307 - laicado dominicano - julho 2003

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Ordem dos Pregadores Fraternidades Leigas de São Domingos Com a presença de D. José Augusto Pe- dreira, Bispo da Dio- cese de Viana do Castelo. PROGRAMA Sábado, dia 27 de Setembro 15.00—Acolhimento aos Peregrinos no Centro Pastoral Paulo VI e apresentação dos rosaristas; 15.30—Participação dos Grupos de Jovens da Família Dominica- na—Tema: “A Família Dominicana e o rosá- rio”; 16.30—Concentração e organização dos peregrinos na Cruz Alta; 17.00—Desfile em procissão para a Ca- pelinha das Apari- ções e saudação a Nossa Senhora; 18.00—Confissões na Capela da Reconcilia- ção; 21.30—Celebração do Rosário na Capeli- nha das Aparições e procissão; 22.30—Eucaristia no Julho 2003 Ano XXXIII, nº307 / $,&$'2 ' 20,1,&$12 Director: Gabriel Ferreira da Silva— ISSN: 1645-443X; Depósito Legal : nº86929/95 ; Assinatura normal: 4 €uros; Avulso: 0,5 euros; Praça D. Afonso V 86, 4150-024 Porto, Portugal— Impressão: Maria José Meireles, Rua Rui Faleiro, Porto NESTE NÚMERO: Peregrinação do Rosá- rio 1 Noticias 2 Família Dominicana 3 A hora dos Leigos 4 Mãos de Deus 5 Religião Popular 6 48ª PEREGRINAÇÃO NACIONAL DO ROSÁRIO E DA FAMÍLIA DOMINICANA AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA Grande Anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI; DOMINGO, DIA 28 8.30—Tema de refle- xão: “Pregar com o Rosário” no Centro Pastoral Paulo VI; 10.15—Celebração do Rosário na Cepli- nha das Aparições e pocissão; 11.00—Eucaristia, procissão e despedi- da; Secretariado do Rosário O tempo de férias, para além de um di- reito de quem traba- lha, é simultanea- mente um privilégio, (pois muitos não tem possibilidades para o fazer) e um dever. Dever, porque a vida que recebemos é pa- ra ser preservada com dignidade e go- zada com alegria e saúde. È pois um tempo propício ao desfrute da natureza, da companhia da fa- mília e dos amigos, da leitura, do descan- so. Nos relatos da vida de Jesus, são muitas as festas, bodas e inúmeros jantares. Há um tempo próprio para tudo na vida. Sendo desejável que Jesus vá connosco de férias, partilhemos com Ele a alegria da vida e o descanso. Por isso, voltaremos FÉRIAS!

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Page 1: 307 - Laicado Dominicano - Julho 2003

Ordem dos Pregadores Fraternidades Leigas de São Domingos

Com a presença de D. José Augusto Pe-dreira, Bispo da Dio-cese de Viana do Castelo.

PROGRAMA Sábado, dia 27 de Setembro 15.00—Acolhimento aos Peregrinos no Centro Pastoral Paulo VI e apresentação dos rosaristas; 15.30—Participação dos Grupos de Jovens da Família Dominica-na—Tema: “A Família Dominicana e o rosá-rio”;

16.30—Concentração e organização dos peregrinos na Cruz Alta; 17.00—Desfile em procissão para a Ca-pelinha das Apari-ções e saudação a Nossa Senhora; 18.00—Confissões na Capela da Reconcilia-ção; 21.30—Celebração do Rosário na Capeli-nha das Aparições e procissão; 22.30—Eucaristia no

Julho 2003 Ano XXXIII , nº307

� � � / $ , &$'2 � ' 20 ,1 , & $12 Director: Gabr ie l Ferre i ra da S i lva— ISSN: 1645-443X; Depós i to Legal : n º86929/95 ; Ass inatura norma l : 4 €uros; Avulso : 0,5 euros ; Praça D. Afonso V 86 , 4150-024 Porto , Portuga l— Impressão: Mar ia José Meire les , Rua Rui Fa le i ro, Porto

N E S T E N Ú M E R O :

Peregrinação do Rosá-rio 1

Noticias 2

Família Dominicana 3

A hora dos Leigos 4

Mãos de Deus 5

Religião Popular 6

4 8 ª P E R E G R I N A Ç Ã O N A C I O N A L D O R O S Á R I O E D A FA M Í L I A D O M I N I C A N A A O S A N T U Á R I O

D E F Á T I M A Grande Anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI; DOMINGO, DIA 28 8.30—Tema de refle-xão: “Pregar com o Rosário” no Centro Pastoral Paulo VI; 10.15—Celebração do Rosário na Cepli-nha das Aparições e pocissão; 11.00—Eucar ist ia , procissão e despedi-da; Secretariado do Rosário

O tempo de férias, para além de um di-reito de quem traba-lha, é simultanea-mente um privilégio, (pois muitos não tem possibilidades para o fazer) e um dever. Dever, porque a vida que recebemos é pa-ra ser preservada com dignidade e go-

zada com alegria e saúde. È pois um tempo propício ao desfrute da natureza, da companhia da fa-mília e dos amigos, da leitura, do descan-so. Nos relatos da vida de Jesus, são muitas as festas, bodas e

inúmeros jantares. Há um tempo próprio para tudo na vida. Sendo desejável que Jesus vá connosco de férias, partilhemos com Ele a alegria da vida e o descanso. Por isso, voltaremos

F É R I A S !

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Fátima e com a ima-gem de Santo António. Francisco Ferreira OP P O R T O Como é tradição desta Fraternidade, a sua reunião de Julho é de festa, mediante a cele-bração da eucaristia seguida de lanche-convívio. Desta vez, a alegria foi redobrada, pois que dez dos seus membros e alguns ami-gos receberam o sacra-mento da Santa Unção, numa significativa ma-nifestação de fé e es-

ELVAS A Fraternidade de El-vas, como é tradicio-nal, celebrou Santo António no passado dia 13, Missa Solene com cânticos e comu-nhão, pelas dezoito horas. No final houve a ben-ção e distribuição pe-los assistentes do Pão de Santo António. Pe-las vinte e uma horas, pelas ruas próximas da Igreja saiu a pro-cissão em honra de Nossa Senhora de

Julho 2003

B E A T O P I E R G I O R G I O F R A S S A T I

M E M Ó R I A A 4 D E J U L H O Nasceu em 1901 e faleceu a 4 de Julho de 1925. Foi beatifi-cado por João Paulo II no ano 1990. Apesar de a sua famí-lia não ser muito reli-giosa, Pier Giorgio desde cedo desenvol-veu uma profunda fé e religiosidade que o levava a procurar ser útil aos outros. Envol-veu-se activamente na política do seu tempo, foi estudante de engenharia e era membro de numero-sas associações soci-ais e caritativas. Lei-go activo e membro da Ordem dos Prega-dores, tinha especial devoção por Catarina de Sena. Foi um des-portista que aliava o prazer das escaladas da montanha com uma profunda atitu-de contemplativa. Fazendo o bem no silêncio, apenas pela sua morte a sua ac-ção cristã se tornou conhecida de todos.

Publicações disponíveis para venda:

Encomendas directa-mente para o endere-ço deste jornal, acom-panhadas de che-que/vale do correio: 1. As origens do ramo leigo na Ordem de São Domingos, por M-H Vicaire OP, 2

euros; 2. Estatutos das Fra-ternidades Leigas de São Domingos,

3 euros; 3. Breve História da Ordem dos Prega-dores, por W.A, Hin-nebusch OP, 7,5

euros; 4. Processo de cano-nização de São Do-

mingos, 4 euros; 5. Opúsculo sobre a origem da Ordem dos Pregadores, pelo B. Jordão da

Saxónia, 5 euros; 6. As vidas dos ir-mãos, por Fr. Gerar-do de Frenchet OP,

15 euros; 7. A Ordem Terceira em Portugal, Lia

Madeira, 2 euros; 8. Mártires de Espa-nha, Fr. Lorenzo

Galmés, 3 euros; 9. O anúncio do Evan-gelho na Ordem dos Pregadores, Fr. Carlos Azpiroz, 2

euros; 10.As fontes de inspi-ração evangélica na democracia do-minicana, Fr. Maria-no Foralosso OP, 2

euros;

N O T Í C I A S D A S F R A T E R N I D A D E S

I N F O R M A Ç Õ E S Porto. Contacto: Ga-briel Silva, tel. 938 322 809. CÁPÍTULOS De 15 a 25 de Julho, as Irmãs Dominicanas de Santa catarina de Sena, Província de Por-tugal, estarão reunidas em Capítulo Provincial. A província portuguesa das Missionárias Domi-nicanas do Rosário ini-cia o seu Capitulo Pro-vincial no dia 25 de Julho. ROSÁRIO Decorrerá em Leon, Espanha, de 11 a 13 de Setembro, o 4º Con-gresso Ibérico sobre o Rosário

VOLUNTARIADO EM FAMÍLIA DOMINICANA

Os diversos ramos e grupos da Família Do-minicana constata-ram que muitas co-munidades dominica-nas locais tem dificul-dades na realização de certos serviços por falta de colaborado-res/voluntários.

Precisa-se de respon-sável pelo processa-mento das assinatu-ras do jornal “Laicado Dominicano”. Perfil: c/ computador e dis-ponibilidade de 2 ho-ras semanais. Resi-dência na região do

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Laicado Dominicano 3

O resumo das conferên-cias e as fotos encon-tram-se no site: w w w . o p . o r g / d s i /simposio; Quer pela convivência com centenas de filhas de São Domingos de todos os países da Eu-ropa. Destacaram-se pelo grande número e pela juventude as Ir-mãs dos países de Les-te. Esteve também pre-sente uma Dominicana iraquiana. Momentos alto destes dias foram as celebra-ções Eucarísticas: no dia 27 presidida pela Mestre Geral da Or-dem; no dia 29 em Santa Maria Sopra Mi-nerva, junto ao túmulo de Santa Catarina.

Teresa de Saldanha – com processo em Ro-ma A Serva de Deus, Tere-sa de Saldanha, nas-ceu em Lisboa, Portu-gal a 4 de Setembro de 1837.

Simpósio de Santa Ca-tarina de Sena

Decorreu de 25 a 29 de Abril, no Angelicum, em Roma, um Simpósio sobre Santa Catarina de Sena, organizado pela Família Dominica-na Europeia, sob o te-ma: “À escuta de Cata-rina para uma Europa Cristã”. No início do Simpósio homenageou-se Giullia-na Cavallini, das Irmãs Dominicanas Missioná-rias da Escola, por ter dedicado a sua longa vida ao estudo e divul-gação da obra de Santa Catarina de Sena. Foi uma excelente inici-ativa quer pelos temas abordados: “Eu Catari-na te escrevo a ti...”- Fundamentos para uma antropologia da esperança nas cartas de Santa Catarina pela Ir. Elena Ascoli OP; “A Teologia de Catarina de Sena”, vivida pela Ir. Mary O’Discrol OP; “Catarina de Sena: a fé no coração do mundo – Libertar, pacificar, re-formar” por Chantal Plancke, leiga Belga; “Catarina de Sena: in-carnação feminina do projecto de Domingos” por Ir. Lúcia Caram OP.

Sendo rica, fez-se po-bre por amor a Cristo a Quem seguiu na pobre-za, castidade e obedi-ência. Teresa de Saldanha foi uma Lisboeta que mui-to amou a Ordem Do-minicana e muito tra-balhou para a restaurar em Portugal. Fundou a primeira Con-gregação Dominicana e assistiu as últimas Ir-mãs Dominicanas con-templativas dos extin-tos conventos do país. Além disso, colaborou na restauração do ra-mos masculino e incen-tivou sacerdotes a agregarem-se à Ordem como Terceiros Domini-canos. Mulher de muita fé, esperança e caridade passou pela vida, como Jesus querendo e fa-zendo o bem. Faleceu, em odor de santidade a 8 de Janei-ro de 1916, em Lisboa, Portugal. O Processo de Canoni-zação desta dominica-na encontra-se em Ro-ma. A Postulação insiste na necessidade de maior divulgação da figura e santidade da Madre Teresa de Saldanha, para a obtenção de um milagre. Junto vai uma oração

FAMÍLIA DOMINICANA para ser divulgada jun-to dos doentes: Oração para pedir cura Deus nunca abandona os que põem n’Ele toda a confiança. Senhor Jesus, Que disseste: “Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.”, nós te pedi-mos, por intercessão da Tua Serva Teresa de Saldanha que praticou em grau heróico as virtudes evangélicas, especialmente o des-pojamento dos bens para o serviço da cari-dade aos mais necessi-tados, concede-nos a graça da cura de (nome) para glória do Teu Nome. Glória ao Pai, Pai Nosso, Ave Ma-ria. Comunicar as graças ao: Secretariado Madre Teresa de Saldanha: Largo de São Domingos de Benfica, nº 14 Tel. 21 774 08 13 / Fax 21 774 25 39 E:mail:[email protected] www.teresadesaldanha-irmasdominicanas.pt 1500-554 Lisboa – Portugal ,U��5LWD�0DULD�1LFRODX

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Laicado Dominicano 4 Laicado Dominicano 4

"Livre em relação a todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possí-vel. Fiz-me judeu com os judeus, a fim de ga-nhar os judeus. Sujei-tei-me à lei... a fim de ganhar os sujeitos à lei. Fiz-me um sem-lei... a fim de ganhar os que não têm lei. Fiz-me um fraco com os fracos, a fim de ganhar os fra-cos. Fiz-me tudo para todos, a fim de, a todo o custo, salvar alguns. E faço tudo isto pelo Evangelho, a fim de ter parte nele". (Coríntios 9 , 1 9 - 2 3 ) Ainda há muitos cris-tãos que lamentam a falta de padres, religio-sos e religiosas. Faz-me lembrar a recomenda-ção de Jesus a cami-nho do Calvário: "filhas de Jerusalém, não cho-reis por mim, chorais por vós mesmas e por vossos filhos"... (Lucas 23,28). Mais do que a falta de padres, preocu-pa-me a falta de leigos conscientes e coeren-tes. De modo especial, preocupa-me a falta de casais verdadeiramen-te cristãos. Dos casais cristãos assumidos e comprometidos hão-de vir tantos frutos deseja-dos, as vocações sacer-dotais e religiosas. Há dias, um irmãos leigo dominicano dizia-me que a falta de vocações sacerdotais e religiosas estava também nos

casais com um só filho ou filha. tudo fariam para lhes prolongar a f a m í l i a . . . Um dia perguntou Je-sus aos apóstolos: "que dizem os homens ser o Filho do Homem?" As respostas estavam er-radas. Então Jesus per-gunta-lhes novamente: "E vós, quem dizeis que sou?" Sabemos a res-posta de Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho de D e u s v i v o " . A Igreja hoje, deve fa-zer-se a mesma per-gunta: que dizem os homens da Igreja? Os de dentro e os de fora. Que imagem a Igreja oferece de si mesma? E já é hora de dizer que Igreja somos todos, e não apenas o Papa com os bispos e os pa-dres, esta pequenina parte chamada hierar-q u i a . Que dizem os outros de nós, como Igreja? que Igreja vêem os outros e m n ó s ? A Igreja será fiel a si mesma, na medida em que for comunidade de ensino, de celebração e de serviço (ler Actos, 2 , 4 2 ) . A Igreja está dividida e m p a r ó q u i a s . - A minha paróquia é uma comunidade? é uma comunidade de c o m u n i d a d e s ? - As celebrações domi-nicais são celebrações da fé ou apenas cum-

primento de preceito? Há outros espaços e momentos de oração? - Que serviços há na minha paróquia? Litúr-g i c o s e s ó c i o -caritativos. há presença da Igreja a todos os carenciados, material-mente, psicologicamen-te, espiritualmente? Como dominicana(o) - em Fraternidade ou a sós - sou consciente, inserida nalgum movi-m e n t o ? A pergunta pode ser a mesma: que dizem de mim, da minha Frater-n i d a d e ? Dominicana(o) que sou, sou da Ordem dos Pre-gadores. Preocupo-me e ocupo-me em levar a proposta do Evangelho, de modo a poder ser compreendido e acolhi-do? A fé em Jesus Cris-to Ressuscitado dá sen-tido à minha vida e é missão para a vida dos outros que me rodei-am? Rezo e falo para que um filho meu se incline para uma voca-ção sacerdotal ou religi-o s a ? O Concílio Vaticano Se-gundo promoveu a Ho-ra dos Leigos. Os pa-dres eram - e ainda são - o "FAZ TUDO". Quanto mais a Igreja confiar nos leigos conscientes e coerentes, mais clara aparece a missão do p a d r e : - elo de comunhão è

A H O R A D O S L E I G O S F R E I J O Ã O L E I T E

JUSTIÇA E PAZ Segundo dados do Banco Mundial, as barreiras comerciais nos países desenvolvi-dos custam aos países pobres cerca de 100 mil milhões de dólares por ano, o que repre-senta duas vezes o que as nações ricas dão em ajuda [ao de-senvolvimento]. Público 13-06-2003 O Iraq Body Count (IBC), um grupo vo-luntário de professo-res e investigadores britânicos e norte-americanos, reco-lheu diversas esta-tísticas e concluiu que entre 5000 e 7000 civis foram mortos no conflito. O grupo admitiu que com o prossegui-mento das pesqui-sas, o número pode-rá atingir os 10.000 Público 13-06-2003

Emigração:

1980: 50.750 emigran-tes legais, residentes em Portugal; 1990: 107.767; 1995: 168.216; 1999: 191.143; 2000: 208.198; 2002 (Maio) : 388.258; 2002 (Dez..): 438.699; 2003:mais de 500 mil (5 % da população); Fonte: ACPME

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Laicado Dominicano 5

vel, significa que o que eu não fizer ficará por fazer e, melhor, que D e u s e s t á “dependente” de mim para se dar a conhecer aos homens. Não pos-so contar apenas com os “caminhos insondá-veis” pelos quais Deus se revela, enquanto malbarato os meus dons e talentos. Essa revelação é um programa de uma vida inteira mas concretiza-se em cada dia. Os meus gestos, as mi-nhas palavras, atitu-des, tudo o que consti-tui a minha forma de comunicar pode e deve apontar para Deus. Não se trata apenas de fi-carmos com uma ideia meio romantizada da nossa colaboração no projecto de Deus mas ser colaborador apela para a nossa responsa-bilidade. Como cristãos estamos a viver um tempo que é decisivo, pois já é chegada “a plenitude dos tempos”. Essa revelação de

quem Deus é realiza-se, pois, através do concreto, não tanto com atitudes pseudo-piedosas, condescen-dentes nem com o es-tereotipo de ajuda cris-tã que às vezes é mais uma caricatura. Somos sinal de Deus quando as pessoas à nossa volta compreendem que estamos verdadei-ramente atentos a elas mais do que as normas sociais o prescrevem. Somos sinal quando a outra pessoa percebe que a nossa preocupa-ção não é interesseira; somos um sinal quan-do o outro percebe que nós estamos sempre presentes à sua vida, com ou sem palavras, com ou sem presença física. Neste sentido cada dia torna-se uma imensa oportunidade de sermos cooperado-res, de sermos semea-dores. Não é preciso evadirmo-nos do dia-a-dia, como agora se diz: é neste terreno simples e chão que se joga a nossa salvação e a dos

Todos nós sabemos que Deus se revela aos homens de muitos mo-dos. Podemos encon-trá-lo na beleza da cria-ção, na oração pessoal e comunitária, nos sa-cramentos., nos acon-tecimentos da história. Deus também se revela através das pessoas. Nós já sabemos que cada um pode e deve ser um sinal da presen-ça de Deus, um sinal do modo pessoal, aten-to, único como Deus se preocupa com cada ser humano. Dizemos que Deus ama todos os ho-mens mas esta afirma-ção corre o risco de dar a entender que Deus ama cada pessoa da mesma maneira, “por a t a c a d o ” . Se eu posso ser para os outros um sinal da presença e do amor interessado de Deus, o que é que isso implica? Implica que eu sou res-ponsável, dentro das minhas capacidades e talentos, por revelar Deus. Se sou responsá-

M Ã O S D E D E U S P E D R O A N T A S M A R T I N S

E entre diferentes co-m u n i d a d e s ; - estímulo do ardor a p o s t ó l i c o ; - - presidente-amante da eucaristia, como raiz e força das actividades d o s f i é i s ; No seguimento de Je-sus Cristo e dos apósto-los abertos ao Pente-costes, recebemos os sacramentos do Baptis-mo e da Confirmação para sermos testemu-nhas-em-missão. É ur-gente "saltar" da recep-ção do sacramento pa-ra a saída-em-missão. É urgente que os leigos abram as portas, afas-tem medos e cantem a toda a gente: Ressusci-tou! Estão abertas as portas da VIDA!

Os Banco Alimentares contra a Fome recolhe-ram 871 toneladas de alimentos em 470 es-tabelecimentos comer-ciais. A campanha que decorreu no final de Maio contou com o apoio de mais de 9000 voluntários. Durante o ano de 2002, o Banco Alimen-tar contra a

Fome distribuiu mais de 11.500 toneladas de alimentos, apoiando 180 mil pessoas com carências alimentares comprovadas. Em Portugal, o salário médio é de 4 mil dóla-res/ano (+/- o mesmo em euros). Na Indoné-sia é de 241 dóla-res/ano.

Portugal é o 28º país em termos de riqueza, num universo de 191 países. No Burundi 50% da mão de obra é realiza-da por crianças com menos de 14 anos de idade. No Camboja e no Níger 2 pessoas em cada mil tem telefone. Na Noru-ega são 720.

A Rescue International afirma que a guerra na República do Congo é o mais grave conflito des-de a Segunda Guerra Mundial e que já cau-sou 3,3 milhões de víti-mas. Contudo, os or-gãos de informação internacionais pouca relevância lhe dão. Fonte: Revista Além Mar

N O T Í C I A S B R E V E S D O M U N D O

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Jornal mensal (11Xano); publicação periódica nº119112; ISSN: 1645-443X; propriedade: Fraternidades Leigas de são Domingos; P.C. nº502 294 833; Depósito legal: nº86929/95; Director: Gabriel Ferreira da Silva; Colaboradores permanentes: Francisco Piçarra; Frei João Leite; Pedro Antas Martins; Nesta edição: Francisco Ferreira, Frei Betto, Secretariado do Rosário, Irmã Rita Nicolau; Impressão: Maria José Meireles, rua Rui Faleiro, Porto, Expedição: Henrique Fonseca; Tiragem: 650 exemplares; Endereço : Praça D. Afonso V, 86, 4150-024 Porto; Assinatura: cheque/vale do correio em nome de “Fraternidades Leigas de São Domingos” Os artigos publicados expressam apenas a opinião dos seus autores. A reprodução dos artigos publicados nesta edição é permitida, desde que expressamente identificado o respectivo autor e publicação.

Ficha Técnica

João caiu na terra e, imediatamente, deu frutos. Jesus iniciou, então, sua missão e formou a primeira comunidade apostóli-ca com os discípulos de João. A festa de São João é um convite para que cada cristão se torne, como Batista, luz que abre os olhos alheios à presença de Jesus entre nós. * Frei Betto, frade dominicano brasileiro, é escritor, autor das biografias de João e Jesus na obra "Entre todos os homens" (Ática), entre outros livros. © Agência de Informa-ção frei Tito para Améri-ca Latina (ADITAL) Publicado com permis-são.

As festas juninas assim são chamadas por ocorrerem no mês de junho. Mais apropriado seria denominá-las festas joaninas, pois comemoram o 24 de junho, dia que o calendário litúrgico da Igreja Católica dedica a São João Batis-ta. Reza a tradição que, naquela data, teria nascido o primo e precursor de Jesus, fruto do casamento entre Isa-bel, parente de Maria, e Zacarias, sa-cerdote judeu do Templo de Jerusalém. João era, de fato, seis meses mais ve-lho que Jesus, conta o evangelho ao narrar que Maria, grávida, foi até a ca-sa de Zacarias, para auxiliar o parto de Isabel. De certeza, pouco se sabe da vida de João, que a religiosidade popu-lar qualificou de Batista por ter sido ele quem batizou Jesus. Tudo indica, porém, que João recebeu profunda formação religiosa, o que não surpre-ende. Considerando que seu pai era sacerdote, ele, provavelmente, quis ingressar na comunidade dos monges essênios, situada junto ao Mar Morto, onde deságua o rio Jordão. João não teria se adaptado aos rigores do mosteiro, cuja pureza ritual haveria de apressar a vinda do Messias e, de-cepcionado, abandonou o claustro pa-ra tornar-se pregador ambulante às margens do Jordão. Em sua pregação, o primo de Jesus rompeu com a lógica essênia do puro X impuro e abraçou a lógica dos profetas do Antigo Testa-mento, que realça a contradição entre justiça e injustiça. Lucas, em seu relato evangélico, des-creve em detalhes a pregação de João. Diante da pergunta de seus catecúme-nos (Lucas 3,10) "o que devemos fa-zer?" - ele não recomendava, como os fariseus, que lavassem muitas vezes as mãos ou pronunciassem o nome de Deus, para não cometerem o pecado da impureza da língua, João exigia jus-tiça: "Quem tiver dois agasalhos, dê um a quem não tem. Quem tiver comi-

da, faça a mesma coisa" (Lucas 3,11). Aos fiscais de impostos, acon-selhava não cobrarem "nada além da taxa estabelecida" (Lucas 3, 13) e aos soldados, frisava: "Não tortu-rem ninguém, não façam acusações falsas e fiquem contentes com o salário que ganham". (Lucas 3, 14) Por que as fogueiras na festa de São João? Porque a devoção popu-lar aprendeu com o outro João, o Evangelista, que o primo de Jesus veio "para dar testemunho da luz" (João 1, 7-8). Jesus é a verdadeira luz. Mas João Batista, como a luz da fogueira, permitiu que víssemos o Salvador. Não é para o fogo que se dirigem os nossos olhos. O fogo cla-reia e permite que vejamos o que se encontra em volta. Por seu exemplo e palavra, o Batista fez-nos reconhe-cer, na figura de seu jovem primo, a presença humana de Deus. Os adereços da festa de São João chegaram ao Brasil trazidos por ou-tras culturas. De Macau, na China, os portugueses, nossos colonizado-res, trouxeram as bandeirinhas de papel recortado. Dos escravos, rece-bemos o costume africano de pular a fogueira e andar sobre brasas (Haja coragem!), bem como os qui-tutes típicos do festejo: batata e inhame assados no calor do fogo, e milho transformado em pipoca; dos franceses, herdamos a quadrilha dançada ao som do acordeon. Jesus foi discípulo de João. Deixou-se batizar por ele à beira do Jordão, contrariando a religião oficial de seu tempo e lugar. Profeta, João denun-ciou a corrupção de Herodes Anti-pas, governador da Galiléia. Por is-so, foi preso e, mais tarde, durante uma festa no palácio de Tiberíades teve a cabeça cortada e apresenta-da aos convidados numa bandeja. Como todo sangue de mártir, o de

R E L I G I O S I DA D E P O P U L A R E F E S TA J OA N I NA F R E I B E T T O *