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ESTADO DE MINAS-P.2 23/07/2011

O TEMPO-P.28 23/07/2011 IBAMA

Dono de siderúrgica é preso no bairro Belvedere

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HOJE EM DIA-P.19 23/07/2011

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Valquiria Lopes Parte da história de Minas está se des-

pedaçando em cidades do estado. Mantidos sob proteção no papel, bens tombados que guardam a memória mineira estão relega-dos ao esquecimento e abandono. Levanta-mento do Ministério Público (MP) estadu-al mostra que pelo menos 15% dos 3.704 bens de valor histórico, cultural, arquitetô-nico e ambiental sob proteção no estado se encontram em mau ou péssimo estado de conservação. Com base no estudo, o MP cobra melhoria nas políticas de proteção aos bens tombados e mais incentivos a pro-prietários dos imóveis para investimentos em revitalização.

Na lista elaborada pelo Ministério Público, bens ferroviários, como estações, armazéns, oficinas e galpões, estão entre os que têm mais problemas. “Pelo menos 1,5 mil (bens ferroviários) estão abandona-dos em Minas. Nem todos são tombados, mas têm proteção federal desde 2007”, diz o promotor Marcos Paulo de Souza Mi-randa, coordenador da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histó-rico, Cultural e Turístico de Minas Ge-rais.

Segundo Miranda, casarões e imóveis residenciais ficam em segundo lugar na relação de bens malconservados, seguidos por igrejas e capelas. Museus e edificações públicas vêm em quarto, enquanto os sítios arqueológicos, espeleológicos (grutas e ca-vernas) e paleontológicos (fósseis vegetais e animais) fecham o ranking. De acordo com o promotor, os sítios já têm proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-tístico Nacional (Iphan), mas em alguns ca-sos, enfrentam enormes dificuldades para

manter viva a história dos antepassados. O Estado de Minas visitou três loca-

lidades da Região Central do estado cujos bens estão em mau estado. Em Belo Vale, a 83 quilômetros de Belo Horizonte, a efer-vescência da Estação Ferroviária Central e seu entorno se restringe à memória dos mo-radores mais antigos. Desde que o trans-porte de passageiros foi extinto, em 1988, o prédio construído em 1917 deixou de receber o grande fluxo de passageiros en-tre Belo Horizonte e cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Janelas e portas estão quebradas e o telhado que ainda sustenta telhas francesas tem buracos.

Degradação Na plataforma de embar-que, tradicional pelo café da dona Vica, a cobertura foi arrancada para permitir a passagem de locomotivas que hoje só transportam minério extraído na região. Moradores contam que, sem vigilância, a Estação Central sucumbiu à marginalidade e frequentemente é usada como ponto para consumo de drogas. “Este era um lugar que tinha vida, era um ponto de encontro que movimentava a cidade. Hoje, está to-talmente sem proteção”, diz o coordenador de projetos da Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale, Tarcísio Martins. Assim como ele, a historiadora e professora Maria Aparecida da Glória, moradora de Belo Vale, defende a restauração do bem e a transformação do espaço em um equipamento cultural.

Para quem viveu os tempos áureos da estação, o sentimento é de tristeza. “Traba-lhei aqui durante 27 anos e tenho saudade daquela época boa. Hoje, olho para a esta-ção e fico chateado. É a cultura e a popula-ção que saem perdendo”, diz o ferroviário

aposentado Vicente Moreira dos Santos, de 61 anos. O ferroviário José Henrique, que trabalha na estação, também lamenta. “É uma pena ver a estação abandonada des-se jeito”. A Prefeitura de Belo Vale diz ter projeto para revitalizar a estação, mas ain-da espera liberação de recursos pedidos a uma instituição bancária. “Estamos com o projeto aprovado pelo Iphan e pelo Iepha, mas não há recurso para a revitalização, avaliada em R$ 380 mil”, disse o prefei-to Wanderley de Castro (PMDB). Segun-do ele, o imóvel poderá sediar um centro cultural, a Casa do Artesão ou o museu da ferrovia.

Fazenda Em Conselheiro Lafaiete, também há imóvel em risco. A sede da Fazenda Paraopeba, que segundo inquéri-tos que incriminaram os inconfidentes, os Autos da Devassa, pertenceu a Alvarenga Peixoto, está degradada. As paredes de pau a pique, telhados e pisos de madeira do casarão colonial, às margens da BR-383, estão em péssimo estado. A primeira parte da casa, em formato retangular, com duas salas e dois quartos, foi construída no sécu-lo 18 e está fechada por apresentar risco de queda. A segunda parte, o sobrado, datada do século 20, também tem problemas.

A aposentada Elizia Gonzaga, de 60, e o filho dela, Fernando Felisberto Gonzaga, de 35, são os atuais moradores da casa. Os dois dizem já ter pedido ajuda para revita-lizar o imóvel. “Já alegamos ao município, responsável pelo tombamento em 2006, que não temos condições financeiras de reformar a casa, ainda mais mantendo a es-trutura original. Fico triste de vê-la caindo um pouco mais a cada dia”, disse Fernan-do. Elizia relembra duas grandes enchentes

O Ministério Público decidiu arquivar o procedimento ad-ministrativo contra a Câmara de Uberaba, que tramitava junto à Procuradoria Geral de Justiça questionando o excesso de car-gos comissionados na estrutura do Poder. A informação, que vem da assessoria de imprensa da CMU, aponta que a decisão do MP se dá em razão da transparência e do cumprimento de re-comendação para adequar a estrutura organizacional da Casa.

Para tanto, o Legislativo revogou a Lei Estrutural então em vigor para fazer a devida adequação como exigido pela Co-ordenadoria de Controle da Constitucionalidade. Em julho de 2010, foi editada e aprovada a nova legislação, devidamente

amparada pelos termos constitucionais, o que proporcionou a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta junto à Pro-motoria de Defesa do Patrimônio Público, através do pro-motor José Carlos Fernandes Júnior.

O TAC estabelece as formas de contratação para a Câma-ra, seja através dos processos seletivos (dois deles estão em curso) ou por concurso, como o previsto para iniciar em 31 de outubro. “É um ciclo que fechamos em busca da legalidade e do cumprimento das normas constitucionais. Esse é o princípio da nossa administração”, diz o presidente da Casa, Luiz Dutra (PDT).

JOrNAl DA MANHã – MG -23/07/2011

MP arquiva processo contra a Câmara

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Os EsquecidosLevantamento do Ministério Público estadual indica que 15% dos 3,7 mil

bens sob proteção em Minas estão em mau ou péssimo estado de conservação

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do Paraopeba que abalaram ainda mais a estrutura da casa. “A água subiu um metro e meio. Quando chove aqui é um horror. A gente tem que sair porque a casa pode cair a qualquer momento”, relata. A aposentada mora na fazenda desde 1971. Segundo o se-cretário de Cultura de Conselheiro Lafaie-te, João Batista da Silva Neto, um termo de ajustamento de conduta (TAC) foi firmado com uma empresa que será responsável pelo restauro da sede da fazenda. O secre-tário, no entanto, não informou quando as obras serão executadas.

Casarão Também não há previsão para obras de revitalização de um dos mais antigos imóveis do município de Itaverava, o casarão do padre Taborda. Localizado no centro da cidade, ao lado da Igreja Matriz, o imóvel data da segunda metade do sécu-lo 18, quando muitas casas passaram a ser substituídas por sobrados. Em seu interior, painéis pintados à mão estão sendo anali-sados por haver suspeita de que sejam fei-tos pelo pintor Manuel da Costa Athaíde, o Mestre Athaíde.

Segundo moradores, a família do pa-dre Taborda teria abandonado o imóvel. Há relatos ainda de que no local tenha funcio-nando a casa paroquial de Itaverava. “É um prédio muito bonito e de muita importân-cia para a cidade. A gente vê ele assim e dá dó”, lamenta o aposentado Paulo Antônio do Nascimento, de 86 anos. A Prefeitura de Itaverava diz que o processo para tomada de posse do imóvel está em andamento. Depois dessa etapa, será elaborado projeto de restauro.

Palavra de especialistaMaria Efigênia lage de resenseProfessora emérita de história

da UFMG

Patrimônio para o futuro

O número de 15% de bens em mau ou péssimo estado de conservação ainda é generoso, porque acredito que ele pode ser ainda mais alto. Quando se fala na questão do tombamento, o fundamental é a defesa da herança histórica e cultural. Ela precisa ser mantida porque gera subsídios para que sociedade entenda o tempo presente e pen-se o futuro. É a forma mais adequada para se preservar o conhecimento, para se ter noção do que é anterior à história do tempo presente, ou seja, as coisas como foram são importantíssimas para esclarecimento do

que elas são hoje e do que podem vir a ser. O resgate dessa memória é emergencial e deve ser imediato. Se deixarmos os fatos irem se perdendo no tempo, podemos ter um prejuízo histórico muito grande. Per-cebo que, desde o surgimento da ideia de patrimônio, na década de 1930, tivemos re-almente muitas ações de preservação sen-do feitas, mas posteriormente, esse movi-mento se enfraqueceu. Hoje, por mais que os órgãos de preservação se esforcem, as ações de proteção ainda são deficitárias. Há bens sendo preservados, mas ainda há mui-to o que fazer para manter a materialidade da história em Minas.

rEPOrTAGEM DE CAPA

MP vê proteção às avessas

Para promotor, tombamento de imóveis não é acompanhado de incentivos para donos. Ele defende linhas de crédito para

estimular revitalização por parte dos proprietários

Valquiria Lopes O Ministério Público (MP) estadual,

responsável por levantamento segundo o qual 15% dos 3,7 mil bens tombados em Minas estão em mau ou péssimo estado de conservação, avalia que parte do problema é a falta de incentivo para proprietários de imóveis tombados. Para o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico de Minas, muitas vezes a decisão de proteger um bem, com o tom-bamento, se torna um problema.

“Hoje, o processo é recebido como uma sanção, como algo oneroso, quando na verdade, se bem gerido, pode criar incenti-vos”, opina. “Há uma deficiência nas po-líticas de proteção de bens tombados. Fal-tam incentivos e linhas de crédito menos burocráticas”, completa. Para reverter o quadro, o promotor defende medidas como a isenção de IPTU para pessoas que man-tiverem o bem em bom estado, incentivo aos projetos gratuitos de restauro, linhas de financiamento específicas para proprietá-rios, além de descontos nas tarifas de água e energia elétrica.

Para Miranda, o panorama geral em Minas é “razoável”, mas ele destaca exem-plos de descaso na lista de bens tombados. “O que chama a atenção é que se o bem

foi escolhido para ser tombado dentro de um universo de outras edificações é por-que tem importância histórica e cultural e, por isso mesmo, deveria ter um padrão de proteção de excelência. Ter 15% deles em situações precárias é um dado bastante sig-nificativo”, avalia.

Segundo o promotor, uma das medidas que têm funcionado no estado é a chamada transferência do direito de construir. “Se a pessoa tem, por exemplo, um sobrado de dois andares que é tombado, ela não pode destruí-lo para construir um prédio de 10 andares”, explica. “Dessa forma, como já tem dois pavimentos construídos, ela acu-mularia um déficit de construção de oito andares. Esse potencial construtivo pode ser alienado e vendido a uma construtora, que poderá usá-lo em outra área da cida-de”. O promotor diz já ter recebido corres-pondências de donos de imóveis em Belo Horizonte pedindo o tombamento depois que ficaram sabendo dos benefícios.

Penalidades Quem não se preocupa com a conservação do patrimônio pode ter prejuízo. Donos de imóveis podem respon-der a processo nas esferas civil, adminis-trativa e criminal. Na primeira, o promotor explica que se condenado o proprietário é obrigado a recuperar o bem, mantendo as características originais. Na administrativa, o artigo 72 do Decreto 6.514, que trata das infrações contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural, estabelece multa de R$ 10 mil a R$ 500 mil para quem destruir, inutilizar ou deteriorar o bem. No âmbito criminal, a negligência com o patrimônio pode render prisão de um a três anos.

Segundo Miranda, todos os casos de-nunciados ao Ministério Público tornam-se objeto de processos investigatórios que po-dem resultar na firmação de um termo de ajustamento de conduta (TAC), caso haja interesse do responsável pelo bem, ou em instauração de inquérito policial e processo no Judiciário. “Cerca de 75% dos casos são resolvidos por meio do TAC. Somente 25% requerem ação judicial e, nesses casos, em mais de 90% dos processos o sucesso é do MP”, diz. No âmbito do Ministério Público Federal (MPF) também há procedimentos administrativos instaurados em Minas para investigar a situação das estações ferro-viárias e de outros bens. Nesses casos, os órgãos responsáveis pela conservação e fiscalização são acionados na tentativa de firmar acordos para recuperação dos bens.

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A.PARTE

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EM DIA COM A POLÍTICA

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ESTADO DE MINAS-P.20 23/07/2011 rEPOrTAGEM DE CAPA

Mirante agora é do parque

ESTADO DE MINAS-P.3 23/07/2011 CADErNO CUlTUrAMÁRIO FONTANA

lAPA

Decreto protege prédio

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ESTADO DE MINAS-P.8 23/07/2011CARTAS À REDAÇÃO

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MOrTE DE PrOFESSOr

Assassino absolvido

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ESTADO DE MINAS-P.14 24/07/2011SOCIEDADE

MEU FILHO E MEU REFÉM

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O ministro do Esporte, Orlando Silva, e representantes do Ministério Público e do governo do Estado de São Paulo assinaram, no início da noite desta sexta-feira, na sede do Ministério Público de São Paulo, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O documento propõe a regulamenta-ção da atuação de torcidas de futebol organizadas e prevê cadastramento eletrônico dos integrantes. O Ministério do Esporte será o responsável por oferecer condições para o ca-dastramento, bem como a coleta de dados biométricos dos membros das torcidas. Representantes de torcidas do Corin-thians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e São Ca-etano, entre outras, participaram da cerimônia de assinatura do termo.

Ministro do Esporte, Orlando Silva chegou atrasado na cerimônia

De acordo com o procurador-geral do Estado, Fernando Grella Vieira, que abriu a cerimônia, o termo tem a partici-pação de 45 torcidas organizadas do Estado e busca formali-zar o cadastramento de membros das torcidas dentro de 120 dias. “É fundamental para a segurança dos torcedores nos estádios e para enaltecer o esporte que todos nós gostamos e admiramos”, disse.

A cerimônia, que começou com uma hora e meia de atraso, sem a presença do ministro do Esporte, Orlando Silva - que chegou depois-, foi marcada por um clima de constrangimento entre autoridades e integrantes de torcidas organizadas, que criticaram a falta de informação sobre o TAC. O clima foi apaziguado pelo diretor-geral da Gaviões da Fiel, Wildner Rocha.

O TEMPO-P.2 23/07/2011 A.PArTE

JB ONlINE – rJ - 23/07/2011

Ministro assina termo que regulamenta atuação de torcidas

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HOJE EM DIA-P.12 23/07/2011

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ESTADO DE MINAS-P.1 CADErNO DOrEITO E JUSTIÇA 25/07/2011Exame do Bafômetro

O que diz a lei

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Qualquer descuido durante a Copa, do transporte à segurança do público, pode acabar em centenas de processos judiciais contra a Fifa e a CBF

Frederico Damato - Advogado do escritório Amaral & Damato Ad-vogados

As autoridades organizadoras da Copa do Mundo no Brasil pre-cisam de uma rigorosa disciplina jurídica se não quiserem registrar diversos problemas com a Justiça. Há muitos melindres a serem ob-servados, desde a infraestrutura até a segurança, e qualquer descuido pode acabar em centenas de pro-cessos judiciais, inclusive contra a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os gargalos não se restringem à hotelaria, aeropor-tos e estádios, questões que atual-mente estão entre as maiores pre-ocupações da gestão pública. Um dos grandes vilões da história pode ser, surpreendentemente, o Estatuto do Torcedor.

Se Joseph Blatter permanecer no cargo de presidente da Fifa até a Copa do Mundo de 2014, é acon-selhável que fique atento a essa lei ordinária que estabelece os direitos do torcedor brasileiro. A seguran-ça é uma questão tratada de forma criteriosa pela legislação e respon-sabilizará o dirigente por qualquer prejuízo causado ao público que de-corra de falha de segurança durante os jogos do Mundial. O presidente da Fifa nem sequer precisa ter cul-pa para ser obrigado a indenizar o torcedor lesado. Se servir de con-solo, Blatter não seria o único con-denado. De acordo com o estatuto, também seriam responsabilizados a Fifa, a CBF e todos os seus dirigen-

tes, incluindo o presidente da enti-dade brasileira, Ricardo Teixeira. Cabe às instituições organizadoras cuidarem da logística de segurança nos estádios. Qualquer lesão causa-da ao torcedor por negligência ou incompetência dos organizadores da Copa do Mundo garante direito a indenização.

Para exemplificar, durante o Campeonato Brasileiro, a respon-sabilidade pela segurança dos está-dios é da CBF, do clube detentor do mando de campo e dos dirigentes das duas entidades. Numa eventual lesão ao torcedor, a CBF e o clube respondem por igual, registrando ou não culpa. Isso ocorre para res-paldar da melhor forma possível os direitos do torcedor, parte vulnerá-vel dessa relação, considerada de consumo. As consequências podem ser drásticas, uma vez que o esta-tuto prevê punições para dirigentes que se arriscarem em não cumprir a lei. A pena vai de suspensão tem-porária (até seis meses) à destitui-ção do cargo. Imaginem o impacto dessa medida em um megaevento internacional?

Bebidas alcoólicas também são proibidas pelo Estatuto do Tor-cedor e essa é outra questão que promete criar um impasse, pois as cervejarias são tradicionalmente grandes patrocinadoras da Copa do Mundo. O drible para esse ataque estará em ignorar o estatuto, o que seria afrontar a atual lei, ou criar mais um dos vários projetos de lei para a Copa com o intuito de regu-lamentar a questão. Se isso não for discutido e o Congresso não se mo-bilizar, a partir de agora, qualquer projeto poderá não ser aprovado a tempo, considerando a demora bra-sileira para sancionar leis.

Outra questão que merece de-bate e providências é o transporte para os estádios. A lei assegura a qualquer torcedor o direito de ser transportado com segurança e or-ganização para os jogos. Ao ler o estatuto, fica clara a sensação de que essa lei nunca saiu do papel. Basta observar a realidade: metrôs ineficientes, ônibus superlotados e precários com elevados índices de assaltos revelam a via-crúcis do tor-cedor brasileiro para acompanhar seu time.

Durante a Copa do Mundo, ainda será responsabilidade da Fifa e da CBF solicitar meios de trans-porte para a condução de idosos, crianças e pessoas portadoras de deficiência física aos estádios. Está previsto pela legislação que a soli-citação deve ser feita diretamente às entidades ou por meio do poder pú-blico. Os custos podem ser repassa-dos aos torcedores. A questão é que essa mesma regra já vale para os jo-gos que acontecem nos campeona-tos brasileiros. Alguém já viu esse tipo de transporte específico para os mais vulneráveis?

As entidades brasileiras orga-nizadoras de eventos esportivos são equiparadas a fornecedores, da mes-ma forma como dispõe o Código de Defesa do Consumidor (CDC) para uma empresa. Nesse caso, o torcedor tem no estádio os mesmos direitos que teria em uma relação de consumo. Todas essas questões podem ser reivindicadas e acabar na Justiça. Se isso acontecer, o evento que deveria gerar lucros para o país pode acabar em prejuízo não apenas financeiro, mas moral.

ESTADO DE MINAS-P.9 25/07/2011OPINIãO

Direitos do torcedor

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