elo associativo n.º 36

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Revista Anual da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto

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Page 1: Elo Associativo n.º 36
Page 2: Elo Associativo n.º 36

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EDITORIAL

Acreditar na participação cívicaintervir para transformar

Após as eleições a 24 deMarço e a tomada de posse a

31 de Março, cá estamos de

novo sem ter abrandado opasso.

Instalados os órgãos soci-

ais, tratámos de por em mar-

cha o Programa de Acçãoque assenta em três eixos

fundamentais e será execu-

tado nos próximos três anos.

Sente-se a vontade e determinação de quem co-

meça uma nova responsabilidade, sem ter feito umaruptura com o passado. Os projectos e estratégia

terão continuidade, agora com novos dirigentes e

novos estilos de trabalho.

O mandato que agora começa, coloca-nos doisgrandes desafios: 1º - O desenvolvimento da estru-

turação interna da Confederação e o aprofundamen-

to da relação com todas as expressões associativasdo nosso movimento;

2º - O aprofundamento da participação activa das

filiadas, dos dirigentes e da população associativa

em geral.

Vivemos momentos de grande preocupação quan-

to à participação dos cidadãos, bem como o uso dos

direitos, liberdades e garantias – nomeadamente a

liberdade de expressão - no trabalho, na escola, na

sociedade em geral.

O medo instala-se e a qualidade da nossa demo-

cracia está posta em causa.

A par de outras formas de intervenção cívica e

política, o associativismo pode constituir uma for-

ma organizada de resistência e de luta contra o des-

potismo e a mediocridade de todos aqueles que têm a

tendência de abuso do poder.

Os desafios são grandes, mas a nossa confiança e

determinação são ainda maiores. Vamos reforçar a

nossa participação e intervenção para transformar.

Augusto Flor, Dr.Presidente da Direcção

José CarneiroPresidente

Grupo RecreativoApelaçonenseLoures/Lisboa

Juvenal RibeiroSecretário

Rancho Típico de S. Mamedede InfestaMatosinhos/Porto

Rosa BaptistaRelatora

Grupo Instruçãoe Sport/Figueira da FozCoimbra

Conselho Fiscal

Foi emitido o cartão de DirigenteNacional, onde consta o nome, cargo ecolectividade representada.

Barbosa da CostaPresidente

Associação Desportivae Cultural de Santa IsabelVila Nova de Gaia/Porto

Artur MartinsVice-Presidente

Grupo Desportivo e Culturalde Seiça/Ourém/Santarém

António Grifó1º Secretário

Rancho Fol. Infantile Juv. de Nogueira do Cravo/Oliveira Azeméis/Aveiro

Francisco Libório2º Secretário

Sociedade Filarmónicae Recreativa GaeirenseÓbidos/Leiria

José DinisSuplente

Sociedade Recreativae Musical de AlmoçagemeSintra/Lisboa

Mesa do Congresso

ÓRGÃOS SOCIAIS DA CONFEDERAÇÃO 2007 - 2010

Page 3: Elo Associativo n.º 36

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Augusto FlorPresidente

Sociedade FilarmónicaIncrivel AlmadenseAlmada/Setúbal

Victor AgostinhoVice-Presidente

Sociedade InstruçãoBeneficência “ Voz doOpérario” /Lisboa

José Maria SilvaVice-Presidente

Círculo Católico deOperários do PortoPorto

António MeyrellesVice-Presidente

Academia de InstruçãoRecreio Familiar Alma-dense/Almada/Setúbal

Helena Monteiro1.ª Secretária

Clube Desportivoda Graça/Lisboa

José Lagarto2.º Secretário

Sociedade InstrutivaRecreativae DesportivaVilanovense/TomarSantarém

Carlos RibeiroTesoureiro

Alma Alentejana- Associação parao DesenvolvimentoCooperaçãoe Solidariedade SocialAlmada/Setúbal

Jaime SalomãoVice-Tesoureiro

Grupo Desportivo doCastelo/Lisboa

Álvaro PintoVogal

Futebol Clube da ParadaParedes/Porto

Manuel PintoVogal

Banda Musicalde GondomarGondomar/Porto

Rodrigo MartinsVogal

Associação JovensCarpe Diemna AldeiaBeja

Direcção

Conselho Nacional

Celestino ZorroCentro de Cultura eDesporto da Freguesiada Matriz/Borba/Évora

José EstevãoAssociação de Defesado PatrimónioHistórico e Arqueólogicode AljezurAljezur/Faro

Filipe MartinsGlória Futebol ClubeVila Real Santo AntónioFaro

António MoreiraCentro Sócio Culturalda Coriscada/MêdaGuarda

Daniel GuilhermeAssociação RecreativaDesportiva QuiterenseAlcobaça/Leiria

Vasco SilvaGrupo DesportivoRecreativodas FigueirasMarinha Grande/Leiria

Jacinto DomingosAssociaçãodos BombeirosVoluntáriosde Algueirão-MemMartins/Sintra/Lisboa

Ana LúciaAssociação deMelhoramentosCultura e Desporto daTituaria Mafra/Lisboa

José CostaGinásio Clubede Queluz/Sintra/Lisboa

António CiprianoAssociação MoradoresCultura e Recreio,IPSS de Fonte Grada/Torres Vedras/Lisboa

Manuel BragaGrupo FolclóricoCultural da BoavistaPortalegre

Óscar MartinaGrupo Desportivo deVialonga/Vila Francade Xira/Lisboa

Victor MendesGrupo Desportivoe Recreativo RingosFutebol Clube/Arouca/Aveiro

Fernando PinhoRancho FolclóricoInfantil “AsAndorinhasde S. Silveste”Murtosa/Aveiro

Ricardo SousaCentro Cultural e Socialde Santo AdriãoBraga

Luís ValeAssociação Desportivae CulturalVila Boa/VinhaisBragança

Orlando ReisTrevim-CooperativaEditora PromoçãoCultural, CRLLousã/Coimbra

Esmeralda PomboFilarmónicade Ervedal da BeiraOliveira do HospitalCoimbra

Francisco TeófiloCasa de LafõesLisboa

Joaquim PinhoGrupo SportivoAdicenseLisboa

Manuel CustódioClube do Sargentoda ArmadaLisboa

Maria João SantosSociedade FilarmónicaJoão RodriguesCordeiroLisboa

Fernando VazLiga dos Amigosde Mina S. DomingosLoures/Lisboa

Luís MaçaricoGrupo Dramáticoe Escolar“Os Combatentes”Lisboa

Page 4: Elo Associativo n.º 36

4

« O acto que aqui nos reúne…é uma

oportunidade que as nossas regras de

funcionamento interno nos dão para

podermos, perante testemunhas,

assumir compromissos que devemos

respeitar e deles dar contas em cada

momento e espaço próprios. »

« …este movimento, que teve as

suas primeiras experiências na segun-

da metade do século XVIII, tarda em

organizar-se e estruturar-se.

Divide-se em pequenos e grandes, Di-

vide-se em novos e velhos. Divide-se

em conservadorismos puristas e van-

guardismos absurdos. Divide-se em

norte e sul, litoral e interior. Divide-se

em influências de direita e de esquer-

da. Divide-se, divide-se, divide-se. »

« …esta divisão, é contrária ao es-

pírito e aos valores que são a sua ma-

triz. Esta divisão, só pode servir a

quem nunca acreditou que os homens

e mulheres socialmente organizados,

associados, são a resposta às neces-

sidades que os seres humanos têm

desde sempre e que, eles próprios, só

por si, ou o Estado não conseguem

satisfazer. »

« …numa sociedade onde os valo-

res do egoísmo e individualismo im-

peram, onde o Estado liberal alija res-

ponsabilidades e competências, onde

o reconhecimento de facto do seu pa-

pel social não é acompanhado pelo re-

conhecimento e valorização pelos po-

deres instituídos, ainda assim, o mo-

vimento associativo popular é a res-

posta social indispensável. »

« …a par de uma estratégia clara

que, no fundo, deve ser a nossa ideo-

logia associativa, há que desenvolver

projectos concretos que promovam a

auto estima do movimento e dos seus

dirigentes e, simultaneamente, dê res-

posta às necessidades das populações

e do meio em que nos inserimos. »

« …o segundo eixo essencial, desti-

na-se ao aprofundamento das rela-

ções entre o nosso movimento e ou-

tros movimentos associativos de for-

ma a alargar o conhecimento dos pro-

blemas próprios mas também co-

muns. Nesse sentido, tomaremos a

iniciativa de promover encontros que

visem reflectir sobre a possibilidade

de constituição da Plataforma do Mo-

vimento Associativo Português e do

Conselho Nacional do Associativismo

Popular. »

« …o terceiro eixo, como não po-

dia deixar de ser, visa a relação entre

o Movimento Associativo e entidades

externas a este. Estão neste caso, os

poderes deliberativo e executivo ao

nível central, a quem cabe dar res-

posta aos mUltiplos, velhos e urgen-

tes apelos que o nosso movimento

tem vindo a fazer. »

Augusto Flor, Dr.Presidente da Direcção

Conselho Nacional

Fundevila MoreiraTuna MusicalA Vencedora de VilarAndorinho/Vila Novade Gaia/Porto

Manuel VieiraOrfeão do PortoPorto

Rui PereiraRancho Regional deFanzeres/GondomarPorto

Adriano RibeiroRancho RegionalCampo ValongoValongo Porto

Augusto XavierCírculo Católicos deOperários de Vila doCondeVila do Conde/Porto

Paulo CruzAssociação Cultural eRecreativa VigorosaTrofa/Porto

Ângelo CoelhoAssociação de CulturaMusical de LousadaLousada/Porto

Manuel TeixeiraAssociação Desportivae RecreativaEstradinha FutebolClubeAmarante/Porto

António CarvalhoRancho Folclórico deMacieira da LixaFelgueiras/Porto

Manuel José SoaresCine-Clube de TorresNovas/Torres NovasSantarém

Maria Alice LopesAssociação de Artistase Artesãos OurieensesOurém/Santarém

António José VilaAssociação Culturale Recreativa de ValeEstacas/Santarém

José Barreto SantosAssociaçãoRepresentativaDesportiva e Culturalde Vale de ÓbidosRio Maior/Santarém

Luís Filipe CoelhoS. Paulo ClubeRecreativo de AlmadaAlmada/Setúbal

Eugénio CostaClube Desportivoe Recreativo ÁguiasUnidasSeixal/Setúbal

José FernandesGinásio Atlético ClubeMoita/Setúbal

João CarpelhoGrupo Musicale Desportivo UniãoProgressoSetúbal

Domingos FontaínhaAssociação de Instruçãoe Recreio CasinoAfifenseViana do Castelo

Nelson SantosAssociação Desportivae Recreativade FerreirimLamego/Viseu

João Paulo SantosBanda Orquestralde Câmara de Lobos“Os Infantes”Madeira

Jorge Borges CunhaAssociação Cultural,Desportivae Recreativa da GraciosaAçores

Intervenção de tomada de posse (extractos)

e ainda:

Cláudio Nunes Gonçalves- Grupo Instrução e Recreio do Rodrigo/Covilhã/Castelo Branco

Américo Pinheiro- Tuna Musical de Santa Marinha/Vila Nova de Gaia/Porto

Alberto Rui- Atlético Clube de Croca/ Penafiel/Porto,

Teodoro Duarte Antunes- Sociedade de Cultura e Recreio 1º Agosto “O Paivense”/Barreiro/Setúbal,

Victor Barrocas Borrego- Sociedade Filarmónica Palmelense “Loureiros”/Palmela/Setúbal,

Francisco Xavier Barreto- Banda Filarmónica do Couto de Dornelas/Boticas/Vila Real

Page 5: Elo Associativo n.º 36

5

Todos reconhecíamos, desde há muito,o papel determinante do associativismono esbatimento das desigualdades socio-económicas e culturais, mas era impen-sável, há alguns anos, a existência de ou-tras dimensões e virtualidades.

Mas elas aí estão, numa eclosão e numcrescendo inimagináveis, como se pôdeconstatar no Encontro Nacional do “Pro-

jecto 2001 Associações – rede Internet associativa”, emque os seus monitores apresentaram um balanço final dasua actividade.

Ficamos a saber que, através desta porta do conheci-mento e da comunicação, rasgam-se novos caminhos e efec-tivam-se outras oportunidades.

Assim:- Há imigrantes que comunicam com as suas famílias,

erigindo o computador num observador feliz do reatamen-to das relações entre pessoas ansiosas em comungaremas suas vivências, aspirações e sonhos;

Existiram crises desde que a históriado movimento associativo popular tem ha-ver com estas dificuldades:

- tempos de ditadura;- tempos de guerra;- tempos de fome;- tempos de desemprego;Tempos difíceis para os mais desfavo-

recidos, talvez por isso o nascimento doAssociativismo para dar respostas adaptadas a cadamomento, hoje também existem alguns flagelos que ne-cessitam de respostas eficazes e necessárias, mas paraisso tem que de haver liderança, um caminho traçado parao objectivo a atingir e este tem de estar bem definido edelineado. Sendo necessário ter motivação, conhecimento,trabalho e ser congruente para chegar à meta de uma for-ma objectiva.

Para ser congruente tem de se fazer o necessário, direimais; sentir, dizer e fazer motivando outros, ajudando-osa fazer e ensinar a ensinar ou seja passar o conhecimentoadquirido.

Existem actualmente várias razões para as crises queestamos a viver sendo umas de ordem económica, outrasde ordem de transformação tecnológica e outras de menta-lidades, ou seja medo da mudança.

Novos tempos, novas respostas está o M.A.P. a dar esendo necessárias novas respostas adaptadas ao meioonde nos encontramos, estar atento e oscultar o que aspopulações procuram,

“Não vale a pena dar o comprimido para a dor de den-tes, se o doente usa placa dentária”.

Não vale a pena ficarmo-nos a lamentar porque os tem-pos mudaram de uma forma geral, mas atenção não nospodemos iludir sobre aquilo em que devemos lutar e pro-testar pelos nossos valores.

Reconhecimento pelo trabalho desenvolvido de uma for-

O mundo ali mesmo à mão... - Em aldeias perdidas do interior, é a única forma de

comunicação com o exterior, possibilitando, entre outrasvalências, a permanência de estudantes, em fim-de-se-mana, junto das suas famílias;

- Em bairros periféricos das grandes cidades, sãoespaço de acesso a novas fontes de conhecimento, sãomeio eficaz de elaboração de trabalhos académicospara muitos a quem os baixos salários e o inesperadodesemprego retiram o acesso à aquisição pessoal des-ses equipamentos;

Fundamentalmente, são pontos de encontro de gentesde idades diversas, de veículos de inclusão social, de aber-tura ao Mundo e aos Homens de todas as latitudes, numaafirmação sadia da globalização.

Por isso, espero que o Governo, tão preocupado na con-cretização do Plano Tecnológico, resolva, celeremente, oreatamento deste projecto, actualmente suspenso.

Barbosa da Costa, Dr.Presidente da Mesa do Congresso

“Tempos de crise” no Movimento

Associativo Popular Voluntárioma benévola e voluntária em prol daqueles que nos ele-gem e dos mais necessitados, quase sempre os maisesquecidos e sendo que a legislação em vigor nem sem-pre nos facilita o nosso trabalho, não nos valoriza pelotrabalho desenvolvido e muito menos nos reconhece.

A resposta aos desafios passa por fazermos equipacom os nossos líderes (“porque só há líderes, se houverseguidores”), e preparando-nos com o objectivo de lu-tarmos para nos fazermos ouvir, expor as nossas ra-zões e sermos reconhecidos como parceiro social, juntodo poder Local e Central.

Para isso é necessário discussão, mobilização e ac-tuação, enfim congruência: sentir; dizer; fazer - “ NÃOVALE DIZER, SE NÃO SE FAZ”;

E o que temos na nossa Estrutura Associativa?- falta de liderança? – Não;- falta de motivação? – Não;- falta de objectivos a atingir? – Não;- falta de seguidores? – Não;- somos muitos, queremos ser mais e muito mais

actuantes para defender os nossos direitos, por issotemos que fazer equipa com os nossos líderes, partici-pando nas iniciativas para se conseguir os objectivos aatingir e lembrando uma frase escrita há muito tem-po, “NÃO PENSES MUDAR O MUNDO, MUDA TU EO MUNDO MUDARÁ CONTIGO, DESDE QUE ESTE-JAS DISPOSTO A DAR O PASSO EXTRA”;

Não desanimar, não lamentar e não baixar os bra-ços perante as dificuldades que se apresentam todosos dias.

Líderes existem, projectos também, falta o teu com-promisso!

Saudações Associativas.

José CarneiroPresidente do Conselho Fiscal

OPINIÃO

Page 6: Elo Associativo n.º 36

6

ENTREVISTA

Elo: O que é o EQUAL

Interculturacidade?Dr.ª Adelina Henriques: A

EQUAL é uma iniciativa co-munitária, co-financiada peloFSE, que se destina a elimi-nar os factores que estão naorigem das desigualdades edescriminações ligadas aosexo, raça, origem étnica, reli-gião, orientação sexual, defici-ência, etc. O InterculturaCidade é um projecto que temcomo objectivo geral promover dinâmicas interculturaispositivas, partindo da diversidade cultural como um vec-tor de inclusão. Os objectivos específicos centram-se so-bretudo na sensibilização para a interculturalidade, atra-vés da criação de dinâmicas que envolvam a comunidadelocal e que potenciem o conhecimento e valorização dasdiversas culturas de origem, que sensibilizem empresári-os e trabalhadores para a diversidade cultural e sensibili-zem as crianças para aceitar as diferenças culturais, res-peitando-as e valorizando-as.

Elo: Como é que a Confederação se tornou

parceira deste projecto?Vítor Agostinho: O projecto InterculturaCidade encon-

tra-se actualmente na sua terceira fase – a Acção III. Énesse contexto que a CPCCRD é convidada, pelos Parcei-ros que estiveram envolvidos na Acção II e que se candida-taram à Acção III (Junta de Freguesia de Santa Catarina,Etnia, USL, CPPME), a integrar a nova Parceria. Este de-safio é fundamentado pelo impacte que a CPCCRD temenquanto estrutura nacional, com práticas que, para osobjectivos do projecto, podem não só reforçar a parceriaexistente mas contribuir para uma mais eficiente disse-minação dado que o movimento associativo popular esten-de-se por todo o país e tem assumido um importante papeljunto das populações, principalmente das mais carencia-das. Tem fomentado espaços de formação, informação,interacção e recreio, onde se experimentam noções decidadania, onde se cultiva o espírito de ajuda mútua e departicipação. Acreditamos que través das nossas associa-ções conseguiremos envolver as populações neste percursopara a interculturalidade.

Elo: Quais são os objectivos que o projecto

pretende atingir... quais os públicos alvo...

quais as regiões do país?Vítor Agostinho: A acção III tem como objectivo disse-

minar os produtos que foram desenvolvidos com o decorrerda Acção II e que são, portanto, boas práticas para a cons-

Interculturacidade

trução da interculturalidade. Oresultado ideal para um projec-to desta natureza seria que amensagem fosse apreendidapela sociedade em geral. Sabe-mos que isso é uma utopia, hásempre quem resista a aceitaro diferente de si. A multicultu-ralidade existe em todo o país.No entanto, existem zonas ondeessa diversidade cultural está

bem patente. Essas zonas do país serão o nosso principalpúblico-alvo. As zonas previstas para já são Braga, Lei-ria, Setúbal, Cascais e Lagos.

Elo: Que tipo de iniciativas se propõem

desenvolver?Dr.ª Adelina Henriques: O objectivo é organizar semi-

nários, reuniões, workshops, em datas a divulgar maistarde, nesses pontos do país e tentar que o maior númeropossível de entidades dessas regiões estejam presentes eadiram a estas boas práticas.

Elo: Que meios humanos, técnicos e

financeiros estão disponíveis e quem apoia?Dr.ª Adelina Henriques: Temos uma equipa

multidisciplinar, composta por sociólogos, antropólogos,técnicos de serviço social, de comunicação eadministrativos, dedicada, em tempo parcelar, por umperíodo de um ano, à disseminação dos produtos validadosno âmbito da Acção II. Financeiramente contamos comalgumas verbas, disponibilizadas pelo FSE e pelo MSSTque, geridas com o apoio do trabalho voluntário dosparceiros, deverão permitir realizar as iniciativas aquienunciadas.

Elo: Como é que este projecto se relaciona

(interage) com os restantes projectos da

Confederação?Vítor Agostinho: Na estratégia que a CPCCRD

adoptou para o mandato 2007/2010, ressalta o desafioque lançou a todo o Movimento Associativo Popular paraque intervenha activamente nas áreas sociais com vista àmelhoria da qualidade de vida dos portugueses.Acreditamos que a qualidade de vida dos portuguesesmelhorará certamente se a diversidade cultural coexistirde forma harmoniosa, sem qualquer tipo de constrangi-mento. Há pois que sensibilizar os cidadãos para a pro-moção de um diálogo intercultural. Colaboremos todos naconstrução de uma sociedade mais intercultural e por issomesmo mais justa!!

O Elo Associativo, quis conhecer melhor o mais novo dos projectos nacionais da

Confederação. Nada melhor do que perguntar a quem sabe: Vítor Agostinho –

Vice – presidente e responsável pelo projecto e Dr.ª Adelina Henriques – Soció-

loga e técnica responsável pelo projecto em representação da Confederação,

concederam ao Elo uma entrevista.

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Estabelecimentos de Restauração e Bebidas

Novo Diploma, a mesma postura!!!

Eleiçõesde Órgãos Sociais

Em 1997, entrou em vigor o Decre-to-lei 168/97, de 4 de Julho que visa-va estabelecer as regras de instala-ção e funcionamento dos estabeleci-mentos de restauração e bebidas, pre-vendo que os mesmos só poderiam ini-ciar actividade com a emissão do com-petente alvará de licença ou autoriza-ção de utilização.

Para as colectividades de cultura, recreio e desporto,este diploma legal assumiu particular importância, tendoem conta que os seus bares na anterior legislação não eramabrangidos e com este diploma passaram a ser tratadoscomo qualquer restaurante ou bar aberto ao público.

Este facto levou a então Federação das Colectividadesde Cultura e Recreio a reagir, afirmando que as colectivi-dades pugnavam pela qualidade, higiene e segurança dosseus bares, mas não podiam concordar que fossem abran-gidos pelas regras deste diploma. Afinal de contas os ba-res das associações são utilizados essencialmente por as-sociados e servem apenas para apoiar as actividades semfins lucrativos que as mesmas desenvolvem. Esta reacçãolevou à apresentação de propostas alternativas, junto doGoverno e da Assembleia da República.

QUESTÕES JURÍDICAS ASSOCIATIVAS

Ora no passado dia 19 de Junho, foi publicado o Decreto-lei 234/2007 que vem revogar o Decreto-lei 168/97, de 4 deJulho, alterando algumas regras. Sendo que ao nível dasexcepções à aplicação desta nova legislação a redacção é emtudo idêntica à anterior. Aparentemente o legislador não foisensível aos apelos, petições e propostas da CPCCRD e domovimento associativo popular, continuando a prever queapenas não são considerados estabelecimentos de restaura-ção e bebidas as cantinas, os refeitórios e os bares de entida-des públicas, de empresas ou de estabelecimentos de ensino.

Aparentemente resta-nos continuar a lutar para ver sa-tisfeitas as nossas justas reivindicações ou então optar poruma interpretação extensiva da lei, defendendo que a gran-de maioria dos bares das colectividades têm um funciona-mento em tudo idêntico aos das empresas, na medida emque servem apenas para uso dos seus associados e não dopúblico em geral.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades… o que tei-ma em não mudar é a forma pouco justa e adequada como olegislador deste país enquadra o movimento associativo po-pular, parceiro de tantas e tantas actividades, pilar da de-mocracia, da participação e da cidadania.

Maria João Santos, DrªConselheira Nacional

O livro de reclamações constitui um dos instrumentosque tornam mais acessível o exercício do direito de quei-xa, ao proporcionar ao consumidor a possibilidade de re-clamar no local onde o conflito ocorreu.

O fornecedor de bens ou prestador de serviços é obriga-do a: possuir o livro de reclamações nos estabelecimentosa que respeita a actividade;

As Colectividades com bar estão abrangidas por estedecreto, logo devem ter o respectivo livro, assim como oaviso da sua existência, afixado em local visível. Qual-quer dúvida contacte os nossos serviços administrativose jurídicos...

De acordo com o art. 31 do Código do IVA,

sempre que se verifiquem alterações dos ele-

mentos (Directores) constantes da declaração

de inicio de actividade, nomeadamente dos ór-

gãos sociais, deve a Associação no prazo de 15

dias, proceder à alteração.

Para tal devem contactar a Secção de Fi-

nanças, onde terão de apresentar os seguintes

documentos:

Acta da tomada de posse/ Nº Contribuinte

de, pelo menos 3 Directores (Presidente da Di-

recção, Tesoureiro, Secretário ou outro).

ATENÇÃO: Se não for cumprido o prazo

atrás referido, as coimas serão as seguintes:

Atraso de um mês 100 • / + de 1 mês 200 •

Decreto-lei nº 156/2005,

de 15 de Setembro

Espaçospúblicosassociativosdevem ter

livro

de reclamações

Page 8: Elo Associativo n.º 36

88

NOTÍCIA

Património Associativo Nacional

De acordo com os dados disponíveis, a Banda de

Música de Santiago de Riba Ul, terá sido a primeira

colectividade a ser fundada no nosso país (antes de

1722). Este aspecto faz dela um caso único. Mais do

que ser património das gentes da sua freguesia - com

o mesmo nome - e do concelho de Oliveira de Azeméis,

esta colectividade deve ser considerada Património

Associativo Nacional.

A Banda de Música de S. Tiago deRiba-Ul, atendendo ao seu longínquo eglorioso passado, pode dizer-se que setrata de UMA BANDA HISTÓRICA. Asua direcção sentiu-se honrada com avisita da Direcção da Confederação Por-tuguesa das Colectividades de Cultu-ra, Recreio e Desporto à respectiva sede,no passado dia 3 de Junho, que tevecomo finalidade prestar homenagem à

Banda, por ser considerada a colectividade mais antiga doPaís em actividade e pioneira no associativismo.

É sabido que a Confederação tem por lema apoiar asassociações suas filiadas, e a visita serviu de estimulantepara a direcção e músicos que a receberam e veio deixar a

Banda Musical de Santiago de Riba-Ul

precisa do nosso apoio!

Confederação escreveao Eng.º José Sócrates

Após 7 anos de projectos, promessas e justas expectati-vas, um ofício da CCDRN, informa que o Secretário deEstado do Ordenamento do Território e das Cidades “sus-

pendeu o Subprograma I”, ficando assim inviabilizado oapoio à construção da Sede Social da BMSRU.

A Confederação, ao tomar conhecimento desta decisão -que não tem em conta a especificidade daquela colectivi-dade - decidiu enviar uma carta ao Primeiro-ministro -Eng.º José Sócrates, a fim deste chamar a si esta questãoe dar uma solução através de um plano de apoios financei-ros plurianual pela via do Orçamento de Estado.

Campanha de SolidariedadeConsiderando a importância que esta colectivi-

dade tem para o Movimento Associativo Popular,a Confederação decidiu lançar uma Campanha deSolidariedade Associativa através da divulgaçãodesta situação, da tomada de posição junto dos ór-gãos de poder e do envio de Saudações, Moções deapoio e estímulo aos nossos colegas dirigentes eactivistas associativos da Banda Musical de Santi-ago de Riba Ul.

Respeitar e apoiar a pioneira do associativismocerteza de que podemos contar com a sua ajuda nasgrandes dificuldades que a Banda está a atravessar,especialmente no que concerne à construção da deseja-da e projectada nova sede, com candidatura desde oano de 2000 e presentemente suspensa, conforme des-pacho de Sua Excelência o Secretário de Estado do Or-denamento do Território e das Cidades, de 19 de Abrilde 2007.

A Banda tem a sua Escola de Música a funcionarregularmente nas instalações da Junta de Freguesia ,por falta de condições em sede própria.

Com os melhores cumprimentos

Joaquim Godinho da Silva PintoPresidente da Direcção da Banda

AlçadoPlanta

Page 9: Elo Associativo n.º 36

99

OPINIÃO

Se há verdadeiros exemplos de totaldedicação a favor da comunidade, dacultura e da formação, podemos encon-trá-los nos dirigentes (actuais e anti-gos) da Banda de Música de Santiagode Riba-Ul.

Ao seu esforço estóico podemos es-tar gratos pelo facto desta instituição,sedeada em Oliveira de Azeméis, serhoje a banda de música mais antiga do

país em actividade, sem qualquer interrupção na sua lon-guíssima história. Uma honra que orgulha os seus diri-gentes, os oliveirenses e todos os que, desde tenra idade,abraçaram o ensino da música.

Esse ritual prolonga-se há já 285 anos (quase três sé-culos!!!), período em que a Banda de S. Tiago de Riba-Ulse manteve sempre ao serviço da região e do país. Mas seo município de Oliveira de Azeméis é um alforge musical(existem seis bandas no concelho), o prestígio granjeadopela banda de Santiago de Riba Ul deve-se ao esforço ab-negado dos seus sucessivos responsáveis. Um esforço quese reflecte no curriculum invejável da banda, na existên-cia de uma escola de música e na formação musical pro-porcionada a muitas crianças e jovens.

A um passado cheio de história, de mérito e de reconhe-

Um passado cheio de história,

mérito e reconhecimentocimento revela-se um presente que os dirigentes da bandaquerem que continue a ser de optimismo. O sonho antigode construir uma nova sede é um imperativo e uma formade se homenagear todos aqueles para quem a música foi,é e será sempre a sua grande paixão. Será um acto dejustiça mas, acima de tudo, um gesto que honrará o pas-sado e beneficiará as futuras gerações.

Concretizar esse sonho é proporcionar não só melhorescondições de trabalho mas apostar também na juventude,no seu futuro e na defesa da música e da cultura portuguesa.

Estou convicto de que é esse também o espírito dos quetêm a responsabilidade de reconhecer e apoiar instituiçõesseculares como a banda de Santiago de Riba-Ul. Estou cer-to de que a construção da nova sede será, simultaneamen-te, um desígnio e uma prioridade para quem tem o poder dedecisão.

Sei que este meu apelo é amplamente partilhado pelosdirigentes da Confederação Portuguesa das Colectivida-des de Cultura, Recreio e Desporto a quem aproveito paraendereçar os meus agradecimentos por todo o trabalho fei-to na defesa e promoção das instituições que representa.

Ápio AssunçãoPresidente da Câmara Municipal

de Oliveira de Azeméis

Os 285 anos de actividade ininter-rupta da Banda Musical de Santiagode Riba-Ul no desenvolvimento da ac-tividade musical e cultural com a suaconstante participação em, talvez, mi-lhares de actuações por esse País fora,são por si só a prova evidente da vonta-de e até estoicismo, dos habitantes des-ta freguesia do Município de Oliveirade Azeméis.

Este facto não poderia passar despercebido e, sem sa-berem, os seus fundadores, deram início ao MovimentoAssociativo Português.

Apesar da sua longevidade, a Banda de Musica de San-tiago de Riba-Ul tem imensas carências a nível de insta-lações. A sala de ensaio é exígua e sem condições e, se tem

FAMOA, toma posição!

uma escola de música a funcionar é porque a Junta deFreguesia lhes tem vindo a ceder instalações.

Pelo exposto saudamos a atitude dos Órgãos Sociais daConfederação Portuguesa das Colectividades de Cultura,Recreio e Desporto ao estarem presentes, no passado dia3 de Junho, na sede da Banda de S.Tiago onde “in loco”verificaram a necessidade urgente que a mais antiga co-lectividade do País tem de edificar a sua nova Sede mas,infelizmente, suspensa pelo Ministério da tutela.

Há sete anos que os dirigentes da Banda de Santiagode Riba Ul lutam para concretizar o seu sonho maior epara a sua realização terão todo o apoio da FAMOA que seorgulha ter entre as suas filiadas a mais antiga colectivi-dade de Portugal.

António GrifoPresidente da FAMOA

Como representante máximo, daFreguesia de Santiago de Riba-Ul, écom muito orgulho, que vejo no seio daminha Freguesia a mais antiga Colec-tividade do nosso País – a Banda deMúsica de Santiago de Riba-Ul. Apro-ximam-se rapidamente os trezentosanos da sua fundação que remonta a1722. Mais, de salientar o facto de que

a Banda se manteve sempre activa nestes 285 anos de-corridos.

Lamento que a candidatura para a edificação da suanova Sede, tenha sido suspensa, defraudando a expecta-

285 anos e uma vida pela frentetiva de toda a população.

É de louvar a atitude que a direcção da C.P.C.C.R.D.demonstrou, ao deslocar-se a esta Freguesia no passado3 de Junho, colocando-se inteiramente ao lado da Direc-ção da Banda de Música, encetando diligências junto doGoverno da Nação para a aprovação a breve prazo dacandidatura, agora suspensa. Que este desejo conjuntoda C.P.C.C.R.D., da Direcção da Banda e Freguesia seconcretize, o que seria um imenso regozijo para a Fregue-sia de Santiago de Riba-Ul.

António Costa Godinho OliveiraPresidente da Junta

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NOTÍCIAS

Notícias das estruturas descentralizadas

Federações Distritais e Associações Concelhias

Quando nos perguntam o queé a Confederação, afirmamos:Confederação é o conjunto decolectividades e estruturasconcelhias e distritais que, coma sua Confederação Nacional,constituem a instituição socialque a sociedade reconhece comoentidade agregadora e repre-sentativa desta importante einquestionável realidade soci-al do Movimento AssociativoPopular.

Quando nos perguntam por-que é que dizemos descentralizadas e não desniveladas,respondemos: são descentralizadas porque o poder da

Confederação deve ser parti-lhado, descentralizado e nãotutelar sobre qualquer ou-tras estruturas, até porqueestas são autónomas e inde-pendentes, ou seja, devemprestar contas perante assuas associadas e não peran-te a Confederação.

O Elo Associativo é, por ex-celência, o órgão informativoda Confederação. Logo, deveretratar de forma equitativaas iniciativas e os projectos

das estruturas descentralizadas. É isso que se preten-de fazer nesta e, nas próximas páginas.

Uma viagem pela História do Teatro e Vila Nova deGaia constitui uma experiência fascinante, não só pelo seuconteúdo específico, mas também pelo caldo solidário ebeneficente que o revestia.

A segunda metade do século XIXacarinhou uma explosão de grupos, decompanhias e de espaços novos, reno-vados e adaptados.

O popular drama de “faca e algui-dar”, ao lado da comédia burlesca e decostumes, completados pelo clássicoacto de variedades formavam os vérti-ces de uma unidade preenchedora doimaginário popular, durante décadas,até ao dealbar da segunda metade doséculo XX.

A seu lado e com actores e públicospróprios, renasciam os velhos autos ebailes, como os autos dos Ferreiros, deS. Sebastião e o baile do José do Egip-to, ao lado de encantadoras operetas,resultantes do conúbio perfeito entre otalento das associações dramáticas eas tunas musicais.

De vez em quando, lá emergiam re-vistas, muito ao gosto alfacinha, a iro-nizar as debilidades de pessoas e degrupos sociais que faziam as delíciasde quem tinha muitos poucos motivos para sorrir.

E, sem receio de contradita, pode dizer-se que Vila Novade Gaia era um imenso palco, onde brilhavam homens epoucas mulheres, já que, para a presença feminina, os ven-tos não iam de feição.

E tal era a grandeza dessa expressão teatral que, natu-ral seria, que as suas estrelas pontificassem no universodos concursos do SNI, não tão maus, como posteriormenteos pintaram, e onde grupos nossos de Avintes, Arnelas e deoutras origens foram “limpando” “carradas” de prémioscolectivos e de interpretações individuais.

E, honra aos seus protagonistas, o amadorismo puro era a

Teatro Amador, Sempre!característica dos actores, apenas excepcionada por um ououtro encenador profissional.

Pasmava-se com tanto talento encontrado nos amado-res, trabalhadores sacrificados dedia, transfigurados de emprestado-res de almas, à noite.

Era a época do teatro, festa e con-sagração que iluminou o panoramacultural do concelho, durante váriosanos.

Sucessivas experiências acontece-ram, posteriormente, por iniciativamunicipal, dos grupos, ou em parce-rias extremamente reprodutivas.

Entretanto, mudou-se a agulha daaposta no teatro, a nível local, e daíà letargia do teatro amador foi ape-nas um passo.

Mas a Primavera auspiciosa su-cedeu a esse Inverno triste e o tea-tro amador de Vila Nova de Gaiaexplodiu e refloriu, de novo, por von-tade da Associação das Colectivi-dades do Concelho e com o apoio e aadesão entusiástica de um signifi-cativo número de grupos.

E a Festa aí está, de novo, expres-sa na pujança do FESTEATRO.

E como é reconfortante reencontrar antigos e renoma-dos encenadores e actores, descobrir novos talentos adespontar, ficar maravilhado com encenações tradicio-nais ou mais ousadas, pasmar com a imaginação de no-vos sonoplastas, cenógrafos, carpinteiros e figurinistas!

É esta a magia e a beleza do Teatro Amador deSempre!

É esta a magia e a beleza do Teatro de Amadoresde Gaia!

Direcção da Associaçãodas Colectividades de Gaia

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No próximo dia 4 de Agosto (sábado), pelas 22 horas, nopalco-coreto da Praça Alameda 5 de Outubro, bem no cen-tro cívico da vila local, terá lugar a 25ª edição do emblemá-tico Festival de Folclore de Albergaria, promovido peloGrupo Folclórico Cultural e Recreativo de Albergaria-a-Velha.

Reunindo os apoios institucionais da Câmara Munici-pal e Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha, do INA-TEL, da Federação do Folclore Português e da Confede-ração Portuguesa das Colectividades de Cultura e Re-creio, o certame carrega o doce fardo de um prestígio quefaz dele, em rigor, um cartaz cultural da região de inesti-mável valia.

Este ano, e além do rancho promotor, importa contabi-lizar as participações do Rancho Típico de Seia, do GrupoTípico de Ançã (Cantanhede) e do Rancho Folclórico daCasa do povo de Calendário (Vila Nova de Famalicão).

A anteceder o Festival, pelas 19,30 horas, o habitualjantar-convívo para agrupamentos participantes e demaisentidades oficiais, a que se seguirá um imponente desfileetnográfico pelas principais artérias da vila.

Há considerável tempo que o Festival vem sendo pro-gramado, num empreendimento que tem requerido parce-rias e uma rede de colaboradores absolutamente crucialpara a regular prossecução do evento que Albergaria apren-deu a honrar. Ao nosso jornal, José Figueiredo, que liderao executivo daquela associação, assegura “estarmos pe-rante um evento que prestigiará o melhor das nossas raí-zes e tradições, numa mostra etnográfica requintada eintencionalmente pensada para encantar os muitos emi-grantes que nesta altura regressam a Albergaria.”

Vincando que a versão 2007 deste relevante cartaz al-bergariense significa “um pesado investimento, que só umano de intenso trabalho e dedicação consegue suportar”,José Figueiredo enfatiza que “o folclore mantém-se estra-nhamente como o parente pobre da Cultura. As pessoaspodem esquecer ou até ignorar – assevera – mas pagamossemanalmente a músicos, a lavandaria e suportamos in-tegralmente todos os encargos com transportes sempreque calcorreamos o país de norte a sul” para depois con-cluir “há que reforçar e disponibilizar outro tipo de estí-mulos aos grupos federados sob pena de a promoção da

Festival Internacional de Folclore

Grupo Cultural organiza

25.º Festival de Folclore

nossa terra poder vir a estar, a muito curto prazo, seria-mente, comprometida.”

Medalha de Mérito Cultural prometidapor João Agostinho

Foi durante as comemorações das “Bodas de Prata” doGrupo Folclórico e Cultural de Albergaria, em Junho pas-sado, que João Agostinho Pereira, o presidente da edilida-de, garantiu ser sua intenção propor à Câmara Municipala atribuição da Medalha de Mérito Cultural “em razão doextraordinário e ininterrupto contributo deste rancho paraa preservação e divulgação dos usos e costumes da nossaetnografia”. Na altura, e porque o anúncio foi público, aproposta recolheria um arrebatado aplauso da multidãoque lotava o espaço exterior à sede social do Cultural, lo-calizada no popular bairro de Campinho.

Com efeito, e segundo informação por nós recolhida, apromessa será mesmo para cumprir, num reconhecimentonecessariamente público do muito que as gentes do Cultu-ral já fizeram pela sua terra, que terá igualmente o con-dão de alentar os que ontem, como hoje, vivem e respiramfolclore.

José Manuel Alho

O Rancho Folclórico e Etnográfico do Casal Sentista,vai levar a efeito entre os dias 13 e 18 de Agosto de 2007 oseu primeiro festival internacional de folclore. Para alémdo Rancho do Casal Sentista participarão os seguintesgrupos: Harmanfolk Istambul - Turquia, Kud Zora Bel-grado - Servia, Ballett Folklorico de Guadalajara - Mexi-co, Grupo el Encinar de Caceres - Espanha. O espectáculode encerramento e de abertura realiza-se no jardim das

rosas em Torres Novas onde haverá também workshopsde danças, cantigas, músicas e gastronomia dos vários pa-íses. No dia 15 o festival desloca-se para Tancos onde como apoio da Câmara de Vila Nova da Barquinha e Junta deFreguesia de Tancos se realizará um espectáculo. Haverávisitas a monumentos da região como Castelo de TorresNovas, Convento de Cristo, Castelo de Almourol. Os gru-pos ficarão alojados na Escola Prática de Polícia.

Harmanfolk

Istambul - Turquia

Ballett folklorico

Guadalajara - MéxicoKud Zora

Belgrado - Servia

Grupo el Encinar

Caceres - Espanha

NOTÍCIAS

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NOTÍCIAS

Cursos de Instrumentos TradicionaisOs Cursos de Instrumentos Tradicionais vêm fazendo

parte das actividades da Federação desde há vários anos etêm como principal objectivo responder às necessidadesmanifestadas por grande parte das associações que têmno folclore e etnografia a principal ou uma das principaisáreas de intervenção.

Os Cursos de Instrumentos Tradicionais tiveram, em2006, a participação de 32 formandos; à excepção do cursode Flauta/Gaita-de-foles, a formação foi assegurada porformadores oriundos do meio associativo local, alguns queiniciaram a sua formação em anteriores cursos promovi-dos pela Federação.

Acção de Formação de FiscalidadeCiente da nova realidade que se coloca desde há algum

tempo aos dirigentes associativos quanto ao cumprimen-tos das obrigações legais – fiscais e contributivas – dascolectividades que dirigem, entendeu-se promover uma ac-ção de formação em fiscalidade, a qual decorreu na sede daJuventude de Sanguedo e teve lugar no dia 11 de Março.

Destinou-se a directores e funcionários da área admi-nistrativa e abordou a questão fiscal do ponto de vista dasassociações.

Por se tratar de um tema suficientemente abrangente,decidiu-se abrir esta acção de formação não só a todo oassociativismo concelhio de carácter recreativo e culturalcomo também a outras instituições sem fins lucrativos.

Foi ministrada por um formador especialista da área eregistou a presença de sessenta e cinco formandos.

Acção de Formação dirigidaa Associações Folclóricas

Tendo em conta as dificuldades que alguns dirigentesdesta área do associativismo ainda manifestam, nomea-damente no que respeita às obrigações de registo fiscal econtributivo, organização administrativa e tratamento dosdocumentos, elaboração de plano de actividades e orça-mento, etc., foi levada a efeito uma acção de formação es-pecífica destinada a directores, que decorreu no dia 14 deOutubro.

Associação das Colectividades

de Santa Maria da Feira

Esta acção contou a presença de vinte participantes e oformador da área.

Teatro À RodaCom origem no antigo “Carrossel de Teatro” este pro-

jecto tem por objectivos diminuir as assimetrias culturaisexistentes no concelho e promover a aproximação entre sidas companhias e grupos de teatro do meio associativo.

A edição de 2006 do “Teatro-à-Roda” iniciou-se emAbril, contou com a participação de nove associações, le-vou a efeito mais de duas dezenas de espectáculos e ficouencerrada em 10 de Junho.

Aldeia com TradiçõesDando continuidade a um projecto iniciado em meados de

2004, promoveu-se a segunda edição da “Aldeia com Tradi-ções”, com o intuito de combater o desaparecimento de usose costumes da Terra de Santa Maria, tais como: o “Cantar àsAlmas”, os “Cantares da Eira”, as “Cantigas ao Desafio”, as“Desfolhadas”, os “Serões”, etc.

Pretende-se que este projecto tenha repercussão junto dascamadas juvenis das nossas terras, dando-lhes uma peque-na amostra do que eram os dias e a vida do “antigamente” epromovendo o seu gosto pela nossa cultura tradicional.

Viagem MedievalA Viagem Medieval em Terra de Santa Maria é reco-

nhecida hoje como o evento cultural com maior impacto naprojecção interna e externa da imagem do concelho e dasua sede.

Envolve grande parte do nosso tecido associativo, sendoa adesão por parte deste cada vez maior e demonstrandoum louvável e crescente arrojo e dinamismo na apresenta-ção de projectos de animação, quer ao nível da animaçãocirculante, como ao nível da animação âncora ou da ani-mação de espaços.

A edição de 2006 da Viagem Medieval proporcionou osurgimento de novos projectos vindos de colectividadesassociadas em torno da Federação das

Colectividades, cuja atitude perante o evento é de pro-fundo e entusiástico envolvimento neste projecto colectivoe fazendo-o cada vez mais seu.

Como estrutura do Movimento Associativo Popular aConfederação Portuguesa das Colectividades de Cultura,Recreio e Desporto (CPCCRD) recomendou que todas asiniciativas realizadas entre o dia 15 de Maio e 15 de Ju-nho fossem englobadas nestas comemorações.

Para comemorar o Dia Nacional das Colectividadesrealizou-se, no arraial da Voz do Operário, uma iniciativaconjunta com a Federação das Colectividades do Distritode Lisboa (FCDL) e da Associação das Colectividades doConcelho de Lisboa (ACCL), onde estiveram presentes di-rigentes de colectividades e das estruturas associativas.

O convívio entre dirigentes associativos foi abrilhanta-do por uma noite de fados, cedida pela Voz do Operário,pois como estava incluído no seu programa do arraial, nãoquis deixar de se associar a esta comemoração do movi-mento associativo.

Lisboa comemora Dia Nacional das Colectividades

No final, para além das intervenções dos dirigentespresentes foi entregue uma pequena lembrança para as-sinalar este dia.

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No passado dia 31 de Maio a Associação das Colectivi-dades do Concelho da Figueira da Foz, comemorou o DiaNacional das Colectividades.

A comemoração decorreu no Clube Desportivo e Recrea-tivo do Arneiro de Fora - Maiorca - Figueira da Foz.

Incluiu um espectáculo, onde participaram Grupos deColectividades associadas, da Freguesia de Maiorca (Gru-po Etnográfico e Infantil e Adulto do CDR Arneiro de Fora,Orquestra Ligeira do Centro Recreativo e Atlético Santa-marense - Santo Amaro da Boiça e o Rancho Folclórico deMaiorca da Associação Musical União Filarmónica Mai-orquense).

Nos intervalos das actuações dos referidos Grupos asEntidades convidadas usaram da palavra referindo-se àdata em questão, nomeadamente o Presidente da Direc-ção da ACCFF. A Câmara Municipal fez-se representar,pelo Vereador do Pelouro das Colectividades e pelo 2º Se-cretário da Assembleia Municipal.

Fernando GonçalvesVice-Presidente da Direcção

Sociedade Boa União Alhadense

A Associação das Colectividades do Concelho do Seixal(ACCS) surgiu da vontade do movimento associativo, nosentido de fortalecer a sua voz no diálogo com outras Enti-dades e acima de tudo promover o diálogo entre todos ascolectividades e outras associações do concelho, com vistaa uma maior cooperação e estabelecimento de objectivoscomuns e/ou parcerias, visando ser um espaço primordiale até então inexistente de troca de ideias e experiências.

Foi no 3.º Encontro de Colectividades do Concelho doSeixal, realizado no dia 25 de Novembro de 2000, no Fó-rum Cultural do Seixal, onde estiveram representadas aesmagadora maioria das colectividades do concelho, que

31 de Maio

Dia Nacional das Colectividades

comemorado na Figueira da Foz

“Agita Seixal”

uma tarefa da

Associação Concelhia

se decidiu, por unanimidade, criar até Abril de 2001, umaassociação concelhia representante dos interesses de to-das.

Para levar a efeito a tarefa de criação da Associação foinomeada ainda nesse mesmo Encontro uma ComissãoInstaladora constituída por 7 Colectividades do Concelho:

- Clube Desportivo e Recreativo Águias Unidas;- Clube Recreativo da Cruz de Pau;- Independente Futebol Clube Torrense;- Centro Cultural e Recreativo Alto do Moinho;- Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional;- Clube de Campismo Luz e Vida;- União Recreativa Juventude Fernão Ferro.Volvidos cerca de 5 meses, de reuniões e outro trabalho

necessário efectuado pela Comissão Instaladora, aA.C.C.S. tornou-se oficialmente uma realidade no nossoConcelho, a 30 de Março de 2001, tendo sido aprovados emAssembleia Geral Constituinte os Estatutos por unani-midade. Nesse mesmo dia e em Assembleia Eleitoral fo-ram eleitos os primeiros Órgão Sociais que tomaram pos-se a 30 de Abril de 2001.

Actualmente a ACCS funciona no Centro de Recursosdo Movimento Associativo em instalações cedidas pelaCâmara Municipal do Seixal e desenvolve a sua activida-de em prol da coesão e organização do movimento associa-tivo concelhio.

Destaca-se da sua acção a participação em vários pro-jectos comunitários como é o caso da Rede Social, do Sei-xal Saudável e da revisão do Plano Director Municipal,bem como a organização do Agita Seixal e as comemora-ções do Dia Nacional das Colectividades. De realçar aindaa participação nas iniciativas nacionais da CPCCRD e acolaboração sempre que possível nos projectos nacionaisda mesma.

NOTÍCIAS

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SESSÃO SOLENE

A entrada das instalações ficou repleta ainda não eram9 da noite. As trocas de cumprimentos e apresentações,dominaram o momento. Após a apresentação da Exposiçãopatente no átrio, os associativistas econvidados presentes subiram aoSalão Nobre onde o Dr. Barbosa daCosta - Presidente da Mesa doCongresso deu início à sessão, diri-gindo uma breve saudação a todos ospresentes. De seguida foi exibido umfilme dedicado à data que mereceu aatenção e o aplauso dos presentes.

A convite da mesa, foram váriosos presentes que usaram da palavra,tendo havido momentos de grandeemoção.

Dentre dos muitos convidadospresentes, usaram da palavra, entre outros: Associaçãodas Colectividades de Vila Nova de Gaia; AssociaçãoConcelhia das Colectividades do Concelho de Almada;

31 de Maio de 1924

83º Aniversário

da Confederação31 de Maio de 2007

A Sede Social da Confederação na Rua da Palma – Lisboa, encheu-se de

associativistas e convidados, para participar na Sessão Solene dos 83 anos da

Confederação.

Associação Amigos do Fado e da Verdade; Clube Recrea-tivo Piedense; Sociedade Recreativa da Bela Vista; Fede-ração das Colectividades do Distrito de Lisboa; Ginásio

Clube da Baixa da Banheira; Uniãodas Colectividades e Associações deTorres Novas. Usaram ainda da pala-vra, os representantes da ANAFRE edo Governo Civil de Lisboa.

A encerrar as intervenções, oPresidente da Direcção, Dr. AugustoFlor, chamou a atenção para o factode passados mais de três anos a lei34/2003 de 22 de Agosto ainda nãoestar definida e os prejuízos que talsituação tem trazido ao MovimentoAssociativo.

Abordou ainda a situação dos váriosprojectos que a Confederação tem em desenvolvimento edeixou uma palavra de agradecimento e confiança a todosos dirigentes e activistas associativos.

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SESSÃO SOLENE

Apesar de terem sido convidados to-

dos os partidos com representação na

Assembleia da República, para estarem

presentes na Sessão Solene, só o PCP e

o PEV se fizeram representar.

No período dedicado ao uso da pala-

vra dos convidados, o Deputado do PCP

Miguel Tiago, informou que o seu Grupo

Parlamentar tinha apresentado no pró-

prio dia 31 de Maio, um Projecto-lei que

propõe a criação do CNAP – Conselho

Nacional do Associativismo Popular.

O prémio que pode ser atribuído àinformação autárquica em formatopapel ou formato digital, este ano foipara o Portal “Gaia Digital” daCâmara Municipal de Vila Nova deGaia e para o “site” da Junta deFreguesia de Vilar do Paraíso – Gaia.

A candidatura foi apresentada por11 colectividades daquele concelho,com o apoio da Associação Concelhiadas Colectividades.

O momento da entrega dasMedalhas e dos Diplomas - prémiosprevistos no Regulamento - foi degrande emoção. Quer o Presidente daJunta de Freguesia de Vilar do Para-íso – Elísio Pinto, quer o representante

Durante a Sessão SolenePCP anunciouentrega de Projecto-lei

Prémio “Associativismo

na Informação Autárquica”

foi para Vila Nova de Gaia

do Presidente da Câmara - César deOliveira ao usarem da palavra, mani-festaram o seu reconhecimento e apre-ço pelo papel das colectividades e peladistinção de que foram alvo.

Como é apanágio destes momen-tos, houve troca de lembranças queirão enriquecer o património da Con-federação.

Familiarizada, pelo meu orientador de estágio Dr. Au-gusto Flor, com os vários projectos da Confederação, des-pertou-me grande interesse a área de Comunicação, Infor-mação e Imagem. Propus então que o meu trabalho fossefeito neste âmbito, incidindo, mais especificamente, nascomemorações do Dia Nacional das Colectividades e do83º Aniversário da Confederação.

A participação no projecto de divulgação das comemo-rações permitiu-me obter um maior conhecimento acerca

do modo como se organiza um evento comemorativo e de como este deve serdado a conhecer ao público.

Para além disso, considero ter sido uma experiência bastante positiva, namedida em que me possibilitou ter consciência da força que o MovimentoAssociativo pode ter e da sua enorme importância para a sociedade.

Gostaria, por fim, de agradecer a todas as pessoas com quem tive oportuni-dade de trabalhar na Confederação e que me deram toda a atenção necessáriapara a realização do meu projecto de estágio.

Alexandra Serafim4º Ano do Curso de Comunicação e Cultura

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

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PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

Visita à Banda Musicalde Santiago de Riba Ul

Pelas 9 da manhã, a delegação da Confederação foirecebida nas instalações da Banda Musical de Santiagode Riba Ul pelo Presidente da Junta de Freguesia, pelosDirigentes, Maestro e músicos que, para além das pala-vras sentidas acerca da situação de degradação das ins-talações, manifestaram enorme apreço pela visita daConfederação, tendo o Presidente da Banda afirmado:“Estou certo que a nossa Confederação, tudo fará paraapoiar a nossa Banda”.

Por seu lado, o Presidente da Confederaçãoafirmou:”…a força do Movimento Associativo deve sertransformada em poder e, ao estar naquela que é paranós a Primeira Colectividade, é um momento indescrití-vel. É o sonho de qualquer associativista”. Terminou,garantindo que”todo o peso institucional daConfederação vai ser posto ao serviço daquelacolectividade que deve ser considerada como PatrimónioAssociativo Nacional”.

A Banda brindou todos os presentes com dois númerosmusicais brilhantemente interpretados, tendoterminado com o Hino da Colectividade. Foi ummomento de grande significado cultural que fica namemória de todos os presentes.

31 de Maio

Dia Nacional das Colectividades

7º Prémio de Atletismode Madaíl

Pelas 11 horas, a delegação chegou a Madaíl onde jádecorriam as provas do 7º Prémio de Atletismo. O Presi-dente da FAMOA – António Grifo, começou por dar o tiro departida à prova feminina. Depois de algumas palavras deagradecimento e incentivo aos atletas, o Presidente da Di-recção - Dr. Augusto Flor, deu o tiro de partida para a provade seniores que contou com grande participação de atletas.As delegações da Confederação e da FAMOA, participa-ram conjuntamente com o Senhor Presidente da Câmarana entrega de prémios.

Mesa Redonda“Associativismo, somos todos nós!”

A sessão de abertura, contou com a presença dos presi-dentes da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis – ÁpioAssunção, da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis– Dr. Hermínio Loureiro e da Junta de Freguesia de Oliveirade Azeméis – Ramiro Rosa e o Dr. Fernando Mendonçarepresentante do Governo Civil de Aveiro.

Todos os convidados fizeram questão de manifestar o seuapoio à Confederação e aos projectos desta, bem comodestacaram a importância do Movimento Associativo Popu-lar na sociedade portuguesa, tendo o Dr. Hermínio Loureiro,

“Associativismo, somos todos nós!”O Dia Nacional das Colectividades 2007, foi comemorado por todo o país

sob o lema “Associativismo, somos todos nós!”. As comemorações nacionais,

tiveram lugar em Oliveira de Azeméis no dia 3 de Junho onde, a

Confederação teve oportunidade de visitar a Banda de Música de Santiago

de Riba Ul, participar no 7º Prémio de Atletismo de Madaíl e na Mesa

Redonda que se realizou de tarde no Auditório da Junta de Freguesia da

sede do concelho.

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em determinado momento da sua intervenção, questiona-do: “o que seria do nosso pais sem a cultura, o recreio e o

desporto que são promovidos pelas colectividades?” numa claraalusão ao papel insubstituível do movimento associativo.

Cumprir um objectivoO Plano de Actividades 2007 aprovado em Dezembro

de 2006 em Seiça – Ourém e o Programa de Acção sufra-gado a 24 de Março no acto eleitoral que teve lugar naCasa do Alentejo em Lisboa, previam a realização deuma iniciativa que reunisse as estruturas (Federações eConfederações).

Dando cumprimento a essas deliberações, a Direcçãocom o apoio dos restantes órgãos sociais e a Federaçãodas Associações do Município de Oliveira de Azeméis –FAMOA, organizou uma Mesa Redonda que contou coma participação da Federação do Folclore Português, Fede-ração de Cine Clubes, Confederação Musical Portugue-sa, Confederação das Casas do Povo, Associação Nacio-nal do Teatro de Amadores.

Sob a direcção do Presidente da Mesa do Congresso –Dr. Barbosa da Costa, a Mesa Redonda foi iniciada comuma intervenção do Presidente da Direcção – Dr. Augus-to Flor que fez uma caracterização do movimento associ-ativo representado pela Confederação, onde afirmou queas mais de 3.000 filiadas na Confederação, representammais de 74.000 dirigentes e 560.000 associados, conti-nua a ser um importante movimento social, indispensá-vel à sociedade portuguesa. Acrescentou ainda que setorna necessário que as várias áreas do movimento asso-ciativo devem reflectir em conjunto de forma a diagnosti-car os problemas comuns e agir em conjunto. Nesse sen-tido, apresentou a proposta de constituição de um espaçode reflexão e debate denominado “Plataforma Nacionaldo Associativismo Português - PNAP” a quem caberádefinir as suas funções mas, entre outras, poderá ter:acompanhamento de programas e projectos comunitári-os (UE) e nacionais no âmbito do OE/PIDDAC, bem comoa definição das políticas nacionais para a Cultura, o Re-creio e o Desporto não federado.

Numa breve intervenção, o representante da Confede-ração das Casas do Povo, agradeceu o convite e manifes-tou a disponibilidade daquela estrutura para continuara participar neste “fórum”.

Por seu lado, o representante da Federação do Folclo-re Português, salientou a importância da iniciativa daConfederação e lembrou que as colectividades, represen-tam um parceiro fundamental na sociedade portuguesaque seria muito mais pobre culturalmente se não tivesseeste movimento associativo.

O representante da Federação de Cineclubes, salien-tou o estado do cinema não comercial, a importância doCine clubismo e a disponibilidade para participar numaestrutura associativa como a que era proposta pela Con-federação.

O representante da Confederação Musical Portugue-sa, fez uma analogia entre Portugal e outros países euro-peus, dando como exemplo o caso de Espanha em que oEstado apoia muito o associativismo com informação,coisa que não acontece em Portugal.

Por sua vez, o representante da Associação Nacionaldo Teatro de Amadores, lembrou a importância de exis-tir uma estrutura agregadora das várias áreas associati-vas, manifestando apoio e disponibilidade para partici-par na Plataforma proposta pela Confederação, …”atéporque, temos muitos problemas em comum”.

Com esta iniciativa, procurou-se alertar para o factode existirem várias famílias associativas e nessas famí-lias existirem “parentes próximos” que importa reunir,reflectir e agir em conjunto. Foi consensual a criação da

Plataforma do Movimento Associativo Popular que vol-tará a reunir - alargada a outras estruturas - ainda noano de 2007, por iniciativa da Confederação. Foi assimdado um passo histórico na história do Movimento Asso-ciativo Popular.

As comemorações encerraram, com a exibição do Ran-cho Infantil e Juvenil de Nogueira do Cravo, o Quartetode Saxofones da Banda do Pinheiro da Bemposta, Poe-sia dita por Manuel Pais da Universidade Sénior, e oGrupo de Cavaquinhos d´A Chama.

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OPINIÃO / REFLEXÃO

O desenvolvimento do AssociativismoPopular Português, passa cada vez maispela organização e estruturação da suarede associativa, através da construção econstituição em todo o território nacional,das estruturas descentralizadas da Confe-deração Portuguesa das Colectividades deCultura, Recreio e Desporto: (FederaçõesDistrais e Associações Concelhias), comoinstituições autónomas e com competên-

cias próprias, mas unidas na sua acção, para uma melhor inter-venção na defesa dos interesses comuns de todo o nosso Movi-mento.

Assim, a cooperação, a união e a articulação associativa, detoda as estruturas constituídas e a constituir, no âmbito daConfederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Re-creio e Desporto, é um elemento importante, para a defesa dosvalores e dos direitos sociais de todo o Movimento AssociativoPopular Português. Neste quadro de desenvolvimento integra-do, a cooperação, a união e a articulação associativa, deverá seruma constante no caminho a percorrer por todos, para ummaior desenvolvimento e futuro do associativismo.

Neste contexto, a estruturação associativa, só faz sentido,se for acima de tudo, para servir e defender os interesses detodo o nosso Movimento e no quadro da Confederação Portu-guesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, en-quanto estrutura representativa de todo o Movimento Associ-ativo Popular Português, através da cooperação activa e mú-tua de toda a estrutura e com as colectividades.

Nesse sentido, afirmamos que ao contrário daquilo que al-guns” teóricos” defendem, o desenvolvimento do MovimentoAssociativo Popular Português, passa efectivamente por essacooperação e articulação estreita, activa e responsável, bemcomo pelo modelo actual, que assenta na eleição de todos osÓrgãos da CPCCRD, pelas colectividades, através do seu votodirecto, o que permite uma maior proximidade e representati-vidade democrática, e não numa estrutura assente num mode-lo, hierárquico e “ comandada por uns quantos generais a par-tir de quartéis”, que condiciona a participação directa das colec-

Depois de uma fase de intensa activi-dade profissional como oficial da Marinhae estando no gozo de algum lazer eis queoutro desafio me foi proposto - participarnos órgãos directivos da Confederação emrepresentação da Academia de Instruçãoe Recreio Familiar Almadense.

Após tomada de posse ficou definidoque, como Vice-presidente da Direcção,ficaria com os seguintes pelouros: futurogestor da nova fase do projecto 2001

Associ@ções, obtenção do DCB- Diploma de Competências Bá-sicas e responsável pela ligação às estruturas descentralizadasdos distritos de Évora e Portalegre.

Neste momento de apresentação cumpre-me informar osColegas dirigentes associativos o que desde 31MAR07 me cou-be fazer a fim de dar prossecução às tarefas que me foramcometidas.

Assim para além de várias presenças em eventos associati-vos em representação da CPCCRD participei, na companhia doPresidente da Direcção e anterior gestor do projecto 2001 As-sociações, nos contactos com as entidades governamentais comvista à concretização do apoio necessário para que, no âmbitodo novo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN),sejam mobilizados os necessários recursos financeiros do Or-çamento de Estado que viabilizem a candidatura para prosse-

Um novo desafio, uma nova experiência

O Movimento Associativo Popular e os Caminhos do Futuro

“Organizar para melhor Agir”

guimento da montagem de postos de Internet gratuitos. Nestequadro estão a envidar-se esforços para uma cobertura inte-gral do território já que neste momento está coberto 64% domesmo.

Quanto à obtenção de um DCB para a CPCCRD que permi-ta validar externamente as formações obtidas no âmbito deiniciativas no seio do movimento associativo foi já estabelecidocom o Secretário de estado da Juventude e do Desporto umcontacto que irá brevemente ter desenvolvimentos.

Foram igualmente estabelecidos contactos com os conse-lheiros nacionais dos distritos de Évora e Portalegre com vis-ta a consolidar as iniciativas interrompidas para a constitui-ção de uma associação distrital de Évora e o lançamento deprocesso idêntico no que se refere às colectividades do distri-to de Portalegre.

Reconheço que o actual momento e a conjuntura subjacen-te não favorecem progressões espectaculares mas este pode-roso movimento humano, rico de diversidade e unido na von-tade de ser solidário, contribuindo para o bem estar e diversãodos seus concidadãos encontrará as formas mais adequadas eapropriadas para ultrapassar desânimos e contrariedades.

Contem comigo para isso e, como os meus conterrâneosdizem “Até que Dês quera!”

António MeyrellesVice - Presidente da Direcção

tividades na vida da Confederação e de toda a estrutura.O modelo actual, aprovado no Congresso Nacional de Lou-

res, é aquele que nas circunstâncias actuais, serve melhor osinteresses do Associativismo, por ser um modelo que assentana democracia participativa, tendo em conta que são as colec-tividades, que têm o poder de eleger e ser eleitas, bem comofiscalizar toda a actividade, através dos Órgãos da CPCCRD,dos quais fazem parte, e não num modelo assente na democra-cia condicionada a uma “ cadeia de comando”, que não corres-ponde à realidade actual, bem como é uma visão redutora dosprincípios e valores do associativismo, que não tem futuro.

Para que esta cooperação e a articulação seja mais efectiva,a Direcção levou à reunião do Conselho Nacional, do passadodia 31 de Junho, uma proposta que foi aprovada, visando darresposta a um conjunto de opiniões e sugestões apresentadas,para um melhor reconhecimento das estruturas descentrali-zadas da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cul-tura, Recreio e Desporto, (Federações Distritais e AssociaçõesConcelhias). A proposta aprovada que contém diversos direi-tos e deveres, permite a partir desta altura a participação des-tas estruturas no CONSELHO NACIONAL, onde podem in-tervir e fazer propostas, sem direito a voto. Este foi um impor-tante passo assumido pela Direcção e rectificado pelo ConselhoNacional, para o desenvolvimento de uma maior cooperação earticulação associativa, no futuro do Movimento AssociativoPopular Português.

No quadro destes princípios orientadores, devemos conti-nuar o processo de constituição das estruturas descentraliza-das da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultu-ra, Recreio e Desporto, nos distritos e concelhos onde aindanão existem, através dos associados da CPCCRD e das colecti-vidades em geral, para que a nossa intervenção seja mais in-fluente, junto de todas as colectividades, instituições e entida-des. Este é um projecto de carácter Nacional, que deve serassumido por toda a estrutura no seu conjunto, como um ins-trumento fundamental, para o desenvolvimento e afirmaçãodo Movimento Associativo Popular Português.

José Maria SilvaVice-presidente

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Caros Colegas TesoureirosAceitei fazer parte da Direcção da

Confederação das Colectividades nocargo de Tesoureiro com um objectivo –construir e defender um projecto para oqual são precisos meios financeiros.Logo me apercebi que era uma tarefadifícil, pois, como é do vosso conhecimen-

to, as principais fontes de receita da CCPCRD são as quo-tizações. As parcerias e os projectos, não são mais queformas temporárias e extraordinárias de receita igual àdespesa.

Quanto às quotizações, tem sido um pouco difícil rece-bê-las. Existem várias associadas que, por falta de orga-nização interna das mesmas, têm criado algumas difi-culdades de tesouraria à CCPCRD.

Chamo a atenção das associadas - em particular dosTesoureiros por serem os mais sensibilizados para esta ques-

tão - para o cumprimento dos estatutos e a regularizaçãodas quotas.

Para o ano de 2007, a saúde financeira da CCPRCD éimportantíssima para manter a independência e autono-mia do Movimento Associativo. Por outro lado, não pode-mos esquecer que os apoios do Estado, são uma obriga-ção Constitucional deste, até pelo serviço que prestamosà sociedade, substituindo muitas vezes o Estado nas suasobrigações.

Numa breve apresentação, procura-rei sistematizar quais as minhas fun-ções directivas: Compete-me dirigirtodo o expediente da secretaria, des-pachar e assinar todo o expediente edocumentação correntes. Lavrar as ac-tas da Direcção coadjuvada pelo segun-do secretário.

Como qualquer outro director, com-pete-me ainda fazer representações junto das nossas con-federadas, o que fazemos com muito prazer e, às vezes,com algumas dificuldades porque o tempo não abunda.Neste aspecto, não quero deixar de sublinhar a forma ca-lorosa e amiga como a Confederação tem sido recebida portodas as nossas estruturas e confederadas.

As Casas Regionais – outra das minhas competências– serão uma prioridade logo após as férias. Em Setembro

Agita Portugal– Pela sua saúde mexa-se

Agita Portugal, Pela sua saúdemexa-se, é o lema de um grande projec-to levado a cabo pela CPCCRD. Já mui-to se tem falado sobre ele, mas impor-ta realçar o seu importante papel en-quanto factor dinamizador da activida-

de física regular, abrangendo um grande leque de faixasetárias, nomeadamente pessoas de idade mais avançadaque de outra forma teriam mais dificuldade em praticardesporto.

Um dos objectivos do projecto é o combate ao sedenta-rismo. Desde 2004 mais de doze mil pessoas praticamesta actividade nas suas associações. Gostaríamos quemuitas mais se juntassem a esta estatística. Convida-mos, portanto, a sua Associação a praticar esta modalida-de, inscrevendo-a nas Secções de Marcha para a Saúde.

Junte-se a nós. Caminhe! Pela Sua Saúde – Mexa-se!

dedicarei mais tempo a conhecer os projectos das mes-mas, bem como o funcionamento destas casas tão ricasem cultura.

Aproveito para aqui recordar um trabalho que será umgrande desafio: organizar o Museu, a Biblioteca e o Centrode Documentação. Esta tarefa carece de alguns especialis-tas que já estamos a contactar. É para nós muito impor-tante organizar, classificar e expor um grande espólio quetemos quer em documentos, quer em objectos.

A história da Confederação e do Movimento Associati-vo Popular passa por esta casa e o Centro de Documenta-ção, bem como o Museu, serão prova disso.

A Biblioteca com centenas de obras, algumas de incal-culável interesse, será outra das minhas prioridades.

Helena Monteiro 1ª Secretária da Direcção

Teatro! Como? Porquê?...- “Eu gostava de fazer teatro…”- “Onde encontro textos? Como começar?...”- “O que devo fazer?”Estas são muito das questões e preocupações que depa-

ramos em muitas associações que pretendem iniciar a prá-tica do teatro de amadores.

A CPCCRD está a elaborar um Estudo/Programa queirá ao encontro destas e de outras dúvidas. No entanto,gostaríamos de saber mais sobre o vosso grupo. Enviem-nosinformação detalhada, por carta ou e-mail, para que pos-samos actualizar a nossa base de dados.

Como dizia o actor Rui de Carvalho, numa das mensa-gens do dia do Teatro de Amadores, “O Teatro não empre-ga, dá trabalho!”. Seguindo esta ideia, continuem a traba-lhar em prol da cultura, fazendo teatro!

José Lagarto 2º Secretário da Direcção

Ainda no âmbito da área financeira, cabe-me a respon-sabilidade de constituir o Gabinete de Projectos Associa-tivos que visa reunir informação sobre programas e pro-jectos apoiados pela União Europeia e Estado Português.Neste sentido, estamos a trabalhar com um Técnico espe-cializado na matéria.

Porque a União faz a força, todos temos que nos unirem volta deste nobre projecto.

Estamos a trabalharpara a constituiçãode novas Federações Distritais.

Temos por objectivo, a constituição das Federações deCastelo Branco e da Guarda. Foram feitos vários contac-tos e espera-se para breve a marcação de reunião com ascolectividades do distrito da Guarda.

Em relação a Castelo Branco, já está agendada umareunião para o dia 29 de Setembro cuja ordem de traba-lhos é a decisão de constituição da Federação Distrital,constituição da Comissão Instaladora e discussão da Pro-posta dos Estatutos.

Como podem analisar há vários problemas que, comum pouco de boa vontade, disciplina e luta, vamos venceresta batalha….

Carlos RibeiroTesoureiro

OPINIÃO / REFLEXÃO

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REFLEXÃO / ESTUDO

A Confederação Portuguesa das Colec-tividades de Cultura Recreio e Desporto enquanto entidade de cúpula do Movimen-to Associativo Popular (MAP) tem como missão a dignificação e afirmação do papel e acção desse mesmo Movimento.

Desde logo deverá empreender inicia-tivas conducentes à assumpção de uma verdadeira política nacional para a cultu-ra, desporto e recreio / lazer.

Para que se possa delinear uma política, em qualquer domínio da vida em sociedade, é imperativo que se tenham os respectivos diagnósticos devidamente actualizados.

No caso do MAP, ou seja da actividade cultural, desportiva e recreativa, é evidente a existência de uma grave lacuna, dado que não temos um estudo nacional que o caracterize.

De qualquer modo temos apresentado, com a necessária reserva, alguns dados, tendo em conta alguns trabalhos par-celares, quer de actividades, quer de território.

Neste contexto, permitimo-nos realçar o seguinte:

Caracterizaçãodo Movimento Associativo Popular

Devolva o inquérito hoje!...

- Total de membros eleitos por associação - Mesa da Assembleia Geral - Direcção - Conselho Fiscal

Do acima expresso decorre o que temos sustentado, ainda que empiricamente:

Dirigentes17 000 associações * 13 dirigentes 17 000 * 7 dirigentes executivos

Permitam-nos um pequeno exercício quanto ao valor eco-nómico do nosso trabalho, enquanto dirigentes associativos voluntários e benévolos:

- Horas de prática: 17.000*7*10*52 = 61.880.000- Preço/Hora (2002): 940,17*12 / 37,7*52 = €5,75- Esforço a contabilizar: 61.880.000*5,75 = €355.810.000- Actualizando para €6,20 / Hora: € 383.656.000- Esforço voluntário corresponde a 31.565 ETI(Equivalente a Tempo Inteiro): 61.880.000 / 37,7*52 = 31.565 ETIComo dissemos e reiteramos os dados que temos apresentado

resultam de trabalhos avulso, pelo que a direcção da Confedera-ção encetou várias tentativas por forma a se realizar um estudo científico a nível nacional sobre o MAP (actividades culturais, desportivas e recreativas).

Dessas iniciativas ressaltam: negociações que levaram à assi-natura de um protocolo com a Universidade Lusófona, com vista à criação do OBAP – Observatório do Associativismo Português e de pedido de apoio para este fim ao Senhor Primeiro-Ministro.

No primeiro caso não se avançou com trabalho dada a falta de meios e financiamento para o mesmo. Quanto à solicitação não obtivemos qualquer resposta.

Entretanto foi constituída na Universidade Lusófona a CIDA-TER – Cooperativa de Ensino e Cultura, CRL, tendo-se conseguido as condições para se iniciar o trabalho, optando-se por lançar um primeiro Inquérito a todas as nossas confederadas.

Temos a forte convicção que a resposta rigorosa e atempada (até 30 de Agosto do corrente ano) é imprescindível à preparação de um diagnóstico científico do tecido associativo português e por essa via dotar os Poderes Instituídos, leia-se Governo e Assembleia da República, de condições para adoptarem políticas para as áreas a que nos reputamos, tendo em conta a realidade existente.

O estudo que estamos a iniciar é, em nossa opinião, como “pão para a boca” no que respeita ao desenvolvimento e melhoria do MAP em Portugal, dado que possibilita de um modo científico dar conta da força e importância que o mesmo tem na sociedade portuguesa.

Obviamente que sem a ajuda e colaboração activa das colecti-vidades, clubes e associações afins não será possível realizar esse estudo.

Nestas condições fazemos um forte apelo à devolução atempada do Inquérito depois de devida e rigorosamente preenchido.

ESPERAMOS A SUA AJUDA. DEVOLVA O INQUÉRITOMUITO OBRIGADO.

Artur MartinsVice-Presidente da Mesa do Congresso

14,203,4 07,503,4

221 000119 000

Médias (para os três principais Órgãos Sociais)

FONTE: Associações de Cultura e Recreio– 1995, INE, Lisboa, 1998 (culturais e recreativas) e Estatísticas deCultura, Desporto e Recreio – 2004, INE, Lisboa, 2005(desportivas)

Número de Associações 17 787

11073; 62%

6714; 38%

culturais e recreativasdesportivas

Dirigentes950; 3%

30469; 97%

Voluntários Profissionais

67; 4%

21; 1%

349; 22%

775; 51%

351; 22%

Órgãos Sociais

MAG DIRÇ CFSC OTRS SCÇS

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PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

Com o aproximar do final desta fase do Projecto, cum-prindo com um compromisso institucional, a gestão vaielaborar o Relatório de Excussão Final, onde será feitaa análise quantitativa e qualitativa do projecto. Com oobjectivo de emprestar um maior rigor técnico e cientí-

2001 - Associações

Rede Internet Associativa“Parabéns à Confederação, aos monitores e a todos os que apoiam este projecto. Foi uma

grande ideia que veio renovar e dar uma alma nova às colectividades. Bem hajam!”.

Foi assim que um dirigente com mais de 50 anos de associativismo se referiu

publicamente a este projecto, mostrando o seu reconhecimento e que, apesar da

sua idade, não está fechado às novas iniciativas e actividades associativas.

O momento actualChegados ao final de Junho, terminou a Fase de Conso-

lidação Nacional do “Projecto 2001 – Associações” em queforam instalados e monitorizados mais 180 Postos Públi-cos de Internet Associativa.

A experiência mostra que muitos dirigentes já ultra-passaram as dúvidas e receios e estão perfeitamente cons-cientes da importância das novas tecnologias, não só paraaceder à Internet mas também para uso diário da própriacolectividade.

Sustentabilidade futuraMuitos dirigentes encontraram formas de financiar e

sustentar os Postos públicos após a fase de apoios a 100%(primeiro ano) nomeadamente através de receitas direc-tas como o apoio das autarquias no pagamento das comu-nicações, o recebimento de 1,5 Euros por hora/utilizador,recebimento das impressões efectuadas, criação de “Síti-os” com publicidade inserida, prestação de serviços aosassociados (exemplo – preenchimento do IRS), mas tam-

O futuro do ProjectoA Confederação, enquanto entidade promotora e

gestora do “Projecto 2001 Associações”, apresentouuma nova candidatura para mais 250 colectividadespré candidatas. A resposta por parte do Gabinete doSenhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Su-perior, veio informar que, apesar de haver verbas dis-poníveis da União Europeia (45%), até final do anode 2007 não estão disponíveis verbas do Orçamentodo Estado (55%). Por esta razão, o Projecto está sus-penso até Dezembro.

Contudo, porque temos a certeza da importânciado Projecto, vamos continuar a promover e aceitarpré candidaturas e apresentaremos nova candidatu-ra nacional ainda antes do final do ano. Esta infor-mação também já foi enviada a todas as colectivida-des que se encontram com pré candidaturas entre-gues na Confederação.

bém de receitas indirectas uma vez que o Posto Públicoatrai novas pessoas que se podem tornar associadas, ins-crever e participar noutras actividades, ou mesmo maiorfrequência da sede social e do bar de apoio aos associados.

Todas as Colectividades com Posto Público que termi-na o apoio a 100%, sabem o que fazer a partir de agora.Para isso contribuíram os Dirigentes, os Monitores e ainformação escrita da Confederação.

fico, a Confederação decidiu mandar elaborar um estu-do a uma entidade independente – Cidater/ Universida-de Lusófona, a quem caberá apresentar as conclusões epropor medidas de gestão para o futuro do “Projecto 2001Associações”.

Gerir melhor com a ajuda das Ciências Sociais

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PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

No passado dia 16 de Junho, nas instalações daUniversidade de Évora, realizou-se o 5º Encontro Regi-onal com a participação de Dirigentes e Monitores doDistritos de Setúbal, Évora e Portalegre.

Tratou-se de uma importante iniciativa no âmbitodo projecto, uma vez que permitiu a troca de experiên-cias e a reflexão sobre as potencialidades e dificulda-des deste projecto.

Na sala encontravam-se monitores com larga expe-riência que permitiu diagnosticar um conjunto de pro-blemas e de soluções que foi da maior utilidade para

muitos dirigentes que pré candidataram as suas colec-tividades e ainda estão à espera da instalação dos Pos-tos Públicos.

Questões como a criação de “Web Sites”, a formaçãode Dirigentes e de utilizadores, ou da sustentabilidadedo projecto foram das mais debatidas.

As experiências de divulgação, rejuvenescimento damassa associativa e a frequência de “novos públicos” epúblicos novos, foram outras tantas questões abordadas.

Foi unânime o reconhecimento da importância doprojecto e a “obrigatoriedade” do mesmo continuar

5º Encontro Regional2001 – Associações

Évora

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PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

A minha experiência como monitoraao longo de 15 meses permite-me nãosó fazer uma análise dos pontos fortese menos fortes do projecto – 2001 Asso-ciações, mas também uma análise dealgumas necessidades, das quais des-taco a FORMAÇÃO.

Sendo que a formação é, muitas ve-zes, a forma de actualização ou transferência de compe-tências de modo a nos adaptarmos a novas “situações”, eainda de modo a adquirirmos habilitações para aceder-mos a algo que nos é desconhecido, como as Tecnologias deInformação e Comunicação (TIC). Tendo ainda em contaque a formação tem também um grande papel no processode autonomização e integração a todos os níveis, parece-me indispensável a formação, em contexto formal, de diri-gentes/responsáveis pelos postos públicos de acesso à In-

Tão perto e tão longe. Perto do centrode concelho e longe das novas tecnologi-as! Foi sem dúvida um bem essencial àcomunidade de Ossela, principalmenteà mais jovem.

Esta colectividade está inserida nummeio carenciado, pouco desenvolvido,cuja comunidade, jovem e adulta, temdificuldades económicas. Por esse mo-

tivo, o posto, além de ser utilizado para aceder à Internete para jogar, é também muito utilizado por jovens paraauxiliar nos trabalhos escolares.

Por a Colectividade entender que este Projecto é de

Formação precisa-se!ternet e ainda de utilizadores dos mesmos.

Alguns dos problemas ou pseudo-avarias, que foramsurgindo no período em que estive como monitora, prende-ram-se com o facto de responsáveis/dirigentes e utilizado-res não possuírem a “bagagem”/as competências efectiva-mente necessárias para operar com o equipamento e utili-zar o meio de comunicação/informação que tanto se temevidenciado, pela sua excelência – a INTERNET.

Pela experiência que tive e tendo em conta a autonomiae responsabilidade exigidas aos responsáveis e dirigentesdas colectividades, pelo acordo selado com a CPCCRD, epelo “abraço” dado a este projecto, penso que a formação é,não só necessária, mas indispensável para o sucesso com-pleto e contínuo deste projecto.

Ana Lúcia

Monitora - Mafra

“Tão perto e tão longe…”utilidade pública, levou a que os responsáveis aderissemao OTL (Ocupação dos Tempos Livres), colocando 2 jovensdurante o período de férias escolares para prolongarem ohorário de utilização do posto e auxiliar quem necessitar.

Desta forma, o Projecto 2001 Associações veio permitiraos responsáveis levar a colectividade mais longe etorná-la mais activa, para que a comunidade se sinta beme olhe aquele espaço como um apoio no seu desenvolvi-mento social, cultural e desportivo.

Marco Rebelo

Monitor – Oliveira de Azeméis

Centros informáticos de inclusãoexterior, que terá feito ganhar muitos novos sócios, emvirtude não só de políticas de “preço de utilização” di-ferentes para sócios e não sócios, como também atra-vés do convívio informático proporcionado pela Inter-net!

Algumas colectividades tornaram-se a partir de cer-tas horas, locais de encontro e convívio de jovens inter-nautas.

As colectividades passaram a servir também de lo-cal de “trabalho” para as franjas mais jovens e caren-ciadas da população residente nas imediações… quede um modo geral, são quase sempre, as que mais usu-fruem destes serviços gratuitos.

Beneficiou todos os dirigentes associativos em ter-mos pessoais, pois passaram a dispor de meios infor-máticos actuais, para organização administrativa dosvários aspectos relacionados com o quotidiano da co-lectividade. E com certeza que houve muito dirigentesque aprenderam a utilizar a informática.

Houve conectividade das colectividades ao exteriore utilização deste fantástico e poderoso meio “auto-didacta” que é um computador ligado à Internet.

Pedro Peixoto

Monitor - Penafiel

Desde 2002 que exerço actividadesrelacionadas com o POSI e mais re-centemente com o PÓS-CONHECI-MENTO, como monitor do projecto“2001 Associações” promovido pelaCPCCRD.

Tive ainda oportunidade de dar for-mação e certificações no projecto “Di-ploma de Competências Básicas”, cu-

jos principais objectivos deste projecto promovido emparceria pelo POSI e Ministério da Ciência e Educaçãoseria o combate a info – exclusão e certificação de quemse propusesse à obtenção de diploma. As formações /certificações foram feitas nos Espaços Internet, apro-veitando todos os seus recursos.

A certificação em causa, é reconhecida tanto em Por-tugal como em qualquer país da Europa comunitária.

No que diz respeito ao “2001 Associações” este fun-cionou, para as colectividades que dele participaramum verdadeiro “centro informático de inclusão”:

Informatização das colectividades, que deu lugar auma renovação social no seu interior, pois as camadasmais jovens são as mais aptas para lidar com as novastecnologias.

Assistiu-se a uma abertura das colectividades ao

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PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

Uma das Colectividades contem-pladas pelo Projecto “2001 Associa-ções” foi a Associação Cultural e Des-portiva de Vila Boa, a qual sita noConcelho de Vinhais, Distrito de Bra-gança, de que me orgulho ter sido Mo-nitora devido ao carinho e respeito comque sempre fui recebida tanto pelosDirigentes da Associação, como pelas

“boas gentes” de Vila Boa.Uma Aldeia Transmontana cheia de tradições, mas

com muita falta de oportunidades de emprego e recreio.Devido a esta falta, existem em Vila Boa muitosemigrantes, para os quais este Posto Público de Internet,foi uma mais valia, pois assim durante as férias, estespodem ir consultar o seu e-mail, comunicar com familiaresou amigos que ficaram no estrangeiro ou então divertirem-se a “navegar” na Internet.

Mas não só aos emigrantes este Posto serve, tambémaos habitantes de fim-de-semana, que são muitos, estePosto tem serventia. Pois embora vivam ou em Vinhaisou em Bragança, os filhos desta terra, não a abandonam epassam praticamente todos os fins-de-semana na sua al-deia do coração, onde se encontram na Associação paraconviver.

Os mais novos preferem o computador e Internet a um“jogo de sueca” ou “chincalhão” típico dos mais velhos queainda não se sentem à vontade com as novas tecnologias,enquanto que os mais jovens “tratam por tu” as mesmas,já nem imaginam o Mundo sem elas.

Assim os estudantes podem fazer os seus trabalhosescolares, ou mesmo divertirem-se jogando um jogo emrede, que tanto gostam, com outros amigos sem sepreocuparem em voltar mais cedo para a vila ou cidadeonde moram, para efectuar os T.P.C. para segunda-feiralevarem para a escola.

Em resumo, para uma aldeia de Trás-os-Montes, a al-deia de Vila Boa, o Posto Público de Internet facilitou emmuito a vida dos jovens em geral e também de algunsmenos jovens, tendo sido uma boa aposta da Confedera-ção, a instalação do Posto Público de Internet na Associa-ção Cultural e Desportiva de Vila Boa.

Carla Carvalho

Monitora – Peso da Régua

Desde a sua origem que o Movimen-to Associativo Popular se pauta poruma generosa solidariedade e umagrande função social no nosso País. Dolocal onde as populações se juntavampara ver televisão, ao local onde se pra-ticam actividades lúdicas e desporti-vas, se lêem os jornais, ou simplesmentese discutem os temas da actualidade

ou o jogo da bola, o papel do Movimento Associativo Popu-lar, tão característico de Portugal, passou e tem que conti-nuar a passar pelo apoio e união das populações.

São essas mesmas populações, e muitas vezes as maiscarenciadas, com menos condições e menos aspirações devida que justamente mais recorrem ao MovimentoAssociativo Popular.

Com o agravamento dos números do desemprego, adiminuição do poder de compra, a redução de salários, opavor dos despedimentos, as consequências sociais apenaspoderão resultar num País onde os ricos ficam cada vezmais ricos, e os pobres ficam cada vez mais pobres.

Neste capítulo, o 2001 Associações e a ConfederaçãoPortuguesa das Colectividades, Cultura, Recreio eDesporto, vêem permitir a uma grande fatia da populaçãoportuguesa o acesso a uma tecnologia de conhecimento, deenriquecimento pessoal, de informação, de comunicação,de trabalho, que de outra forma estaria inacessível.

E são visivelmente os jovens e as crianças que maisaproveitam este Projecto, fazendo uso da sua enormecapacidade de aprendizagem, e da sua sede de conhecimento,usufruem ao máximo desta novas tecnologias. Sendovantajoso que o façam nas colectividades, é inegável que amaior parte só ali o faz porque em casa não existemobjectivamente condições para isso.

Portanto quando se apregoa aos quatro ventos e do altoda serra que “Portugal está no comboio da Europa”, ou quea “Banda Larga é uma realidade”, ou ainda que se “querinvestir na formação e aprendizagem das novas tecnolo-gias”, torna-se fundamental assentar os pés no chão e veronde de facto esse investimento será melhor aproveitado,em beneficio das populações e não apenas de meia dúziade grupos económicos e senhores do dinheiro.

Vasco Paleta

Monitor – Barreiro/Setúbal

Internet Associativa, ajuda

as “gentes boas de Vila Boa”

Colectividades no Portugal

da Europa

Perdida algures entre o concelhode Ponte de Sôr e Portalegre, é com-posta por 2000 habitantes, espalha-dos por cerca de 80kms2, que vivem,principalmente, da cortiça, agricul-tura, comércio e pequena indústria,onde o acesso às novas tecnologias émínimo.

Mas, que interesse tem para nósfalar de uma localidade isolada no Alentejo esquecido?

Pois bem, nela está sedeada a Sociedade FilarmónicaGalveense que aderiu ao Projecto 2001 Associações em Julhode 2006. Desde que assumi a sua monitorização em Março,

Galveias - freguesia rural, liga-se ao mundo pela Internet

surpreendi-me com a hospitalidade com que fui recebido vistoque o anterior monitor não aparecia há muito. Os relatóriosestavam todos em dia e ao analisá-los a surpresa foi aindamaior. Esta era a colectividade, de entre todas no distrito,com maior número de utilizadores e, pasmem-se, estava afuncionar com apenas um computador. Numa observaçãomais cuidada, há a ressalvar o facto de o total de utilizadoresser composto por uma faixa etária muito jovem.

Aqui, na Sociedade Filarmónica Galveense, contraria-seo envelhecimento e isolamento característico do Alentejo.

Ricardo Mouro

Monitor - Portalegre

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PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

O Clube Recreativo Leões de PortoSalvo é um dos melhores exemplos dosucesso do Projecto 2001 Associações.É com certeza uma das colectividadescom melhores meios técnicos, de infraestruturas e financeiros, mas ao mes-mo tempo sabe tirar proveito e apreciara envergadura de projectos como o 2001Associações.

Situada numa zona que envolve três bairros sociais enuma freguesia carenciada de espaços sociais para os jo-vens, e não só, esta colectividade é de extrema importânciapara a população local. São os próprios funcionários e diri-

Quando interpelado pela associ-ação para me fazer sócio da mes-ma fiquei um pouco surpreso, vistoque nunca tinha participado no mo-vimento associativo popular, mas, foicom muito gosto (depois de bem pen-sado) que decidi que iria aceitar estaproposta, visto que estando eu inte-grado num grande projecto do movi-mento associativo como é o Projecto

“2001 Associações”, faria bem aprofundar um pouco maisa questão de como funciona este movimento.

Fiquei muito feliz e orgulhoso da escolha que fiz,visto que esta Associação é sem dúvida uma associa-ção bem estruturada, ainda que com poucos meios namaior parte financeiros, mas que mesmo assim conse-gue realizar actividades ao mais alto nível.

A minha experiência no projecto“2001 Associações” é largamente po-sitiva, não só em termos profissio-nais mas sobretudo em termos pes-soais.

Fui monitora de seis colectivida-des, duas em Vila Nova de Gaia equatro no Porto. A experiência quetrago aqui é de uma colectividade de

Vila Nova de Gaia, o Dramático Vilar do Paraíso. Estacolectividade foi a primeira a apresentar os documen-tos necessários à adesão ao Projecto e foi também aUltima (de todas as que eu tinha) a ser inaugurada.Merece o meu destaque pela sua paciência e compreen-são com todas as demoras e aspectos menos bons queforam surgindo na fase de implementação do projecto,mas sobretudo porque os seus dirigentes acreditaramno sucesso do mesmo. Os aspectos menos positivos pren-deram-se com as demoras na instalação dos equipa-mentos necessários ao funcionamento dos postos, porparte da PT. No entanto esta é uma história feliz queteve mais benefícios que contratempos. O maior de to-dos (e de uma maneira transversal a todas as colecti-vidades) foi sem dúvida o ter proporcionado o acessolivre às pessoas, sócios / não sócios, às novas tecnologi-as. Democratizou o seu acesso a jovens e não jovens, ho-

Mobilização, instrução e desenvolvimentogentes que afirmam que o Posto Público de Internet é umadas melhores ofertas que a colectividade disponibiliza. Aadesão por parte dos jovens tem progredido, pois além deser um meio de comunicação é igualmente de pesquisa elazer. Para os menos jovens é uma ferramenta de trabalhoe muitas vezes um meio para a procura de emprego.

Este projecto, e projectos de similar importância, fazemfalta, pois são em prol da população, e o movimento associ-ativo popular tem um lugar destacado na mobilização, ins-trução e desenvolvimento das populações.

Alexandra Almeida

Monitora – Cascais

…de Monitor a Sócio! Agradeço ao Sr. Eugénio Proença esta oportunidade,

visto que desta forma contribuiu para mais uma faseda minha vida que é, ser integrante deste grupo. Temque se dar o valor a todas as pessoas que directa ouindirectamente trabalham para que as associações so-brevivam.

Eu iniciei-me no mundo do Associativismo graças àoportunidade que me foi dada pela Confederação e es-pero continuar, ajudando esta associação não só com opagamento das quotas, mas também com esforço e de-dicação que é exigido a todas as pessoas que todos osdias lutam pelo Associativismo.

Democratizar o acesso às novas tecnologiasmens e mulheres, com diferentes condições económicas.

No Dramático Vilar do Paraíso a maioria dos utili-zadores, foram jovens do sexo masculino até aos 15anos. Sendo logo a seguir a faixa etária dos 20/30 anos,mas aqui foram sobretudo mulheres as utilizadoras.Saliento que sendo Vila Nova de Gaia um concelho comuma crescente taxa de desemprego, sobretudo femini-no, a abertura dos postos tornou-se muito importantepara a procura de emprego através da Internet. Emrelação aos jovens as suas motivações foram sobretu-do encontrar na colectividade e nos postos públicos,uma forma de terem contacto, uns pela primeira vez,com um computador e com a Internet.

Desta forma e à semelhança do que aconteceu à al-guns anos atrás com o aparecimento da Televisão, ascolectividades assumem com este projecto a prestaçãode um serviço público e comunitário, sem excluir nin-guém, proporcionando o acesso a equipamentos tecno-lógicos, que financeiramente, só estariam ao alcancede alguns. A natureza deste projecto não poderia sermais democrática, pois contribuiu (e esperemos quecontinue a contribuir) para combater a tão “badalada”infoexclusão.

Carla Marques

Monitora - Porto

Bruno Paiva

Monitor – Pinhel

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Todas as histórias com fi-nal feliz começam com a frasecélebre “Era uma vez...”. Estaporém, é diferente.

Em primeiro lugar porquenão tem um final, mas um ca-minho que garante o futuro.

Em segundo, porque não foiuma vez, mas várias vezes em

que se trabalhou voluntariamente para permitirque o presente fosse uma realidade e o futurouma certeza.

Ali para os lados de Tomar, bem no centro dePortugal, fica localizada uma pequena aldeia como nome de Pedreira.

Pequena em tamanho, mas grande nas pesso-as que desde 1940 dinamizam a Colectividadelocal, a Sociedade Recreativa e Musical da Pe-dreira (nossa Confederada), que com o projecto“2001 Associações” abriu as portas ao mundo.

Numa primeira fase, com o Posto Público deInternet a funcionar em pleno, foi com agrado quese viram os jovens da aldeia a navegar por essemundo fora. Muitas vezes em pesquisas, outrasapenas por divertimento, muitos deles souberampela primeira vez o que era isso da Internet ecomo se podia viajar e conhecer o mundo sem sairda “nossa” Colectividade. Sem dúvida que o pri-meiro objectivo estava concretizado. Os jovensda Pedreira já não tinham fronteiras para o seuconhecimento.

Numa segunda fase, essa bem mais ambicio-sa, tentou levar-se a Colectividade ao mundo.Mostrar quem são, o que fazem e como trabalham,como foi o seu passado e sobretudo, como queremque seja o futuro.

Decidimos então construir o seu “site”. Essa ja-nela que pretendemos que seja não só de visitapara visitantes, mas que seja acima de tudo localde entrada para novas experiências.

Chegou então o momento de pormos mãos à obra.Primeiro a recolher informação sobre a história

da Colectividade, quem contribuiu para o que ela éhoje, que iniciativas foram feitas, de que activida-des se orgulham, como funcionaram nestes sessen-ta e sete anos de histórias que fizeram da Socieda-de Recreativa e Musical da Pedreira uma Colecti-vidade cheia de experiências e de actividades.

Depois, foi preciso ir aos discos rígidos dos com-putadores, esses baús de informação, procurar porfotos que comprovassem tudo aquilo que tínhamosachado. A Direcção da Sociedade empenhou-se nes-ta tarefa da mesma forma que faz com todas assuas iniciativas, permitindo uma rápida selecçãode material para a construção do “site”.

Com esta experiência de pesquisa, a Colectivi-dade redescobriu toda a sua história e perspecti-vou iniciativas e actividades futuras.

Agora, só faltam vocês. Nós estamos por aqui.www.srmpedreira.no.sapo.pt

Nuno Guedelha

Monitor - Tomar

No decurso da minha actividade como mo-nitor do Projecto 2001 Associações, no decur-so de uma conversa com dirigentes da Colecti-vidade Sócio Cultural Barrense, em Azinhei-ra dos Barros, tomei conhecimento de um pro-jecto que estão a desenvolver, que se revela deextrema utilidade e originalidade.

A Colectividade disponibiliza um ou doiscomputadores equipados com webcam para

que, com a ajuda dos dirigentes, pessoas idosas que têm famili-ares no estrangeiro, possam contactar com alguma frequênciapossibilitando assim um contacto tanto visual como áudio comas suas famílias.

Este projecto está neste momento no seu início que passa peladivulgação junto da comunidade emigrante da aldeia que com asua vinda de férias nos meses de Verão, pode facultar os seuscontactos de Internet, que possuem ou venham a possuir nos seusdestinos de emigração.

Uma ideia a reter, e a divulgar.

Rui Almeida

Monitor – Setúbal

Qualquer um dos postos de internet do dis-trito de Braga foi caso único (e ao mesmo tem-po igual a tantos outros, um pouco por todo opaís). Qualquer uma delas mereceria ser re-ferenciada. No entanto há uma que despertamais interesse, por ter sido instalado numapovoação onde não existiam postos públicosde internet, e onde a população tem pouco, ounenhum contacto com as novas tecnologias de

informação. A instalação de um posto público de internet numacolectividade como a Associação Cultural Desportiva e Recreati-va de Valdosende, no concelho de Terras de Bouro, numa freguesiacom cerca de 700 habitantes, dispersos geograficamente, de certaforma envelhecidos e a quem a internet pouco ou nada diz no seudia-a-dia, obriga a que se faça uma leitura, que, para além dosnúmeros de utilizadores que frequentam o posto, contemple, prin-cipalmente, o que são os objectivos deste projecto.

O facto de que o posto nesta colectividade não teve uma grandeafluência em números, não invalida, mas confirma, o quão impor-tante é a existência de um posto de internet gratuito numa fregue-sia com estas características. Muitos dos utilizadores deste postotiveram ali, pela primeira vez, contacto com o que é a internet,com o que é uma conta de e-mail, ou com o que é poderem falardirectamente, através de um computador, com familiares no es-trangeiro, ou simplesmente com amigos com quem não falavam àanos. Este aspecto é, penso eu, o mais fascinante acerca desteprojecto. Levar a internet onde ela não existe, de forma gratuita, aquem, de outra forma, dificilmente poderia ter acesso a ela. E esteposto em particular é prova concreta do sucesso desse objectivo.

Rui Nóvoa

Monitor – Braga

PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

(Re) descobrira sua própria história

Terras de Bouroligada ao Mundo

Emigrar,é sinónimo de saudademas não de distância

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No Grupo Sportivo Adicense, sedeadono Bairro de Alfama, com a instalaçãodo Projecto “2001 associações” e comomonitora do Projecto nesta Colectivida-de, fui-me deparando com uma “inva-são” de jovens alguns até muito jovens(6/7 anos), à colectividade, o que anteri-ormente não se tinha verificado, ao pon-to dos directores me terem comunicado

fazerem fila à porta da colectividade para aceder ao Postoantes da hora de abertura do mesmo.

Os próprios directores, também eles, foram surpreendidoscom esta “invasão” de jovens que já estavam afastados dacolectividade há vários anos. Em muitas das minhas visitasao Posto vi jovens a jogar dominó e a ler no bar da colectividadeà espera de vez para aceder ao posto público.

O projecto “2001 Associações” foi econtinuará a ser um projecto vantajo-so para as colectividades onde esteestá implementado, mas também ésem duvida um projecto de elevada im-portância para a população, principal-mente a mais rural, mais interior, poisé nestes locais que mais se sente afalta destes projectos e dos benefícios

que destes advêm.A Banda Filarmónica Alveguense, na freguesia de Al-

vega, concelho de Abrantes, foi uma das colectividades querecebeu este projecto. Esta é uma associação juvenil, comuma casa nova e com um espaço de óptimas condições. Oposto de internet encontra-se numa das salas desta casa,um espaço que conta com cincos computadores (dois delesoferecidos pela Junta de Freguesia de Alvega), uma conso-la de jogos ligada a um ecrã plasma, mesas para leiturade revistas e jornais e jogos didácticos.

Este posto de internet encontra-se relativamente per-to da Escola Básica 2+3 Dr. Fernando Loureiro de Alve-

PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

A “invasão” bem vinda

O Ensino básico e as novas tecnologias

Como esta colectividade está sedeada num dos Bairrosde Lisboa, em Alfama, que no meu entender é um Bairrocom bastantes carências, a implementação do Projecto“2001 Associações” no Grupo Sportivo Adicense, uma Co-lectividade emblemática da Cidade de Lisboa e do Bairrode Alfama, foi uma mais valia para a própria Colectivida-de, mas mais para a camada jovem do Bairro que tantoentusiasmo tem demonstrado pelo Projecto. Para mim esteé um bom exemplo de como este tipo de Projectos nas Co-lectividades podem captar a atenção dos mais jovens parauma maior participação no Movimento Associativo incen-tivando-os a criar uma nova dinâmica dentro dessas mes-mas Colectividades.

Helena Isabel Galhóz

Monitora - Lisboa

ga, dado isto este espaço tem a presença frequente dealunos da escola que ali vêm fazer trabalhos e tambémde professores que ali fazem as suas pesquisas. Já poralgumas vezes que professores trazem os seus alunosquando estão em aulas para ali darem a aula recorrendoao material informático que ali se encontra. Este postode internet como está visto, não foi só uma mais-valia ácolectividade, mas também a população, principalmentea escolar, que pela escassez deste material informáticona escola e pela importância que hoje em dia o trabalhoinformatizado tem na sociedade, recorre ao posto de in-ternet da Banda Filarmónica de Alvega para tirar o me-lhor partido deste. Com tudo isto fica a ganhar a Bandade Alvega, que traz mais gente à sua casa e presta umverdadeiro serviço público e também os alunos e profes-sores da Escola Básica 2+3 Dr. Fernando Loureiro de Al-vega que assim têm possibilidade de contactar com estetipo de material.

Telmo Correia

Monitor - Abrantes/Santarém

O Glória Futebol Clube de Vila Real de Santo António comemorou no dia21 de Junho o seu 88ºAniversário. Num momento de convívio, cerca de 30dirigentes, sócios e amigos do clube marcaram presença ao serem cantadosos parabéns a mais um aniversário.

As comemorações já haviam, no entanto, começado há já algum tempo comoutras actividades, nomeadamente com um Torneio de Xadrez, modalidade naqual o Glória Futebol Clube se tem vindo a destacar com os bons resultados dasua equipa composta, em grande parte por jovens.

O Glória Futebol Clube, é também reconhecido, por ter a única sala de cine-ma da margem Algarvia do Rio Guadiana com projecções semanais regulares.

A realização de marchas-passeio integradas no projecto AGITA Portu-gal e a pré-candidatura apresentada para o “2001Associações” são exem-plos das colaborações que têm vindo a ser feitas com os projectos nacio-nais da Confederação.

Filipe Parra Martins

Conselheiro Nacional

Cultura, Recreio, Desporto e agora… novas tecnologias!

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No Ultimo dia da Fase de Consolidação Nacional do Projecto 2001 Associa-

ções – Rede Internet Associativa (30 de Junho), realizou-se o Encontro Nacional

previsto no projecto, contando com a participação dos membros do Conselho

Nacional e restantes órgãos sociais da Confederação, bem como os monitores

que durante ano e meio acompanharam o projecto em todo o país. Este Encontro

Nacional, teve lugar nas instalações da Junta de Freguesia de Fátima – Ourém,

a quem desejamos agradecer publicamente.

Encontro NacionalProjecto 2001 Associações

em Fátima

Após uma intervenção de aber-tura e enquadramento feita peloGestor do Projecto e Presidente daDirecção - Dr. Augusto Flor, quefez um balanço geral em termosdos objectivos e das metas atingi-das, o Presidente da Mesa do Con-gresso - Dr. Barbosa da Costa, deua palavra a todos os Monitores queapresentaram exemplos do seutrabalho no terreno na monitori-zação dos 180 Postos Públicos dis-seminados a nível nacional. As comunicações vieramcomprovar a importância do Projecto, não obstante te-rem sido feitas várias críticas ao desempenho da PT noque respeita ao não cumprimento dos prazos para ins-talação dos acessos básicos, problemas técnicos comos tinteiros. Por outro lado foi considerado ter havidoum desempenho normal com os equipamentos forneci-dos pela F3M.

Os exemplos positivos de maior participação na vidaassociativa, rejuvenescimento dos associados utiliza-

dores, participação crescente deraparigas e de idosos como utili-zadores, utilização para estudo,preenchimento de impressos ofici-ais e fiscais, procura de emprego,apoio a alunos com dificuldadeseconómicas e educacionais, contac-tos com familiares emigrantes,contactos de imigrantes com as fa-mílias nos seus países de origem,foram apenas alguns dos exemplosque foram transmitidos pelos mo-

nitores que, de forma notória e até emocionada, reconhe-ceram ter passado por uma experiência inesquecível.

Alguns dos dirigentes nacionais presentes, após aintervenção dos monitores, usaram da palavra para ma-nifestar o seu regozijo pela existência deste projecto ese congratularem pela forma como tem decorrido.

Foram unânimes, tanto monitores como dirigentes,em afirmar que este projecto é fundamental para ascolectividades, para as populações em geral e para ascrianças e jovens em particular. Logo, deve continuar!

PROJECTO 2001 ASSOCIAÇÕES - INTERNET ASSOCIATIVA

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CONSELHO NACIONAL

O Movimento Associativo Popular é um importanteinstrumento, para a divulgação, afirmação, defesa epreservação do nosso património histórico e cultural. Nummundo cada vez mais globalizado, as nossas colectividades,são o garante da defesa desse património histórico e cul-tural, que são as raízes da nossa existência como Pátria ePovo.

Nesse sentido, os Jogos Tradicionais Populares, sãoum importante Património Cultural do Povo Português edo Movimento Associativo Popular, que nos interessadefender e divulgar através da organização de um projectoNacional, que tenha como elo principal as colectividadesde todo o País. Assim, os Órgãos Sociais da Confederaçãoe as Estruturas descentralizadas, devem assumir um papelactivo na implementação desse projecto, devendo para oefeito criar os mecanismos e instrumentos necessários,para a sua concretização. Sendo o Conselho Nacional, oÓrgão mais representativo entre Congressos, devem osseus membros estar disponíveis para colaborarem eintegrarem o Grupo de trabalho, bem como a futuraComissão Organizadora Nacional. Nesse sentido,Propõe-se que seja considerado e aprovado o seguinte pro-grama de acção:

1.ª FASE - Maio a Julho (2007)1 – Constituição de um Grupo de Trabalho Nacional;

2 – Reuniões e contactos para discussão do projecto com:Associação das Colectividades de V.N.Gaia / autora deum Projecto; Associação dos jogos tradicionais da Guarda;Associação dos jogos tradicionais de Bragança; Outrasestruturas.

2ª FASE - Setembro a Dezembro (2007)1 – Levantamento da situação: Recolha de documenta-

Conselho Nacional

da Confederação reunido em FátimaPor proposta da Direcção da Confederação, reuniu o Conselho Nacional com

o objectivo de fazer uma análise intercalar ao cumprimento do Plano de Activi-

dades e ao Programa de Acção.

ção sobre os jogos tradicionais; Recolha de dados sobrecalendários e realização de jogos em todo o País; Recolhade dados sobre as estruturas existentes.

2 – Estudo do projecto: Elaboração do Projecto e do mo-delo; Estrutura organizadora a constituir; Calendário dasiniciativas a realizar; Orçamento.

3 – Apresentação do projecto: Discussão e aprovação naDirecção; Discussão e aprovação no Conselho Nacional;Discussão e apresentação às estruturas; Iniciativa públi-ca, para apresentação; Promoção do projecto, junto dascolectividades; Promoção do projecto, junto das entidades,nomeadamente do Ministério da Cultura, da Secretariade Estado do Desporto, do IDP, INATEL, Ministério daEducação, Escolas e outras.

3ª FASE - Janeiro a Junho (2008)1 - Organização do projecto: Organização; Promoção; Con-

cretização e implementação do projecto.

2 – Calendário: Iniciativas.

3 – Orçamento para a organização e apresentação: 2.500,00Euros – Apresentação; 25.000,00 Euros – Organização.

4 – Organização e realização do Projecto: Programa econteúdo; Calendário; Locais.

Sugestões e propostas de trabalho:1 – Estrutura para a organização e institucionalização

dos Jogos Tradicionais: Comissão Organizadora Nacionalda Confederação.

2 – Conteúdo e Modelo: Realização Anual de uma formadescentralizada. Fórum ou Congresso. Jogos e AnimaçãoCultural.

Aspectos para posterior reflexão:- Jogos de competição ou demonstrações?- Por Concelho, por Distrito ou só de âmbito Nacional?- Todas as modalidades ou só algumas?

(Documento aprovado por unanimidade)

Augusto Flor - Presidente da Direcção, fez uma breveanálise à situção da Confederação, respondendo em seguidaàs questões colocadas. Aos Vice-presidentes Vítor Agostinho,António Meyrelles e José Maria Silva, coube apresentar vári-as propostas que, após troca de opiniões e sugestões por partedos membros do Conselho Nacional, foram aprovadas comolinhas de orientação geral.

Deliberação sobre

“Projecto Jogos Tradicionais”

Dessas propostas, destacamos: “Projecto - Jogos Tradicio-nais”; tomada de posição sobre a falta de definição da Lei 34/2003 de 22 de Agosto por parte do Governo; tomada de posiçãosobre o papel das Estruturas Descentralizadas; Recomenda-ção sobre a Presidência portuguesa da União Europeia. Foiainda debatida e aprovada a realização de uma Campanhade apoio associativo à Banda Musical de Santiago de Riba Ul.

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- que a lei 34/2003 de 22 de Agosto –

atribui o Estatuto de Parceiro Social ao Mo-

vimento Associativo Português e que este

se considera representado pela nossa Con-

federação, bem como a necessidade de o

Governo promover o levantamento das as-

sociações existentes e o aperfeiçoamento

dos mecanismos de apoio técnico e finan-

ceiro às actividades associativas;

- que o Governo deveria no prazo de

120 dias ( até 22 de Dezembro de 2003)

definir a representação e a extensão rela-

tiva aplicação do estatuto de parceiro soci-

Considerando: al e que, passados 1289 dias ainda nada foi

feito;

- que tal atraso constitui um desrespei-

to pelas decisões da AR e se traduz em

prejuízos concretos para o Movimento As-

sociativo e para o país, designadamente

pela não participação no Conselho Econó-

mico e Social (audição sobre as Grandes

Opções do Plano, Orçamento do Estado,

estratégia do QREN, direito de Tempo de

Antena, etc.;

- que tal situação constitui ainda um

atraso no levantamento/conhecimento

concreto do nosso Movimento e da indefi-

nição dos apoios técnicos e financeiros com

a) continuar a exigir o cumprimento

da Lei 34/2003 de 22 de Agosto, recorren-

do a todos os meios legais de intervenção

democrática juntos dos órgãos competen-

tes, mantendo informadas e apelando à

participação das nossas filiadas;

b) solicitar a intervenção directa e pes-

soal do Senhor Presidente do Conselho

Económico e Social, procurando demons-

trar-lhe a importância do nosso movimen-

to e do contributo que podemos dar àque-

le organismo, dando conhecimento pos-

terior às instituições com assento no CES;

incalculáveis prejuízos para o presente e o

futuro do Movimento;

- que na troca de impressões em reu-

nião realizada no dia 23 de Abril passado,

com o Sr. Secretário de Estado da Juven-

tude e do Desporto, este se comprometeu

a levar esta questão ao Sr. Ministro da Pre-

sidência e até à data ainda não tivemos

qualquer retorno;

- que a Direcção já tomou a iniciativa de

enviar cartas ao Senhor Presidente da AR-

Dr. Jaime Gama e ao Senhor Ministro da

Presidência – Dr. Pedro Silva Pereira (6 de

Junho) sem que até à data tivesse tão pou-

co sido acusada a recepção;

O Conselho Nacional da Confederação Portuguesa das Colectividades

de Cultura, Recreio e Desporto, reunido em Fátima no dia 30 de Junho decide:

c) solicitar aos partidos políticos com

assento na AR que tomem iniciativas

que conduzam à obrigação do cumpri-

mento das decisões daquele órgão de

soberania;

d) solicitar a intervenção directa do

Senhor Primeiro Ministro como primei-

ro responsável pela política do Governo;

e) solicitar a intervenção directa do

Senhor Presidente da República no âm-

bito das suas competências de fazer cum-

prir a Constituição da República;

f) referir esta questão em todas as

iniciativas e ou sessões públicas em que

participem os dirigentes nacionais da

Confederação;

g) aconselhar as estruturas descen-

tralizadas (Federações Distritais e Asso-

ciações Concelhias) a tomarem posição

junto dos Governos Civis como estrutu-

ra descentralizada do Governo;

h) veicular as posições da Confedera-

ção sobre esta matéria à Comunicação

Social.

(Documento aprovado por

unanimidade)

Tomada de posiçãosobre o papel das estruturas descentralizadas

1 – Considerando que, o desenvol-vimento do Movimento AssociativoPopular, passa por uma maior coo-peração e união de toda a sua estru-tura, no plano da sua articulação coma Confederação Portuguesa das Co-lectividades de Cultura, Recreio eDesporto, para que a nossa interven-ção seja mais eficaz, na defesa dosinteresses comuns de todo o MAP;

2 - Considerando ainda que, A Con-federação Portuguesa das Colectivi-dades de Cultura, Recreio e Despor-to, representa todo o Movimento As-sociativo Popular Português e porisso, desenvolve o seu trabalho, atra-vés dos seus Orgãos Sociais: (Mesado Congresso, Conselho Nacional,Direcção e Conselho Fiscal);

3 – Considerando também que, OsÓrgãos Sociais eleitos em Congresso,

são legitimamente o instrumento prin-cipal, a quem cabem dirigir os destinosda Confederação, o trabalho e o desen-volvimento associativo, deve assentartambém e efectivamente nas estrutu-ras descentralizadas constituídas e aconstituir: (Federações Distritais e As-sociações Concelhias), reconhecidas nosestatutos e regulamentos internos daCPCCRD;

4 – Considerando por isso e indepen-dentemente do papel e competências decada uma das estruturas, deve haveruma maior cooperação, ligação e articu-lação entre todas, através da participa-ção activa nas iniciativas e nos projec-tos da CPCCRD, bem como no seio dosseus Órgãos Sociais, nomeadamente noConselho Nacional, na base do respeitopela autonomia de cada uma delas e numquadro de direitos e deveres;

5 – Considera assim a Direcção,que por estas razões, deve propor aoConselho Nacional, a aprovação dosseguintes princípios orientadores,para que haja uma maior responsa-bilidade mútua na acção e na articu-lação associativa:

DIREITOS

1 – Receberem regularmente de 3em 3 meses, informações sobre as ac-tividades, projectos e assuntos demaior interesse da CPCCRD.

2 – Darem parecer obrigatório, so-bre a aceitação de novas federadas ereceber uma cópia das respectivas fi-chas, depois de aprovadas.

3 – Serem parceiro privilegiado emtodos os projectos nacionais e parce-rias com outras entidades.

Tomada de posiçãosobre a falta de definição

da Lei 34/2003 de 22 de Agosto, por parte do Governo

Reconhecimento e valorização do movimento associativo popular

CONSELHO NACIONAL

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Considerando que no 2º semestrede 2007 caberá a Portugal exercer aPresidência da União Europeia estan-do previstas importantes decisões queinfluenciarão o viver dos povos que,na sua diversidade, a compõem, ne-las avultando o texto do Tratado queregulará, se essa for a sua vontadeinequivocamente expressa, as rela-ções inter-estados membros com re-levante repercussão nos aspectos so-ciais e económicos destes;

Considerando que a União Euro-peia é uma “associação” de Estadossoberanos e iguais em direitos mascom diferenças culturais e de desen-volvimento económico e social muitodispares;

Considerando que - apesar das di-ferenças - a vontade de união de es-forços dos povos para a obtenção debens imateriais como a cultura, o la-zer, a saúde e o desporto materiali-zados na criação de colectividades quedesenvolvem estas actividades para-lela ou complementarmente das ins-tituições públicas, quando não em suacompleta substituição, na prossecu-ção desse bem maior que é o bem-es-tar dos seres humanos;

Considerando que neste papel in-substituível e inestimável, voluntá-rio, abnegado e benévolo estão maio-ritariamente envolvidos segmentosda população empregados por contade outrem ou pequenos empresáriosfortemente condicionados pela insta-bilidade e precariedade das relaçõeslaborais e do mercado e das legisla-

RecomendaçãoPresidência Portuguesa da União Europeia

ções aplicáveis em espaço tão vasto ediversificado como o da U.E.;

Considerando que, só em Portugal,o Movimento Associativo Popular éconstituído por cerca de 17.000 colec-tividades, 234.000 dirigentes associ-ativos voluntários e benévolos e maisde 3 milhões de associados, o Conse-lho Nacional da Confederação Portu-

guesa das Colectividades de Cultura,Recreio e Desporto, reunido a 30 deJunho de 2007 em Fátima, em nomedeste poderoso movimento decideaprovar uma tomada de posição emforma de Recomendação a enviar aoSenhor Primeiro Ministro - Eng. JoséSócrates, Presidente em exercício daUnião Europeia a partir de 01JUL07,nos seguintes termos:

- Que nas políticas desenvolvidasno âmbito da Presidência, os aspec-tos da Cultura, do Recreio, do despor-to e do Social, sejam tidas em linhade conta como factor fundamental dodesenvolvimento integrado e susten-tado das sociedades e dos indivíduos;

- Que as decisões que dizem res-

peito aos trabalhadores por conta deoutrem, aos micro e pequenos e médi-os empresários e aos sectores maisfrágeis da sociedade, tenham em con-ta que grande parte destes são asso-ciativistas e dirigentes associativose que qualquer medida negativa queos atinja, terá reflexos no MovimentoAssociativo;

- Que as decisões que incidam so-bre matérias transnacionais no âm-bito europeu, tenham em conta o res-peito pela diversidade cultural, ouseja - recreativa, desportiva e social,e o direito de cada povo de encontraras melhores formas de se organizar,produzir e reproduzir os seus padrõesculturais, afastando todo o tipo depadronização global ou sistema depensamento único;

- Que nas políticas de apoio comu-nitário, se tenha em devida conta oMovimento Associativo, como formade organização social participada eparticipativa de carácter voluntário,benévolo, sem fins lucrativos e quesubstitui em muitas áreas o Estado ea iniciativa privada.

- Que, a par das necessidades ma-teriais, se tenha em conta as necessi-dades imateriais dos povos, aumen-tando e valorizando o direito ao des-canso, ao lazer, ao recreio, à cultura,ao desporto como forma de participa-ção, de cidadania e de desenvolvimen-to mental e físico em prol de uma So-ciedade melhor.

(Documento aprovado por

unanimidade)

4 – Indicarem os elementos res-ponsáveis, para o acompanhamentode cada projecto nacional, para cola-borarem com os membros responsá-veis da Direcção da CPCCRD.

5 – Terem espaço privilegiado nosmeios de comunicação da CPCRD(Elo Associativo, Portal e outros).

6 – Serem ouvidas regularmente,em reuniões com dirigentes da Di-recção da CPCCRD e dirigentes dasestruturas locais, para uma melhortroca de informações e cooperação as-sociativa.

7 – Participarem nas reuniões doConselho Nacional, onde podem in-tervir e fazer propostas sobre os as-

suntos constantes na ordem de tra-balhos, nomedamente aquando dadiscussão do plano e do orçamento,do relatório e contas e outros assun-tos, mas sem direito a voto, uma vezque não fazem parte do respectivoÓrgão.

DEVERES

1 – Informarem regularmente de3 em 3 meses a CPCCRD, sobre asactividades desenvolvidas, projectose assuntos do maior interesse.

2 – Darem os pareceres solicita-dos dentro dos prazos estipulados.

3 – Divulgarem os projectos da CPC-CRD, junto das colectividades e enti-

dades do seu Concelho ou Distrito.

4 – Indicarem os nomes dos ele-mentos responsáveis, pelo acompa-nhamento dos projectos.

5 – Enviarem as informações soli-citadas, para serem divulgadas nosmeios de comunicação da CPCCRD,dentro dos prazos estipulados.

6 – Organizarem anualmente ascomemorações do Dia Nacional dasColectividades, cujo programa seráaprovado pela Direcção e pelo Con-selho Nacional e que será realizadode uma forma rotativa por Concelhoou por Distrito do País.

(Documento aprovado por

unanimidade)

CONSELHO NACIONAL

Page 32: Elo Associativo n.º 36

Edição Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto Sede Rua da Palma, 248 · 1100-394 Lisboa Telef.: 218 882 619 Fax: 218 882 866

E-mail [email protected] Director Augusto Flor Redacção e fotos Confederação Concepção gráfica e paginação [email protected] Impressão e

acabamento Tipografia Lobão Tiragem 5000 exemplares Depósito legal 111058/97 Registo no Instituto de Comunicação Social 120991 Distribuição gratuita

FICHA TÉCNICA

Mudar a Lei,

é preciso…Grupo Parlamentar do PCP na As-

sembleia da República, apresentou

um pedido de Apreciação Parlamen-

tar do Decreto - lei 234/2007 de 4 de

Julho - Regime de instalação e funcio-

namento dos estabelecimentos de res-

tauração ou de bebidas, onde afirma:

“…as colectividades de cultura, recreioe desporto, motor fundamental do associativismopopular português, têm no seu histórico e nas suastradições, o funcionamento de bares dessas associ-ações que servem, essencialmente, para reunião econfraternização dos seus associados e para apoiaras actividades sem fins lucrativos que as mesmasdesenvolvem. Neste sentido é manifestamente in-justo e desproporcionada a exigência a estas asso-ciações do cumprimento dos mesmos requisitos quea um qualquer estabelecimento comercial ou turís-tico, com fins lucrativos que faz da restauração ebebidas a sua actividade económica.”

Propostas para PIDDACA Confederação, à semelhança do ano passado, está disponí-

vel para apresentar um pacote de propostas para o PIDDAC -Plano Integrado de Desenvolvimento e Despesas da Administra-ção Central no âmbito do OE - Orçamento do Estado. As Colecti-vidades que desejem apresentar propostas para construção denovas sedes sociais, espaços desportivos ou culturais ou outrotipo de infra-estruturas, podem fazê-lo através dos Governos Ci-vis, do Governo Central, dos Partidos Políticos com assento par-lamentar ou, se assim o preferirem, através da Confederação, atéao dia 30 de Setembro.

ULTIMAS NOTÍCIAS

BOAS FÉRIASA Confederação deseja a todos os

Dirigentes, associados e famílias, os

maiores votos de boas férias, certos

que no regresso, voltaremos ainda

com mais força e determinação para

levarmos por diante o nosso Movi-

mento Associativo Popular.

A Confederação tem disponível para todos os dirigen-tes associativos voluntários que o solicitem, o dístico –auto para identificar as suas viaturas. O objectivo destainiciativa, é de valorizar e lembrar à sociedade, o papelinsubstituível dos milhares de dirigentes espalhados deNorte a Sul do país.

Dirigente Associativo Voluntário