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Aspectos Socioambientais 50 RIMA Projeto C1 Santa Luz 3. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DAS ÁREAS EM ESTUDO Quais as Características da Área de Estudo? As principais características da região onde a Yamana/MFB pretende implantar o Projeto C1 - Santa Luz são apresentadas a seguir. Trata-se de informações sobre clima, ar, águas, rochas, relevo, solo, vegetação e animais terrestres e aquáticos que vivem no local, além de informações sobre a atual situação sócioeconômica da região. Os dados apresentados a seguir foram levantados durante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e revelam as condições do local antes da implantação do projeto e do início da sua operação. 3.1 Aspectos Físicos Clima e Ar O clima na região do médio rio Itapicuru, onde está projetado o empreendimento, é classificado como semi-árido. Este tipo de clima se caracteriza por ser quente e seco, apresentando uma temperatura média de 24ºC no ano. A quantidade de chuva ao longo do ano é menor do que a quantidade de água que se perde pela evaporação, o que ocasiona a seca. O período em que mais chove na região é entre fevereiro e abril, enquanto o mais seco é entre agosto e outubro. Na área do Projeto C1 Santa Luz estas características não diferem muito, a temperatura média variam entre 22,5 a 26,9ºC, apresentando amplitude térmica inferior a 5ºC. A precipitação média é de 544 mm/ano, com a estação chuvosa entre novembro e abril, sendo que nos meses de julho, agosto e setembro chegam a registrar valores mensais nulos de precipitação. O potencial de evapotranspiração média é 1.514 mm/ano Água Superficial O Projeto C1 Santa Luz está inserido na bacia hidrográfica do rio Itapicuru que se encontra totalmente inserida no território baiano, ocupando uma área de drenagem de 36.440 km 2 . Seus principais rios são o Itapicuru-Mirim, Itapicuru- Açu, do Peixe, Cariaçá e Quijingue. Ao norte do empreendimento, aproximadamente 500 metros, encontra-se o rio Itapicuru. A vazão neste rio é controlada por oito barramentos construídos ao longo do seu curso, a montante, com a finalidade de evitar o déficit de água, comum na região (evaporação maior do que as chuvas). A vazão do rio Itapicuru na área do empreendimento é de, aproximadamente, 7,24 m³/s ou 625.536 m³/dia. O empreendimento necessita de 336,4 m³/h de água bruta, representando 1,3% da capacidade do rio Itapicuru. Ainda, quando ocorrer o desaguamento das cavas será solicitada outorga para a utilização desta água. Estima-se a vazão média proveniente das cavas em cerca de 50 m³/h.

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Page 1: 3. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DAS ÁREAS EM ESTUDO … · condições do local antes da implantação do projeto e do início da sua operação. 3.1 Aspectos Físicos Clima e Ar O clima

Aspectos Socioambientais 50

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

3. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DAS ÁREAS EM ESTUDO

Quais as Características da Área de Estudo?

As principais características da região onde a Yamana/MFB pretende implantar o Projeto C1 - Santa Luz são apresentadas a seguir. Trata-se de informações sobre clima, ar, águas, rochas, relevo, solo, vegetação e animais terrestres e aquáticos que vivem no local, além de informações sobre a atual situação sócioeconômica da região. Os dados apresentados a seguir foram levantados durante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e revelam as condições do local antes da implantação do projeto e do início da sua operação.

3.1 Aspectos Físicos

Clima e Ar

O clima na região do médio rio Itapicuru, onde está projetado o empreendimento, é classificado como semi-árido. Este tipo de clima se caracteriza por ser quente e seco, apresentando uma temperatura média de 24ºC no ano.

A quantidade de chuva ao longo do ano é menor do que a quantidade de água que se perde pela evaporação, o que ocasiona a seca. O período em que mais chove na região é entre fevereiro e abril, enquanto o mais seco é entre agosto e outubro.

Na área do Projeto C1 Santa Luz estas características não diferem muito, a temperatura média variam entre 22,5 a 26,9ºC, apresentando amplitude térmica inferior a 5ºC.

A precipitação média é de 544 mm/ano, com a estação chuvosa entre novembro e abril, sendo que nos meses de julho, agosto e setembro chegam a registrar valores mensais nulos de precipitação. O potencial de evapotranspiração média é 1.514 mm/ano

Água Superficial

O Projeto C1 Santa Luz está inserido na bacia hidrográfica do rio Itapicuru que se encontra totalmente inserida no território baiano, ocupando uma área de drenagem de 36.440 km2. Seus principais rios são o Itapicuru-Mirim, Itapicuru-Açu, do Peixe, Cariaçá e Quijingue.

Ao norte do empreendimento, aproximadamente 500 metros, encontra-se o rio Itapicuru. A vazão neste rio é controlada por oito barramentos construídos ao longo do seu curso, a montante, com a finalidade de evitar o déficit de água, comum na região (evaporação maior do que as chuvas). A vazão do rio Itapicuru na área do empreendimento é de, aproximadamente, 7,24 m³/s ou 625.536 m³/dia.

O empreendimento necessita de 336,4 m³/h de água bruta, representando 1,3% da capacidade do rio Itapicuru.

Ainda, quando ocorrer o desaguamento das cavas será solicitada outorga para a utilização desta água. Estima-se a vazão média proveniente das cavas em cerca de 50 m³/h.

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RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Figura 3.1-1 Trecho do rio Itapicuru acima do ponto onde está projetada a captação de água para o Projeto C1-Santa Luz.

Água Subterrânea

Na área do projeto, os níveis de lençol freático declinam gradualmente de sul para norte em aproximadamente 30 metros, se consideramos o ponto da cava Antas III (sul) e a calha do rio Itapicuru, em uma distância aproximada de 5 km. Na área das cavas o lençol freático deverá ser encontrado aproximadamente a 25 m abaixo da superfície do terreo, como já observado nas cavas C1, Antas I e Antas III.

As rochas encontradas na área do empreendimento (Metassedimentos/ Metavulcanitos e rochas ígneas) apresentam comportamento de “aqüífero fissural”, sendo que a ocorrência de água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas. Na área do Projeto, entretanto, estas descontinuidades estão preenchidas por películas siltosas ou até mesmo por quartzo, agindo como barreiras para a infiltração e fluxo da água subterrânea.

Ainda, na área entre o extremo norte da cava C1 e o rio Itapicuru, o horizonte de brecha carbonosa fecha e posiciona o diorito em contato direto com os andesitos. Isso reduz a condutividade hidráulica da zona de contato diorito/andesito, não permitindo qualquer conexão hidráulica significativa entre a cava C1 proposta e o Rio Itapicuru.

Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é na maior parte das vezes salinizada, não se prestando ao consumo humano sem tratamento de dessalinização.

Essas condições definem um potencial hidrogeológico baixo para a região sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa no abastecimento nos casos de pequenas comunidades, ou como reserva estratégica em períodos de prolongadas estiagens.

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RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Figura 3.1-2 Passagem molhada sobre o rio Itapicuru.

Qualidade das águas

O rio Itapicuru é enquadrado na Classe 2 da Resolução CONAMA 357/05, que trata da classificação e diretrizes ambientais dos corpos d’água. Visando verificar a qualidade da água do rio foram realizadas três campanhas de coleta e analise d’água em dois pontos localizados a montante e jusante do empreendimento.

De modo geral, pode-se dizer que a qualidade da água do rio Itapicuru apresenta características da região semi-árida brasileira, com tendência à salinização. Há uma tendência natural a uma superoxigenação da água, fruto do equilíbrio de carbono e do clima. Esta tendência torna o ambiente bastante frágil para recepção de cargas de origem orgânica, que podem acelerar os mecanismos de crescimento de algas e cianobactérias.

Para atestar a qualidade da água subterrânea foram realizadas coleta e análise de água em 3 poços na área do empreendimento.

As 3 amostras apresentam uma turbidez, alcalinidade e condutividade elevadas, além de grande quantidade de metais (Al, Fe, Mn, Cr e Ni), o que associado à grande quantidade de sólidos dissolvidos leva à conclusão de que estes metais provavelmente encontram-se dissolvidos e são, portanto, de difícil remoção.

A explicação para este quadro reside no fato da falta de circulação da água e dos solos e rochas encontradas na região apresentarem grande concentração destes materiais.

É importante mencionar que a condutividade elevada nos poços reflete a quantidade de sais dissolvidos presentes na água, o que deixa a água subterrânea salinizada e, portanto não sendo considerada de boa qualidade ou apropriada para consumo humano sem prévio tratamento.

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Rochas, relevo e solos

A geologia da bacia hidrográfica do rio Itapicuru é bastante complexa, englobando rochas de idades bastante variadas, desde o Arqueano – mais antigas - até o Quaternário – mais recentes - todos fazendo parte do contexto geológico do Cráton do São Francisco.

A esta entidade geotectônica estão associados terrenos de alto grau, representados por granulitos e charnokitos, e de médio grau por gnaisses de composição granodiorítica a tonalítica e migmatitos do tipo diatexitos e metatexitos. Estas formações compreendem o embasamento das seqüências vulcano-sedimentares (entre elas a do Rio Itapicuru), dos corpos máficos e/ou ultramáficos, além de rochas metassedimentares.

Na área do empreendimento predominam rochas vulcânicas e sedimentares que concentram depósitos de ouro.

A área como um todo se apresenta recoberta por formações superficiais e manto de alteração do embasamento, com pequena espessura e natureza predominantemente areno-argilosa.

A área está inserida na unidade geomorfológica do Pediplano Sertanejo, individualizada pelas características morfogenéticas e morfoclimáticas denominadas Depressões do Médio Itapicuru.

Esta unidade ocorre em toda região central da Bacia do Itapicuru, entre a Serra de Jacobina e tabuleiros interioranos a oeste e os planaltos da Bacia Sedimentar de Tucano a leste, correspondendo aos terrenos gnáissico-magmatíticos e vulcano-sedimentares do embasamento.

Apresenta topografia ondulada, fracamente dissecada e rampeada em direção ao vale do Itapicuru, com cotas que variam entre 200 e 600 metros de altitude, podendo chegar a 900 metros no topo das elevações residuais, como o Morro da Volta e Serra Branca.

Na área do empreendimento o relevo é constituído originalmente por uma superfície plana com morros aplainados, que foi alterado devido à extração de ouro pela Companhia Vale do Rio Doce (Vale) e pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), durante as décadas de 1980 e 1990. Atualmente, observa-se que a configuração natural do relevo se mistura com as pilhas de estéril e rejeito (algumas recuperadas e revegetadas) conforme pode ser observado na Figura 3.1-3.

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Figura 3.1-3 Pilhas de estéril recuperadas pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e mescladas com a paisagem natural da área.

Na área percebem-se duas pedopaisagens distintas: uma de intensa remoção de sedimentos associados aos afloramentos de rochas ou em nível abaixo deste, formando elevações menores; e outra expressando acúmulo de sedimentos, estando mais próxima ao piso do vale. Os solos Litólicos Eutróficos e os Regossolos Eutróficos e Distróficos predominam na primeira pedopaisagem, enquanto a segunda está associada a Planossolos Solódicos. As características desses solos são descritas a seguir.

Solo Litólico: solo raso, pouco desenvolvido, muito vulnerável à erosão e de baixa qualidade para a agricultura;

Solo Regossolo: solo arenoso, pouco desenvolvido, utilizado para o cultivo de mandioca, milho, feijão, algodão herbáceo, palma forrageira, sisal e pastagem.

Solo Planossolo: solo raso, argilo-arenoso, situados em áreas geralmente planas. Apresenta características desfavoráveis para a agricultura, tornando-se duro na época seca.

3.2 Aspectos Bióticos

Vegetação

A vegetação na área do Projeto C1 - Santa Luz e entorno é constituída exclusivamente por fisionomias de caatinga, em maior parte, pela caatinga arbustiva, que tem plantas entre dois e quatro metros de altura média. Há também forte presença da chamada caatinga arbustiva rala, caracterizada pela presença de árvores de até dois metros e meio da altura. A caatinga arbórea é a que ocorre em menor quantidade: apenas nas baixadas úmidas, que possuem solos com maior teor de matéria orgânica.

Caatinga arbustiva

Caatinga arbórea

Caatinga arbustiva rala

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RIMA – Projeto C1 Santa Luz

A vegetação original da região já foi bastante alterada pelas atividades agrícolas, especialmente a caatinga arbustiva, que foi substituída pelas plantações de sisal, em parte abandonadas e em processo de regeneração.

O estudo de caracterização da flora existente na área do Projeto C1 Santa Luz constatou a existência de 62 espécies, número foi considerado baixo em comparação com outros estudos para a caatinga. Esse fato ocorre devido ao intenso processo de degradação que houve localmente, tanto em razão dos plantio de sisal como à própria presença de atividades como o garimpo.

Figura 3.2-1 Plantações de sisal, como esta vista ao longo da estrada que interliga Santa Luz à área do Projeto C1 – Santa Luz, afetaram fortemente a caatinga arbustiva.

Conforme se observa na Figura 3.2-2 – Cobertura Vegetal, será necessária para a implantação do Projeto C1 Santa Luz uma área de 457,4 hectares. Desta área, será necessária a supressão de 351,3 ha de vegetação natural – Caatinga e Caatinga com Sisal. O restante é ocupado atualmente por áreas degradadas pela mineração pretérita e por área com culturas ativas de sisal.

Quadro 3.2-1 – Cobertura Vegetal no Projeto C1 Santa Luz.

Caatinga com Sisal

Caatinga Área

Degradada por Mineração

Cultivo de Sisal

280,7 ha 70,6 ha 94,2 ha 11,9 ha

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Animais terrestres

Devido às características do semiárido nordestino, a fauna terrestre desenvolveu mecanismos adequados para o clima quente e seco. As poucas espécies de anfíbios identificadas na região exemplificam este processo: são predominantemente noturnas, vivem próximas a locais úmidos e podem se enterrar para sobreviver aos períodos mais secos.

Foram registrados na área do empreendimento e arredores três espécies de anfíbios: sapo cururu, rã-caçote e perereca-raspa-cuia. Este pequeno número de espécies deve-se à baixa pluviosidade que ocorre na região.

Figura 3.2-3 Sapo Cururu

Entre os répteis foram registradas 14 espécies de répteis: briba, lagartixa, camaleão, calango, teiú, jibóia, salamanta, cobra-verde, corredeira, papa-pinto, coral-verdadeira e jararaca.

Figura 3.2-4 Exemplo de réptil encontrado no local: Lagartixa-preta (Tropidurus hispidus).

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A diversidade de aves na área de estudo é bastante significativa, com aproximadamente 35 famílias e 111 espécies identificadas. As espécies mais comuns são: rolinha-picui, bem-te-vi, lavadeira, rolinha-fogo-apagou e o cardeal.

Figura 3.2-5 “sofrê” Icterus icterus

Os mamíferos identificados somam 27 espécies, com destaque para o tatu-peba, o veado, o ouriço-caixeiro, o gato-do-mato-pequeno, o caititu, e a suçuarana

Figura 3.2-6 Rabubo (Trichomys apereoides), exemplo de mamífero encontrado na área do Projeto C1 - Santa Luz.

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Figura 3.2-7 Indivíduo da espécie sarigü (Didelphis sp.), encontrado na área estudada.

Animais aquáticos

Para o estudo dos animais aquáticos da região foram realizados levantamentos no rio Itapicuru e no seu principal afluente, o rio do Peixe de Baixo, que passa nas proximidades do projeto. A estrutura da fauna aquática local pode ter sido alterada pelas mudanças no regime do rio Itapicuru, devido à construção de açudes para perenização das bacias hidrográficas dos rios Itapicuru e do Vaza-Barris, antes intermitentes. Esses açudes foram construídos com o intuito de amenizar o problema de estoque hídrico, porém contribuiu para a alteração na dinâmica biológica das espécies aquáticas.

Devido ao isolamento da bacia e às precipitações anuais baixas, não são encontrados no rio espécies que apresentam o fenômeno migratório conhecido como “piracema”. Além desse fato, há nas imediações do Projeto C1, pelo menos duas estruturas – barragens – que impossibilitam a transposição de peixes.

No total, foram identificadas 28 espécies no rio Itapicuru e 17 no rio do Peixe de Baixo, pertencentes a 10 famílias. Os estudos realizados indicam que a fauna de ambos os rios, incluindo peixes e microorganismos aquáticos, encontra-se com reduzido número de espécies devido à extinção ou à substituição de algumas espécies por outras trazidas de locais diferentes.

Unidades de Conservação

A identificação da existência de Unidades de Conservação próximas ao empreendimento é importante para verificar se existem restrições quanto ao uso econômico do solo e dos recursos naturais

No levantamento das Unidades de Conservação existentes no Estado da Bahia foi verificada a inexistência de unidades próximas ao empreendimento, conforme pode ser verificado na Figura 3.2-8 abaixo.

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Figura 3.2-8 Mapa de localização das unidades de conservação estadual

A Unidade de Conservação mais próxima é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - Fazenda Morrinhos - localizada a cerca de 30 km da cidade de Queimadas – BA, com uma área de 726 ha. Geograficamente suas terras estão nas áreas dos municípios de Queimadas e Santa Luz, distantes e sem qualquer relação de influência com o Projeto C1.

Quanto às Áreas de Preservação Permanente – APP –definidas pela Lei Federal 4771/65, aplica-se na área do empreendimento apenas a faixa marginal ao rio Itapicuru - Figura 3.2-9. Não há, além desse rio, quaisquer outros corpos d’água que demandem a delimitação de APP.

O que são unidades de

Conservação?

São áreas protegidas por lei,

de acordo com sua função e

utilidade para o equilíbrio do

meio e o bem estar do

homem. A Lei 9885, que

instituiu o SNUC (Sistema

Nacional de Unidades de

Conservação), em 2000,

define como Unidade de

Conservação “... o espaço

territorial e seus recursos

ambientais, incluindo as

águas jurisdicionais, com

características naturais

relevantes, legalmente

instituído pelo Poder Público, com objetivos de

conservação e limites

definidos, sob regime

especial de administração, ao

qual se aplicam garantias

adequadas de proteção”.

Instituídas pelo poder público,

as UCs podem se localizar

em áreas públicas ou

privadas. Podem ser federais,

estaduais e municipais e, de

acordo com a possibilidade

de interferência humana no

meio, são divididas em dois

grandes grupos: unidades

proteção integral e unidades

de uso sustentável.

Nas primeiras, o objetivo

básico é preservar a

natureza, sendo admitido

apenas o uso indireto dos

seus recursos naturais, com

exceção dos casos previstos

no SNUC. Nas unidades de

uso sustentável a idéia é

compatibilizar a conservação

da natureza com o uso

sustentável de parte dos

recursos existentes.

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3.3 Aspectos socioeconômicos

O estudo do meio socioeconômico lança um olhar sobre as questões econômicas, sociais, comerciais e culturais que pautam o desenvolvimento da região e o dia-a-dia dos seus habitantes.

Além do município de Santa Luz, onde o Projeto C1 Santa Luz está planejado, os especialistas que elaboraram o EIA consideraram que os municípios vizinhos de Araci e Cansanção também poderão sofrer influências diretas com a reativação das atividades de mineração.

Todos apresentam características bastante semelhantes tanto com relação à origem - vinculada à passagem da estrada de ferro e à exploração de ouro na região - quanto à formação e existência de pequenos povoados e distritos nas zonas rurais.

As principais atividades econômicas desenvolvidas na região são a agropecuária, o comércio e os serviços, nesta ordem. Merece destaque a extração vegetal, a silvicultura, a criação de cabras e de gado, o cultivo de sisal, o plantio de mandioca, a extração de pedras para paralelepípedos e o comércio variado em lojas e feiras.

Santa Luz

O município de Santa Luz, onde será implantada a lavra e a planta de beneficiamento do Projeto C1, contava com uma população de 30.634 habitantes no ano 2000, sendo que a maior parte (60%) residia na cidade.

Atualmente, Santa Luz tem como atividades principais o comércio, a agricultura, a pecuária, a extração de pedras para a confecção de paralelepípedos, a produção de sisal em médias e grandes propriedades e o seu beneficiamento primário.

Com relação ao saneamento básico, embora tenha as melhores condições entre os municípios estudados, a cidade ainda apresenta índices inferiores à média estadual para abastecimento de água, coleta de esgotos e destinação adequada de lixo, como demonstra o Quadro 3:

Quadro 3.3-1 Domicílios com atendimento de saneamento básico (em %)

Município Água Esgoto Lixo

Araci 24,6 22,9 42,5

Cansanção 30,6 16,6 22,4

Santa Luz 46,5 39,1 62,0

Estado 59,1 42,4 75,0

Fonte: Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEIBA) e Censo 2000

O mesmo cenário ocorre com relação à saúde. Embora Santa Luz apresente as menores taxas de mortalidade infantil entre os municípios estudados, tem índices superiores à média do Estado (Quadro 4).

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Quadro 3.3-2 Mortalidade Infantil (Óbitos de crianças com menos de 1 ano por 1000

nascidos vivos)

Município 1991 2000 Decréscimo (em %)

Araci 86,09 56,59 34,27

Cansanção 118,96 78,33 34,15

Santa Luz 82,34 47,88 41,85

Estado 70,87 46,49 34,60

Fontes: SEIBA e Censo 2000.

Devido às melhores condições dos serviços de saúde e à diversificação do comércio local, as populações dos municípios vizinhos recorrem a Santa Luz tanto para a utilização de serviços quanto para a aquisição de bens e a venda da produção nas feiras locais.

Figura 3.3-3 Feira de comércio realizada aos sábados em Santa Luz atrai pessoas das cidades vizinhas.

Araci

O município de Araci, localizado a aproximadamente 52 km da área do Projeto, possuía segundo o Censo de 2000 uma população de 47.584 habitantes, residentes em sua maior parte em áreas rurais. A agricultura e a pecuária extensiva são a base econômica da cidade. Araci mantém suas principais relações econômicas com o município de Feira de Santana, devido à facilidade de acesso pela rodovia BR 116.

O povoado de Campo Grande, pertencente a esse município, é o mais próximo ao Projeto e constitui um pequeno aglomerado urbano que organiza a atividade do garimpo na região.

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Figura 3.3-4 Praça do povoado de Campo Grande, pequeno centro que organiza a atividade do garimpo na região próxima ao Projeto C1.

Cansanção

O município de Cansanção, com uma área de cerca de 1.319,50 km², contava com uma população de 22.726 habitantes de acordo com o Censo de 2000, sendo que a maioria vive em áreas rurais. Assim como Araci, a base econômica deste município depende da agricultura e da pecuária extensiva.

Figura 3.3-5 Processo de beneficiamento primário da fibra do sisal, atividade comum na região.

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Figura 3.3-6 Transporte da fibra do sisal, produto importante para a economia regional.

Próximo à área do Projeto, ainda neste município, foram identificados três assentamentos rurais (Nova Vida, Alto Bonito e Nova Esperança), com população estimada entre 60 e 100 famílias por localidade. A principal atividade desenvolvida nestes assentamentos é o cultivo do sisal, combinado com a criação de cabras e ovelhas e a agricultura de subsistência.

Figura 3.3-7 Assentamento Nova Vida, como os outros dois na região de Cansanção,

depende do sisal.

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O garimpo na região

O garimpo do ouro está presente na região do rio Itapicuru desde a chegada das mineradoras CBPM e CVRD, na década de 1980. Na área do Projeto C1, a maior parte das atividades concentra-se na região situada a norte do rio Itapicuru, setor que em uma primeira fase não receberá atividade de mineração ou beneficiamento no Projeto C1. Atualmente, os garimpos ativos na área de concessão do projeto estão localizados nas proximidades do corpo Antas III, e não ultrapassam uma dezena.

Os principais centros do garimpo na região são Mansinha, Baixinha, Sapateira e Campo Grande. Embora realizada de forma irregular, a atividade é a fonte de renda de um número significativo de pessoas.

Durante os levantamentos de campo realizados para o diagnóstico do garimpo na região, ao longo de 2006, estabeleceu-se um primeiro contato com os garimpeiros. Eles foram comunicados sobre o projeto e sobre a necessidade de paralisação e regularização das atividades que exercem.

Com a implantação do Projeto C1, os garimpos ativos nas áreas de intervenção do projeto, onde estarão localizadas as lavras, a planta de beneficiamento e as demais estruturas de apoio, deverão ser paralisados. Isso ocorre tanto por questões de direito para extração dos recursos minerais como principalmente por razões de segurança do empreendimento e dos próprios garimpeiros. No processo de contratação de mão de obra local será dada prioridade a esses trabalhadores. Para tanto, deverão ser objeto de capacitação dada a baixa qualificação profissional predominante entre eles.

Figura 3.3-8 Estrutura montada para a extração do ouro por garimpeiros no município de

Cansanção.

Arqueologia Na área do empreendimento e arredores foram identificados nove sítios e cinco ocorrências arqueológicas. Considera-se sítio arqueológico o local onde se encontra uma quantidade razoável de vestígios de ocupação humana no passado, como restos de vasos e peças de cerâmica ou artefatos de pedra.

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Todo o material arqueológico encontrado nos sítios localizados na área de implantação do projeto (lavra, planta de beneficiamento e demais estruturas), será retirado do local por equipe especializada e destinado conforme indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o órgão que cuida dos assuntos de arqueologia no Brasil.

Figura 3.3-9 Abertura de poços para a investigação arqueológica

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4. ALTERAÇÕES AMBIENTAIS

Quais são os Impactos esperados?

A identificação e avaliação dos impactos ambientais foram elaboradas a partir da caracterização das atividades inerentes à implantação, operação e desativação do empreendimento e de avaliações teóricas do comportamento do ambiente específico analisado frente às solicitações impostas por tais atividades.

Assim, a cada atividade do empreendimento se definem e se avaliam aspectos e impactos seguindo o seguinte critério de valoração:

NATUREZA

Positiva: alteração benéfica ao ambiente;

Negativa: alteração adversa ao ambiente.

REVERSIBILIDADE

Reversível: quando o meio alterado retorna a uma dada situação de equilíbrio - quando o impacto cessar - semelhante àquela, caso o impacto não tivesse ocorrido;

Irreversível: o meio se mantém alterado mesmo com a adoção de ações de controle e/ou de mitigação do impacto, definindo impactos não mitigáveis no todo ou em parte.

ABRANGÊNCIA

Define a extensão em área esperada dos impactos:

Pontual: a alteração se reflete apenas na ADA – Área de Influência Diretamente Afetada;

Local: a alteração se reflete na AID – Área de Influência Direta;

Regional: a alteração se reflete na AII – Área de Influência Indireta.

RELEVÂNCIA

Irrelevante: alteração imperceptível ou não verificável;

Moderadamente relevante: a alteração é verificável e/ou passível de quantificação sem, no entanto, caracterizar ganhos e/ou perdas na qualidade ambiental da área analisada, quando comparados à situação prévia ao impacto;

Relevante: a alteração é verificável e/ou passível de quantificação, caracterizando ganhos e/ou perdas na qualidade ambiental da área analisada, quando comparados à situação prévia ao impacto;

Muito relevante: a alteração é verificável e/ou passível de medição, caracterizando ganhos e/ou perdas significativos na qualidade ambiental da área analisada, quando comparados à situação original.

MAGNITUDE

Representa o grau de alteração da qualidade ambiental do meio avaliado, sendo definida a partir da associação dos parâmetros de valoração anteriores. A magnitude se caracteriza como: Desprezível, Baixa, Moderada e Alta e já considera a aplicação das ações e medidas de controle, mitigação ou compensação previstas no empreendimento.

O que é Impacto

Ambiental?

O Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) define

impacto ambiental como

“Qualquer alteração das

propriedades físicas,

químicas, ou biológicas do

meio ambiente, causada por

qualquer forma de matéria ou

energia resultante das

atividades humanas, que

direta ou indiretamente,

afetem: a) saúde, segurança

e bem estar da população; b)

as atividades sociais e

econômicas; c) a biota; d) as

condições estéticas e

sanitárias do meio ambiente;

d) a qualidade dos recursos

ambientais.” (Resolução

CONAMA 001/86).

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DURAÇÃO

Temporária: alteração de caráter transitório;

Permanente: a alteração persiste mesmo quando terminada a atividade que a desencadeou.

FORMA DE MANIFESTAÇÃO

Contínua: a alteração ocorrerá ininterruptamente;

Descontínua: a alteração ocorrerá uma única vez ou em intervalos de tempo não regulares;

Cíclica: a alteração correrá em intervalos de tempo regulares e previsíveis.

OCORRÊNCIA

Direta: alteração decorrente de uma atividade do empreendimento;

Indireta: alteração decorrente de um impacto direto.

PRAZO DE OCORRÊNCIA

Curto Prazo: alteração que se manifesta imediatamente após o início da atividade que a desencadeia;

Médio a Longo Prazos: alteração que se manifesta após um intervalo de tempo após o início da atividade que a desencadeia.

A avaliação revelou os principais impactos ambientais previstos:

- Alteração na qualidade do ar; - Incômodo às pessoas

- Impacto sobre a qualidade das águas superficiais;

- Especulação Imobiliária

- Redução da disponibilidade hídrica do rio Itapicuru

- Introdução de Patologias

- Alteração na qualidade das águas subterrâneas;

- Interferência no Traçado de Estradas Vicinais

- Alteração do nível do lençol freático; - Aumento do tráfego

- Impacto de assoreamento dos corpos d’água

- Atração de mão-de-obra

- Alteração na qualidade dos solos; - Pressão sobre os equipamentos públicos

- Redução da cobertura vegetal; - Geração de emprego, renda e receitas tributárias

- Perda de Habitats e da Diversidade - Alteração nas atividades de garimpo

- Afugentamento da Fauna; - Alteração da paisagem local;

- Alteração da população faunística - Alteração do patrimônio arqueológico;

- Alteração da população aquática - Retração Econômica e Social de Santa Luz

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As principais alterações ou impactos ambientais que podem ocorrer são descritas a seguir, juntamente com as ações para gestão ambiental de cada impacto previsto.

Impacto sobre a qualidade do ar

Durante as obras de implantação do Projeto C1 - Santa Luz, o tráfego de veículos e equipamentos poderá gerar emissões de pó (também chamado de material particulado) e gases provenientes da queima de combustível. O mesmo deverá ocorrer na etapa de operação. A exploração das minas e as atividades de britagem e transporte do minério para a planta de beneficiamento demandará a movimentação de veículos, máquinas e detonações.

Segundo os estudos realizados, a qualidade do ar no local é boa e os ventos facilitam a dispersão do material particulado, o que deve minimizar este impacto.

De qualquer forma, deverá ser realizada como medida de controle das emissões de pó gerado pelo tráfego de veículos, a aspersão de água nas vias de acesso interno, nos locais de lavra e nas pilhas de estocagem de estéril do projeto. O procedimento ocorrerá tanto durante a implantação como durante toda a vida útil do empreendimento.

A emissão de gases provenientes dos caminhões e equipamentos será minimizada com a medida de controle de manutenção preventiva dos mesmos, garantindo que as emissões não ultrapassem os limites permitidos.

Este impacto foi avaliado como:

Fase de Implantação

Reversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Fase de Operação

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Impacto sobre a qualidade das águas superficiais

Com as obras de abertura da mina e construção da planta de beneficiamento serão gerados resíduos e efluentes (ex: efluentes sanitários, óleo e graxas, estopas usadas, sobras de concreto) que poderão alcançar o rio Itapicuru, alterando a qualidade de suas águas. Para assegurar que este impacto não ocorra, será necessário implantar um Programa de Gestão de Resíduos. Este programa terá como objetivo a determinação de medidas de controle para a correta destinação dos resíduos gerados ao longo de toda vida útil do projeto, bem como o tratamento dos efluentes.

Durante a operação da mina e da planta de beneficiamento, não haverá lançamento de efluentes no rio. Todo rejeito gerado no processo será

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neutralizado na própria planta e disposto na barragem de rejeitos, em circuito fechado.

O Programa de Monitoramento das Águas Superficiais será implantado de forma a identificar quaisquer alterações na qualidade das águas provenientes das atividades do Projeto C1 - Santa Luz.

Este impacto foi avaliado como:

Fases de Implantação e Operação

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Fase de Fechamento

Reversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Redução na disponibilidade hídrica do rio Itapicuru

A captação de água bruta para o abastecimento da planta de beneficiamento e hidrometalurgia será no rio Itapicuru. Sendo necessário captar desse rio 336,4 m3/h de água. O empreendimento possui outorga para captar 270,8 m3/h e será solicitado um novo pedido de outorga para a vazão adicional de 65,6 m3/h

Este valor constitui uma pequena fração - 1,3 % - da vazão atual do rio Itapicuru, regularizada pela implantação de várias barragens a montante, como Jacurici e Ponto Novo.

Além disso, as captações para abastecimentos públicos mais importantes se localizam a montante – Queimadas, Santaluz, Cansanção e Nordestina – de modo que eventuais impactos quanto a este aspecto são virtualmente ausentes.

Porém de forma conservadora será implantando o Programa de Monitoramento das Águas Superficiais a fim de identificar quaisquer alterações da vazão do rio Itapicuru, próximo ao Projeto C1 Santa Luz.

Visando a otimização do uso dos recursos naturais e fontes energéticas será implantado o Programa de Controle do Consumo de Água e Energia.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Impacto sobre a qualidade das águas subterrâneas

O EIA identificou nas campanhas realizadas, em poços na área do empreendimento, grande quantidade de metais dissolvidos, associados a sólidos dissolvidos, além da água salinizada e, portanto não sendo considerada de boa qualidade para consumo. A explicação para este quadro reside no fato da falta

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de circulação da água e também devido a grande concentração destes metais nos solos e rochas encontradas na região.

Nas pilhas de estéril foram analisadas amostras para identificar potencial de geração de drenagem ácida (ANEXO 4), sendo que em todas as amostras analisadas, a capacidade de neutralização pelos minerais carbonáticos presentes no diorito e do tufo andesítico supera de longe o potencial de geração de acidez. Esta avaliação é corroborada pelos pilhas de estéril antigas, com mais de 10 anos, as quais não geraram qualquer drenagem ácida e, muito menos, impactos no solo e vegetação do seu entorno.

Algumas instalações da planta de beneficiamento, como por exemplo, os tanques de armazenamento de combustíveis e outros produtos perigosos, além da própria barragem de rejeitos, têm o potencial de alterar a qualidade das águas subterrâneas no caso de algum vazamento ou acidente. Para garantir que este impacto não ocorra, estão previstas medidas de controle, como implantação de bacias de contenção, lajes de impermeabilização e o tratamento e neutralização dos rejeitos depositados na barragem.

O tratamento dos rejeitos da planta de beneficiamento eliminará os cianetos e imobilizará os metais pesados, transformando-os em compostos insolúveis (ANEXO 5) e, assim, mantendo-os imobilizados na barragem, ainda que uma parte da fase líquida desses rejeitos possa percolar para o solo subjacente.

Assim como no caso das águas superficiais, as medidas de monitoramento serão abrangidas por um Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas, que será implantado com o objetivo de identificar quaisquer alterações provenientes das atividades do Projeto C1 - Santa Luz no aqüífero.

Este impacto foi avaliado na fase de operação como:

Reversível; Abrangência Pontual; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo a Longo Prazo.

Impacto sobre alteração do nível do lençol freático

Com o deságüe das cavas durante o processo de lavra deverá ocorrer o rebaixamento do nível d’água no entorno das cavas, colocando como possibilidade teórica uma inversão do fluxo das águas subterrâneas, do rio Itapicuru para a cava C1 (ANEXO 6). No entanto, o preenchimento das fraturas e fendas no maciço rochoso entre a futura cava e o rio Itapicuru faz com que se estabeleça uma barreira hidráulica, impedindo essa inversão.

No entanto, mesmo que tal hipótese venha a se configurar, a vazão deságue da cava será utilizada como fonte de água bruta no processo de beneficiamento. Vale dizer que, ao invés de se captar tal vazão diretamente do rio Itapiciru, esta será captada na cava C1, não interferindo no balanço hídrico geral da bacia nem prejudicando eventuais captações superficiais ou profundas na área de influência.

Apesar disso, será implementado um Programa de Monitoramento das Águas Subterrâneas, com a instalação de Poços de Monitoramento em toda a área do Projeto, incluindo o trecho do maciço rochoso entre a cava C1 e o rio Itapicuru.

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Adicionalmente, no início da implantação do Projeto, será realizado um ensaio de bombeamento na cava Antas I, com observação dos níveis d’água nas demais cavas - C1 e Antas III e em poços de monitoramento a serem ainda executados. Com este teste pode-se avaliar com maior precisão eventual conexão entre as cavas e entre estas e o rio Itapiciru.

Como medida para monitorar os impactos será implantado o Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas com medições sistemáticas do lençol freático.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Impacto de assoreamento dos corpos d’água

Durante a implantação, operação e desativação das obras ocorrerão movimentação de terra e exposição do solo sem cobertura vegetal. Estes fatores tornam o solo mais suscetível à erosão em comparação à situação atual, com o conseqüente assoreamento de trechos das depressões dos terrenos adjacentes que formam linhas de drenagem pluvial, ainda que não representem cursos d’água, à exceção do rio Itapicuru, situado a cerca de 500 metros ao norte da pilha de estéril do corpo C1/Antas 1.

Assim, é plausível supor que haverá uma intensificação do escoamento superficial e dos processos de erosão, mesmo que se considerem as necessárias medidas de controle e prevenção, com o conseqüente assoreamento dos setores deprimidos dos terrenos adjacentes e, ao final, do rio Itapicuru, que drenam a área impactada.

A construção de quatro diques de contenção de sedimentos situados entre a pilha de estéril do corpo C1/Antas 1 e o rio Itapicuru, bem como demais medidas de controle da erosão, como caixas de decantação de sólidos (sumps), leiras, canaletas de drenagem, dissipadores de energia, limitarão a abrangência deste impacto. Porém deverá ser implantado o Programa de Monitoramento e Erosão para verificar a eficácia destas medidas e, ainda, durante a desativação do empreendimento, deverão ser seguidas as diretrizes do Plano de Fechamento e do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

Este impacto foi avaliado como:

Fases de Implantação e Operação:

Reversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Fase de Fechamento

Reversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Baixa.

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Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Impacto sobre a qualidade dos solos

A possibilidade de alteração dos solos decorre dos mesmos aspectos relacionados à possibilidade de mudanças na qualidade das águas superficiais, ou seja, disposição inadequada dos efluentes líquidos e resíduos (lubrificantes, graxas, resíduos domésticos, sucatas e restos de construção civil) durante as etapas de implantação, operação e fechamento do projeto. A medida de controle destes aspectos é a implantação do Programa de Gestão de Resíduos e Programa de Gestão dos Produtos Controlados, o mesmo que garantirá a qualidade das águas superficiais. Com ele, serão feitos o armazenamento temporário e transporte e, em seguida, o tratamento e a disposição final adequados dos resíduos sólidos. Haverá ainda o tratamento dos efluentes gerados pelo empreendimento. Ainda, como forma de monitorar possíveis alterações no solo, será implantado o Programa de Monitoramento de Águas Superficiais e Subterrâneas

Este impacto foi avaliado nas fases de implantação, operação e fechamento como:

Reversível; Abrangência Pontual; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Redução da Cobertura Vegetal

A implantação do Projeto C1 implicará o desmatamento de, aproximadamente, 351 hectares de caatinga e caatinga com sisal, estas em processo de regeneração.

Para minimizar este impacto será implantado o Plano de Conservação da Flora, o qual definirá como serão conduzidas as ações de desmatamento.

Após a desativação do empreendimento, as pilhas de estéril, barragem de rejeito e a área da planta industrial serão recuperadas conforme definido pelo Programa de Reabilitação de Áreas Degradadas (PRAD).

Ainda como forma de compensar este impacto será realizado o Plano de Compensação Ambiental (SNUC).

Este impacto foi avaliado na fase de implantação e operação como:

Irreversível; Abrangência Pontual; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Perda de hábitats e da diversidade

Este impacto está diretamente relacionado à supressão da cobertura vegetal, já mencionadas acima.

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No que tange ao suporte à fauna proporcionado por essas tipologias vegetais, estas estão amplamente presentes em toda a região, de forma que a supressão estimada de um total de 351 hectares não acarretará impactos significativos, mesmo que se considere a presença de espécies importantes da fauna local e regional.

Animais de pequeno porte e de deslocamento lento, especialmente da herpetofauna e alguns mamíferos, podem ser envolvidos junto com o solo revolvido durante a abertura das cavas e limpeza do terreno para a implantação das pilhas e barragens, podendo ocasionar a perda de espécimes.

A geração de particulados em suspensão e de sedimentos também resultam na alteração dos hábitats, afetando principalmente aos anfíbios. Esse impacto foi considerado irreversível, entretanto em função da abrangência se restringir à área diretamente afetada, de forma pontual, a sua relevância foi considerada desprezível.

O aumento da circulação de pessoas e veículos e a geração de ruídos resultam em estresse de espécies da fauna, notadamente as silvestres, também podendo resultar em redução da fauna local.

Também a caça furtiva, atropelamentos por veículos e incêndio acidentais podem ocasionar a perda de espécimes. Em relação à caça, é importante destacar que as populações da região têm este hábito incorporado à sua cultura, encarando-a como uma fonte suplementar de proteína.

Para compensar este impacto será realizado o Plano de Compensação Ambiental (SNUC).

Assim, este impacto foi avaliado na fase de implantação como:

Irreversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Afugentamento da fauna

O desmate de, aproximadamente, 351 hectares de caatinga e caatinga com sisal não irá acarretar impactos negativos significativos à fauna local uma vez que:

- a vegetação que suporta a fauna local (caatinga) está presente em abundância em toda região;

- durante os levantamentos de campo não foi registrada, na área de influência do Projeto C1 - Santa Luz, a presença de espécies endêmicas, nem de espécies raras ou ameaçadas de extinção de acordo com a lista oficial do IBAMA.

Entretanto, como medida de conservação será implantado um Plano de Controle de Fauna visando ao monitoramento da fauna terrestre local.

Este plano tem três objetivos principais. O primeiro é assegurar a retirada orientada da fauna durante o desmatamento, especialmente de animais com deslocamento lento, como cobras, lagartos e outros répteis. Em seguida vem a realocação em áreas próximas e, não menos importante, a conscientização dos trabalhadores e das comunidades vizinhas sobre a necessidade de preservação

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da fauna e dos ecossistemas. Para isso será criado o Programa de Educação Ambiental.

Há também de se considerar o afugentamento da fauna silvestre durante as etapas de implantação e operação do empreendimento devido ao aumento da circulação de pessoas e veículos, à geração de ruídos e de luminosidade noturna. Tudo isso pode resultar na fuga e na redução da fauna local, sendo um impacto em que medidas de controle são pouco eficientes.

Este impacto foi avaliado como:

Etapa de Implantação

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Ocorrência Real, Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Etapa de Operação

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Etapa de Fechamento

Reversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Indireta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Alteração das populações faunísticas

Na etapa de operação do empreendimento alguns aspectos, como a geração de material particulado decorrente da movimentação de minério, estéril, formação de pilhas diversas, britagem, entre outras, poderá afetar hábitats de grupos de fauna mais sensíveis.

Também o desmatamento e remoção do solo continuarão a ocorrer, por conta do avanço das frentes de lavra. Os animais de pequeno porte e de deslocamento lento, especialmente da herpetofauna e alguns mamíferos, podem ser envolvidos junto com o solo revolvido, ocasionando a perda de espécimes.

Para monitorar estas alterações era implantado o Programa de Controle de Fauna e como forma de compensação o Plano de Compensação Ambiental (SNUC).

Este impacto foi avaliado como:

Irreversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

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Alteração nas comunidades aquáticas

Considerando que não haverá lançamento de efluentes no rio Itapicuru e que este está perenizado pelas obras de regularização hídrica realizadas pelo Poder Púbico a montante e que a vazão a ser captada para o Projeto C1 representa 1,3 % da vazão disponível no rio Itapicuru, o impacto previsto para a alteração nas comunidades aquáticas foi considerado Baixo, porém como forma de monitorar qualquer alteração na qualidade das águas e na vazão do rio Itapicuru será realizado o Plano de Monitoramento das Águas Superficiais.

Este impacto foi avaliado na fase de operação como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Incômodo às pessoas

Durante as etapas de implantação e operação do projeto deverão ser gerados ruídos além da área do empreendimento. Seja pela utilização de veículos, equipamentos e movimentação de pessoal, ou mesmo pela operação da mina e funcionamento da Planta de Beneficiamento. No entanto, os potenciais receptores estão localizados a distâncias acima de 500 metros, portanto suficiente para a atenuação do ruído gerado, o que diminui a relevância deste impacto.

Como medida de monitoramento e de controle, para assegurar que o empreendimento não causará incômodo às comunidades vizinhas e não excederá os padrões recomendados pela Norma ABNT NBR 10.151/2000, será realizado um Programa de Monitoramento de Ruído.

Este impacto foi avaliado como:

Fase de Implantação

Reversível; Abrangência Local; Moderadamente Relevante e de Magnitude Desprezível.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Fase de Operação

Reversível; Abrangência Pontual; Moderadamente Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Fase de Fechamento

Reversível; Abrangência Local; Moderamente Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

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Especulação imobiliária

A fase de implantação de projetos minerários deste porte pode provocar uma pressão sobre o mercado imobiliário existente (propriedades rurais, lotes, residências, etc), resultando assim num processo especulativo, cuja temporalidade está condicionada à duração das atividades inerentes à implantação do empreendimento.

Tal fenômeno já deve ter ocorrido durante a implantação dos projetos da CBPM e da CVRD e, ainda, do projeto da Magnesita, muito próxima à cidade de Santa Luz. Como os dois primeiros projetos encontram-se desativados, pode-se considerar que a infraestrutura da cidade de Santa Luz é compatível com o aumento da demanda a ser proporcionada na fase de implantação do Projeto C1, reduzindo desta forma a probabilidade de uma especulação imobiliária importante.

Para controle destas especulações será realizado o Plano de Comunicação Social.

Este impacto pode ser avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Muito Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Introdução de patologias

A atração de trabalhadores para a fase de implantação do Projeto C1 poderá potencializar riscos à saúde pública, especialmente o surgimento de surtos epidemiológicos, como dengue. Outro fator importante é a concentração de trabalhadores, com predominância masculina, o que poderá propiciar o aumento da prostituição, potencializando assim a difusão de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e da AIDS.

A Yamana em todos os seus empreendimentos exige exames médicos de avaliação admissional dos futuros funcionários, possui um programa de exames médicos periódicos para todos os funcionários com periodicidade máxima de um ano e exames médicos demissionais.

Como forma de controle deste impacto será realizado o Programa de Educação Ambiental, abordando condições de saúde, segurança e meio ambiente.

Este impacto pode ser avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Interferência no traçado de estradas vicinais

A implantação do Projeto C1 implicará o deslocamento de trechos de estradas vicinais que ligam as comunidades adjacentes às cidades de Nordestina/Cansanção e Santa Luz. Novos traçados já estão contemplados no

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Projeto, sem quaisquer implicações, como extensão dos trajetos ou impedimentos de acesso entre as comunidades do entorno.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Baixa.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Aumento do tráfego

A área do Projeto C1 - Santa Luz terá acesso restrito. Portanto, o tráfego exclusivamente interno não interferirá com o movimento nas estradas vicinais. Já na estrada de acesso entre a cidade de Santa Luz e o Projeto C1 - Santa Luz, não pavimentada e com extensão aproximada de 33 km, haverá aumento da circulação de veículos. Contribuem para isso tanto o transporte de trabalhadores, os quais residirão em Santa Luz, e se deslocarão diariamente para a área do projeto usando ônibus e automóveis, como para o transporte de insumos e equipamentos. Estima-se um acréscimo de 20 veículos por dia para o transporte de trabalhadores e de mais 10 veículos por dia para o transporte de insumos para o beneficiamento do minério.

Para permitir as condições adequadas de segurança a este tráfego, a Yamana, em parceria com a Prefeitura de Santa Luz, irá implementar ações de manutenção da estrada, como cascalhamento, redutores de velocidade e sinalização, principalmente nas proximidades dos povoados e vilarejos ao longo do trajeto. Trata-se de uma medida para mitigar, minimizar este impacto.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Atração de mão-de-obra

Outro impacto relacionado à implantação do projeto é a atração de mão-de-obra para a região. Como geralmente os projetos de mineração ocorrem em áreas distantes dos grandes centros e onde a mão-de-obra é pouco especializada, a maioria dos trabalhadores empregados em atividades de mineração costuma ser de migrantes de outras regiões do estado ou do País.

O município de Santa Luz, que já recebeu populações migrantes devido a outros empreendimentos de mineração na região, deverá experimentar novamente este fluxo migratório durante a implantação do Projeto C1 - Santa Luz.

Como medida de controle, visando evitar falsas expectativas sobre as oportunidades de negócios e empregos na região, deverá ser implantado pela Yamana um Programa de Comunicação Social. O objetivo é repassar as informações corretas sobre a duração das etapas do empreendimento, o número de vagas de trabalho por etapa e as diretrizes para contratação, entre outras.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Regional; Relevante e de Magnitude Moderada.

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Alterações Ambientais 80

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Pressão sobre os equipamentos públicos

Junto com este processo de migração durante a obra e a operação do projeto ocorrerá o aumento na procura por serviços e equipamentos públicos como saúde, educação, segurança, lazer e moradia. No entanto, pela recorrência de empreendimentos desse tipo e porte na região, a pressão sobre estes serviços deverá ser menor, uma vez que a cidade já possui uma oferta razoável deles.

Após a finalização da implantação do empreendimento, projetada para um período de 20 meses e envolvendo um contingente aproximado de 1000 trabalhadores diretos, o número de trabalhadores diretamente envolvidos na operação será de 332 trabalhadores, uma parte contratada no Município e uma parte virá de outras partes do Estado e do País.

Considerando que o município de Santa Luz já passou por ciclos similares, durante a implantação e operação dos empreendimentos da CBPM e CVRD na mesma área, e que a mesma possui uma razoável disponibilidade de equipamentos públicos, pressupõe-se que a pressão sobre os mesmos nesta fase de operação deverá ser pouco significativa.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Geração de emprego, renda e receitas tributárias

Durante os 20 meses da fase de implantação do Projeto C1 - Santa Luz estima-se a geração de cerca de 1.000 empregos diretos e mais 1.000 indiretos principalmente em atividades dos setores de comércio e de serviços.

No período de máxima presença de mão-de-obra, o contingente total de trabalhadores (diretos e indiretos) poderá gerar uma massa salarial aproximada de R$ 1,8 milhão por mês. Parte deste montante será gasto localmente, contribuindo para a dinamização do comércio e dos serviços da região. Atualmente, segundo a Secretaria Municipal de Finanças de Santa Luz, a massa salarial mensal do município é estimada em R$ 600.000,00.

Durante a operação do Projeto C1 - Santa Luz, o número de trabalhadores será menor - aproximadamente 332. Mas o período de operação é estimado em 9,5 anos, período em que serão gerados cerca de 996 postos de trabalho indiretos em atividades como o transporte de insumos, serviços de manutenção, serviços de lazer e comércio.

O volume de trabalhadores durante a operação do projeto, a grande maioria empregados regulares, contribuirá para a dinamização da economia local. Estima-se o acréscimo mensal de R$ 3,75 milhões na economia da região durante essa fase. Esse número considera a massa salarial gerada durante a etapa de operação e os encargos trabalhistas, de acordo com a legislação vigente.

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Alterações Ambientais 81

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

A provável dinamização, crescimento, e diversificação das atividades econômicas em Santa Luz, associada à produção minerária, representará um conjunto de potenciais oportunidades de emprego e renda. Como resultado, espera-se a atração de uma população permanente e concentrada predominantemente em sua área urbana. Como medida de controle será implantado o Plano de Comunicação Social.

Com relação ao aumento da arrecadação dos impostos, especialmente da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) e do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), tributados sobre as atividades industriais que se pretender implantar, estima-se o recolhimento de cerca de estima-se o recolhimento de cerca de R$ 26,6 milhões ao longo dos 9,5 anos de operação deste projeto. Isso significa o equivalente a R$ 2,8 milhões por ano.

Considerando-se a arrecadação de Santa Luz em 2007 - R$ 1,6 milhões segundo a Secretaria de Finanças da cidade - estima-se um acréscimo de 75% por ano na arrecadação municipal com a operação do empreendimento1.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Regional; Muito Relevante e de Magnitude Alta.

Natureza Positiva; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Alteração nas atividades garimpeiras

Na área de implantação do Projeto C1 são desenvolvidas atividades de garimpo de ouro, as quais se concentram na porção situada a norte do rio Itapicuru. Neste local, como dito anteriormente, não serão desenvolvidas atividades de mineração ou beneficiamento nesta primeira fase de implantação do projeto. No setor onde efetivamente será implantado o projeto existem menos de uma dezena de garimpos, basicamente nos arredores do denominado corpo Antas III.

Com a implantação do Projeto C1, os garimpos que se encontram ativos nas áreas de intervenção (lavra, planta de beneficiamento e demais infra-estruturas) deverão ser paralisados. Isso ocorre tanto pelo direito do uso dos recursos minerais quanto por razões de segurança do empreendimento e dos próprios garimpeiros.

Como forma de mitigar este impacto será implantado o Plano de Capacitação e Treinamento para os Garimpeiros Ativos nas Áreas de Intervenção do Projeto, visando a incorporação ao quadro de funcionários do empreendimento.

Este impacto foi avaliado como:

Reversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

1 Considerando-se a cotação do dólar em 13/07/2009 a R$ 1,98, segundo o Banco Central.

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Alterações Ambientais 82

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Alteração da paisagem

A instalação de uma planta de beneficiamento, da sua infra-estrutura e da própria mina do Projeto C1 - Santa Luz levará elementos novos para a paisagem local, caracterizada pelo predomínio da caatinga arbustiva e por plantios intercalados de sisal. Entretanto, estes elementos não são desconhecidos, uma vez que outros empreendimentos de mineração já foram instalados no local, fato que minimiza o impacto deles na paisagem rural.

Para compensar este impacto será realizado o Plano de Compensação Ambiental (SNUC).

Este impacto foi avaliado como:

Irreversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Contínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Alteração do patrimônio arqueológico

Foram identificados na área do projeto e no seu entorno imediato sítios e ocorrências arqueológicas. O estudo destes materiais permitirá um maior conhecimento sobre as ocupações humanas do passado e a história da região.

Assim, para um trabalho mais aprofundado e detalhado destes sítios e ocorrências, serão realizadas ações de resgate e salvamento dos vestígios arqueológicos encontrados na área de implantação do projeto. Esse trabalho será feito antes do início das obras, conforme prevê o Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico do empreendimento, que apresenta medidas de controle.

Este impacto foi avaliado como:

Irreversível; Abrangência Pontual; Relevante e de Magnitude Moderada.

Natureza Negativa; Duração Permanente; Manifestação Descontínua; Ocorrência Real, Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

Retração econômica e social de Santa Luz

A desativação do empreendimento poderá provocar um impacto importante na estrutura econômica e social de Santa Luz se, ao longo de toda a etapa de operação, não forem criadas condições para o desenvolvimento de outras atividades econômicas que possam ser alternativas capazes de garantir uma autonomia local.

A desmobilização provocará uma retração abrupta do mercado de trabalho, uma queda paulatina na arrecadação de tributos, redução da demanda por serviços, desvalorização e estagnação no mercado imobiliário.

Ao longo do período de operação do Projeto C1 Santa Luz, de 9,5 anos, o empreendedor deverá se empenhar, junto com o Poder Público, agentes econômicos e lideranças comunitárias, para estabelecer linhas de atuação visando ao impulso e/ou à introdução de novas atividades econômicas e de serviços de modo a reduzir os efeitos da futura desativação desta atividade.

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Alterações Ambientais 83

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

O Plano de Fechamento do empreendimento deverá ser seguido como forma de mitigar este impacto

Este impacto foi avaliado como:

Irreversível; Abrangência Local; Relevante e de Magnitude Alta.

Natureza Negativa; Duração Temporária; Manifestação Descontínua; Incidência Direta e Prazo de Ocorrência em Curto Prazo.

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Ações de Gestão 84

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

5. AÇÕES DE GESTÃO

Como será feita a gestão ambiental do projeto?

Conforme observado no capítulo anterior, este empreendimento, assim como qualquer outro, provoca impactos ambientais positivos e negativos, que foram avaliados e estudados. A partir disso foram identificadas diversas ações que reduzem os impactos negativos e incrementem os impactos positivos, como se espera de uma adequada gestão ambiental.

Neste item são apresentadas todas as ações de gestão previstas pela Yamana /MFB para o Projeto C1 - Santa Luz. Elas foram classificadas como ações de monitoramento, de compensação ambiental, de controle dos aspectos ambientais, de mitigação dos impactos ambientais e de potencialização dos impactos positivos. As ações são organizadas e estruturadas para implantação através de programas.

É importante destacar que as ações de gestão propostas no EIA correspondem a um primeiro instrumento da Gestão de Qualidade Ambiental do Projeto C1 - Santa Luz, e podem ser aperfeiçoadas ao longo das etapas de implantação e operação do Projeto.

5.1 Ações de monitoramento

Programa de Monitoramento das Águas Superficiais

Objetivos e resultados esperados

Acompanhar os parâmetros que indicam a qualidade das águas do rio Itapicuru e alteração de vazão.

Atividades Coleta e análise mensal e trimestral de água em pontos pré-definidos do rio Itapicuru e comparação dos resultados obtidos com o background regional (qualidade das águas antes do empreendimento na área) e medição da vazão do rio, próximo ao ponto de captação de água para o Projeto.

Programa de Monitoramento de Ruídos

Objetivos e resultados esperados

Monitorar os níveis de ruído antes e após a implantação do empreendimento usando como padrão comparativo os resultados da campanha de medições realizada para a elaboração do EIA.

Atividades Medição e avaliação dos resultados obtidos durante a etapa de implantação e após o início da operação do Projeto C1 - Santa Luz.

Programa de Monitoramento das Águas Subterrâneas

Objetivos e resultados esperados

Acompanhar e prevenir possíveis alterações na qualidade da água subterrânea e do nível do lençol freático.

Atividades Implantação de poços de monitoramento e análise laboratorial da água subterrânea. Comparação dos resultados obtidos com o background regional (qualidade da águas subterrâneas na região).

O que são Ações de

Gestão Ambiental?

São ações que visam

amenizar os impactos

negativos e potencializar os

impactos positivos. Podem

ser de prevenção e controle;

de mitigação; de

potencialização; de

monitoramento; de correção

e; de compensação.

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Ações de Gestão 85

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Programa de Monitoramento da Erosão e Assoreamento

Objetivos e resultados esperados

Minimizar a ação erosiva e o assoreamento dos cursos d´água durante as etapas de implantação, operação e desativação do empreendimento.

Atividades Monitoramento sistemático nas áreas de intervenção, com enfoque mais detalhado nas instalações hidráulicas, taludes e superfícies com solo exposto.

Construção de diques de contenção, leiras de proteção e instalação de caixas de retenção de sólidos ao longo do sistema de drenagem superficial.

5.2 Ações de Controle Ambiental

Programa de Gestão de Resíduos

Objetivos e resultados esperados

Garantir a coleta, armazenamento temporário, transporte, tratamento e disposição final adequados dos resíduos sólidos gerados pelo empreendimento.

Atividades Implantação de um sistema de controle dos resíduos gerados, com registro e documentação adequados e válidos para aceitação dos órgãos ambientais.

Implantação de Depósito Temporário de Resíduos.

Programa de Comunicação Social

Objetivos e resultados esperados

Contribuir para o estabelecimento de relacionamento entre os diversos públicos de interesse e o empreendedor.

Contribuir para a divulgação de informações sobre o empreendimento, suas etapas, empregos a serem gerados e também a divulgação da política de contratação e ações de cunho socioambientais.

Atividades Realização de reuniões prévias com a comunidade para apresentar o projeto, seus impactos e ações de gestão previstas.

Elaboração de materiais de comunicação impressos.

Divulgação em rádio de fatos relevantes associados ao empreendimento.

Programa de Educação Ambiental

Objetivos e resultados esperados

Expor ao público interno e à comunidade os resultados dos estudos ambientais na região e conscientizar as pessoas com relação à importância da questão ambiental na vida de todos.

Atividades Treinamento ambiental dos trabalhadores.

Projetos de Educação Ambiental com as Comunidades.

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Ações de Gestão 86

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Plano de Controle do Consumo de Água e Energia

Objetivos e resultados esperados

Otimização do uso dos recursos naturais e fontes energéticas por meio do controle do consumo de água, energia elétrica e combustível em todo o processo de extração e beneficiamento do minério de ouro.

Atividades Medição do consumo de água.

Instalação de uma estação climatológica para cálculo do balanço hídrico na área do empreendimento.

Avaliação do consumo mensal de energia por quantidade de ouro produzida.

Programa de Gestão dos Produtos Controlados

Objetivos e resultados esperados

Criar procedimentos de rastreamento de produtos legalmente controlados em todas as etapas do processo, desde a sua aquisição até o eventual descarte.

Atividades Verificar se as exigências mínimas estabelecidas em relação aos produtos controlados e manipulados no empreendimento estão sendo atendidas.

Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico

Objetivos e resultados esperados

Assegurar a proteção do patrimônio arqueológico.

Atividades Definição da malha de prospecção. Escavação e resgate dos vestígios arqueológicos de acordo com projeto específico elaborado por arqueólogo credenciado junto ao IPHAN.

Identificação e catalogação dos vestígios resgatados.

Guarda deste material em instituição indicada pelo IPHAN.

Plano de Fechamento

Objetivos e resultados esperados

Definir orientações de planejamento ambiental a serem seguidas desde as etapas de implantação e de operação, para que a desativação do empreendimento se faça de modo planejado, com o menor impacto negativo possível e que garanta a qualidade ambiental das áreas que sofreram intervenção.

Atividades Detalhamento do Plano Executivo de Fechamento um ano antes do encerramento das atividades de produção e atualização e acompanhamento a cada 3 anos do relatório sobre recuperação de áreas degradadas e de fechamento de mina.

Estruturação administrativa e financeira para a execução do plano de fechamento.

Execução dos programas para a desativação do empreendimento.

Encerramento do plano, com apresentação de documentação e balanço ambiental final para os órgãos ambientais.

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Ações de Gestão 87

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

5.3 Ações de mitigação

Plano de Conservação da Flora

Objetivos e resultados esperados

Acompanhamento do desmatamento e conservação de espécies vegetais que serão impactadas pela implantação das atividades de mineração, enfatizando-se as espécies em risco.

Atividades Caso sejam identificadas espécies em risco, poderá ser implementado o resgate de espécies pré-definidas.

Plantio de mudas nas áreas definidas pelo programa de recomposição de áreas degradadas.

Plano Controle da Fauna

Objetivos e resultados esperados

Orientar os trabalhos de resgate da fauna terrestre com deslocamento lento (répteis).

Relocar, quando necessário, ninhos com filhotes para áreas próximas durante o processo de desmatamento.

Conscientizar os trabalhadores e as comunidades da área de influência sobre a importância da preservação da fauna e dos ecossistemas, por meio do Programa de Educação Ambiental.

Atividades Mobilização da equipe responsável pela execução do Plano.

Treinamento do pessoal de apoio.

Transporte e soltura de animais.

Plano de Reabilitação de Áreas Degradadas

Objetivos e resultados esperados

Recuperar a qualidade ambiental das áreas degradadas pelo empreendimento.

Atividades Remoção e estocagem da camada fértil do solo e posterior recolocação.

Recomposição topográfica e revegetação das áreas que sofreram intervenção.

Descompactação do solo e Implantação do sistema de drenagem.

Plano de Capacitação e Treinamento para os Envolvidos nas Atividades Garimpeiras nas Áreas de Intervenção do Projeto

Objetivos e resultados esperados

Priorizar a contratação de garimpeiros, em atividade dentro da área do Projeto C1 Santa Luz, visando a incorporação ao quadro de funcionários do Empreendimento.

Atividades Cadastramento e levantamento do interesse em trabalhar para o Empreendimento, junto aos garimpeiros em atividade dentro da área do Projeto C1.

Capacitação e treinamento dos garimpeiros em atividade dentro da área do Projeto C1 Santa Luz

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Ações de Gestão 88

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

5.4 Ações de Compensação Ambiental

Ações compensatórias relativas à Lei 9985/2000 e Resolução 371/2005 (Lei do SNUC)

Objetivos e resultados esperados

Atender à Lei Federal 9985/2000, Decreto Regulamentar 4340/2002 e Resolução nº 372/2005, que estabelece que os impactos negativos do empreendimento devam ser compensados por meio da destinação de recursos para a criação ou manutenção de unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral.

Atividades Aplicação de 0,5% dos custos previstos para implantação do empreendimento em uma Unidade de Conservação indicada pelo órgão ambiental.

Esses planos e programas ambientais acrescidos das medidas e procedimentos de controles ambientais, já assimilados pelo projeto, tornam os impactos negativos mínimos e restritos àqueles inerentes a empreendimentos minerários como este.

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Política de Responsabilidade Social 89

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

6. POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA YAMANA

Para cumprir a sua missão - “a produção de ouro, garantindo remuneração aos acionistas e respeitando os princípios de saúde, segurança e meio ambiente, proporcionando aos colaboradores e comunidades a melhoria na qualidade de vida” - a Yamana/MFB definiu quatro políticas de responsabilidade socioambiental, que contemplam os temas: meio ambiente; relacionamento com as comunidades; responsabilidade social e segurança e saúde ocupacional.

Estas políticas, apresentadas em resumo a seguir, visam o gerenciamento das atividades da empresa em conformidade com a legislação aplicável e também com foco no desenvolvimento sustentável e na adoção das melhores práticas ambientais. Essas políticas orientam a atuação da empresa em seus diversos projetos pelo mundo.

Princípios da Política de Meio Ambiente

- Gerenciamento dos resíduos sólidos;

- Promoção do uso racional da água;

-Controle das emissões atmosféricas de seus processos, minimizando a poluição do ar;

-Gerenciamento do uso de produtos químicos, prevenindo quaisquer contaminações ambientais;

- Adoção de boas práticas de engenharia, operação e manutenção nos projetos e empreendimentos e na reparação de áreas eventualmente degradadas pelos processos e atividades, visando minimizar o impacto direto em florestas, rios, nascentes, flora, fauna e a ocorrência de acidentes industriais maiores;

- Melhoria contínua do desempenho baseada no estabelecimento e na revisão de objetivos, metas e planos de melhoria;

- Prática de revisões gerenciais e técnicas bem como auditorias e verificações periódicas.

Princípios da Política de Relacionamento com a Sociedade

- Mercado e acionistas:

Cumprir as metas de produção e crescimento de reservas auríferas compromissadas com o mercado e com os acionistas.

- Estados, governos instituídos e seus agentes:

Pautar as relações pelo cumprimento da lei, pela ética e pela transparência.

- Partidos políticos:

Assegurar o respeito às opções individuais dos empregados e contratados e não usar a estrutura, os recursos e a influência da empresa a favor ou contra qualquer partido.

- Comunidades:

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Política de Responsabilidade Social 90

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Respeitar as comunidades onde a empresa está inserida, contribuindo para o seu desenvolvimento. Privilegiar, sempre que possível, a contratação de habitantes destas comunidades para as atividades da empresa, e desenvolver programas de apoio e parceria de interesse destas comunidades, voltados para melhoria da qualidade de vida e auto-sustentação.

- Organizações não governamentais:

Reconhecer a organização civil como meio para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Manter-se aberto às organizações não governamentais e apoiar projetos alinhados com os programas da empresa, em parceria com as comunidades.

- Sindicatos:

Reconhecer a legitimidade e a importância da representação profissional. Estar aberto ao diálogo e à negociação e assegurar o direito de cada empregado ou contratado da empresa de associar-se à entidade que melhor lhe convenha.

- Clientes e fornecedores:

Compartilhar os princípios éticos da empresa e buscar a melhoria contínua dos produtos e serviços, com seus clientes e fornecedores, focando um relacionamento de longo prazo.

Princípios da Política de Responsabilidade Social

- Trabalho infantil e forçado jamais fará parte das atividades da empresa.

- A jornada de trabalho dos empregados e prestadores de serviço respeitará os limites legais estabelecidos, buscando o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal para a obtenção de melhor qualidade de vida.

- As oportunidades de ingresso, permanência e ascensão profissional na empresa estão fundamentadas na competência e na capacidade de se agregar valor ao negócio. Assim, não será admitidas qualquer forma de discriminação quanto à classe social, nacionalidade, religião, sexo, orientação sexual, associação a sindicato, afiliação política, estado civil ou características físicas.

- Prática de remuneração justa e adequada a cada região de atuação como um dos fatores para a manutenção de clima organizacional adequado, retenção de profissionais e desenvolvimento sócio-econômico da própria empresa e da comunidade onde se insere.

- Garantia e respeito aos direitos de liberdade de associação e negociação coletiva, através de representantes constituídos.

- Desenvolvimento das pessoas que compõem a empresa e melhoria do ambiente de trabalho através do respeito à dignidade humana, capacitação contínua, incentivo à educação e evolução pessoal de cada empregado e exigência de padrão de conduta baseado na ética, na verdade, na competência, na produtividade e na justiça. Se necessário, o uso de práticas disciplinares será pautado na justiça, na ampla divulgação e conhecimento dos critérios de aplicação e nas formas de apelação.

- Agir proativamente junto a fornecedores, prestadores de serviços e comunidade onde estamos inseridos como forma de incentivar sua aplicação por eles.

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Política de Responsabilidade Social 91

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

Princípios da Política de Segurança e Saúde Ocupacional

– A liderança como promotora da gestão de segurança e saúde ocupacional.

– Reconhecimento prévio, controle e redução de todos os riscos associados aos processos.

– Não autorização da realização de quaisquer tarefas sem os devidos controles dos riscos associados.

– Capacitação de todos os colaboradores quanto aos riscos aos quais estão expostos e à prevenção dos mesmos.

– Projeto, construção, uso e manutenção de instalações e equipamentos seguros, salubres e adaptados às necessidades humanas.

– Cumprimento da legislação aplicável e de outros requisitos acordados.

– Investigação de todos os acidentes, incidentes e desvios relativos.

– Melhoria contínua do desempenho de segurança e saúde ocupacional baseada no estabelecimento e na revisão de objetivos, metas e planos de melhoria.

– Manutenção de programas de higiene industrial e de ergonomia para redução dos efeitos provocados por agentes perigosos.

– Melhoria continua do desempenho baseada no estabelecimento e na revisão de objetivos, metas e planos de melhoria.

– Prática de revisões gerenciais e técnicas bem como auditorias e verificações periódicas.

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Conclusão 92

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

7. CONCLUSÃO E PROGNÓSTICO

Afinal, que vantagens e desvantagens ambientais ocorrem com a implantação do empreendimento? E se o empreendimento não for implantado?

Em relação à opção por outros lugares e alternativas tecnológicas para produção do ouro, deve ser destacado que o Projeto C1 – Santa Luz:

- Possui local de implantação que já foi objeto de mineração no passado e a área atualmente encontra-se bastante degradada, sendo que esta será recuperada, parte durante o início das atividades de lavra, parte ao final destas. Em uma nova área de extração de ouro, haveria a degradação de novas áreas;

- Devido à geometria do minério haveria elevadas perdas com a lavra subterrânea, o que elevaria o custo de produção do minério, e por isso foi escolhida a alternativa de lavra a céu aberto, já utilizada anteriormente na área;

- Com relação ao beneficiamento, várias alternativas de processos de beneficiamento de ouro foram consideradas durante o desenvolvimento do estudo, resultando na escolha de alternativa com menor impacto ambiental. Isto se deve principalmente devido à neutralização do cianeto no rejeito da hidrometalurgia antes deste ser despejado na barragem, evitando assim problemas futuros com a recuperação desta área e, ainda, necessitando de apenas uma barragem de rejeitos.

Tratam-se, portanto, de alternativas favoráveis do ponto de vista socioambiental. Além disto, o Projeto C1 - Santa Luz, visando assegurar a produção de ouro de forma sustentável, prevê a utilização das melhores práticas de engenharia e gestão ambiental e de segurança e saúde ocupacional, tanto no que se refere às atividades de mineração, quanto de beneficiamento, onde serão adotadas medidas adequadas para o tratamento de rejeitos e reciclagem da água de processo.

Sobre os impactos avaliados decorrentes do projeto, estes serão mitigados, controlados, monitorados e compensados através de um conjunto de 16 planos e programas ambientais a serem executados desde o início da fase de implantação. Esses planos e programas ambientais, junto às medidas e procedimentos de controle ambiental previstos no projeto e à alteração natural da área devido a sua exploração anterior, tornam os impactos negativos mínimos e restritos.

A partir dos estudos realizados, é possível traçar um prognóstico da região, considerando-se a realização ou a não realização do Projeto C1 – Santa Luz.

Sem o empreendimento, estima-se a manutenção do cenário socioeconômico atual, ou seja, a manutenção de uma economia extrativista, pautada na produção de sisal e na extração ilegal de ouro através de garimpos. Restaria como possibilidades econômicas, o desenvolvimento de pequenos empreendimentos em Santa Luz, tais como fábrica de calçados, beneficiamento de sisal e pequenos estabelecimentos comerciais.

Com relação aos garimpos existentes na região de Santa Luz atualmente, ressalta-se as condições precárias de trabalho, com riscos para a segurança dos

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Conclusão 93

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

trabalhadores e, ainda, a geração de impactos ambientais significativos devido às atividades ocorrerem sem as medidas de controle ambiental e sem ações de gestão adequadas.

Com a realização do Projeto C1 – Santa Luz estima-se o aumento da arrecadação municipal, bem como o aumento significativo da massa salarial do município de Santa Luz, propiciando o desenvolvimento do comércio e dos serviços locais. Além disso, a presença de empreendimentos planejados como o Projeto C1 pode fomentar a legalização da atividade garimpeira perante os órgãos ambientais e ao DNPM. Isso possibilita a profissionalização e a continuidade deste setor, que envolve um contingente importante de pessoas na região de Santa Luz.

Assim, analisando-se os impactos positivos e negativos, as ações e medidas de gestão ambiental propostas e os benefícios resultantes da implantação e operação do Projeto C1–Santa Luz, conclui-se pela viabilidade ambiental deste Empreendimento.

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Glossário 94

RIMA – Projeto C1 Santa Luz

8. GLOSSÁRIO

8.1 Termos Técnicos

Água Bruta: Aquela da fonte de abastecimento que não recebeu qualquer tratamento.

Barragem de rejeito: estrutura de terra ou concreto construída com o objetivo de reter lamas e rejeitos líquidos provenientes de processos produtivos (como em indústrias e minerações), evitando sua liberação aos cursos d’água e contribuindo para prevenir a poluição e contaminação da água, seja por produtos químicos ou físicos (turvamento) e a deposição de partículas sólidas em meio aquoso com o conseqüente assoreamento e, ainda, a ocorrência de inundação em época de chuvas intensas e os danos que podem ser causados à biota e às captações de água para abastecimento público eventualmente existentes a jusante do ponto de liberação das águas para o meio externo.

Beneficiamento de minério: a concentração de minério ou de minerais úteis por remoção de materiais indesejáveis por vários processos como: gravitativo, magnético, flotação, precipitação química, etc.

Britagem: fragmentação mecânica de uma rocha, industrialmente realizada em britadores, com o objetivo de reduzir as dimensões até tamanhos não inferiores a 1 cm. (abaixo deste tamanho denomina-se moagem).

Características geomecânicas: comportamento mecânico de todos os materiais geológicos (solos e rochas), e as suas reações aos campos de forças que se manifestam sobre o respectivo ambiente físico.

Cominuição: redução progressiva do tamanho dos grãos quando da fragmentação e moagem das rochas.

Concentrado (mineração): produto resultante do processo de concentração de minério proveniente das atividades de lavra

Curvas granulométricas: medição das dimensões dos componentes clásticos de um sedimento ou de um solo. Composição de um sedimento quanto ao tamanho dos seus grãos. As medidas se expressam estatisticamente por meio de curvas de freqüência, histogramas e curvas cumulativas.

Descompactação do solo: processo manual, mecânico ou biológico de desagregação da camada superficial do solo, aumentando sua porosidade e permeabilidade e, conseqüentemente, reduzindo sua densidade. Visa permitir a infiltração mais adequada de água no solo, incrementando a recarga da água subterrânea, diminuindo o fluxo da água superficial, evitando o processo de erosão, além de melhorar as condições de desenvolvimento vegetal através do aumento da aeração do solo e abrandando a resistência à evolução do sistema radicular das plantas.

Desmonte: operação que visa retirar os blocos de rocha de sua posição natural.

Dessorção: liberar de um estado de adsorção ou de absorção.

Eluição: dessorção provocada por um fluxo de líquido ou de gás através de um absorvente

Ensaio de bombeamento: investigação realizada em condições pré determinadas e controladas, para estabelecer características hidrodinâmicas de

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um aqüífero (elevação do lençol freático, rebaixamento do lençol freático, poluição e contaminação da água, poluição e contaminação do solo). A forma mais comum de se realizar um ensaio de bombeamento é extraindo água, com vazão constante, a partir do instante em que se possa supor que o nível piezométrico do aqüífero esteja estacionário, medindo o rebaixamento no próprio poço bombeado ou em piezômetros próximos.

Erosão: desgaste do solo ocasionado por diversos fatores, tais como: água corrente, geleiras, ventos, ondas e vagas. No sentido lato é o efeito combinado de todos os processos degradacionais terrestres, incluindo intemperismo, transporte, ação mecânica e química da água corrente, vento, gelo, etc

Espessamento: operação de separação sólido/líqüido, baseada no fenômeno de sedimentação

Estéril: refere-se a minérios com pouco ou nenhum mineral útil. Refere-se também aos minerais acompanhantes de minério, que não tem aplicação econômica

Flotação: processo de separação de partículas minerais que explora diferenças nas características de superfície entre as várias espécies existentes. A seletividade do processo de flotação é baseado no fato da superfície das espécies minerais poder apresentar diferentes graus de hidrofobicidade.

Fusão: passagem de um corpo do estado sólido ao líquido; Estado de

derretido ou dissolvido pela ação do calor

Gravimetria: método de prospecção geofísica cuja finalidade é investigar estruturas geológicas através do conhecimento das variações do campo gravitacional da Terra produzidas por irregularidades na distribuição de massa nas partes superiores da crosta terrestre.

Hidrometalurgia: Análise ou redução de minérios por meio de reagentes líquidos.

Intermitente: não contínuo; interrompido a espaços; que pára por intervalos.

Lavra: fase da mineração representada pelo conjunto de operações que tem como objetivo a extração econômica das diversas substâncias minerais úteis ou fósseis de uma jazida até o seu beneficiamento primário. Sin.: explotação

Lixiviação: forma de meteorização e intemperismo que ocasiona a remoção de material solúvel por água percolante. Deslocamento ou arraste, por meio líquido, de certas substâncias contidas nos resíduos sólidos urbanos (ABNT).

Ônus: encargo, obrigação, responsabilidade; aquilo que pesa.

Percolado: líquido que passou através de um meio poroso.

Pilhas de estéril: distribuição ordenada de porção do solo ou rocha em uma mineração, resultante dos processos extrativos durante a lavra, em que o minério pretendido está ausente ou com teores muito baixos para ser aproveitado economicamente. Visa-se evitar o lançamento inadequado desses materiais e seus efeitos decorrentes (poluição e contaminação de água, poluição e contaminação do solo. impacto visual).

Potencial higrogeológico: capacidade de armazenamento e circulação das águas subterrâneas na zona saturada das formações geológicas

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Glossário 96

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Recursos hídricos: numa determinada região ou bacia, a quantidade de águas superficiais ou subterrâneas, disponíveis para qualquer uso.

Sistema de drenagem: conjunto articulado de estruturas composto geralmente de sistema de drenagem superficial (V.) e sistema de drenagem subterrânea (V.), construído com o objetivo de prevenir problemas como erosão e escorregamento e estabilizar uma área ou maciço afetados pela ação do escoamento e infiltração de águas pluviais. Eventualmente, em áreas onde há estruturas de contenção construídas, pode-se requerer a complementação do sistema geral com a drenagem do setor onde estão essas estruturas, por meio de barbaças.

Sondagem geotécnica: consiste na obtenção de dados geotécnicos parâmetros de alteração da rocha, coerência da rocha, recuperação de testemunho de sondagem, freqüência de fraturas e designação de qualidade da rocha - RQD) para caracterizar maciços que sofrerão a interferência de um empreendimento, visando a estabilidade da obra e/ou a minimização de impactos ambientais negativos.

Subestação de energia: estação, numa rede distribuidora, aparelhada para reduzir a voltagem da corrente elétrica; Rede secundária de distribuição elétrica.

Talude: superfície inclinada do terreno na base de um morro ou de uma encosta de vale onde se encontra um depósito de detritos

8.2 Siglas

CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral

CEPRAM - Conselho Estadual de Meio Ambiente

CIL – Carbon in Leach; método de lixiviação em tanques com carvão ativado, utilizado no processo de beneficiamento do minério de ouro.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.

CVRD - Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral; órgão responsável pelo planejamento, fomento e fiscalização das atividades de mineração no País.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

IMA - Instituto do Meio Ambiente do Estado da Bahia, órgão da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, responsável pelas atividades de licenciamento ambiental.

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão que cuida dos assuntos de arqueologia no Brasil.

MFB – Mineração Fazenda Brasileiro

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

S&SO – Saúde e Segurança Ocupacional.

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Equipe Técnica 97

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9. EQUIPE TÉCNICA

Empresa responsável pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA): Ampla Projetos e Serviços em Meio Ambiente Ltda.

A equipe técnica envolvida no EIA é composta por:

Profissional Formação

Registro Profissional

Função

Valdir Akihiko Nakazawa Geólogo CREA 0601323920 Coordenação Geral

Priscilla C. Padron Armada Geóloga CREA 5062215010 Coordenação Técnica e Meio

Físico

Gisela Coelho Nascimento Enga. Civil Sanitarista

CREA 0600976915 Recursos Hídricos

Maria do Carmo M. Valente Bióloga CRBio 11.343-5

Vegetação e Fauna

Erivaldo Pereira Queiroz Biólogo CRBio 27.164/5-D Vegetação

Thais Figueiredo Santos Silva Bióloga CRBio 36. 286-D

Fauna

Marco Antonio Freitas Geógrafo Fauna

Júlio César Garavello Biólogo CRBio 26.512/01-D Ictiofauna e Comunidades

Aquáticas

Joana Rodrigues Caparro Economista CRASP 82425 Meio Socioeconômico

Flora Mello Galina Geógrafa CREA 5062523810 Meio Socioeconômico

Juliano Borghi de Mendonça Geógrafo Meio Socioeconômico

Guilherme Saad Ximenes Sociólogo Meio Socioeconômico

Olívia C. L. de Faria Cardoso Gestora Ambiental

Meio Socioeconômico

Karin Shapazian Arqueóloga Arqueologia

Andreza Diaféria Kuhlman Advogada OAB 220.855 Legislação Ambiental

Leda Ferreira Prado Enga. Agrônoma

CREA 0601884470 Planos Ambientais

Ricardo Cardoso dos Santos Engo Agrônomo

CREA 060161441 Planos Ambientais

Carlos Alberto Barba Técnico Ambiental

Medição de Qualidade do Ar

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Equipe Técnica 98

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Segue a equipe responsável pela síntese das informações contidas no Estudo de Impacto Ambiental e elaboração do presente Relatório de Impacto sobre Meio Ambiente:

Profissional Formação Registro

Profissional Função

Valdir Akihiko Nakazawa Geólogo CREA 0601323920 Diretor – Ampla.

Juliano B. de Mendonça Geógrafo Consultor ambiental – Ampla.

Felipe Gil Santos Jornalista Revisor jornalístico – Ampla.

George A. Longhitano Geógrafo CREA 5062472245 Consultor ambiental – Ampla

Rosana Cesar de Lima Engª. Ambiental Consultora ambiental –

Ampla

Priscilla C. P. Armada Geóloga CREA 5062215010 Consultora ambiental –

Ampla

Equipe da Yamana Gold, responsável pela coordenação e desenvolvimento do EIA/RIMA em conjunto com a Ampla:

Profissional Função

Eder Luiz Santo Gerente corporativo de meio ambiente – Yamana.

Thelma Cristina Groque Coordenadora corporativa de meio ambiente – Yamana.

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Anexo 99

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ANEXOS

Anexo 1 – Certidões do DNPM

Anexo 2 – Certidão da Prefeitura de Santa Luz

Anexo 3 – Contrato dos Superficiários

Anexo 4 – Ensaios Geoquímicos

Anexo 5 – Laudo do Rejeito de Floração

Anexo 6 – Relatório de Hidrogeologia

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Anexo

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ANEXO 1

CERTIDÕES DNPM

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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ANEXO 2

CERTIDÃO DA PREFEITURA

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Anexo

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Anexo

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ANEXO 3

CONTRATO SUPERFICIÁRIO

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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Anexo

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ANEXO 4

ENSAIOS GEOQUÍMICOS

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Anexo

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ANEXO 5

LAUDO DO REJEITO DE FLORAÇÃO

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Anexo

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ANEXO 6

RELATÓRIO DE HIDROGEOLOGIA