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NOTA DO DISTRIBUIDOR

Devido a raridade desta obra temos visto muitos aproveitadores comercializando copias xerogrficas destas por preos exorbitantes. O trabalho de nosso mestre Sevananda no teve nunca por objetivo o lucro. Suas obras foram feitas a custa de muito sacrifcio pessoal. Assim no achamos justo que se aproveitem de seu trabalho para obter vantagens financeiras. O material aqui presente resultado do esforo de vrios irmos da fraternidade AMO PAX que decidiu colocar os 4 volumes da obra disponvel em seu site. Porm tem sido quase impossvel fazer o download das mesmas de seus servidores, eu consegui aps 49 dias atravs de um programa P2P os 4 volumes. A dificuldade talvez seja por que alm do texto, os arquivos traziam as figuras do livro em um diretrio a parte. Estas figuras so arquivos muito grandes e por isso provocam a demora. Assim resolvi re-compilar os 4 livros inserindo as figuras no prprio arquivo PDF tornando-as assim mais leves. Peo a todos os Martinistas que distribuam estes livros, no s aos iniciados, mas a todos aqueles que se interessam pelas coisas do esprito. No h violao de direitos autorais uma vez que o detentor do mesmo a colocou disponvel com o mesmo propsito. Ns s estamos introduzindo alteraes de ordem tcnica para tornar tal distribuio mais fcil de modo a atingir o objetivo primeiro deste trabalho que combater os MERCADORES DO TEMPLO Riaz Al Majid S.I L.I.

Junho de 2008

Sri SEVANANDA Swami

O MESTRE PHILIPPE,DE LYON VOLUME I

Prefcio edio digitalizada Este trabalho resultado do esforo de vrios estudantes do Instituto, os arquivos aqui apresentados de forma indita, so as obras digitalizadas na ntegra dos quatro volumes da obra O Mestre Philippe de Lyon escritos e editados por Swami Sevananda. Este esforo inicial dos estudantes foi motivado pela necessidade de uma nova publicao e conseqente divulgao dos trabalhos de Sri Sevananda de forma unificada dos quatro volumes em um nico Volume que ser publicado em nmero limitado destinado aos amigos e simpatizantes da AMO PAX. Se voc desejar colaborar da forma que achar til e conveniente, entre em contato conosco em http://amopax.org, pois, o PPP (Precisamos de Pessoas Positivas) lanado por Sri Sevananda na dcada de 50 continua agora e voc muito bem vindo. Eu decidi colocar os livro da AMO PAX na internet afim de combater a explorao capitalista de nossos amigos e simpatizantes por vendedores amadores que cobram preos exorbitantes nas obras ou cpias das obras deixadas pelos nossos mestres e instrutores.

Direo da AMO PAX 25 de dezembro de 2007. Contatos AMO PAX Caixa Postal 3871 Braslia DF 70089-970 http://amopax.org

Fraternidade dos Sarva Swamis Braslia DF Brazil http://www.amopax.org

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Doutor Philippe ENCAUSSE e Sri SEVNANDA Swami

O MESTRE PHILIPPE,DE LYONTAUMATURGO E HOMEM DE DEUS(Documentos inditos)

SEUS PRODGIOS, SUAS CURAS, SEUS ENSINAMENTOS

VOLUME I

Publicado no Brasil por ALBA LUCIS, EM 2 VOLUMES 1958

A primeira parte deste livro, escrita pelo Dr. Philippe ENCAUSE (filho de PAPUS), aqui apresenta uma traduo da 4 edio original francesa, foi premiada: PELA ACADEMIA DAS CINCIAS MORAIS E POLITICAS (1954) PELA SOCIEDADE DAS GENTES DE LETRAS (Prmio MARIA STAR)

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(orelha do livro) O MESTRE PHILIPPE, de LYON Esta obra pode ser qualificada de extraordinria, sem o menor exagero. Realmente o , tanto pelo contedo como pela apresentao. J na Frana, onde to difcil sobressair, pela superabundncia de valores existentes, o livro L matre PHILIPPE no s atingiu rapidamente quatro edies, como ainda foi premiado duas vezes. Uma delas, com o prmio VICTOR DELBOS, conferido ao Dr. Philippe ENCAUSSE pela academia de cincias MORAIS e POLITICAS, que vale, por si s, como um reconhecimento de ambos os valores, na obra. de fato, no s proporciona ao leitor o mais direto, prtico e transcendental dos ensinamentos com relao a COMO CHEGAR A SER CRISTO, seno que, tambm, descortina mistrios da corte, da poltica mundial e das ocultas influncias que os msticos, tanto individualmente como por meio de certas poderosas associaes de INICIADOS (reais), dos quais muitos eram, tambm reais tempos e lugares. O fato de o autor do livro (o primeiro volume s, nesta edio) sobre L Matre PHILIPPE ser no somente o mdico, um desportista de talento, um homem treinado nos congressos cientficos e culturais do mundo, mas, ainda, a Gr-mestre da misteriosa Ordem Martinista, como seu pai, o mundialmente conhecido PAPUS, cognominado o Balzac do Ocultismo, basta para afirmar-se que suas fontes so as mais diretas, completas e fidedignas. Alis, um dos motivos de interesse desta obra o de ser muito bem documentada, sem por isso tornar-se pesada para o leitor. O Mestre PHILIPPE, com os milagres que aqui se relatam e se EXPLICAM, inclusive ressurreio de mortos, devoluo de faculdades perdidas e muitos outros, nos revelado na obra como O MAIOR APS JESUS. E, muito embora o contedo do livro original Francs (nosso primeiro tomo, nesta edio) bastasse, com o rigor da verdade, para PROVAR tal afirmativa , contudo uma felicidade para o pblico brasileiro que o segundo volume tenha sido escrito por Sri Sevnanda Swami, herdeiro direto da tradio de Papus e de PHILIPPE, como se relata na obra. por ocuparem o trono dos Imprios ou Monarquias poderosos, tm tido em todos os

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O trabalho que o Swami deu-se foi, principalmente, o de fazer SENTIR ao publico a realidade do ensinamento e as provas que, da verdade do mesmo, proporciona a vida, em cada momento e lugar. E, com maior evidencia, nos meios ditos espiritualistas, msticos ou iniciticos. Utilizando sua experincia de 40 anos como Instrutor Espiritual, o autor do segundo volume coloca em plena luz, com valiosos comentrios e com FATOS IRREFUTAVEIS, extrados dos prprios arquivos at ento secretos das vidas e das associaes que orientou e orienta tudo quanto puder esclarecer ao leitor e leva-lo a VIVER o que a obra, e o Mestre PHILIPPR atravs dele, lhe brindam. No seria justo deixar de expor a forma em que a obra est ilustrada. S o primeiro tomo tem mais de 40 clichs, muitos deles privativos dos citados arquivos de PAPUS ou da Ordem Martinista. No que se refere ilustrao, o segundo volume foi planejado na forma que o Swami Sevnanda a seguir resume: Agora vamos dar ao publico e aos estudantes SRIOS uma amostra do que realmente o mundo chamado invisvel; tero autenticas ilustraes da peregrinao aos lugares em que atuava o Mestre, mas tambm as tero dos Gnomos e dos Anjos e de muitos outros MISTERIOS que os reais videntes iniciados, do Ocidente ou do Oriente, percebem. Este nosso brinde mstico. ALBA LUCIS

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O Dr. PHILIPPE ENCAUSSE Gr-mestre da Ordem Martinista.

1 PARTE

Autor: Dr. Philippe ENCAUSSE Mdico Laureado pela academia nacional de medicina. Mdico Inspetor-Geral e Chefe de Servio (Controle Mdico Desportivo e Reeducao Fsica) no ministrio da Educao Nacional (Paris) Legio de honra Medalha Militar, etc. etc. Afilhado do muito Excelso Mestre PHILIPPE filho do clebre Dr. G. ENCAUSSE (PAPUS) VERSO BRASILEIRA: Sri Sevnanda Swami. O MESTRE PHILIPPE DE LYON Copyright 1958 de ALBA LUCIS para edies brasileiras ou espanholas na Amrica Latina, e suas adaptaes literrias, radiofnicas e cinematogrficas. (1 Volume).

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INSTITUTO DE FRANA

ACADEMIA DAS CINCIAS MORAIS E POLITICASSESSO PBLICA ANUAL DA SEGUNDA-FEIRA, 6 DE DESEMBRO DE 1954 1 PRESIDIDA PELO Sr. M. OLOVIER MOREAU-NERET,Presidente da academia

PROGRAMA DA SESSO 1 Discurso do Sr. Presidente; 2 Leitura do Sr. Vice-Presidente da lista dos prmios e recompensas outorgadas em 1954; 3 Elogio do General John J. Pershing, membro da academia, pelo Sr, Franois Albert-Buisson, Secretario Perptuo. CONCURSO PREMIOS OUTOGRAFADOS SEO DE FILOSOFIA PREMIO VICTOR COUSIN. Tema proposto: A tradio platnica em Plutarco. Nenhum manuscrito foi depositado. PREMIO DAGNAN BOUVERT. anual destinado a favorecer os estudos de psicologia. A academia no concedeu nem prmio nem recompensa. PREMIO VICTOR DELBOS, destinado a recompensar publicaes apropriadas para fazer conhecer e promover a vida espiritual e a filosofia religiosa. este prmio bianual foi outorgado ao Dr. PHILIPPE ENCAUSSE, pela sua obra: L Matre Philippe, thaumaturge et homme de Dieu. PREMIO GEGNER, destinado a um escritor-filsofo, sem fortuna. Este prmio anual foi prorrogado. PREMIO CHARLES LAMBERTE, trianual, destinado ao autor do melhor estudo sobre o porvir do espiritualismo. A Academia no outorgou nem prmio nem recompensa. PREMIO CHARLES LEVEQUE, destinado a recompensar uma obra de metafsica. Este prmio quadrianual foi prorrogado.

O texto acima a reproduo da primeira pagina do programa da sesso solene da Academia das Cincias Morais e Polticas no decorrer da qual foi feita constncia da atribuio do Prmio Victor Delbos, para o ano de 1954, obra dedicada ao Matre Philippe. Esta obra tambm obteve, em dezembro de 1955, o PREMIO MARIA STAR, que lhe foi outorgado pela Sociedade das Gentes de Letras, da Frana.

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SEO DE MORAL PREMIO ADRIEN DUVAND, bienal, destinado ao autor da melhor obra sobre educao cvica e moral numa democracia. A Academia no outorgou nem premio nem recompensa. PRMIO JOSEPH SAILLET, anual, destinado ao autor da melhor obra sobre um tema de moral racionalista. A Academia no outorgou nem prmio nem recompensa. SEO DE LEGISLAO, DIREITO PBLICO E JURISPRUDENCIA. PREMIO DE ORAMENTO. Tema proposto: A reforma do regime matrimonial legal em direito francs. Nenhum manuscrito foi apresentado. PREMIO BERRIAT SAINT-PRIX, destinado a uma obra sobre a legislao do divorcio, estudada do ponto de vista da restrio na Frana do nmero de divrcios. Este prmio qinqenal foi transferido.

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Eu no vos peo que me creiais. Imaginai somente que estas coisas so qui, possveis; isso me basta. O aceitar tal hiptese vos tornar, mais tarde, sensveis a Luz e a minha meta estar atingida; porque no falo para render justia a um ser que no se preocupava com a justia terrestre; para vos, unicamente, que falo. Pelo vosso porvir, para que acheis coragem nos vossos instantes de esgotamento, de adiantar, assim mesmo, mais um pouco. Paul Sdir

Doutor Philippe ENCAUSSE

O MESTRE PHILIPPE, DE LYON,Taumaturgo e Homem de Deus SEUS PRODIGIOS, SUAS CURAS, SEUS ENSINAMENTOS(Documentos inditos) (Quarta edio francesa Primeira brasileira)Obra premiada pela Academia das Cincias Morais e Polticas e pela Sociedade das Gentes de Letras

Fig 2 Foto: Mestre Philippe

Publicado no Brasil com permisso expressa do Autor e diretor de La Diffusion Scientifique, admirador do Mestre e Editor das quatro edies francesas, no que se refere Primeira Parte desta edio brasileira.

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OUTRAS OBRAS DO DR. PHILIPPE ENCAUSSE 1. Papus, sua vida, sua obra. Edies Pythagore, Paris, 1932. (esgotada) 2. Cincias Ocultas e desequilbrio mental. Edies Pythagore, Paris 1935. (Tese de doutorado em medicina) (Esgotada). 3. Educao fsica e subalimentao. (premiado pela academia de medicina). Nmero especial da revista Educao geral e Esporte, N6, 1943. (esgotado). 4. Cincias ocultas e desequilbrio mental. (premiado pela academia de medicina). Payot, editor, Paris, 1943, 2 edio revisada e consideravelmente aumentada. In-8 de 316 pginas (esgotado). 3 edio. H. Dangles, Paris, 1955. 5. Influncia da educao fsica e esportiva sobre a juventude em funo da alimentao atual. Dangles, editor, Paris, 1944. (esgotado). 6. O controle mdico-esportivo. Organizao administrativa e tcnica. Ministrio da Educao Nacional Imprensa Nacional,Paris, 1946. (esgotado). 7. A organizao do controle mdico-fisiolgico e mdico-esportivo e a criao: seja do carnet de sade, seja de uma ficha mdica, permitindo seguir o estado fsico dos franceses. Relatrio apresentado ai congresso nacional do esporte e do ar livre. (comisso do esporte do conselho nacional da resistncia), Watelot-Arbelot, impressores, Paris, 1946. (esgotado). 8. Influncia das atividades fsicas e esportivas sobre o organismo, Ministrio da Educao (Secretaria de Estado no Ensino tcnico, na Juventude e nos esportes). Imprensa Nacional, Paris, 1949. (Premiado pela academia nacional de medicina, 1950). (esgotado). 9. Cincias ocultas ou vinte e cinco anos de ocultismo ocidental. Papus, na sua vida, sua obra. In-8, 552 pginas. (prmio literrio Victor-Emile MICHELET, 1949) EDIO Ocia, Paris 1949. 10. Esporte e sade. In-8 de 224 pginas (Premiado pela Academia Nacional de Medicina) A. Legrand, editor. Paris, 1952. 11. Influencia das atividades fsicas e esportivas sobre o desenvolvimento fsico e intelectual no meio escolar. (Ministrio da Educao Nacional, Paris, 1953).

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PREFCIO DO TRADUTOR DESTA PRIMEIRA PARTEH pouco mais de um ano e meio, regressava da Europa, para onde me haviam levado quatro objetivos imperiosos e de ampla significao: 1) 2) realizar uma Peregrinao ao tmulo e casa do Matre PHILIPPE; tomar contato com o filho de Papus, cujo ilustre Pai, a quem sempre

devotei e continuo a devotar profunda venerao e gratido, considero sem favor, depois do Muito Excelso Matre PHILIPPE, o maior e o mais equilibrado dos Mestres ocidentais modernos, sob cuja orientao e proteo trabalhei longos anos, como hei de comentar no 2 volume; 3) 4) visitar a Repblica dos Cidados do Mundo, da qual fui designado, participar de um Congresso geofsico e antiatmico. posteriormente, Representante no Brasil; As duas ltimas misses, coroadas de pleno xito, no tiveram relao direta com esta obra. Em 18 de setembro de 1956, no Santurio de Papus, mantive afetuosa entrevista com o seu filho, o Dr. Philippe Encausse, afilhado do M. PHILIPPE, tendo este ltimo nos dado, j nesse dia, indicaes msticas que depois se cumpriram. Posteriormente, 24 do mesmo ms, tendo j feito a Peregrinao a Loyasse tmulo do Mestre e ao Clos Landar, LArbresle, sua residncia, no sul da Frana, estive longamente com o Dr. Philippe Encausse. Nessa noitada, da qual participaram ouros seguidores do Mestre, ficou combinado que eu me incumbiria de traduzir o livro do Dr. Philippe Encausse, a cuja edio brasileira juntaria uma segunda parte, na qual eu faria comentrios sobre os ensinamentos do Mestre PHILIPPE, bem como exporia casos vividos, principalmente na Amrica Latina, por meu Mestre CEDAIOR, discpulo do Mestre PHILIPPE desde a idade de treze anos, por meus discpulos e por mim. Estou me desincumbindo, portanto, da misso aceita e agradeo ao Autor e ao Editor franceses a permisso que afetuosamente me outorgaram, com relao a esta primeira parte. Era desejo do Dr. Philippe Encausse que esta obra fosse publicada em colaborao, isto , figurando ele e eu como co-autores.

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Respeitei-lhe o desejo na capa do livro; no interior do mesmo, porm, indiquei, no s o autor de cada uma das partes da obra, por uma questo de honestidade, mas tambm tive de public-la em dois volumes. Duas razes de ordem prtica obrigaram-me a tomar essa deciso: a verificao de que era excessivo, para um s volume, o nmero de pginas da obra; e, a idia de permitir que o leitor pudesse cotejar, facilmente, os ensinamentos do Mestre, contidos neste volume, com os comentrios e casos, includos no segundo. Uma terceira razo tornou ainda indispensvel fazer-se dois volumes: exp-laei no segundo, pois refere-se nossa ao neste Continente, ao carter especial que o M. E. Mestre PHILIPPE imprimiu-lhe e, ainda, a certos aspectos do labor do prprio Mestre que julgo poder comentar, com ampla liberdade de apreciao e de expresso, somente no volume da minha exclusiva responsabilidade. Assim, Amigo Leitor, ireis achar neste primeiro volume uma traduo da quarta edio francesa da notvel obra LE MAITRE PHILIPPE, DE LYON. No que se refere traduo, julgo-a fiel expresso do original. Foi difcil, porm, conservar o estilo, direto, singelo, embora de mltiplos sentidos, original e bem pessoal do Mestre, o que me obrigou a experimentar diferentes modos de reviso. O Sacerdote Expectante Amicus fez a das pginas 1 a 37, inclusive. O Coronel Joaquim Martins Rocha, Professor da Academia Militar das Agulhas Negras, imprimiu s pginas 38 at 73 (salvo as 53 e 54) e s de nmeros 92 a 114 (salvo a 106), seu sonoro estilo cuja vernaculidade ressalta logo. Mrio Teles de Oliveira entregou-se reviso das pginas 115 at 208, bem como de todo o segundo volume. A esses trs meus queridos Discpulos e admiradores do Muito Excelso Mestre PHILIPPE, expresso afetuosa gratido e para eles peo a Beno do Amigo! Quanto ao contedo e valor dos ensinamentos do M> PHILIPPE, no s desejo reservar-me coment-los no segundo volume, como, a rigor, parecem to singelos, ao mesmo tempo que do majestosa impresso, que direi apenas: depois de Jesus, o MAIOR dos Grandes Seres que visitam esta Terra e cuidam desta Humanidade! E, para dar logo prova do afirmado, relatarei simplesmente o que houve em 23 de outubro de 1957, quando terminei a traduo do livro sobre a Sua vida e Seus ensinamentos. O fato que irei relatar ajusta-se aos ensinamentos numerados 84, 432, 436, sobre o raio e os terremotos, e d logo uma idia do imenso Poder do Mestre.

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Eram trs horas da manh, pois, muito cansado por ter viajado guiando um jipe no dia anterior, no ouvira o despertador, levantando-me s 2:30, em lugar de 1:30, como fizera para toda esta traduo. Comeou logo a chover. s trs horas, pois, estava comendo mamo, antes de sentar-me para traduzir as ltimas pginas deste livro. Ao longe, o trovo ribombava. Lembrei-me que o Mestre PHILIPPE tem particular domnio sobre o raio e pensei que aquela chuva e tormenta, aps meses e meses de excessiva seca, eram sem dvida, como em outras ocasies que relatarei na segunda parte desta obra, um sinal Dele. Mentalmente, pensei abrigo da nossa Ermida. E, imediatamente, um raio magnfico cruzou o Vale da Paz, acendendo, com rudo seco, uma grande fasca dentro do prprio abrigo, onde eu escrevia, com intensssima luz azul!... Em seguida, o trovo formidvel, Sua Voz! Aps isso, a tormenta afastou-se do Vale, sendo porm de notar que diversos Residentes, em edifcios diferentes do Vale, foram acordados antes desse Raio, sentiram que se relacionava com o Mestre e comigo, assim como perceberam um leve terremoto, fato tambm confirmado por fazendeiros vizinhos do Monastrio1. no chegou bem a ser um pedido como seria formoso se, para aprovar esta traduo, Ele fizesse cair um raio quase sobre o

s pginas 3 e 4 do Boletim Amo-Pax (n 3, de 1 de dezembro de 1957), foram publicados tais fatos msticos, na forma que reproduziremos a seguir: JESUS MIHI OMNIA: Na madrugada de 23 de outubro de 1957, quando Swamiji estava para escrever as ltimas pginas da traduo do livro O Mestre PHILIPPE, esse MESTRE fez cair um Raio e se dar um ligeiro terremoto, em condies que o Prefcio do Livro expe. Publicamos aqui algumas vivncias de Residentes relacionadas com o fato: Meditao de ISIS, 23-10-1957 As ltimas palavras de Swamiji trouxeram grande alegria ao meu corao, entrando em seguida em concentrao e profunda orao de gratido. Vi, acima da cabea de Swamiji, luz de ouro que se foi juntando at formar uma formosa rosa de ouro; vivi ento longa contemplao, enquanto mantramizava muito suave o AMOPAX. Depois de certo tempo a rosa se transformou em potente Sol, cujos raios se estenderam por todo o Templo, ficou quase at o fim. Um suave arco de rosas muito formosas, unia as cabeas de Swamiji e Mezinha. Alguns laos muito fortes. Profunda gratido e felicidade interior. Meditao de Swmi Sarvananda, 23-10-1957 SDM com forte trabalho no Vishuda e suando. Dia com Japa. Trabalho: IJY e barraco em controle, alicerce latrinas e expediente. De madrugada estive acordado quando caiu o raio, tendo tambm sensao de leve tremor de terra, porm atribuindo-o ao forte choque do trovo. Profunda gratido e alegria com a vivncia de Swamiji. Meditao: todo tempo pensando, com poucas palavras, no M.E.M. AMO, Daya e Swamiji. Pedidos e Japa. Ashram, 23 de outubro de 1957. Dentro do ltimo tempo ousei fazer trs vezes um pedido ao Mui Excelso Mestre AMO, tendo tido a felicidade de v-lo cumprir-se dentro de prazo muito curto.

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A primeira vez pedi Seu apoio para poder sentir amor por todos os meus irmos humanos, indistintamente de simpatia pessoal ou no. Hoje no sei mais em que ocasio me foi dado vive-lo, tendo-se tornado isto um exerccio contnuo.

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Ele tinha vindo, assim, pr o Seu ponto final nestas pginas! Gratido, pois, Reverncia e Glria no Stimo Cu, quele que tem como Amigo ntimo ao prprio Jesus, Nosso Senhor! OM et AMEN! AMO PAX! Rio de Janeiro, 16 de maro de 1958 Sri Sevananda Swmi

Meu segundo pedido foi por mais e mais conscincia, tendo recebido logo no outro dia uma bastante forte indicao atravs de Mezinha, que me lavou a cabea por causa do relaxamento no rego. A terceira vez foi agora, dia 22, querendo fazer um exerccio de projeo de cores, vi surgir uma srie de dificuldades, e na orao noturna fiz ardente apelo por ajuda. De noite no consegui dormir. O nome LouisClaude de Saint Martin martelou-me a cabea. E quando hoje de noite, na meditao, Swamiji falou da luz azul, que o relmpago tinha produzido dentro da Ermida, senti-me muito emocionado, porque era esta a cor que eu tinha desejado. Peregrino. Ashram, 23 de outubro de 1957. Senti grande alegria com as palavras de Swamiji sobre o livro do Matre Philippe. Hoje de madrugada, quando Peregrino e eu estvamos nos lavando, entre trovoadas e relmpagos, senti o lao entre estes, a chuva, Mestre AMO, Swamiji e o livro. Peregrina.

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PR OU CONTRA OS CURANDEIROS?...O problema dos curandeiros est novamente na ordem do dia: campanhas da imprensa, processos ruidosos, debates pblicos, filmes, etc., ocupam a ateno dos doentes e dos mdicos praticantes ou de seus representantes oficiais. Numerosos so os escritos1 consagrados questo, a maior parte dos autores tomando, alis, partido em favor dos curandeiros. Alguns mdicos praticantes, aos quais realmente no falta coragem, pedem que se considere oficialmente a redao de um estatuto permitindo aos curandeiros dignos de tal nome o no mais serem considerados como pestiferados. Ir tal estatuto vir luz?... No impossvel. De qualquer maneira, a opinio pblica comea a se comover, discusses animadas opem os partidrios e os adversrios do fluido curativo do qual certas pessoas estariam dotadas. Creio, pois, que pode ser interessante esforar-me por fazer, inicialmente, com toda a imparcialidade, uma situao do assunto. Esta questo do fluido curativo , alis, das mais interessantes de se estudar, trate-se da imposio de mos ou do sopro vital (Prana dos Hindus) ou de qualquer outro procedimento. Ela j foi objeto de numerosos estudos. Um dos primeiros documentos que nos tenham chegado um papiro descoberto nas runas de Tebas por Ebers, e que contm notadamente a frase seguinte: Pousa a tua mo sobre ele (doente) e lhe diz: que a tua dor se retire. No captulo 151 do livro dos mortos (traduo Pierret) est escrito: Eu coloco as mos sobre ti, Osris, para teu bem e para te fazer viver. Esta teraputica de forma mgica era freqente na Antigidade, escreveu o Mestre Maurice Garon, da Academia Francesa, acrescentando: Acham-se numerosos exemplos. Muitos j tinham sido recolhidos no sculo XVIII e Prosper Alpini, no seu tratado de Medicina Egyptorium, publicado em Leyde, em 1718, expressa-se assim: As frices mdicas e as frices misteriosas eram os remdios secretos de que se serviam os sacerdotes para curar as doenas incurveis. A mo permaneceu o smbolo de uma fora poderosa e misteriosa. Uma curiosa escultura gravada sobre um tmulo egpcio conservado no Louvre, mostra1

Incluindo teses de doutorado em medicina como, por exemplo, em 1954 os dois trabalhos seguintes apresentados perante a Faculdade de Paris: Os Curandeiros no sul do Poitou, na hora atual Seu crdito, seus perigos. Por Ch. L. FREREBEAU. Ensaio sobre os fatores de sucesso dos curandeiros, pela Srta. Gl. MEDINA.

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uma cabea cujo crnio prolonga-se em forma de brao e termina por uma mo. Parece que o artista tenha querido mostrar que o crebro um gerador de fora da qual o brao e a mo so os transmissores... Plnio, o Naturalista, fala no livro 7, captulo I, das pessoas que nascem com assombrosas propriedades religadas a certas partes do corpo; ele cita a ttulo de exemplo, a Pyrrhus, que curava o mal do bao tocando ao doente com o polegar. Outra personagem curava pelo toque (manu imposta) as mordeduras de serpentes... Alexandre de Tralles, mdico grego do sculo VI, e um dos ltimos depositrios dos mistrios antigos, praticava, a exemplo de Celso, as frices e os passes. Mais tarde, o descobrimento da pedra im trouxe luminosa ilustrao das hipteses antigas: era a prova palpvel de um magnetismo na natureza. Haveria muitos outros nomes para citar; mas creio que pode-se dar logo um pulo no tempo, chegando logo a Mesmer que, doutor em Medicina pela Faculdade de Viena (tese em 1766 sobre a Influncia dos astros, dos planetas sobre a cura das doenas) publicou em 1779, em Genebra, um memorial sobre o descobrimento do magnetismo animal que teve muita repercusso. Mesmer tinha tido a idia de aplicar as leis de Newton interpretao do magnetismo. Adiantei, escreveu ele, os princpios conhecidos da atrao universal constatada pelas observaes que nos ensinam que os planetas se afetam mutuamente nas suas rbitas, e que a Lua e o Sol causam e dirigem sobre o nosso globo o fluxo e refluxo no mar, assim como na atmosfera; adiantei, digo, que estas esferas exercem assim uma ao direta sobre todas as partes constitutivas dos corpos animados, particularmente sobre o sistema nervoso, mediante um fluido que penetra tudo. E Mesmer estabeleceu logo 27 proposies que so o fundamento de toda a sua doutrina, e que permanecem a base do magnetismo clssico. Seu xito foi considervel. Muito numerosas so as obras que reproduzem o relato de curas radicais operadas por ele mediante simples passes. No obstante, a Faculdade de Paris condenou as proposies e at eliminou do quadro ao doutor dEslom, primeiro mdico do conde dArtois, irmo do rei, que delas tinha feito leitura pblica. Um dos procedimentos prticos empregados por Mesmer foi a sua famosa tina. Era uma caixa circular de carvalho, recoberta por uma mesa redonda formando tampa. A caixa continha gua e, no fundo, uma mistura de vidro modo e de limalha

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de ferro. A tampa era perfurada com buracos, pelos quais passavam varas de ferro ou de vidro, dobradas, indo a parte vertical mergulhar na tina, e a outra, horizontal, podia ser segurada pelos sujets a magnetizar. Ela era bastante comprida para ser tomada por diversas pessoas ao mesmo tempo. Diferentes filas de doentes situavam-se em torno tina. Uma longa corda, partindo do reservatrio, rodeava a cada paciente sucessivamente, fechando assim a corrente magntica animada por Mesmer. Segundo ele, o fluido magntico partia da tina, atravessava a cada doente, tornava ao ponto de partida e percorria indefinidamente esse circuito. Havia quatro tinas das quais uma era gratuita, porm quase deserta, afluindo a multido em torno s outras trs! A esse respeito, o saudoso Ren Trintzius relata, em seu livro sobre As curas supranormais, que alugava-se acomodao com antecedncia, como na pera, e que convidava-se aos amigos com recados no gnero deste: Vir hoje noite conosco? J tenho a minha tina. E houve centenas de curas. Porm, se Mesmer tinha numerosos amigos, era tambm alvo de ataques mais ou menos violentos por parte daqueles que no acreditavam na existncia do fluido. Por isso, embora a Corte lhe houvesse concedido uma penso de 20.000 libras, ele deixou por primeira vez Paris. Os seus amigos abriram ento uma subscrio que elevou-se soma considervel de 343.764 libras em 1785! Posteriormente, Mesmer regressou a Paris, fundou um novo curso e formou 140 discpulos. Novamente exposto aos sarcasmos e s perseguies, foi para a Itlia, logo Alemanha, voltando de vez em quando a ver os discpulos. Faleceu em 1815, tendo dado teoria do magnetismo animal a sua forma definitiva. Uma bela obra lhe foi dedicada, h poucos anos, por um chefe de clnica da Faculdade de Paris, o erudito Dr. Vinchon, neuro-psiquiatra de nomeada que, por outra parte, em colaborao com o Mestre Maurice Garon, publicou um muito curioso estudo sobre o Diabo. agradvel verificar que duas personalidades do mundo mdico como o Dr. Vinchon e o saudoso Prof. Levy-Valensi, que prefaciou o livro consagrado a Mesmer, no hesitaram em ressaltar o valor dos trabalhos de Mesmer, embora este fosse fortemente criticado por numerosos representantes da medicina oficial. Aps Mesmer, cabe citar o Marqus de Puysgur, que foi seu discpulo assduo e seu continuador, logo Deleuze, bibliotecrio do Musum, de 1815 a 1835, logo o

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baro du Potet de Sennevoy, que, aos 24 anos, quando estudante de medicina, fez em 1820, experincias pblicas e famosas no Hotel-Dieu2. At a sua morte, em 1881, du Potet no cessou de tratar pelo magnetismo. O continuador de sua obra foi Lafontaine. Se as autoridades mdicas j punham em dvida a existncia do fluido magntico de Mesmer, e dos seus discpulos, tal no acontecia com eminentes representantes do Clero. A esse respeito, Mestre Maurice Garon que, tendo tido de tomar a defesa de certo nmero de curandeiro, publicou sobre a questo diversos trabalhos de suma importncia, ressalta (em uma muito interessante brochura intitulada O magnetismo perante a lei penal), que, numa conferncia feita em Notre-Dame de Paris em 6 de outubro de 1846, Lacordaire fez uma profisso de f que no podia deixar dvida alguma sobre a sua verdadeira opinio: As foras ocultas e magnticas, das quais se acusa ao Cristo de ter-se apossado para fazer milagres, eu as citarei sem temor e poderei delas me livrar facilmente, j que a cincia no as reconhece e at as prescreve. No entanto, prefiro obedecer minha conscincia do que Cincia. Invocais foras magnticas? Pois bem! Eu creio nelas sinceramente, firmemente. Eu creio que os seus efeitos foram verificados, embora em forma ainda incompleta e que provavelmente sempre o ser, por homens, instrudos, sinceros, cristo at. Creio que estes fenmenos, na grande maioria dos casos, so puramente naturais. Creio que o seu segredo jamais esteve perdido sobre a Terra, que ele foi transmitido de idade em idade, que ele originou um sem-nmero de atos misteriosos cuja trilha fcil seguir, e que hoje apenas deixou a sombra das transmisses, subterrneas, porque o sculo precedente foi marcado na testa com o signo da publicidade. *** Em sucessivas oportunidades, as autoridades mdicas oficiais tiveram que tratar da delicada questo do magnetismo que fora por elas condenado em vida de Mesmer, como vimos precedentemente, porm tambm aps a sua morte. Em 1825, uma comisso de nove membros cujo relator era o Dr. Husson, tinha sido designada pela Academia de Medicina. As concluses desta Comisso foram as seguintes: A2

Essas experincias tiveram lugar com a autorizao do Dr. Husson, mdico-chefe. Elas foram, em conjunto, dos mais interessantes, e prova disso est que o Doutor Rcamier, uma das celebridades mdicas da poca, respondeu a Du Potet, que lhe pedia sua opinio: Eu no estou convencido, mas estou abalado.

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comisso recolheu e comunicou fatos bastante importantes para pensar que a Academia deveria encorajar as pesquisas sobre o magnetismo como um ramo muito srio de psicologia e de histria natural. Porm essa opinio no foi levada em conta... Em 1837, novas experincias e novo fracasso perante a sbia Assemblia. Longe de mim a idia de pr em dvida a boa f e ardente desejo de servir dos Membros da Academia de Medicina dessa poca, assim como a boa f e a dedicao dos sbios em geral, porm creio interessante deixar constncia, aqui, de alguns pronunciamentos dados por personalidades do mundo cientfico sobre outros descobrimentos, pronunciamentos esses que no deixaro de surpreender a certo nmero de leitores: o caso, por exemplo, do qumico Beaum, membro da Academia de Cincias, que ergueu-se contra arrazoados absurdos, para no dizer mais, de Lavoiser! No que se refere a Guy Patin, decano da Faculdade de medicina de Paris, ele no hesitou em emitir o pronunciamento definitivo que segue, sobre o descobrimento da circulao do sangue pelo mdico ingls William Harvey, nascido em 1578 em Folkestone3: Descobrimento paradoxal, intil medicina, falso, impossvel, ininteligvel, absurdo, nocivo vida do homem. Sem comentrios... Anotemos, em passant, que Descartes no seu Discurso do Mtodo (1636) bem como em diversos outros escritos, no que concerne ao percurso circular, e Molire (em 1673), e Boileau (em 1675), e La Fontaine (em 1682) tinham defendido idias revolucionrias sustidas por Harvey contra a onipotente faculdade de Paris. Foi assim que La Fontaine versificou sobre o tema da circulao do sangue:Duas portas esto no corao; cada uma tem sua vlvula, O sangue, fonte da vida, por uma delas introduzido. A outra: bedel permitindo que ele sai e circula Das veias, sem cessar, s artrias conduzido. Quando o corao recebeu, o calor natural Dele forma esprito, ao que chama de animal. Assim como num cadinho, mais raro tornado; O mais puro, o mais vivo, o mais qualificado Em tomos extrado da massa toda se desagrega, Exala-se, finalmente sai, pelo restante sugado. Esse resto torna a entrar, tornando a ser depurado. O quilo sempre matria sobre matria agrega, Etc...

Devemos anotar tambm que o rei Lus XIV, ento com 35 anos de idade, tinha resolvido, em 1671, ressuscitar no Jardim do Rei (o nosso atual Jardim das Plantas) uma ctedra de anatomia, outrora suprimida pela hostilidade da

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W. HARVEY, Exercitatio anatomica de motu Cordis et Sanguinis in Animalibus

1 edio

Frankfurt (1682).

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Faculdade, e de confia-la ao jovem Pierre Donis para que l ensinasse a nova anatomia segundo a circulao. Estes pormenores so dados pelo doutor L. Chauvois, de Paris, que, na Presse Mdicale, de 11 de setembro de 1954, dedicou muito notvel artigo s vicissitudes pelas quais teve de passar o admirvel Ensaio de Harvey antes de obter crena geral, rude batalha que levou mais de um sculo para pulverizar aos ltimos oponentes! Esse artigo, rico de excepcional documentao, tem por ttulo: Molire, Boileau, La Fontaine e a circulao do sangue. Todos lembram tambm o incidente violento que marcou a apresentao do fongrafo perante a Academia das Cincias em 11 de maro de 1878: um dos membros dessa sbia assemblia clamou ser impostura e quis esbofetear o apresentante (Mr. Beet, delegado de Edison) a quem considerava simplesmente como um ventrloquo! quando se fez a prova da realidade do invento, causou delrio4. Com du Potet, o magnetismo tivera arquivos e jornal prprio: O Jornal do magnetismo. Hector Durville reiniciou tal publicao em 1878. Um congresso do magnetismo reuniu-se em Paris, em 1889. Quatro anos mais tarde, Hector Durville abriu uma Escola de magnetismo e de massagem da qual uma filial foi logo dirigida em Lyon pelo Mestre espiritual de Papus, M. PHILIPPE, o taumaturgo que foi

Na concluso da sua notvel e bem recente obra publicada por Denel e intitulada Quando a Medicina cala, o Sr. Robert Tocquet, professor de cincias fsicas, membro do Comit do Instituto metapsquico internacional, fez questo de dizer entre outras consideraes: A metafsica teve de lutar contra o ostracismo desses pretendidos racionalistas que, a priori, isto , sem prvio exame, rejeitam os fenmenos supranormais porque no se enquadram com as suas idias preconcebidas, seguindo assim, pela sua forma de pensar e atitude, a trilha de ilustres predecessores ou de doutas assemblias: de Guy Patin, decano da Faculdade de Medicina de Paris, que qualificou a circulao do sangue, descoberta por Harvey, de paradoxal, intil medicina, falsa, ininteligvel, absurda, nociva vida do homem, da Royal Society que taxou de fantasia, equvoco, hiptese infecunda e fico gratuita, emanando de um crebro estril, teoria das ondulaes luminosas de Thomas Young, dessa mesma Sociedade que recusou a publicao do mais importante memorial do clebre Joule, fundador, com Mayer, da termodinmica; do fsico Babinet do Instituto, examinador na cole Polytechnique, que escreveu que a teoria das correntes pode dar provas, sem rplica, da impossibilidade de uma transmisso de eletricidade por cabos; de Bouillaud, do Instituto, que, no decorrer da apresentao do fongrafo por Du Moncel na Academia das Cincias, precipitou-se sobre o representante de Edison, e agarrou-o pelo pescoo exclamando: Miservel! No seremos logrados por um ventrloquo, etc., etc. As fobias antimetapsquicas de muitos pensadores contemporneos nos parecem alis simplesmente passarem excessivamente perto da m f e precisarem freqentemente da psicanlise ou at da psiquiatria. A impermeabilidade a toda argumentao racional e a toda evidncia experimental, quando aplicadas metafsica, o signo de um complexo e obra de uma censura subconsciente. O rejeitar de tudo paranormal, por tais espritos, s vezes cultos, tornou-se nitidamente um Credo, ou, como diz com muita pertincia Gabriel Marcel, um dogma de bien pensants scientifiques (fiis ao dogma cientfico). Esses devotos da Cincia (sendo ela uma mera criao humana), bem como muitos crentes, em geral, so essencialmente medrosos ou preguiosos que temem ver-se na penosa obrigao de reconstruir o seu edifcio intelectual que data de tempos longnquos e superados dos Haeckel e dos L Dantec, ou que at se imaginam, mais ou menos confusamente, que aceitando na ordem biolgica e psicolgica aquilo que, em falta de termo mais apropriado, chamamos provisoriamente de paranormal, achar-se ao, ipso facto, levados a admitirem os dogmas de tal ou qual religio que estimam terem rejeitado, outrora, uma vez por todas, num grande impulso de racionalismo que, alis, pode ser legtimo.

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venerado pelos humildes como pelos grandes da Terra, de cujo tema nos ocuparemos documentalmente, adiante. Cabe assinalar aqui, por outra parte, que por ocasio do processo intentado, em 1912, a um grupo de magnetizadores entre os quais Hector Durville o Ministrio pblico (M. Dayras) ponderou: No pomos em dvida a existncia do magnetismo. E Matre Aulard (advogado do Sindicato dos mdicos) deu a confirmao seguinte: O 13 congresso de medicina legal disse do magnetismo que ele um agente teraputico poderoso, que o seu emprego por pessoas no munidas do ttulo de doutor em medicina constitui conseqentemente exerccio ilegal de medicina. O magnetismo no seria ento, contrariamente ao que alguns pensam, uma simples viso do esprito? H um fato, isto , que na sua imensa maioria, os representantes da medicina oficial, da medicina clssica ainda chamada de alopatia, desconfiam tanto do magnetismo quanto dos magnetizadores ou outros curandeiros, mesmo quando estes no so chalates. As objees habituais feitas aos curandeiros que tenham no seu ativo alguns xitos so as seguintes: 1. O diagnstico da doena estava errado. 2. A doena sumiu sozinha. 3. A cura s aparente, e tal efeito temporrio deve-se apenas simples sugesto. Se eu fiz questo de deixar constncia desses trs argumentos que, muitas vezes, so justificados, dos curandeiros embora isto desagrade a certos partidrios ou defensores

convm entretanto no generalizar, e saber dar mostra desse

fair-play prezado pelos esportistas. H, efetivamente, casos indubitveis nos quais tais objees no cabem. Felizmente, todos os mdicos no so adversrios dos curadores dignos deste nome, nem se opem a fazer experimentao neste curioso domnio. Assim que cabe citar, entre outras, as experincias feitas h poucos anos pelo Dr. Favory, oftalmlogo dos hospitais de Paris, e pelo Dr. Morlaas, ex-chefe de clnica na faculdade, que estudaram muito de perto no hospital Trousseau, curas oftalmolgicas paranormais. Tratava-se de crianas vindas a consulta por diversos vcios de refrao. Elas foram tomadas, ponderou o Dr. Favory, sem escolher entre os doentes antigos e consulentes novos. Em cada um deles, acresce o Dr, Favory, a

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refrao foi determinada aps atropinizao, exame de esquiascopia e com oftalmmetro de Javal. A experimentao abrangeu em total a onze crianas. TODOS foram melhorados, dos quais sete em grau superior aos outros. No seu relatrio, os doutores Favory e Morlaas escreveram: As crianas que observamos eram todas portadores de vcios de refrao verificados com exame objetivo e com mensurao dos raios de curvatura da crnea pelo oftalmmetro. Este tratamento pela energtica humana foi aplicado na consulta do hospital Trousseau, sob a nossa fiscalizao, por uma pessoa que o tinha experimentado sobre outras afeces. Ela estava desejosa, por questo de objetividade, de pratic-lo sobre doenas cujas modificaes fossem mensurveis. A determinao da acuidade visual pelas escalas de letras ou de signos preenche tal condio. Eis aqui os resultados registrados: Caso n 1: Melhoria da acuidade visual em quase 3/10; pouca modificao no estrabismo. Caso n 2: Miopia importante de 3 dioptrias. 6 e 7/10. Supresso da correo tica. Melhoria da acuidade visual at

Caso n 3: Melhoria da acuidade visual, reconduzida normal. Supresso da correo tica. Caso n 4: Melhoria da acuidade visual. Estrabismo convergente pouco modificado. Caso n 5: Melhoria notvel da acuidade visual. Supresso da correo tica. Caso n 6: Hipermetropia e astigmatismo ntidos. Melhoria da acuidade visual. Estrabismo pouco influenciado. Supresso da correo tica. Concluso dos dois observadores: Os resultados tm-se mostrado bastante rapidamente em todos os casos, e parecem ter-se mantido at a data. O estrabismo foi pouco ou no influenciado. Em contraposio, foram obtidos resultados satisfatrios em todos os vcios de refrao, em particular nos astigmatismo. Em caso nenhum temos observado modificaes morfolgicas do globo ocular. Convm ressaltar que a durao de aplicao do fluido humano era somente de 2 minutos e que no havia seno suas sesses de 2 minutos por semana para cada uma das crianas. Outra observao: a pessoa tendo assim aceito experimentar sob controle cientfico no era outra seno a esposa de um importante diplomata estrangeiro, embaixador de uma grande nao em Paris. No podia pois tratar-se, para esta

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Lady, de tirar o menor proveito material da utilizao deste dom. Ela realizou, alis, tambm outras curas cientificamente controladas, e que foram relatadas nos Archives Hospitalires. Tratava-se, agora, de afeces dermatolgicas cujas observaes foram apresentadas pelo doutor Morlaas perante a sociedade mdicocirrgica dos hospitais livres (4 de julho de 1938). Outros resultados, surpreendentes para os seguidores do positivismo, foram registrados com outros doentes, dos quais um, atingido de seqncias poliomielticas, foi objeto de uma apresentao perante a sociedade mdico-cirrgica dos hospitais livres, pelos doutores Trmolires e Morlaas (sesso de 3 de maro de 1939). Em trs meses e meio de cura magntica comportando 30 sesses, o doente, constantemente observado pelos mdicos, na cessou de beneficiar-se com melhorias notveis tanto quanto de admirar com este tratamento, com esta teraputica de novo gnero! Numerosos so agora aqueles que, sem preconceito, estimam que o fluido humano uma realidade. Em um artigo documentado sobre a deteco das doenas na mo, M. de Saint-Savin, que estudou particularmente todas estas questes, lembra que o corpo humano est imerso noutro corpo ao qual deu-se o nome de aura, e que os dedicados s cincias ocultas chamam de astral. Certos seres, dotados para a vidncia psquica, esto em condies de perceber diretamente tal aura e podem descreve-la; porm, segundo uma obra do erudito e to saudoso doutor Bliard, existe um meio qumico ajustado pelo ingls Walter Kilner, membro do Real Colgio dos fsicos de Londres, e que permite, na penumbra e colocando a pessoa ante um fundo preto, perceber essa famosa aura! Distinguirse-ia trs zonas: a) Um crculo escuro ou duplo etrico, junto aos contornos do corpo; b) Uma aura interior sem cor prpria, de 3 a 8cm de largura, de orla dentada; c) Uma aura azulada, ovoidal, que se funde no espao em tonalidades progressivamente atenuadas (degrad). O meio qumico em apreo consiste em examinar o interessado atravs de um recipiente contendo uma soluo de dicianina (derivado do alcatro de hulha). Porm, Hofmann pretende tratar-se apenas, de auto-sugesto ou de fadiga retiniana? A maior largura da aura teria lugar, no homem, na cabea, e na mulher nbil, na bacia. As aplicaes eltricas provocariam uma contrao dessa atmosfera luminosa; os agentes qumicos a fariam mudar de cores; finalmente, as doenas

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nervosas a deformariam. Outro pormenor dado pelos autores supracitados: manchas apareceriam ao nvel dos rgos doentes. E o Sr. De Saint-Savin faz a observao seguinte: Estas manchas parecem ser portas abertas pelas quais o fluido vital ou animal do doente fugiria do seu corpo. So precisamente essas manchas que possvel sentir materialmente e sem erros, com certa sensibilidade, e certo treinamento. Se passarmos a mais sensvel das duas mos, sem tocar no doente, a 2 ou 3 centmetros do corpo, muito lentamente, e sempre mesma distncia aproximada, sentir-se- muito nitidamente uma sensao ao passar sobre a mancha da qual falei acima. H, pois, ali um fenmeno curioso que os mdicos bem deveriam experimentar. Um treinamento constante deve, efetivamente, permitir o desenvolvimento em boas condies dessa sensibilidade especial. H disto alguns lustros, tendo tido a honra de ser recebido, em Bordus, pelo saudoso doutor Maxwel (antigo Procurador da Repblica em Bordeaux) tive a oportunidade de verificar um fluido que desprendiase dos seus dedos, que eram compridos e finos. No se poder fazer eventual aproximao entre a aura, o duplo apontado por certos psquicos e outros experimentadores espiritualistas e os membros fantasmas dos quais certos amputados do constncia? Em um artigo documentado publicado em dezembro de 1948, o jornal mdico Sade Pblica assinalou que, em 300 prisioneiros de guerra tendo sofrido alguma amputao maior, 2% somente estavam livres dessas sensaes de terem conservado um membro invisvel. A Presse Mdicale de 17 de abril de 1943, tambm, relatou o caso de um amputado da mo e antebrao que, algum tempo aps a amputao, sentiu sucessivamente tornar a crescer o antebrao, a mo e logo os dedos, e, s vezes, tinha a viso completa dos segmentos amputados. Em dezembro de 1947, o Concours medical registrou, entre outros trabalhos, um relatrio apresentado ao congresso francs de cirurgia pelos doutores Padovani e Mensuy sobre ctos dolorosos dos membros. Segundo estes dois autores, a sensao penosa da presena do membro ausente persiste a mido. Nem sempre dolorosa, ela obceca, contudo, ao ferido ou doente e atenua-se geralmente com o tempo. Mais freqente no membro superior do que no inferior, no parece porm que ela desaparea completamente. fato que a medicina oficial no comparte absolutamente, com relao aos membros fantasmas, o ponto de vista dos ocultistas. Ela procura a explicao

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destes curiosos fenmenos, no na existncia de um duplo astral, mas numa excitao dos centros nervosos. A cincia oficial nega a existncia deste corpo astral, querido pelos ocultistas e que, segundo Papus, tem trplice funo: 1 Ele une, por dupla polarizao, o corpo fsico ao esprito; 2 Ele o obreiro oculto cumprindo as funes da vida vegetativa e conservando ao corpo material, que mantm e repara incessantemente, sua forma, apesar da morte contnua das clulas fsicas, e a sua harmonia funcional, apesar da doena e das imprudncias; 3 Finalmente, ele pode irradiar em torno ao indivduo, formando uma espcie de atmosfera invisvel, chamada aura, e pode at exteriorizar-se inteiramente. Para mim, o fluido existe sem dvida alguma; ele uma realidade, tal como o pensamento a cujo servio acha-se, pensamento este que uma fora real e que tem sido registrada sobre chapas fotogrficas por experimentadores, como por exemplo, o Comandante Darget ou o Doutor Beraduc. Os trabalhos do comandante Darget foram, alis, objeto de uma comunicao Academia das Cincias no decorrer da sesso de 14 de fevereiro de 1898. Procurou-se, efetivamente, controlar as emisses fludicas pela fotografia. No que concerne ao Comandante Darget, ele rodeava uma chapa fotogrfica com um papel impresso ou manuscrito, logo com papel preto, finalmente com um papel qualquer, e aplicava o conjunto durante uma hora aproximada sobre a testa ou epigastro de um sujet. A chapa, quando revelada, reproduzia a escritura impressa, ou manuscrita, do revestimento, prova de uma irradiao para o autor da experincia... Simples decalcomania, ao qumica do calor e da secreo sudoral para os seus crticos. No hospital de la Charit, no lugar do qual ergue-se hoje a nova e moderna faculdade de Medicina de Paris, o doutor Luys, um dos grandes chefes mdicos de Papus, aplicava, durante 20 minutos, a face palmar dos seus dedos sobre uma chapa de gelatino-bromuro mergulhada em um banho de hidroquinona, dentro do laboratrio iluminado com luz vermelha. Na revelao, as impresses dos dedos apareciam rodeadas por uma aurola. O radiografista Brandt verificou aparecimento de aurolas apesar da filtragem rigorosa dos banhos, o que infirmava a explicao dada pelo senhor Professor Adrien Guehard opinando que ditas aurolas eram devidas a depsitos turvos no lquido do banho em repouso. Diversos experimentadores esforaram-se por eliminar as causas de erro, podendo provir, por exemplo, da atividade secretiva, do desprendimento calorfico e eltrico da mo. Os

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resultados registrados foram dos mais interessantes. Os experimentadores tm verificado que as imagens efluviogrficas variavam de intensidade segundo a hora da pose, a fora do sujet, seu estado de sade ou de emotividade. As doenas, a febre, as tornam menos ntidas, e a mo de um morto no as produz. Porm como estes experimentadores so sbios dignos deste nome, portanto pesquisadores imparciais, eles pontualisam que, se a mo de um cadver for aquecida convenientemente, d, tambm ela, efluviogramas!5 Convm aqui citar, entre outros experimentadores, Camile Chaigneau, Colones, Adrien Majenski, Gabriel Delanne, o doutor Betholet que, em 1927, com Mme. Issaeff, magnetizadora, no obteve apenas as tnues aurolas contornando a imagem das extremidades digitais, mas todo um sistema figurado de linhas de fora irradiando dos dedos como uma cabeleira luminosa.

Em outra srie de experincias, empenharam-se em obter a prova mecnica das radiaes vitais por meio da movimentao de objetos materiais inertes, porm os resultados registrados no parecem ter sido muito demonstrativos, se quisermos manter a estrita imparcialidade que deve presidir busca cientfica. Tais experincias devem pois ser retomadas, prosseguidas, aperfeioadas. Seja como for, o pensamento e o fluido so, no meu entender, realidades, porm nem toda gente est em condies de ser um poderoso aparelho emissor ou registrador sensvel, como o caso de certos sujets particularmente dotados, tanto mais quanto a arte ou o dom de curar, segundo se trate do mdico ou do curador, no pode realmente manifestar-se com todas sua potncia seno quando o mdico ou o curador digno de tal nome tem, no corao, sincero amor pelo semelhante. *** Convm, por outra parte, assinalar aqui que o grande pblico tem realmente excessiva tendncia a tornar mnimo o papel mdico, a subestimar a cincia e at o devotamento dos praticantes e a revestir aos curandeiros de todos os dons, de todas as virtudes! Para ele, o mdico antes de tudo um diplomado, enquanto o5 Porm, aconteceria o mesmo, utilizando o corpo, conservado, de um sujet falecido h numerosos meses? (Ph. E.)

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curandeiro uma lenda, da a maior simpatia para este do que para aquele. Que erro, entretanto! Acrescentarei a isto que esse mesmo grande pblico nunca deixa de ressaltar os fracassos dos mdicos e de esquecer os xitos obtidos graas sua ao6. Em contraposio, ele mostra-se de rara discrio sobre os erros cometidos pelos curandeiros. Bem recentemente ainda, a imprensa apontava o caso seguinte: A morte de uma menina qual um pretenso curador havia assistido aps mandar suprimir o tratamento prescrito pelo mdico da famlia, coisa simplesmente criminosa. Pois bem! Pode-se ter a certeza de que os clientes habituais desse charlato, desse pseudo-curador, nunca tomaro conhecimento dessa morte. Ser-me-ia fcil citar outros casos (apendicites, ttanos, diabete grave, tumores malignos) em que, pelo fato de diagnsticos fantasistas, to errados quanto ridculos, dados com segurana por curandeiros incompetentes, um tempo precioso foi perdido. Ora, todos sabem que, no domnio do cncer, por exemplo, cada dia perdido no tratamento uma oportunidade de cura afastada. Convm, pois dar mostra de reserva com relao s mltiplas curas de cncer, de tuberculose e outras afeces bem caracterizadas, das quais certos para-mdicos mais ou menos qualificados do conta. Cabe, neste delicado domnio, no desfazer-se de extrema prudncia, apelar para os recursos da medicina e do laboratrio para estabelecer um diagnstico de base realmente srio, e no confiar s nas afirmaes, por peremptrias que sejam, do pendulizante ou do mdium-curador, seja qual for a sua boa f.

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Cabe, efetivamente, render pblica homenagem ao mdica propriamente dita na luta travada, por exemplo, contra a tuberculose e outras afeces graves que foram responsveis por tantas mortes e que, agora, so bem menos temveis. dever nosso no esquecer tudo quanto a humanidade sofredora deve ao corpo mdico, sua cincia, ao se devotamento, ao seu altrusmo, o que excessivos sonhadores se comprazem em ignorar voluntariamente, coisa inadmissvel! Provas? Elas so cmodas de fornecer: Em 1950, houve, na Frana, um total de 526.000 bitos, dos quais 23.000 apenas foram causados pela tuberculose. Em 1953, a cifra dos bitos devidos tuberculose caiu para 18.629. Em 1907, contrariamente, houvera 90.048 bitos de tuberculose. A Organizao Mundial da Sade lembrou que em 15 anos a mortalidade por tuberculose baixou de quase 50% e que, desde 1950, 434.000 vidas humanas foram salvas pelas teraputicas novas. Foi aps longa investigao feita em 21 pases, sobre 404 milhes de habitantes que a O.M.S. revelou estes resultados sensacionais. No poderamos deixar de pr tambm em relevo a ao mdica nos resultados obtidos no domnio da mortalidade infantil, que caiu de 108% em 1945 para 46% em 1951 e que, em vinte anos, baixou 44% na Frana apenas, que ocupa o nono lugar nos pases da Europa ocidental, se classificados por ndice decrescente de mortalidade infantil. H tambm as doenas venreas, nas quais a medicina realizou prodgios; ainda temos essas outras afeces como a tifide, o sarampo, a tosse convulsa, a difteria, a escarlatina, por exemplo, cujos casos e perigos foram reduzidos consideravelmente graas ao mdica e s a ela, a ponto tal que, na Frana, s houve a lamentar, em 1943, 43 bitos pela escarlatina e 191 pela difteria. Em 1953, computaram, na Frana, as cifras seguintes, sempre com relao a bitos: tifide (129), sarampo (160), tosse convulsa (339), difteria (119), escarlatina (20). So as doenas do corao (94.488 bitos em 1953) e as afeces cancerosas (72.916 bitos em 1953) que, hodiernamente, causam, infelizmente!, o maior mal, porm, ali tambm, no se deve duvidar do provir e cumpre ter confiana no corpo mdico, cuja dedicao e cincia no podem e no devem absolutamente ser negados por nenhum observador ou nenhum crtico de boa f.

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Diagnstico de fantasia, cessao do controle e do tratamento mdicos, tempo perdido, essas as trs pesadas culpas que podem ser particularmente prejudiciais sade dos doentes e que devem ser severamente punidas. Nenhum crtico de boa f poder reprochar ao corpo mdico pedirem a justa punio dos chalates que, abusando da confiana do grande pblico, causam tais estragos. No , contrariamente ao que alguns pretendem, uma questo de baixos interesses materiais a que se acha na origem das aes judiciais intentadas pelos representantes oficiais do coro mdico, mas sim o desejo, a vontade de proteger a coletividade contra os chalates da sade. Existem assim milhares de chalates contra cujo comportamento temos o dever de nos erguer... Creio, entretanto, e sinceramente, que existem alguns raros curadores dignos deste nome, e que porm no possuem os pergaminhos oficiais. neles que penso quando me pergunto se no caberia, no interesse de todos aqueles que sofrem, considerar-se uma espcie de unio fraternal com o corpo mdico, ficando bem entendido e admitido que, unicamente, o mdico quem tem qualidade para formular um diagnstico e conduzir um tratamento, a ao do curador vindo apenas somar-se do praticante e isso, em pleno acordo com ele e sob seu controle. Como bem acentuou o Dr. Agarrat em um artigo publicado por l Monde no ms de dezembro de 1950: Uma boa parte da clientela dos curandeiros provida pelo que os mdicos chamam os funcionais: nenhuma perturbao orgnica, nenhuma leso anatmica so achadas neles, porm a carburao no se faz bem, a chispa surge a contratempo; trata-se essencialmente de um desajuste do simptico. O choque emotivo, seja qual for o seu instrumento, tem grandes probabilidades de xito em tais doentes. Est fora de dvida que, dado o gosto acentuado, do grande pblico, pelo mistrio e para com o maravilhoso, certos curadores beneficiam (alm de uma eventual ao fludica) de uma possibilidade de ao benfica e rpida. Alguns irradiam (como tambm o caso de numerosos mdicos praticantes) de uma simpatia salvadora, donde o interesse em uma simbiose, em uma unio entre os mdicos e os curadores srios. O curador digno deste nome seria um adjunto eventual no caso em que o mdico, e s ele, julgasse til completar a teraputica clssica por outro procedimento e isto, sob a sua vigilncia, sob o seu controle. H poucos lustros, a homeopatia no gozava realmente de muito particular estima por parte dos detentores da medicina oficial e, contudo, essa disciplina

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terminou obtendo, seno completa justia, pelo menos um modus vivendi aceitvel. verdade que ela praticada por doutores em medicina, nem por isso, no entanto, deixa de haver ali um ensinamento a lembrar. A cincia oficial no poder sempre limitar-se s antigas concepes; ela no poder sempre negar aquilo que no pode ainda explicar. Como bem dizia o saudoso professor Charles Richet Pai, membro do Instituto, prmio Nobel de Medicina, professor de fisiologia na Faculdade de Medicina de Paris, com relao aos fenmenos da metapsquica: No h ali nada absurdo; apenas h o desacostumado, o inabitual. Creio, pois, em s conscincia, que convm no dar mostra de um ceticismo muito acentuado para com tudo quando concerne a estas questes de fluido, magnetismo, j que o estado atual dos nossos conhecimentos no nos permite realmente negar a priori. No se pode deixar de aplaudir a coragem e bom senso do Sr. Professor Pierre Joannon, titular da ctedra de higiene e de medicina de Paris, quando proclama, em notvel pequenina obra dedicada ao Etismo e publicada em fevereiro de 19527: Se certos doentes no podem curar ou serem aliviados a no ser pelo emprego de certos mtodos considerados hoje como herticos, iro continuar privados dessa proteo? Pode esse desumano veto durar? Pensando na misria corporal ou mental de tantas pessoas, e na liberao que necessitariam, pode-se continuar a intrigar ou a brigar, pensar em ocultar-se, em procurar honras ou empregos? No estar o dever, at expondo-se a golpes, em obedecer s regras do etismo, em trabalhar pela unio e em nada negligenciar para que cada um tenha todas as oportunidades possveis de recobrar vigor e confiana?... J no queremos ignorar sistematicamente a meios teraputicos dos quais observadores, que parecem probos e sagazes, afirmam serem benfazejos. Queremos que o valor fundamental das suas crenas e suas declaraes seja reconhecido ou negado, aps pesquisas conscienciosas. Ns no queremos que a esse controle correto, unicamente dirigido para os resultados, se substituam indefinidamente uma rigidez conformista, um desprezo injustificado, uma hostilidade quase pueril palavra no sentido patolgico da

esteados em argumentos irrisrios, um dogmatismo meloso e hipcrita,

ou francamente feroz, uma tirania. Ns queremos denunciar o que h de tolo e mau

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Peyronnet, editor, 33, rue Vivienne, Paris.

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nesta atitude absolutamente contrria ao esprito cientfico e nocivo ao progresso, sem esquecer que, acima de tudo, so os doentes que com isso padecem. Impossvel, tambm, deixar de aprovar ao Sr. Pierre Audiat quando escreve (L Monde, de 18 e 19 de janeiro de 1950) sob o ttulo Ordem e desordem: Os processos que com inflexvel perseverana intenta a ordem dos mdicos contra os curadores no patenteados, no tm, reconheamo-lo, muito boa acolhida junto ao pblico. Sem falar dos curadores cujo fanatismo poderia leva-los ao martrio, e que esto prontos a provar a sua ressurreio morrendo pelos seus salvadores, os indiferentes e os cticos se admiram de semelhante encarniamento contra os cavalheiros do pndulo ou do magnetismo animal, que, se no fazem bem, parecem incapazes de fazer mal. Eles inclinam a pensar que os rigores da lei deveriam estar reservados aos que empregam teraputicas nocivas. E possivelmente nocivas porque a Natureza, para nos curar, aceita gentilmente o auxlio da aqua simplex e do p de perlimpinpin. A ordem dos mdicos est contudo no apenas em seu direito, mas dentro da lgica, perseguindo o irracional, que se tolerado invadiria a cincia por inteiro e a faria ruir. Porque se no existe nenhum lao, visvel ou concebvel, entre a causa e o efeito, se uma cura no pode ser raciocinada, explicada, demonstrada, a cincia oficial est fadada desordem e desliza para a bruxaria. Contudo, se me achasse no lugar da ordem assim se for permitido expressar-se

Ressentiria um escrpulo: embora esteja desapercebido ainda, o lao

racional existe qui; assim como os alquimistas tinham pressentido relaes que os qumicos descobriram muito mais tarde, no impossvel que os curadores utilizem, empiricamente, foras que manejaremos cientificamente em dia longnquo. Eis porque, em lugar de banir aos curadores da cidade e de atar-lhes imagem uma

as mos, a cincia oficial deveria, parece, submete-los a uma

observao atenta, Concebe-se muito bem que laboratrios de medicina emprica sejam instalados no prprio seio dos templos do Esculpio, que curadores, de f e desprendimento reconhecidos, l sejam chamados a prosseguir livremente as suas experincias sobre pacientes voluntrios. Quem poderia dizer com certeza que observando o comportamento destes mdicos, alheios ordem, e destes clientes, rebeldes lgica, no se perceberiam as vias desconhecidas que levam a uma razo superior?

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com a finalidade de estudar cientificamente, entre outros problemas, o dos Curadores, que uns quarenta sbios e filsofos reuniram-se em St. Paul de Vence, de 20 de abril a 1 de maio de 1954, reunio que agrupou ao grande romancista ingls Adous Huxley, aos Doutores Dalint (Londres), Bender (Friburgo), Van Lennep (Utrecht), Eisenbud (Denver), West (Londres), Urban (Insbruck), Assailly (Paris), Leuret (Lourdes), ao Sr. Professor Servadio (Roma), Sr. Gabriel Marcel, etc... As decises seguintes teriam sido tomadas, referindo-nos ao divulgado pela grande imprensa informativa: 1 Mil curadores de todos os pases do mundo sero submetidos a uma srie de testes especiais que sero ajustados antes do fim do ano pela universidade de Brown, nos Estados Unidos. 2 O professor Servadio, de Roma, entregar-se-ia a experincias com o curador mais clebre da Itlia, o magnetizador Di Angelo. Os seus doentes afirmam que no momento em que ele lhes impe as mos, uma corrente de ar passa sobre suas peles. O professor Servadio interpor entre as mos de Di Angelo (sem ele perceber) e o corpo do doente, um marco sumamente leve. A menor corrente de ar, se realmente se produz, far oscilar o marco. O professor Servadio deixou secretamente o congresso para realizar esta experincia antes que a imprensa alertasse Di Angelo. 3 O curador ingls Harry Edwards, que se gaba de ter curado um milho de doentes e garante poder tratar distncia, ser posto prova pelo professor Robert H. Thouless da Universidade de Cambridge. Dez grupos de dois doentes atingidos da mesma doena, no mesmo estado de evoluo, sero constitudos. Em cada grupo, um doente ser sem sab-lo submetido distncia aos passes magnticos de Edwards. Ao terminar a experincia, uma comisso de mdicos comparar o estado dos dois doentes nos dez grupos. 4 Finalmente, cada um dos congressistas praticar uma investigao pessoal, submetendo-se, incgnito, aos passes de curadores de nomeada. Em 1955, no fim desse conjunto de observaes e experincias, primeira tentativa cientfica sria para esclarecer o enigma dos curadores, um novo congresso reunir-se- na universidade de Cambridge. ***

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Entre as numerosas personalidades que no hesitaram em tomar recente e corajosamente posio com relao a este delicado problema, cabe citar tambm aos dois sbios Auguste Lumire e Jean Painlev. Em importante artigo publicado no ms de maro de 1953 pelo Avenir Medical, o saudoso Auguste Lumire escreveu: Tais resultados, favorveis, por parte dos curadores, esto bem longe de serem excepcionais e tivemos muitssimas vezes oportunidades de registrar xitos do mesmo gnero, no decorrer da nossa profisso, durante mais de meio sculo, especialmente graas aos procedimentos empregados pelos quiropratas e os acupuntores. Esses especialistas e todos os curadores no teriam nenhuma razo de existir se a Medicina universitria oficial no permanecesse to freqentemente impotente perante tantos estados patolgicos, curveis no entanto! na carncia da medicina acadmica que reside a causa principal da existncia dos curadores... Seria necessrio achar alguns mdicos independentes, trs ou quatro, por exemplo, que estivessem bem decididos a estudar a questo sem a menor posio prvia, e que a isso se comprometeriam formalmente, fazendo abstrao de todos os preconceitos que a Escola lhes tem ensinado, e tomando um contato ntimo com as escolas de quiroprtica humorais, com os acupuntores mais renomados, de forma a se darem conta dos resultados imparcialmente e com toda conscincia. Esses mdicos se reuniriam ento, confrontariam os seus resultados, e chegariam a concluso permitindo ter-se uma idia precisa sobre o valor de todos os mtodos herticos... Seja como for, o statu quo muito lamentvel, exigindo sem nenhuma dvida uma reforma. No que ao Sr. Jean Painlev concerne, ele autorizou ao advogado de um curador perseguido pela Ordem dos mdicos de Seine-et-Marne a dar leitura, no Tribunal, de uma carta na qual fazia, ele tambm, justa ponderao da questo. Um privilgio que no mais se justifica, dizia ele entre outras apreciaes, no pode durar. Por outra parte, criminoso impedir uma cura sob o pretexto de ser obtida por meios ainda no codificados estado doentio porque h mltiplos meios, uns materiais, no materializados outros, de se abordar o crculo vicioso chamado doena ou e muito longe nos achamos de t-los prospectado a todos; mesmo quando pacientes curados por prticas na admitidas devam ser taxados de simulao, deve-se ser, entretanto, muito feliz por ver abolido seu comportamento

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nefasto. Em todo caso, ante fatos numerosos, devidamente verificados, inexplicveis com freqncia, no estado atual dos nossos conhecimentos e dos nossos preconceitos, o homem de cincia, aps convencer-se de no haver trapaa nenhuma, deve experimentar, mesmo utilizar quando til, embora no tenha podido aproximar-se da causa, e de qualquer maneira no pode condenar. Finalmente, o Sr. Professor Jean Lhermite, tendo sido cortesmente hostilizado por diversos mdicos praticantes em seguimento publicao Mdicale de 3 de novembro de 1952 pela Presse

de um seu importante e belo artigo dedicado

ao Problema das curas milagrosas, fez (n de 26 de janeiro de 1953) uma resposta documentada, imparcial, e cuja concluso era a seguinte: Parece-me ser sempre sbio tornar s palavras de Hamlet a Horcio: H mais coisas no Cu e sobre a Terra do que nunca sonhou a vossa filosofia. *** Um pouco mais de compreenso entre o corpo mdico oficial e os curadores dotados e verdadeiramente sinceros8, no poderia, a meu ver, seno ser til a certos doentes condenados, sobre cujos sofrimentos fsicos e morais temos o dever de nos deter atenciosamente. Em s conscincia, dever-se-ia compartir do ponto de vista seguinte, dessa outra personalidade que Mestre Maurice Garon, da Academia Francesa: A sabedoria estaria em que o mdico e o curador colaborem. O que um deles no pode fazer, o outro obter qui. Certos mdicos razoveis porventura no compreenderam j a utilidade de enviarem a Lourdes certos doentes que l se curam, e perante os sofrimentos dos quais ficavam impotentes? Quando um diagnstico foi feito, bem feito, e no pode deixar nenhuma dvida, eu gostaria que o mdico soubesse eventualmente confiar a cura a quem a obtm melhor do que ele. Seria absurdo que ele acreditasse fazer com isso confisso de impotncia. Ante a dor e a morte, a associao de todos necessria, e seria dar mostra de amplo esprito de humanidade o compreender que as querelas de escola devem pesar pouco perante o sofrimento alheio.

H constncia de 48.000 curandeiros, na Frana, e de 38.000 mdicos. Essa cifra de 40.000 fortemente exagerada. Por outra parte, quantos curadores realmente dignos de tal nome? Muito poucos, verossimilmente, em relao aos milhares de chalates que exploram o sofrimento e a credulidade dos doentes, desprestigiam aos curadores srios e prejudicam a outrem por cupidez ou por orgulho.

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Creio, para concluir, que h l alguma coisa de muito srio e muito importante de se estudar, pois, o que todos ns devemos procurar sobre esse planeta, unir os nossos esforos para estarmos em condies de levar ao nosso semelhante, no domnio da sade como em outros setores, a ajuda mais completa e a mais fraternal. Isso , alis, o que bem tinham percebido Papus e Marc Haven os quais, ambos doutores em medicina, dedicaram-se de corao a render e fazer render justia ao Mestre PHILIPPE de Lyon, memria de quem eu considerei como um dever dedicar as pginas que seguem.

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MONSIEUR PHILIPPE, O MESTRE DESCONHECIDOquele que justamente chamado pela Vox Populi de Pai dos pobres e dos prisioneiros. (Dedicatria de Papus na abertura do seu livro sobre A Alma humana.) Certos autores de livros ou artigos tratando do problema dos curadores no deixam de citar, entre os curadores mais admirveis, a M. Philippe, de Lyon, esse extraordinrio que foi, para o doutor em medicina Gerard Encausse Papus, um Mestre em toda a acepo do termo1. Ele modificou totalmente, de fato, a orientao final daquele que chamavam o Balzac do ocultismo. St. Yves dAlveydre tinha sido, para Papus, um Mestre intelectual; M. Philippe, de fato, foi o Mestre espiritual, aquele que lhe permitiu compreender, ainda melhor, a comovente lio de Amor ensinada por N. S. Jesus Cristo. Eu no sou nada, absolutamente nada, tinha por costume dizer o Mestre Philippe. Mas ele tinha a F, essa F que ergue as montanhas; e os milagres floresciam a seu passo... Seja-me permitido fazer, desde j, uma advertncia necessria: que no se pode, de forma alguma, comparar o Mestre Philippe aos curadores modernos, nem aos mais ilustres. Seria, efetivamente, tomar rumo errado, enganar-se, porque ele era bem mais que simples curador. Ele era um enviado, um missionado, um representante da divina Providncia. ***

1 o caso, por exemplo, do Sr. Professor Robert Tocquet, que, no seu livro Quando a medicina cala, escreve: Certas curas, aias relativamente pouco freqentes, dado o enorme nmero de doentes tratados pelos diferentes mtodos que temos examinado, parecem absolutamente inexplicveis pelo jogo de qualquer mecanismo sugestivo. Foi o caso, por exemplo, se as tivermos por verdicas, de grande nmero de milagres operados pelo Cristo, da restaurao do olho de Pierre Gautier que relatramos ao falar do jansenismo, de algumas curas atribudas a taumaturgos tais como Mestre Philippe e Bziat e, finalmente, igualmente o caso de alguns milagres de Anaya, e sobretudo, da maior parte das curas ditas milagrosas de Lourdes, as quais so geralmente bem observadas, o que permite considera-las como autnticas. Todas essas curas diferem, pelos caracteres seguintes, das curas devidas vis natura medicatrix, sugesto ou a qualquer interveno mdica: Elas so freqentemente instantneas e implicam s vezes em reconstituies de tecidos importantes. A elas no se segue nenhuma convalescena

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Foi em conseqncia do seu encontro com M. Philippe que Papus, que tinha sido materialista, espiritualista e ocultista, autor de sbios tratados de magia prtica e outros, foi levado ao misticismo puro, a esse misticismo cristo que devia encher de sol os ltimos anos da sua excessivamente curta passagem 51 anos, em 1916 sobre nosso planeta. ele faleceu com

M. Philippe, que predicava a caridade, a bondade, a f em N. S. Jesus Cristo, foi um Mestre venerado por Papus2. Prova disto esta carta dirigida a M. Philippe em 1904, ou seja, um ano antes da sua partida para as esferas superiores:Querido e bom Mestre, Recebi a vossa carta e vo-la agradeo, porque sempre uma alegria ver a vossa letra to desejada. O que me dizeis justo demais para eu no deixar de vos assegurar a minha obedincia imediata. Eu vos tinha falado nisso quando da nossa entrevista em Lyon e no me tnheis feito objees naquela poca. Tendes me feito conhecer e amar ao Cristo. Disso vos sou eternamente grato e no tenho podido me privar de pronunciar o nome do Amigo ao falar do Grande Pastor. Se fiz assim apelo vossa autoridade, porque desde alguns anos e ainda neste momento nos batemos contra um movimento anticristo muito solidamente organizado. Esse movimento se faz por meio de livros e revistas e nesse mesmo terreno onde me esforo por combate-lo, embora sendo certamente mais pecador e mais orgulhoso que os meus irmos que atacam ao Cristo. Porm, quando menos, esforome em fazer amar aos evangelhos e seu autor. O cu minha testemunha de que na Rssia fiz com que vos amassem, sem dar o vosso nome e foi a indiscrio de um Martinista que fez conhecer vossa identidade

O Doutor Grard ENCAUSSE PAPUS

Um emocionante retrato do MESTRE ...

aos poderosos de l. Eles o pagaram caro, j que os pequenos perderam a vossa visita e que nunca mais vos viram desde que fostes chamado a palcio. Cada vez que passei em alguma parte, ali se vos tem amado e honrado; cada vez que foram para vs em seguimento ao meu entusiasmo, se vos tem compreendido um pouco mais e amado mais. No ocultarei que,2

Como tambm foi o caso para Jean Chapas e Paul Sdir...

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cada vez tambm, afastaram-se de mim e colocaram-me como acusado, Que pode importar-me isso, j que a vossa amizade me acompanha? Torno ainda a vs, querido Mestre, e peo-vos no abandoneis aos que se batem pelas idias que lhes tendes ensinado a amar. No nos abandoneis se somos pecadores ou orgulhosos e sede sempre o nosso bom Philippe, como eu queria ser sempre, O vosso muito devotado pequeno feitor,

(Fac-simile da assinatura do Dr. Grard Encausse)

*** Papus tinha dedicado uma das suas conferncias esotricas, na sala das Sociedades sbias, definio do Mestre. Segundo ele, somos guiados passo a passo em nossa evoluo e os guias que nos so enviados pelo Invisvel vm de diferentes planos (em linguagem mstica: apartamentos) conforme o gnero de faculdade que devem evoluir. Esses so Mestres, porm importa dar a esse termo sua verdadeira significao. O Mestre um guia e ele pode dedicar evoluo de trs gneros de faculdades humanas. Papus distingue, pois: a) O Mestre que dirige a evoluo da coragem, do trabalho manual ou das foras fsicas e que age sobre a parte fsica das faculdades humanas. o caso do Conquistador que faz evoluir a humanidade como a febre faz evoluir as clulas humanas, isto , na batalha, no terror, no sacrifcio e na matana em todos os planos. b) O Mestre cuja ao visa a evoluo do plano mental humano, este gnero de Mestria sendo dominado por um enviado do plano invisvel e que caracterizado pelas luzes que projeta em todos os planos de instruo. aquele que Papus chama de Mestre intelectual, o que era o caso de Saint Yves dAlveydre. c) O Mestre propriamente dito, aquele que, e s ele, tem verdadeiramente direito a esse ttulo, aquele que est encarregado de evoluir as faculdades espirituais da humanidade, que apela para foras que muito poucos entendem e cujo poder extraordinrio. o Mestre espiritual, conforme a prpria expresso de Papus, aquele que foi denominado o Mestre desconhecido por Marc Haven na sua muito bela obra dedicada a Cagliostro e O Homem livre por Paul Sdir nos seus comoventes comentrios sobre o Evangelho. dele que Sdir disse numa de suas

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conferncias: Mas quando o Mestre surge, como um sol que se levanta no corao do discpulo; todas as nuvens se desvanecem; todas as gangas se desagregam; uma claridade nova expande-se, parece, sobre o mundo; esquecem-se as amarguras, desesperos e ansiedades; o pobre corao to cansado lana-se para as radiantes paisagens entrevistas, sobre as quais o aprazvel esplendor da eternidade estende suas glrias; j nada sombrio empana a natureza; tudo finalmente afina em admirao, adorao e amor. De onde vem ento esse nome de Mestre? o que Papus explicou na sua conferncia3 sobre a definio do Mestre. Na Frana, disse, tal nome vem do latim magister que, decomposto em suas razes, nos d: MAG, fixao numa matriz (intelectual ou espiritual) do princpio A pela cincia G; IS, dominao da serpente (S) pela cincia divina (I), caracterstica do nome de ISIS; TER, proteo pelo devotamento de toda expanso (R). Se, deixando de lado as chaves hebraicas e o tarot do qual acabamos de usar, nos dirigimos ao snscrito, obtemos duas palavras: MaGa, que quer dizer felicidade e sacrifcio, com o seu derivado Magoni, a aurora e : is Ta, que quer dizer o corpo do sacrifcio, a oferenda. O Mestre, o Maga Ista, ou o Magisto, o Mago, pois aquele que vem se sacrificar, que d o seu ser em oferenda pela felicidade dos seus discpulos e, agora, compreender-se- o smbolo manico do Pelicano e a lei misteriosa: O iniciado matar o iniciador. M. Philippe era o Mestre espiritual na total acepo do termo e foi, para Papus, a tocha que iluminou os seus ltimos anos sobre esta Terra... Nascido de pais franceses (Joseph Philippe de Marie ne Vachod), Philippe veio ao mundo em 18494 numa aldeiola da Sabia quando aquela no era aindaConferncia do ms de junho de 1912 reproduzida em LInitiation de julho-setembro de 1912. No n 1/285 da revista O simbolismo (out. de 1849) o erudito Marius Lepage publicou a nota seguinte, ao p da pg. 26, em continuao a importante artigo de comentrios sobre o livro Cincias ocultas Papus, sua vida, sua obra, de Philippe Encausse: NOTCIA ASTROLGICA Pareceu-me interessante dar aos leitores do Simbolismo que se dedicam astrologia, os elementos do horscopo de Monsieur Philippe. Esse horscopo ser certamente indito para a maioria deles. Pessoalmente, nunca at hoje o achei em Revista nenhuma, e ficaria grato queles dos nossos leitores que pudessem dar referncias de estudos anteriores sobre este tema, se os houver. Os astrlogos estudaro tambm com proveito os trnsitos do falecimento do Monsieur Philippe.4 3

PHILIPPE, Nizier, Anthelme,

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francesa. Seus pais eram extremamente pobres e o pequeno Philippe os ajudava na melhor forma em que podia. Entre outras ocupaes, ele conduziu as ovelhas nas pastagens de vales e morros dominados pelo monte Tournier. Com a idade de 14 anos, deixou Loisieux (a aldeiola em apreo) indo para Lyon onde morou em casa de um dos seus tios, estabelecido como aougueiro e a quem ajudou na entrega domiciliar aos fregueses. Cursou seus estudos no Instituto Sainte-Barbe, em Lyon, onde um dos Padres afeioou-se muito por ele. Obteve assim, o certificado de gramtica. J certos poderes tinham-se manifestado nele. o que pontualisou o Sr. Schewoebel no artigo dedicado ao Mago Philippe pelo Mercure de France de 16 de junho de 1918, ao relatar as palavras seguintes de Philippe: Ignoro tudo em mim, nunca compreendi nem procurei explicar o meu mistrio. Tinha seis anos apenas e j o cura da minha aldeia inquietava-se com certas manifestaes das quais eu no tinha conscincia... Operava curas desde a idade de 13 anos, quando ainda era incapaz de me dar conta das coisas estranhas que se davam em mim. M. Philippe resolveu estudar medicina e, para tal fim, ele tomou quatro inscries de oficial de sade na Faculdade de Medicina de Lyon, de novembro de 1874 a julho de 1875. No Htel-Dieu (hospital), ele freqentou diversos servios, entre os quais a Sala Saint-Roch, onde seguia assiduamente as clnicas do professor B. Teissier. Ele mostrava grande inteligncia, escreveu sobre esse tema o Dr. Louis Maniguet em sua tese, apresentada sob n 107, em 11 de fevereiro de 1920 e intitulada: Um emprico lyonense: PHILIPPE. Contribuio ao estudo da influncia dos empricos sobre os doentes. Estudo mdico social. Essa tese de oitenta e seis pginas tinha sido inspirada ao autor pelo professor Etienne Martin, professor de medicina legal na Faculdade de Lyon. A documentao foi completada pelos professores Teissier, Lvy, Schneider e Policard, e os senhores Fleury Ravarin, Mestre Clozel, os doutores Cusset, Sahuc, Albert, Michel, Commandeur, Bollier, Masson, Carry, Gros, Locard, M. Bricaud. A dizer verdade, tem-se a impresso, lendo essa obra, que o autor teve o mximo cuidado de no indispor eventualmente o jri perante o qual devia defender a sua tese de doutorado.Nascido em 25 de abril de 1849, s 3 hs. Da manh, em Loisieux (Sabia). (5)

l:18 I, XI: 8 J; XII: 0 K; k: 5 L; II: 26 A; III: 26 B; a 4.45 B; b 4.22 C; i 4.27 L; h 22.59 A; g 2.31 A; f 12.55 E; e 12.29 L; d 29.47 R B; c 25.5 AFalecido em 2 de agosto de 1905. (5) No garantido que a hora de nascimento indicada por Marius Lepage seja exata. Ela deve, efetivamente, ser muito mais prxima da meia-noite, segundo dizem certos discpulos do Mestre (Ph. E.).

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Assim sendo no hesitou, por exemplo, em dar a entender com relao a M. Philippe, que a sua morte, na idade de 56 anos, podia em parte explicar-se por certos excessos de ordem alimentar alcoolismo entre outros! dando lugar a crises que perturbaram os ltimos anos da sua vida. Essa passagem, inspirada por evidente parcialidade, no honra realmente ao Doutor Maniguet. Este bem poderia e at deveria ter-se documentado melhor sobre a personalidade real de M. Philippe a quem trata, tambm, de Histero-nevropata (!) embora reconhecendo, contudo, muita memria, um esprito curioso e observador. Semelhante atitude indigna de um esprito cientfico, que se deve de nada afirmar sem uma sria e imparcial documentao de base. Alguns teriam sem dvida nenhuma preferido que eu no fizesse meno das asseres caluniosas do doutor Maniguet? Teria sido um erro na mencion-las, pois que elas s atingem ao seu autor... Torna-se a encontrar, alis, semelhante parcialidade e igual falta de documentao sria na obra de fico publicada, h disto poucos anos, pelo Dr, Leon Weber-Bauler, de Genebra, sobre Philippe, curador de Lyon, na Corte de Nicolau II. Efetivamente, tal autor deu ali, tanto com relao a M. Philippe quanto a Papus, curso a mexericos interessados, a certas calnias e inexatides que prejudicam gravemente a sua obra. Porm, esses dois autores so quase que anjos comparativamente com certo publicista a quem no darei a honra de citar pelo nome e que, numa obra recente dedicada aos curandeiros, obra de combate contra estes, d mostras de revoltante parcialidade, de uma falta de compreenso e de uma maldade que no enquadram absolutamente com os ares de bom apstolo, de esprito superior, de tcnico (?), de puro defensor da humanidade sofredora e explorada pelos chalates, que essa personagem quer dar-se perante um pblico muitas vezes crdulo demais, de fato... Entre outros, o Mestre Philippe arrastado na lama por esse escriba sequioso de publicidade pessoal. Pobre rapaz! verdade que, na sua infinita bondade, o Mestre lhe ter sem dvida perdoado as cusparadas pstumas com que assim gratificou a sua memria? Os ces ladram, a caravana passa, costuma-se dizer no Oriente. Pois bem! Essa frmula ilustrada pode por vezes aplicar-se a certos ocidentais... Outros artigos foram dedicados, bem recentemente, ao Mestre, porm, ainda a, seus autores pecaram por insuficincia de documentao realmente completa,

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causa, alis, muito menos grave que a evidente posio pr-tomada e a ranzinzice que caracterizam aos comentrios do jornalista aludido acima. A citar entre outros: os nmeros especiais do Crapouillot sobre as Cincias Ocultas e sobre Amor e Magia assim como um artigo publicado no grande jornal belga Le Soir em dezembro de 1953. Nas suas muito interessantes recordaes (Souvenirs sur le Matre Philippe), o senhor Andr Lalande, membro do Instituto, d tambm constncia da passagem de M. Philippe nos servios hospitalares lyonenses: Ele freqentou os hospitais de Lyon, muito querido por uns e detestado por outros. Ele consolava aos doentes e muitas vezes pedia aos mdicos que no operassem. s vezes, os doentes se achavam curados antes da data fixada para operar. Indo visitar aos aflitos e aos doentes, distribuindo aos pobres tudo quanto pudesse receber, M. Philippe voltava de vez em quando Sabia, visitando a seus familiares sem que estes pudessem dar-se conta da extenso de seus poderes Porm, soube-se um dia, no hospital do Htel-Dieu, que ele era curador enquanto no tinha obtido ainda o oficial pergaminho! Que sacrilgio, ao ver dos detentores da cincia acadmica! Eis porque, com a interveno do interno Alberto, M. Philippe foi afastado do servio do professor Bndict Teissier e viu lhe ser recusada a quinta inscrio, por estar fazendo medicina oculta e ser um verdadeiro charlato...! Esse gesto deselegante e estpido felizmente no impediu ao Mestre de continuar a dar sua total ateno ao sofrimento dos outros e trazer-lhes o reconforto e a cura. Ele desposou, em 6 de outubro de 1877, na prefeitura e na igreja de lArbresle, a Senhorita Landar, de importante famlia industrial de Lyon que, como escreveu o Sr. Andr Lalande, j citado precedentemente, trouxe-lhe mais do que ampla abastana: diversas casas na cidade e, sobre as alturas de lArbresle, o domnio de Collonges, o Clos Landar, cujo castelo, o amplo terrao e os belos pltanos dominam a entrada do tnel pelo qual passa a antiga linha du Bourbonnais. Dessa fortuna, acrescenta M. Andr Lalande, M. Philippe usava antes de tudo para outrem, fazendo chegar discretamente ou levando pessoalmente aos seus doentes pobres socorros ou medicamentos. Foi-me dito recentemente em Lyon que foi como consulente que a Srta. Landar tinha travado conhecimento com o Mestre quando j

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desesperavam de salva-la, e que foi efetivamente curada por ele, com quem casou pouco aps6. Duas crianas nasceram desta unio abenoada pelo Cu: uma filha, Victoire, e um filho, Albert. Este foi levado com a idade de poucos meses, durante a epidemia de varola7. Victoire, que nascera em 11 de outubro de 1878, casou em 1897 com o doutor Emmanuel Marc Henry Lalande (Marc Haven)8 e morreu prematuramente em 1904. O doutor Lalande tornou a casar posteriormente (1 de maro de 1913), conforme M. Philippe tinha lhe anunciado, com uma amiga de dcada dos Philippe e dosa Lalande, a viva Sra. Olga Marshall, ne Chestakoff, que foi, tambm, uma admirvel companheira para ele. A Sra. Lalande viveu em lAbresle (Clos Landar), no culto de todos esses grandes e queridos entes desaparecidos e ali faleceu. Ela publicou, em Lyon, h poucos anos, uma brochura (tiragem de 1000 exemplares) intitulada Lumire Blanche Evocation dum passe, dedicada ao Mestre. No queria escrever este livro, declarou a Sra. Lalande, sabendo bem ser impossvel traduzir, tal como era, a personalidade de M. Philippe. Sei, entretanto, desde longos anos (desde a publicao de Cagliostro, o Mestre desconhecido) que o devo escrever e vou faz-lo. Atualmente, aps a repercusso que acaba de ter um livro totalmente errneo (Philippe, Curador de Lyon Dr. L. Weber-Bauler), vou procurar escrev-lo. Tratei, em vo, de entender-me com o autor do livro mencionado e de lhe fazer ver o mal que causou aos seus leitores e a si mesmo, e nada mais tenho a esperar por esse lado. Nenhum dos admiradores do Mestre ir deixar de alegrar-se com essa retificao da Sra. Lalande, de cuja particular competncia ningum pode duvidar. Lumire Blanche constitui, pois um documento dos mais preciosos e que foi publicado em hora certa... A Sra. Lalande extinguiu-se no sbado, 27 de dezembro de 1952, nessa propriedade de Arbresle, onde o Mestre tinha passado grande parte de sua mais

O