352ncia 9 de abril versao 97-200312abrcompleto.doc) · crescer, fazer amigos, educar-se, ser...

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2

Maria do Carmo Lara Perpétuo Prefeita de Betim

Carlos Roberto de Souza

Secretário de Educação de Betim

Sandra Angélica Castro Gomes Secretária Adjunta de Educação de Betim

Maria Lúcia do Amaral Gonçalves

Coordenadora da Divisão Pedagógica de Ensino

José Adão de Oliveira Coordenador da Divisão Administrativa

3

Equipe Relatora

Alfredo Elmer Johnson Rodriguez Carmen Lúcia de Almeida

Celeste Deográcias de Souza Bitencout Claudia Maria Teixeira de Abreu

Consuelo Maria do R. Arruda Ribeiro Cátia de Oliveira Andrade

Fabiana Vilas Boas Borges Maria Rosa Del Gaudio Santos

Shirlei Siqueira Braga Sofia Martins Moreira Lopes

Revisão Gramatical e Ortográfica

Maria Aparecida Moreira Hübner Santos Sofia Martins Moreira Lopes

Digitação e Formatação

Luciana Starling de Souza

Correção e Arte Final

Luciana Brasileiro Maciel Vanessa Carla da Silva Gasparini

4

"A Escola"

“Escola é... O lugar onde se faz amigos,

não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente,

cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor

na medida que cada um se comporte como colega, irmão. Nada de ilha cercada de gente por todos os lados.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém,

nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só educar, não é só trabalhar,

é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem,

é conviver, é se amarrar nela! Ora, é lógico...

Com a escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz”.

Paulo Freire

5

Sumário 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................7 2. BETIM: INVENTÁRIO DA REALIDADE EDUCACIONAL ......................................10 3. EDUCAÇÃO PARA TODOS: APRENDER É PRECISO..............................................25 4. DESAFIOS E EIXOS TEMÁTICOS DO DEBATE CONTEMPORÂNEO DA EDUCAÇÃO NACIONAL......................................................................................................37 5. A CONFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO E A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DECENAL DE EDUCAÇÃO...........................................................................39

5.1. EIXO EDUCAÇÃO INFANTIL ...............................................................................40 5.2. EIXO ENSINO FUNDAMENTAL...........................................................................57 5.3. EIXO EDUCAÇÃO RURAL ....................................................................................93 5.4. EIXO EDUCAÇÃO ESPECIAL ...............................................................................95 5.5. EIXO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ...................................................103 5.6. EIXO ENSINO MÉDIO ..........................................................................................114 5.7. EIXO EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL...........122 5.8. EIXO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS.......131 5.9. EIXO SISTEMA DE INFORMAÇÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO .......................................................................................................................137

5.9.1 Sistema de Informação: .........................................................................................137

5.9.2 Avaliação da Educação no Município: ..................................................................138

5.10. EIXO ENSINO SUPERIOR ................................................................................143 5.11. EIXO FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS E VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO ...................................................................................................................148 5.12. EIXO FINANCIAMENTO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO................................168

5.12.1 Financiamento da Educação ................................................................................168

6. PROGRAMAS ARTICULADOS PARA A GARANTIA DA INCLUSÃO SÓCIO EDUCACIONAL ...................................................................................................................186

6.1 PROGRAMA CESTA ESCOLA.............................................................................186 6.2 PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ...........................................................................187 6.3 PROGRAMA ESCOLA ABERTA - PEA ..............................................................188

7. PÓS-SCRIPTUM: PROPOSIÇÕES, AÇÕES E INTERAÇÕES ..................................190 8. ANEXOS........................................................................................................................191

8.1 PARECER DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SOBRE A 1ª AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DECENAL DE EDUCAÇÃO DE BETIM – 2008................. ...................................................................................................................191 8.2 LEI N.° 4.316, DE 18 DE ABRIL DE 2006............................................................207 8.3 QUADRO DE SIGLAS ...........................................................................................208

9. REFERÊNCIAS .............................................................................................................210

6

APRESENTAÇÃO

Em sintonia com as deliberações da Conferência Nacional da Educação Básica, realizada

em abril de 2008 e estruturalmente concatenada às premissas e proposições temáticas

pautadas no “Documento Referência” da Conferência Nacional de Educação (CONAE) -

instituída pela Portaria Ministerial nº 10 e realizada no final de março - a Conferência da

Educação do Município de Betim – 2010 se configura como um espaço público de debate

democrático sobre as diretrizes e correspondentes estratégias, recursos e ações que

estruturam a política educacional da cidade já em execução pelo atual Governo Municipal,

sob a mediação da equipe gestora da SEMED, contando com a efetiva participação da

sociedade civil, especialmente famílias, educandos, educadores e demais organizações

não-governamentais comprometidas com a qualidade da escola pública e da educação

formal. Portanto, esse importante fórum de discussão e deliberação coletiva busca, em

última análise, promover o desenvolvimento humano sustentável de nossa comunidade.

À luz dessas considerações, o tema central dessa Conferência de Educação, readequando

o da CONAE, é: “Construindo o Sistema Municipal Articulado de Educação – Educação

para Todos: Aprender é Preciso”. Assim referenciado, este documento, na qualidade de

texto-base da Conferência de Educação, apresenta um conjunto articulado de

informações e proposições a respeito da educação formal no município, em seus diversos

níveis, etapas e modalidades, a serem submetidas ao crivo do coletivo de

representantes/delegados dos setores da sociedade que participarão desse evento. Por

conseguinte, a partir deste momento, este texto-base se torna objeto de diálogo e de

deliberação, incluindo o debate amplo a respeito da Educação municipal, num fórum de

mobilização social, com repercussões em nível nacional, pela qualidade e valorização da

educação.

A Conferência constitui, pois, um importante espaço democrático para a construção de

diretrizes pertinentes às políticas municipal, estadual e nacional de educação e de seus

marcos regulatórios, na perspectiva da inclusão, da igualdade, do direito à diferença e da

diversidade. Eis a importância de ler com atenção, estudar e discutir, no seio dos

respectivos coletivos que terão representação na Conferência, o conteúdo aqui

apresentado e formular proposições construtivas que contribuam para a universalização e

intensificação do direito à educação, garantindo à população níveis elevados de

aprendizagem, nesta Cidade para Todos.

BEM-VINDOS AO DEBATE!

Carlos Roberto de Souza

Secretário Municipal de Educação de Betim

7

1. INTRODUÇÃO1 1

A Conferência de Educação do Município de Betim - 2010 é um acontecimento 2

sumamente relevante na história das políticas públicas do setor educacional na 3

cidade. Sociedade civil, agentes públicos, entidades de classe, estudantes, 4

profissionais da educação e pais/mães (ou responsáveis) de estudantes se reunirão 5

em torno da discussão pela melhoria da qualidade da educação municipal, a partir do 6

tema central: “Construindo o Sistema Municipal Articulado de Educação – 7

Educação para Todos: Aprender é Preciso”. Cabe destacar aqui que este 8

importante evento é também propício para atender em boa medida a prerrogativa 9

expressa no anexo “Mecanismos de Acompanhamento e Avaliação do Plano Municipal 10

de Educação” da Lei Municipal 4.316/2006, que diz respeito às avaliações periódicas 11

desse plano. 12

Este texto-base servirá como parâmetro tanto para as discussões setoriais prévias à 13

Conferência, como para o debate e as deliberações a serem processados durante 14

sua realização. Contudo, poderão ser incluídas propostas ou sugestões 15

complementares, resultantes das resoluções de cada segmento participante, que 16

deverão se expressar em Relatório a ser encaminhado à Comissão Organizadora do 17

evento que irá consolidar as novas proposições num novo documento, que orientará 18

os Trabalhos em Grupo e as deliberações gerais da Plenária de delegados/as e 19

convidados durante a Conferência. 20

A expectativa é que este texto-base possa ser amplamente disseminado e debatido, 21

contando com a significativa participação dos diferentes atores sociais e, nessa 22

dinâmica coletiva, o conjunto de resoluções democraticamente processadas se torne o 23

referencial para a formulação da política de educação municipal demandada pela 24

comunidade local, cuja execução ficará sob a responsabilidade dos gestores 25

governamentais. 26

A Conferência deverá, portanto, constituir-se em espaço social de discussão da 27

educação municipal, articulando os diferentes agentes institucionais, da sociedade 28

civil e do governo, em prol da construção de um projeto municipal de educação e de 29

uma Política de Estado. Assim, é fundamental garantir ampla mobilização e 30

participação democrática nos encontros nas etapas propostas para a realização desta 31 1 O conteúdo deste texto-base considera as proposições do “documento-referência” da CONAE.

8

Conferência – 1ª etapa nas instituições; 2ª etapa regionalizada/pré-Conferência; 3ª 32

etapa CEMB, assegurando a efetiva representatividade e participação de todos neste 33

importante espaço público de deliberação democrática. 34

Historicamente, no Brasil, inúmeros movimentos sociopolíticos contribuíram para a 35

construção de uma concepção ampla de educação que incorporasse a articulação 36

entre os níveis e modalidades de educação com os processos educativos ocorridos 37

fora do ambiente escolar nos diversos momentos e dinâmicas da prática social. 38

Esses movimentos tiveram sua trajetória fortemente marcada pelo Manifesto dos 39

Pioneiros da Educação Nova (1932), passando por várias reformas educacionais, 40

Concepção que esteve presente, sobretudo, nas conferências brasileiras de 41

educação2,

nos congressos nacionais de educação3,

nas conferências nacionais de 42

educação e cultura, promovidas pela Câmara dos Deputados4,

na Conferência 43

Nacional Educação Para Todos5,

nas conferências e encontros realizados pelo 44

Ministério da Educação6

e, mais recentemente, na Conferência Nacional de Educação 45

Profissional e Tecnológica7,

na Conferência Nacional de Educação Básica8,na 46

Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena9

e no Fórum Nacional de 47

Educação Superior10

. Por sua vez, Betim acompanhou, ainda que não de forma 48

continuada, toda essa dinâmica, ao realizar diversos Congressos, Conferências, 49

Encontros e outros fóruns municipais que possibilitaram ampliar qualitativamente o 50

diálogo democrático sobre os fins e procedimentos no plano da educação municipal. 51

Em que pese a importância política desses movimentos no processo de construção da 52

educação como direito social, o Estado Nacional ainda carece da firme adesão da 53

sociedade civil e política no debate acerca da concepção, organização e 54

2Na década de 1980 foram realizadas seis Conferências Brasileiras de Educação (CBE), sendo: I CBE, 1980 – São Paulo; II CBE, 1982 – Belo Horizonte; III CBE, 1985 – Niterói; IV CBE, 1986 – Goiânia; V CBE, 1988 – Brasília; e VI CBE, 1991 – São Paulo 3Foram realizados cinco Congressos Nacionais de Educação (Coneds), sendo: I Coned, 1996 – Belo Horizonte; II Coned, 1997 – Belo Horizonte; III Coned, 1999 – Porto Alegre; IV Coned, 2003 – São Paulo; V Coned, 2004 – Recife 4O esforço desenvolvido pela Câmara dos Deputados, por meio de sua Comissão de Educação e Cultura, realizando cinco Conferências Nacionais da Educação (2000 a 2005) 5Conferência Nacional realizada no período de 29 de agosto a 2 de setembro de 1994, precedida de Conferências Estaduais e Municipais 6Programas e políticas educacionais induzidos pelo Ministério da Educação, em debate na sociedade; seminário internacional de gestão democrática da educação e pedagogia participativa; encontros e debates sobre as metas para o milênio, na perspectiva de se ter educação para todos; Conferência Nacional de Educação Profissional; os objetivos e metas estabelecidos, desde 2001, pelo Plano Nacional de Educação e a riqueza dos encontros educacionais específicos (a exemplo dos Enejas, dos seminários para debater currículo e do 1º Simpósio Nacional da Educação Básica) são fatos que precisam ser referenciados como a base de um amplo debate nacional, precedido de fóruns regionais, promovidos pelo Ministério da Educação 7A 1ª Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica foi realizada de 5 a 8 de novembro de 2006. 8A Conferência Nacional de Educação foi realizada em abril de 2008, precedida por conferências no Distrito Federal e em todos os estados da Federação, em 2007 9 Essa conferência, que ocorreu em 2009, terá como tema Educação Escolar Indígena: gestão territorial e afirmação cultural 10 Esse Fórum ocorreu em 2009

9

implementação de espaços institucionais, envolvendo a discussão ampla da educação 55

nacional em todos os níveis e modalidades de educação. 56

Destaca-se, portanto, a importância de que, à semelhança da CONAE, a Conferência 57

da Educação do Município de Betim – 2010 seja precedida de fóruns de 58

discussões, com ampla mobilização e participação da sociedade. Essa dinâmica 59

político-pedagógica será valioso contributo à discussão dos programas e ações 60

governamentais a fim de consolidar a educação como direito social, a democratização 61

da gestão, o acesso e a garantia da permanência bem sucedida de crianças, 62

adolescentes, jovens e adultos nas instituições de ensino/aprendizagem formal, o 63

respeito e a valorização à diversidade e, sobretudo, por ensejar, enfim, a construção 64

de uma Política de Estado na área de educação para Betim, para Minas Gerais e para 65

o Brasil. 66

Nesse sentido, é fundamental pensar políticas de Estado para a educação municipal, 67

estadual e nacional, em que, de maneira articulada, níveis (educação básica e 68

superior), etapas e modalidades, em sintonia com os marcos legais e ordenamentos 69

jurídicos (Constituição Federal de 1988, PNE/2001, LDB/1996, Estatuto da Educação, 70

PMDE, dentre outros), expressem a efetivação do direito social à educação, com 71

qualidade para todos. Tal perspectiva implica, ainda, a garantia de interfaces das 72

políticas educacionais com outras políticas sociais. Há que se considerar o 73

momento histórico do Brasil e, nele, de Betim, que avança na promoção do 74

desenvolvimento com inclusão social e inserção soberana do País no cenário global. 75

10

2. BETIM: INVENTÁRIO DA REALIDADE EDUCACIONAL 76

Precisamente, transcorridos trezentos anos desde a fixação do bandeirante Joseph 77

Rodrigues Betim e sua família, em 1710, nas margens do Ribeirão da Cachoeira, 78

fundando o arraial de Capela Nova - núcleo de extenso e atrativo espaço geográfico, 79

então denominado Santa Quitéria, o município de Betim, que após progressivos 80

desmembramentos de sua extensão territorial original, conquistara sua emancipação 81

oficial em 17 de dezembro de 1938, assume atualmente extraordinário destaque sócio-82

econômico no plano nacional. 83

Com uma população estimada de 441.749 habitantes para 2009 (IBGE – Estimativas) 84

e crescimento demográfico médio de 7,85% ao ano - taxa muito superior à da 85

população da Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH (2,09%) e de Minas 86

Gerais (1,15%) - (IBGE, 2008),Betim emerge como a quinta cidade mais populosa de 87

Minas. 88

GRÁFICO 01 89

População – Betim/MG 90

Fonte: IBGE 91 Cidades@2008<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=310670# > 92

Considerado um dos principais pólos de concentração industrial de Minas Gerais e 93

com significativo incremento do setor comercial, o município registra um macro 94

crescimento econômico. Segundo o Informativo 2008 da PMB, em 2006, o setor de 95

combustíveis e derivados respondia por 51,35% da economia local, o automotivo por 96

24,41%, o de comércio por 11,24% e o de serviços por 5,80%. 97

11

GRÁFICO 02 98

Setores da Economia do Município 99

Fonte: Betim – Informativo 2008: Economia e Infraestrutura – Prefeitura Municipal de Betim 100

Para efeito de uma visão que permita comparar mais objetivamente a abrangência de 101

cada um desses setores, veja-se o gráfico a seguir: 102

GRÁFICO 03 103

Fonte: Betim – Informativo 2008: Economia e Infraestrutura – Prefeitura Municipal de Betim 104

Para 2010, a estimativa da receita do município é de R$1.140.000.000,00. O 105

Orçamento da cidade é o segundo maior entre os 853 municípios mineiros - precedido 106

apenas por Belo Horizonte: em torno de R$6,3 bilhões orçados. Mais da metade desse 107

montante de recursos está reservada para três áreas vistas como prioritárias pelo 108

Setores da Economia do Municipio em %

51,35

24,41

11,245,80 3,53 2,33 0,51 0,49 0,24 0,10

Combu

stíve

is e D

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lagens

Sideru

rgica

Vestuá

rio

12

governo neste ano: saúde, segurança e área social que, ao todo, receberão 109

investimento de R$ 674 milhões. 110

Destacadamente, os quase 250 milhões (aproximadamente 33% das receitas) 111

aplicados pela atual administração na educação no ano passado, terão um acréscimo 112

de praticamente 10 milhões, visando impulsionar ainda mais o desenvolvimento 113

educacional da cidade e a formação humana dos cidadãos, aumentando e 114

restaurando a rede física de escolas, estendendo a oferta a outros níveis da Educação 115

Básica (notadamente, Educação Infantil e Formação Profissional), melhorando e 116

elevando, enfim, os índices de aprendizagem escolar. Contemplados aí estão, ainda, 117

18 milhões destinados à ampliação do bem-avaliado Programa “Escola da Gente - 118

Educação Integral”, vindos de várias secretarias que têm interface com esse 119

programa, tendo em vista incrementar a oferta de educação integral para os 120

estudantes de outras 20 escolas municipais do Ensino Fundamental, além das 10 121

unidades já atendidas no ano passado, de modo a incluir cerca de 20 mil crianças e 122

adolescentes nessa inovadora e fértil modalidade de escolarização. 123

Com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,775 (Atlas do 124

Desenvolvimento Humano – PNUD. 2000), muito acima da maioria das cidades 125

brasileiras, e um IDI (Índice de Desenvolvimento da Infância) de 0,620 (UNICEF, 126

2004), Betim figura no Censo Demográfico de 2000 (IBGE), com uma taxa de 127

analfabetismo11

de 1,80% na população de 10 a 15 anos e de 8,6% naquela composta 128

pelos maiores de 15 anos, mesmo assim, uma proporção ainda abaixo da média 129

nacional de 11,4% e, certamente, dirimida na última década - como deverá demonstrar 130

o Censo do Brasil previsto para este ano -, em virtude das iniciativas governamentais 131

ativadas no âmbito da Educação de Jovens e Adultos. 132

É pertinente destacar que nessa modalidade, de acordo com o EducaCenso-2009, 133

8.572 pessoas com 15 anos ou mais de idade são atualmente atendidas pelas redes 134

públicas estadual (especificamente no nível Médio) e municipal (nível Fundamental). 135

Todavia, levando-se em conta exclusivamente a proporção estimada de pessoas não-136

alfabetizadas, 8,6% (ou 27.532 jovens e adultos; tomando como base de cálculo a 137

11 Mede o grau de analfabetismo da população. Avalia o percentual de pessoas analfabetas em determinada faixa etária. Usualmente é considerada a faixa etária de 15 anos ou mais, isto é, o analfabetismo avaliado acima da faixa etária onde, por lei, a escolaridade seria obrigatória. É considerada analfabeta a pessoa que declara não saber ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece. Aquela que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu, e a que apenas assina o próprio nome é, também, considerada analfabeta. O INEP costuma adotar para esse indicador, além da taxa para as pessoas com 15 anos ou mais, os grupos etários: 15 a 19 anos, 20 a 24 anos, 25 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 anos ou mais. Nas PNADs, levantamentos populacionais por amostragem, não é informada a população rural dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, além de não ser possível a desagregação dos dados por município. Na Contagem Populacional 1996, em função do questionário não conter, explicitamente, a pergunta sobre a condição de alfabetização, essa característica é avaliada indiretamente, a partir dos anos de estudo, sendo considerada analfabeta a pessoa com "menos de 1 ano de instrução" e "sem instrução. V. Dicionário de indicadores educacionais - Fórmulas de cálculo, INEP, 2004, p.5.

13

pirâmide etária proposta pelo IBGE: Censos e Estimativas. 2009) desse estrato 138

demográfico no município, constata-se que o atual atendimento escolar provido pela 139

rede municipal no Ensino Fundamental, foi de 1.127 jovens/adultos, o que 140

representava apenas 4,1% da demanda efetiva. Já no 2º segmento, o município 141

finalizou a ano de 2009 com 2.720 educandos efetivamente matriculados. 142

Percebe-se, pois, o grande desafio a ser enfrentado ainda com maior ênfase pelo 143

poder público, em estreita articulação com a sociedade civil e com a iniciativa privada, 144

dada a magnitude e os indesejáveis efeitos que a carência de escolarização desse 145

estrato populacional de jovens e adultos no seu desenvolvimento humano sustentável. 146

Em 2008, o IBGE informava que em Betim, nas redes municipal, estadual e privada 147

conjuntamente, haviam 61.777 educandos matriculados no Ensino Fundamental, 148

17.226 no Ensino Médio, 6.475 na Educação Infantil (85.478 estudantes, ao todo), 149

atendidos por 2.051 professores/as, em 237 estabelecimentos de ensino: 150

GRÁFICO 04 151

Matrículas – Betim/MG 152

Fonte: IBGE Cidades@,2008 153 < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=310670# > 154

Já, a partir dos dados recentes do EducaCenso-2009 (INEP/MEC), verifica-se um 155

incremento considerável em algumas dessas cifras, posto que agora são registrados 156

101.513 discentes, 4.735 docentes e 203 escolas - 34 escolas a menos, todas de 157

Educação Infantil. Desses totais, a rede municipal assume 49.421 estudantes, 3778 158

docentes 159

14

TABELA 01 160

Matrículas por Dependência e Nível de Escolarização – Betim/MG - 2009 161

E

d. I

nfa

nti

l

En

s.

Fu

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amen

tal

En

s. M

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Ed

. Esp

ecia

l

EJA

Ed

.

Pro

fiss

ion

aliz

To

tal

Estadual 0 14.847 16.304 0 4.627 0 35.778

Municipal 1.192 43.501 783 0 3.945 0 49.421

Privada 10.016 3.351 435 1.158 0 1.354 16.314

Total 11.208 61.699 17.522 1.158 8.572 1.354 101.513

Fonte: EducaCenso, INEP/MEC, 2009 162

Considerando que a estimativa populacional do IBGE, para Betim em 2009, na faixa 163

etária de 0 a 14 anos, é de 121.514 pessoas, evidencia-se que 60% (72.907) das 164

crianças desse segmento populacional frequentam a escola, sendo que a grande 165

maioria delas, 81,7% (59.540), é atendida pelas redes públicas (estadual e municipal) 166

e destas, 78,42% (46.693) fica sob a cobertura do sistema municipal. 167

Dados atualizados da SEE/MG em 14/02/2010 mostram novo aumento do número de 168

estabelecimentos de ensino na Educação Básica em Betim, das escolas públicas 169

municipais e privadas, porém mantendo-se ainda o predomínio das últimas. Ainda 170

assim, esse incremento é um indicativo positivo de ampliação da dinâmica de 171

escolarização na cidade. 172

TABELA 02 173

Número de Escolas* por Dependência – Betim/MG - 2010 174

Dependência Nº Escolas

Estadual 3312

Municipal 71*

Privada 98

Total 192

Fonte: Cadastro de estabelecimentos de ensino SEE-MG, informados pelo Setor de 175 Escrituração Escolar SEMED 07/04/2010 - *Incluídas Instituições de Educação Infantil 176

12 Das 33 Escolas Estaduais, 30 são escolas de Ensino Fundamental e Médio; 02 PECON (Posto de Educação Continuada; 01 CESEC(Centro

Estadual de Educação Continuada);

15

À luz dos Indicadores Demográficos Educacionais – 2007, a taxa de escolarização 177

líquida13

de Betim no Ensino Fundamental é 95,1%, enquanto a do Ensino Médio é 178

apenas 38,3%. 179

Por sua vez, se mantido, nos últimos seis anos, o crescimento médio de 1% ao ano 180

verificado no período de 2000 a 2003, a Educação Infantil atenderia, na atualidade, 181

aproximadamente 70% da demanda real. 182

Veja-se, a seguir, o quadro comparativo de matrículas por faixa etária, nessa etapa da 183

educação: 184

TABELA 03 185

Matrículas na Educação Infantil de 0 a 6 anos - 2000, 2003 e 2009 186

Ano Creche

(0 a 3)

Pré-escola

(4 a 6) Total

2000 339 1.831 2.152

2003 788 2.577 3.365

2009 4.330 10.814* 15.14414

Fonte: Atlas da Educação MG (dados de 2000 e 2003) Educacenso, Betim/MG, 2009 187 *Incluídas as crianças matriculadas no 1º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas 188 municipais. 189 190

Estes números evidenciam, pois, o significativo processo de expansão da oferta 191

educacional nessa etapa da educação básica, todavia, majoritariamente, 66,14% 192

(10.016 crianças), sob a iniciativa privada, enquanto o poder público municipal 193

responde pelos restantes 33,86% (5.128). 194

Certamente, daí deriva o esforço concentrado da SEMED, desde o ano passado, no 195

sentido de destinar a esse segmento maior atenção, suporte pedagógico e infra-196

estrutura e, é claro, mais recursos, de modo a ampliar progressivamente a oferta 197

gratuita de escolarização infantil, especialmente àquelas crianças vitimadas pela 198

exclusão social. Essa acertada estratégia de ampliar a oferta pública de educação 199

infantil, ao lado de outras iniciativas suplementares, redundará, sem dúvida, na efetiva 200

melhoria da aprendizagem dos discentes que cursam o Ensino Fundamental e, 201 13 Expressa o percentual de pessoas matriculadas em determinado nível de ensino na idade ou faixa etária teoricamente adequada a esse nível em relação à população na faixa etária teoricamente adequada ao mesmo nível de ensino. Op. Cit., p. 12. 14 Incluídas no EducaCenso as matrículas da rede privada;

16

consequentemente, na elevação dos índices de desenvolvimento educacional e de 202

formação humana desses jovens cidadãos. 203

Distante ainda de alcançar a universalização da oferta pública e gratuita de educação 204

formal nas etapas de Educação Infantil e Ensino Médio, a política de expansão e 205

municipalização da rede de creches e pré-escolas, preservada a qualidade da 206

formação humana e as condições adequadas para sua efetivação, tornou-se uma das 207

grandes prioridades da atual gestão pública municipal. 208

Por sua vez, os ajustes e investimentos necessários ao esperado avanço do Ensino 209

Médio, prioridade legal do Governo do Estado, constituem pontos cruciais da agenda 210

política do Governo Municipal, que tende a intensificar e fortalecer o regime de 211

colaboração institucional com os gestores estaduais nessa relevante instância do 212

desenvolvimento sociocultural da população local. 213

É plausível inferir, pela intensa dinâmica de inclusão educacional em curso, que 214

atualmente o município tenha praticamente universalizado o acesso das crianças da 215

respectiva faixa etária ao Ensino Fundamental. Entretanto, isso não implica, 216

necessariamente, afirmar que a regularização do fluxo escolar (relação idade/ano de 217

escolarização), a permanência e o desempenho educacional desses discentes 218

estejam suficiente e adequadamente garantidos. Como se verá a seguir, por trás dos 219

surpreendentes indicadores de promoção escolar (“aprovação”), 95% em média, vêm 220

à baila negativos resultados escolares e sofríveis índices de aprendizagem, além de 221

preocupantes indicadores de distorção nas trajetórias escolares dos educandos e de 222

graves insuficiências na lecto-escrita daqueles/as com quatro ou mais anos de estudo. 223

Certamente, essas evidências colocam em questão a efetividade, a eficácia e a 224

qualidade do desempenho institucional, notadamente condensado no processo 225

ensino/aprendizagem, exigindo intervenções governamentais urgentes e concentrado 226

esforço coletivo de educadores, comunidade e organizações não-governamentais. 227

Transcorreram-se doze anos desde a adoção oficial do modelo pedagógico de ciclos 228

de formação humana15 pelo sistema municipal de educação de Betim, em 1998, como 229

resultado da deliberação coletiva dos representantes das comunidades escolares do 230

município, precedida de intensos e polêmicos debates que estimularam profundas 231

reflexões, críticas e propostas inovadoras, alternativas ao modelo de seriação da 232

escolaridade, então ainda vigente. Ao longo desse período, diversas transformações, 233

inerentes às dinâmicas de ensino e aprendizagem foram progressivamente ativadas 234

no cotidiano das escolas públicas municipais, reorientando as atitudes, as interações e 235 15 Na conjuntura atual o modelo adota perpassa pela concepção de ciclos discutidas por autores como Perrenauld e Mainarde como ciclos de

aprendizagem divididos por etapas de trabalho;

17

os procedimentos de educadores e educandos. Nesse sentido, a prática educativa que 236

emerge no contexto dos ciclos escolares, veio assumindo novas configurações, na 237

medida em que os processos de democratização, inclusão educacional, 238

desenvolvimento sociocultural e atualização profissional, cada vez mais, passam a 239

permear a convivência na escola. 240

Contudo, tais mudanças estruturais da prática escolar, que efetivamente se traduzem 241

no aprimoramento das dimensões sócio-afetiva e civilizadora, se processaram face: 242

• à permanência de alguns elementos constitutivos do modelo pedagógico 243

tradicional, 244

• à dificuldade ou à relutância de uma parcela significativa dos educadores em 245

abandonar a cultura autocrática e acrítica das relações intra-escolares. 246

• à operacionalização de estratégias e medidas, que se mostram até momento 247

insuficientes com a realidade sociocultural e com a perspectiva pedagógica dos 248

ciclos de ensino/aprendizagem. 249

Inegavelmente, é preciso admitir que esses fatores contraditórios às inovações em 250

curso obstruíram os tão esperados avanços na dimensão cognitiva dos educandos, 251

portanto, repercutiram negativamente na integral consolidação da qualidade da 252

educação escolar por todos almejada. Esse descompasso na performance escolar dos 253

estudantes das escolas públicas municipais aparece nos resultados da Prova Brasil, 254

componente estrutural do IDEB, aplicada em Betim em 2005 e 2007. 255

A proficiência em Matemática dos estudantes da rede no 5º ano (final do 2º ciclo), em 256

2007, apresentou uma melhora de 1,4% em relação a 2005. Já em Língua 257

Portuguesa, a proficiência desses teve uma piora de 5,3%. 258

Por sua vez, as proficiências em Matemática e Língua Portuguesa dos estudantes do 259

9º ano (final do 4º ciclo) decresceu 1,4% e 0,4 % , respectivamente: 260

GRÁFICO 05 261

Proficiência em Matemática e Língua Portuguesa– 5º Ano Betim–2005, 2007 262

263

18

GRÁFICO 06 264 Proficiência em Matemática e Língua Portuguesa – 9º Ano 265

Betim – 2005, 2007 266

Essa lamentável limitação ficou claramente evidenciada no IDEB (Índice de 267

Desenvolvimento da Educação Básica, 2007) divulgado, em nível nacional, pelo 268

MEC/INEP. Construído a partir de indicadores qualitativos/quantitativos da educação 269

oriundos das características sociodemográficas da população escolar brasileira e dos 270

resultados das avaliações sistêmicas do SAEB e da Prova Brasil, o IDEB-2007 revela 271

que as escola públicas do Brasil - numa escala de 0 a 10, em proporção direta com o 272

grau de desenvolvimento – apresentam IDEB médio de apenas 4,2 e 3,8 aos anos 273

iniciais e finais, respectivamente, do Ensino Fundamental e 3,5 aos estudantes do 274

Ensino Médio. Correspondentemente, Minas Gerais,com índices um pouco melhores 275

que os nacionais, apresenta 4,9 e 3,7 e 3,5, enquanto Betim figura com 4,5, 4,3 e 3,5 276

nos respectivos segmentos da Educação Básica, alvos desse processo avaliativo: 277

19

TABELA 04 278

IDEB 2005, 2007 e Projeções para o BRASIL 279

Anos Iniciais do Ensino

Fundamental

Anos Finais do Ensino

Fundamental Ensino Médio

IDEB

Observado Metas

IDEB

Observado Metas

IDEB

Observado Metas

2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021

Total 3,8 4,2 3,9 6,0 3,5 3,8 3,5 5,5 3,4 3,5 3,4 5,2

Dependência Administrativa

Pública 3,6 4,0 3,6 5,8 3,2 3,5 3,3 5,2 3,1 3,2 3,1 4,9

Federal 6,4 6,2 6,4 7,8 6,3 6,1 6,3 7,6 5,6 5,7 5,6 7,0

Estadual 3,9 4,3 4,0 6,1 3,3 3,6 3,3 5,3 3,0 3,2 3,1 4,9

Municipal 3,4 4,0 3,5 5,7 3,1 3,4 3,1 5,7 2,9 3,2 3,0 4,8

Privada 5,9 6,0 6,0 7,5 5,8 5,8 5,8 7,3 5,6 5,6 5,6 7,0

Fonte: SAEB e Censo Escolar / INEP 280

281

TABELA 05 282

IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para rede Estadual - MINAS GERAIS 283

IDEB

Observado Metas Projetadas Fases

Ensino 2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais

do Ensino

Fundamental

4,9 4,9 5,0 5,3 5,7 5,9 6,2 6,4 6,6 6,8

Anos Finais

do Ensino

Fundamental

3,6 3,7 3,6 3,8 4,0 4,4 4,8 5,1 5,3 5,6

Ensino

Médio 3,4 3,5 3,5 3,6 3,7 4,0 4,4 4,8 5,0 5,3

Fonte: SAEB e Censo Escolar./ INEP 284

285

20

TABELA 06 286

IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para rede Municipal – BETIM 287

Ensino

Fundamental

IDEB

Observado Metas Projetadas

Anos Iniciais 4,5 4,5 4,6 4,9 5,3 5,6 5,8 6,1 6,3 6,6

Anos Finais 3,9 4,3 4,0 4,1 4,4 4,8 5,1 5,4 5,6 5,9

Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar/ INEP 288

Ainda, os resultados finais da Provinha Brasil – 2009, recentemente aferidos, trazem 289

importantes revelações quanto ao desempenho dos estudantes, classificados por 290

“níveis”16

. Sinteticamente, esse balanço analítico demonstra que 66,4% dos educandos 291

situa-se nos níveis “recomendados”, enquanto 7,3% dos educandos de 7 anos, 292

mantém-se nos níveis 1 e 2, considerados abaixo do nível Básico. 293

GRÁFICO 07 294

295

296

297

298

299

300

Fonte: Provinha Brasil 2/2009 Escolas da RME Betim 301 Tratamento de Dados: SEMED por Prof. Hamilton Viana 302

Nas três esferas do território nacional, com tímidas diferenças, constata-se que no 303

município, após doze anos de implantação dos ciclos de ensino/aprendizagem, os 304

estudantes encontram-se num nível não recomendado de desenvolvimento escolar, 305

mostrando sérias insuficiências na aprendizagem, particularmente, dos processos 306

elementares de leitura, escrita e cálculo matemático e evidenciando profundas fraturas 307 16 O desempenho dos alunos é dado em cinco níveis, onde se considera os níveis 1 e 2 como Baixo; nível 3 - Intermediário e níveis 4 e 5 como

Recomendado

PROVINHA BRASIL 2/2009% ALUNOS POR NÍVEL DE DESEMPENHO - RME BETIM

2,05,3

26,228,3

38,1

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

N1 N2 N3 N4 N5

21

na construção de estruturas cognitivas, tais como análise, interpretação e crítica, 308

cruciais para a compreensão da própria realidade sociocultural e a esperada 309

intervenção política para transformá-la. Pese à pertinência de questionar o limitado 310

escopo das dimensões avaliadas pelos testes padronizados do SAEB e da Prova 311

Brasil, restritos aos domínios lingüístico e matemático, é preciso destacar que o IDEB 312

depreende-se do cruzamento estatístico de dados sociodemográficos dos educandos 313

com os resultados desses testes - aliás, elaborados de forma criteriosa e consistente - 314

a partir de “descritores” cognitivos que refletem em grande medida os conteúdos 315

curriculares abordados pelas instituições escolares em nível nacional. 316

No que tange à Educação Superior, verifica-se em Betim uma significativa extensão da 317

oferta nesse nível, especialmente a partir dos anos noventa, quanto a PUC-Minas 318

instala um novo campus na cidade, movida pelos sólidos incentivos públicos propostos 319

pelo, então, primeiro governo democrático-popular da atual Prefeita, na firme e 320

concreta tentativa de atender demandas crescentes de cursos de graduação da 321

população egressa do Ensino Médio e adulta, já inserida no mercado de trabalho. 322

Essa relevante iniciativa político-educacional que se revelara muito acertada veio, 323

posteriormente a ser complementada pela oferta gratuita de um Curso de Magistério 324

em nível superior, no final dessa década, em convênio firmado pela Prefeitura e a 325

Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), destinada especificamente a 326

centenas de docentes da Rede Municipal ainda carentes dessa formação, na 327

expectativa de qualificar o desempenho desses profissionais e, concomitantemente, 328

atender os dispositivos da LDB. 329

A seguir, a cidade experimentou, já na década subseqüente a instalação da 330

UNINCOR, da UNIPAC e, desde 2006, da Faculdade Pitágoras, ofertando um leque 331

bastante diversificado de cursos de graduação nas áreas da educação, da saúde, dos 332

negócios, do direito e das engenharias, atendendo outras demandas acadêmicas e 333

profissionais manifestas e pujantes. Atualmente, estima-se que as IES (Instituições de 334

Ensino Superior) existentes no município suprem o atendimento, no âmbito 335

universitário, a um contingente de mais de dez mil discentes, oriundos não apenas de 336

Betim, mas das cidades vizinhas. Toda essa dinâmica ampliação da Educação 337

Superior passou ainda a ser complementada pela oferta de cursos de pós-graduação, 338

de iniciativa privada, nas modalidades presencial e EAD (Educação a Distância). 339

Por fim, a atual gestão municipal, focando a população menos favorecida 340

economicamente, vem envidando esforços para instalar também cursos técnico-341

profissionalizantes gratuitos que cubram a demanda de rápida formação de 342

22

trabalhadores melhor qualificados, capazes de se inserir no crescente e exigente 343

mercado de trabalho, particularmente, nos setores industrial e de serviços. Esse 344

oportuno empenho institucional já começa a fertilizar com a captação de recursos 345

federais e a autorização de funcionamento de pólos regionais de Educação 346

Profissional e a instalação de um Instituto Federal de Educação, na região do 347

Imbiruçu. 348

Em publicação recente do IPEA, intitulada Juventude e Políticas Sociais no Brasil 349

(2009) - elaborada com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de 350

Domicílios (Pnad) de 2008 -, é apresentado um relatório contendo profícuos dados e 351

análises sobre os limites e perspectivas do desenvolvimento do estrato social 352

brasileiro na faixa etária de 15 a 29 anos (49,7 milhões de jovens - 26,2% da 353

população), em suas diversas dimensões. No que concerne à educação, é oportuno, 354

para complementar as considerações até aqui expostas, destacar alguns aspectos 355

cruciais abordados nesse documento: 356

• Os jovens brasileiros permanecem mais tempo em sala de aula e têm maior 357

escolaridade do que os adultos - Em 1998, a média de anos de estudo entre 358

pessoas de 15 a 24 anos era 6,8. Em 2008, a média foi de 8,7 anos de estudo 359

entre jovens de 18 a 24 anos. No grupo de 25 a 29 anos, a média chegou a 9,2 360

(3,2 anos de estudo a mais do que entre a população acima dos 40 anos). 361

• O Brasil ainda tem 1,5 milhão de jovens analfabetos (15 a 29 anos) - Nessa 362

faixa etária, o maior nível de escolaridade se reflete na menor taxa de 363

analfabetismo entre os jovens. Na faixa de 15 a 17 anos, a queda foi de 8,2%, 364

em 1992, para 1,7%, em 2008, e, na faixa de 18 a 24 anos, foi de 8,8% para 365

2,4%, no mesmo período. Todavia, a redução do analfabetismo entre jovens 366

nos últimos dez anos não foi acompanhada da diminuição das disparidades 367

regionais, sobretudo no Norte e Nordeste. Segundo a pesquisa, enfim, "a 368

manutenção do número de analfabetos no país em patamar elevado está 369

relacionada à baixa efetividade do Ensino Fundamental". 370

• Em 2007, 82% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam a escola, porém, 371

apenas 48% estavam no Ensino Médio, evidenciando-se, pois, significativo 372

atraso para concluir os estudos. 373

• Prevalecem expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres, 374

brancos e não brancos, e moradores de áreas urbanas e rurais e das 375

diferentes regiões - Apenas 13% dos jovens entre 18 e 24 anos frequentavam 376

a universidade em 2007; 57% dos adolescentes que vivem nas cidades 377

23

brasileiras frequentam o ensino médio e somente 31% daqueles que residem 378

no campo. Ainda, nas regiões Nordeste e Norte, as taxas de frequência (36,4% 379

e 39,6%, respectivamente) são bem mais baixas do que no Sudeste e Sul 380

(61,8% e 56,5%, respectivamente) 381

• A cor, o nível de renda e o local onde mora o jovem interferem nas 382

oportunidades de acesso - 57% dos brasileiros de 15 a 17 anos que residiam 383

em áreas metropolitanas frequentavam o Ensino Médio, contra pouco menos 384

de 31% no meio rural, em 2007. 385

• Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio e 386

apenas 13% nas idades de 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior em 387

2007. 388

• O jovem ainda se divide entre os estudos e o mercado de trabalho e aqueles 389

que conseguem frequentar a escola precisam lidar, ainda, com o problema da 390

baixa qualidade do ensino. 391

• A proporção de jovens fora da escola cresce de acordo com a faixa etária - 392

15,9%, entre os jovens de 15 a 17 anos; 64,4%, de 18 a 24 anos; e 87,7%, de 393

25 a 29 anos. 394

• O acesso à Educação Superior é ainda mais restrito – Entre 1996 e 2007, a 395

taxa de frequência líquida cresceu 123%, contudo, só 13,6% dos jovens de 18 396

a 24 anos freqüentaram a instituições de educação superior. Ainda, dos que 397

têm mais de 18 anos, cerca de 30% conseguiu completar o Ensino Médio, mas 398

não continuou seus estudos no nível universitário. Neste nível educacional, a 399

renda do brasileiro é fator determinante para o acesso: a taxa de frequência 400

daqueles que têm renda mensal per capita de cinco salários mínimos ou mais 401

(55%) é dez vezes maior do que entre a população que ganha até meio salário 402

mínimo (5%). 403

Acopladas a esse diagnóstico, novas pesquisas efetuadas no universo dos jovens 404

brasileiros constatam que estes, majoritariamente, partilham, pela ordem, os seguintes 405

sonhos: emprego, habitação, estudo, enquanto apenas 1% sonha em acabar com a 406

violência, outro 1% vislumbra ser jogador de futebol e uma porcentagem semelhante 407

estima valer a pena sonhar em ficar rico ganhando na loteria . Com efeito, em sua 408

maioria os jovens acreditam, basicamente, no estudo e no trabalho como alicerces da 409

realização social, da ascensão econômica e profissional e do êxito subjetivo. 410

Portanto, as evidências nesse importante estrato social brasileiro mostram a imperiosa 411

necessidade pública de envidar consistentemente esforços na juventude, no sentido 412

24

de otimizar os processos de formação escolar no Ensino Médio, palco de graves 413

problemas, tornando-o um núcleo de articulação entre a realidade sociocultural, o 414

mundo do trabalho e o desenvolvimento científico-tecnológico, a partir da construção 415

crítica de conhecimentos e estruturas psicossociais que redundem na aprendizagem e 416

na compreensão efetivas, preferencialmente, em programas de educação integral e 417

mediante a oferta progressiva de cursos profissionalizantes. 418

A esse respeito, cabe ressaltar aqui o esmerado empenho da atual gestão municipal 419

na efetivação de importantes processos de cooperação institucional com o Governo do 420

Estado e de parcerias e convênios com o Governo Federal, sob a mediação do PAR, 421

com resultados positivos na transferência de recursos e suporte técnico que vêm 422

possibilitando a execução de importantes inovações e melhorias nos mais diversos 423

âmbitos da educação municipal, tais como: a ampliação da oferta de Educação Infantil, 424

a implantação e extensão do Programa “Escola da Gente – Educação Integral ”, 425

Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização no Ensino Fundamental, a 426

restauração da rede física e da infra-estrutura das escolas, a instalação de novos 427

laboratórios de informática, a formação continuada dos educadores e, mais 428

recentemente, a tão almejada implantação, nas modalidades presencial e a distância, 429

de centros de formação profissional e de educação tecnológica no município. Todas 430

essas inovações, a rigor, consubstanciam um intenso processo de transformação da 431

escola pública, ativados por um governo politicamente disposto a oferecer educação 432

democrática e de qualidade a todos. 433

Em linhas gerais, ainda que dotado de positivos diferenciais de desempenho 434

institucional e de uma vigorosa política pública no plano educacional, Betim partilha 435

com os Estados e municípios da federação, tendo como pano de fundo a realidade da 436

educação nacional sucintamente descrita acima, o desafio e o compromisso ético-437

moral e político de remover “os muros da escola” que obstruem o pleno 438

desenvolvimento humano da população, ultrapassando as terríveis mazelas da 439

sociedade global contemporânea, rumo à consolidação de uma convivência humana 440

plasmada na democracia, na solidariedade, na inclusão social, na diversidade e no 441

direito à diferença. 442

25

3. EDUCAÇÃO PARA TODOS: APRENDER É PRECISO 443

Ratificando a opção consciente e responsável pela estruturação de uma educação 444

escolar municipal referenciada no modelo pedagógico de ciclos de 445

ensino/aprendizagem, o Governo, através da SEMED, alicerça sua política 446

educacional em curso e seus respectivos programas, projetos, planos e ações 447

públicas nos princípios, concepções e perspectivas compatíveis com a consolidação 448

da democracia e com a plenitude do desenvolvimento humano. Nesse sentido, a 449

complexa dinâmica educacional em andamento na cidade tem como imperativo 450

institucional a qualidade social, isto é: 451

• A formação de sujeitos críticos e reflexivos, que na condição de cidadãos, sejam 452

capazes de intervir e transformar seu contexto social visando a paz, a justiça e a 453

solidariedade; 454

• A promoção de condições cognitivas, sócio-afetivas e civilizadoras para que o 455

público-alvo das escolas seja capaz de acessar, processar criticamente, 456

construir e gerir, de forma autônoma e profícua, informações e saberes, além de 457

desenvolver estruturas psico-genéticas e sócio-genéticas, valores, normas, 458

habilidades e competências que lhes permitam confrontar adequadamente os 459

desafios da vida e da convivência humana na sociedade contemporânea; 460

• Enfim, concebida em sentido lato, a qualidade na educação denota o domínio, 461

por parte dos educandos, dos conhecimentos científico-tecnológicos, das 462

múltiplas linguagens e dos procedimentos lógico-matemáticos, fundamentais 463

para compreender e interpretar o mundo e sua realidade natural e sociocultural 464

e imprescindíveis para o bem viver. 465

Buscando superar históricas aporias conceituais, tais como; 466

essencialismo/existencialismo, racionalismo/empirismo, individualismo/coletivismo, 467

liberalismo/comunitarismo, liberdade/igualdade, subjetividade/objetividade, razão 468

instrumental/razão substantiva, entre tantas outras polarizações típico-ideais que 469

alimentam, de longa data, o debate social, nomeadamente, no plano da educação, o 470

modelo pedagógico dos ciclos de ensino/aprendizagem que vigora na rede pública 471

municipal desde 1998, consubstancia uma síntese teórico-metodológica das mais 472

proeminentes abordagens sobre a função social da escola e das experiências 473

escolares no processo mais amplo de formação humana, especialmente de crianças e 474

jovens. 475

Considerando a educação como um processo mais amplo e mais extenso, que 476

26

“abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na 477

convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 478

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” 479

(Art. 1º da Lei 9.394/1996), esse inovador modelo educativo constitui uma alternativa 480

consistente de ultrapassagem dos modelos tradicional, ativista e tecnicista de 481

escolarização, que prioriza a contextualização sociocultural e psico-genética do 482

ensino, da aprendizagem, dos conteúdos curriculares, dos procedimentos didáticos e 483

da avaliação, vislumbrando a educação integral dos estudantes, a qual implica 484

efetivamente o desenvolvimento concomitante das múltiplas dimensões humanas e, 485

por isso, visa “ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 486

cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Art. 205 da Constituição Federal). 487

A pedagogia da formação humana no seio da escola configura-se como uma 488

derivação atualizada, da bem conhecida teoria crítica não-reprodutivista da educação 489

que, assumindo uma leitura pós-marxista da realidade social na contemporaneidade, 490

preconiza a superação progressiva do capitalismo liberal e das desigualdades 491

econômicas por meio da articulação de coletivos de resistência cultural, no bojo das 492

instituições educacionais, que cumulativamente concentrem poder suficiente para 493

alterar, desde dentro, a lógica perversa da sociedade capitalista, pela via da 494

democracia, portanto, sem apelo a revoluções ou irrupções anárquicas. Assim, nesse 495

processo, os sujeitos munem-se de poder e se tornam autônomos, política e 496

intelectualmente, através da abordagem esclarecida e crítica do mundo, passível de 497

transformação gradativa, principalmente, a partir das interações dialógicas que se 498

travam dentro da escola. Esta, então, torna-se espaço público de debate, deliberações 499

e mudanças de teor democrático das condições de vida dos seres humanos. 500

Nesse contexto escolar de crítica e mudança social, o currículo diz respeito aos 501

conteúdos culturais historicamente acumulados, criticamente apreendidos e 502

reelaborados, às regras do jogo democrático, à construção de valores cidadãos, à 503

constituição da subjetividade, à convivência humana cotidiana, ao processo civilizador 504

em curso e à interação comunicativa inerente à participação e à mobilização políticas 505

dos seres humanos no espaço público. Enfim, o currículo escolar condensa todos os 506

componentes estruturantes do desenvolvimento humano que, explícita ou 507

implicitamente, emergem nas relações educativas estabelecidas pelos sujeitos 508

socioculturais no cotidiano da escola. 509

Sob esses pressupostos, o modelo pedagógico adotado pela rede municipal propugna 510

um processo de ensino/aprendizagem construído em ciclos ou períodos cíclicos 511

27

qualitativamente crescentes que correspondem, aproximadamente, às fases ou 512

estágios do desenvolvimento psicossocial dos educandos e, portanto, primam pelo 513

respeito aos tempos adequados a seus percursos de amadurecimento cognitivo, 514

sócio-afetivo e motor. 515

Compatível com essa perspectiva de desenvolvimento, o currículo escolar constitui a 516

integração de conteúdos culturais - historicamente acumulados e contextualizados – 517

com as experiências reais dos educandos, numa perspectiva transdisciplinar 518

consubstanciando a tematização crítico-social do desenvolvimento subjetivo, da 519

identidade terrena, das incertezas, da compreensão, da mudança social e da ética do 520

gênero humano. 521

A pedagogia dos ciclos de formação humana, em sintonia com as grandes 522

transformações estruturais que se processam no mundo contemporâneo é calcada na 523

complexidade, na incerteza e na diversidade, e plenamente articulada às tendências 524

progressistas que apontam para a construção e o fortalecimento de subjetividades e 525

comunidades centradas na flexibilidade, na autonomia e na crítica diante dos grandes 526

desafios da humanidade. Tal concepção, torna-se mais atual e promissora, na medida 527

em que se apropria de renovadas orientações, explicações e estratégias que permitam 528

remodelar a instituição escolar, garantindo ao seu público a aprendizagem e a 529

capacidade crítica consistentes e eficazes. 530

Nessa linha de atualização teórico-metodológica, mantendo criticamente vivo o legado 531

pedagógico de autores clássicos como A. Gramsci, G. Snyders, P. Freyre, J. Piaget, J. 532

Dewy, A. Teixeira, entre outros, o projeto educativo que a atual gestão municipal 533

propugna é o resultado de cumulativas reflexões e articulações construídas 534

coletivamente, enriquecidas pela apreensão analítico-sintética de contribuições 535

recentes de intelectuais progressistas, tais como: a teoria dos processos sociais (N. 536

Elias), a teoria da complexidade (E. Morin), a crítica da modernidade (A. Tourraine) a 537

teoria da ação comunicativa (J. Habermas), a psicogênese da linguaescrita (E. 538

Ferreiro), a teoria sócio-interacionista, (L. S. Vygotski), a teoria crítico-social dos 539

conteúdos (D. Saviani), a teoria pós-construtivista (Piaget/Wallon/Vygotskil) além de 540

outras abordagens científico-filosóficas que oferecem renovadas descobertas e teses 541

que fortalecem os argumentos favoráveis à reiteração do modelo de ciclos de 542

ensino/aprendizagem aqui adotado e - direta ou indiretamente - acolhido também em 543

muitos outros contextos, inclusive pelo MEC, na medida em que os pressupostos 544

desse modelo educacional permeiam, com maior ou menor intensidade, a política 545

pública de educação e muitas das ações do Governo Federal. 546

28

À luz desses referenciais teóricos e das premissas ético-políticas que fundamentam o 547

Capítulo da Educação na Constituição Federal de 1988, a LDB (Lei 9.394/1996), o 548

Plano Nacional de Educação (Lei 10.172/2001), o Plano Municipal Decenal da 549

Educação (Lei 4.316/2006), além das deliberações tomadas em fóruns educacionais 550

anteriormente realizados, a proposta pedagógica que permeia a estruturação dos 551

ciclos de ensino/aprendizagem no Ensino Fundamental e as ações do atual Governo e 552

da SEMED nos demais níveis e modalidades educativos do município pode ser 553

sintetizadas nos termos, a seguir apresentados, assumidos pelo próprio Governo 554

Federal, através do MEC17

, em documentos oficiais: 555

1. Educação de Qualidade: um conceito 556

Uma educação de qualidade deve contribuir para a realização do ser humano, 557

• facilitando seu acesso aos conhecimentos socialmente produzidos, orientando-o 558

na construção e uso social de múltiplas linguagens e de conhecimentos 559

histórico-sociais, científicos e tecnológicos; 560

• promovendo os valores culturais e políticos de uma sociedade democrática, 561

solidária e participativa; 562

• preparando o indivíduo para o mundo produtivo, não no sentido de dar-lhe 563

formação para a ocupação de um determinado posto de trabalho, mas de 564

desenvolver-lhe capacidades básicas para: (a) compreender e transformar o 565

mundo produtivo; (b) comunicar-se adequadamente nas formas oral e escrita; 566

(c) trabalhar em equipe; e (d) exercer a função produtiva de maneira criativa e 567

crítica. 568

569

2. Concepção de Escola 570

Como agência responsável pela educação básica dos cidadãos, cabe à escola 571

organizar as condições necessárias para que o educando tenha acesso aos 572

conhecimentos socialmente produzidos. Esses conhecimentos são aqueles que 573

permitem compreender a realidade e operar sobre ela, funcionando como 574

instrumentos para o desenvolvimento e a socialização dos sujeitos e para o exercício 575

da cidadania. Isso é válido tanto para as disciplinas relacionadas à cultura 576

humanística, quanto para aquelas relacionadas à cultura tecnológica. 577

17 O texto à continuação é uma adaptação de fragmento do Cap. 2 do Programa Gestão da Aprendizagem escolar, Gestar I - Guia Geral, Ministério da Educação – MEC, 2007.

29

Assim, é necessário que a escola se comprometa com o desenvolvimento da 578

capacidade de aprendizagem do educando, de modo a permitir que ele seja sujeito 579

de sua própria formação e esteja preparado para estar em permanente processo de 580

aprendizagem. 581

582

3. Concepção de Aprendizagem 583

As concepções de educação e de escola mencionadas nos itens precedentes exigem 584

que o educando, o sujeito da aprendizagem, seja tratado como o personagem principal 585

do processo educativo. Assim, torna-se indispensável considerar as etapas do seu 586

desenvolvimento e conhecer as capacidades intelectuais e afetivas específicas de 587

cada uma. Qualquer proposta de ensino e de organização pedagógica deve ter em 588

conta o desenvolvimento que o educando já atingiu, as formas de pensamento de que 589

ele já dispõe e os conhecimentos que construiu. 590

Na base dessas afirmativas, encontra-se a opção por um princípio construtivista – o 591

sujeito constrói ativamente o objeto do conhecimento, isto é, o sujeito ativo aprende 592

basicamente a partir de suas ações sobre os objetos, e constrói suas próprias 593

categorias de pensamento, ao mesmo tempo que organiza seu mundo. 594

O sujeito não faz isso isoladamente, pois age sobre o meio, que é cultural, de acordo 595

com significações já elaboradas por ele na vida social, abrindo-se para novos 596

conhecimentos, apropriando-se deles e modificando sua forma de agir. Ao quadro 597

geral do construtivismo, acrescenta-se, portanto, a perspectiva interacionista: a 598

interação do sujeito com o ambiente social, concebido como externo a ele, oferece 599

algumas condições importantes para o desenvolvimento das capacidades mentais 600

superiores e do conhecimento. 601

Mas o que é uma atividade significativa? A atividade do sujeito é significativa na 602

medida em que, ao elaborá-la, percebe relações entre novos conteúdos ou situações e 603

os conhecimentos previamente construídos por ele. Nesse quadro, é possível 604

compreender por que se diz que toda atividade preparada para a sala de aula deve 605

partir da realidade do aluno. 606

No entanto, essa “realidade do aluno” tem sido compreendida erroneamente como 607

algo que fica restrito ao conjunto de bens culturais e experiências a que cada criança 608

tem acesso, no meio social em que vive, tem sido identificada, exclusivamente, como 609

30

os conhecimentos originados nos contatos com a família, os vizinhos, os amigos, 610

enfim, com os grupos sociais que a criança frequenta ou que servem de referência 611

para interpretar as informações que lhe chegam, pelos meios de comunicação. Assim, 612

cria-se uma falsa idéia segundo a qual a aprendizagem da criança se limitaria àquilo 613

que a cerca. 614

De fato, é muito mais do que isso, pois, na concepção aqui exposta, realidade é algo 615

bem abrangente, compreendendo formas de pensar, de elaborar hipóteses, de testá-616

las, de organizá-las em quadros teóricos e explicativos e, ainda, conceitos e conteúdos 617

já formalizados. 618

Outro aspecto a considerar diz respeito à atribuição de significado, que faz parte da 619

aprendizagem. Quem atribui significado é sempre o educando, individualmente. Isso, 620

contudo, não significa que, em cada sujeito, se dê toda a formalização de um saber 621

construído a partir dele. Na medida em que os significados referem-se a 622

conhecimentos socialmente estruturados, o caminho para incorporá-los passa pela 623

relação com o outro, embora a indispensável ação organizadora do sujeito seja 624

individual. 625

4. Concepção de Currículo Escolar 626

Em consonância com esse arcabouço conceitual, o currículo e, mais especificamente, 627

o currículo escolar é concebido como um complexo compósito de valores, saberes, 628

expressões e práticas socioculturais que os seres humanos estruturam interativamente 629

em suas redes de interdependência social, construídos e reconstruídos historicamente 630

por sucessivas gerações, e que se torna o núcleo de referencia da dinâmica de 631

ensino/aprendizagem e do processo civilizador ativados na escola, tendo em vista a 632

promoção do desenvolvimento humano. 633

Nessa perspectiva ampliada, o currículo escolar, antes do que um script, um plano de 634

ação ou um compêndio de disciplina, conteúdos, habilidades e competências, 635

configura a síntese sócio-histórica das estruturas psicogenéticas e sociogenéticas 636

concretas que orientam e informam a convivência humana e, portanto, exercem crucial 637

influência nas dimensões subjetiva e política, isto é, na constituição da personalidade 638

e dos equilíbrios do poder social. Daí depreende-se, pois, a relevância do 639

envolvimento esclarecido e responsável de todos os agentes educacionais na 640

estruturação do currículo escolar, inclusive tornando explícitos conteúdos ainda 641

ocultos, de modo a construir um núcleo pedagógico de componentes ético-morais, 642

31

cognitivos e afetivos, sólido e transparentemente ancorado nas reais condições, 643

necessidades e possibilidades do respectivo contexto sociocultural mais amplo e 644

capaz de sustentar todas as interações educativas inerentes aos ciclos de 645

ensino/aprendizagem que se processam na escola. 646

5. Concepção de avaliação 647

O modo como um programa educativo encara a avaliação reflete as concepções de 648

ensino e aprendizagem que adota. Um ensino pautado na transmissão de 649

conhecimentos já elaborados exige dos educandos a incorporação de uma grande 650

quantidade de informações “definitivas”. Esses conhecimentos, uma vez transmitidos, 651

devem ser reproduzidos pelos educandos, sobretudo no ato de avaliação. Em tais 652

circunstâncias, os erros, e dúvidas são evidências de fracasso, uma vez que revelam o 653

distanciamento entre o desempenho do educando e o “padrão ideal”. 654

Entretanto na concepção aqui delineada, os erros e as dúvidas são entendidos como 655

altamente educativos. A análise deles é fundamental para que o professor 656

compreenda como os estudantes estão interpretando os fatos e construindo os 657

conceitos. Assim, a avaliação torna-se um trabalho com sentido 658

investigativo/diagnóstico, a partir do qual o professor vislumbra novas oportunidades 659

para o estudante continuar a aprendizagem. 660

Diante de tão instigantes constatações no domínio da avaliação, o Brasil tem sido 661

palco, na última década, de intermináveis fóruns e produções que buscam definir, não 662

apenas um novo modelo avaliativo na educação, mas propor e desenhar 663

procedimentos e instrumentos compatíveis com essa concepção pós-construtivista e 664

passíveis de aplicação na prática docente, vislumbrando maior precisão e consistência 665

na verificação da aprendizagem e na elaboração de diagnósticos adequados das 666

condições reais de escolarização de crianças, jovens e adultos e, portanto, a 667

reformulação de políticas e ações educacionais. Toda essa dinâmica, por sua vez, 668

resultou na constituição de um complexo aparato institucional de equipes técnicas 669

(INEP, SAEB, SINAES) incumbidas de formular amplas propostas de avaliação 670

sistêmica das instituições educacionais do país, em seus diferentes níveis e 671

modalidades, que envolvem um complexo rol de instrumentos de análise quantitativo-672

qualitativa a saber: parâmetros, diretrizes, matrizes e referenciais curriculares, 673

competências cognitivas, além de testes (Prova Brasil, ENEM, ENADE) e 674

levantamento sócio-demográficos de diversas magnitudes (EducaCenso, Senso da 675

Educação Superior) destinados à geração de indicadores e índices de desempenho e 676

32

desenvolvimento, respectivamente, de estudantes e instituições escolares, que 677

possibilitem inventariar e diagnosticar empiricamente, nos contextos municipal, 678

estadual e federal, os fatores determinantes dos precários níveis de aprendizagem e 679

escolarização e, a partir daí, reorientar os processos educativos. 680

Não obstante, cabe apontar que esse intenso movimento avaliativo, ainda que 681

reconhecendo sua consistência metodológica e sua capacidade heurística, não ocorre 682

isento de críticas e profundas polêmicas, especialmente considerando suas 683

ambiguidades procedimentais e suas limitações estruturais na cobertura da 684

complexidade e da diversidade sociocultural que envolve os processos educativos e 685

de formação humana. Por outro lado, é preciso destacar que a cultura de avaliação 686

que vem se constituindo a partir dessas iniciativas coloca em evidência a crescente 687

necessidade e o polêmico desafio de estender à implantação de procedimentos 688

avaliativos padronizados para aferir a performance didático-pedagógica e sócio-689

interativa dos profissionais da educação, a fim de prover dados correlatos que 690

permitam inferências mais consistentes, reveladoras das variáveis da dimensão 691

profissional que incidem negativamente nos índices de ensino/aprendizagem. 692

Missão Institucional e Imagem Prospectiva da SEMED 693

Ao adotar politicamente esses pressupostos conceituais, a SEMED tenciona executar 694

suas ações estratégicas tendo como desiderato matricial: 695

Possibilitar as condições que garantam às escolas municipais a oferta de 696

educação de qualidade social, fazendo com que todos os educandos 697

aprendam. 698

Depreende-se dessa missão institucional, a construção sólida de um cenário 699

prospectivo no qual: 700

Betim emerge como referência na Educação Básica em âmbito estadual e, 701

gradativamente, nacional, com ótimos resultados e indicadores de 702

aprendizagem e desenvolvimento humano integral, notadamente na 703

Educação Infantil, na Educação integral, no Ensino Profissional e na 704

Educação de Jovens e Adultos (EJA), 705

Ainda, mantendo a coerência ético-moral, a política educacional municipal pautar-se-á 706

pelos seguintes princípios: 707

33

• Democracia 708

• Qualidade social 709

• Solidariedade 710

• Responsabilidade pública 711

• Eficácia 712

713

Nessa perspectiva, os fins da educação escolar podem ser enunciados sucintamente, 714

assim: 715

• Articulação entre racionalidade instrumental e subjetividade 716

• Democratização e modernização da educação 717

• Formação para a liberdade e para a criatividade 718

• Construção de estreita correspondência entre a produção, a organização 719

da sociedade e a vida pessoal 720

Isso posto, caberia, enfim, destacar que a atual gestão municipal considera como 721

focos centrais da política educacional em andamento e do desenvolvimento humano 722

desejável: 723

• A formação cognitiva e a formação integral da personalidade; 724

• A promoção do desejo de saber diante do excesso de informação que 725

circula na sociedade; 726

• A constituição dos quadros de referência pertinentes para processar crítica 727

e construtivamente a informação disponível; 728

• Maior ajuste dos métodos de ensino aos ritmos e diferenças pessoais: 729

• Trabalho em equipe, destinado a potencializar o desenvolvimento de 730

posturas de análise, síntese, criatividade, exercício da solidariedade, 731

reconhecimento e respeito à diversidade e às diferenças. 732

Sob a convicção de que o modelo educativo dos ciclos de formação humana, 733

adequadamente atualizado e re-contextualizado, face às mudanças sociais em curso, 734

efetivamente promove a aprendizagem e o desenvolvimento humano integral dos 735

educandos no cotidiano escolar, a SEMED ratifica sua opção, politicamente orientada, 736

por essa perspectiva pedagógica e os princípios ético-morais que a fundamentam, 737

bem como a extensão desse modelo e/ou de seus pressupostos a todos os níveis da 738

Educação municipal. 739

34

Nesse sentido, a SEMED reafirma seu compromisso público com a qualidade social da 740

educação e com a democratização da dinâmica sociopolítica da cidade e do Brasil, 741

mantendo-se, portanto, apta a intensificar o diálogo com as comunidades escolares, 742

com os movimentos sociais, com as organizações não-governamentais, com o 743

Parlamento Municipal, Secretarias e órgãos públicos, nos fóruns inter-setoriais, no 744

Conselho Municipal de Educação, nas mesas de negociação coletiva, nas 745

Conferências Municipais, no Orçamento Participativo e demais espaços públicos, 746

buscando construir consensos e cooperação, a fim de que, a partir do referencial 747

político-pedagógico adotado, processualmente Betim se aproxime da imagem ou visão 748

prospectiva almejada, tornando-se uma cidade-referência nos planos educacional, 749

cultural, político e econômico, e um espaço geográfico e humano propício para uma 750

convivência social pacífica, solidária e feliz. 751

Evidentemente, a construção desejável desse sonho não se limita apenas às 752

transformações que se processam no âmbito da educação escolar. É crucial que o 753

movimento de renovação e inovação educacional seja articuladamente acompanhado 754

e complementado por ações transformadoras em outras esferas da vida social, isto é, 755

pela ativação de políticas públicas de cunho democrático e inclusivo nos diversos 756

setores da administração e da vida cotidiana, por parte dos gestores públicos e da 757

sociedade civil, capazes de promover mudanças estruturais que convirjam no 758

desenvolvimento humano sustentável da população local, rumo a um status 759

civilizatório alicerçado no equilíbrio do poder, na complexa rede de interações sociais 760

inerente à configuração histórica que caracteriza a cidade. 761

A esse respeito, cabe evidenciar a relevância da integração programática e 762

estratégica, operada pelo Governo Municipal, das políticas sociais em curso 763

(educação, saúde, segurança pública, assistência social, cultura, esporte e lazer), no 764

sentido de garantir vigorosa e articuladamente a todos os cidadãos o usufruto pleno de 765

seus direitos civis, políticos e sociais e, consequentemente, sua realização individual e 766

coletiva. É esse, precisamente, o espírito público que motiva a execução dos diversos 767

programas de inclusão social exitosamente geridos pela SEMED, tais como: “Escola 768

da Gente – Educação Integral”, “Centro de Apoio e Referência à Educação Inclusiva”, 769

“Cesta-Escola”, “Bolsa-Família”, “Oficina-Escola”, “PROJovem Urbano”, “Alimentação 770

Escolar”, “Transporte Escolar”, “Escola Aberta” e, mais recentemente, ”Ampliação da 771

Oferta de Educação Infantil Pública” e “Centros de Educação Profissional”, além de 772

tantos outros projetos profícuos em fase de implantação. Sem dúvida, todas essas 773

iniciativas de natureza predominantemente educativa assumem destaque sociocultural 774

35

e político, na medida em que fomentam condições dignas de existência e criam 775

oportunidades propícias para o desenvolvimento desejável dos setores mais 776

desfavorecidos da população, assegurando-lhes o exercício esclarecido e crítico da 777

cidadania e a conquista da autonomia. 778

Nesse amplo e intenso processo de inclusão social, merece destaque o Programa 779

“Escola da Gente – Educação Integral”, carro-chefe da política educacional municipal, 780

justamente por consubstanciar paradigmaticamente a efetiva operacionalização da 781

proposta pedagógica aqui adotada, posto que a escolarização, não apenas em tempo 782

integral, mas, sobretudo, abrangendo a pluridimensionalidade da formação humana 783

das crianças, envolve ações de ensino e aprendizagem diversificadas que ultrapassam 784

os muros da escola e extrapolam o domínio cognitivo, potencializando também o 785

desenvolvimento, concomitante e equilibrado, da sensibilidade, do afeto, da 786

moralidade, da motricidade, da interação comunicativa, enfim, da civilização e do 787

exercício pleno da cidadania. Portanto, o currículo escolar que orienta esse inovador 788

programa é uma síntese de procedimentos formais de construção processual de 789

estruturas operacionais e conceituais, lógico-matemáticas e lingüísticas, intimamente 790

articulados à realização de práticas lúdicas, estéticas, esportivas e socioafetivas, que 791

promovem a intensificação das interações sociais, o uso social dos saberes 792

construídos e o permanente retorno à realidade sociocultural dos educandos. Eis o 793

modelo de educação escolar que o Poder Público Municipal almeja universalizar na 794

cidade. 795

É pertinente explicitar que o princípio da inclusão social que inspira esses 796

programas, além de vislumbrar a neutralização dos bem conhecidos carecimentos 797

econômicos, condensa a imperiosa e impreterível luta pela superação ético-moral e 798

política de todo e qualquer tipo de atitude ou comportamento discriminatórios, com 799

base em diferenciações étnico-raciais, sensório-motoras, de gênero, idade ou crença 800

religiosa. Com efeito, a intolerância, latente ou manifesta, diante das diferenças 801

individuais e da diversidade sociocultural configura um atentado à convivência 802

democrática e, portanto, uma inescrupulosa violência que ameaça frontalmente a 803

construção identitária, subjetiva e comunitária, dos seres humanos, gerando exclusão, 804

desigualdade e injustiça social. 805

Por isso, os programas de educação inclusiva supra aludidos e, lato sensu, a política 806

educacional municipal primam pela instauração de redes de interdependência social 807

nas quais o direito à diferença seja o fundamento jurídico do estabelecimento dos 808

equilíbrios de poder político. Sem duvida, a consolidação de uma cultura inclusiva e 809

36

igualitária no seio das interações sociais depende sobremaneira da ativação de ações 810

de ensino/aprendizagem formais e contínuas, destinadas a instigar os educandos ao 811

debate sobre os fatores que explicam as mazelas da exclusão social, à construção de 812

valores e conhecimentos que justifiquem as políticas afirmativas promovidas por afro-813

descendentes, indígenas, pessoas com deficiências, mulheres, idosos, entre outros 814

movimentos socioculturais que reivindicam uma sociedade inclusiva. Merecem, por 815

conseguinte, reconhecimento a recente e fértil promulgação de leis ou estatutos 816

normatizando direitos e a implantação de estruturas que assegurem a esses grupos 817

sociais igualdade de condições e oportunidades, bem como plena inserção e 818

participação democrática na construção do Estado e da nação brasileira. 819

Obviamente, a consecução processual da tão almejada utopia da sociedade inclusiva 820

presume a confluência política de todos os segmentos sociais - governamentais e não-821

governamentais - comprometidos com a democratização das relações de poder e de 822

deliberação pública, ultrapassando concepções e posições corporativistas, 823

burocráticas ou dogmáticas que, ao desqualificar a construção dialógica de consensos 824

e/ou acordos, obstruam a constituição de estruturas emancipatórias que redundem no 825

bem-estar de todos. Na expectativa de que todos os que participam como delegados 826

nesta Conferência estejam dispostos a dialogar e contribuir no desenvolvimento 827

integral da cidade, despidos de radicalismos estéreis, o Governo Municipal, sob a 828

mediação da SEMED, submete ao crivo das plenárias o conteúdo deste texto-base. 829

Por fim, é pertinente esclarecer que as deliberações a serem processadas deverão 830

manter estreita coerência com as metas já fixadas no Plano Decenal Municipal de 831

Educação. Estas, entretanto, poderão ser reordenadas, de acordo com o critério de 832

priorização que este fórum vier a propor. 833

37

4. DESAFIOS E EIXOS TEMÁTICOS DO DEBATE 834

CONTEMPORÂNEO DA EDUCAÇÃO NACIONAL18 835

Na medida em que a CONFERÊNCIA MUNICIPAL visa, em consonância com a 836

CONAE, à mobilização social em prol da educação – demanda histórica da 837

sociedade civil organizada, especialmente das entidades representativas do setor 838

educacional, este texto-base inspira-se na necessidade de enfrentamento de, pelo 839

menos, cinco grandes desafios para o Estado e para a sociedade brasileira: 840

a) Promover a construção de um Sistema Nacional de Educação, responsável pela 841

institucionalização de orientação política comum e de trabalho permanente do Estado 842

e da sociedade na garantia do direito à educação 843

b) Manter constante o debate nacional, orientando a mobilização nacional pela 844

qualidade e valorização da educação básica e superior, por meio da definição de 845

referências e concepções fundamentais em um projeto de Estado responsável pela 846

educação nacional, promovendo a mobilização dos diferentes segmentos sociais e 847

visando à consolidação de uma educação efetivamente democrática. 848

c) Garantir que os acordos e consensos produzidos na CONFERÊNCIA redundem em 849

políticas públicas de educação, que se consolidarão em diretrizes, estratégias, 850

planos, programas, projetos, ações e proposições pedagógicas e políticas, capazes de 851

fazer avançar o panorama educacional em Betim e, por extensão, no Brasil. 852

d) Propiciar condições para que as referidas políticas educacionais, concebidas e 853

implementadas de forma articulada entre os sistemas de ensino, promovam: o direito 854

do aluno à formação integral com qualidade; o reconhecimento e valorização à 855

diversidade; a definição de parâmetros e diretrizes para a qualificação dos 856

profissionais da educação; o estabelecimento de condições salariais e profissionais 857

adequadas e necessárias para o trabalho dos docentes e funcionários; a educação 858

inclusiva; a gestão democrática e o desenvolvimento social; o regime de colaboração, 859

de forma articulada, em todo o País; o financiamento, o acompanhamento e o controle 860

social da educação; e a instituição de uma política municipal de avaliação com 861

repercussões em âmbito nacional. 862

e) Indicar, para o conjunto das políticas educacionais implementadas de forma 863

articulada entre os sistemas de ensino, que seus fundamentos estão alicerçados na 864

18 O texto, a seguir, é uma adaptação da parte introdutória do documento-referência da CONAE (2009).

38

garantia da universalização e da qualidade social da educação básica e superior, 865

bem como da democratização de sua gestão. 866

Alguns pontos dessa agenda são imprescindíveis para assegurar, com qualidade, a 867

função social da educação e da instituição educativa, dentre eles: a educação 868

inclusiva; a diversidade cultural; a gestão democrática e o desenvolvimento social; a 869

organização de um Sistema Nacional de Educação, que promova, de forma articulada, 870

em todo o País, o regime de colaboração; o financiamento e acompanhamento e o 871

controle social da educação; a formação e valorização dos trabalhadores da educação 872

Todos esses aspectos remetem à avaliação das ações educacionais e, sobretudo, no 873

nível local, à avaliação do Plano Municipal Decenal de Educação, suas metas e 874

diretrizes, visando a ajustá-lo às novas necessidades da sociedade betinense e 875

brasileira. 876

Nessa direção, a discussão sobre concepções, limites e potencialidades das políticas 877

para a educação municipal (para os diversos níveis, etapas e modalidades), bem 878

como a sinalização de perspectivas que garantam educação de qualidade para todos, 879

propiciará os marcos para a construção de um novo plano Municipal Decenal de 880

Educação, com ampla participação das sociedades civil e política. O processo poderá 881

possibilitar, ainda, a problematização e o aprofundamento da discussão sobre a 882

responsabilidade educacional, envolvendo questões amplas e articuladas como 883

gestão, financiamento, avaliação e formação e valorização profissional, em detrimento 884

de uma concepção meramente fiscalizadora e punitiva sobre os educadores Ou seja, a 885

discussão poderá contribuir para o delineamento de uma concepção político-886

pedagógica em que o processo educativo articule-se com a ampliação e melhoria do 887

acesso e da permanência com qualidade social para todos, consolidando a gestão 888

democrática como princípio basilar da educação nacional. 889

Nesse sentido, o conteúdo deste texto-base tem cimo pano de fundo os eixos 890

temáticos adotados pela CONAE: 891

I – Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e 892

Regulação da Educação Nacional 893

II – Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação 894

III – Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar 895

IV – Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação 896

V – Financiamento da Educação e Controle Social 897

VI – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade. 898

39

5. A CONFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO E A IMPLEMENTAÇÃO 899 DO PLANO MUNICIPAL DECENAL DE EDUCAÇÃO 900

Nas ultimas décadas proliferaram conferências de saúde e de educação nos estados e 901

municípios do Brasil. Esse contexto faz parte do processo de redemocratização da 902

sociedade brasileira. O MEC em 2005 com o intuito de contribuir para a organização 903

desses importantes espaços elaborou um documento que orienta o planejamento e 904

execução das Conferências Municipais de Educação e dessa também subsidiará a 905

Conferencia de Educação do Município de Betim. 906

De acordo com (MEC 2005), “Uma conferência é um processo no qual as pessoas se 907

reúnem, discutem os temas propostos expondo diversos pontos de vista, deliberam 908

coletivamente e a partir dos debates locais escolhem representantes que levam 909

adiante as idéias que tenham a concordância de todos” 19

. 910

Entendemos então que uma Conferência constitui um instrumento democrático de 911

participação popular na definição, e no acompanhamento da política educacional no 912

âmbito do município. Como processo, é considerado inovador à medida que coloca a 913

educação como centro de debate, oportunizando à sociedade participar, opinar e 914

deliberar. No âmbito do sistema de ensino transforma as escolas em verdadeiros 915

fóruns para discutir o ensino e a educação na vivência quotidiana. 916

Neste sentido, pode-se inferir que o instrumento “Conferência” pode ter um ou mais 917

objetivos, tais como: 918

• realizar um diagnóstico da situação educacional no município; 919

• discutir e eleger prioridades para a educação no município; 920

• avaliar a implementação das diretrizes e metas educacionais no município; 921

• discutir diretrizes para a revisão, avaliação e atualização do Plano Municipal 922

Decenal de Educação. 923

Nos termos do Parecer CME que contém a 1ª Avaliação do PMDE, “o Plano Municipal 924

Decenal de Educação, para a década (sic) 2006-2015, em consonância com a LDBEN 925

9394/96, estabelece metas desafiadoras para a política educacional: elevar 926

globalmente o nível de escolaridade da população; melhorar a qualidade do ensino em 927

todos os níveis; reduzir as desigualdades sociais e regionais quanto ao acesso e a 928

permanência na Educação Pública; democratizar a gestão do ensino público através 929

da participação da comunidade escolar na elaboração do Projeto Político Pedagógico 930

19 Subsídios para o Planejamento de Conferência Municipal de Educação

40

das escolas e nos Colegiados Escolares. O PMDE foi construído com a participação 931

de representantes da SEMED, do Sind-UTE, do Conselho Municipal de Educação e da 932

sociedade betinense, em parceria com a Câmara Municipal de Betim e o Poder 933

Executivo, sendo aprovado na II Conferência Municipal de Educação de Betim 934

realizado em 2005. E, em 18 de abril de 2006, foi sancionada a Lei Municipal № 935

4.316/06 que aprova o PMDE de Betim e dá outras providências.” 936

De acordo com o Artigo 2º da lei supracitada e o Cap. 4 - Mecanismos de 937

Acompanhamento e Avaliação do PMDE - do anexo, o Plano deve ser avaliado pelo 938

Conselho Municipal de Educação, bienalmente, e esta avaliação constitui parte do 939

texto guia das Conferências Municipais de Educação. 940

Em dezembro de 2008 o CME emitiu parecer contendo a 1ª Avaliação do Plano, a 941

partir do relatório bienal do PMDE emitido pelo Governo (gestão 2005-2008) e das 942

avaliações feitas pelas instituições consultadas que responderam à solicitação. Esse 943

parecer foi utilizado para elaboração deste documento que apresenta os Doze Eixos 944

do PMDE, com as respectivas metas e considerando também a avaliação da SEMED, 945

acompanhada das ações propostas pelo Governo (Gestão 2009-2012) a fim de 946

consolidá-las. 947

Propõe-se como dinâmica para realização do trabalho a análise das metas à luz das 948

ações apresentadas pela SEMED. A avaliação dos Grupos de Trabalho norteará as 949

discussões dos participantes durante as duas primeiras etapas e as proposições a 950

serem encaminhadas para o debate final. 951

952

5.1. EIXO EDUCAÇÃO INFANTIL 953

954 A educação infantil vem assumindo em Betim seu caráter mais amplo. O município a 955

partir de 2009 passa a engendrar esforços para constituir uma política de atendimento 956

para a primeira etapa de educação básica, contemplando os princípios indissociáveis 957

na primeira infância: educar e cuidar. 958

A partir desses princípios norteadores da política nacional, a Equipe de Educação 959

Infantil da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) pretende expor, em linhas 960

gerais, a atual situação da Educação Infantil do município, tendo como referência os 961

eixos da Conferência Nacional de Educação (CONAE 2010), as metas do Plano 962

Municipal Decenal de Educação (PMDE 2006-2015) e a análise realizada pela equipe, 963

41

a partir de 2009, do panorama da Educação Infantil na rede pública e conveniada. 964

Os dispositivos legais brasileiros (Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e 965

Bases da Educação - LDB № 9394/96 e o Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 966

Federal № 8069/90) reconhecem a Educação Infantil como a primeira etapa da 967

educação básica, direito da criança a partir do nascimento e dever do Estado. Na 968

distribuição das competências entre os entes federados, fica a cargo dos municípios 969

ofertarem esse serviço em instituições próprias (creches e pré-escolas). 970

A educação infantil no município de Betim, com base nessas diretrizes nacionais, nas 971

normas complementares estaduais e nos referenciais curriculares nacionais vem 972

buscando definir e estruturar uma política de atendimento na esfera pública. Esse 973

processo tem se dado através da paulatina adequação da estrutura e do 974

funcionamento das instituições de Educação Infantil públicas e conveniadas, às 975

prescrições legais, na busca pela valorização do educador e no movimento de 976

construção coletiva do currículo para a faixa etária de 0 a 5 anos. 977

É objetivo primordial dessa gestão consolidar uma rede pública de Educação Infantil 978

que seja capaz de atender, com qualidade, a demanda do município. É preciso 979

ressaltar que essa é uma luta histórica dos movimentos sociais brasileiros, de mães, 980

pais e trabalhadores envolvidos com esse atendimento. Nesse sentido, a partir de 981

2009, o município vem investindo na ampliação da rede pública, ora através do 982

processo de municipalização de entidades da rede privada, ora na criação e execução 983

de projetos de construção de instituições públicas. 984

As crianças são atendidas atualmente no município em 74 instituições de Educação 985

Infantil, englobando a rede pública e conveniada. Até 2008 somente uma instituição 986

apresentava-se no Censo Escolar como de oferta pública municipal, a Escola Infantil 987

Emílio Mafia. A partir de 2009 outras oito unidades aceitaram o convite e por decreto 988

municipal já foram municipalizadas, passando a ser financiadas e gerenciadas pelo 989

poder público municipal que já receberá, por conseguinte, a partir deste ano, recursos 990

federais para esse investimento. São elas: 991

Centro Infantil Municipal Sônia Maria Ferreira 992

Centro Infantil Municipal Castorina Maria de Jesus – D. Nina 993

Centro Infantil Municipal Silvana Rodrigues Pedrosa 994

Centro Infantil Municipal Cantinho do Beija Flor 995

Centro Infantil Municipal Criança Esperança 996

Centro Infantil Municipal Bom Retiro( Anexo Emílio Mafia) 997

42

Centro Infantil Municipal Taquaril ( Anexo Emílio Mafia) 998

Centro Infantil Municipal do Bairro Icaivera 999

Estão ainda em processo de municipalização a Creche Comunitária José Alves Pinto e 1000

a Creche Comunitária Recanto da Criança que, sendo de propriedade do Lions Clube 1001

de Betim, foram integralmente doadas para a municipalidade. Estas duas unidades 1002

representam para o município uma conquista, ou seja, a conclusão de uma etapa 1003

importante na história da cidade:, ou seja, as entidades anteriormente financiadas por 1004

associações comunitárias passam a ser assumidas integralmente com recursos 1005

públicos, conforme prevê legislação do FUNDEB (Fundo de Manutenção e 1006

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 1007

Educação). Até o final da gestão espera-se a adesão de mais outras dez instituições. 1008

Os projetos de construção dos CIMs (Centros Infantis Municipais) estão sendo 1009

realizados com recursos do PROINFÂNCIA/FNDE/MEC e outros com recursos 1010

municipais. A Prefeitura, através da SEMED, pretende expandir a rede, conforme 1011

previsão abaixo: 1012

1013

Ano da Gestão Previsão de construções

2010 Quatro CIMs

2011 Dez CIMs

2012 Seis CIMs

1014

Tal ação vem sendo traçada na perspectiva de que, havendo matrículas na esfera 1015

pública, o município poderá contar com um volume cada vez maior de recursos 1016

federais advindos do FUNDEB. 1017

Os projetos de construção das novas unidades municipais buscam ainda garantir que 1018

o espaço físico atenda requisitos de infra-estrutura estabelecidos pela Resolução CEE 1019

443/2001, pelo PMDE e pelo Parecer do Conselho Municipal de Educação № 01 de 1020

2009. Tais projetos incluem também a devida adequação para o melhor atendimento 1021

às crianças com deficiência, dotando as instituições de rampas, contrastes no piso, 1022

sanitários especiais, barras de apoio, iluminação adequada, mobiliário, equipamentos 1023

e material de apoio. 1024

1025

43

Hoje o município investe sozinho mais de 20 milhões nesta etapa da educação básica. 1026

Ano da Gestão Investimento

2008 10.000.000,00

2009 17.535.000,00

2010 14.130.000,0020

Fonte: Setor de Convênios/SEMED – Valores referentes aos convênios assinados 1027

SEMED/APROMIV 1028

Salientamos que conforme apontado no quadro acima, este recurso teve um 1029

acréscimo de quase 100% nos últimos dois anos, mas o investimento poderia ser 1030

ainda maior se pudesse contar com os recursos do FUNDEB integralmente. 1031

Importante salientar que, como apontam os números, atualmente a Rede Privada 1032

Conveniada é quase 100% financiada com recursos municipais, distribuídos nos 1033

seguintes convênios: merenda escolar, pagamento de pessoal e manutenção. Não 1034

consta destes valores aqueles gastos com os profissionais cedidos pela Secretaria de 1035

Educação para Educação Infantil 1036

Reconhecendo que a garantia de vaga deve estar aliada à melhoria de condições para 1037

permanência com sucesso na Educação Infantil, o poder público municipal em 1038

parceria com o Governo Federal/PNAE desenvolve ainda o Programa de Alimentação 1039

Escolar, através do qual é fornecida, a todas as instituições públicas e conveniadas, 1040

uma alimentação balanceada de qualidade. Para melhor atender às crianças de 0 a 3 1041

anos , já estamos discutindo a possibilidade de incluir na merenda itens específicos 1042

para essa faixa etária, o que deve ser construindo a partir de 2011. 1043

O Eixo VI do CONAE 2010, que trata da justiça social, inclusão, diversidade e 1044

igualdade vem sendo contemplado no âmbito da Educação Infantil, através de ações 1045

integradas entre instituições de Educação Infantil, Instituto Esther Assumpção, 1046

Conselho Municipal de Educação, PUC/Betim e CRAEI (Centro de Referência ao 1047

Atendimento da Educação Inclusiva). Este último oferece atendimento educacional 1048

especializado às crianças com deficiência, formação para os educadores e 1049

encaminhamento de estagiários de nível médio para acompanhamento dessas 1050

crianças nas instituições infantis. A PUC/Betim junto com o Instituto Esther Assumpção 1051

encaminha estagiários de nível superior (Projeto de Extensão) para dar suporte ao 1052

trabalho dos educadores de tais crianças nas instituições infantis. Ao todo 31 1053

20 Deste valor já estão excluídos os recursos das unidades municipais, cujos repasses serão feitos

diretamente pela SEMED.

44

instituições foram atendidas em 2009 e pretende-se que a parceria seja ampliada para 1054

todas as instituições em 2010. Além disso, a SEMED faz cumprir, com o apoio desses 1055

órgãos, a determinação legal que a assegura o acesso e permanência nas crianças 1056

com deficiência no ensino regular infantil. 1057

Outro viés de intervenção tem sido a parceria com o CMDCA (Conselho Municipal de 1058

Direitos da Criança e do Adolescente), Conselho Tutelar, PAIR (Programa de Ações 1059

Integradas e Referenciais de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil), 1060

Ministério Público, na tentativa de consolidar o trabalho de prevenção tão fundamental 1061

ao crescimento saudável das crianças. 1062

No que se refere ao acesso, permanência e acompanhamento às crianças em 1063

situação de risco social, este ano foi iniciado, com o apoio dos presidentes e 1064

coordenadores das instituições, um controle maior das listas de espera, estabelecendo 1065

um cadastro numerado por instituição. Sabemos que garantir vaga para as crianças 1066

nessa faixa etária e em condições de exclusão social pode interferir definitivamente no 1067

seu desenvolvimento e esta metodologia pretende dar maior confiabilidade aos pais e 1068

à comunidade em geral e às próprias instituições que gerenciam o processo, no que 1069

diz respeito à seriedade do atendimento oferecido. O trabalho tem se efetivado no 1070

constante diálogo entre a Equipe de Educação Infantil, Coordenadores das Unidades, 1071

Conselho Tutelar e Ministério Público. O quadro abaixo elucida os avanços nesta 1072

temática: 1073

QUADRO COMPARATIVO DE ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS 1074

DE 0 A 5 ANOS E 11 MESES 1075

ANOS

Número de

matrículas

0 a 3 anos

Número de

matrículas

4 e 5 anos

TOTAL

GERAL

POR ANO

LISTA DE

ESPERA

2006* 1337 4401 5738 __

2008** 3701 5514 9215 __

2009*** 3643 5892 9353 4070

2010*** 4433 5618 10051 4885

FONTES: * Dados do PMDE (2006) ** Dados do Censo Escolar 2008 ***Dados informados 1076

pelas instituições em formulário próprio. 1077

45

Uma análise dos dados supramencionados permite verificar que houve um aumento 1078

significativo no atendimento às crianças, o que cumpre, ainda que parcialmente, a 1079

principal meta desta gestão: aumentar progressivamente o atendimento. O município 1080

atuará fortemente na ampliação de oferta para essa etapa, a SEMED hoje trabalha 1081

com 4885 crianças que aguardam por atendimento em lista de espera. Vale ressaltar 1082

que, desde 2008, o atendimento em período integral (manhã e tarde) aumentou 1083

consideravelmente a fim de atender à demanda específica das comunidades, afinal é 1084

a partir da necessidade das famílias que as unidades têm organizado o atendimento: 1085

parcial ou integral. 1086

A organização do atendimento em 2010 adequou-se para enturmação das crianças, 1087

conforme prevê a Resolução CEB/CEB № 01/2010, que determina, nos artigos 2º e 3º: 1088

Art. 2º Para o ingresso no primeiro ano do Ensino 1089

Fundamental, a criança deverá ter 6 (seis) anos de idade 1090

completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a 1091

matrícula. 1092

Art. 3º As crianças que completarem 6 (seis) anos de idade 1093

após a data definida no artigo 2º deverão ser matriculadas na 1094

Pré-Escola. (BRASIL, 2010) 1095

Outro aspecto importante na atuação da SEMED é que a Equipe de Educação Infantil 1096

tem trabalhado para garantir, além da infra-estrutura, a qualidade do atendimento às 1097

crianças de 0 a 5 anos no que tange ao aspecto pedagógico tentando cumprir meta do 1098

PMDE que se refere a essa ação, dentre elas, a garantia de que, todas as Instituições 1099

Infantis tenham seu Projeto Político-pedagógico e regimento interno (BETIM, 2006), 1100

conforme legislação vigente. Atualmente, todas as instituições possuem o regimento e 1101

o Projeto Político-Pedagógico, no entanto sabe-se que existe um longo caminho a ser 1102

constituído entre o que foi elaborado teoricamente e sua utilização no cotidiano das 1103

instituições, além, claro, de que estes documentos são vivos, coletivos e como tal 1104

carecem de acompanhamento e avaliação permanente. 1105

O Referencial Político Pedagógico da Educação Infantil de Betim (BETIM, 2008), em 1106

consonância com as diretrizes da política nacional de educação e com o Referencial 1107

Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), teve sua versão 1108

preliminar publicada no final de 2008. Nesse texto consta um breve histórico de sua 1109

construção e reitera a participação e envolvimento dos educadores, coordenadores e 1110

equipe gestora na construção da proposta curricular desde 2001. Tal documento deve 1111

46

nortear o trabalho nas instituições de Educação Infantil. Esse é um desafio a ser 1112

vencido: o acesso de toda a comunidade escolar à Proposta Curricular, a fim de que 1113

esta seja instrumento de referência para a prática pedagógica, viabilizando sua 1114

análise, reconstrução e atualização, caso necessário. 1115

Como abordado inicialmente, ao se ampliar o conceito de instituição de Educação 1116

Infantil como um espaço não apenas do cuidar, mas também voltado para as práticas 1117

educativas, coloca-se em discussão o papel desempenhado pelo educador na primeira 1118

infância. Estes, como as crianças sob sua responsabilidade, são sujeitos de direitos e 1119

devem ser considerados em sua diversidade, portadores e construtores de cultura, 1120

saberes e vivências. O grande investimento necessário para que se ofereça Educação 1121

Infantil universal e de qualidade implica também investimento nos educadores. Nesse 1122

sentido, a formação e qualificação dos mesmos em exercício tem sido alvo das ações 1123

da SEMED. 1124

O quadro de educadores das instituições infantis possui hoje cerca de 880 pessoas 1125

(educadores e coordenadores pedagógicos) distribuídos em 74 instituições infantis. 1126

47

QUADRO GERAL DOS FUNCIONÁRIOS DAS UNIDADES 1127

DE EDUCAÇÃO INFANTIL RELAÇÃO FUNÇÃO / FORMAÇÃO - 2009 1128

APOIO TECNICO

ES

CO

LA

RID

AD

E

CO

OR

DE

NA

DO

R

AD

MIN

IST

RA

TIV

O

CO

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ES

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GIA

RIO

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CR

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IA

BIB

LIO

TE

CA

TO

TA

L

Completo 1 2 51 4 66 55 179

Incompleto 1 39 6 47 47 140

En

s.

Fu

nd

amen

tal

Em curso 3 3 2 8

Analfabetos 1 4 5

Escolaridade não comprovada

1 1

Sem apresentar escolaridade

1 2 5 8

Completo 17 12* 2 2 43 5 64 31 1 177

Incompleto 2 4 2 6 3 17

E.M

édio

Emcurso 1 12 10 1 61 85

Magistério 27 22 486 4 43 4 8 2 596

Magistério em curso

Pedagogia/

Normal Superior

4 24 68 1 6 103

Pedagogia em curso 12 27 145 1 11 1 1 1 199

Concluído 8 5 20 1 34

Incompleto

3º G

rau

O

utr

os

EmCurso 6 4 13 2 1 26

TOTAL 77 82 747 7 60 156 19 210 148 61 10 1 1578

*Dados informados pelas Instituições em formulário próprio / Agosto 2009 1129

48

Tendo em vista a existência de um número expressivo de profissionais que atuavam 1130

nessa etapa da Educação Básica em Betim sem a formação mínima exigida pela 1131

legislação, a SEMED viu a necessidade de viabilizar propostas que garantissem a 1132

habilitação profissional mínima para os educadores da rede infantil conveniada com a 1133

Prefeitura Municipal de Betim. O Curso de Magistério/Modalidade Normal – Educação 1134

Infantil formou cerca de 350 educadores, atendendo, desse modo, ao Art. 2º da 1135

Resolução CNE/CEB n. 01/03 de 20/08/2003, em seu parágrafo 1º que determina que 1136

“aos docentes da educação infantil e dos anos iniciais do ensino será oferecida 1137

formação em nível médio, na modalidade normal, até que todos os docentes do 1138

sistema possuam, no mínimo, essa credencial.” 1139

Atualmente, a ampla maioria dos educadores possui a formação em nível médio na 1140

modalidade normal e alguns possuem formação de nível superior. Uma das metas do 1141

PMDE que já tem sido perseguida pela SEMED é estabelecer programa de habilitação 1142

para a formação desses profissionais em nível superior, através de parcerias com os 1143

programas do governo federal, tais como a Plataforma Freire e Universidade Aberta do 1144

Brasil. 1145

Além de propiciar a formação inicial dos profissionais que atuam na Educação Infantil, 1146

a SEMED promove formação continuada, através de cursos de aperfeiçoamento para 1147

os profissionais da Educação Infantil. A formação continuada promovida pela SEMED 1148

foi disponibilizada, em 2009, iniciando o trabalho com os coordenadores das 1149

instituições. A meta para 2010 é investir na formação continuada de todos os 1150

profissionais da Educação Infantil em várias frentes de trabalho. 1151

A fim de promover uma educação inclusiva cidadã desde a Educação Infantil aos 1152

educadores foi disponibilizada a formação sobre Educação Inclusiva, promovida pelo 1153

Instituto Esther Assumpção, em parceria entre PUC/Betim, SEMED e CRAEI. 1154

A proposta de formação continuada envolverá educadores e coordenadores, através 1155

de um trabalho sistemático, que alia teoria e prática, no processo de ação-reflexão-1156

ação, valorizando a prática profissional como momento de construção e ampliação de 1157

conhecimento, por meio da reflexão, análise e problematização do conhecimento e 1158

das soluções criadas no ato pedagógico. 1159

Em consonância ainda com o Eixo IV (Formação e Valorização dos Profissionais da 1160

Educação) do documento-referência da CONAE (2010), a Prefeitura Municipal de 1161

Betim entende a formação dos profissionais da educação como política pública, que 1162

compreende componentes como a carreira (a jornada de trabalho e a remuneração) e 1163

49

outros elementos indispensáveis à valorização profissional. 1164

Em dezembro de 2009, foi sancionada a Lei Municipal № 4933/09 que cria os cargos 1165

públicos de Educação Infantil no município de Betim. Isto se justifica devido ao fato de 1166

que o quadro de profissionais da Educação Infantil, em sua grande maioria, possui 1167

vínculo profissional regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), onde os 1168

presidentes das instituições gerenciam sua contratação e demissão com recursos 1169

repassados pela Prefeitura através da APROMIV. Nesta perspectiva, outra demanda 1170

histórica do MLPC (Movimento de Luta Pró-Creche) e do SENALBA (Sindicato dos 1171

Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de 1172

Orientação e Formação Profissional) também está prestes a se concretizar em Betim. 1173

A Prefeitura, através da SEMED, já se estrutura para a realização de concurso público 1174

ainda em 2010, para o provimento dos cargos de Educador e Auxiliar Administrativo, 1175

com funções descritas na mesma Lei Municipal, para atuação nos Centros Infantis 1176

Municipais (CIMs). 1177

Nessa mesma legislação também foi constituído o cargo de Diretor de Centro Infantil 1178

Municipal com vistas a promover a gestão democrática, para o cargo de Diretor, a 1179

exemplo do Ensino Fundamental. A SEMED defenderá a eleição dos gestores pelas 1180

comunidades onde os centros estiverem inseridos. Outro avanço importante é a 1181

escolha do Coordenador Pedagógico, que a lei orienta para sua constituição através 1182

de eleição entre os educadores da instituição que tiverem habilitação no Curso de 1183

Pedagogia, recebendo remuneração específica para a função. Pretende-se também 1184

construir e implementar o plano de carreira dos profissionais da Educação Infantil, 1185

como ação subseqüente ao concurso público. 1186

Como forma de otimizar a gestão democrática nas Instituições Infantis, a equipe da 1187

SEMED trabalhou em 2009 com o tema “Conselhos Escolares”, a fim de garantir um 1188

dos princípios constitucionais do Ensino Público: a Gestão Democrática (artigo 206 da 1189

Constituição Federal de 1988). Em consonância com a Constituição, a LDB (Lei 1190

9394/96) estabelece como um dos princípios no processo de gestão democrática a 1191

participação da comunidade em Conselhos Escolares ou equivalentes. Com a 1192

nomeação dos Diretores os CIMs passam a organizar seus colegiados, ampliando 1193

dessa forma o controle social dos recursos repassados. 1194

Outro aspecto a ser abordado é o Calendário da Educação Infantil que se organiza 1195

visando ao atendimento à demanda específica das comunidades. No ano de 2009 1196

representantes das instituições (presidentes, coordenadores e educadores), 1197

50

representantes do MLPC, APROMIV e SEMED (Equipe de Educação Infantil) 1198

compuseram uma comissão para discutir coletivamente o calendário. O debate 1199

propiciou muitos avanços dentre eles a garantia de férias coletivas em Janeiro para 1200

todos os trabalhadores da Educação Infantil e a continuidade dos momentos para 1201

reuniões pedagógicas. Vale ressaltar que as coordenações e presidências das 1202

instituições estão se esforçando para garantirem em 2010 o cumprimento do mesmo. 1203

A SEMED tem o compromisso de retomar a comissão para a organização do próximo 1204

calendário. Tendo em vista todas as ações aqui mencionadas, é possível delinear o 1205

trabalho realizado pela SEMED no segmento da Educação Infantil. Sabe-se que ainda 1206

há muito que realizar, porém fica evidente que a atual gestão vem proporcionando a 1207

esse segmento a consolidação de metas importantíssimas, as quais permitirão 1208

51

Avaliação do

Grupo de

Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Educação Infantil

Parecer da SEMED – 2010 Ações propostas para a consolidação da meta

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Proposta de acréscimo

1. Assegurar que, em um ano, o município tenha definido sua política para a educação infantil, com base nas diretrizes nacionais, nas normas complementares estaduais e nos referenciais curriculares nacionais.

A Educação Infantil, com base nas diretrizes nacionais, nas normas complementares estaduais e nos referenciais curriculares nacionais vem buscando definir uma política pública. Só em 2006 foi aprovado o financiamento federal (FUNDEB) para a Educação Infantil. A partir de 2009 o município reconhece que a oferta e o atendimento às crianças de 0 a 5 anos devem ser na esfera pública e inicia ações para a ampliação da rede municipal.

A nova proposta da Equipe da Educação Infantil será analisada e avaliada em fórum próprio no 1º semestre de 2010.

2. Atender, em três anos, 50% e, em cinco anos, 100% da demanda espontânea das famílias que fizerem opção pela Educação Infantil, preferencialmente na Rede Municipal de Ensino.

Até 2008 somente uma instituição era vinculada à oferta pública municipal. A partir de 2009 outras oito unidades foram municipalizadas.

É projeto deste governo a construção de 20 CIMs (Centros Infantis Municipais) e a municipalização de mais dez até o final da gestão. Além das 8 instituições municipalizadas, duas já estão em processo.

3. Reestruturar, em dois anos, o espaço físico de todas as instituições públicas municipais, adequando-o para melhor atendimento às crianças com deficiência, dotando as instituições de rampas, contrastes no piso, sanitários especiais, barras de apoio, iluminação adequada, mobiliário, equipamentos e material de apoio.

Existem algumas instituições que já estão adaptadas para esse atendimento. Todavia, a maioria das instituições encontra-se em imóveis alugados, o que dificulta a reforma.

Os projetos de construção dos CIMs já incluem tal adequação.

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4. Reestruturar, em cinco anos, o espaço físico das instituições ainda não adequadas aos padrões mínimos estabelecidos pela Resolução Estadual 443/2001.

Ver Parecer CME 002/09 que orienta todas as instituições sobre o que prevê essa Resolução.

5. Somente autorizar construção e funcionamento de instituições de Educação Infantil, públicas ou privadas, que atendam aos requisitos de infra-estrutura.

Em 2009, os diagnósticos feitos das 72 unidades existentes, apenas 26 possuíam autorização e credenciamento.

A SEMED tem pautado seu trabalho pautado no Parecer do Conselho Municipal de Educação.

6. Garantir que, em dois anos, todas as Instituições Infantis tenham seu projeto político-pedagógico e regimento interno, conforme legislação vigente.

Todas as instituições possuem o regimento e o PPP.

É necessário atualizá-los tendo em vista a legislação vigente.

7. Promover formação continuada, através de cursos de aperfeiçoamento para os profissionais da Educação Infantil.

A formação foi disponibilizada para os profissionais das instituições. Em 2009, a Equipe da SEMED ofereceu formação voltada para os coordenadores. Para os educadores foi oferecida formação voltada para a educação inclusiva, em parceria com o Instituto Esther Assumpção e a PUC-Betim.

Há uma proposta para 2010 de formação continuada para educadores e coordenadores, envolvendo cursos, palestras, oficinas e qualificação dos momentos de estudo nas instituições.

- Analisar o trabalho que vem sendo realizado nas instituições de Educação Infantil e verificar a necessidade de revisões e atualizações da Proposta Curricular e de seus desdobramentos como RDC (Registro de Desenvolvimento da Criança) e diagnóstico.

8. Implementar a Proposta Curricular para a Educação Infantil

A proposta curricular foi construída no período de 2006 a 2008, em consonância com as diretrizes da política nacional de educação. Tal documento tem norteado o trabalho nas instituições de Educação Infantil.

- Garantir o acesso de todos à Proposta Curricular, a fim de que esta seja instrumento de referência para a prática pedagógica, viabilizando sua análise e reconstrução, caso necessário.

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9. Instituir as Regionais Infantis, para a descentralização da assessoria pedagógica às Instituições Infantis.

Até 2008, a proposta de assessoria da SEMED funcionou nesta perspectiva. A partir de 2009 há uma nova proposta de assessoria às instituições até mesmo para que a nova gestão tome conhecimento das condições atuais das instituições.

O atendimento está centralizado na Equipe Referência da Educação Infantil da SEMED e existe possibilidade de uma nova proposta ser organizada a partir da CEMB

10. Estabelecer programa de habilitação dos profissionais da Educação Infantil, em colaboração com a União e o Estado, e em parceria com instituições superiores, para que, em dois anos, todos os dirigentes de instituições de educação infantil possuam formação apropriada em nível médio (modalidade Normal) e, em dez anos, formação de nível superior, modalidade Normal; e que, em dois anos, todos os professores tenham habilitação específica de nível médio e, em dez anos, formação específica de nível superior.

A habilitação em nível médio foi oferecida de 2001 a 2009, através de parceria com instituições de ensino superior (UEMG e PUC) e da criação do Curso de Magistério, com recursos próprios do município, para todos os profissionais que estavam em serviço nas instituições de Educação Infantil e manifestaram interesse em participar. Foram formados cerca de 500 professores.

A rede Estadual está ofertando a habilitação em Magistério.

11. Admitir novos profissionais da educação infantil graduados em curso específico de nível superior, remunerando-os de acordo com sua formação, a partir da vigência deste Plano.

Foram admitidos novos profissionais da educação infantil graduados em curso especifico de nível superior, entretanto a remuneração é compatível com os educadores com formação em nível médio.

É proposta desta gestão estabelecer parcerias com o governo federal e estadual através da Plataforma Freire e Universidade Aberta, para viabilizar a habilitação de nível superior para os profissionais da Educação Infantil. Pretende-se também construir e implementar o plano de carreira dos profissionais da Educação Infantil, como ação subseqüente ao concurso público já previsto para 2010, a fim de prover os cargos nos Centros Municipais Infantis

12. Assegurar a colaboração efetiva entre os setores de educação, saúde e assistência na manutenção, expansão, administração, controle e avaliação das instituições infantis.

Há um crescente movimento de ampliação e fortalecimento da parceria com os diversos setores.

Existe a proposta de intensificar as parcerias, em especial com a Rede de Saúde.

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- Manutenção do acompanhamento para garantia da qualidade. - Ampliação dos itens para o atendimento específico às crianças de 0 a 3 anos. - Contratação de nutricionistas para acompanhar essa faixa etária.

13. Garantir a alimentação balanceada específica, conforme as necessidades nutricionais de todas as crianças atendidas na Educação Infantil, nos estabelecimentos públicos e conveniados, através da colaboração financeira da União e do Estado.

Além de oferecer a merenda com recursos públicos, a Divisão de Alimentação Escolar faz o acompanhamento e dá orientações nutricionais para as instituições públicas e conveniadas.

O texto da meta deve ainda ser revisto no que diz respeito ao termo “Estado” como financiador da merenda escolar, pois não existe nenhum regime de colaboração para este ente.

- Intensificar as discussões sobre a importância da participação dos pais nas instituições.

14. Implantar, no prazo máximo de três anos, Conselhos de Pais, assegurando a participação da comunidade escolar e local na melhoria do funcionamento das instituições de educação infantil e no enriquecimento das oportunidades educativas.

Retomar as discussões junto à comunidade escolar e a presidência das instituições, a fim de implementar os Conselhos de Pais. - Com a nomeação dos diretores, será

consolidada a proposta dos colegiados para gerirem os caixas escolares dos CIMs.

15. Assegurar que, além de outros recursos municipais, os recursos de manutenção e desenvolvimento do ensino não vinculados ao FUNDEF (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério) sejam aplicados, prioritariamente, na Educação Infantil.

A aprovação da Lei Federal Nº 11494/2006 – FUNDEB já garantiu financiamento específico para o atendimento da Educação Infantil. Importante entender as condições em que os recursos públicos advindos do FUNDEB podem ser utilizados na rede conveniada.

O município pretende continuar investindo recursos próprios nesta etapa da educação básica. Atualmente os recursos giram em torno de 15 milhões (2010). Na medida em que o município conseguir inserir um maior número de matrículas no censo como públicas esses recursos próprios podem ser melhor investidos.

- Com a adesão das instituições conveniadas, o processo de municipalização será acelerado.

16. Ampliar a rede municipal de Educação Infantil em 50% no prazo de três anos e em 100% no prazo de dez anos, assegurando a responsabilidade do município em relação às instituições infantis.

Através do processo de municipalização e da construção de instituições o número de Centros Infantis vem sendo ampliado. - Construção de novas instituições para

cumprir a meta até 2015.

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- Ampliar esse quantificador não como apoio, mas como todos responsáveis pelo atendimento.

17. Admitir, no prazo de dois anos, funcionários de apoio habilitados em magistério, conforme o número de crianças, na proporção que se segue: 50 a 100 crianças, 1 funcionário de apoio; 101 a 200 crianças, 2 funcionários de apoio; 201 crianças acima, 3 funcionários de apoio.

Cada instituição tem um funcionário habilitado em magistério que atua como APOIO, independente do número de crianças.

- Discutir com as entidades a importância de se garantir essa meta, pois muitos ainda contratam sem a formação mínima.

18. Incluir as Creches no Programa de Saúde Familiar para um melhor atendimento e acompanhamento das crianças.

Está sendo construído o projeto com ONGs e Secretaria de Saúde.

- Implementar tal projeto.

19. Estabelecer parcerias com Instituições de Ensino Superior, de acordo com as necessidades de formação das Instituições de Educação Infantil.

No diz respeito à Educação Inclusiva, houve formação continuada realizada pela PUC, juntamente com o Instituto Esther Assumpção e o CRAEI.

- Ampliação das parcerias, envolvendo outras universidades, com atividades mais voltadas para a Educação Infantil, com início em 2011.

20. Assegurar a colaboração efetiva das secretarias de cultura, esporte e lazer.

Não foi estabelecida uma política de parceria

Estabelecer, em 2010, contato e intensificar parcerias com tais secretarias

21. Criar um convênio específico para a alimentação da Educação Infantil.

Não é necessário o estabelecimento de convênio específico, pois o setor de alimentação escolar consegue atender satisfatoriamente.

22. Unificar o calendário da Educação Infantil para todas as Instituições, municipais e conveniadas.

O calendário foi unificado para as instituições, inclusive garantindo-se férias no mesmo período para todas as instituições.

- Unificar o cumprimento do calendário para todas as instituições públicas e conveniadas de Educação Infantil já a partir de 2011.

Em 2009, através de parceria com o NTE e Geoprocessamento o sitema foi aprimeorado.

- Criação de um sistema de escrituração específico para a Educação Infantil.

Os dados são coletados, mas precisam ser atualizados com maior rapidez.

- Informatização das instituições com a criação de uma rede de informações on line.

23. Aprimorar o sistema de coleta de dados da Educação Infantil.

Há falhas nas informações fornecidas pelas instituições devido à rotatividade de crianças, uma vez que a freqüência das crianças não é obrigatória. Existe também uma grande rotatividade de

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funcionários.

- De acordo com as orientações da SEMED (cadastro único), muitas instituições já se organizaram nesse sentido.

24. Regularizar a oferta da Educação Infantil na rede privada e comunitária.

- Falta adequação de algumas unidades aos critérios mínimos exigidos pela legislação para o funcionamento.

- Adequar a oferta de acordo com as determinações pertinentes (2015).

Houve um aumento do atendimento do número de crianças atendidas na Educação Infantil, na faixa etária de 0 a 3 anos, através da abertura de Unidades de Educação Infantil e no atendimento integral.

É projeto deste governo a construção de 20 CIMs (Centros Infantis Municipais) e a municipalização de mais dez até o final da gestão. Além das 8 instituições municipalizadas, duas já estão em processo. O texto da meta deve ser ainda revisto inserindo a nomenclatura atual, LDBEN 9394/96:

Creche – atendimento de 0 a 3 anos;

25. Ampliar a oferta de creches no município.

Dados apontam um aumento de mais de 800 crianças de um ano para outro.

Pré-Escola – atendimento de 4 e 5 anos;

26. Universalizar a oferta de pré-escolas no município.

Na maioria das instituições a demanda por vagas de pré-escolas é atendida. Entretanto, em algumas instituições ainda há crianças de 4 e 5 anos na lista de espera.

É projeto deste governo a construção de 20 CIMs (Centros Infantis Municipais) e a municipalização de mais dez até o final da gestão. Além das 8 instituições municipalizadas, duas já estão em processo.

O município pretende continuar investindo recursos próprios nesta etapa da educação básica. Atualmente os recursos giram em torno de 15 milhões (2010). Na medida em que o município conseguir inserir um maior número de matrículas no censo como públicas esses recursos próprios podem ser melhor investidos.

27. Manter a assistência pública às creches comunitárias.

A assistência pública às creches comunitárias ocorre de acordo com o que está previsto no convênio. As unidades são quase que 100% financiadas com recursos do município.

Adequar o convênio para que as responsabilidades e os custos sejam partilhados com as instituições, de modo que aumente a contrapartida da rede privada (em 2011).

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5.2. EIXO ENSINO FUNDAMENTAL 1211

A Constituição Federal de 1988 nos Artigos 205 a 208, estabelece a educação como direito 1212

de todos e dever do Estado, e declara como princípios do ensino não só a igualdade de 1213

condições de acesso e permanência, mas a correspondente obrigação de oferta de uma 1214

escola com padrão de qualidade tal que possibilite a todos identificar e reivindicar a escola 1215

de qualidade como direito de todos os cidadãos. 1216

Ao consultarmos a LDBEN n° 9394/96, em seus artigos: 1217

Art. 2º - “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de 1218

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno 1219

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 1220

qualificação para o trabalho. 1221

Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-1222

lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe 1223

meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. 1224

Constatamos que fica evidente a grande responsabilidade quanto ao desenvolvimento do 1225

trabalho na maior e única etapa obrigatória da educação básica e principal demanda do 1226

município, que é o Ensino Fundamental, para que possamos alcançar o que a carta magna 1227

preconiza. 1228

Neste sentido, reconhecemos a importância do Plano Nacional de Educação (PNE), 1229

aprovado pelo Governo Federal em 2000 e regulamentado pela Lei 10.172 de 09 de janeiro 1230

de 2001, que tem como objetivos: a elevação global do nível de escolaridade da população, 1231

a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das desigualdades sociais 1232

e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e 1233

democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo 1234

aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 1235

pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos 1236

escolares ou equivalentes, bem como do PDE - Plano de Desenvolvimento da Educação de 1237

responsabilidade do MEC e que tem a finalidade de operacionalizar metas já definidas no 1238

sentido de efetivar a redução das desigualdades sociais e regionais do país através da 1239

equalização das oportunidades de acesso à educação de qualidade. 1240

É sabido que a base das propostas dos planos citados é a “Declaração Mundial sobre 1241

Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem”, realizada 1242

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em Jomtien, 1990. Este documento surge da necessidade de comprometer os países, 1243

especialmente de Terceiro Mundo, a buscarem alternativas para superar o problema do 1244

fracasso educacional que resulta na exclusão social dos cidadãos. 1245

Como a realidade educacional do Brasil não difere desta situação internacional, vistos os 1246

altos índices de retenção e evasão escolar, especialmente no Ensino Fundamental, o 1247

grande número de analfabetos, as precárias condições da aprendizagem e a baixa 1248

qualidade de ensino, reafirmamos a necessidade de alterar este quadro a partir da 1249

compreensão de que o Ensino Fundamental é o eixo central da Educação Básica. 1250

Temos clareza de que um grande desafio vem sendo vencido, na medida em que a 1251

democratização do acesso e permanência está paulatinamente sendo garantida. Contudo, 1252

não basta apenas democratizar, é preciso garantir a qualidade da educação oferecida. 1253

A responsabilidade desta enorme tarefa é do governo, da sociedade, das famílias e das 1254

instituições de modo geral e, particularmente, dos profissionais da educação. Nesta 1255

perspectiva, todos somos corresponsáveis no desafio de combater o fracasso escolar e a 1256

exclusão, garantindo a todos, igualmente, uma escola de qualidade. 1257

Em Betim, o Ensino Fundamental é ofertado por escolas municipais, estaduais e privadas. A 1258

rede municipal de ensino atende a um público de 43.66921

crianças e adolescentes e conta 1259

com 3.67822 educadores – docentes, pedagogos, técnicos e agentes de serviço escolar. 1260

As escolas municipais de ensino fundamental estão organizadas em ciclos de 1261

ensino/aprendizagem desde o final da década de 90, prática consolidada em vários países 1262

considerados referência em Educação no mundo. Neste contexto, a concepção 1263

construtivista também já apontava para a idéia de que todos podem aprender. Contrastando 1264

com esta premissa, as escolas ainda apresentavam elevados índices de reprovação e 1265

evasão, reforçando a exclusão social existente. 1266

Um dos pressupostos da organização em ciclos de ensino/aprendizagem é a progressão 1267

continuada. 1268

Este pressuposto não significa abrir mão dos objetivos estabelecidos para cada ciclo, 1269

portanto, não implica a promoção automática dos educandos. Estes devem ser definidos e 1270

seu alcance deve ser buscado por todos os meios, no sistema escolar. Mas é evidente que, 1271

ao longo do processo, teremos educandos com desenvolvimento além do esperado a partir 1272

21 Disponível setor de Escrituração SEMED dados enviados pelas escolas. 22 Disponível em WWW.educacenso.gov.inep.br;

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dos objetivos propostos, e outros cujo desempenho ficou aquém do recomendado para a 1273

devida progressão. A retenção implica, no mínimo, um não-entendimento desse princípio. 1274

Nesse sentido, é papel do poder público promover ações que permitam aos educandos o 1275

direito de progressão nas aprendizagens, sendo imprescindível o combate à cultura da 1276

retenção ainda tão fortemente impregnada na história da educação. 1277

O ensino fundamental na Rede Municipal de Betim possui atualmente a seguinte 1278

organização: 1º ciclo (3anos de permanência), 2º ciclo (2 anos de permanência), 3º ciclo (2 1279

anos de permanência) e o 4º ciclo (2 anos de permanência) totalizando 9 anos de ensino 1280

obrigatório, dos 6 aos 14 anos, oferecidos em 64 unidades escolares: 1281

Níveis N° de unidades escolares

1° e 2° ciclos 16

3° e 4° ciclos 01

1° ao 3° ciclos 02

1°ao 4° ciclos 45

EJA 18

Ensino Médio 02

Profissionalizante 02

Pós Médio 01

O Poder Público Municipal, através da SEMED, tendo em vista a necessidade de ampliação 1282

do acesso e da permanência dos educandos no ensino fundamental com qualidade social, 1283

implanta vários programas e projetos para garantir que todos os educandos tenham 1284

condições igualitárias de aprendizagem: 1) Programa Escola da Gente – Educação 1285

Integral; 2) Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização; 3) Matriz Básica do 1286

Referencial Curricular de Betim; 4) Oficina Escola; 5) Programa Municipal de Incentivo 1287

à Leitura; 6)- PROJovem Urbano. 1288

1289

1) PROGRAMA ESCOLA DA GENTE – EDUCAÇÃO INTEGRAL 1290

O Escola da Gente é um programa da Prefeitura de Betim que visa o atendimento às 1291

crianças e adolescentes em suas multidimensões. O programa fundamenta-se na 1292

concepção de cidade educadora23

que é um conceito centrado na ideia de que a cidade, 1293

23 Carta das Cidades Educadoras, Proposta Definitiva, Gênova, novembro de 2004.

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para além das funções econômicas, sociais e políticas, exerce, também, uma função 1294

pedagógica. Assim, toda a cidade - não só a escola - se reconhece como espaço 1295

permanente, plural e poliédrico de aprendizagem. 1296

Consciente dos novos desafios e necessidades sociais do mundo contemporâneo, a cidade 1297

educadora volta-se prioritariamente para as crianças, adolescentes e jovens, porém com um 1298

convicto desejo de incorporar pessoas de todas as idades, na perspectiva de formação ao 1299

longo da vida. Além disso, está atenta à diversidade que nela circula, tornando-se 1300

profundamente inclusiva e configurando-se como espaço de respeito, diálogo e 1301

amadurecimento das relações interpessoais. Nela, questões como as de gênero, raça/etnia, 1302

opções sexuais, crenças religiosas, migrações e pessoas com deficiências, dentre outras, 1303

são substancialmente levadas em consideração. 1304

É este princípio de justiça social que garante a cidade educadora como um direito de todo e 1305

qualquer cidadão, já que ela favorece a liberdade de expressão, a diversidade cultural e o 1306

diálogo em condições de igualdade. Assim, a cidade educadora promove “o equilíbrio e a 1307

harmonia entre identidade e diversidade, salvaguardando os contributos das comunidades 1308

que a integram e o direito de todos aqueles que a habitam, sentindo-se reconhecidos a partir 1309

da sua identidade cultural” (Carta das Cidades Educadoras, 2004, p. 2). 1310

Para que a cidade educadora se consubstancie, as políticas municipais de caráter educativo 1311

devem ser previstas numa dimensão transversal e inovadora, compreendendo todas as 1312

modalidades de educação: formal, não formal e informal. É na confluência dessas 1313

modalidades que serão perceptíveis todas as potencialidades educativas que a cidade 1314

contém. 1315

Na perspectiva da cidade educadora, torna-se possível viabilizar as concepções e as 1316

proposições do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8029/1990) que coloca crianças e 1317

adolescentes no centro das políticas públicas, afirmando sua condição de sujeitos de 1318

direitos. Direito à vida, à educação, à saúde, ao lazer, à cultura, à alimentação, à liberdade, 1319

à participação, às relações familiares e comunitárias, a um pertencimento. O Estatuto vai 1320

além: sublinha a indivisibilidade desses direitos e a prioridade absoluta no atendimento de 1321

suas necessidades. Com esta ênfase, convoca as diversas políticas públicas para, em rede, 1322

assegurar a integralidade da proteção e garantir prioridade absoluta à infância e 1323

adolescência. 1324

Estas duas vertentes que se entrelaçam: uma cidade que se quer educadora e uma 1325

sociedade que, conforme explicitado no ECA, quer garantir a integralidade do atendimento, 1326

exigem a conexão entre os diferentes setores governamentais e a participação das escolas, 1327

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das instituições de ensino superior e das ONGs, para consolidar a Educação Integral. 1328

A Educação Integral, ao propiciar as condições de atenção integral às crianças e 1329

adolescentes, necessita ser articulada com a proteção social, o que só será factível com 1330

políticas intersetoriais integradas que considerem o campo da saúde, da assistência social, 1331

do esporte, da cultura, da ética, da estética e da inclusão digital. A Educação Integral, 1332

portanto, em sua essência, pressupõe a mobilização e articulação de redes sociais a fim de 1333

propiciar a formação plena de crianças e adolescentes. 1334

Nesse contexto, o Programa ESCOLA DA GENTE amplia tempos, espaços e oportunidades 1335

educacionais, garantindo o direito de aprender e qualificando a aprendizagem. 1336

Por filiar-se ao Programa Mais Educação24

, do governo federal, determinados critérios de 1337

organização e funcionamento devem ser rigorosamente observados. Ao mesmo tempo, a 1338

participação de todos os cidadãos, corresponsabilizando-se pela formação integral de 1339

crianças e adolescentes do nosso município, imprime parâmetros específicos e identidade 1340

própria ao fazer educativo do Programa Escola da Gente – Educação Integral de Betim. 1341

A implantação de um Programa de Educação Integral em Betim exige uma reconfiguração 1342

da estrutura administrativo-organizacional das diversas secretarias municipais, por meio de 1343

um grande diálogo intragovernamental, bem como um projeto pedagógico consistente, uma 1344

formação permanente de seus agentes e uma logística-operacional ágil. 1345

O tempo médio de permanência diária dos estudantes brasileiros nas escolas é um dos 1346

menores do mundo. Apesar do tempo de permanência na escola não constituir-se em 1347

garantia de qualidade da educação, o oferecimento de múltiplas oportunidades de 1348

aprendizagem é condição necessária para a formação humana plena e está diretamente 1349

associado a melhores índices de desempenho na aprendizagem. 1350

O dispositivo legal, Lei Federal N° 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 1351

Nacional), estabelece que: 1352

“Artigo 34 – A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro 1353

horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o 1354

período de permanência na escola. [...]” 1355

24 Programa Mais Educação – www.fnde.org.br. O Programa Mais Educação é uma iniciativa do Governo

Federal. Tem como prioridade contribuir para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, articulando diferentes ações, projetos e programas nos Estados, Distrito Federal e Municípios, em consonância com o projeto pedagógico da escola, ampliando tempo, espaços e oportunidades, através do envolvimento das políticas setoriais.

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§ 2° - “O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a 1356

critério dos sistemas de ensino.” 1357

A legislação pressupõe que a ampliação do tempo pedagógico permite que a escola, 1358

enquanto espaço social de apropriação, construção, elaboração e reelaboração de saberes, 1359

incorpore em seu currículo atividades para a formação nas diferentes áreas do 1360

conhecimento. 1361

A escola pública deve oferecer a todos as oportunidades e atividades necessárias para o 1362

pleno desenvolvimento das potencialidades humanas. O currículo escolar deve incluir 1363

atividades de formação consistentes e diversificadas, ainda hoje restritas a uma parcela 1364

reduzida da população. A ampliação da jornada escolar e um currículo que atenda a 1365

formação integral dos sujeitos são importantes alternativas para a construção da 1366

democratização da educação e da inclusão social. 1367

A proposta de implantar em Betim o Programa Escola da Gente – Educação Integral está 1368

baseada em pressupostos teóricos e metodológicos das diversas áreas de 1369

conhecimento e em orientações da política educacional e cultural da gestão 1370

municipal. Este programa �fundamenta-se nos princípios da descentralização e da 1371

democracia participativa e integra-se aos eixos do governo municipal: 1372

desenvolvimento e geração de trabalho e renda, políticas sociais e de garantia de 1373

direitos e equidade, gestão ética democrática e eficiente, gestão democrática do 1374

território, participação cidadã, controle social e governabilidade; e com as políticas do 1375

Ministério da Educação, pois antecipa a concretização da meta nacional de ampliação 1376

do tempo pedagógico, com tempo integral para o Ensino Fundamental, previsto para 1377

2010. 1378

Com o objetivo de oportunizar a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, o 1379

Programa Escola da Gente – Educação Integral amplia tempos, espaços educacionais e 1380

currículo, incluindo atividades socioeducativas em consonância com o projeto político-1381

pedagógico desenvolvido pelas escolas e pautado nos seguintes pressupostos: 1382

• crianças e adolescentes como prioridade absoluta, sujeitos de direitos e 1383

protagonistas da própria aprendizagem; 1384

• compreensão da cidade como espaço educativo-educador; 1385

• ênfase no papel da educação na formação de cidadãos autônomos e solidários; 1386

63

• defesa de que todos aprendem, continuamente aprendem. A aprendizagem 1387

solidária leva à possibilidades de intervenção na realidade, especialmente a mais 1388

próxima; 1389

• reconhecimento de que a escola é parte de um processo de aprendizagem que 1390

ocorre ao longo da vida; 1391

• trabalho desenvolvido em torno de redes vivenciais que permitam aos estudantes 1392

a interação com novas aprendizagens a toda hora e em qualquer lugar; 1393

• foco em torno de um território e no sentido de pertencimento; 1394

• intersetorialidade e construção de parcerias; 1395

• participação popular na formulação, desenvolvimento e avaliação das propostas 1396

de ações socioeducativas. 1397

A matriz curricular da escola inserida no Programa Escola da Gente - Educação Integral 1398

contempla 10 horas diárias de atendimento aos estudantes (50 horas semanais), cujas 1399

atividades são estruturadas de acordo com os macrocampos definidos no Programa Mais 1400

Educação/MEC e selecionadas a partir do projeto pedagógico da escola (considerando os 1401

interesses dos estudantes e a valorização da cultura local). As atividades mais solicitadas 1402

pela comunidade escolar são: dança, pintura, jornal, música, futebol, informática, natação, 1403

teatro, futsal, judô, taekwondo, leitura, matemática, grafite, percussão, recreação. Tais 1404

atividades são conduzidas por profissionais das secretarias municipais parceiras e por 1405

estudantes de cursos superiores de graduação. 1406

Mediante a assinatura do Termo de Adesão, feita pelo responsável legal de cada estudante 1407

serão, todos, progressivamente, integrados ao Programa. O atendimento aos estudantes 1408

acontece tanto no espaço escolar, quanto em espaços externos à escola. Esta estratégia 1409

permite viabilizar ações e atividades voltadas para a educação integral, pois enxerga a 1410

dimensão formadora de todos os espaços da comunidade e da cidade e a eles imprime 1411

interconexões pedagógicas. No Escola da Gente, o currículo espraia-se ao longo do dia e 1412

em múltiplos espaços. Todas as atividades são intencionalmente pedagógicas, mediadas e 1413

avaliadas por educadores, inclusive aquelas pensadas para os momentos de lanche, 1414

intervalos, almoço e deslocamentos. Compreende-se, assim, que práticas eminentemente 1415

pedagógicas podem ser desenvolvidas tanto nos espaços escolares quanto em espaços 1416

parceiros, num amplo processo educacional gerenciado pela escola. Portanto, para viabilizar 1417

educação integral, o município tem acionado clubes, salões de igrejas, praças, sítios, 1418

associações, quadras comunitárias, etc. 1419

No plano de ação a ser executado em 2010, já se prevê a inserção das famílias no 1420

Programa, através de proposta específica. Pretende-se, também, realizar o levantamento de 1421

64

demanda para a EJA -Educação de Jovens e Adultos, contemplando mães, pais e 1422

familiares, no diurno. 1423

A todos os educadores diretamente envolvidos com o Programa Escola da Gente – 1424

Educação Integral é oferecida formação permanente e em serviço. Aos monitores 1425

universitários são garantidas 20 horas mensais para planejamento e formação, sob a 1426

responsabilidade das Universidades, da Coordenação Geral do Programa e da Equipe 1427

Gestora da escola. 1428

A Coordenação Geral do Programa Escola da Gente – Educação Integral realiza, 1429

periodicamente, avaliação com a equipe gestora da escola, a fim de garantir: 1430

• a Avaliação de Desempenho do gestor do Programa na escola, dos profissionais 1431

das secretarias parceiras e dos monitores universitários; 1432

• a implementação do Programa; 1433

• a qualidade do trabalho; 1434

• a melhoria do aprendizado dos estudantes; 1435

• os necessários ajustes e redimensionamentos; 1436

• a efetivação da intersetorialidade; 1437

• a circulação de informações e a troca de experiências. 1438

Em dezembro de 2009 foi realizada uma enquete com 683 pessoas envolvidas25

no 1439

programa para avaliação, quando foram ouvidos pais, alunos, monitores, gestores e 1440

educadores. A avaliação apontou que o Programa obteve mais de 90% de aprovação em 1441

sua implementação. 1442

Além disso, foi realizada pelo Instituto VER (Belo Horizonte - MG) uma Pesquisa 1443

Quantitativa sobre as ações do governo municipal, no período de 19 à 20 de 1444

dezembro de 2009, para um público maior de 16 anos.Um dos objetos de pesquisa 1445

foi o Programa Escola da Gente – Educação Integral, que apresentou o resultado a 1446

seguir: 1447

1448

25 Disponível em: www.betim.mg.gov.br

65

Para a construção e execução do Programa Escola da Gente – Educação Integral foi 1449

instituído em maio de 2009 o Fórum Intersetorial com representantes da SEMED, SEME, 1450

FUNARBE, SEMAS, SEMEIA, Secretaria de Planejamento, Secretaria da Saúde, 1451

TRANSBETIM, Setor de Agricultura, Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade 1452

Étnicorracial e Superintendência de Políticas sobre Drogas. O Fórum se reúne mensalmente 1453

e tem caráter avaliativo, consultivo, deliberativo e executivo, tendo como objetivo garantir e 1454

viabilizar a intersetorialidade. 1455

Em 2009, o Programa foi implantado em 11 escolas, atendendo cerca de 6000 (seis mil) 1456

estudantes, na faixa etária de 6 a 14 anos. O total de escolas vinculadas ao Programa em 1457

2010 será de 30 e 10.000 (dez mil) estudantes. Para 2011, a meta é atingir 50 escolas e em 1458

2012 será implantado em todas as escolas da rede pública municipal. 1459

2) O PROGRAMA DE CORREÇÃO DE FLUXO EM ALFABETIZAÇÃO 1460

O Desafio da Alfabetização 1461

A Rede Municipal de Betim considera, a perspectiva apresentada por Magda Soares(1998) 1462

de que alfabetização e letramento são processos distintos, mas que se inter-relacionam. A 1463

alfabetização é entendida como uma fase que tem terminalidade e o letramento como um 1464

processo a ser continuamente desenvolvido. 1465

Considerando que o maior desafio da educação no Ensino Fundamental, no Brasil, é a 1466

aprendizagem de leitura e da escrita e que, em Betim, isso não é diferente, a SEMED, ao 1467

ESCOLA DA GENTE - AVALIAÇÃO Na sua opinião o Programa Escola da Gente é ...?

66

construir seu Plano de Ações Articuladas para o período 2009-2011, apresentou ao MEC as 1468

demandas de formação e de correção de defasagens de aprendizagens nos diversos ciclos 1469

de ensino/aprendizagem. 1470

Enquanto aguardava resposta às demandas apresentadas, uma das primeiras ações da 1471

SEMED foi a adesão regular às avaliações externas (Provinha Brasil e PROALFA), 1472

tornando-as um importante instrumento, tanto para monitorar o processo de alfabetização na 1473

Rede Municipal, quanto para orientar ações que tornassem esse processo mais eficiente. 1474

Paralelamente a essa primeira ação, iniciou-se o processo de construção de uma Matriz 1475

Básica do Referencial Curricular de Betim, para cada ano dos respectivos ciclos do Ensino 1476

Fundamental, e no que diz respeito à construção da alfabetização, explicita que o esperado 1477

é que ela (a alfabetização) se dê ainda no 1º ano do 1º ciclo (turma de 06 anos). 1478

A assessoria às escolas, os contatos cada vez mais frequentes, as solicitações de ações 1479

para atendimento ao “reforço escolar”, à complementação da aprendizagem, à ampliação do 1480

quantificador de professores, como forma de maior atenção à aprendizagem, impeliram-nos 1481

decisivamente a solicitar ao MEC o atendimento mais imediato possível quanto à correção 1482

de fluxo. 1483

Os constantes contatos, desde abril de 2009, culminaram na possibilidade de iniciarmos a 1484

correção de fluxo, tendo como instituição credenciada o GEEMPA, que desenvolve o 1485

trabalho sustentado na perspectiva pós-construtivista. 1486

Vários estudos científicos, ao longo da história da educação, afirmam que: 1487

• A inteligência é um processo garantidamente acessível a todos (idéia chave 1488

geempiana, que encontra sustentação na obra de Jacques Ranciere, que em seu 1489

livro “O mestre ignorante” retoma a afirmação de Jacotot, de 1820, de que “todas 1490

as inteligências são iguais”. 1491

• Segundo a teoria pós construtivista, adotada pelo GEEMPA, mudar a escola é a 1492

palavra de ordem por duas razões fundamentais: porque há muito de novo nas 1493

ciências do aprender, possibilitando ensinar a todos, e porque, assim como está, 1494

a escola reforça injustiças e é responsável pela má distribuição do poder que é o 1495

saber, fechando portas para a cidadania. 1496

• E “não está morto quem peleia”, e muita gente, neste campo, vêm peleando 1497

bravamente para que o professor seja um profissional, “professe” uma teoria 1498

científica e dê conta da parte que lhe cabe no latifúndio de tarefas que leve a 1499

sociedade tornar o prazer de aprender possível para todos. 1500

67

Outras considerações da teoria pós-construtivista: 1501

• a construção do campo conceitual da leitura e da escrita começa muito antes de 1502

a criança ir para a escola; (Emília Ferreiro); 1503

• é impossível ler letras a não ser que haja imagens ao lado. Assim, um dos 1504

primeiros problemas a ser enfrentado para constituir uma escrita é determinar a 1505

diferença que separa a escrita do desenho; 1506

• nesse sentido, foi estudada, aplicada e validada uma sequência didática onde se 1507

introduz, desde o início do ano letivo, todas as letras do alfabeto, em palavras 1508

que tenham uma significação para os educandos, junto com a introdução de 1509

textos. O texto é uma unidade linguística mais rica que as palavras ou as letras, 1510

com um sentido histórico ainda maior que o das frases; 1511

• o princípio de base da sequência didática é que a aprendizagem é um processo 1512

global sócio-afetivo-cognitivo e que é preciso planificar tendo em vista todos 1513

estes aspectos; 1514

• é necessário recuperar/resgatar nos educandos a confiança na sua capacidade 1515

de aprender e, ao mesmo tempo, atuar no mesmo sentido junto às suas famílias; 1516

• na vida, de um modo geral, a maior parte dos problemas quotidianos encontram 1517

sua solução com a ajuda de outrem. Assim, o predomínio de trabalho individual 1518

não favorece a aprendizagem, o que levou uma equipe de pesquisa do GEEMPA 1519

à organização de pequenos grupos na sala de aula, originando os grupos áulicos 1520

(elemento importante da teoria geempiana de sala de aula). Os seres humanos 1521

são geneticamente sociais; 1522

• a carência de elementos de leitura e de escrita no grupo familiar e social é uma 1523

das causas responsáveis pelo fracasso de educandos brasileiros na 1524

alfabetização. Daí, a necessidade da escola tornar-se um ambiente plenamente 1525

alfabetizador, em todos os seus tempos e espaços (particularmente a biblioteca); 1526

• o estigma de incapacidade para aprender, como consequência de relações 1527

anteriores à escola é um forte entrave ao sucesso nas aprendizagens escolares. 1528

É preciso se libertar de toda e qualquer forma de preconceito, exclusão, porque 1529

TODOS PODEM APRENDER; 1530

• a desnutrição severa durante os dois primeiros anos de vida mata antes de se 1531

produzirem dificuldades de aprendizagem. Assim, o que chegou à escola tem 1532

condições de aprender, apesar das sequelas que possa apresentar. 1533

A metodologia de alfabetização desenvolvida pelo GEEMPA é orientada por alguns 1534

princípios fundamentais como: 1535

68

• Só ensina quem aprende. 1536

• A didática é uma provocação. 1537

• Somos seres geneticamente sociais. 1538

• Fica-se inteligente aprendendo. 1539

• A ética é o compromisso com o desejo. 1540

• Nenhum a menos. 1541

• Somos seres de cultura. 1542

• Aprender e ensinar: uma relação entre duas inteligências e duas vontades. 1543

• É preciso emancipar e não embrutecer. 1544

• Os alunos não alfabetizados têm um núcleo comum: não leem e não produzem 1545

um texto escrito. 1546

• Aprendemos uns com os outros. 1547

• Os educandos, mais do que de explicações, precisam de implicações. 1548

Com a orientação e supervisão do GEEMPA, no mês de outubro iniciou-se o diagnóstico 1549

preliminar, contendo os conhecimentos mínimos de leitura e de escrita, que caracterizam o 1550

educando como alfabetizado (leitura e escrita de letras e palavras, de frases e texto 1551

simples). Posteriormente, os professores disponíveis, interessados, em atuar no Programa 1552

de Correção de Fluxo frequentaram 45h de formação inicial básica, ao longo de 5 dias, o 1553

que possibilitou o 2º diagnóstico com a aplicação da aula-entrevista (atividade individual 1554

realizada no final do mês de novembro e início de dezembro). O 2º diagnóstico indicava 1555

aproximadamente 900 alunos a serem atendidos, de 8 a 14 anos. Devido às condições 1556

mínimas necessárias: local, professor, transporte, merenda pedagógica e considerando o 1557

período de atendimento: dezembro, janeiro, fevereiro (grande parte correspondente ao 1558

recesso escolar) iniciamos o trabalho com 573 alunos. É condição para o êxito da 1559

aprendizagem, em 40 dias de atividades, a presença plena (5 vezes por semana, durante 1560

3h, no contraturno). Ressalta-se que a infrequência é um dos fatores que mais 1561

comprometem o processo de aprendizagem. 1562

Em janeiro (ponto alto do recesso escolar) houve grande queda da frequencia, com os 1563

alunos retomando no dia 26, comprometendo fortemente os resultados. Concluímos os 40 1564

dias com 423 alunos frequentes e obtivemos os seguintes resultados: 1565

• 1ª aula-entrevista: nov./2009 1566

• Pré Silábico 1 (usa desenhos para escrever) - 15 educandos 1567

• Pré Silábico 2 (mistura letras, numerais, desenhos) – 175 educandos 1568

• Silábico (usa 1 letra para cada sílaba) – 245 educandos 1569

• Alfabético (usa 2 letras para cada sílaba) – 136 educandos 1570

69

• Alfabetizado (lê e escreve um texto simples) – 02 educandos 1571

• Total – 573 educandos 1572

• 3ª aula-entrevista: fev.2010 1573

• PS1 (Pré Silábico 1) – nenhum educando 1574

• PS2 (Pré Silábico 2) – 16 educandos 1575

• S ( Silábico)- 48 educandos 1576

• A (Alfabético) – 133 educandos 1577

• Alfabetizados – 226 educandos 1578

• Total – 423 educandos 1579

Em 2010, a partir do mês de março, novos educandos, indicados pelas escolas, 1580

participaram da aula entrevista. Novas turmas desenvolverão os 40 dias de atividades (3 1581

vezes na semana, durante 3h, no contraturno, na própria escola ou transportados para outra 1582

escola). Este período compreenderá os meses de abril/maio/junho. No 2º semestre, novas 1583

turmas desenvolverão o programa de correção de fluxo, numa tentativa de garantir a todos 1584

os educandos do Ensino Fundamental das Escolas Municipais o direito à alfabetização. 1585

Paralelamente, a SEMED atuará de forma a estancar a produção de novas defasagens, com 1586

a atenção prioritariamente dedicada ao 1º ciclo (6, 7 e 8 anos) e, já em 2010, várias turmas 1587

atuarão na perspectiva pós construtivista, ou seja, adotando a tecnologia/metodologia 1588

geempiana, ao longo do ano letivo. 1589

Embora o Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização tenha um caráter emergencial, 1590

o que pressupõe tempo pré-determinado pelo MEC, perfil específico do educando a ser 1591

atendido, definição das condições de atendimento dos educandos, rigidez na aplicação da 1592

metodologia de alfabetização, os princípios que norteiam a proposta delineada pelo 1593

GEEMPA, já mencionados, podem orientar nossas práticas pedagógicas no cotidiano da 1594

escola. 1595

Nessa perspectiva, a SEMED afirma o seu compromisso de alfabetizar todos os educandos 1596

das escolas municipais, no 1º ciclo, promovendo a formação dos professores do respectivo 1597

ciclo e buscando criar as condições mínimas necessárias à construção de uma política de 1598

alfabetização permanente, efetiva e comprometida com TODOS. 1599

3) MATRIZ BÁSICA DO REFERENCIAL CURRICULAR DE BETIM 1600

A Secretaria de Educação compreende que o “currículo é a soma de todo o tipo de 1601

aprendizagens e de ausências que os alunos obtêm como consequência de estarem sendo 1602

70

escolarizados”, de acordo com Sacristán (1998). As práticas escolares, portanto, devem 1603

entender o currículo como “experiência real de aprendizagem” bem como “relato que cada 1604

cultura possui de si mesma”. 1605

Para favorecer a igualdade de oportunidades, o currículo deve ser planejado a partir de 1606

todos os invariantes (sistema religioso, político, econômico, expressão estética, 1607

conhecimento científico e tecnologia), compreendendo esses invariantes como produções 1608

históricas, às vezes centradas em relações desiguais de poder, o que poderá facilitar o 1609

processo de conexões do capital social e capital cultural dos alunos em um ambiente de 1610

escolarização menos estranha às culturas marginalizadas e minoritárias. 1611

Tratando ainda da igualdade de direitos e de oportunidades, a SEMED tem promovido a 1612

construção da Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim, baseada no Referencial 1613

Curricular da rede, publicado em 2008. Desde novembro de 2009 foram realizados vários 1614

encontros de educadores, representantes das escolas para o estudo e discussão dessa 1615

proposta. A Secretaria de Educação entende que os objetivos de ensino/aprendizagem 1616

devem ser claramente reconhecidos pela comunidade escolar, cabendo ainda balizar os 1617

objetivos de final de cada ano/ciclo, a fim de que possa ser garantido a todos o direito de 1618

aprender. 1619

Cabe salientar que, ainda que a Matriz Curricular esteja estruturada em conceito de 1620

competências e habilidades e cientes de que essas noções remetem a processos tais como, 1621

à formação profissional, à lógica dos mercados e da competitividade capitalista, a SEMED 1622

avalia ser fundamental um aprofundamento desse debate na perspectiva de associar essa 1623

abordagem a teoria pós-construtivista e aos percursos subjetivos de aquisição e ampliação 1624

dos saberes e das culturas. 1625

Outra medida tomada pela SEMED diz respeito à Portaria 001 de 2010, que organiza o 1626

plano curricular das escolas da rede, corrigindo sérias distorções que se apresentavam na 1627

distribuição das aulas, como por exemplo, a existência de duas turmas do mesmo ano do 1628

ciclo, da mesma escola tendo número diferente de aulas de uma mesma disciplina. Para 1629

atender à Portaria foi preciso convocar 57 novos professores concursados das áreas de 1630

Educação Religiosa, Educação Física, Artes e Língua Estrangeira. 1631

O estudo da Matriz de Referencial Curricular Básica de Betim se constitui em mais uma 1632

medida que visa à melhoria da educação municipal e que tem propiciado aos educadores da 1633

rede espaço de reflexão sobre o currículo. O trabalho da SEMED tem sido no sentido de 1634

garantir que o ensino em Betim seja de qualidade e que todos os nossos educandos 1635

aprendam efetivamente. É necessário o envolvimento de cada educador da rede para 1636

71

realização dessa grandiosa tarefa. 1637

4) OFICINA ESCOLA 1638

Um pouco da história: 1639

Em 1993, o projeto de governo legitimado pelas eleições municipais assumiu um processo 1640

de democratização dos serviços públicos, visando levar os seus benefícios, com qualidade, 1641

às camadas mais pobres da população betinense. A partir daí, Saúde e educação tomaram 1642

novas dimensões. As crianças, os jovens e os idosos receberam atenção especial. Foi neste 1643

contexto que nasceu a Oficina Escola, um programa da Secretaria Municipal de Educação. 1644

A OFICINA-ESCOLA, junto com o Centro de Apoio, o Programa Bolsa Escola, o Prosa, a 1645

Divisão de Merenda Escolar, as equipes de Inclusão, Democratização e Educação Básica 1646

da Divisão Pedagógica, constituíram as frentes de trabalho em direção ao cumprimento das 1647

estratégias estabelecidas. 1648

O sociólogo Herbert de Souza (o Betinho), em seu programa “Pela Cidadania Contra a 1649

Fome e a Miséria”, escolheu a Oficina Escola como um dos cinco melhores projetos desse 1650

gênero no Brasil. Depois, a Fundação Getúlio Vargas e a Fundação Ford, em seu programa 1651

“Gestão Pública e Cidadania”, premiaram os vinte melhores programas entre novecentos e 1652

trinta, sendo a Oficina Escola, um dos vinte. O Programa foi avaliado também pela 1653

Fundação Abrinq o que proporcionou ao município o prêmio “Prefeito Criança”. 1654

Realidade da população jovem em situação de risco: 1655

O município de Betim apresentou em 2008, a maior taxa de homicídios por cada grupo de 1656

100 mil habitantes, de acordo com estudo da Fundação João Pinheiro. De acordo com a 1657

Polícia Civil, em 2008 261 pessoas morreram vítimas da violência na cidade. Se comparado 1658

ao ano de 2007, são 47 pessoas a mais que perderam a vida, o que representa um aumento 1659

de 22% no número de homicídios ocorridos na cidade naquele ano. 1660

De acordo com um relatório da Coordenadoria da Juventude de Betim, baseado em dados 1661

da Polícia Militar, os jovens da cidade são o grande alvo da criminalidade em conseqüência 1662

do envolvimento com o tráfico de drogas. Do total de homicídios registrados em 2008, 81% 1663

envolviam vítimas com idades entre 18 e 30 anos. 1664

72

O Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim também apresenta dados 1665

alarmantes. Dos cerca de 1.000 detentos da unidade, aproximadamente 700 são jovens de 1666

18 a 29 anos. Destes, cerca de 400 não têm o ensino fundamental completo. Em toda a 1667

unidade, 20% dos detentos são analfabetos. 1668

Ainda de acordo com a Coordenadoria da Juventude, 24 mil jovens do município, entre 18 e 1669

29 anos, não concluíram o ensino médio. Segundo o órgão, a falta de escolaridade é um 1670

dos fatores que leva o jovem à criminalidade, exigindo medidas de prevenção por parte do 1671

poder público. 1672

Tendo em vista essa realidade a Oficina Escola, tem como missão acolher jovens 1673

matriculados no Ensino Fundamental das escolas municipais, que se encontram em 1674

situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de oferece-los novas aprendizagens, 1675

ocupando-os em atividades desenvolvidas em oficinas para fabricação e reforma de móveis 1676

e objetos escolares para as unidades da SEMED, oferta que será estendida gradativamente 1677

a outros setores necessitados, como asilos, orfanatos, hospitais, centro de inclusão de 1678

deficientes, entre outros. Com esse trabalho, a Oficina Escola desenvolve a formação 1679

humana e a inclusão social dos jovens participantes. Vale ainda destacar o trabalho 1680

desenvolvido pelas oficinas pedagógicas que contribuem no processo ensino-aprendizagem 1681

escolar desses educandos. 1682

A seguir a descrição dos objetivos e proposta de trabalho da Oficina Escola para o período 1683

de 2009-2010: 1684

• Oferecer aos adolescentes em situação de risco: 1685

a) atividades ocupacionais de marcenaria, carpintaria, serralheria, informática, trabalhos 1686

manuais (brinquedos pedagógicos, apagadores, porta-canetas, etc.) aproveitando resto de 1687

material; 1688

b) atividades educacionais em forma de oficinas, palestras, filmes, excursões, horticultura e 1689

outros; 1690

c) atividades de lazer e cultura (esporte, artes visuais, música, dança, teatro) visando 1691

melhoria da auto-estima, socialização e reintegração à sociedade enquanto evidenciado em 1692

medidas subjetivas e objetivas. 1693

d) inserção no mercado de trabalho 1694

• Acompanhar os aprendizes junto às escolas que freqüentam obtendo dados 1695

sobre o seu progresso e proporcionando a devida intervenção, visando o avanço 1696

dos mesmos. 1697

73

• Proporcionar aos servidores ambiente energizante a partir do sentimento de 1698

apropriação do trabalho, solucionando problemas e conflitos de forma coletiva. 1699

• Capacitar 100% do quadro de servidores no que diz respeito ao crescimento do 1700

ser humano e uso da tecnologia moderna. 1701

• Fabricar e recuperar móveis e materiais escolares com segurança, rapidez, 1702

perfeição e economia atendendo às necessidades educacionais; 1703

• Oferecer aos estabelecimentos de ensino municipais e conveniados, móveis e 1704

materiais de qualidade. 1705

• Facilitar o acesso dos aprendizes e funcionários aos serviços de saúde, da 1706

informação, do conhecimento e da economia. 1707

• Estender a oferta da produção aos setores necessitados. 1708

• O princípio do trabalho desenvolvido pela Oficina Escola é ser uma referência de 1709

qualidade, atendimento e economia, um lugar em que o adolescente goste e se 1710

orgulhe de estar, onde os princípios do amor, da honestidade e da paz fiquem no 1711

centro das ações e que promova a transformação daqueles que lá convivem em 1712

pessoas mais confiantes, responsáveis, dignas, que valorizem a vida, enfim 1713

cidadãos que contribuam na melhoria da sociedade. 1714

Nessa perspectiva, ao final de 2010, a Oficina Escola tem como meta: 1715

• acolher 350 aprendizes; 1716

• criar 30 oficinas de ocupação-aprendizagem; 1717

• reformar 10.000 peças de móveis escolares; 1718

• fabricar 20.000 peças de móveis escolares; 1719

• construir 04 galpões; 1720

• construir uma praça na entrada da Oficina Escola; 1721

• comprar 20 máquinas novas para marcenaria, serralheria e outras oficinas; 1722

• construir uma nova Oficina Escola. 1723

Em síntese, o Programa Oficina Escola se integra a outras políticas públicas de inclusão 1724

sócio cultural dos educandos matriculados no Ensino Fundamental das escolas municipais. 1725

74

5)- PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO À LEITURA 1726

Programa de Incentivo à Leitura na Rede Municipal de Betim 1727

O Programa de Incentivo à Leitura é uma iniciativa da atual gestão do Governo Municipal, 1728

através da SEMED e a Biblioteca do Educador, que tem como propósito contribuir com 1729

criação de uma política de leitura para o município, especialmente no que se refere à 1730

promoção de atividades de formação de leitores nas escolas, bibliotecas e demais espaços 1731

públicos. Pretende também, possibilitar a todos os estudantes da rede o acesso às mais 1732

variadas obras literárias. 1733

Um dos desafios apresentados é criar condições para não limitar esse programa a ações 1734

pontuais e esporádicas, mas promover uma grande mobilização municipal em favor da 1735

leitura, fazendo com que as bibliotecas escolares, praças, parques e outros espaços da 1736

cidade se tornem um espaço que acolha as práticas leitoras. O maior objetivo é consolidar 1737

um calendário de caráter permanente que possibilite construir a cada momento uma cidade 1738

leitora. 1739

Esse Programa está constituído a partir de alguns fundamentos a seguir explicitados: 1740

1º - Cumprimento de um preceito legal previsto pela Lei Federal 10.753/0326 que estabelece 1741

a Política Nacional do Livro, que prevê em seu artigo 13: 1742

“ Cabe ao Poder Executivo criar e executar projetos de acesso ao livro e incentivo à leitura, 1743

ampliar os já existentes e implementar, isoladamente ou em parcerias públicas ou privadas, 1744

as seguintes ações em âmbito nacional: 1745

I - criar parcerias, públicas ou privadas, para o desenvolvimento de programas de incentivo 1746

à leitura, com a participação de entidades públicas e privadas... “ 1747

Destacamos a também algumas das doze diretrizes apresentadas pela lei: 1748

I - assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de acesso e uso do livro; 1749

II - o livro é o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do 1750

conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio 1751

nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de 1752

vida; 1753

V - promover e incentivar o hábito da leitura; 1754

26 Lei Federal criada em 30 de outubro 2003.

75

IX - capacitar a população para o uso do livro como fator fundamental para seu 1755

progresso econômico, político, social e promover a justa distribuição do saber e da renda; 1756

XI - propiciar aos autores, editores, distribuidores e livreiros as condições 1757

necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei; 1758

XII - assegurar às pessoas com deficiência visual o acesso à leitura. 1759

E, sobretudo, essa lei resolve um grande problema que os municípios e escolas 1760

enfrentavam na comprar de livros para seus eduandos e acervos, uma vez que no seu artigo 1761

18 passa a considerar o livro como bem consumível. 1762

“ Art. 18. Com a finalidade de controlar os bens patrimoniais das bibliotecas públicas, o livro 1763

não é considerado material permanente.” 1764

2º - Considerando essa lei, o Programa Municipal de Incentivo à Leitura de Betim segue 1765

uma diretriz nacional apresentada pelo PNLL27

. 1766

Essa Política de Estado traduz-se em amplos programas do governo, com coordenações 1767

interministeriais, devidamente articuladas com Estados, Municípios, empresas e instituições 1768

do Terceiro Setor, para alcançar sinergia, objetividade e resultados de fôlego quanto às 1769

metas que venham a ser estabelecidas. Quatro eixos principais orientam a organização do 1770

Plano: 1771

• Democratização do acesso 1772

• Fomento à leitura e à formação de mediadores 1773

• Valorização do livro e comunicação 1774

• Desenvolvimento da Economia do Livro 1775

Sendo assim, o PNLL é um conjunto de projetos, programas, atividades e eventos na área 1776

do livro, leitura, literatura e bibliotecas em desenvolvimento no país, empreendidos pelo 1777

Estado (em âmbito federal, estadual e municipal) e pela sociedade. A prioridade do PNLL é 1778

transformar a qualidade da capacidade leitora do Brasil e trazer a leitura para o dia-a-dia dos 1779

brasileiros. 1780

Em parceria com Planos como esse entre outros fomentados pelo governo federal28

e 1781

Programas já implementado nos municípios vizinhos como Contagem e Belo Horizonte, 1782

27 O Plano Nacional do Livro e Leitura – é um Programa do Governo federal, implementado através dos Ministérios da Educação e da Cultura e regulamentado em pela lei 10.753/03 e pela Portaria Interministerial n. 1442 de 10/08/2006, garantindo a estrutura e o marco legal para a primeira fase do processo. 28 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o PNBE (Programa Nacional da Biblioteca Escolar), o fórum da Câmara Setorial do

Livro, Literatura e Leitura, o Projeto Fome de Livro (iniciativa do MEC/ Biblioteca Nacional), o PNLEM (Programa Nacional do Livro no Ensino Médio), o Programa de Formação do Aluno e do Professor Leitor e o Vivaleitura – Ano Ibero-americano da Leitura (2005), imenso programa desenvolvido pelo MinC, MEC organismos internacionais e entidades da sociedade. Merece especial ênfase, também, a contribuição oferecida pelo Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER).

76

Betim pretende efetivar sua política municipal de incentivo à leitura. 1783

3º - Em 2001 foi realizada uma pesquisa em nível nacional intitulada Pesquisa Retratos da 1784

Leitura no Brasil29

, que apresenta dados significativos para subsidiar o Programa aqui 1785

explicitado: 1786

• Um aspecto capital apontado pela pesquisa é o de que o brasileiro lê em média 1787

1,8 livro por ano, índice muito baixo, se comparado ao de países como a França 1788

(7,0), os Estados Unidos (5,1), a Inglaterra (4,9) ou a Colômbia (2,4). E esse 1789

índice se revela ainda mais crítico quando a pesquisa demonstra que a 1790

penetração do livro no país e o acesso a esse objeto cultural são ainda bastante 1791

restritos, concentrando-se o mercado comprador de livros nas mãos de 20% da 1792

população alfabetizada com 14 anos ou mais, na Região Sudeste, nas grandes 1793

cidades e metrópoles, nos estratos de renda mais elevada (classe A) e com 1794

instrução superior. 1795

• As dificuldades de leitura declaradas configuram um quadro de má formação das 1796

habilidades necessárias à leitura, o que pode decorrer da fragilidade do processo 1797

educacional: lêem muito devagar: 17%, não compreendem o que lêem: 7%, não 1798

têm paciência para ler: 11%, não têm concentração: 7%. Todos esses problemas 1799

dizem respeito a habilidades que são formadas no processo educacional. Esses 1800

dados somam 42% do universo pesquisado. 1801

• Na pergunta sobre quem mais influenciou o entrevistado no seu gosto pela 1802

leitura, a resposta “ninguém” vem sendo cada vez menos acionada pelos mais 1803

jovens: de 34% entre os mais velhos, a opção vai crescendo até os mais novos, 1804

para os quais ela chega a apenas 5%.Pelo menos na memória dos entrevistados, 1805

os professores atualmente lêem mais para seus alunos – o que é uma espécie de 1806

“dica”. 1807

4º - Considerando a realidade de Betim, constatamos que os acervos atuais das bibliotecas 1808

escolares da rede municipal, apresentam uma situação bastante desfavorável ao que 1809

orienta a UNESCO para composição dos acervos, principalmente no que diz respeito à 1810

Literatura: 1811

- Livros de literatura infantil e juvenil – 40% 1812

- Livros de literatura adulta – 30% 1813

- Livros informativos gerais e especializados – 25% 1814

- Obras de referência – 5% 1815 29 A pesquisa “Retrato da leitura no Brasil”,

com suas limitações foi a maior investigação já feita no Brasil sobre leitura fora de uma perspectiva prioritariamente “escolar” (com leitores com idade igual ou superior a 14 anos e o mínimo de três anos de escolaridade), realizada em 2001 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e Associação Brasileira dos Editores de Livros (Abrelivros), em que tópicos significativos sobre a situação da leitura no país são enfatizados.

77

5º - Além disso, os últimos resultados das avaliações sistêmicas PROALFA 200930

aplicadas 1816

nos educandos da rede municipal de Betim, apontam ainda bastante dificuldade dos 1817

mesmos no que diz respeito à habilidade de leitura ( ver gráficos a seguir). Para as escolas 1818

que apresentam melhores resultados, sobressai como algumas características comuns: a 1819

regularidade das práticas de leitura, do estímulo às atividades de criação de textos, da 1820

valorização das experiências e saberes de seus alunos e das comunidades em que estão 1821

inseridas. A leitura e a escrita têm, nessas escolas, o caráter de uma atividade cotidiana, 1822

que vai além da função didática. 1823

Sendo assim esse Programa tem também como premissa básica subsidiar e 1824

fomentar trabalhos dessa natureza. 1825

1826

1827

1828

1829

1830

BAIXO

ATÉ 450 Alunos que leem apenas palavras

INTERMEDIÁRIO 450-500 Os alunos lêem frases e pequenos

textos.

RECOMENDADO ACIMA DE 500

Os alunos lêem frases e pequenos textos e começam a desenvolver habilidades de identificação do

gênero, do assunto e da finalidade de textos. Trata-se de habilidades ainda

não consolidadas, mas inidicadas. Fonte: SEE-MG SIMAVE/PROALFA 2009 1831 Tratamento de dados: SEMED por Prof. Hamilton Viana 1832

30 Os dados referentes a essa avaliação estão disponíveis no Eixo 5.10.

78

1833 Intervalo Faixa

<200 FX1 200 a 250 FX2 250 a 300 FX3 300 a 350 FX4 350 a 400 FX5 400 a 450 FX6 450 a 500 FX7 500 a 550 FX8 550 a 600 FX9 600 a 650 FX10 650 a 700 FX11

>700 FX12 Fonte: SEE-MG SIMAVE/PROALFA 2009 1834 Tratamento de dados: SEMED por Prof. Hamilton Viana 1835

1836

Implantação do Programa 1837

Histórico – 2009 1838

• Constituição de uma comissão (Biblioteca do Educador, SEMED, Biblioteca 1839

Pública Municipal) que deu início às discussões e planejamento das diretrizes 1840

para a implantação do programa; 1841

• Apresentação e discussão do Programa de Incentivo à Leitura na Conferência 1842

Municipal de Cultura; 1843

• Realização do Seminário para formação de técnicos de biblioteca e mediadores 1844

de leitura (agosto a outubro/2009) 1845

• Comissão para avaliar e selecionar os livros do Kit Literário étnico-racial. 1846

Tendo em vista todos os fundamentos até aqui explicitados a SEMED apresenta as 1847

ações propostas para implementação do Programa Municipal de Incentivo à Leitura, 1848

constituído a partir de três eixos: 1849

I – Acesso à Leitura 1850

Adquirir livros para o acervo das escolas e para os educandos da rede municipal para 1851

fomentar as ações de incentivo à leitura. 1852

A – Aquisição de um Kit Literário com a temática étnico-racial, para entregar às escolas em 1853

agosto-2009, juntamente com a realização do 3º Seminário Internacional Educação para a 1854

Igualdade Étnicorracial , dando continuidade a iniciativa da Escola Municipal Lúcia Farage. 1855

79

Propomos a realização desse evento com a parceria efetiva da SEMED e Coordenadoria de 1856

Igualdade Racial. 1857

B – Aquisição do Kit de Literatura para os educandos da rede municipal. Já foi constituída 1858

comissão, composta por representantes de professores, pedagogos e técnicos que farão a 1859

análise dos livros fornecidos pelas editoras para seleção das publicações que comporão o 1860

kit a ser entregue aos alunos, com previsão de início de primeira entrega no 2º semestre 1861

2010. 1862

II – Formação de sujeitos leitores 1863

• Realização de cursos de formação, oficinas, seminários envolvendo todos os 1864

profissionais que poderão atuar como mediadores de leituras: professores, 1865

pedagogos, monitores do Programa Escola da Gente – Educação , educadores 1866

da Educação Infantil e profissionais da biblioteca . 1867

III – Práticas Leitoras 1868

Propostas de ações: 1869

• Circuito Literário – Atividades diversas levadas às escolas pelas editoras 1870

fornecedoras dos livros. Cada escola receberá pelo menos uma intervenção 1871

cultural (oficina, bate-papo, teatro, contação, etc). 1872

• Mostra Betim Literária – É um evento em que todas as escolas e comunidades 1873

serão convidadas a participar. Nele serão desenvolvidas diversas práticas 1874

leitoras: oficinas, bate-papo com autores, contação de histórias, lançamento de 1875

livros e revistas, café literário, exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos 1876

educadores nas escolas, feira de livros. 1877

• Prêmio Betim Literária - Tem como objetivo destacar projetos de leitura 1878

desenvolvidos nas Escolas da Rede, bem como incentivar a produção de 1879

trabalhos, que fomentem a formação de sujeitos leitores nas escolas. Os 10 1880

trabalhos vencedores serão premiados com a publicação do trabalho na revista e 1881

uma viagem Cultural a São Paulo. 1882

• Revista Betim literária – Criação de uma publicação do Município com o objetivo 1883

de divulgar trabalhos de leitura e escrita, desenvolvidos pelos estudantes e 1884

educadores da rede. 1885

• Livro dos educandos - Publicação de um livro com a coletânea das melhores 1886

histórias produzidas pelos educandos da rede municipal. 1887

80

6)- PROJOVEM URBANO 1888

O Projovem Urbano é um programa nacional de inclusão de jovens, idealizado pelo Governo 1889

Federal, que tem por finalidade elevar o grau de escolaridade de jovens com idade entre 18 1890

e 29 anos, visando ao desenvolvimento humano e ao exercício pleno da cidadania, por meio 1891

da conclusão do Ensino Fundamental, da qualificação profissional e do envolvimento em 1892

experiências da participação cidadã. 1893

O Projovem Urbano é resultado das parcerias entre o Governo Federal, a Secretaria 1894

Nacional da Juventude e os Ministérios da Educação, do Trabalho e Emprego, do 1895

Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 1896

Para participar, o jovem deve saber ler e escrever, não ter concluído o Ensino Fundamental 1897

e pode estar inserido no mercado de trabalho. Como incentivo, o jovem que adere ao 1898

Programa recebe uma bolsa no valor de R$ 100,00 (cem reais) mensais. 1899

Em Betim são oferecidos três cursos de formação profissional inicial – os chamados Arcos 1900

Ocupacionais. São eles: 1901

1. Administração: 1902

• Arquivador 1903

• Almoxarife 1904

• Contínuo (Office-boy e Office-girl) 1905

• Auxiliar Administrativo 1906

2. Construção e Reparos II: 1907

• Eletricista de Instalação (Edifícios) 1908

• Trabalhador em manutenção de Edificações 1909

• Instalador – Reparador de linhas e aparelhos de Telecomunicações 1910

• Instalador de Sistemas Eletrônicos de Segurança 1911

3. Telemática: 1912

• Operador de microcomputador 1913

• Helpdesk 1914

• Telemarketing (vendas) 1915

• Assistente de Vendas (informática e celulares) 1916

A meta proposta pela Coordenação Nacional ao município de Betim é atender a 3.600 (três 1917

mil e seiscentos) jovens (um mil e seiscentos em 2009 e dois mil em 2010), segundo 1918

81

pesquisa realizada31

, em Betim há atualmente 24 mil jovens com perfil para o programa, o 1919

que sinaliza para um grau elevado de vulnerabilidade social e financeira. 1920

O Governo Federal em parceria com a atual administração municipal, implementou o 1921

ProJovem Urbano em 1° de julho de 2.009, com duração de 19 meses e uma carga horária 1922

de 2.000 horas: 1.560 horas presenciais e 440 horas não presenciais. 1923

Atualmente, a estrutura do ProJovem Urbano concentra-se em 5 núcleos distribuídos em 10 1924

escolas ( 9 da Rede Municipal e 1 da Rede Estadual de Ensino), nas 8 Regionais 1925

Administrativas, sendo monitorada por uma Coordenação Local e pelo Comitê Gestor que é 1926

composto pela Secretaria de Governo – Coordenadoria Municipal de Juventude, Secretaria 1927

Municipal de Educação, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Esportes, 1928

FUNARBE e Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho. 1929

Os frutos dessa parceria já são colhidos por muitos dos jovens atendidos pelo Programa, 1930

pois estão sendo inseridos no mercado de trabalho, numa ação cooperadora da COMAU, da 1931

PUC/Betim, do SINE/Betim e SENAI, PRONASCI, DENSO, ACIABE, da Secretaria 1932

Municipal de Meio Ambiente, entre outros parceiros. 1933

Outras ações e atividades são desenvolvidas em todo o município a fim de garantir a 1934

inserção social desses jovens: 1935

• Transporte escolar para os que necessitam, facilitando o acesso às escolas que 1936

atendem ao Programa; 1937

• Realização de trabalhos de campo, como a participação em eventos por toda a 1938

cidade; 1939

• Excursões pela cidade (tour), a museus, cidades históricas, etc.; 1940

• Cursos proporcionados pelo SINE/Betim, PUC/Betim e SENAI; 1941

• Estagiárias para acompanhar os filhos dos matriculados no ProJovem, enquanto 1942

os pais e mães estão em sala de aula; 1943

• A Semana Cultural do ProJovem; 1944

• A participação na I Mostra Cultural do Projovem Urbano em Brasília; 1945

• O I Festival de Esporte, Lazer e Cultura – abril/2010; 1946

• I Conferência de Qualificação Profissional – Fala Jovem, em 13/03/10; 1947

• Encaminhamento para vagas de emprego em Serviços Gerais. 1948

Por tudo o que foi realizado neste primeiro ano do Programa, Betim foi premiada com mais 1949

uma entrada, isto é, a chance para mil jovens vencerem e mudarem o rumo de suas vidas. 1950 31 A pesquisa foi realizada pela UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora;

82

Avaliação do Grupo de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Ensino Fundamental

Parecer da SEMED – 2010 Ações propostas para a consolidação da meta

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Proposta de acréscimo

1. Universalizar o atendimento de toda a demanda do ensino fundamental na faixa etária entre 6 e 14 anos, no prazo de dois anos a partir da data de aprovação deste plano, garantindo o acesso e a permanência de todas as crianças na escola.

A ampliação de escolas E.M. José Salustiano Lara em (2009); E.M. Sebastião Ferreira em (2010). Os anexos E.M. Alice Pinheiro, E.M. Rita Maria e E.M. Waldemar d’Luz (2009). A construção de novas unidades: E.M. João Batista no bairro Dom Bosco (2010) e as escolas do Conjunto Celso Pedrosa, do Parque das Indústria e Alterosa 2ª Seção (2010) que favorecem o atendimento às demandas. Para os alunos que não conseguem vagas próximo às suas residências, a SEMED oferece passe escolar e ou transporte escolar.

Há projetos de construção de novas unidades em andamento para atender demanda reprimida.

2. Regularizar o fluxo escolar reduzindo para menos de 10%, em cinco anos, e para menos de 5%, em 10 anos, as taxas de repetência e evasão, garantindo efetiva aprendizagem e oferecendo um tempo maior a todos os alunos que necessitarem.

Há um programa de Correção de Fluxo na Alfabetização – em parceria com o MEC-GEEMPA em execução desde novembro de 2009.

Ampliar o programa de Correção de Fluxo de Alfabetização para outros ciclos. O Programa Escola da Gente – Educação Integral implantado em 20 escolas (até o final de 2010, 30 escolas serão contempladas). A SEMED tem atendido aos projetos das escolas que visam regularizar este fluxo.

3. Dar continuidade à implementação de 9 anos de escolaridade para o Ensino Fundamental.

O município já atendeu o que está previsto na Lei Federal N⁰ 11274/06 que regulamenta o Ensino Fundamental de 9 anos obrigatório.

Problemas pontuais para atendimento a demanda estão sendo corrigidos durante o ano de 2010 e 2011.

4. Adequar todas as instituições escolares de Ensino Fundamental aos padrões mínimos de infra-estrutura definidos no diagnóstico, em cinco anos.

5. Garantir espaço físico adequado oferecendo ao educando e educador a possibilidade de ensino e aprendizagem, construindo novos prédios para todas as escolas que necessitarem, após avaliação de prioridades, respeitando-se o espaço da unidade escolar.

Ainda não atingimos a adequação em todas as unidades escolares o que se espera até o período determinado pela meta. .

Através do PAR (PDE –Escola) 19 unidades escolares tiveram acesso a verbas(2009) para investir de acordo com suas necessidades. Continuidade das obras previstas.

83

6. Garantir a construção de laboratórios de pesquisa que atendam a todas as áreas do conhecimento, biblioteca e seus acervos, auditório, teatro de arena, sala de vídeo e som, sala de informática, quadras cobertas com vestiários e arquibancada, espaço para planejamento de projetos, espaço para desenvolver, ludicamente, atividades relacionadas à ecologia e ao meio ambiente (jardim, horta), brinquedoteca, área de lazer, salas para turmas flexíveis, play ground, duplicação de quadras cobertas com sistema de captação de água para utilização na escola, ventiladores de teto e torneira térmica, armários para mochilas e material de educação física, de acordo com o Projeto Político Pedagógico de cada unidade escolar.

7. Oferecer sala de estudo e sala multimeios para professores.

A construção de novas unidades escolares ( a partir de 2011) contemplará esta demanda. Nas unidades já construídas cujos espaços estão sendo utilizados para atender demanda reprimida, à medida em que se amplia o número de vagas nas mesmas libera-se espaço para as adaptações possíveis. As unidades podem apresentar projetos de readequação do espaço através de recursos próprios; É disponibilizado aos educadores espaços destinados a estudo e acesso à recursos multimeios por intermédio da Biblioteca do Educador e do NTE.

Através do PAR, as unidades escolares receberão salas multimeio, laboratórios de Informática, entre outros elementos da estrutura. Através do PNLD e PNLL, as escolas receberam e receberão livros de literatura. Implantaremos o Programa Municipal de Incentivo à Leitura em 2010 que, além de investir na formação de leitores, possibilitará também ampliação do acervo. Ampliação do espaço da Biblioteca do Educador, com mobiliário adequado para melhor acomodação dos usuários.

8. Garantir, em um ano, espaço adequado com chuveiros, vestiários e armários para Agentes de Serviço Escolar.

9. Garantir que todas as escolas tenham refeitórios adequados à demanda de alunos.

Nas unidades escolares mais antigas as adaptações são feitas a partir do espaço disponível nos projetos de reforma das mesmas.

Este espaço está garantido nos projetos de construção das novas unidades escolares, como a E.M. João Batista Brito.

10. Adequar o espaço físico das escolas, para atendimento aos alunos portadores de necessidades especiais.

Em algumas escolas de construções mais antigas, ainda há a necessidade de reformas para garantir a acessibilidade de todos.

Desde 2003 as novas construções já garantem a acessibilidade. Sugerimos alteração do texto da meta para ratificação do termo “portadores” por “pessoas com deficiência”

11. Criar e/ou melhorar a prestação de serviços de manutenção nas escolas, com visitas às unidades escolares e constatação das necessidades reais.

A equipe de reforma e manutenção da SEMED busca atender as demandas apresentadas. Em 2009 foi contratada a empresa (PLENAR) pela PMB para prestar serviços de reformas para as unidades.

Ampliar a equipe de manutenção/SEMED para estabelecimento de um acompanhamento constante que atenda com maior eficácia as necessidades apontadas pelas unidades escolares.

12. Disponibilizar, através da SEMED, recursos financeiros necessários ao bom desempenho pedagógico: fotocopiadora, retroprojetor, lâminas, fitas de vídeos e TV, computadores conectados à INTERNET, materiais de educação física, televisores, vídeos, antena parabólica, decodificador para dar acesso à transmissão da TV escola, microsystem, fax, assinatura de revistas e jornais, material básico para o aluno carente (caderno, lápis, borracha, régua...) papel ofício, acervo literário atualizado, estêncil, material de apoio

As unidades escolares recebem verbas do Caixa Escolar Unificado para despesas específicas e do FNDE/PDDE para a aquisição de bens permanentes. A SEMED também disponibiliza equipamentos (móveis, eletroeletrônicos, etc.) necessários ao bom funcionamento das unidades escolares. Em 19 unidades escolares onde foi implementado o PDE-Escola, foi disponibilizado verba federal para aquisição de bens de acordo com o plano de ação das

Até o final de 2010, todas as unidades escolares urbanas terão acesso a INTERNET, banda larga de 1 Mb ou a melhor oferecida, através do Programa Banda Larga na Escola, em parceria com o MEC. O Programa de Incentivo à Leitura prevê a ampliação e atualização do acervo literário das escolas. Os alunos receberão kits de material escolar.

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que possibilite a formação do profissional de acordo com projeto desenvolvido pela escola, dando autonomia completa para a mesma.

mesmas. As escolas rurais ainda enfrentam dificuldades em relação à comunicação: telefone, internet, o que deve ser corrigido nos próximos anos; Através da Biblioteca do Educador as unidades escolares recebem periódicos (revistas educacionais e jornais).

13. Implantar e/ou renovar o contrato de manutenção do alarme eletrônico em todas as escolas.

Está em fase de contratação uma empresa para retomar a prestação de serviços de segurança eletrônica.

14. Somente autorizar a construção e funcionamento de escolas que atendam aos requisitos de infra-estrutura definidos.

O setor de escrituração escolar da SEMED através da SEE/MG vem efetivando essa meta tendo como referência preceitos legais. A partir da criação do Sistema Municipal de Educação esta tarefa será remetida para SEMED/ Conselho Municipal de Educação.

Solicitamos a revisão do texto da meta no sentido de que só se autoriza e se credencia o funcionamento de uma unidade depois de construída.

15. Assegurar condições para o desenvolvimento integral do educando, em suas múltiplas dimensões, propiciando atendimentos diversificados que garantam a efetiva aprendizagem.

O Programa Escola da Gente – Educação Integral, Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização e outras ações da SEMED, buscam assegurar o desenvolvimento integral dos educandos, bem como os diversos programas e projetos desenvolvidos pelas escolas em parceria com o poder público, empresas e ONG’s.

16. Manter e ampliar o alcance dos programas de renda mínima e apoio à educação para estudantes com comprovada necessidade.

Os programas foram mantidos e têm passado por efetivo controle social, sendo que em 2009 o município enviou a freqüência de 26250 educandos atendidos pelo programa Bolsa Família.

17. Assegurar que a carga horária semanal dos cursos diurnos compreenda, pelo menos, 20 horas semanais de efetivo trabalho escolar.

A SEMED e os Colegiados Escolares têm se comprometido com o previsto na Lei Federal 9394/96 Art. 24, Inciso I e Art.34; Lei Municipal № 2701/95 – Estatuto Municipal de Educação.

18. Garantir, a partir da aprovação do Plano Decenal, 25% da carga horária do professor para estudo, planejamento e avaliação da prática pedagógica.

A partir da Portaria SEMED № 01 de 2010, todos os professores têm 20% da Carga Horária, destinada à Horas de Atividades.

19. Ampliar, progressivamente a jornada de aprendizagens dos educandos, instituindo a escola de tempo integral com prioridade para regiões onde não houver programas sociais.

O Programa Escola da Gente – Educação Integral, foi implementado em 2009 em 11 escolas em parceria com o Programa Mais Educação (escolas que apresentaram segundo o MEC, situação de vulnerabilidade). Até o final de 2010 outras 20 unidades escolares serão contempladas.

A SEMED, até 2012 terá implantado o Programa Escola da Gente – Educação Integral em todas as escolas da rede municipal.

20. Criar 10 Centros de Apoio à Juventude regionalizados em quatro anos.

A prefeitura estará realizando em 2010 a Conferência Municipal de Juventude que deverá apontar caminhos de forma intersetorial e articulada com a sociedade civil na consolidação dos direitos da juventude.

85

Está em discussão a criação do Conselho Municipal de Políticas de Juventude.

21. Implementar, em dois anos, um programa de monitoramento municipal que utilize os princípios e métodos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica e do sistema de avaliação do Estado, tendo como referência a Proposta Político-pedagógica da Rede Municipal de Betim.

Em 2009, as escolas municipais passaram a participar do Processo de Avaliações Sistêmicas do SAEB (Nacional) e SIMAVE (Estadual) de forma regular.

A SEMED já estuda, a partir da implementação da Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim, a implantação do Betim Avalia – um Sistema Municipal de Avaliação Diagnóstica.

22. Mapear, por meio de censo educacional, as crianças fora da escola, por bairro ou distrito de residência e/ou locais de trabalho dos pais, visando localizar a demanda e universalizar a oferta de ensino obrigatório.

Esta meta depende da efetiva notificação de casos pelos gestores das instituições (educação, saúde e assistência social) junto a Promotoria Pública, Conselhos Tutelares e da SEMED para criação de um banco de dados em rede.

23. A SEMED deve fortalecer a rede de parcerias com instituições governamentais e não-governamentais para o combate ao trabalho infantil.

A implantação e implementação do PAIR no município, a Criação da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil – CERESTI ambos organizados de forma intersetorial, o PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil/SEMAS, a reativação dos Fóruns Intersetoriais, a interface com o CRAS, CREAS, SEMAS, CMDCA são iniciativas que buscam fortalecer a rede de proteção das crianças e adolescentes do município.

O IBGE/Governo Federal realizará o maior CENSO Demográfico da história do Brasil em 2010/2011, possibilitando dados mais qualificados dessa situação. A implantação do Programa PAIR em parceria com a UFMG e Subsecretaria de Direitos Humanos e dos Protocolos de Assistência as Crianças e Adolescentes em Situação de Violência Sexual e de Atendimento ao Fluxo de Alunos em Situação de Infrequencia e de Indisciplina (Projeto Jandira/MP) são ações que se apresentam como políticas públicas para a intervenção do município.

24. Tratar a educação ambiental como tema transversal, desenvolvendo-a como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em conformidade com a Lei Federal nº 9.795-99.

Cabe as unidades escolares cumprir o que está previsto nessa legislação.

A SEMED apóia todas as iniciativas encaminhadas para subsidiar essa temática.

25. Fomentar e promover a democratização da gestão educacional no município, através da manutenção de instâncias participativas tais como colegiados, congressos, grêmios e eleições.

Em 2010 foi criada na SEMED a Equipe de Democratização com o principal objetivo de consolidar o Programa de Democratização da Gestão Escolar.

Ver ações propostas no Programa de Democratização da Gestão Escolar no Eixo Gestão e Financiamento da Educação.

26. Fomentar a criação de grêmios estudantis em todas as escolas, oferecendo suporte técnico e de formação aos seus integrantes, tanto por parte da unidade escolar quanto dos demais órgãos públicos, visto que os mesmos não têm fins lucrativos.

Foi constituída uma equipe dentro da Divisão Pedagógica da SEMED – Equipe de Democratização que terá, entre outras demandas, a de fomentar essas iniciativas nas escolas.

Ver ações propostas no Programa de Democratização da Gestão Escolar no eixo Gestão e Financiamento da Educação. Estabelecer parceria com as entidades estudantis para fomentar iniciativas dessa natureza.

27. Investir maciçamente na formação continuada e em serviço dos profissionais, proporcionando espaço para debates e troca de experiências, aperfeiçoamento da prática, desenvolvimento das capacidades teórica e crítico-reflexiva, da auto-estima e do desempenho profissional, dando autonomia às escolas para o custeio da formação.

São realizados encontros de diretores, pedagogos, professores, técnicos de biblioteca e de secretaria para formação. Ver o Eixo de Formação dos Profissionais do Magistério.

O Programa Conversa de Educadores iniciado em 2009, Cinema Comentado, com reflexões voltadas para a educação, Troca de Experiências dos Mediadores de Leitura, Curso para os professores novatos na rede, Participação nas Olimpíadas de Matemática e de Língua Portuguesa, foram algumas das iniciativas da SEMED neste sentido.

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28. Em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais, continuar a implementação da proposta pedagógica, valorizando um paradigma curricular que possibilite a interdisciplinaridade, novas perspectivas no desenvolvimento de habilidades e o resgate da totalidade do sujeito.

Os movimentos de construção da Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim para o Ensino Fundamental têm focado a interdisciplinaridade. A formulação de competências integradoras no Referencial Curricular ilustra isso. Compete a cada escola priorizar em seu P.P.P. o trabalho nesta perspectiva.

29. Garantir formação continuada, gradativamente, a todos os profissionais da rede municipal, para atendimento ao aluno portador de necessidades educativas especiais.

O CRAEI desenvolve um Programa de Formação Continuada. Em 2009 profissionais da educação participaram desta formação, no contra turno e por adesão. Ver Eixo Educação Especial.

Valorização do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência.

30. Intensificar as discussões/reflexões relativas ao atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais, garantindo o ingresso do educando, sua permanência e diferentes estratégias pedagógicas, e possibilitando-lhe o acesso à herança cultural e ao conhecimento socialmente valorizado.

Este é o maior desafio da inclusão. Pensar uma proposta curricular que atenda a diversidade de necessidades educacionais para os educandos com deficiência e ou dificuldades de aprendizagem.

A SEMED, através do CRAEI e escolas discutirão a construção de um instrumento para monitorar o processo de desenvolvimento dos educandos com deficiência -- PDI – Plano de Desenvolvimento Individual que subsidiará o trabalho da escola e do CRAEI.

31. Elaborar através do Conselho Municipal de Educação, a partir do censo e cadastro escolar, uma estratégia para o atendimento da demanda da educação básica, por região e se necessário, solicitar a construção de novas escolas ao Governo Municipal, priorizando as Escolas Mª Mourici Granieri e do B. São Cristóvão.

Em fevereiro de 2010 teve início um Fórum de Debates entre o CME , Conselhos Tutelares e SEMED, através do setor de Escrituração Escolar, que realizará um mapeamento para diagnosticar a demanda de vagas da rede municipal a fim de indicar onde deverão ser priorizadas as futuras construções.

32. Formar turmas com, no máximo, 25 alunos no 1º e no 2° ciclo; 30 alunos no 3º ciclo e 35 alunos no 4º ciclo, garantindo-se nas turmas que houver alunos portadores de necessidades especiais redução do número de alunos de acordo com a avaliação da escola. De acordo com a proposta de Ciclo de Formação Humana, faz-se necessário investir para que, progressivamente, esse limite máximo de aluno por sala, seja reduzido para 1º Ciclo - 20 alunos; 2º Ciclo - 25 alunos e 3º e 4º Ciclos - 30 alunos.

A Constituição Federal de 88 e Lei Federal № 9394-96 que trata o Ensino Fundamental como obrigatório e Direito Público Subjetivo garante o acesso a todos sem restrições se sobrepondo a fixação de número máximo de alunos por turma, uma vez que todos têm direito à vaga.

A ampliação do número de escolas e ou de salas de aula, de modo a atender a necessidade de vagas para alunos nos locais onde há demanda reprimida, tem sido uma ação efetiva da SEMED. Além disso, em caráter emergencial, a SEMED através dos setores de Escrituração e Transporte Escolar tem remanejado alunos para as escolas onde há vagas disponíveis, buscando garantir o que prevê a Lei Municipal № 2.701. Ver Meta 1 desse Eixo.

33. Garantir que, durante o ano letivo, não haja fusão de turmas com número superior a 17 alunos, de acordo com avaliação do coletivo, em parceria com Regional e SEMED.

34. Integrar Secretaria Municipal de Educação – SEMED, Secretaria Municipal de Esporte – SEME e demais secretarias quanto aos jogos estudantis de Betim.

35. Promover maior envolvimento e garantir a participação das escolas nos Jogos

Em 2010 a SEMED retomará a discussão dos Jogos Estudantis estreitando a parceria com outras secretarias, em especial a SEME.

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Estudantis de Betim - JEB’s – e que a realização dos mesmos se dê nos finais de semana.

36. Garantir assistência igualitária às escolas da Rede Municipal de Betim.

37. Garantir, no mínimo uma viagem para cada grupo de 50 alunos, com empresa licitada e verba específica para transporte de aluno, viabilizando projetos elaborados pela escola, tais como, pesquisa de campo, esporte solidário, excursões culturais e de lazer, tendo todas as escolas atendimento igualitário e acesso à frota já existente.

38. Quanto ao transporte de alunos nos trabalhos de campo, ampliar a quilometragem cabível a cada escola, observando sua localização no território municipal.

De acordo com os projetos encaminhados pelas escolas a SEMED tem atendido as mesmas, em horário alternativo, com os ônibus que fazem a rota do transporte escolar. O Caixa Escolar Unificado autoriza a contratação deste serviço a partir de projetos enviados para a SEMED. No entanto a SEMED ainda não dispõe de número de ônibus suficiente para atender esta necessidade, uma vez que os ônibus disponíveis estão atendendo ao transporte escolar urbano e rural, pois as escolas construídas até então, não absorveram toda a demanda de vagas reprimida.

Existe o processo de compra de 10 ônibus para atendimento das instituições vinculadas a Secretaria de Educação.

39. Investir na aquisição de recursos compatíveis com o Ciclo, garantindo material didático-pedagógico para trabalhar com alunos que necessitem de atenção especial.

Em parceria com o MEC, 10 escolas receberam salas multimeios, com material pedagógico adequado para o desenvolvimento deste trabalho específico. Ver eixo de Educação Especial

40. Garantir o direito ao transporte gratuito, que está em lei, ao educando que resida a mais de 2 quilômetros da escola e que essa garantia esteja vinculada a indicação da escola e sindicância do poder público, respeitando-se o seu horário de funcionamento e número de alunos a serem atendidos.

A prioridade de atendimento do transporte escolar é a zona rural. Os alunos da área urbana devem ter vagas em escolas próximas às respectivas residências. Na impossibilidade de atendimento dessa prerrogativa é ofertado o vale-transporte que é fornecido a partir de critérios estabelecidos. O poder público para ofertar um serviço ele deve respeitar três princípios fundamentais:

• Impessoalidade; • Imparcialidade • Alteridade;

A SEMED ampliou o número de passe escolar para atender a demanda crescente, inclusive para os alunos do Ensino Médio e Profissionalizante, bem como tem oferecido transporte escolar para este fim.

41. Ampliar e permitir que a verba da Caixa Escolar seja utilizada para a compra de acervo para a biblioteca, anualmente, principalmente paradidáticos, sobre os temas gerais da educação e em todas as áreas do conhecimento, com autonomia de escolha da escola, garantindo o livro didático a todos os alunos.

No que diz respeito aos livros didáticos é de responsabilidade do PNLD/ MEC a oferta os livros aos educandos. É possível a compra de livros literários e paradidáticos utilizando as verbas do Caixa Escolar, respeitando a Lei Federal №10753 de 2003.

O Programa Municipal de Incentivo à leitura prevê a aquisição em 2010 de acervo literário para as bibliotecas escolares. Em agosto de 2010, as escolas municipais receberão KIT literário incluindo livros paradidáticos voltados para temática étnico racial; O MEC através do PNLD 2010, encaminhou para as escolas em 2010 acervo literário para as turmas de 6 e 7 anos; A Biblioteca do Educador é responsável pelo remanejamento dos livros didáticos visando atender a demanda das escolas.

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42. Intermediar, junto à FUNARBE (Fundação Artístico-Cultural de Betim), a abertura de bibliotecas públicas regionais no município, inclusive com atendimento nos finais de semana.

Existem 7 Centros Populares Culturais mais a Casa da Cultura , o Museu e a Biblioteca Pública.

43. Garantir às escolas de pequeno porte as mesmas condições de trabalho que são oferecidas às demais, como recursos humanos, financeiros e pedagógicos, proporcionais ao seu tamanho e localização.

44. Financiar projetos que visam ampliar o universo cultural dos alunos.

Em 2009 a PMB financiou a apresentação do Circo da China, com entrada gratuita para alunos das escolas municipais. O Programa Escola da Gente – Educação Integral vem firmando parcerias com Universidades, Museu Inhotim, Cinema, etc. visando ampliar oportunidades de acesso aos bens culturais. Existem várias possibilidades de parceria entre as unidades escolares e FUNARBE podendo ser acessadas a qualquer momento.

45. Criar banco de trocas de livros didáticos e outros materiais para evitar o acúmulo nas dependências de algumas escolas e escassez em outras.

A Biblioteca do Educador já oferece este serviço, através de levantamento de sobras e faltas dos livros didáticos entre as escolas municipais.

O remanejamento do livro didático só é permitido através do SISCORT (Sistema de Controle e Remanejamento e Reserva Técnica/FNDE). A Biblioteca do Educador faz a interface entre as escolas públicas e alguns municípios próximos a Betim.

46. Ampliar a carga horária do aluno, de acordo com suas necessidades, através de projetos pedagógicos, aprovados e avaliados com agilidade pela SEMED.

O Programa Escola da Gente – Educação Integral vem nesta perspectiva, ou seja, ampliar tempos, espaços e oportunidades para que os educandos desenvolvam suas potencialidades. O Programa de Correção de Fluxo da Alfabetização - GEEMPA, veio para suprir uma demanda da rede, realizado no contra turno escolar. Projetos enviados pelas escolas que apresentam, dentro da própria organização, possibilidades inovadoras para o atendimento aos alunos têm sido autorizados pela SEMED. Outras parcerias firmadas entre a SEMED e escolas com outros setores públicos, ONG’s, empresas entre outros, têm ampliado a carga horária dos alunos.

47. Eliminar o turno intermediário da Rede Municipal de Betim.

48. Garantir os três ciclos completos na mesma unidade escolar, gradativamente, onde

Dependendo do tamanho da escola não é possível esta proposição. Nestes casos os

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houver demanda. alunos são encaminhados para escolas mais próximas de suas residências onde são oferecidos os ciclos que necessitam para a continuidade dos estudos.

49. Promover na Rede Municipal de Betim com toda a comunidade escolar envolvida, a implementação da escola de tempo integral.

O Programa Escola da Gente – Educação Integral, foi implementado em 2009 em 11 escolas em parceria com o Programa Mais Educação (escolas que apresentaram segundo o MEC, situação de vulnerabilidade). Até o final de 2010 outras 20 unidades escolares serão contempladas.

50. Viabilizar abertura de elaboração de projetos para o atendimento aos educandos fora do seu turno de estudo, a partir da criação de espaço físico quando se fizer necessário.

51. Garantir e manter o espaço, além de uma ampla discussão, sobre a questão do currículo nos Ciclos de Formação Humana.

52. Legitimar, oficializar e garantir os princípios básicos do currículo nos Ciclos de Formação Humana e, agilizar a construção da Proposta Curricular da Rede, dando autonomia à escola para adequá-la à sua história, à história do aluno, ao seu desenvolvimento e à sua realidade social.

Em 2008 foi construído o documento -“Referencial Curricular Básico” (. pelos educadores da rede. Em 2009 a SEMED propôs um estudo sobre matriz de ensino para cada ano do ciclo. Iníciou-se os encontros para discutir a proposta de uma Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim com os pedagogos e professores de Português e História. Em 2010 já foram realizados encontros com representantes de professores de todas as disciplinas e dos ciclos iniciais. Neste sentido estabelecemos um fórum permanente de discussões sobre a temática.

53. Garantir profissionais habilitados em Artes, Educação Física, Língua Estrangeira (Inglês e Espanhol) e Educação Religiosa, de acordo com a regulamentação da Lei nº 15.434 de 05 de janeiro de 2005, e Decreto nº 44.138 de 26 de outubro de 2005, no atendimento ao educando em todos os anos dos ciclos.

A SEMED convocou em 2009 60 professores e em 2010 está prevista a nomeação de mais 66 concursados destas disciplinas para nomeação no sentido de atender a Portaria SEMED № 01 de 2010 que estabelece a matriz curricular para rede para os 3º e 4º ciclos.

A SEMED promoverá em 2010 novo concurso público para professores de acordo com a demanda, mas ainda não atenderemos a nomeação para um profissional da Educação Básica.

54. Garantir formação contínua sobre o currículo nos Ciclos de Formação Humana para profissionais e comunidade escolar, assegurando-se a carga horária do aluno.

Em 2009 a SEMED propôs um estudo sobre matriz de ensino para cada ano do ciclo. Iníciou-se os encontros para discutir a proposta de uma Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim com os pedagogos e professores de Português e História. Em 2010 já foram realizados encontros com representantes de professores de todas as disciplinas e dos ciclos iniciais. Neste sentido estabelecemos um fórum permanente de discussões sobre a temática.

55. Garantir recursos materiais e pedagógicos para implementação do currículo de cada

90

ciclo. 56. Reativar os Fóruns de Debates Permanentes

para capacitação de todos os profissionais das escolas, dentro da proposta de ciclos, avaliando o processo de Ciclo de Formação Humana, com presença de profissionais especializados.

Ver eixo de Formação de Profissionais do Magistério.

57. Garantir no calendário escolar momentos de avaliação do processo do Ciclo de Formação Humana com representatividade de toda a comunidade escolar (profissionais, pais e alunos).

A SEMED apresentou proposta de calendário letivo 2010 onde constavam 10 dias escolares para que as reuniões pedagógicas pudessem ser realizadas sem prejuízo dos 200 dias letivos previstos em lei para os alunos. Contudo não houve acordo e o número proposto passou a ser de 4 dias escolares.

58. Garantir autonomia às escolas para avaliarem o aluno, de acordo com o Projeto Político Pedagógico e a filosofia dos Ciclos de Formação Humana.

59. Garantir que a ficha de registro de avaliação do aluno seja construída pelo coletivo da escola, de forma a representar os níveis de seu avanço na aprendizagem.

Construção de dois instrumentos (boletim e RDA) para rede, em parceria com as escolas, que contemple a matriz de ensino proposta e que traduza para a comunidade escolar de forma clara e objetiva o desenvolvimento (avanços e desafios).

60. Agilizar a organização coletiva de um formulário-padrão para documentação da vida escolar do aluno, tendo por base os pontos em comum existentes nas fichas avaliativas elaboradas pelas unidades escolares, que o acompanhará no caso de transferência.

Foi realizado um levantamento para análise dos vários instrumentos de Registro do Desenvolvimento do Aluno utilizados na rede. A partir da definição da Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim, a SEMED propõe a discussão para elaboração deste instrumento, conhecido como RDA.

61. Respeitar e garantir a autonomia das unidades escolares nas decisões do Conselho Pedagógico da escola no que se refere ao processo ensino-aprendizagem.

A autonomia das escolas não deve ser confundida com independência. Somos regidos por legislação federal que orienta todo o trabalho de educação no país. As escolas são orientadas a realizar todo o processo de avaliação dos educandos com o acompanhamento dos pais e dos colegiados, facilitando dessa forma qualquer medida proposta para os educandos.

Sugere-se que o texto dessa meta seja submetido a análise do texto da meta 64, inclusive por considerá-la incoerente com a política municipal e legislação vigente.

62. Definir e garantir competências básicas para cada ciclo, respeitando-se os alunos que necessitam de tempo maior, com atendimento específico, dentro de um projeto com condições de infra-estrutura e recursos humanos, físicos e materiais, proporcionados pela SEMED.

Em 2008 foi construído o documento -“Referencial Curricular Básico” (. pelos educadores da rede. Em 2009 a SEMED propôs um estudo sobre matriz de ensino para cada ano do ciclo. Iníciou-se os encontros para discutir a proposta de uma Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim com os pedagogos e professores de Português e História. Em 2010 já foram realizados encontros com

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representantes de professores de todas as disciplinas e dos ciclos iniciais. Neste sentido estabelecemos um fórum permanente de discussões sobre a temática. O atendimento especifico está sendo autorizado pela SEMED de acordo com os projetos apresentados pela escola. Atendimentos específicos do CRAEI. Salas Multimeios Laboratórios de informática Materiais adquiridos via PDE

63. Sistematizar e garantir a avaliação contínua e formativa no ciclo com o objetivo de diagnosticar e replanejar o trabalho, a metodologia e as intervenções necessárias (projetos, atendimento extra turno ou outras), visando garantir as competências básicas de cada ciclo, levando-se em consideração a vida escolar individual do aluno.

As escolas realizam avaliações contínuas para diagnosticar as dificuldades dos alunos e redimensionar os planejamentos. A assessoria da Divisão Pedagógica da SEMED às escolas tem também a função de contribuir para o avanço da prática pedagógica nas mesmas. A adesão do município para a participação no processo de Avaliações Sistêmicas – Provinha Brasil, Pro Alfa é um recurso que contribuirá no diagnóstico para o replanejamento da ação pedagógica.

64. Melhorar as taxas de aprovação no ensino fundamental das redes públicas, que ainda apresentam resultados desfavoráveis nos finais de ciclos.

É preciso ter clareza de que todos os esforços, da SEMED e das escolas devem ser no sentido de que todos aprendam. A implementação do Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização; acompanhamento da aplicação da Provinha Brasil, Pró-alfa, Prova Brasil; PDE das 19 escolas; Escola da Gente; Projetos apresentados pelas escolas; Projetos institucionais.

O objetivo do trabalho da SEMED é a melhoria da qualidade do ensino no município. Toda e qualquer ação será voltada para a aprendizagem de todos.

65. Eliminar o abandono escolar. A implantação e implementação do PAIR no município, a Criação da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil – CERESTI ambos organizados de forma intersetorial, o PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil/SEMAS, a reativação dos Fóruns Intersetoriais, a interface com o CRAS, CREAS, SEMAS, CMDCA são iniciativas que buscam fortalecer a rede de proteção das crianças e adolescentes do município.

O Programa Escola da Gente- Educação Integral é uma ação que acreditamos fará a diferença na vida de nossos educandos; Intensificar a articulação com a rede de proteção de crianças e adolescentes (SEMAS, CRAS, CREAS, Conselho Tutelar, Plano de Erradicação do Trabalho Infantil, PAIR); Formação dos Colegiados Escolares; Implantação da Escola de Pais são medidas que visam eliminar a evasão escolar, Programa de correção de fluxo na alfabetização.

66. Implantar programas de correção de fluxo escolar para acabar com a defasagem idade/ciclo.

O nosso maior desafio é com a alfabetização de todos os alunos. Neste sentido, em 2009 foi feita a parceria com o MEC- GEEMPA para o desenvolvimento do Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização. A metodologia adotada pelo grupo tem alcançado índices altos de alfabetização em 40 encontros, no contra turno escolar.

Em 2010 teremos a 2ª fase do programa em abril, maio e junho e a 3ª fase em agosto, setembro e outubro. Nossa meta é chegar ao final do ano com todos os alunos, do final do 1º ciclo, alfabetizados.

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Os educadores participantes do programa tiveram 03 assessorias com os profissionais do GEEMPA.

67. Melhorar substancialmente o desempenho qualitativo da aprendizagem e, com ela, melhorar o posicionamento de Betim em relação aos demais municípios mineiros.

A implantação do Sistema Municipal de Avaliação – Betim Avalia é uma medida para melhorar a qualidade da educação no município.

68. Erradicar o analfabetismo entre os alunos que cursam a partir do 2º ano do 1º ciclo do Ensino Fundamental.

O PDE-Escola desenvolvido em 19 escolas apontadas pelo MEC para realização deste trabalho tem apresentado avanços neste sentido; Os encontros de formação para os educadores sinalizam para este desempenho qualitativo, bem como a análise mais detalhada dos resultados dos alunos nas avaliações sistêmicas das quais as escolas municipais têm participado de maneira mais regular.

Além do Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização em execução, temos tido um cuidado maior com as turmas de 6 e 7 anos visando a alfabetização até no máximo no 3º ano do 1º ciclo; A equipe de Alfabetização da divisão Pedagógica da SEMED tem buscado estratégias para alcançar essa meta, além do monitoramento das turmas de 7 anos através da Provinha Brasil.

69. Melhorar o número médio de anos de estudo da população betinense.

Quando a Conferência discute a Educação no município, o objetivo maior é qualificar cada vez mais a educação e, consequentemente, ampliar o acesso da população a níveis mais ampliados de escolarização.

70. Garantir que a SEMAS (Secretaria de Assistência Social) mantenha os funcionários das cantinas escolares nas férias, com refeições diárias.

Cada Secretaria tem sua área de atuação. Uma Secretaria não pode garantir que outra atue em sua esfera.

71. Observar as metas estabelecidas nos capítulos referentes a educação à distância, à formação de professores, Educação Especial e Financiamento e Gestão à medida que estão relacionadas às previstas neste capítulo.

Meta generalizada. Os referidos capítulos foram tratados nos eixos temáticos.

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5.3. EIXO EDUCAÇÃO RURAL

Avaliação do Grupo de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Educação Rural

Parecer da SEMED – 2010 Ações propostas para a consolidação da meta

F

avo

ráve

l

C

on

trár

io

Proposta de acréscimo

1. Garantir transporte para os pais e alunos nos dias de reuniões e festividades nas escolas de zona rural.

O transporte escolar tem atendido a demanda apresentada pelas unidades escolares.

2. Garantir a turma flexível nas escolas de zona rural, a partir da ampliação do coletivo de professores, independente do número de alunos.

A organização do tempo e espaço escolares é de responsabilidade da escola.

3. Acabar com o rodízio de servidores nas escolas da Zona Rural.

Considerando o número de alunos, de turmas, de turnos e de funcionários esta estrutura tem se mantido.

Analisar criteriosamente cada situação para estudo de impacto e possibilidade de viabilização.

4. Manter em bom estado os veículos utilizados no transporte escolar, inclusive, equipados com tacógrafos e em número suficiente para atender à demanda dos alunos.

O transporte escolar atende a demanda apresentada, no entanto é necessário melhorias nas condições de alguns veículos.

Com o Projeto Educação no Caminho da Escola, os monitores; estagiários universitários que acompanham os alunos na rota; identificam os problemas apresentados no transporte escolar e encaminham para o setor de Transporte da SEMED que toma as devidas providências. A SEMED aguarda o processo de licitação para a compra de novos veículos. Ver eixo do Ensino Fundamental.

5. Oferecer transporte aos alunos de zona rural, portadores de necessidades educativas especiais, para que participem de atividades fora da escola, a

O transporte escolar tem atendido a demanda especifica do CRAEI apresentada pelas unidades escolares mas ainda não estão adaptados para educandos com deficiências.

O cadastramento de alunos que usam o transporte escolar está sendo realizado para evitar que outros usuários utilizem o mesmo prejudicando a qualidade do

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exemplo dos trabalhos de apoio do CRAEI.

atendimento. Após análise deste cadastramento serão emitidas as carteiras de identificação dos mesmos.

6. Proporcionar ao aluno trabalhador rural a continuidade dos seus estudos no ensino noturno, buscando, junto aos órgãos competentes, a disponibilidade de ônibus nos horários devidos.

Implantação da EJA na E.M. Jorge Afonso Defensor é uma ação que visa proporcionar aos educandos da área rural a continuidade dos seus estudos, bem como a garantia do transporte escolar para alunos que residem em zona rural e estudam em outras escolas.

Ampliação da unidade escolar da E. M. Jorge Afonso Defensor com a construção de mais um bloco para atender a demanda da comunidade em relação ao ensino fundamental.

7. Viabilizar junto aos órgãos competentes a instalação de telefones comunitários nas regiões rurais onde há carência desse meio de comunicação.

Responsabilidade de outros órgãos. A comunidade em parceria com a Administração Regional deverá articular junto aos órgãos competentes.

Encaminhamento às Administrações Regionais.

8. Criar projetos e programas adequados para atender a realidade da zona rural quanto à manutenção do aluno em tempo integral na escola.

Implantação do Programa da Escola da Gente na E.M.Prefeito Alcides Braz; Parceria com a Missão Ramacrisna que desenvolve projetos de Informática, Artesanato e Acompanhamento Pedagógico entre outras atividades.

Implantar o Programa Escola da Gente-Educação Integral em todas as escolas da rede.

9. Proporcionar que cada unidade escolar rural, independente do número de alunos, possa contar com 01 diretor, 01 técnico de biblioteca e 01 técnico de secretaria.

Considerando o número de alunos, de turmas, de turnos e de funcionários esta estrutura tem se mantido.

Analisar criteriosamente cada situação para estudo de impacto e possibilidade de viabilização.

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5.4. EIXO EDUCAÇÃO ESPECIAL 1949

O Município de Betim, por meio do Centro de Referência e Apoio à Educação Inclusiva – 1950

CRAEI, desenvolve o trabalho da Educação Especial, concebido como Educação Inclusiva, 1951

em conformidade com os preceitos legais instituídos pela Política Nacional da Educação 1952

Especial, o Decreto nº 6.571/2008 e a Resolução CNE/CEB nº 4/2009. 1953

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial direciona suas ações para o 1954

atendimento às especificidades dos alunos com deficiência, transtornos globais de 1955

desenvolvimento e altas habilidades (superdotados) no processo educacional e, no âmbito 1956

de uma atuação mais ampla na escola, orienta a organização de redes de apoio, a formação 1957

continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento de práticas 1958

colaborativas. 1959

O CRAEI realiza como foco de seu trabalho, o Atendimento Educacional Especializado 1960

(AEE), sendo este o conjunto das atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos 1961

organizados institucionalmente, oferecido de forma complementar ou suplementar à 1962

formação dos alunos no ensino regular. Os objetivos deste atendimento são prover 1963

condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos público da 1964

educação especial, garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino 1965

regular, fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as 1966

barreiras no processo de ensino e aprendizagem e assegurar condições para a continuidade 1967

de estudos nos demais níveis de ensino. 1968

Além do Atendimento Educacional Especializado (AEE), o CRAEI oferece os seguintes 1969

serviços: 1970

• Atendimento Especializado Específico, realizado por uma equipe multidisciplinar 1971

composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, 1972

com enfoque educacional. 1973

• Assessoria às escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio destes 1974

grupos de alunos. 1975

• Formação dos estagiários. 1976

• Interlocução com as famílias e outros setores que também acolhem nossos alunos. 1977

• Implantação e acompanhamento das Salas de Recursos Multifuncionais, nas escolas 1978

da rede municipal, como forma de descentralizar os atendimentos. 1979

• Contínua efetivação do Programa Educação Inclusiva – Direito à Diversidade – 1980

MEC/SEESP responsabilizando-se por capacitar e orientar os 77 municípios 1981

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mineiros, da área de abrangência do pólo Betim, para implementar e expandir ações 1982

em direção a construção de sistemas educacionais inclusivos. 1983

As Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) constituem um avanço para os trabalhos da 1984

Educação Especial no município de Betim, uma vez que sua implantação traz a garantia de 1985

que o aluno tenha condições de acesso ao Atendimento Educacional Especializado em sua 1986

própria região. Em fevereiro de 2010 iniciou-se o funcionamento das SRM em 9 escolas da 1987

rede municipal, tendo previsão para o 2º semestre deste ano a implantação deste serviço 1988

em mais 14 escolas em diferentes regiões do município. Cabe ressaltar que, como no 1989

CRAEI, as Salas de Recursos Multifuncionais têm como propósito de trabalho a oferta do 1990

AEE no contraturno da sala regular. 1991

O CRAEI parte da concepção constitucional de que a educação é um direito de todos e que 1992

a diversidade existente no contexto escolar deve ser considerada. Acredita-se que o ser 1993

humano é um ser de direitos, respeitar a sua especificidade e ao mesmo tempo oportunizar-1994

lhe condições de acesso, permanência, participação e aquisição de conhecimentos é 1995

condição que deve ser garantida no trabalho educacional. Nesta perspectiva, o foco do 1996

trabalho do CRAEI é o de oportunizar atendimentos necessariamente diferentes do ensino 1997

escolar, sendo os mesmos indicados para melhor suprir as necessidades e atender as 1998

especificidades dos alunos com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e 1999

Altas Habilidades. Para tanto, propõe-se, prioritariamente, a oferecer instrumentos 2000

necessários à eliminação/minimização das barreiras que as pessoas com deficiência e as 2001

demais que são público alvo da Educação Especial deparam-se na relação com o ambiente 2002

de aprendizagem. 2003

ALUNOS ATENDIDOS NO CRAEI – 2010 2004

337

211

47

749

125

2

788 ALUNOS ATENDIDOS NO CRAEIDeficiência Intelectual

Deficiência Física

Baixa Visão

Cego

Pessoa com Surdez

Transtorno Global do Desenvolvimento

Altas Habilidades / Superdotação

97

Avaliação do Grupo

de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Educação Especial

Parecer da SEMED - 2010 Ações propostas para a consolidação da meta

Fav

oráv

el

Con

trár

io

Proposta de acréscimo

1. Organizar em parceria com as áreas de saúde e assistência, programas destinados a ampliar a oferta da estimulação precoce (interação educativa adequada) para as crianças com necessidades educacionais especiais, em instituições especializadas ou regulares de educação infantil, especialmente creches.

Diante das demandas emergenciais a referente meta foi postergada.

Mudança de terminologia: “crianças com necessidades educacionais especiais” por “crianças público alvo da Educação Especial”. **

Esta é uma meta já cumprida por meio das formações oferecidas continuamente pelo CRAEI. Nos anos de 2009 e 2010, o projeto de formação da educação especial tem sido desenvolvido por meio de parceria firmada entre CRAEI, PUC Minas e Instituto Ester Assumpção.

2. Manter, como parte dos programas de formação em serviço, a oferta de cursos sobre o atendimento básico a educandos especiais, para os professores em exercício na educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior, utilizando inclusive a TV Escola e outros programas de educação à distância.

Vale ressaltar que esta é uma meta que não se finda nas ações já realizadas, sendo necessária contínua promoção da formação.

3. Garantir a continuidade da aplicação de testes de acuidade visual e auditiva em todas as instituições de educação infantil e do ensino fundamental, em parceria com a área de saúde, de forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado às crianças com necessidades educativas especiais, imediatamente e anualmente.

Por meio do programa Saúde do Escolar e por parcerias firmadas entre o CRAEI e a Secretaria de Saúde. Esta meta vem sendo cumprida progressivamente, com ações pontuais.

Implantação de um projeto firmado entre Secretarias de Educação e Saúde, com datas anuais para triagem de novos casos e encaminhamento dos atendimentos necessários.

98

4. Redimensionar, conforme as necessidades da clientela, incrementando, se necessário, as salas de recursos e outras alternativas pedagógicas recomendadas, de forma a favorecer e apoiar a integração dos educandos com necessidades educacionais especiais em classes comuns, fornecendo-lhes o apoio adicional de que precisam.

Implantação, em fevereiro de 2010, de 09 salas recursos multifuncionais em escolas municipais situadas em diversas regiões da cidade. Previsão de implantação, no 2º semestre deste mesmo ano de mais 14 salas.

5. Estabelecer parcerias com o governo federal para equipar, em cinco anos, as escolas de educação básica que atendam educandos surdos e aos de baixa visão, com aparelhos de amplificação sonora, de audiometria e outros equipamentos que facilitem a aprendizagem, atendendo-se, prioritariamente, as salas de recursos.

A meta não está em acordo com as responsabilidades da secretaria de educação. Os equipamentos e atendimentos demandados são de responsabilidade da secretaria de Saúde.

6. Generalizar em dez anos o ensino da Língua Brasileira de Sinais para os alunos surdos e, sempre que possível, para seus familiares e para o pessoal da unidade escolar, mediante um programa de formação de monitores, em parceria com organizações não-governamentais.

Diante das demandas emergências a referente meta foi postergada.

7. Implantar um programa de capacitação profissional, bem como políticas de inserção no mercado de trabalho da pessoa portadora de necessidades especiais, considerando suas habilidades e seu potencial.

Foram estabelecidas parcerias com a Fiat

Estabelecer parceria entre a Secretaria de Educação e Assistência Social para implantação de programas de capacitação profissional, bem como políticas de inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, considerando suas habilidades e seu potencial.

8. Estabelecer, no primeiro ano de vigência deste plano, os padrões mínimos de infraestrutura das escolas para o recebimento dos alunos especiais;

Esta meta precisa ser melhor esclarecida no aspecto da infraestrutura, visto que os aspectos arquitetônicos já estão contemplados na meta 10.

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9. Somente autorizar a construção de prédios escolares, públicos ou privados, em conformidade com os requisitos de infra-estrutura adequados ao atendimento dos portadores de necessidades educativas especiais, conforme as Leis Federais 10.048/2000 e 10.098/2000 e o Decreto nº 5296/2004.

Esta meta tem sido cumprida na esfera pública municipal e pode ser verificada em todos os novos prédios construídos.

Suprimir o termo PRIVADOS, tendo em vista não ser de competência da esfera da Secretaria Municipal de Educação a autorização para construção de prédios privados.

10. Adaptar os prédios escolares que não estejam de acordo com os padrões referidos no item anterior, de forma que estas instalações estejam adequadas ao atendimento dos portadores de necessidades especiais.

As adaptações dos prédios escolares estão sendo progressivamente implementadas.

Priorizar junto a Secretaria de Obras do Município a adequação de 20 prédios anuais, considerando como critério de prioridade o número de alunos com deficiência motora e de higienização,que freqüenta a escola e a falta de acessibilidade da instituição.

11. Ampliar o fornecimento e uso de equipamentos de informática como apoio à aprendizagem do educando com necessidades especiais, inclusive através de parceria com organizações da sociedade civil voltadas para esse tipo de atendimento.

Diante das demandas emergências a referente meta foi postergada.

Prever na dotação orçamentária da Educação recursos para a aquisição de equipamentos de tecnologia assistiva.

12. Assegurar transporte escolar com as adaptações necessárias aos alunos que apresentem dificuldade de locomoção.

A presente meta não é de competência da Educação Especial e sim da Secretaria Municipal de Administração através do setor de transporte escolar e Transbetim.

13. Assegurar a inclusão, no projeto pedagógico das unidades escolares, do atendimento às necessidades educacionais especiais de seus alunos, definindo os recursos disponíveis e oferecendo formação em serviço aos professores em exercício.

A proposta de formação de educadores está contemplada na meta 2.

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14. Articular as ações de educação especial e estabelecer mecanismos de cooperação com a política de educação para o trabalho, em parceria com organizações governamentais e não-governamentais, para o desenvolvimento de programas de qualificação profissional para alunos especiais, promovendo sua colocação no mercado de trabalho.

A proposta de qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho está contemplada na meta 07.

15. Definir condições de terminalidade para os educandos que não puderem atingir níveis ulteriores de ensino.

A meta não foi cumprida tendo em vista o não apontamento legal desta situação.

Estabelecer parceria entre a Secretaria de Educação e Assistência Social para implantação de programas de capacitação profissional, bem como políticas de inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, considerando as habilidades e potencial.

16. Estabelecer cooperação com as esferas federal e estadual para, no prazo de dez anos, tornar disponíveis órteses e próteses para todos os educandos com deficiências, assim como atendimento especializado de saúde, quando for o caso.

Foram estabelecidos contatos com a secretaria de saúde, com indicação pontual de demandas de cadeiras de rodas que foram viabilizados pelo SUS, mas ainda em números não suficientes.

Interceder junto a Secretaria Municipal de Saúde com apontamentos periódicos, pela equipe do CRAEI, das demandas de órteses, próteses e cadeiras de rodas.

17. Incentivar os estudos e pesquisas em nível superior, dos profissionais da educação no município, no campo da educação inclusiva.

Esta é uma meta já cumprida por meio de Cursos Especialização oferecidos em parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e Universidades locais e também entre a Secretaria Municipal de Educação, MEC/SEESP e UFC.

Como é uma meta com previsão de 10 anos, está sendo progressivamente, cumprida. Hoje por meio dos recursos destinados ao pagamento de pessoal.

18. Aumentar os recursos destinados à educação especial, a fim de atingir, em dez anos, o mínimo equivalente a 5% dos recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino, contando, para tanto, com as parcerias com outras secretarias da esfera municipal.

No final de 2009, foi contemplada na dotação orçamentária da Secretaria de Educação previsão de recursos para a Educação Especial.

Definir percentual de recursos Municipais para os custos com a Educação Especial, com repasse para as escolas e CRAEI. Estabelecer critérios para utilização destes recursos levando em consideração as especificidades da educação especial.

101

19. No prazo de três anos a contar da vigência deste plano, organizar e pôr em funcionamento setor responsável pela educação especial, bem como pela administração dos recursos orçamentários específicos para o atendimento dessa modalidade, que possa atuar em parceria com os setores de saúde, assistência social, trabalho e previdência e com as organizações da sociedade civil.

Esta é uma meta inconstitucional no aspecto da administração dos recursos.

20. Implantar gradativamente, a partir do primeiro ano deste plano, programas de atendimento aos alunos com altas habilidades nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.

Diante das demandas emergências a referente meta foi postergada.

Estabelecer parcerias com Universidades e demais setores privados.

21. Criar e regionalizar o Centro de Educação Inclusiva, em três anos, com implantação de serviço de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e assistência social e outras especialidades, em número suficiente, que atenda às escolas com uma política efetiva de interação entre escolas e Centro de Apoio, CERSAMI (Centro de Referência em Saúde Mental Infantil), Oficina Escola e outros, atendendo alunos portadores de necessidades educativas especiais e alunos com dificuldade em aprendizagem.

Esta meta é inviável por estar em desacordo com as orientações legais da Secretaria de Educação Especial (SEESP) e a política de educação especial do município de Betim.

22. Criar condições para a implementação de uma política de inclusão, garantindo-se recursos materiais, físicos e pedagógicos para melhor qualidade de atendimento aos alunos portadores de necessidades especiais.

Esta meta foi parcialmente cumprida com a implantação das Salas Recursos Multifuncionais.

Formalizar a implementação da Política de Educação Especial Inclusiva do Município de Betim, apresentada na Conferência Municipal de Educação.

23. Capacitar todos os educadores para trabalharem com alunos portadores de necessidades educativas especiais.

A proposta de formação de educadores está contemplada na meta 2.

102

24. Garantir formação específica para educadores e estagiários que trabalham com a educação inclusiva.

A proposta de formação de educadores está contemplada na meta 2.

25. Viabilizar parceria entre SEMED e as Secretaria de Saúde e Esporte, bem como, a Fundação Artística de Betim – FUNARBE para atendimento aos alunos portadores de necessidades educativas especiais (PNEE).

A meta tem sido cumprida e otimizada progressivamente.

26. Garantir suporte e atendimento aos pais e educadores de alunos PNEE.

A meta tem sido cumprida e otimizada progressivamente.

27. Garantir a presença de intérpretes de LIBRAS em todos os eventos promovidos pela SEMED e nos eventos promovidos pelas escolas que tenham alunos surdos, bem como a permanência de instrutor de libras nessas escolas para formação de alunos surdos.

A meta tem sido parcialmente cumprida dentro das demandas pontuais.

Criar o cargo de Instrutor / Intérprete de LIBRAS no quadro da Educação.

28. Reativar o Fórum da Educação Inclusiva e os Fóruns Intersetoriais.

A meta tem sido cumprida e otimizada progressivamente.

29. Observar, no que diz respeito a essa modalidade de ensino, as metas pertinentes estabelecidas nos capítulos referentes aos níveis de ensino, à formação de professores e ao financiamento e gestão.

103

5.5. EIXO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 2005

Betim possui cerca de 27.532 pessoas acima de 15 anos que não concluíram o Ensino 2006

Fundamental, sendo que muitas delas não são sequer alfabetizadas. Diante dessa 2007

realidade, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa a garantia de um direito 2008

negado a essa parcela da população, que sonha em começar ou recomeçar seus estudos. 2009

Por isso, a EJA não pode ser considerada apenas mais um programa, devendo se constituir 2010

em política pública para a cidade. É nessa perspectiva que, desde o início de 2009, a 2011

Prefeitura de Betim, através da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), vem 2012

implementando políticas de valorização da EJA, com o objetivo de atender à demanda 2013

existente. 2014

Antes, porém, de discorrer sobre essa política, vale a pena fazer um breve histórico sobre 2015

como a EJA estava organizada nos anos de 2007 e 2008. Naquele período, a SEMED 2016

implantou a Modalidade Presencial Não Formal. Nessa Modalidade, os educandos 2017

compareciam à escola, recebiam uma listagem com os conteúdos a serem estudados, 2018

repassada pelos educadores, e estudavam em casa, indo à escola apenas para dirimir suas 2019

dúvidas. Após o período de estudos, a cada três meses, faziam provas das disciplinas para 2020

as quais haviam se matriculado (podendo ser no máximo quatro de cada vez). Dessa forma, 2021

na medida em que obtivessem 50% de acertos, eliminavam aquelas disciplinas. No final de 2022

2008, o número aproximado de atendidos por essa Modalidade era de dois mil educandos. 2023

No início de 2009, atendendo a uma solicitação feita por profissionais da EJA, no documento 2024

de transição do governo municipal, a SEMED instituiu uma Equipe com o objetivo de 2025

reestruturação deste atendimento no município. De imediato, foi organizado o primeiro 2026

Fórum Municipal da EJA, com participação de todos os profissionais que atuavam nessa 2027

Modalidade de Educação, que propuseram a retomada da Modalidade Presencial, 2028

aumentando o tempo e melhorando as condições para o ensino aprendizagem dos jovens e 2029

adultos matriculados. 2030

Assim sendo, a EJA, que até então funcionava em quinze escolas, foi ampliada para 2031

dezessete, na Modalidade Presencial, dando-se a opção aos educandos matriculados na 2032

Modalidade Presencial Não Formal de escolherem entre permanecer nessa modalidade ou 2033

de matricular-se na Modalidade Presencial, sendo respeitado o direito de escolha. 2034

Atualmente, ainda existem educandos que não conseguiram eliminar todas as disciplinas. 2035

Nesse processo de reestruturação da EJA, em 2009, o número de matriculados saltou de 2036

104

aproximadamente 2 mil para mais de 4 mil educandos. Para possibilitar o acesso de todos à 2037

escola, foram disponibilizadas condições de transporte, tanto por meio de ônibus escolar, 2038

quanto do passe escolar, para aqueles que porventura residiam longe das escolas que 2039

ofertavam a EJA. 2040

Outra iniciativa importante diz respeito à participação efetiva da EJA Municipal nos Fóruns 2041

Metropolitano, Mineiro e Nacional. A cidade, inclusive, sediou o IX Fórum Metropolitano. 2042

Essa participação significou a ampliação dos espaços de formação continuada para todos 2043

os educadores da EJA do Município, que já dispunham de 4 horas semanais (às sextas-2044

feiras) para estudo, formação e planejamento. Ainda no que diz respeito à formação, esta foi 2045

estendida para todos os profissionais das escolas, sendo realizados encontros com 2046

pedagogos, técnicos de biblioteca e de secretaria. Durante todo o ano de 2009 foram 2047

realizados ainda, mais três Fóruns Municipais e dois Microfóruns com a participação de mais 2048

de trezentos profissionais, com o objetivo de estudar, discutir e organizar uma nova 2049

estrutura para a EJA a partir de 2010. Todos esses encontros foram assessorados, direta ou 2050

indiretamente, pela Professora Drª. Analise de Jesus Silva do Núcleo da EJA-FAE/UFMG, 2051

retomando um trabalho iniciado pelo Conselho Municipal de Educação e interrompido pela 2052

SEMED em 2007. Para enriquecer ainda mais essa formação, um grupo de professores e 2053

pedagogos visitou a cidade de Divinópolis para conhecer um projeto experimental de EJA 2054

implantado naquele Município, promovendo momento significativo de aprendizagem e troca 2055

de experiências. 2056

Entre as novidades que merecem destaque nas conquistas de 2009, está a parceria 2057

celebrada pela SEMED, o CEFET-MG e o MEC para a implantação de um programa 2058

profissionalizante (PROEJAFIC - Formação Inicial Continuada na Modalidade de Jovens e 2059

Adultos) para atender, inicialmente, 60 alunos da E.M. Maria Cristina, no Bairro Laranjeiras, 2060

na área de edificações, com formação nas profissões de pedreiro, carpinteiro e armador. O 2061

início das aulas práticas está previsto para o dia 02 de agosto próximo. Os educandos 2062

selecionados para este curso serão contratados pela empresa na qual farão as aulas 2063

práticas, numa ação conjunta entre a SEMED e a SEMINFRA (Secretaria Municipal de 2064

Infraestrutura). Dentro deste programa, os profissionais da escola que atuam na EJA, estão 2065

em fase de formação num curso oferecido pelo CEFET-MG com duração de 240h/a. Essa 2066

formação iniciada no final de 2009 se estenderá até meados de 2010. Tal iniciativa tornar-2067

se-á mais um instrumento de qualificação profissional para boa parte da população de 2068

Betim. 2069

Para atender a uma demanda surgida na Regional Imbiruçu, ainda em 2009, foi aberta na 2070

sede daquela Regional, uma turma de alfabetização, no diurno, para pessoas com 2071

105

dificuldades de estudar à noite. Essa turma é atendida na parte da manhã e está vinculada à 2072

E.M. Abílio Gomes da Costa. Diante do sucesso dessa experiência, outras Regionais 2073

manifestaram o desejo de também oferecer essa oportunidade para seus moradores. Nesse 2074

sentido, iniciamos 2010 com a abertura de mais uma turma no diurno, na Regional PTB, 2075

vinculada à E.M. Edir Terezinha, no Bairro Guanabara. Esta turma funciona na parte da 2076

tarde, na sede da Associação dos Moradores do Bairro. A expectativa é de que, ainda este 2077

ano, sejam abertas novas turmas no diurno em outras Regionais. 2078

Como se vê, em 2010, outras novidades se fazem presentes na EJA. A oferta dessa 2079

Modalidade de Educação, que segundo levantamentos iniciais, indicam cerca de cinco mil 2080

educandos matriculados, foi ampliada também para a Regional Vianópolis, na E.M. Jorge 2081

Afonso Defensor do bairro Marimbá, aumentando para dezoito o número de escolas que 2082

atendem a EJA no município e garantindo assim a oferta em todas as regiões da cidade. 2083

Outra ampliação é a criação do segundo segmento na E.M. José Vilaça Guimarães na 2084

Regional Citrolândia, onde já era ofertado o primeiro segmento desde 2009. 2085

A formação continuada no decorrer deste ano enfatizará o estudo e discussão para a 2086

continuidade da construção do Projeto Político Pedagógico da EJA. As discussões serão 2087

feitas através de Fóruns e Microfóruns, entre outros encontros, já a partir de maio, ou seja, 2088

logo após a realização da Conferência Municipal de Educação. A expectativa é a de que 2089

todos os profissionais das escolas, que atuam nesse segmento, participem e contribuam 2090

para a elaboração desse documento adaptado à realidade social, econômica e política dos 2091

educandos da EJA na cidade. 2092

Por conseguinte, os objetivos da EJA são, além da parceria estabelecida entre SEMED 2093

(Equipe de Apoio EJA) e escolas no final de 2009 e início de 2010, na divulgação da 2094

Modalidade EJA na cidade, o que resultou em aumento significativo do atendimento, a 2095

implementação de ações que garantam o acesso, a permanência e o sucesso dos jovens e 2096

adultos. 2097

Garantir o direito a EJA daqueles que, por várias razões, foram excluídos do processo 2098

escolar, mantém vivo o sonho de retomar e/ou dar continuidade aos estudos e propicia a 2099

melhoria das condições de vida dessa parcela da população, favorecendo o acesso a novas 2100

oportunidades profissionais e pessoais. 2101

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Avaliação do Grupo de Trabalho Metas do PMDE – Eixo Educação de Jovens e Adultos

Parecer da SEMED – 2010 Ações para a consolidação da meta

Favorável

Contrário

Proposta de acréscimo

1- Manter e ampliar programas visando atender, no mínimo no primeiro segmento, 90% dos jovens e adultos em 10 anos, minimizando a demanda existente.

A SEMED ampliou a oferta do primeiro e o segundo segmento em todas as regionais.

Atendimento ao primeiro segmento inclusive no diurno, em duas regionais, a fim de contemplar as demandas existentes. Atualmente a EJA, está em funcionamento em 18 escolas com possibilidade de ampliação de acordo com a demanda.

2- Assegurar em 10 anos a oferta de cursos equivalentes ao Ensino Fundamental para população acima de 15 anos, que concluiu o 1º segmento.

Todos os que terminam o primeiro segmento tem garantido suas matrículas no segundo segmento.

Em 2009 e 2010 o número de unidades escolares que ofertam a EJA foi ampliado de 15 para 18.

3- Lutar para garantir, junto ao Ministério de Educação, que a EJA tenha garantia do mesmo valor per capita garantido ao Ensino Fundamental regular incluindo-a nas formas de financiamento da Educação Básica.

A Lei Federal 11.464/06 FUNDEB destinou recursos federais para financiamento dessa modalidade em 0,70%.

Os movimentos que defendem a EJA estão empenhados que na CONAE seja defendida a equidade no repasse do FUNDEB igual ao do Ensino Fundamental.

4- Criar um banco de dados, diagnosticando a demanda de EJA, bem como avaliando as ações e resultados alcançados no atendimento a jovens e adultos.

A SEMED leva em consideração os dados do IBGE para planejar suas ações e consciente deste direito do cidadão implementou uma política pública que visa a garantia do mesmo.

A SEMED criou, em 2009, a Equipe de Apoio a EJA, que para implementar esta política, realiza outras ações e acompanhamento às escolas que atendem à EJA.

5- Realizar, a cada dois anos, avaliação e divulgação dos resultados dos programas de educação de jovens e adultos, como instrumento para assegurar o cumprimento das metas do Plano.

A atual política de EJA terá este plano como referência seguindo os prazos estabelecidos para realizar a avaliação.

As metas da EJA serão apreciadas na atual Conferência e seguirão as suas orientações para a próxima avaliação.

6- Assegurar junto ao sistema estadual de ensino, o acesso dos alunos egressos do

A SEMED não tem poder de assegurar o acesso dos educandos ao sistema estadual,

Uma iniciativa possível é o aprimoramento do regime de colaboração entre Estado e

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Ensino Fundamental ao Ensino Médio, dobrando o atendimento em 5 anos

visto que esta competência cabe ao Estado.

Município.

7- Manter programas de formação continuada para os profissionais de ensino que atendem ao público jovem e adulto.

A SEMED buscou integrar a EJA aos encontros de formação, em nível metropolitano, mineiro e nacional, favorecendo a participação de todos os segmentos das escolas.

A partir do ano de 2009 instituíram-se os fóruns municipais de formação e discussão entre os educadores de EJA, além de encontros por segmento e o uso das sextas-feiras para reuniões e planejamentos.

8- Estabelecer políticas que facilitem parcerias para o aproveitamento dos espaços ociosos existentes na comunidade, bem como o efetivo aproveitamento do potencial de trabalho comunitário das entidades da sociedade civil, para a Educação de Jovens e Adultos.

A gestão atual tem como objetivo estabelecer parcerias com outras entidades e secretarias tais como Seminfra, Secretaria de Esportes, regionais administrativas, associações de bairro, Apromiv, entre outras instituições que buscam integrar as políticas públicas às necessidades do educandos da EJA.

Dentre alguns programas destacam-se: Pro jovem e Escola Aberta. Há ainda o atendimento presencial da EJA primeiro segmento no diurno desde 2009, além de outras atividades de cunho sócio-cultural desenvolvido por escolas em espaços de fomento, tais como Casa da Cultura, cinema, teatro, parques e afins.

9- Promover uma constante reflexão sobre os Parâmetros Nacionais para as diversas etapas da Educação de Jovens e Adultos, respeitando-se as especificidades da clientela.

Considerando a necessidade de constante reflexão sobre o processo educativo da EJA a SEMED tem favorecido trocas de experiências com outros municípios além de assessoria externa.

Participação em fóruns municipal, metropolitano, estadual e nacional, com assessoria do Núcleo da EJA-FAE/UFMG. Visitas para conhecimento de outros projetos inovadores nas cidades de Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Nova Lima Divinópolis e outras.

10 - Associar ao Ensino Fundamental para jovens e adultos a oferta de cursos básicos de formação profissional.

Desde 2009 a SEMED tem desenvolvido ações que visam associar a EJA a Educação Profissionalizante.

Dentre as iniciativas para realização dessa meta estão: Formação Inicial Continuada na Modalidade de Jovens e Adultos - PROEJA FIC, PROJOVEM, Cidade da Solda e PLANSEG.

11- Incentivar as instituições de educação superior a oferecerem cursos de extensão para atender às necessidades de educação continuada de adultos, tenha

A SEMED percebe a meta como necessidade emergente, porém ainda é preciso estabelecer parcerias mais consistentes para o pleno cumprimento da mesma.

Possibilidades de parcerias com instituições como: PUC, CEFET, COC, UFMG, UNIPAC, UNINCOR, PITÁGORAS, IFMG, entre outras.

108

ou não formação de nível superior. 12- Estimular as universidades e organizações não-governamentais a oferecer cursos dirigidos à terceira idade.

Avalia-se que, com as Universidades, ainda há o que se propor, porém com as ONG’s existem iniciativas que tem sido propostas.

Com parcerias (Cefas, Mova Brasil, Sociedade São Vicente de Paulo, Apromiv, etc.).

13 - Articular as políticas de Educação de Jovens e Adultos com as de proteção contra o desemprego e de geração de empregos.

As políticas de Educação de Jovens e Adultos tem propiciado reflexões e atitudes referenciais à geração de emprego e renda, de acordo com a meta 10.

Proposta de ações conjuntas com Secretaria de Assistência Social, entidades não governamentais, Sine, entre outras.

14 - Nas empresas públicas e privadas incentivar a criação de programas permanentes de Educação de Jovens e Adultos para os seus trabalhadores, e nas contratações priorizar o recrutamento entre alunos da EJA, bem como de pais de alunos do Ensino Regular, assim como de condições para a recepção de programas de teleducação.

Não há como interferir diretamente nas contratações de empresas privadas. O que se sugere são as parcerias entre as empresas e Secretarias, inclusive há iniciativas atuais referendando essa proposta.

Há avanços na política atual do governo firmando convênios com empresas como: Comau, Fiat, Teksid, entre outras.

15 - Articular as políticas de Educação de Jovens e Adultos com as culturais, de sorte que sua clientela seja beneficiária de ações que permitam ampliar seus horizontes culturais.

A proposta de trabalho com fomento à cultura é desenvolvida pelas escolas, tendo como suporte o setor de transporte da Prefeitura.

Conforme descrito na meta 08

16 - Estabelecer ações que promovam a permanência do educando nos espaços escolares, visando minimizar os índices de evasão.

É prioridade dessa secretaria é garantir o acesso, a permanência e o sucesso do educando da EJA.

Em 2009 a SEMED instituiu os Fóruns de Educandos e Educadores tendo como um dos objetivos discutir e propor ações que minimizem a evasão.

17 - Garantir autonomia às escolas noturnas de ofertar a prática recreativo-desportiva aos alunos, através de professor habilitado em Educação Física, levando-se em conta a especificidade,

Como proposta de articulação pedagógica, a escola tem a autonomia de organizar a sua forma de atendimento, porém com relação ao quantitativo segue a política da SEMED.

Como política de acompanhamento às escolas, a Equipe de Apoio a EJA auxilia a construção da proposta de articulação pedagógica.

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com proposta de trabalho menos ortodoxa, fundamentada em atividade de lazer e técnicas de relaxamento, mantendo o quantitativo aprovado na Conferência: (1,5)26. 18 - Incorporar o tempo de intervalo à carga horária do aluno, desde que a unidade escolar apresente projetos de aproveitamento do mesmo, de acordo com a legislação.

A SEMED reconhece a importância da organização do recreio orientado incorporado ao horário do turno.

É proposta que as escolas construam projetos que implemente o Recreio Orientado.

19 - Garantir autonomia à escola na organização do tempo escolar e do currículo de maneira a adequar-se à realidade de seus alunos em projetos específicos.

A autonomia de que trata essa meta deve ser prevista no Projeto Político Pedagógico, desde que preservadas um núcleo comum definido em fóruns.

Os projetos específicos realizados pelas escolas contemplam a proposta de adequação à realidade dos educandos, porém há que se considerar a co-construção (SEMED, educadores e educandos) do plano curricular da EJA a partir desse ano.

20 - Dar autonomia ao coletivo das escolas para reenturmar alunos no CEAN II.

A modalidade CEAN foi extinta em 2006, e com a nova nomenclatura – EJA – a possibilidade de reenturmação já existe em função do Projeto Pedagógico assumido por essa Secretaria.

De acordo com a atual realidade da EJA a enturmação dos educandos, respeita a trajetória escolar dos mesmos, permitindo-se a reclassificação, quando necessária.

21-Garantir, na legislação do projeto municipal para a EJA, o aproveitamento de estudos, carga horária e conhecimento.

Conforme a LDBEN - Lei Federal 9394/96 preconiza: é garantido aos educandos o aproveitamento de estudo.

Esta é uma prática recorrente nas escolas.

22 - Garantir o número de alunos por turma: 1º segmento (máximo de 25), CEAN II (máximo de 30). O referencial mínimo será 50% do máximo de alunos indicado para cada segmento.

A SEMED através da equipe de Apoio a EJA concomitante com os educadores e representantes de educandos, no ano de 2009, realizou Fóruns, que resultou na consolidação da estrutura e funcionamento da EJA de acordo com o Parecer/0063. Desde então o número

Realização de Fóruns e Micro-Fóruns entre outros encontros para garantir o que consta no Parecer 0063/07, e a Resolução de setembro 2008.

110

referencial para o 1º Segmento é de no máximo 25 e de 30 para o 2º Segmento.

23-Garantir o atendimento do aluno em escola próxima à sua residência.

Desde 2009 a SEMED vem implementando a política de atendimento a EJA 1º e 2º Segmentos em todas as regionais da cidade, o que já se tornou realidade em 2010.

No início de 2009 foi mantido o número de escolas que atendiam a EJA no município, ampliando este atendimento ainda em 2009, com a abertura de outra escola na Regional PTB (EM Maria Mourici); outra na Regional Citrolândia (EM José Vilaça/1º Segmento) além da oferta do 1º Segmento diurno na Regional Imbiruçu. Em 2010 esta ampliação atende também a Regional Vianóplis (EM Jorge A. Defensor) a extensão do atendimento ao 2º Segmento (EM José Vilaça) e abertura do 1º Segmento diurno na Regional PTB (EM Edir Terezinha). Existe ainda a oferta de transporte para os educandos que moram longe da escola.

24-Investir recursos na infra-estrutura educacional, bem como no transporte coletivo, inclusive aos sábados e domingos, e na verba para projetos a serem desenvolvidos pela escola.

A proposta pedagógica da SEMED/EJA, é que sejam ultrapassados os “muros das escolas”.

As escolas que apresentaram projetos para usufruírem de transportes para (museus, teatros, cinemas, cidades históricas, etc.) foram atendidas em sua totalidade no ano de 2009. Esta continua sendo a política para 2010. A caixa escolar unificada/SEMED disponibiliza recursos para todos os turnos da escola.

25 - Garantir transporte para todos os alunos que comprovarem real necessidade.

Conforme descrito na meta 24.

26- Garantir, através da SEMED, o ensino noturno em todas as unidades escolares, não apenas como correção de

Conforme descrito na meta 23

111

fluxo, mas, como política específica que atenda ao aluno trabalhador e àqueles que não concluíram o ensino, considerando a demanda. 27 - Rever imediatamente a situação das escolas, onde o noturno foi fechado pela prefeitura em 2001, considerando a demanda de cada região, com abertura de turmas, garantindo o apoio pedagógico e administrativo e com profissionais necessários ao seu funcionamento.

Conforme descrito na meta 23, não apenas manteve as escolas que estavam em funcionamento a partir de 2008, bem como foi ampliada a oferta.

28 - Garantir o não fechamento de turmas do noturno, sem que haja o debate democrático e coletivo com a comunidade escolar, com o mínimo de seis meses de antecedência legal.

Não é política da SEMED o fechamento de escolas ou de turmas quando há demanda que justifique o funcionamento do turno ou turma.

O Fórum Municipal da EJA realizado em 11 de dezembro de 2009 estabeleceu o funcionamento e estrutura da EJA para o ano de 2010.

29- Garantir a formação e a capacitação contínua e direcionada para os educadores do ensino noturno.

Conforme descrito na meta 09. A SEMED propicia diversas oportunidades de capacitação e formação.

Os educadores da EM Maria Cristina estão recebendo formação e capacitação através da parceria SEMED, CEFET/MG e MEC voltada para o ProejaFic. Além da formação citada no item 09.

30-Garantir o atendimento das Regionais Pedagógicas com o coletivo das escolas, mais freqüente e direto, de acordo com o cronograma de cada Regional.

O acompanhamento às escolas é uma política da SEMED para a EJA

A regional pedagógica noturna foi extinta em 2006. Em 2009 foi instituída pela SEMED a Equipe de Apoio à EJA para este acompanhamento.

31-Instrumentalizar os educadores para o atendimento ao aluno do noturno e PNEE – Portadores de Necessidades Educativas Especiais - com dificuldades no processo de desenvolvimento da leitura e

De acordo com a demanda das escolas a SEMED tem disponibilizado profissionais capacitados para a efetiva atuação com os educandos com deficiência e em relação às dificuldades no processo de desenvolvimento da leitura e

A SEMED/EJA em consonância com as escolas tem favorecido o trabalho com os educandos com deficiência, firmando também parceria com o GEEMPA para atendimento à EJA.

112

escrita. escrita a SEMED iniciou desde 2009 um trabalho específico de correção de fluxo que será estendido para a EJA.

32-Instituir o 1º Fórum Municipal do Ensino Noturno, no início do ano de 2006, com a participação da sociedade civil para a construção de uma política específica para este segmento, legitimado através do Conselho Municipal.

A SEMED naquele ano instituiu o Fórum Municipal da EJA, mas não deu seqüência. Este foi retomado em 2009 pela SEMED/Equipe de Apoio EJA em parceria com o CME.

Em 2009 foram realizados 4 Fóruns Municipais de caráter permanente e dois Micro-Fóruns por Regionais. Além do 1º Fórum Municipal de educandos da EJA.

33-Garantir a criação de projetos de formação para educadores do ensino noturno com recursos financeiros específicos para este fim repassados pela SEMED às escolas.

Conforme descrito nas metas 09 e 29.

A SEMED garante ainda as sextas-feiras para estudo, planejamento e organização das atividades da EJA como momento de formação.

34-Investir na formação dos professores do ensino noturno, oferecendo cursos periódicos abertos a todos, com validade para o PCCV, bem como, o reconhecimento de cursos realizados em outros órgãos.

Conforme descrito nas metas 09, 29 e 33. O reconhecimento da validade de cursos realizados em outros órgãos é de competência de equipe específica.

35-Divulgar o ensino noturno, a partir de parceria entre a SEMED e Escolas, como espaço de formação humana.

A SEMED considera as escolas um espaço de formação por excelência, mantendo um diálogo constante com as mesmas para que este espaço seja utilizado em todo seu potencial.

Desde 2009 esta divulgação tem sido feita em parceria entre a SEMED e as escolas através de panfletos, visitas a Igrejas, às residências dos educandos e empresas, faixas, carros de som, divulgação em rádios, TVs e jornais, contando com verba específica da caixa escolar unificada.

36-Promover mecanismos que garantam a segurança nas escolas (porteiros, vigias, guardas municipais).

Tendo em vista que esta é uma demanda constante das escolas, a SEMED reconhece a importância de articulação entre as funções citadas para garantir a segurança.

A SEMED está implementando um programa de monitoramento por câmeras em parceria com a polícia militar guarda municipal e guarda patrimonial.

113

37-Viabilizar mecanismos de informações para os alunos sobre o mercado de trabalho (vagas, processo de seleção, inscrições para empregos, cursos, estágios, etc.).

A Prefeitura Municipal mantém seu site constantemente atualizado com as devidas informações sobre estágios, processos seletivos, inscrições para emprego, entre outros. Estas informações são repassadas em reuniões de diretores, fóruns e outros encontros para que os mesmos divulguem nas escolas.

Parceria com empresas, ONG’s, informações no site, propaganda em jornais, rádios, TV, panfletos distribuídos para as escolas, etc.

38-Incentivar a implantação de cursos profissionais, com parcerias com as empresas do município e governo estadual.

Conforme descrito na meta 10. Esta parceria tem sido feita especialmente com o Governo Federal através do CEFET-MG e MEC, sendo estendida para empresas e ONG’s.

39-Viabilizar uma política entre as Redes Municipal e Estadual de Ensino que garanta aos alunos do noturno acesso ao Ensino Médio.

Conforme descrito na meta 06.

40-Fornecer material didático a todos os alunos do ensino noturno.

No primeiro e segundo segmentos são produzidos materiais próprios. Contudo em 2010 também foram disponibilizados livros didáticos.

Em 2009 a SEMED disponibilizou livros do PROJOVEM, não usados na gestão anterior e inscreveu as escolas no Programa do Livro Didático do Governo Federal. No ano de 2010 o 1º segmento recebeu o livro didático do Governo Federal para cada aluno.

41-Garantir biblioteca para todas as unidades escolares, com material adequado ao ensino noturno.

Todas as unidades escolares que ofertam a EJA possuem biblioteca com um técnico, garantindo assim, o uso da mesma. Desde 2003 o MEC através do FNDE distribui livros de literatura para este segmento.

A adequação do acervo está sendo implementado. Sendo uma das ações o Projeto de Incentivo à Leitura para toda a rede com a compra de livros específicos para a EJA.

114

5.6. EIXO ENSINO MÉDIO 2102

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (Lei nº 9394/96): 2103

Art. 10. “Os Estados incumbir-se-ão de: 2104

VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o 2105

ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 2106

desta Lei.” ( BRASIL:LDBEN 9394/96). 2107

A Legislação em vigor não deixa dúvidas sobre a responsabilização do Estado pela oferta e 2108

expansão de vagas no Ensino Médio. Contudo, a Prefeitura Municipal de Betim, através da 2109

Secretaria Municipal de Educação, mantém a oferta desse nível de ensino em duas de suas 2110

escolas: Escola Municipal José Miranda Sobrinho e Escola Municipal Presidente Raul 2111

Soares. 2112

Embora sejam apenas duas unidades municipais a ofertar o Ensino Médio, elas são 2113

responsáveis pela escolarização de aproximadamente 1.000 (mil) alunos, que de outra 2114

forma teriam que se deslocar para regiões mais distantes de sua moradia. 2115

Sendo assim, a Secretaria Municipal de Educação, iniciou, em 2009 o acompanhamento 2116

efetivo do Ensino Médio nas escolas supracitadas. Em 2010, está sendo implantada uma 2117

nova proposta curricular em conformidade com exigências legais e foram estabelecidas 2118

metas de aprendizagem. As alterações ocorridas no Ensino Médio nas escolas municipais 2119

abrangem: 2120

• Oferta obrigatória das disciplinas de sociologia e Filosofia em todos os anos do 2121

Ensino Médio, em observância ao art. 36, inciso IV da Lei nº 9394/96 e do Art. 3º, 2122

inciso IV da Resolução da SEE n° 1255/2008; 2123

• Oferta obrigatória da disciplina de Língua Espanhola no Ensino Médio, em 2124

observância ao artigo 1º da Lei nº. 11.161/2005; 2125

• Contratação de professores para o atendimento às exigências legais descritas 2126

nos dois itens anteriores; 2127

• Organização do plano curricular com distribuição de carga horária por disciplina 2128

que tem como prioridade a aprendizagem do educando; 2129

• Implantação da jornada remunerada para horas de atividades, onde os 2130

professores poderão planejar e avaliar os procedimentos didático-pedagógicos 2131

em função do desenvolvimento dos alunos, fazer reuniões pedagógicas e 2132

115

participar de momentos de formação, além de oportunizar atendimento às 2133

necessidades de aprendizagem dos educandos; 2134

• Aplicação de diagnóstico comum entre as duas escolas, para aferir os 2135

conhecimentos dos educandos em todas as disciplinas ofertadas no Ensino 2136

Médio, visando a análise de resultados e a elaboração de intervenções 2137

estratégicas; 2138

• Mudança no Regimento das Escolas de nível médio, garantindo que os 2139

educandos que forem reprovados em até 02 (duas) disciplinas tenham o direito à 2140

dependência e assim, deem continuidade aos seus estudos; 2141

• Análise do Projeto Político Pedagógico das escolas para possíveis 2142

readequações; 2143

• Estabelecimentos de metas claras para a aprendizagem dos educandos e 2144

efetivação de intervenções que lhes proporcionem maior desenvolvimento 2145

escolar; 2146

• Instalação de laboratório de informática com 36 (trinta e seis) máquinas para 2147

utilização pelos educandos. 2148

116

Avaliação do Grupo

de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Ensino Médio

Parecer da SEMED – 2010 Ações que sinalizam para a consolidação da meta

F

avo

ráve

l

C

on

trár

io

Proposta de acréscimo

1. Formular e implementar, progressivamente, uma política de gestão da infra-estrutura física na educação básica pública, que assegure: a. o reordenamento, a partir do primeiro ano deste Plano, da rede de escolas públicas que contemple a ocupação racional dos estabelecimentos de ensino estaduais e municipais, com o objetivo, entre outros, de facilitar a delimitação de instalações físicas próprias para o ensino médio separadas, pelo menos, das quatro primeiras séries do ensino fundamental e da educação infantil; b. a negociação com o Estado para a construção de instalações específicas para o ensino médio nas regiões que apresentem demanda;

A SEMED não possui interlocução com o Estado, no que tange ao funcionamento de suas escolas. Quanto às escolas municipais que ofertam o Ensino Médio, a estrutura física é a mesma que atende o Ensino Fundamental.

2. Dada a já existente oferta de vagas no Ensino Médio aos concluintes do Ensino Fundamental, aperfeiçoar as políticas de atendimento às demandas específicas da comunidade local e negociar junto ao Governo do Estado a ampliação da oferta de Ensino Médio àqueles que a ele não tiveram acesso na idade própria;

A SEMED possui duas escolas municipais que ofertam o Ensino Médio e não ampliará a oferta de vagas.

3. Implantar e consolidar, no prazo de cinco anos, a nova concepção

A SEMED implementou, em sua escolas de Ensino Médio, a nova

Nas Escolas Raul Soares e José Miranda, os docentes

117

curricular elaborada pelo Conselho Nacional de Educação, que deverá ser amplamente divulgada e discutida.

concepção curricular do CNE. das disciplinas de Sociologia, Filosofia e Espanhol são habilitados e/ou autorizados para lecionarem.

4. Melhorar o aproveitamento dos alunos do ensino médio, de forma a atingir níveis satisfatórios de desempenho definidos e avaliados pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), pelo SIMAVE e pelos sistemas de avaliação que venham a ser implantados no Estado.

A SEMED, ao iniciar o redimensionamento da proposta pedagógica do Ensino Médio, pautou como objetivo a participação dos alunos nas avaliações sistêmicas.

A SEMED tem articulado com as suas escolas de Ensino Médio, a obrigatoriedade da participação de todos os alunos no SIMAVE e, especificamente, dos alunos dos 3º anos, no ENEM. A participação dos alunos no ENEM, garantiria a eles pontos de titulação para ingresso nos cursos profissionalizantes.

5. Cobrar investimentos estruturais e financeiros com o objetivo de reduzir a repetência e a evasão, de forma a diminuir para quatro anos o tempo médio para conclusão deste nível.

As escolas de Ensino Médio da Rede Municipal, têm como objetivo a redução da repetência de seus alunos.

- Reuniões com toda equipe escolar para análise dos dados referentes à aprendizagem dos alunos; - Elaboração de intervenções específicas, ao longo de todo o ano letivo, nas dificuldades dos alunos.

6. Elaborar, em curto prazo, padrões mínimos de infra-estrutura para o ensino médio, compatíveis com a realidade regional, incluindo: a. espaço, iluminação, ventilação e insolação dos prédios escolares; b. instalações sanitárias e condições para a manutenção da higiene em todos os edifícios escolares; c. espaço para esporte e recreação; d. espaço para a biblioteca; e. adaptação dos edifícios

As escolas

118

escolares para o atendimento dos alunos portadores de necessidades especiais; f. instalação para laboratórios de ciências; g. informática e equipamento multimídia para o ensino; h. atualização e ampliação do acervo das bibliotecas incluindo material bibliográfico de apoio ao professor e aos alunos; i. equipamento didático-pedagógico de apoio ao trabalho em sala de aula; j. telefone e reprodutor de texto; 7. Adaptar, em cinco anos, as escolas existentes, de forma a atender aos padrões mínimos estabelecidos.

No que tange ao Ensino Médio, a SEMED não possui interlocução com o Estado

8. Assegurar que, em cinco anos, todas as escolas estejam equipadas, pelo menos, com biblioteca, telefone e reprodutor de textos.

As escolas que ofertam o Ensino Médio, já possuem esses equipamentos.

9. Assegurar que, em cinco anos, pelo menos 50%, e, em 10 anos, a totalidade das escolas disponha de equipamento de informática para modernização da administração e para apoio à melhoria do ensino e da aprendizagem.

As escolas que ofertam o Ensino Médio, já possuem esses equipamentos.

10. Adotar medidas para a universalização progressiva das redes de comunicação, para melhoria do ensino e da aprendizagem.

As escolas que ofertam o Ensino Médio, possuem equipamentos de informática ligados à Rede Mundial de Computadores, telefones e fax.

11. Adotar medidas para a universalização progressiva de todos os padrões mínimos durante a década, incentivando a criação de instalações próprias para esse nível de ensino.

Não é da responsabilidade do Município a construção de novas instalações para o Ensino Médio

12. Mapear as escolas com maior índice de violência para que sejam monitoradas regularmente pela

As escolas que ofertam o Ensino Médio recebem o monitoramento da guarda municipal, sempre que

119

patrulha escolar, em visitas semanais. necessário. 13. Formar turmas com, no máximo, 35 alunos, no Ensino Médio.

As turmas do Ensino Médio da Rede Municipal, funcional, em média, com 40 alunos por turma.

14. Criar mecanismos, como conselhos ou equivalentes, para incentivar a participação da comunidade na gestão, manutenção e melhoria das condições de funcionamento das escolas.

As escolas de Ensino Médio da Rede garantem a participação da comunidade escolar no Conselho Escolar e nas reuniões de pais

- Criar a Escola de Pais, visando a participação regular e efetiva dos pais nas escolas de Ensino Médio.

15. Assegurar a autonomia das escolas, tanto no que diz respeito ao projeto pedagógico como em termos de gerência de recursos mínimos para a manutenção do cotidiano escolar.

As escolas de Ensino Médio do Município estão redimensionando seus Projetos Pedagógicos.

- Redimensionar o Projeto Pedagógicos das escolas de Ensino Médio; - Promover uma ampla divulgação na comunidade escolar sobre a proposta pedagógica da escola; - Criar o Conselho Pedagógico com participação paritária de funcionários, alunos e pais visando a avaliação continua da proposta pedagógica. - Intervir e redimensionar a proposta pedagógica, quando esta não estiver atendendo os objetivos a que se propõe.

16. Adotar medidas para ampliar a oferta diurna e manter a oferta noturna, suficiente para garantir o atendimento dos alunos que trabalham.

Essa é uma ação da responsabilidade do Estado.

17. Proceder, em curto prazo, a uma revisão da organização didático-pedagógica e administrativa do ensino noturno, de forma a adequá-lo às necessidades do aluno-trabalhador, sem prejuízo da qualidade do ensino.

18. Estabelecer, em um ano, programa emergencial para formação

Todos os professores do Ensino Médio da Rede Municipal possuem

120

de professores, especialmente nas áreas de Ciências e Matemática.

licenciatura em Ciências e Matemática.

19. Apoiar e incentivar as organizações estudantis, como espaço de participação e exercício da cidadania.

As escolas de Ensino Médio da Rede Municipal trabalham com líderes de turma.

- Incentivar os alunos a implementarem nas escolas de Ensino Médio da Rede Municipal o Grêmio Estudantil.

20. A educação ambiental, tratada como tema transversal, será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em conformidade com a Lei nº 9.795-99.

Meta já cumprida nas escolas de Ensino Médio da Rede Municipal.

21. Observar, no que diz respeito ao ensino médio, as metas estabelecidas nos capítulos referentes à formação de professores, financiamento e gestão e ensino a distância.

A partir do redimensionamento da proposta pedagógica das escolas de Ensino Médio, foi equalizado o tempo de formação em serviço dos docentes.

- Construir uma proposta de formação continuada em serviços que atenda a especificidade do Ensino Médio; - Implantar o sistema

moodle32

como uma ferramenta para a pesquisa e realização de atividades dos alunos

22. Disponibilizar segurança apropriada, dentro e fora das escolas, com treinamento específico.

23. Garantir alimentação escolar a todos os turnos de todas as escolas.

É ofertada merenda escolar a todos os alunos do Ensino Médio.

24. Garantir transporte aos alunos, na ausência comprovada de vagas próximas às suas residências.

Os alunos que se enquadram nessa situação, recebem o passe escolar.

25. Garantir professores para fazer intervenções individuais em paralelo às aulas normais.

As escolas de Ensino Médio, atendem os alunos de forma diferenciada, intervindo nas dificuldades de aprendizagem.

- Na nova proposta pedagógica do Ensino Médio, os docentes trabalham com aulas compartilhadas; - Estruturar outras formas de intervenção para atendimento aos alunos.

32 O Sistema Moodle é um ambiente virtual que pode ser acessado pelo aluno em qualquer lugar em que ele se encontrar, desde que possua um computador e internet. Nela

são postadas desde atividades mais simples até as mais complexas pelos professores. É um sistema que será utilizado, principalmente, para atender ao aluno trabalhador.

121

26. Ofertar alimentação escolar aos alunos do Ensino Médio, especialmente no turno noturno.

É ofertada merenda escolar a todos os alunos do Ensino Médio.

27. Reduzir o abandono e melhorar a aprovação no Ensino Médio, cobrando do Governo Estadual investimentos financeiros e estruturais.

As escolas de Ensino Médio da Rede, apresentaram em 2009, um percentual significativo de evasão.

- A meta do Ensino Médio da Rede Municipal é garantir a aprendizagem dos alunos e reduzir os índices de reprovação.

28. Reinstituir os programas de aceleração da aprendizagem para alunos com defasagem idade/série.

Não se aplica à realidade da Rede Municipal de Betim.

- O índice de defasagem idade série dos alunos matriculados no Ensino Médio, não justifica a implantação de programas de correção de fluxo.

29. Garantir, imediatamente, a efetivação dos concursados P3 para exercício no Ensino Médio Municipal.

Não se aplica à realidade da Rede Municipal de Betim.

30. Dobrar de dois mil para quatro mil a oferta de passe escolar para os alunos do Ensino Médio do Município.

Não se aplica à realidade da Rede Municipal de Betim.

122

5.6. EIXO EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL 2149

Em uma sociedade na qual o conhecimento, ao longo dos anos, vem se tornando o maior 2150

diferencial no currículo do trabalhador, a qualificação para a inserção dos cidadãos no 2151

mundo do trabalho é uma urgência social. 2152

Betim é uma cidade com economia diversificada e em pleno desenvolvimento. Muitos postos 2153

de trabalho são disponibilizados pelos setores produtivos da cidade, mas estes não são 2154

ocupados pelos moradores de Betim, devido à baixa qualificação. Intervir nessa lacuna e 2155

oferecer qualificação técnica profissional para inserção no mundo do trabalho é um 2156

compromisso político assumido na gestão municipal atual. 2157

O Município de Betim/MG situa-se na Zona Metalúrgica e integra a Região Metropolitana de 2158

Belo Horizonte. A população estimada é de quase meio milhão de habitantes e na cidade 2159

estão instaladas empresas e indústrias de grande, médio e pequeno porte. As principais 2160

indústrias que se encontram em Betim são as de produtos de materiais de plástico, 2161

automóveis, indústria do vestuário, calçados e artefatos de tecidos, material elétrico, 2162

eletrônico e comunicação, construção, madeira, material de transporte, papel e papelão, 2163

mecânica e metalúrgica, indústria química e transformação de minerais não metálicos. 2164

Dentre elas destacam-se a Fiat Automóveis, Refinaria Gabriel Passos (Petrobrás), Usiminas 2165

(Usifast). 2166

Sendo considerada uma cidade industrial, Betim sofre a contradição de ter 50% do seu 2167

território com características rurais. Atualmente, Belo Horizonte ampliou sua Região 2168

Metropolitana para 38 municípios e Betim pertence ao cinturão de abastecimento (cinturão 2169

verde) da Grande Belo Horizonte e tem o compromisso da produção de alimento para toda 2170

RMBH. Atualmente, a cidade possui 301 estabelecimentos agropecuários produtivos, em 2171

área de 12.774 ha. A produção agrícola mais expressiva é proveniente da horticultura, mas 2172

também é forte a produção de leite e criação de animais para corte. A criação de cavalos é 2173

referência estadual e existem inúmeros haras e hotéis de cavalos na região rural da cidade. 2174

Também estão instalados no município três frigoríficos de grande porte: um para abate de 2175

bovinos e suínos, um só para suínos e outro para aves. 2176

Se por um lado, o município possui uma importante região industrial que gera muitos postos 2177

de trabalho, por outro, a estrutura educacional não acompanhou a demanda do mercado 2178

para a qualificação técnica profissional de nossos jovens. 2179

O município de Betim enfrenta grandes desafios: o crescimento desordenado, cinqüenta e 2180

um por cento da população possui renda entre um e dois salários mínimos, a oferta de 2181

123

cursos para a qualificação profissional é mínima e, aqueles que conseguem vencer esse 2182

ciclo de exclusão social, buscam aperfeiçoamento nas cidades vizinhas, principalmente na 2183

capital mineira. 2184

A implementação do Ensino Técnico Profissionalizante no Município é uma urgência social. 2185

O diagnóstico do município, em relação à qualificação para o trabalho, mão de obra 2186

especializada e inserção no mundo do trabalho dos jovens na faixa etária de 16 a 25 anos é 2187

preocupante. Alguns dados do censo escolar de 2008 apontam para a seguinte realidade: 2188

* dos 43 mil alunos matriculados no Ensino Fundamental da Rede Municipal, apenas 17 mil 2189

chegam até o 9º ano; 2190

* Dos 17 mil alunos matriculados no primeiro ano do Ensino Médio, apenas 5 mil chegam a 2191

concluí-lo; 2192

* Dos alunos que concluem o Ensino Médio, a maioria não possui qualificação técnica 2193

profissional. 2194

Cabe salientar que já houve no município algumas ofertas de cursos técnicos 2195

profissionalizantes. Um deles foi o Curso de Magistério/Modalidade Normal – Educação 2196

Infantil. Tendo em vista a existência de um número expressivo de profissionais que atuavam 2197

na Educação Infantil em Betim, sem a formação mínima exigida pela legislação, a SEMED 2198

viu a necessidade de viabilizar propostas que garantissem a habilitação profissional mínima 2199

para os educadores da rede infantil conveniada com a Prefeitura Municipal de Betim. O 2200

Curso de Magistério/Modalidade Normal – Educação Infantil formou cerca de 350 2201

educadores, atendendo, desse modo, ao Art. 2º da Resolução CNE/CEB n. 01/03 de 2202

20/08/2003, em seu parágrafo 1º que determina que “aos docentes da educação infantil e 2203

dos anos iniciais do ensino será oferecida formação em nível médio, na modalidade normal, 2204

até que todos os docentes do sistema possuam, no mínimo, essa credencial.” 2205

Outra modalidade já existente é o curso técnico em Química, promovido pelo 2206

CEFET/CETEP, que funciona nas dependências do CETAP, situado no bairro Angola, 2207

região central, escola de modalidade técnico-profissionalizante subsequente, com duração 2208

de dois anos ( composto por quatro módulos), acrescido do Estágio Curricular obrigatório, 2209

com carga horária mínima de 480 horas. A carga horária total do curso é de 1440 horas 2210

aula, distribuídos em 04 módulos de 360 horas-aula. O CETEP é unidade conveniada ao 2211

CEFET-MG, entidade incumbida de certificar os alunos concluintes do curso, que funciona 2212

nos turnos tarde e noite. 2213

Destaque-se que o CETEP atualmente é mantido integralmente com recursos municipais, 2214

com previsão total de investimentos da ordem de aproximadamente cinco milhões de reais, 2215

124

montante que engloba todos os custos operacionais da unidade, por força de cooperação 2216

técnica firmada com o CEFET-MG, mediante o Termo assinado em 13 de julho de 2007 2217

(TCT n. 13/07). 2218

Em janeiro de 2009, a nova direção da Unidade tomou posse de suas funções encontrando 2219

na ocasião situação precária nas instalações do prédios, o que dificultou a prática das 2220

atividades experimentais. Embora o prédio tenha sido inaugurado em dezembro de 2008, a 2221

escola não dispunha, de mobiliário (carteiras, quadros, cadeiras, mesas, etc.), de 2222

instalações e materiais específicos de laboratório ( tais como disponibilidade de água, gás e 2223

energia, de aparelhos para experimentos, de vidraria, de reagentes e outros equipamentos 2224

de laboratórios; de chuveiros de segurança, etc) e de infra-estrutura administrativa 2225

(telefones, computadores, mesas, cadeiras, etc). 2226

Sendo assim, para atender ao Projeto Arquitetônico proposto, acordado e formalizado entre 2227

CEFET-MG e Município, o prédio necessitava ainda da construção de três laboratórios, de 2228

mais salas de aula e adaptação nos laboratórios já existentes. 2229

Para sanar essas pendências estruturais, intervenções foram efetuadas ao longo do 2230

primeiro semestre de 2009, de modo que apenas em outubro de 2009 é que concluiu o 2231

processo de reforma/adaptação promovido na referida unidade escolar. Para evitar novos 2232

investimentos além dos já consignados em orçamento, foram introduzidas adaptações de 2233

natureza administrativa e pedagógica na dinâmica do curso a possibilitar o funcionamento 2234

pleno da unidade. Os ajustes efetuados evitaram a construção de mais três unidades 2235

experimentais e, o mais importante, tal fato não prejudicou a rotina pedagógica da unidade. 2236

Embora aguardassem desde ao ano de 2006, os alunos matriculados no curso de formação 2237

intitulado Pré-CEFET, finalmente ingressaram no CETEP/CEFET após aprovação em 2238

concurso, realizado em julho de 2008. 2239

Em julho de 2009, a escola admitiu novas turmas, com 35 matrículas no turno da tarde e 40 2240

no turno da noite. Em dezembro desse mesmo ano, duas novas turmas foram admitidas na 2241

unidade. 2242

A Prefeitura Municipal de Betim, através da Secretaria Municipal de Educação, 2243

reconhecendo que ainda existia uma grande demanda quanto à profissionalização de seus 2244

jovens, buscou fortalecer e ampliar a implementação da política para oferta do Ensino 2245

Profissionalizante no município em parceria com o Programa do Governo Federal, intitulado 2246

Brasil Profissionalizado. 2247

125

Para isso, no segundo semestre de 2009, foi instituída a equipe do Ensino Profissionalizante 2248

com a responsabilidade de diagnosticar as demandas de profissionalização técnica do 2249

município, propor estratégias de intervenção e buscar parcerias para a implantação dos 2250

cursos técnicos de nível médio. 2251

Assim, desde então, a formatação dos cursos a serem oferecidos e as parcerias foram 2252

estabelecidas. Se no início de 2009, o único curso profissionalizante gratuito oferecido em 2253

Betim era o Técnico em Química, já no início de 2010, o município oferta os cursos técnicos 2254

profissionalizantes nas modalidades presencial e à distância. 2255

Na modalidade presencial, nas formas subseqüente e concomitante, 80 (oitenta) alunos 2256

foram aprovados no exame de seleção para o curso técnico em Programação de Jogos 2257

Digitais de Nível Médio, que está instalado na Escola Municipal Antonio D’Assis Martins 2258

(Gigante da Vila) e já estão estudando. Outros 80 (oitenta) alunos estão matriculados no 2259

curso técnico em Logística e mais 40 (quarenta) no curso técnico em Comércio, com ênfase 2260

em empreendedorismo e comércio exterior, após terem sido aprovados na seleção. 2261

Na modalidade à distância, em parceria com o ETEC-Brasil ( Escola Técnica Aberta do 2262

Brasil)33 e com o CEAD/IFMG–Ouro Preto (Centro de Educação Aberta à Distância do 2263

Instituto Federal de Ouro Preto), foram matriculados os 120 (cento e vinte) alunos 2264

selecionados em concurso no Curso Técnico em Serviços Públicos34. Em agosto de 2010, 2265

serão ofertadas mais 60 vagas nos cursos Técnicos em Edificações, Automação, Controle 2266

Ambiental, Informática, Hospedagem (Hotelaria), Segurança do Trabalho e mais uma turma 2267

de Serviços Públicos, totalizando a oferta de mais 420 vagas35. 2268

Estão previstos, para 2011, os cursos Técnicos em Biblioteca Escolar e Secretaria Escolar, 2269

na modalidade à distância. 2270

Já em 2010, ainda no primeiro semestre, foi assinado um termo de convênio com o Governo 2271

Federal para a construção do Primeiro Instituto Federal campus Betim. O terreno adquirido é 2272

uma área de 32.000 m2 , na Região Imbiruçu, local onde será construído o IFMG/Betim. A 2273

proposição é o atendimento a alunos do Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico 2274

Profissional. Os cursos atenderão às áreas de metal, mecânica, petróleo e gás. A licitação 2275

foi realizada e no dia 29 de março, a empresa vencedora, teve a ordem de serviço para 2276

início da construção que deverá ser concluída em dezembro de 2010. 2277

33 O Programa Etec-Brasil é parte integrante da SEED (Secretaria de Educação à Distância) do MEC (Ministério

da Educação e Cultura). 34 Ver Gestão Pública 35 Em março iniciamos os cursos técnicos de nível médio em Logística, Comércio, Programação em Jogos

Digitais e Serviços Públicos com atendimento a 320 alunos nos cursos técnicos.

126

Os professores e o pessoal técnico e administrativo que vai atuar no IFMG campus Betim 2278

será selecionado através do concurso público de provas e títulos, via Instituto Federal de 2279

Ouro Preto, parceiro da SEMED nas ações em nível federal, ainda em 2010. O início das 2280

aulas está previsto para fevereiro de 2011, com a oferta inicial de 03 cursos. 2281

127

Avaliação do

Grupo de

Trabalho

Proposta de acréscimo Metas do PMDE – Eixo Educação

Tecnológica e Formação Profissional

Parecer da SEMED – 2010 Ações que sinalizam para a

consolidação da meta

Fav

orá

vel

Co

ntr

ário

1. A partir da aprovação do Plano Decenal de

Educação, elaborar, em um ano, um

diagnóstico preciso e detalhado da oferta de

formação inicial e continuada para o trabalho

no município.

Foi elaborado diagnóstico indicativo

das demandas por qualificação inicial

e definição de cursos a serem

implementados

O diagnóstico inicial em relação

às demandas dos setores

produtivos da cidade,

considerando o Catálogo

Nacional de Cursos Técnicos,

apontam para a necessidade de

cursos nos seguintes eixos,:

Gestão e Negócios, Controle e

Processos Industriais,

Informação e comunicação, Infra

Estrutura, Produção Industrial,

Recursos Naturais, Ambiente,

Saúde e Segurança e Apoio

Educacional.

Os cursos técnicos

profissionalizantes de nível

médio em Logística, em

Comércio e em Serviços

Públicos estão inseridos no eixo

Gestão e Negócios. O curso

128

Técnico profissionalizante de

nível Médio em Programação em

Jogos Digitais atende ao Eixo de

Informação e Comunicação. Os

cursos dos eixos de Processos

Industriais , Infra Estrutura e

Produção Industrial serão

atendidos no Campus

IFMG/Betim.

2. Promover amplas discussões com os

setores da economia municipal para realizar

levantamento das demandas de formação

profissional e tecnológica que possam vir a

incluir os cidadãos betinenses no mercado de

trabalho.

As discussões estão em processo

inicial e visam criar parcerias para

responder à formação profissional-

estágio- bem como promover a

empregabilidade.

Manter as discussões, firmar

acordos de cooperação e

expandi-los para demais setores

dos arranjos produtivos local.

3. Disseminar informações sobre as

demandas de formação para as instituições

envolvidas com a preparação para o trabalho

e a tecnologia no município, através de

boletim trimestral.

Foi solicitado à Superintendência de

Tecnologia e Comunicação a criação e

formatação de um site para a

educação técnica profissional, seja de

nível médio ou de cursos de

qualificação de pequena duração.

Processo a ser implantado.

4. Contribuir para que a oferta dos cursos

básicos de formação profissional, ainda que

oferecidos por entidades não-governamentais,

se articule à oferta de Ensino Fundamental, a

fim de elevar em 10% ao ano a escolaridade

dos trabalhadores.

A implantação dos cursos

profissionalizantes, bem como sua

expansão ainda no segundo semestre

de 2010 e no ano de 2011, tem como

meta impactar o ensino fundamental

no sentido de criar nos alunos a

expectativa da continuidade dos

estudos em uma escola técnica

- A divulgação, pelos meios de

comunicação, dos cursos

técnicos profissionalizantes a

serem ofertados.

- Parceria com as escolas

municipais através da Direção e

Equipe Pedagógica;

- Encontros semestrais com os

129

pública. alunos do 4º ciclo visando o

conhecimento prévio dos cursos

técnicos ofertados, bem como

expectativas de aproveitamento

da mão de obra qualificada pelo

mercado de trabalho.

5. Incentivar a instalação de instituições de

formação profissional e tecnológica no

município, a fim de contribuir para que a meta

nacional de triplicar a oferta a cada cinco anos

se efetive no território municipal para: a

população excluída do mercado, a população

que demanda nível técnico, a população que

demanda continuidade da formação

profissional.

Tem sido cumprida com êxito, como o

demonstram as instituições municipais

em funcionamento, tais como o curso

de Química do CETEP/CEFET, o Pólo

de Educação à Distância (Serviços

Públicos) e os cursos técnicos

presenciais (Comércio, Logística e

Programação de Jogos Digitais), bem

como a implantação do Instituto

Federal de Minas Gerais, IF-BETIM,

previsto para 2011.

A previsão é que até em agosto

de 2010, estejam freqüentando

os cursos técnicos

profissionalizantes de nível

médio, 810 alunos. A expectativa

até 2013 é a expansão dos

cursos para do atendimento a

5.000 alunos.

6. Favorecer o uso, em no mínimo 20%, dos

espaços públicos, especialmente as escolas,

para a formação profissional e tecnológica.

A meta tem sido cumprida

parcialmente. Há cursos estabelecidos

em duas escolas da rede municipal.

O cenário sinaliza que os cursos

a serem implantados serão

ofertados nas instalações do

IFMG/Betim, de modo a não

serem usadas as escolas

municipais.

7. Ampliar a oferta de ensino técnico em

escolas especializadas, como as escolas do

sistema “s”.

As discussões estão em processo

inicial

8. Reabrir a escolinha de formação

profissional da FIAT.

Não se aplica

130

9. Implantar uma escola técnica federal em

Betim.

Meta em processo de cumprimento,

conforme explicitado anteriormente.

Manter a gestão da parceria

como o IFMG, bem como do

processo de edificação e

estruturação dos cursos.

10. Implantar cursos de auxiliares, que

requerem menor escolarização e menor

domínio de habilidades.

Embora a meta não seja clara em

definir o que se entende por “cursos de

auxiliares”, há projeções de

atendimento á mesma, entendendo-se

referida expressão como sendo a

oferta de cursos breves, de menor

complexidade, destinados a

formar/capacitar mão de obra para

setores diversos da economia, tais

como construção civil, panificadoras,

manipuladores de alimentos, setor de

estética (salões de beleza), etc

Pré-projetos estão em fase final

de elaboração para ulterior

conversa com setores envolvidos

e firmação de eventuais

parceiros.

11. Garantir a inclusão digital dos alunos

através de professores que tenham

conhecimento técnico.

Meta a ser cumprida, inclusive

definindo-se os eventuais

responsáveis pela execução da

mesma.

12. Pesquisar a demanda, por região, de

várias outras profissões que não apenas as

tecnológicas.

Meta a ser cumprida, inclusive

definindo-se os eventuais

responsáveis pela execução da

mesma

idem

13. Criar centros regionalizados de inclusão

digital.

Os centros de inclusão digital já estão

em funcionamento em algumas

regionais de Betim

- Expandir os centros de inclusão

digital.

2282

131

5.7. EIXO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS 2283

O Governo Municipal, através da SEMED, tem efetivado parcerias para promover 2284

oportunidades de Educação à Distância aos educadores, contando com o suporte das 2285

tecnologias disponíveis. A adesão ao Plano de Ações Articuladas (PAR) do Governo Federal 2286

tem viabilizado a efetivação de vários cursos presencias e à distância. A Plataforma Freire é 2287

uma iniciativa, que visa promover a formação superior para os educadores que ainda não 2288

tiveram essa oportunidade ou que desejam outra licenciatura, ou ainda em nível de 2289

especialização. Para Minas Gerais foram oferecidos cursos em algumas áreas do 2290

conhecimento, tais como de Língua Portuguesa, Matemática, Alfabetização entre outros. O 2291

processo de inscrição foi realizado “on line”, está concluído, com previsão de início ainda no 2292

1º semestre 2010. 2293

Outra medida tomada nesse sentido é a realização do curso de especialização em Gestão 2294

Escolar, iniciado em 2010, com carga horária de 400 horas, em parceria com a UFMG, 2295

oferecido aos gestores das unidades escolares. O objetivo é contribuir para o 2296

aperfeiçoamento do trabalho pedagógico e administrativo dos gestores que atuam nas 2297

escolas públicas, numa perspectiva democrática, sendo realizado por meio da EAD, 2298

integrado também a um conjunto de ações formativas presenciais. 2299

Outras considerações a respeito da Educação à Distância estão também explicitadas no 2300

texto do eixo 5.7 e 5.10. 2301

O Núcleo de Tecnologia Educacional de Betim foi criado em 2003, quando passou a receber 2302

recursos do Programa ProInfo do Ministério da Educação. O NTE tem como objetivo 2303

promover a Inclusão Digital, de forma presencial ou à distância, nas comunidades escolares 2304

da rede de ensino municipal, a fim de garantir que o recurso tecnológico seja incorporado à 2305

cultura e prática pedagógica para a melhoria da qualidade da educação básica. 2306

O Núcleo de Tecnologia Educacional é um polo de assessoria técnico-pedagógica às 2307

escolas da rede pública beneficiadas por programas do Governo Federal de incentivo ao 2308

uso pedagógico da informática, além de outras mídias, com o objetivo de promover a 2309

inclusão digital de educandos e educadores. A oferta do NTE baseia-se principalmente na 2310

capacitação de professores da rede pública para utilização pedagógica das tecnologias de 2311

informação e comunicação. 2312

Em 2009, o NTE e a seção de Tecnologia, Informação e Educação, reestruturou o seu 2313

trabalho na perspectiva de fortalecer e ampliar a parceria já existente, buscando captar o 2314

132

máximo de recursos externos e movimentar o meio educacional no que diz respeito à 2315

tecnologia no município. O resultado disso foi à inclusão de todas as escolas municipais no 2316

programa Proinfo, do Governo Federal. Até então, poucas escolas tinham laboratórios, 2317

onde, além do número de máquinas insuficiente para atendimento às turmas, em muitas o 2318

funcionamento era bastante precário. O Proinfo disponibiliza às escolas quinze 2319

computadores para o laboratório e dois para a área pedagógica ou administrativa, sendo 2320

que muitas escolas receberam dois laboratórios, totalizando 34 computadores novos. 2321

Em relação ao acesso à internet, até o final de 2010 as operadoras de telefonia serão 2322

obrigadas a oferecer Banda Larga de qualidade (um Mega ou mais) para todas as escolas 2323

urbanas através do Programa “Banda Larga na Escola” do Governo Federal e as unidades 2324

localizadas nas áreas rurais que receberam recursos do Proinfo serão conectadas pelo 2325

sistema via satélite Gsac. A partir dessa iniciativa, todas as escolas estarão ligadas pela 2326

grande rede de computadores, o que facilitará o trabalho pedagógico e de comunicação 2327

entre as instituições, pais, alunos, SEMED, Prefeitura e de órgãos ligados a Educação. Com 2328

o avanço das novas tecnologias e o empenho do governo municipal atual é imperativo que a 2329

Educação se aproprie de forma qualificada dos recursos tecnológicos inerentes ao mundo 2330

contemporâneo.2331

133

2332

Avaliação do

Grupo de

Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Educação à

Distância e Tecnologias Educacionais

Parecer da SEMED – 2010 Ações que sinalizam para a

consolidação da meta

Fav

oráv

el

Con

trár

io

Proposta de acréscimo

1. Para um período de dez anos torna-se

necessário o atendimento a totalidade

das escolas municipais com salas de

informática com:

a) Um número mínimo de 15

equipamentos para acessibilidade dos

alunos de uma turma que em média na

rede é de 35 alunos.

b) Internet, rede e conexão atual de alta

velocidade atendendo todas as escolas;

c) DVD, TV, gravadora de DVD, Kit

multimídia completo, Scanner, web cam

e câmera digital.

a) A meta esta cumprida através do

Programa Proinfo do Governo Federal

através do sistema SIGETEC onde o

município faz adesão ao programa

Proinfo e as escolas já vem pré

selecionada de acordo com as

informações do Educacenso;

b) Esta meta esta parcialmente

cumprida devido ao prazo que o

governo federal estipulou para as

operadoras de telefonia que até o final

de 2010 serão obrigadas a conectar

todas as escolas urbanas através do

Programa “Banda Larga na Escola”

c) Através do sistema SIGETEC as

escolas receberão os equipamentos

multimídia

Temos a proposta de que cada sala

de aula tenha um projetor e uma CPU

conectada a internet para que o

professor tenha uma melhor condição

de trabalho, no início de 2010

2. Na SEMED:

a) Constituir equipes de pesquisa e

desenvolvimento de software livre para

a) Existe a equipe do NTE

especializada em softwares

educacionais que estão disponíveis

Ampliar a equipe com formação em

EAD. Adquirir equipamentos próprios

para armazenamento de dados e

134

gerenciamento de dados e software

educativos para uso por educadores e

alunos.

b) Criação de salas em 3D.

c) Disponibilizar ferramentas EAD (On-

Line) para desenvolvimento projetos de

aprendizagem com alunos, educadores e

outros profissionais da educação nos

diferentes níveis de formação.

d) Ferramenta de desenvolvimento de

portal para publicação e comunicação

que favoreça a comunicação e o

relacionamento entre as escolas;

e) Verba de manutenção para materiais

de consumo como CD’s, tonner’s, etc.

f) Videoteca Digital;

para formação e construção dos

mesmos.

b) Meta sem objetivos específicos para

implementação.

c) Existe um trabalho desenvolvido

pelo NTE que disponibiliza a

ferramenta, tanto quanto a formação

para utilização da mesma em todos os

níveis.

d) Foi criado um blog no início de 2009

com o objetivo de criar uma interação

entre a

rede.(tecnologiabetim.blogspot.com)

e) Os caixas escolares foram

reestruturados e várias verbas foram

disponibilizadas com um prévio estudo

de suas aplicações.

f) Existe um trabalho disponibilizado na

biblioteca do educador de conversão

de fitas VHS para DVD com a

possibilidade de implantação de uma

videoteca em parceria com as escolas.

garantir o acesso de todos a qualquer

momento. No 2º semestre de 2011.

3. Formação continuada de educadores:

a) Disponibilizar em 2 anos formação

continuada para educadores das escolas

usando ferramentas de Ensino à

Distância - EAD.

b) Capacitar em cursos presenciais em

a) Através do PAR o município fez

adesão ao programa de formação

inicial e continuada do MEC

(Plataforma Freire) onde vários

profissionais foram inseridos no

programa de Formação a distância.

Na proposta do Proinfo (MEC) os

laboratórios de informática são

instrumentos de trabalho para o

professor, portanto de domínio de

todos.

135

até dois anos educadores para cada

unidade escolar do município e, no

mínimo, três técnicos de informática para

cada regional pedagógica.

c) Capacitar em 5 anos todos os

profissionais para uso dos programas

como TV Escola e outras redes de

programação educacional.

b) O NTE tem disponibilizado formação

em loco a todas as unidades de ensino

que solicitaram o serviço e está

disponível para a rede desde o inicio

de 2009.

c) Não houve procura ao longo do ano

de 2009.

4. Estabelecer parceria com redes de

televisão para a produção de

programação educativa.

Essa parceria já existe através do

Programa Betim é mais, canal 53.

5. Disponibilizar salas de informática nas

Regionais pedagógicas para acesso aos

educadores e formação continuada,

contendo 12 a 15 computadores, 2

impressoras, scanner, 2 câmeras

digitais; 1 web cam, kit’s multimídia

completos, data show, sala em 3D e

gravador de DVD.

Através da avaliação documento de

transição e pareceres sobre a

funcionalidade das regionais o setor

pedagógico e Semed decidiu por

suspender as atividades das regionais

e atender pontualmente as escolas

através das equipes de referência,

nesse sentido as escolas estão sendo

atendidas pelo NTE e Seção de

tecnologia, informação e Educação e

os equipamentos sendo enviados pelo

programa Proinfo.

Aquisição de equipamentos de edição

de imagem, vídeo e som, viabilizando

a autonomia na criação e

desenvolvimento das atividades do

NTE e da Seção de tecnologia,

informação e Educação.

6. Presença de no mínimo 3

computadores em todas as bibliotecas

escolares, com uma impressora, acesso

à internet e software para gerenciamento

das bibliotecas em funcionamento.

Com a chegada dos laboratórios de

informática do Proinfo existe a

possibilidade remanejamento de

algumas máquinas para as bibliotecas

A previsão é de que todas as escolas

sejam contempladas até o início de

2011.

7. Promover parcerias com instituições Através da adesão ao programa do Estabelecer convênio com

136

públicas e privadas de formação

presencial e à distância para

profissionais da educação.

MEC(Plataforma Freire) Já

constatamos x inscrições no Proinfo

feitas por funcionários da rede

instituições de ensino técnico e

superior para assessoria nos

laboratórios de informática e

implantação de projetos no decorrer

de 2010.

8. Capacitar a totalidade dos educadores

da SEMED e equipes das regionais

pedagógicas no uso de tecnologias para

o desenvolvimento de projetos de

aprendizagem.

A partir da demanda trazida pelas

escolas o NTE já vem realizando

formação dos profissionais nas escolas

desde 2009.

O NTE tem como desafio

instrumentalizar todos os

profissionais ligados aos laboratórios

de informática para um efetivo e

produtivo trabalho em 2010 com a

totalização prevista para o final de

2011.

9. Apoiar financeira e institucionalmente

a pesquisa na área de educação à

distância.

Ver propostas de consolidação das

metas do eixo 5.7.

10. Capacitar em três anos os

multiplicadores e monitores das escolas

públicas da comunidade para uso das

salas de informática nos horários entre

os turnos e nos finais de semana para

promover uma maciça formação e

acesso aos recursos tecnológicos à

comunidade.

Existe um trabalho sendo executado

pelos coordenadores dos tele-centros

11. Proporcionar condições para que as

salas de informática sejam utilizadas

pelos educadores como uma ferramenta

pedagógica.

Todos os esforços estão voltados para

fundamentação que é a linha do

Proinfo e o objetivo da Semed.

137

5.8. EIXO SISTEMA DE INFORMAÇÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO 2333

MUNICÍPIO 2334

5.9.1 Sistema de Informação: 2335

A sociedade atual está imersa no universo da tecnologia que utiliza de diversos recursos e 2336

ferramentas, os quais favorecem a democratização da informação, a comunicação, o 2337

tratamento de dados, dentre outros, possibilitando a construção de conhecimentos. 2338

É difícil pensar no quotidiano de grande parte da população no século XXI sem tais 2339

recursos. Considerando que as transformações sociais e culturais passam também pela 2340

educação e, em cada tempo e espaço, novas tecnologias são agregadas às já existentes, os 2341

sistemas de informação são recursos indispensáveis ao trabalho educativo e construção de 2342

políticas públicas para a educação. 2343

Nesse sentido, torna-se necessário um investimento por parte do poder público na 2344

aquisição, manutenção e atualização de sistemas de informação, bem como na capacitação 2345

de profissionais para a operacionalização dos mesmos. 2346

Os atuais Sistemas de Informação disponíveis na SEMED e escolas estão em atividade 2347

desde 1994 e não passaram pela devida manutenção, adequação do armazenamento de 2348

dados e atualização, o que fez com que os mesmos se tornassem pouco confiáveis e 2349

obsoletos. 2350

Em 2009, a SEMED contratou uma empresa para manutenção e adequação dos sistemas, 2351

que qualificará o trabalho administrativo e pedagógico, uma vez que todos os setores 2352

ligados à educação municipal, principalmente as escolas, terão informações em tempo real 2353

e consistentes, pois tudo será on-line, a matrícula executada na escola será transmitida, 2354

automaticamente, para os setores responsáveis tornando possível a alimentação do banco 2355

de dados, inclusive dos programas, como por exemplo, o Cesta Escola e Bolsa Família, sem 2356

a necessidade de preenchimento de listas de frequência enviadas para as unidades 2357

escolares. Aliados a esses facilitadores, os dados gerenciais poderão ser extraídos do novo 2358

sistema, auxiliando a equipe gestora na tomada de decisões relacionadas à melhoria da 2359

educação. Também será possível alimentar o banco de dados do Governo Federal e 2360

vislumbrar a possibilidade de lançar mão dos dados armazenados para o preenchimento do 2361

Educacenso. Uma vez que a escola tenha todos os dados atualizados no sistema, a 2362

transmissão será direta. 2363

O NTE em parceria com os telecentros proporcionarão à comunidade escolar cursos de 2364

138

empreendedorismo que serão certificados pela PUC-Betim, inserindo, cada vez mais, a 2365

população betinense na era digital. 2366

5.9.2 Avaliação da Educação no Município: 2367

As práticas de avaliações em larga escala se intensificaram no Brasil, a partir da década de 2368

90, por meio de política do MEC – Ministério da Educação em parceria com o INEP – 2369

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A partir de então, 2370

foi instituído o SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, com o objetivo 2371

de aferir conhecimentos em língua portuguesa e matemática em alunos do 4º e do 8º ano de 2372

escolarização do ensino fundamental e 3° ano do ensino médio. 2373

Em 2005 instituiu-se a Prova Brasil para avaliar censitariamente em língua portuguesa e 2374

matemática, alunos do 5° e 9° ano de escolaridade. Ao longo de 2007, nos anos iniciais do 2375

ensino fundamental, o INEP elaborou a Provinha Brasil que tem adesão voluntária por parte 2376

dos estados e municípios. 2377

À medida que ampliamos a democratização e os direitos sociais e políticos, a escola 2378

assume cada vez mais a função de promoção dos valores éticos, da cidadania, da 2379

sociabilidade e das práticas sociais da leitura, tendo como pressuposto a relação entre 2380

elevação do grau de escolaridade e a melhora de índices de desenvolvimento humano – 2381

renda, emprego, melhoria da qualidade de vida. 2382

A rede municipal de Betim, em consonância com esses pressupostos e mantendo firme 2383

propósito do Compromisso Todos pela Educação, visa intensificar as práticas de avaliações 2384

em larga escala e as avaliações formativas como políticas que elevem a qualidade do 2385

ensino. 2386

As avaliações sistêmicas são polêmicas porque trazem elementos de controle e regulação 2387

social. Isto quer dizer que as avaliações em larga escala procuram delinear o perfil cognitivo 2388

da população, reconstituir detalhes da trajetória escolar dos que frequentam a escola, 2389

identificar o estágio cognitivo dos sujeitos, além de estabelecer relações entre o perfil 2390

cognitivo cultural de segmentos da população com novos modelos de organização da 2391

produção nas sociedades contemporâneas. 2392

Contudo, as avaliações sistêmicas devem ser vistas como complementares às avaliações 2393

de cunho qualitativo, formativo e cotidiano devendo ser praticadas de variadas formas, 2394

como: autoavaliação pelo aluno, avaliação pelos professores, avaliação pelos familiares. 2395

Somente assim poderemos atrelar a função reguladora e emancipadora da avaliação como 2396

139

mudança da realidade social com vistas à almejada qualidade. 2397

Sabemos que a temática sobre qualidade da educação é bastante complexa, uma vez que 2398

muitos são os fatores que condicionam os processos sociais e individuais que envolvem a 2399

aprendizagem. Essa complexidade é, ainda, agravada por serem esses fatores de natureza 2400

subjetiva, e portanto, difíceis de classificar. 2401

Avaliar a qualidade da educação é indispensável e a utilização dos resultados deste 2402

processo torna possível a proposição de ações que venham a favorecer a melhoria da 2403

qualidade do processo ensino aprendizagem. 2404

Conhecer esta realidade permitirá à SEMED propor e desenvolver ações objetivas no 2405

sentido de diminuir as desigualdades sociais tão presentes na vida de nossos educandos. 2406

Desta forma, recorreremos a vários indicadores qualitativos e quantitativos para a 2407

formulação de uma avaliação eficaz, que deverá ser construída num processo permanente 2408

de diálogo com os educadores e com a comunidade escolar. 2409

Acreditamos que a partir da avaliação das várias situações vividas por cada escola é 2410

possível detectar problemas e apontar soluções, encontrando alternativas que permitam 2411

transformar o real, que não é unidimensional, tornando-o mais justo e equitativo. 2412

Entendemos que o ato de avaliar, de compreender a qualidade da educação só faz sentido 2413

se tiver um objetivo formativo, se contribuir para identificar problemas e sugerir possíveis 2414

respostas a cada situação em particular. Trata-se de pensar cada escola num antes e num 2415

depois, compará-la com ela mesma. 2416

Vários fatores podem dificultar a qualidade da educação e a elevação do grau de 2417

proficiência dos educandos. Por isso, é preciso reconhecer esses fatores para atuarmos em 2418

prol do sucesso escolar dos educandos. É preciso reconhecer quais são as práticas de 2419

sucesso e como elas se dão, se por exemplo, pela abordagem e utilização de diversos 2420

recursos didáticos, se pela permanência dos professores nas escolas, se pelos projetos 2421

desenvolvidos. 2422

Vale ressaltar que não se trata de estabelecer rankings entre as escolas, uma vez que não 2423

devemos e tampouco queremos utilizar apenas um indicador - o do desempenho acadêmico 2424

dos educandos - para determinar a qualidade da educação. 2425

Desejamos que cada escola, cada professor, cada comunidade, cada aprendiz conheça o 2426

próprio desempenho a fim de poder, a cada ano, a cada etapa, lançar mão das medidas 2427

140

necessárias e possíveis para que o seu desempenho melhore, promovendo assim a 2428

qualidade da educação tão necessária e almejada por todos. 2429

Assim, a avaliação servirá para que cada unidade escolar encontre o seu caminho. Não 2430

queremos promover concorrência, rivalidade, discriminação, num claro processo de 2431

reprodução de exclusões e das desigualdades sociais. 2432

Neste contexto, é de interesse da SEMED implantar um Sistema de Avaliação Diagnóstica 2433

Municipal – “BETIM AVALIA”, para os anos dos ciclos e áreas de conhecimento que não são 2434

contemplados pelas avaliações sistêmicas das quais a cidade já participa (SIMAVE – 2435

Proalfa e Proeb ; Prova Brasil e Provinha Brasil), que seja capaz de subsidiar as reflexões 2436

de cada escola no sentido de qualificar cada vez mais a educação em Betim. 2437

141

2438 Avaliação do

Grupo de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Sistema de Informação e Avaliação da Educação do Município

Parecer da SEMED – 2010 Ações propostas para a

consolidação da meta

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C

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Proposta de acréscimo

1. Universalizar a interligação em rede informática da Secretaria Municipal de Educação com as escolas municipais.

Estamos em processo de organização e estruturação do sistema de informática na SEMED e nas escolas municipais, para tal aguardamos a conclusão do programa “Banda Larga nas Escolas” que dará acesso gratuito a Internet para todas as escolas do Brasil e também ligaremos toda Betim com uma rede metropolitana onde dará mais seguranças aos dados que circulam na prefeitura como um todo.

2. Instituir um sistema de comunicação, através de rede informática, entre a Secretaria Municipal de Educação e as redes estadual e privada no município, para facilitar a coleta de informações sobre a educação ofertada no território municipal.

3. Tornar mais ágil a circulação de informações entre as Secretarias Estadual e Municipal de Educação.

4. Constituir uma base de dados educacionais no município, que abranja todas as redes de educação e que disponibilize agilmente esses dados para a comunidade escolar e a sociedade.

A SEMED contratou a empresa que desenvolveu os atuais sistemas de informação que estão em funcionamento para dar manutenção/atualização nos mesmos. Esta medida dará condições para consulta e fornecimento de informações (dados) em tempo real. Com a manutenção atualizada dos sistemas a SEMED e escolas terão maior agilidade na aquisição e utilização das informações o que, consequentemente, qualificará o trabalho de todos.

5. Desenvolver programas de formação continuada do pessoal técnico da Secretaria de Educação e das secretarias escolares para o aperfeiçoamento da informação, da estatística, do planejamento e da avaliação educacional.

Na Plataforma Freire foi ofertado vários cursos de formação continuada e o NTE tem dado suporte à demandas apresentadas para as inscrições dos interessados. Além disso, o Núcleo tem ofertado formações na área de tecnologia educacional, a partir de demandas das escolas. Em 2009 foi realizada uma oficina para treinamento de técnicos de secretaria sobre o preenchimento da planilha com resultados da Provinha Brasil, que resultou

142

em uma importante análise de dados sobre o desempenho dos alunos em processo de alfabetização.

6. Promover medidas administrativas e uma política de valorização profissional que assegurem a permanência dos técnicos formados e com bom desempenho nos quadros das secretarias.

7. Viabilizar a participação da Rede Municipal nas avaliações sistêmicas federais e estaduais.

Ver eixo do Ensino Fundamental

8. Desenvolver sistema próprio de avaliação da qualidade da educação, baseado nos princípios pedagógicos adotados na educação básica na Rede Municipal.

Ver eixo do Ensino Fundamental

9. Definir padrões de qualidade da aprendizagem, que orientarão a avaliação sistêmica da Rede Municipal de Ensino, através de conferência municipal da educação.

Ver eixo do Ensino Fundamental

10. Instituir o Sistema Municipal de Educação de Betim.

Em 2007 foi solicitado e concedido pelo CEE a Delegação de Competências ao CME Betim, contudo essa foi uma ação tomada em caráter provisório e precário necessitando ser imediatamente implantado o Sistema Municipal de Ensino. Ver metas 14 e 22 do Eixo Gestão e Financiamento

Criação da lei, através do executivo e CME, a partir da deliberação na CEMB.

11. Garantir maior agilidade administrativa para a continuidade dos programas de informática.

Falta clareza em relação a meta e a SEMED propõe a revisão da mesma.

12. Fazer levantamento, através de experiências das escolas, sobre fatores dificultadores do processo de ensino-aprendizagem, e que esses dados sirvam de base para pesquisas.

A SEMED está contratando um serviço de consultoria para a realização de uma Pesquisa que visa identificar os Indicadores de Qualidade da Educação na rede municipal. O objetivo desse trabalho é buscar informações técnicas para subsidiar o trabalho dessa gestão na perspectiva de melhoria do ensino ofertado

Processo em licitação.

13. Criação de uma Olimpíada Municipal do conhecimento, facultativa, que abranja a proposta educacional, com o objetivo de resgatar o interesse dos alunos pelo conhecimento.

As escolas já participam das Olimpíadas Nacionais de Língua Portuguesa e Matemática. Contudo, a partir da definição da implantação da Matriz Básica do Referencial Curricular de Betim será possível realizar essa iniciativa, na medida em que é garantido a todas as escolas e, consequentemente aos seus alunos, condições igualitárias mínimas através do acesso a um currículo básico comum, para desenvolver esta ação.

2439

143

5.9. EIXO ENSINO SUPERIOR 2440

A partir da análise do Resumo Técnico do Censo da Educação Superior - 2008 (dados 2441

preliminares), produzido pelo INEP/MEC é possível inferir, sucintamente, que: 2442

1. Nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) houve um incremento de 21.513 2443

novas vagas na graduação presencial e à distancia, ou 12,2% em relação a 2007. 2444

Como conseqüência, a quantidade de candidatos por vaga diminuiu nessas 2445

instituições. 2446

2. Em 2008, 1.936.078 novos alunos ingressaram na Educação Superior, 8,5% a mais 2447

em relação a 2007. 2448

3. O número de matrículas em 2008 foi 10,6% maior, em relação a 2007, com um total 2449

de 5.808.017 alunos matriculados em cursos de graduação presencial e a distância. 2450

4. Esses dados de matrícula se aproximam dos resultados da Pesquisa Nacional por 2451

Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2452

(IBGE). Segundo a PNAD, 6.050.000 pessoas frequentaram cursos de ensino 2453

superior no Brasil em 2008. A diferença entre os dois resultados pode ser explicada 2454

pelas distintas metodologias, pelo fato da pesquisa do IBGE incluir estudantes de 2455

pós⁰graduação e em razão do censo não incluir matrículas em cursos seqüenciais 2456

de formação específica nesse somatório citado. 2457

5. O censo 2008 revelou um aumento de 10,1% no número das matrículas em 2458

graduação presencial, vinculadas a instituições federais (IFES) em cidades do 2459

interior. 2460

6. Houve uma redução de 29 IES em funcionamento no Brasil em relação ao ano 2461

anterior, finalizando uma tendência, já verificada em anos anteriores, de queda no 2462

ritmo de crescimento. Tal diminuição pode ser explicada pela integração de 2463

instituições, por fusão ou compra, observada nos últimos anos. De fato, a criação dos 2464

Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, em muitos casos, se deu a 2465

partir da fusão de Centros Federais de Educação Tecnológica. Essa redução não se 2466

refletiu diretamente no ritmo de crescimento do número de vagas, inscritos, ingressos 2467

e matrículas. 2468

7. Com relação à organização acadêmica, as faculdades continuam representando a 2469

maior parte das IES no Brasil e cerca de 93% delas pertencem ao setor privado. No 2470

entanto, 53% dos alunos de graduação presencial estudam em universidades, 33% 2471

em faculdades e 14% em centros universitários. 2472

8. Houve um incremento de 1.231 (5,2%) novos cursos de graduação 2473

presencial nas IES brasileiras e apenas as IES Estaduais não registraram 2474

144

crescimento em relação a 2007, com um decréscimo de 1,6% nos cursos ofertados. 2475

9. Do mesmo modo, houve o aumento de 7,3% (cerca de 319 mil) no número de vagas 2476

ofertadas em graduação presencial e a distância. As Instituições privadas foram 2477

responsáveis pela oferta de cerca de 4 milhões de vagas em 2008, registrando 2478

aumento de 4% em relação a 2007. 2479

10. Em 2008 foram ofertadas 463.969 vagas nos cursos de Educação Tecnológica,com 2480

um aumento de 17,8% em relação a 2007. As IES privadas são responsáveis por 2481

cerca de 94% dessa oferta. 2482

11. Na graduação a distância, 115 instituições ofereceram 647 cursos em 2008. As 2483

matrículas na modalidade de ensino a distância aumentaram 96,9% em relação ao 2484

ano anterior e, em 2008, passaram a representar 14,3% do total de matrículas no 2485

ensino superior. Além disso, o número de concluintes em EAD cresceu 135% em 2486

2008, comparado a 2007. 2487

12. A quantidade de funções docentes em exercício no Brasil cresceu em 2008. Nesse 2488

ano foram observadas 321.493 funções docentes no ensino superior, um 2489

acréscimo de 4.452 em comparação com 2007, ou seja, de 1,4%. É importante 2490

destacar que o número de “funções docentes” não corresponde ao número de 2491

docentes, coletados no Censo de Docentes 2008, já que profissionais que trabalham 2492

em mais de uma instituição são declarados nesse censo por todas as IES nas 2493

quais exercem alguma função de forma agregada enquanto o outro levantamento 2494

(Censo de Docentes) é feito com informações individualizadas por docente. 2495

Certamente, mantidas as devidas proporções, esse quadro se configura nos níveis 2496

regional, estadual e municipal, indicando duas tendências básicas: a) o crescente 2497

avenço das IES, especialmente de iniciativa privado, na oferta de cada vez mais vagas 2498

num espectro cada vez mais abrangente de cursos de graduação (e pós-graduação), 2499

pese a redução numérica dessas instituições (pela integração de instituições, por fusão 2500

ou compra) ; b) o incremento progressivo de ingressantes na Educação Superior, 2501

particularmente no interior; e c) o aumento contínuo da quantidade de funções docentes. 2502

No que tange singularmente a Betim, essas tendências, ainda que tardiamente, se 2503

fazem também presentes. Com efeito, aqui a oferta de atendimento em nível 2504

universitário começa em inícios da década de noventa, mesmo assim por iniciativa do 2505

poder público, então sob a liderança da atual Prefeita da cidade, que oferecera uma 2506

irrecusável série de facilidades públicas à primeira IES que veio se instalar no município. 2507

A partir de então, a oferta de novas vagas nesse nível educacional, sempre pela 2508

iniciativa privada, não pára de crescer. 2509

145

Atualmente, as sete IES que operam na cidade, majoritariamente na forma de 2510

faculdades isoladas, atendem em torno de 11 mil alunos36 numa ampla diversidade de 2511

cursos que, de modo geral se concentram na modalidade de bacharelados presenciais 2512

abrangendo, principalmente a graduação em cursos das áreas de engenharia, gestão e 2513

saúde, com uma reduzida e, ainda assim, decrescente oferta de cursos de licenciatura. 2514

É pertinente destacar aqui o recente empenho da gestão pública municipal para a 2515

aprovação pelo Legislativo da implantação do curso de Medicina na cidade, por uma das 2516

IES que aqui opera, com início previsto para este ano. 2517

Cabe, enfim, destacar que, em, pelo menos, duas oportunidades, em momentos 2518

diferentes, o executivo municipal, em regime de colaboração ou parceria com IES 2519

públicas regionais, ofertou cursos de formação de professores em nível de graduação 2520

superior, visando qualificar o quadro de magistério local para os primeiros anos do 2521

Ensino Fundamental e para a Educação Infantil. 2522

Contudo, os desafios do Poder Público local, na perspectiva de ampliar de forma 2523

qualificada e mais focada na realidade sociocultural da cidade a oferta de educação 2524

superior, emergem como uma inadiável prioridade política, particularmente diante da 2525

imperiosa necessidade de promover um sólido e sustentável desenvolvimento 2526

socioeconômico, capaz de garantir melhores condições de vida e de crescimento para 2527

toda a população. 2528

Efetivamente, a consolidação de um projeto mais profícuo de estruturação da cidade e 2529

da cidadania em Betim depende, sobremaneira, dos avanços educacionais que venham 2530

a ser ativados em todos os níveis, mas, com urgência no nível da Educação Superior. 2531

Daí, a relevância da implementação emergencial das metas do PMDE previstas para 2532

este eixo. 2533

36 Dados estimados a partir de consulta diretas às IES locais, dada a indisponibilidade de informações oficiais atualizados.

146

Avaliação do Grupo de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Ensino Superior Parecer da SEMED - 2010 Ações propostas para a

consolidação da meta

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Proposta de acréscimo

1. Ampliar e divulgar o CREDUC (Crédito Educativo Municipal) e que ele tenha critérios definidos, atendendo alunos da Rede Pública.

Em fase de estudo de fontes de financiamento.

2. Buscar a oferta de educação superior, nos próximos 5 anos, para pelo menos 30% da população betinense da faixa etária de 18 a 24 anos, e para pelo menos 40% o mesmo segmento populacional até o final da década.

Em curso.

3. Buscar a oferta de educação superior pública no município, considerando que o equilíbrio proposto pelo Plano Nacional é que 40% das vagas nesse nível sejam públicas.

Em busca de cooperação de IES públicas e suporte do MEC.

4. Contribuir para a identificação das demandas de formação superior a serem implementadas no município.

Em andamento.

5. Contribuir para a avaliação das universidades instaladas no município, a fim de que se afinem com as demandas locais.

Estabelecendo maior articulação isntitucional, junto às IES locais.

6. Manter e incrementar as parcerias com as universidades para a formação continuada dos profissionais do setor público.

Em andamento.

7. Dar continuidade e ampliar os atuais projetos das IES que atendem à comunidade betinense, a partir da celebração de convênios com estas instituições.

Tomando providências preliminares

8. Elaborar e divulgar novos projetos que atendam à comunidade betinense, a partir da celebração de convênios com as IES sediadas ou que venham a sediar-se no município.

Tomando providências preliminares

9. Apresentar e negociar com as IES instaladas no município projetos que atendam demandas da comunidade betinense.

Tomando providências preliminares

10. Apresentar demandas de pesquisa às IES instaladas no município. Fazendo levantamento de demandas. 11. Implementar a Lei 4.015/2004, que institui o Crédito Educativo Municipal.

Em fase preliminar.

12. Estimular as IES instaladas no município a identificar, na educação básica, estudantes com altas habilidades intelectuais, nos estratos de renda mais baixa, com vistas a oferecer bolsas de estudo e apoio ao prosseguimento dos estudos.

13. Dar continuidade e ampliar o número de vagas para um mil, em 2006, no Pré- Vestibular Popular, favorecendo o acesso ao ensino superior da população economicamente carente.

Sob avaliação de pertinência, face às novas condições de acesso à Ed. Superior.

147

14. Negociar com as Instituições de Ensino Superior instaladas no município descontos nas mensalidades para graduandos egressos dos pré-vestibulares populares.

idem

15. Dar continuidade e estender para um ano, modalidade “extensivo”, o Pré-Vestibular Popular.

idem

16. Elaborar programas de suporte e apoio ao ensino médio público, visando o acesso ao ensino superior.

17. Desenvolver políticas de valorização do ENEM como instrumento público de avaliação para o acesso às vagas das Universidades do Município.

18. Maior segurança nos locais de acesso e nas proximidades das unidades de ensino superior.

Em curso.

19. Facilidade e comodidade no sistema de transporte coletivo de acesso às universidades.

20. Parcerias entre o poder público local e as universidades quanto ao sistema de estágio.

Em pleno andamento.

21. Fortalecer a inter-relação da educação básica com as instituições formadoras de professores para garantir o aprimoramento constante dos parceiros e a identificação dos formadores com os executores.

Em curso.

22. Implantação de programas de pós-graduação com cursos de especialização, mestrado e doutorado.

Em estudo de factibilidade.

148

5.10. EIXO FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS E VALORIZAÇÃO DO 2534

MAGISTÉRIO 2535

As políticas públicas para a formação de educadores devem estar voltadas para: a 2536

crescente demanda pela formação oriunda dos desafios de se constituir políticas de inclusão 2537

e de direitos sociais; o dilema de se estabelecer práticas pedagógicas que atendam as 2538

“diferenças” individuais e culturais no contexto de uma sociedade letrada, onde emergem, 2539

por exemplo, as necessidades de padrões de letramento; a urgência de se dialogar com a 2540

diversidade cultural dos educandos, quer seja de gênero, etnia, faixa etária ou grupos 2541

sociais; a importância do acolhimento para a participação da comunidade escolar, inclusive 2542

para a tomada de decisões nos projetos políticos pedagógicos das escolas; dentre outros. 2543

A partir das mudanças sociais, a função puramente instrucional da educação ampliou-se, à 2544

medida que nossa sociedade também foi se tornando mais complexa. É importante 2545

assinalar que a função instrucional estava ligada à perspectiva da meritocracia. Por sua vez, 2546

a meritocracia baseava-se no entendimento de que a igualdade seria um princípio natural da 2547

existência dos indivíduos que, ao nascerem livres, e assim sendo considerados, bastaria dar 2548

a todos as chances de estarem na escola. Uma vez estando todos, caberia a cada um “fazer 2549

por merecer” a sua permanência e sua “passagem” pelos estágios da escolarização. Sabe-2550

se que esse pensamento ocasionou a desistência de muitos, fato atestado pelos altos 2551

índices de evasão e de repetência. Com isso, cabe hoje ao projeto educacional combater o 2552

sistema meritocrático. Para tanto, a tarefa é mais que acreditar na possibilidade da 2553

igualdade, é pensar na equidade, nas possibilidades de se estabelecer um sistema escolar 2554

que reconheça historicamente as desigualdades (de direitos civis, de direitos sociais) 2555

oriundas de uma sociedade que se diz igualitária, e as supere. 2556

A função da escola e dos educadores tem sido assim amplamente debatida, uma vez que 2557

todos os discursos (organismos multilaterais, organizações governamentais e não 2558

governamentais) têm demonstrado que níveis melhores de escolaridade podem representar, 2559

para toda a população, melhores condições de vida, assim como melhores oportunidades, 2560

quer seja no mundo do trabalho, quer seja na compreensão do mundo, no convívio social, e 2561

outros. É somente observar a emergência da escolarização cada vez mais cedo e cada vez 2562

mais ampliada no ensino fundamental, agora para nove anos, para se constatar tal 2563

assertiva. 2564

A exemplo da legitimidade dos discursos de uma “escola para todos”, também a formação 2565

permanente passa a ser cada vez mais cobrada. A cada dilema ou novo desafio, a formação 2566

é logo acionada como um fator preponderante para a eficiência do sistema educacional. 2567

149

Percebe-se, então, que os projetos de formação passam a incorporar conceitos como: 2568

reflexão sobre a ação, experiências, identidades e culturas docentes, dentre outros. 2569

É preciso ainda que as políticas de formação discutam mais profundamente a respeito da 2570

natureza do trabalho dos educadores. Sendo assim, não se pode fugir de algumas 2571

características inerentes a esse profissional, como: é próprio do trabalho dos educadores 2572

(ou deveria ser, por definição) o compromisso ético com a comunidade, ou seja, é 2573

“necessário entender que a responsabilidade pública envolve a comunidade na participação 2574

das decisões sobre o ensino”, de acordo com Contreras (2002, p.79). Isto quer dizer que a 2575

educação não é apenas uma questão de ser professor isoladamente, mas sua ocupação é 2576

“socialmente encomendada e responsabilizada publicamente”. Além disso, existe a 2577

obrigação moral que consiste no fato de o professor ter que inevitavelmente se defrontar 2578

com sua própria decisão sobre a prática que realiza, uma vez que o seu projeto é “atingir”, é 2579

influenciar os alunos com vistas ao aprendizado da autonomia e da tomada de decisões 2580

futuras. E, por fim, aliada à obrigação moral e à competência ética, encontra-se o papel do 2581

conhecimento, cabendo aos educadores decidir e dialogar não só com os contextos das 2582

salas de aula, como também com as influências e as determinações mais amplas da 2583

sociedade. 2584

Portanto, um projeto político de formação permanente de educadores tem que levar em 2585

conta as possibilidades de se elevar o grau de profissionalidade docente e, 2586

consequentemente, a melhoria da qualidade da educação. 2587

Nesse sentido, a SEMED, no início de 2009, buscou situar-se por meio de um diagnóstico 2588

que identificasse quais programas de formação estavam em andamento e os que deveriam 2589

ser implementados, considerando as demandas advindas das escolas, numa perspectiva de 2590

desenvolvimento profissional através de uma prática reflexiva, norteada por princípios 2591

éticos, didáticos e pedagógicos. 2592

De acordo com Nóvoa (1997) “falar de formação de professores é falar de um investimento 2593

educativo nos projetos das escolas”. Isso quer dizer que falar de formação na rede é 2594

conceber uma formação continuada que valorize as pessoas e os grupos, os processos 2595

vividos, a articulação entre a formação contínua, a gestão escolar, as práticas curriculares e 2596

as necessidades dos educadores. Daí há de se conjugar a lógica da procura (definida pelos 2597

educadores das escolas) com a lógica da oferta (definida pelo município). 2598

Dessa forma, a SEMED propôs uma política de formação assim delineada: 2599

• formação em serviço, na escola e em outros tempos e espaços; 2600

150

• formação em outros tempos e espaços (fora do horário de trabalho). 2601

Formação em serviço na escola 2602

A proposta de formação continuada em serviço na escola da Rede Municipal de Betim prevê 2603

que os professores tenham 20% do tempo de sua jornada semanal de trabalho dedicado a 2604

estudo e realização de atividades pedagógicas, considerando a Portaria 001/2010. Esses 2605

momentos devem atender as demandas do cotidiano escolar, diagnosticar necessidades e 2606

adequar práticas e projetos, pensar as intervenções frente às dificuldades dos alunos, em 2607

consonância com o Projeto Político Pedagógico da escola e as políticas públicas de 2608

educação. 2609

A articulação dos pedagogos torna-se imprescindível para que o processo formativo ocorra 2610

de modo satisfatório. Segundo Nóvoa ( 2000) é preciso um investimento da escola como 2611

projeto organizacional no esforço de organizar ambientes favoráveis à formação e inovação 2612

e não há nada mais formador para o professor do que ser acompanhado no esforço de 2613

mudanças de práticas pedagógicas e curriculares. A experiência por si só não é formadora. 2614

O que é formador é a reflexão sobre a experiência por meio de uma supervisão dialógica de 2615

outros profissionais e dos colegas. 2616

Há, entretanto, um elemento dificultador na implementação dessa proposta, já que “os 2617

momentos de estudo não podem se sobrepor ao atendimento e ao respeito à carga horária 2618

do aluno” (Betim, 2003). Isso significa que em caso de faltas/infrequências de professores, 2619

fenômeno não raro na rede, o horário destinado à formação fica comprometido, já que o 2620

professor deve substituir o faltoso. O absenteísmo torna-se, portanto, nocivo a uma proposta 2621

de formação de educadores37 que leve em conta também esse tempo previsto em lei. Por 2622

isso, está sendo desenvolvido no ano de 2010, em parceria com a PUC, Betim, um projeto 2623

de pesquisa que busque investigar a questão para entender o fenômeno e construir em 2624

parceria com outros setores da administração e da saúde, propostas de ações de prevenção 2625

e promoção à saúde do educador. 2626

Apesar dessas limitações, vale ressaltar a necessidade de valorização dos momentos de 2627

formação que acontecem no interior das escolas, uma vez que pesquisas realizadas na rede 2628

municipal demonstram que os educadores não reconhecem esses momentos como sendo 2629

de formação, considerando apenas aqueles que ocorrem fora da escola, tais como 2630

37 A partir de uma discussão entre PUC-Betim, SEMED, SindUte e SAS, surgiu a necessidade de pesquisa que

será desenvolvida em 2010, a fim de investigar o fenômeno do absenteísmo e propor ações de prevenção e promoção à saúde do educador.

151

palestras, cursos, seminários. Ao contrário disso, vários autores concebem a formação in 2631

loco como um dos recursos propícios à ação-reflexão-ação. 2632

Formação em serviço, em outros tempos e espaços 2633

Além da formação na própria escola, há a possibilidade de realizá-la em outros espaços. 2634

Essas atividades são ofertadas pelo município em parceria com outras instituições (ver 2635

quadro de metas). De outro modo, o educador pode também buscar a autoformação, a partir 2636

de suas escolhas e necessidades. 2637

Para viabilizar essa participação, o coletivo da escola se organiza de forma a não prejudicar 2638

o funcionamento regular das aulas e, consequentemente, a carga horária do aluno. 2639

Formação em outros tempos e espaços (fora do horário de trabalho) 2640

Segundo Perrenoud (2000, p. 155) o professor deve saber administrar sua própria formação 2641

continuada: “saber administrar é bem mais do que saber escolher, com discernimento entre 2642

os diversos cursos em um catálogo.” Nesse sentido, verifica-se a necessidade de o 2643

professor estabelecer o “seu programa pessoal de formação contínua”. 2644

Considerando as afirmações do autor, a SEMED reconhece que muitos educadores fazem 2645

um balanço da sua formação e buscam aprimorá-la. Com o objetivo de incentivar tais 2646

educadores, a SEMED estabelece parcerias para a oferta de cursos de graduação, pós-2647

graduação e capacitação nas mais diversas temáticas. 2648

Buscando conjugar a lógica da procura com a da oferta, a SEMED vem proporcionando aos 2649

educadores da rede municipal diversas oportunidades de formação, que estão descritas a 2650

seguir. 2651

Formação de gestores (diretores e vices) – ao longo de 2009 e em continuidade em 2652

2010. 2653

Encontros mensais com os gestores, tendo como foco os princípios da gestão educacional 2654

no que diz respeito à administração de recursos humanos e materiais, a atuação desses 2655

atores nos desafios da gestão participativa para a promoção efetiva da aprendizagem dos 2656

educandos e a qualidade do ensino. A dinâmica desses encontros proporcionou, dentre 2657

outras coisas a devolução da análise do Primeiro Diálogo com as Escolas, estudos de 2658

textos, informações sobre as avaliações sistêmicas, análise de resultados da escola nos 2659

exames do SAEB, Provinha Brasil e SIMAVE, discussões e reflexões sobre a função da 2660

152

direção escolar e outras informações de ordem administrativa, pedagógica, legislativa e 2661

financeira. 2662

No início de 2009, esses encontros aconteceram de forma geral, com todos os 150 2663

gestores. A partir do segundo semestre, uma avaliação dos participantes apontou para a 2664

necessidade de uma reorganização dos espaços/tempos, de forma a favorecer uma maior 2665

participação e assim, os encontros dos gestores acontecem em 04 grupos conforme as 2666

respectivas regionais administrativas, tendo sempre uma escola anfitriã, que na 2667

oportunidade apresenta sua prática pedagógica significativa. 2668

Formação dos gestores PDE - Escola – 40 horas de formação, com a professora 2669

Madalena, consultora do MEC, com diretores, vices e pedagogos de 19 escolas que 2670

apresentaram, no IDEB, um índice abaixo do desejado. Essa formação teve como foco 2671

orientações para a construção do PDE Escola, propiciando reflexões sobre o papel dos 2672

gestores na condução dos trabalhos pedagógicos e administrativos, de forma a melhorar a 2673

aprendizagem dos alunos e, consequentemente, o IDEB da escola. 2674

Formação de Gestores (Pedagogos) – acreditando na importância desses atores como 2675

articuladores do planejamento escolar e dos processos educativos que acontecem no 2676

interior das escolas, a SEMED desenvolveu ao longo de 2009, 4 encontros, no horário de 2677

trabalho, por regionais administrativas. Esses encontros tiveram como objetivos, dentre 2678

outros: propiciar estudos, debates, diálogos, troca de experiência e reflexões, tendo como 2679

foco “o pedagogo e a articulação dos processos de ensinar e aprender”. 2680

Alguns assuntos abordados: Conjuntura da educação em Betim, o papel do pedagogo na 2681

escola, PDE/PDE Escola, resposta do primeiro diálogo e orientações para o retorno a todos 2682

os segmentos da escola, currículo e avaliação, informes de eventos, avaliações sistêmicas 2683

(Provinha Brasil, Proalfa, Prova Brasil), orientações administrativas e pedagógicas para o 2684

final de 2009 e início de 2010. 2685

A partir das avaliações dos participantes, em 2010, esses encontros foram sistematizados 2686

para acontecerem mensalmente e com duração de 2 dias, sempre em horário de trabalho. 2687

Em fevereiro e em março, esses encontros tiveram como temáticas, dentre outras: o 2688

planejamento do pedagogo frente ao Projeto Político Pedagógico, a implementação do 2689

currículo e às questões emergentes do cotidiano, análise e devolução dos resultados da 2690

Provinha Brasil e do Proalfa. 2691

2692

153

Formação de professores recém nomeados: 2693

Foi ministrado aos 60 professores empossados no ano de 2009, um curso de 2694

aproximadamente 80 horas. Essa modalidade de formação contou com a parceria entre 2695

SEMED e UFMG tendo como interlocutora a professora doutora Inês Teixeira. O curso teve 2696

como tema: “Tempos de cultura e de cuidados entre professores”, objetivando acolher os 2697

novos docentes, apresentando-lhes a cidade e seus pontos de referência mais importantes, 2698

os bairros, as escolas, além de informar sobre o funcionamento pedagógico e administrativo 2699

na Rede. 2700

Conversa de Educadores – acreditando na formação do profissional em educação com 2701

uma perspectiva mais humana e cultural e visando a melhoria do processo ensino-2702

aprendizagem, em consonância com a proposta de ciclo de formação humana e com a 2703

perspectiva de construção de uma matriz de referencial curricular de Betim, que defina 2704

alguns parâmetros de avaliação para a rede, em 2009 criou-se a modalidade “Conversa de 2705

Educadores”, que ofereceu aos interessados, fora do horário de trabalho, 2 encontros 2706

abordando as seguintes temáticas: 2707

- Avaliação como parte integrante do processo pedagógico, com Vitor Henrique Paro – 2708

participaram 156 educadores da educação básica. 2709

- Prova-Brasil: instrumento para subsidiar práticas educacionais e a qualidade de ensino, 2710

com a professora Maria Aricélia R. Nascimento, assessora do MEC – participaram 172 2711

educadores do ensino fundamental. 2712

Cinema Comentado – com o objetivo de promover uma formação cultural para os 2713

profissionais da educação, a SEMED buscou parcerias para a realização de sessões de 2714

cinema comentado. Em 2009, foram oferecidas 3 sessões, em parceria com a UFMG e o 2715

Sind-UTE: 2716

- Pro dia nascer feliz, comentado pelos professores João Carlos Ribeiro de Andrade e Shirlei 2717

Braga – 197 participantes da educação básica. 2718

- Entre os muros da escola, comentado pela professora Dra. Inês Teixeira e pelo prof. Ms. 2719

Ivan Sergio – 135 participantes da educação básica. 2720

- Peixe Grande e suas histórias, comentado pelo educador Carlos Moraes – 200 2721

participantes da educação básica. 2722

Seminário Juventudes – em parceria com a PUC Betim, foram oferecidas 24 vagas para a 2723

participação de professores da Rede Municipal. 2724

Cantando a história do samba – com o objetivo de implementar a lei 10.639 e 11.645/08 2725

que definem diretrizes norteadoras da educação para a diversidade étnico-racial foi 2726

154

realizado este seminário de 12 horas para educandos e educadores da rede municipal e 2727

estadual de Betim, com participação de aproximadamente 150 educadores da educação 2728

básica. 2729

Curso “Integrando as ações de direitos humanos em MG” (PROEX / FMDH/ UFMG) – 20 2730

horas de curso para 50 educadores da educação infantil e anos iniciais do ensino 2731

fundamental. 2732

Formação continuada dos mediadores de leitura e técnicos de biblioteca, aconteceu 2733

em 2009 a realização de um seminário, dividido em 3 encontros, totalizando uma carga 2734

horária de 20 horas que teve como foco a formação e sensibilização de representantes de 2735

profissionais de biblioteca escolar e educadores das escolas da rede Municipal, por turno, 2736

para implementação do programa municipal de incentivo à leitura. Nesses encontros 2737

aconteceram trocas de experiências vivenciadas nas escolas e contato com autores, tais 2738

como; Neuza Sorrentti, Terezinha Casassanta, Sandra Lane. 2739

Conferência da Coordenadoria da Promoção da Igualdade Étnico racial - em parceria 2740

com a coordenadoria Municipal de Promoção da igualdade Racial, aproximadamente 200 2741

educadores da educação infantil e ensino fundamental participaram deste evento que teve 2742

uma carga horária de 20 horas. 2743

Formação dos Colegiados, realização um seminário de 20 horas organizadas em 5 2744

encontros para formação e fortalecimento dos colegiados escolares, em parceria com o 2745

CME, com aproximadamente 280 participantes envolvendo 80% das escolas. 2746

Capacitação de aproximadamente 120 estagiários do CRAEI – curso de capacitação 2747

para estagiários que atuam como apoio à educação inclusiva em escolas públicas 2748

municipais e estaduais, em parceria com a equipe do ensino fundamental. Essa formação 2749

teve como foco planejamento e orientações didático-pedagógicas de atividades que podem 2750

ser desenvolvidas ns escolas. 2751

Capacitação de aproximadamente 200 monitores universitários da Escola da Gente – 2752

em parceria com a equipe do ensino fundamental, aconteceu no ano de 2009, um curso de 2753

20 horas de formação para os monitores (estagiários de ensino superior), tendo como foco 2754

planejamento e organização de atividades de letramento e numeramento. 2755

Capacitação de 14 monitores universitários do projeto “Educação no Caminho da 2756

Escola” – tendo em vista a necessidade de utilização do transporte escolar para atender 2757

algumas regiões da cidade, principalmente da zona rural, a SEMED, por intermédio dos 2758

155

setores de transporte e pedagógico, ofereceu no início do ano de 2010, um curso de 20 2759

horas distribuídas em 4 encontros, para os monitores; estagiários universitários, tendo como 2760

objetivo, dentre outros, orientar as atividades que poderão ser desenvolvidas, tanto dentro 2761

do ônibus, quanto nas escolas de final de rota. 2762

No início do atual governo, o município se inscreveu no Plano de Ações Articuladas – 2763

PAR, ligado ao MEC para tratar pontualmente da formação. Nesta perspectiva, dentre os 2764

programas inscritos, a Rede Municipal de Betim aderiu: 2765

curso Pro Letramento, com foco em português e matemática, com carga horária de 120 2766

horas presenciais e um intenso trabalho articulado entre teoria e prática, em parceria com o 2767

MEC e ministrado pelo CEALE (Centro de Estudos em Alfabetização e Letramento) da 2768

UFMG e por professores da UFRJ, para 600 professores de turmas de alfabetização de 2769

alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. As docentes desses cursos são 2770

professoras, também alfabetizadoras da Rede Municipal de Betim, denominadas de tutoras 2771

e recebem toda a formação para o exercício da função, diretamente de docentes do CEALE 2772

e da UFRJ. 2773

Avaliando a dinâmica do curso no que diz respeito à concepção de ensino/aprendizagem da 2774

leitura, escrita e numeramento e ainda, as possibilidades de impacto do mesmo na 2775

aprendizagem dos educandos, a SEMED assegurou a continuidade do referido curso, que 2776

está sendo oferecido, em 2010 para mais 110 educadores. 2777

Gestar II – em parceria com a UNB, este é um curso destinado à formação de professores 2778

dos anos finais do ensino fundamental, com foco em Português e Matemática, com carga 2779

horária de 300 horas, sendo distribuídas nas modalidades presencial e à distancia. 2780

Participaram deste programa, em 2009, aproximadamente 150 professores. 2781

Programa de Correção de Fluxo em Alfabetização – a partir da constatação da 2782

necessidade de promover a correção de fluxo na aprendizagem, ao longo do Ensino 2783

Fundamental, a SEMED firmou convênio com o GEEMPA (Grupo de Estudos em Educação, 2784

Metodologia e Pesquisa em Ação, Porto Alegre), através do MEC, com o objetivo de garantir 2785

a alfabetização de aproximadamente 800 educandos não alfabetizados, matriculados ao 2786

longo do ensino fundamental, proporcionando assim um curso de 40 horas para 90 2787

educadores da rede. 2788

Plataforma Freire - formação inicial superior para os educadores da educação infantil 2789

e para os educadores da rede que não têm a formação superior ou que desejam outra 2790

licenciatura, bem como em nível de especialização. 2791

156

Curso de Educação sem Homofobia - Na busca de uma melhor qualificação dos 2792

profissionais da educação para o trabalho com a diversidade e as diferenças no interior das 2793

escolas a rede oferece, em parceria com a UFMG, formação de 60 horas, no período de 2794

abril a novembro/2010 para os profissionais da educação. 2795

Curso CEALE – Alfabetização e Linguagem para 30 educadores de Língua Portuguesa 2796

que atuam no 4º ciclo, com carga horária de 80 horas, tendo como foco o trabalho com os 2797

Gêneros Textuais.. 2798

Curso de Filosofia e Metodologia do Ensino Religioso - 40 horas de formação para 2799

professores 3º e 4º ciclos interessados em atuar, a título precário, a disciplina de Ensino 2800

Religioso. 2801

Curso de Aperfeiçoamento em história da África e das culturas afro-brasileiras – em 2802

parceria com a UFMG, curso de 125 horas, para 25 educadores da rede municipal de 2803

ensino, com início previsto para 7 de maio de 2010. 2804

Oficina da Olimpíada da Língua Portuguesa 4 horas de oficina para representantes de 2805

professores de todas as escolas municipais que atuam no 3º e 4º ciclos, com vistas a 2806

orientar a prática docente para o desenvolvimento de competências de leitura e produção de 2807

textos. 2808

Curso Educação para o Trânsito, em parceria com a Transbetim, foram oferecidas 80 2809

vagas para uma formação de 20 horas para educadores da rede municipal. 2810

Além dessas ações, a SEMED divulga sistematicamente todos os eventos relacionados à 2811

educação e à formação dos profissionais, tais como publicações, cursos, lançamento de 2812

filmes, eventos culturais através dos canais de comunicação entre a Secretaria e as escolas. 2813

157

2814 Avaliação do

Grupo de Trabalho

Metas do PMDE – Eixo Formação dos Profissionais e Valorização do

Magistério

Parecer da SEMED – 2010 Ações propostas para a consolidação

da meta

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Proposta de acréscimo

1. Destinar 25% da carga horária dos professores, a partir da entrada em vigor deste Plano, para preparação de aulas, avaliações e reuniões pedagógicas.

A Portaria SEMED № 01 de 2010, que trata da plano curricular, prevê 20% da Carga Horária para TODOS os professores para a realização de Horas de Atividades. A Resolução CNE/CEB Nº 2 de Maio de 2009 regulamenta o período reservado para horas de atividades.

2. A partir da entrada em vigor deste Plano, somente admitir professores e demais profissionais de educação, através de concurso público e garantindo que possuam as qualificações mínimas exigidas no art. 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

A SEMED em 2009 convocou 66 professores e nomeou 60 destes, em 2010 foram convocados 66 para proceder a nomeação com o intuito de adequar o quadro de professores a portaria citada.

A SEMED abrirá novo concurso para professores e demais funcionários em 2010

3. Incentivar e promover, no município, a oferta de cursos de especialização voltados para a formação de pessoal para as diferentes áreas de ensino e, em particular, para a educação especial, a gestão escolar, a formação de jovens e adultos e a educação infantil.

Ao longo de 2009 foram realizadas formações em diversas áreas. A parceria do município com o MEC/PAR através da Plataforma Freire oferece aos educadores oportunidades de formação em nível de graduação e pós-graduação e formação continuada com uma carga horária mínima de 40 horas nas diversas áreas do conhecimento. Em parceria com a UFMG, 32 gestores escolares iniciaram em 2010 uma formação em nível de especialização 400 horas sobre gestão escolar.

O município deve ampliar estas parcerias nos próximos anos.

4. Garantir, por meio de colaboração com a União e o Estado que, no prazo de dez anos, 100% dos professores de educação

Existe uma política específica para atender a Educação Infantil. Ver Eixo Educação Infantil.

158

infantil e de ensino fundamental (em todas as modalidades) possuam formação específica de nível superior, de licenciatura plena em instituições qualificadas, iniciando a formação a partir da entrada em vigor deste Plano.

A SEMED aderiu ao PAR (Programa de Ações Articuladas do Governo Federal) e através deste implementamos cursos que garantam a Formação inicial dos Educadores de Betim. Plataforma Freire.

5. Incluir em quaisquer cursos de formação profissional, de nível médio e superior, conhecimentos sobre educação das pessoas com necessidades especiais, na perspectiva da inclusão.

Não cabe a SEMED gerenciar sobre o Plano Curricular do Ensino Superior e Médio que não sejam ofertados pelo município. A Politica Nacional de Educação já exige a inclusão nos currículos da graduação disciplina Educação, Contudo o curso Pós-Médio ofertado pelo município para modalidade do magistério contemplou essa temática.

A prefeitura fez uma parceria com a Comau, juntamente com o CRAEI para a formação de mais de 40 deficientes auditivos para serem inseridos no mercado de trabalho(jovens e adultos

6. Promover a qualificação dos profissionais da Rede Municipal em informática, de forma a garantir a existência de profissional apto a trabalhar com os alunos nos laboratórios de informática das escolas.

O NTE – Núcleo de Formação de Profissionais desde 2009 oferece cursos de formação para educadores atuarem com os diversos programas de Informática Além da parceria com a Plataforma Freire onde já encontram inscritos mais de 30 profissionais no curso Proinfo que visa especificamente formar para o trabalho nos Laboratórios de informática..

7. Estabelecer nos currículos e programas dos cursos de formação de profissionais da educação, temas específicos da história, da cultura, dos conhecimentos, das manifestações artísticas e religiosas do segmento afro-brasileiro, das sociedades indígenas e dos trabalhadores rurais e sua contribuição na sociedade brasileira.

A SEMED ofereceu em 2009 cursos com essas temáticas (Cantando a História do Samba; A Cultura Afrobrasileira na sala de aula) através de parcerias com a Coordenadoria da Igualdade Etnico racial e (UFMG).

Encontra-se em processo de escolha juntamente com os profissionais de diversas escolas, um kit da Literatura Afrobrasileira para ser distribuído em todas as escolas até o final de 2010.

8. Manter programas de formação continuada de professores alfabetizadores, contando com a parceria das instituições de ensino superior sediadas no município e circunvizinhança.

Parceria com o MEC (Pro - letramento e GEEMPA); Parceria com a PUC Minas( – Projeto Transdisciplinar; Programa Escola da gente – Educação Integral estabelece parcerias com diversas instituições como: UNINCOR, UNIPAC, Contagem e Betim; PUC Betim,

A SEMED deverá manter e ampliar a parceria.

159

CESUMAR, Pitágoras, INIBH-Estoril, UNOPAR, UEMG, GNARD, Faculdades de Letras, Belas Artes, Teatro, Educação da UFMG, Universidade de Itaúna, Newton Paiva, Helena Antipoff, ara o qualificar o trabalho dos educadores envolvidos no programa;

9. Incentivar os estudos em nível de mestrado e doutorado na área educacional e colaborar para o desenvolvimento da pesquisa neste campo.

O PCCV é um mecanismo de incentivo a formação dos educadores. A Portaria SEMED № 007 de abril de 2009 – que baixa instruções para execuções do Inciso IV, § 1⁰, o At. 50, da Lei 217/91 define critérios para concessão de autorização especial para discentes de Cursos de Mestrado e Doutorado e esclarece a suspensão da mesma no ano de 2009.

10. Promover a formação continuada do pessoal técnico e administrativo da educação.

Em 2009 a SEMED promoveu formação de profissionais de biblioteca voltado para o incentivo à leitura; Treinamento no NTE para os técnicos em secretaria para o uso de ferramentas da informática – Planilha Provinha Brasil; Formação de secretários e técnicos de secretaria sobre cadastro e Educacenso, SIGESC, preenchimento da RIP, entre outros.

O Curso História da África e das Culturas Afrobrasileiras em parceria com a UFMG será oferecido aos técnicos de biblioteca, pedagogos e professores.

11. Promover ampla avaliação, junto aos profissionais da educação da Rede Municipal, do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos, a fim de detectar demandas de reestruturação.

O PCCV está temporariamente suspenso em função de uma auditoria para verificar situações inadequadas de progressão.

12. Garantir, no orçamento anual, verba específica para a atualização do acervo audiovisual e bibliográfico da biblioteca do educador.

Em 2010 dentro do Programa Muncipal de Incentivo a Leitura uma das ações é a ampliação do acervo das escolas municipais. A verba do Caixa Escolar a partir da Lei Federal 10753/03 estabelece a Política Nacional do Livro – podendo ser utilizada para aquisição de livros.

13. Ampliar o tempo pedagógico para 6 horas mensais para 1º e 2º ciclo, e 6 horas e 20 minutos para o 3° e 4° ciclos e, que a SEMED resguarde este tempo no

Sugere-se que o texto da meta seja melhor elaborado para entendimento de sua

160

calendário escolar, com dispensa de aluno. proposta. 14. Garantir encontro semanal do coletivo de professores dentro de sua carga horária.

A SEMED e os Colegiados Escolares têm se comprometido com o previsto na Lei Federal 9394/96 Art. 24, Inciso I e Art.34; Lei Municipal № 2701/95 – Estatuto Municipal de Educação então qualquer proposta deve contemplar essa premissa. A SEMED apresentou proposta de calendário letivo 2010 onde constavam 10 dias escolares para que as reuniões pedagógicas pudessem ser realizadas sem prejuízo dos 200 dias letivos previstos em lei para os alunos. Contudo não houve acordo e o número proposto passou a ser de 4 dias escolares

15. Viabilizar tempo e espaço para intercâmbio entre docentes do ciclo, garantindo que as horas de estudo sejam exclusivas para estudo e planejamento.

A Portaria SEMED № 01 de 2010, define que 20% da Carga Horária semanal para TODOS os professores seja destinada para a realização de Horas de Atividades em consonância com a Resolução CNE/CEB Nº 2 de Maio de 2009 regulamenta o período reservado para horas de atividades.

16. Implementar o coletivo de regentes para 1.5 em 2006, havendo ampliação gradativa, deste quantificador, para 1.8 de acordo com as necessidades e projetos pedagógicos de cada unidade escolar.

A ampliação do quantificador atual exige da SEMED um estudo mais elaborado. Que já encontra em processo através da portaria nº 01 de 2010.

17. Garantir Agentes de Serviço Escolar concursados, em todas as unidades escolares, de acordo com a realidade de cada escola.

Em estudo.

18. Regulamentar o número de turmas por pedagogo para o quantificador de um pedagogo para até 08 turmas e, rever a situação do mesmo nos seguintes aspectos: direito à substituição e à flexibilização de jornada de trabalho de acordo com as necessidades das unidades escolares.

A SEMED necessitou fazer um ajuste do quadro de pedagogos das escolas e atualmente o quadro está organizado com 1 pedagogo para cada dez turmas e orienta quanto a flexibilização da jornada de trabalho (Ver Portaria SEMED 09/09);

19. Construir uma política criteriosa de avaliação de todos os setores e segmentos da Educação Municipal, a partir das

A SEMED pretende discutir com a comunidade escolar, o sindicato da categoria e sociedade civil uma proposta

161

seguintes diretrizes: auto-avaliação, e avaliação coletiva, feita por colegas de trabalho e pela comunidade escolar, sendo esta potencialmente destinada à intervenção para a melhoria do serviço prestado, respeitando-se o período de adaptação necessária, as condições físicas e pedagógicas existentes em seu local de trabalho e as diretrizes estabelecidas a partir de critérios únicos, definidos por uma comissão paritária e sem caráter punitivo.

de avaliação da educação que englobe todos os aspectos da meta.

20. Criar o Programa de Segurança e Saúde nos moldes da portaria 3.214/78, de 08/06/78 da Lei 6.514/77 (CLT).

21. Realizar imediata revisão da estrutura do Serviço de Saúde e de Medicina no Trabalho - SESMT, tornando-o um Centro de Saúde do Servidor Municipal que estabeleça programas preventivos e de acompanhamento da saúde do trabalhador, garantindo ações preventivas a doenças decorrentes do exercício de suas funções, compreendendo assistência social, psicológica, odontológica e fonoaudiológica.

Proposta em andamento. A SEMED em parceria com a PUC, Sindute e SESMT está organizando pesquisa para subsidiar essa proposta

22. Criar um plano de assistência médica, opcional, para atendimento dos servidores da educação e seus dependentes, compreendendo as demandas odontológicas, psicológicas, clínicas especializadas, bem como, o trabalho preventivo.

Essa meta não está sob o gerenciamento da SEMED.

23. Implementar, na data-base da categoria em 2006, ganho por habilitação, valorizando a formação do professor P1, de forma que, ao final de 2006, não haja diferenças salariais entre os educadores que atuam no Ensino Fundamental.

Há uma política muncipal que já alterou a remuneração dos Profesores PIs em função da sua habilitação.

24. Respeitar a formação do profissional em educação, de acordo com as competências descritas no Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos - PCCV.

25. Criar um Centro de Referência do Essa proposta está em discussão na

162

Educador, voltado para pesquisa e cursos de capacitação sistemáticos, ministrados por profissionais qualificados e gerido democraticamente pela categoria, realizando-se periodicamente a eleição de sua diretoria.

SEMED/PMB.

26. Elaborar uma Política de Formação de acordo com as demandas da escola, promovendo e garantindo a formação continuada e em nível superior ao servidor nas diversas áreas educacionais (parceria com Universidades, Cursos, Seminários, Oficinas, Informática, Educação Inclusiva).

Ver Meta 4;

27. Destinar verba específica e mensal à unidade escolar, além da existente, visando à promoção de formação dos trabalhadores em educação.

Através do PDE as escolas selecionadas foram contempladas com recursos que a partir de seus projetos poderiam investir em formação profissional.

28. Ampliar convênios com faculdades através de subsídios financeiros (bolsa de estudo) para possibilitar o acesso dos trabalhadores em educação a cursar graduação e pós-graduação.

Ver Meta 4;

29. Criar cursos de aperfeiçoamento para o Agente de Serviço Escolar na área nutricional, como também na área pedagógica, de relações humanas e saúde.

Em 2009 a Divisão de Alimentação escolar já ofertou uma formação na área nutricional, os demais pontos estão em andamento.

30. Implementar uma política de formação para os agentes de serviço escolar, possibilitando que, em 8 anos, 100% dos profissionais desse segmento tenham concluído a Educação Básica.

31. Retornar os momentos para Troca de Experiências Pedagógicas entre os professores dentro do horário de serviço, desde que seja respeitada a carga horária mínima do aluno garantida por lei.

Iniciamos a troca de experiências entre professores no horário de trabalho, a partir da matriz curricular básica e daremos continuidade a troca de experiência a partir das demandas sugeridas neste encontro. Na educação infantil foram realizados em 2009, 3 encontros regionalizados com a troca de experiências entre os coordenadores das instituições.

Os próximos encontros da rede preveem essa lógica.

32. Regulamentar a liberação remunerada para o Mestrado e Doutorado, desde que o profissional se comprometa a retornar à

163

Rede para prestar serviço em tempo equivalente à sua liberação. A Prefeitura deverá garantir a substituição desse profissional, como também, garantir-lhe a lotação em sua escola de origem. 33. Incluir no PCCV a formação à distância, desde que o curso seja reconhecido pelo MEC.

Em estudo

34. Implantar a Previdência Municipal, sem perdas salariais para o servidor, com a Prefeitura assumindo o período retroativo. Garantir na gestão, a fiscalização e a participação dos sindicatos representantes das categorias do funcionalismo.

35. Promover a alfabetização tecnológica do educador e considerar, para o PCCV, a participação do professor em cursos de uso da informática como recurso pedagógico e outros cursos voltados para a formação do professor nesta área.

Ver Eixo Educação a Distância eTecnologia Educacional

36. Garantir às escolas, o efetivo trabalho de um Agente de Serviço Escolar a cada três salas por turno, com imediata substituição do profissional em licença e/ou laudo médico.

Com a contratação de uma empresa exclusiva para garantir a limpeza das escolas garantirá essa meta.

37. Acrescentar às funções do SESMT estudo, divulgação, debates e orientações sobre as doenças ocupacionais da educação.

Existe o programa “o SESMT VAI A ESCOLA”

A SEMED em parceria com a PUC, Sindute e SESMT está organizando pesquisa para subsidiar essa proposta.

38. Manter espaço de lazer para os servidores em educação (clubes e outros).

39. Transformar as funções administrativas de Secretaria e Biblioteca em cargo técnico, criando-se a possibilidade legal de acúmulo de cargos, prevista na Constituição Federal.

Sugere-se a supressão da meta tendo em vista sua nconstitucionalidade nos ermos como está redigida. Os cargos listados não são de nível superior.

40. Permitir a flexibilização para os cargos de Técnico de Secretaria, Técnico de

Decreto Municipal já regulamenta a proposição

164

Biblioteca e Agente de Serviço Escolar. 41. Garantir ao profissional que optar por 24 h/a, o direito de receber Férias-Prêmio e aposentadoria sobre este total de aulas.

Já contemplado em acordo de campanha salarial

42. Garantir carga horária de 20 horas/aula semanais para os educadores do 3º e do 4º Ciclos que optarem para tal, respeitando-se a decisão do Projeto Político Pedagógico da escola e a garantia dos direitos sobre o total da carga horária do profissional.

Ver Edital de nomeação e Portaria SEMED 01/10.

43. Prever no orçamento anual o reajuste do servidor.

44. Criar uma política salarial que garanta uma gratificação justa que corresponda às funções do cargo de Diretor e Vice-diretor.

Em estudo pela Prefeitura

45. Fim do apostilamento. Lei Federal já regulamentou essa determinação.

46. Compor o quadro de diretores, vice-diretores e técnicos de biblioteca proporcional ao número de alunos das unidades.

O número de alunos é um dos critérios para determinar o número de profissionais descrito na meta.

Observar que essa meta pode contradizer meta 43 estabelecida no Ensino Fundamental.

47. Garantir anualmente a reposição integral das perdas salariais dos trabalhadores em educação.

Em 2010 foi reposta toda a inflação do período – 4.6 recompós 5%

48. Incorporar a gratificação de 20%, ao salário base, nos casos de aposentadoria e laudo médico decorrentes do efetivo exercício da função.

49. Implementar o piso salarial de dois salários mínimos para o cargo de Agente de Serviço Escolar.

50. Instituir o ganho pela insalubridade do local de trabalho para todos os trabalhadores em educação (luz, pó de giz, doenças infecto-contagiosas, LER e outros).

51. Instituir Comissão de Negociação Permanente da Educação, composta pelo Governo Municipal e Sind-Ute com poder deliberativo, para encaminhar as negociações de pauta das reivindicações

Em 2009 a PMB institui através de acordo com os sindicatos da categoria mesa permanente setorial de negociação.

165

da categoria, com assinatura de acordos coletivos. 52. Garantir momentos de estudo no calendário para aperfeiçoamento da prática do trabalho nos Ciclos de Formação Humana, assegurando-se a carga horária mínima do aluno garantida por lei.

A SEMED e os Colegiados Escolares têm se comprometido com o previsto na Lei Federal 9394/96 Art. 24, Inciso I e Art.34; Lei Municipal № 2701/95 – Estatuto Municipal de Educação então qualquer proposta deve contemplar essa premissa. A SEMED apresentou proposta de calendário letivo 2010 onde constavam 10 dias escolares para que as reuniões pedagógicas pudessem ser realizadas sem prejuízo dos 200 dias letivos previstos em lei para os alunos. Contudo não houve acordo e o número proposto passou a ser de 4 dias escolares

53. Garantir a remuneração ou PCCV para estudos extra-horário.

Existe Legislação Municipal que regulamenta o PCCV e que está em processo de auditoria. Qualquer alteração deve ser encaminhada para o Legislativo Municipal

54. Garantir a igualdade de oportunidade para todos na participação em cursos de aperfeiçoamento, com ajuda de custo, dispensa do servidor sem perda dos dias trabalhados.

Cabe aos educadores da escola organizarem seu coletivo para garantir a efetivação da meta. A remuneração está prevista no PCCV dos servidores desde a formação seja fora do horário de trabalho.

55. Criar uma gratificação de função para o Tesoureiro.

Os tesoureiros assumem as funções sem perdas salariais.

56. Suprimir do Estatuto do Servidor o artigo 73 que pune o servidor por afastar-se mais de 60 dias de licença médica.

57. Retornar o percentual de progressão por tempo de serviço para 5% (antigo biênio).

58. Regulamentar, urgentemente, a promoção vertical de acordo com o PCCV, mantendo-se a progressão horizontal, e respeitando-se os direitos já conquistados no Plano de Carreira.

59. Garantir o cumprimento das deliberações da I Conferência Municipal de

O que deve orientar a im plementação das políticas públicas municipais de educação é

166

Educação 2002/2004. o PMDE aprovado na Conferência Municipal de Educação de 2006

60. Vincular o índice de reposição das perdas salariais, dos servidores em Educação, ao divulgado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos).

61. Criar mecanismos facilitadores para o trabalhador em educação na aquisição da casa própria.

62. Instituir o vale-refeição, opcional, para os trabalhadores em educação.

63. Criar o cargo de Auxiliar de Educação (porteiro, mecanógrafo, assistente de turno) com escolaridade mínima de Ensino Fundamental, mediante concurso público, fora do coletivo, por turno.

64. Manter o serviço de merenda escolar no setor público, sem sua terceirização, e real investimento nas condições físicas, materiais e humanas das escolas.

Em 2010 a empresa contratada deverá encaminhar profissionais em caráter emergencial para atuarem na prestação de serviços de limpeza das unidades.

65. Buscar uma parceria efetiva entre Escolas e Regionais.

66. Ampliar e reestruturar o funcionamento das Regionais Pedagógicas.

As regionais pedagógicas atenderam as escolas até 2008. Em 2009 a SEMED propões outra forma de assessoria ás mesmas.

67. Garantir a qualificação contínua em educação especial aos servidores da educação, em cronograma definido semestralmente.

Existe uma programação continuada oferecida pelo CRAEI – Ver Eixo Educação Especial.

68. Garantir, no prazo de dois anos, no mínimo um bacharel em Biblioteconomia em cada Regional Pedagógica, com o acompanhamento da coordenação das Bibliotecas Escolares da SEMED.

As regionais pedagógicas atenderam as escolas até 2008. Em 2009 a SEMED propões outra forma de assessoria ás mesmas. Não houve concurso específico para atender demanda apresentada. A Biblioteca do Educador em parceria com a Biblioteca Pública desenvolve trabalhos voltados para o atendimento dessa demanda.

69. Estabelecer critérios objetivos e públicos para lotação de servidores nas Regionais Pedagógicas e Equipes Pedagógicas da SEMED, devendo estes

167

cargos ser ocupados apenas por servidores efetivos da Secretaria Municipal de Educação. 70. Garantir parceria efetiva entre Regionais e Escolas, de forma a atender efetivamente as necessidades pedagógicas da escola.

As regionais pedagógicas atenderam as escolas até 2008. Em 2009 a SEMED propões outra forma de assessoria ás mesmas. A assessoria técnico-pedagógica da SEMED tem um plano de ação específico para contribuir com as discussões pedagógicas das escolas.

71. Respeitar os direitos conquistados na Legislação Municipal: Estatuto do Servidor, Estatuto da Educação e Estatuto do Magistério.

72. Garantir ao PI, em desvio de sua função, aos técnicos e aos agentes de serviço Escolar, o direito de participarem dos cursos de formação, como o Curso Normal Superior.

Os cursos oferecidos pelo poder público tem como exigência que o trabalhador esteja atuando na função. O município possui Lei municipal PCCV que regulamenta essa prerrogativa.

2815

168

5.11. EIXO FINANCIAMENTO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO 2816

Este eixo aponta para dois aspectos fundamentais da política pública de educação: o 2817

gerenciamento dos recursos públicos e da política de financiamento da educação, como 2818

também a concepção e os princípios que norteiam a gestão. 2819

Tal política é pensada aqui como espaço de poder e de responsabilidades a serem 2820

compartilhados pelos diversos agentes sociais que, envolvidos na efetivação da política 2821

educacional, possuem suas respectivas competências e atribuições. Neste sentido, o 2822

financiamento é essencialmente público e submetido à legislação vigente e, embora permita 2823

o regime de parcerias com a sociedade civil, esta é restrita e eventual. Portanto, a 2824

concepção de gestão que norteia o atual governo é a de que esta é pública, democrática e 2825

de qualidade social. 2826

5.12.1 Financiamento da Educação 2827

Ao estabelecer a vinculação mínima de 18% das receitas da União e de 25% das receitas 2828

do Distrito Federal, Estados e Municípios para a educação, a Constituição Federal de 1.988 2829

criou as condições mínimas para o financiamento da mais importante das políticas públicas. 2830

Ao garantir a educação como um direito social, de responsabilidade do Estado e da família 2831

ao mesmo tempo em que define as suas fontes de financiamento, quis o legislador que este 2832

direito fosse alcançado por todos os cidadãos. 2833

A LDB definiu que a responsabilidade pela Educação Superior é da União. A Educação 2834

Básica é de responsabilidade do Distrito Federal, Estados e Municípios, cabendo aos 2835

Municípios a Educação Infantil e, com prioridade, o Ensino Fundamental, e aos Estados o 2836

Ensino Fundamental e, com prioridade, o Ensino Médio. 2837

Essa interseção de responsabilidades do Estado e do Município na oferta do Ensino 2838

Fundamental tem gerado diversos problemas relativos à duplicidade de esforços e recursos 2839

para o mesmo fim. 2840

Para garantir educação de qualidade, com equidade e inclusão em todo o Município, são 2841

necessários cada vez mais recursos conforme podemos observar nos gráficos a seguir: 2842

169

2843

2844

2845

2846

2847

2848

2849

2850

2851

2852

No gráfico acima, temos a evolução das Receitas Totais Líquidas do Município, de 1993 a 2853

2009, bem como as projeções desta mesma receita até 2012. É importante destacar que os 2854

valores foram corrigidos monetariamente para valores de fevereiro de 2010. Podemos, 2855

também, observar neste primeiro gráfico que, no estudo, ocorreram somente dois períodos 2856

nos quais a arrecadação do ano subseqüente foi menor que a do ano anterior. Isto 2857

170

aconteceu com 1996 em relação a 1995 e com 2009 em relação a 2008. 2858

A observação que se destaca neste gráfico é o fato da educação superar o patamar dos 2859

30% dos recursos Municipais. Chegando a 33,64 % em 2009, ano este em que a receita 2860

teve uma pequena queda em relação ao ano anterior. Outra conclusão que podemos tirar 2861

dos dados apresentados é que, apesar da evolução crescente das receitas, a evolução das 2862

despesas foi mais significativa. 2863

2864

Além da evolução dos recursos aplicados na educação municipal, no gráfico acima 2865

podemos observar igual evolução dos recursos aplicados na saúde e, naturalmente, a 2866

comparação entre a evolução dos gastos com as duas políticas. 2867

O FUNDEF de 1996 instaurou a sistemática de financiamento para o Ensino Fundamental, 2868

buscando efetivar melhor distribuição dos recursos entre cada Estado e seus municípios, 2869

com a complementação da União para os Estados mais carentes. 2870

Os dez anos de vigência do Fundo demonstraram sua eficácia, mesmo com a omissão da 2871

União na sua responsabilidade pelo aporte dos recursos aos Estados mais pobres. 2872

O FUNDEF proporcionou nesses Estados e Municípios menos favorecidos melhores 2873

condições de trabalho e de remuneração dos profissionais da educação, além de possibilitar 2874

a melhora dos equipamentos pedagógicos. Ainda como grande ganho da aplicação do 2875

FUNDEF, podemos destacar a universalização das matrículas no Ensino Fundamental e a 2876

grande redução nas taxas de abandono escolar. 2877

Em 2.006, foi criado o FUNDEB, ampliando a abrangência das ações do FUNDEF para a 2878

171

Educação Infantil e Ensino Médio. 2879

Apesar de sua recente implantação, já é possível constatar que esse fundo vem atingindo 2880

seus objetivos, impulsionando significativamente as matrículas na Educação Infantil e na 2881

Educação de Jovens e Adultos. 2882

Em relação a Betim, é importante observar na evolução das finanças municipais da 2883

educação o déficit na conta FUNDEF e posteriormente FUNDEB. Desde o primeiro ano de 2884

vigência do fundo que o saldo entre os recursos retidos em relação aos recursos 2885

repassados tendo como critério as matrículas municipais, são deficitários conforme 2886

podemos comprovar no gráfico a seguir: 2887

2888 Os dados apresentados nos quadros anteriores confrontados com as matrículas municipais 2889

nas diferentes etapas e modalidades nos informam que o custo aluno/ano médio em 2009 2890

foi de R$ 4.035,00. Ao compararmos com o valor médio do FUNDEB no mesmo ano, que foi 2891

de R$ 1.702,32, podemos identificar uma discrepância enorme cujo resultado decorre, em 2892

grande parte, do enorme déficit da conta FUNDEB. 2893

É com este quadro econômico/financeiro que deveremos projetar a oferta educacional para 2894

os próximos anos. Que tenhamos sabedoria para garantir uma educação integral de 2895

qualidade para todos, de forma a possibilitar uma verdadeira mobilidade social. 2896

5.12.2 – Gestão Democrática da Educação 2897

Existe no município, desde 1995, a Lei 2701/95, o Estatuto Municipal da Educação, que 2898

institui mecanismos de representação democrática, tais como: eleição para Diretor, 2899

Conselho Municipal de Educação, Colegiado e Grêmio Estudantil. No entanto, a prática de 2900

uma gestão democrática em nossa rede é ainda bastante precária. Pois apenas as duas 2901

primeiras instâncias vêm se efetivando com maior regularidade, enquanto os Colegiados 2902

funcionam basicamente para cumprir a competência financeira, em detrimento daquelas de 2903

caráter pedagógico e administrativo e as agremiações estudantis praticamente inexistem. 2904

172

Tendo em vista essa realidade e procurando cumprir as metas previstas no PMDE e 2905

diretrizes nacionais para este eixo, o atual governo municipal propôs a implementação de 2906

um Programa de Gestão Democrática das Escolas da Rede Municipal de Educação de 2907

Betim, com ações articuladas envolvendo os pais, alunos, profissionais, colegiados, 2908

comunidade local e sociedade civil organizada. Este Programa fundamenta-se ainda, em 2909

estudos nacionais e internacionais que constatam que a participação das famílias influencia 2910

positivamente no desempenho acadêmico dos estudantes e qualifica a educação ofertada38. 2911

A democratização da educação só será realmente consolidada quando se tiver uma escola 2912

pública participativa, atuante, descentralizada e autônoma, em que os diversos segmentos 2913

escolares participem da elaboração e implementação do Projeto Político Pedagógico, da 2914

gestão financeira dos recursos públicos recebidos, entre outros. Ou seja, a democratização 2915

deve ser viabilizada através de uma gestão colegiada, gerida pela comunidade escolar e 2916

não apenas por seus dirigentes. 2917

Para implementar este programa instituiu-se uma Equipe de Democratização da Gestão 2918

Escolar, com a função de sensibilizar e mobilizar a comunidade escolar e local para que 2919

cada um cumpra seu papel no gerenciamento da política pública municipal de educação. O 2920

Programa tem os seguintes objetivos gerais: 2921

• Fortalecer, incentivar, implementar e garantir a institucionalidade dos 2922

COLEGIADOS; da participação estudantil (Ex: GRÊMIOS ESTUDANTIS); das 2923

famílias e comunidade local (Ex: Núcleos da família-escola ou ESCOLA DE PAIS); 2924

• Garantir uma efetiva participação da comunidade na gestão e na qualidade da 2925

educação através de parcerias com a sociedade civil e os diversos órgãos, 2926

programas e projetos, desta e das demais secretarias municipais de governo. Como 2927

exemplo, a parceria com os PROGRAMAS CESTA ESCOLA E BOLSA FAMÍLIA que 2928

visa propiciar, além do benefício, uma formação para estas famílias, a fim de que as 2929

mesmas tenham uma participação e acompanhamento mais efetivo na vida escolar 2930

de seus filhos e, com isso façam valer o seu direito a uma educação de qualidade. 2931

Acreditamos que a efetivação do Programa de Democratização Escolar repercutirá 2932

positivamente na qualidade do processo de ensino-aprendizagem da Rede Municipal de 2933

Betim, pois ao garantir a interação das famílias e comunidade com a escola, a SEMED 2934

dissemina a idéia da educação como valor fundamental (Veja o detalhamento do 2935

programa junto às metas 15, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 31, 46 e 52. Além da ação 2936

intersetorial para o cumprimento das metas 30 e 32. 2937 38 Importância da Mobilização Social pela Educação –Harvard Family Research; Recursos Familiares e o

Desempenho Cognitivo dos Alunos do Ensino Básico Brasileiro – Soares & Colares (2006), Revista Dados.

173

2938 Avaliação do Grupo

de Trabalho Metas do PMDE – Eixo

Financiamento e Gestão da Educação

Parecer da SEMED – 2010 Ações propostas para a consolidação da meta

F

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ável

C

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ário

Proposta de acréscimo

1- Democratizar o acesso à prestação de contas detalhada e específica dos gastos com educação.

As prestações de contas dos recursos vinculados da educação já são de acesso público através dos Conselhos: Confundeb; CMAE, sendo seus pares responsáveis por publiciza-los. Além disso, publica-se na Imprensa Oficial um balancete trimestral, constando as receitas recebidas pelas escolas através da Caixa Escolar Unificada.

Lançar no site da prefeitura o resumo dos gastos da educação

2- Manter e aperfeiçoar os mecanismos de fiscalização e controle que assegurem o rigoroso cumprimento da legislação na aplicação dos percentuais mínimos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino e na definição do que é e do que não é gasto com educação.

O município de Betim gasta muito mais que o mínimo estabelecido pela legislação. Cabe ao Confundeb, Conselho responsável pelo controle e fiscalização, assegurar o cumprimento da legislação.

3- Mobilizar a sociedade para o acompanhamento e controle social do financiamento da educação, especialmente o poder judiciário, os conselhos, os sindicatos e demais organizações da sociedade civil.

A meta prevê que a sociedade se mobilize, portanto é redundante, pois a sociedade já é mobilizada através do rígido controle que a legislação estabelece, conforme meta 02

4- Garantir, nos planos plurianuais municipais, recursos para o alcance das metas deste Plano Decenal.

O plano prevê responsabilidade dos poderes para com a educação, no entanto estes recursos já estão previstos conforme a legislação federal

5- Aplicar, na Educação Infantil, no mínimo 10% dos recursos educacionais não-vinculados ao Ensino Fundamental.

A legislação federal já garante este percentual.

No ano de 2009 o município gastou um volume de recursos superior a este.

174

6- Aplicar, na Educação de Jovens e Adultos, no mínimo 15% dos recursos destinados ao Ensino Fundamental cujas fontes não integrem o FUNDEF.

A Legislação que ordena os gastos do FUNDEB, não pode ser alterado pelo PMDE, lei 4.316/06

O município absorve toda a demanda apresentada pela sociedade para a Educação de Jovens e Adultos, o atendimento se ampliou ainda mais com o PROJOVEM, programa que atende alunos de 18 à 29 anos.

7- Ampliar o atendimento dos programas de renda mínima vinculados à educação, de sorte a garantir o acesso e a permanência na escola.

A redação da meta deverá ser alterada, pois a lei 9394/96 proíbe vinculação de recursos a programas de assistência à Educação.

Os programas Bolsa Família e Cesta Escola visam garantir o acesso e a permanência na escola dos alunos das famílias beneficiadas.

8- Redimensionar o vínculo desses programas com as escolas, consultando os coletivos das mesmas sobre o interesse de viabilizar a entrega dos mesmos para as famílias nos espaços da escola, estreitando assim as relações família/escola.

Reiniciamos em 2010 a dinâmica de interlocução com a escola. E outros setores da Semed tem acompanhado as reuniões interagindo assim o Programa com o pedagógico.

Reorganizamos o sistema, construindo um cadastro único. Reduzimos o número de alunos não localizados de 14.000 para 3.100, abaixo de 85%. Os pais têm sido notificados nos casos de filhos faltosos. Outros setores da Semed, a exemplo da Equipe de Democratização, têm interagido com o Programa a fim de que o mesmo contribua para o cumprimento dos objetivos da gestão democrática e pedagógica em implementação na rede.

9- Promover e garantir a eqüidade no atendimento aos alunos dos sistemas de ensino em funcionamento no município.

Esta meta necessita ser esclarecida. Promover a equidade entre as Redes Pública e Privada?

A atual Gestão municipal vem trabalhando para que Betim se torne uma “Cidade Educadora”, investindo na Educação Formal e não formal, com atuação de todas as esferas do poder e estimulando a abertura de novos cursos e a vinda de Faculdades para o município.

10- Promover e realizar a autonomia financeira das escolas mediante a ampliação e o aperfeiçoamento do repasse de recursos diretamente aos estabelecimentos.

Os caixas escolares foram reestruturados e várias verbas foram disponibilizadas com prévio estudo de suas aplicações

Está em andamento a revisão dos Estatuto do C.E.U.

11- Integrar ações e recursos técnicos, administrativos e financeiros da Secretaria de Educação com outras secretarias nas áreas de atuação comum.

O modo de governar “Betim Cidade para todos” tem como princípio uma atuação onde as ações das secretarias têm que convergir para um único objetivo “Que todos aprendam com qualidade”.

Assim funciona inúmeros outros Projetos e programas, como: Escola da Gente, Cesta Escola e Bolsa Família, Projovem, Cidade da Solda, Próximo Passo, Oficina Escola.

12- Assegurar recursos de governo e da assistência social para programas de renda mínima vinculados à

A meta deve ser melhor redigida. Está previsto no Orçamento 2010 que parte das receitas da Educação

Através de parceria com o Governo Federal a atual gestão municipal ampliou o número de telecentros em Betim e vem renovando

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educação; da saúde e da assistência social para a Educação Infantil; demandar recursos destinados, no Brasil, à universalização das telecomunicações, para incrementar a rede de comunicação informática das escolas; demandar recursos do trabalho para a qualificação dos profissionais de educação. (Essa meta visa agregar novas fontes de financiamento aos recursos vinculados à educação).

é também oriunda de recursos do Gabinete da prefeita.

todos os laboratórios de Informática através do Proinfro. As ações para garantir a qualificação profissional ampliam a abrangência da oferta através da: Abertura de 3 Cidade da Solda, Próximo Passo, Triplicou a oferta SENAI, SENAC, abriu 2.000 vagas no PROJOVEM, 4 cursos técnicos e está construindo uma Escola técnica Federal para atender até 1000 alunos.

13- Avaliar e aperfeiçoar o regime de colaboração entre os sistemas de ensino, especialmente o Estadual e o Municipal, mais presentes no município.

O município atua em regime de colaboração e procura avaliá-lo e aperfeiçoá-lo de acordo com as necessidades.

O município atende aproximadamente 430 alunos da Rede Estadual com o passe escolar. Através de convênio sede 10 escolas municipais para funcionar no 3º turno como anexo das Escolas Estaduais, garantindo a manutenção com água e luz. Está finalizando projeto de construção de 2 escolas para o Estado ofertar Ensino Médio.

14- Debater com a comunidade escolar a constituição do Sistema Municipal de Educação.

Em 2009 o CME realizou O Fórum de Formação e Fortalecimento dos Colegiados Escolares em parceria com a SEMED, Sind-UTE e UMES onde esse assunto foi também debatido.

A CEMB 2010 fará esses debate para deliberar a constituição do Sistema. O CME poderá realizar plenárias, encontros audiências públicas para debater esse assunto. Ver meta 22

15- Aperfeiçoar a gestão democrática do ensino público, com participação da comunidade.

Aperfeiçoar a gestão democrática é um processo contínuo e requer a participação dos vários agentes sociais envolvidos na ação educativa (gestores, pais, alunos professores e comunidade local). Mas o atual governo tem como princípio a gestão democrática e para exercê-lo a SEMED constituiu uma Equipe de Democratização da Gestão Escolar com o objetivo de incentivar, impulsionar e garantir a participação da comunidade que contribuirá para o cumprimento desta meta.

Através da Equipe de Democratização que implementa o Programa de Democratização da Gestão Escolar. O primeiro Eixo Norteador da ação do Programa é a Articulação entre os programas, projetos e políticas governamentais com o intuito de mobilizar a todos para a gestão democrática e participativa.

16- Adotar normas e diretrizes gerais desburocratizantes que estimulem a iniciativa e a ação inovadora das

A atual gestão procura implementar ações no sentido de desburocratizar os serviços e atendimento ao

Estamos adequando os softwares, criando métodos mais eficazes para os setores de: Pagamento, Movimentação e Escrituração

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instituições escolares. público. Escolar para agilizar o atendimento e o Setor de Passe e Transporte Escolar, realiza atendimento regionalizado mais próximo ao aluno.

17- Desenvolver padrão de gestão que tenha como eixos a destinação de recursos para as atividades-fim (escola), a descentralização, a autonomia da escola, a eqüidade, o foco na aprendizagem dos alunos e a participação da comunidade.

A meta poderia ser desdobrado em diversas metas.

Grande parte das ações realizadas até o momento é visando o foco na aprendizagem e a participação da comunidade.

18- Apoiar tecnicamente as escolas no desenvolvimento de sua proposta pedagógica.

A SEMED possui um corpo técnico pedagógico para atendimento às escolas.

As duplas de referência da Equipe Pedagógica são responsáveis também para dar o suporte técnico

19- Manter programas diversificados de formação continuada dos gestores educacionais e escolares.

A SEMED garante um programa de formação continuada dos gestores através da adesão ao PAR.

A SEMED promove em parceria com o MEC/UFMG/FAE/UNDIME, o Curso de Especialização em Gestão Escolar de 400 horas em EAD e presencial, para 32 gestores de 21 Escolas Municipais. O Programa de Democratização Escolar, também tem como um de seus Eixos de Ação a formação continuada de todos os segmentos escolares.

20- Incentivar e viabilizar formação aos dirigentes escolares que não possuem formação superior.

No edital que regulamenta a eleição para diretores exigi-se que para se candidatar o servidor possua formação superior.

21- Fortalecer, no Conselho Municipal de Educação, a função de acompanhamento e controle social dos recursos destinados à educação, qualquer que seja a sua origem, nos moldes dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF.

O acompanhamento e o controle social referentes aos recursos destinados a Educação via FUNDEB é uma atribuição do CME, mas é essencialmente função do Conselho do FUNDEB que já existe no município, como também existe o CMAE.

O CME tem como proposta a criação de uma comissão cuja função seja articular as ações dos três conselhos.

22- Instituir imediatamente o Sistema Municipal de Educação, através do Conselho Municipal de Educação, com pleno funcionamento do serviço de Inspeção e Normatização da SEMED.

O CME solicitou em 2006, ao CEE/MG a delegação de competência, que foi concedida pela Resolução 688/06.

Desde 2006 o CME passou a ter autonomia para credenciar e autorizar o funcionamento das Instituições de Educação infantil, contudo o Sistema ainda não foi instituído por uma Lei.

23- Garantir a autonomia da escola em flexibilizar o calendário escolar, mantendo apenas alguns dias em

Atualmente o calendário da rede municipal é unificado por deliberação de negociações com os

O CME emitiu o parecer 001/10 que orienta a SEMED a estabelecer diretrizes gerais para construção do calendário escolar,

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comum com os da Prefeitura, por exemplo o início e término do ano letivo.

trabalhadores da educação. resguardando a autonomia e atuação do colegiado e tempo mínimo legal dos alunos, a ser aprovado no ano anterior de sua vigência.

24- Garantir a formação dos Conselhos de Família, Colegiados, Escola de Pais, Clube de Mães, propondo-se seminários para a comunidade escolar com temas significativos e transversais previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais -

Esta meta está assegurada no segundo Eixo Norteador do Programa de Democratização Escolar que é a Formação e Fortalecimento dos Colegiados.

A Formação e Fortalecimento dos Colegiados se efetivará através do II Fórum de Formação e Fortalecimento dos Colegiados, cujas ações envolvem seminários e assembléias regionalizadas e gerais em plenárias por segmentos e assembléias gerais com a comunidade escolar.

25- Implementar a Escola de Pais, garantindo um profissional articulador, com carga horária específica, definidos pela comunidade escolar.

Esta meta está assegurada no terceiro Eixo Norteador do Programa de Democratização Escolar que é a Criação dos Núcleos Família-Escola (Escola de Pais)

A Criação dos Núcleos Família-Escola (Escola de Pais) ocorrerá inicialmente nas Escolas que aderiram ao PDE e ao Programa Escola da Gente, ampliando para as demais escolas da rede. A proposta se efetivará através de uma articulação ampla, que envolve desde gestores, professores, coordenadores, monitores, pais e comunidade local.

26- Incentivar a participação responsável dos pais e comunidade no cotidiano da Escola, numa ação planejada e organizada pela escola, colegiado e SEMED, oferecendo cursos de capacitação para os mesmos.

Esta meta está assegurada pelo segundo, terceiro e oitavo Eixos Norteadores do Programa de Democratização Escolar que são respectivamente a “Formação e Fortalecimento dos Colegiados”; a “Criação dos Núcleos Família-Escola (Escola de Pais)” e “Investimento na comunicação através das mídias”.

Através destes eixos o Programa de Democratização Escolar realizará seminários de formação sobre temas que envolvem a política educacional como: PPP, Currículo, Avaliação, IDEB, Inclusão da Diversidade étnica, de gênero e social, Calendário e Acompanhamento Escolar, entre outros. Visa ainda criar mecanismos que garantam a participação efetiva dos pais e comunidade como: reuniões regulares dos colegiados para cumprimento de suas competências administrativas, pedagógicas e financeiras. Criar o Jornal família-escola destinado às famílias dos alunos da rede municipal, contendo temas de interesse das mesmas em relação à educação e à participação; Criar o Disque Educação / Alô Educação – Um serviço de relacionamento para toda a população, onde por um nº de telefone serão acolhidas sugestões, críticas, elogios e demandas que serão registradas e

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respondidas à comunidade; Investir em propagandas na televisão falando do programa e da importância da participação da comunidade na vida escolar.

27- Valorizar os Conselhos Pedagógicos, garantindo, através de regulamentação, autonomia nas decisões e participação de todos os segmentos da escola.

Esta meta está assegurada no quarto Eixo Norteador do Programa de Democratização Escolar que é a Reestruturação do Conselho Pedagógico.

Ao implementar este eixo norteador a Reestruturação do Conselho Pedagógico criará instrumentos para que a prática avaliativa da educação seja realizada com a participação de todos os segmentos escolares, onde todos se auto avaliem e sejam avaliados por todos e que este processo propicie maior qualidade social da educação

28- Construir e garantir a autonomia dos Grêmios Estudantis, respeitando-se seus fóruns deliberativos, fazendo-se cumprir as leis que tratam do assunto, garantindo-lhes tempo e espaço para sua atuação.

Esta meta está assegurada no quinto Eixo Norteador do Programa de Democratização Escolar que é o Fortalecimento dos Grêmios Estudantis.

Com este eixo norteador o Fortalecimento dos Grêmios Estudantis, ocorrerá em parceria com as organizações juvenis que visa criar mecanismos e dar condições para que possam mobilizar os jovens para uma participação efetiva na gestão escolar e na realidade sócio-cultural que os envolve.

29- Dar condições à escola para proporcionar aos pais de alunos momentos de lazer, cultura, esportes e conhecimentos, estreitando as relações Escola/Família.

Os Programas Escola Aberta e a Escola da Gente desenvolvem ações que contemplam esta meta. As escolas possuem autonomia para promoverem projetos que atendam esta meta e solicitar apoio da SEMED e outros parceiros.

Esta meta está assegurada no sexto Eixo Norteador do Programa de Democratização Escolar que é a Criação do Comitê Local do Programa Federal de “Mobilização Social – Todos pela Educação” e do Eixo “Criação dos Núcleos de Família-Escola”

30- Manter entre SEMED e Escolas uma estrutura que permita autonomia para promoção de parcerias com outros setores da Prefeitura Municipal de Betim, grupos de iniciativa privada e associações diversas, (sem fins políticos partidários) para oferecimento de oficinas/cursos a toda comunidade escolar, com regulamento e gerenciamento específico, durante o período escolar e ou intervalos, finais de semana e férias escolares de acordo com o Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.

A gestão municipal tem como diretriz governamental o trabalho intersetorial. Possui diversos programas e projetos realizados em parcerias com vários órgãos, secretarias e instituições públicas e privadas.

Programa Escola Aberta, Árvore da Vida, Escolinha de Futebol, entre outros, são projetos que contribuem para assegurar o cumprimento da meta.

31- Conscientizar, responsabilizando a Esta meta está garantida, entre A gestão pública municipal implementa

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família do educando e o educando dos seus direitos e deveres, com relação ao compromisso com a freqüência e incentivando-os sempre a participarem das atividades escolares, dividindo responsabilidades na construção de uma escola de qualidade.

outros mecanismos, pela legislação municipal; direitos e deveres devem estar previstos no PPP das Escolas e nos instrumentos de avaliação do desempenho escolar do educando.

programas e projetos que visam o cumprimento desta meta, como o Programa de Democratização da Gestão Escolar, Escola Aberta, Cesta Escola etc.

32- Garantir que as parcerias feitas com a Polícia Militar e a Guarda Municipal (Patrulha Escolar), Conselhos Tutelares, comunidade e escolas sejam implementadas a fim de estabelecer uma política de segurança que envolva toda a comunidade escolar.

A diretriz municipal é que todos os agentes responsáveis pela segurança pública atuem em parceria

Implementação do Protocolo para fluxo de atendimento aos casos de indisciplina e infreqüência (Projeto Jandira) proposto pelo CME em parceria com demais Conselhos e Órgãos públicos afins. Quanto à segurança patrimonial e mobiliária será implantado um sistema de segurança eletrônica com monitoramento regionalizado em parceria com a PM.

33- Implantar a Vara da Infância e da Juventude no Município para atender aos casos específicos que fogem à competência da escola, possibilitando assim melhor acompanhamento da Promotoria.

A Vara da Infância e da Juventude já está em implementação no Município.

O governo municipal já assegurou espaço para seu funcionamento.

34- Exigir do Ministério Público efetiva atuação do Conselho Tutelar regionalizando inclusive o seu atendimento.

Implementação do Protocolo com o fluxo de atendimento aos casos de indisciplina e infreqüência com referência no Projeto Jandira proposto pelo MP/MG.

O CME em parceria com CMDCA, rede estadual, Conselhos Tutelares, CREAS, Bolsa Família e Cesta Escola e SEMED se mobiliza para implementar o protocolo.

35- Garantir através do Poder Público o material básico para uso do aluno carente.

O governo se compromete com ações que visem o acesso e a permanência do aluno na escola.

Todos os alunos da Rede Municipal receberão um Kit escolar.

36- Responsabilizar os pais que comprovadamente por descaso ou negligência não derem condições a seus filhos de comparecerem ao Centro de Referência e Apoio à Educação Inclusiva e outros programas suplementares, quando solicitado.

Nos Programas de Transferência de Renda, Bolsa e Cesta Escola a família é advertida e posteriormente pode ter o benefício suspenso.

Casos como este deverão ser comunicados ao CMDCA e Conselho Tutelar.

37- Incentivar a implementação de espaço pedagógico para filhos de alunos do curso noturno, durante o período de aula.

A SEMED tem buscado ações visando garantir a freqüência dos alunos do curso noturno.

Esta situação já ocorre no Município, no PROJOVEM.

38- Manter e melhorar o atual sistema A atual gestão se orienta pelo Desde o primeiro ano de governo, ampliou-

180

de merenda escolar, diversificando-o e qualificando-o, bem como, aumentando o quantitativo de frutas e legumes, e rever os critérios de distribuição.

compromisso em ofertar uma alimentação diversificada e de qualidade nutricional.

se o índice nutricional (necessidades diárias do aluno) de 20% para 30%. Diversificou-se o cardápio incluindo diversas frutas (goiaba, melão, pêra); peixe e lingüiça calabresa. Ã qualidade é incentivada através de ações como o Concurso “Comida de Escola”.

39- Estabelecer critérios democráticos para composição do corpo técnico pedagógico das Regionais, garantindo-se a participação das escolas na escolha desses profissionais.

Esta não é atualmente a realidade da gestão pedagógica no município, cuja estrutura está em processo de avaliação.

40- Garantir a presença efetiva das Regionais nas escolas em diálogo com a sua comunidade escolar.

As escolas contam com a presença das duplas de referências que fazem parte da equipe pedagógica.

O acompanhamento pedagógico das escolas está sendo cumprido através das duplas de referência e do trabalho de promoção da autonomia dos gestores com pedagogos e professores na construção do PPP.

41- Manter as Regionais com caráter estritamente pedagógico, composto por profissionais de todos os ciclos, com o poder de decisão que lhe compete.

As regionais pedagógicas estão temporariamente suspensas.

As escolas contam com a presença das duplas de referências que fazem parte da equipe pedagógica SEMED.

42- Rever o Estatuto da Caixa Escolar, no que se refere à distribuição do valor para cada unidade escolar, bem como, o uso e aplicação desse recurso, garantindo-se a autonomia da escola na aplicação do mesmo, desburocratizando o uso dessa verba.

O estatuto da C.E.U está sendo revisto.

Fez-se um estudo para rever os valores repassados as escolas. Os novos critérios tiveram como princípios a equidade considerando as variáveis: número de alunos, tamanho do prédio e área externa.

43- Retomar a discussão sobre o Orçamento Participativo da Educação, possibilitando que a comunidade escolar (coletivos das escolas, pais, alunos e gestores municipais) decida o destino da verba para esta secretaria, referente aos percentuais definidos constitucionalmente e desvinculados do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental – FUNDEF em vigor até 2007.

A meta precisa ser revista e adequada aos percentuais do FUNDEB que substitui o FUNDEF.

A prefeitura está a disposição e tem discutido no Orçamento participativo as demandas da educação.

44- Garantir no orçamento a ampliação dos recursos financeiros,

As escolas da Rede já possuem TV, aparelhos de som, Cozinha com

181

com o intuito de assegurar que as unidades escolares sejam equipadas adequadamente, conforme o Projeto Político Pedagógico.

freezer e geladeira, data show e laboratório de informática.

45- Garantir e respeitar a autonomia do Colegiado Escolar nas tomadas de decisões administrativas, pedagógicas e aplicação de recursos.

Em cumprimento à legislação municipal; estadual e federal a autonomia do colegiado é respeitada e prevista em suas competências administrativas, pedagógicas e financeiras. Para garantir a execução de suas competências e contribuição efetiva deste órgão no processo de uma gestão democrática da escola o Programa de Democratização da Gestão Escolar através de seu Eixo Formação e Fortalecimento dos Colegiados propõe que as deliberações do I Fórum de Formação e Fortalecimento dos Colegiados sejam regulamentadas.

Através da apreciação, aprovação, regulamentação e adequação dos mandatos dos colegiados quanto à: 1) Mudança do nome do órgão de COLEGIADO ESCOLAR para CONSELHO ESCOLAR; 2) Ampliação da composição do Colegiado, incluindo membro da comunidade escolar (representante da associação comunitária, igreja, comércio, etc); 3) Redução da idade mínima dos alunos que compõem o Colegiado Escolar para 11 anos (primeiro ano do 3º ciclo); 4) 4)Mudança no processo de escolha do presidente do colegiado, ele deverá ser eleito pelos demais membros; 5) Ampliação do tempo de mandato do colegiado, de 1 ano para 2 anos, a fim de acompanhar o mandato da direção escolar junto ao qual cumpre suas competências; 6) Estabelecer como regra do Caixa escolar a apreciação e aprovação prévia do colegiado do planejamento/previsão da utilização da verba. 7) Que o Colegiado tenha uma pauta mensal obrigatória a fim de cumprir suas competências pedagógicas, administrativas e não se restringindo à financeira; 8) Ampliação da composição do Colegiado (A lei estabelece mínimo 6, máximo 12).

46- Retomar os cursos de formação para representantes do Colegiado, principalmente pais e alunos.

Em 2009 o CME em parceria com a SEMED e SIND-UTE realizou o I Fórum de Formação e Fortalecimento dos Colegiados.

O Programa de Democratização Escolar da SEMED, através de seu segundo Eixo Norteador dará continuidade à formação.

47- Manter o processo de eleição direta para direção de escola com a

No ano de 2009, ocorreu apenas com a representação dos

Fica assegurada a partir de 2011, a participação do CME na discussão do

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constituição, em todo o ano eleitoral, de uma comissão paritária (governo, Sind-UTE e Conselho Municipal de Educação) para discussão do novo edital de eleição.

trabalhadores. Edital.

48- Respeitar os artigos 56 e 57 do Estatuto da Educação, Lei Municipal 2701/95 , que prevê, nos casos de vacância dos cargos de diretor e/ ou vice-diretor, que a escolha dos substitutos seja realizada pela comunidade escolar.

Para Prefeitura não existe impedimento para concretização da meta desde que seja assegurado a participação de toda comunidades escolar.

49- Garantir que nas escolas recém inauguradas, o processo eleitoral para escolha da direção ocorra em, no máximo, 6(seis) meses após o início de seu funcionamento.

È prerrogativa Governo Municipal nomear as direções de escola até o próximo processo de provimento de cargo do diretor.

50- Garantir que nas escolas recém inauguradas, o processo eleitoral para escolha da direção ocorra em, no máximo, 6(seis) meses após o início de seu funcionamento.

È prerrogativa Governo Municipal nomear as direções de escola até o próximo processo de provimento de cargo do diretor.

51- Transformar em Lei Municipal a eleição direta para direção da escola.

A eleição direta para direção escolar está garantida pela Lei 2701-95, o Estatuto Municipal de Educação. EM 2009 foi realizada a eleição seguindo rigorosamente o que prevê a lei para garantia do processo democrático

É compromisso do governo garantir o cumprimento desse processo democrático, respeitando o que está previsto na lei.

52- Criar mecanismos de avaliação da Gestão Escolar, à comunidade escolar possibilitando um verdadeiro acompanhamento e controle desses segmentos.

O pleno funcionamento do Colegiado escolar é um instrumento para garantia dessa meta, devendo ele exercer todas as competências previstas na Lei 2701-95

O Programa de fortalecimento da gestão escolar prevê ações para fortalecer o colegiado para exercer essa função, além de propor a criação de outros instrumentos como a escola de pais, grêmio, conselho pedagógico entre outros para garantia o acompanhamento e controle da gestão escolar.

53- Promover cursos de aperfeiçoamento para diretor escolar.

Esta meta está assegurada no sétimo Eixo Norteador do programa de Democratização Escolar que é a Formação para Diretores

A implementação deste Eixo Norteador a Formação para Diretores iniciou-se em janeiro de 2010 e continua através do Curso de Especialização em Gestão Escolar, com foco na Gestão Democrática além de outras ações e criação de instrumentos/mecanismos de avaliação

183

anual/processual da gestão escolar e acompanhamento do Plano de Ação da gestão.

54- Garantir autonomia à escola para a elaboração de projetos, respeitando-se o Projeto Político Pedagógico da mesma.

As escolas da rede Municipal têm autonomia para realizar projetos. As escolas têm realizados inúmeros trabalhos de Campo com alunos.

55- Garantir a assessoria pelas Regionais Pedagógicas às escolas, para a construção do Projeto Político Pedagógico.

As Regionais Pedagógicas não compõem a atual estrutura de assessoria pedagógica da SEMED às escolas municipais. As escolas que ainda não tem PPP terão total acompanhamento da Equipe Pedagógica da SEMED

56- Garantir a autonomia da escola frente à SEMED em questões de decisões internas.

A meta deve ser mais explícita.

57- Garantir a construção coletiva e a implementação do Plano Municipal de Educação.

A construção do Plano Municipal Decenal de Educação foi assegurada pela Conferência realizada em 2006, o mesmo estará em vigor até 2015.

58- Garantir que os cargos de tesoureiro e secretário componham a chapa para eleições de direção das escolas municipais, a partir de edital construído coletivamente entre Governo Municipal e Sindicato representativo da categoria.

O Edital para eleição de diretores foi em 2009 construído coletivamente entre Governo Municipal e Sind-UTE.

59- Criar o Sistema Municipal de Educação, sob os moldes estabelecidos pela LDBEN 9394/96, de forma a compatibilizar normas e ações educacionais no Município, garantindo-se a participação de profissionais em educação e da sociedade civil organizada nas deliberações.

Foi solicitado em 2006 ao CEE/MG a delegação de competência concedida pela Resolução 688/06. Desde então o CME passou a ter autonomia para credenciar e autorizar o funcionamento das Instituições de Educação infantil, contudo o Sistema ainda não foi instituído por uma Lei.

Deliberação da criação do Sistema pela CEMB para implementação da Lei, através de ato do executivo com a assessoria do CME. A participação dos profissionais em educação , pais, alunos e sociedade civil organizada nas deliberações.devem ser assegurado através da atuação e gestão do CME. Criação da Lei em maio/10 e ajustamento do CME e da SEMED durante o ano de 2010

60- Garantir que o Conselho Municipal de Educação seja um órgão

Os conselheiros do CME são bem vindos a reunião de Diretores, e

184

participativo do cotidiano da Educação, sendo os conselheiros convidados a participar de todas as reuniões de diretores, com ajuda de custo.

caso tenham disponibilidade será garantido o transporte, contudo não há possibilidade de remunera-los, nem de garantir a dispensa do trabalho para este fim.

61- Imediatamente, com a constituição do Sistema Municipal de Educação, o Conselho Municipal de Educação terá caráter consultivo, normativo e deliberativo, sendo composto de maneira tripartite entre Governo Municipal, Sociedade Civil e Trabalhadores em Educação.

Esta proposta é contemplada vide Regimento Interno do CME.

A lei que criará o Sistema, e de acordo com as deliberações da CEMB deverão contemplar as orientações dessa meta.

62- Intensificar parcerias e comunicação entre escolas e projetos do governo (Bolsa Escola, Vale transporte, etc...) e fiscalização dos mesmos.

Meta repetida.

63- Estabelecer rigor na implementação da lei que proíbe campanhas político-partidárias dentro da escola e o uso da máquina administrativa, permitindo-se apenas o debate de idéias.

Encaminhar para a Justiça Eleitoral.

64- Criar fóruns de discussão com representatividade das comunidades escolares no intervalo das Conferências, viabilizando tempo, espaço e mecanismos (Internet,Intranet) de trocas entre as mesmas.

Esta meta é contemplada a partir do acompanhamento dos Conselhos, dos Fóruns intersetoriais

65- Realizar em caráter de urgência um Fórum deliberativo para discussão e reavaliação do Regimento Escolar, garantindo-se a participação efetiva de toda a comunidade escolar com autonomia das escolas no que diz respeito às decisões disciplinares internas de acordo com legislação estabelecida.

O CME em parceria com a SEMED, CMDCA, CMDCA, Conselhos Tutelares estão desenvolvendo uma proposta de revisão do regimento a partir da criação de um protocolo do fluxo de atendimento aos caso de disciplina. Essa proposta será discutida com as escolas.

66- Alterar a Lei Orgânica do Município, ampliando o montante aplicado na educação de 25% para

A lei estabelece um mínimo de 25%, o município de Betim gastou no ano de 2009 X%.

185

30%. Quanto a alteração da Lei Orgânica deve-se solicitar o legislativo, desde que não fira as legislações superiores

67- Fazer um levantamento da arrecadação do Salário Educação na cidade, para subsidiar os pleitos de investimentos por parte do FNDE na rede municipal.

68-Melhorar a eficiência da aplicação dos recursos educacionais, de forma a justificar os altos investimentos (R$ 1.958,45 por aluno/ano) em resultados correspondentes na aprendizagem.

Implantação do PDE Escola para analisar o seu perfil, criar sua identidade e formular suas metas a partir de suas necessidades

19 Escolas Municipais já elaboraram o PDE.

69- Ampliar e aperfeiçoar as políticas de autonomia das escolas betinenses.

As escolas municipais são autônomas e não independentes. Todas estão vinculadas ao Sistema Municipal, estadual e federal

186

6. PROGRAMAS ARTICULADOS PARA A GARANTIA DA 2939

INCLUSÃO SÓCIO EDUCACIONAL 2940

6.1 PROGRAMA CESTA ESCOLA 2941

O Programa Cesta Escola (P.C.E) é um Programa de Transferência de Renda indireta 2942

criado em 1997.Cumpre salientar que o P.C.E tem como eixo de atuação o monitoramento 2943

do processo de evasão escolar e a efetiva integração Escola-família e comunidade. 2944

Atualmente 8.500 (oito mil e quinhentas) crianças são acompanhadas bimestralmente em 2945

sua freqüência escolar, além de 4.730 famílias em situação de risco social e pessoal, 2946

totalizando 17.000 (dezessete mil) pessoas no grupo familiar, distribuídas em 11 núcleos 2947

regionais, sendo: Alterosas, Centro, Citrolândia, Colônia, Imbiruçu, Norte, PTB, Terezópolis, 2948

Vianópolis, Petrovale e Icaivera. Cada família participante deste programa recebe, mediante 2949

o cumprimento das condicionalidades, um cartão magnético no valor de R$ 72,00 (Setenta e 2950

dois reais) para a aquisição de gêneros alimentícios e material de limpeza na rede de 2951

supermercado da cidade. 2952

As ações do P.C.E em conjunto com a rede dos Programas Sociais de Redistribuição de 2953

Renda, que demandam instrumentos de controle da freqüência escolar, vêm demonstrando 2954

claramente melhorias consideráveis no rendimento e aprovação escolar, na qualidade de 2955

vida e na auto-estima das famílias, que é a base e a origem das crianças e adolescentes 2956

atendidos e acompanhados pelo P.C.E. 2957

O objetivo do P.C.E. é o combater a evasão, repetência (exclusão) e o trabalho infantil, 2958

promovendo a efetiva integração Escola-Família e Comunidade. Para inserção no programa, 2959

as famílias têm que residir no Município por tempo igual ou superior a 5 (cinco) anos 2960

consecutivos e seus filhos em idade escolar precisam estar matriculados no ensino 2961

fundamental do município e freqüentes às aulas. São observadas as seguintes prioridades 2962

para inclusão das famílias: além do tempo de residência no Município; situação de moradia; 2963

desemprego; renda familiar; todos os filhos em idade escolar matriculados no ensino 2964

fundamental; pessoa com deficiência ou doença crônica e situação de risco pessoal e social. 2965

Para permanecerem como beneficiárias do P.C.E, as famílias precisam manter todos os 2966

filhos em idade escolar matriculados e freqüentes a, pelo menos, 85% das aulas regulares; 2967

participar das reuniões mensais com os subgestores regionais; garantir que todos os filhos 2968

em idade escolar inferior a 14 anos não estejam trabalhando, exceto na condição de 2969

aprendiz, conforme Art. 60 do ECA. 2970

187

O acompanhamento das famílias constitui fator imprescindível para o sucesso do P.C.E., 2971

com base em dois eixos: pedagógico e social. As ações desenvolvidas pelo programa 2972

envolvem: reunião mensal com as famílias (temas emergentes do grupo e propostos pelo 2973

subgestor); controle de freqüência dos alunos; encaminhamento para tratamento de saúde, 2974

emprego e documentos; encontro semestral com adolescentes do programa e entrega do 2975

Cartão Cesta Escola, mensalmente. 2976

6.2 PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA 2977

O Programa Bolsa Família (P.B.F) também é um Programa de Transferência de Renda 2978

com condicionalidades, criado desde outubro de 2003 e desenvolvido pelo Ministério do 2979

Desenvolvimento Social e, no Município de Betim, pela Secretaria Municipal de Assistência 2980

Social. Tem como objetivos o alívio imediato da situação de vulnerabilidade social, por meio 2981

da transferência direta de renda às famílias; ruptura do ciclo de vulnerabilidade social, por 2982

meio das condicionalidades, que reforçam direitos sociais nas áreas de saúde e educação e 2983

desenvolvimento das famílias por meio dos Programas Complementares, com foco nas 2984

famílias beneficiárias do P.B.F. 2985

O P.B.F possui o Cadastro Único que é um Banco de dados das famílias carentes nos 2986

municípios, onde mapeiam-se e identificam-se as famílias em situação de pobreza e 2987

extrema pobreza, com renda per capita de até ½ salário mínimo, que é utilizado para 2988

subsidiar a formulação e a implementação de políticas públicas. Embora nem todas as 2989

famílias cadastradas sejam contempladas com o benefício, podem ser atendidas por outras 2990

políticas públicas. 2991

As Condicionalidades para participar do P.B.F envolvem compromissos das Famílias e do 2992

Município com a Educação, sendo: freqüência escolar mínima de 85% das crianças entre 06 2993

e 15 anos; freqüência escolar mínima de 75% dos adolescentes entre 16 e 17 anos; 2994

acompanhamento via Sistema de Freqüência Escolar com periodicidade bimestral. É 2995

obrigatória a apresentação de justificativa sempre que as crianças/adolescentes 2996

beneficiados pelo programa precisarem faltar à escola, para que não haja riscos de 2997

suspensão do benefício. 2998

O PBF prevê sanções por descumprimento das condicionalidades, sendo: advertência sem 2999

sanção; bloqueio do benefício por 30 dias; primeira suspensão por 60 dias; segunda 3000

suspensão por mais 60 dias e até mesmo o cancelamento. 3001

É sabido que o descumprimento das condicionalidades está diretamente associado à 3002

vulnerabilidade social presente nas famílias e deve servir como alerta para que os 3003

188

municípios desenvolvam estratégias de acompanhamento dessas famílias, de forma a 3004

minimizar essas vulnerabilidades e contribuir para que as famílias voltem a cumprir as 3005

condicionalidades do programa. Por isso destacamos que somente um trabalho efetivo em 3006

rede, pode possibilitar o alcance destas metas. 3007

A fim de garantir o bom desempenho destes programas e contribuir para a ruptura do ciclo 3008

intergeracional de pobreza, o Setor de Freqüência Escolar dos Programas Bolsa Família e 3009

Cesta Escola, implementou diversas ações ao longo do ano de 2009. Entre estas, ressalta-3010

se o envio bimestral da freqüência de 26.250 alunos (Bolsa Família – 23.169, Benefício 3011

variável jovem – 3.081) para Brasília, além de reduzir de 6.500 para 3.100 o número de 3012

alunos não localizados no sistema. 3013

A mais recente ação inovadora é a emissão do Novo Cartão Magnético Cesta Escola, cuja 3014

implementação era uma meta da atual gestão, pois como ressalta a Prefeita Municipal, “a 3015

dignidade, a independência e a liberdade são os fundamentos de uma verdadeira cidadania, 3016

que passa pela inclusão daqueles que são beneficiados por políticas públicas, como o 3017

Programa Cesta Escola”. Com o Novo Cartão, segundo a mesma, esta “dignidade, esta 3018

independência e esta liberdade tão almejadas, são alcançadas e trazem diversas vantagens 3019

para as famílias, dentre elas: 1. o crédito agora é cumulativo. A família fica de posse do 3020

cartão e acumula o benefício de um mês para o outro; 2. Mais liberdade na forma de utilizar 3021

o crédito. A família não precisa mais fazer a compra de uma só vez, usando todo o valor do 3022

cartão; 3. Mais opções de lugares para comprar. A família pode comprar os gêneros 3023

alimentícios em estabelecimentos diferentes, sem a preocupação de utilizar o benefício de 3024

uma só vez”. 3025

A estes programas associa-se também o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – 3026

PETI, pois este compõe o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) com duas ações 3027

articuladas: o Serviço Socioeducativo ofertado para as crianças e adolescentes afastadas do 3028

trabalho precoce e a Transferência de Renda para sua família, desde que a mesma não seja 3029

beneficiária do PBF. O PETI tem por objetivo contribuir para a erradicação de todas as 3030

formas de trabalho infantil no País, atendendo famílias cujas crianças e adolescentes com 3031

idade inferior a 16 anos se encontram em situação de trabalho. Este programa está inserido 3032

em um processo de resgate da cidadania e promoção de direitos de seus usuários, bem 3033

como de inclusão social de suas famílias. 3034

6.3 PROGRAMA ESCOLA ABERTA - PEA 3035

O Programa Escola Aberta surge em 2004, como fruto de um acordo de cooperação 3036

189

técnica entre o MEC e a UNESCO. De acordo com a Secretaria de Educação Continuada, 3037

Alfabetização e Diversidade/ MEC, o objetivo do Programa é “contribuir para a melhoria da 3038

qualidade da educação, inclusão social e construção de uma cultura de paz por meio da 3039

ampliação da integração entre escola e comunidade (...)”39. 3040

Tendo sido amplamente assumido pelo governo federal, Minas Gerais foi um dos estados 3041

escolhidos para a implantação do programa piloto. Em Betim, o programa iniciou-se no 2º 3042

semestre de 2005 em 21 escolas escolhidas na época por sorteio, entre as que estavam, e 3043

ainda estão, em locais de vulnerabilidade social e com alto índice de violência, na periferia. 3044

Os recursos oriundos do governo federal são depositados diretamente na conta de cada 3045

escola, tendo a direção e o tesoureiro escolar a tarefa de utilizá-los de acordo com critérios 3046

apresentados pelo PEA a partir das demandas locais e realizar a prestação de contas. Cada 3047

escola conta ainda com um coordenador e um professor comunitários. Esses recursos são 3048

utilizados para a promoção de atividades manuais, corporais, esportivas, dentre outras, que 3049

são realizadas nos finais de semana. Pessoas das comunidades assumem função de 3050

oficineiros e realizam tais atividades de modo a atender os anseios e necessidades dos 3051

moradores da região. A inserção das comunidades nessas atividades/oficinas (corte e 3052

costura, pintura, bordado, entre outras) fomenta a geração de renda que favorece a melhoria 3053

da qualidade de vida dos envolvidos. Essas vivências oportunizam aos participantes uma 3054

visão de pertencimento fazendo com que o espaço escolar passa a ser reconhecido e 3055

preservado. 3056

A SEMED reconhece o impacto positivo do PEA na vida das comunidades onde o Programa 3057

foi implantado. No entanto avalia a importância do envolvimento dos Colegiados e equipes 3058

gestoras das unidades escolares para o seu sucesso, tanto que a equipe de 3059

Democratização da secretaria, em sua proposta de trabalho, tem como um dos eixos a 3060

articulação dos programas implantados nas escolas municipais para potencializar a 3061

integração das comunidades com as unidades escolares. 3062

39 Disponível em ftp.fnde.gov.br/web/escola_aberta

190

7. PÓS-SCRIPTUM: PROPOSIÇÕES, AÇÕES E INTERAÇÕES 3063

No limiar da exposição precedente dos princípios ético-morais, concepções teórico-3064

metodológicas, objetivos e metas que estruturam a política educacional assumida pela 3065

atual gestão municipal, torna-se pertinente, em tempo, registrar que a desejável realização 3066

das proposições e ações a ela inerentes depende, prioritariamente, da configuração das 3067

relações de interdependência que os sujeitos socioculturais envolvidos na dinâmica 3068

educacional da cidade venham a estabelecer e constituir cotidianamente. 3069

Tal prerrogativa tem como horizonte utópico a emergência de um contexto existencial no 3070

qual os processos formais/escolares de ensino e aprendizagem sejam plenamente 3071

compatíveis com a promoção do desenvolvimento humano integral e autossustentável de 3072

educandos e educadores. Portanto, implica, de facto, a instauração reiterada de equilíbrios 3073

de poder social que possibilitem a todos, igualitariamente, a construção das estruturas 3074

psicogenéticas e sociogenéticas imprescindíveis à convivência pacífica, plural, solidária, 3075

satisfatória e de efetiva qualidade social. 3076

A construção intersubjetiva de argumentos racionalmente justificáveis, de crítica e de 3077

deliberações, que a Conferência potencializa, mediada pelo diálogo democrático entre os 3078

participantes, evidencia um avanço qualitativo singular, na medida em que sociedade civil e 3079

Estado debatem e tomam decisões publicamente a respeito da educação, processo crucial 3080

da existência humana. Com efeito, o resultado dessa dinâmica comunicativa 3081

consubstanciar-se-á como o referencial político-pedagógico que orientará, mais do que 3082

apenas as ações propostas para a consecução dos objetivos/metas previstos no PMDE, as 3083

interações cotidianas que os sujeitos mantêm no contexto educacional/escolar. 3084

A educação, enquanto processo proeminentemente sociocultural, é, sobretudo e antes de 3085

tudo, uma construção intersubjetiva, por conseguinte, relacional e coletiva. De acordo com 3086

essa concepção, o percurso e os resultados do processo educacional dependem 3087

estruturalmente das interações que estudantes e professores constituem. Assim, a 3088

aprendizagem depende do ensino e este, por sua vez, depende da aprendizagem. Eis a 3089

justificativa para a célebre indagação de D. W. Carraher: “Como podemos dizer que 3090

ensinamos, se ninguém aprendeu?” 3091

Depreende-se daqui a questão central da educação, principal fator do histórico e complexo 3092

problema que instiga intensamente educadores, educandos, cientistas e gestores: Como e 3093

por que, pese a reconhecidos esforços, não é possível que os educandos aprendam? 3094

Este é precisamente o núcleo das preocupações desta Conferência, na expectativa de 3095

estimular todos os participantes, Estado e sociedade civil, a propor e indicar percursos 3096

coletivos capazes de superar emergencialmente tão crucial desafio. 3097

191

8. ANEXOS 3098

8.1 PARECER DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SOBRE A 1ª 3099

AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DECENAL DE EDUCAÇÃO DE BETIM - 3100

2008 3101

O Conselho Municipal de Educação Lei n° 2701/95 e no uso de suas atribuições legais, tem 3102

a responsabilidade e a competência de avaliar, periodicamente, o Plano Municipal Decenal 3103

de Educação (PMDE) (art. 2° da Lei n° 4316/06). Essa avaliação é primordial para a 3104

divulgação do PMDE e também serve como instrumento de fiscalização de todos os setores 3105

educacionais no cumprimento das metas. Consideramos no processo de avaliação, feito 3106

pelo CME, o grau de complexidade e de emergência na efetivação de cada meta. 3107

Verificamos a existência de metas complexas, outras sem temporalidade, outras 3108

inconstitucionais e algumas concluídas e / ou em processo. Este parecer apresenta a 3109

compilação da análise das metas feita pelas Escolas e pela SEMED, cuja metodologia 3110

classificava-as em concluída (C), concluída parcialmente (CP) e não concluída (NC). 3111

Sugerimos que dentre as metas não alcançadas do PMDE, sejam discutidas com a 3112

sociedade em geral, para elencar as metas prioritárias a serem cumpridas nos próximos 3113

dois anos, quando será realizada outra avaliação pelo Conselho Municipal de Educação 3114

(2010). 3115

O Plano Municipal Decenal de Educação, para a década 2006-2015, em consonância com a 3116

LDBEN 9394/96, estabelece metas desafiadoras para a política educacional: elevar 3117

globalmente o nível de escolaridade da população; melhorar a qualidade do ensino em 3118

todos os níveis; reduzir as desigualdades sociais e regionais quanto ao acesso e a 3119

permanência na Educação Pública; democratizar a gestão do ensino público através da 3120

participação da comunidade escolar na elaboração do Projeto Político Pedagógico das 3121

escolas e nos Conselhos Escolares. O PMDE foi construído com a participação de 3122

representantes da SEMED, do Sind-UTE, do Conselho Municipal de Educação e da 3123

sociedade betinense, em parceria com a Câmara Municipal de Betim e o Poder Executivo, 3124

sendo aprovado na II Conferência Municipal de Educação de Betim (2005). 3125

Importante ressaltar que a aprovação do PMDE se deu após estudos e debates de 3126

representantes dos setores citados acima. Tal processo precisa ser contextualizado, a fim 3127

de que o município refine a sua compreensão do que é o planejamento educacional e os 3128

próprios procedimentos a esse respeito. Em primeiro lugar, é preciso considerar que a 3129

Secretaria Municipal de Educação conduziu o processo de elaboração do Plano, cujo 3130

conceito era inédito no âmbito municipal, sem nenhuma consultoria externa que não as 3131

192

orientações gerais oferecidas, à época, pelo Governo do Estado. Em segundo lugar, deve-3132

se ter em conta que o processo de elaboração do Plano deu-se por metodologias 3133

participativas, o que é inquestionavelmente melhor, porém num clima de acirramento 3134

político, devido às demandas da comunidade educacional para que houvesse Conferência 3135

Municipal de Educação. As dimensões do Plano tornaram inviável que muitas pessoas na 3136

comunidade tivessem acesso à sua integralidade: na maioria dos casos, os segmentos 3137

educacionais se debruçaram sobre eixos específicos, estendendo o número de metas e 3138

fazendo com que se repetissem em eixos diferentes. As demandas-micro de segmentos da 3139

comunidade, embora muitas vezes estivessem contempladas genericamente em metas de 3140

escopo mais amplo, foram inseridas no Plano pelas Câmaras Setoriais e pela plenária da 3141

Conferência Municipal. Compreendemos que tudo isso faz parte da aprendizagem sobre a 3142

participação política e sobre o planejamento educacional. O PMDE não deve ser 3143

considerado propriamente um produto final, senão um verdadeiro ponto-de-partida. 3144

Faz-se necessário ressaltar ainda que, na realização do IV Congresso Educacional, 3145

promovido pelo Sind-UTE subsede Betim, nos dias 08, 09 e 10 de maio de 2008, o 3146

Conselho Municipal de Educação, compôs mesa de discussão, cujo tema foi “Discutindo e 3147

avaliando as políticas públicas educacionais”. Além de analisar a ação dos Conselhos e sua 3148

articulação com as escolas, foi amplamente discutida a avaliação do Plano Municipal 3149

Decenal de Educação, com a participação do educador João Antônio Cabral de Monlevade. 3150

Em suas considerações frisou que é fundamental realizar uma revisão do Plano, para que o 3151

mesmo seja mais científico com diagnóstico social prévio da educação do município, e com 3152

definições de metas e respectivas ações para alcançá-las. Também reforça a necessidade 3153

de escolher quais são as metas prioritárias que venham de encontro com as demandas 3154

levantadas por um Censo Educacional. 3155

O Conselho Municipal de Educação através de sua presidenta, Rosilene Braga do Couto, ao 3156

parabenizar o evento educacional supra citado, parafraseou o educador Paulo Freire: 3157

“Tudo que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e 3158

dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na 3159

mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o 3160

trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse pais democraticamente”. 3161

Nesse sentido, o Conselho Municipal de Educação defende que somente através de uma 3162

participação cidadã, o coletivo, através de todos os agentes envolvidos no processo 3163

educacional, poderá atuar educando e colaborando na gestão democrática, integrando e 3164

interagindo em meio aos diferentes pontos de vista que constituem a educação. 3165

193

Sabendo da importância de elaboração do Plano Municipal de Educação, bem como da 3166

avaliação do mesmo, por todos os segmentos sociais do município, o Conselho Municipal de 3167

Educação enviou correspondências e materiais às Escolas Públicas Municipais e Estaduais, 3168

às Instituições Infantis, Universidades e à Secretaria Municipal de Educação para avaliarem 3169

as metas e eixos temáticos constituintes do Plano. 3170

O Conselho Municipal de Educação acredita que somente através da participação da 3171

sociedade, no processo de avaliação do Plano Municipal Decenal de Educação, o mesmo 3172

será amplamente conhecido, acompanhado, avaliado, consolidado, reelaborado e num 3173

processo ação-reflexão-ação. 3174

Entretanto, visto que não conseguimos uma participação maciça da sociedade nesse 3175

processo de avaliação do Plano Municipal Decenal de Educação, temos que registrar que 3176

encaminhamos material de análise para: 67 (sessenta e sete) Escolas Municipais, das quais 3177

obtivemos o retorno de 50 (cinqüenta) Escolas; 31 (trinta e um) Escolas Estaduais, das 3178

quais obtivemos o retorno de 05 (cinco) Escolas; 07 (sete) Universidades, das quais 3179

obtivemos o retorno de 02 (dois) Estabelecimentos de Ensino Superior; 70 (setenta) 3180

Instituições Infantis, das quais obtivemos o retorno de 53 (cinqüenta e três) Instituições. 3181

A partir das avaliações feitas pelas comunidades escolares, os Conselheiros Municipais de 3182

Educação e a Secretaria Executiva do Conselho Municipal de Educação, tabularam os 3183

dados segundo o critério de meta cumprida/ meta não cumprida/ meta parcialmente 3184

cumprida. Após o levantamento de dados, os conselheiros analisaram e avaliaram os eixos 3185

temáticos considerando as metas específicas de cada um, e emitiu o seguinte parecer sobre 3186

as mesmas, que deverá ser uma referência para ampla discussão em uma Conferência 3187

Municipal de Educação, que revise o PMDE e estabeleça quais as metas prioritárias e suas 3188

respectivas ações, para o próximo biênio (2009-2010). 3189

Eixo Temático: Educação Infantil 3190

Material Recebido: 57 Escolas 3191

Total de Metas: 27 3192

Avaliações das Escolas: Metas Cumpridas: 29% 3193

Metas Não Cumpridas: 29% 3194

Metas Parcialmente Cumpridas: 40% 3195

194

Avaliação da SEMED: Metas Cumpridas: 63% 3196

Metas Não Cumpridas: 0% 3197

Metas Parcialmente Cumpridas: 37% 3198

Avanços: 3199

1. A construção dos Projetos Políticos Pedagógicos e Regimento Interno das 3200

Instituições Infantis conforme legislação vigente; 3201

2. A manutenção dos cursos de formação continuada para os profissionais de 3202

Educação Infantil; 3203

3. A implementação da proposta curricular para a Educação Infantil; 3204

4. A implantação das regionais infantis; 3205

5. A garantia da alimentação balanceada para as crianças da Educação Infantil, 3206

através de convênio e recursos financeiros públicos; 3207

6. A unificação do calendário da Educação Infantil para todas as instituições municipais 3208

e conveniadas; 3209

7. A manutenção da assistência pública às creches comunitárias; 3210

8. A reestruturação do espaço físico das instituições infantis públicas municipais; 3211

9. A autorização de construção e funcionamento de instituições infantis (públicas ou 3212

privadas) mediante pré-requisitos estabelecidos pela resolução Estadual (n° 443/01). 3213

3214

Desafios: 3215

1. Assegurar uma política educacional para todas as instituições infantis (pública, 3216

privada, conveniada), conforme legislação vigente; 3217

2. Atender a demanda da Educação Infantil no município, preferencialmente na Rede 3218

Municipal de Ensino, conforme temporalidade; 3219

3. Reestruturar os espaços físicos das instituições infantis, conforme temporalidade e a 3220

Resolução Estadual n° 443/01; 3221

4. Necessidade de parcerias com instituições superiores para formação de todos os 3222

profissionais da Educação Infantil; 3223

5. Remunerar os profissionais da Educação Infantil de acordo com a formação; 3224

6. Assegurar a colaboração efetiva entre secretarias e setores de serviços com as 3225

instituições infantis; 3226

7. Implantar o Conselho de Pais nas Instituições Infantis assegurando a participação e 3227

gestão democrática conforme temporalidade; 3228

8. Assegurar que outros recursos municipais sejam aplicados, prioritariamente, na 3229

Educação Infantil; 3230

195

9. Ampliar a rede municipal de Educação Infantil conforme temporalidade; 3231

10. Ampliar quadro de funcionários das instituições infantis conforme número de 3232

crianças atendidas; 3233

11. Incluir as creches no programa de saúde familiar; 3234

12. Aprimorar o sistema de coleta de dados da Educação Infantil; 3235

13. Regularizar a oferta da educação infantil na rede privada e comunitária; 3236

14. Ampliar a oferta de Creches e pré-escolas públicas municipais. 3237

3238

Eixo Temático: Ensino Fundamental 3239

Material recebido: 47 Escolas 3240

Total de Metas: 71 3241

Avaliações das Escolas: Metas Cumpridas 24% 3242

Metas Não Cumpridas 48% 3243

Metas Parcialmente Cumpridas 28% 3244

Avaliação da SEMED: Metas Cumpridas 51% 3245

Metas Não Cumpridas 13% 3246

Metas Parcialmente Cumpridas 36% 3247

Avanços: 3248

1. A universalização do atendimento da demanda do Ensino Fundamental da faixa 3249

etária entre 6 (seis) e 14 (quatorze) anos, buscando garantir o acesso e a 3250

permanência das crianças e adolescentes na escolas; 3251

2. A reestruturação dos refeitórios nas escolas adequando-os à demanda dos alunos; 3252

3. Ampliação de programas para o atendimento de estudantes com comprovada 3253

necessidade; 3254

4. Nos cursos diurnos foi assegurada a carga horária semanal de 20 horas para o 3255

efetivo trabalho escolar; 3256

5. O fortalecimento de parcerias com organizações governamentais e não 3257

governamentais para o combate ao trabalho infantil; 3258

6. O cumprimento da Lei 9.795/99 que trata a Educação Ambiental como tema 3259

transversal; 3260

196

7. A promoção e o fomento às práticas democráticas relacionadas à gestão 3261

educacional; 3262

8. A integração entre SEMED e SEME e outras secretarias para realização dos JEB’s; 3263

a maior participação das escolas nos jogos e a realização dos mesmos nos finais de 3264

semana atendendo às reivindicações da comunidade escolar; 3265

9. A garantia da realização de excursões conforme solicitações das escolas 3266

promovendo o desenvolvimento cultural dos alunos. Porém é necessário ampliar a 3267

kilometragem; 3268

10. O cumprimento da Lei Municipal n° 3132/99 (Passe Escolar) que garante o 3269

transporte gratuito aos alunos que residam a mais de 2km da escola. Contudo, o 3270

Conselho recomenda a necessidade permanente do monitoramento deste serviço, 3271

garantindo a segurança e a integridade dos usuários; 3272

11. A melhoria na infra-estrutura de trabalho nas escolas de pequeno porte; 3273

12. O remanejamento de livros didáticos após os 03 (três) anos de uso obrigatório 3274

permitindo o intercâmbio entre as escolas; 3275

13. A eliminação dos turnos intermediários nas escolas da rede, favorecendo a 3276

qualidade da educação oferecida pelas mesmas; 3277

14. A manutenção do espaço de discussão sobre currículo nos Ciclos de Formação 3278

Humana; 3279

15. Acesso das escolas a recursos materiais e pedagógicos para implementação dos 3280

Ciclos; 3281

16. A construção coletiva de um documento padrão para a rede, registrando a vida 3282

escolar do aluno; 3283

17. O processo avaliativo (contínuo e formativo) no Ciclo de Formação Humana, 3284

visando alcançar as Competências e Habilidades propostas para cada ciclo; 3285

18. A elevação dos índices de aprovação nos Ciclos de Formação Humana; 3286

19. A ampliação do n° de anos de escolaridade da população betinense; 3287

Desafios: 3288

1. Estabelecimento de Política Educacional que atenda a demanda do município, 3289

priorizando a construção de escolas que atenda a faixa etária entre 06 (seis) e 14 3290

(quatorze) anos; 3291

2. Viabilizar ações que promovam a qualidade da educação oferecida no município, 3292

diminuindo os índices de repetência e de evasão, garantindo a aprendizagem efetiva 3293

de todos os princípios norteadores do Ciclo de Formação Humana, e o P. P. P. das 3294

escolas; 3295

197

3. Ampliação e / ou construção de escolas que atendam as necessidades do município, 3296

da Educação Inclusiva e dos Projetos Políticos Pedagógicos das Unidades Escolares; 3297

4. Garantir um serviço de manutenção eficaz que atenda as necessidades das escolas; 3298

5. Garantia de recursos financeiros disponibilizados pela SEMED que venham de 3299

encontro aos projetos das escolas efetivando a autonomia das mesmas; 3300

6. Assegurar 25% da carga horária do professor para estudo, planejamento e avaliação 3301

da prática pedagógica; 3302

7. Ampliação das escolas de tempo integral conforme demanda social; 3303

8. Criação de Centros de Apoio a Juventude em várias regiões do município; 3304

9. Aperfeiçoar o Sistema de Avaliação da Educação Básica já realizado visando o 3305

monitoramento do sistema de ensino da rede; 3306

10. Fomentar a criação de Grêmios Estudantis em todas as escolas; 3307

11. Ampliar a Política de Formação Continuada dos Profissionais em Educação, 3308

assegurando também a autonomia às escolas para efetivá-las de acordo com o 3309

Projeto Político Pedagógico, considerando especialmente o atendimento aos alunos 3310

portadores de necessidades educativas especiais; 3311

12. Garantia do limite máximo de alunos por turma / ciclo, segundo a Lei Municipal n° 3312

2701/95- art. 31, investindo na construção de escolas que atenda a demanda do 3313

município, assegurando também a LDBEN – 9394/96; 3314

13. Garantir que não haja durante o ano letivo, fusão de turmas com número superior a 3315

17 (dezessete) alunos; 3316

14. Intensificar a parceria entre SEMED e FUNARBE para viabilizar a abertura de 3317

bibliotecas públicas, por regiões, e com atendimento nos fins de semana; 3318

15. Intensificar as parcerias já existentes, com instituições / órgãos públicos / ONG’s, etc. 3319

que desenvolvem projetos para atender alunos fora do turno de estudo; 3320

16. Criar espaços de discussão permanente sobre Currículo na rede, considerando a 3321

autonomia da escola, garantindo os princípios básicos do Currículo nos Ciclos de 3322

Formação Humana respeitando a carga horária do aluno prevista na LDBEN 9394/96; 3323

17. Garantir profissionais habilitados em: Artes, Educação Física, Língua Estrangeira 3324

(Inglês e Espanhol) e Educação Religiosa, de acordo com a regulamentação da Lei 3325

nº 15.434 de 05 de janeiro de 2005, e Decreto nº 44.138 de 26 de outubro de 2005, 3326

no atendimento ao educando em todos os anos dos ciclos. 3327

18. Reativar os Fóruns de Debates Permanentes para capacitação de todos os 3328

profissionais das escolas, dentro da proposta de ciclos, avaliando o processo de Ciclo 3329

de Formação Humana, com presença de profissionais especializados. 3330

198

19. Garantir no calendário escolar, momentos de avaliação do processo do Ciclo de 3331

Formação Humana com representatividade de toda a comunidade escolar 3332

(profissionais, pais e alunos). 3333

20. Implantar programas de correção de fluxo escolar na rede; 3334

Revisão de Metas: (Sugestão do CME) 3335

1. Meta (13) - Implantar e/ou renovar o contrato de manutenção do alarme eletrônico 3336

em todas as escolas. 3337

Meta desatualizada da política de segurança implantada na rede; 3338

2. Meta (36) - Garantir assistência igualitária às escolas da Rede Municipal de Betim. 3339

A redação não deixa claro que tipo de assistência está sendo abordada; 3340

3. Meta (41)- Ampliar e permitir que a verba da Caixa Escolar seja utilizada para a 3341

compra de acervo para a biblioteca, anualmente, principalmente paradidáticos, 3342

sobre os temas gerais da educação e em todas as áreas do conhecimento, com 3343

autonomia de escolha da escola, garantindo o livro didático a todos os alunos. 3344

A Lei que regulariza o Caixa Escolar não possibilita a compra de acervo bibliográfico 3345

com a verba destinada às escolas, portanto a meta é inconstitucional; 3346

4. Meta (50) - Viabilizar abertura de elaboração de projetos para o atendimento aos 3347

educandos fora do seu turno de estudo, a partir da criação de espaço físico quando 3348

se fizer necessário. 3349

A redação não deixa claro que tipos de projetos estão sendo propostos: da escola? 3350

De outros órgãos / parceiros? ONG’s? 3351

Há, portanto necessidade de especificações; 3352

5. Meta (59) - Garantir que a ficha de registro de avaliação do aluno seja construída 3353

pelo coletivo da escola, de forma a representar os níveis de seu avanço na 3354

aprendizagem. 3355

Considerando a necessidade de um registro padrão para a rede – construído com a 3356

participação das escolas – se o instrumento atual não atende às escolas, é preciso a 3357

elaboração de outro que atenda as mesmas; 3358

6. Meta (70) - Garantir que a SEMAS (Secretaria de Assistência Social) mantenha o 3359

funcionamento das cantinas escolares nas férias, com refeições diárias. 3360

Cada secretaria tem sua área de atuação. Uma secretaria não pode garantir que 3361

outra atue em sua esfera; 3362

Neste sentido sugerimos firmar parcerias de acordo com a realidade social de cada 3363

escola / região; 3364

199

7. Meta (71)- Observar as metas estabelecidas nos capítulos referentes a educação à 3365

distância, formação de professores, educação especial e financiamento e gestão, na 3366

medida em que estão relacionadas às previstas neste capítulo. 3367

Meta generalizada, os referidos capítulos foram tratados nos eixos temáticos; 3368

Eixo Temático: Ensino Rural 3369

Material recebido: 13 Escolas 3370

Total de Metas: 09 3371

Avaliações das Escolas: Metas Cumpridas 45% 3372

Metas Não Cumpridas 33% 3373

Metas Parcialmente Cumpridas 22% 3374

Avaliação da SEMED: Metas Cumpridas 56% 3375

Metas Não Cumpridas 33% 3376

Metas Parcialmente Cumpridas 11% 3377

Avanço: 3378

1. Garantia de transporte para pais e alunos em reuniões e eventos nas escolas de 3379

zona rural. Porém, é fundamental alertar para a constante manutenção e vistoria dos 3380

veículos usados para o transporte rural. 3381

Desafios: 3382

1. Garantir a turma flexível nas escolas de zona rural, a partir da ampliação do coletivo 3383

de professores, independente do número de alunos. 3384

2. Acabar com o rodízio de servidores nas escolas da Zona Rural. 3385

3. Manter em bom estado os veículos utilizados no transporte escolar, inclusive 3386

equipados com tacógrafos e em número suficiente para atender à demanda dos 3387

alunos. 3388

4. Oferecer transporte aos alunos de zona rural, portadores de necessidades educativas 3389

especiais, para que participem de atividades fora da escola, a exemplo dos trabalhos 3390

de apoio do CRAEI. 3391

200

5. Proporcionar ao aluno trabalhador rural, a continuidade dos seus estudos no ensino 3392

noturno, buscando, junto aos órgãos competentes, a disponibilidade de ônibus nos 3393

horários devidos. 3394

6. Criar projetos e programas adequados para atender a realidade da zona rural, quanto 3395

à manutenção do aluno em tempo integral na escola. 3396

7. Proporcionar que cada unidade escolar rural, independente do número de alunos, 3397

possa contar com 01 diretor, 01 técnico de biblioteca e 01 técnico de secretaria. 3398

Revisão de Metas: (sugestão do CME) 3399

1. Meta (7)- Viabilizar junto aos órgãos competentes a instalação de telefones 3400

comunitários nas regiões rurais onde há carência desse meio de comunicação. 3401

Meta de responsabilidade de outra Secretaria e / ou órgãos públicos municipais. Não 3402

compete à SEMED a instalação, apenas a solicitação. 3403

Eixo Temático: Educação Especial 3404

Material recebido: 62 Escolas 3405

Total de Metas: 29 3406

Avaliações das Escolas: Metas Cumpridas 0% 3407

Metas Não Cumpridas 86% 3408

Metas Parcialmente Cumpridas 14% 3409

Avaliação da SEMED: Metas Cumpridas 55% 3410

Metas Não Cumpridas 07% 3411

Metas Parcialmente Cumpridas 38% 3412

Avaliando o eixo temático da Educação Especial constatamos que as Escolas consideraram 3413

que “quase” todas as metas ainda são grandes desafios na política educacional do 3414

município. Embora parte das Escolas avalie que as metas foram parcialmente alcançadas, a 3415

grande maioria pontua que as mesmas não foram alcançadas. Por isso, sugerimos que este 3416

eixo seja efetiv amente priorizado, com o envolvimento e parcerias do poder público e 3417

sociedade civil, com recursos orçamentários específicos para projetos na área, e uma 3418

política que crie e regionalize os Centros de Educação Inclusiva, com atendimentos 3419

especializados, em número suficiente para atender a demanda dos alunos PNEE do 3420

201

Município. 3421

Ressaltamos também, a necessidade contínua de capacitação dos educadores que 3422

trabalham com alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais, e que os 3423

estagiários que acompanham esses alunos sejam formados em nível superior ou estudantes 3424

de áreas afins da Educação, para desenvolver o trabalho / projeto junto às Escolas e 3425

Universidades, abrangendo também os alunos chamados “superdotados”. 3426

Consideramos que a política de Educação Inclusiva do município necessita urgentemente 3427

de instrumentos de avaliação contínua, junto às famílias e profissionais da área, para que as 3428

intervenções sejam ágeis e eficazes. 3429

Gostaríamos de reforçar a importância de programas de capacitação profissional e parceria 3430

com empresas do município que canalize os alunos do PNEE, para inseri-los no mercado de 3431

trabalho, respeitados as habilidades e potenciais de cada um. 3432

Eixo Temático: Educação de Jovens e Adultos 3433

Material recebido: 09 Escolas 3434

Total de Metas: 49 3435

Avaliações das Escolas: Metas Cumpridas 06% 3436

Metas Não Cumpridas 53% 3437

Metas Parcialmente Cumpridas 41% 3438

Avaliação da SEMED: Metas Cumpridas 65,5% 3439

Metas Não Cumpridas 24,5% 3440

Metas Parcialmente Cumpridas 10% 3441

Avanços: 3442

1. Meta (18) - Incorporar o tempo de intervalo à carga horária do aluno, desde que a 3443

unidade escolar apresente projetos de aproveitamento do mesmo, de acordo com a 3444

legislação. As escolas municipais, através de projetos, já utilizam o tempo de 3445

intervalo incorporado à carga horária do aluno; 3446

2. Meta (21) - Garantir, na legislação do projeto municipal para a EJA, o aproveitamento 3447

de estudos, carga horária e conhecimento. É prática nas escolas da EJA aplicar 3448

202

diagnósticos em seus alunos, visando possíveis reclassificações aproveitando 3449

estudos, carga horária e conhecimento. 3450

3. Meta (44) - Centralizar o CESEC para facilitar o acesso da comunidade. 3451

Deslocamento do pólo do CESEC da Cidade Verde para a região central – antigo 3452

prédio da Escola Municipal Clóvis Salgado; 3453

Desafios: 3454

1. Meta (01) - Manter e ampliar programas visando atender, no mínimo no primeiro 3455

segmento, 90% dos jovens e adultos em 10 anos, minimizando a demanda existente. 3456

A manutenção e a ampliação de programas que visem atender no 1° segmento, 90% 3457

dos jovens e adultos em 10 anos, minimizando a demanda existente para alunos 3458

acima de 15 anos; 3459

2. Meta (03) - Lutar para garantir, junto ao Ministério de Educação, que a EJA tenha 3460

garantia do mesmo valor per capita garantido ao Ensino Fundamental regular, 3461

incluindo-a nas formas de financiamento da Educação Básica. Lutar junto aos órgãos 3462

competentes para que o valor percapita do aluno da EJA, seja de igual valor ao 3463

Ensino Fundamental (FUNDEB); 3464

3. Metas (04 e 05) – (04) Criar um banco de dados, diagnosticando a demanda de EJA, 3465

bem como avaliando as ações e resultados alcançados no atendimento a jovens e 3466

adultos. (05) Realizar, a cada dois anos, avaliação e divulgação dos resultados dos 3467

programas de educação de jovens e adultos, como instrumento para assegurar o 3468

cumprimento das metas do Plano. Avaliar a demanda da EJA e seus resultados a 3469

cada dois anos visando divulgar seus resultados e o cumprimento das metas deste 3470

plano; 3471

4. Metas (06 e 40) – (06) Assegurar junto ao sistema estadual de ensino, o acesso dos 3472

alunos egressos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, dobrando o atendimento 3473

em 5 anos. (40) Fornecer material didático a todos os alunos do ensino noturno. 3474

Estabelecer parcerias com as Escolas Estaduais garantindo o acesso dos alunos 3475

egressos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, conforme temporalidade (2011); 3476

5. Meta (07) - Manter programas de formação continuada para os profissionais de 3477

ensino que atendem ao público jovem e adulto; 3478

6. Metas (08, 10, 13, 14 e 38) – (08) Estabelecer políticas que facilitem parcerias para o 3479

aproveitamento dos espaços ociosos existentes na comunidade, bem como o efetivo 3480

aproveitamento do potencial de trabalho comunitário das entidades da sociedade 3481

civil, para a educação de jovens e adultos. (10) Associar ao Ensino Fundamental para 3482

jovens e adultos, a oferta de cursos básicos de formação profissional. (13) Articular 3483

as políticas de Educação de Jovens e Adultos com as de proteção contra o 3484

203

desemprego e de geração de empregos. (14) Nas empresas públicas e privadas, 3485

incentivar a criação de programas permanentes de Educação de Jovens e Adultos 3486

para os seus trabalhadores, e nas contratações priorizar o recrutamento entre alunos 3487

da EJA, bem como de pais de alunos do Ensino Regular, assim como de condições 3488

para a recepção de programas de teleducação. (38) Incentivar a implantação de 3489

cursos profissionais, com parcerias com as empresas do município e governo 3490

estadual. Criação de uma política pública que estabeleça parcerias com a sociedade 3491

civil, com iniciativa privada e com os setores públicos (municipal e estadual), visando 3492

o aproveitamento de espaço ocioso e recursos humanos para a formação profissional 3493

de jovens e adultos, objetivando a geração de empregos; 3494

7. Meta (09) - Promover uma constante reflexão sobre os Parâmetros Nacionais para as 3495

diversas etapas da Educação de Jovens e Adultos, respeitando-se especificidades da 3496

clientela. 3497

8. Meta (11) - Incentivar as instituições de educação superior, a oferecerem cursos de 3498

extensão para atender às necessidades de educação continuada de adultos, tenham 3499

ou não formação de nível superior; 3500

9. Meta (12) - Estimular as universidades e organizações não-governamentais, a 3501

oferecer cursos dirigidos à terceira idade; 3502

10. Meta (15) - Promover a articulação entre as políticas públicas da EJA e da Cultura, 3503

que permita ampliar o universo cultural desta clientela, ao mesmo tempo assegurar 3504

sua permanência no espaço escolar; 3505

11. Meta (19) - Respeitados a LDBEN e o PPP de cada unidade, assegurar a autonomia 3506

da escola na organização do tempo escolar e do currículo de maneira a adequá-la à 3507

realidade e especificidades de seus alunos; 3508

12. Meta (23) - Garantir o atendimento do aluno em escola próxima à sua residência; 3509

13. Meta (25) - Garantir transporte para todos os alunos que comprovarem real 3510

necessidade; 3511

14. Metas (26 e 35) – (26) Garantir, através da SEMED, o ensino noturno em todas as 3512

unidades escolares, não apenas como correção de fluxo, mas, como política 3513

específica que atenda ao aluno trabalhador e àqueles que não concluíram o ensino, 3514

considerando a demanda. (35) Divulgar o ensino noturno, a partir de parceria entre a 3515

SEMED e Escolas, como espaço de formação humana. Assegurar uma política 3516

pública para EJA, onde o Ensino Noturno seja ofertado em todas as unidades 3517

escolares do município, conforme demanda existente, divulgando-o enquanto espaço 3518

de formação humana. 3519

204

15. Meta (28) - Garantir o não fechamento de turmas do noturno, sem que haja o debate 3520

democrático e coletivo com a comunidade escolar, com o mínimo de seis meses de 3521

antecedência legal; 3522

16. Metas (29 e 31) – (29) Garantir a formação e a capacitação contínua e direcionada 3523

para os educadores do ensino noturno. (31) Instrumentalizar os educadores para o 3524

atendimento ao aluno do noturno e PNEE – Portadores de Necessidades Educativas 3525

Especiais - com dificuldades no processo de desenvolvimento da leitura e escrita. 3526

Considerando a especificidade da temática sobre os alunos PNEE incluídos na EJA 3527

nos cursos, podendo os mesmos serem ofertados pelas unidades escolares com 3528

recursos financeiros repassados pela SEMED, com validade para o PCCV; 3529

17. Meta (30) - Garantir o atendimento das Regionais Pedagógicas com o coletivo das 3530

escolas, mais freqüente e direto, de acordo com o cronograma de cada Regional; 3531

18. Meta (32) - Fomentar Fóruns Municipais do Ensino Noturno, com a participação da 3532

sociedade civil, objetivando a construção de uma Política Pública da EJA; 3533

19. Meta (36) - Implementar ações que garantam a segurança nas escolas; 3534

20. Meta (37) - Viabilizar mecanismos de informações para os alunos sobre o mercado 3535

de trabalho (vagas, processo de seleção, inscrições para empregos, cursos, estágios, 3536

etc...); 3537

21. Meta (41) - Garantir que haja na biblioteca material adequado a EJA; 3538

22. Meta (42) - Providenciar junto a SEE-MG, sede própria para cada pólo do CESEC; 3539

23. Meta (43) - Proporcionar a participação dos professores do CESEC nos programas 3540

de formação de educadores promovidos pela SEMED; 3541

Revisão de Metas: (Sugestão do CME) 3542

1. Meta (14) - Nas empresas públicas e privadas incentivar a criação de programas 3543

permanentes de Educação de Jovens e Adultos para os seus trabalhadores, e nas 3544

contratações priorizar o recrutamento entre alunos da EJA, bem como de pais de 3545

alunos do Ensino Regular, assim como de condições para a recepção de programas 3546

de teleducação. Sugerimos a revisão da redação da meta, pois a mesma está 3547

confusa mesclando demandas e ações diferenciadas; 3548

2. Metas (20 e 22) – (20) Dar autonomia ao coletivo das escolas para reenturmar alunos 3549

no CEAN II. (22) Garantir o número de alunos por turma: 1º segmento (máximo de 3550

25), CEAN II (máximo de 30). O referencial mínimo será 50% do máximo de alunos 3551

indicado para cada segmento. Sugerimos revisão da redação das metas, pois a 3552

nomenclatura já não atende a realidade da rede municipal; 3553

3. Meta (24) - Investir recursos na infra-estrutura educacional, bem como no transporte 3554

coletivo, inclusive aos sábados e domingos, e na verba para projetos a serem 3555

205

desenvolvidos pela escola. Sugerimos a revisão da redação da meta, pois a mesma 3556

está confusa impossibilitando o entendimento da mesma; 3557

4. Metas (45 e 48) – (45) Fornecer material didático para os portadores de 3558

necessidades educativas especiais do CESEC. (48) Disponibilizar computadores e 3559

aulas de informática para os alunos do CESEC. Essas metas deverão ser cumpridas 3560

conforme responsabilidade do órgão ao qual o CESEC está subordinado. Cabendo a 3561

Prefeitura Municipal de Betim atribuições definidas pelo convênio estabelecido; 3562

5. Meta (49) – Observar, no que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos, as metas 3563

estabelecidas para o Ensino Fundamental, formação dos professores, educação à 3564

distância, financiamento à gestão, educação tecnológica e formação profissional. 3565

Meta generalizada considerando que os capítulos citados foram tratados nos 3566

respectivos eixos temáticos. 3567

Eixo Temático: Ensino Médio 3568

Material Recebido: 08 Escolas 3569

Total de Metas: 30 3570

Avaliações das Escolas: Metas Cumpridas 14% 3571

Metas Não Cumpridas 21% 3572

Metas Parcialmente Cumpridas 65% 3573

Avaliação da SEMED: Metas Cumpridas 63% 3574

Metas Não Cumpridas 4% 3575

Metas Parcialmente Cumpridas 7% 3576

OBS: A SEMED não avaliou todas as metas. 3577

Avanços: 3578

1. As escolas estão sendo progressivamente melhor estruturadas com a aquisição de 3579

equipamentos diversos para sua modernização; 3580

2. Implantação da patrulha escolar com monitoramento das escolas, visando diminuir os 3581

índices de violência; 3582

3. Inclusão dos temas transversais no currículo conforme vigência da Lei n° 9795/99; 3583

206

4. Ações efetivas do poder público incentivando permanência e desempenho dos alunos 3584

no ensino médio, bem como incentivos aos programas de aceleração de 3585

aprendizagem. 3586

Desafios: 3587

1. Construção de políticas públicas que atendam as demandas e necessidades das 3588

escolas da rede estadual e municipal para o ensino médio; 3589

2. Ampliação da oferta do ensino médio pelo Governo Estadual com inclusão dos 3590

extemporâneos; 3591

3. Constante discussão e reorganização das propostas curriculares e metodológicas; 3592

4. Buscar ações que visem a eficiência do ensino médio, reduzindo a repetência, a 3593

evasão, e melhorando o desempenho dos alunos nos sistemas de avaliações; 3594

5. Gestão permanente junto ao estado para manutenção dos padrões mínimos de infra-3595

estrutura com adaptações e / ou construções necessárias conforme as demandas; 3596

6. Primar pelo trabalho de qualidade na educação, respeitando número máximo de 3597

alunos por turma, e maior número de profissionais para intervenções pedagógicas; 3598

7. Fomentar a participação democrática das comunidades escolares nas gestões 3599

educacionais, fortalecendo a autonomia das escolas; 3600

8. Estabelecer programas emergenciais para formação de professores, especialmente 3601

nas áreas com defasagem de profissionais; 3602

9. Criação de uma política que apóie e incentive as organizações estudantis; 3603

10. Garantia de transporte e alimentação escolar por parte da SEE-MG aos alunos do 3604

ensino médio; 3605

207

8.2 LEI N.° 4.316, DE 18 DE ABRIL DE 2006 3606

APROVA O PLANO MUNICIPAL 3607

DECENAL DE EDUCAÇÃO DE 3608

BETIM, E DÁ OUTRAS 3609

PROVIDÊNCIAS. 3610

O Povo do Município de Betim, por seus representantes aprovou e eu, Prefeito Municipal, 3611

sanciono a seguinte Lei: 3612

Art. 1o. Fica aprovado o Plano Municipal Decenal de Educação de Betim, constante do 3613

documento anexo, com duração de dez anos. 3614

Art. 2o. O Município de Betim, através do Conselho Municipal de Educação, procederá a 3615

avaliações periódicas da implementação do Plano Municipal Decenal de Educação. 3616

§ 1o . A primeira avaliação realizar-se-á no segundo semestre do segundo ano de vigência 3617

desta Lei. 3618

§ 2o. O Poder Legislativo, por intermédio da Comissão de Educação, acompanhará a 3619

execução do Plano Municipal Decenal de Educação. 3620

Art. 3o. O Poder Executivo empenhar-se-á na divulgação deste Plano e da progressiva 3621

realização de seus objetivos e metas, para que a sociedade o conheça amplamente e 3622

acompanhe sua implementação. 3623

Art. 4o. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 3624

Prefeitura Municipal de Betim, 18 de abril de 2006. 3625

Carlaile Jesus Pedrosa 3626

Prefeito Municipal 3627

(anexo será disponibilizado em CD e site) 3628

208

8.3 QUADRO DE SIGLAS 3629

APROMIV Associação de Proteção a Maternidade Infância e Velhice

CEALE Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita – FAE - UFMG

CEB Câmara de Educação Básica

CEE Conselho Estadual de Educação

CEFET Centro federal de Educação Tecnológica

CESUMAR Centro Universitário de Maringá

CETEP Centro tecnológico de Educação Profissionalizante

CIM Centro Infantil Municipal

CLT Consolidação das Leis de Trabalho

CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

CME Conselho Municipal de Educação

CNE Conselho Nacional de Educação

CONAE Conferência Nacional de Educação

CRAEI Centro de Referência e Apoio a Educação Inclusiva

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

EJA Educação de Jovens e Adultos

FAE Faculdade de Educação

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FUNARBE Fundação Artístico Cultural de Betim

FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação

FUNDEF Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do

Magistério

GEEMPA Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio de

Teixeira

LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério de Educação

MLPC Movimento de Luta Pró Creche

NTE Núcleo de Tecnologia Educacional

ONG Organização Não Governamental

PAIR Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento da

209

Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro

PAR Plano de Ações Articuladas

PCCV Plano de Cargo, carreira e vencimento

PDE Plano de Desenvolvimento da Educação

PDE-Escola Plano de Desenvolvimento da Educação na Escola

PDI Plano de Desenvolvimento Individual

PEA Programa Escola Aberta

PMDE Plano Municipal Decenal de Educação

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNE Plano Nacional de Educação

PNLD Programa Nacional do Livro Didático

PNLL Programa Nacional do Livro e Leitura

PPP Projeto Político Pedagógico

Proalfa Programa de Avaliação da Alfabetização

PROEB Programa de Avaliação da Educação Básica

PSE Programa de Saúde na Escola

PUC Pontifícia Universidade Católica

PUC Pontifícia Universidade Católica

SAEB Sistema de Avaliação da Educação Básica

SEMAS Secretaria Municipal de Assistência Social

SEME Secretaria Municipal de Esportes

SEMED Secretaria Municipal de Educação

SENALBA Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais Recreativas de

Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional

SIMAVE Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública

Sind-UTE Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação

TRANSBETIM Empresa de transporte e trânsito

UFJF Universidade de Juiz de Fora

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UNB Universidade de Brasília

UNESCO United Nations Educational Scientific and Cultural Organization

Organização Educacional, científica e cultural das nações unidas

UNIPAC Universidade Presidente Antônio Carlos

UNOPAR Universidade Norte do Paraná

210

9. REFERÊNCIAS 3630

BAIRRO-ESCOLA: PASSO A PASSO. Associação Cidade-Escola Aprendiz. UNICEF – MEC. São Paulo.

BETIM, Prefeitura Municipal de Betim. Secretaria Municipal de Educação. Plano Municipal Decenal de Educação (PMDE – 2006-2015). Texto-guia da II Conferencia Municipal de Educação de Betim, 2006.

BETIM, Prefeitura Municipal de Betim. Secretaria Municipal de Educação. Referencial Político Pedagógico de Betim – Educação Infantil. Versão Preliminar, 2008.

BRASIL, Lei n. 9394/96, de 20 dez. 1996. Estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário da União. Brasília, 23 de dez. 1996, p. 27.833-27.841.. LDB 9394/1996.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, v. 1, 2 e 3. Brasília, 1998.

BRASIL, Ministério da Educação. Documento Referência da CONAE 2010 (Conferência Nacional de Educação) D. Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação, 2010.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 01/03, de 20 ago. 2003. Dispõe sobre os direitos dos profissionais de Educação com formação de nível médio, na modalidade normal, em relação à prerrogativa do exercício da docência, em vista do disposto na Lei nº 9394/96 e dá outras providências. Disponível em http://www.cee.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=42. acesso em 18/03/10.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 01/2010, de 14 jan. 2010. Define Diretrizes Operacionais para a implantação do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Disponível em < http://blogdocne.blogspot.com/2010/01/resolucao-cneceb-n-012010.html> acesso em 15/01/10.

CARTA DAS CIDADES EDUCADORAS, Proposta Definitiva, Gênova, novembro de 2004.

EDUCAÇÃO INTEGRAL: texto referência para o debate nacional. Brasília: MEC, SECAD, 2008.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, Lei 8069/90.

GONÇALVES, Antônio Sérgio. Cadernos CENPEC nº 12 – Educação Integral – 2º semestre 2006.

HORA, Dayse M. e COELHO, Lígia M. Diversificação curricular e Educação Integral. 2004, Disponível em http://www.unirio.br/cch/neeph/arquivos/divercurriceducint.doc. Acesso em: 13 abr. 2009.

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96.

MINAS GERAIS, Resolução nº 443, de 29 de mai. 2001. Dispõe sobre Educação Infantil no Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais e dá outras providências. Minas Gerais, p.6, col. 03 e 04.

OLIVEIRA, R.P. “Da universalização do ensino fundamental ao desafio da qualidade: uma análise histórica”. Campinas:Educação e Sociedade, v. 28, n. 100, 2007

PARO, Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007. 120 pág.

PDDE – Resolução nº 04, de 17 de março de 2009. MEC – Ministério da Educação. Governo Federal.

PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação. MEC- Ministério da Educação, Governo Federal, 15/03/2007.

PLANO DE METAS – compromisso todos pela educação. Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007. MEC – Ministério da Educação, Governo Federal.

POLÍTICA EDUCACIONAL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL NO BRASIL: DO PNE AO PDE: Em Busca de Eqüidade e Qualidade; Sueli Menezes Pereira e Liliana Soares Ferreira

PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO. Portaria Interministerial nº 17, de 24 de abril de 2007. MEC – Ministério da Educação, Governo Federal.

SAVIANI, D. T;. “O Plano de Desenvolvimento da Educação: uma análise do projeto do MEC”. Campinas: Educação e Sociedade, v. 28, n. 100, 2007.

211

Adotemos, então, a recomendação de Carlos Drummond de Andrade:

Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.