3068-7662-1-pb

Upload: glauco-ferreira

Post on 01-Mar-2016

10 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

ha

TRANSCRIPT

  • 10

    A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa CatarinaFabiola Cirimbelli Brigo Costa

  • 11

    Um Olhar Inicial

    Em seus escritos sobre a Histria da Arte-Educao Ana Mae (1982) j apontava, que um dos instrumentos de conscientizao dos educadores poderia se constituir na anlise histrica, pois apenas esta atravessa o processo de transformao, modernizao e inova-o do sistema educacional (p.14). funo da histria, segundo ela, explicar o presente, contribuindo como importante instrumento de reflexo, questionamento e auto-identificao.

    Sendo a histria uma conjugao e interpretao de fatos e narrativas, uma maneira peculiar de organizar modos de ser, estar e ver o mundo busco contribuir na construo dessa histria, revelan-do o envolvimento de quem vivenciou parte desta.

    Falar da histria do ensino de Arte em Santa Catarina para mim inclui diretamente o Movimento Escolinhas de Arte - MEA, uma vez que a Escolinha de Arte de Florianpolis marca efetiva e afetuosamente minha iniciao na relao do aprender e ensinar Arte.

    Em 1988, em trabalho de concluso de Curso de Especializa-o em Arte-Educao efetuado na UDESC, tive oportunidade de pesquisar sobre a Escolinha de Arte de Florianpolis, procurando entend-la dentro do processo mais amplo da Arte-Educao no Bra-sil. Esta pesquisa foi publicada em 1990, por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte, atravs do empenho da ento diretora da Escolinha Rosane Fernandes Kronbauer, com o ttulo Escolinha de Arte de Florianpolis: 25 anos de Atividade Arte--Educativa, oportunizando o acesso das informaes a um maior

    Este artigo1 busca contribuir com as reflexes e encami-nhamentos em torno da importncia da organizao da Histria do Ensino de Arte em Santa Cata-rina. Oferece um olhar que trs a marca pessoal de quem vivenciou parte desta histria, sendo constitudo por mltiplos olhares e fragmentos que revelam a histria do Movimento Escolinhas de Arte e seus desdobramentos em nosso estado, com nfase na criao da Escolinha de Arte de Florianpolis.

    1 Texto adaptado ao elaborado para o Painel: Organizando a Histria do Ensino de Arte em Santa Catarina realizado no II Colquio sobre Ensino de Arte: Reflexes Inclusivas, que ocorreu em Florianpolis de 26 a 28/09/2005, promovido pelo Centro de Artes - CEART, da UDESC, Plo Arte na Escola CEART, ITACA Produes Culturais e Secretaria Estadual de Educao e Tecnologia.

  • 12

    nmero de interessados e incentivando a publicao de novas pesqui-sas nesta rea em nosso Estado.

    Com foco voltado mais especificamente para a Escolinha de Arte de Florianpolis, a pesquisa no avanou a nvel catarinense, ainda por ser realizada. Entretanto, procurarei reconstituir um pouco deste movimento atravs de alguns olhares, organizando fragmentos da histria a partir de minha pesquisa e do contexto vivido, com in-tuito de que possam realizar suas prprias snteses.

    Movimento Escolinhas de Arte

    Falar de Escolinhas de Arte remete-nos a falar de sua clula-mater, a Escolinha de Arte do Brasil, cuja criao, em 1948 no Rio de Janeiro, marca o incio da renovao da Arte-educao no perodo (ps-ditatorial, 1945) de redemocratizao e de busca por processos de revitalizao educacional no Brasil.

    A histria da criao da Escolinha reflete no somente o con-texto desse perodo como a histria de vida de um artista cujo nome confunde-se com a prpria histria da Escolinha de Arte do Brasil e do Movimento Escolinhas de Arte: Augusto Rodrigues, reconhecido e respeitado por difundir e fomentar a filosofia e a metodologia do MEA, espalhando por todo territrio nacional a necessidade de in-cluso da Arte na educao escolar (Azevedo, [2005], p. 4-5).

    A proposta de renovar mtodos e processos de educao atra-vs da educao criadora, segundo Augusto Rodrigues, originou-se de um sonho provindo de seu processo de formao, que considerava tremendamente repressor e que impossibilitava o aluno de expressar--se, comunicar-se e relacionar-se humanamente. Inquieto e inconfor-mado com os processos de educao, achando que seu caminho seria o da arte, inicia sua carreira artstica. Em contato com artistas tam-bm insatisfeitos com a escola comum, unem-se em um mesmo ideal: possibilitar um lugar para as crianas se expressarem e liberarem seus impulsos criadores. Diz Augusto Rodrigues:

    Revista Nupeart Volume 8 2010

    A inveno da Escolinha no foi um ato solitrio. Artistas, intelectuais e educadores que se juntaram para sua criao permitiram a descoberta da criana como proponente bsico para a compreenso da proposta pedag--gica qual a Escolinha se propunha. Penso que o processo educativo de-

  • 13A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    Augusto Rodrigues, Margaret Spencer (artista americana) e Lucia Alencastro Valentim (professora de Arte), ao conseguirem per-misso para trabalhar no corredor da Biblioteca Castro Alves, ini-ciam a Escolinha. A experincia desenvolvida com um pequeno grupo de crianas, com a preocupao inicial de liber-las atravs do fazer artstico, respeitando a livre-expresso e estimulando a ini-ciativa. Registravam todas as anlises e observaes para posteriores estudos e debates na tentativa de aprender o que a arte representava para a criana.

    As crianas comearam a vir cada vez mais, nas mais dife-rentes idades e o prprio nome Escolinha foi dado por elas a partir do momento que comeavam a dizer amanh eu venho Escoli-nha (Rodrigues apud Brasil,1980, p.39). Para Augusto Rodrigues era clara a distino que faziam entre a escola institucional, onde iam aprender e a Escolinha, no diminutivo como componente afetivo, onde elas viviam a experincia livremente.

    Os surpreendentes resultados pedaggicos observados nas crianas que passavam pela Escolinha levaram-na a funcionar como um centro de estmulo e pesquisa a inmeros educadores e artistas. Pessoas de todas as reas e atividades passaram a visit-la e gradativa-mente a Escolinha ampliou suas atividades.

    A identificao com os novos mtodos originrios de Franz Cizek e apresentados por Hebert Read firmam conseqentemente grande influncia de suas idias, as quais repercutiam por um en-foque da simbologia dentro da perspectiva de Jung. Em 1953 Read visita a Escolinha de Arte do Brasil e a experincia se consolida, uma vez que este a estimula e reconhece como vlida. A partir de ento, a organizao e participao da Escolinha em exposies infantis pas-sam a ser realizadas tambm no exterior e, atravs delas, mantinham contatos e promoviam-se trocas de experincia (Brasil, 1980).

    O crescente interesse pela filosofia e prtica da educao atravs da arte em todo o mundo acaba por criar, em 1954, a So-ciedade Internacional de Educao Atravs da Arte - InSEA, rgo consultivo da Unesco. Sendo Augusto scio-fundador, a Escolinha passa a participar de todas as atividades, apresentando anlises e de-

    pende desse conhecimento de um sonho e de fazer dele a prpria realidade (Rodrigues apud Zolads, 1988, p.2).

  • 14

    poimentos sobre a experincia brasileira, contribuindo para a formu-lao de conceitos de arte-educao e promovendo intercmbio en-tre pases, atravs da ida e vinda de professores e artistas em cursos e conferncias. Em 1984 o XXV Congresso Mundial da InSEA foi realizado no Rio de Janeiro e continua sendo realizado em diver-sos pases, congregando artistas, pedagogos, agentes educativos em galerias, museus e servios culturais, animadores scio-culturais e outras pessoas com interesses similares pela educao artstica visu-al e educao pela arte. A InSEA tem como objetivo fundamental o desenvolvimento da educao e criatividade atravs das artes em todos os pases e a promoo de valores de tolerncia e compreen-so entre os povos (Sociedade Internacional de Educao Atravs da Arte - InSEA, 2005, p. 1). Em 2006 o Congresso aconteceu em Vi-seu, Portugal, tendo como tema Dilogos Interdisciplinares em Arte Educao.

    Durante os primeiros anos de experincia em campo aberto, sentia-se a necessidade de ampliar a experincia da Escolinha de Arte do Brasil atravs da formao de professores em cursos e divulgando a proposta atravs de palestras, conferncias, debates e cursos especializados. Em 1960 a Escolinha aceita para um estgio intensivo doze professores de vrios estados que buscavam entender melhor os meios de integrar a arte no processo educativo. Os resultados positivos desta experincia projetaram-se, apontando para uma nova modalidade de curso em tempo integral, os Cursos Intensivos de Arte na Educao - CIAEs.

    Para falar do CIAE, reporto-me s palavras da professora No-mia de Arajo Varela, presena viva e marcante no Movimento. D. Nomia foi professora e coordenadora do CIAE e diretora do departa-mento pedaggico da Escolinha de Arte do Brasil, dedicando-se inten-samente formao do arte-educador ao longo de seu trabalho.

    Revista Nupeart Volume 8 2010

    um curso (CIAE) provocador do que chamamos prontido para mudanas, muitas vezes bem sensveis - seja no prprio professor-aluno, seja em escolas e outras instituies - alargando, estrategicamente, dimenses da personalidade e estendendo as fronteiras da experincia nas Escolinhas de Arte. [...] A equi-pe de professores do Curso Intensivo vem sendo formada de modo singular e, mais uma vez, Augusto Rodrigues, na poca, inovou quando, na procura da so-luo para form-la, chamou no somente o professor titulado e com experin-cia de alto nvel, mas tambm, conquistou para essa equipe o artista, o arteso,

  • 15A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    Cabe enfatizar que o CIAE constituiu-se, desde o seu incio, no nico curso em educao atravs da arte destinado a professores, de todos os graus de ensino, at o advento da Lei 5.692/71, quando, atravs da obrigatoriedade do ensino de Educao Artstica no 1 e 2 graus, criam-se os cursos de Licenciatura em Educao Artstica em 1973. Nesta poca, aumentava a procura do Curso Intensivo de Arte na Educao e a necessidade de reestruturao do curso torna-va-se evidente.

    Tendo a Escolinha nascido de uma experincia em campo aberto, espao no-formal, autnomo e gerador de experincias na perspectiva da arte-educao, sua poltica educacional de expanso gerou o Movimento Escolinhas de Arte, movimento de organizao tambm no-formal, alternativo, que cresceu, segundo D. Nomia Varela (1988) como um movimento teraputico, no sentido de que procurou de alguma forma suprir o que o estado no supre, pelo seu empenho em recriar a educao trazendo a conscincia, atravs da arte, interesses vitais (p.4).

    Foram fundadas 132 Escolinhas de Arte no Brasil e mais 4 fora de nosso pas: Argentina, Paraguai e Portugal. Desta forma, a Escolinha de Arte do Brasil passava a liderar um amplo Movimento com uma filosofia comum:

    Apesar de trabalharem fora do sistema educacional do ensino pblico, as Escolinhas influenciaram-no profundamente, trazendo resultados bastante positivos ao processo de ensino em geral, chegan-do algumas delas a serem consultoras para o sistema escolar pblico. O Movimento permitiu abertura para se repensar arte-educao em funo do desenvolvimento do ser humano e da sociedade.

    O respeito ao ser humano, a sua capacidade de criar levando-o a encontrar na arte formas de se realizar e expressar seu conhecimento de si mesmo como ser atuante em busca da liberdade. O encontro da liberdade individual no ato de criar levar o homem a um novo humanismo fundamentado na paz (Concluses..., 1972, p.16).

    o crtico de arte, o jornalista, o tcnico de futebol, o poeta, o cientista e todo aquele capaz de alargar a percepo do professor-aluno. [...] um aprender fazendo, que se fundamenta em estudos sobre Arte, Educao e Psicologia e no enfoque dos princpios filosficos bsicos para uma melhor compreenso de como educar pela arte (Varela apud Barbosa,1986, p.17-18).

  • 16

    Com intuito de fomentar reflexes inclusivas, cabe res-saltar o carter inclusivo da proposta arte-educativa da Esco-linha de Arte do Brasil. Crianas e jovens com histria de de-ficincia eram recebidos como alunos convivendo junto com os outros alunos, sendo todos respeitados e valorizados em seu prprio contexto com sua forma de ser, pensar, agir e se expressar.

    Os princpios do movimento enfatizando a importncia da arte no processo educativo construtivo revelavam o forte vnculo do papel teraputico da arte na educao. Segundo Azevedo [2005], vrios profissionais trabalharam no Movimento, articulados com a Educao Especial. Entre eles destacam-se: a psiquiatra Nise da Sil-veira, a educadora Nomia Varela e a mdica e educadora Helena Antipoff, uma das grandes incentivadoras da EAB. Helena, ao inau-gurar a Sociedade Pestalozzi, convidou Augusto para dar aula de ar-tes plsticas na instituio, ressaltando desde ento a importncia e a possibilidade de se educar a criana com histria de deficincia, dan-do especial importncia ao ensino da arte.

    Desdobramentos do Movimento em Santa Catarina: a criao da Escolinha de Arte de Florianpolis

    Em Santa Catarina refletia-se o contexto nacional arte-educativo da poca. Reportando-nos dcada de 60, mais especificamente em 61, decretava-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, a qual sancionava a organizao de classes experimentais, permitindo o desenvolvimento de uma atitude voltada para a experimentao da Arte nas escolas (Barbosa, 1982). O Movimento Escolinhas de Arte, neste ano, ampliava-se consideravelmente, promovendo o primeiro Encontro do Movimento.

    Em Florianpolis, sede da Secretaria da Educao e Cultura do Estado, res- ponsvel pela ao e difuso do processo educativo--cultural, detectava-se fontes propiciadoras da Arte-Educao nesta dcada.

    Revista Nupeart Volume 8 2010

  • 17A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    Dentre as atividades culturais desenvolvidas no Museu de Arte Moderna - MAM, em 1960 e 1961, inclua-se respectivamente a montagem da Exposio de Desenho Infantil de Crianas de 3 a 10 anos, de Florianpolis e da 2 Exposio Anual de Desenho In-fantil, cujos trabalhos expostos eram decorrentes de trabalho desen-volvido neste museu, que em 1961 foi denominado Museu de Arte Moderna de Florianpolis - MAMF.

    Como conseqncia da reestruturao poltica, o ento De-partamento de Cultura busca em 1962 promover um trabalho de maior difuso da cultura no Estado. Em parceria com o MAM, rea-liza neste ano o I Salo Catarinense de Arte Infantil, no Teatro l-varo de Carvalho, do qual participaram alunos dos cursos primrio e pr-primrio de todo o Estado. Os trabalhos classificados seriam encaminhados ao Jornal Folha de So Paulo, Promotor do Salo Nacional de Arte Infantil, sob os auspcios do Ministrio da Edu-cao e Cultura.

    Nesta poca o Museu era dirigido pelo Professor Joo Evange-lista de Andrade Filho, professor de histria da arte e conhecedor das bases filosficas do MEA (atualmente diretor do MASC), que em sua gesto j demonstrava preocupao com a Arte e seu ensino.

    Estas exposies registram indcios da apreciao e da valori-zao da arte infantil, bem como da experincia de trabalhar com as crianas atravs da Arte.

    Em 1963, o Departamento de Cultura passa a ser dirigido pela professora Emiliana Maria Simas Cardoso da Silva que, entre suas realizaes, cria a Escolinha de Arte de Florianpolis.

    A criao da Escolinha, entretanto, no foi um ato isolado. Foi conseqncia do empenho, interesse e envolvimento de trs pessoas em especial, que tinham a inteno de proporcionar a Florianpolis uma abertura maior no campo da Arte-Educao: Joo Evangelista de Andrade Filho, Emiliana Maria Simas Cadoso da Silva e Maria Helena Gallotti Mamigoniam, com o mrito do Governo do Estado que encampou a idia, um tanto avanada para um organismo estatal assumir.

    Joo Evangelista, enquanto diretor do Museu, conduziu os primeiros passos da caminhada arte-educativa em Florianpolis, por meio de uma nova maneira de ver e sentir a arte infantil, impulsio-nando sua valorizao atravs do respeito livre-expresso. Emilia-

  • 18

    na, diretora do Departamento de Cultura, professora de Psicologia Evolutiva, conhecia o trabalho de Augusto Rodrigues com as Escoli-nhas de Arte e ficou entusiasmada; segundo ela [...] encantada com a possibilidade de criar aqui. Criar um laboratrio mesmo, para a criana funcionar, ser bem criativa [...] (Costa, 1990, p. 51). Maria Helena, professora, gostava muito de arte e trabalhava com jardim de infncia. Realizou estgio na Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, visando iniciar a experincia em Florianpolis.

    De forma informal, sem um documento oficial que a forma-lize, nasce a Escolinha de Arte de Florianpolis, em junho de 1963, sendo sediada no MAMF e a ele subordinado. Maria Helena inicia as atividades da Escolinha, exercendo durante o perodo de 63-64 a funo de nica professora, sendo em julho de 1964 designada tam-bm diretora, exercendo o cargo at 1968.

    O primeiro contato com as crianas da Escolinha surgiu atra-vs de corres-pondncia enviada s escolas oficiais e particulares e jar-dins de infncia de vrias comunidades, convidando-as a mandarem trabalhos de crianas para a Exposio de Desenho Infantil a ser re-alizada no Museu. Os desenhos foram selecionados e expostos nesta exposio, que passou a ser considerada a 1 Exposio da Escolinha de Arte de Florianpolis, cuja finalidade era motivar as crianas a fre-qentarem a Escolinha. A capa do catlogo da exposio apresenta-va um desenho da aluna Maria Ins Cardoso da Silva, institudo at hoje como smbolo da Escolinha.

    Para o ano seguinte as matrculas foram divulgadas via im-prensa, sendo gratuitas e oferecidas a crianas de 4 a 13 anos.

    Seguindo a filosofia do MEA e apoiando-se nos livros de Her-bert Head e Arno Stern, o objetivo da Escolinha era de liberdade, de criao artstica livre (Costa, 1990). No incio houve uma certa resis-tncia dos pais e comunidade que achavam que se devia ensinar a de-senhar e a pintar. Procurava-se, portanto, estimular as crianas para que trabalhassem, sem obrigaes, sem normas a seguir permitindo a espontaneidade dos alunos e estimulando sua livre imaginao. Sua trajetria histrica rica, dinmica e diversificada marcada por uma srie de mudanas relacionadas a sua estrutura, dimenso e trabalho, decorrentes do processo histrico-cultural-poltico-social em que es-tava inserida.

    O incio da Escolinha foi marcado por amplo intercmbio cul-

    Revista Nupeart Volume 8 2010

  • 19A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    tural com Escolinhas de Arte, rgos e entidades ligados Arte, in-tegrando-se intensamente ao Movimento de Arte Infantil atravs da participao de trabalhos de crianas em mostras, exposies, sales e concursos locais, nacionais e internacionais, tornando-se mais in-ternacionalmente conhecida e bem considerada pelo fato de muitos de seus alunos terem sido classificados e premiados em alguns destes eventos.

    Podemos concluir que, em seu perodo inicial, de 63-77, quan-do esteve subordinada ao Museu, a proximidade da Escolinha com este, fora extremamente benfica. As crianas participavam das ex-posies, apreciavam as obras, circulavam dentro do espao trocan-do informaes, enquanto a rotatividade das exposies servia como estmulo propulsor para a criao. A criana sentia-se valorizada e estimulada ao ver seu trabalho ali exposto no perodo de Exposio da Escolinha. Segundo depoimento de Carlos Humberto Correa, di-retor do MAMF em 1963, o que passou a mudar a cabea daquela gurizada, foi a convivncia de trabalharem dentro do Museu, muitas vezes at junto com as exposies, no prprio salo (Costa,1990, p.54). No era preocupao na poca ensinar as crianas atravs das exposies, em contato direto com obras de arte, mas j se detecta-va a importncia da vivncia na relao da apreciao e expresso artstica.

    A partir de 77, ao adquirir autonomia como rgo de unidade operacional ligado cultura, observa-se um perodo de crescente pre-ocupao em integrar a Arte ao processo educativo atravs de cursos, estgios e orientaes a professores interes-sados em Arte-Educao. Propostas de descentralizao de suas atividades, procurando atingir um maior nmero de pessoas, foram viabilizadas atravs de vrios projetos realizados.

    Em mbito interno, a ampliao do corpo de professores e de alunos da Escolinha fora considervel. De 7 ou 8 crianas que inicia-ram a experincia em 1963, chegou-se ao nmero de 50 crianas ma-triculadas no ano seguinte e, em determinados perodos histricos, a Escolinha chegou a atender um nmero aproximado de 470 crianas atravs do Curso Regular de Educao Criadora CREC.

    Como atividade permanente da Escolinha, o CREC atendeu crianas na faixa etria entre, aproximadamente, 3 a 14 anos, com objetivo de desenvolver a capacida-de criadora atravs de artes plsti-

  • 20

    cas, msica, teatro, expresso corporal, recreao, carpintaria, mode-lagem, jardinagem, gravura, artesanato, folclore, literatura infantil, batick, escultura, explorao de fotografia, enfim, reas que foram sendo oferecidas de acordo com as especificidades dos professores no transcorrer dos perodos histricos. Adotavam-se neste curso os m-todos da livre-expresso, do emprego de seqncia de tcnicas e o de proposies temticas, muitas vezes levando a elaborao de projetos dentro de um tema fornecido.

    Em 1986 o projeto Histria da Arte para Crianas foi aplicado, com uma hora semanal, em turmas de faixa etria superior a seis anos. Objetivava levar a criana a valorizar e compreender os diversos tipos de obras de arte e seus estilos, identificar as principais obras dos destacados artistas regionais, nacionais e internacionais e utilizar os conhecimentos adquiridos na criao de novos trabalhos. Reestruturando-se medida que era aplicado, o projeto deu origem ao livro Questionando a Livre-Expresso: Histria da Arte na Escolinha de Arte de Florianpolis (1990), publicado com apoio da Escolinha. A partir deste perodo, propostas de ensino interligando a produo artstica, a leitura de imagem e a contextualizao histrica passam a ser desenvolvidas por alguns professores.

    As exposies da Escolinha de Arte tambm estiveram presentes desde o incio de sua criao. Exposies coletivas de alunos, resultantes da produo artstica desenvolvida no CREC ou projetos afins da Escolinha, ainda continuam sendo reali-zadas normalmente ao final de cada ano, com intuito de valorizao e incentivo da produo artstica, bem como de apreciao, leitura e reflexo desta produo.

    No mbito externo, a Escolinha enquanto laboratrio irradia-dor de cultura e incentivo educao artstica, buscando atender a demanda de pessoas interessadas em trabalhar seguindo sua orienta-o, oportuniza uma ampliao de possibilidades de estgios e cursos a partir do ano de 1978.

    Como elemento motivador deste perodo, cabe ressaltar que as professoras da Escolinha estiveram presentes como participantes no I Encontro Catarinense de Arte Educao, realizado em Flo-rianpolis no incio de 78 pela Secretaria de Educao e Cultura. O Encontro tinha como objetivo conscientizar o professor do ensino de 1 grau da possibilidade de educar atravs da arte. Augusto Rodri-

    Revista Nupeart Volume 8 2010

  • 21A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    gues, Nomia Varela, Lcia Valentim marcam presena neste encon-tro e visitam a Escolinha de Arte de Florianpolis, tecendo elogios e estimulando-a na continuidade do trabalho. A ausncia de uma par-ticipao mais efetiva da Escolinha no Encontro fora ressaltada por Augusto Rodrigues em mesa-redonda.

    Estgios oficiais para estudantes de Educao Artstica da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, bem como estgios em forma de bolsa de trabalho e de estudo, passam a ser fir-mados, ampliando a presena de professores e estudantes de Arte na Escolinha.

    A preocupao com a formao de professores, visando a me-lhoria do Ensino de arte nas escolas, que nos primrdios da Escoli-nha se efetuara atravs do curso Teoria e Prtica da Arte Infantil em 1967, intensificada no final da dcada de 70, incio de 80. Vale notar que o curso de 67 foi pioneiro em Florianpolis, no sentido de orientar professores atravs de novos mtodos e processos arte--educativos, em uma tentativa de transformar a prpria educao. Em 79 criado o I Curso Interno de Arte Infantil destinado ao corpo docente da Escolinha, rede municipal e professores de Escoli-nhas de Arte.

    Os resultados positivos deste primeiro curso propiciaram a criao dos Cursos Intensivos de Criatividade na Educao - CI-CEs, que passaram a ser realizados anualmente na Escolinha de Arte. Seus princpios de orientao incluam aulas prticas e tericas nas diferentes reas, com a utilizao de recursos tcnicos e pedaggicos, estgio supervisionado na Escolinha de Arte de Florianpolis e ava-liao final. Destinados a professores, artistas e pessoas interessadas, com o objetivo de despertar atitudes de pesquisa e de experimen-tao, fundamentais Educao Artstica, estes cursos ampliaram seu raio de ao a partir dos convnios firmados com a Secretaria de Educao, sendo muitos ministrados tambm no interior do Estado.

    Com a preocupao de atender aos professores e escolas em geral, em 1987 a equipe da Escolinha de Arte elabora a cartilha Fa-zer Criando, demonstrando, de certa forma, a filosofia da Escolinha de Arte de Florianpolis, alm de colocar seus objetivos e atividades desenvolvidas em diversas reas de expresso criadora. Exemplares da cartilha foram enviados a 198 municpios de Santa Catarina, em-baixadas, ministrios e rgos ligados Cultura, Arte e Educao,

  • 22

    sendo tambm distribudos ao pblico do Projeto Interiorizao, na tentativa de subsidiar os professores e pessoas interessadas em Arte--Educao.

    A procura de cursos por parte de pessoas adultas interessadas num processo criativo inovador impulsionou a criao de oficinas e atelis diversos, entre eles: Curso de Criatividade Corporal, Pintu-ra e Desenho Artstico, Atelier de Cermica, Oficina de Ativida-des Criadoras, Atelier Livre de Criatividade, entre outros.

    Alm destes, projetos de cunho scio-cultural foram criados pela Escolinha, visando descentralizar ainda mais suas atividades, ampliando seu atendimento a um maior nmero possvel de pessoas. Dentre eles destacamos:

    Projeto Arte e Lazer: procurava desenvolver programas especficos de arte, juntamente com unidades escolares, oportuni-zando ampliao da carga horria de Educao Artstica; promovia a participao de professores e despertava no aluno o desejo de utilizar o lazer criativo em suas horas de folga.

    Projeto Atelier de Arte: buscava desenvolver junto com entidades educacionais, programas especficos de artes, oportunizan-do o desenvolvimento da sensibilidade artstica a alunos cuja situao econmica era considerada precria.

    Projeto Arte-Educao: consistia em ministrar cursos intensivos sobre arte e educao para professores da rede escolar p-blica ou privada, de 1 e 2 graus nas cidades de Tubaro, Cricima e Itaja.O projeto justificava-se pelo fato de nosso Estado no possuir pessoal habilitado na rea de Educao Artstica.

    Projeto Pequena Iniciao Artstica para os Peque-nos: buscava despertar no menor, cuja situao econmica era con-siderada precria, o desejo de fazer uso da expresso artstica em suas horas ociosas, como forma de lazer criativo-educativo.

    Projeto Ambulante: procurava desenvolver programas especficos de arte, juntamente com entidades assistenciais, hospita-lares e lideranas de bairro da Grande Florianpolis.

    Projeto Coreto e Projeto Preenchendo Espao: surgiram praticamente com os mesmos objetivos: proporcionar s crianas carentes da zona central de Florianpolis e arredores, que

    Revista Nupeart Volume 8 2010

  • 23A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    Encontro bem organizado, com programao muito rica focalizando a arte--educao em suas mltiplas dimenses, sobretudo histrica, filosfica, artsti-ca, pedaggica e social. Detonador de reflexes sobre a realidade da arte-edu-cao no Brasil. Abertura para se compreender melhor o papel da arte ao nvel das relaes sociais e se questionar o papel do arte-ducador na perspectiva de valores ticos, estticos e artsticos. (Varela apud Costa, 1990, p. 92).

    se encontravam ociosas e dispersas, atividades arte-criadoras que as reintegrassem ao seu mundo criador.

    Projeto Rememorando: objetivava resgatar a memria cultural de nosso Estado, preservando a identidade catarinense, com nfase especial nas atividades da linguagem verbal. Encontros com idosos eram efetuados com o objetivo de documentar o passado, vi-sando disponibilizar s crianas as histrias por eles guardadas na memria.

    Projeto Interiorizao da Escolinha de Arte: foi desenvolvido com o objetivo de promover cursos, palestras e conta-tos com entidades culturais do Estado, com a finalidade de estimular a criao de novas Escolinhas de Arte e dar assistncia tcnica s j existentes, despertando nas lideranas das comunidades o interesse pela Educao atravs da Arte. Vrios municpios foram atendidos por este projeto.

    Projeto Novas Perspectivas de Arte-Educao: cria-do com o objetivo de registrar o histrico da Escolinha para integrar o acervo do Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina e ser apresentado no Congresso Mundial de Educao Atravs da Arte no Rio de Janeiro em 1984.

    Devido s constantes transformaes pelas quais vinha pas-sando o ensino da Arte na dcada de 80, a Escolinha de Arte, bus-cando adaptar-se aos novos rumos, comemora seus 25 anos reali-zando o Encontro de Arte-Educadores da Regio Sul, em outubro de 1988. O Encontro tinha como objetivos preeminentes integrar profissionais da rea, almejando uma tomada de conscincia da situ-ao atual da Arte-Educao, pensando e repensando valores, bem como avaliar o papel e a influncia das Escolinhas de Arte na Arte--Educao.

  • 24

    Um pequeno trecho da avaliao da professora Nomia Varela nos apresenta indicativos de seus resultados:

    Confirmando os resultados obtidos atravs do Encontro, a Es-colinha foi convidada pela Secretaria de Estado da Educao, junta-mente com sua equipe de pr-escolar e 1 grau, a reformular o pro-grama de Educao Artstica do pr-escolar 4 srie.

    Quanto aos resultados internos, relativos motivao do corpo docente da Escolinha, o Encontro foi desencadeador de questionamen-tos e reflexes no sentido de refazer, atualizar e dar necessria funda-mentao a uma nova linha de ao educativa.

    Em 1990, quatro livros escritos por professores da Escolinha foram publicados por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte atravs do empenho efetivo da direo da Escolinha de Arte: Questionando a Livre-Expresso: Histria da Arte na Escoli-nha de Arte de Florianpolis, Teatro Vida e Movimento, Algu-mas Caractersticas do Desenvolvimento Psicomotor na Faixa Etria de 3 a 6 anos e suas Implicaes para o Trabalho de Musicaliza-o, Escolinha de Arte de Florianpolis: 25 anos de Atividade Arte- Educativa.

    Consideraes Finais

    Sendo a Escolinha um laboratrio aberto, sempre surgiram ques-tionamentos com objetivos de ampliar seu envolvimento a nvel mais reflexivo. Propostas de renovao metodolgicas passaram a ser apontadas; perspectivas de aprofundamento de sua prtica atravs de pesquisas fundamentadas comearam a despontar, assim como o es-tudo de novas teorias fomentavam o questionamento e debate dos mtodos utilizados, encaminhando para novas propostas.

    No me possvel fazer uma anlise pormenorizada de seus l-timos anos de existncia. Entretanto, pude constatar que a Escolinha, atualmente com 42 anos de existncia, continua oferecendo o Cur-so Regular de Educao Criadora, desenvolvendo alguns projetos junto a entidades educacionais, entidades assistenciais hospitalares, lideranas de bairro e prestando orientao e assessoramento tcnico a instituies educativas, a estudantes de Arte e a pessoas interessa-das. No constatei novas linhas de ao a partir dos questionamentos

    Revista Nupeart Volume 8 2010

  • 25A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    anteriormente apontados, as quais poderiam enriquecer efetivamen-te sua prtica. Considero alm do mais, que a Escolinha continua exercendo sua contribuio, constituindo-se presena na histria do ensino da Arte em Santa Catarina.

    Concluo, portanto, que no decorrer de seus 25 anos de exis-tncia a Escolinha de Arte de Florianpolis tornou-se muito mais abrangente em comparao a sua etapa inicial, uma vez que no prin-cpio atuava praticamente em seu contexto interno e, com o passar dos anos, foi apresentando-se como uma Escola Viva, disseminando de forma atuante suas idias favorveis ampliao e integrao da Arte no processo educativo Catarinense.

    Avalio que a ausncia de uma poltica cultural forte de fomen-to, associada necessidade de reflexes e questionamentos mais pro-fundos em torno da Arte e do seu ensino, fortemente sustentados na esttica modernista, bem como de aprofundamento terico-metodo-lgico que revitalize o papel do professor como participante-pequi-sador no processo de ensino-aprendizagem, so algumas conseqn-cias de uma falta de atuao mais viva e dinmica no contexto atual.

    Algumas Escolinhas ainda esto presentes no cenrio atual brasileiro, apesar das muitas dificuldades encontradas: a de Porto Alegre, a de Recife, a de Santa Maria, a de Natal, foram as que pude comprovar at ento. Alm da Escolinha de Arte de Florianpo-lis, existe a Escolinha Fritz Alt de Joinville e a Monteiro Lo-bato de Blumenau que continuam marcando presena no cenrio catarinense.

    Ana Mae Barbosa, que teve como sua escola de iniciao arte/educao a Escolinha de Arte do Recife, criou uma Escolinha na Universidade de Braslia e participou do grupo de criao da Escoli-nha de So Paulo, aponta que o Movimento Escolinhas de Arte foi renovador ao questionar todo aquele ensino Neoclssico das Escolas de Belas-Artes que ainda existia (Costa, 1990, p. 43). Entretanto, acrescenta que, no momento em que a clula-mater que era a Es-colinha de Arte do Brasil deixou de ter significao cultural (Ibid, 1990, p. 43), o Movimento se dispersou. Para ela, fica difcil julgar se elas tm relevncia hoje, pois ficaram muito arraigadas ao modelo modernista.

    Em entrevista com Jorge Vasconcelos, Barbosa (2005) afirma que a arte mudou e mudamos com ela. Estudos de Epistemologia

  • 26

    da Arte nos mostraram outros modos de aprender Arte com os quais operamos hoje, mas as Escolinhas foram um ponto de partida entu-siasmante. Nos instilou o principio da liberdade de criar. Princpio este que nos permite transformar a ns mesmos e a realidade vivida, passando pelo imaginrio e a liberdade, [...] olhar a histria - de ma-neira crtica e inventiva - como possibilidade de revisitarmos nossas teorias e prticas (Azevedo, [2005], p.14).

    Ainda, utilizando as palavras de Varela (1988) vale destacar que entre a vida cotidiana, a vida suada do MEA e sua histria res-tar sempre uma realidade no revelada: fatos, produes, dvidas, desacertos, hipteses, um inexplorado acervo de memrias ainda no transformadas em texto escrito (p. 6). Cabe a cada um de ns, en-volvidos com o ensino de arte, continuarmos a escrever essa histria.

    E para vocs, as Escolinhas tm relevncia atualmente?

    RefernciasAZEVEDO, Fernando Antnio Gonalves. Sobre Augusto Rodrigues e o movimento escolinhas de arte. Braslia: Ministrio da Cultura [2005]. Disponvel em Acesso em: set. 2005.

    BARBOSA, Ana Mae. Recorte e colagem: influncias de Jonh Dewey no ensino da arte no Brasil. So Paulo: Autores Associados: Cortez, 1982.

    ______. Entrevista com Jorge Vasconcelos [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por em 13 set. 2005.

    BRASIL.Ministrio Da Cultura. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Escolinha de Arte do Brasil. Braslia, 1980.

    COSTA, Fabola Cirimbelli Brigo. Escolinha de arte de Florianpolis: 25 anos de atividade arte-educativa. Florianpolis: FCC, 1990.

    CONCLUSES do encontro das escolinhas de arte. Arte & Educao: Escolinha de Arte do Brasil, Rio de Janeiro, ano 1, n. 12,, jul.1972.

    Revista Nupeart Volume 8 2010

  • 27A Contribuio do Movimento Escolinhas de Arte no Ensino de Arte em Santa Catarina

    DALLANHOL, Ktia Maria Bianchini. Algumas caractersticas do desenvolvimento psicomotor na faixa etria de 3 a 6 anos e suas implicaes para o trabalho de musicalizao. Florianpoils: FCC, 1990.

    DA NOVA, Elza Bonnassis. Teatro vida e movimento. Florianpolis: FCC,1990.

    DILOGOS INTERDISCIPLINARES EM ARTE EDUCAO. CONGRESSO INTERNACIONAL DA InSEA, 2006, Portugal. Portugal: InSEA, 2005. Site de divulgao do congresso. Disponvel em . Acesso em: set. 2005.

    MEC Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Augusto Rodrigues (Coord.). Escolinha de Arte do Brasil. Braslia, 1980.

    PESSI, Maria Cristina Alves dos Santos. Questionando a livre-expresso: histria da arte na Escolinha de Arte de Florianpolis. Florianpolis: FCC.1990.

    SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte. Fundao Catarinense de Cultura. Escolinha de Arte de Florianpolis. Fazer Criando. Florianpolis: IOESC,1987.

    SOCIEDADE INTERNACIONAL DE EDUCAO ATRAVS DA ARTE - InSEA, 2005. Congresso Internacional da InSEA 2006 Dilogos Interdisciplinares em arte educao. Disponvel em . Acesso em: set. 2005.

    VARELA, Noemia de Arajo. A formao do arte-educador no Brasil. In: BARBOSA, Ana Mae (Org.). Histria da arte-educao. So Paulo: Max Limonad, 1986.

    ______. Movimento escolinhas de arte: imagens e idias. Fazendo Artes, Rio de Janeiro, n. 13, p. 4, 1988.

    ZOLADZ, Rosza. O Sonho que fez florescer realidades. Fazendo Artes, Ministrio da Cultura, Fundao Nacional de Arte, Rio de Janeiro, n. 12, p. 2-7. 1988.