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1 EIS-ME AQUI servir, salvar e crescer com meus dons espirituais pedencias Correção Definição de título, subtítulo e capa Formatação/diagramação isbn ficha catalográfica cpb – autorização de parte do conteúdo do livro Impacto dos Dons inserir numeração de paginas e esboço CAPA

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EIS-ME AQUIservir, salvar e crescer com meus dons espirituais

pedencias Correo Definio de ttulo, subttulo e capa Formatao/diagramao isbn ficha catalogrfica cpb autorizao de parte do contedo do livro Impacto dos Dons inserir numerao de paginas e esboo

CAPA

CRDITOS

APRESENTAO

PREFCIO

EIS-ME AQUIservir, salvar e crescer com meus dons espirituais

SUMRIO

SEO I - CONHECENDO OS DONSCaptulo 1 Introduo aos dons espirituais - Definio de Dons Espirituais - O Propsito dos Dons - Dons Espirituais e Talentos NaturaisCaptulo 2 Listas bblicas dos dons espirituais - Dons na Carta aos Romanos - Dons na Carta aos Corntios - Dons na Carta aos EfsiosCaptulo 3 Outros dons bblicos e dons contemporneos - Dons bblicos implcitos - Dons espirituais contemporneos

SEO II - IDENTIFICANDO OS DONSCaptulo 4 Etapas para a descoberta dos dons - No se aflija pelo dom que no tem - Dez passos para a descoberta dos dons

SEO III - ATUANDO COM OS DONSCaptulo 5 Ministrio e sacerdcio de todos os crentes- Eleio e chamado ao sacerdcio - A Reforma e o sacerdcio de todos os crentes - Ministrios orientados pelos dons desmoronam mitosCaptulo 6 Dons espirituais na igreja - Os dons espirituais na igreja primitiva - Dons espirituais na igreja moderna - Dons: Ferramentas para o ministrio

SEO IV - LIDERANDO COM OS DONSCaptulo 7 Liderando a igreja orientada pelos dons - O Ministrio restaurador de Cristo - A funo primria do pastor e do lder local - Os dons espirituais e a grande comissoCaptulo 8 Adequando a estrutura da igreja com os dons - Harmonia entre carismas e estruturas - Fases para a implantao de MOD Concluso

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Conhea a Academia de Dons. Voc encontrar variadas ferramentas e auxlios para conhecer melhor o tema dos dons espirituais, descobrir quais so os seus e desenvolver ministrios em harmonia com eles.acesse site: www.academiadedons.com.br

Conhea outros temas: Ellen White e os dons espirituais; Poder, dons e fruto do Esprito; Perguntas e respostas sobre os dons; Testes de dons; Pesquisa sobre dons espirituais; udios, vdeos, palestras em ppt e artigos; Unidade, diversidade e interdependncia do Corpo de Cristo;SEO ICONHECENDO OS DONS

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INTRODUO AOS DONS ESPIRITUAIS

Ora, vs sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.1Co 12:27

Em todo o Brasil existe uma instituio chamada APAE (Associao dos Pais e Amigos dos Excepcionais). Se voc visitar uma de suas unidades, provavelmente ter uma experincia muito gratificante. Alm de ver pessoas dedicadas fazendo um trabalho belssimo por crianas encantadoras, ver uma cena muito enriquecedora: uma criana brincando com peas educativas, aquelas com espaos com formatos variados como estrelas, quadrados, crculos, tringulos e retngulos. A criana deve pegar outras peas macias com o formato desses espaos e encaix-las ali. Imagine-se observando atentamente aquelas crianas e percebendo que uma delas encaixou a pea com formato de crculo no espao com o mesmo formato. Ela vibra com o feito, e certamente voc tambm. Em seguida ela pega uma pea com formato de estrela e tenta encaixar no espao com formato de tringulo, o que no possvel, obviamente. A criana vira a estrela de madeira de um lado, de outro, mas no consegue concluir a tarefa, nem poderia. Depois de algum tempo descobre que havia um lugar certo para aquela pea e consegue encaix-la tambm. Ento, s palmas e sorriso.A ansiedade cresce ao ver aquela criana continuar sua tarefa e cada vez que ela consegue encaixar as peas certas nos seus respectivos lugares, voc vibra. Agora voc tem que controlar o desejo de interferir quando v a criana tentando encaixar um retngulo num espao com formato de quadrado. Novamente no consegue, obviamente porque embora para uma criana, um retngulo parea com um quadrado, ele no cabe nesse espao.O tempo passa e voc precisa ir sem interferir na atividade e, finalmente se retira sem ver a cena final. Enquanto se afasta v a criana empenhada na tarefa impossvel: encaixar um retngulo no espao de um quadrado.Fico imaginando Deus olhando para ns e sofrendo com nossa insistente e malfadada busca por encaixar pessoas (e ns mesmos) em tarefas dissociadas de seus dons espirituais. Tanto esforo, dedicao e perseverana (nem pensar em teimosia) mereciam melhores resultados!Quando conhecemos nossos dons espirituais descobrimos nosso lugar no Corpo de Cristo. Nossa misso e ministrio ficam evidentes e paramos de tentar nos encaixar em lugares para os quais no fomos preparados, onde no cabemos.Quando um cristo ignora seus dons espirituais ele corre grande risco de ignorar tambm seu lugar de atuao na obra de Deus. Ele se colocar em algum lugar no em harmonia com seus dons, mas revelia deles. Assim, mesmo sendo um sincero e dedicado filho de Deus, no conseguir realizar plenamente o plano de Deus para sua vida e ministrio. Da a necessidade de conhecermos bem o tema dos dons espirituais.

Definio de Dons EspirituaisA verdade bblica acerca dos dons espirituais grandiosa, bela e rica. Sua definio uma tarefa to desafiadora que exige o dom da sntese. Analisando diversos conceitos e definies acerca do que so os dons espirituais podemos afirmar que de modo geral um dom espiritual uma manifestao da graa de Deus atravs do Esprito Santo, que alcana os crentes habilitando-os para cumprirem o Seu propsito atravs de um ministrio eficaz em favor dos interesses do reino de Deus. A seguir apresentaremos definies de alguns respeitados estudiosos do tema dos dons espirituais:David Kornfield: Dom espiritual uma ddiva dada pelo Esprito Santo para edificao espiritual, resultando no crescimento do corpo de Cristo e na glria de Deus.[endnoteRef:1] [1: David Kornfield, Desenvolvendo Dons Espirituais e Equipes de Ministrio (So Paulo, SP: Editora Sepal, 1998), 29.]

Dr. John Stott define dom como sendo "certas capacidades, concedidas pela graa e poder de Deus, que habilitam pessoas para servios especficos e correspondentes". Ainda acrescenta que um dom espiritual , portanto, no a capacidade em si, nem um ministrio ou funo propriamente dito, mas a capacidade que qualifica uma pessoa para um ministrio.[endnoteRef:2] [2: John Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo (So Paulo, SP: Editora Vida Nova, 1988), 80.]

Outra contribuio interessante : Dons espirituais so capacitaes divinas distribudas pelo Esprito Santo a todo crente, segundo os desgnios e a graa de Deus para o bem comum do corpo de Cristo; definem B. Bugbee e Armando Bispo, co-autores de Como Descobrir Seu Ministrio no Corpo de Cristo.[endnoteRef:3] [3: B. Bugbee e Armando Bispo, Como Descobrir Seu Ministrio no Corpo de Cristo (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1992), 47.]

Christian Schwarz argumenta que um dom espiritual uma habilidade especial que o Esprito Santo d a cada membro do Corpo de Cristo de acordo com a graa de Deus para ser usada na edificao da Igreja.[endnoteRef:4] [4: Christian A. Schwarz, O Teste dos Dons, 14.]

C. Peter Wagner define: Dom espiritual um atributo especial, dado pelo Esprito Santo, a cada membro do Corpo de Cristo, de acordo com a graa divina para ser usado dentro o contexto do Corpo.[endnoteRef:5] [5: C. Peter Wagner, Descubra Seus Dons Espirituais (So Paulo, SP: Abba Press, 1995), 42.]

A proviso de dons necessria para a igreja garantida por Deus. E da mesma forma tambm assegura que cada cristo receba um ou mais dons para, com isso, estar habilitado a participar na grande obra e estabelecimento do reino de Deus na Terra.Quando passamos a fazer parte do corpo de Cristo, quando nos convertemos, cada um de ns recebe, pelo menos, um dom espiritual. No h converso sem que, ao mesmo tempo, o Esprito Santo conceda pessoa um dom espiritual. Todos recebemos dons espirituais a fim de podermos atuar de determinada forma. Se agirmos como membros de Seu corpo, seremos vitais em outras partes. O importante que trabalhemos em harmonia, como membros do corpo para a glria de Deus e para o avano de Seu reino.[endnoteRef:6] [6: Birthe Kendel, Meus Dons Espirituais (Apostila do Departamento do Ministrio da Mulher da Associao Geral da IASD), 67, 72]

A Natureza dos Dons EspirituaisO que define a essncia dos dons a sua origem. Os dons so de natureza espiritual devido a sua origem o prprio Esprito Santo. Isso significa que o instrumento humano no tem qualquer virtude nele mesmo da qual possa se vangloriar por ser dotado de determinado dom. Os dons espirituais no dependem do esforo ou engenho humano para sua recepo inicial, mas da soberania do Esprito Santo que os distribui conforme lhe apraz (1Co 12:11). Isso no significa que o cristo no possa aperfeioar seu dom ou que atue apenas no campo da contemplao ao portar um dom, mas que esse dom tem uso prtico e dinmico no corpo de Cristo e na vida do prprio indivduo. Em 1 Corntios 12:4-6 o apstolo Paulo apresenta a diversidade dos dons e dos ministrios e os relaciona sua origem: a divindade. Mostra, com isso, que a origem dos dons est centralizada em Deus. Embora o Esprito Santo seja apresentado como acumulando oficialmente a tarefa de distribuir os dons (1Co 10:11; At 1:8), toda a Trindade est empenhada nesta obra (1Co 12:4-6; Ef 4:4-7). O objetivo do apstolo enfatizar que, mesmo diante da diversidade dos dons, h um s Doador. Ele afirma esta verdade trs vezes, cada uma delas relacionando os dons a uma Pessoa da Trindade ("o mesmo Esprito", "o mesmo Senhor, "o mesmo Deus").[endnoteRef:7] [7: John Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo (So Paulo, SP: Editora Vida Nova, 1988), 80.]

Em relao natureza dos dons importante clarear o fato de que nem todos eles, por se tratarem de carismas espirituais, so miraculosos. Embora na administrao de todos os dons haja um elemento sobrenatural, por se originarem no Esprito e se revelarem no homem, do ponto de vista funcional, nem todos so classificados como milagrosos.

O Propsito dos Dons EspirituaisOriginados na onipotncia, oniscincia e soberania do Esprito Santo, os dons espirituais como ddivas capacitadoras so concedidos a todos os cristos, aps a experincia da justificao (o encontro salvfico com Cristo). Diferente dos talentos naturais, os quais so adquiridos mediante o treinamento e esforo pessoal ou recebidos de forma nata, os dons espirituais tm um grande potencial para uso e desenvolvimento no contexto do corpo de Cristo e do desenvolvimento espiritual do indivduo envolvido, resultando na glria de Deus.Pode-se definir, portanto, que a finalidade ou propsito dos dons revelado em cinco aspectos: Alcanar pessoas visando sua redeno em Cristo Jesus; O aperfeioamento dos santos no desempenho do seu ministrio (Ef 4:11); A edificao (ou crescimento) do corpo de Cristo; A manifestao e multiplicao de ministrios na igreja; A glorificao do nome de Deus.Os dons espirituais distribudos na igreja em sua riqueza e diversidade convergem para alcanar aqueles que precisam ter um encontro com Jesus e Sua salvao, pois todos os dons espirituais so dados para o servio desinteressado em favor do outro, especialmente dos que esto na condio de perdidos. Nessa trajetria, o crente exerce e aperfeioa seu dom, pois todo dom colocado em prtica passa a ser um ministrio e aperfeioado pelo exerccio. Assim, o corpo de Cristo edificado pois, a igreja que tem seus membros atuando em harmonia com os dons espirituais, tende a crescer e se fortalecer notadamente mais do que as outras, p causa dos ministrios que se manifestam em seu crculo.Com toda essa dinmica de crescimento, aperfeioamento e conquistas o nome de Deus, o Doador dos dons, glorificado, pois Seus planos so cumpridos, Sua vontade atendida e os dons cumprem seu papel.O Esprito Santo, no que respeita a distribuio dos dons espirituais, determina uma universalidade intencional, o que significa que todas as pessoas que forem chamadas para fazer parte do corpo de Cristo precisaro de capacitao para esse mister. Isso equivale a desempenhar um ministrio efetivo para o qual se faz necessria a dotao dos dons espirituais. Assim que nem todos os homens recebem os mesmos dons, porm a cada servo do Mestre prometido algum dom do Esprito.[endnoteRef:8] Essa realidade tem desdobramentos relacionados com a misso da igreja e de cada indivduo, j que a capacitao mediante os dons espirituais dada para o servio em favor dos mais altos interesses do reino de Deus, a salvao dos perdidos. [8: Ellen G. White, Parbolas de Jesus (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), 327.]

Em Sua soberania o Esprito Santo distribui os dons como lhe apraz (1Co 12:11) promovendo trs aspectos que tornam o conjunto dos dons disponveis para a igreja, algo suficiente para atender a todas as suas necessidades funcionais: (1) Diversidade Um imenso mosaico formado por muitos tipos de dons que so concedidos aos cristos para que haja uma vasta gama de possibilidades de ministrios. (2) Universalidade Todos os cristos em todas as partes e em todos os tempos podem estar certos de que foram agraciado com um ou mais dons espirituais. (3) Intensidade. Variadas graduaes do mesmo dom podem ser vistas na atuao de pessoas diferentes. Alm disso dons diferentes podem ocupar diferentes graus de importncia, dependendo do propsito a que se pretende alcanar.O efeito da descoberta dos dons e sua importncia na vida do cristo e da igreja impactante, transformador, revolucionrio. Aqueles que descobrem o quanto so teis no grande plano de Deus de munir a igreja local com valores humanos capacitados a lev-la ao pleno cumprimento de suas atribuies como instituio santa, encontram grande contentamento. Senso de pertencer, auto-estima elevada, senso de utilidade, so sentimentos que permeiam a vida daqueles que descobrem o valor dos dons para a sua carreira crist. Entre os membros da igreja os dons promovem a unidade, a diversidade e a interdependncia na execuo de um ministrio frutfero. No somente nos indivduos so sentidos os benficos efeitos de um programa em harmonia com os dons espirituais. As instituies tambm so grandemente beneficiadas, isso porque a eficcia da igreja de Deus est diretamente relacionada com a sua capacidade de organizar e implementar nas congregaes locais um ministrio baseado nos dons.[endnoteRef:9] [9: Russell Burrill, Revoluo na Igreja (Almargem do Bispo, Portugal: Publicadora Atlntico S.A., 1999), 74.]

Podemos dizer ento que todos os dons espirituais convergem para favorecer o cumprimento da grande comisso evanglica. A salvao de vidas para o reino de Deus o maior resultado que se pode obter no uso dos dons espirituais.

Dons Espirituais e Talentos NaturaisComo mencionado, os dons espirituais so atributos especiais dados pelo Esprito Santo a cada membro do Corpo de Cristo, de acordo com a graa de Deus, para serem usados no contexto da Igreja e so disponibilizados por ocasio do nascimento espiritual. Os talentos naturais, entretanto, so concedidos de forma mais frequnte e so disseminados mais generalizadamente que os dons espirituais. Talentos naturais podem ser descritos como dotes intelectuais, ou habilidades, que do valor e distingue a pessoa, por seu entendimento e inteligncia, em determinadas reas da vida[endnoteRef:10] So atributos naturais possudos por crentes e descrentes oferecidos por Deus por ocasio do nascimento fsico. Os ateus tm talentos naturais tanto quanto os cristos porque se trata de dotes universais embora nem todas as pessoas tenham os mesmos talentos sabe-se que a maioria das pessoas tm talentos para alguma coisa, o que tambm provm do Criador[endnoteRef:11]. [10: Arnaldo Henriquez, Os Dons Espirituais, Apostila (Braslia DF: Departamento de Mordomia da Diviso Sul-Americana da IASD, s.d.), 03.] [11: Billy Graham, O Esprito Santo (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1992), 131.]

Fazendo distino. Embora no h necessidade de se traar uma linha divisria muito rgida entre as duas realidades, algumas verdades sobre os talentos naturais em relao aos dons espirituais precisam ser destacadas. Talentos naturais so adquiridos por ocasio do primeiro nascimento, dons espirituais vm com o novo nascimento. Somente aqueles que receberam o Esprito Santo em sua vida tm os dons do Esprito. Os talentos naturais podem ser transformados pelo Esprito Santo em dons espirituais por ocasio da converso do instrumento humano, desde que o Esprito Santo queira usar aquela competncia para os objetivos espirituais a que se valem os dons. fcil confundir dons com talentos. Todos ns possumos talentos herdados. Os cristos dedicam todos os seus talentos ao Senhor, porm nem sempre o Esprito Santo converte os dons naturais em dons espirituais.[endnoteRef:12] [12: James Zackrison, Dons Espirituais Chaves Para o Ministrio (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, Lio da Escola Sabatina, primeiro trimestre de 1997), lio 01, p. 97.]

Deus gosta de dar presentes por ocasio do nascimento das pessoas. Os talentos naturais so presentes de Deus oferecidos a todas as pessoas quando elas nascem e, por este prisma, podemos dizer que todas as pessoas so talentosas, embora nem todas identificam seus talentos.

Os talentos naturais uma expresso da graa comum de Deus a todos os que tm vida. Os dons espirituais so uma graa especfica dada por Deus aos que recebem uma nova vida.[endnoteRef:13] [13: Comentrio retirado do site: www.igrejas.com.br. ]

No novo nascimento ganhamos outro presente de Deus: os dons espirituais. Infelizmente a tragdia se repete. Nem todas as pessoas descobrem seus dons espirituais, no tiram proveito deles, no cumprem todo o propsito de Deus para sua vida.

A origem a mesma. Os dons espirituais e os talentos naturais podem variar em medida e tipo, mas ambos so igualmente dados por Deus (Tg 1:17), ambos se originam na Onipotncia e dela dependem para sua manuteno e crescimento. Acerca da diferena entre talentos naturais e dons espirituais o Dr. John Stott observa: Deve haver alguma diferena, na verdade uma diferena clara, porque o Deus da criao, por um lado, em Sua providncia d talentos a todos os homens e mulheres [...] e, por outro, o Deus da nova criao, a Igreja, confere "dons espirituais" somente s pessoas redimidas. So os dons espirituais que diferenciam os membros do corpo de Cristo, pois cada membro do Corpo tem um dom ou funo. Mesmo assim, devemos ter cautela em deduzir disto que no h nenhum vnculo entre dons e talentos.[endnoteRef:14] [14: John Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo, 84.]

Alm de se originarem em Deus, os dons tanto quanto os talentos existem para servirem a propsitos nobres que vo alm dos interesses egostas dos seus portadores. Lamentavelmente nem todas as pessoas que possuem talentos naturais esto sob a direo de Deus para que tais propsitos sejam alcanados, portanto usam seus talentos de forma equivocada, para a prpria glria e sem reconhecimento do Doador.Um orador eloquente pode receber, como resultado de sua converso, o carisma da pregao e fazer dela um ministrio que cumpra todos os propsitos dos dons espirituais. Isso porque Deus tem o poder de transformar talentos naturais em dons espirituais. E esse o grande sonho de Deus, que todos se convertam e tenham seus talentos convertidos em dons.Resumindo: os talentos naturais so ofertados por Deus a todas as pessoas por ocasio de seu nascimento natural e podem ser usados principalmente para os interesses pessoais e ocasionalmente para os interesses do reino de Deus. J os dons espirituais so ofertados por Deus somente aos cristos, por ocasio de seu nascimento espiritual e devem ser usados principalmente para os interesses do reino de Deus e ocasionalmente para proveito pessoal do seu portador.

Dons espirituais e esforo pessoal.Embora os dons espirituais sejam ddivas originadas da parte de Deus para capacitar seus filhos a desenvolverem ministrios profcuos, a atitude humana pode corroborar com o dom espiritual no sentido de buscar, mediante esforos pessoais, o seu aperfeioamento. Uma pessoa que recebeu o dom espiritual da palavra de conhecimento pode se dedicar aos estudos de tal maneira que oferea suporte ao seu dom. Algum que tem o dom da msica e canta excepcionalmente, pode praticar tcnicas vocais, buscar o auxilio de um profissional de fonoaudiologia e se abster de alguns alimentos que prejudicam as pregas vocais, assim fortalecer seu dom espiritual mantendo a melhor performance possvel. Aquele que tem o dom da liderana pode assistir a bons seminrios e ler livros bem recomendados na rea e assim se manter atualizado com as tcnicas mais modernas de mobilizao e obteno de resultados no trabalho com as pessoas. Isso s ir colaborar no desempenho de seu ministrio relacionado com o dom que recebeu de Deus.

A Alegre Noo dos Dons A importncia que as Escrituras do a este tema se justifica de muitas formas. A satisfao da descoberta dos dons superada apenas pela alegria de atuar em ministrios em harmonia com tais dons. Viver de acordo com os dons traz a alegria de estar envolvido em um ministrio frutfero. O cristo que encontrar seus dons e seu lugar num dos ministrios de sua igreja ser uma pessoa mais feliz, participativa e colaboradora do que aquela que atua aleatoriamente, sem nenhuma ou quase nenhuma noo dos dons e ministrios a que foi capacitada pelo Esprito. medida que os cristos vivem de acordo com os seus dons espirituais, eles no trabalham pelas prprias foras, mas o Esprito de Deus trabalha neles. Assim pessoas bem normais podem efetuar tarefas bem especiais.[endnoteRef:15] [15: Christian A. Schwarz, O Desenvolvimento Natural da Igreja (Curitiba, PR: Editora Evanglica Esperana, 1998), 24.]

E as pessoas que realizam coisas especiais se sentem especiais, teis e valorizadas. Isso faz bem auto-estima de todas as pessoas.O contrrio, porm, verdadeiro, quando os seus dons no combinam com o papel que desempenha na vida, isso o faz sentir-se como um quadrado tentando se encaixar num crculo[endnoteRef:16]. Enquanto um indivduo ou uma igreja estiver vivenciando esse quadro de inadequao, a Obra de Deus estar prejudicada, o processo de edificao do corpo de Cristo sofrer prejuzos e o crescimento individual dos crentes ser retardado. Lamentavelmente esse o quadro vigente em muitas igrejas e na vida de pessoas que no do a devida ateno aos ministrios orientados pelos dons espirituais. [16: Rick Warren, Uma Igreja com Propsito (So Paulo, SP: Editora Vida, 1998), 447.]

O efeito da descoberta dos dons e da compreenso de sua importncia na vida do cristo e da igreja revolucionrio. Grande prazer sentido por aqueles que descobrem o quanto so teis no grande plano de Deus de munir a igreja local com pessoas capacitadas a lev-la ao pleno cumprimento de suas atribuies como instituio santa. Senso de pertencer, auto-estima elevada, senso de utilidade, so alguns dos sentimentos que permeiam a vida daqueles que descobrem o valor dos dons para a sua carreira crist.Que prazer sentem as pessoas quando compreendem que Deus as colocou na sua igreja local, num momento especial, porque os seus dons so necessrios. Se elas no utilizarem os seus dons, a igreja no ter tanto xito. Todos os crentes so, portanto, vitalmente importantes para desenvolver na igreja o mosaico completo das aes de Deus.[endnoteRef:17] [17: Russell Burrill, Revoluo na Igreja, 73;]

Como resultado da significativa pesquisa de Christian A. Schwarz que o levou a definir as oito marcas de crescimento da igreja (a marca nmero dois ministrios orientados pelos dons), concluiu-se que h uma relao estreita entre a orientao da vida de acordo com os dons e a satisfao no ministrio e na vida de um modo geral. A adequao dos membros da igreja a um ministrio com base em seus dons espirituais dar um sentido sua vida espiritual e ao seu senso de utilidade no corpo de Cristo que nenhum outro modelo de organizao das forcas da igreja poder oferecer.

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LISTAS BBLICAS DOS DONS ESPIRITUAIS

No desprezes o dom que h em ti,o qual te foi dado por profecia, com a imposio das mos do presbitrio. 1Tm 4:14

Certa vez encomendei um quebra-cabeas, de uma loja especializada, com a foto de uma igreja da qual eu era pastor. As peas chegaram dentro de um saco e antes que apresentasse minha atividade ldica frente igreja, tive que montar o quebra cabeas em casa. Percebi que se tratava de uma variedade de peas com formatos levemente diferentes e isso tornou a tarefa de encaix-las ainda mais difcil. Com a ajuda de minha esposa consegui em alguns minutos concluir a tarefa e montar o quebra-cabeas, ento ficou mais claro por que aquilo leva este nome.A prxima tarefa seria entregar uma pea para cada membro da igreja e depois de uma mensagem pertinente, pedir a eles que trouxessem sua pea e montassem o quebra-cabeas num quadro em cima da mesa do altar da igreja.No foi muito fcil cumprir uma tarefa como esta envolvendo tantas pessoas, mas finalmente conseguimos, e isso nos ensinou algumas lies:1. No adianta tentar encaixar uma pea no quebra-cabeas se ela no tiver o mesmo formato do espao vago;2. No concluiremos a tarefa se apenas um membro no trouxer sua pea e coloc-la no lugar certo;3. Uma pea encaixada precisa ter, alm do formato, a imagem correta para compor a figura desejada;4. Forar uma pea no lugar que no dela vai danificar o quebra-cabeas e macular a imagem;5. Um quebra-cabeas concludo e visto da distancia certa admirvel e causa grande satisfao, podendo at se tornar um quadro ornamental.Vejo cada um de ns como uma pea do grande quebra-cabeas de Deus, que o Seu empreendimento de fundar um reino de justia e paz, usando a igreja como instrumento. Cada membro precisa encontrar seu lugar no corpo de Cristo e se encaixar l para que a tarefa maior seja concluda com xito e em tempo adequado. Assim, cada pessoa precisa dar a sua contribuio; todo membro deve assumir seu lugar e cumprir sua misso usando seus dons e atuando em harmonia com eles. Esta imagem o produto final de um esforo que vai alegrar o corao de Deus e tornar Sua igreja tudo aquilo que Ele sonha que ela seja. D glrias a Deus, pois voc faz parte desta obra de arte.A nfase adequada na importncia da descoberta dos dons espirituais e de sua aplicao atravs de variados ministrios desencadear um movimento dinmico de envolvimento e compromisso com a misso da igreja. Por isso creio quando um autor adventista diz que a eficcia da igreja de Deus est diretamente relacionada com a sua capacidade de organizar e implementar nas congregaes locais um ministrio baseado nos dons.[endnoteRef:18] [18: Russell Burrill, Revoluo na Igreja, 74.]

A grande questo : como mobilizar a grande parte dos membros em ministrios efetivos baseados nos dons espirituais?Temos muito que celebrar e agradecer a Deus pelo que temos e pelo que Ele realizou por intermdio da igreja at aqui. O ministrio de pastores e membros voluntrios tem sido apoiado e fortalecido mediante a estrutura que a igreja tem at hoje mantido para dar suporte a seus obreiros de tempo integral ou parcial. Os departamentos e servios da igreja tm buscado incansavelmente suprir as necessidades dos diversos seguimentos de membros com suas demandas e desafios e tudo indica que contaremos ainda por muito tempo com esta estrutura que foi construda ao custo dos incansveis esforos dos pioneiros e dos primeiros lderes. Vemos, entretanto, que ao longo dos anos esta coluna estrutural vem sido remontada, remodelada, revista. Nada nos impede de buscar meios e mtodos cada vez mais eficazes e produtivos de realizar o trabalho em favor do reino de Deus. Nossa meta tornar o corpo de Cristo cada vez mais comprometido, envolvido e produtivo. E nessa busca devemos nos volver para as modernas e bem sucedidas estratgias de liderana e conduo de pessoas, sem perder de vista o modelo da igreja primitiva. Com um olhar no passado e outro no futuro buscamos nos situar em termos de estratgia e mtodos, de forma a atender s demandas do presente. essa sincera preocupao que temos visto nos diversos e frequentemente bem sucedidos esforos da Igreja e de seus atuais lderes. Seguindo pela mesma estrada em busca de aprimoramento, propomos alguns passos para um deslocamento da igreja local para o desenvolvimento de ministrios organizados em harmonia com os dons espirituais de seus membros. Doravante usaremos a sigla MOD para ministrios orientados pelos dons.A proposta deste captulo oferecer a relao dos dons espirituais citados na Bblia de forma clara para que voc os conhea e se identifique com aqueles que fazem parte de seu prprio conjunto de dons. As listas de dons apresentadas na Bblia no se propem a ser completas ou finais e, como isso se aplica a cada uma delas, a concluso lgica que a soma de todas as listas bblicas tambm no pode ser considerada uma lista completa e definitiva.[endnoteRef:19] Assim, correto afirmar que os dons mencionados na Bblia so representativos da pluralidade e diversidade distribuda ao redor do mundo a toda a cristandade em todos os tempos. [19: David Kornfield, Desenvolvendo Dons Espirituais e Equipes de Ministrio (So Paulo, SP: Editora Sepal, 1998), 21; Christian A. Schwarz, O Teste dos Dons (Curitiba, PR: Editora Evanglica Esperana, 1999), 23; John Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1988), 81.]

Muito do que existe no mundo moderno no foi mencionado pela revelao bblica, pois seus autores se limitaram realidade percebida na igreja de ento. Dons como msica, hospitalidade e orao, no aparecem em nenhuma das listas do Novo Testamento, mas podem ser percebidos com grande facilidade em todas as igrejas modernas. Como os dons foram distribudos pelo Esprito Santo conforme as necessidades especficas das igrejas, podemos perceber diferenas entre as listas das igrejas de feso, Corinto e Roma; realidade que nos serve como indcio de que os dons disponibilizados para as igrejas de hoje podem diferir daqueles oferecidos s igrejas do primeiro sculo do cristianismo.A insistente questo relacionada com a quantidade dos dons respondida com sob duas bases. A primeira est relacionada com os dons que so mencionados de forma explcita nas principais listas do Novo Testamento, os quais, sem considerar repeties, so em nmero de vinte. Confirmando esse nmero, John Stott afirma: O Novo Testamento especifica pelo menos vinte, e o Deus vivo que ama a diversidade e um doador generoso pode muito bem conceder muito, muito mais do que isto".[endnoteRef:20] [20: John Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1988), 84.]

A segunda base para quantificar os dons mais complexa por considerar aqueles que so citados na Bblia de forma implcita e aqueles que so percebidos na experincia da igreja ao longo dos sculos at hoje. Seguem as listas bblicas de dons mencionados de maneira explcita, segundo a ordem em que aparecem nas principais referncias do NT.a) Romanos 12.6-8: Profecia, Ministrio, Ensino, Exortar, Contribuir, Presidir, Exercer misericrdia.

b) I Corntios 12.8-10: Palavra de sabedoria, Palavra de conhecimento, F, Dons de curar, Operaes de milagres, Profecia , Discernimento de espritos, Variedade de lnguas, Interpretao de lnguas.

c) I Corntios 12.28-31: Apstolos, Profetas (13.2), Mestres, Operadores de milagres, Dons de curar, Socorros, Governos, Variedades de lnguas, Interpretao de lnguas.

d) I Corntios 13.2: Profecia- O texto cita outros dons, mas de maneira implcita.

d) Efsios 4.11: Apstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores, Mestres.

e) I Pedro 4. 10,11: Fala, ou pregao, Ministrao ou ministrio. Estes dons so citados por Pedro de maneira implcita, mas aparecem em outros textos, como j vimos, de forma explicita.

Definio de Dons BblicosA seguir apresentaremos uma lista de dons espirituais a partir e na sequncia das listas bblicas de Romanos, I Corntios, Efsios e I Pedro, desconsiderando a repetio de alguns desses dons. Para cada dom sero apresentadas: referncias bblicas, a palavra grega correspondente (transliterada) e seus significados, alm de descries e comentrios. No nossa expectativa que todos concordem com as definies que apresentamos neste captulo, mais importante do que isso que voc conhea parte dos dons espirituais disponveis, familiarize-se com eles e identifique aqueles que podem ser os seus prprios dons.

Dons na Carta aos Romanos1. Profecia. Referncias bblicas: Dt 13.1-5; 18;18-22; Mt 7.15-20; At 15.32; Rm 12.6; 1 Co 12.10; Ap 1.1-3; 19.10. A palavra grega [profeteian] significa falar em nome de algum, em favor de outro, porta voz, representante, mensageiro. O dom da apresentao da mensagem de Deus, declarao inspirada, pregao e mensagem inteligvel falada ou escrita. A palavra profeta origina-se do hebraico nab, que significa chamado ou algum que tem uma vocao. O dom de profecia a especial habilidade que Deus concede a alguns membros do corpo de Cristo para receberem e comunicarem uma mensagem imediata de Deus a Seu povo atravs de uma forma divinamente escolhida.[endnoteRef:21] [21: James Zackrison, Dons Espirituais Chaves Para o Ministrio (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, Lio da Escola Sabatina, primeiro trimestre de 1997), lio 10, p. 3.]

Em 1 Co 14 o apstolo Paulo faz uma longa exposio sobre a relevncia do dom de profecia em detrimento do dom de lnguas: o que profetiza maior do que o que fala em lnguas (v. 5). Ele nos exorta a buscar os dons espirituais e enfatiza o dom de profecia: Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar (v. 1). Conclui o importante captulo dizendo: Portanto, irmos, procurai, com zelo, profetizar (v. 39).Schwartz afirma que este dom capacita cristos a receber e comunicar uma mensagem de Deus para o seu povo por meio do Esprito Santo.[endnoteRef:22] Como os demais dons, o de profecia no concedido a todos os crentes, mas o Esprito Santo usa de Sua soberania para determinar a quem, de que forma e quando conceder e manifestar o dom de profecia. [22: Christian A. Schwartz, As 3 Cores dos Seus Dons (Curitiba, PR: Editora Evanglica Esperana, 2003), 132.]

Citando Roy Naden, Birthe Kendel define esse dom como falar em favor de Deus.[endnoteRef:23] Em Romanos 6.12 o apstolo Paulo orienta que o dom de profecia concedido segundo a graa de Deus e deve ser exercido segundo a proporo da f. [23: Birthe Kendel, Meus Dons Espirituais (Apostila do Departamento do Ministrio da Mulher da Associao Geral da IASD), 81. ]

A relevncia do dom de profecia fica evidente, por ser ele o nico dom citado nas cinco principais listas no NT (Rm 12.6; 1 Co 12.10, 28; 13.3,8; Ef 4.11. O dom de profecia sempre teve sua relevncia na histria do povo de Deus, ele sempre serviu como veculo de comunicao de outros dons como f, conhecimento, sabedoria, ensino[endnoteRef:24]. Assim, os profetas tinham grande autoridade e prestgio por serem agentes por meio dos quais o Esprito Santo declarava a vontade de Deus ou revelava s igrejas acontecimentos vindouros.[endnoteRef:25] [24: Ralph M. Riggs, O Esprito Santo (So Paulo, SP: Editora Vida, 1991), 119.] [25: Alan Richardson, Introduo Teologia do Novo Testamento (So Paulo: SP, Associao de Seminrios Teolgicos Evanglicos), p. 331.]

O que explica ser o dom de profecia um dos mais propagados dons do Esprito o fato de ele ser um dos principais dons de nutrio (ao lado do dom de pastorear), com o qual Deus pretende construir a igreja e manter sua sade espiritual.[endnoteRef:26] [26: Roy Naden, , Profetas na Igreja Local (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, Revista Ministrio maio-junho de 2000), 27.]

Compreender a figura do profeta e seu papel junto ao povo de Deus ao longo dos sculos de fundamental importncia para que o ministrio proftico de hoje seja reconhecido e respeitado ao mesmo tempo em que o falso dom proftico seja detectado e rechaado pela igreja. Nas Escrituras, o profeta algum que recebe comunicaes de Deus e transmite o propsito das mesmas ao povo. Os profetas no profetizavam por sua prpria iniciativa. Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Esprito Santo (2 Pe 1:21). No Antigo Testamento, a palavra profeta geralmente traduo do hebraico nabi. Seu significado exposto em x. 7:1 e 2: [...] O termo profeta, portanto, designa um porta-voz apontado por Deus. O termo grego equivalente ao hebraico nabi prophetes, de onde deriva o nosso termo em portugus, profeta.[endnoteRef:27] [27: Casa Publicadora Brasileira, Nisto Cremos em CD-ROM, 292.]

Outra questo relevante acerca do dom de profecia sua permanncia em meio igreja moderna j que estudiosos frequentemente argumentam que este dom, classificado no grupo de dons de sinais, cessou ao passar o perodo apostlico. Atividades relacionadas: aconselhamento pessoal, orientao da igreja, produo literria, pregao pblica, evangelismo, ensino em unidades de ao e pequenos grupos.

2. Ministrio ou servio. Referncias bblicas: Nm 4.24; At 6.1-7; Rm 12.7; 11.13; 2 Co 6.3; 9.12; 1 Tm 3.8-13. [diaconian] Servio se refere ao ministrio daqueles que executam ordens de outros; contribuio; ajuda. No sentido litrgico, se refere ao ofcio dos diconos, profetas, evangelistas e pastores. O vocbulo grego [diakonian] traduzido em muitas verses por ministrio e isso est literalmente correto, mas a palavra servio traduz melhor o sentido deste termo em relao ao dom espiritual pois diakonian tem dupla aplicao nesse contexto: servio pastoral ou prtico. Ho diakonon o garom que serve mesa (Lc 22:26) e a mesma palavra usada para o trabalho domstico de Maria.[endnoteRef:28] [28: John R. Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1988), p. 89.]

A palavra pode se referir ao dom especfico do servio, no sentido de algum que est sempre disposto a usar seus recursos, inclusive tempo e dinheiro, para oferecer ajuda, suprindo a necessidade de outros, como no caso dos diconos separados para servir s mesas a fim de deixar os discpulos livres para a pregao (At 6.1, 2). A experincia de Marta que agitava-se de um lado para o outro, ocupada em muitos servios (Lc 10.40) tambm um exemplo desta aplicao da palavra diakonian.Em outro sentido, refere-se ao ofcio exercido pelos cristos que aplicam seus dons ao servio da edificao do corpo de Cristo, como os pastores, evangelistas, professores, cantores e pregadores (1 Tm 1.12; 2 Tm 4.5), por exemplo.O dom de servio a capacidade especial que Deus concede a alguns membros do Corpo de Cristo, a fim de identificar as necessidades no-satisfeitas envolvidas em alguma tarefa relacionada obra de Deus, e fazendo uso de recursos disponveis para satisfazer quelas necessidades de ajuda, obtendo assim os alvos desejados.[endnoteRef:29] [29: Peter Wagner, 228]

Mediante este dom, o Esprito Santo capacita e estimula alguns cristos a identificarem necessidades variadas, de carter pessoal ou corporativo, e prontamente se disporem a atend-las. Outra definio enriquecedora que merece ateno:O Dom de Ajuda ou Servio - Atos 9:25-27; 1:24-26; 15:37-39 - a capacidade especial que Deus concede a alguns membros do corpo de Cristo, que consiste em investir seus talentos para atender s necessidades insatisfeitas de outros, sem esperar crdito ou reconhecimento algum.[endnoteRef:30] [30: Arnaldo Henriquez, Os Dons Espirituais, Apostila (Braslia DF: Departamento de Mordomia da Diviso Sul-Americana da IASD, s.d.), 7.]

Atividades relacionadas: diaconato da igreja, servios diversos de atendimento s necessidades da instituio e de pessoas, pastores, professores, visitao, equipe de ao solidria, projetos sociais, auxiliares de tarefas em geral.

3. Ensino ou mestre. Referncias bblicas: At 18.24-28; Rm 12.7; 1 Co 12.28,29; Ef 4.11-14; 1 Tm 1.10; 4.13,16; 5.17; Tt 2.7. [didaskalia]. Comunicao de princpios, doutrinamento, instruo. Trata-se do mesmo dom de mestre [didskalous] - citado em Efsios 4.11. Algum chamado a procurar, sistematizar e apresentar as verdades da Palavra de Deus de tal forma que outros aprendam.[endnoteRef:31] [31: David Kornfield, 24.]

A definio apresentada por James Zackrison, autor da lio da Escola Sabatina de 1997 e a de Peter Wagner se assemelham muito em sua estrutura bsica:O dom de ensinar a especial habilidade que Deus d a alguns membros do corpo de Cristo mais do que a outros para comunicar informaes, atitudes e idias relevantes para o bem-estar e ministrio desse corpo e de seus membros, de tal forma que outros tambm possam aprender.[endnoteRef:32] [32: James Zackrison, Dons Espirituais Chaves para o Ministrio (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, Lio da Escola Sabatina, primeiro trimestre de 1997), lio 7, p. 3.]

O dom de ensino capacita o indivduo para transmitir o contedo relevante de maneira envolvente e cativante. As tcnicas da didtica moderna podem ser ferramentas que potencializem a manifestao do dom, sem jamais suplant-lo.Nas trs principais listas de dons do NT aparece o dom de ensino ou mestre (Rm 12; 1 Co 12 e Ef 4). Jesus e seus apstolos foram identificados como mestres (Mt 7.29; 26.55; Lc 24.27; Jo 3.2; At 2.42; 5.21; 19.10). Na prtica do discipulado e do treinamento de novos membros e lderes o dom de ensino de fundamental importncia para que o aprendizado seja desencadeado.Reconhecemos que todo mestre precisa de uma poro especial da graa do Senhor e de Sua capacitao porque tem nas mos uma responsabilidade muitos grande, ao mesmo tempo em que um privilgio ser um discipulador daqueles que iro instruir outros.[endnoteRef:33] [33: Donaldo D Turner, A Doutrina do Esprito Santo (So Paulo, SP: Imprensa Batista Regular, 1990), 186.]

Ensinar simplesmente uma capacidade, dada pelo Esprito, de firmar na vida de cristos o conhecimento da Palavra de Deus e a sua aplicao em seu pensar e agir. O objetivo do ensino que os cristos sejam conformes imagem de Jesus. Isto pode e deveria ser feita com simplicidade, amor e profundidade.[endnoteRef:34] [34: John R. Stott, Batismo e Plenitude do Esprito Santo (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1988), 141.]

Atividades relacionadas: Professores da escola bblica, lderes de PG, diretores de classe bblica, pregadores, evangelistas, seminaristas, professores infantis, pregadores.

4. Exortao ou aconselhamento. Referncias bblicas:; Mt 8.5; 9:8; Lc 3.18; At 16.9; Rm 12.8; I Co 14.3; II Co 1.4; 7.6; I Ts 2.11; I Pd 5.12; II Pd 3.1. [parakalew] Estmulo f, encorajamento, conforto, rogo, apelo, consolo, exortao. Trata-se de uma ao interessada no bem do outro que move o individuo a interferir num curso de comportamento visando ajustar as pessoas vontade de Deus para elas. definido como a motivao de chamar (encorajar, animar) algum a agir segundo os propsitos de Deus, ajudando-o a experimentar verdades divinas e, assim, ser abenoado.[endnoteRef:35] [35: David Kornfield, 24.]

As pessoas que foram dotadas pelo Esprito Santo com este dom tm um ministrio profcuo devido ao alto ndice de membros e interessados da igreja que buscam orientao para lidarem com os problemas e conflitos de suas vidas. Na medida em que nos aproximamos do tempo do fim esta demanda tende a aumentar e este dom torna-se mais necessrio no corpo de cristo que reflete a crise pela qual passa o mundo.O dom da exortao corresponde habilidade especial que Deus d a algumas pessoas na igreja para, melhor do que outras, falarem palavras de conforto, consolo, encorajamento e conselho a outros membros de tal forma que essas pessoas se sintam ajudadas e curadas.[endnoteRef:36] [36: James Zackrison, lio 6, pg. 4.]

O profeta Isaias relata: O Senhor Deus me deu lngua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhs, desperta-me o ouvido para que eu oua como os eruditos (Is 50:4). Atividades relacionadas: Pastores, conselheiros, pregadores, visitadores, aconselhamento familiar, trabalho com jovens, com pessoas doentes e grupos de apoio.

5. Contribuir ou Repartir. Referncias bblicas: Mt.25.1-30; Lc 3.11; 8.1-3; Jo 12.3-8; At 4.32-37; Rm 1.11; 12.8; I Cr 29.9; Ef 4.28. (algumas literaturas se referem a este dom como: ofertar, generosidade e dadivosidade). [metadidous] Transmitir, partilhar, compartilhar, doar uma parte, dar ou contribuir com generosidade. Retrata a capacidade dada por Deus a alguns membros do corpo de Cristo de doar dinheiro e recursos, em montantes relativamente significativos e com certa frequencia, obra do Senhor ou a pessoas necessitadas, com alegria e liberalidade. As pessoas portadoras desse dom tm uma capacidade excepcional de desprendimento e de se sensibilizar com as necessidades dos outros e da obra de Deus. Elas so dotadas de um senso refinado de seu papel como mordomo daquilo que Deus lhe outorgou administrar e o faz visando principalmente o Seu reino e Seus filhos necessitados. Convm salientar que o dom de contribuir ou repartir no se expressa apenas na doao financeira, mas em diversos outros aspectos como tempo, ateno, dedicao, afeto, etc.Atividades relacionadas: Dirigir campanhas de doao, e assistncia social, cuidar de pessoas carentes afetivamente, participar de projetos filantrpicos, apoiar campanhas missionrias, fazer doaes para necessidades regulares e especiais, participar de equipe de aes solidrias.

6. Presidir ou exercer liderana. Referncias bblicas: Rm 12.8; I Ts 5.12; I Tm 3.4,5,12; 5.17; Tt 3.8,14. [proistamenos] Presidir ou administrar, autoridade, governo. Trata-se da capacidade excepcional que alguns membros tm de estar frente de processos e pessoas na busca de solues para as necessidades corporativas e individuais sempre visando o avano do reino de Deus. O lder espiritual tem uma viso focada nos propsitos de Deus e com ela em mente direciona pessoas e grupos, mobilizando-os para o pleno cumprimento dos alvos e objetivos do reino de Deus.O dom da liderana aquela capacidade especial que Deus d a certos membros do corpo de Cristo para estabelecer alvos harmnicos com o propsito de Deus para o futuro, transmitindo esses alvos a outros de tal modo que, voluntaria e harmoniosamente, operem juntos para concretizar aqueles alvos para a gloria de Deus.[endnoteRef:37] [37: C. Peter Wagner, Descubra Seus Dons Espirituais (So Paulo, SP: Abba Press, 2004), 163.]

Atividades relacionadas: liderar reas variadas da igreja, diretoria de igrejas, ou departamentos, liderar comisses e grupos de trabalho, presidir campanhas e empreendimentos.

7. Exercer misericrdia ou compaixo. Referncias bblicas: Mt 25.37-40; Mc 9.41; Lc 10.33-37; At 4.32; 9.36-42; Rm 12.4-8; II Co 9.12,13; Gl 6.10; Tg 2.14-17. [elewn] Misericrdia, piedade, simpatia, consolo, bondade, dar esmola. O dom da misericrdia a capacidade especial dada por Deus a alguns membros do corpo de Cristo para perceberem e se sensibilizarem com as necessidades de pessoas aflitas e oprimidas, e agirem efetivamente para sanar suas necessidades.Quem tem este dom experimenta um alto grau de empatia e compaixo frente s carncias dos outros. Elas tem uma graa especial para sentir a dor do outro e responder com compaixo e ternura.[endnoteRef:38] O dom capacita o cristo no apenas a perceber e se importar com as mazelas alheias, mas o impulsiona a agir com presteza confrontando as circunstancias que provocaram o sofrimento do outro. [38: David Kornfield, 159.]

De todo crente espera-se que seja misericordioso. Essa uma funo que reflete o fruto do Esprito. Mas aqueles que receberam o dom da misericrdia fazem da compaixo e da bondade o seu estilo de vida. E no reagem simplesmente diante das emergncias, conforme espera-se que faam todos os crentes. Mas continuamente buscam oportunidades de mostrar misericrdia pelos miserveis.[endnoteRef:39] [39: C. Peter Wagner, 225.]

Misericrdia como dom se revela numa predisposio e motivao pessoal para se envolver com o sofrimento fsico, emocional ou material de pessoas crists ou no crists e essa preocupao se traduz em atos de caridade refletindo o amor de Deus e Seu interesse em aliviar o sofrimento humano.Atividades relacionadas: Trabalho com necessitados de alimento e agasalho, deficientes, grupos carentes da sociedade, enfermos; orao intercessora, equipes de aes solidrias, ministrio nas prises.

Dons da Carta aos Corntios8. Palavra de sabedoria. Referncias bblicas: I Rs 3.7-12; Ec 12.11; Pv 4.7; 9.10; I Cor 12.8. [logos sofias] Conselho sbio, palavra sbia; sabedoria, erudio, sapincia, prudncia, ponderao.Sabedoria o dom do Esprito que traz percepo e discernimento, capacitando a pessoa a fazer uma leitura correta do problema e encontrar as solues mais adequadas e em menor tempo, obtendo assim melhores resultados. aquela capacidade especial que Deus d a certos membros do corpo de Cristo para sondarem a mente do Esprito Santo de modo a receberem discernimento sobre como o conhecimento dado pode ser melhor aplicado s necessidades especificas que vo surgindo no corpo de Cristo.[endnoteRef:40] [40: C. Peter Wagner, 222.]

O tipo de sabedoria resultante do dom do Esprito no o produto do estudo e do pensamento refletivo ou uma experincia fruto da intuio esttica, mas a capacitao para que o crente possa se posicionar da maneira mais adequada diante de dilemas que exigem solues especficas. a habilidade especial que Deus d para usar o conhecimento de uma forma prtica. o saber como chegar rapidamente ao corao de um determinado problema. [Os portadores deste dom] Tm mentes prticas e habilidade para solucionar problemas. Gastam pouco tempo para tomar decises, porque podem advertir com alto grau de exatido quais sero os resultados. Quando os que tm este dom falam, outros reconhecem a verdade apresentada e a conduta correta que se est recomendando.[endnoteRef:41] [41: Arnaldo Henriquez, 8.]

Atividades relacionadas: aconselhamento, ensino da Bblia, pregao, realizao de palestras educativas, participao em comisses, participao em equipes de lderes.

9. Palavra do conhecimento ou cincia. Referncias bblicas: I Sm 9.15-20; 10.21,22; II Rs 6.8-12; Jo 4.16-19; At 5.1-11; 27.21-26; Rm 15.14; I Co 8.1,2; 12.8; 13.2,8-10; II Co 3.14-19; Ef 3.14-19. [logos gnwseus] Conhecimento, falar com propriedade, prudncia, circunspeco. O dom da palavra do conhecimento e no do conhecimento, e isso faz tremenda diferena. Conhecimento pode ser adquirido mediante esforo pessoal e busca constante e esse conhecimento pode ser traduzido em palavras repletas de erudio e fundamentao, como resultado da pesquisa, mas o dom do da palavra do conhecimento algo mais. Provm da revelao sobrenatural da parte de Deus, uma capacitao especial concedida pelo Esprito Santo que permite processar um grande volume de informao e posteriormente lanar mo de tais dados para a soluo de enigmas e questes complexas da vida no ambiente da igreja ou fora dela.A pessoa dotada desse dom sabe aprender. Deve-se esperar dela que obtenha a verdade antes de outras pessoas, e tambm que origine novas idias. Tal crente anela por aprender, sua ateno concentra-se por muito tempo, e capaz de absorver e reter imensa quantidade de informaes. um erudito, sempre vontade com pesquisas, e com frequncia pode ser encontrado no mundo acadmico. [endnoteRef:42] [42: C. Peter Wagner, 220.]

Mediante o dom da palavra de conhecimento o cristo levado a formular sua abordagem em torno de cada tema com o qual se defronta, de forma abalizada, com segurana e domnio do assunto, um especial discernimento espiritual. A palavra de conhecimento demonstra iluminao no uso de termos adequados, baseados em conhecimento e fundamentados na orientao proporcionada pelo Esprito Santo para determinado momento. Esse dom capacita cristos a descobrir, coletar, analisar e formular informaes e ideias que so importantes para o bem da igreja.[endnoteRef:43] [43: Christian Scwartz, 107.]

A palavra do conhecimento, como todo dom espiritual, uma dotao fora do comum ou sobrenatural outorgada pelo Esprito de Deus a certos membros do corpo de Cristo. Se fosse um conhecimento comum ou mesmo excepcional, mas adquirido mediante o esforo da pesquisa, apenas, no seria um dom espiritual. Aqueles que so capacitados com este dom tm uma pr-disposio para estudar e buscar informaes relevantes no contexto de seu ministrio, mas a palavra de conhecimento como dom, uma manifestao sobrenatural assim como so todos os outros dons do esprito.Atividades relacionadas: aconselhamento, ensino da Bblia, pregao, realizao de palestras educativas, participao em comisses, participao em equipes de lderes.

10. F. Referncias bblicas: Mt 8.5-13; 15.21-18; Rm 4.8-21; I Co 12.9; 13.2; Tg 1.5-8. [pistis] do verbo [pistuw] Ter f, crer na interveno divina, estar convencido, dar crdito, confiar, considerar possvel.F como dom a capacitao especial do Esprito que habilita o crente a discernir a vontade de Deus e Seus propsitos, e a avanar com extraordinria confiana, certo de que alcanar o objetivo e ver o cumprimento das promessas de Deus.F significa muito para os cristos. Ela o fundamento da nova vida, pois a justificao que marca o primeiro estgio da vida com Cristo recebida pela f (Rm 5.1; Gl 2.16; 3.24). Sem f no h experincia crist, sem f impossvel agradar a Deus, porquanto necessrio que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que se torna galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). A f destaca-se como dom e como fruto do Esprito, mas h que se fazer distino de uma com a outra:

A f como dom do Esprito Santo no se refere f salvadora, nem f comum dos cristos, mas sim a uma confiana tal em Deus, pela orao, que enfrenta os maiores problemas e os vence no Senhor. Muitos fundadores de grandes empresas missionrias tiveram e tm este dom.[endnoteRef:44] [44: Donaldo D Turner, 187.]

A f que salva (Ef 2.8) no precisa ser a excepcional experincia do dom espiritual. Tanto a tenra f do nefito que conhece pouco de Deus, mas o suficiente para confiar nEle, como a experincia da f como fruto do Esprito, desenvolvida no corao do crente no processo de santificao, podem trazer a certeza das coisas que se esperam, a convico de fatos que se no vem (Hb 11.1). Mas a f madura e exuberante que o dom do Esprito se diferencia destas outras experincias e por isso no podemos esperar que todos os crentes a possuam. O fruto do Esprito Santo o resultado do processo de santificao do carter do homem, aps a salvao, enquanto os dons do Esprito so os instrumentos de poder, concedidos por Deus, em tempos de necessidade.[endnoteRef:45] [45: Gordon Chown, Os Dons do Esprito Santo (So Paulo, SP Editora Vida, 2002), 68.]

Aqueles que possuem este dom so visionrios capazes de antever a interveno de Deus em dada circunstancia e com um elevado grau de certeza seguem convictos dessa impresso como se ela estivesse patente aos olhos de todas as outras pessoas envolvidas. Sabem muito bem o que significa andamos por f e no pelo que vemos (II Co 5.7).Quem tem o dom da f reivindica as promessas de Deus e segue considerando possvel o que outros avaliam como impossvel.Atividades relacionadas: trabalho de encorajamento e motivao, equipes de orao intercessora, direo de campanhas, presidir grupos de trabalho com dependentes qumicos e grupos de difcil acesso.

11. Dons de Curar. Referncias bblicas: Mt 10.1; Mr 2.1-12; 3.15-18; 8.22-26; 16.17,18; Jo 9.1-12; At 3.1-8; I Co 12.9, 28-30; Tg 5.14,15. [xarismata iamatwn] Dons de curar ou sarar, pode se referir a mgoas ou doenas fsicas.O plural colocado pelo apstolo pode indicar as diversas variaes do dom e das diversas enfermidades que a dotao do Esprito pode atender. A exemplo: fsica, emocional, espiritual ou mental.Mediante este dom Deus capacita pessoas para atuar como instrumento humano na interveno de distrbios da sade, promovendo a cura imediata ou gradual sem, necessariamente, o uso de tratamentos ou medicamentos tradicionais. Neste caso a orao (Tg 5.14,15) um instrumento frequentemente utilizado na manifestao do dom. Jesus manifestou de forma intensa os dons de curar em seu ministrio. No havia nenhuma enfermidade que submetida a Ele no pudesse ser curada (Mt 4.23; Mc 1.31; Lc 9.11; Jo 5.8-10; At 10.38), e as curas que ele realizou foram especialmente instantneas e miraculosas. Isso podemos afirmar baseados nas curas fsicas, pois o processo das curas espirituais, mentais e emocionais que Ele realizou no devem ter se limitado a um momento isolado embora tenham sido desencadeadas ali. A cura milagrosa e instantnea, fruto da orao da f, pode representar bem os dons de curar, mas Deus, em sua soberania, pode usar outros meios para realizar Seu propsito de restaurar a sade de algum. O dom pode se manifestar em algum servo de Deus mediante um processo e no instantaneamente, e mediante um tratamento e no a despeito deste. Desde que a capacitao do crente seja ministrada pelo Esprito Santo para lidar com os enfermos, seja de uma forma ou de outra, o dom manifesto.Literaturas oficiais da IASD descrevem os dons da cura como segue:O dom da cura a especial habilidade concedida por Deus a certos membros do corpo de cristo para servir como intermedirios humanos atravs dos quais Deus cura enfermidades e restaura a sade, independente do uso de recursos naturais.[endnoteRef:46] [46: James Zackrison, lio 10, pg. 4.]

a habilidade que Deus concede a alguns de Seus filhos para servir como intermedirios humanos mediante os quais Deus Se compraz em curar enfermidades e restaurar a sade, a parte do uso dos meios naturais.[endnoteRef:47] [47: Arnaldo Henriquez, 8. Adaptado de C. Peter Wagner, 240.]

Convm salientar que sempre Deus quem cura. O instrumento humano no tem nenhum poder intrnseco sobre a enfermidade. a soberania de Deus que determina quando e de que forma a cura ser operada. Assim, necessrio cautela para evitar enganos ou falsas expectativas ao lidar com as enfermidades alheias.

A teologia da cura deve reconhecer que a sade fsica no prometida, em nenhum lugar, como proviso da salvao para presente era. O corpo est, na presente era condenado morte por causa do pecado (Rm 8.10).[endnoteRef:48] [48: Wayne Grudem, organizador, Cessaram os Dons Espirituais? (So Paulo, SP: Editora Vida, 2001), p. 135.]

A Bblia mostra Deus determinando que curas aconteam por meios naturais (II Rs 20.7; Lc 10.34; I Tm 5.23), sobrenaturais (Jo 9.6; At 3.1-8; 28.8; Tg 5.14,15) ou, simplesmente, que no aconteam (J 2.7; At 12.23; II Co 12.7-9). Em todos os momentos Sua soberania determina o desdobramento de cada caso. Os dons de curar so manifestados sempre que o Deus que cura todas as doenas (Sl 103.3) se manifesta.

A eficcia da prtica da cura, no entanto, requer f. Examinando as vrias narrativas de curas divinas expressas nas pginas da Bblia, podemos observar o papel fundamental que a f desempenha, no s na cura, mas na manifestao de todos os dons do Esprito.[endnoteRef:49] [49: Gordon Chown, 68.]

Atividades relacionadas: Visita a enfermos, orao intercessora, aconselhamento, ministrios e projetos sociais de sade.

12. Operaes de milagres. Referncias bblicas: Ex 7.9; Dt 4.34; I Rs 18.21-40; Mt 14.28-33; Mc 16.17,18; Lc 10.17-20; Jo 14. 2-14; At 1.8; 2.22; 20.9-12; Rm 15.18,19; 1Co 12.10,28; Hb 2.3,4. [energemata dinamewn] Operaes de maravilhas, operaes de poderes, realizao de feitos incomuns ou no naturais.Os substantivos que descrevem este dom aparecem no plural na lngua original. A palavra grega traduzida por milagres [dinamewn] da raiz duna,m [dinam] em I Co 12.10, aparece em outras passagens, com suas naturais declinaes, como Lc 24.49; At. 1.8; 2.22; 6.8; Rm 1.16; I Co 1.24; 2.5; Ap 15.8, e traduzida por poder, fora, potencia, vigor, energia. Da se origina as palavras dinamismo e dinamite.Convm notar que quando Jesus se referiu a Deus como Todo Poderoso (em Jo 14.62), direita do qual vir assentado nas nuvens dos cus, Ele usou o termo [dinamews], diferente de [exousian] usado em At 19.11 para descrever o poder que Pilatos supostamente teria de conden-lo. Exousian transmite melhor a ideia de autoridade enquanto dinamis focaliza o poder de realizar feitos incomuns, sobrenaturais ou espetaculares. Esse o sentido do dom de operaes de milagres. Esse o poder que Jesus prometeu que revestiria os discpulos mediante a descida do Esprito Santo: ficai na cidade at que do alto sejais revestidos de poder. (Lc 24.49). A promessa se cumpriu no pentecostes: mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, (At 1.8). Embora fique claro que o desejo de Deus que todos os cristos sejam revestidos de poder espiritual, nem todos sero dotados do dom de operaes de milagres, pois esta capacitao especial se justifica no cumprimento de algum propsito especifico de Deus e no no curso natural da vida crist.O dom de operaes de milagres foi largamente usado para dar credibilidade s credenciais profticas e apostlicas. Por este meio Deus escolheu confirmar a autenticidade da palavra da pregao de seus servos (II RS 6.1-7; Is 38.7,8; ex 7.20; Gl 3.5; II Co 12.12; At 19.11,12). Em Ex 14.31 dito que viu Israel o grande poder que o Senhor exercitara contra os egpcios; e o povo temeu ao Senhor e confiou no Senhor e em Moiss, seu servo. Alm de fortalecer a confiana do povo em Moiss, o milagre reavivou a f no Senhor e em sua liderana. Vemos aqui as operaes de milagres servindo a dois propsitos.O dom de operaes de milagres a manifestao poderosa de Deus atravs de alguns membros do corpo de Cristo, atravs dos quais Ele realiza fenmenos extraordinrios que autenticam o ministrio e a mensagem de Seus servos e glorificam o Seu nome.Se podemos dizer que todos os dons espirituais so de natureza sobrenatural, o dom de milagres seria, neste sentido, o mais sobrenatural de todos por se tratar de uma manifestao espetacular do poder de Deus, atravs de um instrumento humano, para realizar seus propsitos, sobrepujando leis naturais e at contrariando-as. Milagre, portanto, uma interveno sobrenatural no curso usual da natureza, uma suspenso temporria da ordem costumeira, uma interrupo do sistema da natureza que conhecemos, operada pela fora do Esprito de Deus.[endnoteRef:50] [50: Kenneth E. Hagin, A Respeito dos Dons Espirituais (Rio de Janeiro, RJ: Graa Artes Editora), 98.]

Para que o dom se manifeste preciso que leis naturais sejam contrariadas mediante uma interveno espetacular de Deus no curso natural das coisas, isso porque milagre uma interveno ordenada na operao regular da natureza: uma suspenso sobrenatural da lei natural.[endnoteRef:51] [51: Ralph M. Riggs, O Esprito Santo, Editora Vida, So Paulo, SP, 1991, 154. ]

Atividades relacionadas: Visita a enfermos, testemunhar do poder de Deus, orao intercessora, aconselhamento, ministrios de evangelismo.

13. Discernimento de espritos. Referncias bblicas: Mt 7.15-23; 16.22,23; At 5.1-10; 8.18-14, 23; 13.6-12; 16.16-22; I Co 12.3, 10; I Ts 5.19-22; Hb 5.11-14; I Jo 4.2. [diakriseis pneumaton] Percepo espiritual, distino, discriminao, separao, discernimento, julgar de perto.O dom do discernimento de espritos a capacidade especial que Deus d a alguns membros do corpo de Cristo para identificar a verdadeira origem de comportamentos, mensagens e situaes gerais que podem favorecer a enganos humanos ou satnicos.Discernimento espiritual uma virtude que poderamos chamar de universal, pois todos os cristos deveriam e poderiam receb-la do Esprito Santo. A Bblia at ensina que todos deveriam buscar este grau de maturidade (Hb 5.13,14). Em I Jo 4.1 o conselho : Amados, no deis crdito a qualquer esprito; antes, provai os espritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tm sado pelo mundo afora. E Paulo acrescenta: Examinai tudo. Retende o bem (I Ts 5.21). O dom espiritual do discernimento de espritos est em outro nvel de qualificao de percepo espiritual. a capacidade excepcional de distinguir a verdade do erro, de identificar sofismas ou verdades; de saber se uma conduta aparentemente boa e correta no oculta intenes maldosas. Mediante este dom enganos so detectados e evitados no corpo de Cristo e a igreja protegida das tticas de Satans

a habilidade especial que Deus concede a alguns membros do Corpo de Cristo, para conhecer com certeza se certas ideias ou condutas supostamente divinas so em realidade de Deus, do homem ou de Satans. Apostila mordomiaO grande inimigo tem realizado muitos enganos ao longo da histria e nestes ltimos dias tentar enganar se possvel os prprios escolhidos (Mt 24.24) operando milagres para confundir a mente das pessoas e legitimar a obra de falsos profetas (II Ts 2.9; I Tm 4.11) em contrafao ao plano de Deus de legitimar, com os sinais miraculosos, o ministrios de seus servos fiis. Da a necessidade de membros sinceros dotados do discernimento de espritos, capazes de identificar aqueles que so espritos de demnios, operadores de sinais (Ap 16.14) e desbaratar o plano do inimigo da verdade, protegendo a igreja de seus sofismas.Trata-se da capacitao extraordinria que Deus d a algumas pessoas para perceber e distinguir a verdade do engano em termos de comportamentos, ideias e at identificar seres como sendo de origem divina, humana ou satnica.Atividades relacionadas: participao em equipes de evangelismo, entrevistas de seleo, aconselhamento, orao pelos enfermos, diaconato.

14. Variedade de lnguas. Referncias bblicas: Mr. 16.17; At 2.3-11; 10.46; 19.1-6; Rm 8.26,27; I Co 12.10, 28; 13.1,8; 14.6,18,21-23. [tero gene glossn] Literalmente: outros gneros de lnguas. Falar em lnguas estrangeiras nunca aprendidas diferente, de outro modo, desigual. Existe o termo grego [eteroglossos], significando falante de uma lngua estrangeira.[endnoteRef:52] [52: F. Wilbur Gingrich, Lxico do Novo Testamento Grego Portugus (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1986), 86.]

O estudo e o fenmeno do dom de lnguas so conhecidos como glossolalia, que significa: [glossa] lngua e [lalia] o ato de falar (do verbo lalew), significando assim: falar lnguas.

a capacidade de comunicar o evangelho em idiomas distintos do conhecido para o mensageiro e em ocasies muito especiais que Deus determina. A mensagem compreendida claramente pelos ouvintes, e o comunicador entende o que ensina e prega. [endnoteRef:53] [53: Arnaldo Henriquez, 17.]

A discusso sobre o verdadeiro ou falso dom de lnguas , por demais, extensa. Neste ponto nos limitaremos apenas a tecer alguns comentrios sobre o que entendemos ser o dom de lnguas bblico, como ele se define e se revela na Bblia a na experincia contempornea dos cristos.

O dom de lnguas um milagre divino em que, no exerccio da vontade e sabedoria divinas, o Esprito Santo concede a alguns crentes o poder de falarem em idiomas que no aprenderam pelos processos naturais, e isto para o fim de testemunharem eles de Jesus Cristo perante os que no crem.[endnoteRef:54] [54: Pedro Apolinrio citando Joo F. Soren, Explicao de Textos Difceis (Santo Amaro, SP: Grfica do IAE, 1986), 381.]

A comisso evanglica de Cristo compreende a pregao universal da mensagem de salvao. Todo o mundo deveria ser alcanado com as boas novas. Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo (Mt 28.19), foi esta a ordem de Cristo. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mr 16.15). Para que esta tarefa pudesse ser cumprida Deus disponibilizou Seus dons queles que Ele quer usar como instrumentos. Ele mesmo deixou a promessa: Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria e at aos confins da terra (At 1.8).Em um momento especial e histrico do povo de Deus no passado o dom de lnguas foi necessrio para que pessoas de diversas etnias e de diversos idiomas diferentes fossem alcanadas. Este momento est descrito no livro de Atos captulo dois. Nesta ocasio cerca de 15 grupos tnicos (At 2.5,9-11) estavam reunidos em Jerusalm para prestigiar a festa do pentecostes, quando Deus decidiu capacitar os discpulos para pregar para aquela multido a fim de que todos recebessem a mensagem de Cristo, e retornassem para seus pases como portadores do evangelho. Lucas confirma que este dom se revelou em capacitar os discpulos a falar idiomas existentes, para os quais eles no haviam feito nenhum preparo: cada um os ouvia falar na sua prpria lngua (At 2.6). Eles mesmos atestaram abismados: Como os ouvimos falar, cada um em nossa prpria lngua materna? (At 2.8).

Um novo dom foi ento prometido. Deviam pregar entre outras naes e recebiam poder de falar em outras lnguas, Os apstolos e seus cooperadores eram homens iletrados, todavia mediante o derramamento do Esprito, no dia de Pentecostes, sua linguagem, fosse no prprio idioma, ou no estrangeiro, tornou-se pura, simples e correta, tanto nas palavras como na pronncia.[endnoteRef:55] [55: Ellen G. White, O Desejado de Todas as Naes (Tatu SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), 821.]

Ali os discpulos foram capacitados pelo Esprito Santo a falarem em lnguas estrangeiras ou idiomas existentes em algum lugar do mundo para os quais eles no haviam adquirido o preparo para falar. Esse verdadeiro dom de lngua. Um fenmeno espiritual, que aconteceu para solucionar uma necessidade premente e circunstancial de comunicao da mensagem de Jesus.

"O Esprito Santo, assumindo a forma de lnguas de fogo, repousou sobre a assemblia. Isto era um emblema do dom ento outorgado aos discpulos, o qual os capacitava a falar com fluncia lnguas com as quais no tinham nunca entrado em contato. . . Esta diversidade de lnguas teria sido um grande embarao proclamao do evangelho; Deus, portanto, de maneira miraculosa, supriu a deficincia dos apstolos. O Esprito Santo fez por eles o que no teriam podido fazer por si mesmos em toda uma existncia. Agora podiam proclamar as verdades do evangelho em toda a parte, falando sem imperfeio a lngua daqueles por quem trabalhavam. Este miraculoso dom era para o mundo uma forte evidncia de que o trabalho deles levava o sinete do cu."[endnoteRef:56] [56: ____________, Atos dos Apstolos (Tatu SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), 39, 40.]

Posteriormente a igreja de Corinto vivenciou uma manifestao espria do dom de lnguas como teve tambm outros vrios problemas como comunidade crist (uso do vu, comportamento na santa ceia, diviso entre grupos: Paulo e Apolo, circunciso, alimentos sacrificados a dolos, prostituio), aos quais o apstolo Paulo faz referencia em sua primeira carta aos corntios. Alm de Atos 2, os captulos 12 a 14 de I Corntios elucidam o tema dos dons espirituais.Todo cuidado importante nesse debate pois muitos enganos e controvrsias tem sido causados principalmente por pessoas que afirmam que a evidencia de terem recebido a plenitude do Esprito Santo foi o falar em lnguas estranhas e que este mesmo critrio deve ser aplicado a todos os cristos.Algumas dessas pessoas tm formas de culto a que chamam dons, e dizem que o Senhor os ps na igreja. Tm uma linguagem confusa sem sentido a que chamam lngua desconhecida, desconhecida no s ao homem, mas ao Senhor e a todo o Cu. Tais dons so manufaturados por homens e mulheres ajudados pelo grande enganador. O fanatismo, a exaltao, o falso falar lnguas e os cultos ruidosos, tm sido considerados dons postos na igreja de Deus. Alguns tm sido iludidos a esse respeito.[endnoteRef:57] [57: ____________, Reavivamentos e Seus Resultados (Tatu SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), 49.]

Atividades relacionadas: evangelismo transcultural, pregao em campos estrangeiros, recepo de estrangeiros, evangelismo.

15. Interpretao de lnguas. Referncias bblicas: Dn 5.25-28; I Co 12.10, 27-31; 14.1-5; 12-19; 26-28. [ermenia glossn]. Interpretao de lnguas. Uma traduo compreensiva da lngua estrangeira.Interpretao de lnguas um dom necessrio onde o dom de lnguas aparece. Sua importncia est relacionada com o dom de lnguas, pois faz com que este tenha sentido (I Co 14.27,28). Uma mensagem apresentada numa lngua estrangeira atravs do dom de lnguas ou por meios naturais, provavelmente precisar de um intrprete. E no estamos falando da capacidade usual de traduzir um idioma, mas do dom espiritual de interpretao. Nesse caso uma pessoa que no precisa necessariamente ter o dom de lnguas entra em cena tornando tal mensagem compreensvel a todos os ouvintes.O dom da interpretao de lnguas mais do que a traduo de uma lngua para outra. De modo geral, a funo equivalente ao dom de profecia. a habilidade de passar uma mensagem divinamente inspirada em linguagem tal que as pessoas consigam entender.[endnoteRef:58] [58: James Zackrison, lio 9, p. 3.]

Tanto o dom de lnguas quanto o dom de interpretao sero suscitados pelo Esprito Santo quando houver uma necessidade real. Quando uma dificuldade de comunicao existir de tal forma que prejudique a transmisso da mensagem, Deus saber o momento de manifestar em vasos escolhidos tanto o dom de lnguas quanto o dom de interpretao. A recomendao do apstolo que quem fala em uma lngua ore para que a possa interpretar (I Co 14.3) isso para que sua mensagem tenha sentido e utilidade para o corpo de Cristo.Atividades relacionadas: interpretao de lnguas estrangeiras, grupos de orao, evangelismo transcultural, pregao em campos estrangeiros, recepo de estrangeiros, evangelismo.

Dons da Carta aos Efsios16. Apstolos. Referncias bblicas: Mt 10.5; Mc 9.37; Jo 3.17,34; At 3.20; 8.14-25; 14.14; Rm 16.7; I Co 12.28,29; II Co 12.12; Gl 1.1; Ef 4.11. [apostolous] enviado, mensageiro, delegado. Enviado para o cumprimento de uma misso.Os doze discpulos foram apstolos de Jesus (Mt 10.2; Lc 22.14; At 1.26; Ap 21.14), receberam seu chamado diretamente dele (At 1.2) e foram testemunhas de seu ministrio, morte e ressurreio (At 4.33), mas outros alm deles tambm receberam esta titulao, a exemplo de Paulo de Tarso (II Co 12.11), Timteo e Silas (I Ts 2.6,7), Matias (At 1.26), Barnab (At 4.36; 14.14), Andrnico e Jnia (Rm 1.1; 16.7) e Tiago, irmo do Senhor (Gl 1.19). As Escrituras fazem meno de falsos apstolos (II Co 11.13; Ap 2.2) o que d a entender que outros homens alm dos verdadeiros apstolos tentaram adotar esta posio.Existe uma ampla discusso em torno do apostolado bblico para a qual reservamos um captulo deste livro. Nesta discusso trs questes so pontuais: (1) Estava restrito ao perodo dos discpulos ou avana at nossos dias? (2) Trata-se de um cargo ou de um dom espiritual? (3) o referencial bblico para a moderna funo pastoral?

Existe a discusso em torno do apostolado como funo restrita a um pequeno grupo de privilegiadas testemunhas oculares e auriculares da ressurreio de Jesus e que receberam uma comisso especial do prprio Senhor.[endnoteRef:59] Segundo esta tese o apostolado no pode ser considerado um carisma, mas um cargo eclesistico restrito ao perodo dos discpulos. [59: Wayne Grudem, organizador, Cessaram os Dons Espirituais? (So Paulo, SP: Editora Vida, 2001), 163-165.]

Segundo esta concepo o apstolo, no sentido geral, todo cristo enviado ao mundo para pregar, cumprindo uma funo universal. No sentido secundrio seria um grupo de poucos crentes enviados de igreja em igreja com incumbncias especiais e no ltimo sentido seriam apenas os discpulos de Cristo e poucos personagens mais, como os oito citados acima.Existem fortes evidencias de que o apostolado contado como dom espiritual quando aparece em duas listas de dons do Novo Testamento. Em I Corntios 12 o apstolo Paulo est discorrendo sobre a unidade orgnica do corpo de Cristo, sua diversidade e interdependncia quando afirma que a uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de lnguas (I Co 12.28). O estudo deste texto em conexo com os outros (I Co 12.4-10; Rm 12.4-8 e Ef 4.11,12) que se referem explicitamente aos dons espirituais e estabelecem listas desses dons, fortalece a ideia de que apstolos so citados como dom espiritual tambm. Assim, o apostolado moderno seria uma espcie de ministrio que transcende aos limites da igreja local, como um ministro supervisor, departamental ou presidente de campo, com uma abrangncia maior do que a dos ministros locais. A abrangncia de um apostolado moderno se estende alm dos limites da congregao local e atua em harmonia com organizao da igreja hoje como o fariam os antigos apstolos. Ainda h quem sugira que o dom de apostolado se manifesta em um missionrio atual no sentido secundrio, se ele for um plantador de igrejas.Como um missionrio ele avana em reas ainda no conquistadas e estabelece novas igrejas ou d assistncia a congregaes e pessoas estabelecidas recentemente em lugares longnquos. So lderes espirituais dedicados e desprendidos que tm um forte senso de misso e do seu chamado. Sua autoridade est fundamentada na Palavra de Deus, e em Seu chamado e opera fiel aos princpios que saiu a pregar.Acerca da palavra apstolo O Novo Dicionrio da Bblia diz que ela aparece em mais de oitenta ocorrncias no NT e acrescenta:

No Novo Testamento aplicada a Jesus como aquele que Enviado de Deus (Hb 3:1), queles que foram enviados por Deus a pregarem a Israel (Lc 11:49), e queles enviados s igrejas (2 Co 8.23; Fp 2.25); mas, acima de tudo aplicada de modo absoluto ao grupo de homens que mantinham a dignidade suprema na igreja primitiva.[endnoteRef:60] [60: J. D. Douglas, O Novo Dicionrio da Bblia (So Paulo, SP: Edies Vida Nova, 1999), 95.]

Precisamos fazer distino entre funo de apostolado dom de apostolado. Enquanto a funo ser determinada eclesiasticamente e pelos tramites formais conhecidos mediante nomeao, investidura ou ordenao, o dom do apostolado uma determinao do Esprito Santo o qual imprime na mente de pessoas que Ele escolhe um sentimento de necessidade de ir alm dos prprios limites geogrficos em busca de novas conquistas para o reino de Deus. Ele Faz o chamado, capacita e usa o individuo no cumprimento de seu plano. O mundo j sentiu o impacto causado pela influencia de tais pessoas movidas pelo Esprito!Se o oficio apostlico cessou depois da morte dos primeiros apstolos, o dom apostlico permanece vivo at hoje e se manifestar sempre que o Esprito Santo determinar.Atividades relacionadas: evangelismo pblico, misso global, obra bblica em geral, conquista de novos territrios, fundao de igrejas, liderana de classes de estudos bblicos, pregao, liderana.

17. Socorros ou ajuda. Referncias bblicas: Mc 2.1-12; Lc 10.38-42; At 1.24-26; 9.25-27; 15.37-39; Rm 16.1,2; I Co 12.28; Fl 2.25; I Ped 4.11. [antilepseis] Ajuda, socorro, auxilio, beneficncia. Presteza no atendimento ao necessitado.

a capacidade especial que Deus concede a alguns membros do corpo de Cristo, que consiste em investir seus talentos para atender as necessidades insatisfeitas de outros, sem esperar crdito ou reconhecimento algum.[endnoteRef:61] [61: Arnaldo Henrquez, 8.]

Socorro o dom relacionado com a prestatividade para servir s necessidades dos outros principalmente no ambiente da igreja onde pessoas com outros dons podero produzir muito mais com o apoio de quem tem o dom de socorro (tambm chamado ajuda ou apoio). Tais pessoas identificam necessidades e prontamente se dispem a atend-las colocando seus recursos nesse propsito. Geralmente so annimas, mas h uma grande diferena entre ter ou no pessoas assim em qualquer equipe ministerial.

Este dom possibilita a milhares de leigos ajudar a propagar o reino de Deus, aconselhando, orando, exercendo funes administrativas na igreja e em organizaes para eclesisticas e testemunhando. Mas "socorros" tambm servio social, como ajudar os que so oprimidos por injustia social, e cuidar de rfos e vivas. Significa preparar uma refeio para um vizinho doente, escrever uma carta de nimo ou dividir o que temos com algum que no tenha. Socorros o dom de mostrar misericrdia. Inclui tambm a idia de ajudar em algumas das atividades normais do servio cristo, para que outros com outros dons posam estar livres para us-los mais.[endnoteRef:62] [62: Billy Graham, Os Dons do Esprito, p. 8.]

Atividades relacionadas: Visita a enfermos, orao intercessora, aconselhamento, campanhas sociais, apoiar lderes sobrecarregados, servios em favor de necessitados e de outros ministrios. Pode contribuir em qualquer equipe de trabalho.

18. Governos ou administrao. (tambm: organizao). Referncias bblicas: Ex. 18.13-27; At 14.23; I Co 12.28; I Tm 3.1-7; Hb 13.17. [kiberneseis] Governo, administrao, liderana. Traduz a ideia de comandar, pilotar, guiar. O nome pelo qual eram chamados os capites de navios e hoje so chamados os pilotos de avio na Grcia.[endnoteRef:63] [63: James Zackrison, lio 8, p. 5.]

a habilidade especial conferida por Deus a certos membros do corpo de Cristo para que possam entender com clareza as metas imediatas e o longo prazo de uma unidade particular (igrejas, misses, associaes, unies, divises, escolas, colgios, instituies) do corpo de Cristo, desenvolvendo, planejando, organizando atividades efetivas para alcanar as metas.[endnoteRef:64] [64: Adaptada de C. Peter Wagner, 157 e de Arnaldo Henriquez, 9. ]

Pessoas e instituies precisam de lderes. A igreja crist est entre elas, e kuberneseis indica provas de capacidade para ocupar uma posio de liderana na igreja.[endnoteRef:65] [65: John Stott, 89.]

O dom de governos ou administrao tem se tornado mais necessrio a cada poca em que o corpo de Cristo vai sendo influenciado pelo secularismo moderno e o risco de perda da identidade e dos propsitos da igreja cada vez maior. Administrao eclesistica uma das matrias dos cursos de Teologia nos seminrios mais modernos, mas devemos orar para que Deus levante mais pessoas com o dom de governos conferido pelo Esprito Santo como foi o Senhor Jesus Cristo, o exemplo mais perfeito de governador da igreja.Atividades relacionadas: Liderana da igreja em geral em reas que os outros dons da pessoa definam, presidir comisses e equipes de trabalho, pastores, dirigentes.

19. Evangelistas. Referncias bblicas: At 8.5,6, 26-40; 14.13-21; 21.8; Rm 10.14,15; Ef 4.11 II Tm 4.5. [euagelistas] missionrio, anunciador das boas novas, pregador do evangelho.

Esse dom capacita cristos a comunicar o evangelho a no-cristos de tal forma que estes encontrem a f e se tornem membros responsveis da igreja.[endnoteRef:66] [66: Christian A. Schwarz, 116.]

Todo cristo, a despeito de ter ou no o dom espiritual de evangelismo, foi chamado para fazer o trabalho de um evangelista (II Tm 4.5). O convite de Jesus abrangente: "Vinde aps mim, e eu vos farei pescadores de homens" (Mr 1:17); e a grande comisso (Mt 28:19,20) universal. Alm disso, todos os dons espirituais convergem para o cumprimento da misso de levar o conhecimento de Cristo e de Deus aos perdidos. Todo aquele que nasceu no reino de Deus deve atender a essa grande tarefa de levar as boas novas aos perdidos, mas aos que foram agraciados com o dom de evangelizao, uma poro especial de habilidades para tal oficio foi disponibilizada. Estes so proclamadores do evangelho da salvao em Cristo com um alto poder de convencimento e persuaso. De forma excepcional fazem convites e apelos, formam novos discpulos e conduzem pessoas a se tornarem comprometidas com Deus e Sua igrejaAtividades relacionadas: Visita a enfermos, orao intercessora, evangelismo pessoal e pblico, conferencistas, obreiros bblicos, pastores, missionrios de misso global.

20. Pastores. Referncias bblicas: Mt 9.36; 25.32; 26.31; Mc 6.34; 14.27; Lc 2.8,15,18,20; Jo 10.2,10,14,16; Ef 4.11; I Ped 2.25; 5.1-3. [poimnas] Pastor, prelado, proco. Sentido de ministrar ao povo de Deus.O dom pastoral um conjunto de habilidades que Deus concede a alguns membros do corpo de Cristo capacitando-os para ministrar ao povo de Deus num relacionamento a longo prazo, assumindo a responsabilidade pela sade e maturidade espiritual de pessoas de uma comunidade religiosa tendo em mente o cuidado do rebanho e seu encaminhamento para o cumprimento do plano de Deus para aquela comunidade.Para que um homem seja um pastor de xito, essencial alguma coisa mais que o mero conhecimento adquirido em livros. O que labuta por almas, necessita de consagrao, integridade, inteligncia, operosidade, energia e tato. Possuindo esses requisitos, homem algum pode ser inferior; ao contrrio, possuir dominadora influncia para o bem.[endnoteRef:67] [67: Ellen G. White, Obreiros Evanglicos (Tatu SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), 111, 112.]

Como lder ou cabea de uma (ou mais) igreja local, a responsabilidade do pastor velar pelo rebanho, para que receba uma disciplina espiritual completa, na qual haja doutrina e exortao, estimulo e consolao, descanso na obra de Cristo em nos salvar e atividade no servio.[endnoteRef:68] [68: Donaldo D. Turner, 186. ]

Convm fazer distino entre funo de pastor e dom de pastor. A funo de pastor uma grande honra e responsabilidade que alguns membros da igreja buscam mediante renncia, preparo acadmico, espiritual e treinamento. Estes se sentem igualmente chamados pelo Esprito Santo e certamente recebem capacitao espiritual para desempenhar sua funo. So reconhecidamente vasos abenoados no ceio da igreja estruturando, acompanhando, corrigindo, treinando e oferecendo suporte espiritual para os membros.Os membros que recebem o dom espiritual do pastorado atuam no crculo de suas igrejas locais oferecendo ajuda preciosa aos pastores oficiais no cuidado dos membros e de sua nutrio espiritual. So estes uma grande bno no apenas para os membros das igrejas onde atuam mas tambm para os pastores, que tm seu ministrio apoiado e fortalecido pela atuao destes preciosos irmos.Nada impede, entretanto, que alguns pastores por funo tambm tenham o dom espiritual do pastorado. Billy Graham afirma a esse respeito:

Eu tenho certeza que milhares de cristos no mundo todo, que nunca sero pastores de igreja, tm o dom de pastor, que pode ser unido para ajudar o pastor da igreja em seu servio. Os que tm o dom devem us-lo o mximo possvel, lembrando-se que se no o fizerem estaro entristecendo o Esprito Santo. Muitos pastores de igrejas esto sobrecarregados; seria timo se algum os ajudasse. Cada um de ns poderia uma vez perguntar de novo ao seu pastor em que pode ajud-lo.[endnoteRef:69] [69: Billy Graham, 17.]

Todo pastor chamado pelo Esprito Santo um sub-pastor j que o Supremo Pastor o Senhor Jesus (Hb 13.20; I Pd 5.4). E tanto os pastores que atuam por fora do oficio como os que receberam o dom espiritual devem se espelhar no bom pastor, Jesus (Jo 10.10) e buscar nEle inspirao e metodologias para liderar a igreja com as ferramentas que Ele disponibilizou, especialmente os dons e o fruto do Esprito (Gl 5.22,23).

Os dons espirituais esto intimamente identificados como conceito bblico de Igreja como o corpo de Cristo. O corpo inclui tanto Laos (leigos) e liderana. Cada membro recebe um ou mais dons que tm uma funo essencial no corpo. Nenhum dom outorga a qualquer membro uma posio exaltada sobre os outros membros; entretanto, os que possuem dons de liderana recebem maior responsabilidade e maior credibilidade. Nesse contexto que a liderana pastoral recebe uma nfase contundente.[endnoteRef:70] [70: John W. Fowler, Ministrio Pastoral Adventista (So Paulo, SP: Editora Tempos, 1997), 19.]

Atividades relacionadas: Visita a enfermos, orao intercessora, aconselhamento, liderana da igreja, evangelismo, ensino da Bblia, administrao da igreja.

03

OUTROS DONS BBLICOS E DONS CONTEMPORNEOS

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graa de Deus.1Pe 4:10

Uma antiga fbula dizia que um homem tinha dificuldades de viso e decidiu comprar culos para reparar sua deficincia. Enquanto caminhava em direo loja percebeu um conflito entre dois membros do seu corpo. O nariz indignado com a situao dizia no achar justo ter que carregar aquele peso extra, j que ele no tinha nada a ver com problema de viso. Na opinio do nariz somente os olhos deveriam pagar o preo de seu problema e algum tipo de culo deveria existir que no o sobrecarregasse.Os olhos, entretanto, solicitavam do vizinho nariz que fosse complacente e generoso com sua situao aceitando carregar os culos que eles tanto precisavam... O nariz contra argumentou dizendo que o problema no era dele, mas dos olhos, ento que estes encontrassem uma sada e no o atormentassem mais.O dialogo continuava enquanto o homem caminhava em direo loja, e foi ficando acalorado devido intolerncia do nariz. Num determinado ponto da caminhada o homem se aborreceu, desistiu do plano de comprar os culos e voltou para casa. Ao mudar de direo, como no enxergava muito bem, no percebeu uma pedra no caminho, tropeou nela e caiu com o rosto no cho. Resultado: quebrou justamente o nariz, que sangrando, suplicou que ele o levasse imediatamente ao pronto socorro e em seguida loja de culos...O problema de um membro do corpo de Cristo problema de todos. Quando um membro estiver prejudicado em seu desempenho, todos sofrero e quando cada um estiver bem ajustado e atuando no mximo de seu potencial todos ganharo com isso. Essa conscincia do relacionamento de interdependncia na igreja potencializar o desempenho de todos e facilitar a soluo das dificuldades que cada um enfrenta em seu trabalho para Cristo. Leia 1 Corntios 12.As perguntas que no podem calar sem respostas: Qual o seu dom espiritual? Qual o seu ministrio? J encontrou seu lugar no corpo de Cristo? E quanto sua misso junto aos perdidos?Esta pergunta tem ecoado na mente de muitos cristos e precisa ser respondida, porque ter um ministrio ter um propsito definido para a vida crist. Cada membro do corpo de Cristo precisa encontrar sua misso, seu ministrio, ou seus mltiplos ministrios.A proposta desse captulo apresentar uma segunda lista de dons espirituais para ampli