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IDPCC Instituto de Direito Penal e de Ciências Criminais I nstituto D ireito P enal C iências C riminais Instituto de Direito Penal e Ciências Criminais, Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade, Cidade Universitária, 1649014 Lisboa [email protected] www.idpcc.pt www.fd.ul.pt/idpcc + (351) 911 595 437 1 CURSO DE OUTONO SOBRE DIREITO PENAL DAS PESSOAS COLETIVAS 2014 Teresa Quintela de Brito Sumário 1. “Comissão” do facto punível no interesse colectivo e domínio da organização para a execução do facto típico por parte da pessoa colectiva ! Significado da exigência ! Ligação à posição de garante do ente colectivo ! Três elementos do domínio da organização para a execução do crime por parte da pessoa jurídica: cunhagem do crime, domínio do “se” da realização típica, e posição de garante do ente. ! Domínio da organização para a execução do facto densifica a cláusula da comissão do facto no “interesse colectivo”. RELEVÂNCIA DOS MECANISMOS DE “COMPLIANCE” NA RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DAS PESSOAS COLECTIVAS E SEUS DIRIGENTES

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CURSO  DE  OUTONO  SOBRE    DIREITO  PENAL  DAS  PESSOAS  COLETIVAS  -­‐  2014  

 

 Teresa  Quintela  de  Brito  

 Sumário  

 1. “Comissão”   do   facto   punível   no   interesse   colectivo   e  

domínio   da   organização   para   a   execução   do   facto  típico  por  parte  da  pessoa  colectiva    

!  Significado  da  exigência    

!  Ligação  à  posição  de  garante  do  ente  colectivo    

!  Três   elementos   do   domínio   da   organização   para   a  execução   do   crime   por   parte   da   pessoa   jurídica:  cunhagem   do   crime,   domínio   do   “se”   da   realização  típica,  e  posição  de  garante  do  ente.  

 !  Domínio   da   organização   para   a   execução   do   facto  densifica   a   cláusula   da   comissão   do   facto   no  “interesse  colectivo”.  

 

   

 

RELEVÂNCIA  DOS  MECANISMOS  DE  “COMPLIANCE”  NA  RESPONSABILIZAÇÃO  PENAL  DAS  PESSOAS  COLECTIVAS  E  

SEUS  DIRIGENTES  

 

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! Autoria  (“organizativa”  e/ou  “cultural”)  do  facto  típico  por  parte  do  ente.  

 ! A   exigência   de   “comissão”   no   interesse   colectivo   do  facto   punível   a   imputar   ao   ente   abre   a   porta   à  questões  da  autorregulação  e  da  auto-­‐organização  da  pessoa   jurídica  que  estão  na  base  dos  programas  de  Compliance    

2. A   inimputabilidade   das   pessoas   colectivas   (falta   de  domínio   da   organização   para   a   não   comissão   do  crime)    

! Distinção  entre  imputabilidade  e  culpa.    

!  Inimputabilidade   penal   das   “pessoas   jurídicas-­‐espantalho”.  

 ! A   culpa   como   expressão,   documentada   no   facto  ilícito-­‐típico,   de   uma   atitude   da   pessoa   jurídica   de  desrespeito   para   com   a   norma   de   conduta   e   o   bem  jurídico-­‐penais   apenas   se   coloca   fora   das   situações  de   inimputabilidade,   quando,   verdadeiramente,   se  discute   a   culpa   e   não   a   mera   possibilidade   de   a  responsabilizar  pelo  ilícito-­‐típico  que  lhe  é  imputado  (i.e.,  a  sua  imputabilidade).    

 3. Em  que  consiste  a  culpa  da  pessoa  jurídica?  

 ! A   responsabilidade   penal   da   pessoa   jurídica   resulta  do   enlace   entre   auto-­‐organização/autorregulação   e  responsabilidade  social.  

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! O   posicionamento   da   pessoa   jurídica   perante   o  dever-­‐ser   jurídico-­‐penal   é   revelado   (também   mas  não   só)   pelo   modo   de   organização,   funcionamento  e/ou  de  prossecução  da  respectiva  finalidade,  que  se  precipitou   no   facto   ilícito-­‐típico,   cunhando-­‐o   e  explicando-­‐o  intersubjectivamente.    

! O   posicionamento   da   pessoa   jurídica   perante   as  exigências   do   dever-­‐ser   jurídico-­‐penal   extrai-­‐se  significativa  e  normativamente  do  facto  total  (que  se  não   esgota   no   ilícito-­‐típico),   cuja   execução   típica   foi  cunhada  e  dominada  pela  organização  na  titularidade  do  ente.    

 ! Rejeição  de  uma  acepção  de   culpa   jurídico-­‐penal   do  ente   como  mera   expressão   no   facto   de   uma   atitude  de   desconformidade   organizativa   e/ou   “cultural”  com   a   norma   concretamente   violada.   Concepção   de  culpa  demasiado  pobre  e  excessivamente  próxima  da  “culpa  pelo  carácter”,  que  se  rejeita  no  plano  da  culpa  da  pessoa  singular.    

 !  A  culpa  jurídico-­‐penal  deve  ter  um  conteúdo  material  autónomo   (i.e.   sem   paralelo   no   âmbito   do   ilícito-­‐típico),   orientado   para   a   apreensão   da  censurabilidade   da   atitude   pessoal   manifestada   no  facto  ilícito-­‐típico.  

 !  No   plano   da   culpa   jurídico-­‐penal   do   ente,   o   seu  peculiar   modo   de   organização,   funcionamento   e/ou  de   actuação   jurídico-­‐económica   deve   ser   valorado  naquilo  que,  documentado  no  facto  e  relevante  para  a  censura   ético-­‐jurídica,   se   situa   para   além   da  

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respectiva   repercussão   na   execução   típica   e   na  imputação   objectiva   e   subjectiva   do   ilícito   típico   à  pessoa  jurídica.  Cfr.  Art.  71/1  e  2  CP.  

 4. Culpa  pelo  ilícito-­‐típico  colectivo  

 !  Neste   plano   averigua-­‐se   censurabilidade   da   pessoa  jurídica   pelo   ilícito-­‐típico   colectivo   que   “cometeu”   e  no   qual   já   está   projectado   o   seu   peculiar   modo   de  organização,   funcionamento   e   actuação   jurídico-­‐económica.  Averigua-­‐se  se  a  pessoa  jurídica  pode  ser  censurada   pela   comissão   do   ilícito-­‐típico   em   seu  nome  e  no  interesse  colectivo.    

!  A   questão   da   organização   da   pessoa   jurídica   para   a  prática   do   crime   respeita   directamente   ao   ilícito-­‐típico  colectivo,  não  à  culpa  do  ente  (art.  11º/2  CP).    

5. Organização   versus   Compliance   ou   “bom   governo  corporativo”    

! Nem   sempre   é   fácil   a   distinção   entre   organização   e  Compliance,   porque   é   suposto   que   os   códigos   de  ética/programas   de   cumprimento   do   Direito  impregnem   toda   a   organização,   funcionamento   e  actividade  da  pessoa  jurídica.    

! Contudo,   tendo   em   conta   o   conteúdo   e   a   finalidade  das   regras   de   organização   e   de   Compliance,   é  possível  distingui-­‐las.  

 !  Nas   regras   de   organização   está   em   causa   a  organização  e   funcionamento  quotidianos  da  pessoa  

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jurídica   para   o   desenvolvimento   da   sua   específica  actividade  económica.  

 ! As   regras   de   Compliance   ou   de   “bom   governo  corporativo”,   i.e.,   os   códigos   éticos   empresariais   ou  programas   de   cumprimento   do   direito,   incidem  sobre  a  organização  já  existente  e  destinam-­‐se  a  criar  garantias  de  que  essa  organização  não  será  criadora  de  riscos  para  os  bens  jurídicos,  através  de  condutas  dos  seus  membros  ou  colaboradores.    

 !  Os   programas   de   Compliance   podem   configurar-­‐se  como   “uma   causa   de   inculpabilidade   da   pessoa  jurídica,   e   não   [são]   uma   causa   de   organização  adequada”  (PABLO  GONZÁLEZ  SIERRA).  

 ! A  boa  organização  da  pessoa  jurídica  não  depende  da  adopção  de  um  programa  de  Compliance,   tal  como  a  ausência  deste  programa  não  determina  a  existência  de  um  “defeito  de  organização”.  

 6. (Ir)Relevância   dos   compliance   programs   (per   se)   na  

afirmação  ou  negação  da  culpa  da  pessoa  jurídica    

!  Em   sede   de   culpa,   não   releva   a   mera   existência   de  programas   de   Compliance,   e   sim   a   sua   significação  como  ‘disposição  pessoal  de  fidelidade  ao  Direito’  ou  ‘compromisso   sério   da   pessoa   colectiva,   ao   nível   do  top   management,   com   o   cumprimento   da   ordem  jurídica’,   através   da   implementação   na   empresa   de  uma  verdadeira  cultura  de  respeito  pela  legalidade.    

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! A  mera  existência  de  programas  de   cumprimento  do  Direito   ou   de   códigos   de   ética   não   elimina  necessariamente   defeitos   organizativos   que   se  repercutem   no   facto   da   pessoa   singular,   dando  origem  a  um  ilícito-­‐típico  colectivo  e,  até,  a  uma  culpa  da  pessoa  jurídica.  

 7. Relevância   dos   programas   de   Compliance   na  

responsabilização  penal  das  pessoas  jurídicas  à  luz  do  Código  Penal  português  

 a.  O  art.  11º/6  CP.  Referência  ao  Acórdão  do  Tribunal  da   Relação   do   Porto   de   27.06.2012   (Proc.   n.º  7402/11.5TBMAI.P1,  Relator:  Élia  São  Pedro).    b.   A   violação   dos   deveres   de   vigilância   dos  Compliance   officers   basta   para   responsabilizar   a  pessoa  jurídica?  Interpretação  do  art.  11º/2,  al.  b),  e  4  CP.  

 8. Relevância   dos   mecanismos   de   Compliance   na  

responsabilização   penal   dos   dirigentes   da   pessoa  colectiva      a.   Não   responsabilização,   atenuação   especial   da  pena  ou  dispensa  de  pena  dos  “denunciantes  cívicos”  em  certos  casos  

 ! Art.   16º/2   da   Lei   n.º   25/2008,   de   5   de   Junho:  Protecção  da  identidade  do  denunciante.    

! Art.  20º/1  da  Lei  n.º  25/2008:  Exclusão  da  tipicidade  do   crime   de   violação   de   segredo   e   da  

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responsabilidade   pelos   ilícitos   denunciados   em   cuja  prática  interveio  o  denunciante.    

 ! Art.  20º/2  da  Lei  n.º  25/2008:  incrimina  a  conduta  de  quem,   “ainda   que   com   mera   negligência,   revelar   ou  favorecer   a   descoberta   da   identidade   de   quem  forneceu  informações”.  

 ! Arts.  31º  do  Decreto-­‐Lei  n.º  15/93  (tráfico  e  consumo  de   estupefacientes),   2º/5,   4º/6   e   5.º-­‐A/3   da   Lei   n.º  52/2003   (combate   ao   terrorismo):   atenuação  especial   da   pena   ou   dispensa   de   pena   do   agente-­‐denunciante.    

b.  Riscos  da  previsão  da  responsabilidade  penal  dos  Gatekeepers,   ao   lado  da  das  pessoas   jurídicas   e   dos  seus  dirigentes      ! Terceiro  pilar  do  Direito  Penal  de  empresa.    

! Elevada   eficácia   preventiva   dessa   responsabilidade  penal.  

 ! Necessidade   de   distinguir   as   auditorias   obrigatórias  das  facultativas.    

   

Bibliografia    

ARÁN,  Mercedes  Garcia  -­‐ “Artículo   31   bis”,   in   JUAN   CÓRDOBA   RODA/MERCEDES  GARCIA   ARÁN   (Dirs.),   Comentarios   al   código   penal.   Parte  general,  Madrid:  Marcial  Pons,  2010,  pp.  395-­‐396.  

 

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BRITO,  Teresa  Quintela  de  -­‐  Domínio   da   organização   para   a   execução   do   facto:  responsabilidade   penal   de   entes   colectivos,   dos   seus  dirigentes  e  “actuação  em  lugar  de  outrem”,  Dissertação  de  Doutoramento  n.p.,  FDL,  2012,  pp.  241  ss.,  270  ss.,  315  ss.,  378  ss.,  666  ss.,  831  ss.  e  860  ss.      

CIRCULAR   1/2011   relativa   à   la   responsabilidad   penal   del  las   personas   jurídicas   conforme   à   la   Reforma   del   Código  penal  efectuada  por  la  LO  5/2010,  Fiscalía  General  del  Estado,  Espanha,   disponível   em  https://web.icam.es/bucket/NS_AE_CIRCULAR1_2011PERSONAJURiDICADEFINITIVA(1)(1).PDF    COFFEE,  John  -­‐ “The  attorney  as  gatekeeper:  an  agenda  for  SEC”,  Columbia  Law  and  Economic  Working  Paper,  n.º  221,  Vol.  103  (2003),  pp.  1296  ss.    

DÍEZ,  Carlos  Gómez-­‐Jara  -­‐ “Auto-­‐organización   empresarial   y   autorresponsabilidad  empresarial:  hacia  una  verdadera  responsabilidad  penal  de  las  personas  jurídicas?”,  RECPC,  n.º  8,  2005,  disponível  em  http://criminet.ugr.es/recpc/08/recpc08-­‐05.pdf.  

-­‐ “La   atenuación   de   la   responsabilidad   empresarial   en   el  Anteproyecto   de   Código   penal   de   2008:   los   compliance  programs   y   la   colaboración   con   la   administración   de   la  justicia”,   in   El   Anteproyecto   de   modificación   del   Código  Penal   de   2008.   Algunos   aspectos,   Bilbao:   Universidad   de  Deusto,  2009,  pp.  221  ss.    

-­‐ La   responsabilidad   penal   de   la   empresa   en   los   EEUU,  Madrid:  Editorial  Universitaria  Ramón  Areces,  2006;  

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-­‐ “La   responsabilidad   penal   de   las   personas   jurídicas   en   la  reforma  del  Código  penal”,  Diario  La  Ley,  N.º  7534,  de  23  de  diciembre  de  2010.  

FOFFANI,  Luigi  -  “Bases  para  una  imputación  subjetiva  de  la  persona  moral.  Hacia  una  culpabilidad  de   las  personas   jurídicas?”,  Revista  General   de   Derecho   Penal,   n.º   10   (2008),  [email protected],  pp.  1-­‐11.    

FOFFANI,  Luigi/NIETO,  Martín  -­‐ “Corporate   governance   y   administración   desleal.   Casos   y  problemas  del  derecho  comparado  europeo”,  Revista  Penal,  enero  2006,  pp.  110  ss.  

 GALLO,  Alonso  -­‐ “Los  programas  de  cumplimiento”,  in  JULIO  DÍAZ-­‐MAROTO  Y  VILLAREJO  (Dir.),  Estudios   sobre   las  reformas  del  Código  penal  operadas  por  las  LO  5/2010,  de  22  de  junio,  y  3/2011,  de  28  de  enero,  Civitas-­‐Thomson,  2010.  

HEINE,  Günter  -­‐ “Das   kommende   Unternehmensstrafrecht   (Art.   100quater  f).   Entwicklung   und   Grundproblematik”,   ZStR,   Band   121,  2003,  pp.  24-­‐45;  

-­‐ “Modelos  de  responsabilidad  jurídico-­‐penal  originaria  de  la  empresa”,   Modelos   de   autorresponsabilidad   penal  empresarial,   CARLOS   GÓMEZ-­‐JARA   DÍEZ   (Ed.),   Pamplona:  Editorial  Aranzadi,  2006,  pp.  25-­‐67.  

 HERNÁNDEZ,  Héctor  -­‐ “La   introducción   de   la   responsabilidad   penal   de   las  personas   jurídicas  en  Chile”,  Política  Criminal,  Vol.  5,  n.º  9  (julio   2010),   pp.   207-­‐236,   disponível   em  

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http://www.oas.org/juridico/PDFs/enc_articulo-­‐fernandez.pdf    

LAUFER,  William  S.  - «La   culpabilidad   empresarial   y   los   limítes   del   Derecho»,  Modelos   de   autorresponsabilidad   penal   empresarial,  CARLOS   GÓMEZ-­‐JARA   DÍEZ   (Ed.),   Pamplona:   Editorial  Aranzadi,  2006,  pp.  69-­‐91;  

- Corporate  bodies  and  guilty  minds.  The   failure  of  corporate  criminal  liability,  Chicago:  The  University  of  Chicago  Press,  2006.    

MARTÍN,  Adán  Nieto  -­‐ La   responsabilidad   penal   de   las   personas   jurídicas:   un  modelo  legislativo,  Madrid:  Iustel;  

-­‐ “Responsabilidad   social,   gobierno   corporativo   y  autorregulación:   sus   influencias   en  el  derecho  penal  de   la  empresa”,   Política   criminal,   N.º   5,   2008,   disponível   em  http://www.politicacriminal.cl/n_05/A_3_5.pdf  

 MONESI,  Carlo  (Dir.)  -­‐ I  modelli  organizzativi  ex.  D.Lgs.  231/2001.  Etica  d’impresa  e  punibilità  degli  enti,  Milano:  Giuffrè,  2005.    

ORGANIZATIONAL   SENTENCING   GUIDELINES   –   EUA,  disponíveis   em   http://www.ussc.gov/training/organizational-­‐guidelines/2013-­‐ussc-­‐guidelines-­‐manual    RELAZIONE   MINISTERIALE   AL   D.LGS   N.º   231/2001,  disponível   em  http://www.aodv231.it/pagina_sezione.php?id=10    RIPOLLÉS,  José  Luis  Diez  

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-­‐ “La   responsabilidad   penal   de   las   personas   jurídicas.  Regulación   española”,   inDret   1/2012,   disponível   em  http://www.indret.com/pdf/875.pdf  

 SÁNCHEZ,  Bernardo  Feijóo  -­‐ “Autorregulación   y   Derecho   penal:   una   cuestión   de  responsabilidad   individual?”,   in   Cuestiones   actuales   de  Derecho   penal   económico,   Montevideo-­‐Buenos   Aires:  Editorial  B  de  F,  2009,  pp.  49  ss.;    

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 SIERRA,  Pablo  González    -­‐ La   imputación   penal   de   las   personas   jurídicas.   Análisis   del  art.  31  bis  CP,  Valencia:  Tirant  lo  Blanch,  2014,  pp.  375  ss.  

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ZAPATER,  Enrique  Bacigalupo  -­‐ Compliance   y   Derecho   penal,   Navarra:   Thomson-­‐Reuters,  2011.