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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA 1 1. CONCEITO (RA art.385) : Art. 385. O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada. 2. MODALIDADE Existe duas modalidades de regime de exportação temporária distintas: a) exportação temporária, cujo regime está disciplinado nos artigos 385 a 401 do RA; e b) exportação temporária para aperfeiçoamento passivo, que está disciplinada nos artigos 402 a 410 do RA. 3. BENS A QUE SE APLICA 3.1. De forma automática (RA art. 61, 309, 394, 395, 400) Art. 61. Considera-se em exportação temporária independentemente de qualquer procedimento administrativo, o veículo de transporte comercial brasileiro, de carga ou de passageiros, que sair do território aduaneiro. Art. 309. Os veículos de uso particular exclusivos de turistas residentes nos países integrantes do Mercosul circularão livremente no País, com observância das normas comunitárias correspondentes, dispensado o cumprimento de formalidades aduaneiras Art. 394. Reputam-se em exportação temporária, independentemente de qualquer procedimento administrativo: I - a bagagem acompanhada; II - os veículos para uso de seu proprietário ou possuidor, quando saírem por seus próprios meios; e III - os veículos de transporte comercial brasileiro, conduzindo carga ou passageiros. Art. 395. No caso de bagagem acompanhada, será feito, a pedido do viajante, simples registro de saída dos bens para efeito de comprovação no seu retorno. Art. 400. Os veículos de uso particular exclusivos de residentes no País, poderão sair do território aduaneiro, para viagem de turismo nos países integrantes do Mercosul, de conformidade com o estabelecido no art. 309. 3.2. Mediante autorização (RA art. 386, 387) Art. 386. O regime será aplicado aos bens relacionados em ato normativo da Secretaria da Receita Federal, e aos exportados temporariamente ao amparo de acordos internacionais. Art. 387. Não será permitida a exportação temporária de mercadorias cuja exportação definitiva esteja proibida, exceto nos casos em que haja autorização do órgão competente. Os bens relacionados de que trata o art. 386, estão definidos na IN SRF 319/2003 que assim estabelece no art. 2º: Art. 2º O regime aplica-se a bens destinados a: I - feiras, exposições, congressos ou outros eventos científicos ou técnicos; II - espetáculos, exposições e outros eventos artísticos ou culturais; III - competições ou exibições esportivas; IV - feiras ou exposições comerciais ou industriais; V - promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e mostruários de representantes comerciais; VI - execução de contrato de arrendamento operacional, de aluguel, de empréstimo ou de prestação de serviços, no exterior;

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA

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1. CONCEITO (RA art.385) : Art. 385. O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada.

2. MODALIDADE

Existe duas modalidades de regime de exportação temporária distintas: a) expor tação temporár ia, cujo regime está disciplinado nos artigos 385 a 401 do RA;

e b) expor tação temporár ia para aper feiçoamento passivo, que está disciplinada nos

artigos 402 a 410 do RA. 3. BENS A QUE SE APLICA 3.1. De forma automática (RA ar t. 61, 309, 394, 395, 400)

Art. 61. Considera-se em exportação temporária independentemente de qualquer procedimento administrativo, o veículo de transporte comercial brasileiro, de carga ou de passageiros, que sair do território aduaneiro. Art. 309. Os veículos de uso particular exclusivos de turistas residentes nos países integrantes do Mercosul circularão livremente no País, com observância das normas comunitárias correspondentes, dispensado o cumprimento de formalidades aduaneiras Art. 394. Reputam-se em exportação temporária, independentemente de qualquer procedimento administrativo: I - a bagagem acompanhada; II - os veículos para uso de seu proprietário ou possuidor, quando saírem por seus próprios meios; e III - os veículos de transporte comercial brasileiro, conduzindo carga ou passageiros. Art. 395. No caso de bagagem acompanhada, será feito, a pedido do viajante, simples registro de saída dos bens para efeito de comprovação no seu retorno. Art. 400. Os veículos de uso particular exclusivos de residentes no País, poderão sair do território aduaneiro, para viagem de turismo nos países integrantes do Mercosul, de conformidade com o estabelecido no art. 309.

3.2. Mediante autor ização (RA ar t. 386, 387) Art. 386. O regime será aplicado aos bens relacionados em ato normativo da Secretaria da Receita Federal, e aos exportados temporariamente ao amparo de acordos internacionais. Art. 387. Não será permitida a exportação temporária de mercadorias cuja exportação definitiva esteja proibida, exceto nos casos em que haja autorização do órgão competente.

Os bens relacionados de que trata o art. 386, estão definidos na IN SRF 319/2003 que

assim estabelece no art. 2º: Art. 2º O regime aplica-se a bens destinados a: I - feiras, exposições, congressos ou outros eventos científicos ou técnicos; II - espetáculos, exposições e outros eventos artísticos ou culturais; III - competições ou exibições esportivas; IV - feiras ou exposições comerciais ou industriais; V - promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e mostruários de representantes comerciais; VI - execução de contrato de arrendamento operacional, de aluguel, de empréstimo ou de prestação de serviços, no exterior;

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VII - prestação de assistência técnica a produtos exportados, em virtude de termos de garantia; VIII - atividades temporárias de interesse da agropecuária, inclusive animais para feiras ou exposições, pastoreio, trabalho, cobertura ou cuidados da medicina veterinária; IX - emprego militar e apoio logístico às tropas brasileiras designadas para integrar força de paz em território estrangeiro; X - a assistência e salvamento em situações de calamidade ou de acidentes de que decorra dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente; e XI - acondicionamento ou manuseio de outros bens exportados, desde que reutilizáveis. Parágrafo único. O regime aplica-se, ainda, na exportação temporária de: I - veículos para uso de seu proprietário ou possuidor; II - bens a serem submetidos a ensaios, testes de funcionamento ou de resistência; e III - outros produtos manufaturados e acabados, autorizados, em cada caso, pelo titular da unidade da Secretaria da Receita Federal (SRF) onde será realizado o respectivo despacho aduaneiro.

4. CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO DO REGIME (RA art. 388 a 390)

Art. 388. A concessão do regime poderá ser requerida à unidade que jurisdiciona o exportador ou àquela que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira de saída das mercadorias. Parágrafo único. A verificação da mercadoria poderá ser feita no estabelecimento do exportador ou em outros locais permitidos pela autoridade aduaneira. Art. 389. O registro de exportação, no Siscomex, constitui requisito para concessão do regime. § 1o O registro de exportação não será exigido para bagagem e para os veículos referidos nos incisos II e III do art. 394. § 2o A Secretaria da Receita Federal, ouvida a Secretaria de Comércio Exterior, poderá estabelecer outros casos de não-exigência do registro de exportação para a concessão do regime. Art. 390. A autoridade competente poderá indeferir pedido de concessão do regime em decisão fundamentada, da qual caberá recurso hierárquico, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. § 1o O indeferimento do pedido não impede a saída da mercadoria do território aduaneiro, exceto no caso das mercadorias a que se refere o art. 387. § 2º Estará sujeita ao pagamento de tributos, na sua reimportação, a mercadoria para a qual foi indeferido, em decisão administrativa final, o pedido de concessão do regime. § 3o No caso de indeferimento do pedido, em decisão administrativa final, o fato será comunicado à Secretaria de Comércio Exterior.

5. AUTORIDADE CONCEDENTE (RA art. 392 a 399) A autoridade concedente do regime é o inspetor ou delegado da Receita Federal da

jurisdição do exportador ou do local de embarque. Art. 392. O regime será aplicado pela autoridade aduaneira da unidade que jurisdicione o exportador ou por aquela que jurisdicione o porto, aeroporto ou ponto de fronteira de saída dos bens do País, de acordo com as normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal. Art. 393. Na aplicação do regime deverão ser atendidos os controles especiais, se for o caso.

Art. 396. A autoridade aduaneira que aplicar o regime deverá manter controle adequado de saída dos bens, tendo em vista a sua reimportação e o prazo concedido. Parágrafo único. Se os bens não retornarem ao País no prazo estabelecido, o fato deverá ainda ser comunicado à Secretaria de Comércio Exterior. Art. 398. O exame do mérito de aplicação do regime exaure-se com a sua concessão, não cabendo mais discuti-lo quando da reimportação da mercadoria. Art. 399. Quando se tratar de exportação temporária de mercadoria sujeita ao imposto de exportação, a obrigação tributária será constituída em termo de responsabilidade, não se exigindo garantia.

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6. PROCEDIMENTO DE DESPACHO Os procedimentos de despacho estão estabelecidos na IN SRF 319/2003:

Art. 5º O despacho aduaneiro de exportação temporária será processado com base na Declaração para Despacho de Exportação (DDE) a que se refere o art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 28/94, de 28 de abril de 1994. § 1º Na hipótese de a exportação não estar sujeita a controle por parte de outros órgãos, o despacho poderá ser processado com base na Declaração Simplificada de Exportação (DSE) a que se refere o art. 30 da Instrução Normativa SRF nº 155/99, de 22 de dezembro de 1999. § 2º O despacho aduaneiro dos bens referidos nos incisos IX e X do art 2º será processado com base na DSE a que se refere o art. 31 da Instrução Normativa SRF nº 155/99. § 3º Os bens a serem admitidos no regime deverão estar descritos detalhadamente na respectiva declaração de exportação, de modo a permitir sua identificação quando do retorno ao País.

Art. 6º A concessão do regime será requerida à unidade da SRF que jurisdiciona o exportador ou àquela que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira de saída das mercadorias do País. Parágrafo único. A verificação da mercadoria poderá ser feita no estabelecimento do exportador ou em outros locais permitidos pelo titular da unidade SRF responsável pelo despacho aduaneiro.

O procedimento de despacho de exportação temporária normalmente é realizada

através da DSE (declaração simplificada de exportação) de que trata a IN 155/99 – art. 30 inciso IV. 7. PRAZO DE VIGÊNCIA (RA art. 391)

Art. 391. O prazo de vigência do regime será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por período não superior, no total, a dois anos. § 1o A título excepcional, em casos devidamente justificados, a critério do Ministro de Estado da Fazenda, o prazo de vigência do regime poderá ser prorrogado por período superior a dois ano. § 2o Quando o regime for aplicado a mercadoria vinculada a contrato de prestação de serviços por prazo certo, o prazo de vigência do regime será o previsto no contrato, prorrogável na mesma medida deste. § 3o Na hipótese a que se refere o § 2o, o prazo de vigência do regime poderá ser prorrogado com base em novo contrato de prestação de serviço no exterior, desde que o pleito seja formulado dentro do prazo de vigência do regime. § 4o Não estão sujeitos a prazo os bens compreendidos no conceito de bagagem que, nessa condição, saiam do País.

O controle do prazo da exportação temporária é feito pelo auditor fiscal responsável pelo desembaraço aduaneiro da mercadoria objeto de exportação temporária que informará, no Siscomex, quando for o caso, o prazo concedido para a permanência no exterior.Na hipótese de prorrogação da vigência do regime, também deverá ser informado no sistema a alteração do novo prazo concedido. 8. EXTINÇÃO (RA art. 397)

Art. 397. Considera-se cumprido o regime na data do embarque da mercadoria, no exterior, desde que efetivada a reimportação com o ingresso da mercadoria no território aduaneiro.

A reimportação de produtos ou bens saído sem autorização, sem registro no Siscomex

ou após expirado o prazo legal de permanência, serão equiparados às importações de produtos estrangeiros.

A IN SRF 319/03 ao tratar da extinção do regime, assim dispõe:

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Art. 12. Considera-se cumprido o regime na data de emissão do respectivo conhecimento de carga, no exterior, desde que efetivada a reimportação com o ingresso da mercadoria no território aduaneiro. Art. 13. O despacho aduaneiro de reimportação dos bens exportados temporariamente poderá ser processado com base na Declaração Simplificada de Importação (DSI) a que se refere o art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 155/99.

Parágrafo único. Na declaração de importação deverá ser indicado o número de registro da declaração de exportação temporária dos bens.

9. E T PARA APERFEIÇOAMENTO PASSIVO (RA ar t. 402 a 410): Instituída pela Port.MF 675/94, o regime permite a saída de mercadorias para ser submetida à operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior. Na sua reimportação será exigido o pagamento dos tributos incidentes sobre o valor agregado. O novo Regulamento Aduaneiro trata o assunto nos artigos 402 a 410. 9.1. Do Conceito

Art. 402. O regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo é o que permite a saída, do País, por tempo determinado, de mercadoria nacional ou nacionalizada, para ser submetida a operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior, e a posterior reimportação, sob a forma do produto resultante, com pagamento dos tributos sobre o valor agregado. § 1o O regime de que trata este artigo aplica-se, também, na saída do País de mercadoria nacional ou nacionalizada para ser submetida a processo de conserto, reparo ou restauração. § 2o O Ministro de Estado da Fazenda poderá permitir outras operações de industrialização, no regime. § 3o O crédito correspondente aos impostos incidentes na exportação será constituído em termo de responsabilidade, ficando seu pagamento suspenso pela aplicação do regime.

9.2. Da Concessão, do Prazo e da Aplicação do Regime

Art. 403. O Ministério da Fazenda regulamentará a concessão e a aplicação do regime, respeitado o disposto nesta Seção. Art. 404. O prazo para importação dos produtos resultantes da operação de aperfeiçoamento será fixado tendo em conta o período necessário à realização da respectiva operação e ao transporte das mercadorias. Art. 405. A mercadoria importada com isenção ou com redução de tributos vinculada a sua destinação não poderá ser admitida no regime enquanto perdurarem as condições fixadas para fruição da isenção ou da redução. Art. 406. A aplicação do regime não gera direitos decorrentes de operação de exportação a título definitivo.

9.3. Da Extinção da Aplicação do Regime (RA ar t. 407 a 410) Art. 407. Na vigência do regime, deverá ser adotada uma das seguintes providências, para extinção de sua aplicação: I - reimportação da mercadoria, inclusive sob a forma de produto resultante da operação autorizada; ou II - exportação definitiva da mercadoria admitida no regime. Art. 408. O valor dos tributos devidos na importação do produto resultante da operação de aperfeiçoamento será calculado, deduzindo-se, do montante dos tributos incidentes sobre este produto, o valor dos tributos que incidiriam, na mesma data, sobre a mercadoria objeto da exportação temporária, se esta estivesse sendo importada do mesmo país em que se deu a operação de aperfeiçoamento. Art. 409. Na reimportação de mercadoria exportada temporariamente, nos termos previstos no § 1o do art. 402, são exigíveis os tributos incidentes na importação dos materiais acaso empregados.

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Parágrafo único. O despacho aduaneiro da mercadoria deverá compreender: I - a reimportação da mercadoria exportada temporariamente; e II - a importação do material acaso empregado, apurando-se o valor aduaneiro desse material e aplicando-se a alíquota que lhe corresponda, fixada na Tarifa Externa Comum. Art. 410. Aplicam-se ao regime, no que couber, as normas previstas para o regime de exportação temporária. Em relação à extinção do regime de exportação temporária e para aperfeiçoamento

passivo cabe citar ainda as disposições do artigo 60 da Lei nº 10.833, de 29.12.03.

Art. 60. Extinguem os regimes de admissão temporária, de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, de exportação temporária e de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo, aplicados a produto, parte, peça ou componente recebido do exterior ou a ele enviado para substituição em decorrência de garantia ou, ainda, para reparo, revisão, manutenção, renovação ou recondicionamento, respectivamente, a exportação ou a importação de produto equivalente àquele submetido ao regime.

§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, exclusivamente, aos seguintes bens:

I - partes, peças e componentes de aeronave, objeto das isenções previstas na alínea j do inciso II do art. 2o e no inciso I do art. 3o da Lei no 8.032, de 12 de abril de 1990;

II - produtos nacionais exportados definitivamente, ou suas partes e peças, que retornem ao País, mediante admissão temporária, ou admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, para reparo ou substituição em virtude de defeito técnico que exija sua devolução; e

III - produtos nacionais, ou suas partes e peças, remetidos ao exterior mediante exportação temporária, para substituição de outro anteriormente exportado definitivamente, que deva retornar ao País para reparo ou substituição, em virtude de defeito técnico que exija sua devolução.

§ 2o A Secretaria da Receita Federal disciplinará os procedimentos para a aplicação do disposto neste artigo e os requisitos para reconhecimento da equivalência entre os produtos importados e exportados.

LEGISLAÇÃO

ATOS LEGAIS - Dec 4543/02 RA- Art. 385 a 410 ATOS NORMATIVOS - Port.MF 675/94 - dispõe sobre Exportação Temporária para Aperfeiçoamento Passivo. - IN SRF 29/98 (DOU 09/03/98) - Dispõe sobre o tratamento aduaneiro de bens integrantes de projetos

culturais procedentes ou destinados a Estados Partes do Mercosul (despacho, admissão e exportação temporária).

- IN SRF 115/2001 -Estabelece procedimentos simplificados para a aplicação dos regimes aduaneiros especiais de admissão e de exportação temporária de recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, "racks", "clip locks" e outros bens com finalidade semelhante.

- Portaria Coana nº 014/2002 -Aprova modelo de Requerimento de Reconhecimento de Equivalência entre Produtos (REP).

- IN SRF 319/ 2003 (DOU 7.4.2003) Dispõe sobre a aplicação do regime aduaneiro especial de exportação temporária.

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1. CONCEITO É o regime que permite a saída de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação.

2. BENS A QUE SE APLICA 2.1. De forma automática

- veículo de transporte de carga ou de passageiros - veículos exclusivos de turistas - bagagem acompanhada (para comprovar no seu retorno) - veículos de uso próprio

2.2. Mediante autor ização Bens relacionados na IN SRF 319/2003

- feiras, exposições, congressos e eventos científicos /técnicos; - espetáculos, exposições e outros eventos artísticos ou culturais; - competições ou exibições esportivas; - feiras ou exposições comerciais ou industriais; - promoção comercial, inclusive amostras; - execução de contrato de arrendamento operacional (aluguel) - prestação de assistência técnica a produtos exportados; - atividades temporárias de interesse da agropecuária; - emprego militar e apoio logístico às tropas brasileiras; - a assistência e salvamento em situações de calamidade; - acondicionamento ou manuseio de outros bens reutilizáveis; - outros casos

3. CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO

- registro de expor tação no Siscomex, normalmente via DSE. - não é exigido para concessões automáticas. - poderá ser requerida à unidade que jurisdiciona o exportador

ou àquela que jurisdiciona o porto/aeroporto ou ponto de fronteira.

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- a verificação da mercadoria poderá ser feita no estabelecimento do exportador ou em outros locais permitidos.

- poderá ser indeferido da qual caberá recurso hierárquico e não impede a saída da mercadoria do território aduaneiro, exceto mercadorias de exportação proibida

- estar descritos detalhadamente na respectiva declaração (para identificação no retorno ao País)

4. PRAZO

- até 1 ano, prorrogável + 1 ano, excepcional superior a 2 anos - igual ao prazo de vigência do contrato de prestação de serviço

no exterior - não estão sujeitos a prazo os bens conceituados como

bagagem 5. AUTORIDADE CONCEDENTE

- da jurisdição do exportador ou do local de embarque - se os bens não retornarem ao País no prazo estabelecido, o fato

deverá ainda ser comunicado à Secex 6. EXTINÇÃO

-Considera-se cumprido o regime na data do embarque da mercadoria, no exterior, desde que efetivada a reimportação. - a reimportação de produtos ou bens saído sem autorização, sem registro no SISCOMEX ou após expirado o prazo de permanência, serão equiparados às importações de produtos estrangeiros.

7. E T PARA APERFEIÇOAMENTO PASSIVO

Regime que permite a saída temporária para ser submetida a operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior, e a posterior reimportação com pagamento dos tributos sobre o valor agregado, inclusive para conserto, reparo ou restauração.

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Concessão, do Prazo e da Aplicação do Regime - a mercadoria importada com isenção/redução de tributos

vinculada a sua destinação não poderá ser admitida no regime enquanto perdurarem as condições fixadas para fruição da isenção/redução.

- a aplicação do regime não gera direitos decorrentes de operação de exportação a título definitivo.

Extinção da Aplicação do Regime

- reimportação da mercadoria, inclusive sob a forma de produto resultante da operação autorizada; ou - exportação definitiva da mercadoria admitida no regime. Obs. Aplicam-se ao regime, no que couber, as normas previstas para o regime de exportação temporária.