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1 Alunos do on-line durante a transmissão da aula ao vivo, envie suas dúvidas para [email protected]. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO. Aula Ministrada pelo Prof. Rogério Martir (Aula 24 - 09/05/2019 - Aula 25 – 14/05/2018 - Aula 26 – 16/11/2018) LESÕES ACIDENTÁRIAS A Previdência Social é um seguro que garante uma aposentadoria ao contribuinte quando ele para de trabalhar. O INSS administra o recebimento dessas mensalidades e paga os benefícios aos aposentados que contribuíram e que se aposentaram. Todas as pessoas que exercem atividade remunerada precisam contribuir para a Previdência Social, não só para ter direito a se aposentar, mas também para ter acesso a uma série de outros benefícios que visam a garantir o bem-estar dos trabalhadores e de suas famílias nas horas mais difíceis em termos financeiros. A contribuição para o INSS não deve visar ao retorno financeiro, mas a segurança em caso de adversidade, contribuir para o INSS é uma questão de se resguardar em relação ao futuro. Direito do trabalho e previdenciário são absolutamente diferentes e com princípios próprios. A responsabilidade será sempre objetiva. Responsabilidade objetiva é a responsabilidade advinda da prática de um ilícito ou de uma violação ao direito de outrem que, para ser provada e questionada em juízo, independe da aferição de culpa, ou de gradação de envolvimento, do agente causador do dano. Acidente do trabalho não é comum e sim um evento extraordinário porquanto ninguém deveria se acidentar ou ficar doente em um ambiente de trabalho. (Responsabilidade objetiva, culpa da empresa, empresa que tem que provar).

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Alunos do on-line durante a transmissão da aula ao vivo, envie suas dúvidas para [email protected].

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E

PROCESSO DO TRABALHO.

Aula Ministrada pelo Prof. Rogério Martir

(Aula 24 - 09/05/2019 - Aula 25 – 14/05/2018 - Aula 26 – 16/11/2018)

LESÕES ACIDENTÁRIAS

A Previdência Social é um seguro que garante uma aposentadoria ao contribuinte

quando ele para de trabalhar. O INSS administra o recebimento dessas mensalidades e paga

os benefícios aos aposentados que contribuíram e que se aposentaram.

Todas as pessoas que exercem atividade remunerada precisam contribuir para a

Previdência Social, não só para ter direito a se aposentar, mas também para ter acesso a uma

série de outros benefícios que visam a garantir o bem-estar dos trabalhadores e de suas

famílias nas horas mais difíceis em termos financeiros.

A contribuição para o INSS não deve visar ao retorno financeiro, mas a segurança

em caso de adversidade, contribuir para o INSS é uma questão de se resguardar em relação

ao futuro.

Direito do trabalho e previdenciário são absolutamente diferentes e com princípios

próprios. A responsabilidade será sempre objetiva.

Responsabilidade objetiva é a responsabilidade advinda da prática de um ilícito

ou de uma violação ao direito de outrem que, para ser provada e questionada em juízo,

independe da aferição de culpa, ou de gradação de envolvimento, do agente causador do

dano.

Acidente do trabalho não é comum e sim um evento extraordinário porquanto

ninguém deveria se acidentar ou ficar doente em um ambiente de trabalho. (Responsabilidade

objetiva, culpa da empresa, empresa que tem que provar).

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Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com

o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou

perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da

capacidade para o trabalho, será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS,

mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.

Os quinze primeiros dias e da empresa as obrigações mais se entra no decimo

sexto dia já fica afastada pelo INSS quando começa sua estabilidade, não podendo ser

mandado embora, agora se ficar afastada dez dias pode sim ser mandado embora

tranquilamente.

Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar

nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da

incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID). Considera-se agravo

para fins de caracterização técnica pela perícia médica do INSS a lesão, doença, transtorno de

saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza

clínica ou subclínica, inclusive morte.

Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o

nexo entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o

beneficiário tenha direito, caso contrário, não serão devidas as prestações.

A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais

de proteção e segurança da saúde do trabalhador, sendo também seu dever prestar

informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a

manipular.

Acidente do trabalho não é comum e sim um evento extraordinário pois ninguém

deveria se acidentar ou ficar doente em um ambiente de trabalho. (Responsabilidade objetiva,

culpa da empresa, empresa que tem que provar)

Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as

normas de segurança e higiene do trabalho.

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Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho

indicadas para a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação regressiva

contra os responsáveis.

O pagamento pela Previdência Social das prestações decorrentes do acidente do

trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros.

A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o

primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade

competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-

de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela

Previdência Social.

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio

acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou

qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um dia útil.

Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de cumprimento da legislação.

Caberá ao setor de benefícios do INSS comunicar a ocorrência ao setor de fiscalização, para

a aplicação e cobrança da multa devida.

Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a

cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas para o descumprimento desta

obrigatoriedade.

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do

trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou

o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para

este efeito o que ocorrer primeiro.

O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de

12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-

doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.

MODALIDADES DE ACIDENTE DE TRABALHO:

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ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO

De acordo com a legislação previdenciária, o acidente de trabalho é o que ocorre

pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados,

provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou a perda ou redução,

permanente ou temporário, da capacidade para o trabalho, acontece durante o horário de

expediente

Como exemplo, imagine que o funcionário presta serviços como motorista de

ônibus, certo dia, um caminhoneiro que vinha no sentido contrário perde o controle de seu

veículo, o caminhão atinge o ônibus causando ferimentos no funcionário.

Outro exemplo, quando o trabalhador cai de uma escada ou se machuca ao

manusear um equipamento pesado.

Estes são exemplos de acidente de trabalho típico, posto que o funcionário se

acidentou pelo exercício do trabalho.

Prescrição começa a correr no dia seguinte. Se eu continuar trabalhando por 5

anos sem nada a requerer prescreve o direito a indenização. Prescrição total. Data do acidente

sempre.

DOENÇAS OCUPACIONAIS

Como dito, existem outros tipos de acidente de trabalho. Além do acidente típico

as doenças ocupacionais são equiparadas ao acidente de trabalho. Tais doenças podem ser

profissionais ou do trabalho.

A doença profissional é aquela causada pelo exercício do trabalho específico a

determinada atividade, além de fazer parte de relação elaborada pelo Ministério do Trabalho

e Previdência Social. Destacamos que para a caracterização deste tipo de doença como

acidente, o mal que acometeu o segurado deve estar impreterivelmente na lista elaborada

pelo Ministério competente.

Já a doença do trabalho é aquela adquirida em função das condições especiais

em que o trabalho é realizado. A doença ou lesão deve ser relacionada diretamente com o

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trabalho. A LER e a DORT são dois exemplos muito comuns.

Exemplo de LER (lesão de esforço repetitivo) é a que os digitadores têm em seus

dedos por conta dos serviços.

Doença profissional, é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do

trabalho peculiar à determinada profissão, ou função, ou seja, está diretamente ligada a

profissão do trabalhador.

Ex: O soldador que desenvolveu catarata. O mergulhador, já sabe que vai ter

problemas (não pode pedir indenização ao empregador, pois já sabia que poderia aderir a

doença).

Já a doença do trabalho está mais ligada ao meio ambiente de trabalho, é aquela

que tem ligação com o ambiente onde o trabalho é exercido. Não tem que acontecer, o

empregador não fornece meios ao empregado para evitar a doença.

Ex: Um trabalhador que está exposto ao ruído excessivo, em um galpão de solda,

e desenvolve surdez. Esse é um caso típico de doença do trabalho (Deve pedir indenização

ao empregador).

A Fundamentação tanto da Doença do Trabalho quanto da Doença Ocupacional

está na Lei 8213 de 24/07/91, artigo 20, itens 1 e 2. Esse mesmo item da lei garante que tanto

a Doença do Trabalho como a Doença Ocupacional são considerados acidente de

trabalho.

ACIDENTE DE TRAJETO

Este é o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de

trabalho no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela. Destaca- se

que qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado

caracteriza o acidente.

Não podendo desviar o trajeto de casa trabalho, trabalho e casa, se alterar

desqualifica o trajeto, se mudar o trajeto o empregado assume o risco.

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Imagine que o empregado estava indo trabalhar de moto. Durante o trajeto de sua

casa ao trabalho sofreu um acidente se machucando, neste caso houve acidente de trabalho.

O acidente de trabalho pode acontecer em qualquer circunstância, mesmo com as

devidas precauções tomadas e a segurança oferecida pelo empregador, o trabalhador não

está livre de tal ocorrência. Mas quando um acidente acontece, a responsabilidade de avisar

à Previdência Social é do empregador doméstico através do CAT (Comunicação de Acidente

de Trabalho). Isso é fundamental para que o trabalhador fique amparado financeiramente pelo

auxílio-doença durante o período em que precisar ficar afastado do emprego para sua

recuperação.

Caso o empregado doméstico sofra um acidente de trabalho o empregador terá

que comunicar o ocorrido no prazo máximo de 48 horas ao CAT (Cadastramento de

Comunicação de Acidente de Trabalho).

A diferença do empregador doméstico para as empresas no caso de acidentes

de trabalho é a seguinte: em uma empresa se a lesão provocada for pequena, que exija até

15 dias de recuperação, a empresa deverá arcar com o salário e todos os custos trabalhistas

normalmente neste período. Já no emprego doméstico isto é diferente, desde o primeiro dia

de afastamento o empregado já começará a contar o tempo pelo INSS. A remuneração que

será recebida pelo empregado será calculada de forma proporcional à contribuição

previdenciária recolhida.

Durante o período de afastamento do trabalhador pelo INSS, o empregador deverá

continuar arcando com todos os custos, tais como INSS, FGTS, adiantamento da multa por

demissão sem justa causa e seguro acidente de trabalho. Quando o empregado retornar ao

trabalho contará com um período de estabilidade no emprego de um ano.

O empregador doméstico deverá comparecer a uma Agência da Previdência

Social com o formulário impresso, quando configurado acidente de trabalho para a categoria.

Como consta no Artigo 22 da Lei 8.213/91, o empregador doméstico deverá

comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da

ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa

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variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente

aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

Vale ressaltar que durante o período de afastamento do trabalhador por acidente

de trabalho, o empregador deverá continuar depositando o FGTS e o adiantamento da multa

por demissão sem justa causa.

Para que o trabalhador acometido pela moléstia tenha direito à indenização,

deverá existir a presença dos seguintes fatores: o dano, o nexo causal, a culpa do empregador

e o exercício da atividade considerada de risco.

O conceito de nexo causal, é o vínculo, a ligação ou relação de causa e efeito

entre a conduta e o resultado. A relação causal, portanto, estabelece o vínculo entre um

determinado comportamento e um evento, permitindo concluir, com base nas leis naturais, se

a ação ou omissão do agente foi ou não a causa do dano.

Determina se o resultado surge como consequência natural da voluntária conduta

do agente. Em suma, o nexo causal é um elemento referencial entre a conduta e o resultado.

É através dele que poderemos concluir quem ou o que causou o dano. Pode-se ainda afirmar

que o nexo de causalidade é elemento indispensável em qualquer espécie de

responsabilidade civil.

É liame que une a conduta do agente ao dano. Constitui elemento essencial para

a responsabilidade civil, trabalhista ou previdenciária. Seja qual for o sistema adotado no caso

concreto, subjetivo (da culpa) ou objetivo (do risco), salvo em circunstâncias especialíssimas,

não haverá responsabilidade sem nexo causal.

Também é dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos

da operação a executar e do produto a manipular. Ressalte-se que o empregador é

responsável pela ocorrência das chamadas condições inseguras no ambiente de trabalho,

devendo ser diligente para evitá-las ou corrigi-las, seja advertindo, orientando, fiscalizando,

ou alterando as condições de trabalho do empregado submetido a tais condições.

Contudo, outro fator tem aparecido no cenário médico como indicativo de que o

trabalho contribuiu para o adoecimento, agravamento, eclosão, antecipação da doença

degenerativa ou inerente do grupo etário, o nexo concausal.

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A existência do nexo concausal, pressupõe a avalição dos conjuntos de fatores

preexistentes ou supervinientes, suscetíveis de modificar o curso natural do resultado que o

agente desconhecia ou não podia evitar.

As doenças ocupacionais podem decorrer de mais de uma causa – concausas –

ligadas ou não trabalho. Nesse caso estarão presentes fatores causais extralaborais.

Concausa é outra causa que se juntada à principal, concorre para o resultado. A concausa

não inicia e nem interrompe o nexo, apenas o reforça.

Para a caracterização do nexo concausa deve ser considerado: o grupo etário,

vida profissional anterior ao contrato de trabalho, as doenças degenerativas, doenças

preexistentes, doenças genéticas, hábitos de vida, dependência química, atividades

extralaborais e prática de exercícios físicos pelo trabalhador. Esses pontos devem ser

avaliados conjuntamente com a história clínica e ocupacional do empregado na vigência do

contrato.

Imprescindível, ainda, que seja efetuado o estudo do local de trabalho, os dados

epidemiológicos da época do surgimento da moléstia, identificação de riscos físicos, químicos,

biológicos, mecânicos e outros, e, também, através do relato de outros empregados

paradigmas.

Quando revelado o nexo concausal, o trabalho contribuiu tão-somente como fator

agravante ou que determinou a precocidade de uma doença latente. Necessário ainda

que se proceda à minuciosa investigação para apurar se o empregado concorreu

culposamente para o evento danoso.

O nexo concausal é uma questão ainda não aclarada na responsabilidade civil,

pela absoluta falta de previsão legal do seu alcance e consequências jurídicas, diferentemente

do nexo causal, onde há o vínculo direto de causa e efeito que liga a execução dos serviços

e a doença do trabalhador.

Doença profissional para que um problema de saúde seja considerado uma

doença do trabalho, o trabalho deve ter o vínculo nexo causal, ou seja, causa e efeito

específico na situação. Tem que ter perícia. O juiz nomeia o perito de sua confiança e as

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partes podem eleger um assistente técnico cada parte pode contratar o seu. O laudo que dirá

a realidade dos fatos. Podendo ter oitiva de testemunhas.

E responsabilidade do empregador não deixar o empregado ficar doente, não

esqueça da responsabilidade objetiva.

LER/DORT (Lesão por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao

Trabalho). Provocada por movimentos repetitivos ou por posturas inadequadas, chamadas de

posturas anti-ergonômicas. Deve-se ter cuidado no diagnóstico, pois muitas pessoas

confundem a LER com uma simples torção ou mal posicionamento em algum movimento.

Antracose, lesão pulmonar ocasionada por diferentes agentes que são adquiridos nas áreas

de carvoarias. A doença pode ser o ponto de partida para outros problemas ainda mais graves

e afeta, principalmente, os trabalhadores que têm contato direto com a fumaça do carvão.

Bissinose, doença causada pela poeira das fibras de algodão, que afeta principalmente as

pessoas que trabalham na indústria algodoeira.

Surdez temporária ou definitiva, quando o trabalhador está exposto em uma área ruídos

constantes, ele começa a perder a sensibilidade auditiva e isso pode se tornar irreversível. A

perda auditiva se torna definitiva de forma lenta, silenciosa e prolongada. É mais comum entre

operários de obras de construção que utilizam equipamentos que emitem ruídos e operadores

de telemarketing.

Dermatose ocupacional, pessoas que trabalham com graxa ou óleo mecânico podem

desenvolver reações alérgicas crônicas, de forma que a pele cria placas.

Câncer de pele, pessoas que trabalham, por exemplo, em lavouras, têm grandes chances de

desenvolver o câncer de pele devido à excessiva exposição ao sol. A doença é bastante

comum no Brasil, mas só pode ser considerada ocupacional se estiver relacionada à atividade

profissional desenvolvida. Uma pessoa que trabalha em um escritório, sem se expor ao sol,

por exemplo, pode ter o câncer de pele por outros e não terá assistência do INSS.

Siderose, pessoas que trabalham nas minas de ferro acabam inalando partículas

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microscópicas de ferro. Estas partículas acabam se alojando nos bronquíolos, provocando

falta de ar constante.

Catarata, quem trabalha em lugares de altas temperaturas pode desenvolver a perda do

cristalino, ocasionando a cegueira. Assim como o câncer de pele, a doença atinge uma parcela

significativa da população brasileira, principalmente os idosos, e precisa ter relação direta com

o trabalho para ser considerada ocupacional.

Doenças psicossociais, problemas como depressão, ou de outra ordem emocional, muitas

vezes estão associados a carga horária excessiva, a pressão no trabalho, ou algum

desentendimento na área de trabalho. Elas podem acabar desenvolvendo no trabalhador um

desânimo prolongado no convívio de trabalho, ocasionando uma tristeza profunda.

Não são consideradas como doença do trabalho:

A doença degenerativa;

A inerente a grupo etário;

A que não produza incapacidade laborativa;

Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se

desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto

determinado pela natureza do trabalho. Tanto a doença ocupacional como a doença do

trabalho são consideradas acidente do trabalho.

Além disso, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos

I e II do art. 20 da lei nº 8.213 de 24 de Julho de 1991, resultou das condições especiais em

que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve

considerá-la como acidente do trabalho.

Conforme, o art. 19 da da lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, acidente do trabalho é

o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico

ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 da lei 8.213/1991,

provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

A utilização dos Equipamentos de Proteção Individuais e medidas de segurança

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ajudam a combater as doenças do trabalho.

A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), é um documento emitido para

reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida pela

empresa no prazo de 1 dia util, ou, se ocorreu óbito, imediatamente. Documento essencial.

A legislação prevê por meio do artigo 118 da Lei nº 8.213/91 a estabilidade ao

empregado segurado que sofreu acidente do trabalho, pelo prazo de 12 meses após a

cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-

acidente.

Tipos de C.A.T

C.A.T. inicial: acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do

trabalho;

C.A.T. de reabertura: reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão

de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado

anteriormente ao INSS;

C.A.T. de comunicação de óbito: falecimento decorrente de acidente ou doença

profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da C.A.T. inicial.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente de trabalho ou doença

profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de

omissão.

Normalmente, as pessoas sabem que o sindicato pode emitir o CAT quando a

empresa não o faz. O que poucos sabem é que o próprio trabalhador ou seus dependentes

podem fazer isso, além desses, também podem formalizar a emissão da CAT: o médico que

assistiu o trabalhador acidentado ou qualquer autoridade pública.

OS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS DECORRENTES DO ACIDENTE DE TRABALHO

O Acidente do Trabalho poderá dar origem a certos benefícios, que serão pagos pelo

INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) aos segurados, quais sejam:

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Auxilio doença (indicado ao segurado que está temporariamente incapaz para o

trabalho), é um benefício concedido pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) aos

segurados, que por mais de quinze dias consecutivos ficar incapacitado para exercer o

trabalho por motivo de doença ou acidente. Importante destacar, que o segurado não terá

direito ao auxílio-doença por enfermidades ou lesões pré-existentes ao momento de sua

inscrição na Previdência Social, entretanto, se houver agravamento dessa doença ou lesão

proveniente da atividade desenvolvida, o beneficiário fará jus a mencionado benefício.

Auxilio acidente (indicado para o segurado que, após a consolidação das lesões

decorrentes de acidente de qualquer natureza, inclusive acidente do trabalho, ficou com

sequelas que acarretem redução da capacidade do trabalho que exercia), é o benefício a que

tem direito o segurado que for vítima de acidente do trabalho cuja lesão tornar o mesmo

incapacitado para o trabalho.

Para ter direito ao auxílio-acidente não é requisito tempo mínimo de contribuição,

todavia deve o trabalhador ser segurado e fazer prova da impossibilidade de manter sua

atividade, isto através de exames e perícias médicas emitidas pela Previdência Social.

O auxílio-acidente, em razão de ter caráter indenizatório, pode cumular-se a outros

benefícios devidos pela Previdência Social, exceto a aposentadoria. Mencionado benefício

não é mais pago quando o trabalhador se aposenta, desse modo, o auxilio acidente será

devido a partir do dia seguinte ao da cessão do auxilia-doença, independentemente de

qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, conforme estabelece o § 2º

do art. 86, da Lei 8.213/91.

Aposentadoria por invalidez (indicado para o segurado acometido de incapacidade

total e irreversível para desempenhar o trabalho, e sem condições de ser reabilitado para

exercer atividade remunerada), é um benefício que o segurado faz jus mediante prova total e

definitiva da incapacidade para exercer atividade laboral e ausente condições para sua

reabilitação ao exercício de trabalho que lhe provenha sustento, não se olvidando, contudo, a

carência quando for o caso.

Necessário destacar ainda que o benefício da aposentadoria por invalidez é

proveniente da mutação do auxílio-doença. Todavia, uma vez provada a gravidade da

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condição em que se encontra o segurado, comprovado sua incapacidade total através de

exame pericial, o benefício da aposentadoria por invalidez poderá ser concedido

imediatamente.

Pensão por morte (caso o acidente do trabalho ou a doença profissional provocou a

morte do segurado, sendo devida aos dependentes do segurado), é o benefício concedido

aos dependentes do segurado da Previdência Social, será paga à família do trabalhador que

falecer detendo a qualidade de segurado.

Não se faz necessária carência para ter direito ao benefício, visto que os

dependentes farão jus a mencionada pensão independente do falecimento ter ocorrido após

a perda da qualidade de segurado, uma vez preenchido até a data da morte os critérios

necessários para ter direito a aposentadoria.

A pensão será devida as dependentes na seguinte ordem:

I) cônjuge, companheiro (a), filhos não emancipados menores ou inválidos de

qualquer idade;

II) pais;

III) irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de idade ou inválido de

qualquer idade.

IV)

O benefício será pago contado do início da morte quando for solicitado com até trinta

dias após o falecimento, ou a partir da data do pedido quando interposto após aos 30 dias da

morte.

A pensão por morte será paga até a morte do dependente quando for cônjuge, até a

emancipação ou maioridade civil quando for filho, ou ainda até que termine a invalidez

tratando-se de pensionista inválido independente de idade.

O valor da pensão por morte será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado

recebia na data do falecimento ou que fizesse jus se estivesse aposentado por invalidez. Para

os dependentes do trabalhador rural o benefício corresponderá a um salário mínimo.

Todavia, se o trabalhador possuir mais de um dependente, a pensão será rateada

por todos.

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RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

A responsabilidade objetiva é referida normalmente como a responsabilidade sem

culpa. Está se configura havendo ou não uma conduta antijurídica, pois a opção legislativa

não coloca em apreciação a falha de comportamento, mas sim o dano, com atenção primordial

a necessidade de reparação. Assim o caso, pode ser lícito ou ilícito, com ou sem conduta

culposa, porém, havendo uma conexão entre conduta e dano, gera o dever de indenizar.

A lei impõe, entretanto, a certas pessoas, em determinadas situações, a reparação

de um dano cometido sem culpa. Quando isso acontece, diz-se que a responsabilidade é legal

ou ‘objetiva’, porque prescinde de culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de

causalidade. Essa teoria, dita objetiva, ou do risco, tem como postulado que todo o dano é

indenizável, e deve ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de causalidade,

independentemente de culpa.

Portando em alguns casos a responsabilidade objetiva é presumida em lei,

entretanto, em outros se funda no risco, casos estes que se inverte o ônus da prova.

A objetividade reside no justo fato de imputar ao causador do dano a produção de provas de

que não é responsável pelo resultado.

Com base no supracitado, pode-se entender que é possível uma objetivação de

responsabilidade dos acidentes de trabalho, pois, o trabalhador tem o direito fundamental de

trabalhar em ambiente hígido e salubre, com redução e prevenção dos riscos concernentes à

atividade laborativa, de modo a preservar sua saúde e segurança física, nos termos do art. 7º.

XII da CF/88 que comina:

Art.7.º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhorai

de sua condição social:

(...)

XII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança;

Dessa forma o direito à reparação do dano já está posto pela lei, não importando imputação de

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culpa, ora, o que se deve avaliar são os danos aos bens jurídicos tutelados.

Portando, o empregador ao celebrar um contrato de trabalho, assume como sua obrigação

manter em efetiva segurança, o patrimônio físico, moral e econômico dos seus empregados.

Caso o empregador venha demonstrar conduta comissiva ou omissiva, que cause danos

físicos, morais ou mesmo financeiros para os empregados, em decorrência de suas atividades,

desde logo deverá indenizar.

Regras jurídicas já existentes de responsabilidades sem culpa, as quais podem ter influência

maior ou menor no próprio campo laborativo. Assim, a responsabilidade pelos

danos nucleares (art. 21, XXIII, ‘c’, CF/88); também a responsabilidade por danos provocados

ao meio ambiente (art. 225, § 3°, CF/88), esta certamente relacionada à noção de meio

ambiente do trabalho (art. 200, VIII, CF/88). Na mesma direção a anterior Lei n. 6.938, de

1981, fixadora da responsabilidade objetiva do poluidor pelos ‘danos causados ao meio

ambiente e a terceiros’ (art. 14, § 1°). Cite-se ainda, a responsabilidade objetiva do fornecedor

de serviços, aventada pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 14, Lei n. 8.078, 1990).

É possível uma ideia de equiparação entre a responsabilidade objetiva por danos

causados ao meio ambiente em geral e está mesma responsabilidade dita objetiva para os

danos causados aos empregados. Pois o meio ambiente do trabalho faz parte do meio

ambiente em geral. Além disso, o meio ambiente do trabalho pode ser considerado um bem

jurídico fundamental, devendo haver proteção aos acidentes nele acontecidos, uma vez que

refletem diretamente na vida dos empregados (outro direito fundamental), devendo haver a

objetivação da responsabilidade do empregador para se obter justiça.

O mais fundamental direito do homem, consagrado em todas as declarações

internacionais, é o direito a vida, suporte para existência e gozo dos demais direitos humanos.

Mas esse direito, conforme assegura a nossa Constituição federal no art. 225, requer vida

com qualidade e para que o trabalhador tenha vida com qualidade é necessário que se

assegurem seus pilares básicos: trabalho decente em condições seguras e salubres. Daí

porque assegura o art. 1.º da Constituição Federal, como fundamentos da Republica

Federativa do Brasil e do Estado Democrático de Direito, a cidadania, a dignidade da pessoa

humana e os valores sociais do trabalho, entre outros.

Com os avanços produzidos pela Carta Magna, a reflexão jurídica tem

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manifestado esforços dirigidos a certa objetivação da responsabilidade empresarial por danos

acidentários. Tal tendência à objetivação, evidentemente, não ocorre no campo das

indenizações morais e à imagem que não tenham relação com a infortunística do trabalho.

As atividades laborais e o próprio ambiente de trabalho de determinadas

profissões tendem a criar uma situação de risco mais acentuada, o que facilmente se observa

em certas situações vivenciadas pelos indivíduos em sociedade, como na metalurgia,

construção civil, eletricitários, entre outros. Segundo Sebastião Geraldo de Oliveira “há

tendência na doutrina e nas leis mais recentes de avançar para culpa objetiva, mesmo no

caso da responsabilidade civil. Por essa teoria, basta a ocorrência do dano para gerar o direito

à reparação civil, em benefício da vítima”. Tendência essa que caracterizada pela

responsabilidade em face do risco.

A responsabilidade objetiva independe da comprovação de culpa por parte do

agente. Basta que se comprovem o dano causado e uma relação de causa e efeito entre o

causador e o fato. Ficando a cargo do empregador o ônus probatório de que não contribuiu

para o resultado, seja mesmo comprovando que não auferiu lucros dessa prática. O Direito

Brasileiro adotou a teoria do risco-proveito, prevista no art. 2º da Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT) e a teoria do risco-criado, no art. 927, parágrafo único do Código Civil.

Definindo que todo aquele que tira proveito ou vantagem do fato causador se

obriga a repará-lo.

Conforme definição do artigo 2.º da CLT, empregador é “a empresa, individual ou

coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a

prestação pessoal de serviço”, ou seja, está expresso que o empregador deve assumir os

riscos de sua atividade, devendo assumir também os riscos de produzir um dano para com

seus empregados. Seria mais um argumento, dentre os já mencionados para aplicar a

responsabilidade civil objetiva do patrão pelos acidentes laborais.

A primeira noção, pode parecer injusto que sem exigir a comprovação de culpa

seja imposta uma obrigação a alguém, mas ao passo que de um lado há o empregador que

desenvolve atividade perigosa e de outro lado uma vítima que suportou o dano e não

concorreu para o mesmo. Nenhum deles é culpado, mas em face da realidade dos fatos é

mais justo atribuir o ônus indenizatório ao ensejador do risco, seja por criar o risco ou mais

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auferir lucros do risco criado.

Um dos argumentos contrários à aplicação da responsabilidade civil objetiva no

acidente de trabalho é respaldado pelo que diz o inciso XXVIII, do art. 7.º, da CF/88, onde

estabelece o direito de indenização no acidente de trabalho a cargo do patrão se este incorrer

em dolo ou culpa. Contudo, o caput deste mesmo art. 7.º afirma que são direitos dos

trabalhadores também outros que visem à melhoria de sua condição social. Deste modo,

havendo norma mais favorável para proteger o empregado acidentado com uma indenização

de seu patrão deve esta ser aplicada. No caso, trata-se do parágrafo único do art. 927 do

CCB, no qual se permite aplicar a responsabilidade objetiva em caso de atividades de risco.

Assim, exercendo o empregador atividade perigosa pode ser a ele imputada a

responsabilidade objetiva no caso de acidente de trabalho.

Esse entendimento também encontra respaldo no Enunciado n.º 377 da IV

Jornada de Direito Civil, “o art. 7.º, XXVIII, da CF não é impedimento para a aplicação do

disposto no art. 927, parágrafo único, do CC quando se tratar de atividade de risco.”

A responsabilidade objetiva caracteriza-se pela ausência de dolo ou culpa do

agente. Configura-se pela presença do dano, ação (comissiva ou omissiva), nexo de

causalidade. Criada com viés protetivo, sem escusas, visando atender critérios da teoria do

risco. Tem como principal preocupação reparar situações nas quais não é possível análise da

culpabilidade. Configurando-se pela existência de uma conduta humana, do dano e do nexo

de causal.

Para a responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do agente causador

do dano é que menos importa, pois havendo relação de causalidade entre o dano suportado

pela vítima e o ato do agente, se configura o dever de indenizar, não importando se o agente

quis ou não aquele resultado.

Fica claro que para responsabilidade objetiva o risco supera a culpabilidade do

agente, pois o fato mentor da responsabilidade é impulsionar determinada pessoa física ou

jurídica a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas

que dela dependam. Não sendo a análise da culpa um fato relevante em termos civis já que

está esfera busca uma reparação pecuniária, bastando o nexo causal entre a conduta e o

dano para que se configure.

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Assim todo comportamento do homem tem uma finalidade, a conduta é uma

atividade finalística humana. Não se concebe vontade de nada ou para nada, e sim dirigida a

um fim. Portanto na responsabilidade objetiva não se pode falar que um empregador é culpado

pelo acidente de seu funcionário, mas sim o agente que implantou ou criou determinada

atividade capaz de criar aquele risco. E como a responsabilidade objetiva dispensa a culpa,

não seria possível comprovar a culpa já que é fato subjetivo e implícito ao ser humano e se

prende ao resultado, este sim evidentemente passível de prova e ensejador de indenização.

Assim quem tem por objeto negocial uma atividade que enseja perigo deve

assumir os riscos para a sociedade, seria essa a teoria do risco criado admitida no parágrafo

único do art. 927 do novo Código Civil.

Um dos mais importantes elementos da responsabilidade civil objetiva é o estudo

da teoria do risco.

A responsabilidade por culpa é substituída pela do risco, não mais importando a

culpabilidade do lesante, bastando a relação causal entre o desenvolvimento da atividade e o

prejuízo por ela provocado. Com isso o lesado não terá de comprovar a culpa do lesante

restando ao lesado nesse caso apenas a comprovação do dano e nexo causal com a ação

produzida. Importante destacar que o fato da atividade auferir risco não a torna ilícita.

Reitera-se que o causador de danos no exercício de uma atividade perigosa, por

sua natureza ou pela natureza dos meios adotados, deve ressarcir os prejuízos por ela

causados, salvo se comprovar cabalmente que adotou todas as medidas inidôneas para evitar

os danos.

A teoria do risco ganhou força justamente na dificuldade de conceituar culpa e na

percepção de que, ao se ter uma noção estrita da conduta faltosa, muitas situações de

prejuízo ficariam sem ressarcimento. A teoria do risco criado, como mencionado, foi adotada

na responsabilidade objetiva insculpida no art. 927, parágrafo único, do CCB/2002, permitindo

o julgador, nos casos de atividades perigosas, realizar uma análise de ponderação para

aplicar aos casos concretos.

Uma vez provado o acidente de trabalho e a responsabilidade, subjetiva ou

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objetiva, do empregador, resta ao órgão judicante estipular a indenização devida. Quanto aos

danos patrimoniais, a indenização a ser apurada é de consecução menos complexa se

comparada com a indenização oriunda de danos extrapatrimoniais. O Código Civil de 2002

traz algumas regras que orientam o juiz trabalhista na fixação da indenização para o caso de

acidente de trabalho. Primeiramente o artigo 944 daquele diploma legal comina que “a

indenização mede-se pela extensão do dano”. Continua no artigo 949 disciplinando que “no

caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do

tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo

que o ofendido prove haver sofrido”.

Se dá ofensa resultar defeito pelo o qual o ofendido não possa exercer o seu ofício

ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas

do tratamento e lucros cessantes até o fim da convalescência, incluirá pensão correspondente

à importância do trabalho para que se inabilitou, ou depreciação que ele sofreu.

DANOS MORAIS DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO

A indenização por acidente de trabalho, independentemente dos benefícios

acidentários, está prevista expressamente na Constituição da República de 1988. Com efeito,

estabelece o artigo 7o da Constituição Federal:

São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à

melhoria de sua condição social: […] XXVIII — seguro contra acidentes do trabalho, a cargo

do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo

ou culpa.

O empregador é responsável pela integridade física do empregado quando em

operações e processos sob a sua responsabilidade e, deve promover condições justas e

favoráveis ao desenvolvimento do trabalho, e deve agir constantemente na prevenção de

acidentes, sempre pautado no objetivo de propiciar um ambiente absolutamente seguro.

A proteção aos empregados não deve se limitar ao fornecimento de equipamentos

de proteção individual. A proteção é bem mais ampla: a empresa é responsável pela

manutenção de máquinas e equipamentos que oferecem risco ao trabalhador, além de ter a

obrigação de fornecer treinamento adequado aos empregados com o objetivo de evitar

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acidente de trabalho.

Acerca da obrigação em oferecer treinamento adequado aos funcionários para

exercício de atividades específicas, podemos ter como exemplo uma empregadora que

solicita ao empregado a operação em uma máquina da qual o empregado não tem

conhecimento técnico. Nessa situação, a empresa estará se omitindo em seu dever de

prevenção e responsabilidade e assumirá todos os riscos do trabalho do funcionário.

Toda essa responsabilidade do empregador quanto à integridade física dos

empregados está respaldada no risco empresarial, ou seja, a empresa existe com a finalidade

de lucrar, porém, para exercer sua finalidade, assume o risco pela integridade física dos

funcionários que colaboram para o funcionamento da organização e obtenção do lucro.

O que justifica a indenização por dano moral são os prejuízos vividos pelo

trabalhador no que se refere a sua dignidade, reputação e honra.

Tomemos como exemplo hipotético um trabalhador de uma indústria química que,

devido à falta de equipamento de proteção individual, mais especificamente óculos de

proteção, tenha tido contato com produto químico em seus olhos e isso lhe ocasionou uma

cegueira permanente.

Não há dúvidas de que o trabalhador acidentado nesse caso hipotético terá

sequelas que implicam uma redução permanente da sua capacidade laborativa, e tal sequela

o prejudicará em toda a sua vida, seja no âmbito profissional ou no social.

A indenização moral objetiva minimizar a dor sentida pela vítima, compensando-

a pelo sofrimento. Ademais, os termos do artigo 927 do Código Civil objetivam a restituição

do dano, apesar de irreparável:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de

culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo

autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

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O certo que é existe uma proteção ao trabalhador acidentado e com sequelas

decorrentes do ocorrido e tal proteção está atrelada a uma responsabilidade da empresa

empregadora em reparar os danos, inclusive os de natureza moral.

DO DANO MATERIAL DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO

O dano material envolve uma projeção direta e imediata nos interesses

econômicos da vítima do dano e, por isso, é facilmente mensurável em termos pecuniários.

O prejuízo material, ou perdas e danos, compreende a recomposição do prejuízo

correspondente àquilo que o reclamante efetivamente perdeu em razão do acidente, nos

termos do artigo 402 do Código Civil: “Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas

em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu,

o que razoavelmente deixou de lucrar”.

A indenização referente ao dano material envolve as despesas da vítima com

diárias hospitalares, honorários médicos e medicamentos.

Da mesma forma, a indenização por dano material também consiste na privação

de um aumento patrimonial esperado em razão do patrimônio ou da atividade de quem dele

é vítima.

Essa indenização relacionada a uma privação do aumento patrimonial está ligada

a um dano patrimonial, do qual decorre a privação dos meios para a produção do lucro.

Em se tratando de acidente de trabalho e consequente perda de capacidade

laborativa, deverá a empregadora não apenas indenizar o que o trabalhador razoavelmente

deixou de lucrar, mas também deverá incluir pensão correspondente à importância do trabalho

para que se inabilitou graças à conduta verificada pela empresa.

DO PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA OBTENÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR

DANO MORAL E MATERIAL DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO

O trabalhador que esteja nessa situação deve ajuizar uma reclamação trabalhista

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em face do empregador para discutir o dano e seus prejuízos na esfera moral e material.

Naturalmente o processo dependerá de perícia médica, em que serão verificados

a extensão do dano, a culpa da empresa e o nexo entre o dano e o acidente sofrido.

Após essa fase, o juiz decidirá baseado em prova técnica acerca das indenizações

devidas por dano moral e material decorrente de acidente.

É extremamente importante que o trabalhador que esteja nessa situação reúna

todos os documentos pertinentes, tais como exames, laudos, comprovantes de despesas, e

procure um advogado que examinará os documentos e esclarecerá os trâmites da ação

judicial.

Os prazos prescricionais a serem observados quanto à responsabilidade civil do

empregador pelo acidente de trabalho devem ser os da Lei Civil, por razões de segurança

jurídica. Por outro lado, se a lesão ocorreu após a vigência da EC 45/2004, o prazo a ser

considerado é o aplicável aos créditos trabalhistas de forma geral, na forma do art. 7º, inc.

XXIX, da CR/88:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem

à melhoria de sua condição social:

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo

prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos

após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28,

de 25/05/2000).

O STJ, pela Súmula 278, pacificou o entendimento de que "o termo inicial do prazo

prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca

da incapacidade laboral”.

Este também é o entendimento majoritário de nossos tribunais, notadamente do

Tribunal Superior do Trabalho que é a última instância da Justiça do Trabalho a dirimir as

controvérsias na esfera laboral. Neste sentido, o seguinte julgado:

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PRESCRIÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.

ACIDENTE DO TRABALHO. REGRA DE TRANSIÇÃO. AÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA

APÓS O PRAZO DE TRÊS ANOS CONTADOS DA VIGÊNCIA DO CC/02. PRESCRIÇÃO

TOTAL. Tratando-se de pedido de dano moral e/ou material decorrente de acidente do

trabalho, esta Corte pacificou entendimento no sentido de que, quando a lesão for anterior à

Emenda Constitucional nº 45/04, o prazo prescricional aplicável será o previsto no Código

Civil de 2002, observada a regra de transição prevista no art. 2.028 desse mesmo diploma

legal; bem assim que, quando a lesão for posterior à referida emenda, o prazo prescricional

aplicável será o trabalhista, previsto no art. 7º, XXIX, da CF. No caso concreto, o acidente do

trabalho ocorreu em 28.11.01, portanto anteriormente à Emenda Constitucional nº 45/04,

sendo aplicável, assim, a prescrição civil. Verifica-se, ainda, não transcorrido mais da metade

do prazo de vinte anos previsto no CC/1916, quando da entrada em vigor do atual Código

Civil, em 11.01.03. Desse modo, o prazo prescricional aplicável é o previsto no art. 206, § 3º,

V, do CC/02, qual seja de 3 (três) anos, contados do início da vigência do referido diploma.

Sob tal óptica, portanto, tendo em vista a ocorrência do acidente do trabalho em novembro de

2001, o reclamante deveria ter ingressado com a ação até 11.01.06, a fim de evitar o corte

prescricional. Todavia, como o ajuizamento da reclamação se deu apenas em 12.12.06,

impõe-se concluir pela prescrição total da pretensão obreira. Recurso de revista não

conhecido (...) (TST - 8ª T. - RR 132900-09.2006.5.04.0451 - Relª Minª Dora Maria da Costa

- DJe 07.05.2010).

No entanto, a SBDI-1 do TST, ao julgar o E-RR-2700-23.2006.5.10.0005, em

22/5/2014, de relatoria do Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, publicado em 22/8/2014, em sua

composição completa, após amplo debate, decidiu, por expressiva maioria, que o marco

prescricional será a data da ciência inequívoca da lesão e que a prescrição trabalhista é

aplicável para as ações em que se pleiteia o pagamento de indenização por danos morais e

materiais decorrentes de acidente do trabalho quando a lesão ocorreu após a entrada em

vigor da Emenda Constitucional nº 45/2004. Posto isso, torna-se sobremodo relevante o

estudo do marco inicial para fixação do prazo prescricional.

As “doenças ocupacionais” constituem ato único e instantâneo que, se ocorrido

há mais de cinco anos, determina a prescrição do direito de reclamar seus prejuízos, como já

previu a súmula 294 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

Quaisquer indenizações perseguidas ligadas a um ato positivo, que seria

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portanto, o de efeito integral instantâneo, o período da contagem prescricional começa a correr

da prática do mesmo, porque coincidem o início da prescrição e o nascimento da ação.

Sendo assim, é aplicável o disposto no art. 7º, XXIX da Constituição Federal de

1.988, sendo certo que muito embora a reclamação tenha sido ajuizada dentro do biênio

prescricional, se passados mais de cinco anos contados do acidente do trabalho sofrido, o

risco do juiz declarar prescritos os eventuais créditos existentes decorrentes do infortúnio, é

muito grande.

No caso em apreço, estes pedidos são de reparação de danos pessoais e morais

advindos da doença. Após a constatação, em tese, estes direitos já eram exercitáveis, sendo

este, portanto, o termo inicial do prazo prescricional.

Súmula 278 do STJ – Termo inicial – Prazo prescricional - ação de indenização –

incapacidade laboral.

O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização é a data em que o

segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

Súmula 230 do STF.

O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização é a data em que o

segundo teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

Prazo para prescrição indenizatória de doença ocupacional começa a contar

somente após ciência dos danos, decide 2ª turma do TRT-RS

Empresa do setor de resinas termoplásticas foi condenada a indenizar trabalhador

por exposição ao benzeno, apesar do diagnóstico de carcinoma maligno (tumor) ter ocorrido

seis anos antes da dispensa. Embora a manifestação da doença tenha acontecido mais de

cinco anos antes de protocolada a ação, a 2ª turma do TRT-RS entendeu que o prazo

prescricional somente poderia ser contado ao final da perícia médica específica que

dimensionou a extensão dos danos sofridos.

Processos que lidam com doença ocupacional e acidente de trabalho têm

prescrição com prazo quinquenal, prevista pelo art. 7º, Inciso XXIX da Constituição Federal.

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A contagem do prazo, no entanto, deve considerar o momento em que o trabalhador toma

conhecimento da incapacidade gerada e sua extensão. Na esteira da jurisprudência

dominante deste Regional e do Tribunal Superior do Trabalho, entende-se que o marco inicial

da prescrição das pretensões indenizatórias decorrentes de acidente do trabalho e doença

ocupacional é a data em que ciente o autor da conclusão da perícia médica nestes autos”,

explica o relator, desembargador Marcelo José Ferlin D’Ambroso. “Apenas neste momento

poder-se-ia, em tese, dimensionar a extensão e os limites do agravo sofrido à sua saúde”,

conclui.

A comprovação de nexo técnico-epidemiológico entre a atividade desenvolvida

pelo trabalhador e a doença diagnosticada é fundamental para que seja estabelecida a

responsabilidade objetiva da ré. Constatada essa relação, aplica-se a teoria do risco da

atividade, cabendo à empresa reclamada indenizar o empregado por danos decorrentes dos

locais, processos, equipamentos e operações de trabalho.

No caso analisado pela 2ª Turma, restou comprovado o contato do empregado

com benzeno no laboratório químico da empresa. A área de atuação da ré, fabricante de

resinas termoplásticas, é classificada como grau de risco 3 para acidentes de trabalho (nível

máximo estabelecido pela Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus

de Risco na Classificação Nacional de Atividades Econômicas).

Após o diagnóstico e tratamento para câncer, o trabalhador foi desaconselhado

pelo médico a laborar novamente em laboratório químico, tendo passado um período de dois

anos expressamente proibido de entrar no sala de armazenagem das substâncias químicas.

Ao final desse prazo, continuou passando semestralmente por procedimentos de

videolaringoscopia voltados ao controle e observação da doença, os quais tiveram

continuidade após sua demissão sem justa causa. “O autor permanecia em período de

proservação, vale dizer, ainda existiam dúvidas acerca da gravidade e extensão do resultado

gravoso da doença à sua saúde”, observa o relator. Somente ao término desse período de

observação foi possível dimensionar a extensão e os limites do dano sofrido à saúde do

trabalhador, caracterizando a ciência inequívoca exigida pela lei.

Fim do corpo da notícia. Fonte: Álvaro Strube de Lima - Secom/TRT4.

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LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO TRABALHISTA

Muito se questiona sobre qual o procedimento a adotar, quando um funcionário

anteriormente afastado pelo INSS recebe “alta previdenciária” e, ao retornar a Empregadora,

submete-se a consulta em médico do trabalho (da Empregadora) ou mesmo médico particular

e é constatada sua inaptidão laboral.

Ou seja, o funcionário está apto para o trabalho pelo INSS e inapto para a

Empregadora, de maneira que ele fica no “limbo jurídico previdenciário trabalhista”.

Assim, resta a dúvida de como proceder neste caso. A empregadora recebe o

empregado de volta ao trabalho ou o encaminha novamente ao INSS? Quem paga o salário

do empregado? Sempre em todos os casos a mesma pergunta e dúvida, vamos tentar sanar.

Quando a Empregadora recebe o atestado de inaptidão do médico do trabalho ou

médico particular, associado a “alta médica previdenciária”, encaminha o empregado

novamente ao INSS, sendo que na maioria das vezes é indeferido o pedido de

reconsideração, de maneira que o trabalhador apresenta recurso desta decisão junto ao órgão

previdenciário.

Quando um funcionário é afastado por motivo de doença ou doença-acidentária,

a empregadora paga seu salário referente aos 30 primeiros dias trabalhados e após, o

pagamento fica a cargo da Previdência Social.

Assim, o INSS paga o salário do obreiro até a data da “alta previdenciária”, sendo

certo que, durante o período da análise do pedido de reconsideração e/ou julgamento do

recurso, o percebimento do benefício é cessado.

Após a “alta médica do INSS”, a suspensão do pacto laboral deixa de existir,

voltando o contrato de trabalho a produzir todos os seus efeitos, porém, é nesse ponto que o

entendimento de nossos tribunais se divide, porquanto não há determinação legal quanto ao

tema.

Os Tribunais têm firmado dois posicionamentos: um versando que durante o “limbo

jurídico previdenciário trabalhista” quem deve pagar o salário do funcionário é a Empregadora e

outro versando que ela (Empregadora) não assume tal responsabilidade.

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O entendimento que determina o pagamento pela empregadora ao funcionário

durante o “limbo jurídico previdenciário trabalhista” está baseado no fato de que a empregadora

deve remanejar o obreiro para função que não o prejudique ou agrave seu problema, sob pena

de ser entendido como recusa deliberada em adaptação de nova função, de maneira que tal ato

é considerado como impedimento de retorno ao labor, e neste caso, deve tal situação ser vista

como se o empregado estivesse à disposição da empresa esperando ordens.

E, sendo assim, o tempo de trabalho deve ser contado e os salários e demais

vantagens decorrentes do vínculo de emprego quitados pela empregadora ao empregado, nos

termos do artigo 4º da CLT.

Ainda, esse posicionamento está baseado no entendimento de que, se a

empregadora não concorda com a “alta médica previdenciária” do trabalhador, deve recorrer da

decisão à Autarquia (INSS) e destruir a presunção de capacidade atestada pelo médico oficial

e fazer valer a posição de seu médico, não podendo a Empregadora ficar na cômoda situação

de recusa em dar trabalho e, carrear aos ombros do trabalhador uma situação de “limbo jurídico

previdenciário trabalhista”, à própria sorte, sem receber salários e benefício previdenciário.

Aliás, muitos julgadores entendem que a ausência de pagamento pela empregadora

ao empregado durante o “limbo jurídico previdenciário trabalhista”, caracteriza dano moral

indenizável.

Nesse sentido, em recente julgado:

“LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE DO

EMPREGADOR PELOS SALÁRIOS E DEMAIS VANTAGENS DECORRENTES DO

VINCULO DE EMPREGO. DANO À MORAL. Após a alta médica do INSS, a suspensão do pacto

laboral deixa de existir, voltando o contrato em tela a produzir todos os seus efeitos. Se o

empregador impede o retorno ao labor, deve tal situação ser vista como se o empregado

estivesse à disposição da empresa esperando ordens, onde o tempo de trabalho deve ser

contado e os salários e demais vantagens decorrentes o vinculo de emprego quitados pelo

empregador, nos termos do art. 4º da CLT. Além disso, o mero fato de ensejar ao trabalhador a

famosa situação de “limbo jurídico previdenciário trabalhista” - quando o empregado recebe alta

do INSS, porém ainda está inapto para o labor segundo a empresa – configura o dano à moral,

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posto que o trabalhador fica à mercê da própria sorte, sem meios

para a própria sobrevivência e de seus dependentes”. (P. 00018981120135020261 – TRT2

– 5ª Turma – Recurso Ordinário – Des. Rel. Maurílio de Paiva Dias – publ. 09/03/2015).

Por outro lado, o entendimento contrário se escora no fato de que não há qualquer

irregularidade da conduta da Empregadora diante dos documentos que atestam a inaptidão

do obreiro, como o laudo do médico do trabalho de obstar seu retorno ao labor, enquanto

durar o procedimento de recursos perante a Previdência Social.

Inclusive, tal entendimento é no sentido de que não há obrigatoriedade da

Empregadora remunerar o empregado durante esse período, já que esse lapso temporal em

que o último permanece afastado pedindo reconsideração do pedido de auxílio-doença deve

ser considerado como suspensão do contrato de trabalho. Ou seja, o entendimento é no

sentido de que não é possível imputar à Empregadora um encargo que não é seu.

Nesse sentido, também em recente julgado:

“AUXÍLIO-DOENÇA – ALTA DO INSS – EMPREGADA CONSIDERADA INAPTA

PELO MÉDICO DA EMPRESA – IMPOSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO DE PAGAMENTO DE

SALÁRIOS AO EMPREGADOR. Não houve recusa injustificada da empresa em reintegrar a

obreira ao trabalho. Toda a prova documental produzida demonstra que a reclamada não agiu

de má fé e cumpriu todas as suas obrigações, não exigindo da trabalhadora a prestação de

serviços, por reputá-la incapaz para o trabalho e fornecendo a documentação necessária para

que a reclamante pudesse pleitear seus direitos junto ao INSS (docs. nº 45/68, volume

apartado). Não se constata qualquer irregularidade no procedimento patronal. O laudo pericial

de fls. 152/161, inclusive, confirmou que a reclamante não está apta ao trabalho,

apresentando fibromialgia, lesão crônica da coluna (discopatia degenerativa) e quadro de

depressão crônica, todos sem nexo com o trabalho realizado na reclamada. Como bem

salientado a quo, não há impedimento legal para que as empresas, diante dos documentos

que atestam a inaptidão do obreiro, como o laudo do médico do trabalho, obstem seu retorno

ao trabalho enquanto durar o procedimento administrativo de recursos perante a Previdência

Social, também não há obrigatoriedade de remunerar mencionado período, já que, esse

período em que o empregado permanece afastado pedindo reconsideração do pedido de

auxílio-doença deve ser considerado como de suspensão do contrato de trabalho. Outrossim,

não há fundamento legal para autorizar o pagamento dos salários pretendidos. Recurso

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ordinário da reclamante a que se nega provimento” (P. 0001364-07.2013.5.02.0087 – TRT2 –

18ª Turma – Recurso Ordinário – Des. Rel. Maria Cristina Fisch – publ. 02/03/2015).

De observar que, de fato, atualmente, o entendimento é bastante dividido, de

modo que, entendo que o melhor caminho a ser adotado, quando se deparar com situações

análogas, é que a empregadora ofereça uma função ao empregado, compatível com sua

capacidade, remanejando-o a tal atividade, fazendo de forma documentada.

Ainda, a fim de evitar problemas futuros, o ideal, para que a empregadora minimize

seus riscos, é que solicite que o médico do trabalho ateste que o obreiro está inapto para

determinada função e apto para outra. E, ainda, se for o caso do empregado

recusar-se a retornar às atividades laborais, mesmo remanejado a outra função, que envie

telegrama oportunizando seu retorno a atividade compatível com a sua capacidade e/ou

solicite declaração ao trabalhador, no sentido de que sua opção é pelo não retorno ao trabalho.

Até porque, remanejando o trabalhador para função compatível com a sua

capacidade, os prejuízos de ambas as partes serão reduzidos, eis que a empregadora pagará

a remuneração mediante uma prestação de serviço, evitando ainda, o risco de ser condenada

ao pagamento de indenização por dano moral e, de outro lado, o Trabalhador não ficará

desamparado financeiramente.

DICAS: Sendo concedido o benefício de auxílio-doença ou acidentário, o contrato

de trabalho estará suspenso quando o empregado estiver “em gozo de auxílio- doença” (art.

63 da Lei 8.213/91), ou, usando as palavras do art. 476 da CLT, “durante o prazo desse

benefício”.

Ao cessar o benefício, o empregado deverá realizar o exame médico de retorno

ao trabalho, imposição decorrente da Norma Regulamentadora 7 (NR 7), item 7.4.3.3 abaixo

citada:

7.4.3.3. No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser realizada

obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual

ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou

não, ou parto.

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O médico da empresa ao constatar a continuidade da incapacidade de trabalho

do empregado, o encaminhará novamente ao INSS para nova perícia médica. Durante o

período de aguardo para a realização da perícia, o empregado é orientado pelo médico da

empresa que fique em casa, para não agravar seu problema de saúde, até que seja

reconsiderada sua situação e concedido a continuidade do benefício. Pois manter o

empregado em suas atividades e com isso causar o agravamento da sua saúde a empresa

poderá ser obrigada a indenizar o empregado (modalidade concausa).

O princípio in dúbio pro misero consiste na possibilidade de o juiz, em caso de

dúvida razoável, interpretar as disposições legais em benefício do trabalhador, geralmente

autor da ação trabalhista. O trabalhador nas relações de trabalho é a parte frágil dessa

relação, e está vulnerável a situação de descaso, tanto da empresa como do sistema

previdenciário atual.

As leis trabalhistas garantem ao trabalhador, em caso de incapacidade ao

trabalho, por motivo de doença não relacionada ao trabalho:

Os 15 primeiros dias de afastamento, o pagamento é de responsabilidade da

empresa (§ 3º do art. 60 da Lei 8.213/91), e será computado ao tempo de serviço;

A partir do 16º dia de afastamento, o pagamento é de responsabilidade do INSS;

O contrato de trabalho ficará suspenso a partir do 16º dia (Lei 8213/1991, art. 60 a

63);

As férias serão computadas até o 6º mês;

O 13º salário será de responsabilidade da empresa o pagamento proporcional aos

meses efetivamente trabalhados, mais os 15 primeiros dias de afastamento, os meses

em que recebeu o benefício do INSS será de responsabilidade da autarquia.

Será cessado a partir do 16º de afastamento o recolhimento de 8% para o FGTS;

Em caso de incapacidade ao trabalho, por motivo de doença relacionada ao

trabalho ou acidente, o empregado tem direito:

Os 15 primeiros dias de afastamento, o pagamento é de responsabilidade da

empresa (§ 3º do art. 60 da Lei 8.213/91), e será computado ao tempo de serviço;

A partir do 16º dia de afastamento, o pagamento é de responsabilidade do INSS;

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O contrato de trabalho ficará suspenso a partir do 16º dia;

As férias serão computadas até o 6º mês;

O 13º salário será de responsabilidade da empresa o pagamento proporcional aos

meses efetivamente trabalhados, mais os 15 primeiros dias de afastamento, os meses

em que recebeu o benefício do INSS será de responsabilidade da autarquia. As faltas

não serão consideradas (Sumula 46 do TST)

A empresa deverá recolher os 8% sobre a média da sua remuneração para o FGTS;

APENAS PARA RELEMBRA: INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

A interrupção do contrato de trabalho ocorre quando o empregado não é obrigado

a prestar serviços ao empregador por determinado período de tempo, porém este período é

contado como tempo de serviço e o empregado continua a receber salários normalmente.

Dentre as várias situações de interrupção de contrato de trabalho, podemos

citar:

licença-maternidade;

repousos semanais remunerados e feriados;

gozo de férias anuais;

faltas justificadas pelo empregador;

falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que,

declarada em sua CTPS, que viva sob sua dependência econômica (até 2 dias);

casamento (até 3 dias);

licença-paternidade (5 dias);

doação voluntária de sangue devidamente comprovada (um dia em cada 12

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meses de trabalho);

alistamento como eleitor (até 2 dias consecutivos ou não);

primeiros 15 dias de afastamento por motivo de doença;

faltas ocasionadas pelo comparecimento para depor, quando devidamente

arrolado ou convocado;

no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar,

como por exemplo apresentação das reservas ou cerimônia cívica do Dia do Reservista;

nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame

vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;

pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer em juízo,

dentre outras.

A suspensão do contrato de trabalho ocorre quando o empregado não recebe

salários e o período não é computado como tempo de serviço. Dentre várias situações de

suspensão de contrato de trabalho, podemos citar:

faltas injustificadas ao serviço;

período de suspensão disciplinar;

período em que o empregado estiver recebendo auxílio-doença ou

aposentadoria por invalidez (enquanto não se tornar definitiva a aposentadoria), pagos pela

Previdência Social;

até a decisão final do inquérito ajuizado contra empregado estável, acusado de

falta grave, em que fique comprovada referida falta ou o tribunal do trabalho não determine a

reintegração do empregado;

tempo em que o empregado se ausentar do trabalho para desempenhar as

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funções de administração sindical ou representação profissional, que será considerado como

de licença não-remunerada, salvo assentimento da empresa ou cláusula contratual;

tempo em que o empregado se ausentar para o exercício de encargo público,

dentre outras.

Dúvidas estou à disposição.

Bons Estudos!!! Prof.ª Filomena Oliveira