25 - portugal em foco · e lendas dos mares tenebrosos, construindo, assim, a maravilhosa epopeia...

Portugal em Foco . Camões . 2015 | 25

Portugal em Foco . Camões . 2015 | 1Portugal em Foco . Camões . 2015 | 1

In memoriam

Na data consagrada a CAMÕES, o imortal e inigualável cantos dos extraordinários feitos da Raça Lusíada, torna-se indispensável que todos nós, descendentes daqueles heróis, mártires e santos que, com o seu sacrifício, “dilataram a Fé e o Império”, façamos uma pausa para meditação. Concentremos o nosso espírito e a nossa mente para melhor podermos contemplar e aperceber a grandeza do seu esforço inaudito, quase sobrenatural, pois foi muito “além do que permitia a força humana”. Façamos um apurado e minucioso exame de consciência para sentirmos se estamos sendo dignos, se estamos respeitando a memória de todos aqueles que, “por atos valorosos se foram da lei da morte libertando”. Se estamos verdadeiramente compenetrados da

Aos Luso-Brasileiros

O sentimento de amor e saudade à Pátria-mãe,

Portugal, um paradigma de todos e que aflora ainda

mais à passagem da data da nacionalidade

nossa responsabilidade de herdeiros de tão pesada quão gloriosa herança que nos legaram os nossos antepassados, à custa de gigantescos e destemidos empreendimentos planejados por HOMENS que, com os olhos postos em Deus e na Pátria, desprezavam todos os perigos e lendas dos mares tenebrosos, construindo, assim, a maravilhosa Epopeia Trágico Marítima dos descobrimentos que “deu novos mundos ao mundo” e promoveu a evangelização dos povos.Nós temos o dever indeclinável de preservar esse maravilhoso patrimônio espiritual e cultural com que fomos aquinhoados, mesmo que para isso seja necessário verter muito sangue, suor e lágrimas. Armemos, pois os nossos espíritos contra as força do mal, que tudo pretendem subverter, não nos deixando

seduzir por cantos de sereia, nem por “slogans”, consciente ou inconscientemente apregoados aos quatro ventos pelos prosélitos do inimigo comum. Com os nossos Maiores e de olhos fitos em Deus, unamo-nos fervorosamente em torno da Grande Pátria Brasileira, filha primogênita de Portugal e marchemos a seu lado, impávidos e serenos, cônscios das graves responsabilidades que a todos nós incumbe de preservar a cultura lusíada espelhada pelas “sete partidas da terra”, o nosso modo de ser e estar no mundo. O Brasil, gigante não só pela própria natureza, mas também pela formação eminentemente ecumênica e tolerante, que lhe permite um convívio pacífico com todas as etnias e religiões, é a nossa grande esperança.

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Aproveito novamente a edi-ção especial do “Portugal em Foco”, em comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, para saudar os seus leitores, em particular os Portugueses e luso-descendentes que se encontram no Brasil. No ano em que a cidade do Rio de Janeiro festeja os seus 450 anos, felicito os luso-cario-cas e convido todos os outros Portugueses espalhados pelo Brasil a aproveitar este exce-lente pretexto – se acaso fosse necessário pretexto – para visitar a cidade maravilhosa e participar no intenso programa de comemorações ao longo do ano, com a participação de muitas vozes de Portugal.Há 3 anos e meio como Em-baixador de Portugal no Bra-sil, testemunho diariamente a força dos laços que unem os nossos países e a intensidade das nossas relações, em per-manente atualização graças ao contributo desta nossa Co-munidade que tanto honra e dignifica Portugal. Uma Comu-nidade que é um exemplo vivo de integração de sucesso na sociedade brasileira, de entu-siasmo, de empreendedorismo e de solidariedade. Portugal ultrapassou, através de um exigente programa de ajustamento, uma das crises mais profundas de que há me-mória recente. Ao direcionar

a nossa economia para novos rumos, esta crise também criou oportunidades que nos aproxi-maram ainda mais do Brasil.O Brasil continua a oferecer boas perspetivas para a in-ternacionalização das nossas empresas e para a comercia-lização dos nossos produtos. Em sentido inverso, as em-presas brasileiras olham cada vez mais Portugal, não apenas como uma “porta de entrada para o mercado europeu”, mas também como plataforma logística e de negócios para atingir mais de um continente.Partilhamos uma língua e uma história comuns, fortes laços económicos, culturais e afetivos, mas também novos desafios. Costumo dizer que o Brasil está a redescobrir Portu-gal. Desde logo através desta nossa Comunidade, espalhada pelos quatro cantos do país.

FranciscoRibeiro

TellesEmbaixadorde Portugal

Mensagem doEmbaixador

Mas também pela voz dos nossos artistas, pelos testemu-nhos dos mais de 5500 estu-dantes brasileiros a frequentar universidades portuguesas, pela excelência dos nossos centros de investigação, pe-las qualificações dos nossos profissionais, pela vanguarda das nossas empresas, pelos sabores dos nossos produtos, pelas recordações trazidas por mais de um milhão de turistas brasileiros que visitam o nosso país anualmente.Intemporais e em contínua actualização, as relações entre Portugal e o Brasil projetam-se cada vez mais para um futu-ro conjunto. Contamos com todos, Portugueses e luso-bra-sileiros, para trazer mais Portu-gal ao Brasil e participar da construção deste nosso futuro. Bem-hajam!


O dia 10 de junho, Dia de Por-tugal, comemora a existência da Nação, mas é igualmente evoca-tivo de Camões (cuja morte nesse dia no longínquo ano de 1580 se assinala) e das Comunidades Portuguesas. Nesta data é assim a estas que me quero especialmen-te dirigir.As Comunidades Portuguesas têm hoje uma dimensão global: existem Portugueses em pra-ticamente todos os países do Mundo, incluindo as localidades mais inesperadas e remotas. Essa presença, para além de conferir ao País uma dimensão muito superior à das suas fronteiras físicas, dá-nos dimensão política e cultural e tem-se traduzido num apoio essencial para a recupera-ção económica do País. Estando a terminar este mandato

não posso pois deixar de subli-nhar e agradecer o contributo dado por todos esses portugueses da Diáspora para a divulgação da imagem do País, para a promo-ção dos produtos portugueses, para o sector do turismo, para o equilíbrio financeiro e sobretudo para a afirmação de um Portugal mais moderno. Durante estes quatro anos em-penhámo-nos em promover uma maior proximidade entre Portugal e as suas mais diversas comuni-dades. Ao cabo de diversas ini-ciativas realizadas quer em Por-tugal quer no estrangeiro, é com gosto que verificamos que surgi-ram neste período muitos novos protagonistas nas áreas política, empresarial, cultural e associativa que conjuntamente com os mais antigos se traduzem hoje num extraordinário ativo para a nossa política externa. Neste plano, gostaria também de destacar o contributo das mulheres da nossa Diáspora, cujos níveis de envol-vimento civil, político e associati-vo têm aumentado, com enorme benefício para todos. Desejo e espero que os próximos tempos sejam de continuação clara e pronunciada do rumo de recuperação do País, da sua credibilização nas mais diver-sas instâncias internacionais, de crescimento económico e de

um crescente envolvimento das nossas Comunidades na vida nacional.Para tal será necessário um gran-de envolvimento de todos, a co-meçar pelas nossas Embaixadas e Consulados e pelas organizações comunitárias, mas sem esquecer todos os que de alguma forma ajudam a manter presente o nome de Portugal no estrangeiro.A terminar, não posso deixar de manifestar um particular júbilo por, finalmente e após muitos anos de luta, ter sido aprovada a alteração à Lei da Nacionalidade que permite estender a naciona-lidade portuguesa originária aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro. Trata-se de uma alteração legislativa de enorme alcance, que faz justiça a muitos milhares de pessoas que se sen-tem tão portugueses como todos os que vivem no nosso País, mas que, por razões meramente formais, se têm visto impedidos de aceder à nacionalidade portu-guesa.Comemoremos assim em festa mais este Dia de Portugal, assu-mindo orgulhosamente a nossa condição de Portugueses e de falantes da maravilhosa Língua de Camões, na certeza de que sere-mos tanto mais fortes quanto mais nos conseguirmos unir em torno dos superiores interesses do País.

Mensagem do Secretário de Estadodas Comunidades Portuguesas,

José de Almeida Cesário


Por ocasião doDia de Portugal,de Camões e dasComunidadesPortuguesas


A história dos portugueses no Rio de Janeiro é riquíssima, tanto no plano económico como cultural e também social. Fazer parte dela deve orgulhar-nos a todos.

Tenho muito prazer em dirigir palavras de apreço e simpatia à comunidade portuguesa no Rio de Janeiro, por ocasião do dia 10 de Junho, dia de Portugal de Camões e das Comunidade Portuguesas, no jornal Portugal em Foco,Para um luso descendente ou português, viver no Rio de Janeiro, é fazer parte da uma longa e rica história de relações entre Portugal e esta grande e bonita cidade brasileira, fundada também por portugueses há exatamente 450 anos.Desde a sua fundação, o Rio de Janeiro tem tido um magnetismo fortíssimo em Portugal e atraído gerações de portugueses que procuram horizontes e oportunidades mais largos numa terra em que, verdadeiramente, não somos nem nos sentimos estrangeiros.A história dos portugueses no Rio de Janeiro é riquíssima, tanto no plano económico como cultural e também social. Fazer parte dela deve orgulhar-nos a todos.Tanto Portugal como o Rio de

Janeiro, atravessam momentos particularmente desafiantes. Em Portugal, passado um ano do final do programa de ajustamento começam a verificar-se sinais positivos de uma recuperação sustentada que nos permitem acreditar num Portugal mais dinâmico e mais justo, apesar dos grandes desafios pela frente.Também os portugueses que vivem no Rio de Janeiro, serão chamados a votar tanto em eleições Parlamentares como Presidenciais. No fundo, trata-se de escolher quem deve liderar os destinos de Portugal para os próximos anos e isso não é secundário. O voto em Portugal não é obrigatório mas é, na minha opinião, a forma mais nobre de cidadania e uma prova de maturidade democrática de um povo. Apelo assim a todos, que através do recenseamento eleitoral em curso, se coloquem na possibilidade de participar nos próximos atos eleitorais.

Mensagem do Cônsul-Geral de Portugal, no Rio de Janeiro

Nuno de Mello Bello



Dia de Portugal, de Camõese das Comunidades Portuguesas

Mensagem do Deputadoà Assembleia da RepúblicaPortuguesa Carlos Páscoa

Para os portugueses, não só os que residem no Continente e nas Regiões Autónomas, mas tam-bém para os portugueses e luso descendentes que residem no ex-terior, eu gostaria de nesta data tão significativa para todos, de enviar uma mensagem cujo tema principal é o RENASCIMENTO.Pode parecer um pouco estra-nho, num momento em que deve-ríamos celebrar a morte do nosso ilustre poeta, celebrar o RENAS-CIMENTO.Ocorre no entanto que, neste mo-mento, está a ser presenciado o renascer de um novo Portugal, depois de um período de duro ajuste porque passaram os por-tugueses, renasce um país onde se verificam vários indicadores positivos e promissores, o renas-cer faz bem porque nos dá uma sensação de amplitude, de futuro e de alegria.Quero, com meu otimismo que nunca abandonei, celebrar com grande contentamento o novo Portugal que renasce no Velho Continente.Depois de mais de três anos de medidas duríssimas que os por-tugueses ultrapassaram com muitas dificuldades, de uma forte recessão, de desemprego cres-cente, de corte de salários e pen-sões, vejo hoje por onde passo, um novo Portugal a surgir.As pessoas estão conscientes que ainda há muito por fazer, no entanto, somos confrontados com um pais a crescer, com o emprego a subir, com investimen-tos em alta, com exportações nos máximos e conseguindo o fato extraordinário de nos financiar-

mos nos mercados internacionais a juros negativos, quando no iní-cio do resgate chegamos a pagar mais de 15%. Deixamos de ser os maus pagadores, para sermos ci-tados como exemplo a seguir.Como falei, é claro que muito tem que ser feito, mas se em quatro anos duríssimos conseguimos reverter a situação a esse nível, certamente se seguirmos esta rota segura por mais quatro anos, não resta dúvida de que atingire-mos patamares de crescimento e emprego muito mais significativos e o mais importante, sustentáveis e com o nível de endividamento em declínio permanente.Há, sem sombra de dúvida, uma razão para ter passado esta men-sagem e essa razão está assente na importância que teve a diáspo-ra portuguesa neste processo de ajustamento.Enquanto muitos dos residentes em Portugal transferiam os seus recursos para outros países, as

nossas comunidades continua-ram a acreditar no nosso país e com isso as remessas continua-ram a crescer ano após ano, dan-do uma demonstração inequívo-ca de que Portugal podia contar com o apoio da sua diáspora.Temos que comemorar, apesar de não esquecermos que os proble-mas não terminaram, os resulta-dos alcançados e um certo clima de otimismo que se começa a per-ceber um pouco por todo o país, temos que comemorar o fato de já termos antecipado o pagamento de parte de nosso débito com o FMI, o que demonstra a confiança total dos mercados internacionais em nossa economia.O Camões que lembramos no 10 de junho nos ensinou com seu exemplo a ser determinados, lu-tadores, a não recuar frente às adversidades e é com este espí-rito que celebro este 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.


Mais uma data para exaltar a Pátria, Camões e as nossas Comunidades Portuguesas que são um exemplo de amor, patrocínio e coesão. Às

comemorações, associamo-nos com os votos de amizade e colaboração, sempre crescente entre Brasil e Portugal.


Como de graça recebemos as estrofes de “Os Lusíadas” – a epopéia cantada dos heróis e dos santos.

Dia de Portugal. Dia de Camões. Dia das Comunidades Portuguesas. Por qualquer uma dessas vertentes, sentimos motivos para nos regozijarmos e ostentarmos justificado orgulho pelo passado que recebemos, pelo presente que possuímos

Dia de Portugal

A. Gomes da Costa

de um povo espalhadas pelo mundo. Os sonhos que não se perderam, os filhos que se criaram, o Portugal que se levou a todos os cantos do mundo, a Língua e a Cultura que se espalharam – o Portugal da Diáspora e dos que partiram em busca de uma outra vida. E milhões desses portugueses souberam construí-la nas Europas e nos Brasis, nas Américas e na África. Até onde chegaram. Todos fizeram Portugal. Os heróis de espada e elmo na conquista de território; os nautas e os desbravadores de sertões cruzando oceanos e implantando o “uti possidetis” em nome do Rei de Portugal; os emigrantes de ontem e de hoje, espalhados pelos continentes, a dar provas permanentes de que são construtores de sonhos e principalmente fiéis ao Portugal das raízes e de Ourique.

Mensagem


e pelo futuro que vamos construir. O passado não nos custou sacrifícios, nem lutas, nem lágrimas, nem conquistas, nem esforços. Devemos esse passado aos portugueses que desde D. Afonso Henriques souberam, à força de muita coragem e determinação, construir um Reino, separá-lo das Cortes de Castela, estender-lhe a dimensão para além das terras e dos mares, levar a Língua a Fé Cristã, com as Ordenações o nome do Rei, com o patriotismo o projeto do Império. Esse passado glorioso, de séculos e milagres, recebemo-lo de graça. Como de graça recebemos as estrofes de “Os Lusíadas” – a epopéia cantada dos heróis e dos santos. Que Camões nos legou com seu gênio e sua obra. O passado é a glória – os cânticos camonianos são a apoteose. Por fim, as Comunidades


O dia 10 de junho foi escolhido para comemorarmos o Dia de Portugal, de Camões e das Comu-nidades Portuguesas. A escolha não foi aleatória: é a data em que se assinala a morte de Luís Vaz de Camões, gênio maior da literatura portuguesa. Sua obra mais conhe-cida, Os Lusíadas, conta a saga do glorioso povo português nas grandes navegações, estimuladas pela descoberta do caminho das Índias. Concluída em 1556, a obra foi publicada pela primeira vez em 1572, três anos após o re-gresso do autor do Oriente e logo após a fundação da nossa amada e maravilhosa cidade do Rio de Janeiro.Marcada por sucessivas e vitorio-sas batalhas, a obra de Camões mostra como um país tão pequeno descobre novos mundos e impõe a sua lei no concerto das nações. E é a luta destemida dos portugue-ses, na epopeia e na vida real, a lição que o Rio de Janeiro e seu sofrido povo precisam aprender, para não temer as tempestades do seu castigado cotidiano.A epopeia de Camões continua atual, com os portugueses impá-vidos, se vendo diante de grandes desafios e de um futuro incerto, a superar turbulências no mar revol-to da crise econômica europeia. Parecida é a epopeia vivida pelo povo carioca, no oceano de vio-

lência a que vem sendo atirado.Nós, portugueses, festejados por Camões, continuamos nossa saga em busca de águas menos turbulentas, que garantam uma vida tranquila às nossas famílias. E nos juntamos ao amado Rio de Janeiro e ao povo carioca na luta contra o caos urbano e o caminho da verdadeira pacificação, com a mesma coragem que nós, portu-gueses, nos atiramos nas águas desconhecidas, em busca do novo mundo.No dia oito de junho, às 18 horas, como fazemos há 12 anos, rea-lizaremos um bonito evento na Câmara Municipal do Rio para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Por-tuguesas. A festa é de portugueses e cariocas, irmãos na língua, na cultura e na busca por uma vida melhor. Corajosos que sejam tam-bém o Rio e a sua gente! Canto I“As armas e os Barões assinalados

Que da Ocidental praia LusitanaPor mares nunca de antes navegadosPassaram ainda além da Taproba-na,Em perigos e guerras esforçadosMais do que prometia a força humana,E entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublima-ram;

E também as memórias gloriosasDaqueles Reis que foram dilatandoA Fé, o Império, e as terras viciosasDe África e de Ásia andaram de-vastando,E aqueles que por obras valerosasSe vão da lei da Morte libertando,Cantando espalharei por toda parte,Se a tanto me ajudar o engenho e arte”.

Portugal e a sua lição de coragem

Mensagem da Vereadora

“Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta,Que outro valor mais alto se alevanta.”Os Lusíadas – Luís Vaz de Camões

Teresa Bergher

Gerson e Teresa Bergher

Portugal em Foco . Camões . 2015 | 2525Portugal em Foco . Camões . 2015 |15

Camões:Uma vida dramática

Luís Vaz de Camões, o Poeta-Maior da língua portuguesa, teve uma vida atribulada. Sua vida, ao contrário de sua obra literária, foi composta de páginas escritas com tinta preta, no livro negro de sua existência, marcada por sofrimen-tos físicos, morais e amarguras pessoais.

Sofreu, Camões, como a maio-ria dos sonhadores, a incompreen-são e o desprezo de seus conci-dadãos, sendo desterrado como simples soldado, tendo perdido o olho em combate travado no ano de 1547, pelo que foi ridiculariza-do, sendo chamado de “cara-sem-olho” pelos que o invejavam por seu gênio.

Alma hipersensível, Camões sofria com a ingratidão de seus compatriotas, e vivia perambulan-do pelas ruas de sua Lisboa, que o abandonara, vivendo de favores em casas de amigos – poucos – e convivendo com a miséria, esta sim, sua companheira fiel e inse-parável.

Regressando á pátria, Camões, que dela saíra pobre, voltou pau-pérrimo. Aparecido na Corte aos 21 anos, foi desterrado um ano depois.

Regressa aos 25, já cego de um dos olhos; é preso aos 28 e aos 29, vai para o Oriente, tornando-se empregado público em Macau aos 33, quando e onde escreveu os primeiros capítulos de os Lusí-adas, vindo a terminar seus atribu-lados dias aos 56 anos.

Suas atribuições pessoais fo-ram aumentadas pelo drama maior por ele vivido quando do terremoto de 1569, que arrasou Lisboa, sua querida cidade, proporcionando-lhe dor muito maior que as sofridas quando em Goa e malabar, onde mais sofreu, porque desterrado e saudoso de seus pagos.

Entre os escombros, ouvindo os gemidos das vítimas da catástrofe,

Camões teria inspiração para com-pletar sua obra, finalmente termi-nada e editada três anos depois, em 1572, não sem antes ter de se submeter ao crivo da censura de Frei Bartolomeu Ferreira, que lhe deu o imprimatur.

Com humilde pensão que lhe concedera Dom Sebastião, de 15 mil réis, Camões vivia, ao que su-punha, outra vida, sem pobreza, beirando a glória. Ledo engano do vate...

Outros infortúnios o aguarda-vam ainda, atingindo-o em sua alma sensível de poeta: a inunda-ção de sua Lisboa, provocada por tempestade que causou a destrui-ção da esquadra que se dirigia a dar combate aos turcos. O inverno terrível enregalava tudo, e coalha-va o Tejo, e o gelo, ao derreter-se provocou a inundação.

O coração do poeta-soldado sofria com a desdita do seu povo. Parecia a Camões que sua pátria com ele morria. Em 1575, a nova tragédia; o terremoto que arrasaria Lisboa.

Passados os cataclismas, eis que a guerra santa, na África, sen-sibiliza o espírito do Poeta, que recorda seu tempo de jovem em Ceuta, dando-lhe vontade de par-tir com as forças portuguesas para rever, com a alma, as ninfas que enfeitiçaram sua juventude.

Tinha em mente, em seu arrou-bo poético, recuperar as praças D’África, perdidas por seu avô, o que o levara, aos 19 anos, a em-preender sua excursão a terras africanas.

Quando o sultão Muley-Abd-el-Melik foi derrotado, ferveu nova-mente o entusiasmo do vate.

Dessas fantasiosas, poéticas e trágicas alucinações que fervilha-vam em seu cérebro, concluía que poderia gerar outro extraordinário poema, sublime como fizera Ho-mero, cantando as aventuras de Ulisses e Aquiles.

Mas o Poeta-Maior, triste e abandonado, terminou os seus dias a 10 de junho de 1580 sem ter em vida o reconhecimento dos seus méritos pelos portugueses.


Parque dos Poetas

OEIRASUma realidade econômica

social e dinâmica

Oeiras é um fascinante centro de lazer e animação.

Saúda 10 de Junho


NOVOS ENDEREÇOS:São Paulo: Rua Iguatemi, 192 cj. 73 Itaim Bibi

(11) 3073-0770Rio de Janeiro: Praia de Botafogo, 228 cj. 908 Ala B

(21) 2554-2100

Lembrar do gênio que foi Camões, é lembrar de Portugal, seu povo, seus costumes. Dia 10 de Junho, todas as

homenagens à Pátria amada. Salve Portugal.


Lisboa

Origens que vão ao encontro da História de Portugal

Lisboa pertence a um número raro das cidades do Mundo antigo que saíram dele envoltas de mistério e de perfume lendário, e entraram no Mundo moderno faladas para grande coisas. Foi D. Afonso Henriques que, em 1147 (21 de outubro), a “filhou” definitivamente...

A Lisboa que D. Afonso Henriques tomou para a cristandade (e já havia cristão durante o domínio sarraceno, como os houve, mais naturalmente, no domínio visigodo) não tinha mais do que 15 hectares e a população não ia além de 15.000 almas...

Cidade secular, suas origens permanecem na penumbra da história, existindo diferentes versões quanto à sua formação e até aos seus primitivos

habitantes. Lisboa é, com certeza, uma das mais antigas cidades da Europa e do Mundo. O Homem desde muito cedo a distinguiu como lugar de eleição para viver e desfrutar.

Povos primitivos, Fenícios, Gregos, Romanos, Alanos, Suevos, Visigodos, Árabes, habitaram sucessivamente em Lisboa até que o Rei Dom Afonso Henriques, com a ajuda de Cruzados vindos do Norte da Europa a conquistou definitivamente aos Mouros e a trouxe para o Reino de Portugal (data histórica mencionada acima)...

Lisboa, que na altura já era uma importante urbe, foi se desenvolvendo até se transformar no centro do universo quando no período quinhentista, do seu

porto, centenas de naus com a bandeira de Portugal foram ao encontro dos novos mundos alargando a visão dos Homens e fazendo encontrar os Povos.

A História de Lisboa está gravada nas pedras do seu castelo e das suas igrejas, nos muitos museus que possui, nas velhas casas e pátios, no tipicismo dos seus bairros antigos, na majestosa Baixa Pombalina, nas suas ruas modernas, na arquitetura arrojada.

A História de Portugal e a de Lisboa confundem-se em muitos aspectos. Lisboa já fez História para o Mundo, encontrando-se os vestígios dessa história não só espalhada pelos cinco cantos do Planeta, como em torno de si mesma, a disposição de qualquer visitante.



Ao ensejo do DIA DE PORTUGAL, CAMÕES E COMUNIDADE PORTUGUESA,saudamos todos os portugueses esperando que a data de 10 de Junho

marque sempre grata união dos povos que falam a nossa língua.


No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, renovam-se os valores da lusitanidade. Portugueses e Brasileiros

comungam dos mesmos sentimentos humanistas.


Caros irmãos portugueses, brasi-leiros e luso-descendentes, é com muita felicidade que celebramos mais um 10 de junho. A data, escolhida em função da morte de Luís Vaz de Camões em 1580, já teve outras denominações, mas desde 1978, com a terceira repu-blica portuguesa, celebra o Dia de Camões, Dia de Portugal e Dia das Comunidades. Luso descendente que sou, filho de Diamantino Pinheiro - um bei-rão de 91 anos de idade -, tenho muito orgulho de celebrar nossa origem portuguesa. Como “povos irmãos” que são, Brasil e Portugal dividem muitos laços em comum: idioma, usos e costumes, tradição, folclore, arquitetura, entre outros. Não deixa de ser simbólica a escolha do aniversário de morte de um escritor considerado uma das maiores figuras da literatura

em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente. Luís de Ca-mões, além de um simbo-lo nacional português, também possui forte associação com às comunidades portuguesas de além-mar.Atualmente, celebrar Portugal tor-nou-se uma festa de união e apro-ximação sócio-cultural. Um povo acostumado a construir pontes e que carrega o gene da globalização no sangue, famoso por seu espirito aventureiro e sede de conhecimento. Nesse sentido, aproveito meus man-datos parlamentares para tentar au-mentar o intercâmbio entre as duas pátrias, possibilitando uma troca de experiência no campo da saúde, educação, cultura, meio ambiente, engenharia, direito e tantas outras de interesse dos cidadãos. Foi esse o intuito, por exemplo, do meu projeto de lei de geminação da cidade do

Salve o Dia

10 de Junho

Mensagem do Vereador

Paulo Pinheiro

Rio de Janeiro e com a cidade de Braga, na região do Minho. Visito a “terrinha” anualmente e acre-dito que, ao associarmos nossas forças, transformaremos o mundo num lugar melhor.Sou luso-descendente com muito orgulho e aproveito a data para dar parabéns a todos e todas que participam de nossa comunidade em todo o planeta. Que continue-mos a valorizar nossas tradições e manter vivo o espírito associativo que nossos pais e avós trouxeram para o Brasil.

Salve Portugale viva o Brasil!

“Paulo Pinheiro durante sua visita a Braga”

“Cidade da Guarda: terra natal de Diamantino Pinheiro”


Data tão grata para o povo português que agora comemora em todo o mundo o Dia de Portugal, auguramos a todos os portugueses dias felizes dentro da compreensão que através de séculos sempre soube preservar.


Filha do meio de um casal de portugue-ses de uma aldeia de Trás-dos-Montes, o 10 de junho representa um profundo mergulho às minhas origens. Um dia de reflexão, de orgulho e saudade. Con-sagrar Portugal é agradecer tudo que o país significa para a minha família.Ao longo dos anos, Portugal e Brasil vêm trocando experiências culturais que contribuem para o fortalecimento dos laços afetivos, econômicos e políti-cos entre os dois povos. São irmãos que se reconhecem numa trajetória de luta, superação e crescimento. Por conviver tão intensamente com os dois povos, sei que brasileiros e portu-gueses têm muita coisa em comum. São trabalhadores, guerreiros, otimistas e que nunca abandonam o sorriso. Felizmente, são fortes os laços de amizade e sangue que nos unem. Raros são os portugueses que não possuem família no Brasil e muitos são os bra-sileiros descendentes de emigrantes portugueses.

São dois países lindos e que partilham uma história em comum. Partilham a mais bela língua do mundo, o portu-guês, e também do meu amor e da minha gratidão. O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é um marco na minha história de vida.

Obrigada, Portugal!

Mensagem da Deputada Estadual

Martha Rocha

Dia de Portugal de Camões e das Comunidades

Portuguesas no Mundo


Fazemos votos que a vocação ecumênica de Portugal perdure para sempre e que o DIA DE PORTUGAL seja a afirmação perene da

fraternidade dos portugueses entre nós e com os outros povos.


PORTOCidade RenovadaCidade em mudança

trabalho sem par. Fervilham as gentes; irrompem as oficinas e fábricas numa palpitação ruidosa e incansável; pejam-se as ruas de multidão imensa que parece sempre apressada, no seu comércio e nas suas mil e uma atividades.Comercia-se, negocia-se, prossegue-se a expansão, cria-se e progride-se. O Porto é o seu povo e esta é a cidade!...

É neste mês de junho que o Porto vive uma das suas mais belas tradições: as festas de S. João

Capital do Norte, origem de Portugal! É a cidade das pontes, das pontes monumentais, eis um título honroso reivindicado pelo Porto e colocado a par de outros, nobilíssimos e indestrutíveis, como o de capital do trabalho, que se mantém e se engrandece através dos tempos.Visto e apreciado de noite, o Porto é uma cidade tranquila, dir-se-ia animada. Mas, mal rompe o dia, ela surpreende o desprevenido que não lhe conheça à tradição, envolvendo-o num bulício entontecedor.Ela atualiza-se e suplanta-se no momento em que acorda e lança-se no seu dia a dia de


O mês de junho é significativo para Portugal e seu povo, pois comemora o seu dia “O Dia da Raça”. É no transcurso desta celebre data, enviamos nossos votos de paz e

tranquilidade aos portugueses daqui e d’Além Mar, na esperança de dias cada vez mais felizes.


“Nesta data em que se comemora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades; neste mês em que a Pátria é evocada, vibramos com todas as manifes-tações que unam todos os portugueses espalhados pelos quatro cantos no Mundo.”

Dr. Tomaz MetelloPresidente

[email protected] (351) 917.249.671

Mensagemdo Presidente


CoimbraCidade antiga, com uma vida que começou em Aeminium quando da ocupação romana da Península Ibérica, Coimbra é, antes de mais, muitos séculos de história, cultura e tradição. História nos seus documentos, autênticos monumentos à arte de épocas distantes, cultura na sua vetusta universidade (fundada em 1290), tradição na vida dos seus estudantes, bem presente na sua canção, no fado de Coimbra.

Coimbra é o criptopórtico romano, no Museu Nacional Machado de Castro, a Sé Velha e as igrejas de S. Tiago e S. Salvador, construções românticas, o gótico Convento de Celas, o Mosteiro de Santa Cruz, o Palácio de Sub-Ripas, a casa da Nau (hoje uma “república” estudantil), os arcos de Almedina, cuja parte mais antiga data do século IX, e do Jardim (século XVI) a Torre d’Anto (onde funciona a Casa de Artesanato da Região de Coimbra) ou a Universidade,

com a capela de S. Miguel (manuelina), a Biblioteca Joanina ou a Torre (barroca) ou, na outra margem do rio Mondego, os conventos e de Santa Clara-a-Velha e de Santa Clara-a-Nova (séculos XIV e XVII/XVIII).

Coimbra, é antes de mais, cidade universitária, centro monumental, viagem a uma cultura, a uma história, mas também terra de importantes e peculiares espaços verdes, como as matas de Vale de Canas ou do Choupal, com seculares e raras espécies arbóreas, ou lendários recantos como a Quinta das Lágrimas, e o Penedo da Saudade ou o parque de Santa Cruz, com os seus tanques e fontes setecentistas. E também de parques e condições naturais para a prática desportiva, como o lençol de água permanente do rio.

Entre a Praça do Comércio ou o Terreiro da Erva, em plena “baixa” medieval, e o cume da colina onde está implantado o

núcleo principal e mais antigo da Universidade, há toda uma velha cidade, de estreitas e inclinadas ruas, de casas e descer para o Mondego. Tudo em contraste com a cidade nova, de praças e ruas amplas, acessos ao Porto, Lisboa e fronteira de Vilar Formoso (120, 190 e 200 quilômetros respectivamente) ou às praias ou serras da montanha do interior (umas e outras a escassas dezenas de quilômetros).

Entre o cosmopolitismo de uma das maiores cidades do Pais e a ruralidade da paisagem que a envolve ou, aqui e além, a assalta, há uma cozinha regional (lampreia, chanfana, arrufadas, pastéis de Santa Clara, manar branco), um artesanato (louça pintada, ferro forjado, latoara, tecelagem), uma tradição estudantil ou religiosa (Queimas das Fitas e festas da Rainha Santa Isabel), uma canção. É Coimbra, cidade antiga, centro universitário, cultural, um patrimônio histórico e natural.


A raça de um povo, a glória de Luís de Camões... Com o maior entusiasmo as festividades do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.


Muito embora seja reconhecido por qualquer pessoa medianamente inteligente e culta que o Brasil é já, na atualidade, um “ente” racial perfeitamente constituído e emancipado, com um processo específico de desenvolvimento, jamais poderá negar-se a poderosa influência do sangue e do espírito lusíadas na sua formação. As raízes transplantadas de Portugal para um solo novo e fecundo teriam de produzir árvores novas sem, contudo, lhe alterar as principais características. E assim, nas menores oportunidades, não pode evitar-se o calor afetivo dos sentimentos a unir brasileiros e portugueses.

Ao comemorar-se o Dia da Raça, que é na realidade uma data profundamente luso-brasileira, visto ser inspirada na figura de Camões, construtor do idioma que nos é comum, observamos a espontânea aproximação dos dois povos, através das mais expressivas manifestações da inteligência. Neste ano de 2015, mais uma vez, as

solenidades alcançam particular brilhantismo no dia 10 de junho.

Todas as comemorações são de alta significação e delas resultará mais um grande passo para manter bem vivas as aspirações espirituais da família luso-brasileira, criada nos mesmos princípios cristãos, vibrando no mesmo orgulho de um passado comum e preparando na hora atual as diretrizes de um futuro que terá de ser glorioso pela consciente determinação de um puro idealismo.

Nós, os lusíadas, brasileiros e portugueses, estamos de parabéns e vivemos um momento de felicidade na celebração de solenidades evocativas, em jornadas cívicas que iluminam a alma e nos fazem crer na eternidade das pátrias. Bem hajam todos aqueles que contribuem por suas obras e dedicação para a causa da união de todos os povos que falam o idioma de Camões.

Se alguma vez um cataclisma

Luiz de Camõesl

O “Dia da Raça”

fragmentar ainda mais este dividido mundo, ainda assim, o sentimento lusíada permanecerá infiltrado em tudo o que restar, tão vasta tem sido a confraternidade esparsa em todos os continentes por aqueles que, servindo-se das virtudes concedidas eles, unificaram raças e criaram nações, fixando na história da humanidade o mais belo exemplo de amor e de compreensão.


10 de Junho é significativo para Portugal e seu povo, pois comemora o seu dia, o Dia da Raça. E de Camões e das Comunidades. Enviamos nossos votos de paz e tranquilidade

aos portugueses daqui e d’além-mar, na esperança de dias cada vez mais felizes.


De Norte a Sul de Portugal defla-grou um áspera polêmica: terá Amá-lia Rodrigues o direito de cantar em público poesia de Luís de Camões? Dividiram-se os pontos de vista, e a imprensa, a rádio e a TV encontra-ram nesta controvérsia nacional um novo filão para angariar o interesse público, ainda mal refeito do mani-festo dos srs. candidatos oposicio-nistas – mais aos quais já ninguém liga a menor importância, tal foi o descrédito em que se envolveram.

Antes de mais, há a considerar algo que nos parece fundamental para com inteligência e acerto se concordar, ou não, em que Amália cante Camões. Trata-se do seguin-te: a fadista canta o épico, ou o líri-co? Como não podia deixar de ser – até porque Amália era muito mais inteligente e sensível que muito “sr. e dr.” que nós conhecemos... – ela interpreta o lirismo camoniano, e não

CAMÕES &

AMÁLIAQuando Amália começou

a cantar Camõesa “tuba canora e belicosa”. Trovas, vilancetes, e tal-vez até sonetos impregnados de saudade e lirismo genu inamen te populares e portugueses. E porque não haveria de cantá-los?

Bem sabemos que há muito “eru-dito” que tem de Camões apenas uma visão estatuária e grandiosa, toda ela de bronze e mármores, e para quem o vate já teria nascido uma glória nacional, já cego de um dos olhos, já autor dos “Lusíadas”, já sobre o pedestal da fama – mas acontece que antes de tudo isso, an-tes de ser glória nacional, Luís Vaz de Camões foi um injustiçado ho-mem da sua grei, que muito amou e muito sofreu: andor por enxovais e foi condenado, viveu todas as amar-guras do exilio e teve amores infeli-zes – inclusive o da Pátria.

A autêntica vivência de Camões nada tem de comum com a soleni-dade póstuma que lhe emprestaram os mármores e bronzes das estátu-as: foi preso, deportado, perseguido, difamado e odiado por muita gente importante do seu tempo... Conhe-ceu a miséria em todos os aspectos mais trágicos.

Parece, pois, a fadista Amália não poderá ser atacada por ter gra-vado um disco em que canta, como só ela sabe, as estrofes do seu so-frido e portuguesismo lirismo. O jo-

vem espadachim barbado e brigão que foi deportado para a Índia no século XVI; o combatente anônimo das ameias de fortalezas africanas e do Malabar; o náufrago dos Ma-res da China que salvou a nado o seu Poema – que melhor divulga-ção poderia encontrar para a sua glória lírica do que a voz divina de Amália? Ou julgam mais acertado que Camões deva estupidamente continuar a ser odiado e temido por todos os estudantes, porque ape-nas o usam para se dividirem as orações nos seus endecassílabos?

Antes de ter sido coroado de louros, como todos os conhecem, Camões suportou durante toda a vida a sua coroa de espinhos, im-posta pela mediocridade e pela inveja de seus contemporâneos; antes de pertencer á estatuária de praça pública e ou túmulo solene – ele foi o poeta humaníssimo, so-fredor e lírico, cuja plangência está perfeitamente bem na garganta da cantadeira.

E seria mesmo muito difícil en-contrar-se um mais perfeita síntese da alma e do sentimento portugue-ses do que essa das trovas de Ca-mões na voz da Amália.

Portugal em Foco . Camões . 2015 |35

O “Dia da Raça”, evocativo da figura de Camões, símbolo da glória e das letras lusíadas, gênio de quem se orgulham os filhos das duas

Pátrias-Irmãs, é uma data que deve ser lembrada com respeitosa dignidade.



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Na passagem da data maior da nação portuguesa, de exaltação ao seu poeta, saudamos todos os portugue-ses que viverão este dia com muita festa e emoção.


Av. Salvador de Sá, 193-A – Cidade Nova – Rio de Janeiro

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Na passagem da data maior da nação portuguesa, de exaltação ao seu poeta, saudamos todos os portugueses que viverão este dia com muita festa e emoção.


Associamo-nos às homenagens prestadas a Portugal e a Luiz Vaz de Camões,que continua vivo e amado no coração de todos os portugueses.


10 DE JUNHODia de Portugal – O sentido de uma data

Neste dia, consagra-se Portugal e o seu Povo por sua contribuição decisiva e fundamental para a passagem da “Idade dos Mundos Fechados” para a “Idade do Universo Aberto”: Portugal condutor da Humanidade da Península Europeia, cercada de ignorância, medos e superstições para o espaço amplo dos continentes, revelador da verdadeira forma e dimensão do mundo.Portugal e o seu Povo reverenciam a 10 de junho, o pioneirismo temporal de suas navegações, a sua dispersão especial, o seu poder de intercomunicação entre povos e civilizações, e, acima de tudo, a sua universalidade cultural.

Nesta efeméride celebra-se também, o Portugal que com suas descobertas abriu as portas do Comércio Mundial, da África, da Ásia, das Américas e da Europa.Era o Mundo Novo que os portugueses, como pioneiros, indiscutíveis, ofereceram a Velho Mundo.Portugal descobriu e colocou ao dispor da Humanidade, os caminhos do conhecimento e da confraternização, as premissas do Mundo Moderno e do Desenvolvimento. As rotas das peregrinações, do comércio e do turismo dos tempos atuais.Este é o sentido da autêntica Portugalidade ao Serviço do Homem.

O 10 de junho foi a data escolhida pela sensibilidade dos portugueses para comemorar o Dia de Portugal.Nesta data símbolo se compreendem várias evocações e homenagens. Homenagem a Luís de Camões, o poeta que universalizou Portugal e a epopeia dos Descobrimentos em seu poema épico “Os Lusíadas”, um dos marcos mais expressivos da história mundial.Através de Camões e nesta data, celebram-se os “Descobrimentos” e homenageiam-se as gerações portuguesas dos séculos XV e XVI que foram a vanguarda da expansão europeia, reveladora de Terras e Povos que estavam por conhecer.


Neste mês em que Portugal festeja a sua data máxima desejamos que todos os portugueses espalhados pelo mundo reflitam sobre o seu futuro,

tendo como esperança o grandioso Portugal que agora renasce.

Rua Antero Pinto Pereira Lote 19 Quadra 5Jardim Meriti - São João de Meriti - RJ


Saudamos todos os portugueses, que vivem festivamente mais um 10 de Junho. No tremular da bandeira portuguesas vibram com o coração

luso-brasileiro nesta data de fé, amor e tradição.


A raça de um povo, a

glória de Luís de Camões... Com o maior entusiasmo

as festividades do Dia de

Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.


Ao ensejo do DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DA COMUNIDADE PORTUGUESA, saudamos todos os portugueses e luso-descendentes, esperando que a data de 10 DE JUNHO marque

sempre, de forma indelével, a grata união dos povos que falam a nossa língua.

O dia 10 de Junho do calendário cristão, assinala a gloriosa data que perpetua os grandes feitos da História de Portugal. Uma Pátria repleta de Santos, Heróis e Guerreiros, nascida num modes-to cantinho da Europa, feita aos pedaços conquistado de outros povos e abençoada por Deus, no seu amor divino. Foi no destemor e na audácia que a Pátria portugue-sa, revelou sua grandeza ao sulcar os oceanos imensos e descobrir “novos mundos” e desvendar os mistérios infundados do mar imen-so. Foi de tal modo a proeza que tornou-se um Império com a língua espalhada por este universo. O grande Olavo Bilac, ao referir-se a difusão do idioma português, certa vez, disse:

“Portugal, é a Pátria da língua portuguesa...”. E Camões, tão tripudiado na sua existência, muitas vezes foi condenado ao cárcere. Apesar dessas injusti-ças, o nosso Poeta Maior, disse na sua alma patriótica: “Esta é a ditosa Pátria minha amada...”. Neste Dia 10 de junho – Dia das Comunidades Portuguesas espalhadas por este mundo vale festejar com alegria e muito amor o calendário que registra o

heróicos feitos da nossa História de Portugal.Agradecer a Deus Nosso Senhor, sua divina proteção quando nos mares encapelados as caravelas com a Cruz de Cristo enfren-taram a ferocidade dos mares. Que Portugal de nossos dias, resolva as dificuldades que todo o Mundo está atravessando, são as preces deste casal senhora Florbela e Comendador Afonso Bernardo. Salve 10 de Junho.

Dia daRaça,Dia dePortugalDia deCamões!e dasComunidadesPortuguesas

Mensagem

ComendadorAfonso Bernardo Fernandes eSra. Florbela



CAMÕES, ninguém soube como este poeta expressa todo sentimentalismo e beleza de PORTUGAL. Mas seu povo, tanto como nos quatro cantos do mundo, por certo saberá e

sentirá toda emoção e orgulho nestes dias em que a vida, obra e história do país ressurgem.


O Portugal dos nossos dias que se agiganta entre os grandes da Europa,esta comemorando o seu grande dia, neste mês também das Comunidades.


Portugal comemora em 10 de Junho dois fatos relevantes da sua projeção no mundo – O Dia de Camões e o Dia da Raça por isso mesmo aqui registramos nossos votos de felicitações à colônia lusa do Brasil,

augurando pelo progresso sempre crescente a sua pátria eterna.


O nosso cordial abraço aos portugueses que vivem intensamente a data magna, e, particularmente, para as nossas gentes, às quais dedicamos estas nossas palavras.


No Dia de Portugal e de Camões a nossa saudação para o povo português, corajosoe desbravador, que desde os tempos primórdios soube lutar e honrar sua bandeira.


SAGRESDaqui partiram descobridores de mundos...

Um oceano povoado de monstros terríveis. A visão das longínquas terras da Índia, que, segundo a descrição dos cruzados e viajantes, possuía pedras preciosas, seda, ouro especiarias. Este era o conhecimento do mundo pela Europa do século XV cujas fronteiras eram delimitadas pelo medo do desconhecido.

Em Sagres, na solidão austera do promontório fustigado pelo vento e pelo mar, um Príncipe medita e estuda. Corajosamente ele ousa lançar, para além do horizonte, “por mares nunca dantes navegados”, navios frágeis e intrépidos que, utilizando novas técnicas, pela primeira vez permitem navegar longe da costa e com qualquer tempo – as caravelas.

O Infante D. Henrique,

navegador, inventa, apoiando-se na ciência mais exata do seu tempo e arte da navegação. Traça rotas marítimas, descobre arquipélagos, explora litorais e permite, pelos seus trabalhos de sábio, graças à fé e coragem dos seus marinheiros, a festa imensa dos Descobrimentos, que mudam a face do mundo. Dobra-se o cabo da Boa-Esperança, chega-se à Índia, descobre-se o Brasil, o Cristianismo estende-se até ao Japão, ao interior da África, às margens do Amazonas, porque os portugueses levam consigo a sua religião, a sua língua, a sua civilização.

Cinco séculos depois do “Príncipe que domou o mar” reencontra-se, em Sagres, a sua memória e dos homens estudiosos, visionários, e sem medo, que saibam ler os

números e as estrelas, pressentiam novos mundos, afrontaram os perigos do oceano e das terras selvagens.

Hoje, Sagres é assim...

Lugar estimulante para a imaginação, vivificante para o espírito, repousante e exatamente para o corpo, é assim Sagres, esporão mergulhado no Atlântico, situado na extremidade sudoeste da Europa. Até o infinito os horizontes de água e sol, o céu povoado de aves, o mar viril ou acariciador conforme a hora e o vento. A corrente quente do Golfo está próxima, a caça abunda nos campos cobertos de flores silvestres e, cada dia, pescadores experientes guiam desportistas entusiasmados na aventura cotidiana e apaixonante da pesca.



Portugal comemora em 10 de Junho dois fatores relevantes a sua projeção no mundo – O Dia de Camões e o Dia da Raça. Por isso mesmo aqui registramos nossos votos de felicitações.


Com o espírito voltado á “Pátria Mãe”, no Dia de Camões, enviamos nossas mensagem de congratulações a Comunidade Luso-brasileira


Guardamos com orgulho em nossos coração a lembrança de uma data que não mais se apagará Dia de Camões, Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesa no Mundo!

25 - portugal em foco · e lendas dos mares tenebrosos, construindo, assim, a maravilhosa epopeia...

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