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C - 562 CAPÍTULO VIII - RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SOBRE AS CONTAS DO GOVERNO DA REPÚBLICA – EXERCÍCIO DE 2005 Compete ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo apoiar o Tribunal de Contas da União - TCU no exercício de sua missão institucional – mandamento previsto na Constituição Federal vigente, em seu artigo 74, inciso IV. Ao emitir o Relatório e Pareceres Prévios sobre as Contas do Governo da República, exercício de 2005, aquela Corte de Contas expediu recomendações a diversos órgãos e entidades da administração pública federal, as quais foram repassadas, pela Controladoria-Geral da União - CGU, a cada órgão/entidade para ciência e providências. No âmbito do Poder Executivo, essas recomendações traduziram-se em ressalvas que alcançaram os seguintes órgãos e entidades: Presidência da República, Ministérios da Fazenda, da Educação, da Justiça, da Previdência Social, do Planejamento, Orçamento e Gestão, e da Integração Nacional, Controladoria-Geral da União, Secretaria do Tesouro Nacional, Secretaria da Receita Federal, Secretaria de Orçamento Federal, Banco Central do Brasil, Departamento de Polícia Federal, Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Departamento de Extinção e Liquidação e Secretaria Federal de Controle Interno. Ao longo do exercício de 2006 vários órgãos encaminharam à Controladoria-Geral da União - CGU, as providências que estavam sendo tomadas em relação às recomendações. A eficácia dessas providências será analisada pela Secretaria Federal de Controle Interno - SFC, órgão integrante da Controladoria-Geral da União, quando da realização de ações de controle. Essas providências encontram-se apresentadas pelos órgãos. RECOMENDAÇÕES E PROVIDÊNCIAS ADOTADAS PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA RECOMENDAÇÃO: À Presidência da República que adote medidas cabíveis, no âmbito da competência institucional, para reverter os efeitos da “Desvinculação das Receitas da União” (DRU), instituída pela EC n.º 27/2000 e alterada pela EC N.º 42/2003, sobre o orçamento da seguridade social. PROVIDÊNCIAS ADOTADAS: No que tange às recomendações do Tribunal de Contas União – TCU, relativa às Contas do Governo da República do exercício de 2005, há que se registrar, que a recomendação relativa à reversão dos efeitos da “Desvinculação das Receitas da União” (DRU) não se refere à matéria de competência institucional da Casa Civil, por se tratar de questão relativa à gestão orçamentário-financeira, estando, assim, na órbita dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão. Com relação às demais recomendações formuladas pelo Tribunal de Contas da União, há que se ressaltar a atuação da Casa Civil para o atendimento das demandas formuladas por aquela Corte de Contas, informando aos diversos Ministérios competentes da necessidade de adotarem as medidas cabíveis no âmbito de suas áreas de atuação, e, solicitando, também, que as providências adotadas fossem comunicadas àquele Tribunal e à Controladoria-Geral da União. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL, SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL E CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS RECOMENDAÇÃO: Ao Ministério Público da União, à Controladoria Geral da União, ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional e ao Conselho de Atividades Financeiras para que se mobilizem e se articulem para a elaboração e implementação de uma estratégia nacional de combate à corrupção,

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CAPÍTULO VIII - RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SOBRE ASCONTAS DO GOVERNO DA REPÚBLICA – EXERCÍCIO DE 2005

Compete ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo apoiar o Tribunal de Contas daUnião - TCU no exercício de sua missão institucional – mandamento previsto na Constituição Federal vigente, emseu artigo 74, inciso IV.

Ao emitir o Relatório e Pareceres Prévios sobre as Contas do Governo da República, exercíciode 2005, aquela Corte de Contas expediu recomendações a diversos órgãos e entidades da administração públicafederal, as quais foram repassadas, pela Controladoria-Geral da União - CGU, a cada órgão/entidade para ciência eprovidências.

No âmbito do Poder Executivo, essas recomendações traduziram-se em ressalvas que alcançaramos seguintes órgãos e entidades: Presidência da República, Ministérios da Fazenda, da Educação, da Justiça, daPrevidência Social, do Planejamento, Orçamento e Gestão, e da Integração Nacional, Controladoria-Geral daUnião, Secretaria do Tesouro Nacional, Secretaria da Receita Federal, Secretaria de Orçamento Federal, BancoCentral do Brasil, Departamento de Polícia Federal, Departamento de Recuperação de Ativos e CooperaçãoJurídica Internacional, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Departamento de Extinção e Liquidação eSecretaria Federal de Controle Interno.

Ao longo do exercício de 2006 vários órgãos encaminharam à Controladoria-Geral da União -CGU, as providências que estavam sendo tomadas em relação às recomendações. A eficácia dessas providênciasserá analisada pela Secretaria Federal de Controle Interno - SFC, órgão integrante da Controladoria-Geral daUnião, quando da realização de ações de controle. Essas providências encontram-se apresentadas pelos órgãos.

RECOMENDAÇÕES E PROVIDÊNCIAS ADOTADAS

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

RECOMENDAÇÃO:

À Presidência da República que adote medidas cabíveis, no âmbito da competência institucional,para reverter os efeitos da “Desvinculação das Receitas da União” (DRU), instituída pela EC n.º 27/2000 ealterada pela EC N.º 42/2003, sobre o orçamento da seguridade social.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No que tange às recomendações do Tribunal de Contas União – TCU, relativa às Contas doGoverno da República do exercício de 2005, há que se registrar, que a recomendação relativa à reversão dosefeitos da “Desvinculação das Receitas da União” (DRU) não se refere à matéria de competência institucional daCasa Civil, por se tratar de questão relativa à gestão orçamentário-financeira, estando, assim, na órbita dosMinistérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão. Com relação às demais recomendaçõesformuladas pelo Tribunal de Contas da União, há que se ressaltar a atuação da Casa Civil para o atendimento dasdemandas formuladas por aquela Corte de Contas, informando aos diversos Ministérios competentes danecessidade de adotarem as medidas cabíveis no âmbito de suas áreas de atuação, e, solicitando, também, que asprovidências adotadas fossem comunicadas àquele Tribunal e à Controladoria-Geral da União.

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL, SECRETARIA DA RECEITAFEDERAL E CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

RECOMENDAÇÃO:

Ao Ministério Público da União, à Controladoria Geral da União, ao Departamento deRecuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional e ao Conselho de Atividades Financeiras para que semobilizem e se articulem para a elaboração e implementação de uma estratégia nacional de combate à corrupção,

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que contemple a definição de prioridades comuns, o planejamento integrado, o compartilhamento de informaçõese a execução de operações conjuntas.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No âmbito da Controladoria-Geral da União

Atendendo à recomendação IV, do Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral daUnião, em articulação com o Ministério da Justiça, incluiu na Estratégia Nacional de Combate à Lavagem deDinheiro o tema de combate à corrupção. Assim, a partir de sua quarta edição, a estratégia passou a se denominarEstratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), tendo sido realizada reunião,entre os dias 29 de novembro e 02 de dezembro de 2006, em Ribeirão Preto-SP, a qual contou com a presença de52 órgãos e mais de 100 participantes. Nessa reunião, foram aprovadas 33 metas e 20 recomendações, muitas dasquais se referem especificamente ao tema corrupção.

Com a ampliação do escopo da Estratégia, a CGU passou a dividir com o Departamento deRecuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional – DRCI, do Ministério da Justiça, a responsabilidadepela supervisão da consecução das metas pelos órgãos responsáveis.

No âmbito do Banco Central do Brasil – BC

Voltando-se a prevenção de ilícitos financeiros, o BC participou das discussões na Comissão dePrevenção à “Lavagem” de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo do Subgrupo de Trabalho nº 4: AssuntosFinanceiros (SGT-4) do Mercosul, das reuniões do Grupo 3+1 sobre a Segurança da Tríplice Fronteira, além dasreuniões plenárias e de grupos de trabalho relacionados à supervisão financeira no âmbito do FATF/GAFI -Financial Action Task Force/Groupe d’Action Financière e do GAFISUD - Grupo de Ação Financeira da Américado Sul, principais organismos envolvidos na prevenção e combate à “lavagem” de dinheiro em nível global eregional, respectivamente. No âmbito interno, destaca-se a participação do BC na Enccla 2007 (EstratégiaNacional de Combate à Corrupção e à “Lavagem” de Dinheiro).

Em decorrência de sua participação nos diversos encontros ocorridos entre os organismos da áreagovernamental e como resultado do trabalho em parceria das áreas de fiscalização e de normas, o Banco Centraleditou regulamentação relacionada a movimentações financeiras ligadas ao terrorismo e ao seu financiamento(Carta-Circular nº. 3.246) e de pessoas politicamente expostas (Circular nº. 3.339).

Em conformidade com as disposições previstas na Lei Complementar nº 105, de 10.01.2001,foram enviados aos órgãos competentes 293 relatos de indícios de crimes detectados durante os trabalhos desupervisão, sendo 26 relatos de operações suspeitas de “lavagem” de dinheiro ou financiamento do terrorismo aoConselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, 133 comunicações relacionadas a crimes de naturezatributária à Secretaria da Receita Federal e 134 comunicações de indícios de crimes contra o Sistema FinanceiroNacional ao Ministério Público.

Em atendimentos às Comissões Parlamentares de Inquérito e ao Poder Judiciário, realizou açõesde compartilhamento de informações que podem auxiliar o combate à corrupção, entre outros. Além de palestras edivulgação na imprensa, resultaram na melhoria do atendimento e na redução do volume de trabalho, mediante odesenvolvimento e o incentivo ao uso, pelo Poder Judiciário, da penhora online (BacenJud).

Em conseqüência, o Poder Judiciário determinou ou recomendou, por atos, a utilização do meioeletrônico em razão de sua maior segurança, agilidade, economia e eficiência em relação às demandasencaminhadas em papel. É oportuno destacar a sanção, em 06.12.2006, da Lei n.º 11.282, que recomenda aosjuízes, no requerimento de informações à autoridade supervisora do sistema bancário, o uso preferencial do meioeletrônico, o que significa um avanço importante em relação aos procedimentos até então utilizados e cujos efeitosserão observados em futuro próximo.

No período de janeiro a dezembro foram atendidos 1.515 mil pedidos oriundos do PoderJudiciário, sendo 1.381 mil via BacenJud e 134 mil via ofícios. Outro fato relevante foi a definição do documento(leiaute) a ser observado nos processos de rastreamento de recursos (Carta-Circular 3.254). Em atendimento àsdemandas do Poder Judiciário, foram concluídos 82 rastreamentos de recursos.

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Foram atendidas, ainda, as Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito dos “Correios”, das“Ambulâncias”, da “Emigração Ilegal” e as Comissões Parlamentares de Inquérito dos “Bingos”, da “Biopirataria”e do “Tráfico de Armas”, que envolveram informações do BC sobre 1.040 pessoas físicas e jurídicas. Em parceriacom as próprias comissões, foram desenvolvidas rotinas para a utilização de meios eletrônicos, que resultaram naeliminação, quase total, da remessa de informações em papel, tornando-a mais segura e facilitando asinvestigações.

Também em 2006 foi consolidada a utilização do Cadastro de Clientes do Sistema FinanceiroNacional - CCS, instituído em cumprimento ao artigo 10-A da Lei n.º 9.613/1998 (incluído pela Lei n.º10.701/2003), com a edição de normas complementares a sua implementação. Constam do CCS informações sobreos relacionamentos mantidos desde 01.01.2001 pelos bancos comerciais, múltiplos e de investimento e pela CaixaEconômica Federal com os seus correntistas e clientes, incluídos os seus representantes legais ou convencionais.

No âmbito da Secretaria da Receita Federal – SRF

As recomendações foram atendidas, conforme item “Auditoria e Fiscalização Tributária eAduaneira” do Relatório do Ministério da Fazenda neste Volume I, inclusive em articulação com a Polícia Federale Ministério Público Federal.

No âmbito do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF

Os avanços do sistema brasileiro de combate à lavagem de dinheiro são notáveis. O COAFconsolidou-se como Unidade de Inteligência Financeira, adotando modernos sistemas e métodos para oprocessamento de informações. Produziu, em 2006, aproximadamente 1.200 Relatórios de Inteligência Financeiraa partir da compilação de informações contidas em mais de 27 mil comunicações de operações suspeitas ou emespécie provenientes, principalmente, do Sistema Financeiro Nacional. Cresceu de forma substancial o número decomunicações recebidas pelo COAF dos setores econômicos, que em parte pode ser explicado pela confiança queconquistou junto às suas fontes de informação. O número de comunicações recebidas saltou de 40.526, em 2003,para 85.152 em 2004, 158.613 em 2005 e para quase 190 mil em 2006.

Nesta linha, o COAF foi convidado a participar das principais Comissões Parlamentares deInquérito realizadas em 2006, colaborando ativamente, inclusive mediante cessão de pessoal e análise deinformações, das CPIs dos Correios, dos Bingos e dos Sanguessugas. Colaborou também com importantesoperações da Polícia Federal, fornecendo informações relacionadas a um terço das principais operações realizadasem 2006, contribuindo para o esforço do Estado em combater o crime organizado. Em comparação ao início doatual governo, embora o percentual atingido em 2006 seja o mesmo de 2003, o crescimento no número de grandesoperações da Polícia Federal ilustra a utilidade das informações de inteligência financeira fornecidas pelo órgão nocombate à lavagem de dinheiro e outros crimes.

Outra importante atuação do COAF se deu mediante parceria com o estado de São Paulo, pelaqual as autoridades policiais paulistas receberam informações de inteligência financeira que contribuíram para obloqueio de recursos de pessoas ligadas à organização criminosa “Primeiro Comando da Capital – PCC”. Noperíodo de novembro de 2005 a novembro de 2006, foram identificadas pelo COAF aproximadamente mil pessoasdireta ou indiretamente relacionadas àquela organização, em adição às cerca de 400 que já haviam sidoidentificadas pela Polícia de São Paulo. Foram detectadas movimentações financeiras de 260 dessas pessoas,somando um montante de R$ 36,6 milhões, as quais foram detalhadas em nove Relatórios de InteligênciaFinanceira encaminhados às autoridades competentes.

Também teve ampliada sua participação internacional, contribuindo para a projeção externa doBrasil. Membro, ao lado de 31 países, do Grupo de Ação Financeira (GAFI/FATF), o organismo internacionalmais importante dedicado ao tema do combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, o Brasilassumiu, em 2006, uma participação mais ativa nas suas atividades, tornando-se membro do Steering Group,grupo de países que assessora a presidência da instituição, e do grupo que analisa a postulação de novos países àqualidade de membros do organismo.

No campo regional, as atividades do GAFI/FATF são desenvolvidas pelo Gafisud – Grupo deAção Financeira para Combate à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo da América do Sul, quereúne a Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai como membrosefetivos, além de diversos países e organizações internacionais como membros observadores. Em 2006 apresidência do Grupo foi exercida pelo Brasil, representado pelo Presidente do COAF, e teve como principais

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marcos a entrada do México como membro efetivo e a aceitação do Gafisud como membro associado do GAFI.No campo temático a presidência brasileira destacou, dentre os temas prioritários, as questões afetas ao combate àcorrupção.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

RECOMENDAÇÃO:

Avaliar a oportunidade de criação, no Departamento de Polícia Federal, no âmbito daCoordenação Geral de Polícia Fazendária, de uma unidade específica para tratar de crimes de corrupção contra aAdministração Pública, com as correspondentes representações nas Superintendências Regionais.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Por meio do Ofício n.º 20/SE-MJ, de 11/01/2007, foi encaminhada à esta CGU, cópia do Ofícion.º 772/2006 – DG/DPF, de 18/12/2006, no qual consta a informação que foi determinado à Diretoria deAdministração e Logística Policial que reúna todas as propostas relacionadas à atualização da estruturaorganizacional do DPF, incluída a criação da unidade proposta pelo TCU, para que, tão logo possível, a Direção-Geral do DPF possa submetê-la à aprovação do Senhor Ministro da Justiça.

MINISTÉRIO DA FAZENDA

RECOMENDAÇÃO:

Adotar providências com vistas à coordenação entre os órgãos responsáveis pela operação econtrole da Dívida Ativa – Secretaria do Tesouro Nacional, Subsecretaria de Planejamento, Orçamento eAdministração da Secretaria Executiva, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e Secretaria da Receita Federal –para que haja a devida e tempestiva contabilização dos valores arrecadados, em regime de caixa, e dos créditosinscritos na Dívida Ativa em cumprimento à Lei nº 4.320/1964 e demais normas contábeis.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No âmbito do Ministério da Fazenda – MF

Sobre o assunto, informamos que desde agosto de 2006, vêm sendo realizadas reuniões entre aCoordenação-Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional, a Procuradoria-Geral da FazendaNacional e a Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração da Secretaria Executiva do Ministério daFazenda. As ações destes órgãos estão sendo orientadas para que os sistemas Siafi e o de controle da dívida ativapossam ser integrados, de forma a possibilitar a atualização automática dos registros contábeis. Enquanto nãohouver a integração dos sistemas, os registros contábeis da dívida ativa serão atualizados mediante lançamentosmanuais.

No exercício de 2006 foram realizados pela SPOA/MF e CCONT/STN os lançamentos relativosao estoque da dívida ativa, com base nas informações fornecidas pela PGFN. Em 2007 continuam as articulaçõesentre as entidades envolvidas para que os sistemas sejam integrados e possam ser realizados registros automáticosda dívida ativa no Siafi.

No âmbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN

A PGFN concebeu projeto de qualificação de estoque da dívida ativa. Elaborado em 20/7/2006pela Coordenação-Geral da Dívida Ativa, em conjunto com a Coordenação de Grandes Devedores, e contandocom o apoio da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento eGestão (SLTI/MP), o projeto tem por objetivo aprimorar a capacidade gerencial da Dívida Ativa da União - DAU,por meio da requalificação dos recursos informacionais e tecnológicos atualmente empregados pela PGFN. Aprincípio, aplicar-se-á aos débitos de natureza tributária. De forma resumida, o projeto contém duas etapas: aprimeira relaciona-se à depuração do estoque da dívida ativa, diagnosticando inconsistências e adotandomecanismos preventivos para evitá-las no futuro; a segunda relaciona-se à qualificação propriamente dita. Ambas

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as etapas exigem integração de sistemas (notadamente com os sistemas da SRF, dada a natureza dos débitos aserem qualificados com prioridade).

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

RECOMENDAÇÃO:

Ao Ministério da Educação, junto com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,observar o § 6º do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No âmbito do Ministério da Educação:

De Acordo com Ministério da Educação, no exercício de 2006, foi verificada a conformidade aoart. 60, §6º, do ADCT, quanto aos recursos aplicados pela União com a erradicação do analfabetismo e para amanutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, como demonstrado na tabela a seguir:

RECURSOS PARA ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO E MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINOFUNDAMENTAL (ANO 2006)

Grupo / Ação

Valor em (R$)

do gasto acumulado apósajuste

Em (%) dosrecursos

vinculados

Total (exclusive merenda escolar) de ações para a erradicação doanalfabetismo e para a manutenção e desenvolvimento do ensinofundamental

3.824.830.820 32,53%

Despesas com a merenda escolar limitada pelo cálculo das despesasresultantes dos valores per capita dispendidos pelo alunado conformematrículas na rede pública da pré-escola e da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental, mais o alunado indígena

1.009.008.000 8,58%

Total (inclusive merenda escolar) de ações para a erradicação doanalfabetismo e para a manutenção e desenvolvimento do ensinofundamental

4.833.838.820 41,12%

Fonte: Nota Técnica n.º 02/2007 – SPO/SE/MAC

Pode-se, assim, comprovar o cumprimento, por parte da União em 2006, da aplicação do mínimoequivalente a 30% dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal, na erradicação doanalfabetismo e na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental. Essa assertiva vale para totais comambas as alternativas: 32,53% sem a despesa com merenda escolar, ou 41,12% com tal despesa.

No âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:

Com referência à recomendação do TCU quanto à observância do parágrafo 6º do art. 60 do Atoda Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT estão sendo prestados esclarecimentos pela Nota Técnica nº008/2007/DESOC/SOF/MP.

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

RECOMENDAÇÃO:

Alocar e aplicar o mínimo de 20% dos recursos destinados à irrigação na Região Centro-Oeste,em cumprimento ao inciso I do art. 42 dos ADCT.

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PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No que concerne à recomendação contida no Parecer Prévio da Corte de Contas, o Ministério daIntegração Nacional, por intermédio do Departamento de Desenvolvimento Hidroagrícola da Secretaria de Infra-Estrutura Hídrica, apresenta justificativas atinentes aos impedimentos e óbices que ocorreram para suaimplementação e as ações em andamento.

Desenvolvimento da irrigação no Centro-Oeste

1. Os Projetos de irrigação financiados pelo Orçamento da União:

A administração do Ministério da Integração Nacional/MI que assumiu em 2003, após fazer umlevantamento da situação de todas as obras que estavam conveniadas com estados e municípios, vendo aquantidade de obras em andamento e que os recursos orçamentários não eram suficientes para concluí-las numperíodo satisfatório, definiu que não seriam iniciadas novas obras ou demais etapas de obras em andamento, atéque as já iniciadas estivessem concluídas. E mesmo estas obras em andamento, seriam analisadas e divididas emetapas e módulos, de forma que estes pudessem ser priorizados e concluídos num menor prazo possível, trazendoos benefícios esperados para a população.

Dentro desse enfoque, os projetos de irrigação de responsabilidade do MI, sejam os financiadosmediante convênios com estados ou municípios, pela Secretaria de Infra-Estrutura Hídrica/SIH, sejam aquelesimplantados diretamente pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba/Codevasf epelo Departamento Nacional de Obras Contra às Secas/Dnocs, se enquadraram dentro desta determinação.

Devido a este fato, o atendimento à determinação dos órgãos de controle para que fosse mantidono orçamento do MI um percentual mínimo de 20%, dos recursos destinados à irrigação, para aplicação na RegiãoCentro Oeste, ficou bastante prejudicado, vez que a maioria dos projetos em construção se localizam fora daquelaregião. Senão vejamos:

• os projetos de irrigação em construção sob a responsabilidade da SIH estão basicamenteconcentrados no estado de Goiás, que pertence a Região Centro-Oeste, e no estado doTocantins, que apesar de ter sido desmembrado do próprio estado de Goiás, optou por serincorporado à Região Norte. Entretanto, a demanda dos projetos do estado de Goiás nãocomporta a alocação do percentual de 20% dos recursos determinado;

UF Nº PROCESSO CONVENENTENº CONVÊNIO

/ANONOME/PROJETO SIAFI

0379 - DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA IRRRIGADA

DF 59000.003625/2000-84 GOVERNO DO ESTADO 257/2000-MI PROJ. RIO PRETO 397789

GO 02000.003973/97-96 GOVERNO DO ESTADO 240/97 PROJ. DE IRRIGAÇÃO TRÊS BARRAS.

GO 02000.001119/97-11 GOVERNO DO ESTADO 024/97 PROJ. LUIZ ALVES DO ARAGUAIA 326311

GO 59000.001923/2001-11 GOVERNO DO ESTADO 048/2001 PROJ. DE IRRIGAÇÃO FLORES DE GOIAS 427061

PB 02000.002287/98-24 GOVERNO DO ESTADO 071/98 PROJ. VÁRZEAS DE SOUSA 353321

TO 03900.004845/99-12 GOVERNO DO ESTADO 027/99 PROJ. XAVANTE – URUBU 379954

TO 03900.006632/99-44 GOVERNO DO ESTADO 307/99 PROJ. FRUTICULTURA IRRIGADA GURITA 387419

TO 03900.006633/99-15 GOVERNO DO ESTADO 667/2000 PROJ. DE IRRIGAÇÃO SAMPAIO 413233

TO 59000.003025/2000-16 GOVERNO DO ESTADO 158/2000 PROJ. SÃO JOÃO 399251

TO 59000.000302/2001-10 GOVERNO DO ESTADO 001/2001 PROPERTINS - MANOEL ALVES 416584

• mesmo os recursos alocados aos projetos da Região Centro-Oeste, sua aplicação é bastantecomprometida, face as pendências de ordem institucional, técnica, ambiental e legal, quevárias vezes inviabilizam a formalização dos convênios, necessários para a transferência dosmesmos. Pode-se citar o projeto de irrigação do Rio Preto, de responsabilidade do DistritoFederal, que teve o convênio expirado, inclusive com a devolução à União de uma parcelasignificativa de recursos já repassados, cerca de R$ 6,0 milhões de reais, pela impossibilidade

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de utilização devido a pendências de ordem ambiental. Os projetos do estado de Goiás,monitorados de perto pelo TCU/SECEX-GO, onde o projeto Três Barras está com problemastécnicos e legais não permitindo alocação de recursos; o projeto Flores de Goiás, idem, tendoinclusive perdido no ano de 2006 um empenho da ordem de R$ 15,0 milhões de reais que nãofoi formalizado por falta de documentos e o projeto Luiz Alves do Araguaia, que somente emdezembro de 2006 resolveu sua pendência ambiental com o Instituto Brasileiro de MeioAmbiente/Ibama, o que permitiu aditivar o convênio existente adicionando os recursosorçamentários definidos para as suas obras;

• os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, também não apresentam demandasconsistentes em projetos de irrigação que possam ser atendidas e mesmo aquelas em que sebusca recuperar projetos antigos, como é o caso do Projeto Santa Terezinha, no Mato Grosso,o estado não tem atendido as convocações do MI na apresentação da documentaçãonecessária para formalização do convênio;

• como na Região Centro-Oeste também não existem projetos públicos em operação, osrecursos orçamentários do programa Transferência de Gestão, bastante significativos nosúltimos anos, vez que o programa foi introduzido no Plano Prioritário do GovernoFederal/PPI, pois se trata de uma estratégia do governo passar para a tutela dos usuários osprojetos públicos de irrigação, não podem ser ali alocados.

Todos estes fatos dificultam bastante, no curto prazo, o atendimento por parte do MI àdeterminação dos órgãos de controle.

A médio e longo prazo o MI, através da SIH, está apoiando e/ou desenvolvendo, em articulaçãocom alguns estados da Região Centro Oeste, Planos Diretores de Irrigação e estudos específicos que irão subsidiarfuturas intervenções. Paralelamente, contratou a realização de um trabalho sobre o setor da irrigação no Brasil,especificamente sobre a atuação do MI/SIH, onde deverão surgir uma série de sugestões/recomendações, as quaispermitirão uma nova modalidade de intervenção, principalmente em apoio às ações da irrigação privada,característica maior da Região Centro-Oeste.

UF Nº PROCESSO CONVENENTENº

CONVÊNIO/ANO

NOME/PROJETO SIAFI

0379 - DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA IRRRIGADA

GO 59100.000194/2004-08 GOVERNO DO ESTADO 305/2004-MIPlano de desenvolvimento hidroagricola edesenvolvimento agroindustrial das baciashidrograficas do estado

521742

GO 59100.000117/2006-10 GOVERNO DO ESTADO 134/2006 projeto de irrigação campo alegre

2. A contextualização da irrigação no Centro-Oeste:

Os últimos levantamentos sobre a área irrigada no país (2004/05) indicaram que cerca de 3,44milhões de hectares são dominados por infra-estruturas hídricas de irrigação e drenagem. Destes,aproximadamente 300 mil hectares correspondem a áreas situadas em perímetros públicos federais e estaduais deirrigação (cerca de 8%), predominantemente na Região Nordeste onde atuam as instituições Codevasf e Dnocs daestrutura do MI. Nos projetos públicos de irrigação as infra-estruturas hídricas são implementadas com recursos doPoder Público, para serem ressarcidas. As áreas irrigadas no Brasil em sua maior parte, pouco mais de 3,1 milhõesde hectares, são de responsabilidade do setor privado. No Centro-Oeste as áreas irrigadas atualmente em produção,da ordem de 318.000 ha, são da iniciativa particular, em sua quase totalidade.

Baseando-se em estudos preliminares desenvolvidos no final da década passada, pode-se afirmarque a região de abrangência do Cerrado na região Centro-Oeste apresenta um potencial de solos aptos por irrigar,de forma sustentável, de cerca de 2,9 milhões de hectares. Tais áreas, em hectares assim se apresentam nosestados que detém condições de incorporar a prática de irrigação de forma segura: Mato Grosso do Sul (920.000ha), Mato Grosso (1.000.000 ha) e Goiás (950.000 ha). Existem indicativos de outras áreas na região, num total de1,2 milhões de hectares, com potencialidades.

Nessas áreas de maior vocação devem ser desenvolvidos estudos em nível de Planos Diretores,

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consistentes e completos, envolvendo os pré-requisitos necessários a permitir que haja opção segura pela práticade irrigação e drenagem agrícolas. Os estudos de macro-planejamento de âmbito estadual e municipal, tendo asbacias hidrográficas como unidade territorial de concepção, permitem selecionar projetos prioritários cujasimplementações detém atributos que levam a maiores possibilidades de sucesso, indicando as estratégias deimplementação, envolvimentos e as linhas de cooperação governamental e as parcerias com o setor privadorequeridas na prática da irrigação e dos agronegócios vinculados.

Para o pleno desenvolvimento da região e dos seus projetos prioritários, além de linha de créditoespecífica para irrigação a ser realizada tanto pelo setor público como pelo privado, há necessidade de existênciade suportes específicos para adesão dos agricultores à prática da agricultura irrigada.

As infra-estruturas hídricas de suporte ao desenvolvimento sustentável da agricultura irrigadaexigem cuidados como a disponibilidade segura de água, de solos cujos estudos pedológicos indiquem a chance decapacidade de resposta, estudos de mercado associados aos agronômicos e estudos ambientais.

As infra-estruturas hídricas para tais empreendimentos públicos, mistos e privados, são em geralcompostas de obras e equipamentos de regularização de vazões, de condução, de distribuição, de aplicação deáguas e de retirada de águas excedentes por meio de drenagem agrícola. Tais sistemas de infra-estrutura hídricapermitem adotar empreendimentos com menores riscos e possibilitam a geração de ampliação da produtividadeagrícola e de pecuária com projetos economicamente viáveis, ambientalmente sustentáveis e socialmente justos.

O “futuro associado aos investimentos em infra-estrutura hídrica” destinada a irrigação e suportea pecuária na Região Centro-Oeste está associado principalmente à oferta de infra-estrutura hídrica de uso coletivoe de suporte elétrico e de transportes nas áreas aptas e onde os produtores apresentam sólidos indícios de interesseà adoção da prática de irrigação.

Os principais problemas encontrados para o setor público apoiar a irrigação na região CentroOeste, são:

• necessidade de implementar planos de otimização para os empreendimentos de irrigação emfase de implementação em cooperação com os governos estaduais da região;

• inexistência, na região, de entidades estaduais competentes e com atribuições dedicadas aoplanejamento e gestão de infra-estruturas hídricas que possam induzir os produtores pelasvantagens de adotarem a prática sustentável da agricultura irrigada e de irrigação para apecuária em áreas potenciais e de vocação. Esta ausência tem refletido na baixa procura pelosrecursos dos fundos constitucionais que complementariam os investimentos alocados eminfra-estruturas de uso comum e os recursos próprios do setor privado em componentes deseus empreendimentos; e

• inexistência de planejamento e projetos adequadamente aprofundados que permitam aintegração dos diversos setores, que atendam aos interesses em vários âmbitos e estejamconforme recomendam as boas práticas da gestão dos recursos hídricos, da irrigação e dasinfra-estruturas hídricas respeitando o conceito de uso múltiplo, integrado e harmônico. Afalta desse planejamento acarretou no passado o surgimento de projetos de maior porte,inadequadamente preparados, com baixos retornos sociais e econômicos e altos riscosambientais, e que atualmente tem sido questionados quanto a sua validade.

As falhas no planejamento de âmbito regional, em especial no preparo de Planos Diretores deBacias Hidrográficas, na elaboração de planos estaduais e planejamento de sub-regiões trazem dificuldades nadefinição de infra-estruturas hídricas que possam atender aos projetos prioritários de múltiplas finalidades edirecionamento para a prática da integração intersetorial de cooperação entre níveis e instâncias de governo eparcerias com iniciativa privada.

Os planejamentos adequados elaborados em parceria com as entidades estaduais possibilitam aspráticas sadias que criam as condições para reduzir os custos de detalhamento, de implementação e defuncionamento dos sistemas hídricos e permitem alcançar as reais finalidades a melhorias na qualidade das infra-estruturas hídricas.

A decisão de dotar as áreas com potencial na Região Centro-Oeste de infra-estruturas hídricas de

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suporte e garantia de produção possibilitará reduzir a pressão sobre a fronteira agrícola pela agricultura tradicionale pecuária e permitirá as condições para uma produção segura de qualidade com ganho geral associado ao conceitode desenvolvimento sustentável.

Outra pendência associada às deficiências legais e institucionais é a demora na aprovação peloCongresso Nacional do Projeto de Lei da Política Nacional de Irrigação que ora tramita na Comissão de Minas eEnergia da Câmara dos Deputados ( PL 6.381 / 2005 ).

Espera-se que com a aprovação da Política Nacional de Irrigação, possa ocorrer a agilização deuma série de pendências associadas às infra-estruturas hídricas de sistemas de irrigação, como: as concessões deparcerias público-privadas; os projetos de cooperação com os estados; a definição de sistema integrado dedesenvolvimento de infra-estruturas hídricas de uso múltiplo e integrado; e os instrumentos de apoio à política e agestão (planos, sistema de informações, linhas de crédito e incentivos, as pesquisas e assistência técnica) quefavorecerão a maior adesão do setor privado à irrigação e favorecerão a execução de infra-estruturas hídricascoletivas de suporte a produção.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL

RECOMENDAÇÃO:

a) Criar eventos e rotinas para registro de dívidas como as que o INSS gerou junto à rede bancária.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

O registro pode ser realizado utilizando o evento 54.0.319, que tem a finalidade de registrar aapropriação de obrigações de exercícios anteriores. Esse evento lança a débito a conta 5.2.3.3.1.22.00 –Obrigações de Exercícios Anteriores e a crédito a conta 2.2.2.4.X.XX.00 – Obrigações a Pagar. Para indicar aclassificação da obrigação poderá ser utilizada a conta contábil 2.2.2.4.4.07.00 – Entidades Federais, que está nogrupo 2.2.2.4.4.00.00 – Entidades Credoras. Ressalta-se que o citado evento foi incluído no Siafi no exercício de1998, portanto os órgãos envolvidos nesse caso já tinham instrumento para efetivarem os lançamentos no exercíciode 2005.

RECOMENDAÇÃO:

b) Promover, em conjunto com as setoriais contábeis dos ministérios, mecanismos para determinar às entidadesintegrantes de saldos contábeis junto ao sistema Siafi que cumpram os prazos prescritos na norma de encerramentodo exercício.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A integração de saldos contábeis tem como objetivo a consolidação das informações, dos órgãosque não registram seus atos e fatos contábeis por meio do Siafi, para elaboração do Balanço Geral da União. Aregra para utilização do Siafi é descrita na LDO, já a regra de integração é definida pelo manual Siafi, conformedestacado a seguir:

Lei nº 11.178, de 20 de setembro de 2006, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da LeiOrçamentária de 2006, estabelece que as entidades que recebem recursos do Tesouro Nacional deverãoefetuar a execução orçamentária e financeira na modalidade total no Siafi;

Manual Siafi código 02.03.11 estabelece que além das entidades pertencentes aos Orçamentos Fiscal e daSeguridade Social, as empresas públicas não dependentes devem integrar a consolidação dos saldoscontábeis.

Os prazos de integração prescritos na norma de encerramento do exercício, elaborada por estaSecretaria do Tesouro Nacional, são indicados a cada ano. Tradicionalmente, o fechamento ocorre até a segundasemana de janeiro do ano subseqüente ao do encerramento do exercício. O prazo prescrito baseia-se no lapso detempo necessário para avaliação e conferência dos saldos e demonstrativos, e realização de eventuais ajustes, parao encaminhamento do Balanço na data limite exigida pela Controladoria-Geral da União – CGU, que é definidopara cumprimento de prazo constitucional. A CGU institui cronograma a ser seguido para apresentação das Contasda República, levando em consideração o descrito a seguir:

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A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 84, dispõe que as Contas da República doexercício anterior deverão ser apresentadas até 60 dias após a abertura da sessão legislativa.

Ocorre que algumas entidades, principalmente as estatais não dependentes, regem-se por outrosdispositivos legais que estabelecem prazos maiores para o fechamento das contas, ou até mesmo, se vêemimpossibilitadas de encaminhar as informações no prazo definido para a integração, por estarem condicionadas aoutras regras definidas em instrumentos legais e outros normativos de órgãos fiscalizadores, dentre os quaisdestacam-se:

Instrução CVM n º 202, de 06/12/1993.“Art. 13 (...)Parágrafo único - Os administradores deverão zelar pela divulgação simultânea para todo o mercado deinformações relevantes, inclusive relativas aos negócios da companhia, perspectivas de rentabilidade,vendas, comportamento de custos e de despesas, veiculadas por qualquer meio de comunicação ou emreuniões de entidades de classe, de modo a garantir a sua ampla e imediata disseminação.”

Lei 10.406 (novo Código Civil), de 10 de janeiro de 2006, afirma que quatro meses após o término doexercício social a assembléia dos sócios deliberará sobre o balanço patrimonial e o resultado econômico;

Lei 6.404 estabelece que o exercício social terá duração de 1 ano, podendo o seu estatuto estabelecerperíodo diverso.

Diante do exposto, pode-se concluir que o prazo de apresentação das Contas da República nãopermite a adequada integração das entidades, tendo em vista a existência de diferentes prazos a serem cumpridospelas entidades envolvidas no processo de consolidação das contas públicas no âmbito da União.

Dentro do possível, respeitados os prazos para publicação das informações e entrega das contas,esta Coordenação-Geral estará adotando providências no sentido de estender os prazos para integração dos dadosdas empresas, bem como avaliando a possibilidade das empresas estatais dependentes realizarem ajustespatrimoniais em prazo posterior ao encerramento dos demais órgãos. Com isso, espera-se minimizar as diferençasque possam existir entre os Balanços publicados no Siafi e aqueles elaborados sob a ótica da Lei Societária.

Cabe enfatizar que a solução definitiva com relação à garantia de integridade entre asinformações registradas no Siafi e aquelas publicadas segundo a Lei n.º 6.404/76, requer amplo entendimentoentre a STN, TCU, CGU e Congresso Nacional, no que se refere à estrutura e prazos de entrega das informaçõesque integram o Balanço Geral da União – BGU.

No exercício de 2006 o prazo de encerramento do Siafi para as empresas estatais foi prorrogadopara o dia 15 de janeiro de 2007.

Além disso, foi incluída no Manual Siafi orientação específica quanto aos procedimentos deintegração de saldos contábeis no Siafi a serem observados pelas estatais. A macrofunção é a 02.03.11 –Integração de Saldos Contábeis Para Elaboração do BGU. Adicionalmente foi atualizada a macrofunção 02.11.22,que trata da Participação da União no Capital das Empresas.

RECOMENDAÇÃO:

c) Utilizar procedimentos adequados para consolidação de balanços patrimoniais, em especial no que se refere àfalta de eliminação, nos balanços, mas não nas operações e transações contábeis, de duplicidades relacionadas aobrigações tributárias e encargos sociais a recolher, quando o favorecido for órgão/entidade considerada naconsolidação, e a rubricas de direitos e obrigações decorrentes de transações que envolvem entidades abrangidasna consolidação.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Em atendimento a esta recomendação do TCU, foi estabelecido como meta para estaCoordenação-Geral de Contabilidade, no período de maio a outubro de 2004, a elaboração de projeto, com oobjetivo de estabelecer os conceitos e regras para as consolidações nele definidas, abrangendo dois pontosprincipais: Aspectos Conceituais das Consolidações, que estabelece a formulação dos Tipos de Administração edefine os critérios de consulta nas transações BALANSINT e BALANCETE e as respectivas formas de

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detalhamento dessas transações; e Exclusão das Duplicidades nas Consolidações, decorrentes das recomendaçõesdo Tribunal de Contas da União, direcionadas à Secretaria do Tesouro Nacional, constantes no Relatório ePareceres Prévios sobre as Contas do Governo da República de 2003, objetivando eliminar as operações entre osórgãos e/ou entidades que compõem os balanços consolidados.

As Regras de Consolidação serão definidas em uma Transação específica, que está sendo criadano Siafi (ATUCONSOL). Essa Transação está sendo implementada, inicialmente, para possibilitar excluirtotalmente os itens dos balanços que somente possuírem contas que registrem interferências entre órgãosintegrantes dos Orçamentos Fiscal e Seguridade Social.

Porém, em outubro de 2005, com a criação das Modalidades de Aplicação da Despesa 71 -Transferências a Consórcios Públicos e 91 - Aplicação Direta decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos eEntidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social pela Portaria Interministerial nº 688, de14/10/2005, verificou-se a necessidade de adequar o Projeto, tornando possível a exclusão de apenas algumascontas de determinado item da fórmula dos Balanços.

O primeiro ponto desse projeto, referente aos aspectos conceituais das Consolidações, queestabelece a formulação dos Tipos de Administração e define os critérios de consulta nas transações BALANSINTe BALANCETE e as respectivas formas de detalhamento dessas transações já foi implantado no Siafi; o segundo,que se refere à exclusão das Duplicidades nas Consolidações, encontra-se em fase de homologação de algumastransações no Siafi, com previsão para início de funcionamento no exercício de 2007.

Registre-se ainda que, na estrutura atual do Siafi, não há como efetuar a eliminação no BalançoPatrimonial de contas de direitos e obrigações a pagar entre órgãos pertencentes aos OFSS, pois teria que ser feitoo levantamento manual entre todos os devedores / credores, para verificar aqueles que pertencem ao OFSS, paraque fosse possível efetuar a exclusão. No futuro, esta Coordenação-Geral de Contabilidade poderá buscar algumasolução que viabilize tais eliminações na consolidação dos Balanços.

RECOMENDAÇÃO:

d) Utilizar procedimentos adequados para apresentação de valores na demonstração das variações patrimoniais, emespecial no tocante ao:

d.1) registro de valores em subgrupos de mutações ativas e passivas com a devida contrapartida em receitas edespesas orçamentárias, de modo a caracterizar o aspecto orçamentário da operação; e

d.2) registro, em subgrupos de receitas e despesas extra-orçamentárias, apenas de operações de entidades não-integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, harmonizando, dessa forma, os registros contábeis com aprópria concepção do plano de contas único da União.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Sobre o item d.1) confirmamos, a princípio, o entendimento conceitual do Tribunal de Contas daUnião, de que os valores registrados em subgrupos de mutações ativas e passivas devem ter a contrapartida emreceitas e despesas orçamentárias, o que parece não estar acontecendo na prática, conforme demonstrado emlevantamento realizado pelo próprio Tribunal. Assim, devido à multiplicidade de rotinas contábeis existentes e acomplexidade da análise desta situação, informamos que a Coordenação-Geral de Contabilidade, da Secretaria doTesouro Nacional, está trabalhando arduamente para identificar as ocorrências que possam estar gerando taisdistorções conceituais, para apresentar, oportunamente, os resultados obtidos.

Com relação ao item d.2) registre-se que, em algumas situações, como é o caso do registro dadepreciação, é possível que as empresas utilizem-se das contas de variação para adequar a sua contabilidade, nãosó às exigências da Lei nº 6.404-76, como também aos princípios contábeis. Para dar mais clareza ao processo deregistro e utilização das contas de variação, por órgãos integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social,será alterado no Plano de Contas o Título e a Função destas contas contábeis para “Receitas por Regime deCompetência” e “Despesas por Regime de Competência”, e os eventos contábeis que registram nestas contaspassarão a ter o indicador de utilização exclusivo para unidades gestoras pertencentes de Empresas.

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RECOMENDAÇÃO:

e) Utilizar procedimentos adequados para apresentação de valores na demonstração das variações patrimoniais doSerpro, da Finep e da Casa da Moeda do Brasil, tendo em vista se tratarem de empresas não integrantes dosorçamentos fiscal e da seguridade social (extra-orçamentárias, strictu sensu), mas que vem apresentando saldos emdespesas e receitas orçamentárias.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

As entidades citadas não pertencem aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - OFSS,porém utilizam o Siafi na modalidade TOTAL. Por isso precisam utilizar as rotinas existentes para os órgãos quepertencem ao OFSS, que são obrigados a atender a Lei n.º 4.320/1964, que disciplina a obrigatoriedade darealização dos três estágios da despesa: empenho, liquidação e pagamento.

Quanto ao ingresso do recurso o registro está sendo realizado nas contas de receitasorçamentárias para atender o regime de caixa instituído pelo diploma legal citado. Sistemicamente torna-seinviável preparar rotinas distintas, pois seria necessário duplicar todas os procedimentos implementados paraatender esses órgãos, e o custo-benefício para isso não compensaria.

No Siafi Gerencial, no momento de consolidar as informações, é possível filtrar as informaçõespara o OFSS utilizando o parâmetro PERTENCE AOS ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL= ‘S’.

Quanto aos demonstrativos, os dados são apurados por Órgão, sendo que para cada um há umindicador na tabela de órgão marcando se eles pertencem ou não ao OFSS.

Em resumo, pode-se afirmar que esses órgãos já recebem tratamento diferenciado na elaboraçãodas consultas e demonstrativos contábeis, com a devida especificação no BGU de 2006, que trataráseparadamente, os órgãos pertencentes e não pertencentes aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.

RECOMENDAÇÃO:

f) Implementar mecanismo de certificação da baixa contábil de valores de bens móveis quando alienados.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A certificação da baixa contábil do valor do bem alienado poderia ser feita concomitantementecom o ingresso do recurso financeiro relativo à alienação, se houvesse um sistema de acompanhamento dos bensmóveis integrado ao Siafi. Hoje os fatos ocorrem em momentos e valores distintos, impossibilitando que osregistros ocorram simultaneamente. Ocorrendo a implementação desse sistema poderá ser criada rotina contábilpara registrar a baixa do bem juntamente com o ingresso do recurso.

RECOMENDAÇÃO:

g) Indicar em nota explicativa as eventuais motivações que justifiquem os valores diferentes para as rubricas deinterferências ativas e passivas que deveriam apresentar valores iguais na demonstração das variações patrimoniaise no balanço financeiro, conforme prevê o modelo de contabilização.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A diferença entre interferências orçamentárias ativas e passivas apuradas no Balanço Financeiroe no Demonstrativo das Variações Patrimoniais do âmbito dos Orçamentos Fiscal e de Seguridade Social se refereao repasse concedido pela Administração Direta à Empresa Pública Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, aqual foi retirada da condição de integrante do referido Orçamento.

No exercício de 2006, estão sendo implantadas rotinas contábeis no sentido de proibir adescentralização externa de créditos para entidades não integrantes aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social -OFSS (eventos da classe 30 só poderão ser utilizados por órgãos integrantes aos OFSS). Caso não seja possível a

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implementação da crítica até o encerramento do exercício de 2006, e eventualmente volte a ser observada o fatoem 2006, será incluída, no BGU, nota explicativa sobre a ocorrência.

RECOMENDAÇÃO:

h) Corrigir as rotinas contábeis junto ao sistema Siafi que têm permitido a ocorrência de diferenças de fechamento,entre as somas das partes e o consolidado, da demonstração das variações patrimoniais e do balanço financeiro.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A propósito do assunto, o relatório do TCU (págs. 158, 160-161) faz os seguintes registros:

Com relação à Demonstração das Variações Patrimoniais – DVP: “Ademais, existe umadiferença consignada na nota explicativa na qual é demonstrado que a soma das partes (variações ativas evariações passivas) não é igual ao consolidado. O valor a menor de R$ 9,976 bilhões é decorrente de o valorsuperavitário apresentado pelo consolidado estar líquido do déficit apurado nas autarquias”;

Com relação ao Balanço Financeiro: “De acordo com informações do BGU (p. A-7), o balançofinanceiro quando consolidado em nível de tipo de administração apresenta valor diferente daquele obtido quandosão somados os órgãos/entidades e tipos de administração que o compõem”.

Sobre o assunto, é importante destacar que, conforme a literatura especializada (Manual deContabilidade – FIPECAFI, 6ª ed., pág, 465), “A consolidação não é, todavia, simplesmente a soma de cada contadas diversas empresas. Há necessidade, também, de eliminar os saldos existentes ou transações realizadas entre asempresas dos grupos.” É nesse sentido que a contabilidade pública vem adotando alguns procedimentosamplamente aceitos para realizar a consolidação de seus demonstrativos.

Com relação à DVP da administração indireta, esclarece-se que no exercício de 2005 asautarquias apresentaram déficit, e as demais entidades apresentaram superávit em suas demonstrações. Quando ademonstração é consolidada, o resultado das entidades é apresentado pelo valor líquido (no caso em questão, osuperávit foi maior que o déficit). Pela regra de elaboração da DVP, o superávit fica registrado na coluna devariações passivas, e o déficit na coluna de variações ativas. Assim, quando as demonstrações foram consolidadas,a DVP passou a registrar apenas o saldo superavitário na coluna das variações passivas.

No que se refere ao Balanço Financeiro da administração indireta, o ajuste realizado decorre daeliminação de obrigações, relativas à conta “Pessoal a pagar”, existentes entre as entidades cujos demonstrativosforam consolidados.

Por oportuno, registra-se que informações acerca destes procedimentos foram objeto de notasexplicativas específicas no Balanço Geral da União (Volume I , páginas A-7, A-8, A-9 e A-10).

Diante do exposto, é importante salientar que não há erros nas rotinas contábeis do Siafi, mastratam-se apenas de ajustes realizados na consolidação de demonstrativos contábeis, para melhor evidenciar asituação patrimonial e financeira dos órgãos integrantes do Balanço Geral da União.

RECOMENDAÇÃO:

i) Corrigir as rotinas contábeis junto ao Sistema Siafi que têm permitido a ocorrência de diferenças de valoresentre as despesas e receitas orçamentárias, nestas incluídas as respectivas deduções constantes do balançoorçamentário e os mesmos itens constantes da demonstração das variações patrimoniais e do balanço financeiro.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A diferença apresentada entre os balanços citados decorre da regra estabelecida no sistema Siafipara geração de cada balanço e da atual disposição do Plano de Contas da União. Atualmente, o BalançoOrçamentário (transação BALANORC) é gerado no Siafi a partir das contas de controle orçamentário e osdesdobramentos das receitas e despesas são feitos por meio do conta-corrente. Sendo assim, as receitas sãoinformadas pelos valores líquidos das respectivas deduções.

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Já o Balanço Financeiro e a Demonstração das Variações Patrimoniais-DVP (transaçãoBALANSINT) têm suas estruturas estabelecidas no Siafi na transação ATUGERAREL. As regras de balançonessa transação são definidas a partir dos saldos das contas contábeis e, ao contrário da transação BALANORC,não faz leitura do conta-corrente. As informações de receitas e despesas nesses balanços são obtidas por meio dossaldos das contas 3.X.X.X.X.XX.XX (para as despesas) e 4.X.X.X.X.XX.XX (para as receitas). As deduções dareceita são obtidas através do saldo das contas 4.9.X.X.X.XX.XX. Na atual estrutura do Plano de Contas da União,não há equivalência de desdobramento entre as contas de receitas orçamentárias e as respectivas deduções e,portanto, no nível de conta contábil não há como identificar nas contas de dedução as respectivas receitas deorigem, motivo pelo qual o Balanço Financeiro e a DVP demonstra primeiramente os valores brutos e, ao final dasreceitas correntes, o total das deduções.

Com relação às despesas, a diferença existente em 2005, entre o Balanço Orçamentário e oBalanço Financeiro e DVP é de apenas R$ 0,48.

RECOMENDAÇÃO:

j) Utilizar procedimentos adequados para apresentação de valores de previsão adicional da receita oriunda desuperavit financeiro, dado o desequilíbrio do balanço e a não evidenciação correta da situação econômico-financeira da entidade.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A abertura de Crédito Adicional por Superávit Financeiro apurado em Balanço Patrimonial deExercício Anterior ou por Excesso de Arrecadação no Exercício é tratada no art. 43 da Lei nº 4.320/64, da seguinteforma:

“Art. 43 - A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveispara ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa.

§ 1º - Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;II - os provenientes de excesso de arrecadação;III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais,autorizados em lei;IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao PoderExecutivo realizá-las.§ 2º - Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivofinanceiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito aeles vinculadas.

§ 3º - Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferençasacumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência doexercício.§ 4º - Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á aimportância dos créditos extraordinários abertos no exercício.”

Sobre o assunto, convém ressaltar que, até o exercício de 2002, para os casos previstos no artigocitado, exceto o previsto no inciso III, o registro da dotação adicional de despesa era acompanhado de registro deprevisão de receita, de forma que o Balanço Orçamentário permanecia com os totais apresentados no lado das“RECEITAS” e “DESPESAS” equilibrados.

A partir de 2003 novas interpretações foram dadas ao conteúdo do artigo, com impacto nacontabilização dos créditos adicionais e na apresentação do demonstrativo, passando a valer a seguinteinterpretação:

a) Para os créditos adicionais abertos com base no superávit financeiro apurado no balançopatrimonial do exercício anterior, deixou de ser registrada a previsão da receita. Tal interpretaçãose deve ao fato de que esses valores já foram considerados como receita no exercício de seuingresso e voltar a demonstrá-los dessa forma contraria o artigo 35 da Lei 4.320/1964, o qual dizque pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas. Além disso, esse registro

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dificultava a visualização do excesso de arrecadação já que inflava o valor da previsão da receitacom valores que haviam sido arrecadados anteriormente.

b) Para os créditos adicionais abertos com base no excesso de arrecadação, também deixou deser registrada a previsão da receita. O excesso de arrecadação é a diferença positiva entre areceita prevista e a realizada e o registro de acréscimo na receita prevista ocultava a visualizaçãodo próprio excesso de arrecadação na medida em que inflava o valor da coluna PREVISÃO nodemonstrativo.

c) As aberturas de crédito por anulação de dotações e por operações de crédito não tiveram suacontabilização alterada, já que a primeira não impacta o equilíbrio na medida em que ocorreapenas a substituição de uma despesa por outra e, no caso da segunda, por se tratar de receitanova, continua sendo registrada a previsão da receita.

A partir dessas novas definições, o Balanço Orçamentário passou a apresentar permanentedesequilíbrio em todos aqueles órgãos que recebem créditos adicionais oriundos de Superávit Financeiro apuradono Balanço Patrimonial em exercício anterior e Excesso de Arrecadação, implicando na necessidade de registro deNota Explicativa ao demonstrativo para justificar tal situação.

Em face da necessidade de mudança na Transação BALANORC do Siafi, relativa à elaboraçãodo Balanço Orçamentário, no sentido de torná-lo mais consistente no enfoque das informações orçamentárias, bemcomo mais transparente ao usuário, de modo a facilitar sua compreensão, são apresentadas as sugestões a seguir:

Apresentação do Balanço Orçamentário em quatro colunas tanto para receita como para despesa(Previsão/Dotação Inicial, Previsão/Dotação Atualizada, Realização e Diferença).

Criação das linhas: Saldos de Exercícios Anteriores, Excesso de Arrecadação, Déficit/SuperávitInicial, Movimentações Financeira e Outros Ingressos/Dispêndios.

O projeto do novo Balanço Orçamentário foi institucionalizado pela meta conjunta entre asunidades Coordenação de Sistemas - COSIS e a Coordenação de Contabilidade – CCONT da Secretaria doTesouro Nacional, sob a coordenação da primeira no sentido de implementar os casos de uso referentes àsevoluções das Transações Siafi: ATUGERAREL, CONGERAREL E BALANORC, em conformidade com oprojeto elaborado pela CCONT (meta nº 21 do período de maio a outubro de 2005).

A metodologia a ser utilizada na apresentação do Balanço Orçamentário destaca no lado daprevisão de receita os valores correspondentes aos créditos adicionais abertos por superávit financeiro apurado nobalanço patrimonial de exercício anterior, assim como por excesso de arrecadação apurado no exercício, conformese verifica no quadro:

TÍTULOSPREV.INICIAL

PREV.ATUALIZADA

REALIZAÇÃOEXC. OU INSUF.ARRECADAÇÃO

REC. CORRENTEREC. DE CAPITALSALDO EXERCICIO ANTERIORDEFICIT ORÇAMENTÁRIO INICIALEXCESSO DE ARRECADAÇÃOTOTALCREDITO INICIAL/SUPLEMENTARCREDITOS ESPECIAISCREDITOS EXTRAORDINARIOSMOVIMENTAÇÃO DE CREDITOSCREDITO INICIAL/SUPLEMENTARCREDITOS ESPECIAISCREDITOS EXTRAORDINARIOSSUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO INICIALTOTAL

O projeto de implantação do Balanço Orçamentário encontra-se em fase de homologação detransações no Siafi com previsão para início de funcionamento no exercício de 2007.

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RECOMENDAÇÃO:

k) Incluir os balanços orçamentários para as entidades da administração indireta e fundos, bem como solucionar asinconsistências existentes entre as informações consolidadas advindas do Balanço Geral da União e as do Siafi(transação “Balanorc”).

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Até o exercício de 2005, o Balanço Geral da União apresentou o Balanço Orçamentárioconsolidado por tipo de administração. Será incluída no Projeto do Balanço Geral da União, para o exercício de2006 a apresentação do Balanço Orçamentário também por entidade da administração indireta e fundos. Comrelação às inconsistências, foram verificadas as informações consolidadas do BGU e todos os valores apresentadoscorrespondem aos da transação BALANORC do Siafi, consideradas as várias combinações dos parâmetros“Pertence aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social” e “Tipo de Administração”.

RECOMENDAÇÃO:

l) Harmonizar, em conjunto com a setorial contábil do Ministério da Fazenda e com o setor de contabilidade doBanco Central, os valores dos balanços patrimoniais e demonstração de resultados/de variações patrimoniais doBanco Central apurados de acordo com os critérios da Lei nº 4.320/1964 e da Lei nº 6.404/76, bem comoapresentar notas explicativas para as eventuais diferenças.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Após análise da diferença apontada pelo TCU na DVP - Demonstração das VariaçõesPatrimoniais do BACEN, órgão 25280, verificou-se que o problema ocorreu por falha no sistema, pois o mesmonão considerou os valores invertidos no momento da geração da DVP.

A conta contábil 62.331.00.00 que possui saldo credor, por ser uma conta de variação ativa,fechou o exercício de 2005, no órgão 25280 com saldo DEVEDOR no valor de R$ 169.403.556,03, porém naDVP o sistema assumiu como se fosse saldo credor. Com isto, no Siafi, na DVP, o valor das Variações Ativas estácom o valor a maior no montante de R$ 338.807.112,06, fruto da duplicação do valor de R$ 169.403.556,03. Ovalor do resultado está correto, ou seja, um déficit de R$ 685.039.874,48, apenas o valor total das VariaçõesAtivas está errado fruto do problema apontado acima.

Em 2006 já estamos trabalhando junto a COSIS e SERPRO para corrigir esta inconsistênciagerada no sistema; já foram revisadas as fórmulas para elaboração da DVP e, para 2007, a nova transaçãoATUGERAREL propiciará maior controle e consistência dos demonstrativos.

RECOMENDAÇÃO:

m) Envidar esforços para cumprimento do disposto no item 9.3 do Acórdão nº 183/2005 – TCU/Plenário, quanto àregulamentação do empenho de despesas ao longo do exercício orçamentário, de modo a reduzir os elevadosmontantes inscritos em restos a pagar não-processados, que comprometem a programação financeira dosexercícios seguintes.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Em resposta ao acórdão do TCU quanto ao questionamento ao montante de restos a pagar não-processados, foi produzido o Memorando nº 1677 STN/COFIN/GENEF, de 07/04/2006 e, posteriormente, a NotaSTN/COFIN/GEARE nº 04, de 04/01/2007 para esclarecimentos junto ao Tribunal de Contas da União.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

RECOMENDAÇÃO:

Promover o integral preenchimento do Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento doGoverno Federal, de forma a permitir a divulgação na internet de todos os dados gerenciais referentes à execução

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do Plano Plurianual 2004/2007, em particular no que tange à execução de metas físicas, conforme dispõe a alínea“e”, do inciso I do § 1º do art. 15, da Lei nº 10.934/2004, (LDO-2005); enquanto órgão de monitoramento,avaliação e revisão dos programas do Plano Plurianual, conforme dispõe o § 3º do art. 1º do Decreto n.º 5.233, de6 de outubro de 2004:

b.1) inserção no Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento do Governo Federal das informaçõesacerca dos indicadores dos programas;

b.2) a verificação da consistência dos registros no Sigplan; e

b.3) a adequação das metas físicas dos programas cuja execução foi superior à meta prevista na Lei n.º 11.100, de25 de janeiro de 2005 (Lei Orçamentária Anual para 2005).

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

O MP editou a Portaria nº 198, de 19 de julho de 2005, que estabelece os procedimentos e aperiodicidade para registro de informações relacionadas com o desempenho das ações do PPA, no Sistema deInformações Gerenciais e de Planejamento (SIGPlan), com a finalidade de promover a obrigatoriedade de registrodas informações de um conjunto de atributos essenciais da execução física das ações pelo respectivo coordenadorda ação no SIGPlan.

Com base na referida Portaria, a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPIelaborou o Manual do Coordenador de Ação e do Manual do Módulo de Validação Trimestral das Informações deAções para gerentes, visando orientar o preenchimento do SIGPlan.

Foram realizadas, também, oficinas de trabalho, seminários, reuniões setoriais, para incentivoaos órgãos setoriais no sentido de que mantenham atualizadas as informações em conformidade com oestabelecido na mencionada Portaria.

Além disso, a SPI tem adotado procedimentos sistemáticos de divulgação e de demonstração dosíndices de preenchimento da execução física no SIGPlan pelos órgãos setoriais, por meio de aviso na páginaeletrônica do SIGPlan, acessíveis a qualquer pessoa. Esse aviso relaciona os órgãos setoriais com preenchimentoda execução física dos localizadores de gasto com execução financeira até determinada data, considerando aquelesque atingiram mais de 80% de preenchimento e aqueles que atingiram entre 60% e 80% de preenchimento.

O resultado das medidas implementadas tem se refletido na evolução dos índices anuais depreenchimento das ações orçamentárias no SIGPlan:

ANO % DE PREENCHIMENTO2004 59,8

2005 68,2

2006 80,1 (*)

As informações sobre execução física e financeira dos programas são divulgadas no SIGPlan,pela internet, em módulo e formatação própria, conforme estabelece o § 3º do art. 9º da Lei nº 10.933, de 11 deagosto de 2004.

Por fim, em relação à recomendação: “Promover, enquanto órgão de monitoramento, avaliação erevisão dos programas do Plano Plurianual, conforme dispõe o § 3º do art. 1º do Decreto nº 5.233/2004, inserindono SIGPlan informações acerca dos indicadores dos programas, verificando a consistência de seus registros eadequando as metas físicas dos programas cuja execução foi superior à meta prevista na Lei nº 11.100/2005(LOA/2005).”

O MP, por intermédio da SPI/MP, promove a inclusão destas informações durante os processosde avaliação e de revisão, disponibilizando aos órgãos setoriais o Manual de Avaliação Anual de Programas doPPA, com orientações para que seja efetivado o registro dos indicadores dos respectivos programas no SIGPlan.As informações, captadas via sistema, são de responsabilidade do órgão setorial, cabendo à SPI, produzir orelatório anual de avaliação dos programas contendo os indicadores e respectivos índices, quando apurados.

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Quanto à consistência dos registros no SIGPlan, cabe esclarecer que sua verificação é realizadamediante o procedimento de validação do gerente de programa, conforme previsto no § 2º do art. 1º da PortariaMP nº 198/2005, e operacionalizado em observância ao estabelecido no Manual de Validação e Acompanhamentodo Gerente, uma vez que a validação consiste na ciência (com concordância ou sem concordância), e nomonitoramento, pelo gerente de programa, das informações registradas pelo coordenador de ação do respectivoprograma.

Quanto à adequação das metas físicas dos programas cuja execução foi superior à meta previstana LOA de 2005, deve ser registrado que a promoção da adequação das metas físicas é estimulada pelo MPdurante o desenvolvimento do processo de Revisão do PPA 2004-2007, que contempla a verificação e análise deconsistência das metas físicas das ações, com a inclusão dos ajustes e adequações necessárias, na programaçãofutura, desde que se constate que o custo unitário do produto de determinada ação tenha efetivamente sofridodecréscimo. Cabe ressaltar, ainda, que eventuais discrepâncias entre as metas físicas realizadas e as metasprevistas podem ter a seguinte origem: erro material no lançamento da meta prevista ou na meta realizada peloórgão do poder executivo responsável pela ação do programa; erro material na apreciação da propostaorçamentária pelo Congresso Nacional, adicionando recursos novos a uma ação sem adequar a meta prevista parao produto; utilização de série histórica de gastos e metas realizadas para projetar a meta prevista; e aumento daprodutividade na execução da ação, permitindo ao gestor um resultado superior ao previsto.

SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL – SOF

RECOMENDAÇÃO:

Incluir a autarquia Caixa de Construção de Casas do Pessoal da Marinha e a FundaçãoHabitacional do Exército – FHE nos orçamentos fiscal e da seguridade social, já que tais entidades não seencontram excetuadas pela LDO.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No intuito de atender à recomendação exarada pelo Tribunal de Contas da União, constante doRelatório das Contas de Governo relativas ao exercício de 2005, a SOF encaminhou àquele egrégio Tribunal aNota Técnica no 44/DEPES/SOF/MP, de 19 de junho de 2006, contendo esclarecimentos sobre a questão, efirmando seu entendimento, a partir de informações prestadas pelo Ministério da Defesa, quanto à não-inclusão doFHE nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União. Essa situação, entretanto, não se aplica à CCCPM,uma vez que na referida Nota Técnica a SOF manifesta-se pela sua inclusão nas leis orçamentárias.

Ocorre que o Comando da Marinha solicitou diretamente ao TCU a inclusão da CCCPM nas leisorçamentárias somente a partir do exercício de 2008, haja vista o tempo exíguo para fazê-lo ainda em 2007, emrazão das diversas providências administrativas que a implementação da medida requer.

Dessa forma, tanto a CCCPM quanto a FHE não foram incluídas no Projeto de Lei Orçamentáriapara o corrente ano - PLOA-2007. Vale destacar que, em relação à CCCPM, até o encerramento do exercício, aSOF não foi informada sobre o acatamento ou não da solicitação encaminhada ao TCU pelo Comando da Marinhade implementação da medida somente a partir de 2008. Assim, caso o Tribunal não acate o pedido, sua inclusão,receitas e programação de despesas no orçamento de 2007, poderá ser feita por meio de abertura de créditoespecial, a ser submetido à apreciação do Congresso Nacional, a partir de pleito a ser formalizado pelo Ministérioda Defesa.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, INSTITUTO DO SEGURO SOCIAL, SECRETARIA DOPATRIMÔNIO DA UNIÃO E SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL – STN

RECOMENDAÇÃO:

Ao Ministério da Previdência Social, ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e àSecretaria do Patrimônio da União que realizem, em conjunto com a STN, estudos jurídico-contábeis com opropósito de desenvolver mecanismos que possibilitem o registro, no balanço patrimonial, dos bens imóveispassíveis de uso, cessão, alocação ou alienação pelo INSS, com observância do princípio constitucional doconservadorismo.

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PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No âmbito do Ministério da Previdência Social/INSS:

O Ministério da Previdência Social, em conjunto com o Instituto Nacional do Seguro Social,Secretaria do Tesouro Nacional e Secretaria do Patrimônio da União, desenvolveu estudos e promoveu discussãoque resultou na elaboração da Orientação Interna nº 07/INSS/DIROFL, de 28 de setembro de 2006, disciplinandoos procedimentos internos que estão sendo operacionalizados no âmbito do INSS e inseridos no Sistema Integradode Administração Financeira do Governo Federal - Siafi contemplando o registro das despesas relativas aos bensde uso especial, dominicais e os bens de terceiros, na forma recomendada pelo Tribunal de Contas da União.Encaminhado à Secretaria Federal de Controle - SFC/CGU-PR por meio do Ofício nº 397/2006/AECI/GM/MPS,de 07 de dezembro de 2006.

No âmbito da Secretaria do Patrimônio da União – SPU/MP

De acordo com a Nota Técnica/SPU/N.º 211/2006, foi proposta a criação de um grupo detrabalho interministerial com o objetivo de realizarem estudos jurídicos–contábeis para o desenvolvimento demecanismos que possibilitem o registro, no Balanço Patrimonial, dos bens imóveis passíveis de uso, sessão,alocação ou alienação pelo INSS.

No âmbito da Secretaria do Tesouro Nacional – STN

Com relação ao registro dos bens imóveis passíveis de uso, cessão, alocação ou alienação peloINSS, a solução encontrada foi a de implementar o controle por meio da utilização do Centro de Custos no Siafi,que se utiliza de contas contábeis específicas para a obtenção dos custos dos imóveis. Para isso será necessáriopromover alterações na tabela de ÓRGÃO – CONORGAO e na tabela de centro de custos – CONCUSTO. Talsolução já foi aprovada pelo INSS e não restaram pendências a cargo da Secretaria do Tesouro Nacional.

Quanto à classificação da receita com alienação dos bens imóveis foi orientado que o INSSsolicitasse à SOF/MP a criação da classificação institucional da respectiva receita.

DEPARTAMENTO DE EXTINÇÃO E LIQUIDAÇÃO – DELIQ E SECRETARIA DO TESOURONACIONAL - STN

RECOMENDAÇÃO:

Ao Departamento de Extinção e Liquidação (Deliq), do Ministério do Planejamento, Orçamentoe Gestão que, em conjunto com a Secretaria do Tesouro Nacional, analise os saldos contábeis dos órgãos eentidades extintos, avaliando se tais saldos correspondem a patrimônio físico real ou apenas residual e, em caso dese enquadrar no primeiro caso, promover a transferência contábil dos saldos para a sua administração.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

No âmbito do Departamento de Extinção e Liquidação (Deliq)

As providências efetivamente adotadas, no âmbito do Departamento de Extinção e Liquidação –Deliq, com relação às Recomendações do TCU, foram as seguintes:

• solicitação de autorização à STN para execução no Siafi, por servidores do Deliq, sob asupervisão da SPOA, em UG de órgãos extintos, o que foi autorizado com exceção do DNOSe da Colone, em função da subordinação destes a outros ministérios;

• consulta à STN sobre alteração de rotina de registro de convênios, tendo o assunto sidotratado em reuniões com técnicos da STN e TCU. A STN, por sua vez, apontou para criaçãode uma conta denominada “Saldo de Convênio Baixado – Órgão Extinto”, a serimplementada quando da alteração do módulo de consulta e cadastro de convênios;

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• encaminhamento à SPU/MP de informações referentes aos imóveis das extintas LBA,Portobrás, Colone e Sunab, para as providências de sua competência, o que se encontra emandamento;

• solicitação à SPOA/MF, para a regularização dos saldos oriundos da Sunab, o que já foifinalizado, restando pendente, exclusivamente, a transferência dos registros de imóveis, decompetência da SPU;

• consulta à STN sobre os haveres imobiliários da União que foram transferidos em função daextinção das entidades Colone e do IAA, bem como relação de processos referentes a ativos epassivos existentes no âmbito daquela Secretaria. A consulta já foi respondida pela STN;

• encaminhamento de ofícios ao Ministério do Meio Ambiente, ao Fundo Nacional deAssistência Social - FNAS/MDS e ao Ministério da Integração Nacional, solicitandoinformações sobre saldos existentes em conta de convênios de órgãos extintos, sendo que,sobre o FNAS, observa-se que a UG permanece ativa, não devendo ser reiterado pedido desolução. Nos demais casos, os ofícios foram respondidos com apresentação da relação dosconvênios e a situação de cada registro, alguns aguardando orientação da STN sobre asprovidências para regularização dos saldos pendentes;

• solicitação de providências ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para aregularização dos saldos existentes, da Colone e do DNOS, o que já foi respondido,informando estar aguardando a análise dos convênios com saldos no DNOS pelos respectivosconcedentes, para as providências de desativação da UG, restituindo os documentosreferentes à Colone, para reencaminhamento ao Instituto Nacional de Reforma Agrária –INCRA, que sucedeu as atividades da empresa extinta.

Sobre os saldos existentes no Siafi das principais contas dos balancetes, com posição em julho de2006 e 09 de janeiro de 2007, para regularização das contas, apurados por órgão ou entidade extinta, conformemencionado no item 1.4 do Anexo I do Relatório do Tribunal de Contas da União que analisou as Contas do PoderExecutivo no exercício de 2005, pág. 158 do D.O.U. de 02 de junho de 2006:

• Departamento Nacional de Obras de Saneamento – DNOS: Foi solicitada ao Ministériosupervisor do processo de liquidação (MAPA) a regularização dos saldos contábeis apuradosno balancete, aguardando-se a conclusão das análises dos convênios pelos concedentes paradesativação da UG.

• Companhia de Colonização do Nordeste – Colone: Foram solicitadas providências aoIncra, para regularização dos diversos saldos contábeis apurados no balancete, transferênciado imóvel à União deverá ser feita pela SPU, conforme já solicitado.

• Fundação Roquette Pinto: Aguardando a criação, pela STN, de uma conta denominada“Saldo de Convênio Baixado – Órgão Extinto”, a ser implementada quando da alteração domódulo de consulta e cadastro de convênios.

• Fundação Centro Brasileira da Infância e da Adolescência – CBIA e Superintendênciade Desenvolvimento da Região Sul – Sudesul: Aguardando a criação, pela STN, de umaconta denominada “Saldo de Convênio Baixado – Órgão Extinto”, a ser implementadaquando da alteração do módulo de consulta e cadastro de convênios.

• Instituto do Açúcar e do Álcool – IAA: Saldos baixados, considerando-se as informaçõesdo inventariante, constante do Relatório Final de Inventariança, e informações da STN sobreo acompanhamento dos haveres e dívidas transferidas. Foi solicitada à STN a baixa dossaldos referentes à Divida Ativa e Cauções, em função de constar irregularidade no CNPJ dascontas respectivas.

• Empresa de Portos do Brasil S/A – Portobrás e Superintendência Nacional deAbastecimento – Sunab: Aguardando a conclusão da transferência de imóveis, processadapela SPU/MP, em regime de urgência.

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• Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA: Aguardando a conclusão datransferência dos saldos das contas do Imobilizado para a SPU/MP.

Concluindo, podemos afirmar que o Deliq vem adotando todas as medidas possíveis, no limitede suas competências, para regularização dos saldos em unidades gestoras de órgãos extintos, não restandopendências que possam ser sanadas com sua exclusiva atuação. Foram baixados todos os saldos de contratosexternos já encerrados, bem como identificados e encaminhados em listagem, à SPU, todos os imóveis com saldocontabilizado em “UG” de órgãos extintos, estando em fase de levantamento de documentação e transferência deregistro no âmbito da SPU/MP, por competência.

No âmbito da Secretaria do Tesouro Nacional – STN

Para a avaliação dos saldos contábeis dos órgãos e entidades extintos, reporta-se que olevantamento desses saldos está a cargo do Departamento de Extinção e Liquidação (Deliq), o qual seresponsabilizou em buscar, junto aos órgãos competentes, informações acerca dos saldos contábeis para averiguarse eles correspondem a patrimônio físico ou referem-se a valores residuais.

A participação da Secretaria do Tesouro Nacional – STN neste processo, por intermédio daatuação da Coordenação-Geral de Contabilidade – CCONT, consiste em definir rotinas e procedimentos contábeis,quando demandada pelo Deliq.

Registre-se que o Deliq encaminhou, em 26/07/2006, ofício para a Secretaria do TesouroNacional, propondo alteração no procedimento de acumulação de saldos nas contas de convênios “Aprovado”,“Homologado”, “Cancelado” e “Impugnado” para que estes sejam automaticamente zerados no encerramento doexercício, tendo em vista a recomendação do Tribunal de Contas da União, que tem como objetivo regularizarsaldos de convênios existentes em unidades gestoras de órgãos extintos.

A propósito do assunto, esta Secretaria informou ao Deliq que a acumulação de saldos nessascontas visa propiciar maior transparência à execução dos convênios no Siafi. A decisão de zerar os saldos noencerramento do exercício comprometeria a informação da execução global dos convênios.

Nesse sentido, esta Secretaria propôs em reunião, que os saldos de convênios de órgãos extintosfossem transferidos para outras unidades gestoras, sejam aquelas sucessoras ou eventuais responsáveis pelasunidades extintas. Os representantes do Deliq presentes na reunião, manifestaram-se de forma contrária aincorporar tais saldos, pois afirmaram que as execuções desses convênios não eram de sua responsabilidade, umavez que sua competência está limitada ao âmbito das unidades extintas que estão expressamente vinculadas àqueleDepartamento. Outro ponto importante levantado pelo Deliq, é que grande parte dos convênios de unidadesextintas, principalmente os mais antigos que ainda permanecem com saldos nestas unidades, não possuem adocumentação comprobatória de sua execução, o que dificulta o processo de transferência dos saldos.

Sob o aspecto operacional, esta Secretaria propõe a criação de novo grupo de contas no cadastrode convênios, que poderá ser denominada “Convênios Baixados – Órgãos Extintos”, o qual respeitará a aberturadas contas de convênios já existentes, de forma que os saldos de convênios de entidades extintas, que não possuama documentação comprobatória, possam ser transferidos para este novo conjunto de contas e a unidade gestora doórgão extinto possa ser inativada. Por outro lado, a unidade que receber os novos saldos poderá acompanhá-losseparadamente dos convênios que possuem o devido suporte documental.

Diante do exposto, cabe-nos ressaltar que a efetividade da implantação da rotina operacionalproposta depende de uma decisão anterior quanto à definição de responsabilidades para a transferência,incorporação e administração desses saldos contábeis, de forma que seja mantida a transparência das informaçõese sejam respeitadas as competências institucionais dos órgãos envolvidos.

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO (SFC)

RECOMENDAÇÃO:

a) Promover, junto aos órgãos concedentes, ações efetivas que possibilitem a diminuição do volume de prestaçõesde contas em convênios, contratos de repasse e termos de parceria pendentes de comprovação e aprovação.

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PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

A Secretaria Federal de Controle Interno – SFC procedeu ao levantamento, no Sistema Integradode Administração Financeira do Governo Federal – Siafi/Siafi Gerencial, da situação dos convênios e instrumentoscongêneres, com prazo de vigência expirado, que se encontravam na situação “a aprovar” e “a comprovar”,concernentes aos órgãos do Poder Executivo.

A partir desse levantamento, a SFC encaminhou comunicações a todas as setoriais contábeis dosministérios e às Assessorias Especiais de Controle Interno de cada órgão envolvido, solicitando que fossemtomadas as medidas necessárias à redução dos estoques pendentes. Como resultado, as unidades formalizaramrespostas contendo as medidas que estão sendo implementadas para a redução dos referidos estoques, sendo que,em alguns casos, houve a justificativa de que a falta de pessoal é o grande entrave para dar cumprimento a essarecomendação.

RECOMENDAÇÃO:

b) Acompanhar, fiscalizar e monitorar todas as recomendações supra referidas, mantendo o Tribunal de Contas daUnião a par das medidas efetivas adotadas.

PROVIDÊNCIAS ADOTADAS:

Diante das recomendações efetuadas pelo TCU quanto às Contas do Governo da República doexercício 2005, a SFC emitiu comunicações às Secretarias Executivas, bem como às Assessorias Especiais deControle Interno, no intuito de observarem as recomendações afetas aos seus órgãos. Ressalta-se que asrecomendações exaradas pela Corte de Contas foram objeto das auditorias de gestão efetuadas pela SFC/CGUdurante o exercício de 2006.