos diferentes

    emoes nos seres humanos e em outros animais

    diferenciando os diversos domnios de aes

    (domnios comportamentais) em que eles se movem.

    (MATURANA, 2006, p. 221)

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    CAPITULO II

    A biologia do amor e o trabalho do OrientadorEducacional

    2.1 A biologia do amor

    Estamos imersos numa sociedade cultural patriarcal europia. J existiu

    outro tipo de cultura, a matrstica, a julgar pelos restos arqueolgicos

    encontrados na rea do Danbio, nos Blcs e no Egeu, mais especificamente

    na ilha de Creta. Essas duas culturas so totalmente distintas, as suas redes de

    conversao realizam duas configuraes de coordenaes de coordenaes de

    aes e emoes distintas, que abrangem todas as dimenses desse viver.

    A cultura patriarcal constitui uma rede fechada de conversaes. Ela se

    caracteriza pelas coordenaes de aes e emoes que fazem da vida

    cotidiana um modo de coexistncia que valoriza a guerra, a competio, a luta,

    as hierarquias, a autoridade, o poder, a procriao, o crescimento, a apropriao

    de recursos e a justificao racional do controle e da dominao dos outros por

    meio da apropriao da verdade. J a cultura matrstica, foi definida por uma

    rede de conversaes completamente diferente da patriarcal. Valores como

    participao ao invs de competio; no aparece uma oposio entre homens

    e mulheres nem subordinao de uns aos outros; o viver matrstico de homens,

    mulheres e crianas surge, ao longo de toda a vida, como um processo natural;relaes interpessoais surgem baseadas principalmente no acordo, cooperao

    e co-inspirao; o mstico surge como participao consciente na realizao e

    conservao da harmonia de toda a existncia, no ciclo contnuo e coerente da

    vida e da morte; valorizao da cooperao e do companheirismo como modos

    naturais de convivncia; onde se respeita a procriao e se aceitam aes de

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    controle da natalidade e de regulao do crescimento populacional; a

    sexualidade das mulheres e dos homens surge como um ato associado

    sensualidade e ternura; a fertilidade surge como a abundncia harmoniosa de

    todas as coisas vivas, numa rede coerente de processos cclicos de nascimento

    e morte.

    Segundo Maturana, nossa forma de vida patriarcal europia surgiu do

    encontro das culturas patriarcal pastoril e matrstica pr-patriarcal europia como

    resultado de um processo de dominao patriarcal diretamente orientado para a

    completa destruio de todo o matrstico. Um exemplo claro disso, a histria

    da invaso da Palestina, fundamentalmente matrstica, pelos hebreus

    patriarcais, tal como est relatado na Bblia.

    O Maturana nos diz que entre os povos paleolticos fundamentalmente

    matrsticos que viviam na Europa h mais de vinte mil anos, houve alguns que

    se tornaram sedentrios, coletores e agricultores. Alguns outros povos rumaram

    para o leste at sia, atrs das migraes anuais de manadas de animais

    silvestres.

    Alguns restos arqueolgicos h mais ou menos sete e cinco mil anos

    antes de Cristo, encontrados nas reas do Danbio, nos Blcs e no Egeu,

    mostram traos da cultura matrstica pr-patriarcal europia que vivia em

    conversaes totalmente diferentes das conversaes patriarcais que

    constituem nossa cultura de hoje. Eles eram agricultores e coletores. Mulheres e

    homens vestiam de forma muito similar, nas vestes que vemos nas pinturas

    murais minicas da ilha de Creta. Conviviam em harmonia com a natureza.

    Nessa cultura, a vida humana s pode ter sido vivida como parte de uma rede

    de processos cuja harmonia no dependia exclusivamente de nenhum processo

    particular. Assim o pensamento humano talvez tenha sido naturalmente

    sistmico, em harmonia com um mundo que era o que era em suas conexes

    com tudo mais. Esses povos ainda viviam uma vida de responsabilidade total,

    consciente das conseqncias das prprias aes e agindo aceitando-as. Isso

    conseqncia de se reconhecer parte intrnseca do mundo em que vive.

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    Essa cultura pr-patriarcal foi destruda pelos povos pastores patriarcais

    indo-europeus vindos do leste, h cerca de seis mil anos. O patriarcado foi

    trazido Europa por esses povos invasores, cujos ancestrais haviam se tornado

    patriarcais.

    Por ser a cultura uma rede fechada de conversaes conservadas como

    modo de viver num sistema de comunidades humanas necessrio olhar para

    as circunstncias que podem ter originado uma mudana na rede de

    conversaes que constitui a cultura em alterao. E para que haja essa

    mudana de cultura, deve mudar o emocionar fundamental que constitui o

    domnio de aes da rede de conversaes que forma a cultura em transio.

    Sem modificao no emocionar no h mudana cultural.

    Em outras palavras, acredito que para compreender

    como uma cultura especfica pode ter se modificado,

    na histria humana, devemos reconstruir o conjunto

    de circunstncias sob as quais a nova cultura pode

    ter comeado a conservar-se de maneira

    transgeracional, como o fundamento de uma nova

    rede de conversaes, numa comunidade humana

    especfica que originalmente no a vivia. Tal

    comunidade pode ter sido to pequena como uma

    famlia, e o novo emocionar no deve ter sido nada

    de especial como emocionar ocasional.

    (MATURANA, 2006. P. 50).

    Para se entender melhor a origem do patriarcalismo, temos que analisar

    as comunidades humanas que seguiam os seus animais em suas migraes.

    Elas ainda no eram pastores, pois no eram proprietrios desses rebanhos.

    Todos conviviam com essas comunidades em harmonia, at os lobos que

    tambm se alimentavam de carne dos seus rebanhos. . Eram todos comensais.

    Essa criao de animais domsticos no lar implica uma maneira de viver

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    diferente do pastoreio, pois a ateno e o cuidado nas cercanias do lar, e no

    a apropriao, o emocionar que o define.

    A cultura do pastoreio surge quando os membros de uma comunidade

    que vive seguindo as manadas de animais migratrios comea a restringir oacesso a ele de outros animais migratrios como os lobos.

    Com essa alterao no emocionar e modificao cultural, o homem

    apreende a operao inconsciente que constitui a apropriao, isto um limite

    operacional que negou aos lobos o acesso a seu alimento natural, agindo assim

    de modo sistemtico.

    A caa que antes era um ato sagrado, de alimentao, torna-se um ato de

    violncia, pois agora uma vida suprimida para conservar uma propriedade.

    Conseqentemente com a origem do pastoreio surgiu o inimigo. Em tal

    processo, esse hbito se transformou numa caracterstica conservada de modo

    transgeracional como forma de vida cotidiana dessa famlia.

    A segurana em relao disponibilidade dos meios de vida comeou a

    ser uma preocupao, amainada pelo crescimento da manada ou do rebanho

    sob o cuidado do pastor.

    com a valorizao da procriao, a famlia pastoril se

    transformou numa famlia patriarcal e o homem

    pastor converteu-se em patriarca. Mas essa

    transformao da maneira de viver na qual uma

    famlia nmade, comensal de alguma manada

    migratria de animais silvestres passou a ser pastora,

    teve uma conseqncia fundamental: a exploso

    demogrfica , animal e humana. (MATURANA, H 2006 p.61).

    Sustento que nossa forma de vida patriarcal

    europia surgiu do encontro das culturas pastoril e

    matrstica pr-patriarcal europia como resultado de

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    um processo de dominao patriarcal diretamente

    orientado para a completa destruio de todo o

    matrstico, mediante aes que s poderiam ter sido

    moderadas pela biologia do amor. Com efeito, se

    quisermos imaginar como isso pode ter ocorrido, tudo

    o que temos a fazer ler a histria da invaso da

    Palestina fundamentalmente matrstica pelos

    hebreus patriarcais, tal como est na Bblia.

    (MATURANA, H 2006 p.77).

    Ainda segundo esse autor, a democracia a tentativa de resgatarmos

    esses valores matrsticos abandonados pelo homem na sua sede de poder.

    Democracia uma produo de nosso emocionar e se baseia no auto-respeito,

    respeito mtuo e dignidade.

    Na educao escolar, Maturana prope a aplicao da biologia do

    amor, que consiste em que o professor aceite a legitimidade de seus alunos

    como seres vlidos no presente, corrigindo apenas o seu fazer e no o seu ser.

    Pois, o respeito pelo outro ou a conduta amorosa para com ele s ocorre se for

    visto e aceito. E, para que isso seja possvel, prope que o professor tenha

    capacitao suficientemente ampla para tratar a temtica que ensina, e atue

    com o prazer que essa liberdade criativa traz consigo. Ainda, a implementao

    no ensino da biologia do amor exige que se d maior ateno formao

    humana dos professores. Por essa razo necessrio maior comprometimento

    do Estado na conservao da dignidade dos professores, ofertando condies

    para que guardem o respeito por si mesmos e sua autonomia criativa.

    ...o que nos faz seres humanos nossa maneira

    particular de viver juntos como seres sociais na

    linguagem. E nessa maneira particular de

    coexistncia que nos faz humanos, o amor o

    fenmeno biolgico que nos permite escapar da

    alienao anti-social criada por ns atravs das

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    nossas racionalizaes. atravs da razo que

    justificamos a tirania, a destruio da natureza ou o

    abuso sobre outros seres humanos na defesa de

    nossas propriedades materiais ou ideolgicas.

    Justificamos a tirania afirmando que outros seres

    humanos deveriam obedecer nossos caprichos sobre

    a verdade ou a realidade, porque possumos um

    acesso privilegiado a elas. A aceitao do outro sem

    exigncias o inimigo da tirania e do abuso, porque

    abre um espao para a cooperao. O amor o

    inimigo da apropriao. (MATURANA, 2002, p.186).

    2.2 O trabalho do Orientador Educacional

    Construmos uma cultura, como seres humanos da histria da famlia dos

    primatas bpedes, quando o nosso linguajear como maneira de conviver em

    coordenaes de coordenaes comportamentais consensuais deixou de ser

    ocasional e conservou-se gerao aps gerao num grupo humano, e tornou-se parte central da maneira de viver que definiu nossa linhagem. Esse

    linguajear apareceu necessariamente entrelaado com o emocionar. Constitui-se

    ento de fato o viver na linguagem, a convivncia em coordenaes de

    coordenaes de aes e emoes que se chama conversar (Maturana, 1988).

    O humano surgiu quando comearam a viver no conversar como uma maneira

    cotidiana de vida que se conservou, gerao aps gerao, pela aprendizagem

    dos filhos. O que nos faz humanos nossa existncia no conversar.

    Na nossa sociedade patriarcal, herana da vida patriarcal europia, existe

    uma oposio entre uma infncia matrstica e a vida adulta patriarcal. Existe

    uma nostalgia inconsciente da dignidade inocente e direta de nossa infncia.

    Esse sentimento uma disposio operacional que toma a forma de um desejo

    recorrente e inconsciente de viver na coexistncia fcil que surge do respeito

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    mtuo, sem a luta nem o esforo contnuos pela dominao do outro que so

    prprios da cultura patriarcal. Ele um aspecto remanescente de nosso

    emocionar infantil matrstico.

    A relao materno-infantil um fenmeno biolgico humano que envolvea me no como mulher, mas como um adulto numa relao de cuidado.

    Portanto, tanto a mulher como o homem, esto em igualdade de condies,

    biologicamente dotados para exercerem essa funo. A maternidade uma

    relao de cuidado, no uma tarefa associada ao sexo.

    Ainda Segundo Maturana, a sexualidade humana um aspecto do viver

    relacional, corporal e espiritual, que surge a partir da biologia como um elemento

    fundamental na harmonia amorosa da convivncia no co-emocionar. A

    reproduo um fenmeno ocasional que pode ser evitado. Logo, a sexualidade

    humana tem como conseqncias laos de intimidade sensual, prazer na

    convivncia, ternura, cuidado com o outro. Tambm uma coexistncia amorosa

    e esttica, num modo de conviver no qual o cuidado com as crianas pode surgir

    como um prazer sensual e espiritual, quando se leva a vida como uma escolha e

    no como um dever.

    A relao materno-infantil dever ser baseada no brincar, numa intimidade

    corporal baseada na total confiana e aceitao mtuas, e no no controle e

    exigncia. Tudo isso se resume a o que Maturana denomina de vida matrstica

    da infncia.

    Ns seres humanos somos entes biolgicos que existem num espao

    biolgico cultural, e em termos sexuais, somos classes diferentes de animais.

    Contudo esta diferena no nos distingue culturalmente como homens e

    mulheres, j que como entidades biolgicas e culturais somos seres humanos

    iguais. Isto , somos igualmente capazes de tudo o que humano. As

    diferenas de gnero so somente formas culturais especficas de vida, redes

    especficas de conversaes. Na histria da nossa humanidade, a colaborao

    foi a conversao que fez com que ns nos conservssemos como somos.

    Compartilhvamos alimentos, ternura e sensualidade, e tudo isso ocorreu sem

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    reflexes, como aspectos naturais desse modo de vida. A colaborao no

    obedincia; ela ocorre naturalmente na realizao espontnea de

    comportamentos coerentes de dois ou mais seres vivos.

    As relaes materno-infantis devem ser uma atividade independente dognero. A mulher no precisa ter filhos para ser mulher, e um homem no

    necessita participar na procriao de uma criana para ser um homem. A

    maternidade seja ela feminina ou masculina um fenmeno cultural, que pode

    ou no ser vivido em coerncia com seus fundamentos biolgicos. Logo, como

    um fenmeno cultural, est aberta escolha. Podemos ou no viv-la segundo

    nossa opo, e ser culturalmente responsveis a seu respeito.

    Ns seres humanos, existimos num domnio relacional que constitui

    nosso espao psquico como o mbito operacional no qual todo o nosso viver

    biolgico, toda a nossa fisiologia, fazem sentido como forma de viver humano.

    (MATURANA, 2006).

    O patriarcado um modo de viver um espao psquico. Se quisermos

    recuperar a igualdade colaborativa da relao homem-mulher da vida matrstica,

    temos de gerar um espao psquico neomatrstico. Nele as pessoas de ambos

    os sexos surgem na qualidade de colaboradores iguais no viver, sem esforo,

    como resultado do seu crescimento como crianas em tal espao, no qual as

    diferenas de sexo so apenas o que so. Para isso devemos viver maneira

    de homens e mulheres que vivem como colaboradores iguais, por meio de uma

    co-participao da criao de uma convivncia mutuamente acolhedora e

    libertadora, que se prolonga desde a infncia at a vida adulta.

    O trabalho do Orientador Educacional deve ser baseado nesses fundamentos

    bsicos do relacionamento entre os seres humanos, sendo o mais importante, o

    amor.

    Como um mediador entre a escola e a comunidade, o Orientador tem que

    estar atento s formas peculiares que cada famlia apresenta, tentando intervir

    de forma que seu relacionamento seja baseado em respeito mtuo. O Maturana

    junto com a Doutora Gerda Verden Zller enfatizam a necessidade do brincar

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    entre os pais e as crianas. O orientador pode utilizar o espao escolar e

    articular meios de maior interao entre pais e alunos.

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    CAPTULO III

    As diversas linguagens do Orientador Educacional

    3.1 Educao para Valores

    Os valores so o conjunto de qualidades que nos distinguem como seres

    humanos, independentemente de raa, credo, ou condio social. So inerentes

    ao ser humano e dignificam e ampliam a capacidade de percepo do ser

    consciente, que tem no pensamento e nos sentimentos sua manifestao

    palpvel e afervel. So valores que o homem considera importantes: a verdade,

    a retido, a paz, o amor e a no violncia, que une as pessoas e a libertam do

    egosmo e individualismo, dissolvendo preconceitos e diferenas.

    Se ensina na escola o necessrio para que as crianas e adolescentes

    cheguem ao mercado de trabalho capazes de realizar alguma funo, mas no

    se ensinam valores como amor ao prximo, solidariedade, respeito

    diversidade, cooperao, lealdade e tica. A educao fragmentada que no v

    o aluno como um ser integral, com mltiplas habilidades tanto intelectuais

    quando emocionais, propicia um ser desestruturado, sem limites, sem

    responsabilidade e sem projeto de vida.

    Os meios de comunicao de massa s pioram a situao com excesso

    de informaes, onde a crianas tm acesso a tudo quanto tipo de informao

    sem nenhum apoio pedaggico. O educador (seja ele o professor, orientador ou

    um membro da famlia) precisa ajud-los a organizar essas informaes e

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    fornece-lhes ferramentas cognitivas para torn-las proveitosas e no

    prejudiciais.

    Muitos pais jogam para a escola a responsabilidade de educar seus filhos.

    Segundo Savater, uma das causas para essa renncia da famlia das suasfunes educacionais o fanatismo pelo juvenil. Parecer velho e ser um velho

    que assume o tempo que passou, algo quase obsceno, que condena solido

    e ao abandono.

    Nessa perspectiva, considerando que a aceitao e o amor so

    indispensveis para o desenvolvimento do ser humano responsvel e livre,

    espera-se dos educadores que, ao imprimirem convivncia familiar um

    ambiente amoroso e no competitivo, corrijam o fazer e no o ser das crianas,

    estimulando suas capacidades reflexivas e de ao, tornando-as capazes de ver

    e corrigir seus erros; de cooperar e possuir um comportamento tico; e capaz

    de no serem arrastados para as drogas e o crime, porque no dependero da

    opinio dos outros no buscando a sua identidade em coisas fora de si

    (MATURANA, 2000, p. 12).

    Quanto construo da personalidade moral Piaget no acredita que os

    comportamentos morais sejam redutveis a simples hbitos. Suas pesquisas o

    convenceram de que os valores e as regras passam pela conscincia e de que

    justamente a qualidade da assimilao racional destes que determina morais

    diferentes: a moral heternoma se as regras so meramente legitimadas em

    funo do prestgio de quem as impe e entendidas ao p da letra, e a moral

    autnoma quando essas regras so claramente compreendidas no seu esprito e

    legitimadas em razo dos contratos feitos entre pessoas que se concebem como

    livres e iguais.

    Do ponto de vista educacional, Piaget ainda nos aconselha a promover

    relaes de cooperao entre as crianas, relaes que promovem a

    descentrao ( capacidade de se colocar no ponto de vista de outras pessoas

    para melhor compreend-las e, reciprocamente, melhor compreender o prprio

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    ponto de vista maior apropriao racional) por serem baseadas no dilogo e

    no acordo.

    Ao tratarmos de educao moral, devemos falar do termo da autonomia

    da conscincia moral, j que a conscincia autnoma compreendida comocondio constitutiva da personalidade moral humana e imprescindvel ao

    considerar os fatos e as decises humanas como morais.

    Ao nos referirmos conscincia moral autnoma, supomos a existncia

    de uma construo psicossocial denominada conscincia, que saber que se

    sabe. Adquire-se a capacidade de atribuir valor, pensar e decidir por si mesmo

    sobre os prprios valores, pensamentos e decises. A conscincia se faz juiz do

    sujeito que a possui (PUIG, 1998, p.79).

    Com a conscincia aparece um regulador que

    orienta e controla boa parte daquilo que a tornou

    possvel. De tudo isso podemos concluir que a

    conscincia um regulador de nvel superior

    necessrio para seres complexos em meios

    complexos. Todo sistema uma unidade constituda

    de um conjunto de elementos e suas interaes, no

    pode ser entendida pela simples soma de seus

    componentes. Portanto interpretamos a conscincia

    como uma nova faculdade ou qualidade, que no

    redutvel, aos elementos cerebrais e sociais, ainda

    que surja deles. (PUIG, J 1998, p. 89).

    3.2 - A educao e a Orientao Educacional

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    A funo primordial da educao deveria ser formar para a vida. Estudos

    apontam que esta tentativa tem sido frustrante. Apesar da escola oferecer

    currculo prximo realidade do aluno, ainda tem o desafio de conciliar

    interesses diferentes dos alunos e tornar-se atrativa, exigindo muita criatividade

    do professor.

    O bilogo Maturana,ao lanar sua proposta reflexiva e de ao em torno

    da tarefa educativa, assegura que a tarefa da educao formar seres

    humanos para o presente, para qualquer presente, seres nos quais qualquer ser

    humano possa confiar e respeitar, seres capazes de pensar o todo e de fazer

    tudo o que preciso como um ato responsvel a partir de sua conscincia

    social (MATURANA, 2000, p. 10).

    A tarefa da educao escolar, como um espao de convivncia, consiste

    em permitir e facilitar o crescimento das crianas como seres humanos que

    respeitam a si e os outros com conscincia social e ecolgica, de modo que

    possam atuar com responsabilidade e liberdade na comunidade a que

    pertencem. E a responsabilidade e a liberdade, segundo Maturana, s so

    possveis a partir do respeito por si, que permite escolher voluntariamente e no

    movido por presses externas (MATURANA, 2000, p. 13).

    O educar se constitui no processo em que a criana ou o adulto convive

    com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de

    maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o

    do outro no espao de convivncia (Maturana, 2005, p. 29).

    O educador Paulo Freire (1996, p. 22), ao afirmar que ensinar no

    transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produo ou a

    sua construo, induz-nos a concluso de que se nos colocamos na posio de

    objeto, somos meros pacientes que recebem os conhecimentos e contedos

    acumulados pelo sujeito que sabe e que so a ns transferidos. O autor ainda

    demonstra sua perseverana nos seres humanos e na educao autntica como

    o caminho necessrio para a justia e a paz.

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    Paulo Freire (1996, p.77) elenca capacidades mnimas necessrias

    prtica educativa de qualidade. Dentre elas, refere que o educador democrtico

    deve reforar a capacidade crtica do educando, sua curiosidade e insubmisso;

    deve investir em sua formao permanente, assumindo-se como pesquisador;

    deve respeitar os saberes dos educandos; agir com tica e corporificar as

    palavras pelo exemplo; rejeitar qualquer forma de discriminao; arriscar; aceitar

    o novo; e, sobretudo, estar convicto de que a mudana possvel.

    3.3 - A Educao como um ato poltico

    O modelo de educao proposto pelo nosso professor Paulo Freire, se

    diferencia muito do modelo tradicional, pois abomina dentre outras coisas a

    dependncia dominadora, que inclui entre outras coisas, a relao de

    dominao do educador sobre o educando. Na prtica da ao libertadora existe

    uma relao horizontal entre educador e educando, exigindo nessa troca a

    transformao da realidade conhecida. Neste sentido, quanto mais se articula o

    conhecimento frente ao mundo, mais os educandos se sentiro desafiados a

    buscar respostas, e conseqentemente quanto mais incitados, mais sero

    levados a um estado de conscincia crtica e transformadora frente realidade.

    Esta relao dialtica cada vez mais incorporada na medida em que,

    educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo.

    E ainda o jogo dessas relaes do homem com o

    mundo e do homem com os homens, desafiando e

    respondendo ao desafio, alterando, criando, que no

    permite a imobilidade, a no ser em termos de

    relativa preponderncia, nem das sociedades nem

    das culturas. E, na medida em que cria, recria e

    decide, vo se conformando as pocas histricas.

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    de se impor como cultura legtima, seriam aqueles sustentados pelas classes

    dominantes. Portanto, para o autor, a cultura escolar, socialmente legitimada,

    seria a cultura imposta como legtima pelas classes dominantes. (Revista

    Educao Bourdieu pensa a educao 2008).

    Por isso devemos estar atentos principalmente formao dos nossos

    educadores, pois eles sero os responsveis por uma transformao nessa

    maneira de se praticar a verdadeira educao. Uma educao justa e solidria,

    voltada para todos.

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    CONCLUSO

    Ns seres humanos, temos em comum uma tradio biolgica quecomeou com a origem da vida e se prolonga at hoje, nas variadas histrias

    dos seres humanos. Devido a essa herana biolgica comum temos tambm o

    fundamento de um mundo comum. De nossas heranas lingsticas diferentes,

    surgiram os diferentes mundos culturais, que como homens podemos viver, e

    dentro dos limites biolgicos, podem ser to diversos quanto se queira.

    A unicidade do ser humano est num acoplamento estrutural social em

    que a linguagem tem duplo papel. Por um lado, gerar as regularidades prprias

    do acoplamento estrutural social humano, ou seja, o fenmeno das identidades

    pessoais. E de outro lado, constituir a dinmica recursiva do acoplamento

    estrutural social, que produz a reflexividade que conduz ao ato de ver sob uma

    perspectiva mais ampla. Trata-se de ver que como seres humanos s temos o

    mundo que criamos com os outros.

    A esse ato de ampliar nosso domnio cognitivo reflexivo, que sempre

    implica em uma experincia nova, nos leva a ver o outro como igual, um ato que

    chamamos de amor, ou seja, a aceitao do outro junto a ns. Sem essa

    premissa, no h socializao e nem humanidade. Temos de nos libertar de

    uma cegueira fundamental, de no percebermos que s temos o mundo que

    criamos com os outros, e que s o amor nos permite criar um mundo em comum

    com eles.

    Por isso importante que como educadores tenhamos em mente essas

    premissas e tentemos coloc-las em prtica na nossa atividade diria. o

    compromisso que temos que ter com nossos alunos de no agirmos com

    preconceitos, nem julgamentos precipitados, tentando entender todo o contexto

    de vida deles e sua palavramundo, como nos diz Paulo Freire.

    Muito se fala em evaso escolar hoje em dia. O trabalho do Orientador

    Educacional pode ser de suma importncia. Temos que transformar a escola

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    que continua resistindo em ser tradicional. Hoje as crianas esto muito mais

    expostas a objetos que atraem a sua ateno. So vdeos-game da mais alta

    tecnologia em terceira dimenso, so celulares com vdeo, onde se pode falar e

    ver imagens ao mesmo tempo, so i-pods, e-phones, etc. Ser que tudo isso

    no mais atrativo do que sentar-se num banco da escola? Temos que

    repensar a escola e transform-la num grande vdeo-game de construo de

    conhecimento, utilizando as ricas ferramentas da tecnologia as TICs,

    (tecnologias da informao e comunicao), a Web 2.0, e muitas mais, para

    atrairmos a ateno dessa juventude e inclu-las nesse universo que chegou

    para ficar.

    Outro aspecto importante que no se deve deixar de refletir e agir como

    Orientador Educacional, em relao vocao das crianas. Muito pouco se

    tem feito para encaminharem as crianas no sentido de fazerem aquilo que

    realmente as tornam felizes. Somente quando tivermos todos fazendo aquilo que

    realmente gostam e estudaram para fazer, teremos profissionais responsveis e

    capacitados para exercerem suas profisses voltadas para a satisfao dos

    desejos e necessidades de nossas comunidades. J vem de milnios o

    desprezo pelo trabalho manual em comparao com o trabalho mental. Valoriza-

    se mais quem pensa e no quem faz. Essa mudana de paradigma se faznecessria para um mundo mais equilibrado e harmonioso. Todos tm o seu

    valor, tanto o que pensa e planeja como o que executa. Precisamos dos dois

    para que o projeto seja realizado. No h melhor nem pior, ambos so

    necessrios e ambos devem ser valorizados igualmente, e conseqentemente

    bem pagos.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CAPRA, F. O tao da fsica. So Paulo. Cultrix, 1983.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica

    educativa. So Paulo: Paz e Terra, 1996. Coleo Leitura.

    FREIRE, Paulo. (1979). Educao como prtica da liberdade. 17.Ed. Rio deJaneiro, Paz e Terra.

    GOSWAMI, Amit. A Fsica da Alma. Traduo: Marcello Borges So Paulo: Ed.Aleph, 2006.

    MATURANA, Humberto.Ontologia da Realidade. Belo Horizonte. Editora UFMG,2002.

    MATURANA, Humberto.A rvore do conhecimento. 6 ed. So Paulo. PalasAthena, 2007.

    MATURANA, Humberto. Emoes e linguagem na educao e na poltica. 4reimpresso. Editora UFMG, 2005.

    MATURANA, H. e VERDEN-ZLLER, G.Amar e Brincar. 1 reimpresso. SoPaulo. Palas Athenas, 2006.

    MATURANA, Humberto. Cognio, cincia e vida cotidiana. Belo Horizonte.Editora UFMG, 2006.

    MATURANA, Humberto; REZEPKA, Sima Nisis. Formao Humana e

    Capacitao. Traduo: Jaime A. Clasen. Petrpolis: Vozes, 2000.

    PUIG, Josep M. A construo da personalidade moral. Traduo: Luizete

    Guimares Barros e Rafael Camorlinja Alcarraz. So Paulo: Ed. tica, 1998.

    SAVATER, Fernando. O valor de educar. Traduo: MnicaStahel. So Paulo:

    Martins Fontes, 1998.

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    SAVIANI, Dermeval. A resistncia ativa contra a nova lei de diretrizes e bases

    da educao nacional. Revista Princpios, So Paulo: Editora Anita Garibaldi,

    1997, p. 66-72.

    ANEXOS

    ndice de anexos

    Anexo 1 Entrevista com Daniel Ariely publicada na revista poca de 21 deabril de 2008.

    Anexo 2 Foto de M.C. Escher retirada do livro rvore do conhecimento doHumberto Maturana e Francisco Varela Ed. Palas Athenas 2007 p. 29.

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    ANEXO 1 CONTINUAO

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    INTRODUO 09

    CAPTULO I-A biologia do conhecimento e a educao atual 10

    1.1-Mudana de paradigma 10

    1.2- A biologia do conhecimento 11

    1.3-A linguagem e o conhecimento 12

    1.4-Educao Atual 18

    CAPTULO II-A biologia do amor e o trabalho do Orientador 20

    Educacional

    2.1-A biologia do amor 202.2-O trabalho do orientador educacional 25

    CAPTULO III-As diversas linguagens do Orientador 29

    Educacional

    3.1-Educao para valores 29

    3.2-A educao e a orientao educacional 31

    3.3-A educao como um ato poltico 33

    CONCLUSO 36

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 38

    ANEXOS 39

    ANEXO 1 40

    ANEXO 1 Continuao 41

    ANEXO 2 42NDICE 43

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