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I EO DIÁLOGO Forjando a cultura do aprendizado por meio da avaliação independente no FMI EDIÇÃO DE OUTONO 2017 O FMI E A PROTEÇÃO SOCIAL Nos últimos 10 anos, o FMI esteve mais atento à proteção social, ao enfrentar os efeitos da crise financeira mundial e abordar preocupações sobre o impacto dos choques nos preços dos alimentos e combustíveis e a ampliação das pressões sobre os grupos de baixa renda e os seg- mentos mais vulneráveis. O IEO exami- nou esse trabalho em sua mais recente avaliação: O FMI e a Proteção Social. A avaliação constatou um amplo envol- vimento do FMI na proteção social em todos os países, embora em graus variados. Algumas variações resultam da atenção às diferentes circunstâncias dos países e da disponibilidade de perícia técnica externa; outras refletem fatores mais idiossincráticos, sobretudo no caso da supervisão. No âmbito dos programas, o FMI sempre frisou a necessidade de mitigar os possíveis efeitos adversos de suas medidas sobre os mais vulneráveis, e em geral trabalhou bem com os parceiros de desenvolvimento para abordar as preocupações com a proteção social, porém com resultados mistos. A cooperação FMI-Banco Mundial nessa área foi em geral positiva, e o Fundo pôde utilizar de forma eficaz a experiência do Banco; mas o enfoque na proteção social direcionada aos pobres e vulneráveis revelou-se menos compatível com a abordagem baseada em direitos defendida por alguns órgãos da ONU. Os esforços da área de comunicações externas para destacar a “face humana” do FMI nem sempre convenceram os interlocutores, sobretudo a sociedade civil, em parte devido às expectativas elevadas. A avaliação recomendou que o FMI defina um quadro estratégico claro para orientar seu envolvimento na proteção social, em meio a prioridades confli-tantes e recursos orçamentários limitados. Pediu clareza no âmbito, objetivos e limites do envolvimento do FMI na proteção social, para ajudar a balizar as expectativas — internas e externas — sobre o papel e as responsabilidades do Fundo. Dados os limites do FMI em termos de capacidade e perícia, o relatório frisou a importância de manter relações produtivas com os parceiros de desenvolvimento, inclusive instituições com mandatos e prioridades de política diferentes dos seus. Ao analisar o relatório, os Diretores Executivos reconheceram o esforço do FMI em dedicar mais atenção à proteção social atendendo às necessi-dades dos países membros. Reconhe-ceram que há espaço para mais progressos e, assim como a Diretora-Geral, apoiaram todas as recomenda-ções da avaliação. Ao mesmo tempo, sublinharam a necessidade de se ater ao mandato do FMI, envolvendo- se apenas nos aspectos macrocríticas e ciente das limitações de recursos e áreas de especialização. A Direção-Geral apresentará um Plano de Implementação à Diretoria até o início de 2018. SOBRE O IEO O Gabinete de Avaliação Independente (IEO) foi criado em 2001 para conduzir avaliações independentes e objetivas das políticas e atividades do FMI. Segundo seus Termos de Referência, o IEO é inteiramente independente da Direção do FMI e, na sua atuação, guarda a devida distância da Diretoria Executiva. A missão do IEO é consolidar a cultura de aprendizado do FMI, fortalecer a credibilidade externa do Fundo e dar respaldo à governança e supervisão da instituição. Workshop do IEO sobre o FMI e aplicação de políticas monetárias não convencionais, uma nova avaliação. A SEGUIR: PROGRAMA DE TRABALHO DO IEO Estão em curso duas avaliações e duas atualizações de avaliações anteriores, e o IEO iniciou também uma nova avaliação, sobre o envolvimento do FMI nos estados frágeis, a qual deve ser concluída até abril de 2018. A avaliação sobre os esforços contínuos do FMI para reforçar a supervisão financeira deve ser concluída até outubro de 2018. As atualizações das avaliações de 2007 sobre a assessoria do FMI em política cambial e sobre a condicionalidade nos programas apoiados pelo FMI devem ser concluídas até abril de 2018. Após consultas com os interessados, o IEO deu início a uma avaliação da assessoria do FMI em políticas monetárias não convencionais. A avaliação examinará a assessoria prestada pelo FMI a economias avançadas na aplicação de políticas monetárias não convencionais nos últimos anos, o impacto sobre as economias de mercados emergentes e possíveis problemas na retirada dessas políticas. O documento temático preliminar da avaliação foi publicado no website do IEO para receber comentários. Para mais informações sobre o trabalho do IEO, visite www.ieo-imf.org

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Page 1: 2017 IEO DIÁLOGO - imf.org · todos os países, embora em graus variados. Algumas variações resultam da atenção às diferentes circunstâncias dos países e da disponibilidade

IEO DIÁLOGOForjando a cultura do aprendizado por meio da avaliação independente no FMIEDIÇÃO DE OUTONO

2017O FMI E A PROTEÇÃO SOCIALNos últimos 10 anos, o FMI esteve mais atento à proteção social, ao enfrentar os efeitos da crise financeira mundial e abordar preocupações sobre o impacto dos choques nos preços dos alimentos e combustíveis e a ampliação das pressões sobre os grupos de baixa renda e os seg- mentos mais vulneráveis. O IEO exami-nou esse trabalho em sua mais recente avaliação: O FMI e a Proteção Social.

A avaliação constatou um amplo envol-vimento do FMI na proteção social em todos os países, embora em graus variados. Algumas variações resultam da atenção às diferentes circunstâncias dos países e da disponibilidade de perícia técnica externa; outras refletem fatores mais idiossincráticos, sobretudo no caso da supervisão. No âmbito dos programas, o FMI sempre frisou a necessidade de mitigar os possíveis efeitos adversos de suas medidas sobre os mais vulneráveis, e em geral trabalhou bem com os parceiros de desenvolvimento para abordar as preocupações com a proteção social, porém com resultados mistos.

A cooperação FMI-Banco Mundial nessa área foi em geral positiva, e o Fundo pôde utilizar de forma eficaz a experiência do Banco; mas o enfoque na proteção social direcionada aos pobres e vulneráveis revelou-se menos compatível com a abordagem baseada em direitos defendida por alguns órgãos da ONU. Os esforços da área de comunicações externas para destacar a “face humana” do FMI nem sempre convenceram os interlocutores, sobretudo a sociedade civil, em parte devido às expectativas elevadas.

A avaliação recomendou que o FMI defina um quadro estratégico claro para orientar seu envolvimento na proteção social, em meio a prioridades confli-tantes e recursos orçamentários limitados. Pediu clareza no âmbito, objetivos e limites do envolvimento do FMI na proteção social, para ajudar a balizar as expectativas — internas e externas — sobre o papel e as responsabilidades do Fundo. Dados os limites do FMI em termos de capacidade e perícia, o relatório frisou a importância de manter relações produtivas com os parceiros de desenvolvimento, inclusive instituições com mandatos e prioridades de política diferentes dos seus.

Ao analisar o relatório, os Diretores Executivos reconheceram o esforço do FMI em dedicar mais atenção à proteção social atendendo às necessi-dades dos países membros. Reconhe-ceram que há espaço para mais progressos e, assim como a Diretora-Geral, apoiaram todas as recomenda-ções da avaliação. Ao mesmo tempo, sublinharam a necessidade de se ater ao mandato do FMI, envolvendo-se apenas nos aspectos macrocríticas e ciente das limitações de recursos e áreas de especialização. A Direção-Geral apresentará um Plano de Implementação à Diretoria até o início de 2018.

SOBRE O IEO O Gabinete de Avaliação Independente (IEO) foi criado em 2001 para conduzir avaliações independentes e objetivas das políticas e atividades do FMI. Segundo seus Termos de Referência, o IEO é inteiramente independente da Direção do FMI e, na sua atuação, guarda a devida distância da Diretoria Executiva. A missão do IEO é consolidar a cultura de aprendizado do FMI, fortalecer a credibilidade externa do Fundo e dar respaldo à governança e supervisão da instituição.

Workshop do IEO sobre o FMI e aplicação de políticas monetárias não convencionais, uma nova avaliação.

A SEGUIR: PROGRAMA DE TRABALHO DO IEOEstão em curso duas avaliações e duas atualizações de avaliações anteriores, e o IEO iniciou também uma nova avaliação, sobre o envolvimento do FMI nos estados frágeis, a qual deve ser concluída até abril de 2018. A avaliação sobre os esforços contínuos do FMI para reforçar a supervisão financeira deve ser concluída até outubro de 2018. As atualizações das avaliações de 2007 sobre a assessoria do FMI em política cambial e sobre a condicionalidade nos programas apoiados pelo FMI devem ser concluídas até abril de 2018.

Após consultas com os interessados, o IEO deu início a uma avaliação da assessoria do FMI em políticas monetárias não convencionais. A avaliação examinará a assessoria prestada pelo FMI a economias avançadas na aplicação de políticas monetárias não convencionais nos últimos anos, o impacto sobre as economias de mercados emergentes e possíveis problemas na retirada dessas políticas. O documento temático preliminar da avaliação foi publicado no website do IEO para receber comentários.

Para mais informações sobre o trabalho do IEO, visite www.ieo-imf.org

Page 2: 2017 IEO DIÁLOGO - imf.org · todos os países, embora em graus variados. Algumas variações resultam da atenção às diferentes circunstâncias dos países e da disponibilidade

DIVULGAÇÃOMAIO Mesa-redonda sobre “Como aumentar a eficácia do FMI” na Escola Nacional de Desenvolvi-mento da Universidade de Pequim, durante o 88o diálogo de política em Beijing, China.

Apresentações sobre “Avaliação Independente no FMI: Papel, Impacto e Agenda Futura” e “FMI — Adaptação a Novas Realidades” na Universidade de Tóquio, em Tóquio, Japão.

SETEMBROApresentação das conclusões e recomendações da avaliação O FMI e a Proteção Social, durante a Semana de Avaliação Asiática em Hangzhou, China.

Seminário em Amã, Jordânia, para incentivar os interlocutores a discutirem a avaliação em curso sobre O FMI e os Estados Frágeis.

Seminário em Londres, organizado em conjunto com o DFID, sobre a avaliação O FMI e os Estados Frágeis.

Workshop com peritos externos em Washington, DC, para colher sugestões sobre o desenho da avaliação da assessoria do FMI sobre políticas monetárias não convencionais.

OUTUBROSeminário sobre as conclusões e recomendações da avaliação O FMI e a Proteção Social, durante um fórum de políticas da sociedade civil nas Reuniões Anuais.

SEGUIMENTO DE AVALIAÇÕES ANTERIORESO FMI tomou medidas para responder a uma série de questões levantadas na avaliação de 2016, O FMI e as Crises na Grécia, Irlanda e Portugal. Em julho, a Diretoria Executiva discutiu um estudo técnico sobre a cooperação com mecanismos de financiamento regionais, e em agosto circulou na Diretoria um estudo sobre a concepção de programas em membros de uniões monetárias. A Direção do FMI e o IEO firmaram um protocolo sobre a partilha de informações, esclarecendo a impor-tância da cooperação dos quadros e o princípio da comunicação aberta.

PUBLICAÇÕES RECENTES DO IEO

f O FMI e a Proteção Social, julho de 2017

f Documentos de referência sobre O FMI e as Crises na Grécia, Irlanda e Portugal, junho de 2017

f O Fundo Monetário Internacional e a Organização que Aprende: O Papel da Avaliação Independente, janeiro de 2017

Charles Collyns (esq.), Diretor do IEO, e Hiroshi Watanabe (dir.), Presidente, Instituto de Assuntos Monetários Internacionais e ex-Ministro das Finanças e Relações Internacionais, em evento na Universidade de Tóquio.

Sudarno Sumarto (esq.), Pesquisador Sênior, Instituto de Pesquisas SMERU, um dos panelistas, e Anjali Kumar (dir.), Economista Chefe, IEG, Banco Mundial, moderaram a sessão “Avaliação do Envolvimento do Fundo Monetário Internacional na Proteção Social”, durante a Semana de Avaliação Asiática de 2017 em Hangzhou, China.

AVALIAR OS AVALIADORESA Diretoria Executiva lançou a terceira avaliação externa do IEO, a ser conduzida por um painel composto por Donald Kaberuka (que preside), Pernilla Meyersson e Der Jiun Chia. Nos cinco anos desde a última avaliação externa, foram tomadas diversas medidas para melhorar o processo de seguimento das avaliações, mas ainda há mais a fazer para reforçar as contribuições do IEO para a cultura de aprendizado, a transparência e a eficácia operacional do FMI. O IEO aguarda com expectativa as conclusões e recomendações do painel.

PARTILHA DE INFORMAÇÃO ENTRE OS QUADROS DO FMI E O IEOO novo protocolo para a partilha de informação entre os quadros técnicos do FMI e o IEO reitera que a Diretoria Executiva e a Direção-Geral do FMI atribuem grande valor às contribuições do IEO. O protocolo enfatiza que a cooperação dos quadros técnicos do FMI é essencial para que o IEO cumpra seu mandato e torna obrigatória a prestação das informações solicitadas pelo IEO e a participação em entrevistas, nas quais haverá uma troca livre e aberta de opiniões. O protocolo foi publicado no website do IEO e distribuído aos quadros do FMI em uma nota de orientação.

2Para mais informações sobre o trabalho do IEO, visite www.ieo-imf.org

DIÁLOGO Forjando a cultura do aprendizado por meio da avaliação independente do FMI