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Formação de Conselheiros Fiscais de Cooperativas - MÓDULO AVANÇADO - Hélio Silva Pontes Daniel Mendes Pinto SANTARÉM / PA Outubro de 2009

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Formação de Conselheiros Fiscais de Cooperativas - MÓDULO AVANÇADO -

Hélio Silva Pontes Daniel Mendes Pinto

SANTARÉM / PA Outubro de 2009

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Ficha Técnica Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc Secretária-Executiva Izabella Teixeira Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro Antonio Carlos Hummel Conselho Diretor do Serviço Florestal Brasileiro Antonio Carlos Hummel Cláudia de Barros e Azevedo-Ramos José Natalino M. Silva Luiz Carlos de Miranda Joels Thaís Linhares Juvenal Realização Gerência Executiva de Florestas Comunitárias Márcia Muchagata – Gerente Executiva Autores Hélio Silva Pontes Daniel Mendes Pinto Apoio Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal – Cenaflor Cristina Galvão – Chefe Cecília Jorge – Assessora de Comunicação Brasília, outubro/2009

Desenvolvendo capacidades para o uso da floresta em benefício das gerações presentes e futuras.

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Sumário Apresentação Capítulo 1 | Cooperativismo

Cooperação Então o que é cooperar? Cooperativismo A primeira cooperativa do mundo

Valores do cooperativismo Princípios do cooperativismo

1 Adesão voluntária e livre 2 Gestão democrática e livre 3 Participação econômica 4 Autonomia e independência 5 Educação, formação e informação 6 Intercooperação 7 Interesse pela comunidade

A cooperativa Principais características que definem uma cooperativa Outras características das sociedades cooperativas contidas na Lei nº 5.764/71 Características contidas no novo Código Civil, Título II, Subtítulo II, Capítulo VII O ato cooperativo Diferenças entre sociedade cooperativa e sociedade mercantil e associação Segmentos do cooperativismo brasileiro Cooperativas no Manejo Florestal Comunitário

O sistema de representação Autogestão Estrutura e funcionamento de cooperativas

A cooperativa como sistema social Gerentes e colaboradores Estrutura de poder nas cooperativas Relação da cooperativa com os associados Participação, deveres e direitos dos associados

Deveres dos associados Direitos dos associados Generalidades dos Conselhos de Administração e Fiscal Relação entre o conselho de administração e o conselho fiscal

Capítulo 2 | Aspectos Legais Referentes ao Conselho Fiscal

2.1 Legislação Referente ao Conselho Fiscal de Cooperativas: 2.2 O Estatuto da COOMFLONA e os Conselhos Fiscais

Capítulo 3 | Avaliação da Eficiência Financeira e Social das Cooperativas

Apresentação 3. Diferença de Contabilidade e Finanças

3.1 Análise de Balanços Contábeis 3.2 Capital de Giro 3.3 Índices de Desempenho

Capítulo 4 | Reuniões do Conselho

4. Reuniões do Conselho 4.1 Organização da Reunião

4.1.1 Definição da Pauta 4.1.2 Agendamento e Programação da Reunião 4.1.3 Gerenciamento dos Participantes 4.1.4 Ambiente Propício

4.2 Orientações aos Participantes 4.2.1 Pontualidade 4.2.2 Respeito ao Próximo 4.2.3 Preparação 4.2.4 Espírito Crítico 4.2.5 Foco

5. Exemplos de Instrumentos Contábeis 6. Ética

Referência Bibliográfica

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APRESENTAÇÃO

Este material didático tem como objetivo geral servir de base teórica do curso “Formação

de conselheiros fiscais – Módulo Avançado”, um trabalho executado pelo Serviço Florestal

Brasileiro que visa capacitar e sensibilizar as comunidades tradicionais e agricultores familiares

que manejam, ou pretendem manejar florestas públicas, em princípios, constituição, teoria e

práticas de gestão de associações e cooperativas.

Conforme o artigo 55, inciso II, da Lei nº 11.284/06, Lei de Gestão de Florestas Públicas, é

competência do Serviço Florestal Brasileiro o apoio a criação de programas de treinamento,

capacitação, pesquisa e assistência técnica para a implementação de atividades florestais,

incluindo manejo florestal, processamento de produtos florestais e exploração de serviços

florestais em florestas públicas. Tal apoio, especialmente voltado às comunidades locais, é frisado,

por sua vez, pelo artigo 17 do Decreto nº 6.063/07, que regulamenta a Lei de Gestão de Florestas

Públicas, assim dizendo: ”O Serviço Florestal Brasileiro, no âmbito da competência prevista no art.

55 da Lei nº 11.284, de 2006, apoiará a pesquisa e a assistência técnica para o desenvolvimento

das atividades florestais pelas comunidades locais, inclusive por meio do Fundo Nacional de

Desenvolvimento Florestal – FNDF.”

As cooperativas são as organizações mais complexas, dentre os demais empreendimentos

associativos do Manejo Florestal Comunitário, e requer conhecimentos avançados em tomadas de

decisões que utilizam dados com linguagem altamente técnica na área das ciências contábeis.

Seu conteúdo aborda de forma geral, prática e direta os temas associativismo,

cooperativismo e administração financeira, voltados para os conselheiros fiscais de cooperativas,

que, juntamente com metodologias de dinâmicas de grupo, recursos visuais e exercícios práticos,

pretende transferir conhecimentos básicos e necessários para um bom funcionamento do conselho

fiscal de cooperativas. Tendo como missão o desenvolvimento de empreendimentos comunitários

autonomos, independentes, profissionalmente geridos e capazes de usar os recursos florestais de

forma sustentável.

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Capítulo 1 | Cooperativismo Este é o emblema do cooperativismo: um círculo abraçando dois pinheiros, que indicar a união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais, a vitalidade de seus adeptos. Tudo isto marcado pela trajetória ascendente dos pinheiros que se projetam para o alto, procurando subir cada vez mais.

COOPERAÇÃO

Para poder falar sobre cooperativismo e o funcionamento de cooperativas é importante refletir, inicialmente, porque as pessoas cooperam ou não cooperam. A organização social de qualquer comunidade ou sociedade reflete exatamente o equilíbrio que se processa entre essas os diversos comportamentos que nós temos perante as pessoas que nos relacionamos, esse comportameto vamos chamar de “processo social”. Estão presentes, em nossas vidas, tanto forças unificadoras como forças divisoras. São elas:

a) COOPERAÇÃO – Quando os indivíduos trabalham juntos, tendo em vista um objetivo comum.

b) OPOSIÇÃO – Quando lutam um contra o outro, vontade contrária, conflito.

c) ACOMODAÇÃO – É uma forma de ajustamento decorrente de situações de conflito não

resolvidos. Falta de ambição, de aspiração.

d) COMPETIÇÃO – É a busca de vantagem, disputa, desafio. É o oposto da cooperação.

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ENTÃO O QUE É COOPERAR?

É trabalhar junto, é ajudar o outro e ser ajudado para o êxito de um mesmo propósito. Não

é um ato irracional, produzido por instinto (como as formigas e as abelhas), mas uma resposta intelectual e criativa do ser humano frente a natureza. Resposta que não veio pronta, mas que está sendo construída e aprendida através da história.

COOPERATIVISMO

Foi com passar do tempo e a evolução da sociedade que surgiu o cooperativismo como um processo associativo pelo qual indivíduos ou grupos juntam forças de produção, trabalho, capacidade de consumo, poupanças, etc. Para se desenvolverem econômica e socialmente, elevando seu padrão de vida.

Para entender o que é o cooperativismo, sua doutrina e funcionamento é necessário entender como surgiu a primeira cooperativa, que se tornou um modelo universal.

A PRIMEIRA COOPERATIVA DO MUNDO

O surgimento do processo de industrialização na Europa (Revolução Industrial), fez com

que os artesãos e trabalhadores rurais migrassem para as grandes cidades, atraídos pelas fábricas em busca de melhores condições de vida. A migração desordenada provocou excesso de oferta de mão-de-obra nos centros urbanos e, conseqüentemente, resultou na exploração do trabalhador de forma abusiva e desumana.

A vida não era fácil para aqueles cujo o trabalho contribuiu para o processo da

industrialização. A grande maioria dos operários eram trabalhadores agrícolas recém-chegados às cidades, expulsos da terra. Nas fábricas, encontrava-se trabalho facilmente mas a jornada era de 15, ou até 17 horas/dia. O ritmo das máquinas, a rotina e as condições perigosas, tornavam o trabalho uma opressão. As fábricas eram escuras, quentes e pouco arejadas. A expectativa de vida da população era de 21 anos.

Se as condições de trabalho eram péssimas, as de moradia não ficavam atrás. Os operários

moravam em habitações super lotadas e sujas. Os solteiros deixavam suas famílias no campo e viviam em barracões com outros membros do outro sexo. Se perdiam o emprego, também perdiam o abrigo. Como o sistema do transporte público era praticamente inexistente, o trabalhador ficava restrito a morar, por piores que fossem as condições, a um raio de distância que possibilitasse ir a pé ao trabalho. Londres, Manchester ou Lancashire, não comportavam o acúmulo de gente que

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para lá se deslocava em busca de trabalho. O abastecimento de água era precário, faltavam sistemas de esgoto e aquecimento.

Rochdale era uma cidade de tecelãos auto-educados, orgulhosos de suas tradições e

confiantes no seu valor, buscaram, através da educação, a ferramenta para romper sistema industrial de relação do trabalho. Assim, com maior capacidade de entender e questionar o mundo em sua volta, e influenciados por experiências já realizadas naquela época por teóricos do socialismo e grupos alternativos que tentaram se organizar em comunidades autogestionadas, tiveram a atitude de se mobilizar e constituir uma sociedade de consumo, baseada na ajuda mútua, em 21 de dezembro de 1844, fundaram a “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”, composta por 28 trabalhadores, onde cada um cooperado investiu uma libra que foi levantada durante um ano.

Em 1848, já possuía 140 membros. E, em 1849, com a falência do principal banco da

região, passou a ter 390 enquanto o capital da cooperativa subiu de 30 libras para 1.194 livras. No primeiro ano, o total de retiradas foi de 710 libras. Em 1860, com 3.450 sócios, o capital era de 152.000 libras.

Seus objetivos iniciais iam além da simples criação de uma empresa de consumo.

Almejavam abrir a loja, construir casas para seus sócios e fábricas para dar trabalhos aos desempregados. Conseguiram fazer tudo isso. Mas, seus terrenos e a construtora tiveram problemas porque os inquilinos não puderam arcar com as prestações e as empresas, que adotavam princípios de autogestão e de divisão de lucros, foram compradas por outros acionistas. O insucesso do projeto fez com que posteriormente os pioneiros se restringissem a incentivar as cooperativas de consumo.

Assim nasceu a primeira cooperativa de consumo da história. Idealizada para oferecer aos

seus associados artigos de primeira necessidade, a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale transformou-se na semente do movimento cooperativista.

Os tecelões aperfeiçoaram o sistema e desenvolveram um conjunto de princípios,

conhecidos mais tarde como “Princípios Básicos do Cooperativismo”. Tais princípios foram adotados posteriormente por cooperativas surgidas em diversos paises do mundo, definidos através dos seguintes pricípios básicos:

1. CONTROLE DEMOCRÁTICO, UM SÓCIO, UM VOTO.

2. ADESÃO ABERTA DE NOVOS MEMBROS NO MESMO PÉ DE IGUALDADE DOS ANTIGOS.

3. JUROS LIMITADOS OU FIXADOS SOBRE O CAPITAL SUBSCRITO.

4. DISTRIBUIÇAÕ DE PARTE DO EXCEDENTE PROPORCIONAL ÀS COMPRAS.

5. VENDAS À VISTA, SEM CREDIÁRIO.

6. VENDAS SÓ DE PRODUTOS PUROS, NÃO ADULTEEADOS.

7. NEUTRALIDADE POLÍTICA RELIGIOSA.

As primeiras cooperativas constituídas no Brasil foram de consumo:

� Ouro Preto/MG, em 1889 – Sociedade Econômica Cooperativa dos funcionários Públicos de Minas Gerais.

� Limeira/SP, em 1891 – Funcionários da Companhia Telefônica.

� Rio de Janeiro/RJ, em 1894 – Dos militares. Em seguida surgiram as de crédito, em 1902, em Nova Petrópolis/RS (Caixa Rural do tipo

Raiffeisen); e as de produção agropecuária, também no Rio Grande do Sul em 1906.

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Valores do Cooperativismo

As cooperativas se baseiam em valores de ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Na tradição dos seus fundadores. Os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.

PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO

Os princípios cooperativos são as linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática. Após os “Pioneiros de Rochdale” terem firmado as primeiras regras para o funcionamento de sua cooperativa, o modelo se espalhou por todo o mundo. Com a criação da Aliança Cooperativa Internacional – ACI, foram realizados várias discussões que resultaram no aperfeiçoamento dos fatores que definem o modelo universal de uma cooperativa, até que em 1995, em Londres, Inglaterra, foram revistos e estabelecidos os seguintes princípios, e que até hoje norteiam o a doutrina, legislação e a prático do cooperativismo, são eles:

8 Adesão voluntária e livre

As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas. Alguns pontos importantes a serem interpretados:

� O caráter voluntário corresponde ao ideal de os membros envolvidos estejam dispostos a participar por livre e espontânea vontade;

� A adesão acarreta responsabilidades ao cooperado, que deve conhecer a doutrina, filosofia, princípios cooperativistas, os objetivos da organização e, principalmente, o estatuto onde se encontra os direitos e deveres do cooperado;

� As cooperativas devem agir de maneira adequada perante a diversidade social onde está inserida.

9 Gestão democrática e livre As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática. 10 Participação Econômica Os membros contribuem eqüitativamente para a formação do capital das cooperativas, que é controlado democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, decorrente de sua participação. Os membros destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades, de acordo com a decisão democrática nas Assembléias Gerais:

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� Desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível.

� Beneficio aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa;

� Apoio a outras atividades aprovadas pelos membros. 11 Autonomia e independência

As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

12 Educação, formação e informação As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6 Intercooperação As cooperativas servem de forma mais eficaz os seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. Os empreendimentos conjuntos podem impulsionar os resultados a serem alcançados e fortalecer as bases de distribuição de benefícios que as cooperativas se propõem a realizar.

7 Interesse pela comunidade As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros. A responsabilidade social e ambiental está no centro política de funcionamento de uma cooperativa, desde os “Pioneiros de Rochdale”.

“O Cooperativismo é a esperança dos que sabem que há sempre um problema a resolver e uma revolução a evitar”.

Charles Gide

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A COOPERATIVA

Após estudar os princípios do cooperativismo fica mais fácil entender o que é uma

cooperativa definido pela Aliança Cooperativa Internacional. Tendo o seguinte conceito: “Uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para

satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de um empreendimento de propriedade coletiva e democraticamente gerido. ACI/Manchester/1995”.

A cooperativa é ao mesmo tempo, uma associação de pessoas (projeto social) e um empreendimento econômico (projeto econômico). Por isso se diz que ela tem dupla natureza sendo considerada uma das formas mais avançadas e modernas de organizações da sociedade.

Para a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB: Cooperativa é uma organização de, pelo menos, vinte pessoas físicas unidas pela cooperação e ajuda mútua, gerida de forma democrática e participativa, com objetivos econômicos e sociais comuns, cujos aspectos legais e doutrinários são distintos de outras sociedades. Fundamenta-se na economia solidária e se propõe a obter um desempenho econômico eficiente, através da qualidade e da confiabilidade dos serviços que presta aos próprios associados e aos usuários - X CBC/Brasília/1988.

A Constituição Brasileira, promulgada em 5 de Outubro de 1988, diz em seu Artigo 5 – item XVIII: “ A criação de associações e, na forma da Lei, a de cooperativas, independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento”. Principais Características que definem uma cooperativa:

� Sociedade de pessoas e não de capital: o objetivo é prestar serviços aos seus associados, e a cooperativa representa os interesses comuns de quem as integram e não o simples capital que eles investiram;

� Autogestão: a cooperativa é gerida democratiamente pelos seus associados;

� Dupla natureza: a cooperativa tem uma natureza social e economica. O cooperado é ao mesmo tempo dono da cooperativa e usuário dos serviços;

� Propriedade comum: significa que a cooperativa é de propriedade conjunta de todos os associados, seus bens e recursos financeiros e materiais, e que aceitam assumir de forma igualitária os benefícios e riscos do empreendimento.

A Lei Cooperativista no. 5. 764 de 16.12.71, assim define as cooperativas: Art. 4º “ É uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica própria, de natureza civil, não sujeita a falência, constituída para prestar serviços aos associados”. Art. 3º “Os associados são as pessoas que celebram contrato de sociedade cooperativa e reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum sem objetivo de lucro”.

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Outras Características das Sociedades Cooperativas contidas na Lei nº 5.764/71:

� Adesão Voluntária, com número limitado de associados...

� Variabilidade do Capital Social, representado por quotas-partes..

� Limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado (menos de 1/3 do capital total da cooperativa)...

� Inacessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranho à sociedade cooperativa;

� Singularidade do voto (cada associado um voto);

� Número mínimo de pessoas (Quorum) para funcionamento e deliberação da Assembléia Geral, fundado no número de sócios presentes à reunião;

� Retorno das Sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado com a cooperativa...

� Indivisibilidade dos fundos obrigatórios em caso de sobras (Fundo de Reserva e Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social - FATES).

� Neutralidade política e indiscriminação religiosa , racial e social.

� Prestação de assistência aos associados e, quando prevista nos estatutos, aos empregados da cooperativa.

� Área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação de serviços.

� Os direitos e deveres de todos os associados são os mesmos (nas decisões, nos compromissos e nos serviços prestados pela cooperativa).

� Aumentam os rendimentos dos associados.

� O associado participa da administração.

� Possibilita melhorias sociais e econômicas a associados e comunidade.

� Afasta ou disciplina a ação dos intermediários.

� Pode prestar Assistência Técnica, educacional e social aos associados e familiares.

� Defende o preço justo dos produtos e serviços no mercado. Características contidas no novo Código Civil, Título II, Subtítulo II, Capítulo VII:

� Viriabilidade, ou dispensa do capital social;

� Concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo;

� Limitação do valor da soma de quotas-parte que cada sócio poderá tomar;

� Intransferibilidade das quotas-partes a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança;

� Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.

O ato cooperativo É fundamental o entendimento do ato cooperativo e seus reflexos no tratamento que a cooperativa recebi da entidades oficiais de ficalização, controle e tributação.

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A Lei nº 5.764/71, em seu art. 79, define ato cooperativo: “Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais”. Parágrafo único: “O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem comtrato de compra e venda de produto ou mercadoria”. O resultado econômicos deses atos cooperativos resultam em sobras ou perdas. No caso da cooperativa realizar eperações economicas com terceiros ou transações que que não são necessárias para a realização dos atos cooperativos ou que não estão presvisto nos objetivos sociais, configuran-se como ato não cooperativo, que resultará em lucro ou prejuízo e tratado como se trata em quelquer empresa mercantil, inclusive com insidencia de diversos impostos que sobrecaem nos lucros, como o imposto de renda pessoa jurídica. Exemplo:

Ato cooperativo: Quando uma cooperativa de manejadores florestais da comunidade XYZ compra 100 litros de óleo de copaíba de seu associado.

Ato não cooperativo: A cooperativa de manejadores florestais da comunidade XYZ aluga seu próprio barco para o Serviço Florestal Brasileiro visitar uma outra comunidade fora da área de ação da cooperativa. Diferenças entre Sociedade Cooperativa e Sociedade Mercantil e Associação O que determina de forma clara as diferenças da cooperativas com outros tipos de sociedade é a legislação brasileira. Cada forma de organização possui sua legislação específica que na prática são extremanente distintas. O Ministério do Trabalho aponta 5 elementos que diferenciam as cooperativas das demais sociedades, são eles:

1) Formação do Quadro Social: Toda sociedade, por definição, deverá ser constituída por um número determinado de sócios participantes. As sociedades limitadas, por exemplo, devem ser constituidas por no mínimo 2 sócios. Já as cooperativas, quando singulares, devem ser constituídas por no mínimo, 20 pessoas físicas, podendo haver pessoas jurídicas, desde que suas atividades sejam correlatas às da cooperativa, a adesão é livre e voluntária e não existe número máximo de associados, desde que a cooperativa comporte a participação e a prestação de serviço a todos os sócios.

2) Capital Social: O capital social total da cooperativa aumenta ou diminue na proporção do número de associados, sendo desnecessário a alteração do Estatuto Social.

3) Representatividade: As tomadas de decisão nas cooperativas são tomadas de forma democrática durantes as Assembléias Gerais, onde se reunem todos os cooperados com direito a um voto cada, independente do capital investido. Já nas sociedades mercantis, a decisão cabe a quem possuir o maior parte do capital investido.

4) Sobras Líquidas Resultantes das Operações Comerciais com Cooperados: A sobra líquida é a diferença entre os ingressos (que corresponde as receitas em uma sociedade mercantil) e os dispêndios (que corresponde às despesas em uma sociedade mercantil). Como a cooperativas não possue objetivo de lucro, e sim prestar serviços econômicos aos associados, essa sobra retorna para o cooperado de forma proporcional ao que ele contribuiu.

5) Objetivo Social: A cooperativa possui como missão maior a prestação direta de serviços aos associados e, para tanto, poderá desempenhar qualquer gênero de serviço, operação ou atividade que viabilize, da melhor forma possível, a atuação profissional de seus associados.

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A seguir segue um quadro resumo que demonstra as principais diferenças entre cooperativas, associação e sociedade mercantil:

Sociedade Cooperativa Associação Sociedade Mercantil

� É uma sociedade de pessoas ♦ É uma sociedade de pessoas ◊ É uma sociedade de capital

� Objetivo principal é a prestação de serviços econômicos ou financeiros

♦ Objetivo principal é realizar atividades assistenciais, culturais, esportivas etc.

◊ Objetivo principal é o lucro

� Número ilimitado de cooperados

♦ Número ilimitado de associados

◊ Número ilimitado de acionistas

� Controle democrático = uma pessoa tem apenas um voto

♦ Cada pessoa tem um voto ◊ Cada ação representa um voto

� Assembléias: quorum é baseado no número de cooperados

♦ Assembléias: quorum é baseado no número de associados

◊ Assembléias: quorum é baseado no capital

� Não é permitida a transferência das quotas-partes a terceiros, estranhos à sociedade

♦ Não tem quotas-partes ◊ Transferência das ações a terceiros

� Retorno dos excedentes proporcional ao valor das operações.

♦ Não gera excedentes ◊ Lucro proporcional ao número de ações.

Segmentos do Cooperativismo Brasileiro A Lei nº 5.764/71, em seu art. 5º, diz que as cooperativas poderão adotar como objeto qualquer gênero de serviço, operação ou atividade, sendo que em todos os casos, as atividades respeitem as legislações do setor. A Organização das Cooperativas Brasileiras reconhece a criou de 13 ramos de cooperativas, pelas peculiaridades e destaque perante o setor que atuam, são eles: Agropecuário - Este segmento tem como principal objetivo principal comercializar os produtos agrícolas de seus cooperados e fornecer insumos para a atividade agropecuária, cujos meios de produção pertençam ao associado, ou seja, o associado produz na sua propriedade ou fornece o produto a ser comercializado, de forma individual e a cooperativas disponibiliza os serviços necessários para que produtor seja melhor remunerado. Este ramo, também, busca diminuir o custo de produção e melhorar a produtividade de seus associados usando estruturas mistas que incluem serviços de consumo, crédito e assistência técnica. Produção - Este segmento se caracteriza pela transformação que o cooperado impõe à matéria-prima, sendo que os meios de produção (Ex: área de produção, utensílio, máquinas e equipamentos) são de propriedade coletiva, e que, depois de ser beneficiada, o grupo de cooperados coloca o produto à disposição da administração da cooperativa, para que seja ofertado os serviços de transporte, armazenagem e comercialização.

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Trabalho - Este tipo de segmento de cooperativismo é o que mais cresce hoje no Brasil e vem assumindo uma importância muito grande, devido ao crescente número de cooperativas constituídas de trabalhadores de diversos ofícios e profissões. A característica principal deste segmento é a união de profissionais do mesmo ramo ou que em seu conjunto prestam serviços profissionais, e oferecem ao mercado. Crédito - O cooperativismo de crédito se desenvolve na base de uma contribuição de um valor mensal fixado em assembléia, com a finalidade de se formarem um fundo comum, para que no futuro cada um deles possa ter acesso via empréstimos a este fundo, com reduzida parcela de juros. Este segmento muitas vezes é responsável pela expansão de diversas atividades empresariais de seus associados e em alguns países este segmento comanda um significativo movimento financeiro, chegando a emprestar dinheiro para outras atividades empresariais fora do segmento cooperativo. Consumo - A primeira cooperativa de consumo foi concebida pelos Pioneiros de Rochdale. A finalidade deste tipo de cooperativa é a prestação de serviços ao seu quadro social através da compra em comum, para eliminar atravessadores e conseguir desconto através da compras em grande quantidade, e até mesmo, reduzir custo de transporte e armazenagem, com objetivo de fornecer melhores preços. Habitacional - Este tipo de segmento é destinado a construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para o conjunto de seus cooperados a um preço justo. Mineração – O ramo mineração se caracteriza pela extração, manufatura e comercialização de minérios e exploração de jazidas que pertença a cooperativa. Educação – Composto por cooperativas de professores, por cooperativas de alunos de escola agrícola, por pais de alunos para solucionar problemas de qualidade e custo na educação formal. Especial - Este segmento do cooperativismo identifica as cooperativas, cujo quadro social é formada por pessoas portadoras de deficiência, por menores ou de pessoas ou de grupos de pessoas que necessitem de tutela. Saúde - Este novo tipo de segmento do cooperativismo é integrado por todos os profissionais da área de saúde tais como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, etc. Infra-Estrutura: abrange as cooperativas que ofertam serviços de infra-estrutura ao seu quadro social. As mais expressivas são as de eletrificação rural e telefonia rural. Turismo e lazer: composto por cooperativas que prestam serviços turísticos, artísticos, de entretenimento, de esportes e de hotelaria, onde os cooperados trabalham nas estruturas de propriedade coletiva e fornece os serviços à terceiros. Transporte: pertence as cooperativas que atuam no transporte de cargas e passageiros. O cooperado possui seu transporte e a cooperativa fornece serviços de comercialização para oferta dos serviços ao mercado, manutenção dos veículos, fornecimento de combustível (consumo) a até mesmo dos próprios veículos. Cooperativas no Manejo Florestal Comunitário

Após estudar todos os ramos acima, é importante pararmos para refletir como as atividades que envolvem o Manejo Florestal Comunitário podem influenciar na definição da missão, objetivos e funcionamento da cooperativa.

A atividade florestal executada de forma coletiva por comunidades (conjunto de

manejadores florestais) pode ser resumida em duas formas de trabalho que podem se adequa aos seguintes ramos:

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O produtor trabalha de forma individual, utiliza seus próprios meios deprodução e utiliza os serviços de transporte, armazenamento ecomercialização da cooperativa.

Cooperativa Agropecuária, onde se utiliza o nome Agroextrativista.

O produtor executa a atividade de forma coletiva, ocupa um posto de trabalho no processo de produção, os meios de produção são de propriedade coletiva e elege uma diretoria que irá comercializar a produção e ofertar outros serviços necessários para o desenvolvimeto da atividade e demais necessidades do quadro social.

Cooperativa de Produção (definição da OCB) ou Cooperativa autogestionadan (definição da Economia Solidária).

O SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO

Para que o sistema cooperativista mantenha uma referencia para sua evolução,

aprimoramento e promoção, foi organizado o seguinte sistema de representação:

� Nos cinco continentes: ACI – Aliança Cooperativa Internacional;

� No âmbito do continente americano: OCA – Organização das Cooperativas das Américas;

No âmbito Brasileiro: - OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, conforme a Lei 5764/71.

Constituída no dia 02 de Dezembro de 1969, durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo, sediado em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Está sediada em Brasília-DF, e congrega todas as unidades da federação através das

organizações das cooperativas estaduais e uma de suas competências é atuar como órgão técnico-consultivo do cooperativismo.

O cooperativismo brasileiro vive atualmente uma divisão ideológica entre duas vertentes. A

partir da década de 1990, começa a se configurar uma nova vertente – a da Economia Solidária - que traz a reivindicação da urgente democratização das relações de trabalho. Com esse postulado, contrapõe-se ao sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), fundado em 1970, que defende uma concepção de cooperativismo focada na eficiência econômica. O embate encontra também sua tradução no plano associativo no qual o monopólio de representação da OCB é contestado de facto pelo surgimento de entidades de representação de cooperativas solidárias como a União e Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Social do Brasil (UNISOL/Brasil), da Economia Solidária, e a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária - UNICAFES, constituída no Primeiro Congresso da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária, realizado nos dias 20, 21 e 22 de junho de 2005, na cidade de Luziânia - Goiás com o objetivo de representar nacionalmente e desenvolver ações de apoio, às cooperativas e organizações a ela associadas. Sistema Brasileiro de Organização das Cooperativas:

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� Pela Lei 5.764/71, vinte ou mais pessoas podem constituir uma cooperativa singular, em qualquer ramo da atividade humana, sendo considerada uma cooperativa de primeiro grau.

� Três ou mais cooperativas singulares podem formar uma central ou uma federação de cooperativas, considerada de segundo grau.

� Três ou mais centrais ou federações podem constituir uma confederação, considerada de terceiro grau.

AUTOGESTÃO

A Constituição Brasileira, promulgada em 5 de Outubro de 1988, definiu uma importante conquista do movimento cooperativista – a autogestão. Até essa data a constituição de cooperativas era vinculada à autorização governamental (INCRA). Atualmente, o Estado não pode mais interferir no sistema cooperativista, exceto para prestar apoio técnico e/ou financeiro.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DE COOPERATIVAS

A Cooperativa como Sistema Social

A Cooperativa é um sistema de organização inserido na sociedade, que com ela interage e estabelece relações de trocas sociais, políticas, legais, tecnológicas, econômicas, etc, influenciando e sofrendo influências.

O sistema de organização interno da cooperativa subdivide-se em três outros subsistemas:

� Associados...

� Dirigentes...

� colaboradores (empregados)...

A Lei 5.764/71 determina, para a constituição e funcionamento de uma cooperativa, a existência dos seguintes órgãos sociais:

� Assembléia Geral dos Associados;

� Conselho Fiscal;

� Conselho de Administração/Diretoria Executiva/Demais Conselhos a necessários à administração.

O Estatuto Social da Cooperativa, por sua vez, deve dispor sobre a estrutura e o

funcionamento dos órgãos de Administração e eventuais conselhos de apoio, núcleos de associados etc. Finalmente, o Conselho de Administração e/ou Diretoria, devem definir os setores e departamentos técnico-administrativos da cooperativa.

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A estrutura de uma Cooperativa pode ser visualizada através de seu organograma.

Estrutura da Cooperativa

Conselho

Fiscal

Departaamentos

ou setores

Departamentos

ou Setores

Conselho de

Administração

........................

Diretoria

Assembléia

Geral

Assembléia Geral

É o órgão supremo da Cooperativa, a instância maior de decisão. É a reunião de todos os associados, com poderes para decidir os negócios relativos ao objetivo da sociedade e tomar as resoluções convenientes ao funcionamento, ao desenvolvimento e a defesa da sociedade.

É comumente convocada e presidida pelo Diretor Presidente da Cooperativa, podendo ainda ser convocada:

a) por deliberação do Conselho de Administração; b) pelo Conselho Fiscal c) por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo dos seus direitos sociais, após solicitação

não atendida.

A AG é convocada com antecedência mínima de 10 (dez) dias, para a primeira convocação e de 1 (uma) hora após esta para a segunda e terceira convocações, através de “Edital de Convocação”.

Dos Editais de Convocação Devem Constar:

a) a denominação da cooperativa; b) o tipo de Assembléia (ordinária ou extraordinária); c) a hora e a data da reunião, bem como o local onde será realizada; d) os assuntos a serem tratados (ordem do dia); e) o número de associados com direito a voto, na data da convocação; f) data do edital e assinatura do responsável pela convocação.

Para que a Assembléia Geral seja instalada em 1a (primeira) convocação, é necessário que

haja “quorum”, ou seja, é necessária a presença de, pelo menos 2/3 dos associados. Caso a Assembléia não seja realizada em primeira convocação, pode ser realizada em 2a e 3ª convocação, no mesmo dia da primeira, com intervalo de no mínimo 1 (uma) hora, desde que conste no edital de convocação.

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Para ser instalada em 2a (segunda) convocação é necessária a presença de metade mais um (50%+ 1) dos associados e, em 3a (terceira) convocação, com no mínimo, 10 (dez) associados. Tipos de Assembléias:

� ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - (AGO) Deve ser realizada anualmente nos três primeiros meses após o termino do exercício social (fechamento das contas). Tendo como principais objetivos a prestação de contas da diretoria, destinação das sobras apuradas, eleição dos orgãos da adiministração e Conselho Fiscal.

� ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - (AGE) Realizada sempre que necessário, poderá delibelar sobre qualquer assunto de interesse da cooperativa, desde que informados no Edital de Convocação. Os assuntos tratados exclusivamente pela AGE são: reforma do estatuto; fusão, incorporação ou desmenbramento; mudança de objetivo da sociedade; dissolução da cooperativa.

Conselho Fiscal

Órgão fiscalizador supremo da cooperativa, independente e subordinado

unicamente à Assembléia Geral, cujas atribuições são definidas no Estatuto Social como determina a Lei 5.764/71.

É composto por 6 (seis) associados, sendo três efetivos e três suplentes, eleitos anualmente, onde, apenas dois podem ser reeleitos. Sua fiscalização é realizada examinando os livros e documentos, reunindo-se com dirigentes, com os colaboradores e com os associados.

O conselho fiscal é um órgão que tem como principal objetivo fiscalizar os atos da administração, opinar sobre determinadas questões e dar informações aos associados. Este grupo de cooperados deve deliberar sobre uma agenda de trabalho relacionada com o exercício das atividades financeiras, com no mínimo uma reunião ordinária mensal.

É fundamental que o conselho fiscal possua um regimento interno que dê liberdade de exercer suas legítimas funções estatutárias.

O Que É e o Que Faz um Conselho Fiscal ? De acordo com o PORTAL DO COOPERATIVISMO (2010), é de competência do conselho

fiscal realizar Revisões periódicas no caixa; alertar quanto a resoluções, medidas ou acordos feitos pelo

Conselho de administração que contrariem aspectos legais ou firam a doutrina cooperativista; fazer cumprir as exigências legais; planejar o trabalho do próprio Conselho Fiscal; apurar irregularidades formais; avaliar a eficiência dos serviços prestados pela cooperativa.

Para que suas responsabilidades sejam cumprindas o conselho fiscal deve saber elaborar o

seu próprio plano de trabalho, as atas de todas as suas reuniões, relatórios parciais e anuais de atividades realizadas e pareceres para a apresentação em assembléia geral e recomendações práticas para melhorar o desempenho da cooperativa e deixá-la mais eficiente.

Os instrumentos mais utilizados pelo coselho fiscal para a execução de seus trabalhos de

fiscalização são os registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade, legitimidade e ética dos atos da administração. (PORTAL DO COOPERATIVISMO, 2010).

São funções básicas do Conselho Fiscal:

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� Verificar se existem reclamações dos associados nos diversos assuntos da cooperativa;

� Examinar livros e documentos;

� Examinar balanços e balancetes;

� Convocar gerente e o contador para esclarecimentos;

� Convocar o Conselho de Administração (ou Diretoria), quando necessário;

� Examinar e dar parecer sobre a prestação de contas da Administração;

� Verificar o cumprimento da legislação cooperativista, trabalhista e fiscal;

� Participar ativa e efetivamente dos trabalhos da cooperativa. Conselho de Administração/Diretoria Executiva

Órgão superior na administração da cooperativa, eleito em AG, para um mandato nunca superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de no mínimo, 1/3 (um terço) dos seus componentes ao final de cada mandato.

É de sua competência:

� Planejar e traçar normas para as operações e serviços da cooperativa;

� Controlar os resultados;

� Decidir sobre qualquer assunto de interesse da cooperativa;

� Acatar determinações da Assembléia Geral;

� Dar continuidade às decisões tomadas na AG;

� Prestar contas e informar sobre as propostas e as limitações existentes;

� Zelar pelo equilíbrio da cooperativa;

� Contratar administradores fora do quadro social Comitês, Conselhos ou Grupos de Trabalho Especiais

Com o principal objetivo de estimular a participação ativa dos cooperados na vida da cooperativa, a sociedade poderá constituir grupos de cooperados organizados por atividade, tema ou área geográfica, para assessorar a assembléia, diretoria e conselho fiscal. Esses grupos de cooperados possuem a capacidade de promover uma comunicação mais eficiente entre as decisões tomadas nas reuniões dos orgãos diretivos e quadro social.

A organização do quedro social é fundamental para que a cooperativa atenda as

necesidades dos associados de forma ágil e adequada, pois, através da reunião de cooperados em grupos, discutem-se expectativas, bem como a forma prática de atingi-las.

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GERENTES E COLABORADORES

A operacionalização das atividades de uma cooperativa deve ser executada por um quadro

de Gerentes contratados e Colaboradores (empregados). A este quadro técnico-profissional cabe a tarefa de gerenciar, coordenar e executar as tarefas e atividades que possibilitem a realização das políticas e das decisões da AG, do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva.

É necessário ressaltar que, além de conhecer o contexto ambiental no qual a cooperativa

atua, os dirigentes devem estar conscientes de que precisam conhecer a si próprios para poder enfrentar com sucesso os desafios que têm pela frente.

ESTRUTURA DE PODER NAS COOPERATIVAS

A) Nível Estratégico Funções

- Define objetivos e metas

- Estabelece políticas

- Escolhe estratégicas

- Destina recursos

- Exerce controles

- Planejar

- Organizar

- Controlar

B) Nível Tático Funções - Estabelece as Táticas

- Delega Autoridade

- Distribui Tarefas

- Orienta e controla a execução das tarefas

- Coordenar

- Dirigir

- Supervisionar

C) Nível Operacional Funções

- Executa as Tarefas - Executar

Assim, temos: a) Nível Estratégico:

� Assembléia Geral

� Conselho de Administração/Diretoria Executiva

� Conselho Fiscal

� Comitê Educativo

b) Nível Tático

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� Gerente(s) e Assessorias

c) Nível Operacional

� Todos os demais colaboradores/empregados, de todos setores da cooperativa.

A sociedade cooperativa existe para servir de instrumento para a solução de problemas de natureza econômica comuns às pessoas que constituem e a integram...

A cooperativa, enquanto associação, é regida por princípios democráticos em que a participação do associado como usuário é privilegiada frente a sua condição de detentor do capital, pela regra do voto singular e unipessoal.

Enquanto empreendimento, a cooperativa é um conjunto de recursos – capital, tecnologia e conhecimento – aplicados à consecução dos objetivos da associação, perseguindo a máxima eficiência no manejo destes recursos.

Portanto, a administração de uma cooperativa tem suas peculiaridades. Além de seguir todos os ditames da ciência da administração, como em qualquer outra empresa, ela precisa, no mínimo:

� Criar transparência entre a cooperativa e o quadro social, pois é condição necessária para que haja plena confiança, ajuda mútua e participação;

� Servir da melhor forma possível ao seu lado social, que são os donos e usuários;

� Viabilizar a maior participação possível dos associados nos negócios da cooperativa, pois disso depende sua eficiência e eficácia empresarial.

RELAÇÃO DA COOPERATIVA COM OS ASSOCIADOS

Os empreendimentos cooperativos possuem algumas peculiaridades que os diferenciam das empresas de capital aberto, mas, em geral, estão sujeitos a uma permanente avaliação por parte de seus públicos relevantes (internos e externos) por padrões que não respeitam essa diferenciação.

Em primeiro lugar, as cooperativas são sociedades de pessoas e não sociedade de capitais. O capital é meio e não finalidade.

Avaliar uma cooperativa somente através da rentabilidade e produtividade de capital não é o suficiente para definir a sua eficiência econômica.

Em segundo lugar, as cooperativas são empreendimentos onde o dono não deve ter um comportamento capitalista puro, visando tão somente a remuneração de seu investimento.

Portanto, as estratégias de investimento e crescimento da cooperativa não se norteiam somente pelo determinismo de mercado. Há também que se nortear pela necessidade de sobrevivência e crescimento dos associados enquanto unidades produtivas e, a remuneração de seu trabalho.

Poucos se dão conta de que a eficiência da cooperativa está dire-tamente ligada ao sucesso individual dos associados.

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Doutrinariamente as cooperativas brasileiras têm, em sua essência, seguido os preceitos sos pioneiros de Rochdale cujas idéias estão presentes na atual legislação.

PARTICIPAÇÃO, DEVERES E DIREITOS DOS ASSOCIADOS

A participação é um dos pilares de sustentação de qualquer cooperativa, o objetivo dos dirigentes mais conscientes, pois se torna o meio para se constituir e manter uma cooperativa.

O envolvimento do associado deve ir além da utilização dos serviços oferecidos e de sua freqüência em reuniões e Assembléias Gerais.

Para que haja participação, é necessário que o associado sinta que ele faz parte, toma parte e tenha parte na cooperativa, ou seja:

� fazer parte: sentimento que as pessoas têm de pertencer a um grupo, a uma cooperativa.

� tomar parte: ação de construir algo, decidir caminhos, estar presente nas reuniões e assembléias, nos momentos importantes da vida da cooperativa.

� ter parte: sentimento de realização pessoal decorrente do aproveitamento de contribuição individual em benefício da cooperativa. Nem sempre significa vantagem material, mas preenche a necessidade de reconhecimento.

O envolvimento grupal, então, garante um compromisso com os resultados, significação para o empreendimento e o cumprimento mais fiel das decisões.

O equilíbrio entre distribuição e acumulação de sobras, entre estrutura

voltada pra o mercado ou para o quadro social e entre decisões gerenciais e profissionais ou democráticas e, em suma, o conceito de

eficiência básico que deve nortear uma cooperativa.

PLANO RÁPIDO

José Alberto Gueiroz

Jornal do Brasil – 01/05/85 Esta é uma pequena estória que explica muitas coisas grandes. São 4 (quatro) os personagens da estorieta: TODO MUNDO,ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. O conto é brevíssimo: “Havia um importante serviço a ser feito e todo mundo, estava certo de que alguém o faria. Qualquer um poderia te-lo feito mas, ninguém pensou nesta hipótese. Alguém reclamou porque o serviço era de todo mundo, mas todo mundo estava certo de que qualquer um o faria. Só que ninguém podia imaginar que todo mundo iria tirar o corpo fora. Por fim, todo mundo terminou culpando alguém porque ninguém fez o que qualquer um poderia ter feito”. Observação: Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

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Deveres dos Associados

� Participar das assembléias gerais, colaborando no planejamento, funcionamento, avaliação e fiscalização das atividades de sua cooperativa.

� Debater idéias e decidir pelo voto os objetivos e matas de interesse, acatando a decisão da maioria.

� Denunciar, sempre, os procedimentos indevidos, zelando pelo patrimônio moral e material da cooperativa.

� Pagar sua parte, caso ocorram prejuízos financeiros (perdas) na cooperativa.

� Operar com a sua cooperativa, respeitando as decisões votadas nas Assembléias Gerais que representam a vontade da maioria.

� Pagar o compromisso da quota de capital fixada pra constituir ou ingressar na cooperativa.

� Zelar pelo interesse comum e autonomia da sociedade.

� Estimular a integração da cooperativa com o movimento cooperativista.

� Buscar capacitação profissional para o desempenho de suas atividades.

Direitos dos Associados

� Freqüentar as Assembléias Gerais, decidindo pelo voto os assuntos de interesse da sociedade.

� Votar e ser votado para cargos administrativos,fiscais ou outras funções.

� Participar das atividades econômicas, sociais e educativas da cooperativa.

� Receber retorno proporcional as operações realizadas com a cooperativa, caso venham ocorrer sobras, salvo deliberação contraria das Assembléias Gerais.

� Examinar os livros e documentos da cooperativa e solicitar esclarecimentos aos dirigentes, conselheiros e colaboradores (empregados).

� Opinar e defender suas idéias, propondo a Assembléia Geral. Ao Conselho de Administração ou Diretoria Executiva, medidas de interesse da cooperativa.

� Convocar AG, caso se faca necessário, conforme estabelecido no estatuto.

� Obter, antes da realização das AG, informações, balanços financeiros, demonstrativos e relatórios.

� Desligar-se da cooperativa quando lhe convier, retirando seu capital, de acordo com o estabelecido no estatuto.

Generalidades dos Conselhos de Administração e Fiscal Perfil ideal dos Conselheiros

� Disponibilidade de tempo: A importância deste valor varia conforme o cargo a assumir. Aos cargos de conselheiros de administração (vogais) ou conselheiros fiscais suplentes, praticamente não existe esta preocupação em função de sua necessidade apenas nos dias de reunião. Já para os cargos da diretoria executiva e conselheiros fiscais efetivos essa disponibilidade deve ser maior em função das atividades e obrigações exigidas pelos cargos.

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� Noções Básicas sobre o funcionamento de uma cooperativa e sobre cooperativismo. Os conselheiros devem conhecer os aspectos que distinguem uma cooperativa de outros tipos de empresa. Devem ter consciência e acreditar na validade teórica e prática do cooperativismo e da cooperação. O fato de um associado desconhecer estes aspectos é, sem dúvida, um problema, mas, aos conselheiros de administração e fiscal, isso é inconcebível.

� Noções, se possível, experiências na área de administração, economia e contabilidade. É importante que os conselheiros de administração e fiscal possam se familiarizar rapidamente com os procedimentos simples da administração e fiscalização. Saibam os objetivos de um planejamento, de um balancete, de um relatório de gestão.

� Experiência em Cooperativas. Esta condição está relacionada, principalmente, à capacidade de liderança dos conselheiros; a habilidade de se mover nas questões políticas da sociedade; de prever as implicações políticas de medidas administrativas junto aos associados; de administrar, com eficiência, os problemas surgidos, em benefício dos associados e da cooperativa.

Requisitos às Ações dos Conselheiros

A missão dos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal envolve várias atitudes desde a ponderação, o equilíbrio, a minuciosidade e prudência, até o sacrifício.

� Ponderação e Equilíbrio: Quando dos tratamentos dos problemas surgidos na cooperativa, dos mais simples aos mais complexos, quer quando do entendimento entre os próprios conselheiros e conselhos, quer no relacionamento com associados, gerentes, contador e demais colaboradores.

� Descrição: Evitando que os fatos administrados e/ou fiscalizados gerem falsos alarmes.

� Minuciosidade: Que levará o exame de todos os pormenores que possam interessar ao esclarecimento dos fatos, junto aos associados e Assembléia Geral.

� Prudência: Evitando que se formulem acusações infundadas, sem a devida comprovação.

� Sacrifício: Porque o associado, desde que aceitou o cargo tem que dispor de tempo capacidade de dedicação que implica, muitas vezes, em renúncia às suas próprias atividades, procurando cumprir o seu mandato de maneira correta e responsável.

RELAÇÃO ENTRE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E O CONSELHO FISCAL: 1. Autoridade: A autoridade de ambos emana da Assembléia Geral e ambos são responsáveis

perante ela. 2. Mandato: O mandato do Conselho da Administração é de 3 (três) anos, enquanto o

mandato do Conselho Fiscal é de somente 1 (um) ano. 3. Reeleição: No Conselho Fiscal não é permitido a reeleição de mais de 1/3 (um terço) dos

seus componentes, enquanto que no Conselho de Administração podem permanecer até, no máximo, 2/3 (dois terços) dos componentes.

4. Supervisão Mútua: a) O Conselho de administração deverá cuidar para que se cumpram os estatutos e as

decisões emanadas da Assembléia Geral e, nesse particular, cuidará para que o Conselho Fiscal realize o que lhe corresponde;

b) O Conselho Fiscal é o único órgão controlador das ações do Conselho de Administração/Diretoria Executiva, fiscalizando-o para que realize suas funções e atribuições.

c) No caso de surgirem divergências entre um e outro, deverá ser convocada Assembléia Geral para esclarecer as divergências.

5. Coordenação das funções:

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a) Deve-se empenhar esforços para que as ações de ambos os órgãos se desenvolvam de forma coordenada;

b) O Conselho Fiscal deve informar, mensalmente, ao Conselho de Administração de suas constatações, advertindo-o no que se fizer necessário e dando-lhe tempo para que corrija as falhas encontradas.

Condição dos Candidatos para a Elegibilidade:

De acordo com a Lei Cooperativista em seus artigos 51 e 56 e seus parágrafos, não podem ser eleitos como conselheiros de administração ou fiscal:

� O associado que já faça parte do conselho de administração não pode ser eleito para o conselho fiscal e vice-versa.

� Aqueles que possuem grau de parentesco até o 2º grau em linha reta ou colateral.

Entende-se por parentesco até o 2º grau em linha reta ou colateral (consangüíneos ou afins): Parentes do 1º grau: pais e filhos (naturais ou adotivos), padrastos (ou madrastas) e enteados; sogros e genros (ou noras); esposas e esposos (ligados por casamento civil, religioso ou “de fato”). Parente do 2º grau: irmãos (naturais ou adotivos); avós e netos e cunhados.

� As pessoas impedidas por lei, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente o acesso a cargos públicos e, ainda, quem responda por crime falimentar, de prevaricação, concussão, suborno, peculato ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade.

Entende-se por estas situações: Prevaricação: falta de cumprimento do dever, a que está obrigado em razão de ofício, cargo ou função de interesses público, por improbidade ou má-fé. Peita ou suborno: acordo ou ajuste, de caráter ilícito, em virtude do qual, mediante paga ou promessa de pagamento, uma pessoa induz a outra a praticar ato oposto à justiça ou à moral em violação aos deveres que lhe são impostos. Concussão: extorsão ou exigência abusiva do funcionário público ou autoridade pública, que, encarregada de arrecadar dinheiro público, oriundo de impostos, direta ou indiretamente, mediante imposição, coação ou ameaça, exorbita de seus deveres, em seu proveito ou de outrem, fazendo com que os contribuintes paguem mais do que realmente devem pagar. Peculato: apropriação, subtração, consumo, ou desvio de valores ou bens móveis pertencentes à Fazenda Pública ou que se encontrem em poder do estado, por funcionário público, que os tenha sob sua a guarda ou responsabilidade, em razão do cargo, da função ou do ofício seja em proveito próprio ou alheio. Falimentar: Culpado por praticar falência. Crime contra a economia popular: atos ilícitos praticados por pessoas inescrupulosas e que de certo modo causam prejuízo ao patrimônio popular, isto é, diminuição de bens de pessoas pertencentes ao povo. Crime contra a fé pública: falsificação de modo geral. Crime contra a propriedade. Furtos de modo geral.

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OBSERVAÇÃO: Quem tiver esse tipo de procedimento numa cooperativa, deve ser afastado de imediato, pois inviabiliza qualquer cooperativa. Na cooperativa só deve entrar e nela permanecer a pessoa que se comprometer a dela participar efetivamente.

DEZ PROCEDIMENTOS PARA INVIABILIZAR A COOPERATIVA

1. Não freqüente a sede da cooperativa, e quando for lá, procure algo para reclamar.

2. Ao participar de qualquer atividade, encontre apenas falhas no trabalho de quem está lutando para acertar.

3. Nunca aceite uma incumbência, pois é muito mais fácil criticar do que fazer.

4. Quando a Diretoria solicitar sua opinião, diga que não tem nada para falar, e depois fale tudo o que lhe vem na cabeça para outras pessoas.

5. Faça apenas o absolutamente necessário e quando outros fizerem algo a mais, diga que a cooperativa é dominada por um grupinho.

6. Não leia as comunicações da cooperativa, alegando que elas não trazem nada de interessante ou diga que não as recebeu.

7. Caso seja convidado para algum cargo eletivo, diga que não tem tempo e depois afirme que têm pessoas que não querem largar o poder.

8. Quando houver qualquer divergência na Diretoria, opte logo por uma facção e crie toda ordem de fofocas.

9. Sugira, insista e cobre a realização de eventos pela cooperativa, mas não participe deles. Depois diga que tinha pouca gente.

10. Não preencha qualquer questionário da cooperativa, quando ela solicitar sugestões. Caso a Diretoria não adivinhar as suas expectativas, chame-a de ignorante.

Quando a cooperativa fracassar “com essa cooperação fantástica”, estufe o peito e conclua com o orgulho de quem sempre tem razão: “Eu não disse?”

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Capítulo 2 | Aspectos Legais Referentes ao Conselho Fiscal

2.1 Legislação Referente ao Conselho Fiscal de Cooperativas: LEI No 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971 - Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. ...

CAPÍTULO IV Da Constituição das Sociedades Cooperativas

... Art. 14. A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da Assembléia Geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento público. ... IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e outros. ...

SEÇÃO II

Do Estatuto Social

Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao disposto no artigo 4o, deverá indicar: ... V - o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, com definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, a representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais;

CAPÍTULO V Dos Livros

Art. 22. A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes livros: ... IV - de Atas do Conselho Fiscal; ...

CAPÍTULO IX Dos Órgãos Sociais

SEÇÃO I

Das Assembléias Gerais ... § 2° A convocação será feita pelo Presidente, ou por qualquer dos órgãos de administração, pelo Conselho Fiscal, ou após solicitação não atendida, por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gôzo dos seus direitos. ... Art. 39. É da competência das Assembléias Gerais, ordinárias ou extraordinárias, a destituição dos membros dos órgãos de administração ou fiscalização. Parágrafo único. Ocorrendo destituição que possa afetar a regularidade da administração ou fiscalização da entidade, poderá a Assembléia designar administradores e conselheiros provisórios, até a posse dos novos, cuja eleição se efetuará no prazo máximo de 30 (trinta) dias.

SEÇÃO II

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Das Assembléias Gerais Ordinárias

Art. 44. A Assembléia Geral Ordinária, que se realizará anualmente nos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos que deverão constar da ordem do dia: I - prestação de contas dos órgãos de administração acompanhada de parecer do Conselho Fiscal, compreendendo: a) relatório da gestão; b) balanço; c) demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade e o parecer do Conselho Fiscal. ... III - eleição dos componentes dos órgãos de administração, do Conselho Fiscal e de outros, quando for o caso; IV - quando previsto, a fixação do valor dos honorários, gratificações e cédula de presença dos membros do Conselho de Administração ou da Diretoria e do Conselho Fiscal; ... § 1° Os membros dos órgãos de administração e fiscalização não poderão participar da votação das matérias referidas nos itens I e IV deste artigo. …

SEÇÃO IV Dos Órgãos de Administração

... Art. 53. Os componentes da Administração e do Conselho fiscal, bem como os liquidantes, equiparam-se aos administradores das sociedades anônimas para efeito de responsabilidade criminal. ...

SEÇÃO V Do Conselho Fiscal

Art. 56. A administração da sociedade será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um Conselho Fiscal, constituído de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela Assembléia Geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes. § 1° Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis enumerados no artigo 51*, os parentes dos diretores até o 2° (segundo) grau, em linha reta ou colateral, bem como os parentes entre si até esse grau. § 2° O associado não pode exercer cumulativamente cargos nos órgãos de administração e de fiscalização.

CAPÍTULO XI

Da Dissolução e Liquidação ... Art. 65. Quando a dissolução for deliberada pela Assembléia Geral, esta nomeará um liquidante ou mais, e um Conselho Fiscal de 3 (três) membros para proceder à sua liquidação. ... § 2° A Assembléia Geral, nos limites de suas atribuições, poderá, em qualquer época, destituir os liquidantes e os membros do Conselho Fiscal, designando os seus substitutos. ...

CAPÍTULO XIII Da Fiscalização e Controle

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Art. 92. A fiscalização e o controle das sociedades cooperativas, nos termos desta lei e dispositivos legais específicos, serão exercidos, de acordo com o objeto de funcionamento, da seguinte forma: I - as de crédito e as seções de crédito das agrícolas mistas pelo Banco Central do Brasil; II - as de habitação pelo Banco Nacional de Habitação; III - as demais pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. ... § 2° As sociedades cooperativas permitirão quaisquer verificações determinadas pelos respectivos órgãos de controle, prestando os esclarecimentos que lhes forem solicitados, além de serem obrigadas a remeter-lhes anualmente a relação dos associados admitidos, demitidos, eliminados e excluídos no período, cópias de atas, de balanços e dos relatórios do exercício social e parecer do Conselho Fiscal. Art. 93. O Poder Público, por intermédio da administração central dos órgãos executivos federais competentes, por iniciativa própria ou solicitação da Assembléia Geral ou do Conselho Fiscal, intervirá nas cooperativas quando ocorrer um dos seguintes casos: I - violação contumaz das disposições legais; II - ameaça de insolvência em virtude de má administração da sociedade; III - paralisação das atividades sociais por mais de 120 (cento e vinte) dias consecutivos; IV - inobservância do artigo 56, § 2o. Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, às cooperativas habitacionais, o disposto neste artigo. Art. 94. Observar-se-á, no processo de intervenção, a disposição constante do § 2o do artigo 75**. *Art. 51. São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade. **Art. 75. A liquidação extrajudicial das cooperativas poderá ser promovida por iniciativa do respectivo órgão executivo federal, que designará o liquidante, e será processada de acordo com a legislação específica e demais disposições regulamentares, desde que a sociedade deixe de oferecer condições operacionais, principalmente por constatada insolvência. § 1° A liquidação extrajudicial, tanto quanto possível, deverá ser precedida de intervenção na sociedade. § 2° Ao interventor, além dos poderes expressamente concedidos no ato de intervenção, são atribuídas funções, prerrogativas e obrigações dos órgãos de administração. 2.2 O Estatuto da COOMFLONA e os Conselhos Fiscais ...

TITULO III

CAPITULO I DOS ASSOCIADOS

SEÇÃO I

ADMISSÃO, DIREITO, DEVERES E RESPONSABILIDADES

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... Art.8° - São direitos dos associados: ... IV - propor ao Conselho de Administração, ao Conselho Fiscal, ou as Assembléias Gerais medidas de interesse da cooperativa. ... Art.9° - São deveres dos associados: ... VII - levar ao conhecimento do Conselho de Ética, se houver, ou ao Conselho de Administração e/ou Conselho Fiscal a existência de qualquer irregularidade que atente contra a lei, o estatuto e, se houver, o código de ética e o Regimento Interno. ...

CAPITULO I DA ASSEMBLEIA GERAL

SEÇÃO I

DEFINIÇÃO E FUNCIONAMENTO ... Art.21° - A Assembléia Geral será habitualmente convocada e dirigida pelo Presidente § 1° - Poderá também ser convocada pelo Conselho Fiscal, se ocorrerem motivos graves e urgentes ou, ainda, após solicitação não atendida, por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo de seus direitos sociais. ... Art.26° - É da competência das Assembléias Gerais, Ordinárias ou Extraordinárias a destituição dos membros do Conselho de Administração ou do Conselho Fiscal Parágrafo Único - Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da administração ou fiscalização da cooperativa, poderá a Assembléia Geral designar administradores e conselheiros fiscais provisórios, até a posse dos novos, cuja eleição se realizará no prazo máximo de 30 (trinta) dias. Art 27° - Os trabalhos das Assembléias Gerais serão dirigidos pelo Presidente, auxiliado pelos secretários da cooperativa, ou por um outro por ele nomeado paro o ato, podendo ser convidados a participar da mesa os ocupantes de cargos de direção e fiscalização. ... Art. 28° - Os ocupantes de cargos de direção e fiscalização, como quaisquer outros associados, não poderão votar nas decisões sobre assuntos que a eles se refiram direta ou indiretamente, entre os quais os de prestação de contas, mas não ficarão privados de tomar parte nos respectivos debates. Art. 29° - Nas Assembléias Gerais em que forem discutidos os balanços das contas, o Presidente da cooperativa, logo após a leitura do Relatório do Conselho de Administração, das peças contábeis e do parecer do Conselho Fiscal, solicitará ao plenário que indique um associado para coordenar os debates e a votação da matéria. § 1° - Transmitida a direção dos trabalhos, o Presidente e demais conselheiros de administração e fiscal, deixarão a mesa, permanecendo no recinto, à disposição da Assembléia Geral para os esclarecimentos que lhes forem solicitados ... Art 31° - O que ocorrer na Assmbléia Geral deverá constar de ata circunstanciada, lavrada no livro próprio, aprovado e assinado ao final dos trabalhos pelos administradores e fiscais presentes. ...

SEÇÃO III ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

Art. 37° - A Assembléia Geral Ordinária, que se realizará obrigatoriamente uma vez por ano, no decorrer dos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos, que deverão constar da Ordem do Dia: ...

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II - prestação de contas dos Órgãos de Administração, acompanhada do Parecer do Conselho Fiscal, compreendendo: a) Relatório da Gestão; b) Balanço Geral; c) Demonstrativo das sobras apuradas, ou das perdas, e Parecer do Conselho Fiuscal; d) Plano de atividade da cooperativa para o exercício seguinte. ... V - eleição e posse dos componentes do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e de outros conselhos, quando for o caso; VI - fixação dos honorários, gratificações e da cédula de presença para os compontentes do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, se for o caso; ... § 1° - Os membros dos órgãos de administração e fiscalização não poderão participar da votação das matérias referidas nos incisos "II" e "VI" deste artigo. ...

SEÇÃO V PROCESSO ELEITORAL

Art 40° - Sempre que for prevista a ocorrência de eleições em Assmebléia Geral, o Conselho Fiscal, com antecedência, pelo menos, idêntica ao respectivo prazo da convocação*, criará uma Comissão Especial composta de três membros, todos não candidatos a cargos eletivos na cooperativa, para coordenar os trabalhos em geral, relativos à eleição dos membros dos Conselhos de Administração, Fiscal e, dos que mais houver. * 10 (dez) dias úteis. Parágrafo único: O conselho poderá convocar esta comissão, até mesmo, fora do quadro de associados, se julgar necessário. ... Art 42° - O Presidente da Assembléia Geral suspenderá o trabalho desta para que o Coordenador da Comissão dirija o processo das eleições e a proclamação dos eleitos. ... § 2° - Os eleitos para suprirem vacância nos Conselhos de Administração ou Fiscal exercerão os cargos somente até o final do mandato dos respectivos antecessores. ... Art. 43° - Não se efetivando nas épocas devidas a eleição de sucessores, por motivo de força maior, os prazos dos mandatos dos administradores e fiscais em exercício consideram-se automaticamente prorrogados pelo tempo necessário até que se efetive a sucessão, nunca além de 90 (noventa) dias. ...

CAPITULO II DA ADMINISTRAÇÃO

SEÇÃO I

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ... Art 48° - O Conselho de Administração rege-se pelas seguintes normas: I - reúne-se ordinariamente uma ve por mês e extraordinariamente sempre que necessário, por convocação do Presidente, da maioria do próprio Conselho, ou, ainda, por solicitaçÃo do Conselho Fiscal; ... Art 49° - Cabem ao Conselho de Administração, dentro dos limites da lei e deste estatuto, as seguintes atribuições:

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... XI - indicar juntamente com o Conselho Fiscal, membros para a Diretoria executiva, podendo inclusive acumular funções, desde que aprovada em assembléia ou em consenso com o Conselho Fiscal. ... Art 56° - os administradores, eleitos ou contratados, não serão pessoalmente responsáveis pelas obrigações que contraírem em nome da cooperativa, mas responderão solidariamente pelos prejuízos resultantes de desídia e omissão ou se agiram com culpa, dolo, má fé, ou contrariarem normas legais ou estatutárias. ... § 3° Os componentes do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal ou outros, assim como os liquidantes, equiparam-se aos administradores das sociedades anônimas para efeito de responsabilidade criminal. ...

SEÇÃO II DIRETORIA EXECUTIVA

Art 58° - As funções da Administração Executiva dos negócios sociais poderão ser exercidas por membros, escolhidos pelo Conselho de Administração juntamente com o Conselho Fiscal, podendo os conselheiros Administrativos fazer parte da diretoria executiva, segundo a estrutura que for estabelecida pelo Conselho de Administração. Parágrafo Único - o detalhamento da gestão administrativa, assim como sua estrutura organizacional, serão definidos pelo Regimento Interno, elaborado pelo Conselho de Administração, revisado pelo Conselho Fiscal e apresentado para conhecimento e/ou sugestões na Assembléia Geral Ordinária.

CAPÍTULO III DO CONSELHO FISCAL

Art 59° - Os negócios e atividades da cooperativa serão fiscalizados assídua e minuciosamente pelo Conselho Fiscal, constituído de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos cooperados, eleitos anualmente pela Assembléia Geral, sendo permitida a reeleição de apenas 1/3 (um terço) dos seus componentes, e tal reeleição será permitida uma única vez. § 1° - Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis enumerados no artigo 44** deste estatuto, os parentes dos diretores até 2o (segundo) grau, em linha reta ou colateral, bem como os parentes entre si até esse grau. ** Art 44° - São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei, os condenados a pena que vede ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, prevaricação, suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade. § 2° - Os associados não podem exercer cumulativamente cargos nos Conselhos de Administraçào, Fiscal e, nos demais que houver. § 3° - O Conselho Fiscal terá necessariamente seus componentes escolhidos dentre as associações Intercomunitárias (AITA, APRUSANTA E ASMIPRUT), um efetivo e um suplente por associação. Art 60° - O Conselho Fiscal reúne-se, ordinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre que necessário, com a participação de 3 (três) dos seus membros. § 1° - Em sua primeira reunião, os conselheiros escolherão, entre si, um secretário para a lavratura de atas e um coordenador, este incumbido de convocar e dirigiar as reuniões; § 2° - As reuniões do Conselho Fiscal poderão ser convocadas, ainda, por qualquer de seus membros, por solicitação do Conselho de Administração ou da Assembléia Geral.

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§ 3° - Na ausência do Coordenador será escolhido um substituto, na ocasião, para dirigir os trabalhos. § 4° - As deliberações serão tomadas por maioria simples de votos e constarão de ata, lavrada em livro próprio, lida, aprovada e assinada ao final dos trabalhos de cada reunião, por 3 (três) conselheiros presentes. Art 61° - Ocorrendo três ou mais vagas no Conselho Fiscal ou no Conselho de Ética, quando houver, o Conselho de Administração determinará a convocação da Assembléia Geral para eleger substitutos. Art 62° - Compete ao Conselho Fiscal exercer assídua fiscalização sobre as operações, atividades e serviços da cooperativa, examinando livros, contas e documentos, cabendo-lhes entre outras, as seguintes atribuições: I - conferir, o saldo do numerário existente em caixa, verificando, inclusive, se o mesmo está dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração; II - verificar se os extratos de contas bancárias conferem com a escrituração; III - examinar se o montante das despesas e inversões realizadas estão em conformidade com os planos e decisões do Conselho de Administração; IV - verificar se as operações realizadas e serviços prestados correspondem em volume, qualidade e valor às conveniências econômico-financeiras da cooperativa; V - certificar-se se o Conselho de Administração vem se reunindo regularmente e se existem cargos vagos na sua composição; VI - averiguar se existem reclamações dos associados quanto aos serviços prestados; VII - interirar-se se o recebimento dos créditos é feito com regularidade e se os compromissos sociais são atendidos com pontualidade; VIII - averiguar se há problemas com empregados; IX - certificar-se se há exigências ou deveres a cumprir junto a a utoridades fiscais, trabalhistas ou amdinistrativas; X - averiguar se os estoques de materiais, equipamentos e outros estão corretos, bem como se os invetários periódicos ou anuais são feitos com observância das regras próprias; XI - examinar os balancetes e outros demonstrativos mensais, o balanço e o relatório anual do Conselho de Administração, emitindo parecer sobre estes para a Assembléia Geral; XII - dar conhecimento ao Conselho de Administração das conclusões dos seus trabalhos, denunciando a este e a Assembléia Geral, as irregularidades constatadas e convocar Assembléia Geral, se ocorrerem motivos graves e urgentes; XIII - convocar Assembléia Geral, quando houver motivos graves e o Conselho de Administração se negar a convocá-las; XIV - fiscalizar o processo eleitoral, observando a aplicação das normas estatutárias específicas; XV - fiscalizar o cumprimento do estatuto, Regimento Interno, Resoluções, Decisões de Assmbléia Geral e do Conselho de Administração; XVI - escolher juntamente com o Conselho de Administração, a Diretoria Executiva;

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§ 1° - Para o desempenho de suas funções, terá o Conselho Fiscal acesso a quaisquer livros, contas e documentos, a empregados, a associados e outros, independente de autorização prévia do Conselho de Administração. § 2° - Poderá o Conselho Fiscal ainda, com anuência do Conselho de Administração contratar o necessário assessoramente técnico especializado, correndo as despesas por conta da cooperativa. ...

TÍTULO V DOS LIVROS E DA CONTABILIDADE

Art 65° - A cooperativa deverá, além de outros, ter os seguintes livros: I - Com termos de abertura e encerramento subscritos pelo Presidente: ... e) Livro de atas do Conselho Fiscal. …

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Capítulo 3 | Avaliação da Eficiência Financeira e Social das Cooperativas

Apresentação

Esse capítulo tem como objetivo orientar o conselho fiscal na avaliação da eficiência

financeira e Social da Cooperativa, de forma a capacitar, de forma prática, os cooperados de empreendimentos cooperativos que atuam em atividades de Manejo Florestal Comunitário, em florestas públicas.

A adaptação de teorias usuais da Administração muitas vezes provoca mais dificuldades

que facilidades, pois que as cooperativas consideram não apenas a gestão empresarial do capital e das diversas funções administrativas, mas consideram, sobretudo, as peculiaridades sociais, políticas e econômicas pertinentes a este segmento.

Para ocorrer o adequado funcionamento das cooperativas, seguindo os princípios do

cooperativismo, legislação e sustentabilidade de empreendimentos que atua no Manejo Florestal Comunitário, a participação plena dos cooperados manejadores nas atividades de administração financeira é um dos pilares do sucesso de um modelo de trabalho.

3. Diferença de Contabilidade e Finanças

Existem duas diferenças básicas entre contabilidade e finanças: contabilidade lida com o

gerenciamento dos dados financeiros da empresa e em regime de competência, ou seja, toda a venda é registrada como se o dinheiro já estivesse sido dado, independente do comprador ter pago a vista, parcelado ou se ainda não pagou, isso é feito para efeitos de pagamentos de tributos e impostos. Já finanças, lida com o planejamento financeiro da organização e em regime de caixa, o que significa que a venda é registrada pelo valor real que entra e sai do caixa, ou seja, quando o dinheiro realmente muda de mãos (HAYES, 2004).

3.1 Análise de Balanços Contábeis

Em um balanço contábil encontra-se geralmente duas colunas: Ativos em uma coluna, e Passivos e Patrimônio Líquido em outra. Os ativos são os bens e direitos em que a organização investiu para poder conduzir seus negócios, como, por exemplo, imóveis, equipamentos, máquinas, marcas, estoques de matéria-prima e produtos acabados. Os passivos são todas as obrigações como dívidas, e financiamentos, que foram originados para se adquirir os ativos, ou seja, é o dinheiro devido para pagar àqueles que a organização comprou ou pediu emprestado. E o patrimônio líquido representa a diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, as sobras ou perdas, e as reservas financeiras.

A seguir um exemplo de balanço patrimonial.

ATIVO PASSIVO

Ativo circulante Passivo Circulante

Disponível Clientes Créditos com Associados

� Perdas e Prejuízo a Receber � Adiantamentos � Fornecimento de Bens � Financiamentos

Outros Créditos

Fornecedores Empréstimos e Financiamentos Obrigações com Associados

� Sobras a Distribuir � Juros sobre Capital Social a pagar � Remuneração/Produção a Pagar � Adiantamento � Pró-Labore a pagar

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Investimentos Temporários Estoques

� Operações com Associados � Operações com Terceiros � Produtos Industrializados � Bens Fornecidos à Associados � Almoxarifado

Despesas e Dispêndios Antecipados

� Capital Social a restituir Obrigações Fiscais Outras Obrigações Provisões

Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante

Exigível a Longo Prazo � Empréstimos e Financiamentos � Retenções Contratuais � Provisões

Resultados de Exercícios Futuros � Com Associados � Com Terceiros

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Realizável a Longo Prazo � Créditos e Valores � Investimentos Temporários a Longo Prazo � Despesas e Dispêndios Antecipados � Depósitos Judiciais

Permanente � Investimentos

Entidades Cooperativas Entidades Não-Cooperativas

� Imobilizado � Intangível � Diferido

Capital Social � Reservas de Sobras � Reserva Legal � Reserva de Assistência, Técnica Educacional

e Social Reservas Estatutárias

� Sobras/Perdas à Disposição da Assembléia Geral Ordinária

� Perdas Não Cobertas pelos Cooperados

Total do Ativo Total do passivo mais patrimônio líquido Fonte: SANTOS et al, 2008.

O total do ativo é igual ao total do passivo mais patrimônio líquido. O que é importante saber do balanço contábil é de onde estão vindo os recursos para pagar

os ativos: do passivo ou do patrimônio líquido. Quanto maior for o patrimônio líquido, mais a organização está se autofinanciando, não dependendo de terceiros e se endividando.

No exemplo exposto de balanço patrimonial, os ativos são divididos em circulantes e não

circulantes. Os ativos circulantes são aqueles que podem ser convertidos em moeda a curto prazo. Já os não circulantes são aqueles que são mais difíceis de se converter em dinheiro.

3.2 Capital de Giro O capital de giro é o a quantidade de dinheiro necessário para dar continuidade às operações da organização enquanto os produtos não são vendidos ou o dinheiro das vendas não entra em caixa. Desde o momento em que se compra a matéria-prima até o momento em que se vende o produto final, a organização precisa arcar com todos os gastos. Enquanto o dinheiro da venda do produto final não entra em caixa, o dinheiro que a própria organização usa para pagar seus gastos é chamado de capital de giro. 3.3 Índices de Desempenho Retorno sobre ativos (ROA) = Lucro líquido+Sobras / Ativos Totais O ROA é útil para analisar o quanto os recursos da organização estão sendo empregados de maneira eficaz quando comparados com ROA de outras organizações semelhantes.

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Retorno sobre patrimônio (ROE) = Sobras / Patrimônio Líquido O ROE analisa o quanto houve de retorno do investimento dos cooperados. Margem de Sobras = Sobras / Vendas líquidas Neste índice, margem de sobras, é observada a tendência. Se a margem de sobras aumenta, significa que ou os clientes estão aceitando um preço mais alto ou a administração está sendo mais eficiente em custos, despesas ou dispêndios. Índice de liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo Circulante Este índice avalia o quanto a organização consegue pagar as suas dívidas prontamente. Uma outra forma de avaliar é através do Quociente absoluto de liquidez, onde o estoque não é considerado total do ativo circulante. O Quociente absoluto de liquidez avalia o quanto a organização consegue quitar suas dívidas em um curtíssimo espaço de tempo, se necessário. 3.3 Índices de Desempenho

Retorno sobre ativos (ROA) = Lucro líquido+Sobras / Ativos Totais O ROA é útil para analisar o quanto os recursos da organização estão sendo empregados de

maneira eficaz quando comparados com ROA de outras organizações semelhantes. Retorno sobre patrimônio (ROE) = Sobras / Patrimônio Líquido O ROE analisa o quanto houve de retorno do investimento dos cooperados. Margem de Sobras = Sobras / Vendas líquidas Neste índice, margem de sobras, é observada a tendência. Se a margem de sobras

aumenta, significa que ou os clientes estão aceitando um preço mais alto ou a administração está sendo mais eficiente em custos, despesas ou dispêndios.

Índice de liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo Circulante Este índice avalia o quanto a organização consegue pagar as suas dívidas prontamente.

Uma outra forma de avaliar é através do Quociente absoluto de liquidez, onde o estoque não é considerado total do ativo circulante. O Quociente absoluto de liquidez avalia o quanto a organização consegue quitar suas dívidas em um curtíssimo espaço de tempo, se necessário.

O modelo desenvolvido a seguir compreende:

� Eficiência empresarial de empresas cooperativas – Marco Referencial;

� Os macrofatores de eficiência financeira nas empresas cooperativas;

� A avaliação da eficiência empresarial das cooperativas;

� Balanço Social.

Eficiência financeira de cooperativas – Marco Referencial

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As cooperativas enquanto empresas inseridas em uma economia de mercado competitiva

estão sujeitas a uma permanente avaliação de desempenho por parte de seus associados,

publico, agentes financeiros, governo, concorrência, clientela e fornecedores.

Para compreender a eficiência empresarial das cooperativas é necessário assimilar

as seguintes diferenças:

� As cooperativas são sociedades de pessoas e não de capital. O capital é meio e não a finalidade.

� Nas demais empresas o capital é sinônimo do poder, nas cooperativas o poder é pessoal e unitário não importando o montante da capitalização de cada individuo.

� As estratégias de investimento, crescimento e de empresa, não se norteiam somente pelos determinismos do mercado, mas também pela necessidade de crescimento e sobrevivência e crescimento das unidades produtivas associadas.

As contradições do comportamento organizacional das cooperativas

Teoria Prática

� Distribuir resultados aos associados

� Estrutura voltada para os associados

� Decisões participativas e democráticas

� Acumular para o crescimento

� Estrutura voltada para o mercado

� Decisões tecnoburocraticas

Assim, a eficiência empresarial nas cooperativas e muito mais um resultado da boa

administração das contradições apreciadas do que o mero julgamento das taxas de

rentabilidade, de acumulação de capital e do crescimento.

Este equilíbrio só será obtido a partir de uma compreensão mutua e da integração

dos grupos sociais e de associados e da busca de harmonia entre os diversos tipos de

interesses individuais ou de grupo que permeiam as cooperativas.

Os Macrofatores de Eficiência financeira nas Cooperativas

O ciclo de crescimento das cooperativas

� A base da eficiência das cooperativas está na formação de estrutura equilibrada de capital e na velocidade de sua acumulação, para que haja o aumento do tamanho da empresa e conseqüente crescimento.

� Esta estrutura de capital é resultado da formação inicial de uma cooperativa e de sua evolução em função dos resultados (capital próprio) e da captação de recursos de terceiros (capital externo).

� Em seguida vem os investimentos dos recursos disponíveis.

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Duas barreiras fundamentais devem ser superadas, objetivando-se o sucesso da

política de investimentos:

• Volume de capital: determina a possibilidade de adquirir ou não a

tecnologia necessária ao desenvolvimento, bem como o tamanho dos investimentos fixos a

serem efetivados.

• Tecnologia: influencia diretamente na capacidade competitiva da empresa, e

sua estrutura organizacional.

Como investir os recursos disponíveis?

� Financeiramente: investimentos efetuados no mercado financeiro, ou junto a associados e terceiros, em dinheiro e mediante uma taxa de juros definida.

� Operacional: investimentos efetuados, visando o aumento do volume de negócios e operações comerciais. Normalmente são investimentos realizados na formação de estoques e na carteira de recebimentos.

� Permanente: investimentos realizados a longo prazo em equipamentos ou instalações, visando o aumento da capacidade produtiva / operacional /de prestação de serviços da cooperativa.

Para a escolha da alternativa mais adequada a cooperativa deve avaliar a taxa de

retorno, a capacidade empresarial, a utilização de experiência anterior e os objetivos

organizacionais.

CCiicclloo ddee CCrreesscciimmeennttoo ddaass CCooooppeerraattiivvaass

DISTRIBUIÇÃO (SOBRAS)

CAPITALIZAÇÃO

CAPITAL APORTADO PELOS ASSOCIADOS

SOBRAS CAPITALIZADAS CAPITAL DE EMPRÉSTIMO

VOLUME CAPITAL DISPONIVEL

SUPERAÇÃO DAS BARREIRAS TECNOLOGICAS E DE CAPITAL

INVESTIMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO

INVESTIMENTOS OPERACIONAIS

DE CURTO PRAZO

INVESTIMENTOS PERMANENTES

SUPERACAO DAS BARREIRAS DE MERCADO E MATERIA PRIMA

RESULTADOS ECONÔMICOS APURADOS

VOLUME DE CAPITAL INVESTIDO

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As Barreiras de crescimento contínuo das cooperativas

CAPITAL: a baixa acumulação de capital é um dos problemas mais crônicos das

cooperativas. A fraca acumulação de capital é resultado de uma administração ineficiente do

conjunto de negócios, de paternalismo junto aos associados e de incompreensão do processo de

acumulação. A atuação em setores de baixa rentabilidade, a pouca inserção no mercado

agroindustrial mais rentável e agregador de valor e a distribuição freqüente de sobras, tornando-

se incapaz de alavancar o processo de desenvolvimento tecnológico, e dependentes de políticas

publicas, para crescerem.

TECNOLOGIA: Apenas com o domínio desta variável permitira o estabelecimento de

processos concorrenciais e estratégias mercadológicas calcadas, solidamente, nos produtos e

serviços oferecidos.

MERCADO E MATERIA-PRIMA: As barreiras de mercado e de matéria-prima ameaçam a

entrada e permanência das empresas nos mercados devidos as experiências de:

� Economia de escala para absorção de custos fixos;

� Qualidade dos produtos para conquista de mercados nobres;

� Diferenciação dos produtos – identificação de marcas;

� Acesso aos canais de fornecimento;

� Acesso aos canais de distribuição;

� Relação qualidade / preço, competitiva.

Em relação as matérias-primas as cooperativas não enfrentam muitos problemas já que em

sua essência são empresas organizadoras e beneficiadoras de matéria-prima (agropecuária).

Políticas Financeiras e Eficiência Empresarial

A política de estrutura de capital envolve de um lado o custo das obtenções de

fundos (passivo) e a rentabilidade das aplicações destes fundos (ativos).

A formação do capital de giro é necessariamente uma política de longo prazo e

depende basicamente da acumulação de excedentes (sobras) e/ou aumentos de capital.

Por outro lado, o capital de giro disponível para o financiamento das operações (compra e

venda) será a parcela remanescente das aplicações (investimentos) a longo prazo.

As imobilizações e os investimentos reduzem o capital de giro disponível para as operações.

Política operacional:

Em termos de operações comerciais, analisa-se o volume de recursos que as cooperativas

tem como Necessidade de Capital de Giro para estabelecer uma política de curto prazo.

A determinação das Necessidades de Capital de Giro e obtida pela diferença entre os

investimentos operacionais (contas a receber, estoques e adiantamentos ) e as fontes operacionais

(fornecedores, associados, encargos sociais e tributários).

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Aumentar o Capital de Giro (política de longo prazo):

� Capitalização

� Retenção de sobras

� Retenção de capital

� Venda de Ativos

� Empréstimos a longo prazo

Diminuição da Necessidade de Capital de Giro (política de curto prazo):

� Reduzir estoques

� Reduzir vendas a prazo

� Melhorar crédito com fornecedores

Em resumo:

A politica financeira de longo prazo ou estrutural, consiste na formação de um

capital de giro próprio que permite o autofinanciamento operacional e a obtenção de

mais fundos (empréstimos) a longo prazo para investimentos.

Na política de curto prazo ou operacional, consiste na melhor utilização possível do capital

de giro próprio com eficiência na administração de vendas, controle de estoques, vendas a prazo,

contas a pagar a fornecedores e governo.

Participação Social e Eficiência Empresarial

A participação é o principal fator de eficiência empresarial sob o ponto de vista politico-

social nas cooperativas, pois mesmo sendo mais complexo a tomada de decisão democrática, sua

solidez e comprometimento social são infinitamente maiores.

Pré-requisitos para a participação na tomada de decisão:

� Conscientização política e econômica dos associados;

� Disseminação das informações necessárias a tomada de decisão;

� Organização social (comitês, núcleos, comissões).

� Avaliação da Eficiência Empresarial das Cooperativas

Conforme dito anteriormente, a avaliação empresarial das cooperativas não pode

restringir-se apenas aos aspectos econômicos financeiros tradicionais.

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Para atender todos os aspectos relevantes desse tipo de empresa a avaliação deve levar em

consideração suas características politico-sociais que, se não afetam diretamente o desempenho

administrativo cotidiano, afetam sensivelmente o desempenho estratégico dos negócios.

Modulo 1 – Avaliação da Eficiência Economico-Financeiro

A analise da eficiencia nesse modulo dividi-se em seis grupos de indicadores, sendo cada

grupo apresentado isoladamente, contendo uma analise inicial de seu significado para as

empresas cooperativas e as principais particularidades ajustada a ótica empresarial das

cooperativas.

Grupo 1 – Avaliação do Autofinanciamento e da Liquidez

O autofinanciamento pode ser considerado o motor que define a velocidade de crescimento

das empresas. É obtida pela política de utilização de resultados e está ligada diretamente à

formação do capital de giro.

O autofinanciamento ainda é avaliado como a capacidade que a cooperativa tem de crescer

e sustentar suas operações com o capital de giro próprio, não esquecendo de buscar o equilíbrio

entre exigências do mercado e exigências do quadro social.

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Demonstração do Resultado do Exercício

771133..000000

TToottaall 771133..000000 TToottaall

330000..000000 330000..000000

331133..000000 220000..000000 4400..000000 2200..000000 5533..000000

PPaassssiivvoo PPeerrmmaanneennttee:: EEmmpprrééssttiimmooss aa LLoonnggoo PPrraazzoo PPaattrriimmôônniioo LLiiqquuiiddoo:: CCaappiittaall SSoocciiaall FFuunnddoo ddee RReesseerrvvaa RRAATTSS SSoobbrraass oouu PPeerrddaass ddoo AAnnoo

330033..000000 115500..000000 117700..000000 ((1177..000000))

AAttiivvoo PPeerrmmaanneennttee:: DDiirreeiittooss RReeaalliizzáávveeiiss aa lloonnggoo PPrraazzoo IImmoobbiilliizzaaddoo ((ddeepprreecciiaaççããoo))

110000..000000 5500..000000 2200..000000 3300..000000

PPaassssiivvoo OOppeerraacciioonnaall:: EEnnccaarrggooss ccoomm ppeessssooaall EEnnccaarrggooss SSoocciiaaiiss ee TTrriibbuuttáárriiooss FFoorrnneecceeddoorreess

441100..000000 330000..000000 55..000000 55..000000 110000..000000

AAttiivvoo OOppeerraacciioonnaall:: CCaaiixxaa BBaannccooss CCoonnttaass aa RReecceebbeerr EEssttooqquueess

$$ PPaassssiivvoo $$ AAttiivvoo

Balanço Patrimonial

L I Q U I D E Z

OOpp.. nnããoo AAssssoocciiaa.. OOpp.. cc// AAssssoocciiaaddooss

SSoobbrraass oouu PPeerrddaass aa DDiisspp.. DDaa AA..GG..OO.. (( == ))

RReessuullttaaddoo AAnntteess ddoo IIRR (( == )) PPiiss // CCooffiinnss (( -- )) IIRR (( -- )) ((==)) SSoobbrraass // LLuuccrroo llííqquuiiddoo (-) Destinações (RATES 5% e Reserva Legal 10%)

RReecceeiittaass nnããoo OOppeerraacciioonnaaiiss (( ++ )) DDeessppeessaass nnããoo OOppeerraacciioonnaaiiss (( -- ))

DDiissppêênnddiiooss // DDeessppeessaass OOppeerraacciioonnaaiiss (( -- )) VVeennddaass AAddmmiinniissttrraattiivvaass OOuuttrraass

SSoobbrraa BBrruuttaa ((==))

CCuussttoo ddooss PPrroodduuttooss VVeennddiiddooss ((--))

IImmppoossttoo ssoobbrree VVeennddaass ((--)) DDeessccoonnttooss

IINNGGRREESSSSOOSS // VVeennddaa ddee PPrroodduuttooss oouu sseerrvviiççooss

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>> 11,,0000 :: ssiittuuaaççããoo eexxcceeppcciioonnaall,, iinnddiiccaannddoo ssoobbrraass ddee ccaappiittaall ddee ggiirroo pprróópprriioo eemm rreellaaççããoo aa ssuuaa uuttiilliizzaaççããoo.. AA eemmpprreessaa eessttáá aappttaa ppaarraa iinnvveessttiirr eemm aattiivvooss ffiixxooss.. >> 00,,7755 << 11,,0000:: ssiittuuaaççããoo bbooaa,, iinnddiiccaannddoo ffaallttaa ddee ccaappiittaall ddee ggiirroo pprróópprriioo eemm rreellaaççããoo aass nneecceessssiiddaaddeess.. EE iimmppoorrttaannttee oobbsseerrvvaarr ooss ttiippooss ddee ffiinnaanncciiaammeennttooss bbaannccáárriiooss qquuee ssuusstteennttaamm aa ddiiffeerreennççaa.. >> 00,,55 << 00,,7755:: ssiittuuaaççããoo rreegguullaarr,, ddeevvee--ssee ttoommaarr ccuuiiddaaddoo ppaarraa nnããoo ccoommpprroommeetteerr aa eessttrruuttuurraa ddoo ccaappiittaall ee bbuussccaarr ffoorrmmaass ddee rreedduuzziirr ooss eessttooqquueess oouu ccoonnttaass aa rreecceebbeerr,, ee ddee aauummeennttaarr aass ssoobbrraass.. >> 00,,2255 << 00,,55:: ssiittuuaaççããoo rruuiimm.. AAllgguummaa ppoolliittiiccaa nnããoo bbeemm ddeetteerrmmiinnaaddaa;; vveerriiffiiccaarr aa pprraazzoo mmeeddiioo ddee ccoonnttaass aa rreecceebbeerr,, eessttooqquueess,, ffoorrnneecceeddoorreess.. BBuussccaarr aauummeennttaarr ooss lluuccrrooss ee ssoobbrraass.. << 00,,2255:: ssiittuuaaççããoo ddiiffíícciill.. TTaallvveezz sseejjaa nneecceessssáárriioo lliiqquuiiddaarr aallgguunnss aattiivvooss..

OOrriiggeemm ddaass iinnffoorrmmaaççõõeess:: BBaallaanncceetteess mmeennssaaiiss eemm ffoorrmmaa ddee bbaallaannççoo ee bbaallaannççooss aannuuaaiiss

FFoorrmmuullaa:: IIAA==CCDDGG ((ppaassssiivvoo ppeerrmmaanneennttee –– aattiivvoo ppeerrmmaanneennttee)) NNCCGG ((aattiivvoo ooppeerraacciioonnaall –– ppaassssiivvoo ooppeerraacciioonnaall))

MMeennssaall MMeeddee aa ccaappaacciiddaaddee ddaa CCooooppeerraattiivvaa ffiinnaanncciiaarr ssuuaass nneecceessssiiddaaddeess ddee CCaappiittaall ddee GGiirroo ccoomm sseeuu ccaappiittaall ddee ggiirroo pprróópprriioo

ÍÍnnddiiccee ddee AAuuttooffiinnaanncciiaammeennttoo

PPeerriiooddiicciiddaaddee ddaa AAnnaalliissee CCoonncceeiittoo NNoommee

>> 11,,7755 :: ssiittuuaaççããoo eexxcceeppcciioonnaall,, iinnddiiccaannddoo aa eexxiissttêênncciiaa ddee RR$$ 11,,7755 eemm ddiirreeiittooss ccoonnttrraa RR$$ 11,,0000 eemm oobbrriiggaaççõõeess,, aa ccooooppeerraattiivvaa ddiissppõõee nnoo ccaassoo ddee 7755 cceennttaavvooss eexxcceeddeenntteess.. >> 11,,55 << 11,,7755:: ssiittuuaaççããoo bbooaa,, iinnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo aa ccuurrttoo pprraazzoo.. >> 11,,2255 << 11,,55:: ssiittuuaaççããoo rreegguullaarr,, iinnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo,, nnoorrmmaallmmeennttee nneessttee iinntteerrvvaalloo,, ccoommeeççaamm aa eexxiissttiirr ddeessccoommppaassssooss nnoo fflluuxxoo ddee ccaaiixxaa ee nneecceessssiiddaaddeess ddee eemmpprrééssttiimmooss ppaarraa ccaappiittaall ddee ggiirroo.. >> 11,,0000 << 11,,2255:: ssiittuuaaççããoo rruuiimm.. IInnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo ppoorreemm,, eemm cceerrttooss eessttrraanngguullaammeennttooss ee ccoomm cceerrtteezzaa ccoomm nneecceessssiiddaaddee ddee ttoommaarr rreeccuurrssooss ppaarraa ccuummpprrii--llooss.. <<11,,0000:: ssiittuuaaççããoo ddiiffíícciill.. IInnddiiccaannddoo iinneexxiissttêênncciiaa ddee ccaappiittaall ddee ggiirroo pprróópprriioo ee iinnccaappaacciiddaaddee ddee ssaallddaarr aass oobbrriiggaaççõõeess nnoo ppeerrííooddoo ddee ccuurrttoo pprraazzoo,, ee mmeennoorr oo íínnddiiccee ppiioorr..

OOrriiggeemm ddaass iinnffoorrmmaaççõõeess:: BBaallaanncceetteess mmeennssaaiiss eemm ffoorrmmaa ddee bbaallaannççoo ee bbaallaannççooss aannuuaaiiss

FFoorrmmuullaa:: LLCC==AACC ((aattiivvoo cciirrccuullaannttee)) PPCC ((ppaassssiivvoo cciirrccuullaannttee))

MMeennssaall MMeeddee aa ccaappaacciiddaaddee ddaa CCooooppeerraattiivvaa ddee ffaazzeerr ffrreennttee aass ssuuaass oobbrriiggaaççõõeess nnoo ccuurrttoo pprraazzoo ((aattee 11 aannoo))..

LLiiqquuiiddeezz CCoorrrreennttee

PPeerriiooddiicciiddaaddee ddaa AAnnaalliissee CCoonncceeiittoo NNoommee

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Indicador 4. Margem de Garantia

>> 22,,0000 :: ssiittuuaaççããoo eexxcceeppcciioonnaall,, iinnddiiccaannddoo aa ccaappaacciiddaaddee ttoottaall ddaa lliiqquuiiddaaççããoo ddooss ddéébbiittooss,, lliibbeerraannddoo aaiinnddaa aa mmeessmmaa qquuaannttiiddaaddee ddooss aattiivvooss ppaarraa ooss ccooooppeerraaddooss.. >> 11,,7755 << 22,,0000:: ssiittuuaaççããoo bbooaa,, iinnddiiccaannddoo aa ccaappaacciiddaaddee ttoottaall ddaa lliiqquuiiddaaççããoo ddooss ddéébbiittooss.. >> 11,,2255 << 11,,5500:: ssiittuuaaççããoo rreegguullaarr,, iinnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo,, ccoomm ccoommpprroommeettiimmeennttoo rreellaattiivvoo ddooss aattiivvooss,, qquuee ppooddee ddiiffiiccuullttaarr aa ddeevvoolluuççããoo ddoo ccaappiittaall aaooss ccooooppeerraaddooss.. >> 11,,0000 << 11,,2255:: ssiittuuaaççããoo rruuiimm.. IInnddiiccaannddoo aallgguummaa iimmppoossssiibbiilliiddaaddee ddee ffaazzeerr ffrreennttee aaoo ccaappiittaall pprróópprriioo.. << 11,,0000:: ssiittuuaaççããoo ddiiffíícciill,, ddeemmoonnssttrraa iimmppoossssiibbiilliiddaaddee ddee ffaazzeerr ffrreennttee aaoo ccaappiittaall ddee tteerrcceeiirrooss ee nneecceessssiiddaaddee ddee aappoorrttee ddee ccaappiittaall ppaarraa ccoommpplleettaarr aa lliiqquuiiddaaççããoo ddee ddéébbiittooss..

OOrriiggeemm ddaass iinnffoorrmmaaççõõeess:: BBaallaanncceetteess mmeennssaaiiss eemm ffoorrmmaa ddee bbaallaannççoo ee bbaallaannççooss aannuuaaiiss

FFoorrmmuullaa:: MMGG == ____________________________AATT ((AAttiivvoo TToottaall))__________________________________________ PPCC ((ppaassssiivvoo cciirrccuullaannttee)) ++ EELLPP ((eemmpprrééssttiimmooss eexxiiggíívveell aa LLoonnggoo PPrraazzoo))

MMeennssaall MMeeddee aa ccaappaacciiddaaddee ddee lliiqquuiiddaaççããoo ddaa ccooooppeerraattiivvaa eemm ffuunnççããoo ddooss ddéébbiittooss eexxiisstteenntteess jjuunnttoo aa tteerrcceeiirrooss,, vveerriiffiiccaa ssee éé ppoossssíívveell,, aattrraavvééss ddaa vveennddaa ddee ttooddooss ooss aattiivvooss oo ccuummpprriimmeennttoo ddee ttooddaass aass oobbrriiggaaççõõeess ccoomm tteerrcceeiirrooss..

MMaarrggeemm ddee GGaarraannttiiaa

PPeerriiooddiicciiddaaddee ddaa AAnnaalliissee CCoonncceeiittoo NNoommee

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Grupo 2 – Avaliação do Endividamento

O endividamento junto a terceiros é normalmente uma decorrência da falta de capital de

giro próprio, seja para financiar as operações, seja para financiar investimentos a longo prazo.

Não dispondo de capital para tais finalidades, as cooperativas podem recorrer ao sistema

bancário estatal ou privado para repor suas necessidades.

As cooperativas que atuam com recursos de terceiros necessitam recuperar nas

vendas o valor real das fontes de fundos em questão e o valor dos juros de capital de

terceiros. Portanto, o endividamento sempre funciona como ajuste de pressão no repasse

das taxas aos cooperados.

Para a medida da eficiência neste âmbito, utiliza-se os seguintes indicadores:

� Endividamento Total;

� Endividamento a Longo Prazo;

� Despesas Financeiras Sobre Vendas;

>> 11,,2255 :: ssiittuuaaççããoo eexxcceeppcciioonnaall,, iinnddiiccaannddoo qquuee aa ccooooppeerraattiivvaa nnããoo nneecceessssiittaa ddeessffaazzeerr ddee eessttooqquueess ppaarraa ffaazzeerr ffrreennttee aa sseeuuss ccoommpprroommiissssooss.. >> 11,,0000 << 11,,2255:: ssiittuuaaççããoo bbooaa,, iinnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo sseemm ddeessffaazzeerr ooss eessttooqquueess.. >> 00,,7755 << 11,,0000:: ssiittuuaaççããoo rreegguullaarr,, iinnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo,, ccoomm uuttiilliizzaaççããoo ddooss eessttooqquueess mmaass sseemm mmuuiittaa pprreessssããoo.. >> 00,,55 << 00,,7755:: ssiittuuaaççããoo rruuiimm.. IInnddiiccaannddoo ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo ppoorreemm ccoomm nneecceessssiiddaaddee ddee ddeessffaazzeerr eessttooqquueess ppaarraa mmaanntteerr oo ccaaiixxaa <<00,,55:: ssiittuuaaççããoo ddiiffíícciill,, ddeemmoonnssttrraa ddiiffiiccuullddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo aa ccuurrttoo pprraazzoo..

OOrriiggeemm ddaass iinnffoorrmmaaççõõeess:: BBaallaanncceetteess mmeennssaaiiss eemm ffoorrmmaa ddee bbaallaannççoo ee bbaallaannççooss aannuuaaiiss

FFoorrmmuullaa:: LLSS==AACC ((aattiivvoo cciirrccuullaannttee)) -- EEssttooqquueess PPCC ((ppaassssiivvoo cciirrccuullaannttee))

MMeennssaall MMeeddee aa ccaappaacciiddaaddee ddee ppaaggaammeennttoo ddaa CCooooppeerraattiivvaa sseemm oo uussoo ddee sseeuuss eessttooqquueess..

LLiiqquuiiddeezz SSeeccaa

PPeerriiooddiicciiddaaddee ddaa AAnnaalliissee CCoonncceeiittoo NNoommee

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Indicador 5. Endividamento Total Nome Conceito Periodicidade da Analise Endividamento Total

Mede a utilização de recursos externos para o financiamento dos investimentos totais a curto prazo.

Mensal

Formula: ET= PC (Passivo circulante) – ELP (Exigível a Longo Prazo) x 100 Ativo Total Origem das informações: Balancetes mensais em forma de balanço e balanços anuais

Não existem parametros ideais a nivel de endividamento, pois dependera da taxa de juros e forma de pagamento e do tipo de recurso tomado junto a terceiros, em termos gerais considera-se: < 30% : situação excepcional, indicando que a cooperativa praticamente atua somente com créditos comerciais como forma de pagamento. > 30% < 50%: situação boa, visto que a maior parte dos investimentos é financiada com capital próprio, porem já e necessário algumas fontes bancarias alem do credito comercial. > 50% <75%: situação regular, indicando uma capacidade de curto financiamento incompatível com a necessidade de recursos para a sustentação de crescimento, pode se formar assim se a maior parte dos recursos forem bancários e específicos para capital de giro. > 75% < 100%: situação ruim. Indicando possibilidade de insolvência, pois só atua com recursos de terceiros. > 100%: Péssimo, indicando insolvência absoluta. Indicador 6. Endividamento a Longo Prazo Nome Conceito Periodicidade da Analise Endividamento a Longo Prazo

Mede a utilizacao de recursos externos para o financiamento dos investimentos totais a longo prazo.

Mensal

Formula 1: ELP= ____ELP (Exigível a Longo Prazo) x 100 Ativo Total Formula 2: ELP= ____ELP (Exigível a Longo Prazo) x 100 Imobilizado Origem das informações: Balancetes mensais em forma de balanço e balanços anuais

Não existe parâmetros ideais, porem considera-se que quando maior o índice, melhor o perfil de financiamento, visto que dependera de resultados futuros para fazer frente as amortizações. No primeiro indicador, considera-se bom, quanto maior, melhor. No segundo indicador, considera-se satisfatório se o ELP foi igual ou superior ao valor de novos investimentos.

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Indicador 7. Despesas Financeiras Sobre Vendas Nome Conceito Periodicidade da Analise Despesas Financeiras Sobre Vendas

Mede quanto do resultado operacional das vendas a cooperativa perde como fonte de capitalização para o pagamento de juros a bancos ou fornecedores.

Mensal

Formula: DF/VENDAS= DF (Despesas Financeiras Liquidas “despesas– receitas financeiras” x 100 Vendas

Origem das informações: Demonstração de resultados mensais e anuais.

< 0% ou negativa : situação excepcional,significando a capacidade de utilizar recursos de terceiros, pagá-los e obter receitas financeiras. Receitas superiores as despesas. > 0% < 3%: situação boa, indicando que os juros retiram pequena parcela das vendas. > 3% <6%: situação regular, indicando que os juros já comprometem o autofinanciamento. > 6% < 9%: situação ruim. Indicando grande comprometimento do resultado . > 9%: Péssimo, todo esforço operacional e feito para pagar bancos, neste caso com certeza existe prejuízo e a cooperativa precisa urgente de capitalização.

Grupo 3. Avaliação da Capacidade Operacional.

� Serve para auxiliar na avaliação de eficiência operacional de cooperativas. Relacionados ao desempenho de vendas e seus reflexos na estrutura de financiamento e investimentos operacionais.

� Como as vendas apresentam um dos principais fatores de medida de eficiência, é necessário avaliar ate que ponto elas são ideais em relação a períodos e mercados que a cooperativa atua.

� A medição dos índices operacionais serão sempre efetuadas em dias de venda.

Os indicadores relacionados para a eficácia operacional são:

� Crescimento das Vendas;

� Prazo médio de Recebimentos;

� Prazo Médio de Pagamentos;

� Prazo Médio de Estoques;

� Ciclo Financeiro;

� Participação de Mercado.

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Indicador 8. Crescimento de Vendas Nome Conceito Periodicidade da Analise Crescimentos das Vendas

Mede o aumento real das atividades econômicas entre dois períodos.

Mensal

Formula: Cres. Vendas = Vendas do período atual (mês ou ano de analise) x 100 – taxa de inflação Vendas do Período anterior

Origem das informações: Demonstração de resultados mensais e anuais. Jornais e revistas econômicas.

Parâmetros: A analise aqui depende do crescimento do mercado, pois pode existir um aumento de 50% nas vendas reais, e o mercado como um todo ter crescido 60%. A principio considera-se que qualquer crescimento real das vendas acima do crescimento do PIB do pais ou do setor é considerado bom.

Indicador 9. Ciclo de Financiamento (Necessidade de Capital de Giro) Nome Conceito Periodicidade da Analise Prazo Médio de Recebimento – PMR Prazo Medio de Pagamento – PMP Prazo Medio de Estoques – PME Ciclo de Financiamento – CF

Este indicador auxilia a medida da eficiencia comercial da cooperativa, avaliando as politicas de compra, culminando na analise do ciclo financeiro que avalia a necessidade de capital de giro em dias de venda.

Mensal/semanal

Formula: PMR = Contas a Receber (atividades operacionais) x n° de dias corridos Vendas Liquidas PMP = Contas a Pagar x n° de dias corridos Vendas Liquidas PME = Estoques x de dias corridos Vendas Liquidas CF = PMR +PME – PMP

Origem das informações: Balancetes, balanços e demonstrativos.

Parâmetros Analíticos: A analise neste caso e iniciada pelo ciclo financeiro

� < 0 dias – situação excelente, demonstrando que a cooperativa financia operacionalmente seus estoques e vendas a prazo junto a fornecedores e associados.

� > 0 < 20 dias – situação boa, demonstra baixa necessidade de giro, poderá ser excelente se o capital de giro próprio for suficiente para financiar esta necessidade.

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� > 20 < 40 dias – situação regular, indicando que a cooperativa precisa ter bom capital de giro, neste caso, é importante observar o autofinanciamento (< 0,75 é problema).

� > 40 < 70 dias – situação ruim, salvando se o índice de autofinanciamento for superior a 0,75.

� > 70 dias – situação péssima, principalmente se o índice de autofinanciamento for inferior a 0,75.

Indicador 10. Participação de Mercado (por produto) Nome Conceito Periodicidade da Analise Participação de Mercado

Mede a capacidade de vendas ou recebimentos da empresa em relação ao seu mercado relevante de atuação.

Anual ou por safra.

Formula: + MERC = Vendas ou recebimento físico x 100 Tamanho do Mercado Origem das informações: Demonstração de resultados e revistas econômicas, IBGE, SEPROR e IDAM.

Parâmetros: > 50% - excelente, demonstra hegemonia e domínio no produto da região de atuação. > 30% < 50% - Boa, demonstrando força no recebimento e vendas. > 10% < 30% - Regular, demonstrando dificuldades competitivas, repensar estratégias operacionais/comerciais. < 10% - Ruim, demonstra fraqueza no mercado, repensar viabilidade.

Grupo 4. Avaliação dos Resultados

� Apesar das cooperativas não visarem lucro, elas dependem essencialmente da obtenção de resultados econômicos positivos para reciclar seu crescimento.

� Mesmo sem objetivar a remuneração do capital, a rentabilidade do Patrimônio é importante para a cooperativa à medida em que justifica ao associado a manutenção das sobras, conquanto que este melhore permanentemente a prestação de serviços, facilitando seu processo produtivo.

São utilizados os seguintes indicadores:

� Rentabilidade das Vendas;

� Margem Bruta;

� Retorno dos Investimentos;

� Rentabilidade do Patrimônio Liquido;

� Retenções de Capital / Amortizações;

� Sobras antes das Destinações + Retenções / Amortização.

� Giro de Ativos;

� Despesas sobre vendas.

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Indicador 11. Rentabilidade das Vendas Nome Conceito Periodicidade da Analise Rentabilidade das Vendas - RSV

Mede a capacidade de realizar sobras liquidas em relação ao volume da atividade econômica (utilizar sobras antes das destinações estatutárias.

Mensal

Formula: RSV = Sobras Liquidas x 100 Vendas Origem das informações: Demonstração de resultados mensais e anuais.

Parâmetros: > 10% - excelente, indicando ótimo composição de custos e aproveitamento das oportunidades de mercado. Devendo-se observar a exploração dos associados. > 7,5 < 2,5 % - Boa. > 0% < 2,5% - Regular, indicando possiveis problemas com custos operacionais, financiamentos ou capacidade competitiva. < 0% - Ruim, indicando estrutura operacional ineficiente e descapitalização. Indicador 12. Margem Bruta Nome Conceito Periodicidade da Analise Margem Bruta - MB

Mede a margem operacional (lucro) bruta decorrente da variação dos estoques e custos operacionais diretos e disponíveis para cobertura das demais despesas da cooperativa.

Mensal

Formula: MB = Receita total ou Receita Liquida x 100 Receita Liquida – Custos das Vendas Origem das informações: Demonstração de resultados mensais e anuais.

Parâmetros: Não existem parâmetros analíticos ideais, porem recomenda-se que a margem seja a maior possível, principalmente se sobre os estoques existirem financiamentos e conseqüentes despesas financeiras. Alguns indícios dão conta que a margem em geral não deve ser inferior a 25%.

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Indicador 13. Retorno dos Investimentos / Ativos Nome Conceito Periodicidade da Analise Retorno dos investimentos / Ativos - RSA

Avalia a capacidade da cooperativa realizar resultados (sobras) em relação ao total dos ativos. Este índice e importante para medir o prazo médio de retorno dos investimentos e o custo / oportunidade das aplicações de recursos nos ativos operacionais e permanentes.

Mensal / Anual

Formula: RSA = Sobras Liquidas Antes da Destinação x 100 Ativo Total Origem das informações: Balancetes, Balanços e demonstração de resultados.

Parâmetros: > 20% - Excelente, indicando uma estrutura operacional adequada e capaz de recuperar os investimentos em períodos inferiores a 5 anos. > 15% < 20% - Boa, capaz de recuperar investimentos em período inferior a 7 anos. > 10% < 15% - Razoável, indicando estrutura operacional regular, capaz de recuperar investimentos em período inferior a 10 anos. > 5 < 10% - Ruim, indicando capacidade lenta de recuperação dos investimentos, e dificuldade de reinvestimento e crescimento. < 0 % - Péssimo, indicando incapacidade de recuperação de investimentos. É necessário revisar a estrutura geral de custos. Indicador 14. Rentabilidade do Patrimônio Liquido Nome Conceito Periodicidade da Analise Rentabilidade do Patrimônio Liquido - RSPL

Mede a capacidade da cooperativa remunerar o seu patrimônio liquido (capital próprio + fundos). Este indicador é importante para medir o custo / oportunidade da capitalização.

Mensal

Formula: RSPL = Sobras Liquidas Antes da Destinação Patrimônio Liquido Origem das informações: Balancetes, Balanços e demonstração de resultados.

Parâmetros: Os mesmos descritos para avaliar o retorno sobre investimentos, estudando-os sob a ótica do associado e não da cooperativa.

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Indicador 15. Retenções / Amortizações Nome Conceito Periodicidade da Analise

Retenções / Amortizações - RSA

Mede a capacidade da cooperativa liquidar os financiamentos de longo prazo para investimentos através das retenções de capital sobre a produção ou movimentação econômica do associado.

Anual

Formula: RSA = Retenção de Capital Baixas do Exigível a Longo Prazo

Origem das informações: Demonstrativo de origens e aplicações.

Parâmetros: > 1,5 - Excelente, indicando que o volume operacional e a taxa de retenção superam as necessidades para o pagamento dos empréstimos a longo prazo, liberando ainda recursos para a melhoria do capital de giro. > 1,25 < 1,5 – Boa, analise idem. > 1,0 < 1,25 – Regular, indicando capitalização equilibrada com a necessidade de recursos para pagamento dos empréstimos a longo prazo, porem sem possibilitar aumento do capital de giro e do autofinanciamento. < 1,0 – Ruim, a cooperativa não consegue capitalizar-se o suficiente para fazer frente aos pagamentos dos empréstimos a longo prazo. Indicador 16. Sobras antes das destinações + retenções / Amortizações Nome Conceito Periodicidade da Analise Sobras antes das destinações + retenções / Amortizações.

Mede a capacidade da cooperativa liquidar os empréstimos de longo prazo com as retenções de capital e as sobras antes das destinações.

Anual

Formula: Sobras Liquidas antes das destinações + Retenções de Capital / Amortizações dos empréstimos a longo prazo. Origem das informações: Demonstrativo de origens e aplicações.

Parâmetros: Os mesmos do indicador anterior, sendo que menor que 1,0 a cooperativa esta se descapitalizando.

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Indicador 17. Giro dos Ativos Nome Conceito Periodicidade da Analise Giro dos Ativos Mede a capacidade

organizacional da cooperativa. Este indicador é fundamental para avaliar o retorno dos ativos, pois cada vez que se da um giro no ativo em relação as vendas, acumula-se sobras.

Mensal/Anual

Formula: Giro do Ativo = Vendas Liquidas Ativo Total

Origem das informações: Demonstrativo de Resultados, balanços e balancetes mensais.

Parâmetros: >3,0 – Excelente, se o RSV for maior que 4%, indicando boa utilização dos investimentos e boa margem de acumulação de sobras e conseqüentemente do retorno sobre os investimentos. > 2,5 <3,0 – boa, idem acima se o RSV for maior que 5%. > 2,0 < 2,5 – bom, se o RSV for maior que 5,5%. > 1,5 <2,0 – razoável em geral, bom se o RSV for maior que 8%. > 1,0 <1,5 – Razoável, se o RSV for maior que 8%. < 1,0 – ruim, exigindo grande necessidade de obtenção de sobras em relação as vendas, para manter boa taxa de retorno sobre investimentos. Indicador 18. Despesas sobre Vendas Nome Conceito Periodicidade da Analise Despesas sobre Vendas

Mede a composição das diversas despesas em relação a atividade econômica (vendas) da cooperativa.

Mensal / Anual

Formula: Calcula-se pelo percentual de cada tipo de despesa sobre as vendas.

Origem das informações: Demonstração de Resultado.

Parâmetros: Não exista parâmetros ideais para a avaliacao destes indicadores. Alguns, indices de analise de cooperativas recomendam: a) Que as despesas financeiras liquidas sobre vendas não sejam superiores a 2,5%; b) Que as despesas com pessoal não superem 5,5% ideal é em torno de 3%; c) Que as demais despesas não superam 3% individualmente.

Grupo 5. Avaliação dos Produtos / Negócios

Esta avaliação dividi-se em três indicadores, sendo:

� Prazo médios de estoques;

� Participação de mercado;

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� Preços pagos aos associados.

Indicador 19. Prazos Médios de Estoques.

� O estoque é um dos principais ativos operacionais, sua administração deve ser acompanhada e avaliada permanentemente.

� É crucial a determinação de prazos médios de permanência corretos e compatíveis com os fluxos de vendas.

� Para uma melhor avaliação é nessario detalhar-se a analise dos prazos de permanência a nível de produtos para que as decisões possam ser tomadas nos negócios onde se localizam os possíveis problemas.

Indicador 20. Participação de Mercado.

A taxa de crescimento do mercado é o principal fator de avaliação visto que determinara se

o produto / serviço esta em fase de introdução, expansão, estabilidade ou declínio. As taxas usuais

para medir tais fases são:

� Introdução – acima de 50% ao ano;

� Expansão – 15 a 50% ao ano;

� Estabilidade – 5 a 15% ao ano;

� Declínio – abaixo de 5% ao ano.

Posturas estratégicas:

a) Investimentos maciços – participação acima de 20% em um mercado com

crescimento superior a 20% ao ano.

b) Investimentos moderados – participacao acima de 20% em um mercado estavel com

crescimento a baixo de 15% a.a.

c) Proteção – reforçar a posição adquirida e reter alguns investimentos em tecnologia

para mercados com crescimento abaixo de 5% a.a.

d) Saída – liquidar ativos fixos por incapacidade competitiva ou rentabilidade baixa

para mercados em declínio e pouca participação.

Indicador 21. Preços pagos aos Produtos

� A cooperativa deve possuir a capacidade de pagar um pouco acima ou de regular os preços de mercado.

� Porem, com preocupação no pagamento muito acima do mercado, podendo se descapitalizar quando assim agem.

� É prudente atuar numa faixa idêntica ou minimamente acima do mercado no dia-a-dia e distribuir excedentes, se for o caso, ao final das safras.

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Preços Médios Pagos ao produtor Nome Conceito Periodicidade da Analise Preços Médios Pagos ao Produtor

Avalia a capacidade da cooperativa beneficiar os associados através de preços, bem como sua influencia na regulação dos preços de mercado.

Diária / semanal / mensal

Formula: Preços pagos ao produtor / preço médio de mercado x 100 Preço médio de mercado Origem das informações: Relatórios de compras, CONAB, jornais e revistas especializadas.

Parâmetros: Não existe parâmetros ideais, visto que os preços pagos dependerão da capacidade competitiva da cooperativa e sua estratégia de concorrência.

� Balanço Social

Modulo 2 – Avaliação da eficiência social, política e de recursos humanos

� A analise da eficiência neste modulo, dividi-se em dois grupos de indicadores, sendo cada qual apresentado isoladamente, contendo uma analise inicial em relação ao seu significado para as cooperativas e as particularidades ajustadas a ótica dessas empresas.

Grupo 6. Avaliação da Eficiência Social.

Para a avaliação da eficiência social seleciona-se os seguintes indicadores.

� Indicador 22 – Faturamento por associado;

� Indicador 23 – Crescimento do quadro social;

� Indicador 24 – Participação Social;

� Indicador 25 – Capital Integralizado por Associado;

� Indicador 26 – Associados Ativos em Relação ao numero Total de Associados;

� Indicador 27 - Participação em Assembléias;

� Indicador 28 - Representatividade.

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Indicador 22. Faturamento por Associado Nome Conceito Periodicidade da Analise Faturamento por Associado

Mede a relação entre a atividade operacional (vendas)e o numero de associados.

Anual

Formula: FA = Vendas Liquidas N° de associados Origem das informações: Demonstração de Resultado, controle de associados.

Parâmetros: Não exista parâmetros ideais, sendo que sua analise deve ser comparativa com cooperativas similares e em relação aos anos anteriores. O índice pode indicar. a) Desvios de produção se o valor for decrescente ao ano. b) Queda de valor real dos produtos se o valor for abaixo e decrescente ano a ano.

Indicador 23. Crescimento do Quadro Social Nome Conceito Periodicidade da Analise Crescimento do Quadro Social

Mede o crescimento do numero de associados da cooperativa.

Anual

Formula: Numero de associados atual x 100 – 100 Numero de associados anterior Origem das informações: Controle de associados.

Parâmetros: Não exista parâmetros ideais, vai depender da capacidade da cooperativa atender aos associados e promover uma boa participação.

Indicador 24. Participação Social Nome Conceito Periodicidade da Analise Participação Social

Mede a participação dos produtos / pessoas na cooperativa em relação ao universo total de produtos por produtores existentes na área de ação.

Anual

Formula: numero de associados Numero de produtos / produtores na área de ação.

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Origem das informações: Controle de associados, censos agropecuários, controle de funcionários ou população, cadastro rural e residencial.

Parâmetros: > 50% - excelente, indicando legitimidade junto a comunidade local / regional, tendo a cooperativa hegemonia de participação social. > 40% < 50% - Bom, indicando boa legitimidade e aceitação da idéia cooperativista. > 30% 40% - Bom, indicando porem um grau relativamente baixo de aceitação e legitimidade. > 20% < 30% - Regular. >20% - ruim, indicando baixa aceitação e legitimidade. OBS: Se a cooperativa for de pequeno porte, especializada em apenas 1 ou 2 produtos ou de natureza fechada, desconsiderar os parâmetros acima. Indicador 25. Capital integralizado por associado Nome Conceito Periodicidade da Analise

Capital Social Integralizado por Associado

Mede a relação entre capital integralizado por associado, orientando a participação dos mesmos na composição patrimonial da cooperativa.

Mensal / Anual

Formula: Capital Social / numero de associados e Capital Social / Patrimônio Liquido x 100

Origem das informações: Balancetes, Balaços e controle de associados.

Parâmetros: Não existe parâmetros ideais, sendo que quanto maior a participação do capital integralizado no Patrimônio liquido, melhor para o associado, indicando que a cooperativa provavelmente corrige o capital monetariamente e valoriza a participação do associado.

Indicador 26. Associados Ativos por Associado Total Nome Conceito Periodicidade da Analise Associados Ativos por Associado Total

Mede a participação efetiva dos associados na vida da cooperativa e orienta sobre o grau de satisfação dos mesmos, e sua compreensão da filosofia empresarial das cooperativas.

Finais de safra, anualmente no caso de bens de consumo, mensalmente.

Formula: Associados Ativos x 100 Associados Total Origem das informações: Controle de associados, controle de recebimentos de produção e aquisição de insumos.

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Parâmetros: Media dos últimos três períodos. > 90% - excelente, indicando boa legitimidade junto aos associados e indicando boa capitalização pelas retenções. > 70% < 90% - bom, indicando boa legitimidade. > 50% < 70% - regular, indicando desvios de produção e insatisfação. > 20 < 50% - ruim, desvios de produção, insatisfação. Indicador 27. Participação em Assembléias Nome Conceito Periodicidade da Analise Participação em Assembléias

Mede o grau de interesse dos associados em participar e obter informações sobre a estratégia e resultados da sua cooperativa.

Anual.

Formula: Associados que compareceram na ultima assembléia x 100 Associados Total Origem das informações: Livro de presença de AGO e controle de associados.

Parâmetros: > 95% - Excelente, indicando muito interesse e espírito participativo. > 30% < 50% - Bom, indicando muito interesse e espírito participativo. > 10% < 30% - Regular, para cooperativas com ate 1500 cooperados. < 10% - Ruim, indicando participação passiva dos associados.

Indicador 28. Representatividade Social Nome Conceito Periodicidade da Analise Representatividade Social

Mede o nível de representatividade dos associados junto a gestão da empresa cooperativa.

Anual.

Formula: Numero de associados total x 100 associados nos conselhos de administração, fiscal, núcleos, comissões permanentes. Origem das informações: Controle de associados e controles diversos.

Parâmetros: > 25% - Excelente, indicando a autogestão, participação e democracia. > 25% < 50% - Bom, idem. > 50% <75% - Regular, > 75% - Ruim, indicando poder político concentrado.

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Grupo 7. Avaliação da Eficiência dos Recursos Humanos

Um dos principais problemas de administração de recursos humanos em cooperativas é a

inexistência de políticas de desenvolvimento do principal recurso da empresa.

Utiliza-se quatro indicadores:

� Indicador 29 – Faturamento por funcionário;

� Indicador 30 – Rotação de Pessoal;

� Indicador 31 – Numero de associados por Funcionários.

Indicador 29. Faturamento por Funcionário Nome Conceito Periodicidade da Analise Faturamento por Funcionário

Mede os resultados de atividades econômica (venda) em termos de produtividade dos recursos humanos.

Anual.

Formula: Vendas Liquidas numero de funcionários Origem das informações: Demonstrativo de Resultados e folha de pagamento.

Parâmetros: Não existem parâmetros ideais, sendo porem, necessário uma analise comparativa com cooperativas similares.

Indicador 30. Rotação de Pessoal Nome Conceito Periodicidade da Analise Rotação de Pessoal

Avalia a capacidade da empresa cooperativa manter seu quadro de recursos humanos.

Anual.

Formula: Pessoal demitido x 100 Pessoal Atual Origem das informações: folha de pagamento.

Parâmetros: < 10% - excelente, indica que a cooperativa mantem com facilidade seu quadro, resultado de uma boa política de recursos humanos. > 10% < 20% - Boa, idem. > 20% < 30% - Regular, indica problemas de manutenção do quadro. > 30% - Ruim, a cooperativa sofre descontinuidade na eficiência global.

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Indicador 31. Associados por funcionário Nome Conceito Periodicidade da Analise Associados por funcionário

Avalia a necessidade de funcionários para fazer frente as necessidades de serviços e transformação dos produtos dos associados.

Anual.

Formula: numero de associados numero de funcionários Origem das informações: Controle de associados folha de pagamento.

Parâmetros: Não existem parâmetros ideais, sendo porem, necessário uma analise comparativa com cooperativas similares.

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Capítulo 4 | Reuniões do Conselho

4. Reuniões do Conselho 4.1 Organização da Reunião

Reuniões possibilitam compartilhar informações e experiências para a tomada de decisão, estimulam a sinergia da equipe e produzem soluções e idéias melhores que a se apenas um indivíduo estivesse tomando todas as decisões.

Para o aproveitamento máximo das vantagens das reuniões e deixá-las mais eficazes

(CAMPOS, 2006. CARVALHO, 2007), são recomendados:

A. Definição da Pauta B. Agendamento e Programação da Reunião C. Gerenciamento dos Participantes D. Ambiente Propício E. Registros

4.1.1 Definição da Pauta

A pauta é o guia da reunião. Uma pauta bem definida e disponibilizada com antecedência possibilita a preparação dos participantes para a reunião e objetividade. A pauta pode ser preparada na forma de tópicos a serem discutidos ou decididos, juntamente com o objetivo definido de cada tópico e sua duração.

Após definir a pauta, é interessante que se faça uma análise da necessidade de discussão

em uma reunião de cada um dos tópicos. Deve-se perguntar “esse tópico é necessário discutir na reunião?”. Alguns tópicos, como informativos por exemplo, são melhor resolvidos quando se faz uma comunicação interna. 4.1.2 Agendamento e Programação da Reunião

A reunião deve ter data e hora definida e ser comunicada com antecedência para que os participantes possam se programar e se preparar com dados e idéias. Na comunicação sobre a reunião, além da data e hora, é interessante que o participante seja informado também do tema e da pauta da reunião, da duração de cada tópico da pauta ou da reunião toda e quem mais estará presente.

O prazo de antecedência de uma reunião depende da complexidade do assunto. Para um

tema, 2 dias de antecedência podem ser suficientes, enquanto que para outro tema que exija mais preparação e seja mais complexo, 2 dias de antecedência podem não ser suficientes.

Quando o tempo de reunião for maior que o tempo programado, o recomendado é que os

participantes entrem em um acordo para extender ou não a duração da reunião. Ao final da reunião, para que os participantes tenham clareza das decisões e

encaminhamentos, um resumo pode ser apresentado pelo coordenador da reunião ou pelo seu relator.

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4.1.3 Gerenciamento dos Participantes

Cada participante possui um papel na reunião. Há o coordenador da reunião que age como moderador e encorajador da discussão até de pontor contrários aos seus. O coordenador da reunião procura conduzir a equipe à objetividade e tomada de decisões.

Há participantes que estão presentes na reunião apenas para prestar esclarecimentos ou

qualquer outro assunto que seja específico e temporário e que não exija sua participação em todo o período da reunião. Esses participantes podem ser dispensados após o assunto específico que os envolve for tratado.

O recomendado é que apenas as pessoas que estejam diretamente envovidas com os

tópicos da reunião, que sejam as tomadoras de decisão ou que tragam soluções sejam convocadas. Outras pessoas podem se informar sobre as discussões, decisões e encaminhamentos através da ata da reunião. A reunião assim se torna mais produtiva.

Para que todas as discussões, decisões e presentes na reunião sejam registrados, o

secretário é incumbido de elaborar a ata da reunião. A grosso modo, a ata da reunião é o registro por escrito contendo o nome de quem participou, o que cada um falou em ordem cronológica, os acontecimentos principais da reunião, decisões tomadas, encaminhamentos, e tarefas distribuídas com prazos e responsáveis. A ata deve ser um relato fiel aos acontecimentos principais da reunião, isento da opinião pessoal do secretário sobre os fatos ocorridos. 4.1.4 Ambiente Propício

O ambiente recomendado para reuniões é livre de tensões entre os participantes para que os participantes se sintam livres para expressar suas idéias e pensamentos. Os participantes devem ouvir uns aos outros, respeitando as opiniões e idéias de cada, questionando quando houver dúvida e argumentar quando for expor algum ponto de vista. Críticas devem ser construtivas e criteriosas. 4.2 Orientações aos Participantes

Os participantes de uma reunião devem levar em consideração (BARONI, 2008. CARVALHO, 2007):

A. Pontualidade; B. Respeito ao próximo; C. Preparação; D. Espírito crítico; E. Foco.

4.2.1 Pontualidade

Os participantes devem evitar chegar atrasados na reunião. Chegar atrasado em uma reunião é considerado falta de respeito com aqueles que compareceram na hora marcada e descaso com o tema da reunião.

Caso o atraso seja inevitável, procure avisar com antecedência e informe a previsão de

chegada para a reunião. Ao chegar, não incomode os outros participantes da reunião com questões sobre o que aconteceu. Ou faça isso numa pausa para o café ou depois da reunião.

Em caso de ausência da reunião, é desrespeitoso com os participantes da reunião tecer

opiniões sobre as idéias discutidas e decisões tomadas na reunião. Isso deve ser feito na própria reunião, não fora dela. 4.2.2 Respeito ao Próximo

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Para aproveitar ao máximo o potencial de contribuição para soluções e idéias de cada

participante, é necessário que haja respeito mútuo. Os participantes devem saber ouvir com atenção esperar a sua vez para argumentar de forma racional e coerente.

O embate de idéias é um processo natural nas reuniões, mas os participantes devem se

portar de modo que as diferenças de opinião não representem uma ameaça ao desempenho da reunião. 4.2.3 Preparação

Os participantes devem verificar suas responsabilidades durante a reunião para poderem levantar dados e informações a serem apresentadas.

Se houve material enviando previamente para leitura e análise, o participante deve estudar

o material e tirar dúvidas com o responsável pelo material antecipadamente para melhor contribuir com o andamento da reunião. 4.2.4 Espírito Crítico

O participante deve saber argumentar e criticar criteriosamente e construtivamente. Críticas que ofendem ou que não possuem críterios são desnecessárias e, portanto, deixam a reunião ineficiente.

Da mesma forma que o participante deve saber criticar e argumentar, também deve estar

aberto a receber novas idéias e contra-argumentar, mantendo a compostura. Além disso, o participante deve estar atento aos procedimentos para organizar uma

reunião. Se a agenda da reunião não foi enviada, se durante a reunião houver dúvidas em relação a algum tópico, ele tem o direito de questionar. 4.2.5 Foco

Durante a reunião, regras quanto ao uso de telefones e de saídas do local de reunião devem ser estabelecidas para não atrapalhar o andamento das discussões e decisões.

Ao falar o participante deve ser claro e objetivo, já que a reunião possui hora para começar

e para acabar. Falar em paralelo ou desviar o foco da reunião para assuntos que não estão em pauta, atrasam a reunião e a deixam ineficaz. Se o participante sentir necessidade de falar algo relacionado ao assunto tratado no momento, o participante deve compartilhar com todos.

É importante prestar atenção em tudo o que é dito na reunião, já que os assuntos podem

ser cobrados a qualquer momento. Para envitar esquecimentos, os participantes podem fazer anotações no andamento da reunião.

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5. Exemplos de Instrumentos Contábeis

Figura 1: Normatização da Contabilidade de Sociedades Cooperativas Fonte: SANTOS et al, 2008.

Figura 2: Constituição de Reservas Obrigatórias Fonte: SANTOS et al, 2008.

Figura 3: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Fonte: SANTOS et al, 2008.

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Figura 4:Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: SANTOS et al, 2008.

Figura 5: Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Fonte: SANTOS et al, 2008.

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Figura 6: Demonstração do Fluxo de Caixa Fonte: SANTOS et al, 2008.

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Figura 7: Balanço Patrimonial Detalhado Fonte: SANTOS et al, 2008.

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Figura 8: Demonstração de Sobras ou Perdas Fonte: SANTOS et al, 2008.

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6. Ética

De acordo com Maximiano (2006), ética é a disciplina ou campo do conhecimento que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organizações.

Já desenvolvimento sustentável, pode ser definido como práticas produtivas adotadas pelas

gerações atuais para que suas necessidades sejam atendidas sem que prejudiquem ou comprometam a capacidade de futuras gerações de atender às suas necessidades (CORREIA & CORREIA, 2006)

Correia e Correia (2006) pontam os benefícios de um comportamento ético nas

organizações:

� Melhora a sociedade como um todo

� Em épocas turbulentas, uma organização consegue mais facilmente manter uma postura correta;

� Melhora a disposição para o trabalho de equipe, aumentando a abertura ao diálogo, integridade e sensação de comunidade, de valores compartilhados;

� Apóia crescimento e amadurecimento dos funcionários;

� Tende a deixar a organização menos sujeita a multas e processos;

� Traz confiança para a organização por parte de seus clientes e fornecedores, e o governo;

Uma das formas de viabilizar a conduta ética é o código de ética que, a grosso modo,

representa um conjunto de comportamentos e atitudes a serem seguidos pela organização. Um código de ética pode tratar de como deve ser o relacionamento entre a administração,

os cooperados, os funcionários, e não cooperados, de penalidades para o não cumprimento do código, do uso dos recursos da organização, do procedimento para a instalação de uma comissão de ética, entre outros.

A seguir, alguns exemplos de cláusulas de um código de ética: Art. 20. As penalidades de advertência, verbal ou escrita, suspensão e de demissão por

justa causa ou não, deverão ser aplicadas pelo superior imediato, no momento do ato faltoso do colaborador (BLUCREDI, 2010)

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Referência Bibliográfica

BARONI, Larissa Leiros. Veja os 10 Erros mais Comuns em Reuniões Corporativas. 2008. Disponível em [http://www.universia.com.br/carreira/materia.jsp?materia=16564]. Acesso em 20/10/2009. BERNARDI, Luiz Antônio. Manual de Empreendedorismo e Gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas. São Paulo: Editora Atlas, 2006. BLUCREDI. Código de Ética e Conduta Profissional. Disponível em [http://www.blucredi.coop.br/site/img/upl/codigo_etica.pdf]. Acessado em 22/10/2009. CAMPOS, Augusto. Dicas Simples para Reuniões mais Produtivas. 2006. Disponível em [http://www.efetividade.net/2006/07/30/dicas-simples-para-reunioes-mais-produtivas/]. Acesso em 20/10/2009. CARVALHO, Madalena. Reuniões Produtivas. 2007. Disponível em [http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=5m6es54dw]. Acesso em 20/10/2009. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. Rio de Janeiro, 1999. COOMFLONA. Estatuto da COOMFLONA. Disponível em [http://www.coomflona.com.br/]. Acesso em 20/10/2009. CORRÊA, Carlos Alberto; CORRÊA, Henrique L. Administração de Produção e Operações: manufatura e serviços, uma abordagem estratégica. São Paulo: Editora Atlas, 2006. DUARTE, L.M.B. Capitalismo e cooperativismo no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: L&PM/Anpocs, 1986. ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. 2ª ed. Global Ed. 1985. FLEURY, M.T.L. Cooperativas agrícolas e capitalismo no Brasil. São Paulo: Global, 1983. HAYES, Samuel L (org.). Finanças para Gerentes. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2004 HOBSBAWN, E.J. Mundos do Trabalho. Paz e Terra, S.Paulo, 1987. Íudicibus, Sergio ET. AL. (org). Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações: Aplicáveis às demais sociedades – FIPECAFI 6 ed Ver e atual – São Paulo : Atlas 2003. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 9 ed. São Paulo: Editora Pearson – Prentice Hall, 2003. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana a revolução digital. São Paulo: Atlas, 2006.

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Acesse o site do Serviço Florestal Brasileiro: www.florestal.gov.br

Lei de Gestão de Florestas Públicas: Lei Nº 11.284, de 2 de março de 2006.

Decreto Nº 6.063, de 20 de Março de 2007.

Contatos:

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