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10/03/2015 Concluso do IV Congresso Mundial de "Scholas occurrentes" (5 de fevereiro de 2015)
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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO POR OCASIO DO IV CONGRESSO MUNDIAL
DE "SCHOLAS OCCURRENTES"
Sala do Snodo
Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015
[Multimdia]
Mensagem vdeo do Santo Padre s crianas
Em todos vs existe um cofre, uma caixa, e dentro dela h um tesouro. A
vossa tarefa consiste em abrir o cofre do qual haveis de tirar o tesouro
para o fazer crescer, oferecer aos outros e receber tambm o tesouro
dos demais. Cada um de vs tem um tesouro dentro de si. Se o
conservardes fechado, permanece hermtico; se o compartilhardes com
os outros, o tesouro multiplicar-se- com os tesouros dos outros.
O que vos quero dizer que no deveis esconder o tesouro que cada um
de vs possui. s vezes ele encontra-se imediatamente; por vezes
necessrio proceder como no jogo da caa ao tesouro, porque no o
encontramos imediatamente. Mas uma vez que o encontrardes,
compartilhai-o! Porque ao compartilh-lo recebereis tambm do outro e
multiplic-lo-eis.
isto que vos quero dizer, crianas! Ide em frente! Aquilo que vs fazeis
onde vos encontrais ajuda-nos tambm todos a compreender que a vida
um bonito tesouro, mas que somente tem sentido se a doarmos.
Obrigado!
Discurso conclusivo do Santo Padre
Antes de tudo, agradeo-vos o esforo que envidastes para participar
neste quarto Congresso. Estou-vos grato pelas contribuies, que nascem
da experincia.
Algo que me preocupa muito alcanar a harmonia, que no significa
simplesmente ceder a compromissos, acordos e entendimentos parciais.
De certa forma, a harmonia quer dizer criar compreenso das diferenas,
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10/03/2015 Concluso do IV Congresso Mundial de "Scholas occurrentes" (5 de fevereiro de 2015)
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aceit-las, valoriz-las e permitir que elas entrem em sintonia, que no se
fragmentem.
A mensagem da Lumsa que ouvimos recordava uma minha frase: No
transformaremos o mundo, se no mudarmos a educao. E h algo de
totalmente desarmonioso. Eu pensava que isto s acontecesse na Amrica
Latina ou nalguns pases da Amrica Latina, que eu conhecia melhor. Mas
acontece no mundo inteiro. o pacto educacional, um pacto educativo
que se cria entre a famlia, a escola, a ptria, a cultura. Rompeu-se
profundamente e j no se consegue consertar. O pacto educacional que
se rompeu significa que tanto a sociedade como a famlia e as diversas
instituies delegam a educao aos agentes da educao, aos docentes
que geralmente mal pagos carregam nos seus ombros esta
responsabilidade e, se no obtm bons resultados, so repreendidos. Mas
ningum admoesta as vrias instituies, que faltaram ao pacto educativo,
delegando-o ao profissionalismo de um professor. Quero prestar
homenagem aos docentes, porque se encontraram com esta batata
quente nas mos e tiveram a coragem de ir em frente.
De certa forma, Scholas deseja integrar de novo o esforo de todos em
prol da educao, quer reconstituir de maneira harmoniosa o pacto
educacional, porque s assim, se todos ns responsveis pela educao
dos nossos adolescentes e jovens, estivermos em sintonia, a educao
poder mudar. Por isso, Scholas promove a cultura, o desporto e a
cincia; por este motivo que Scholas procura pontes, sai do pequeno
e vai procur-los mais distante. Hoje esta interaco, este conhecimento
est presente em todos os continentes. No entanto, Scholas procura
tambm harmonizar a prpria educao da pessoa do adolescente, do
jovem, do estudante. No se limita apenas a buscar informao, a
linguagem da cabea. No suficiente! Scholas deseja harmonizar a
linguagem da cabea com a linguagem do corao e das mos. Que uma
pessoa, uma criana, um jovem pense no que sente e faz; que sinta
aquilo em que pensa e o que faz; que faa o que sente e aquilo em que
pensa. Harmonia na mesma pessoa, no educando, e sintonia universal, de
modo que todos ns assumamos o pacto da educao e, agindo deste
modo, consigamos sair desta crise da civilizao em que vivemos, dando o
passo que a prpria civilizao exige de ns.
Cada pas em que Scholas est presente deve procurar na tradio que lhe
prpria na sua tradio histrica, popular os elementos de
fundao, quais so os elementos que, culturalmente, fundam a sua
ptria. E, comeando a partir daquilo que deu sentido ptria, nao,
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10/03/2015 Concluso do IV Congresso Mundial de "Scholas occurrentes" (5 de fevereiro de 2015)
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encontrar a universalidade que harmoniza. Por exemplo, a cultura italiana
no pode renegar Dante como elemento de fundao. A cultura argentina,
que eu conheo, no pode renegar o Martn Fierro, que o nosso poema
de fundao. E gostaria de perguntar, mas no o farei, quantos argentinos
aqui presentes estudaram, leram, meditaram o Martn Fierro. Voltar s
realidades culturais que nos deram um sentido, que nos transmitiram a
primeira unidade da cultura nacional dos povos. Cada pas deve recuperar
o que lhe prprio para o compartilhar com os outros e harmonizar aquilo
que maior: nisto que consiste a educao para a cultura.
Alm disso, necessrio procurar aquilo que funda a pessoa, a sua sade,
a sua capacidade ldica, a sua capacidade criativa de jogar. O Livro da
Sabedoria recorda que Deus jogava, a Sapincia de Deus jogava.
necessrio voltar a descobrir o jogo como caminho educacional, como
expresso educativa. Ento, a educao j no apenas informao,
mas criatividade no jogo, aquela dimenso ldica que nos faz crescer na
criatividade e ao mesmo tempo no trabalho.
Finalmente, preciso procurar em cada um de ns, nos nossos povos, a
beleza que nos funda, com a nossa arte, com a nossa msica, com a
nossa pintura, com a nossa escultura, com a nossa literatura. A beleza!
preciso educar para a beleza, porque harmonia significa beleza, e no
conseguiremos alcanar a harmonia do sistema educacional, se no
tivermos esta percepo da beleza.
Estou-vos grato por tudo aquilo que levais a cabo e pelo modo como
enfrentais este desafio, que criativo: criativo no pacto da educao
cri-lo de novo, porque deste modo voltamos a criar a educao criativo
da harmonia entre as trs formas de linguagem da pessoa: das mos, do
corao e da mente; criativo na dimenso ldica da pessoa, aquele modo
saudvel de perder tempo no trabalho conjunto do jogo; criativo na
beleza, que j pudemos encontrar nos fundamentos da identidade
nacional, todos juntos. nisto que consiste o desafio. Quem inventou isto?
No se sabe, mas existe. H problemas? Tantos, e muitos ainda devem
ser resolvidos na organizao de tudo isto. Somos tentados? Sim! Cada
obra que tem incio tentada; tentada a parar, a corromper-se, a desviar-
se. Por isso, so necessrios o trabalho conjunto e a vigilncia da parte de
todos, a fim de que esta centelha que surgiu continue a propagar-se num
fogo que ajude a reconstruir, a harmonizar o pacto da educao. Quem
ganha em tudo isto so os jovens. Por conseguinte, agradeo-vos aquilo
que levais a cabo em vista do futuro, porque dizer jovens significa dizer
futuro.
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Obrigado!
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