bahia · 2017-01-31 · sindicato das indústrias grÁficas do estado da bahia, [email protected]...
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ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB
Bahia
aNo XXIII Nº 246 2016
O piOr da crisejá passOu?
Segmentos importantes daindústria na Bahia podem voltar a crescer em 2017
ediTOriaL
A aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 55, que esta-
belece teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos, é uma
importante vitória para o governo federal, mas não pode ser en-
carada como um fim em si mesma. Medida de caráter restritivo,
precisa ser acompanhada de outras iniciativas, sem as quais o
país não voltará a crescer de forma sustentável.
A primeira dessas, a reforma da Previdência, é um remédio
amargo, mas necessário, na medida em que o crescente desca-
samento entre receitas e despesas, estas sempre maiores, ame-
aça inviabilizar em futuro próximo o sistema de aposentadoria
do brasileiro. Hoje, os principais segmentos organizados da
sociedade têm a compreensão de que algo precisa ser feito para
que o aumento da expectativa de vida se reflita na realidade
previdenciária.
Porém, enquanto os holofotes se voltam para a reforma da
Previdência, há outra importante mudança a ser feita, mas que
permanece à parte dos debates, talvez por não interessar ao Es-
tado. É a reforma administrativa, necessária para modernizar o
setor público e para forçar o Estado a focar naquilo que se espera
de sua atuação; o estímulo à atividade econômica e ao empre-
go, bem como o investimento em educação, saúde e segurança
pública. Por essa razão, o presidente da FIEB, Ricardo Alban,
destacou a importância de se levar a efeito a reforma adminis-
trativa, em recente encontro com a imprensa.
Mesmo com a aprovação da PEC 55 e ainda que a reforma da
Previdência seja implementada, não se espera que, no curto
prazo, o Brasil volte a crescer na medida de suas necessidades.
Em 2017, o PIB brasileiro deve parar de cair e, até mesmo, ex-
perimentar certo crescimento, porém abaixo de 1%, conforme
projeções do mercado. A indústria deve crescer em percentual
semelhante. A Bahia deve acompanhar essa tendência.
Não há crescimento por geração espontânea. A volta da ativi-
dade econômica e a criação de empregos têm como pressuposto
a implementação das reformas estruturantes, acompanhadas de
mudanças microeconômicas, como a redução dos juros, a mo-
dernização da infraestrutura, o estímulo à inovação e a adoção
de medidas compensatórias na área do bem-estar social.
Fomentada por um ambiente político conturbado, a crise eco-
nômica pode ser mais ou menos longa, a depender das decisões
que o governo federal adote para atravessar as turbulências do
momento.
Enquanto os holofotes se voltam para a reforma da Previdência, há outra importante mudança a ser feita, mas que permanece à parte dos debates, talvez por não interessar ao Estado. É a reforma administrativa
Angelo pontes/sistemA FieB
Medidas para a volta do crescimento
Presidente
Ricardo Alban
em encontro
com a imprensa
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEB
Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
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do da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
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d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS
induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, gra-
nitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS,
concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sin-
dicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e
tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS
hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução
e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do
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Val) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected]
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cieB - cenTrO das indúsTrias dO esTadO da Bahia
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Projeções apontam que
a retomada do
crescimento deve
começar a partir de 2017
ExpEctativa dE rEtomada
16
Projeto do SESI
melhora saúde de
trabalhadores da
indústria de Feira
de Santana
GinásticaLaboraL
O SENAI Bahia ficou na 8ª colocação na
avaliação geral da Olimpíada do
Conhecimento, com duas medalhas de
ouro. O SESI foi selecionado para
mostra nacional de ciências
sEnai E sEsi sãodEstaquE na oc2016
Estudantes e jovens profissionais
participaram de atividades e debates
nas áreas de desenvolvimento de
pessoas e mercado de trabalho, no
Fórum IEL de Carreiras, em Salvador
Fórum rEuniu EspEciaListaspara dEbatEr sobrE carrEiras
sumáriO
12
Válvulas de planta da indústria petroquímica, em foto da Shutterstock
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nº 246 nov/dez.2016
RAFAel mARtins/ARqUiVo/sistemA FieB
6 Bahia Indústria
Três talentosas estudan-
tes do ensino técnico do
SESI, com a ajuda de um
professor dedicado, con-
seguiram desenvolver um plás-
tico biodegradável a partir do
aproveitamento de uma matéria
prima abundante no Nordeste: a
mandioca. Com esse projeto, eles
foram premiados na Feira Brasi-
leira de Ciências e Engenharia, da
Universidade de São Paulo, uma
das instituições acadêmicas mais
conceituadas do país.
O Projeto Bioplástico foi apre-
sentado pelas estudantes Aline
Costa, Camila Pires e Ananda Li-
ma, mais o professor Fernando
Moutinho, da Escola Djalma Pes-
soa (localizada no bairro de Piatã,
em Salvador), em uma oficina do
seminário Agenda Bahia, even-
to anual organizado pela Rede
Bahia, com apoio institucional do
Sistema FIEB, que aconteceu no
dia 9 de novembro.
“Trabalhamos no universo da
criação e inovação. A invenção
não tem a necessidade de chegar
ao mercado, mas a inovação, sim.
Inovação para o mundo do trabalhoCases apresentados por estudantes do sesi e do senAi e por jovens profissionais foram destaque no Agenda Bahia
por cleber borges
Fotos Angelo pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
Bahia Indústria 7
Esse é o impulso que nos move”,
afirmou, na ocasião, o professor
Moutinho. O bioplástico pode ser
utilizado, dentre outras situações,
no acondicionamento e transporte
de mudas de plantas, em substi-
tuição ao plástico escuro tradicio-
nal, que permanece décadas sem
se decompor na natureza.
casa inTeLigenTeEm outra oficina, o estudante do
SENAI, Bruno de Araújo Silva,
apresentou o projeto Automação
para Casa Inteligente, um sistema
de automação residencial desen-
volvido com base na metodologia
Theoprax (método de origem ale-
mã que une o ensino ao exercício
da prática, com o estudante sendo
direcionado a resolver um proble-
ma da indústria a partir dos conte-
údos estudados e sob a mediação
de um professor).
Utilizando uma miniatura de
casa feita de madeira, o estudante
mostrou que, com o sistema, é pos-
sível controlar e administrar os dis-
positivos elétricos e eletrônicos de
uma casa – iluminação, tempera-
tura dos cômodos, posição da cor-
tina, televisão e ar-condicionado –
por meio de um computador ou uti-
lizando um aplicativo no celular.
Para desenvolver o projeto, Bruno
Silva contou com a orientação da
professora Clélia dos Santos, coor-
denadora do curso técnico em In-
formática do SENAI Cimatec. O pro-
jeto de casa inteligente foi um dos
destaques desta edição do Agenda
Bahia, que contou com uma oficina
denominada Teoria para prática:
Como o talento pode fazer a dife-
rença no mundo do trabalho.
Outro projeto desenvolvido no
âmbito do Sistema FIEB, mais es-
pecificamente pelo Instituto Eu-
valdo Lodi (IEL), o Inova Talentos,
despertou a atenção da plateia no
Agenda Bahia: dois cases do Inova
Talentos, um programa que busca
ampliar o número de profissionais
qualificados em atividades de ino-
vação nas empresas industriais.
Um deles trouxe a supervisora de
Engenharia de Materiais da Ford
Camaçari, Cristiane Gonçalves.
Ela ressaltou que a maior contri-
buição do Inova Talentos foi des-
tacar a importância da ideia como
fator a ser trabalhado pela inova-
ção. “Isso forçou cada profissional
a questionar seus processos em
busca de maior produtividade”,
afirmou a engenheira da Ford.
Por sua vez, a ex-bolsista do
Inova Talentos, Alana Santos, da
empresa Maquim, que atua com
soluções tecnológicas, apresentou
o projeto Desenvolvendo a Gestão
da Inovação. “Ficamos surpresos
em relação ao resultado obtido.
Meu projeto foi escolhido para a
etapa nacional do Inova Talentos,
ficando em 3º lugar, algo muito
importante para uma empresa pe-
quena e recente no mercado, que
desenvolve tecnologia. Quando
você abraça a inovação como algo
inerente à sua formação, você on-
tem bons resultados. O Inova Ta-
lentos transformou minha vida”,
avaliou Alana Santos.
Outro projeto do IEL apresenta-
do no Agenda Bahia foi uma par-
tida do Jogo da Inovação – JOIN,
com oficina comandada pela ge-
rente de Desenvolvimento Empre-
sarial, Fabiana Carvalho. [bi]
Bruno Silva (E),
do projeto Casa
Inteligente;
alunas do
SESI (abaixo)
criaram
bioplástico;
Alana Santos
(acima) elogiou
Inova Talentos
8 Bahia Indústria
silVio tito/CopeRpHoto/sistemA FieB
Com uma solução simples e
de pouco impacto na rotina
dos trabalhadores, uma in-
dústria de Feira de Santana con-
seguiu, em um ano, reduzir em
70% o número de afastamentos
com duração de até 15 dias cau-
sados por dores lombares. Para
atingir estes resultados, a empre-
sa implantou em 2014 um projeto
que estimula a prática diária de
exercícios de flexionamento, di-
recionados para a região lombar,
dentro do programa de Ginástica
na Empresa.
A experiência foi colocada em
prática na Belgo Bekaert, empresa
do segmento metalúrgico, com o
apoio do Serviço Social da Indús-
tria (SESI). A médica do Traba-
lho, Maridélia Coelho Sampaio, e
projeto do sesi reduz absenteísmotrabalhadores apontam os benefícios da prática que contribuiu para redução das dores lombares
Funcionários da
Belgo Bekaert
praticam os
15 minutos de
alongamento
mos tanta adesão, mas com os re-
sultados constatamos a melhoria
da qualidade de vida no ambiente
fabril e seu impacto extramuros”,
arremata Maridélia, referindo-se à
adoção da prática pelos funcioná-
rios fora do ambiente de trabalho.
Tatiane Almeida explica que o
projeto foi moldado e concebido
com a participação da empresa em
todas as etapas. “O tempo para fa-
zer o trabalho de ginástica na em-
presa era curto e decidimos focar
numa ação mais segmentada, vol-
tada para melhorar a flexibilidade
com a realização de alongamen-
tos. Foi uma decisão acertada”,
acrescenta Tatiane.
O sucesso da iniciativa foi co-
memorado pelo gerente da área de
Vida Saudável do SESI Feira, Ri-
cardo Correia. “A Belgo Bekaert é
nossa cliente neste serviço (ginás-
tica na empresa) há dez anos e os
resultados alcançados, com redu-
ção da dor lombar e do número de
atestados por lombalgia, nos ani-
ma a levar esta metodologia para
outras empresas”, acrescenta.
Os funcionários também apro-
varam a proposta. Joelmir Cer-
queira conta que o Flexibelgo
melhorou sua qualidade de vida,
fazendo com que passasse a ter
mais disposição para trabalhar.
“Reduziu as dores e melhorou a di-
nâmica entre os companheiros de
trabalho”, revela, acrescentando:
“A professora tem uma dinâmica
excelente, fazendo com que fique-
mos à vontade com a ginástica e
com as outras atividades propos-
tas”. Para Carlos Santos, o Flexi-
belgo leva a uma autoavaliação da
condição física individual. A gi-
nástica laboral é uma preparação
antecipada para o início da nossa
jornada de trabalho, trazendo be-
nefícios psicomotores”. [bi]
a promotora de saúde do SESI na
Belgo, Tatiane Almeida, chegaram
a este resultado com base na aná-
lise dos afastamentos causados
por lombalgia. Elas acompanha-
ram durante um ano os trabalha-
dores que participavam do projeto
FlexiBelgo, que consiste em pro-
mover intervalos de 15 minutos
para realização de exercícios de
alongamento.
Além do impacto no absenteís-
mo, com a redução das faltas ao
trabalho, o projeto também foi pre-
miado pela matriz como iniciativa
de excelência, durante a reunião
anual da Belgo Brasil, em 2015. “O
projeto deu tão certo que partimos
para uma terceira edição”, revela a
médica. “Quando o SESI apresen-
tou a proposta nós não esperáva-
circuito
Bahia Indústria 9
por cLEbEr borGEs
Indústria perde R$ 130 bi por anoSegundo estudo do Banco Mundial, de
2009, 4,2% do faturamento anual das
empresas brasileiras são gastos com
segurança privada e com as perdas
decorrentes de roubo e vandalismo. O dado
é de 2009. Supondo que a violência não
tenha aumentado de lá para cá e levando
em conta a receita bruta da indústria de
transformação no ano passado, a
Confederação Nacional da Indústria (CNI)
conclui que, todos os anos, R$ 130 bilhões
deixam de ser investidos na produção
industrial em função da violência no país.
No entanto, é provável que o percentual
tenha se elevado nos últimos anos. O
número de ocorrências de roubo e furto de
carga aumentou 64% entre 2010 e 2015,
chegando a 20.803 no ano passado.
Infraestrutura é a saída O caminho para a recuperação
da economia passa
necessariamente por uma
maior participação da
iniciativa privada nos
investimentos e na gestão de
empreendimentos. Para o
presidente da CNI, Robson
Andrade, a recuperação
econômica está diretamente
relacionada ao aprimoramento
da infraestrutura nacional,
especialmente à ampliação e à
modernização da
infraestrutura logística,
energética e de saneamento
básico. Em algumas áreas
estamos 30 anos atrasados.
Investimento é muito baixoAlguns exemplos do nosso
atraso em infraestrutura: o
Brasil tem um total de 1.024
quilômetros de estradas
pavimentadas por milhão de
habitantes, contra 6.438
quilômetros por milhão de
habitantes na Rússia, por
exemplo. Hoje, o país investe
R$ 92 bilhões/ano (dinheiro
público e privado) em
infraestrutura. Para resolver os
gargalos existentes são
necessários, no mínimo, R$ 220
bilhões, segundo a CNI.
“Tenho umas 20 ideias todos os dias. Isso não é importante. O que funciona é colocar as ideias em prática, errando e aprendendo no mundo real. Depois de errar 50 vezes, você acerta.”
Fabrício Bloisi, baiano, fundador da Movile, uma das maiores empresas de conteúdo e serviços mobile da América Latina.
País é um dos que mais gastam com segurançaO Brasil está entre os países cujas
empresas têm os maiores custos com
crime e violência. Desde 2006, segundo
levantamento do Fórum Econômico
Mundial, o país está entre os 25% com
pior desempenho no ranking mundial do
indicador, em uma análise que envolve
138 nações. Em 2015, em uma escala que
vai de 1 a 7, em que quanto mais próximo
de 7 melhor é a posição do país, o Brasil
ficou com 2,87. A nota fica abaixo da
média da América Latina (3,22) e atrás de
países como Haiti.
10 Bahia Indústria
sindicatos
campanha contra câncer de mama
Trabalhadoras do setor
realizaram mamografia
Para alertar as
trabalhadoras das
indústrias de vestuário
sobre a necessidade da
prevenção e tratamento
precoce do câncer de
mama, os sindicatos da
indústria de vestuário de
Salvador e de Feira de
Santana promoveram, em
parceria com o SESI, a
ação Outubro Rosa. Em
uma unidade móvel,
foram realizados exames
de mamografia gratuitos e
profissionais de saúde
orientaram a respeito da
prevenção da doença.
Em Salvador, foram
atendidas 120
trabalhadoras de 20
empresas associadas, com
idade a partir de 40 anos.
Abrava e Sindratar discutem futuro do ar climatizado Com o objetivo de trocar
conhecimentos em gestão de
ambiente interno e atualizar os
profissionais do setor, a Abrava,
em parceria com o Sindratar-BA,
promoveu a 2ª Expoqualindoor. O
encontro discutiu as perspectivas
para a qualidade do ar refrigerado
no Brasil, a revisão da ABNT de
ar-condicionado para unidades de
saúde e comemorou os 18 anos da
Portaria 3. 3.523/98/MS.
Sincar participa de intercâmbio setorialO presidente do Sindicato da
Indústria de Carnes (Sincar-BA),
Julio Farias, participou do 2º
Intercâmbio de Lideranças
Setoriais da Indústria de
Alimentos, na Federação das
Indústrias do Ceará (FIEC). A ação
busca fortalecer a rede sindical da
indústria e o debate de temas
prioritários para a atuação
coletiva dos sindicatos.
Angelo pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
Sinprocim promove ação de interiorização em IlhéusO Sinprocim-BA escolheu a região Sul para
fechar a agenda de reuniões itinerantes de 2016.
O encontro ocorreu dia 17.11, em Ilhéus. “A ação
contribui para aproximar o sindicato das
indústrias, levar soluções e prospectar
associados”, destacou o presidente do
Sinprocim, José Carlos Soares.
O sindicato também realizou visitas a empresas
e às obras da unidade integrada SESI/SENAI da
região. “O fortalecimento da base sindical vai ao
encontro da atual política da FIEB, com foco na
interiorização e no associativismo”, afirmou o 1º
vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois. Na
ocasião, o sindicato promoveu, em parceria com
o Programa de Desenvolvimento Associativo,
curso sobre Normas Regulamentadoras.
Empresários do setor de panificação de todo o estado
estiveram reunidos em Feira de Santana, dias 28 e
29.10, no II Encontro Técnico de Panificação do
Estado da Bahia. O evento foi promovido pelo
Sindicato Intermunicipal da Indústria de Panificação
(SIPACEB). Mais de 600 pessoas participaram dos
dois dias do evento, realizado no SENAI no
município. Perspectivas para o setor, tendências de
mercado, tecnologia e produtividade e qualidade do
pão francês foram algumas das temáticas das 16
palestras realizadas no encontro.
silVio tito/CopeRpHoto/sistemA FieB
Márcio Rodrigues, do IDPC, ministrou palestra
Encontro de panificação reúne empresários do setor em Feira de santana
Bahia Indústria 11
JeFFeRson peixoto/CopeRpHoto/sistemA FieB
Otimizar a produção sem
fazer investimentos é possível
no setor automotivo. Foi o que
aprendeu a turma do Lean
Manufacturing na Prática,
curso promovido pelo
Sindipeças-BA, dias 20 e
21.10, na FIEB. Por meio de
simulação de game lean em
equipe, os participantes
vivenciaram a melhoria da
qualidade da produção,
reduzindo os desperdícios e
aumentando a produtividade.
manufatura enxuta
Troca de experiências no Bate-papo SindicalLíderes e executivos de sindicatos
empresariais da indústria
reuniram-se na FIEB para trocar
experiências no Bate-papo
Sindical sobre Defesa de
Interesses, ação do Programa de
Desenvolvimento Associativo. O
presidente do Sinprocim-BA, José
Carlos Soares, compartilhou a
boa prática do sindicato que
resultou em conquista de
benefício fiscal para os pré-
fabricados de cimento. O encontro
também contou depoimento do
presidente do sindicato
metalmecânico do Ceará (Simec/
CE), José Sampaio Filho.
sindiFiTe • Reeleito até 2019, o presidente do
Sindifite-BA, Eduardo Catharino Gordilho tomou
posse dia 16.12. Ele destacou como foco a
continuidade das ações do planejamento estratégico
e a atuação articulada com o Sistema FIEB.
sindvesT • No dia 07 de dezembro, tomou posse a
nova diretoria do Sindvest Salvador e Região.
Waldomiro Vidal de Araújo Filho seguirá à frente do
sindicato até 2019. A eleição foi em outubro.
sindcerBe • Com foco no apoio às empresas
associadas na busca de crescimento sustentável e
acesso a inovação, tomou posse a diretoria do
Sindcerbe, eleita para o triênio 2016/2019. “Em um
cenário político e econômico desafiador, o sindicato
tem papel de suporte às empresas”, afirmou o
presidente Cleonyr Xavier.
sigeB • Continuar o trabalho com foco na
capacitação, desenvolvido em parceria com o SENAI,
em todo o estado, é uma das prioridades da diretoria
do Sigeb. O presidente reeleito, Josair Bastos,
permanece à frente do sindicato até 2019.
sincaFé • Continuar o trabalho para restruturação
do setor, a fim de resgatar o espaço perdido em razão
da falta de políticas para a indústria de café é o
principal desafio da diretoria do Sincafé-BA. O
presidente reeleito, Antônio Roberto Almeida,
aponta a necessidade de apoio do governo para
estímulo à cultura cafeeira.
sindiscam • O empresário Jaime Lorenzo Piñeiro
foi reconduzido à presidência do Sindiscam. “Os
principais desafios são a mudança cultural no uso
de recursos florestais, a ampliação dos associados e
o avanço nas negociações coletivas”, afirmou. O
mandato vai até 2019.
sindTrigO • A diretoria eleita do Sindtrigo
permanecerá liderada pelo empresário Ricardo
Alban. “Nossos maiores desafios são manter os
preços competitivos e assegurar os empregos nas
empresas do setor”, afirmou Alban, que também
preside a FIEB. O mandato vai até 2020.
eLeições Evento comemora Dia do Produtor de TabacoO município de Cruz das Almas
foi escolhido para sediar o evento
comemorativo do Dia do Produtor
do Tabaco (28.10), promovido em
outubro pelo Sinditabaco-BA e
pela Câmara Setorial do Charuto
Baiano. A cidade do Recôncavo
baiano é reconhecida pelo
envolvimento de suas gerações
com a cadeia produtiva de tabaco
e por ter seus produtos finais
exportados para diversos países.
Desde 2013, quando a data foi
oficializada no Brasil, a
comemoração já aconteceu em
Santa Cruz do Sul (RS), Canoinhas
(SC) e Rio Azul (PR).
Bahia sedia 34ª edição da Abisa NordesteA Associação Brasileira das Indústrias Saboeiras e Afins (Abisa) escolheu
a Bahia para sediar a 34ª edição do seu congresso anual. O evento foi
realizado em outubro, no Gran Hotel Stella Maris, em parceria com o
Sindisabões-BA. A programação incluiu palestras sobre novas
tecnologias, tendências, economia e o cenário de consumo. O evento
contou, ainda, com salão de negócios e visita técnica à Deten Química.
12 Bahia Indústria
migUel Angelo/Cni
Com uma estrela da mídia nacional no portfó-
lio e algumas medalhas douradas no peito
de seus competidores, o Serviço Nacional da
Indústria da Bahia (SENAI Bahia) e o Serviço
Social da Indústria (SESI Bahia) voltaram da Olimpí-
ada do Conhecimento 2016 (OC 2016) com algumas
certezas. A principal delas, a de que o trabalho de
preparação realizado no estado está dentro dos pa-
drões de excelência dos principais centros nacionais
de aprendizagem técnica e científica.
A estrela em questão é o carro híbrido ecológico
que a equipe baiana levou para a Olimpíada e atraiu
os olhares do repórter Marcos Losekann e do ator Bru-
no De Luca, da Rede Globo, que resolveram conferir
de perto o projeto. Movido a força humana e energia
elétrica o carro foi desenvolvido por alunos e profes-
sores dos cursos técnicos de Mecânica, Mecatrônica e
TI de Salvador e Feira de Santana e, a partir de agora,
será transformado em desafio para outros estudantes
de nível técnico do SENAI Bahia.
O veículo também foi escolhido embaixador na
ocupação “Tecnologia de Manufatura e Engenha-
rias”, com o objetivo de demonstrar o projeto de um
carro ecológico elétrico que possa ser compartilhado,
proporcionando a interação com o transporte público
coletivo das grandes cidades e centros urbanos.
Ouro baiano na Olimpíada do Conhecimento 2016estudantes do senAi e sesi destacam-se com projetos inovadores e conquistam medalhas no maior torneio de educação profissional das Américas
por Patrícia moreira e carolina mendonçacom inFormaçõEs da cni
Após quatro dias de evento e
provas desafiadoras, os estudan-
tes do SENAI alcançaram a 8ª co-
locação na avaliação geral, à fren-
te de estados como Minas Gerais
e Rio de Janeiro, e a 2ª colocação,
quando considerado o desempe-
nho nas provas disputadas. “Isso
nos mostra um resultado demo-
crático e sinaliza que a qualidade
do nosso ensino técnico não está
concentrada apenas em Salvador,
pois tivemos alunos de várias
unidades participando da compe-
tição com bons resultados”, des-
taca o diretor-regional do SENAI
Bahia, Luis Alberto Breda, lem-
brando que o estudante do SENAI
Feira de Santana, Daniel Barreto,
foi medalhista de ouro em segu-
rança do trabalho na OC 2016.
Foram 1.200 competidores de
26 unidades federativas que dis-
putaram o maior torneio de educa-
ção profissional das Américas, de
10 a 13 de novembro, em Brasília.
“Estes resultados sinalizam que a qualidade do nosso ensino técnico não está concentrada apenas em Salvador, mas em todo o estado
Luis Alberto Breda, diretor-regional do SENAI
Bahia Indústria 13
A competição é realizada a cada
dois anos pelo SENAI e SESI, e este
ano recebeu 118.754 visitantes em
um espaço de 50 mil m².
ciência na escOLaSe o SENAI Bahia brilhou na OC
2016, as equipes do SESI Bahia
não fizeram diferente. Com uma
delegação composta por 22 estu-
dantes, incluindo equipe do Insti-
tuto Federal de Educação apadri-
nhada pelo SESI para participar
do evento, foram várias conquis-
tas alcançadas pelos estudantes.
Vencedores
do Desafio
Tunning, do
SENAI, e carro
ecológico que
foi embaixador
da competição
“Tivemos uma participação in-
teressante na Mostra de Ciências
e Engenharia e no Torneio de Ro-
bótica, classificando três equipes
das escolas EBEP João Ubaldo
Ribeiro, de Luís Eduardo Maga-
lhães, e Djalma Pessoa, de Salva-
dor, e uma do SESI Candeias. Co-
mo resultado, a equipe da Djalma
Pessoa foi uma das três, dentre 18
escolas do Brasil. Isso demonstra
o resultado de nosso esforço de
fazer iniciação científica nas nos-
sas escolas e uma forma de reco-
nhecer todo este trabalho”, avalia JeFFeRson peixoto/CopeRpHoto/sistemA FieB
14 Bahia Indústria
séR
gio
Am
ARAl/
Cni
SENAI BAHIA
Desafio por Equipe categoria Transporte e Logística
» 1º lugar - Tunning - Projeto de adaptação de um Ford Ka para transformar o motor, a suspensão, o sistema de som e a aparência do veículo, de motor 1.5 e 110 cavalos. Uma das metas era modificar a potência do motor, ampliando-a para pelo menos 120 cavalos. A equipe conseguiu que o veículo atingisse 161 cavalos. A equipe baiana instalou uma placa solar no teto e fez pintura estilizada e adesivagem no capô e nas laterais, além de pintura personalizada das rodas e alteração na suspensão, deixando o veículo rebaixado. Na mesma modalidade.
Equipe: Derick Nahuel Santos Piaggio Duarte, Diego Cerqueira Moreira Sena, Gladston de Carvalho Junior, Messias Cardim dos Santos, do SENAI Bahia,
Desafios Individuaiscategoria Transporte e Logística
»3º lugar - Mecânica de Automóveis: os alunos deveriam encontrar cinco defeitos em um
automóvel e corrigi-los em até uma hora. Estudante: Derick Duarte
» 2º lugar - Pintura Automotiva: os competidores tiveram uma hora para reparar riscos e defeitos de pintura na porta de um veículo com ferramentas manuais para polimento e tintas para pequenos reparos. Estudante: Diego Sena
avaliação prática do estudante (saep)
» 1º lugar - Técnico em Segurança no Trabalho Estudante: Daniel Hall de Santana Barreto, de Feira de Santana.
SESI BAHIA
Projeto - Software para gerenciamento do Processo Formativo dos Estudantes
»Equipe selecionada para a Febrace 2017 - Davi Rocha Macedo Sousa, Giovanni de Lima Conceição e Matheus Souza Brito desenvolveram um software que ajuda alunos a gerenciarem os conteúdos escolares
PREMIADOS OC 2016
Software
desenvolvido
por alunos
do SESI foi
premiado
o superintendente do SESI Bahia,
Armando da Costa Neto.
As equipes que se destacaram
na Mostra de Ciências participa-
rão da Feira Brasileira de Ciência
e Engenharia (Febrace), de 20 a 24
de março de 2017, em São Paulo. A
mostra é uma iniciativa do SESI,
em parceria com a Febrace, com o
objetivo de estimular a iniciação
de estudantes em pesquisa cientí-
fica e tecnológica.
prOjeTOsOs estudantes Davi Rocha Ma-
cedo Sousa, Giovanni de Lima
Conceição e Matheus Souza Brito
desenvolveram um software que
ajuda alunos a gerenciarem os
conteúdos escolares. Por meio de
uma plataforma, acessível pela
internet, é possível acompanhar
os conteúdos que já foram traba-
lhados ou que ainda serão vistos
em determinado ano letivo. O ob-
jetivo é dar mais autonomia para
estudantes organizarem a rotina
de estudos.
Ao todo, estiveram expostos na
feira 15 projetos de escolas do SESI
de cinco estados: Alagoas, Bahia,
Minas Gerais, Goiás e Rio de Janei-
ro. Os trabalhos tinham o intuito
de resolver problemas do mundo
real, por meio de fundamentos
teóricos e metodologia científica,
nas áreas de Ciências Agrárias, Ci-
ências Biológicas, Ciências Exatas
e da Terra, Ciências Humanas, Ci-
ências da Saúde, Ciências Sociais
Aplicadas e Engenharia.
A mostra é um piloto, que deve-
rá ser desenvolvido nas unidades
do SESI em todos os estados e no
Distrito Federal a partir do próxi-
mo ano. O Laboratório de Sistemas
Integráveis Tecnológico (LSI-TEC)
da Escola Politécnica da USP é
parceiro do projeto. [bi]
Bahia Indústria 15
O cenário é cinzento em 2016: o desemprego ba-
teu os 11,8%, de acordo com o resultado mais
recente da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, relativo a se-
tembro. No entanto, para profissionais de nível téc-
nico qualificados, sobram oportunidades nos próxi-
mos quatro anos. É o que aponta o Mapa do Trabalho
Industrial 2017-2020, estudo elaborado pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para
subsidiar o planejamento da oferta de formação pro-
fissional da instituição.
Pelo levantamento, a Bahia terá de qualificar
529.741 trabalhadores em ocupações industriais nos
níveis técnico, superior e de qualificação entre 2017
e 2020. A pesquisa também pode contribuir com os
jovens brasileiros na escolha da profissão e, com is-
so, aumentar suas chances de ingresso no mercado
de trabalho. Em todo o Brasil, será necessário qualifi-
car 13 milhões de trabalhadores em ocupações indus-
triais nesse período.
“Esta é a hora de investir numa formação que te-
nha a ver com o perfil da pessoa, para que, mesmo
na crise, em pouco tempo, ela consiga se inserir no
mercado de trabalho, atendendo às necessidades da
indústria e de setores como serviços e comércio”,
afirma o diretor regional do SENAI Bahia, Luis Al-
berto Breda.
O jovem Marcelo Monteiro, 21, percebeu este mo-
vimento de mercado e resolveu fazer o curso técnico
em Segurança do Trabalho, no SENAI Dendezeiros.
Concluinte, ele acredita que os conhecimentos ad-
quiridos o levarão ao mundo do trabalho em pouco
tempo. “É uma formação que permite conhecer tanto
o chão de fábrica como a área de gestão, então eu saio
daqui me sentindo apto a atuar numa empresa e acho
que, em breve, estarei contratado”, diz confiante.
Para a gerente de Educação Profissional do SENAI-
-BA, Patrícia Evangelista, a iniciativa de Marcelo
deve ser exemplo para outros jovens, mas isso passa
por uma mudança de cultura no
Brasil, em que ainda se sobreva-
loriza a graduação como formação
profissional. “Atualmente, apenas
11% dos estudantes que saem do
ensino médio escolhem a forma-
ção profissional. Dessa forma, a
demanda por técnicos é maior que
a sua oferta”, explica.
O Mapa prevê que as áreas
que mais vão demandar forma-
ção profissional no estado devem
ser construção (196.198), meio
ambiente e produção (96.557),
metalmecânica (52.473), alimen-
tos (47.783), vestuário e calçados
(37.749), energia (26.048), tecnolo-
gias da informação e comunicação
(16.949), petroquímica e química
(16.899), veículos (16.700), madei-
ra e móveis (8.440), mineração
(6.729), papel e gráfica (5.539) e
pesquisa, desenvolvimento e de-
sign (1.677).
A demanda por formação inclui
a requalificação de profissionais
que já estão empregados e aqueles
que precisam de capacitação para
ingressar em novas oportunidades
no mercado. “O estudo demonstra
a vitalidade do mercado de traba-
lho no Brasil no horizonte dos pró-
ximos quatro anos. Profissionais
qualificados terão mais chance
de aproveitar as oportunidades
que surgirem quando a economia
voltar a crescer e as empresas re-
tomarem as contratações”, afirma
o diretor-geral do SENAI e diretor
de Educação e Tecnologia da Con-
federação Nacional da Indústria
(CNI), Rafael Lucchesi.
Para se tornar um técnico, o
profissional precisa fazer um cur-
so com carga horária entre 800h
e 1.200h (1 ano e 6 meses). Esses
cursos são destinados a alunos
matriculados ou egressos do ensi-
no médio e, ao final, o estudante
recebe um diploma.
QuaLiFicaçãOA demanda do mercado também
será por profissionais com cur-
sos de qualificação (mais de 200
horas), mais curtos, indicados a
jovens ou profissionais, com esco-
laridade variável de acordo com o
exercício da ocupação, que buscam
desenvolver novas competências e
capacidades profissionais. [bi]
indústria precisará de 529 mil profissionais estudo do senAi mostra que haverá milhares de vagas para trabalhadores capacitados entre 2017 e 2020
ÁREAS COM MAIOR DEMANDA POR fORMAçãO
Fonte: Portal da Indústria
Demanda 2017-2020
ALIMENTOS
CONSTRUçãO
METALMECâNICA
ENERgIA
Veja o número de vagas previstas no estudo Mapa do Trabalho
38.289
22.125
17.968
15.243
10.307
VESTUáRIO E CALçADOS
16 Bahia Indústria
por cleber borges
indústria baiana pode ter, em 2017, um desempenho melhor que o de 2016
há espaçO para vOLTar a crescer
Bahia Indústria 17
PIB da Bahia pode
ter um comporta-
mento melhor, em
2017, do que o regis-
trado em 2016, um
ano marcado por
paradas técnicas da Braskem e da Petro-
bras. Isso não significa, porém, que vol-
taremos a crescer de forma consistente”,
avaliou o presidente da FIEB, Ricardo
Alan, durante encontro com a imprensa.
No cenário internacional, enquanto
as economias avançadas podem crescer
2%, em 2017, as economias emergentes
devem ostentar um crescimento médio
de 4,6%, de acordo com projeções do
Fundo Monetário Nacional (FMI). En-
tretanto, para o Brasil a situação será
outra, com um crescimento de apenas
1%, segundo previsão do FMI. Ou 0,8%,
segundo projeções do mercado.
Angelo pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
Ricardo Alban
defendeu reformas
estruturantes, como
a modernização
do Estado
18 Bahia Indústria
ecOnOmia Baiana em 2017Segmentos podem crescer com ajuda do câmbio e a queda dos juros
CENÁRIOS SETORIAIS - BAHIA 2017
CONSTRUÇÃO CIVILPossibilidade de retomada de obras de infraestrutura a partir de concessões à iniciativa privada (aeroporto de Salvador, Fiol, Porto Sul etc).
PLÁSTICO E BORRACHAPlástico: recuperação da produção, acompanhando o crescimento esperado do mercado interno. O câmbio está favorável. Borracha: pneus em compasso de espera pela recuperação do setor automotivo
brasileiro, mas, com boa oportunidade na exportação.
CELULOSE E PAPELA demanda continua aquecida. O mercado global continua favorável, especialmente para a celulose de fibra de eucalipto. Assim, o cenário continua positivo para o setor na Bahia, em 2017.
QUÍMICO/ PETROQUÍMICOCâmbio favorável para aumento das vendas externas. Indús- trias trabalham com elevada utilização da
capacidade, devendo aumen- tar modicamente a produção em 2017.
REFINO DE PETRÓLEO E PRODUÇÃO DE ÁLCOOLReestruturação da Petrobras, com a venda de ativos, pode ter impactos importantes na Bahia. Na área de Refino, espera-se uma produção estável em 2017.
ALIMENTOS E BEBIDASSetor produz bens destinados principalmente ao atendimento do mercado interno.
Deve manter o nível de produção atual, sem investimen-tos expressivos em aumento de capacidade.
METALURGIA BÁSICACom mercado internacional desaquecido e o mercado nacional enfraquecido, o quadro previsível para 2017 é de estabilidade.
AUTOMOTIVOEm 2017, espera-se uma ligeira melhora com a progressi-va redução dos juros e a volta do 3º turno da Ford.
COMO ESTÁ A BAHIA?
7ª economia do País
(3,9% do PIB em 2014)
Maior economia
do Nordeste (27,8% do
PIB regional)
7ª Indústria do Brasil
(4% do VTI 2014)
Maior Indústria do Nordeste (40% do VTI)
9º exportador
do País em 2016
(3,8%)
Maior exportador
do Nordeste (55,1%)
6º em número de empregos no Brasil em 2015 / Rais
(4,8%)
Estado que mais emprega no Nordeste
(26%)
A SEI projeta que o PIB da Bahia registrará queda de 4,5% em 2016, superior à taxa do Brasil (-3,4%).
PROJEÇÕES BRASIL
Fonte: Banco Central do Brasil; Relatório de Mercado 02/12/2016
-3,4
30,
80
-6,5
01,
05 3,35
3,45 4,
936,69
13,7
510
,50
47,0
044
,57
-25,
68-1
9,30
Saldo em conta corrente
(US$ bilhões)
Taxa de câmbio R$/US$(fim do período)
PIB (%)
20162017
Produção industrial
(%)
IPCA (%)
SELIC(% a.a. fim do
período)
Balança comercial
(US$ bilhões)
Bahia Indústria 19
João AlVARez/CopeRpHoto/sistemA FieB
Para um país que enfrenta uma
das piores crises de sua história,
essa não deixa de ser uma boa
perspectiva. Para o ex-ministro
da Fazenda, Mailson da Nóbrega,
é possível afirmar que o fundo do
poço está próximo. Para ele, o pri-
meiro trimestre de 2017 provavel-
mente será marcado pela volta do
crescimento, ainda que medíocre.
Foi o que previu na FIEB, onde
realizou palestra no 4ª Fórum de
Oportunidades de Investimento
na Bahia, evento realizado con-
juntamente pela FIEB e Lide (ver
texto na página 20).
A Bahia deverá fechar 2016 com
uma queda de 4,56% no PIB, em
linha com o desempenho brasilei-
ro, em grande parte devido a uma
retração esperada de 5% na produ-
ção da indústria de transformação
e também devido à queda na pro-
dução de grãos.
reFOrmas necessáriasO cenário econômico, relativa-
mente otimista para 2017, parte
do pressuposto de que haja uma
melhora do ambiente político-
-institucional, especialmente do
relacionamento entre os três Pode-
res e com o Executivo trilhando o
caminho da governabilidade. Com
isso, espera-se que a aprovação no
Senado da PEC 55 , que limita o te-
to dos gastos públicos por 20 anos,
promulgada como Emenda à Cons-
tituição 95, estimule o Executivo
a enviar ao Congresso proposta de
reforma da Previdência.
“Quanto à Previdência já há um
entendimento de que é necessário
mudar regras para acompanhar o
20 Bahia Indústria
aumento da expectativa de vida,
assim como fizeram países como
a França e os Estados Unidos. Mas
há uma reforma da qual pouco se
fala e que é de suma importância
para a redução do tamanho do
Estado, que é a reforma Adminis-
trativa. É importante que ela seja
encaminhada”, afirma o presiden-
te Ricardo Alban.
prOjeçõesÉ importante, também, uma me-
lhora no humor e nas expectativas
dos agentes econômicos, uma vez
que toda crise é alimentada por
fatores subjetivos. Há fatores posi-
tivos que sinalizam nesse sentido.
A inflação parece estar em queda e
deve aproximar-se do teto da meta
em 2017. A Selic, hoje no patamar
de 13,75%, continuará a cair e a
entrada dos recursos da repatria-
ção (R$ 49 bilhões) proporcionou
o primeiro superávit primário das
contas públicas pós-impeachment.
Hoje, o Banco Central traba-
lha com projeções de queda de
3,49% do PIB em 2016 e de cres-
cimento de 0,98% em 2017; queda
da produção industrial de 6,02%
e aumento de 1,11%, respectiva-
mente; inflação medida pelo IPCA
de 6,80% e 4,93%; Selic caindo
de 13,75% para 10,75%; câmbio
aumentando de R$ 3,30 para R$
3,40; e balança comercial de US$
47,4 bilhões e de US$ 45 bilhões,
nos respectivos anos.
Na Bahia, o IBGE prevê queda
de 5% na produção da indústria de
transformação, em 2016, e aumen-
to de 1% em 2017. Segmentos como
a Construção Civil; Químico/pe-
troquímico; Plástico e Borracha;
Automotivo e Papel e Celulose
devem crescer moderadamente,
aproveitando nichos do mercado
interno e oportunidades externas.
Na Construção, espera-se a re-
tomada de obras de infraestrutura
a partir e concessões à iniciativa
privada (aeroporto de Salvador,
FIOL e Porto Sul). Na área habi-
tacional, a queda dos juros pode
ensejar a retomada dos negócios.
Na Petroquímica, a expectativa
com a modernização da Braskem,
com investimentos de R$ 400 mi-
lhões, para utilização de gás etano
como matéria-prima, trará impor-
tante impacto no segmento, junta-
mente com o câmbio favorável ao
aumento das vendas externas.
No mercado de Celulose e Papel
o mercado global continua aqueci-
do, especialmente para a celulose
de fibra de eucalipto. Na área auto-
motiva, a queda dos juros e o au-
mento na oferta de crédito devem
incentivar as vendas internas e o
segmento ainda conta com a boa
fase de mercado como o da Améri-
ca Latina. [bi]
Segmento automotivo deve melhorar, em 2017, com a queda dos juros
João A
lVARez
/Co
peR
pHo
to/s
iste
mA F
ieB
Ambiente é contrário ao investimentoA retomada da confiança no governo, na era Te-
mer, não está sendo como se imaginava. Graças
ao mau desempenho da economia e aos reveses
da Operação Lava-Jato criou-se um ambiente
pessimista, refratário aos investimentos. E, pa-
ra piorar o quadro, até o 1º trimestre de 2017 não
haverá crescimento. Somente em 2018 sairemos
da atual recessão, alcançando uma elevação de
3% do PIB.
Esse cenário foi traçado pelo ex-ministro da
Fazenda, Mailson da Nóbrega, em palestra no
4º Fórum de Oportunidades de Investimento
na Bahia, evento organizado pelo Lide Bahia e
FIEB, no dia 1º de dezembro.
Atravessar 2017 e chegar a 2018 não será tare-
fa fácil, pois o emprego será o último indicador
a melhorar de desempenho e isso irá interferir
negativamente no humor da sociedade. É que os
empresários vão inicialmente reduzir a elevada
capacidade ociosa e investir em tecnologia, para
só depois pensar em contratar mão de obra.
Se o desemprego continuará jogando contra, o
mesmo não deverá acontecer com outros indica-
dores. Por exemplo, os juros básicos devem che-
gar a 10% no próximo ano; não há nem haverá
crise cambial, uma vez que hoje o câmbio flutu-
ante se adapta às circunstâncias da economia; e
as reservas internacionais são mais elevadas que
a dívida externa. Além disso, também não há ris-
co de crise bancária, devido à contração do crédi-
to e, em termos institucionais, o país possui uma
democracia estável, o que transmite confiança
aos investidores externos, especialmente aos ad-
ministradores de fundos de pensão.
O presidente da FIEB, Ricardo Alban, concor-
da que vivemos tempos difíceis, mas diz que já
começam a ser observados sinais de melhoria.
Um exemplo é a instituição do terceiro turno na
Ford em Camaçari. “Isso não se deve à retomada
do mercado interno, mas ao aumento da deman-
da argentina, o que demonstra a importância da
diversificação dos mercados em momentos de
crise”, observou Alban.
Bahia Indústria 21
conselhos
mpE da bahia ganham novo fórum
Novo Fórum foi
reestruturado
para dar
objetividade
às pautas
dos micro,
pequenos
e médiosMárcio Félix, do MME, falou sobre regulamentação
VAlteR pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
Angelo pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
As micro e pequenas empresas (MPE) da Bahia
ganharam um instrumento de articulação e
proposição de políticas públicas e ações para o seu
desenvolvimento. Com a participação de
representantes de entidades do governo e do setor
privado, foi apresentado, no dia 02/12, na sede da
FIEB, a nova estrutura do Fórum Regional
Permanente das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte. A iniciativa, que tem o apoio do
Conselho da Micro e Pequena Empresa Industrial
– Compem da Federação, tem como intuito otimizar
operacionalmente, objetivar as pautas estratégicas
e dinamizar as ações em busca de melhores
resultados. Uma das novidades é a redução dos
comitês temáticos de seis para três:
Competitividade & Acesso a Mercado; Investimento
& Financiamento e Desburocratização & Compras
Governamentais. “Encontrar uma nova dinâmica
para um setor tão importante da nossa economia é
uma grande missão. Acredito que o fórum seja o
espaço ideal para isso”, afirmou Ricardo Alban,
presidente da FIEB.
Representantes da indústria se reúnem com gestor da Embasa Em reunião realizada no dia 3/11, no SENAI Cimatec,
representantes de vários segmentos industriais
receberam o presidente da Empresa Baiana de Águas
e Saneamento S.A. – Embasa, Rogério Cedraz, para
tratar de demandas do setor produtivo. O objetivo foi
iniciar um diálogo visando encontrar soluções para
problemas referentes ao abastecimento de água.
Estiveram presentes gestores da Secretaria de
Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), o
presidente da FIEB, Ricardo Alban, o diretor de
Tecnologia e Inovação do SENAI Cimatec, Leone
Andrade, coordenadores dos Conselhos Temáticos
de Infraestrutura e Meio Ambiente da Federação das
Indústrias, diretores de sindicatos industriais e
técnicos das áreas industrial e ambiental.
Segmento automotivo deve melhorar, em 2017, com a queda dos juros
Indústria de petróleo e gás em debate na FIEBA adequação das regras para a exploração de
campos maduros de petróleo foi um dos principais
assuntos discutidos no 1º Fórum Bahia Onshore,
realizado em 25/11, na FIEB. A Associação Brasileira
dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás e a
Redepetro-BA apresentaram suas demandas ao
secretário de petróleo, gás natural e combustíveis
renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME),
Márcio Félix, ao secretário de Desenvolvimento
Econômico, Jorge Hereda, e ao diretor da ANP,
Waldir Barroso. O futuro do estaleiro da Enseada
Indústria Naval, em Maragogipe, foi um dos pontos
levantados pelo coordenador do Conselho de Óleo,
Gás e Naval da FIEB, Humberto Rangel.
22 Bahia Indústria
por cleber borges e marta erhardt
Carreiras em foco
João AlVARez/CopeRpHoto/sistemA FieB
Dois dias de atividades e debates nas áreas de desenvolvimento de pessoas e mercado de trabalho. Assim foi o Fórum iel de Carreiras, promovido pelo instituto euvaldo lodi (iel) nos dias 28 e 29 de outubro, no salvador shopping. o evento foi uma oportunidade para estudantes e jovens profissionais que buscam se desenvolver no mercado de trabalho. “Hoje, as pessoas precisam estar preparadas para atuar em várias profissões, portanto precisam ser flexíveis e ter a curiosidade do aprendizado.”, afirmou o superintendente nacional do iel, paulo mól, na abertura do Fórum.
Barcelos:
O Brasil é
um país de
contrastes,
onde os
extremos vivem
próximos
Bahia Indústria 23
gabriel O Pensador e o estudante Tauã Cadete cantaram juntos
migUel Angelo/Cni
Quando o jornalista Caco Barce-
los concluiu sua apresentação sob
aplausos, na manhã de abertura
do Fórum IEL de Carreiras, pare-
cia difícil que o próximo pales-
trante conseguisse manter o mes-
mo interesse da plateia. Esta foi
ao evento atraída, também, pelo
carisma do veterano apresentador
do programa Profissão Repórter,
da TV Globo. O agitador cultural
Edgard Gouveia, que veio na sequ-
ência, logo mostrou as qualidades
que o levaram a ser considerado
um dos líderes transformadores
de 2016 por uma ONG especializa-
da em trabalhos sociais.
“A brincadeira é a única forma
de transformar o mundo”, afirmou
Edgard Gouveia para a plateia de
estudantes e jovens profissionais
reunida no auditório da Livraria
Cultura, do Salvador Shopping.
A interatividade com o público
deu o tom da palestra de Gabriel
O Pensador no segundo e último
dia de atividades do Fórum IEL
de Carreiras. Ao lado do fã Tauã
Iago Cadete, de 15 anos, o músico
cantou “Linhas Tortas” e levantou
o público do Teatro Eva Herz, na
Livraria Cultura, com um pocket
show de encerramento do evento.
“Eu só queria tirar uma foto,
mas consegui cantar com ele. Can-
tar lá em cima foi a realização de
É possível transformar o mundo, diz ativista social“Podemos transformar realida-
des de forma rápida, divertida
e sem pedir dinheiro”, afirmou,
após observar que “ao invés de
chamarmos a pessoa para salvar
o mundo, vamos utilizar o talen-
to natural do brasileiro. De forma
lúdica, brincando, recuperando
o espírito comum ao das pessoas
que participam de uma gincana,
podemos conseguir avanços sur-
preendentes em muito pouco tem-
po”, observou o ativista de ações
comunitárias, nascido em Santos.
Ele contou como, em 2008,
sua metodologia de brincadeiras
sociais batizada Oásis ajudou a
revitalizar, com a participação de
mais de 3 mil jovens de diferentes
regiões do Brasil, 12 comunidades
que tinham sido afetadas pela en-
chente do Rio Itajaí, em Santa Ca-
tarina, catástrofe que sensibilizou
todo o país à época. Aos poucos, na base do boca a
boca, a plateia do Fórum IEL de Carreiras, que havia
saído para o bate-papo no cafezinho, regressou e o
auditório voltou a ficar lotado ao final da manhã, em
pleno horário do almoço.
BarceLOsJá o apresentador Caco Barcelos afirmou que, quan-
do se pensa em definir uma carreira, é preciso saber
quem queremos conhecer e qual será nosso destino,
na palestra sobre A Formação Crítica do Jovem. “Nos-
sas elites se esmeraram em construir um país injusto.
Hoje, 71.400 famílias brasileiras ganham acima de
160 salários mínimos. Na mediana, recebe cada uma
300 salários mínimos. No outro extremo, 25 milhões
de famílias vivem com uma renda de até um salário
mínimo”, observou.
Segundo ele, a maioria dos seus colegas jorna-
listas possui boa formação, mas normalmente ouve
aqueles 70 mil que estão no alto da pirâmide e dão as
costas ao resto do país. “Este é um país de contrastes,
onde extremos muitas vezes convivem lado a lado”,
afirmou Caco Barcelos.
Dado Schneider e Gabriel O Pensador marcam encerramento
24 Bahia Indústria
João AlVARez/CopeRpHoto/sistemA FieB
Os participantes do Fórum IEL
de Carreiras também receberam
orientação profissional com foco
no desenvolvimento de planos de
carreiras personalizados. Utili-
zando metodologia de coaching,
os atendimentos individuais fo-
ram realizados em espaço em fren-
te à Livraria Cultura, no Salvador
Shopping.
A jovem Letícia Mendes, apren-
diz na área administrativa, apro-
veitou a oportunidade. “É uma
orientação que não se consegue
facilmente de forma gratuita e me
ajudou a identificar o meu objetivo
profissional”, disse.
Quem também saiu satisfeita
com o resultado foi a gerente de
compras Jéssica Silva. “Consegui
identificar o que preciso para atin-
gir meus objetivos profissionais”,
destacou.
A programação do evento in-
cluiu, ainda, oficinas com temá-
ticas como Entrevista, Seleção e
um sonho”, contou o estudante
ainda emocionado depois de con-
versar com o ídolo no camarim
após o evento. Quase sem pala-
vras, o jovem explicou que, desde
a infância, admira o trabalho de
Gabriel O Pensador e, inspirado
no trabalho dele, também passou
a escrever letras de rap.
Antes de embalar a plateia ao
som de seus sucessos, o rapper,
compositor e escritor falou sobre
carreiras não convencionais, de-
talhando como traçou sua trajetó-
ria profissional. Ele explicou que
quando começou a escrever letras
de música não pensava em cons-
truir carreira, mas era um cami-
nho para dar vazão à necessidade
de se expressar.
O músico aconselhou a plateia
a acreditar nos sonhos e fazer as
coisas com paixão. “Com uma
ideia nova a gente pode fazer al-
go diferente do convencional e ter
impacto na vida de outras pesso-
as”, disse, destacando aos jovens
a importância de ser ousado, mas
também de saber ouvir conselhos.
chOQue de geraçõesTambém palestrante no evento, o
publicitário e professor Dado Sch-
neider falou do choque de gerações
e as mudanças que o mercado de
trabalho vem sofrendo. “O mundo
não está preparado para a geração
Z e as empresas terão que se adap-
tar”, disse, citando como exemplo
a criação de espaços de lazer den-
tro do ambiente de trabalho, para
que os colaboradores possam rela-
xar ao longo da jornada.
O Fórum contou, ainda, com
palestra do professor e empresá-
rio Alfredo Maccari Neto, que fa-
lou sobre a importância do men-
toring (tutoria) para o desenvolvi-
mento de carreiras.
Nos dois dias
do evento,
18 oficinas
gratuitas foram
oferecidas ao
público
Elaboração de currículo, Criativi-
dade e inovação, Relacionamento
interpessoal e Trabalho em time.
Somente no primeiro dia do evento
dez oficinas foram realizadas em
paralelo aos painéis de palestras.
prOjeTO de vidaTécnica em automação industrial,
Pérola Nobre participou da oficina
com a temática Projeto de Vida.
“Acho essa iniciativa interessante,
pois tem um leque de oportuni-
dades de aprendizado. A minha
intenção é agregar conhecimento,
especialmente na área de desen-
volvimento pessoal e relaciona-
mento interpessoal”, disse.
A busca por conhecimento tam-
bém levou a estudante de Comuni-
cação e Marketing, Beatriz Gurgel
ao Fórum IEL de Carreiras. “Estou
em busca de informações que con-
tribuam para o planejamento e
desenvolvimento da minha carrei-
ra”, explicou. [bi]
Programação incluiu oficinas e orientação de carreiras
Bahia Indústria 25
26 Bahia Indústria
Beto JúnioR/CopeRpHoto/sistemA FieB
A Bahia é, hoje, o estado com maior potencial
do setor fotovoltaico no país. A afirmação foi
repetida por vários especialistas no Encontro
Baiano de Energia Solar, realizado na FIEB,
no dia 6 de dezembro. No evento, que reuniu empresá-
rios e autoridades ligados à cadeia produtiva de fontes
renováveis, foram apresentados os estudos mais recen-
tes da área e perspectivas, que animam o mercado. O
entusiasmo, porém, é freado pela atual situação das li-
nhas de transmissão: inacabadas. Rio Grande do Norte
e do Rio Grande do Sul enfrentam o mesmo problema.
O estado ficou de fora do último leilão de energia de
reserva, anunciado para dezembro, por causa da falta
de margem de escoamento para a futura produção das
usinas. Esse gargalo foi criado, em parte, pelo atraso
na construção de empreendimentos de transmissão
sob responsabilidade da concessionária espanhola
Abengoa, que está em recuperação judicial no Brasil
e tenta negociar um acordo com credores na Espanha.
Encruzilhada solarFotovoltaica se configura como uma das cadeias produtivas mais promissoras para a Bahia, que precisa superar gargalos
O secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus
Cavalcanti, se mostrou preocupado com a chance
do problema continuar em 2017. Para ele, ficar nova-
mente de fora dos próximos leilões "seria um desas-
tre para os empreendimentos em desenvolvimento na
Bahia". A instalação de empresas desta cadeia produ-
tiva reduziria custos de implantação de projetos, o
que tornaria o estado ainda mais competitivo neste
segmento.
Para o coordenador do Conselho de Infraestrutu-
ra da FIEB (Coinfra), Marcos Galindo, além de gerar
oportunidades de negócios e desenvolvimento, fazer
estes projetos rodarem na Bahia teria uma importân-
cia a mais: “Significaria aumentar nossa autonomia
energética, já que o Brasil tem uma matriz ainda
bastante dependente de água, recurso que sofre im-
pactos com mudanças climáticas e períodos de estia-
gem”, pontuou.
A maior planta de energia solar fotovoltaica da
por carolina mendonça
No encontro,
membros
do governo,
associações
e entidades
ligadas ao
segmento
Bahia Indústria 27
enTrevisTa rodrIgo SauaIa
Planejamento da matriz era feito de forma descasada
O que faz da Bahia o estado com maior
potencial em energia solar?
O estado é líder em número de pro-
jetos de geração centralizada. São 1.083
MW em usinas de grande porte já con-
tratadas. Esses projetos entrarão em
operação em 2017 e 2018, o que significa
que teremos negócios e investimentos
sendo realizados, tanto para fornece-
dores de equipamentos quanto para as
empresas que vão fazer a construção
(civil e hidráulica) dos projetos, mon-
tagem, operação e manutenção dos
parques. Há um outro potencial muito
grande aqui na Bahia, relacionado ao
mercado de geração distribuída. Nes-
te mercado, a Bahia é o 10° estado no
ranking nacional, ainda não estando
numa posição de liderança frente ao
enorme potencial do estado.
América Latina, a Ituverava, está
sendo construída no Oeste baia-
no, no distrito de Mariquita, a 800
quilômetros de Salvador, e deve
entrar em operação em 2017. De
acordo com Frederico Figueiredo,
coordenador de Novos Negócios da
Enel Green Power, companhia que
responde pelo projeto, os maiores
desafios do empreendimento têm
sido a logística complexa e o li-
cenciamento ambiental. Ele citou
ainda, de forma geral, a excessiva
carga tributária como um gargalo
do segmento solar no Brasil.
Para o presidente executivo da
Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar), Ro-
drigo Sauaia, conexão e tributos
são mesmo as maiores dificulda-
des de quem quer empreender no
segmento, além da falta de linhas
de financiamento. “Esses proble-
mas não são exclusivos dos baia-
nos. Se o Brasil quiser continuar
se destacando nas áreas de eólica
e solar, é fundamental solucionar
esses gargalos”, diz.
pOLíTicaO coordenador de Sustentabili-
dade Ambiental do Ministério de
Minas e Energia, Luis Badaham,
disse que o governo tem tratado
a energia renovável como priori-
dade. "As energias eólica e solar
terão papel fundamental para al-
cançar nossos objetivos nesse es-
forço mundial", disse ao se referir
aos compromissos assumidos pelo
Brasil na COP21.
O analista na Empresa de Pes-
quisa Energética (EPE), Gabriel
Konzen, a matriz elétrica brasilei-
ra é composta por 10% de energia
renovável, sem considerar as hi-
drelétricas, e a meta assumida pe-
lo Brasil é chegar a 2030 com esse
percentual em 23%.
Presente no Encontro Baiano
de Energia Solar, o presidente
executivo da Absolar, Rodrigo
Sauaia, concedeu entrevista em
que analisou a situação do mercado
baiano de energia solar fotovoltaica
e o cenário nacional.
Neste mercado, a Bahia é o 10° estado no ranking nacional, ainda não estando numa posição de liderança frente ao enorme potencial do estado
“
Este mercado chegará ao consumidor de
pequeno porte?
Atualmente são 147 sistemas de mi-
cro e mini geração aqui na Bahia, 2,4 %
do mercado brasileiro. Ainda é pouco,
mas com a entrada em vigor da Reso-
lução 687/2015 da Aneel (desde março),
foram estabelecidas novas modalidades
de compensação de energia, chamadas
geração compartilhada, autoconsumo
remoto e geração condominial. Esses
mecanismos podem servir para que os
empreendedores e empresários engajem
novos grupos de clientes para fazerem
uso desta tecnologia. Para a indústria,
por exemplo, esta opção pode ser inte-
ressante na redução de custos com ener-
gia elétrica.
Como superar os problemas de conexão?
O planejamento da matriz elétrica, no
passado, era feito de uma forma descasa-
da. A contratação das usinas de geração
de energia era feita num leilão separado
do das linhas de transmissão. Isso e di-
ferentes exigências ambientais, além de
atrasos de obras, levaram usinas a fica-
rem prontas antes das linhas. O que o go-
verno federal tem feito agora, em especial
por meio da EPE, é tentar reestruturar o
planejamento desse processo. O fato da
Bahia e o Rio Grande do Norte terem sido
prejudicados no leilão de solar e eólica é
resultado de anos anteriores. Nossa ex-
pectativa é que, para um próximo leilão,
como vai ser feita uma nova avaliação da
capacidade de escoamento pelo Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pro-
vavelmente já vão "entrar no radar" os
empreendimentos de transmissão cons-
truídos até o próximo pregão. [bi]
28 Bahia Indústria
indicadOres Números da Indústria
PRODUçãO CAI ABAIxO DA MéDIA NACIONALBalanço de 2016 revela que até outubro, o desempenho da indústria de transformação baiana manteve ritmo de queda
A indústria de transforma-
ção nacional apresentou
queda na produção física
de 7,9%, nos 12 meses ter-
minados em outubro, na compara-
ção com igual período anterior. A
Bahia apresentou queda de 4,5%;
e, em setembro, houve decréscimo
de 5,1%. Com o resultado de outu-
bro, a Bahia continua em 3º lugar
no ranking dos 14 estados que
participam da Pesquisa Indus-
trial Mensal – Produção Física-R,
do qual apenas o estado de Mato
Grosso apresentou resultado posi-
tivo (0,1%).
Os demais estados registraram
resultados negativos: Espírito
Santo (-0,3%); Bahia (-4,5%); San-
ta Catarina (-4,9%); Rio Grande do
Sul (-5,8%); Minas Gerais (-5,9%);
Ceará (-6,2%); São Paulo (-7,3%);
Goiás (-7,4%); Pará (-7,5%); Para-
ná (-7,6%); Rio de Janeiro (-9,1%);
Pernambuco (-10,6%); Amazonas
(-16,0%).
Na Bahia, seis dos onze seg-
mentos pesquisados registraram
crescimento: Metalurgia (6,6%),
Bebidas (5,4%), Alimentos (5,0%),
Produtos Químicos (2,5%), Celulo-
se e Papel (2,3%) e Couro e Calça-
dos (2,1%). Apresentaram resulta-
dos negativos: Equipamentos de
Informática (-23,3%), Minerais não
metálicos (-17,3%), Veículos au-
tomotores (-17,2%), Refino de pe-
tróleo e biocombustíveis (-10,1%,
devido a uma parada não progra-
mada da unidade de craqueamen-
produção de pastas químicas de
madeira); Equipamentos de Infor-
mática (14,2%); Couro e Calçados
(13,1% maior produção de tênis de
material sintético montado e cou-
ros e peles de bovinos curtidos ao
cromo); Produtos Químicos (8,7%
buta dieno não-saturado, princí-
pios ativos para herbicidas, mis-
turas de alquilbenzenos ou alqui-
to catalítico de resíduos U-39 durante todo o mês de
julho) e Borracha e plástico (-5,2%).
Queda em OuTuBrONa comparação de outubro de 2016 com igual mês do
ano anterior, a produção física da indústria de trans-
formação baiana apresentou queda de 6,4%, enquan-
to a nacional teve retração de 7,0%. Seis dos 11 seg-
mentos industriais da Bahia apresentaram resultados
positivos: Celulose e Papel (24,3%, com aumento da
Bahia Indústria 29
Borracha e Plástico (-5,4% menor
produção de pneus novos de bor-
racha para ônibus e caminhões,
reservatórios, caixas d’água e ar-
tefatos semelhantes de plástico e
filmes de material plástico para
embalagem).
Os resultados positivos foram
obtidos pelos segmentos: Bebidas
(7,5%); Metalurgia (5,1% maior
produção de maior produção de
barras, perfis e vergalhões de co-
bre e de ligas de cobre), Alimentos
(5,0% maior produção de açúcar
cristal, carnes de bovinos fres-
cas ou refrigeradas, leite em pó e
massas alimentícias secas), Cou-
ro e Calçados (4,2%) e Produtos
Químicos (3,8% incremento na
produção de amoníaco, ureia e
bahia: pim-pf de outubro 2016
Indústria de Transformação -6,4 -3,6 -4,5refino de petróleo e biocombustíveis -20,0 -9,7 -10,1produtos químicos 8,7 3,8 2,5veículos automotores 6,3 -13,7 -17,2alimentos 4,4 5,0 5,0celulose e papel 24,3 1,9 2,3borracha e plástico -13,3 -5,4 -5,2metalurgia -24,2 5,1 6,6couro e calçados 13,1 4,2 2,1minerais não metálicos -29,3 -18,6 -17,3Equipamentos de informática 14,2 -12,3 -23,3bebidas -9,6 7,5 5,4
Extrativa Mineral -25,9 -20,6 -19,5
VARiAção (%)
SETORES OUT16/OUT15 JAN-OUT16/ NOV15-OUT16/ JAN-OUT15 NOV14-OUT15
lnaftalenos e etanolaminas e seus
sais); Veículos Automotores (6,3%
maior produção de automóveis); e
Alimentos (4,4%).
Apresentaram resultados ne-
gativos: Minerais não metálicos
(-29,3%, com redução na produção
de cimentos “Portland”, massa
de concreto preparada para cons-
trução e argamassas); Metalurgia
(-24,3%, com a menor produção
de barras, perfis e vergalhões de
cobre e de ligas de cobre); Refi-
no de Petróleo e Biocombustíveis
(-20,0%, pela menor produção de
óleo diesel, gasolina automotiva,
óleos combustíveis, gás liquefeito
de petróleo e álcool etílico); Bor-
racha e Plástico (-13,3%, devido à
menor produção de pneus novos
de borracha para ônibus e cami-
nhões, filmes de materiais plásti-
cos para embalagem, pneus novos
de borracha para automóveis e
reservatórios, caixas d’água e ar-
tefatos semelhantes de plásticos);
e Bebidas (-9,6%).
No acumulado de janeiro a
outubro de 2016, a indústria de
transformação baiana apresentou
queda de 3,6%, enquanto a indús-
tria de transformação nacional
caiu 7,0%. Cinco dos 11 setores
obtiveram resultados negativos:
Minerais não metálicos (-18,6%
menor produção de massa de con-
creto preparada para construção,
cimentos “Portland”, argamas-
sas e ladrilhos, placas e azulejos
de cerâmica para pavimentação
ou revestimento); Veículos Auto-
motores (-13,7% menor produção
de automóveis e de painéis para
instrumentos dos veículos auto-
motores); Equipamentos de Infor-
mática (-12,3%); Refino e Petróleo
(-9,7% pela menor produção de
óleos combustíveis, óleo diesel
e naftas para petroquímica); e
policloreto de vinila).
A menor queda da produção
física da indústria da Bahia em
comparação ao Brasil deve ser re-
lativizada: no início de 2015, foi
registrada redução acentuada da
produção na atividade de refino
(que representa 31,5% do VTI da
Indústria de Transformação Baia-
na) por conta de uma parada de
manutenção na RLAM, deprimin-
do a base de comparação. No en-
tanto, a RLAM, que havia previsto
uma parada programada para o
mês de novembro deste ano, das
unidades 9 e 18, postergou para ja-
neiro de 2017. Desse modo, acredi-
tamos a indústria baiana fechará
o ano de 2016 apresentando menor
retração que o Brasil. [bi]
FoNte: IBGe; elaBoração FIeB/SdI
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2014
2016
2015
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)
30 Bahia Indústria
painel
PNUD: Seminário discute desenvolvimento sustentável Representantes de governos, setor privado e da sociedade civil
reuniram-se na FIEB, em 23/11, no seminário Diálogos sobre Pessoas:
Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável, para discutir propostas e
iniciativas que colaborem com o alcance das metas dos ODS (Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável). Esse foi o segundo seminário
nacional sobre os cinco eixos de atuação da Agenda 2030: Planeta,
Pessoas, Prosperidade, Paz e Parcerias. O evento é fruto de uma
parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), Centro de Estudos e Estratégias em Relações Internacionais
(Ceeri) e da FIEB, por meio do seu Conselho de Responsabilidade Social
Empresarial – Cores. As 169 metas e 17 objetivos integram o documento
Transformando Nosso Mundo: Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, concluído em 2015. “Temos que unir esforços para
garantirmos investimentos às pessoas mais vulneráveis”, afirmou o
diretor do PNUD Brasil, Didier Trebucq.
Diretor do PNUD Brasil defendeu proteção aos mais vulneráveis
Encontro de Negócios do setor químico Com os objetivos de fomentar negócios, promover
exportações e a internacionalização das empresas
participantes, além de divulgar produtos, foi
realizado, dia 21.11, o Encontro de Negócios
Itinerante no Brasil - Setor de Químicos e HPPC.
O evento, uma parceria da Rede CIN, CNI e
Apex-Brasil, contou com a participação de nove
empresas baianas e três compradores
internacionais. Foram realizadas 27 reuniões
individuais, com estimativa de negócios futuros
de US$ 2.9 milhões.
Cooperação entre Bahia e Espanha é tema de encontro empresarial Com o objetivo de apresentar oportunidades bilaterais de negócios,
seja da Espanha como porta de entrada de produtos baianos em
mercados europeus e africanos ou como foco de investimentos pelas
empresas da Bahia, foi realizado, no dia 19/10, o Encontro Empresarial
Brasil x Bahia e Espanha, na FIEB. De acordo com o embaixador
espanhol no Brasil, Manuel Hermoso, o país ibérico tem interesse em
aumentar a presença de empreendimentos na Bahia.
“Temos intenção de ampliar negócios nas áreas
de energias renováveis, construção e
infraestrutura e estamos otimistas com a
notícia das concessões que serão realizadas
pelo governo federal”, disse Hermoso. O
presidente da FIEB, Ricardo Alban, destacou a
relação histórica entre a Bahia e a Espanha.
CezAR BRAsil/CopeRpHoto/sistemA FieB
Angelo pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
Ministro visita SENAI Cimatec O SENAI Cimatec recebeu, em 20 de outubro, a visita
do titular do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto
Kassab, durante a Semana Nacional de Ciência e
Tecnologia. O gestor conheceu os laboratórios de
Manufatura Integrada e participou de reunião com
dirigentes do Sistema FIEB. O ministro afirmou que
o SENAI Cimatec foi escolhido para a visita “pela
importância para a Ciência e a Tecnologia no país”.
Cimatec e ITA firmam parceriaRepresentantes do SENAI Cimatec e do
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
assinaram, no dia 5/12, um memorando de
entendimento para cooperação em PD&I, com
foco em áreas comuns, como energia solar e
redes inteligentes. A parceria permite que
sejam estabelecidas novas prioridades ao
longo dos cinco anos de vigência do
documento. Participaram da solenidade o
presidente da FIEB, Ricardo Alban, dirigentes
do Sistema FIEB, o reitor do ITA, Anderson
Correia, a coordenadora de Cooperação do
Instituto, Solange Corrêa, e o pesquisador
Vilson Almeida. O evento também contou
com parlamentares e gestores públicos
engajados com o desenvolvimento industrial,
além de outros professores, pesquisadores e
representantes de empresas industriais com
foco em PD&I.
Bahia Indústria 31
SAlvADOR SEDIA PREMIAçõES NACIONAIS • A Bahia sediou, em outubro,
duas premiações nacionais promovidas
pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O
Prêmio IEL de Estágio e o Prêmio Inova
Talentos ocorreram no dia 27 de outubro,
no Hotel Deville Prime. Leia mais sobre as
premiações no portal do Sistema FIEB
(www.fieb.org.br).
SESI promoveu debate com especialistas sobre a MP 746Após apresentação de projetos de iniciação
científica e tecnológicos do SESI e de uma escola
pública de Salvador, a 2ª edição da Série SESI -
Diálogos de Educação discutiu, em novembro, os
limites e possibilidades do ensino médio e a
formação técnica e profissional, no contexto da MP
746/2016. O superintendente do SESI Bahia,
Armando Neto, o gerente executivo de Educação do
Departamento Nacional, Sérgio Gotti, além de
representantes da Secretaria da Educação, Ifba e
outras entidades ligadas à educação debateram o
tema do evento. Este foi o segundo encontro
realizado em 2016 para discutir o ensino médio.
“Uma das temáticas da MP é o ensino médio
articulado com educação profissional e o SESI tem
a experiência do Ebep. Foi uma oportunidade de
discutir, até no sentido de fazermos ajustes no
nosso modelo”, destacou o superintendente. Sérgio
Gotti lembrou que o SESI Bahia foi precursor nesta
discussão por ter sido o primeiro departamento
regional a implementar o Ebep.
JeFFeRson peixoto/CopeRpHoto/sistemA FieB
Sinprocim apresenta portfólio de produtosO portfólio de produtos do Sindicato da Indústria de Produtos de
Cimento no Estado da Bahia (Sinprocim-BA) foi apresentado a
empresários, no dia 02.12, durante o I Ciclo de Palestras Sinprocim-
BA, realizado na FIEB. Além do presidente do sindicato, Jose Carlos
Teles Soares, o evento contou com a presença do 1º vice-presidente
da FIEB, Carlos Gantois, do engenheiro do Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim), Anderson de
Oliveira; e do professor, Antônio Sérgio da Silva.
Reginaldo Rossi (D) homenageou Felipe Porto, da Cerâmica Bloco Forte
CIEB homenageia empresas nos seus 50 anosO Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) completou 50 anos
de criação, em novembro, homenageando cinco empresas a ele
associadas desde sua fundação: Construtora Norberto Odebrecht,
Água Mineral Dias D’Ávila, Cerâmica Bloco Forte, Biscoitos Tupy e
Eternit S/A. A cerimônia, marcada pela presença de empresários,
dirigentes da FIEB e do CIEB, representantes do governo do estado e
de universidades parceiras.
VAlteR pontes/CopeRpHoto/sistemA FieB
Encontro reúne empresários da indústria de cosméticos Aspectos regulatórios e tributários da indústria de
cosméticos e tendências de mercado foram temas
discutidos no II Encontro da Indústria Baiana de
Cosméticos, promovido pelo Sindcosmetic-BA, no
Gran Hotel Stella Maris. “O encontro traz
informações relevantes para municiar os
empresários para atender aos atuais desafios”,
destacou o presidente do sindicato, Raul Menezes.
32 Bahia Indústria
jurídico
Novas faixas de faturamento para EPP e parcelamento A Lei Complementar nº
155/16, publicada em 28.10.16,
que altera a LC nº 123/06,
instituiu, dentre outros,
novas faixas de faturamento
para o enquadramento das
Empresas de Pequeno Porte
(EPP), bem como dispôs sobre
o parcelamento dos débitos
apurados na forma do
Simples Nacional, em até 120
meses, vencidos até a
competência do mês de maio
de 2016. A referida norma
também trouxe modificações
relativas ao
Microempreendedor
Individual (MEI).
Novos procedimentos para as operações de exportaçãoFoi publicado, em 26.08.16, o
Decreto Federal nº 8.870, que
dispõe sobre a aplicação de
procedimentos simplificados,
denominado Simples
Exportação, nas operações de
venda ao exterior, realizadas
por microempresas e
empresas de pequeno porte
optantes pelo Simples
Nacional. O Simples
Exportação observará,
dentre outros procedimentos:
a unicidade do procedimento
para registro das operações
de exportação; a entrada
única de dados; o processo
integrado entre os órgãos
envolvidos e o
acompanhamento
simplificado do
procedimento.
Panorama atual do processo de legalização de empresas
Desde o advento da Lei Federal nº
11.598, em 03.12.07, que criou a Re-
de Nacional para a Simplificação
do Registro e da Legalização de
Empresas e Negócios (Redesim),
com o objetivo de simplificar e
integrar o processo de registro e
legalização de empresários e de
pessoas jurídicas, o processo de
legalização de empresas na Bahia
tem passado por transformações.
Dentre as mudanças, merece
destaque a integração do processo
de registro entre os órgãos compe-
tentes pela legalização, quais se-
jam a Receita Federal - RF, a Junta
Comercial – Juceb e as Secretarias
da Fazenda Estadual e Munici-
pal, o que acarreta, em tese, uma
maior agilidade na constituição,
alteração e extinção de empresas.
Assim, naqueles Municípios
que utilizam o integrador estadu-
al, qual seja, o Sistema de Registro
Integrado – Regin o empresário irá
realizar, on-line, uma “Consulta
Prévia de Viabilidade”, e obterá as
informações se é possível desen-
volver suas atividades no endere-
ço desejado e se o nome empresa-
rial escolhido atende aos requisi-
tos legais para sua formação.
Desse modo, o primeiro passo
a ser observado por uma empresa
que deseje se instalar, abrir filial
ou mudar de endereço é verificar
se o município onde irá desenvol-
ver suas atividades integra o Re-
gin. O site da Juceb contém a lista
dos municípios conveniados.
Aprovada a viabilidade, o se-
gundo passo será elaborar, atra-
Luciana Dias Couto Silva integra a Gerência Jurídica da FIEB
vés do site da RF, o Documento
Básico de Entrada – DBE, indis-
pensável para obtenção do CNPJ e
atualização do cadastro da empre-
sa no órgão.
O terceiro passo será elaborar o
“Requerimento Eletrônico”, atra-
vés do site da Juceb e ao final do
preenchimento deste, o sistema
gerará a minuta do ato constitu-
tivo, as guias para recolhimento
das taxas e a capa do processo. Só
após esta última etapa o empresá-
rio irá se deslocar até a Juceb para
protocolo do processo físico.
Ressalte-se que no dia 09.11.16,
a Juceb passou a adotar o procedi-
mento denominado “Via Única”, o
qual prevê a apresentação do ato
societário em uma única via e o
envio deste instrumento por e-mail
para o usuário, após o registro pelo
órgão, o que permitirá que o em-
presário se dirija à Juceb apenas
para protocolo do processo.
Diante do atual cenário, os
empresários, advogados, conta-
dores e demais profissionais que
atuam no processo de legalização
empresarial devem estar atentos
às constantes mudanças que vem
ocorrendo nos procedimentos des-
tes órgãos, evitando assim atraso
na conclusão do registro do ato so-
cietário da empresa.
Em que pese a adoção de todos
estes procedimentos, a legaliza-
ção empresarial na Bahia, como
nos demais Estados, ainda é lenta
e carente de ações que reduzam,
de fato, o tempo de análise dos
órgãos e o custo suportado pelos
empresários na formalização dos
seus negócios.
por luciana dias couto silva
Bahia Indústria 33
ideias
por eduardo samPaio soares
É chegado um momento em que
apenas diminuir gastos não resol-
ve e a empresa tem apenas uma
saída: fechar. O que pode fazer o
negócio sobreviver é pensar dife-
rente da concorrência, que está fo-
cada em gastar menos, e investir
em melhorias para a sua produção
e para o seu produto, entregando
mais valor ao mercado e sendo
mais competitivo, além de dimi-
nuir gastos desnecessários.
Embora investir para se tor-
nar uma empresa mais competi-
tiva pareça ser um pensamento
simples, conseguir capital para
isto pode ser uma tarefa difícil.
Em se tratando principalmente
de pequenas e médias empresas,
esta barreira pode se tornar ain-
da maior, desestimulando a me-
lhoria do negócio. Contudo, se
houvesse uma forma de buscar
as soluções necessárias para se
obter melhores resultados e com
custo acessível, estas empresas
poderiam começar a trilhar um
caminho diferente, de elevação
do crescimento.
Uma solução viável para essa
situação é o Movimento Empresa
Júnior (MEJ). O MEJ é formado por
jovens universitários empreen-
dedores com o intuito de sair da
“caixa” do conhecimento teórico
das salas de aula das universi-
dades. Através desta vivência, é
possível formar profissionais me-
lhores, comprometidos e capazes
de transformar o Brasil.
Esta grande capacidade trans-
formadora não se restringe ape-
nas aos alunos, mas também aos
clientes dessas empresas. O prin-
cipal foco do MEJ no mercado é
auxiliar as PMEs a atingirem um
alto crescimento e desenvolver o
empreendedorismo dentro e fora
da universidade.
Os projetos realizados são
orientados por professores, espe-
cialistas em suas áreas, e por pro-
fissionais que atuam no mercado,
certificando a qualidade do que é
entregue. Além disso, por serem
associações civis sem fins lucrati-
vos, não visam ao lucro em seus
projetos, o que torna o preço de
seus serviços bastante inferiores
aos de mercado, podendo chegar a
10-15% do preço de outras consul-
torias. É uma boa saída para quem
deseja investir em soluções para
os negócios.
Um exemplo de empresa júnior
atuante é a Prisma, a Empresa Jú-
nior de Engenharia Química da
Universidade Federal da Bahia.
Atualmente, entre projetos para
consumidores físicos, dois deles
são do setor industrial com foco
em otimização da produção. O
primeiro deles é para uma indús-
tria produtora de etanol (Unial),
que tem como foco melhorar a
qualidade da produção através de
técnicas de otimização e controle
industrial, culminando em um
produto de melhor qualidade.
O segundo projeto neste seg-
mento é o da Coopmarc – Coo-
perativa de Materiais Reciclados
de Camaçari, com o objetivo de
melhorar a produção e seus re-
sultados, mas também de impac-
tar positivamente na melhoria da
O potencial de atuação das empresas júniores é muito grande, não apenas pelo benefício gerado nos negócios, mas também pelo grande impacto social. São jovens inquietos, dispostos a atuar para melhorar a sociedade, orientados por especialistas da área, trazendo um grande benefício pelo contato empresa-universidade
Eduardo Sampaio Soares é diretor de Marketing na Prisma – Empresa Júnior de Engenharia Química da Ufba
Empresa júnior: uma saída para as PME
qualidade de vida da comunidade
local através do nosso trabalho.
Além destes exemplos, a Prisma já
atuou em outros projetos voltados
para o setor industrial, como por
exemplo do Estudo de Viabilida-
de Técnica da Conversão de Forno
Industrial-BPF a Gás Natural.
Com isso, o potencial de atua-
ção das empresas júniores é muito
grande, não apenas pelo benefício
gerado nos negócios, mas também
pelo grande impacto social. São
jovens inquietos, dispostos a atuar
para melhorar a sociedade, orien-
tados por especialistas da área,
trazendo um grande benefício pe-
lo contato empresa-universidade.
Então, você quer dar uma guinada
no seu negócio e melhorar seus
resultados em tempos de crise?
As empresas júniores podem ser o
caminho para buscar novas solu-
ções. Você é nosso projeto, o nosso
maior resultado. [bi]
livros
leitura&entretenimento
Investigando a genéticaVencedor do prêmio Pulitzer de não ficção
de 2011, Siddhartha Mukherjee, combina
ciência, história social e relatos pessoais
para contar a extraordinária narrativa de
uma das mais importantes descobertas dos
tempos modernos. Ao investigar a
hereditariedade, ele irá mostrar como a
genética influencia as nossas vidas,
personalidades, identidades, destinos e
escolhas. Ao longo do livro, ele explora
também a própria origem e família, com
seu trágico histórico de doenças mentais.
Ensaio sobre a melancoliaO psiquiatra, crítico literário, linguista e
filósofo Jean Starobinski faz um esclarecedor
retrato sobre a melancolia. Da história das
doutrinas e dos tratamentos da melancolia a
suas aparições na obra de artistas
emblemáticos como Cervantes, Baudelaire e
Kafka, Starobinski combina rigor e lirismo
nos diversos ensaios que compõem a obra.
Desta forma, oferece ao leitor um retrato
primoroso de uma das manifestações mais
complexas da história do pensamento
ocidental.
O gene, Siddhartha Mukherjee Companhia das Letras, 680 p R$ 69,90 – R$ 39,90 (e-book)
A tinta da melancolia, Jean Starobinski Companhia das Letras, 568 p., R$ 74,90
34 Bahia Indústria
MPB na VarandaO músico Alexandre Leão apresenta-se às sextas-feiras, na
Varanda do SESI, com um repertório autoral e canções
consagradas na voz de grandes nomes da música baiana e
nacional. O artista, que estreou aos 17 anos, com a gravação
da música Paiol de Ouro, por Maria Bethânia, composição de
sua autoria, em parceria com Olival Matos, teve várias de suas
canções interpretadas por outros artistas, a exemplo de Ivete
Sangalo, da Banda Lampirônicos, da Família Caymmi e mais
recentemente por Arnaldo Antunes em seu novo CD. O show é
uma oportunidade de conhecer de perto toda a musicalidade
deste artista que bebe na fonte da Música Popular Brasileira.
mAURíCio limA/DiVUlgAção
DiVUlgAção
Fotojornalismo mundialPerla primeira vez, Salvador recebe a mostra World Press
Photo (WPP), com as imagens mais representativas do
fotojornalismo mundial no ano de 2015. São 164 fotografias
escolhidas no 59º concurso da organização, sediada na
Holanda. As imagens retratam momentos culturais, sociais,
políticos e ambientais, vivenciados em 2015. O Brasil está
representado pelo Complexo do Alemão, em fotos do espanhol
Sebastián Liste. O país também está representado pelo
fotógrafo paulista Maurício Lima, que foi premiado em duas
categorias nesta edição da WPP, também vencedor do Prêmio
Pulitzer em 2016, pela cobertura da crise dos refugiados.
Não perca Caixa Cultural Salvador; ter. a dom., das 9 às 18h. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Gratuita
Não perca Varanda do SESI Rio Vermelho. Às sextas-feiras, 22h. R$ 25 (couvert). Classificação 16 anos
exposição
show
PORTAL DE COMPRAS DOSISTEMA FIEB