25 anos - cei coryntho baldoíno

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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIRETORIA REGIONAL DE ITAQUERA CEI CORYNTHO BALDOÍNO DA COSTA FILHO ENTRE A MEMÓRIA E A RENOVAÇÃO 25 ANOS DE TRABALHO

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Entre a memória e a renovação - 25 anos de trabalho do CEI Coryntho Baldoíno da Costa Filho - DRE Itaquera/São Paulo

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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃODIRETORIA REGIONAL DE ITAQUERA

CEI CORYNTHO BALDOÍNO DA COSTA FILHO

ENTRE A MEMÓRIA E A RENOVAÇÃO25 ANOS DE TRABALHO

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FUNCIONáRIOS DA UNIDADE / 2013

Diretor:Gracita Lopes Psaromilingos

Coordenador Pedagógico:Solange Aquaroli Del Papa

Professores de Educação Infantil:Ana Lúcia B. de SouzaBernadete Lucena de O. GarciaBruna Ap. Gomez Nitri de AndréCarmen Peres FrangettiDirce Maria de M. RibeiroEdinilsen da Silva RibeiroElisabete Vaz Lopes MedradoElza de Jesus LucciFernanda da Silva FerreiraGleider Medeiros FrancoHeren de Lara ArrudaIvone Penha BarardiJuliana Lourenço M. DiasLucia Helena S. PalmeiroMaria Aparecida TerasakaMarisa Ap. Béja da SilvaMarisa Cerqueira NunesMiriam Núbia Jardim PratesRemilda de Fátima BritoRosangela Ap. SantosRosemi Alves PalmeiraSandra Regina dos SantosSilvana da Conceição R. LopesSilvia Santos OliveiraTania Maria da ConceiçãoVandalva Paulo Oliveira

Merenda TerceirizadaAbelina Maria da S. SouzaValdinéia Santos da Paixão

Auxiliares Técnicos de EducaçãoDaniella Ellero MarqueziniIvaldo da Costa JuniorMarco Antonio C. de SouzaTamia Nunes Sanches

Agentes EscolaresImará Gomes dos S. RibeiroMarta Correia de SouzaSilvana Maria dos santos RodriguesSilvia de Cássia Tenuta de S. Ribeiro

Agentes de ApoioAntonia RodriguesAparecido Rugieri da SilvaCleuza de mattosFernando Baptista da SilveiraMarlene Nunes MesquitaSimone da Silva Leite

Limpeza TerceirizadaRita Maria Gomes da SilvaKarina Ramos BrandãoSelma Ap. M. FernandesSolandia Bernadete de Souza

SUMáRIO

Funcionários da Unidade / 2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3A importância do registro no CEI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Roteiro de observação para registro individual das crianças . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Período de adaptação/acolhimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Relações sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7A tecnologia e o registro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Leitura e reconto: uma arte sem idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Mergulhando no Universo da Leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

A leitura no cotidiano do CEI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Leitura como Atividade Permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Sessões Simultâneas de Leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Tapete de Leitura um poema, e muita interação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Empréstimo de Livros Infantis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Adaptação da criança no ambiente escolar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17O percurso de ontem e de hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Expectativas de Exploração das linguagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Linguagem corporal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Brincar e imaginar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22Conhecimento e cuidado de si, do outro, do ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Explorando diferentes linguagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24Linguagem verbal/escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24Natureza e Sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Conhecimento matemático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

O espaço escolar como ambiente de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Como o ambiente influencia na aprendizagem infantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

O Percurso criativo da criança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30Através da arte a criança expressa seus sentimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30Exposição realizada no final de 2012 – Festa da Família – Trabalhos realizados

pelas crianças e organizados pelas professoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33“Viajar num mundo letrado” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Roda de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34Roda de contação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Roda de manuseio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Funcionários que contribuem para uma educação de qualidade no CEI . . . . . . . . . . . 38Pessoas que passaram pelo CEI e colaboraram na construção de uma educação

de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Com a palavra a comunidade... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Agradecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

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A IMPORTâNCIA DO REGISTRO NO CEIBruna Ap. Gomez Nitri de AndréMarisa Cerqueira NunesVandalva Paulo Oliveira

“Registrar é mostrar a beleza do momento”Professora Marisa C. Nunes

A partir do pressuposto de mudanças nas estruturas e modelos dos registros existentes no CEI, priorizamos no ano de 2011 um estudo sobre novas formas de registros, o estudo levou o grupo de docentes a discutir e refletir no PEA (Projeto Especial de Ação) – “O Papel do Registro na Educação Infantil, sua Importância e sua Função” sobre os registros prováveis a serem introduzidos na “avaliação” da criança. Sem dúvida foi um desafio para o grupo colocar novas práticas em sua rotina.

Abordamos também outras formas de registros focando nos planejamentos: ANUAL, BIMESTRAL e o SEMANAL, nesse momento entram em ação as observações dos professores que contribuíram para a percepção da singularidade e a integralidade das crianças, podendo assim realizar novas propostas de trabalho de acordo com a necessidade de sua turma.

Com base nos planejamentos semanais cada professor registra diariamente as impressões, resultados e intervenções feitas a partir das observações e interações realizadas com as crianças no momento da execução das atividades. Foram utilizados os encontros do PEA para discussão, reflexão e análise de diferentes registros com a finalidade de aprimorarmos aquelas escritas já elaboradas. Passamos a pensar então, em uma nova forma de registro, não mais aquele com a intenção de listagem de atividades a serem assimiladas conforme o realizado em sala de aula no dia a dia e sim, um registro reflexivo, capaz de nos fazer repensar diferentes saberes, em diferentes situações buscando avaliarmos também a nossa própria prática pedagógica.

O registro individual da criança era visto como “burocracia” com a finalidade única: deixar registrado, arquivado e esquecido, desprezando histórias do processo de desenvolvimento das crianças. Era preciso reconsiderar o valor daqueles “documentos”, que deixassem de ser meramente uma avaliação da criança no ano de sua passagem pelo espaço do CEI e repensar na finalidade destes registros, qual a função deles no processo de aprendizagem da criança no tempo de permanência no CEI.

A fim de enriquecermos os registros avaliativos das crianças e transmitirmos com mais detalhes às famílias o processo de desenvolvimento do seu filho criamos o “Caderno de Registros” de cada criança. Nele consta toda a trajetória e desenvolvimento do pequeno em todos os anos em que frequentou o CEI, iniciando no Berçário I e encerrando os registros no Minigrupo II e ficando como uma recordação para a família de todo processo da criança no espaço do CEI.

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O primeiro passo era responder às perguntas dos docentes frente ao novo desafio: como registrar? O que registrar? Qual a forma correta do registro? Respostas essas deixadas para serem refletidas pelo grupo, que foi avançando e aprendendo a olhar a criança em vários momentos e nas várias linguagens. Os textos e relatos de experiências nos estudos do PEA ajudaram a essas reflexões, o papel da coordenadora pedagógica nesse momento de formação foi muito importante, concluindo assim que não existem formas certas ou erradas de registros, cabendo a cada docente desenvolverem a sua escrita de forma coesa e que consiga transmitir o processo de desenvolvimento da criança, elementos esses decisivos para avançar nas formas de observação, planejamento e registros dos docentes, que agora se sentiam “amparadas” para vencer o maior de seus medos: escrever.

Assim sendo foram construídos os objetivos que teríamos que alcançar no decorrer da elaboração dos registros:

* Perceber o caminho percorrido pela criança em seu desenvolvimento;

* Utilizar a observação como instrumento básico para o processo de avaliação, permitindo obter informações objetivas de cada criança;

* Consolidar o registro como parte do processo de aprendizagem e que deve estar sempre presente na prática pedagógica;

* Levantamento de “observáveis”, ou seja, situações, momentos que possam ser observados e registrados pelo professor;

Para que os registros não ficassem apenas no campo comportamental da criança, tivemos como apoio um roteiro de itens/momentos a serem observados e então registrados:

ROtEIRO dE ObsERvaçãO PaRa REgIstRO IndIvIdual das cRIanças

PERíOdO dE adaPtaçãO/acOlhImEntO

Como foi o período de adaptação/acolhimento da criança:• Opaiouresponsávelcompareceuaoperíodopropostoparaadaptação;• Alimentoue/ousealimentacorretamentediariamente;• Temumsonotranquilo;• Hábitosdehigiene;• BrevehistóricodecomoacriançachegouaoCEI.

RElaçõEs sOcIaIs

* A criança interage com adultos conhecidos?* A criança responde quando adultos que ela conhece iniciam intervenções;* A criança ainda não brinca com outras crianças;* A criança inicia interações com outras crianças;* Identifica alguns colegas pelo nome;* Solicita ajuda do adulto para resolver problemas;* Tenta resolver problemas com outras crianças de forma autônoma, através de

negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis ( dividir brinquedos, esperar a vez, etc).

O estudo valorizou vários aspectos até então não desenvolvidos em nossos registros, o primeiro aspecto foi a observação, um olhar mais direcionado ao momento da ação da criança interagindo ao meio e com o outro, ressaltando a preocupação individual, mas integrando-a no grupo, onde os registros compartilhados com os pais pudessem visualizar o desenvolvimento global da criança e não uma forma oculta e fragmentada do modelo existente.

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Outro aspecto foi a forma dos registros sendo algo peculiar do professor que relata de forma clara e objetiva o desenvolvimento, os limites, as dificuldades e as prováveis intervenções realizadas no momento da aplicação da atividade com a criança.

a tEcnOlOgIa E O REgIstRO

A inovação tecnológica nos remete a descobrir, buscar e desenvolver habilidades e competências sobre novas formas de registrar com o intuito de subsidiar a prática reflexiva sobre o processo de ensino e aprendizagem, considerando e ampliando nosso olhar sobre a criança, suas vivências, experiências, saberes e processos.

A fotografia é um registro da realidade, a imagem pode causar emoções, despertar alegria e recuperar momentos raros e únicos não vivenciados por pessoas naquele momento da ação/desenvolvimento infantil, as professoras trabalham diariamente as várias linguagens e observam as crianças realizando movimentos, gestos, falas... E passa a ter um olhar “testemunhal”, o professor sendo testemunha do desenvolvimento da criança, assim a foto acaba sendo um facilitador do registro, a imagem transforma-se numa escrita a partir do momento em que é significativa. “Dessa forma pode-se dizer que a foto é um testemunho visual de certa situação ou fato, ou seja, ela se oferece como registro do que o espelho vê, representa o que realmente aconteceu como as pessoas nos veem e como éramos naquele momento. (LEITE, 2005: 38)”.

Temos, porém todo o apoio para realizarmos o processo de construção dos cadernos de registros individuais das crianças, de uma forma coerente é consciente recebemos matérias, sendo disponibilizados os computadores, papeis de fotos e tintas para impressão dessas fotos.

Do ano de 2011 até a data desta publicação observamos um avanço significativo nos registros apresentados para os pais que elogiam muito o trabalho docente.

Com o novo modelo de registros das crianças as reuniões de pais ficaram mais participativas e atrativas, pois apreciam esse momento de leitura do processo de desenvolvimento do filho, transformando a reunião em um momento de expectativas.

“Aprendemos quando compartilhamos experiências.” (John Dewey)

Professoras: Bruna Vanda Marisa Cerqueira

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LEITURA E RECONTO: UMA ARTE SEM IDADE

“Ainda acabo fazendo livros onde nossas crianças possam morar”.Monteiro Lobato

Silvia Santos Oliveira

De acordo com Sandroni e Machado, o prazer e o hábito pela leitura são desenvolvidos aos poucos. Iniciam-se em casa, ampliam-se na escola e estendem-se pela vida inteira. A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato com o universo literário e que é estimulada, terá um desenvolvimento positivo ao seu vocabulário e avanços no desenvolvimento de aprendizagem.

O objetivo desse projeto é colocar a criança em contato com livros, histórias e com o mundo letrado. Para ela aprender sobre a linguagem, precisa usá-la, por isso, não basta ouvir as histórias que o professor lhe conta, mas sim apropriar-se da expressão oral e escrita ao recontar uma história tal como se apresenta no livro. A elaboração de estratégias metodológicas para a leitura e reconto contribuem também, na constituição do comportamento leitor.

“Pra mim, livro é vida, desde que era muito pequeno os livros me deram casa e comida....Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;...em pé fazia parede; deitada fazia degrau da escada;...Inclinado, encostava num outro e fazia telhado.E quando a casinha ficava pronta eu me exprimia lá...dentro pra brincar de morar em livro.De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes).Primeiro, olhando desenhos; depois decifrando palavras...Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça;Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntima a gente ficava,Menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas...”

Lygia Bojunga Nunes.

mERgulhandO nO unIvERsO da lEItuRa

O Reconto de Emilly (3 anos)

– Cadê a Clarisse?– Está fazendo bagunça.– Cadê a Clarisse?– A flor dela parece bonita.– Ela falou: Eu não vou assistir nada de DVD. E falou: vou assistir o filme do meu pai.– Cadê a Clarisse?– Tá em cima da mesa.Outra criança respondeu:– Não.– Cadê a Clarisse?– Ela tá mexendo no guarda roupa.Outra criança respondeu:– Não tá. Tá no armário.– Cadê a Clarisse?– Está fazendo bagunça no sapato.Outra criança respondeu:– No chinelo.– Cadê a Clarisse?– A Clarisse está mexendo no telefone.– Cadê a Clarisse?– Está fazendo risinhos.Algumas crianças riram.– Está dando beijinhos.Algumas crianças mandaram beijinhos.– Cadê a Clarisse?– Ela está acabando de dormir.Todos bateram palmas.

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O grupo acompanhou os recontos. Algumas crianças se anteciparam nos comentários e interagiram de forma positiva com quem estava recontando. Quase todas as crianças se manifestaram para recontar a história.

Percebi que o grupo desenvolveu o Comportamento Leitor. Faz referência à autora, folheia o livro na posição correta e do início para o fim. Também imita a postura da professora. Quando as crianças apreciam a história, o reconto se torna mais rico em detalhes.

REFERÊNCIASA Rede em Rede: A Formação Continuada na Educação Infantil/ Secretaria Municipal de

Educação. São Paulo: SME/DOT, 2010.BRASIL, MEC Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para

a Educação Infantil, Brasília, 1998. V.3: Conhecimento do mundo. P.119.SANDRONI, Laura, MACHADO, Luiz. A Criança e o livro. São Paulo: Ed. Ática, 1991.

Professora Silvia

A LEITURA NO COTIDIANO DO CEIBernadete Lucena de Oliveira GarciaEdinilsen da Silva RibeiroMaria Ap. TerasakaRosemi Alves Palmeira

O trabalho com leitura no CEI Coryntho Baldoíno da Costa Filho é desenvolvido diariamente através de projetos, que são proporcionados às crianças e estendidos também às famílias, buscando integrá-las na vida escolar de seus filhos. Os projetos são executados de 4 formas para que atinjam os objetivos de forma ampla: Leitura como atividade permanente, Sessões Simultâneas de Leitura, Tapete de Leitura e Empréstimos de livros infantis.

lEItuRa cOmO atIvIdadE PERmanEntE

É um dos projetos mais antigos do CEI. Ele consiste em proporcionar às crianças contato com a leitura e com livros. Esses contatos podem ser através da escuta: a professora realiza a leitura de um livro para as crianças apreciarem a história; da roda de contação: a professora conta a história fazendo uso de fantoches ou outros adereços; roda de Manuseio: é o momento em que a criança manuseia livros, gibis ou revistas.

O objetivo desse projeto é colocar a criança em contato com os livros, histórias e com o mundo letrado, desenvolvendo assim, comportamento leitor

Manuseio de gibis Recontando a história para os amigos

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sEssõEs sImultânEas dE lEItuRa

Surgiu a partir da inserção do CEI no Projeto Entorno em 2010. Este projeto é desenvolvido em toda rede municipal, e tem como objetivo proporcionar prazer em escutar a leitura em voz alta, fazer antecipações do enredo e compartilhar o efeito que a leitura de uma história produz. Nesta proposta, a criança tem a oportunidade de escolher a história que quer ouvir segundo suas preferências e não pela escolha do professor. As Sessões acontecem toda sexta-feira, quinzenalmente, uma vez pela manhã e uma vez à tarde, em todas as salas e é desenvolvida em 5 etapas:

1o O professor seleciona o livro a ser lido – É importante que o professor leia o livro antes, pois este deve ser bem escrito e conter uma história encantadora.

2o A partir da história selecionada monta-se um cartaz com uma pequena resenha do livro, despertando assim, a curiosidade da criança.

3o Monta-se um mural com as resenhas elaboradas pelos professores.

4o As crianças inscrevem-se para as sessões – É o momento que o professor lê para a criança as resenhas e, a partir daí ela escolhe o livro e a sala que quer participar da leitura.

5o Cada professor em sua sala apresenta o livro para as crianças e realiza a leitura dando entonação na sua voz de forma a levantar hipóteses sobre o enredo. Após a leitura, conversa com as crianças sobre a história.

Sessão Simultânea de Leitura Mural para escolha dos livros

taPEtE dE lEItuRa um POEma, E muIta IntERaçãO

Foi um Projeto realizado em 2011 e que continuou em 2012. Surgiu da necessidade dos professores em organizar suas turmas para os momentos de leitura e da intenção de diversificar os gêneros literários apresentados às crianças, que até o momento eram histórias narrativas. A partir daí foram inclusos, também, Poemas e Poesias diversas. Os tapetes foram construídos juntamente com as famílias como forma de integração. As famílias foram convidadas a vir à escola onde ouviram a leitura de um poema ou de uma história e depois receberam um pedaço de tecido onde pintaram um trecho conforme sua interpretação.

Encontros dos pais para Utilização do tapete na pintura do tecido (2012) hora da História. (2011)

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EmPRéstImO dE lIvROs InFantIs

Iniciou-se em 2011 com os Mini-grupos II, e expandiu-se nos outros agrupamentos em 2012, consolidando-se em 2013. Nele as crianças escolhem um livro e levam para casa na sexta-feira, devolvendo-o na semana seguinte. Junto com o livro uma das crianças leva, também, um caderno. Neste caderno, é relatado por algum familiar como foi o momento da leitura. Além do relato escrito, podem-se colocar fotos da criança ou da família no momento da leitura. Este projeto tem o objetivo de proporcionar momentos de prazer e entretenimento em família através da leitura.

É evidente o interesse pela leitura, pois na semana que por algum motivo a criança não leva o livro para casa, há cobrança por parte dos pais na semana seguinte.

As crianças escolhem os livros que querem levar para casa.

Pastas de leitura.

Professoras: Bernadete Lucena Maruk Rosemi Edinilsen

ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLARElisabete Vaz L. MedradoGleider Medeiros FrancoIvone Penha BarardiRemilda de Fátima Brito

O início do ano letivo é um período marcado pela adaptação da criança e sabemos que o primeiro contato que ela tem com o CEI é um momento único e especial, tanto para a família quanto para a escola. Partindo desse pressuposto, é fundamental que nós professoras recebamos as crianças com o maior afeto possível, demonstrando simpatia e principalmente mostrando segurança no convívio escolar. Também é um período que requer muito mais de nossa atenção. As crianças estão saindo do aconchego de sua família e sendo inseridas em um novo ambiente. E a adaptação varia de criança para criança, por isso é importante que ela seja a mais individual possível, respeitando a capacidade, potencialidade e desenvolvimento de cada uma.

É importante que a mãe, pai, avós ou alguém com quem a criança tem um vínculo afetivo forte, a acompanhe nos primeiros dias. É imprescindível que os pais permitam a aproximação, pois ela precisa formar vínculos com a professora e os novos amigos. Assim aos poucos a criança vai estabelecendo como é prazerosa essa nova vida no ambiente escolar, pois o papel da escola não é o de ser um substituto da mãe/pai ou família, mas sim suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos, só os pais desempenham, estendendo assim, os vínculos para com outras pessoas. Separar-se dos pais e ir para a escola é uma experiência intensa que envolve ganhos e perdas, exige e promove crescimento.

A segurança da família é decisiva para um bom andamento da adaptação. O choro na hora da separação é frequente e nem sempre significa que a criança não queira ficar na escola. Se os pais confiam na escola, sentirão segurança na separação e esse sentimento será transmitido à criança, que suportará melhor a nova situação. A criança em poucos dias sentir-se-á segura aceitando o novo ambiente e as pessoas com quem terá convívio. A adaptação da criança pode demorar de um dia a meses dependendo da idade e do tipo de relação que tem com as pessoas queridas.

O objetivo geral do período de adaptação é proporcionar à criança um ambiente aconchegante e atraente que venha promover o desenvolvimento, onde possa vivenciar novas experiências, para que possamos conquistar sua confiança e dos pais.

É assim que agimos aqui no Cei Coryntho. Sejam bem vindas crianças!!!

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Famílias participando do período de adaptação.

Professoras: Remilda Beth Ivone Gleider

O PERCURSO DE ONTEM E DE HOjEGracita Lopes Psaromilingos

Ingressei na PMSP em maio de 1999, quando as creches ainda eram mantidas pela Secretaria da Assistência Social e entendidas como equipamentos sociais para atender crianças de 0 a 6 anos com foco assistencialista. Nesse mesmo ano foi publicada uma Portaria Intersecretarial (SAS e SME) composta por membros das duas Secretarias para organizar a transição das creches para o sistema municipal de ensino.

O processo de transição ocorreu gradativamente entre 2001 e 2004, quando ainda existiam os NAEs (Núcleos de Ação Educativa) que foram extintos em agosto/2002 com a criação das 31 Subprefeituras, o que melhorou a organização no atendimento à população. Essa reorganização propiciou projetos integrados entre as Coordenadorias de Educação, Saúde e Assistência Social e, especificamente, tornou-se importante na inserção das creches na área da educação.

Em 2002 as creches passam a ser denominadas Centros de Educação Infantil – CEI, o que denota uma mudança na concepção também da própria nomenclatura.

Foi oferecido às Auxiliares de Desenvolvimento Infantil – ADIs – o curso profissionalizante – ADI Magistério – para que pudessem estudar e transformar seus cargos em Professor de Desenvolvimento Infantil, mais tarde PEI – Professor de Educação Infantil, pois muitas possuíam apenas o Ensino Médio.

Nesse momento já se vislumbravam mudanças significativas no cotidiano dos CEIs, com a vinda do Coordenador Pedagógico para subsidiar a elaboração do Projeto Político Pedagógico, a formação dos Professores e o planejamento das atividades. Deu-se nova visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pelo corpo docente.

O atendimento à demanda, assim como as matrículas, foram organizadas e inseridas no Sistema Escola On-Line, o que permitiu o controle mais eficiente das vagas e acompanhamento da vida escolar da criança. A atribuição das salas, anteriormente feita sem muitos critérios, considerando muitas vezes a aptidão para trabalho com berçário ou com crianças maiores, agora passa a ser mediante pontuação e classificação da professora, que pode escolher o turno e o módulo para atuar, permanecendo nele durante todo o ano, dando continuidade ao trabalho pedagógico (acabando com os remanejamentos).

CEI Coryntho na década de 90

CEI Coryntho hoje

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O recebimento de recursos financeiros para manutenção do prédio e equipamentos também colaborou sobremaneira para termos um espaço mais agradável e com qualidade, apesar de ainda ser insuficiente para realizarmos tantos reparos necessários no dia a dia. Contudo, os equipamentos recebidos, desde computadores, copiadoras e impressoras, contribuíram para o dinamismo do trabalho, tramitação de documentos e agilidade nas tarefas administrativas, assim como informações aos munícipes.

O Programa de Transferência de Recursos Financeiros – PTRF – e o Programa de Dinheiro Direto na Escola – PDDE – possibilitam a aquisição de materiais pedagógicos e equipamentos que proporcionam a realização e o registro das atividades com muito mais qualidade, valorizando o trabalho do professor e sua apresentação aos pais.

Atualmente nossa unidade tem um quadro completo de servidores, em que podemos contar com os Agentes Escolares, Agentes de Apoio e Auxiliares Técnicos de Educação, auxiliando os Professores nas atividades. Isso foi possível após a terceirização da limpeza, merenda e vigilância.

De um modo geral, nesses 25 anos de existência e nos meus 14 anos na gestão do CEI Coryntho, várias transformações ocorreram e o resultado que verificamos é extremamente positivo no que diz respeito ao atendimento que damos às nossas crianças. Há empenho, envolvimento e compromisso de funcionários nos projetos, ações e atividades que são propostas.

Nosso objetivo diário é “olhar” cada criança com cuidado e respeito pelo que ela pode também nos ensinar, é orientá-la para novas descobertas. É dar-lhe oportunidade de continuar construindo sua própria história.

Gracita Lopes PsaromilingosDiretora do CEI Coryntho

ExPECTATIVAS DE ExPLORAÇÃO DAS LINGUAGENSCarmen Peres FrangettiMiriam Núbia Jardim PratesRosângela Aparecida SantosTania Maria da Conceição

lInguagEm cORPORal

Este artigo pretende ampliar e possibilitar alguns aspectos relacionados à temática corpo e movimento, na qual estamos desenvolvendo, neste ano, nos espaços do CEI atividades que contemplam os estudos do Projeto Especial de Ação – PEA: “DESCOBRINDO O MUNDO ATRAVÉS DO CORPO E MOVIMENTO”. Incentivamos assim a criança a explorar o entorno e os movimentos de seu próprio corpo.

“As crianças, desde o nascimento, atuam e dão significado ao ambiente em que vivem por meio de movimentos, que são interpretados por seus parceiros culturais e se tornam gestos, que por sua vez, compõem uma linguagem cultural. Por meio desta a criança se apropria criativamente de sua cultura e se comunica com as crianças e adultos que dela compartilham.” Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 4 – 2013-06-30

Embora a criança se movimente ao nascer, ela necessita percorrer um caminho de aprendizagem na interação com os outros e com o mundo para ampliar suas possibilidades de movimento, partindo de reações reflexas, rumo ao domínio intencional de um sistema complexo de coordenação de gestos e percepções.

Assim, progressivamente, a criança é capaz de obter, por meio do ato motor, aquilo que deseja alcançar, segurar ou levar à boca. “O ato motor também passa a integrar um sistema compartilhado de símbolos, possibilitando a expressão de um desejo, ou de um medo, por meio de gestos.” Alguns princípios podem orientar a aprendizagem dos gestos e movimentos na educação infantil, favorecer a organização de atividades oportunas para uma produção criativa de novos ele-mentos corporais, am-pliar o repertório gestual e domínio dos movimen-tos em cada proposta. (Orientações Curricula-res – Educação Infantil – 2007, p. 61).

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bRIncaR E ImagInaR

A brincadeira de faz de conta promove para a criança um momento único de desenvolvimento, no qual ela exercita em sua imaginação a capacidade de planejar, de imaginar, de situações lúdicas, os seus conteúdos e as regras existentes em cada situação.

Por meio da brincadeira a criança consegue comunicar-se com o mundo do adulto, no qual adquire controle interior, autoestima e confiança em si mesma, levando-a a agir de maneira mais ativa para que vivencie experiências de tomada de decisões, como por exemplo, comer sozinho, vestir-se, fazer amigos, entre outros.

O brincar de faz de conta permite à criança a construção do mundo real, pois brincando ela trabalha com situações em que vive no social, podendo assim, compreendê-las melhor. De acordo com Freud apud KISHIMOTO ( 2003, p 57):

Cada criança em suas brincadeiras comporta-se como um poeta, enquanto cria seu próprio mundo ou, dizendo melhor, enquanto transpõe elementos formadores de seu mundo para uma nova ordem, mais agradável e conveniente para ela.

Estudos feitos na Antropologia, Sociologia, Psicologia, Linguística e outras áreas do conhecimento têm apontado que brincar é o principal modo de expressão da infância, a ferramenta por excelência para a criança aprender a viver, revolucionar seu desenvolvimento e criar cultura. A criança teria na brincadeira que faz com outra criança, ou sozinha, oportunidade para usar seus recursos para explorar o mundo, ampliar sua percepção sobre ele e sobre si mesma, organizar seu pensamento e trabalhar seus afetos, sua capacidade de ter iniciativa e ser sensível a cada situação. Em especial o brincar de faz de conta é apontado por diferentes pesquisadores como ligado à promoção da capacidade de imaginar e criar pela criança.

cOnhEcImEntO E cuIdadO dE sI, dO OutRO, dO ambIEntE

A cooperação, conforme Piaget (apud De Vries e Zan, 1988), encontra-se nas pessoas autônomas. No entanto ela precisa ser trabalhada desde já nas instituições de educação infantil para que possam formar cidadãos autônomos. “Um projeto de educação que almeja cidadãos solidários e cooperativos deve cultivar a preocupação com a dimensão ética, traduzindo-a em elementos concretos do cotidiano da instituição” (REFERENCIAL NACIONAL CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, 1988, vol. II, p. 15). Uma das características marcantes desse relacionamento é o respeito, pois cooperação é sinônimo da busca pelo interesse comum.

Para Almeida (2004), respeitar a criança significa não limitá-la em seu desenvolvimento, oferecer a ela vários meios para que desenvolva suas ações, proporcionar a autonomia e acolhê-la sempre, procurando conhecê-la melhor para que possa entender qual é o ponto de desenvolvimento que ela necessita e trabalhar para que consiga levá-la ao seu pleno desenvolvimento.

Os professores auxiliam e ensinam as crianças a cuidar de si, organizando tais situações de modo adequado para cada faixa etária, de forma que a autonomia delas seja construída sem risco à sua integridade física e psíquica. Para tanto eles precisam considerar ainda o ambiente como espaço coletivo com características próprias para ajudar as crianças a aprender que qualidade de vida envolve nutrição saudável, higiene, compartilhamento, socialização, interação com a família, professores e colegas, enfim com o meio no qual está inserido. (Orientações Curriculares – Educação Infantil, 2007 p. 53).

Diante das Orientações Curriculares, estudos do PEA e outros autores sobre os temas sugeridos, o grupo de professores do CEI “Ver. Coryntho B. C. Filho”, realiza atividades que contemplam tais áreas, com o objetivo de desenvolver na criança sua aprendizagem, autonomia e o seu pleno desenvolvimento, estimulando-a a ter uma nova visão de mundo. É também uma importante fonte de prazer, autoconhecimento, sociabilidade promovendo a construção de novas possibilidades onde a criança enriquece seu potencial expressivo.

Professoras: Rosangela Carmen Tania Míriam

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ExPLORANDO DIFERENTES LINGUAGENSAna Lúcia B. de SouzaDirce Maria de M. RibeiroElza de Jesus Lucci

lInguagEm vERbal/EscRIta

O desenvolvimento da linguagem verbal é um dos mais importantes onde as crianças exprimem suas ideias, sentimentos e seu potencial imaginário através da oralidade ou escrita.

Enquanto instituição educacional, o CEI tem como princípio a oralidade, como meio de aprendizagem em que os pequeninos começam a entender o mundo e tudo que os rodeia.

Desta forma, todas as ações promovidas favorecem o momento vivenciado pelas crianças, como por exemplo: roda de conversa, música, leituras diversificadas (histórias, quadrinhos e parlendas), assim também como brincadeiras e cantigas de roda.

O papel da escrita, evidentemente, também é observado no CEI, já que esta completa a linguagem oral, segundo afirmação de Emília Ferreira:

“A tão famosa maturidade para a leitura e escrita depende muito mais das ocasiões sociais de estar em contato com a linguagem escrita do que qualquer outro fator que se envolve.” (Ferreira, 1985 p. 44)

Partindo da concepção que a condição para construção do sujeito é o contato com o objeto do conhecimento. No CEI a criança desde o berçário já tem a oportunidade de estar em contato com seu próprio nome, assim como manusear materiais como revistas, gibis, letras móveis, etc. Pois a crianças lê sem saber ler, escreve sem saber escrever e é a possibilidade de fazê-lo não convencionalmente que lhe permite compreender o sistema convencionalmente usado para ler e escrever.

natuREza E sOcIEdadE

O trabalho com Natureza e Sociedade busca prioritariamente a exploração do mundo pelas crianças, do próprio corpo, do espaço a que pertencem do reconhecimento e conhecimento das relações sociais de convivência (casa/rua/escola/comunidade próxima), das pessoas e dos objetos que estão neles, suas características e usos: dos elementos que compõem seu bairro e cidade, da natureza, plantas, animais, a água, a terra. É um trabalho que se propõe favorecer descobertas das transformações das coisas, pela ação da natureza e pelo trabalho do homem!

O CEI Coryntho possui uma extensa área externa, com parque, pomar e jardim, onde as crianças exploram livremente, e em ações planejadas! E assim, desde pequenas, elas aprendem a relação homem natureza, na exploração de toda esta área e aproveitam sua curiosidade inata, para formularem perguntas e hipóteses, que as auxiliam em sua compreensão do mundo e de tudo que as cercam!

Explorando elementos da natureza

Visita do caminhão da AES/Eletropaulo

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cOnhEcImEntO matEmátIcO

As crianças vivem em uma cultura em que as pessoas lidam constantemente com pagamentos e trocos, calculam o tamanho de um tecido para poder fazer uma vestimenta, controlam o número de pessoas que estão em um ambiente, o número de dias que faltam para uma determinada data, etc. Da mesma forma, participam de experiências como responder perguntas sobre quantos anos têm, brincar com o telefone, trocar os canais de televisão, recitar, como podem, a sucessão de números, explorar o espaço disponível no seu entorno.

As atividades são planejadas com o objetivo de promover aprendizagens significativas que permitam às crianças aprofundar conhecimentos das diferentes linguagens como, por exemplo, alguns conteúdos da matemática. Elas são planejadas com a intenção de oferecer desafios com graus diferentes de complexidade para que as crianças possam ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de diferentes situações.

Grande parte das situações de aprendizagens oferecidas às crianças está inserida nas brincadeiras, tais como: jogos de boliche, percurso, dominó, músicas e também exploração de notações numéricas em diferentes contextos.

Cabe ao Professor de Educação Infantil criar condições para que as crianças possam aproveitar as possibilidades de expressão, avançando cada vez mais em suas aprendizagens.

Os jogos ajudam as crianças na construção matemática

Professoras: Ana Dirce Elza

O ESPAÇO ESCOLAR COMO AMBIENTE DE APRENDIzAGEM

Solange Aquaroli Del Papa – Coord. Pedagógica

cOmO O ambIEntE InFluEncIa na aPREndIzagEm InFantIl

Quando iniciei no CEI Coryntho em 2010, o que me chamou a atenção nas primeiras observações foi a relação dos profissionais com o espaço e a utilização dos mesmos.

“Quando entramos pela primeira vez na casa de alguém, podemos descobrir muitas facetas de sua personalidade e de seu modo de vida, simplesmente observando como é o lugar onde vive”. ( Miguel A. Zabalza), e foi assim, observando, que fui descobrindo o CEI Coryntho e através do projeto Qualificando e Significando os espaços de aprendizagem do CEI, que teve início em 2010 fomos construindo uma consciência de que os ambientes físicos de uma instituição de educação infantil devem refletir uma concepção de educação e cuidado respeitosa das necessidades de desenvolvimento das crianças, em todos os seus aspectos: físico, afetivo, cognitivo, criativo.

Iniciamos nossa jornada tendo como objetivo reorganizar os espaços do CEI de forma a transformá-los em desafios para nossas crianças desde o berçário até o minigrupo 2. A primeira etapa foi olhar para o nosso espaço e fazer um levantamento do que estaria bom e quais mudanças se fariam necessárias. Nesse momento surgiram nossas demandas, tanto de organização física dos espaços como: colocação de espelhos nos banheiros e salas, papel higiênico em locais acessíveis às crianças e não aos adultos etc... como a organização do tempo que está intimamente ligado ao uso deste espaço.

E assim fomos observando, refletindo e fazendo considerações de como era a utilização de cada espaço do CEI e propondo modificações que levassem em consideração a autonomia da criança na utilização desses espaços.

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A linha de tempo foi organizada de modo que todas as crianças tivessem acesso a todos os espaços do CEI de forma segura, e nesse momento a questão da rotina que estrutura foi amplamente discutida com todos os profissionais para ser planejada em sintonia com o tempo disponível, as atividades propostas, o ritmo dos participantes e, em especial por estar alicerçada na concepção de criança, pois a organização do tempo refere-se aos momentos que serão utilizados os diferentes espaços.

Desde 2010 até hoje, todos os projetos planejados e propostos para o CEI tende a vir de encontro com essa concepção de espaço desafiador proporcionando um ambiente de aprendizagem para nossas crianças, seja num ambiente para brincar, para ler, para dormir, para jogar ou simplesmente estar.

Ambiente de leitura

Brincando de massinha perto do jardim

Solange A. Del Papa Coord. Pedagógica

Em um primeiro momento estabelecemos o refeitório como prioridade de mudanças devido a grande quantidade de crianças para a utilização de um espaço pequeno, após várias leituras e reflexões nos espaços de formação concluímos que as refeições deveriam ser vistas e pensadas pelos professores e demais profissionais que apoiam esse momento como um espaço de formação de hábitos, de autonomia e boas maneiras. Nesse sentido a organização do refeitório foi fundamental:

- Máximo de 40 crianças no refeitório- Arrumação das mesas com toalhas- Presença dos professores sentados à mesas junto com, as crianças comendo a

mesma refeição de maneira a estimular a criança em sua alimentação- Utilização adequada dos talheres

No café da manha as crianças chegam ao CEI e vão direto ao refeitório onde o café é servidos pelos ATEs e Agentes de Apoio e depois se dirigem a sala onde o professor está à sua espera, com a sala já organizada para atividade a ser desenvolvida

No lanche da tarde as crianças ao acordarem vão se dirigindo ao refeitório pata tomar seu lanche.

Após alguns dias , percebemos as vantagens dessas mudanças:

- As crianças interagem com crianças de outras salas e outras idades- Muitas vezes a família participa do café da manhã - Os ATEs e Agentes de apoio participam de momentos de formação para garantir

um bom acompanhamento das crianças nos momentos de refeição- A criança que determina o tempo necessário para permanecer no refeitório- As crianças não tem necessidade de esperar todos os amigos da sala acordarem

para tomar o lanche

O espaço dos banheiros, também foi transformando em ambiente de aprendizagem. Foi colocado espelhos nos banheiros, papel higiênico acessível às crianças para eles aprenderem a sua utilização correta, saboneteira líquida para a criança ter autonomia nos seus momentos de higiene.

Planejando espaço da brincadeira

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O PERCURSO CRIATIVO DA CRIANÇAA arte tem fundamental importância na vida da criança, e possibilita que ela amplie

seu conhecimento, suas habilidades e a descoberta de suas potencialidades!

Ana Lúcia Barbosa de SouzaDirce Maria de M. RibeiroElza de Jesus Lucci

atRavés da aRtE a cRIança ExPREssa sEus sEntImEntOs

Ao pintar uma tela, folha, ou mesmo uma parede de azulejos, a criança amplia sua relação com o mundo, de forma prazerosa!

A arte contribui para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança! Cabe aos professores, incentivar as criações e valorizar as diferentes formas de expressão!

Toda criança é um ser criativo, e os professores devem mediar o processo de aprendizagem, instigando-as a que se expressem, representem o seu pensamento e explorem toda sua criatividade!

No ano de 2012, o tema abordado no PEA (Projeto especial de ação), foi “Um olhar para o desenho e o percurso criativo da criança”.

Estudamos ao longo do ano, o desenho infantil e o processo que a criança desenvolve nesse fazer, bem como a intervenção dos professores para ajudá-las na conquista de sua marca gráfica!

Alguns assuntos foram abordados no PEA: - concepção sobre desenho infantil

O início da concepção da figura humana

Formas de intervenção para o avanço da criança, em seu traçado

Favorecer à criança diferentes formas e possibilidades de atividades sobre o desenho

– exploração de materiais e suportes– registro– estudos teóricos sobre o desenho– desenvolvimento gráfico da criança– concepção de espaço, cor e forma– análise de práticas

O desenho e as experiências ligadas às artes visuais aparecem no CEI, na pintura dos azulejos, no desenho com diferentes materiais, nas colagens, texturas, etc.

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As propostas estudadas no PEA, sobre o desenho e a pintura, apareceram em nosso planejamento, através da exploração e conhecimento de diferentes materiais, tais como: giz de cera, tintas, canetas e carvão para que as crianças manuseassem livremente.

Exploração de diferentes materiais: carvão

Inserimos as crianças no mundo artístico, dando-lhes a oportunidade de conhecer e apreciar obras de arte de diferentes autores! O PEA nos ajudou a ter um novo olhar no processo e a compreender o desenho das crianças em suas diferentes faixas etárias!

Ao longo do ano notamos a evolução nas produções artísticas e todo o prazer ao desenvolvê-las!

ExPOsIçãO REalIzada nO FInal dE 2012 – FEsta da FamílIa trabalhos realizados pelas crianças e organizados pelas professoras

Professoras: Ana Dirce Elza

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“VIAjAR NUM MUNDO LETRADO”Juliana Lourenço Morales DiasMarisa Ap. Béja da Silva

Temos orgulho em divulgar o sucesso do nosso projeto de leitura, desenvolvido com todas as crianças do Cei Coryntho.

Desde os berçários, adotamos a leitura como atividade permanente, desenvolvida :

ROda dE hIstóRIa

É o momento em que as professoras fazem a leitura de uma história para as crianças

ROda dE cOntaçãO

É o momento em que as professoras contam uma história, fazendo uso ou não de diferentes materiais como fantoches, adereços,etc.

ROda dE manusEIO

É o momento de as crianças manusearem livros, revistas, gibis.

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Para os nossos alunos que ainda não são alfabetizados, estimulamos sua observação sobre as ilustrações, utilizando livros infantis com muita riqueza de imagens, assim, a leitura visual deverá ser percebida como outra maneira de interpretar a história, portanto a escolha do livro a ser lido e apresentado à criança é de fundamental importância.

Em roda, as crianças escutam a professora contando suas histórias, as que sabem de memória e, em outros momentos, observam a professora lendo-as, atividades estas, (ler e contar) que desenvolvem diferentes comportamentos de escutar nas crianças.

A cada história, uma estratégia e, a cada estratégia, uma nova magia trazida pelos diferentes recursos utilizados. Descobrir junto com as crianças o prazeroso mundo escondido na literatura infantil pode ser o caminho mais curto para a fantasia.

Com as diferentes histórias, a criança se educa e aprende, pois quem não sabe inventar, não sabe transformar e, por meio da leitura, propiciamos momentos para ela participar e se envolver, enriquecendo o seu imaginário.

Ler, explorar, imaginar, cuidar e guardar são valores que levam ao caminho de muitos sonhos.

Percebemos a importância desse trabalho de leitura e contação com os bebês nos momentos de manuseio em que eles nos imitam com os livros em mãos mostrando e recontando a seu modo a história.

Assim, com esse projeto, temos como objetivo colocá-los em contato com livros, histórias e com o mundo letrado, no qual, se apropriando das linguagens oral e escrita, gradativamente, desenvolverão um comportamento leitor.

“O fato da criança não saber ler convencionalmente não significa

que não possa presenciar das mais variadas situações de leitura.”

Professoras: Marisa Juliana

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FUNCIONáRIOS QUE CONTRIBUEM PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE NO CEI

PESSOAS QUE PASSARAM PELO CEI E COLABORARAM NA CONSTRUÇÃO DE UMA

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

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COM A PALAVRA A COMUNIDADE...

“Aos nove anos de idade em 1971 eu era moradora da Vila Antonieta. Havia um terreno vazio, onde amigos e eu brincávamos de pega-pega, esconde-esconde e também corríamos atrás das borboletas, coisas de meninas.

Mas com o passar dos anos a vila foi se desenvolvendo, prédios foram surgindo, mercados, casas e também escolas.

Até que um dia, nesse terreno em 1988, foi construído um CEI. E para minha surpresa o destino quis assim: eu trabalhar atualmente nesse mesmo CEI onde brincava. Para mim é um privilégio e uma caixa de surpresa o que a vida me reservou, por isso sou uma professora feliz.”

Remilda de Fátima Brito, atualmente professora do CEI Coryntho

“Meu nome é Mariangela e sou avó do Caio Augusto do MG I A – Profª Dirce e Marisa e gostaria de deixar registrado que adorei a exposição do trabalho deste CEI.

Nós, em casa, vemos o desenvolvimento do Caio e aqui pude ver o porquê ele está tão bem e feliz.

Obrigada pelo carinho e dedicação com o Caio e as demais crianças.”Mariangela

“Trabalho maravilhoso, significativo e inteligente, onde cada um faz acontecer a magia de não esquecer seu momento onde esteve. Vocês são maravilhosos, cada um com seu trabalho e dedicação.

Muita luz, paz, saúde, vitória e conquista na vida de cada um.Deus abençoe a todos.”

Mamãe Silmara

“Meu filho João Pedro gosta muito dos livros de história. Ele não tem paciência de esperar eu ler, ele quer pegar o livro, folhear sozinho, mas nesses momentos vou contando para ele a história. É bem divertido, nessa hora ficamos juntos.

O último livro que lemos chama-se “A Pata”. Conta a história da pata do elefante e teve um momento que o João Pedro começou a repetir o que eu falava.

Mas a história que ele mais gosta é a “Chapeuzinho Vermelho”, tanto que ele não para de falar do lobo mau.

Enfim, acho muito importante o incentivo da creche a esse momento de leitura, pois não ajuda só no desenvolvimento dos nossos filhos, mas também nos une porque com a correria do dia a dia, esses momentos acabam se tornando pouco comuns.

Janaina Luongo, mãe do João Pedro Luongo 11/08/2012 (Projeto Leitura em Família)

Eu e meu bebê estamos nos divertindo muito com a leitura. Cada dia vejo o quanto é importante aplicar a leitura no dia a dia.

Já tem alguns dias que nós estamos lendo o livro “Pêssego, pera, ameixa no pomar”, e acreditem, estamos nos surpreendendo cada vez mais com o desempenho do Lucas ao contar a história!

Nós começamos assim: primeiro eu ou o pai conta a história, em seguida o deixamos contar para nós. Até a avó entrou no embalo.

Ele conta do jeitinho dele, às vezes inventa algum personagem, ou começa a contar outra história...

Tem sido muito gostoso ler esses livros para ele, estamos nos divertindo muito e mais uma vez eu quero dar os parabéns por vocês estarem incentivando as crianças a lerem.

Aline – projeto leitura em família

Pouco antes de iniciarem o “Projeto”, já havíamos percebido que a Maria Lúcia folheava livros para suas bonecas, mostrava as figuras e chamava sua atenção, como se elas não estivessem prestando atenção.

No segundo livro (Livro “Tanto tanto”) que recebemos, achei que não iria prestar atenção, pois ele tinha uma estorinha mais extensa.

Iniciei a leitura e ela ficou quietinha, observando a imagem da página e imitando a entonação que eu dava as falas. Tive que parar. Quando André (pai) chegou em casa a Malu foi recebê-lo com o livro nas mãos, e a primeira página é lisa e a segunda mostra um bebê com os braços abertos. Tive a ideia de brincar com ela de “onde está o bebê?” Eu abria a página lisa e depois a do bebê e a Malu tentou fazer o mesmo para o pai e infelizmente rasgou a página! Ficamos tão sem graça com a situação... Porém ela achou o bebê e continuou a brincadeira!

Helaine e André, mamãe a papai da Malu – projeto leitura em família

A Maria Eduarda não pode ver um livro que logo pede para alguém ler.Esta iniciativa, ou melhor, este projeto desenvolvido pelo CEI foi uma ideia maravilhosa.

A Maria Eduarda não vê o dia para escolher um livro e trazer para casa.Muitas vezes ela nem deixa a gente ler, quer que interpretemos as figuras, falando o nome

dos personagens. E quando ela cisma com uma página, ficamos o tempo todo contando a mesma cena.

Parabéns pela iniciativa de proporcionar este momento prazeroso e tão importante, pois desde tenra idade é pertinente despertar o gosto pela leitura.

Isabela, mãe da Maria Eduarda Rodrigues – projeto leitura em família

Eu, Edileuza Neres de Souza, quero agradecer a todos vocês pelo desenvolvimento do meu filho, pois nesse período que ele permanece aí, tenho notado um grande avanço, é incrível!

Mãe do Pyetro Fernandes de Souza

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AGRADECIMENTO

Gostaria de iniciar agradecendo a toda equipe do CEI Coryntho, pela confiança depositada em mim e no meu trabalho, e dizer, que o trabalho de um Coordenador Pedagógico só tem visibilidade se o seu grupo acolhe suas ideias, acredita na proposta e está aberto a mudanças, novos rumos e novos caminhos.

Aqui no CEI Coryntho encontrei esse grupo disposto a caminhar comigo em direção a uma educação de qualidade para as crianças de zero a quatro anos. Um desafio e tanto já que o CEI ainda é um bebê dentro da educação infantil no município de São Paulo e, assim sendo, podemos dizer que estamos crescendo juntos, Instituição e profissionais, através das formações e reflexões desenvolvidas ao longo desses anos.

Meu carinho darei a todos pessoalmente, mas não posso deixar de registrar meu agradecimento pessoal à Diretora Gracita, que sempre acolheu minhas ideias e foi minha parceira nas transformações e mudanças propostas, à Simone e ao Fernando, que muitas vezes tornaram realidade os meus delírios, e à Dani, que sempre me socorreu nos momentos de desespero com o computador e com a língua portuguesa.

Espero estar sempre no coração de vocês!Beijos

Solange Aquaroli Del Papa Coordenadora Pedagógica – 2013

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