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0 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FABIANA BALDO TCC UM ESTUDO DAS MODALIDADES DOS FINANCIAMENTOS DE CAMINHÕES PESADOS NA EMPRESA DICAVE GARTNER DISTRIBUIDORA CATARINENSE DE VEÍCULOS LTDA ITAJAÍ 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FABIANA BALDO

TCC UM ESTUDO DAS MODALIDADES DOS

FINANCIAMENTOS DE CAMINHÕES PESADOS NA EMPRESA DICAVE

GARTNER DISTRIBUIDORA CATARINENSE DE VEÍCULOS LTDA

ITAJAÍ 2009

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FABIANA BALDO

UM ESTUDO DAS MODALIDADES DOS FINANCIAMENTOS DE CAMINHÕES

PESADOS NA EMPRESA DICAVE GARTNER DISTRIBUIDORA

CATARINENSE DE VEÍCULOS LTDA.

TCC desenvolvido para o Estágio do Curso de Comércio Exterior do Centro de educação de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajai.

Orientador: Jacqueline M. F Furlani.

ITAJAI 2009

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Agradeço primeiramente a Deus, por me proporcionar a graça de alcançar

mais este objetivo. Aos meus pais Lauro (in memórian) e Bernardete

protagonistas da minha existência e formação. Aos meus irmãos Vander

e Cristiano, minhas cunhadas Miriam e Patrícia, aos meus amados

sobrinhos Isabella, Lucas e Cadu, que torceram por mim nesta

caminhada. A minha tia Bia, que sempre me motivou com carinho

para prosseguir. A minha orientadora Jacqueline, pela competência,

compreensão e auxílios prestados. E a todos os demais familiares, amigos

e colaboradores que de alguma forma contribuíram para a conclusão

de mais esta etapa em minha vida.

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“Nunca devemos esquecer que nossa determinação de vencer é mais importante do que qualquer

coisa.” Abraham Lincoln

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Fabiana Baldo b) Área de estágio Vendas / Financeiro c) Orientador de conteúdo Prof. MSc. Jacqueline M. F. Furlani d) Supervisor de campo Alexander Boni – Diretor Comercial e) Responsável pelo Estágio Prof. Natalí Nascimento

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social Dicave – Gartner Distribuidora Catarinense de Veículos Ltda. b) Endereço Rod. Br 101 km 125, bairro Canhanduba – Itajaí - SC. c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Vendas / Financeiro d) Duração do estágio 180 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Alexander Boni – Diretor Comercial f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 08 de Maio de 2009

A Empresa Dicave – Gartner Distribuidora Catarinense de Veículos Ltda.,

pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do vale do Itajaí – Univali, a

publicar em sua Biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado

durante o estágio do (a) acadêmico (o) Fabiana Baldo.

____________________________ Alexander Boni

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RESUMO

Com o advento da globalização, o mercado torna-se cada vez mais competitivo, e as empresas buscam atender as necessidades dos seus clientes que estão cada vez mais exigentes. A adequação de um produto de qualidade agregado a um financiamento de menor custo irá proporcionar benefícios que incidirá no processo de crescimento sustentável das empresas e sua total satisfação, garantindo assim uma parceria confiável entre fornecedor e consumidor. Este trabalho teve como objetivo demonstrar as principais linhas de financiamento que os clientes da empresa Dicave captam no mercado financeiro. O objetivo nesse trabalho é identificar os financiamentos disponibilizados pelo mercado financeiro, bem como os incentivos do governo federal na viabilização destes recursos e que a empresa Dicave em parcerias com as instituições financeiras possa oferecer aos seus clientes, facilitando na formalização dos processos, que tem como foco a comercialização de caminhões pesados da marca Volvo para o Estado de Santa Catarina. Para a realização da pesquisa utilizou-se o método qualitativo, bibliográfico e exploratório extraídos dos arquivos da empresa Dicave, dando ênfase a principais modalidades de Leasing financeiro e Finame, que tem sido relevantes para avaliar o desempenho dentro do segmento. Palavras-chaves: Leasing Financeiro, Finame, Financiamentos.

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LISTA DE SIGLAS

ABEL – Associação Brasileira de Empresas de Leasing

APE – Associação de Poupança e Empréstimos

B12M – Bus – motor 12 litros -

B12R – Bus – motor 12 litros Rodoviária

B7R –Bus Motor 7 litros Rodoviário

B9 – Bus motor 9 litros

BACEN – Banco Central

BB – Banco do Brasil

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social

BOVESPA – Bolsa de Valores

CDB – Certificado de Depósito Bancário

CDC – Crédito Direto ao consumidor

CIC – Cidade Industrial de Curitiba

CMV – Conselho Monetário Nacional

CND – Certidão Negativa de Débito

CRF – Certidão de regularidade do FGTS

DEX – Peças remanufaturadas

FGTS – Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço

FH – Frontal Cabine Alta

FINAME – Agência Especial de Financiamento Industrial

FM – Frontal Cabine Média

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

LDV – Linha Direta Volvo

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9 MPES – Pequenas e Médias Empresas

PAC – Proposta de Abertura de Crédito

RAIS – Relação Anual de Informação Social

SCI – Sociedade de Crédito Imobiliário

SFH – Sistema Financeiro Habitação

SFN – Sistema Financeiro Nacional

SUMOC – Superintendência da Moeda e do Crédito

TJLP – Taxa de Juros a longo Prazo

TRC – Transporte Rodoviário de Carga

UBT – Unidade à Base de Troca

VAS – Volvo Action Service

VM – Volvo Cabine Média

VOAR – Volvo Atendimento Rápido

VSF – Volvo Financial Services

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................12

1.1 Objetivo geral .................................................................................................13

1.2 Objetivos específicos......................................................................................13

1.3 Justificativa .....................................................................................................13

2 Revisão de literatura ..........................................................................................15

2.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL..............................................................15

2.2 Mercado de câmbio no Brasil .........................................................................17

2.3 Mercado Financeiro Brasileiro ........................................................................19

2.3.1 Subsistemas Normativos ............................................................................20

2.3.2 Subsistemas Operativos (Intermediação Financeira)..................................20

2.3.2.1 Instituições Bancárias (Públicas e Privadas) ..............................................21

2.3.2.2 Instituição não Bancária (Públicas e Privadas) ...........................................21

2.3.2.3 Instituições Auxiliares (Públicas e Privadas)...............................................22

2.3.2.4 Agentes Especiais.......................................................................................23

2.3.3 Bancos........................................................................................................24

2.3.4 Linhas de Crédito........................................................................................27

2.3.5 Leasing (Arrendamento Mercantil) ..............................................................31

2.3.6 Finame ........................................................................................................33

3 METODOLOGIA ................................................................................................35

3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................35

3.2 Área de abrangência ......................................................................................36

3.3 Coleta e tratamento dos dados.......................................................................36

3.4 Apresentação e análise dos dados.................................................................37

4 A EMPRESA ......................................................................................................38

4.1 Histórico..........................................................................................................39

4.2 O nascimento e a trajetória do Grupo Dicave.................................................40

4.3 Ramo de atividade..........................................................................................41

4.4 Estrutura organizacional .................................................................................42

4.5 Visão...............................................................................................................43

4.6 Missão ............................................................................................................43

4.7 Filosofia ..........................................................................................................44

4.8 Produtos .........................................................................................................44

4.9 Mercados........................................................................................................48

5 A PESQUISA .....................................................................................................49

5.1 Leasing financeiro e Finame na empresa Dicave...........................................49

5.1.1 Leasing Financeiro......................................................................................51

5.1.2 Descrição dos processos de Leasing financeiro na empresa Dicave e suas vantagens e desvantagens .......................................................................................52

5.2 Finame............................................................................................................53

5.2.1 Descrição dos processos de Finame na empresa Dicave e suas vantagens e desvantagens .........................................................................................................56

5.3 Comparativo entre os dois sistemas Leasing financeiro e Finame.................57

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................60

7 SUGESTÕES PARA EMPRESA........................................................................62

REFERÊNCIAS.........................................................................................................63

APÊNDICES..............................................................................................................65

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11 APÊNDICE a - Planilha de simulação Leasing Financeiro........................................66

APÊNDICES b - Planilha de simulação finame.........................................................67

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12 1 INTRODUÇÃO

Diante de um mercado cada vez mais instável e com novas oportunidades

competitivas, as empresas precisam ter diferenciais de qualidade, produtividade

e competitividade, não importando qual setor pertençam, ou ao seu tamanho.

Agir e pensar com foco nas oportunidades e ameaças futuras, para evitar

ou minimizar os riscos que o mercado oferece na guerra com a concorrência,

torna-se necessário que as empresas busquem novas opções de financiamentos

para manter e desenvolver novos produtos e/ou serviços. Para atender estas

necessidades muitas empresas recorrem à disponibilidade de recursos de

instituições no mercado financeiro. No entanto, muitos bancos, percebem que a

razão para sua existência no mercado é estar também presente em empresas

revendedoras na consolidação de uma parceria comercial.

As organizações não podem seguir apenas intuições. São necessárias

certas formalidades como base para o gerenciamento das ações. Porém, à

flexibilização com visão para o futuro deve ser observada para que a empresa

possa evitar movimentos equivocados, já que o mesmo também é avaliar a

qualidade do crédito que será disponibilizada ao cliente e sua contribuição para a

carteira de empréstimos qualificando em termos da situação atual e sensibilidade

a possíveis negócios futuros.

Neste contexto, diante dos diversos produtos bancários, pode se encontrar

a Finame (BNDES), Leasing (Arrendamento Mercantil) que são as modalidades

de concessão de linhas de crédito para veículos pesados de grande relevância

dentro das instituições Bancárias/Financeiras, pois são formas de crédito que

oferecem grande retorno financeiro para os mesmos.

Para que as instituições financeiras possam oferecer um crédito com

segurança é necessário que estas tenham uma política de crédito corretamente

definida e com política e normas baseadas no cliente e na própria instituição.

Entretanto, as políticas de crédito são diferenciadas de uma instituição

para a outra, levando em consideração o perfil do cliente dentro das

necessidades do banco e do mercado.

Nos diversos setores da economia, muitas empresas ou mesmo pessoas

físicas procuram estas modalidades de crédito para aquisição ou renovação de

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bens, principalmente no que tange a sua frota de veículos pesados. Entretanto, o

objetivo da pesquisa foi demonstrar através deste TCC na empresa Dicave quais

as formas de financiamento que definem as negociações das vendas dos seus

produtos com a parceria das instituições financeiras.

1.1 Objetivo geral

Caracterizar as modalidades de financiamentos captadas pelos clientes na

empresa Dicave Gartner Distribuidora Catarinense de Veículos Ltda.

1.2 Objetivos específicos

• Estudar o Sistema Financeiro Brasileiro.

• Definir os tipos de financiamentos.

• Demonstrar as vantagens e desvantagens do financiamento via

Leasing financeiro e Finame utilizados pelos clientes da Dicave.

1.3 Justificativa

Com a globalização do mercado, os negócios passaram a expandir-se

cada vez mais, trazendo maiores oportunidades para as empresas. Porém a

complexidade das transações tornou-se maior. Escolher e analisar a melhor

opção de financiamento de um bem é um fator de grande relevância para as

empresas, pois por meio deste estudo as empresas podem realizar novas

aquisições de bens e produtos, bem como aumentar seu capital de giro. Para

isso é necessário que o processo na condução da venda do financiamento seja

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estudado e formalizado de forma clara, identificando o custo do empréstimo

dentro da política de cada instituição financeira, bem como para o ciente para

que este esteja ciente de seus direitos e deveres.

Para o consumidor será importante antes da aquisição de um determinado

bem avaliar as políticas oferecidas pelo agente financeiro.

Para a comunidade acadêmica, serve como fonte de pesquisa e

informação sobre e de que forma o mercado financeiro disponibiliza e vende o

dinheiro a quem necessita.

Para o acadêmico, foi de grande valia, pois propicia esclarecimento e o

conhecimento do funcionamento dos negócios financeiros como ferramenta de

apoio aos consumidores para que os mesmos possam expandir seus negócios e

a colocação do seu produto no mercado, ainda esclarece dúvidas quanto a sua

eficácia e possíveis resultados na sua rentabilidade.

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15 2 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo apresenta as informações que fundamentam teoricamente

este trabalho, abordando aspectos relevantes para a pesquisa e relacionados ao

Sistema Financeiro Nacional, Mercado de câmbio no Brasil, Mercado financeiro

brasileiro.

2.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Por uma retrospectiva histórica pode-se dizer que o modelo bancário

trazido ao Brasil pelo Império foi o Europeu.

As atividades bancárias, compreendida no período Real até a Primeira

Guerra Mundial de 1808 – 1914 eram somente pelas operações de depósitos e

empréstimos (descontos), sendo outros serviços inexistentes na época.

Segundo Fortuna (1999), os bancos sempre guardavam, através do

tempo, uma característica excessivamente nobre ou, por que não dizer, austera.

Um exemplo desse rigor eram as próprias gerências operacionais, as

quais obrigatoriamente deveriam manter contato com o público, mas ficavam

situadas ao fundo das agências, com portas muito bem trancadas por onde

poucos ousariam entrar.

Este modelo de administração financeira não teve evolução e estendeu-se

somente até a metade do nosso século, compreendido no período final da

Primeira Guerra Mundial com início da Segunda Guerra entre 1914 – 1945.

A partir do Pós Guerra, o Brasil solidifica suas posições em decorrência

das modificações observadas nas atividades econômicas. Vendo seu potencial

econômico explodindo aos poucos, levantou-se a necessidade da criação de um

órgão específico que assumisse o controle e a normatização das questões

monetárias e de crédito do país.

Neste processo foi criada em 1945 a Superintendência da Moeda e do

Crédito (SUMOC) com a função de supervisionar e controlar o mercado

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monetário, dividindo assim as funções de autoridade monetária com o Banco do

Brasil, este período perdurou por quase duas décadas. (Vasconsellos e Garcia,

1998).

O período das reformas bancárias compreendidas em 1964 a 1965 foi

importante para a economia brasileira, a área financeira sofreu grandes

mudanças desde 1964, apesar de todo desenvolvimento do período anterior, até

meados dos anos 60 o mercado financeiro consistia basicamente no mercado

bancário, especializado em empréstimos de curto prazo em decorrência da

inflação crônica e ascendente e da limitação imposta às taxas de juros.

(Vasconsellos e Garcia, 1998).

Conforme Vasconsellos e Garcia (1998), o maior período da concentração

bancária entre 1968-1974 observou-se uma formação de conglomerados

financeiros médios e grandes na economia brasileira. Umas das evidências

notáveis e tendenciosas a criação de instituições especializadas, conforme já era

uma característica dos anos anteriores.

Para Vasconcellos e Garcia (1998, p. 148) “a conseqüência deste

movimento foram os efeitos da política econômica, quando as taxas de inflação,

situada em torno de 100% em 1964, passou para cerca de 40% até 1967. Com

isto proporcionou a queda das taxas de inflação, onde muitos bancos se

tornaram deficitários, provocando com isto a absorção por outras empresas

bancárias superavitárias, dando inicio a processos de fusões e incorporações

com a ação de facilitação das autoridades monetárias, limitando a concessão de

cartas-patentes, para a abertura de novos bancos e agências, condicionando o

tamanho da rede bancária”.

Entretanto, as autoridades monetárias permitiam que os bancos existentes

pudessem com isso transacionar cartas-patentes entre si, entendiam que o

sistema bancário naquela ocasião deveria contar com empresas de maior porte,

onde passariam a contar com menores custos administrativos.

Desse conjunto de fatores teve como conseqüência neste período, uma

diminuição gradativa dos números de bancos, passando de 338 (1960) para 216

(1968), 155 (1971) e 109 (1974) e até 1998 o número havia crescido para 240

bancos entre comerciais e múltiplos. (Vasconcelos e Garcia, 1998).

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No panorama atual o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem suas

características marcadas por duas ordens de fatores localizadas no plano externo

e interno.

No plano externo, o SFN sofre impacto dos efeitos transformadores do

processo de globalização, das relações no nível de produção do plano

internacional, no comércio e na produção, a globalização ocorre de forma mais

lenta, por meio de blocos econômicos, dos acordos tarifários e da integração

entre processos industriais localizados nos diferentes países. Já no setor

financeiro, a velocidade da integração mundial é extrema, através das redes de

comunicação de dados, entre os centros financeiros mundiais.

A tendência é de liberação dos fluxos internacionais de capitais e de

ampliação das regras de conversibilidade entre as moedas.

Já no plano interno, a estrutura e as funções do SFN vêm sendo atingidas

pelas medidas de estabilização e reestruturação da economia brasileira dos

últimos seis anos, incluindo: a abertura da economia ao comércio exterior e as

mudanças de política industrial visando à inserção mais competitiva dos produtos

brasileiros nos mercados emergentes.

A iniciativa de reformas no ordenamento constitucional do país,

notadamente na ordem econômica, na estrutura e funções do setor público, na

organização administrativa do estado e nos sistemas previdenciários; e, por fim,

o processo de estabilização monetária, denominado Plano Real, com suas

profundas e revolucionárias conseqüências para a dinâmica do sistema

econômico e, como se pretende ilustrar, para o Sistema Financeiro Nacional.

2.2 Mercado de câmbio no Brasil

O mercado de câmbio constitui-se em negociações de moeda estrangeira

com pessoas interessadas em movimentar esta moeda no país. No Brasil estas

operações não podem ser praticadas livremente, somente através de

estabelecimentos bancários autorizados a operar a carteira de câmbio. Estas

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instituições funcionam com características de órgãos de pagamento

internacional.

De acordo com Fortuna (1999), os elementos que participam do mercado

de câmbio dividem-se nos que produzem e recebem divisas:

• Os que produzem são: os exportadores; os devedores de

empréstimos e investimentos; os turistas estrangeiros e os que

recebem transferências do exterior.

• Os que recebem são: os devedores de empréstimos que remetem

ao exterior o principal e os juros; os tomadores de investimentos

que remetem ao exterior os rendimentos do capital investido

(lucro/dividendos), e os que fazem transferências para o exterior.

As operações de câmbio pela qual um banco autorizado pode operar são estabelecidas pelo Sistema Financeiro Brasileiro, da qual representa o Banco Central, onde são claras que toda divisa que entra no país são de propriedade do Estado. Determina a regra, que os bancos deverão comprovar a entrada de divisas por banqueiros estrangeiros dentro do limite estabelecido. Tem a autonomia na compra e venda da moeda, mas em contra partida ao final do dia o balanço da compra e venda tem que estar dentro do limite estabelecido e autorizado para aquela instituição bancaria conforme defini o Banco Central. (FORTUNA, 1999, p. 196).

Segundo Brito (2005), as operações de câmbio, voltam-se basicamente a

operações de exportação e importação de bens, produtos e serviços. Tem na

força das vendas o grande apoio para identificar os clientes que necessitam de

seus serviços, mas podem também produzir operações de risco cambial para o

banco. Isto ocorre basicamente quando a instituição capta recursos externos

(linhas de outros bancos disponíveis, por exemplo), devendo pagar a variação

cambial e juros, e o repassa a mesa de operações de mercado, que pode ou não

assumir o risco de ter uma dívida em moeda estrangeira (dólar) e um ativo em

reais, ou seja, pode ou não correr o risco entre a variação cambial e os juros

(custo) e a valorização da aplicação em moeda local (correção monetária e juros,

por exemplo).

Resume Fortuna (1999), que para o Brasil uma boa política cambial

deverá permitir um elevado volume de fluxo de moeda com o exterior nos dois

sentidos (exportação, importação, compra e vendas financeiras), garantindo que

os eventuais déficits em transações correntes, sejam garantidos pelo conjunto de

financiamentos externos quer seja na forma de investimentos diretos, nas

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privatizações, nas multinacionais, colocação de bônus, linhas de credito de

exportação / importação ou crédito a fornecedores.

2.3 Mercado Financeiro Brasileiro

Segundo Andrés e Lima (1999), da grande reforma bancária no período,

entre (1964 – 2007), estabelecida pela Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964,

constitui-se uma reconfiguração completa do Sistema Financeiro Nacional e de

determinar a área de competência de cada um, aos dispor das instituições

monetárias, bancarias e creditícias. Pela primeira vez o governo brasileiro

manifestou-se no sentido de definir posições dentro do mercado financeiro,

visando com esta atuação delimitar para cada instituição competências mais

próximas de sua área de atuação.

O posicionamento do governo passou a ter grande importância no

contexto do mercado financeiro e estas leis foram necessárias no período, por

que estabeleciam os dois objetivos fundamentais:

Estabelecer uma administração monetária federal eficiente e flexível,

capaz de formular e executar uma política monetária e creditícia de controle

quantitativa global e de caráter seletivo em moldes nacionais, de forma a conter o

processo inflacionário sem afetar o ritmo do desenvolvimento;

Promover as modificações no regime jurídico das instituições financeiras

privadas, de modo que atuação contribuísse para a utilização mais eficiente dos

recursos financeiros nacionais, promovesse distribuição mais eqüitativa desses

recursos e facilitasse o desenvolvimento harmônico das diferentes regiões do

país (Andrés e Lima, 1999).

Detalham Vasconsellos e Garcia (1998) que o Sistema Financeiro

Nacional possui dois subsistemas a qual são compostos conforme abaixo:

• Subsistemas Normativos;

• Subsistemas Operativos (Intermediação financeira).

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20 2.3.1 Subsistemas Normativos

Segundo Vasconcelos e Garcia (1999), no sistema normativo encontram-

se as autoridades monetárias: Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do

Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários.

• Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão máximo do Sistema

Financeiro Nacional e tem como finalidade formular a política de

moeda e do crédito objetivando o progresso econômico e social do

país.

• Banco Central do Brasil (BACEN) por meio de resoluções,

circulares e instruções, decorrentes das decisões do CMV, fiscaliza,

controla e regula a atuação dos intermediários financeiros.

• Comissão de Valores Mobiliários (CMV) é o órgão normativo

vinculado ao governo voltado para o desenvolvimento, a disciplina e

a fiscalização do mercado de valores mobiliários, basicamente o

mercado de ações e debêntures.

2.3.2 Subsistemas Operativos (Intermediação Financeira)

Segundo Vasconsellos e Garcia (1999) no sistema da intermediação

financeira existem instituições bancárias constituídas pelos bancos comerciais e

também pelo Banco do Brasil, que deixou de ser autoridade monetária. Também

destacamos a Caixa Econômica Federal, as Sociedades de Crédito Imobiliário, o

Banco de Desenvolvimento BNDES e as demais instituições financeiras públicas

e privadas.

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21 2.3.2.1 Instituições Bancárias (Públicas e Privadas)

De acordo com Andrés e Lima (1999), destaca que até o fim da década de

50, a estrutura financeira compunha-se basicamente nos aspectos

governamentais, enfatizando que os bancos públicos visavam somente a

financiamentos de habitação e empréstimos consignados a funcionários públicos,

desta forma competia aos bancos privados à maior responsabilidade de

financiamentos para as atividades produtivas no Brasil.

• Banco Comercial que tem como função principal atuar como

intermediário financeiro, que recebem recursos em depósito à vista

e a prazo e distribuem em forma de empréstimo e financiamentos a

quem necessita de recursos. Atuam também na prestação de

serviços (recebimentos de tributos);

• Caixa Econômica Federal é um conjunto de organismos financeiros

governamentais e privados, cujo objetivo e estimular e realizar a

construção de habitações populares e aquisição da casa própria. As

Associações de Poupança e Empréstimos (APE) e as Sociedades

de Crédito Imobiliário (SCI) pertencem ao Sistema Financeiro de

Habitação, com atividades exclusivas.

2.3.2.2 Instituição não Bancária (Públicas e Privadas)

Conforme Andrés e Lima (1999), com a finalidade de atender ao mercado

de credito de médio e longo prazo, as autoridades financeiras passaram a

trabalhar ativamente em um esquema de reorganização ao Sistema financeiro,

criando assim as instituições não bancarias conforme descritas a importância de

cada uma.

• Bancos de Investimentos são bancos que operam com repasses de

recursos às empresas para capital de giro e investimentos no ativo

permanente. Não podem captar depósitos à vista. Porém obtêm

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recursos por intermédio de depósitos a prazo (CDB – Certificado de

Depósito Bancário).

• Bancos de Desenvolvimento têm como atividade básica o apoio

financeiro às iniciativas econômicas regionais, por meio de

empréstimos e financiamentos a médio e longo prazo. Também

podem conceder garantias, subscrever ações de debêntures,

praticarem operações de arrendamento mercantil, captar recursos

com a colocação de depósitos a prazo e cédulas hipotecaria.

• Sociedade de Crédito, Financiamentos e Investimentos são

conhecidas no mercado como Financeiras. Têm como função

financiar bens de consumo duráveis por crédito direto ao

consumidor (crediário). Não podem manter contas-correntes; seu

instrumento de captação de recursos são as Letras de Câmbio.

• Sociedades de Crédito Imobiliário que são as entidades financeiras

privadas de apoio ao SFH, constituídas com a finalidade de realizar

financiamento imobiliário, direto ao mutuário final oi por meio de

abertura de credito a favor de empréstimos, destinados a

empreendimentos imobiliários.

• Associação de poupança e Empréstimos são entidades constituídas

sob a forma de fundações, cooperativas, etc., sem fins lucrativos,

cuja finalidade é a aquisição e construção de casa própria.

• Companhias Seguradoras são intermediárias cuja função principal é

permitir que famílias e empresas evitem riscos específicos ao

comprarem contratos chamados de apólices, que pagam

compensações em dinheiro se determinados eventos ocorrerem.

2.3.2.3 Instituições Auxiliares (Públicas e Privadas)

Destacam Andrés e Lima (1999) que as instituições são órgãos auxiliares

de execução da política de credito do governo federal, cuja ação der ser no

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23

sentido complementar as atividades bancaria, visando ao pleno atendimento das

atividades da economia.

• Bolsas de Valores (de ações, futuros e commodities) é uma

instituição civil sem fins lucrativos, que tem por objetivo principal

manter o local adequado para a realização de compra e venda de

ações.

• Sociedades Corretoras são as instituições típicas do mercado

acionário, que têm como atividade principal fazer a intermediação

das ordens de compra e venda de ações em bolsas de valores,

solicitado pelos clientes.

• Sociedades Distribuidoras são mais restritas do que as corretoras,

já que não tem acesso direto ao Bovespa e a BM&F, suas funções

básicas são subscrições isoladas ou em consórcio de emissão de

títulos e valores mobiliários para a venda.

• Instituições Financeiras Privadas é o setor que abrange os bancos

Múltiplos, que oferecem uma gama completa de serviços de banco

comercial, banco de investimento (incluindo colocação, distribuição

e corretagem de valores mobiliários), crédito ao consumidor e

outros; bancos comerciais que atuam principalmente nas atividades

bancárias de varejo e atacado. Eles são especialmente ativos na

captação de depósitos a vista e a prazo e no financiamento de

capital de giro; e Bancos de Investimentos que atuam

principalmente na colocação e a distribuição de valores mobiliários

e na estruturação de transações.

2.3.2.4 Agentes Especiais

Conforme Andrés e Lima (1999) ressaltam ainda que na década de 50, o

Brasil sofria uma carência de capital social básico e de infra-estrutura econômica

para suportar um processo de industrialização. Com isto foram criados os

agentes especiais, com a missão de ser um instrumento para o desenvolvimento

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24

econômico e social do país, atuando como agentes de mudança com visão em

longo prazo. São eles:

• Banco do Brasil (BB) que opera na prática como agente financeiro

do governo federal. É o principal executor da política oficial de

credito rural. Desempenha ainda, algumas funções de banco

comercial, como:

� Executar o serviço de compensação cheques e outros

papéis.

� Atuar como agente recebedor e pagador fora do país.

• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES

instituição responsável pela política de desenvolvimento de longo

prazo. É a principal instituição financeira a estimular o

desenvolvimento econômico do País.

2.3.3 Bancos

Dentro da estrutura atual, o Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de

instituições, que de alguma forma se dedicam e propiciam recursos entre

poupadores e investidores, captando poupança diretamente ao público por sua

conta e risco, e posteriormente aplicam esses recursos junto às empresas

através de empréstimos e financiamentos. (FORTUNA, 1999, p.12,13)

Segundo Fortuna (1999), consideram-se instituições financeiras, para os

efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que

tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a

operação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em modo nacional ou

estrangeiro, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

Dentro das instituições financeiras podemos destacar o mercado bancário

que conclui Fortuna (1999) ser os bancos uma instituição mais popular e, pela

sua abrangência e a mais importante. Classificando-os de acordo com sua

segmentação de mercado como:

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25

• Bancos de negócios: se dedicam a intermediação de grandes

operações, tradicionalmente conhecidas como de engenharia

financeira;

• Bancos de atacado que trabalham com poucos e grandes clientes;

• Bancos de varejo que trabalham com grande público, muitos

clientes, independente do tamanho.

Os bancos, principalmente os comerciais, representam a base do sistema

monetário brasileiro. Eles estão sob a supervisão, regulamentação e fiscalização

do Banco Central do Brasil e são classificados de acordo com a atividade que

exercem:

• Comerciais têm como atividade típica o recebimento de depósitos à

vista em contas de movimento. Efetuam empréstimos, a curto e

longo prazo, ao comercio, à indústria, às empresas prestadoras de

serviços e às pessoas físicas. Prestam serviços de cobrança

bancária mediante o pagamento de comissões e taxas e

transferências de fundos de uma para outra praça. São constituídas

como sociedade anônima e consta na denominação social o termo

banco.

• Desenvolvimentos têm como atividade básica o apoio financeiro às

iniciativas econômicas regionais, por meios empréstimos e

financiamentos, a médio e longo prazo. Também podem conceder

garantias, subscrever ações e debêntures, praticar operações de

arrendamento mercantil, captar recursos com a colocação de

depósitos a prazo e cédulas hipotecárias. São instituições regionais,

estaduais ou federais – como, por exemplo, o BNDES – sob a

forma de sociedade anônima e têm em sua denominação a

expressão “bancos de desenvolvimento”. (Resolução n° 394/1976

do Conselho Monetário Nacional).

• Investimentos têm como objetivo oferecer apoio financeiro às

empresas por meio de financiamentos para o suprimento de capital

fixo e de giro utilizando a administração de recursos de terceiros. E

podem operar como agentes financeiros do BNDES. Além disso,

pode oferecer Leasing financeiro, administrar fundos de

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investimentos de renda fixa e de ações e clubes de investimentos.

(Resolução n° 2.624/99 do Conselho Monetário Nacional).

• Múltiplos que operam simultaneamente, carteiras de banco

comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de crédito,

financiamento e investimento, de arrendamento mercantil e de

desenvolvimento. São denominados “múltiplos” quando são

sociedades anônimas que possuam, pelo menos, duas carteiras

mencionadas, sendo obrigatória oferecer uma delas: comercial ou

de investimento. (Resolução n° 1.524 do BACEN).

• Cooperativo são os que podem ser constituídos como banco

comercial ou múltiplo com carteira comercial. São sociedades

anônimas de capital fechado, controladas por cooperativas centrais

de crédito. (Resolução n° 2.788/2000 do Conselho Monetário

nacional).

• Banco do Brasil (BB) que novamente destacamos ser o mais antigo

banco comercial do Brasil foi criado em 12 de outubro de 1808 pelo

príncipe regente D. João, e é uma sociedade de economia mista de

capitais públicos e privados. É uma companhia aberta que possui

ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Hoje tem como

missão oferecer serviços de intermediação financeira; atender às

expectativas de clientes e acionistas; fortalecer o compromisso

entre os funcionários e a Empresa, contribuindo desta forma para o

desenvolvimento do País.

O Banco do Brasil opera como agente financeiro do Governo Federal e é o

principal executor das políticas de crédito rural e industrial e de banco comercial

do governo. E a cada dia tem se ajustado a um perfil de banco múltiplo

tradicional, incluindo ainda em suas atividades os serviços abaixo:

• Prestação de serviços de compensação de cheques e outros

papéis;

• Recebimento de pagamento em nome do BACEN;

• Realização de operações cambiais por conta própria e por conta do

BACEN;

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• Executar a política de comércio exterior, adquirindo e financiando

estoques de produtos exportáveis.

A indústria financeira no Brasil é constituída de vários tipos de instituições

financeiras governamentais e privada, incluíndo bancos múltiplos, bancos

comerciais, bancos de investimentos, poupança e associações de empréstimos,

assim como outras instituições autorizadas pelo Banco Central para operar como

corretoras e empresas de arrendamento mercantil.

O governo federal do Brasil controla alguns bancos comerciais e outras

instituições financeiras. Estas instituições financieras controladas pelo governo

possuem um papel importante na indústria brasileira de bancos.

Estas instituições detêm uma parcela significativa no total de depósitos e

de ativos do sistema bancário e uma presença mais forte em mercados como

financiamento imobiliário e empréstimos agrícolas que o próprio setor de bancos

privados.

2.3.4 Linhas de Crédito

As modalidades de operações de crédito compreendem a variedade dos

produtos de empréstimo disponibilizados pelo sistema financeiro, nos vários

segmentos de seu mercado.

O ponto de partida para que se determinem os recursos a serem tomados

relaciona-se ao volume de investimento a ser realizado e às alternativas das

fontes de recursos disponibilizadas pelo mercado financeiro, de acordo com a

segmentação da atividade.

As modalidades de operações de crédito ou produtos de empréstimos,

conforme Fortuna (1999, p. 130), abrange:

O repasse dos recursos captados dos agentes superavitários aos agentes econômicos deficitários através de diversos produtos, como: capital de giro, cartão de crédito, crédito direto ao consumidor – CDC cheque especial, crédito rural, descontos de recebíveis, operações de câmbio, leasing, operações com micro e pequenas empresas e operações à conta do Sistema BNDES, entre outras.

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a) Cartão de Crédito

Cartão de crédito para Sandroni (1995, p.44):

Constitui-se de documento financeiro que dá a seu possuidor o direito de fazer compras em estabelecimentos comerciais, independentemente de pagamento imediato; o possuidor apenas assina a fatura correspondente á compra. A Instituição Financeira que emitir o cartão se incumbe de pagar ao vendedor e comprar a dívida do comprador (e possuidor do cartão), geralmente em parcelas mensais acrescidas de juros: sua principal função é estimular poderosamente o consumo.

Sem dúvida, os cartões de crédito facilitam extraordinariamente os

dispêndios individuais e estimulam fortemente as vendas de artigos de uso

pessoal e doméstico. Daí a sua vertiginosa expansão, nem sempre

desacompanhada de riscos e abusos, dado o descontrole de certos compradores

afoitos e eufóricos com a possibilidade de gastar hoje para pagar amanhã.

b) Crédito Direto ao Consumidor – CDC

O CDC, é um financiamento concedido pelos Bancos, ou pelas

chamadas Financeiras, a pessoas físicas ou jurídicas, para aquisição de bens ou

serviços. Os prazos de financiamento são os mais variados. Dependem das

condições da economia, do tipo de bem financiado e das condições do

comprador.

O Crédito Direto ao Consumidor - CDC, conforme Fortuna (2002, p. 136),

Abrange uma modalidade de financiamento mais simplificada que as Instituições Financeiras disponibilizam aos seus clientes. Consistem na abertura de crédito para aquisição de bens e serviços nas mais variadas formas possíveis de atendimento: abertura de turismo, de computadores, de internações hospitalares, de tratamento dera de crédito em conta corrente pelo financiamento de cheques, de veículos, de viagens, de cirurgia plástica, de viagens de estudos internacionais, de passagens aéreas, artigos de consumo, televisores, geladeiras, máquinas de lavar etc. Os beneficiários podem ser empresas jurídicas, pessoas físicas e/ou alguns nichos de mercado.

O Crédito Direto ao Consumidor é uma linha de empréstimo que está

diretamente ligada à compra de bens. É a linha que se encontra em lojas, na

compra de eletrodomésticos, roupas e automóveis. O crédito pode ser prefixado,

quando já se conhece o valor de todas as prestações no ato da compra, ou pós-

fixado, quando o valor das prestações vai sendo calculado no vencimento das

mesmas (FORTUNA, 2005).

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Os prazos de financiamento são os mais variados. Dependem das

condições da economia, do tipo de bem financiado, da política de crédito da

Instituição Financeira e das necessidades e condições do comprador. Bens mais

caros costumam ter financiamentos por prazos mais longos. Em períodos de

instabilidade econômica, os prazos ficam mais curtos.

Assim sendo, pouca diferenciação se aplica a essa modalidade de produto

financeiro, visto constituir-se de abertura de crédito disponibilizada de acordo

com o cadastro e a reciprocidade do cliente, mediante cobrança de encargos

definidos pelo fornecedor dos recursos, com débitos automáticos em contas-

correntes ou não, conforme pactuado contratualmente.

c) Cheque Especial

Cheque Especial, segundo Fortuna (1999, p. 131), “abrange uma

modalidade utilizada pelas Instituições Financeiras para suprimento de eventual

necessidade financeira de clientes, através de contrato de abertura de crédito em

conta corrente”.

Os Cheques Especiais constituem-se num produto de empréstimo pré-

aprovado à disposição do emitente, na eventualidade de indisponibilidade

financeira.

d) Capital de Giro

Na conceituação de Sandroni (1995, p. 41), “Capital de Giro é parte dos

bens de uma empresa representada pelo estoque de produtos e pelo dinheiro

disponível (imediatamente e em curto prazo). Também chamado capital

circulante”.

Dessa forma, Fortuna (1999, p. 133) considera como empréstimo para

capital de giro “o suprimento das necessidades operacionais dos investimentos

produtivos, sem destinação específica, circulante no período”.

Assim, o Capital de Giro abrange os recursos necessários para a

produção de bens e serviços destinados a venda. Nessa circulação, o capital

adquire seu caráter social, pois ele pode alavancar a capacidade produtiva das

empresas, gerando empregos e crescimento econômico.

e) Crédito Rural

O Crédito Rural abrange operações financeiras, com amparo no

Decreto-Lei 167/67, que visa apoiar o segmento agropecuário na produção,

comercialização e investimento nas suas atividades, mediante concessão de

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crédito para investimentos, custeio e outros. Gitman (1997, p. 148) conceitua o

“Crédito Rural como suprimento de recursos financeiros para aplicação exclusiva

nas atividades agropecuárias”.

f) Desconto de Recebíveis

O Desconto de Recebíveis constitui-se de uma forma de crédito

concedido ao Comércio, Indústria e de Prestação de Serviços como apoio

financeiro às vendas a prazo de bens e serviços, mediante desconto de títulos,

duplicatas mercantis, duplicatas de serviços, cheques, letras de câmbio, e outros.

Fortuna (1999, p. 132) acrescenta que “o adiantamento de recursos à cliente e/ou

empresas, feito pelos Bancos, sobre valores referenciados nas diversas

modalidades de títulos e/ou fornecedores, de forma antecipada ao fluxo de caixa,

constitui-se em desconto de recebíveis”.

g) Operações de Câmbio

Mercado de Câmbio, conforme definição de Fortuna (1999, p. 227),

“constitui-se do mercado envolvido na negociação e circulação de moedas

estrangeiras”.

Operação Cambial na conceituação de Sandroni (1999, p. 74):

É a operação financeira que consiste em vender, trocar ou comprar valores em moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países. No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é a intermediária nas transações cambiais. Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira vendem-na aos bancos. E os bancos revendem essas moedas aos importadores para que paguem as mercadorias compradas. Essas transações são sempre reguladas pelo Governo.

De acordo com Santos (2003) as linhas de crédito oferecido às empresas

são os financiamentos que podem ser representados por:

• Contratos de capital de giro: compreendem as linhas de crédito

direcionadas ao financiamento de necessidades operacionais de curto

prazo, sendo que a garantia exigida é a nota promissória;

• Compor: permite ao comprador o pagamento a prazo e ao fornecedor o

recebimento a vista. Qualquer bem pode ser financiado, desde

amparado por nota fiscal ou recibo de compra e venda;

• Vendor: é uma operação que permite ao comprador o pagamento a

prazo e ao fornecedor o recebimento a vista. Qualquer bem ou serviço

pode ser financiado, desde que amparado por nota fiscal ou recibo de

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compra e venda a vista ou a prazo;

• Adiantamento sobre contratos de câmbio: compreende ao

financiamento de pré-embarque, é mais utilizado na exportação. A

concessão está relacionada à aprovação de crédito baseada na

idoneidade, solidez e pontualidade de pagamento;

• Financiamento a importação: é a modalidade no qual o banco avaliza

um importador brasileiro perante um exportador em transações

representativas de importação de mercadorias.

• Resolução 63: consiste no empréstimo de recursos captados no

exterior por instituições financeiras, por meio de emissão de títulos. O

público alvo desse financiamento são as empresas de primeira linha

que necessitam de recursos para capital de giro ou para financiar

investimentos;

• Repasses do BNDES: são recursos do Banco nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizado as

empresas para financiar projetos com imobilização e expansão fabril. O

bem financiado sempre fica em garantia, além de outros que o banco

negociar com o cliente, sendo que o percentual financiado é variável,

dependendo da modalidade de financiamento, do porte da empresa e

do tipo de investimento.

2.3.5 Leasing (Arrendamento Mercantil)

O Leasing financia bens móveis ou imóveis, novos ou usados, permitindo

que as empresas se modernizem sem se descapitalizar, obtendo lucro mediante

a utilização do bem.

Conforme Andrezo e Lima (199, pag. 102), a primeira empresa de Leasing

do Brasil surgiu em 1967 com o nome de Rent-A Maq. No entanto, não havia

nenhuma regulamentação sobre essas operações, nem no aspecto fiscal, o que

dificultava o crescimento de um setor de grande potencial. Havia grande

interesse em expandir esse tipo de operação, pois representava uma importante

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alternativa para a modernização da indústria brasileira, principalmente para

pequenas e médias empresas que possuíam pequeno volume de recursos para o

capital de giro.

Operação de Leasing, segundo Fortuna (1999, p. 208), compreende:

Operação na qual uma pessoa física ou jurídica - arrendatário - necessitando de determinado bem, novo ou usado, de produção Nacional ou Estrangeira, para uso próprio, transaciona com uma Empresa de Arrendamento Mercantil - arrendadora - que o adquire, para arrendá-lo à interessada, mediante pagamentos periódicos, denominados contraprestações.

Para que as operações de Leasing não fossem mais atraentes que as

operações atuais de compra e venda que existiam no mercado, houve a

necessidade da criação de uma lei que em 26 de outubro de 1983, passou então

a permitir da realização deste tipo de operação com pessoas físicas como

arrendatários, permitindo a realização com o próprio vendedor dos bens.

Esta lei também abrangia aos diversos segmentos da economia, como:

agricultores e dos profissionais liberais do setor de serviços.

De acordo com Andrezo e Lima (1999), podemos dizer que Leasing

consiste em uma operação de financiamento, com opção de compra no final do

contrato, pelo valor residual garantido ou pelo preço de mercado do bem,

descontando-se o valor que já foi pago.

Operação de Leasing, segundo Andrezo e Lima (1999, p.103), precisa ser

diferenciada em três tipos, compreende-se em:

• Leasing Financeiro compreende na modalidade de arrendamento

mercantil, sendo um financiamento para aquisição de ativos. A opção

de compra pode ser exercida por um valor preestabelecido e o prazo

do contrato não pode ser inferior a 75% do tempo de vida útil do bem.

• Leasing Operacional sob o pronto de vista financeiro, esta modalidade

de arrendamento mercantil corresponde a uma locação de ativos. A

opção de compra pode ser exercida pelo valor de mercado de bem e o

prazo do contrato tem que ser inferior a 75% do tempo de vida útil do

bem.

• Leasing Back esta modalidade visa gerar capital de giro às empresas,

nesta modalidade o bem objeto de arrendamento mercantil já era de

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propriedade da empresa arrendatária e é transferido para a empresa

arrendadora por meio de uma operação de compra e venda.

Conclui Andrezo e Lima (1999), que as operações de arrendamento

mercantil são privativas de pessoas jurídicas registradas no Banco central, que

têm como objetivo social exclusivo a prática de operações de arrendamento

mercantil. As operações de Leasing contratadas com o próprio vendedor do bem

ou com pessoas jurídicas a ele vinculadas eram privativas dos Bancos de

Investimentos, Bancos de Desenvolvimento e Caixas Econômicas, mas a Lei n°

7.132/83 autorizou a realização destas operações com instituições financeiras

expressamente autorizadas pelo CMV.

2.3.6 Finame

A maioria dos bancos públicos e privados do Brasil tem uma linha de

financiamento para micro e pequena empresas (MPES).

A Viabilização desses produtos é possível graças às políticas adotadas

pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que os

bancos cadastrados podem utilizar. Este na verdade é o papel do BNDES,

proporcionar o desenvolvimento do País.

Em 2006, as MPES (levando em conta o parâmetro do banco) foram

responsáveis por 32% dos empréstimos concedidos pelo BNDES, perdendo em

número de concessões apenas para pessoas físicas. (INDRIUNAS, 2007)

Operações da Finame, segundo Indriunas (2007), são classificadas a

principio em dois tipos específicos, compreende-se:

• Finame é um financiamento que não possue limite de valor para a

aquisição de máquinas e equipamentos novos de fabricação

nacional, através de instituições financeiras credenciadas. Entre os

equipamentos mais comuns nessa linha são os transportadores

autônomos de cargas, carrocerias de veículos para coleta de lixo ou

veículos sobre pneus para o transporte de passageiros.

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• Finame Leasing são financiamentos na forma de Leasing de

equipamentos, através de instituições credenciadas, inclui ainda

equipamentos importados desde que não exista equivalente na

indústria nacional. Além disso, no caso de micros e pequenas

empresas (MPES). A Finame financia também o capital de giro

associado a investimentos desse gênero, limitando-se a 50% do

valor dos equipamentos, nas operações realizadas com

microempresas, e 30% nas realizadas com pequenas e médias

empresas.

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35 3 METODOLOGIA

O presente capítulo apresenta as metodologias utilizadas neste trabalho

de pesquisa.

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa teve como objetivo geral estudar os financiamentos oferecidos

pela empresa Dicave Gartner Distribuidora Catarinense de Veículos Ltda., aos

seus mais diversos clientes da região que abrange todo o Estado de Santa

Catarina, unidade-caso denominada na pesquisa Dicave, onde se realizará um

estudo dos tipos de financiamentos disponíveis no mercado financeiro brasileiro.

A presente pesquisa será de cunho exploratório descritivo, buscando

demonstrar e investigar as práticas e formas de financiamentos, considerando

ainda os aspectos qualitativos. Para Andrade (2003, p. 121) a “pesquisa é o

conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem

por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos, mediante a

utilização de métodos científicos”.

De acordo com Oliveira (2004, p. 135) “os estudos exploratórios têm como

objetivo a formulação de um problema para efeito de uma pesquisa mais precisa,

ou ainda, para a elaboração de hipóteses”. Os estudos exploratórios podem

possibilitar ao pesquisador fazer um levantamento provisório do fenômeno que

deseja estudar de forma mais detalhada e estruturada posteriormente, além da

obtenção de informações acerca de um determinado produto ou serviço.

Para a análise dos dados, será utilizada a abordagem qualitativa que,

segundo Fachin (2003, p. 81) “a pesquisa qualitativa é caracterizada pelos seus

atributos e relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos

descritivamente”.

Sobre a classificação de pesquisa exploratória, GIL (1996:45) cita que o

seu objetivo é:

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O aprimoramento de idéias ou descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: levantamento bibliográfico entrevista com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

A análise está direcionada para a carteira de financiamento de veículos

pesados. Neste acompanhamento serão conhecidas as operações referentes à

política de concessão de crédito oferecido aos clientes.

3.2 Área de abrangência

O estudo foi realizado no setor comercial da empresa Dicave, mais

especificamente no departamento de vendas, onde ocorreu uma análise dos

financiamentos para caminhões.

3.3 Coleta e tratamento dos dados

O setor que foi analisado e evidenciado para a realização deste trabalho

foi o setor comercial, onde foi realizada a coleta de dados primários e

secundários da empresa.

Segundo Roesch (1996) os dados primários são aqueles coletados,

estando ainda em posse dos pesquisadores, e que são coletados com o

propósito de atender ás necessidades específicos da pesquisa em andamento, e

dados secundários são aquele que já foram coletados, tabulados, ordenados e,

às vezes até analisados e que estão catalogados á disposição dos interessados.

Os procedimentos para coleta dos dados primários ou secundários

utilizados pode-se ser resumido da seguinte forma:

a) Observação - Acompanhamento “in loco” na unidade-caso, das rotinas e

procedimentos adotados bem como do fluxo e da maneira como são

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processadas, interligadas e divulgadas as informações para os tipos de

financiamentos disponíveis no mercado financeiro.

b) Análise da documentação - Este procedimento diz respeito ao estudo

de orientações internas, formulários e manuais cujos conteúdos estejam

relacionados com o objeto do estudo.

c) Revisão Bibliográfica – refere-se ao conteúdo teórico que fundamentará

ao pesquisador a encontrar subsídios à pesquisa para demonstrar as

alternativas disponíveis de financiamentos agregando para a empresa na

unidade caso, uma melhor rentabilidade dos seus negócios.

Neste estudo, foram utilizados como fonte documental, os demonstrativos

dos tipos de financiamento e o comparativo dos mais relevantes para a empresa.

3.4 Apresentação e análise dos dados

Os dados que foram extraídos dos documentos, essencialmente

levantados pelo Estagiário, foram estudados com base em textos descritivos e

tabelas.

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38 4 A EMPRESA

Este capítulo trata da apresentação da empresa Dicave (Matriz),

denominada razão social como Dicave - Gärtner Distribuidora Catarinense de

Veículos Ltda., localizada as margens da Rodovia BR 101 km 125, nº 12.800 –

Caixa Postal 70 – Bairro Canhanduba – CEP 88.316-010 e localizada no

Município de Itajai, Estado de Santa Catarina. Inscrita no CNPJ nº

83.740.456/0001-15 e Inscrição Estadual nº 250.650.584. Com uma área total de

175.524 m² e área construída de 15.152 m². Tem sua data de fundação em 01 de

abril de 1979. Atende através dos telefones/Fax (47) 3249-5000 / 3249-5003, Site

e E-mail.

Administrada pelos acionistas Srs.: Lourival Fiedler, Rolf Artur Werner e

José Carlos koerich, aonde se dará a realização da pesquisa visando demonstrar

a estrutura e os recursos dessa empresa.

Hoje a empresa Dicave possui uma estrutura com a Matriz e mais sete

filiais.

A seguir apresenta-se em ordem cronológica a instalação das demais

casas de caminhões de ônibus no Estado de Santa Catarina.

• Dicave Itajai (Matriz)

• Dicave Lages

• Dicave Chapecó

• Dicave Içara

• Dicave Concórdia

• Dicave Araquari

• Dicave Videira

• Dicave Rio do Sul

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39 4.1 Histórico

Em 1934, sete anos após a fundação da Volvo em Gotemburgo, na

Suécia, iniciou-se o vínculo comercial da marca com o Brasil. Foi neste ano, que

aconteceram as primeiras importações de veículos. Então, a Volvo S.A. com

sede no Rio de Janeiro, comercializava e distribuía os veículos no país.

No início da década de 70, executivos suecos vieram ao Brasil, com intuito

de levantarem dados a respeito da economia nacional, as condições de estradas,

frotas existentes, perspectivas de mercado, entre outras informações. Final de

1973, Karlos Rischbieter (na época presidente do Banco de Desenvolvimento do

Paraná) que posteriormente assumiu o ministério da fazenda, foi a Gotemburgo

para tratar assuntos relacionados à instalação da Volvo no Brasil. Rischbieter é

conhecido como uma das pessoas que mais influenciaram os suecos para a

construção da fábrica na capital do estado paranaense.

Em 1977, a Volvo do Brasil Veículos Ltda. instalou-se na cidade de

Curitiba, Paraná. Em 27 de abril do mesmo ano, o príncipe Bertil, da Suécia,

participou da cerimônia de instalação da pedra fundamental, sendo uma das

primeiras empresas a fazer parte da Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

As atividades fabris iniciaram em setembro de 1979, com o primeiro chassi

de ônibus (modelo B58). Em julho de 1980, começou a produção de caminhões

modelo N. Em 4 de dezembro de 1980, foi oficialmente inaugurado a fábrica, com

a presença do Presidente da República na época, João Figueiredo.

Atualmente, na Volvo do Brasil trabalham cerca de 2.500 funcionários

(entre administrativo e linha de montagem/operacional). Tem-se a atuação em

varias áreas de negócio1 do Grupo Volvo a exceção da Volvo Aero. Ainda, a sede

brasileira é a responsável por todas as operações da marca na América do Sul.

1 O grupo Volvo (AB Volvo) atua em diversos segmentos de negócio em mais de 150 países: Volvo Trucks (Caminhões – atualmente incorpora a Renault Trucks, a Mack Trucks e Nissan Diesel); Volvo Buses (Ônibus); Volvo Construction Equipment – VCE (Equipamentos de Construção. Linha de produtos que abrange carregadeiras sobre rodas, escavadeiras, caminhões articulados e motoniveladoras); Volvo Penta (Motores e sistemas de propulsão a diesel completos para uso industrial e marítimo); Volvo Aero (Motores de aviação civil e foguetes espaciais); e Volvo Financial Services - VFS (Banco Volvo. Instituição financeira atuante nas áreas de financiamento, leasing, consórcio e seguros).

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40 4.2 O nascimento e a trajetória do Grupo Dicave

A comercialização dos produtos Volvo em Santa Catarina iniciou com a

empresa Indústria e Comércio Arno Gärtner Companhia Ltda., oficina e retífica de

automotores no município de Blumenau. Foi nomeada concessionária exclusiva

no estado catarinense, para comercializar os produtos Volvo, em 1947.

Nesta época, os caminhões comercializados em Santa Catarina eram

trazidos, um a um, do Rio de Janeiro por motoristas da Arno Gärtner. Como

veículos robustos, resistentes e com qualidade superior para a época, os

produtos Volvo foram ganhando mercado e tendo boa aceitação pelos

empresários catarinenses.

Foi então que as famílias Fiedler (na época controladora do Grupo Auto

Viação Catarinense de Passageiros e Cargas) e Gärtner, decidiram dar um

grande passo: investir em conjunto no ramo de transporte rodoviário, ampliando a

rede Volvo em Santa Catarina. Em 1977, em Curitiba, reuniram-se executivos da

Volvo do Brasil, presidentes e diretoria da empresa Dicave para a oficialização da

empresa como responsável pelos caminhões e ônibus Volvo no estado.

Em 1º de abril de 1979, os grupos Catarinense e Gärtner fundaram

oficialmente a Dicave Gärtner - Distribuidora Catarinense de Veículos Ltda. Nesta

época, Oswaldo Fiedler e Arno Gärtner formavam a Vice-presidência e a

Presidência, respectivamente. Lourival Fiedler, Rolf Artur Werner e José Carlos

Koerich (atuais acionistas), compunham a diretoria executiva da empresa.

A empresa Dicave iniciou suas atividades com a matriz na cidade de Itajaí,

localizada na BR-101 km 125, em 14 de novembro 1980. Três anos após (1983),

foi construída a segunda filial no Estado, no município de Lages. No ano

seguinte, em 1984, abriu-se a primeira filial no oeste catarinense, na rodovia BR-

282, km 539, em Chapecó. Em 1987, buscando uma posição estratégica ao sul

de Santa Catarina, foi inaugurada a quarta filial da empresa na BR-101, km 381,

em Içara, município vizinho de Criciúma.

Em 1989, iniciaram-se as atividades na unidade de Concórdia, também no

oeste catarinense, na chamada rodovia transbrasiliana, BR-153, Km 98. Para dar

continuidade ao posicionamento estratégico de suas filiais, construiu-se a

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concessionária de Araquari, na rodovia BR-101, km 56, 9, próximo a Joinville, em

1995. A última filial construída pelo grupo foi em 2003, no município de Videira,

região centro-oeste de Santa Catarina, localizada na rodovia SC-453, km 54.

Com a necessidade de montar uma área especializada em veículos

seminovos, inaugurou-se o primeiro Viking Center2 do Brasil, com unidade

conexa a empresa Dicave Itajaí, no ano de 2006. Neste mesmo ano, a filial de

Lages foi trocada de local, com nova estrutura construída, adequada às

necessidades da região e exigências do Grupo Volvo, situada na Rodovia BR-

116, Km 248.

Em janeiro de 2008, iniciou-se a construção da sétima filial da empresa, na

BR-470, em Rio do Sul, município situado no alto vale do Rio Itajaí. Sua

inauguração está prevista para novembro/Dezembro do mesmo ano. A estrutura

física da concessionária contará com 12 boxes (02 específicos para funliaria, 01

pintura, 01 especial Michelin). A planta da unidade é praticamente a mesma de

Lages, e contará com amplo pátio e rampa para lavação de veículos, sala para

motoristas com vista para a área de serviços. O refeitório terá churrasqueira, a

qual comportará integrações e eventos com clientes e colaboradores.

Rio do sul possui uma economia bastante diversificada, com indústrias do

vestuário (jeans e malha), manufaturados de madeira, produtos metal-mecânico,

eletrônicos, alimentícios, entre outros. Concentra regiões fortes no varejo e

agricultura, as quais vêm ao encontro do segmento de caminhões semipesados,

visada pela empresa e marca.

4.3 Ramo de atividade

A atividade principal do grupo Dicave é o comercio varejista de veículos

para o segmento de caminhões e ônibus (transporte Rodoviário de Cargas), além

2 Viking Center – estrutura especializada na comercialização de caminhões seminovos Volvo. A Volvo do Brasil responsabiliza-se pelo caminhão, dando algumas vantagens como: pneus novos, troca de óleo, garantia de quilometragem, entre outros benefícios. Mais informações sobre caminhões Vikings na pag. 8.

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de peças, acessórios e prestação de serviços no Estado de Santa Catarina, onde

possui a concessão exclusiva da Volvo do Brasil S/A.

4.4 Estrutura organizacional

O horário de funcionamento da Dicave é de segunda a sexta-feira, das 8h

às 18h, com 1h12min de almoço. A unidade não tem expedientes aos sábados,

exceto a equipe de plantão (a qual é estipulada anteriormente por meio do RH) e

que fazem parte colaboradora da área de peças e do administrativo financeiro

(caixa). O Grupo Dicave conta com 258 colaboradores (registrados e estagiários).

Possui também, funcionários terceirizados e/ou temporários, não contabilizados.

A estrutura departamental é para todas as filiais e resume-se em: Vendas

(comercial), pós-venda e administrativo. Constam outros departamentos/setores

que exercem suas atividades para a empresa como um todo:

• Departamento de Auditoria, Controladoria e Compras.

• Departamento Contábil, financeiro, Informática.

• Departamento de Recursos Humanos.

• Departamento de Comunicação e Marketing

O quadro 1 apresenta o número de funcionários, área total construída e a

quantidade de boxes que é a área externa da empresa localizada na oficina a

qual abrigam os caminhões para o diagnóstico dos defeitos apresentados.

Fonte: Convenção de Vendas 2008 - Foco & Ação. Canela/RS. Março, 2008. Quadro 1 – Estrutura da empresa

Filial

Nº func.

(Pós-

Venda)

Nº func.

Vendas

Nº func.

Adm /

Financeiro

Nº Total

de

Funcionários

Área

Construída

(m²)

Área

Total

(m²)

Quantidade

de boxes

mecânica

Araquari 33 5 7 45 2.541,00 42.747,00 12

Chapecó 17 6 3 26 1.690,02 20.500,36 10

Concórdia 12 5 4 21 2.102,17 47.224,02 10

Içara 19 6 3 26 2.573,23 20.000,00 12

Itajaí 47 30 30 107 6.387,90 49.922,13 19

Lages 13 2 1 16 1.450,00 13.000,00 11

Videira 11 4 2 17 766,09 1.056,01 9

TOTAL 152 58 50 258 17.510,41 194.449,52 83

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O grupo Dicave conta ainda, com a seguinte infra-estrutura:

• Refeitório (todas as unidades)

• Sala de treinamento (Itajaí).

• 04 Salas de reuniões (Diretoria, Vendas, e Geral) (Itajaí).

• Área de lazer (campo de futebol, churrasqueira com mesas e bancos, TV

e Som) (Itajaí, Araquari, Içara, Concórdia e Chapecó).

• Recepção com TV (Itajaí).

• Portaria 24h (Itajaí e Araquari); Içara (das 8h às 18h e das 22h às 5h).

• Casa dos motoristas (Itajaí).

4.5 Visão

A visão da empresa Dicave é herdada do Grupo Volvo. “Ser reconhecido

como o fornecedor líder mundial em soluções de transporte comercial.”

4.6 Missão

A missão da empresa Dicave é: “Ao criar valor para os nossos clientes,

nós criamos também valor para os nossos acionistas.” A empresa usa o

conhecimento para desenvolver soluções de transporte para clientes exigentes

em setores selecionados, com níveis superiores de qualidade, segurança e

respeito ao meio ambiente.

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44 4.7 Filosofia

Para grupo Volvo políticas, diretrizes e filosofias da marca dizem que os

objetivos serão atingidos se a rede de concessionários e grupo Volvo estiverem

em sintonia com suas próprias práticas, portanto os valores da empresa são:

segurança, qualidade e respeito ao meio ambiente.

4.8 Produtos

Focada no segmento de transporte rodoviário de carga (TRC), ou seja, na

comercialização de caminhões pesados e semipesados, bem como ônibus

rodoviários e urbanos Volvo, além de um conjunto de soluções para transporte, a

Dicave apresenta os seguintes produtos e serviços:

• Caminhões Pesados linha F:

� FH linha desenvolvida para o transporte de materiais pesados

em longas distâncias. Motores de 13 litros, com potências de

400, 440, 480 e 520 cv. Fabricados para chassis nas versões

4x2, 6x2 e 6x4 (trator); e 4x2 e 6x4 (rígido).

� FM13 linha desenvolvida para operações vocacionais de curta

distância. Motores de 13 litros, com potências de 400, 440 e

480 cv. Fabricados para chassis nas versões 6x4, 8x4, 10x4.

• Caminhões Semipesados linha VM:

� VM linha desenvolvida para operações de distribuição urbana e

regional, ou aplicações rodoviárias de curtas e médias

distâncias. Com potências de 210, 260 e 310 cv e diversas

configurações de eixos. Fabricados sobre chassi nas versões

4x2, 6x2, 6x4.

• Ônibus:

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� B9 Salf Articulado, B12M Articulado, B12M Bi-articulado para

urbanos e B7R, B9R e B12R para rodoviário, linhas

desenvolvidas para o atendimento a passageiros, a Volvo

produz e comercializa os chassis para ônibus Urbano e

rodoviário.

Como moeda de troca na comercialização dos produtos, a Dicave efetua

negociações, aceitando veículos usados na troca pelo novo.

Já os caminhões Vikings são veículos seminovos que passam por um

processo de qualificação, inspeção e recolocados no mercado com alguns

diferenciais:

• Caminhões seminovos (Viking) e usados (Volvo e multimarcas)

� Garantia Viking é uma garantia nacional entendida pela marca

Volvo na rede de concessionários, como: caixa de cambio e eixo

traseiro, como diferencial na compra do produto seminovos. Em

veículos com mais de 3 anos a garantia é de três meses ou 50

mil km e, em veículos com menos de 3 anos, de 6 meses ou 80

mil km.

� Garantia de Procedência tem como a propriedade do veículo a

própria Volvo do Brasil, o que gera mais segurança na

transferência da documentação.

� Manutenções têm como diferencial a comercialização dos

veículos pela Volvo do Brasil o cliente é beneficiado com a troca

de todos os pneus por modelos novos, bem como duas trocas

de óleo e filtros do motor (para 15 mil e 30 mil km).

� Preços Competitivos procura a Volvo do Brasil a oferecer

condições especiais para os seus clientes, buscando o valor e a

forma de pagamento adequado aos clientes.

• VAS – Volvo Action Service é uma assistência gratuita

assegurada pela Volvo do Brasil em todas as unidades

comercializadas, em qualquer região do país, está assistência

dispõe para atendimento do caminhão. O cliente ganha 1 (um)

deslocamento gratuito da unidade do VAS – Volvo Action

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Service para atendimento do caminhão em caso de pane na

estrada.

Focada também para o atendimento da Pós-Venda, especializada no

serviço de manutenções, revisões e reparos dos veículos com problemas

mecânicos, a Dicave conta com uma equipe treinada pela Volvo do Brasil de 152

pessoas, atuando na solução dos problemas apresentados pelos caminhões dos

clientes.

Estes serviços estão disponíveis nas casas Dicave. Dentre as principais

atuações estão:

• Mecânica.

• Pintura e Funilaria.

• Venda de programas de manutenção (Gestão comercial de pós-

venda).

• Equipe de mecânicos e mecatrônicos especializados.

• Gestão de qualidade e processos Volvo.

• Instrutores (de condução e especificações técnicas de produtos e

serviços Volvo).

A Dex peças e componentes para veículos atuam no mercado de peças

renovadas para caminhões e ônibus Volvo. Atua na reciclagem de materiais,

fazendo a destinação ambientalmente correta de resíduos.

• As peças Dex são comercializadas após o seguinte controle de

qualidade:

• Desmontagem: permite que todos os componentes sejam

visualizados:

• Lavagem: limpa e localiza possíveis desgastes e ranhuras;

• Inspeção: identifica o problema para a futura substituição do

componente;

• Montagem: faz a troca necessária e remonta a peça de acordo com

as normas do fabricante;

• Teste final: assegura totalmente a desempenho das peças e

componentes;

Esta estratégia criou-se para a disputa do mercado com estabelecimentos

não autorizados, de segunda linha e com a pirataria.

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UBT – Unidade a Base de troca são Peças remanufaturadas com a

qualidade assegurada pela fabrica. Possui os mesmos benefícios de uma peça

Volvo nova, porem com preço mais acessível.

Todas as unidades à Base de Troca Volvo têm a mesma garantia das

peças novas, ou seja, 12 meses e sem limite de quilometragem.

O processo se dá com a substituição da pela usada por uma nova. Porem

o cliente deixa a peça trocada na concessionária, criando o giro para a

comercialização de peças desta área.

Estas peças foram criadas para concorrer com as peças e oficinas

paralelas do segmento de transporte rodoviário de cargas.

VAS – Volvo Action Service trata-se de uma central telefônica de

assistência a clientes. O serviço garante, em qualquer lugar do país, acesso e

atendimento por diferentes canais de comunicação.

• VOAR – Volvo atendimento Rápido – acionado pelo 0800 41 6161,

quando um veículo Volvo (caminhão ou ônibus) apresenta uma

pane, o cliente liga ao VOAR e é atendido pelo time técnico. O

agente irá diagnosticar a falha, resolver na hora quando possível,

e/ou encaminhar o veículos até a concessionária mais próxima.

• LDV – Linha Direta Volvo – acionado também pelo 0800 41 1050 e

ou pelo Site, busca consolidar um relacionamento amigável e de

cooperação com o cliente, por meio de uma central de atendimento.

Cada reclamação é encaminhada diretamente à área responsável e

é iniciado um acompanhamento pelos agentes da LDV para que se

ofereça uma resposta ao cliente dentro de prazos determinados.

Realiza pesquisas e emite relatórios para diversas áreas do Grupo

Volvo. Os canais aberto são por telefone, e-mail e/ou

correspondência postal.

A Dicave possui uma revenda de pneus (bandeira Michelin – a primeira no

estado de Santa Catarina). Conta com uma equipe de vendas nas unidades de

Itajaí e Videira. Disponibiliza “boxes” para caminhões realizarem serviços de

balanceamento, geometria e troca de pneus.

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Dispomos também de um departamento e equipe especializada em

seguros (atendimento, consultoria, assessoria e vendas) para todo o Estado. È

focada no segmento de caminhões (frota ou individuais).

Especializada em soluções financeiras integradas para o transporte, a

VSF é uma empresa global, que trabalha em parceria com as unidades de

produção e concessionárias da marca Volvo em todos os mercados, com a

finalidade de criar e oferecer especificamente, aos clientes Volvo, opções para

aquisição dos seguintes produtos:

• Seguro, Leasing, Consórcio, Financiamentos.

4.9 Mercados

A Dicave representa a marca Volvo e detém a concessão em todo o

Estado de Santa Catarina, abrange a todos os segmentos fabricados pela marca

Volvo no Brasil.

A figura 1 representa o mapa catarinense com as principais rodovias

federais e estaduais, as quais as concessionárias Dicave estão localizadas. As

áreas em azul representam os municípios (e região) que possuem filial instalada.

Figura 1 – Mapa de Santa Catarina Fonte: (Dicave, 2008)

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49 5 A PESQUISA

Este capítulo apresenta o resultado da pesquisa realizada na empresa

Dicave, onde foram levantados e identificados os tipos de financiamentos mais

captados pelos clientes no segmento de caminhões.

5.1 Leasing financeiro e Finame na empresa Dicave

Na empresa Dicave, o foco é vender produtos, em contrapartida conta-se

com parceiros de negócios que são as instituições financeiras que proporcionam

a intermediação da negociação, viabilizando aos clientes da Dicave a captação

de recursos financeiros.

Dentre a classificação, os principais tipos de operações levantados na

empresa Dicave, destacam-se o Leasing financeiro e a Finame, que varia

conforme o referencial dado seja quanto ao prazo contratual, à finalidade do

negócio, ao procedimento e à natureza ou objeto do estudo.

Na empresa Dicave cada modalidade apresentada tem sua própria

autonomia, seguindo suas próprias características, apesar de serem

consideradas operações financeiras com a mesma finalidade, faz-se necessário

a compreensão das características principais entre o Leasing financeiro e a

Finame, que se difere entre vantagens e desvantagens, como se observa na

modalidade operacional e financeira respectivamente.

Na empresa Dicave, as operações de financiamentos são estabelecidas

conforme a necessidade de contratação por cada cliente, e conseqüentemente o

que melhor se adaptar a realidade contábil da empresa contratante.

O Leasing financeiro é uma das modalidades, ressalta-se que no

segmento em que a empresa Dicave atua não há uma procura expressiva,

devido às condições contratuais estabelecidas e pela composição das taxas de

juros para o montante do arrendamento.

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Quanto a Finame, notadamente as práticas já expressam um interesse

maior por parte dos clientes, compreendendo a facilidade nas operações e a

condições estabelecidas, as taxas atrativas e ao prazo de pagamento é que

diferenciam pela escolha da modalidade.

As empresas encontram nestas modalidades, uma excelente forma de

ampliação, diversificação e modernização dos seus negócios.

Pode-se observar na figura 2 que as modalidades identificadas estão em

constante crescimento, conforme estatística apresentada da empresa Dicave, a

exemplo dos números de caminhões faturados no período de 2004 a 2008.

Figura 2 – Linhas de Financiamento na Dicave Fonte: (Dicave, 2008)

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51 5.1.1 Leasing Financeiro

Leasing financeiro ou Arrendamento Mercantil é uma operação realizada

mediante contrato em que uma empresa arrendadora adquire um determinado

bem para uso do arrendatário (cliente) por um determinado prazo.

Demomina-se que o “proprietário” do caminhão é a empresa Leasing, e o

“cliente” é o arrendatário.

A Dicave apresenta o Leasing como uma alternativa de financiamento que

gera benefícios fiscais e contábeis a seus clientes, que podem obter bens novos

e usados, nacionais e importados sem a necessidade de imobilizá-los.

Diferenciam-se dos aluguéis comuns por possuir um prazo longo de

contratação e por oferecer a opção de compra do bem no final do contrato.

Dentre os processos e a prática do contrato de Leasing é feita sob muita

segurança, por parte da empresa que cede o capital para a aquisição do bem.

Normalmente a empresa Dicave deixa ao encargo dos bancos as

providências de toda a transação, pois, desta forma, são os bancos que

capitaliza os juros, além de ter o bem como garantia.

A regulamentação das transações utilizando o contrato de Leasing são

coordenadas e fiscalizadas pela Associação Brasileira de Empresas de Leasing

(ABEL) que fiscaliza a prática.

Esta operação se assemelha, no sentido financeiro, a um financiamento

que utiliza o bem como garantia e pode ser amortizado num determinado número

de “aluguel” (prestações) periódicas, acrescido do valor residual garantido (VGR)

e do valor devido pela opção de compra.

O VGR é o que diferencia esta modalidade das outras, que é uma

obrigação assumida pelo arrendatário quando da contração do Leasing.

O valor residual garantido é, portanto uma obrigação assumida pelo arrendatário quando da contratação do arrendamento mercantil, no sentido de garantir que o arrendador receba ao final do contrato, a quantia mínima final de liquidação do negócio, em caso do arrendatário optar por não exercer seu direito de compra e, também, não desejar que o contrato seja prorrogado. (CARDOSO 1993 apud RIZZARDO, 2000.p.84).

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A empresa arrendatária que nessa modalidade assume os custos,

manutenção e conservação do equipamento e, dependendo dos parâmetros da

negociação, poderá ser dispensada a contratação do seguro para o bem,

principalmente em casos que a empresa arrendatária dispõe de bens similares

excedentes aos contratos.

5.1.2 Descrição dos processos de Leasing financeiro na empresa

Dicave e suas vantagens e desvantagens

Para a contratação da modalidade Leasing financeiro pelos clientes da

empresa Dicave que participa somente como intermediário no processo. O

cliente nesta modalidade encontra uma maior facilidade e rapidez na

consolidação dos dados apresentados e um retorno eficaz, isto se dá ao fato de

somente depender da instituição financeira para a total aprovação do crédito para

a aquisição do bem.

Esta modalidade pode ser contratada por pessoa física e jurídica e a

garantia da operação é o próprio bem, objeto do arrendamento.

Este processo passa a ser ainda mais simplificado se a empresa

arrendatária procurar a agência do seu relacionamento.

O processo inicia-se pelo consultor de negócios da área comercial da

empresa Dicave. Apresenta ao cliente o produto correspondente à sua

necessidade, e posterior ao fechamento do negócio o cliente procura o banco do

seu relacionamento e inicia o processo do financiamento. Nesta modalidade a

empresa Dicave aguarda a aprovação do crédito pela a instituição financeira e

recebe a autorização de faturamento do bem para a emissão da nota fiscal em

nome da Cia Leasing de Arrendamento Mercantil, que figura no contrato como

“Arrendante”, inserindo no corpo da nota fiscal os dados cadastrais do cliente que

figura no contrato como “Arrendatário” da operação. E a vantagem da empresa

Dicave nesta modalidade que figura como “fornecedor” é a garantia do

recebimento do valor do financiamento a vista.

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53

Os contratos de financiamento nas operações do Leasing financeiro

caracterizam-se por vantagens que devem ser levadas em considerações

conforme a necessidade de cada contratação, que são:

• Dedução dos pagamentos para fins de imposto de renda.

• Qualquer bem poderá ser financiado.

• O valor financiado do bem poderá ser de até 100%, inclusive de

outros serviços.

• Não há incidência de IOF e sim de ISS, o que permite parcelas

menores.

• O bem ingressará no ativo imobilizado da arrendatária pelo VRG.

• Taxas pré-fixadas, o que pode evitar futuras surpresas.

• Contrato poderá ser renovado.

Mas em contrapartida, as desvantagens do contrato precisam ser

ponderadas e analisadas com segurança pela arrendatária, tais como:

• O contrato não poderá ser rescindido, a não ser em casos de

sinistro com perca total do bem.

• O bem não poderá ser usado como garantia em outras operações.

• Em alguns contratos é obrigatória a contratação do seguro com

cláusula indicando a empresa arrendadora.

• O contrato de Leasing não poderá ser quitado antecipadamente,

antes de 24 parcelas.

• Prazo curto de financiamento de 24, 36 e 48 meses, diferencia-se

os prazos pela vida útil do bem.

• Taxas de financiamento conforme atuação do mercado financeiro.

5.2 Finame

A Finame é um programa de financiamento que tem o suporte da Agência

de financiamento Industrial e pertence ao BNDES. O Objetivo da Finame é apoiar

a produção e comercialização de equipamentos nacionais novos cadastrados

nesta agência.

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54

A missão da Finame é a promoção do desenvolvimento pela capilaridade,

simplicidade e agilidade operacional, atendendo a clientes de praticamente todos

os segmentos produtivos através, principalmente, do repasse de recursos a uma

extensa rede de instituições financeiras, proporcionando e garantindo o

crescimento da economia nacional e a produção das empresas fornecedoras do

produto, bem objeto do financiamento.

O BNDES parametrizou a análise e liberação de créditos para empresas

conforme o seu potencial, estes parâmetros estão vinculados a receita

operacional bruta anual.

Este potencial denominou-se “porte” e tem grande influência nas

condições e valores do financiamento. Os portes são classificados como:

• Microempresa: receita operacional bruta anual de até R$

1.200.000,00.

• Pequenas Empresas: receita operacional bruta anual superior a R$

1.200.000,00 e inferior ou igual a R$ 10.500.000,00.

• Média Empresa: receita operacional bruta anual ou superior a R$

10.500.000,00.

• Grande Empresa: receita operacional bruta superior a R$

60.000.000,00.

Considera-se receita operacional bruta anual como a receita auferida no ano-calendário com o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedido. (BNDES, 2008).

Na hipótese de inicio de atividades no próprio ano-calendário, os limites

acima referidos serão proporcionais ao número de meses em que a pessoa

jurídica ou firma individual houver exercido a atividade, são desconsideradas as

frações de meses. Nos casos de empresas em implantação, será considerada a

projeção anual de vendas utilizada no empreendimento, levando-se em conta a

capacidade total instalada. (BNDES, 2008)

Os financiamentos são operacionalizados através de instituições

financeiras, denominados agentes financeiros (Bancos), que após análise e

aprovação cadastral, encaminham proposta de abertura de credito (PAC)

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juntamente com a documentação exigida, solicitando a aprovação e liberação

dos recursos ao BNDES.

A regulamentação das transações utilizando o contrato de Finame são

coordenadas e regulamentadas pelo BNDES.

Esta operação se assemelha, no sentido financeiro, a um financiamento

que utiliza também o bem como garantia, mas permanecendo em nome do

financiado, podendo ser amortizado num determinado número de parcelas,

acrescido pelo custo da operação, que é composta por custo BNDES + spreed

bancário + TJLP.

Os custos relacionados à operação na sua composição ficam assim

determinados:

• Custo BNDES – e o percentual cobrado pelo BNDES pela a

viabilização da operação, de 0,9% a.a. para micro, pequenas e

médias empresas e 1,4% para grandes empresas.

• Spread bancário – e o percentual cobrado pelo agente financeiro

pela intermediação da operação, tem a autorização do BNDES em

4% a.a, mas cada banco faz a sua variação e dependendo da

análise do risco da operação.

• TJLP - é a taxa de juros á longo prazo – tem sua variação

trimestral. Está taxa é fixada em 6,25% a.a.

A TJLP é o que diferencia nesta modalidade. As prestações na

apresentação da operação são calculadas nesta base 6,25% a.a., mas vale

ressaltar que depende do comportamento da economia no longo do período das

prestações, está taxa pode oscilar, sendo incorpora a diferença no saldo

devedor, sendo uma das desvantagens da operação.

Mais próximo de uma interpretação formal, a TJLP representa o índice de criação específica para as operações financeiras na aplicação de taxas de juros em financiamento a ser liquidado em longo prazo. Tem sua base de cálculo trimestral controlado pelo Banco Central. (htt://WWW.amagis.com.br/home).

Em contrapartida, a Finame continua sendo a alternativa mais barata e a

modalidade mais procurada para financiar caminhões pesados, ou qualquer outro

produto cadastrado no BNDES.

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56 5.2.1 Descrição dos processos de Finame na empresa Dicave e

suas vantagens e desvantagens

Para a contratação da modalidade Finame pelos clientes da empresa

Dicave, passam também pela intermediação bancária para que o processo seja

conduzido. O cliente nesta modalidade precisa também da aprovação do BNDES

e deverá se enquadrar nos requisitos exigidos pela instituição.

O processo inicia-se pelo consultor de negócios da área comercial da

empresa Dicave. Apresenta ao cliente o produto com suas características

técnicas e após a definição do cliente elabora uma proposta de compra que

chamamos de pró-forma, onde constam o descritivo do produto, preço,

quantidade e o respectivo código Finame que é o cadastro do produto no

BNDES. A empresa Dicave então encaminha a proposta à instituição financeira

juntamente com a documentação necessária exigida pelo BNDES e inicia-se a

aprovação cadastral.

Após o tempo hábil da aprovação de no máximo dois dias, o banco

informa ao cliente da empresa Dicave a aprovação do crédito e o percentual do

financiamento, que terá como base o enquadramento estabelecido conforme

classificação entre micro, pequena, média e grande empresa. Quando o

financiamento não atingir o total de 100% do bem, a diferença deverá ser

negociada com a empresa Dicave. Ficando a critério da empresa Dicave a forma

de pagamento.

Neste período, a empresa Dicave aguarda o envio pelo banco da

autorização de faturamento para o bem (PAC), onde constará um número de

liberação da Finame e o mesmo deverá constar descrito no corpo da nota fiscal

do produto.

Após a assinatura do contrato para a alienação do bem para a instituição

financeira que aprovou o crédito, a mesma tem a responsabilidade de

encaminhar para o BNDES. Ficando então a empresa Dicave no aguardo da

liberação dos recursos financeiros aprovado, ficando o BNDES no compromisso

de repassar os recusros que normalmente tem um prazo médio de trinta dias.

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O processo de contratação nas operações da Finame caracteriza-se por

vantagens especificamente ao cliente, que são:

• Limite financiável de até 100% do bem (mediante análise cadastral).

• Prazo para pagamento de 12 a 60 meses.

• Carência de pagamento de 3 a 12 meses, com pagamentos

trimestrais somente dos juros durante o período da carência.

• A alíquota de IOF é zero e sem ISS.

• O financiamento pode ser quitado a qualquer momento.

Umas das grandes vantagens da Finame são direcionadas para

transportadores autônomos que além de terem o spreed de 1% a.a. com entrada

mínima de 10%, tem o prazo de pagamento do contrato em 72 meses. Em

contrapartida podem ter somente um bem financiado.

Quanto às desvantagens do contrato Finame podemos ressaltar:

• Risco de oscilação da TJLP, podendo ter surpresas ao longo do

contrato.

• Dificuldade para transferência, devido às exigências cadastrais do

BNDES.

• Exigência cadastral e tributária, que destacam os documentos de:

Certidão negativa de débitos (CND) do INSS. Certidão de

regularidade do FGTS (CRF). Certidão conjunta e negativa dos

débitos dos tributos federais e Dívida ativa da união. Recibo de

entrega da RAIS do último exercício social. Cadastro da empresa,

dos sócios e dirigentes. Autorização para consulta a central de

riscos (BACEN).

• Finame é um recurso governamental, ficando sujeito a

disponibilidade.

• O bem especifico do contrato deve ser de fabricação nacional.

5.3 Comparativo entre os dois sistemas Leasing financeiro e

Finame

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O Leasing ou arrendamento mercantil consiste num contrato pelo qual o

proprietário de um bem passa para uma pessoa ou empresa (o arrendatário), o

direito de uso e exploração do mesmo durante certo tempo, em troca de

determinada soma paga em parcelas fixas, com o direito do arrendatário ao final

do prazo, obter a posse do bem, perante o pagamento do residual contratado

previamente pela instituição financeira ou o refinanciamento do mesmo bem por

mais um determinado tempo. (FIESP, 2009).

Quanto á Agência de Financiamento Industrial – Finame, como subsidiária

do BNDES, tem como objetivo promover o desenvolvimento e consolidação do

parque nacional produtor de máquinas e equipamentos, através do financiamento

para a aquisição de bens, operando exclusivamente através de repasse de

recursos. Com a alienação fiduciária do bem financiado. Onde transfere ao

credor o domínio e posse de um bem, em garantia do pagamento de obrigações

que lhe é devida. Com parcelas na forma de amortização gradual, por meio de

pagamentos periódicos combinados entre o credor e o devedor.

No caso dos empréstimos em longo prazo, a amortização se faz mediante

tabelas especiais conforme decisão de cada instituição financeira. (FIESP, 2009).

Pelo estudo realizado na empresa Dicave com relação aos financiamentos

supracitados, verificou nitidamente a vantagens e desvantagens financeiras do

Leasing financeiro em relação ao Finame.

Pode-se perceber no apêndice A que traz a simulação do financiamento

de um caminhão da marca Volvo, modelo FH13 440 6x2 cabine L2H2 ano 2009

modelo 2009, cavalo mecânico, no valor correspondente de R$ 350.000,00,

financiamento de 100% do total do bem, pela modalidade Leasing Financeiro,

que utiliza a planilha no sistema PRICE, com prestações fixas, numa tabela de

juros aplicados no mercado de 1,38% a.m., residual final do contrato R$

3.500,00, resultando num total pago de R$ 491.722,16.

Em comparação ao Finame, que utiliza a planilha do Sistema de

Amortização Constante (SAC), um bem nas mesmas características

apresentadas acima, com amortizações fixas, resultando em prestações

decrescentes, já que os juros são calculados em 0,9% a.a. de spread Finame +

3,5% a.a. de spread bancário + 6,25% da TJLP corrigidas trimestralmente sob o

saldo devedor, que diminui a cada período numa constante, pode-se perceber

num resultado total no final do contrato em R$ 424.209,07.

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Mediante a apresentação da simulação entre as duas operações,

verificou-se uma diferença gerada no valor de R$ 67.513,09 em favor da

operação Finame. Apresentando os dois comparativos ao cliente, por mais que

se argumente o cliente notadamente estará optando pela mais barata.

Da-se a este fato, a intensa procura pelos clientes da empresa Dicave na

contratação da modalidade Finame para financiamento de caminhões pesados.

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60 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os financiamentos, tanto no Leasing financeiro, quanto na Finame, cada

qual com suas particularidades, são alternativas que proporcionam as empresas

brasileiras de determinados setores na concretização e/ou renovação dos seus

negócios, sem que para isto precisem se descapitalizar, podendo utilizar suas

reservas oriundas dos seus ativos para outros fins, como na expansão e/ou

manutenção da sua empresa, que lhe assegurará na continuidade com maior

solidez no mercado globalizado cada vez mais competitivo.

Tem-se nestas modalidades, foco deste trabalho, políticas que deverão

ser ponderadas, por serem diferenciadas de uma instituição para outra.

Estas modalidades se aplicam e são procuradas nos diversos setores da

economia e a todos os tipos de negociações, portanto nada mais prudente para

as empresas analisarem ambas as operações que necessitem captar e qual a

melhor se adaptar a realidade de sua contabilidade, evitando com isto

insatisfações oriundas de captações com custos financeiros altos, podendo até

ocasionar riscos à saúde financeira da sua empresa.

As operações de arrendamento mercantil se tornaram, nos países de

economia avançada, uma importante fonte de capital.

Saber utilizar o Leasing, como uma importante forma de financiamento,

dentre as várias existentes, torna-se fundamental para que a empresa tenha um

custo mais baixo no financiamento.

O Leasing financeiro, ou arrendamento mercantil, é uma operação

privativa dos bancos múltiplos, sendo uma ferramenta essencial de venda para

os fabricantes e distribuidoras de máquinas e equipamentos.

Este tipo de financiamento permite que o arrendatário utilize os seus

orçamentos para promover e garantir ambientes de renovações tecnológicas, o

que contribui decisivamente para o crescimento da empresa. Considera-se para

o arrendatário da operação vantagens consistentes como: financiamento de fácil

acesso e rápida análise e decisão, simplicidade na documentação processual,

rapidez na entrega do bem e liquidação imediata ao fornecedor. Convém

ressaltar nas desvantagens do contrato que implica na retomada do bem

facilmente, em caso de inadimplência do contrato pela arrendadora e sem a

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devolução de qualquer valor em caso de desistência, porque se configura como

um contrato de aluguel tendo ainda a continuidade no pagamento no restante do

contato.

Nas operações de Finame, verificou-se que é uma das modalidades mais

procuradas pelas empresas que necessitam financiar um bem para o aumento ou

renovação da sua frota.

Ao longo dos anos, este mercado vem crescendo a números expressivos,

graças ao empenho do governo federal em viabilizar o produto Finame possível e

acessível devido às políticas adotadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES). O governo federal com esta prática gera o

crescimento industrial do país, proporcionando a geração de empregos e a

estabilidade da economia.

Para tanto, esta modalidade de financiamento se intensificou como uma

ferramenta de apoio para micros, pequena e médias empresas e tornou-se

indispensável para a viabilização dos negócios.

Pôde-se constatar também que mesmo com os custos mencionados da

operação na pesquisa, sendo a TJLP o fator que diferencia por não ser fixa, em

comparação com outros financiamentos disponíveis no mercado, hoje a Finame e

a forma de financiamento mais barata do mercado.

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62 7 SUGESTÕES PARA EMPRESA

No decorrer ao desenvolvimento da pesquisa, podemos observar que na

empresa Dicave há falhas no processo comercial, não pelos números de

faturamento que a empresa desempenhou expressivamente no período de 2004

a 2008, mas sim pela maneira que se verificou a condução do processo

comercial na finalização da venda.

Portanto, nem toda quantidade expressa qualidade, com isto há maneiras

de conduzir as negociações de forma a gerar melhor rentabilidade para a

empresa Dicave.

Notou-se que a área comercial da empresa Dicave precisa estar em

sintonia com a sua própria área financeira, que realiza enormes esforços

financeiros para garantir a saúde financeira da empresa mais estável possível, no

modo a estabelecer parâmetros essenciais, mas que nem sempre são

apreciados pela área comercial.

Como sugestão para a sustentabilidade e continuidade do processo

comercial mais eficaz, é necessário a criação de um departamento de análise de

crédito, com profissionais especializados, para a análise criteriosa dos cadastros

dos clientes, onde se pode promover o estudo antecipados sobre a capacidade

de cada empresa, bem como seu potencial de compra.

Com este processo, pode-se extrair dos balanços anuais e demais

documentos fiscais e contábeis, qual a melhor opção de financiamento a

oferecer. Porque nem sempre o financiamento mais barato, poderá ser o mais

vantajoso, onde consistirá num melhor resultado para o cliente.

Como o foco da empresa Dicave é vender “Soluções para Transporte”,

com uma gama de produtos a oferecer, seria de grande importância mais esta

ferramenta, na consolidação dos processos de comercialização e na solidificação

dos parceiros de negócios.

Mas pode-se concluir, conforme o parâmetro do nosso publico alvo, que o

melhor e mais vantajoso financiamento disponível no mercado, continua sendo a

operação via FINAME, por oferecer as taxas mais baixas do mercado.

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APÊNDICES

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66 APÊNDICE A - PLANILHA DE SIMULAÇÃO LEASING FINANCEIRO

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APÊNDICES B - PLANILHA DE SIMULAÇÃO FINAME

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