357 - laicado dominicano maio junho 2012

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    Maio/Junho 2012 Ano XLII - nº 357 

    Directora:ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

    Fax: 226165769 - E-mail: [email protected] 

       L   A   I

       C   A   D   O   D

       O   M   I   N   I

       C   A   N   O

    Directora:ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95

    Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

     VISITA DO PROMOTOR MUNDIAL DO LAICADO DOMINICANO

    Foi durante a Assembleia Europeia das Fra-ternidades Leigas que o frei David Kammler,num contacto estabelecido com os nossos dele-gados, Filomena e Francisco Piçarra, manifestouum grande desejo de visitar a Província Portu-guesa das Fraternidades Leigas. E logo ali, emCaleruega, se agendou a visita para o mês deMaio de 2012.

    Em Janeiro deste ano, na primeira reuniãodo Conselho Provincial eleito em Novembro de2011, começámos a delinear os contornos desta

     visita que, desejávamos nós, mostrasse ao freiDavid a realidade portuguesa do Laicado Domi-nicano. Assim, este encontro teria de passar porLisboa, onde além das três Fraternidades, existeuma associação de leigos (Equipa de Santa Ma-ria) e uma Fraternidade Irlandesa. Teria tam-bém de haver um encontro em Elvas, onde estáa fraternidade mais dinâmica e renovada da nos-

    sa província, tendo ainda tão perto de si a fra-ternidade de Estremoz. O Conselho Provincialtambém teria de ter o seu encontro com o Pro-motor, afim de dar a conhecer a panorâmicageral da nossa realidade, com dados concretos etambém com um tempo de questões para am-bos os lados. Assim, e como Fátima é a “sede”do nosso Conselho, local habitual das reuniões,haveria tempo para o encontro com a Fraterni-dade local, que de ano para ano tem vindo a darpequenos passos no caminho da sua expansão.Também o Porto foi incluído no roteiro desta

     visita, pois que o convento de Cristo-Rei se ofe-recia como ponto de passagem do frei David.Depois de um encontro com a Fraternidadelocal, o Promotor ainda teria tempo para uma

    deslocação a Avanca, onde terminaria a sua visi-ta a Portugal com uma noite passada com asquatro fraternidades a sul do Porto: Avanca,Pinheiro da Bemposta, S. João de Ovar e S.Cristóvão de Ovar.

    O frei David Kammler, de nacionalidadealemã e natural da zona de Colónia, foi nomea-do Promotor Mundial do Laicado há cinco anose cumpre actualmente o último ano do seumandato. Ao longo destes cinco anos já visitou52 países, contactando com realidades tão dis-tintas na Europa, Ásia, África e América – bre-

     vemente estará na Oceania também, visitando aNova Zelândia!

    Não saberei dizer se o seu carácter extrema-mente amistoso, a sua enorme atenção aos queo rodeiam, a simplicidade mas também a enor-me riqueza com que se dirige a todos, advêm dasua personalidade ou se adquiriu estes talentosnas inúmeras viagens que realizou ao longo des-tes cinco anos.

    O que ficou bem patente, para todos os quecom ele se encontraram ao logo dos oito dias dasua estadia em Portugal, é que o nosso queridoPromotor, frei David Kammler é um homemmarcante e que encanta todos os que dele seaproximam.

    Gostaria de deixar aqui o agradecimento aalguns dos muitos que apoiaram o ConselhoProvincial Leigo na preparação e concretizaçãodeste acontecimento tão importante na vida dasFraternidades: à irmã Celina, amiga incansável,que tão bem preparou o encontro no Convento

    do Bom Sucesso; ao Tozé Brito e à Fernanda,que acolheram o frei David na sua casa e o mi-maram como só eles o sabem fazer; aos fradesdo Convento de Cristo-Rei, com quem o freiDavid aprendeu a rezar o ofício em português;ao convento de Lisboa, onde ficou hospedadodurante três dias; à fraternidade de Avanca, queem poucos dias preparou um encontro a quatrofraternidades; a todos os que, nos bastidoresderam o seu contributo para que cada dia de-corresse sem falhas; finalmente, a todos os que

    com a sua presença acolheram o Frei David.

    Cristina Busto, O.P.

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    PALAVRA DO PROMOTOR

    Neste ano em que temos vindo a reflectir sobre a vivência no feminino da vocação dominicana, e apóstermos falado de uma das congregações dominicanasexistentes em Portugal, gostava de falar hoje sobreuma presença feminina dominicana em Portugal queé, também ela muito peculiar: o Convento do BomSucesso em Lisboa.

    Em 2007 apareceu um livro, escrito em inglês, es-crito por uma irmã dominicana da Congregação quehoje está presente neste convento, Sister Honor McCabe, transcrevo umas palavras da introdução desselivro que tem o sugestivo título de “Light undimmed”(luz que permanece viva): “a luz que começou a bri-lhar no dia 12 de Novembro de 1639, continua a bri-lhar através dos séculos apesar da escuridão causada,

    em diversas ocasiões, pela opressão e as dificuldadesde diversa ordem”.

     A presença de vida dominicana feminina nesteconvento, hoje continuada pelas irmãs da congrega-ção dominicana, origem irlandesa, de Nossa Senhorado Rosário e de Santa Catarina de Sena, deveu-se aoforte clima de perseguição religiosa aos católicos irlan-deses nos séculos XVI e XVII.

    O convento foi fundado no século XVII com auto-rização régia do Rei Filipe III de Portugal e IV de Es-panha, graças aos bons ofícios do P. Fr. Domingos do

    Rosário (O’Daly), dominicano irlandês muito conhe-cido e estimado, a quem foram confiados, muitas ve-zes, assuntos de Estado da maior importância. A licen-ça foi dada para se fundar em Portugal um conventopara senhoras que quisessem ser religiosas dominica-nas.

    O projecto encontrou acolhimento e, por motivosque ainda hoje não conhecemos bem, teve como me-cenas a condessa da Atalaia, Dona Iria, que cedeupara este fim esta sua casa e dotou o convento de ren-

    das para as religiosas poderem subsistir. Entre as pri-meiras religiosas contam-se duas irmãs de sangue Elea-nora e Ursula Burke, o pai destas tinha sofrido o mar-tírio por causa da sua fidelidade à Igreja e no patíbuloofereceu as suas filhas a São Domingos. Ingressaramneste convento e aí foram formadas por religiosas por-tuguesas para a vida religiosa.

    Devemos lembrar que os dominicanos irlandesesjá estavam em Lisboa desde o início do século XVII,com o intuito de formar religiosos para, nas circuns-tâncias difíceis daquele momento, voltarem à Irlanda

    para manterem viva a fé católica naquele ambiente deperseguição. Muitos deles deram testemunho da suafé regando-o com o sangue do seu martírio.

    O convento do Bom Sucesso sofreu evoluções noseu modo de presença ao longo dos tempos, é colégiodesde a segunda metade do século XIX, Em 1860 estaescola teve um período importante de reorganização eem 1861 a Santa Sé deu licença para que o conventotivesse uma escola de meninas pobres. Este trabalhode organização escolar teve o apoio de muitas irmãs

     vindas da Irlanda.Nas vésperas do Concílio Vaticano II o convento,

    que era formalmente um convento de monjas de clau-sura, junta-se à congregação das irmãs dominicanas deNossa Senhora do Rosário e de Santa Catarina deSena, congregação especialmente ligada ao ensino.Neste processo revelou-se de grande mérito a acção deum Bispo Dominicano Dr. Finbar Ryan, que com

    grande prudência e eficiência levou a cabo esta fusãoda comunidade existente com a Congregação.

     A comunidade de hoje continua a ser, e talvez ain-da mais hoje, em que a direcção do colégio foi sabia-mente colocada nas mãos de leigos a quem se procu-rou formar nos valores marcados pela espiritualidadedominicana, uma luz que ilumina pelo acolhimento,pelo testemunho e pela oração de intercessão por tan-ta gente que dela necessita.

     A grande e genuína marca desta comunidade foiser um espaço de testemunho marcado não tanto por

    palavras, mas sobretudo pela oração de intercessão,por uma vida entregue que sustentava um povo queera perseguido por causa da sua fé, de uma comunhãoprofunda com aqueles que a viviam no meio de tãograndes dificuldades.

     A missão dominicana no feminino teve ao longoda história uma vertente em que o silêncio é tambémanúncio, em que a oração é proclamação e a sustenta-ção da força da esperança, em que a comunhão comos irmãos se vive ao nível de uma vida entregue. Esta

    forma de viver o ideal de São Domingos é realmenteuma forma de pregação por que transmite dimensõesmuito importantes do anúncio da Boa Nova de JesusCristo.

    Para reflectir:Que sentido damos à oração de intercessão, tão

    própria da nossa espiritualidade?Percebemos o valor testemunhal dos nossos irmãos

    doentes, das monjas, de tantos dominicanos e domi-nicanas cuja pregação é o testemunho de uma vida

    doada por amor a Deus e aos irmãos?

    Fr. Rui Carlos de Almeida Lopes, o.p.

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     VISITAS DO FREI DAVID ÀS FRATERNIDADES

    LISBOA

    No passado dia 03 de Maio de 2012, 5ª feira, de-correu no Convento de Nossa Senhora do Bom Su-

    cesso o encontro das Fraternidades Leigas de Lisboa,Irlandesa e Equipa de Santa Maria com o PromotorGeral das Fraternidades Leigas de S. Domingos, FreiDavid Kammler.

     Após as apresentações e votos de boas vindas, oencontro iniciou-se pelas 19h com a apresentação deum PPS em Inglês, lido para os irmãos presentessimultaneamente em Português, onde foram apre-sentadas as Fraternidades Leigas de S. Domingos deLisboa, Sta Ana-Parede, S. Domingos de Benfica e

    S. Tomás de Aquino assim como a Fraternidade Ir-landesa e a Equipa de Santa Maria. Alguns irmãosapresentaram, informalmente, as actividades quedesenvolvem como leigos na Ordem. Seguiu-se aapresentação em PPS do Frei David, sobre as Frater-nidades Leigas no Mundo e o seu papel na Ordem ena vida da Igreja.

     Após a Eucaristia, presidida pelo Frei Rui Almei-

    da, seguiu-se um jantar partilhado, momento de ale-gre convívio e partilha.

    Foi um encontro que representará para todos nós

    um importante MOMENTO DE UNIDADE NAORDEM, através do Frei David sentimo-nos unidosaos Leigos Dominicanos de todo o Mundo, nossosirmãos e a toda a Ordem dos Pregadores.

     Anabela Lopes Dias, O.P. 

    ELVAS

    No passa do dia 05 de Maio de 2012, sábado aFraternidade leiga de São Domingos de Elvas, rece-beu a visita do Promotor Geral das Fraternidade Lei-gas de São Domingos, Frei David Michael Kammler,

    esteve também uma representação da Fraternidadede Estremoz convidada pela Fraternidade de Elvas.

    Pelas 14.30 iniciou-se o encontro, com um textode boas vindas das 2 Fraternidades, depois o Frei

    David apresentou um power point sobre as Fraterni-dades Leigas no mundo e o seu papel na Ordem e na vida da Igreja.

     Às 16.00 h Eucaristia Solene Presidida pelo Di-rector Espiritual do Seminário de São José de Vila

     Viçosa, o Senhor Cónego António Simões e anima-da pelos Seminaristas e director pedagógico do Semi-nário.

     Às 17.00 h como encerramento tivemos um pe-queno lanche convívio.

     Às 18.00 h o Frei David partiu para Fátima para

    no dia seguinte se encontrar com o Conselho Pro- vincial Leigo e com a Fraternidade de Fátima.

    Foi para nós uma grande alegria poder ter recebi-do o Frei David, Promotor Geral, no qual lhe fica-mos eternamente gratos.

     António Carlos O.P. 

    FÁTIMA

    No dia 6 de Maio a Fraternidade de Fátima teve a visita de Fr. David Kammler o.p. que representa oMestre Geral para todas as Fraternidades.

    No início da reunião a presidente da fraternidadeagradeceu a vinda do Promotor Geral a Portugal, fezum breve historial da Fraternidade e focou o pontoda situação actual.

    Seguidamente Fr. David comunicou-nos, em espa-nhol, alguns aspectos dominicano a nível mundial,acompanhados de power point.

    (Continua na página seguinte)

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    (Continuação da página anterior)

    Destacamos o seguinte: «Os leigos são missioná-

    rios com a sua vida; são púlpitos seculares»; «a educa-

    ção é um púlpito muito importante para os leigos»;

    «cada santo tem um passado, cada pregador tem um

    futuro», «vai e proclama! Junto com os leigos e leigasda nossa Ordem, segundo os trilhos de S. Domingos,

    pregador da graça»; etc.

    Em continuação, tivemos a eucaristia na Igreja

    dos Padres Dominicanos durante a qual o casal Joa-

    quim Cabanas e Maria Teresa Morgado tiveram a

    cerimónia de entrada na Fraternidade.

    Por fim, um convívio com merenda partilhada.

    Nesta reunião é de salientar a presença do Promo-

    tor Provincial, membros do Conselho Provincial e

    irmãs de Stª Catarina de Sena.

    Lucília Ferreira, O.P.

    PORTO

     A 7 de Maio reuniu-se a Fraternidade no CentroParoquial de Cristo-Rei, para celebrar a eucaristia eassinalar a presença e visita de fr. David Kammler,Promotor Geral do Laicado Dominicano e realizar a

     Admissão de um novo membro – Sérgio Branco, e aemissão de Promessa Temporária pela Berta Mendes.

    Participaram na eucaristia, presidida pelo nossopromotor Fr. João Leite, não apenas vários membrosda fraternidade, mas também amigos e familiares.Momento especial foi a admissão e emissão de pro-messa temporária que assinala mais um passo impor-

    tante, certamente na vida daqueles nossos irmãos,mas também na da nossa fraternidade.

    Seguiu-se um belo jantar, organizado em colabora-ção com o Convento e no qual estiveram também

     vários dos nossos frades.

    Por fim, Fr. David teve a oportunidade de apre-sentar uma interessante reflexão sobre a «árvore dafamília dominicana» e os seus diversos ramos, bemcomo mostrou alguns exemplos de vida comunitária,de oração, estudo e pregação levados a cabo por lei-

    gos dominicanos, um pouco por todo o mundo, re-flexo das suas inúmeras viagens e visitas ao longo dosúltimos 5 anos.

    Gabriel Silva, O.P.

     AVANCA

    No dia 8 de Maio, e para fechar com chave deouro a visita do Promotor Mundial do Laicado a Por-tugal, realizou-se o último encontro do Frei Davidcom as Fraternidades de Avanca, Pinheiro e Ovar,em Avanca.

    (Continua na página seguinte)

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    (Continuação da página anterior)

     Às 20 horas, no Salão Paroquial de Avanca e napresença do Senhor Reitor e do frei Marcos Vilar,promotor das duas fraternidades de Ovar , e comuma assistência de cerca de 60 leigos, o frei Davidfez uma belíssima apresentação sobre os carismas da

     vida laical dominicana, apresentação essa baseada naexperiência que tem acumulado ao longo de 5 anosde visitas a comunidades de leigos espalhadas por 52países situados na Europa, Ásia, África e América.

    Houve tempo para uma bonita homenagem aofrei David, oferecida pela Fraternidade do Pinheiroda Bemposta, sob a forma de um hino a S. Domin-gos, entoado pelos seus membros, e de uma garrafado nosso Vinho do Porto.

    Em seguida dirigimo-nos à Igreja Paroquial, onde

    rezámos o terço e celebrámos a Eucaristia, ambospresididos pelo Senhor Reitor pároco de Avanca, eonde a comunidade paroquial se juntou aos leigosdominicanos.

    Terminou a noite com uma riquíssima ceia, parti-lhada pelas fraternidades, e onde o frei David reco-

    lheu reservas para a viagem que o esperava no diaseguinte.

    Este encontro foi um momento alto da visita dofrei David, pois a Fraternidade de Avanca preparoutudo com muito empenho e as três fraternidades

     visitantes fizeram um grande esforço para compare-cer no maior número possível, factos que muito im-pressionaram o nosso Promotor Mundial – e, já ago-ra, a presidente provincial também…

    Cristina Busto, O.P.

    O DIREITO À FELICIDADEOuvimos frequentementeos pais dizerem – eu só que- ro é que os meus filhos sejam

     felizes. Qual é afinal o pai,ou a mãe, que não quer veros filhos felizes? A felicida-de é um direito de todos e

    de cada um, e é saudávelque desse direito não desis-tamos. Mas não há direitossem deveres, e o direito àfelicidade implica frequen-temente o dever de renún-cia e até de sacrifício. Bem

    sei que é uma palavra antipática esta – sacrifício. Éuma palavra que não vai bem com o modo imediatis-ta como vivemos o dia-a-dia, com a imagem de suces-so que queremos deixar aos outros, com a representa-

    ção de uma vida plana e sem tropeços que gostamosde transmitir. Mas, o que é certo, é que aquilo quede uma maneira geral associamos à felicidade – reali-

    zação pessoal, equilíbrio afetivo e emocional, sucessoacadémico e profissional, bem-estar – dá trabalho eexige renúncia e sacrifícios. Ocorre-me uma metáforado desporto: por cada pódio que se conquista, hámuito esforço gasto e uma série de derrotas colecio-nadas. Vejo, preocupado, que nos nossos dias pere-grina a ideia de que a felicidade não acarreta esforço

    individual e poderá mesmo ser comparada a um pro-duto instantâneo e pronto a consumir.Dedico grande parte da minha vida profissional

    ao trabalho com famílias e com pais. Reparo que fre-quentemente as gerações mais velhas – os pais, osavós – ocultam às gerações mais novas os sacrifíciosque fizeram para conseguir o bem-estar material, oestatuto social ou o desafogo profissional que têm. Agrande escola da vida aconselha esta partilha, paraque as gerações mais novas aprendam, com legítimoorgulho no exemplo dos seus pais e avós, que o direi-

    to à felicidade dá trabalho.

     José Carlos Gomes da Costa, O.P.

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     NOTÍCIAS DAS FRATERNIDADESFRATERNIDADE DE ESTREMOZ

     Acompanhado pelo Luís, esteve entre nós o FreiRui Lopes no dia de Santa Catarina de Sena.

    Como era dia do Bom Pastor e na paróquia haviagrande festa, ao pároco, nosso pastor, optou-se porparticiparmos na Missa paroquial onde Frei Rui con-celebrou.

    Neste dia a Fraternidade associou-se aos outrosmovimentos da paróquia levando dois cabazes de gé-neros para o Pároco distribuir aos mais carenciados.

     A Emoção por duas vezes deixou o nosso Pastor e a Assembleia suspensa….Foi bonito! Emocionante!!!!Tanta partilha e generosidade.

    Pelas 15 h Frei Rui fez-nos uma belíssima Pales-tra, sobre Sta. Catarina, mas curta e é pena. Rezámosdepois a hora de Vésperas onde duas irmãs leigas fize-ram compromissos temporários: Cremilde Rodriguese Rosa Arvana. Calhou tão bem!!! Neste dia a Igrejacelebra o dia das vocações. Deus as abençoe e cumu-

    le de bênçãos, a estas duas jovens dominicanas. Esta-mos cheias de esperança e entusiasmo porque nestazona alentejana a Família Dominicana cresce.

    Em seguida houve um chazinho onde continuou a

    festa e o diálogo. Toda a gente gostou muito da pales-tra e desta tarde tão simples.No próximo sábado um grupo de 10 da fraternida-

    de, se Deus quiser, irá a Elvas para estar com o visita-dor mundial das Fraternidades, Frei David Kammler.

    Graças a Deus a fraternidade está a crescer, me-lhor que PIB nacional.

    Conceição Sepana, O.P.

    FRATERNIDADE DE MACEDO DE CAVALEIROS 

    Faleceu na segunda feira, dia 20 de Fevereiro, anossa Irmã Lurdes Alves Moreira, natural de Grijó.

    No dia 01 de Abril de 1982 teve a imposição so-lene do escapulário da Ordem dos Pregadores naIgreja Paroquial de Macedo de Cavaleiros.

    Fez a sua profissão perpétua a 5 de Outubro de1988 e foi eleita Presidente.

    Por motivos familiares a nossa Irmã Lurdes pediupara se nomear nova Presidente a 20 de Setembro de2005. A partir dessa data soubémos que teve uma

     vida atribulada.Informamos igualmente que a nossa Irmã Ana da

     Assunção Canelha, de Travanca, faleceu no passadomês de Janeiro.

    Paz às suas Almas!Despedimo-nos enviando o nosso abraço em São

    Domingos.Mariana Cardoso

     ARQUIVO E HISTÓRIA

    Solicita-se aos leitores que tenham fotografias anti-gas de actividades dominicanas (encontros, retiros,promessas, passeios, etc.), pagelas, folhetos e quais-quer outros papéis relacionados com os dominicanose com as fraternidades, o favor de enviarem para o

     Arquivo Provincial Leigo por forma a mantermos oregisto da nossa história. Caso pretendam e o solici-tem, depois de digitalizado, podemos devolver.

    De igual forma, solicita-se às Fraternidades quetenham documentação (Livros de Actas, Registo depromessas, etc.), e que pretendam assegurar a sua pre-

    servação e salvaguarda, que os remetam para o Arqui- vo Provincial Leigo onde serão devidamente cataloga-dos e conservados. Gabriel Silva, o.p.

    Endereço para envio:Fraternidades Leigas S. Domingos – Arquivo Provincial,Convento de Cristo-Rei, Praça D. Afonso V, nº86,4150-024 Porto

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    Laicado Dominicano Maio/Junho 2012

    Realizou-se no passado dia 19 de Maio o passeio daFamília Dominicana a Santarém, local do primeiroconvento dos nossos frades. De facto, foi aí, e mais par-ticularmente na Ribeira de Santarém, o lugar de nasci-

    mento daquele que foi o primeiro dominicano da res-tauração da Província, frei Domingos Maria Frutuoso.O ponto de encontro foi na Ribeira de Santarém,

    do outro lado da linha do comboio, pois foi numa da-quelas casas da Ribeira que frei Domingos Maria Frutu-oso nasceu e foi na igreja paroquial de Santa Iria quefoi baptizado a 3 de Março de 1867.

    Com a alegria que sempre caracteriza esta reuniãoanual de Família, encontraram-se frades, freiras e leigos

     vindos de Fátima, Lisboa, Guarda e Porto (estes últi-mos, poucos…mas bons!).Depois dos abraços entre osque já não se viam há muito, reunimo-nos no TeatroClube Ribeirense onde o frei José Carlos Lopes Almei-da nos brindou com uma interessantíssima apresenta-ção da figura e obra de frei Domingos Maria Frutuoso.

    Seguiu-se uma visita à Ribeira de Santarém, na qualnão podia deixar de faltar o Padrão de Santa Iria e oMuseu Etnográfico local, e que foi gentilmente condu-zida por um dos elementos da Autarquia local.

    O almoço – riquíssimos farnéis que já são tradiçãodestes encontros - foi no Seminário de Santarém, anti-go colégio jesuíta, e no qual frei Domingos Maria Fru-tuoso fez a sua formação em ordem à ordenação para oclero do Patriarcado de Lisboa, de onde, no século

     XIX, Santarém fazia ainda parte .Para concluir o Encontro, e após tempo livre para

    saborear um café nas esplanadas da Praça Sá da Bandei-ra e para visitar alguns monumentos locais, celebrámosa Eucaristia na Sé, antiga igreja do colégio dos jesuítas,

    um exemplo acabado do estilo barroco e arquitecturajesuítica.

     A celebração foi presidida pelo Provincial, frei JoséNunes, e animada pelas Irmãs Dominicanas de SantaCatarina de Sena. O frei Rui Grácio ficou encarregueda homilia e no final a Presidente do Conselho da Fa-mília Dominicana, Irmã Rosarinho, dirigiu a toda aassembleia umas palavras de regozijo pelo belo dia pas-sado em Família.

     Antes da despedida pudemos ainda apreciar as relí-quias de frei Gil de Santarém, cuja urna se encontra nasacristia da Sé.

    Cristina Busto. O.P.

    PASSEIO DA FAMÍLIA DOMINICANA

    De 10 a 14 de Abril realizou-se o habitual encontrode Priores e Vigários Provinciais da Europa, desta vezem Lisboa (Portugal). Também participaram alguns

     Assistentes do Mestre Geral e o próprio fr. Bruno Ca-doré, mestre da Ordem, marcou presença durante 3dias.

    Para além do convívio fraterno entre todos, numaorganização muito boa, garantida pelo Secretário doEncontro – fr. Filipe Rodrigues –, foi tratado um temaque a todos muito interessava: a ‘nova evangelização’ nanossa cultura da post-modernidade. Para tal, contámoscom boas conferências (fr. Bento Domingues, fr. BrunoCadoré, fr. Vivian Boland, fr. Michael Mascari, CardealD. José Policarpo) e também interessantes comunica-

    ções de tipo mais testemunhal feitas por vários Provin-ciais. Aquela temática foi também reflectida ao nível daformação inicial dos jovens dominicanos.

    No dia 12, depois de um passeio por Lisboa, todosos participantes celebraram missa e jantaram no Con-

     vento de S. Domingos, festejando o 50º aniversário daRestauração da Província Portuguesa OP.

    O próximo Encontro da IEOP foi marcado para 3-6de Abril de 2013, em Mainz (Alemanha).

    Fr. José Nunes, O.P. 

    ENCONTRO DE PROVINCIAIS DA EUROPA

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    F i c h a T é c n i c a Jornal bimensal Publicação Periódica  nº 119112ISSN: 1645-443XPropriedade: Fraternidade Leigas de São DomingosContribuinte: 502 294 833Depósito legal: 86929/95Direcção e RedacçãoCristina Busto (933286355)Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)

     Administração:Maria do Céu Silva (919506161)Rua Comendador Oliveira e Carmo, 26 2º Dtº2800– 476 Cova da PiedadeEndereço: Praça D. Afonso V, nº 86,

    4150-024 PORTO

    E-mail: [email protected]: 435 exemplares

    O s a r t i g o s p u b l i c a d o s e x p r e s s a m a p e n a sa o p i n i ã o d o s s e u s a u t o r e s .

    Laicado Dominicano Maio/Junho 2012

    Na sequência da morte do fr. José Augusto Mourão e da sua vontade de doar o corpo à medicina e posteri-or cremação, a Província Portuguesa da Ordem dos Pregadores, assim como a Comunidade do Convento deSão Domingos achou por bem que as cinzas dos irmãos assignados ao Convento de São Domingos ou de ir-mãos de outras comunidades a ele ligados, fossem depositadas no claustro do Convento.

    Neste sentido, e porque os corpos do fr. José Augusto Mourão, falecido no ano passado e do fr. André Sal-

    ta, falecido em Lisboa em 1996, já foram cremados, iremos realizar, aqui no Convento de São Domingos,uma celebração de Vésperas, em que rezaremos de modo especial por estes dois irmãos, no próximo dia 13 de Junho de 2012, às 17.30h.

    fr. Filipe, op – Prior do Convento de S. Domingos

     A 10 de Maio, Bento XVI anunciou vários decre-tos de beatificação, entre eles, de dois frades domini-canos vítimas da perseguição religiosa de 1936 emEspanha.

    São eles, o Beato Fr. Raimundo Gonzáles Casta-no, nascido em Mieres (Astúrias, 20 de Agosto de1865). Estudou latim e humanidades no SeminárioDiocesano de Oviedo e ingressou na Ordem Domini-cana, tendo feito promessa solene em 1884. Foi orde-nando presbítero depois de terminados os seus estu-dos (1892) em Salamanca. Exerceu vários cargos naordem e foi também professor. O Capítulo Geral daOrdem, 1909 designou-o responsável pela restaura-ção da Província Portuguesa, mas os eventos da Repú-blica em 1910 levaram-no a ter de sair de Portugal.

    Pregou diversos retiros, missões populares e exercí-cios espirituais, vindo a ser nomeado capelão dasMonjas de Quejanda (Alava), onde foi preso em1936. Foi primeiramente transferido para uma prisãoem Bilbau e seguidamente encarcerado num barco.Foi fuzilado, junto com outros 40 presos na cobertado navio no dia 2 de Outubro de 1936.

    Beato Fr. José Maria González Solis, nascido emSantibanez, (Asturias, 15 de Janeiro de 1877), ingres-sou na Ordem Dominicana em 1897 e foi ordenado

    sacerdote em Março de 1900, em Salamanca. Foi pro-

    fessor em vários conventos e prior na Corunha e Sa-lamanca, para além de ser Síndico da Província. En-contrava-se no mesmo convento de Quejandas quan-do foi igualmente preso, acabando por ser fuziladojunto com B. Fr. Raimundo Castano.

    Beato Fr. Jean-Joseph Lataste. Nascido como Al-cide Vital Lataste, a 5 de Setembro de 1832, em Ca-dilllac, França, embora sentisse vocação religiosa, oseu pai opôs-se e Lataste acabou por fazer os seus es-tudos civis. Trabalhou vários anos para a admin-istração municipal. Foi membro da Sociedade de São

     Vicente Paulo. Entra na Ordem Dominicana em1857, então em pleno processo de reorganização porparte de Fr. Henri Lacordaire. Em 1862 foi pregar auma prisão de mulheres na sua cidade natal. Foi um

    momento de mútua conversão: a das mulheres que oouviam e a do pregador que se apercebeu do cami-nho a que era chamado. Juntamente com uma religi-osa, veio a fundar uma congregação de religiosas quetem por missão acolher as ex-reclusas e realizar apos-tolado junto dos detidos: as Irmãs Dominicanas deBetânia.

    Fr. J. Lataste faleceu em 10 de Março de 1869. Acerimónia da sua beatificação decorrerá no dia 3 de

     Junho, na cidade de Besançon, França.Gabriel Silva, O.P.

    TRÊS NOVOS BEATOS DOMINICANOS

    CELEBRAÇÃO DE VÉSPERAS NO CONVENTO DE S. DOMINGOS13 DE JUNHO