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Prof. : Tarcísio Gonçalves de Brito 1 INTRODUÇÃO A USINAGEM FAEX EXTREMA- MG

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usinagem

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  • Prof. : Tarcsio Gonalves de Brito

    1

    INTRODUO A USINAGEM

    FAEXEXTREMA- MG

  • 2

    ndice

    INTRODUO...............................................................................................................(3)

    COM CAVACO OU SEM CAVACO?..............................................................................(5)

    PROCESSOS DE USINAGEM.......................................................................................(9)

    FERRAMENTA DE CORTE..........................................................................................(11)

    MOVIMENTO DE CORTE.............................................................................................(17)

    ESTUDO DO CAVACO.................................................................................................(21)

    GERAO DE CALOR E DISTRIBUIO DE TEMPERATURAS...............................(24)

    FLUIDO DE CORTE......................................................................................................(24)

    CONCEITUAO DE PROCESSOS DE FABRICAO...............................................(32)

    NOES BASICAS DE UMA MAQUINA-FERRAMENTA...........................................(33)

    PRINCIPAIS PARTES DO TORNO..............................................................................(38)

    CONTROLE DA MEDIDA.............................................................................................(42)

    FRESAGEM..................................................................................................................(43)

    FRESADORAS.............................................................................................................(45)

    FRESAS........................................................................................................................(48)

    TIPOS DE FRESAS E SUAS APLICAES.................................................................(50)

    CALCULO DA RPM, AVANO E PROFUNDIDADE DE CORTE EM FRESAGEM.....(51)

    FRESANDO SUPERFICIE PLANA, PLANA INCLINADA E EM ESQUADRO.............(55)

    PINAS E MANDRIS, (EIXOS PORTA-FRESAS)........................................................(57)

    CABEOTE DIVISOR....................................................................................................(58)

    RUGOSIDADE...............................................................................................................(67)

    TOLERANCIA DE FORMA............................................................................................(79)

    REFERENCIAS..............................................................................................................(88)

  • 3

    INTRODUO

    A USINAGEM COMO REFERENCIAL PR-HISTRICO

    A Pr-Histria compreende o perodo que vai desde o surgimento do homem at

    o aparecimento da escrita, sendo subdividida em:

    Idade da Pedra Lascada (Paleoltico- fig. Machado de Pedra Lascada). Idade da Pedra Polida (Neoltico - fig. Foice de osso). Idade dos Metais (fig. Pontas de armas).

    Observe que a usinagem evoluiu juntamente com o homem, sendo usada como

    parmetro de subdiviso de um perodo.

    Fonte: SOUZA. Osvaldo, "Histria Antiga e Medieval", Editora Atica

    Surge o Princpio da Fabricao.

    No Perodo Paleoltico, as facas, pontas de lanas e machados eram fabricados

    com lascas de grandes pedras. No Perodo Neoltico, os artefatos eram obtidos

    com o desgaste e polimento da pedra (Princpio da Retificao).

    Surge o Conhecimento de Novos Materiais.

    O Homem passa a usar metais na fabricao de ferramentas e armas no fim da

    pr-histria. Os primeiros metais a serem conhecidos foram o cobre e o ouro, e,

    em escala menor, o estanho. O ferro foi o ltimo metal que o homem passou a

    utilizar na fabricao de seus instrumentos.

    A Evoluo da Ferramenta.

    Com a pancada de uma cunha manual surgiu o cinzel, movimentando esta

    ferramenta para frente e para trs, aplicando-se presso surgiu a serra.

  • 4

    Dispositivo da era Neoltica usado no corte de pedras

    Um grande avano nesse perodo foi a transformao do movimento de

    translao em movimento de rotao (com sentido de rotao invertido a cada

    ciclo). Este princpio foi aplicado em um dispositivo denominado Furao de

    Corda Puxada. A prova da existncia desse mecanismo foi uma pintura

    encontrada em um tmulo datado de 1450 A.C.

    A Evoluo da Mquina Ferramenta

    A figura abaixo mostra que a evoluo das mquinas possibilitou que um s

    homem, com pouco esforo fsico, realizasse seu trabalho.

    No sculo 19 o trabalho do ferreiro era muito lento. Surgem ento as mquinas

    movidas a vapor (energia esta transmitida atravs da oficina por meio de eixos,

    correias e roldanas). Mais tarde o vapor seria substitudo pela energia eltrica. A

    introduo de suporte mecnico no torno outro exemplo de um grande avano

    no processo de fabricao. O suporte eliminou a necessidade de segurar as

    ferramentas com as mos, diminuindo, portanto o risco de acidentes.

  • 5

    Porm foi durante o perodo de guerra que ocorreu considervel progresso das

    mquinas destinadas fabricao. O marco deste progresso foi o surgimento de

    partes intercambiveis.

    COM CAVACO OU SEM CAVACO?

    Na maioria dos casos, as peas metlicas fabricadas por fundio ou forjamento

    necessitam de alguma operao posterior de usinagem. O que acontece que

    essas peas geralmente apresentam superfcies grosseiras que precisam de

    melhor acabamento. Alm disso, elas tambm deixam de apresentar salincias,

    reentrncias, furos com rosca e outras caractersticas que s podem ser obtidas

    por meio da produo de cavacos, ou seja, de usinagem. Isso inclui ainda as

    peas, por questes de produtividade e custos, no podem ser produzidas por

    processos de fabricao convencionais.

    Assim podemos dizer que a usinagem todo o processo pelo qual a forma de

    uma pea modificada pela remoo progressiva de cavacos ou aparas de

    material metlico ou no-metlico. Ela permite:

  • 6

    Acabamento de superfcie de peas fundidas ou conformadas, fornecendo melhor aspecto e dimenses com maior grau de exatido;

    Possibilidade de abertura de furos, roscas, rebaixos etc.;

    Custo mais baixo porque possibilita a produo de grandes quantidades de peas;

    Fabricao de somente uma pea com qualquer formato a partir de um bloco de material metlico, ou no-metlico.

    Do ponto de vista da estrutura do material, a usinagem basicamente um

    processo de cisalhamento, ou seja, ruptura por aplicao depresso, que ocorre

    na estrutura cristalina do metal.

    Como j foi dito, a usinagem uma enorme famlia de operaes, tais como:

    Torneamento,aplainamento,furao,mandrilamento,fresamento,serramento,

    brochamento,roscamento,retificamento,brunimento,lapidao,polimento,afiao

    ,limagem,rasqueteamento.

    Essas operaes so realizadas manualmente ou por uma grande variedade de

    mquinas-ferramenta que empregam as mais variadas ferramentas. Vamos falar

    um pouco sobre essas ferramentas e como elas cortam, mas s na prxima

    parte da aula.

    Corta!

    Algumas das operaes que citamos na outra parte da lio podem ser feitas

    tanto manualmente como com o auxilio das mquinas operatrizes ou das

    mquinas-ferramenta. Um exemplo de usinagem manual a operao de limar.

    Tornear, por sua vez, s se faz com uma mquina-ferramenta denominada torno.

    Quer seja com ferramentas usadas em um torno, uma fresadora ou uma

    furadeira, o corte dos materiais sempre executado pelo que chamamos de

    princpio fundamental, um dos mais antigos e elementares que existe: a cunha.

  • 7

    Observe que a caracterstica mais importante da cunha o seu ngulo de cunha

    ou ngulo de gume (c).

    Quanto menos ele for, mais facilidade a cunha ter para cortar. Assim uma

    cunha mais aguda facilita a penetrao da aresta cortante no material, e produz

    cavacos pequenos, o que bom para o acabamento da superfcie.

  • 8

    Porm, no basta que a cunha tenha um ngulo adequado ao material a ser

    cortado. Sua posio em relao superfcie que vai ser cortada tambm

    influencia decisivamente nas condies do corte.

    Por exemplo, a ferramenta de plaina representada para cortar o material.

    Todavia, h uma grande rea de atrito entre o topo da ferramenta e a superfcie

    da pea.

    Para solucionar esse problema, necessrio criar um ngulo de incidncia (f)

    que elimina a rea de atrito entre o topo d ferramenta e o material da pea.

    Alm do ngulo de cunha (c) e do ngulo de folga (f), existe ainda um outro

    muito importante relacionado posio da cunha. E o ngulo de sada (s) ou

    ngulo de ataque.

    Do ngulo de sada depende um maior ou menor atrito da superfcie de ataque

    da ferramenta. A conseqncia disso o maior ou menor aquecimento da ponta

    da ferramenta. O ngulo de sada pode ser positivo, nulo ou negativo.

  • 9

    Dica tecnolgica

    Para facilitar seu estudo, os ngulos de cunha, de folga e de sada foram

    denominados respectivamente de c,f e s. Esses ngulos podem ser

    representados respectivamente pelas letras gregas (l-se beta), (l-se alfa) (l-se gama).

    Para materiais que oferecem pouca resistncia ao corte, o ngulo de cunha (c)

    deve ser mais agudo e o ngulo de sada (s) deve ser maior.

    Para materiais mais duros a cunha deve ser mais aberta e o ngulo de sada (s)

    deve ser menor.

    Para alguns tipos de materiais plsticos e metlicos com irregularidades na

    superfcie, adota-se um ngulo de sida negativo para as operaes de usinagem.

    Todos esses dados sobre os ngulos representam o que chamamos de

    geometria de corte. Para cada operao de corte, existem j calculados, os

    valores corretos para os ngulos da ferramenta a fim de se obter seu mximo

    rendimento.

    Esses dados so encontrados nos manuais de fabricantes de ferramentas

  • 10

    PROCESSOS DE USINAGEM

    No processo de Usinagem uma quantidade de material removida com auxlio

    de uma ferramenta de corte produzindo o cavaco, obtendo-se assim uma pea

    com formas e dimenses desejadas. De um modo geral, as principais operaes

    de usinagem podem ser classificadas em:

    Torneamento Aplainamento Fresamento Furao Brochamento Retificao

    Aplainamento

    Na operao de aplainamento, o corte gera superfcies planas. O movimento da

    ferramenta de corte de translao enquanto a pea permanece esttica, ou

    vice-versa. Abaixo as possveis operaes de aplainamento.

    Aplainamento de rasgos; Aplainamento de Perfis; Aplainamento de Ranhuras em "T";

    Aplainamento de Superfcie Cncava; Aplainamento de Guias

    Fresamento

    Na operao de fresamento a ferramenta de corte possui vrios gumes e

    executa movimento de giro, enquanto pressionada contra a pea. A pea

    movimenta-se (alimentao) durante o processo. A superfcie usinada resultante

    pode ter diferentes formas, planas e curvas. Veja as variantes do processo.

  • 11

    (a) Fresamento Tangencial

    (b) Fresamento frontal

    (c) Fresamento de topo

    Torneamento - o Processo

    No torneamento, a matria prima (tarugo) tem inicialmente a forma cilndrica. A

    forma final cnica ou cilndrica. Na operao de corte a ferramenta executa

    movimento de translao, enquanto a pea gira em torno de seu prprio eixo.

    Abaixo as variaes do processo de torneamento.

    As principais operaes executveis atravs de torneamento so:

    Torneamento externo Torneamento interno Faceamento Sangramento Recartilhado Rosqueamento Polimento

  • 12

    FERRAMENTA DE CORTE

    As ferramentas para torneamento sofreram um processo evolutivo ao longo do

    tempo. A demanda da produo, cada vez mais acelerada forou a procura por

    ferramentas mais durveis e eficientes. Dos cinzis utilizados nas operaes

    manuais at as pastilhas cermicas de alta resistncia.

    Os primeiros passos de pesquisa passaram pela procura das melhores

    geometrias para a operao de corte. A etapa seguinte dedicou-se busca de

    materiais de melhores caractersticas de resistncia e durabilidade. Finalmente

    passou-se a combinar materiais em novos modelos construtivos sincronizando as

    necessidades de desempenho, custos e reduo dos tempos de parada no

    processo produtivo. Como resultado desta evoluo consagrou-se o uso de

    ferramentas compostas, onde o elemento de corte uma pastilha montado

    sobre uma base. Veja abaixo a montagem da pastilha sobre a base.

  • 13

    Exemplo de um Suporte Porta-Ferramenta

    Existem diferentes tipos de pastilhas e sistemas de fixao. As pastilhas podem

    assumir diferentes formas geomtricas. Elas podem tambm ser classificadas

    por tipo;

    -face simples;

    -dupla face;

    -com ou sem quebra cavaco.

    Processo de Furao

    Na furao uma ferramenta (broca) de dois gumes executa uma cavidade

    cilndrica na pea. O movimento da ferramenta uma combinao de rotao e

    deslocamento retilneo (ao longo do eixo do furo).

    Furao com broca helicoidal

    Uma variante da furao o alargamento de furos, onde uma ferramenta similar

    broca, porm com mltiplos gumes, remove material de um furo, aumentando

    seu dimetro, ao mesmo tempo conferindo-lhe um alto grau de acabamento.

    Este um processo tpico de acabamento.

    Alargamento de furos

    Brochamento

    No brochamento a ferramenta multicortante executa movimento de translao,

    enquanto a pea permanece esttica. Em alguns casos pode existir movimento

    rotativo relativo entre as duas.

    - A superfcie usinada resultante em geral curva.

    - O grau de acabamento do brochamento superior.

  • 14

    - O processo caro devido ao custo da ferramenta.

    - O brochanento pode ser interno ou externo. Ilustrado abaixo o processo interno:

    Brochamento interno

    Retificao

    Na retificao a ferramenta remove material da pea por ao de gros

    abrasivos. A ferramenta gira em torno de seu prprio eixo alm de poder

    executar movimento de translao. A pea a usinar tambm pode movimentar-

    se. O processo de alta preciso dimensional e proporciona grau de acabamento

    superior (polimento). Abaixo so exemplificados variaes do processo.

    Retificao Plana Retificao Interna

    Ferramentas de Corte de Geometria Definida

    Descrio Geral da Ferramenta

    Agora vamos conhecer um pouco mais sobre este tipo de ferramenta de

    usinagem. A descrio a seguir baseada numa ferramenta de tornear simples,

    que representa uma tpica ferramenta de geometria definida. Assim buscamos

    fixar esta parte do contedo, que muito importante, para entender o

    funcionamento das demais ferramentas de geometria definida, como brocas e

    fresas.

    Elementos da ferramenta Sistema de Referncia e Planos Movimentos de Corte ngulos da Ferramenta.

    Elementos da Ferramenta

  • 15

    Superfcie da Ferramenta Gumes e Quina

    Superfcie da Ferramenta

    FACE: Superfcie da cunha sobre a qual o cavaco escoa.

    FACE REDUZIDA: uma superfcie que separa a face em duas regies - face e

    face reduzida de modo que o cavaco entre em contato somente com a face reduzida.

    FLANCO: Superfcie da cunha voltada para a pea.

    FLANCO PRINCIPAL: Superfcie da cunha voltada para a superfcie transitria da

    pea.

    FLANCO SECUNDRIO: Superfcie da cunha voltada para a superfcie usinada da

    pea.

    QUEBRA CAVACO: So alteraes presentes na face reduzida com o objetivo de

    controlar o tamanho do cavaco de modo que no oferea risco ao operador e no

    obstrua o local de trabalho.

    Gumes e Quina

    Usado como referncia para medir os ngulos da ferramenta.

    GUME: o encontro da face com o flanco, destinada operao de corte.

    GUME PRINCIPAL: Interseo da face e do flanco principal.

    GUME SECUNDRIO: Interseo da face e do flanco secundrio.

    GUME ATIVO: a parte do gume que realmente est cortando.

    GUME PRINCIPAL ATIVO: a parte do gume principal que realmente est

    cortando.

    GUME SECUNDRIO ATIVO: a parte do gume secundrio que realmente est

    cortando.

    QUINA: o encontro do gume principal com o gume secundrio.

  • 16

    Sistema de Referncia e Planos

    Para definir os planos e medir os ngulos da ferramenta preciso selecionar um

    ponto de referncia posicionado em qualquer parte do gume principal.

    Sistema de Referncia FERRAMENTA NA MO: Usado para medir os ngulos da

    ferramenta.

    -Pr (Plano de referncia da ferramenta): paralelo base da ferramenta no

    ponto selecionado.

    -Pf (Plano de trabalho convencional): perpendicular ao Pr e paralelo direo

    de avano.

    -Pp (Plano passivo da ferramenta): perpendicular ao Pr e ao Pf.

    -Ps (Plano do gume da ferramenta): tangente ao gume no ponto selecionado e

    perpendicular ao Pr;

    -Pn (Plano normal ao gume): perpendicular ao gume no ponto selecionado;

    -Po (Plano ortogonal da ferramenta): perpendicular ao Pr e Ps no ponto

    selecionado;

    Obs.: Os planos Pn e Po so muito parecidos. Perceba que o plano normal

    geralmente inclinado em relao ao plano ortogonal.

  • 17

    MOVIMENTO DE CORTE

    Movimentos da Pea e da Ferramenta

    MOVIMENTO DE CORTE: o movimento relativo entre a pea e a ferramenta que

    fora o material da pea a escoar sobre a face da ferramenta, proporcionando a

    formao de cavaco.

    MOVIMENTO DE AVANO: o movimento relativo entre a pea e a ferramenta o

    qual, combinado ao movimento de corte, proporciona uma remoo contnua do

    cavaco e conseqente formao de uma superfcie usinada.

    MOVIMENTO RESULTANTE DE CORTE: o movimento resultante dos movimentos

    de corte e de avano.

    ngulos da Ferramenta

    ngulos medidos no Plano de Referncia

  • 18

    ngulos medidos no Plano do Gume ngulos medidos no Plano Passivo ngulos medidos no Plano de Trabalho ngulos medidos no Plano Ortogonal ngulos medidos no Plano Normal

    -r (ngulo de direo do gume da ferramenta): Formado entre o plano de trabalho (Pf) e o gume principal, medido no plano de referncia (Pr);

    -r (ngulo de quina da ferramenta): Formado entre o gume principal e o gume secundrio, medido no Pr;

    -r' (ngulo de direo do gume secundrio da ferramenta): Formado entre o plano de trabalho (Pf) e o gume secundrio, medido no Pr.

    -r + r + r' = 180

    ngulos medidos no Plano do Gume

  • 19

    -s (ngulo de inclinao do gume da ferramenta): Formado entre o gume e o plano de referncia (Pr), medido no plano do gume (Ps).

    ngulos medidos no Plano Passivo

    -p (ngulo de incidncia passiva da ferramenta): Formado entre o plano do gume (Ps) e o flanco secundrio, medido no plano passivo (Pp).

    -p (ngulo passivo de cunha da ferramenta): Formado entre a face e o flanco secundrio, medido no Pp.

    -p (ngulo de sada passiva da ferramenta): Formado entre a face e o plano de referncia (Pr), medido no Pp.

    ngulos medidos no Plano de Trabalho

    -f (ngulo de incidncia lateral da Ferramenta): Formado entre o flanco principal e o plano do gume (Ps), medido no plano de trabalho (Pf).

    -f (ngulo lateral de cunha da ferramenta): Formado entre a face e o flanco principal, medido no Pf.

    -f (ngulo de sada lateral da ferramenta): Formado entre a face e o plano de referncia (Pr), medido no Pf.

  • 20

    ngulos medidos no Plano Ortogonal

    -o (ngulo de incidncia ortogonal da Ferramenta): Formado entre o flanco principal e o plano do gume (Ps), medido no plano ortogonal (Po).

    -o (ngulo ortogonal de cunha da ferramenta): Formado entre a face e o flanco principal, medido no Po.

    -o (ngulo de sada ortogonal da ferramenta): Formado entre a face e o plano de referncia (Pr), medido no Po.

    ngulos medidos no Plano Normal

    -n (ngulo de incidncia normal da Ferramenta): Formado entre o flanco principal e o plano do gume (Ps), medido no plano normal (Pn).

  • 21

    -n (ngulo de normal de cunha): Formado entre a face e o flanco principal, medido no Pn.

    -n (ngulo de sada da ferramenta): Formado entre a face e o plano de referncia (Pr), medido no Pn.

    ESTUDO DO CAVACO

    Cavaco;

    Cavaco o material removido do tarugo durante o processo de usinagem, cujo

    objetivo obter uma pea com forma e dimenses definidas. Para um melhor

    entendimento podemos fazer uma analogia com o ato de apontar um lpis,

    onde:

    -lpis o tarugo.

    -lamina do apontador a ferramenta de corte.

    -material removido o cavaco.

    Os diferentes aspectos do cavaco nas operaes de usinagem so apresentados,

    seguindo-se a ordem abaixo:

    Formao do Cavaco

    Classificao:

    Dependo das condies de corte e caractersticas do material usinado podem-se

    considerar dois atributos especficos para o cavaco:

    Tipos de cavaco. Formas do cavaco.

    Fatores que Influenciam os diferentes tipos e formas de cavaco

  • 22

    Fator de Recalque definio. Gerao de Calor e distribuio de Temperaturas.

    TIPOS DE CAVACO

    CAVACO CONTNUO

    Mecanismo de Formao:

    O cavaco formado continuamente, devido a ductilidade do material e a alta

    velocidade de corte.

    Acabamento Superficial:

    Como a fora de corte varia muito pouco devido a contnua formao do cavaco,

    a qualidade superficial muita boa.

    CAVACO CISALHADO

    Mecanismo de Formao:

    O material fissura no ponto mais solicitado. Ocorre ruptura parcial ou total do

    cavaco. A soldagem dos diversos pedaos (de cavaco) devida a alta presso e

    temperatura desenvolvida na regio. O que difere um cavaco cisalhado de um

    contnuo (aparentemente), que somente o primeiro apresenta um serrilhado

    nas bordas.

    Acabamento Superficial:

    A qualidade superficial inferior a obtida com cavaco contnuo, devido a

    variao da fora de corte. Tal fora cresce com a formao do cavaco e diminui

    bruscamente com sua ruptura, gerando fortes vibraes que resultam numa

    superfcie ondulada.

    CAVACO ARRANCADO

    Mecanismo de Formao:

  • 23

    Este cavaco produzido na usinagem de materiais frgeis como o ferro fundido.

    O cavaco rompe em pequenos segmentos devido a presena de grafita,

    produzindo uma descontinuidade na microestrutura.

    Acabamento Superficial:

    Devido a descontinuidade na microestrutura produzida pela grafita (no caso do

    FoFo), o cavaco rompe em forma de concha gerando uma superfcie com

    qualidade superficial inferior.

    FORMAS DO CAVACO

    INDESEJVEIS (Cavacos longos)

    Oferecem risco ao operador. Obstruem o local de trabalho. Podem danificar tanto a ferramenta quanto prejudicar o acabamento superficial da pea.

    Dificultam o manuseio e a armazenagem. Causam aumento da fora de corte e da temperatura com conseqente reduo da vida da ferramenta.

    BONS

    Ocupam pouco volume. No obstruem o local de trabalho. So removidos facilmente.

    Condies de Corte.

    Grandes avanos (f) produz alta concentrao de cavaco na zona de

    cisalhamento, aumentando a resistncia ao corte, gerando flutuaes na zona

    de corte, produzindo consequentemente cavaco cisalhado.

    FATORES QUE INFLUENCIAM

    Quebra-Cavaco.

  • 24

    Fluido de Corte. Condies de Corte. Geometria da Ferramenta.

    Quebra-Cavaco

    O quebra cavaco (alterao na face da ferramenta) usado principalmente para

    reduzir o tamanho de cavacos longos, com o objetivo de:

    Evitar o "enrolamento" do cavaco na ferramenta. Diminuir o tempo de contato do cavaco com a ferramenta e desta maneira reduzir a transferncia de calor.

    Quebra-Cavaco apresentado na superfcie de sada

    GERAO DE CALOR E DISTRIBUIO DE TEMPERATURAS

    Durante o processo de corte gerado calor que se transmite atravs das partes

    envolvidas, a saber: pea, ferramenta e cavaco. A maior poro do calor

    transmite-se para o cavaco. Na figura observa-se um exemplo dos percentuais de

    calor e sua distribuio, assim como as curvas de distribuio de temperatura.

    Estes parmetros dependem das condies de corte, tipo de material da pea,

    da ferramenta, e geometria do cavaco. Entretanto os valores totais dos

  • 25

    parmetros mantm-se dentro desta ordem de grandeza para a maioria das

    situaes de corte, podendo, portanto ser considerados como padres

    indicativos.

    FLUIDO DE CORTE

    Fluidos de corte so aqueles lquidos e gases aplicados na ferramenta e no

    material que est sendo usinado, a fim de facilitar a operao de corte.

    Frequentemente so chamados de lubrificantes ou refrigerantes em virtude das

    suas principais funes na usinagem: reduzir o atrito entre a ferramenta e a

    superfcie em corte (lubrificao) e diminuir a temperatura na regio de corte

    (refrigerao). Veja a figura abaixo posicionando o mouse sobre o boto. O fluido

    de corte o lquido branco que escorre pela serra.

    A forma do cavaco alterada pelo uso de fluido de corte devido os seguintes

    fatores:

    - Diminuio da resistncia ao escoamento causada pelo atrito.

    - Deflexo do cavaco causada pela injeo de fluido.

    - Encruamento do cavaco devido a ao do fluido de corte.

  • 26

    Uso do fluido de corte na usinagem de um molde de sopro

    Funes e Finalidades dos fluidos de corte

    Os fluidos de corte cumprem nas suas aplicaes, uma ou mais das seguintes

    funes:

    a) Refrigerar a regio de corte.

    b) Lubrificar as superfcies em atrito.

    c) Arrastar o cavaco da rea de corte.

    d) Proteger a ferramenta, a pea e a mquina contra oxidao e corroso.

    Eles so utilizados quando as condies de trabalho so desfavorveis, podendo

    trazer os seguintes benefcios:

    - Reduo da Fora e Potncia necessria ao corte;

    - Reduo do consumo de Energia;

    - Diminuio da Temperatura da pea e da ferramenta em trabalho;

    - Desobstruo da regio de corte;

    - Aumento da Vida da ferramenta;

    - Eliminao do Gume Postio;

    - Melhor Acabamento da superfcie usinada.

    Refrigerao

    Uma das principais funes dos fluidos de corte refrigerar, ou seja, remover o

    calor gerado durante a operao. Isso ajuda a prolongar a vida til das

    ferramentas e a garantir a preciso dimensional das peas pela reduo dos

    gradientes trmicos. Abaixo est representada a distribuio tpica de

    temperaturas na regio de corte. De maneira geral, quanto maior a velocidade

    de corte (vc), maiores sero as temperaturas e maior a necessidade de

    refrigerao.

  • 27

    Na usinagem com ferramenta de geometria definida, a maior parte do calor

    gerado vai para o cavaco. A figura abaixo exemplifica uma distribuio de calor

    na regio de corte.

    Na maioria dos casos, benfico diminuir temperaturas to altas. Nesses casos,

    se o calor no for removido, ocorrero distores trmicas nas peas e

    alteraes prejudiciais na estrutura da ferramenta. Como resultado, tem-se o

    desgaste prematuro e trocas freqentes da ferramenta. O grfico abaixo mostra

    o efeito da temperatura sobre a dureza de alguns materiais de ferramenta.

    Observe a ntida diminuio da dureza dos materiais com o aumento da

    temperatura.

  • 28

    Por outro lado, h casos onde as temperaturas elevadas facilitam o corte da

    pea em virtude desta reduo de dureza. Nesses casos, importante usar uma

    ferramenta com temperatura crtica maior. Um fator importante na vida da

    ferramenta que a temperatura de nenhuma de suas partes, especialmente do

    gume, ultrapasse um valor crtico, alm do qual se verifica forte reduo da

    dureza. A tabela abaixo indica temperaturas crticas para diferentes materiais de

    ferramenta.

    A figura abaixo mostra a aplicao de um fluido refrigerante numa operao de

    retificao. As fascas que saem da regio de corte so pequenos cavacos a

    altssimas temperaturas.

    Lubrificao

    Nos processos de usinagem, a lubrificao nas interfaces Pea-ferramenta-

    cavaco difcil e complexa, em virtude das elevadas presses de contato nessas

    interfaces. Outro agravante a dificuldade de levar esse lubrificante at a

    posio desejada. A forma como o fluido penetra na regio de contato cavaco-

    ferramenta uma questo ainda em discusso entre pesquisadores. A eficincia

    do lubrificante vai depender das caractersticas e da sua habilidade em penetrar

    na regio entre o cavaco e a ferramenta, formando um filme com resistncia ao

  • 29

    cisalhamento menor que a resistncia do material na interface. Tanto a

    superfcie do cavaco quanto a da ferramenta no so perfeitamente lisas. Elas

    so rugosas, ou seja, apresentam minsculas salincias, asperezas em forma de

    picos e vales da ordem de micrmetros. Os picos mais salientes atritam-se,

    desgastando a ferramenta, gerando calor e uma fora de atrito. Com a

    progresso do desgaste, pequenas partculas soldam-se no gume da ferramenta,

    formando o gume postio. Para reduzir esse atrito, o fluido de corte penetra na

    interface rugosa por capilaridade. (Runge, P. 1990) Como conseqncia, reduz-

    se uma parcela da gerao de calor. Tambm se reduz o consumo de energia, a

    fora necessria ao corte e praticamente elimina-se o gume postio. Nas fotos

    abaixo a aplicao de lubrificantes no brochamento e na retificao.

    Exemplos de aplicao em Brochamento e Retificao

    Remoo de Cavaco

    Em alguns processos de usinagem muito importante considerar o destino do

    cavaco aps a sua formao. O cavaco formado deve ser retirado da rea de

    trabalho para no riscar ou comprometer o acabamento da pea, danificar a

    ferramenta ou impedir a prpria usinagem. Na furao profunda, por exemplo, o

    cavaco formado no fundo do furo tende a se acumular excessivamente,

    dificultando o corte e a formao de mais cavaco. At mesmo no torneamento

    externo, cavacos em forma de fitas longas podem se enroscar na pea e na

    ferramenta e atrapalhar o trabalho. Por isso os fluidos de corte so empregados

    tambm como removedores de cavaco da rea de trabalho. Isso pode ocorrer de

    3 formas:

    1) O escoamento de alta vazo do fluido ajuda a carregar ou empurrar o cavaco

    para longe.

    2) O resfriamento brusco do cavaco fragiliza-o e facilita sua quebra ou

    fragmentao.

    3) Ao se utilizar fluidos de corte os parmetros de usinagem podem ser

    ajustados de modo a facilitar a obteno de cavacos menores.

    Uma boa remoo dos cavacos tambm evita a formao de pontos onde

    poderiam instalar-se focos de microorganismos cuja proliferao causaria a

  • 30

    infectao do fluido de corte. Abaixo mostrado o uso de fluido de corte

    desempenhando com funo de remover o cavaco, numa operao de furao

    profunda.

    Exemplo de Furao Profunda

    Tipos de Fluido de Corte

    Solues (fluidos sintticos) Emulses ("leos solveis" e fluidos semi-sintticos) leos (fluidos integrais) Gases e Nvoas Slidos (MoS2)

    Solues (fluidos sintticos)

    As solues so misturas de gua e produtos orgnicos e inorgnicos especiais

    que lhe conferem propriedades teis para o seu uso como fluido de corte. As

    solues no contm leo na sua composio.

    Emulses ("leos solveis" e fluidos semi-sintticos)

    Exemplo de utilizao de leo solvel

  • 31

    A denominao "leo solvel" imprpria porque o leo no est solubilizado na

    gua, mas sim disperso por causa do emulsificador. As emulses tambm

    contm aditivos que melhoram ou conferem novas propriedades ao fluido. Os

    fluidos semi-sintticos tambm so formadores de emulses, mas apresentam

    uma menor concentrao de leo na emulso. Isso aumenta a vida do fluido e

    diminui os riscos sade.

    leos (fluidos integrais)

    Os leos (ou fluidos) integrais so constitudos basicamente de leos graxos e

    leos minerais, que podem ser usados puros ou misturados, ou com aditivos. Os

    leos graxos, de origem animal ou vegetal, foram os primeiros leos integrais,

    mas sua rpida deteriorao e alto custo fizeram com que eles fossem

    substitudos por outros produtos. Atualmente so usados como aditivos de leos

    minerais. leos minerais so derivados do petrleo. O petrleo uma mistura de

    hidrocarbonetos (parafnicos, aromticos, fenlicos), de forma que antes de us-

    lo necessrio selecion-los e purific-los. Isso feito em refinarias, de onde se

    obtm os leos que formaro a base dos fluidos integrais.

    Exemplo utilizao de fluidos integrais

  • 32

    Gases e Nvoas O ar o mais comum fluido gasoso utilizado, estando presente

    at mesmo na usinagem a seco. O ar comprimido utilizado para melhorar a

    retirada de calor e expulso do cavaco da zona de corte. Os fluidos gasosos, com

    sua menor viscosidade, so mais eficientes na capacidade de penetrar at a

    zona ativa da ferramenta. Outros gases como o argnio, hlio, nitrognio e

    dixido de carbono tambm so utilizados para a refrigerao e proteo contra

    oxidao, porm apenas em casos especficos, visto ser esta uma usinagem

    pouco econmica. Nvoas e gases so usados em operaes de mecnica de

    preciso, usinagem de alta velocidade e em QMFC (quantidade mnima de fluido

    de corte). O termo QMFC empregado para sistemas de nvoa onde o consumo

    na operao permanece abaixo de 50 ml/h de fluido de corte. Nesse tipo de

    aplicao o fluido disperso na forma de spray sobre a regio que se quer

    refrigerar ou lubrificar.

    Vantagens:

    Menor consumo de leo, o que reduz os custos e os impactos ao meio-ambiente;

    Melhor visibilidade; Melhora a vida da ferramenta.

    Desvantagens:

    Capacidade de lubrificao e refrigerao limitadas; necessrio um sistema de exausto.

    Slidos (MoS2)

    A pasta de Bissulfeto de Molibdnio (MoS2) pode ser aplicada na superfcie de

    sada da ferramenta com um pincel. Pelas suas caractersticas lubrificantes em

    condies de extrema presso, tem dado excelentes resultados.

    CONCEITUAO DE PROCESSOS DE FABRICAO

    Velocidade de corte (ou de trabalho)

    importante considerar o movimento relativo ferramenta-pea, que deve ser feito com velocidades apropriadas. Algumas mquinas (plainas) s possuem

    uma ou poucas velocidades de trabalho. Todavia, h mquinas que podem ser

    acionadas com muitas velocidades, principalmente as que tm movimentos de

    rotao (furadeira, fresadora, torno). A velocidade de rotao dada em rotaes

    por minuto (rpm), sendo que para um dimetro d (mm), a velocidade de corte expressa por:

    .d(mm). n(rpm) v (m/min) = -----------------------------

    1000

  • 33

    A velocidade de corte a velocidade com que se d a retirada do cavaco. Se, por

    exemplo, em um minuto retirado um cavaco de 10m de comprimento, ento a

    velocidade de corte perfaz 10m/min. A escolha da velocidade de corte

    apropriada implica num custo mnimo de obteno da pea. No se pode

    trabalhar com uma velocidade de corte qualquer:

    - se "v" for muito pequena, o tempo empregado para usinagem ser

    demasiadamente grande;

    - se "v" for alta, a aresta de corte perde a tmpera em funo do forte

    aquecimento sofrido, desgastando-se rapidamente;

    - deve-se, ento, escolher a velocidade de corte mais adequada para cada caso.

    Avano e profundidade de corte

    Figura 1 Avano e profundidade de corte.

    Designa-se por avano, o espao (mm) que a aresta de corte percorre em cada

    rotao completa da pea, ao tornear paralelo ou facear no torno.

    A seco transversal do cavaco (A) obtida pelo produto: avano (s) x

    profundidade de corte (a).

    vantajoso trabalhar com:

    -avano reduzido;

    -grande profundidade de corte;

    -ngulo de posio em torno de 45.

    Observaes:

    -materiais frgeis (bronze, ferro fundido) cavacos saltam sob a forma de cavacos arrancados;

    -materiais tenazes formam-se cavacos plsticos e a superfcie obtida muito lisa.

    NOES BSICAS DE UMA MQUINA-FERRAMENTA

    O assunto ser desenvolvido em funo do torno, pois o mesmo vem a ser a

    mquina operatriz mais comum de se encontrar em setores de usinagem.

    Efetivamente, quando se fala em processos de fabricao por usinagem, logo

    lembrado o torno mecnico. A figura 2 mostra um torno mecnico paralelo.

  • 34

    Figura 2 Torno mecnico paralelo.

    O principio

    O torno desde antigamente vem sendo usado como meio de fabricar rodas,

    partes de bombas d`gua, cadeiras, mesas, e utenslios domsticos. Sabe-se

    que antigas civilizaes, a exemplo dos egpcios, assrios e romanos, j

    utilizavam antigos tornos como um meio fcil de fazer objetos com formas

    redondas.

    O Torno de Vara

    Os Tornos de Vara foram muito utilizados durante a idade mdia e continuaram

    a ser utilizados at o sculo 19 por alguns arteses. Nesse sistema de torno a

    pea a ser trabalhada era amarrada com uma corda presa numa vara sobre a

    cabea do arteso e sua outra extremidade era amarrada a um pedal. O pedal

    quando pressionado puxava a corda fazendo a pea girar, a vara por sua vez

    fazia o retorno. Por ser fcil de montar esse tipo de torno permitia que os

    arteses se deslocassem facilmente para lugares onde houvesse a matria

    prima necessria para eles trabalharem.

    Leonardo da Vinci

    No final do sculo 15 da Vinci desenhou trs mquinas em uma pgina. A

    primeira delas com certeza um torno que j utilizava uma roda apesar de que

    somente para inrcia, a segunda era uma serra, e a terceira era um sistema que

    usava um pedal para girar uma roda, que poderia ser anexado a diversos

    dispositivos.

    O Torno de Fuso

    A necessidade por uma velocidade contnua de rotao fez com que fossem

    criados os Tornos de Fuso. Esses tornos necessitavam de duas pessoas para

    serem utilizados (mais, dependendo do tamanho do fuso), enquanto um servo

    girava a roda o arteso utilizava suas ferramentas para dar forma ao material.

    Esse torno permitia que objetos maiores e com materiais mais duros fossem

    trabalhado.

  • 35

    Moudslay e Whitworth

    Com a inveno da mquina a vapor por James Watt, os meios de produo

    como teares e afins foram adaptados a nova realidade. O tambm ingls, Henry

    Moudslay adaptou a nova maravilha a um torno criando o primeiro torno a vapor.

    Essa inveno no s diminua a necessidade de mo de obra, uma vez que os

    tornos podiam ser operados por uma pessoa apenas, como tambm fez com que

    a mo de obra se tornasse menos especializada. A medida que a manufatura

    tornava-se mais mecnica e menos humana as caras habilidades dos arteses

    eram substitudas por mo de obra barata. Isso deu condies para que

    Whitworth em 186 mantivesse uma fbrica com 700 funcionrios e 600

    mquinas ferramenta. Moudslay e Whitworth ainda foram responsveis por

    vrias outras mudanas nos tornos da poca, como o suporte para ferramenta e

    o avano transversal.

    Essas inovaes podem ser mais bem observadas na ilustrao abaixo:

  • 36

    Ferramentas de Torneamento

    As ferramentas para torneamento sofreram um processo evolutivo ao longo do

    tempo. A demanda da produo, cada vez mais acelerada forou a procura por

    ferramentas mais durveis e eficientes. Dos cinzis utilizados nas operaes

    manuais at as pastilhas cermicas de alta resistncia.

    Os primeiros passos de pesquisa passaram pela procura das melhores

    geometrias para a operao de corte. A etapa seguinte dedicou-se busca de

    materiais de melhores caractersticas de resistncia e durabilidade. Finalmente

    passou-se a combinar materiais em novos modelos construtivos sincronizando as

    necessidades de desempenho, custos e reduo dos tempos de parada no

    processo produtivo. Como resultado desta evoluo consagrou-se o uso de

    ferramentas compostas, onde o elemento de corte uma pastilha montado

    sobre uma base. Veja abaixo a montagem da pastilha sobre a base.

    Exemplo de um Suporte Porta-Ferramenta

  • 37

    A reta final

    -1906: Os tornos j tm incorporados todas as modificaes feitas por Moudsley

    e Whitworth. A correia motriz movimentada por um conjunto de polias de

    diferentes dimetros, o que possibilitava uma variada gama de velocidades de

    rotao. Sua propulso era obtida atravs de um eixo acionado por um motor, o

    que fixava a mquina a um local especfico.

    -1925 o torno paralelo: O problema de ter de fixar o torno resolvido pela

    substituio do mesmo por um motor eltrico nos ps da mquina. A variao de

    velocidades vinha de uma caixa de engrenagem e desengates foram postos nas

    sapatas para simplificar alcances de rotao longos e repetitivos. Apesar de

    apresentar dificuldades para o trabalho em srie devido a seu sistema de troca

    de ferramentas o mais usado atualmente.

    -1960 o torno automtico: Para satisfazer a exigncia de grande rigidez criou-se

    uma estrutura completamente fechada. A mquina equipada com um engate

    copiador que transmite o tipo de trabalho do gabarito atravs de uma agulha.

    -1978 o torno de CNC: Apesar de no apresentar nenhuma grande mudana na

    sua mecnica, o torno de CNC como chamado substituiu os mecanismos

    usados para mover o cursor por microprocessadores. O uso de um painel permite

    que vrios movimentos sejam programados e armazenados permitindo a rpida

    troca de programa.

    Subsistemas da Mquina Ferramenta

    Atualmente as maquinas ferramentas apresentam 5 subsistemas bsicos,

    mudando um pouco de mquina para mquina porm mantendo suas

    caractersticas. Obs.: Todos os links para animao mostraro o subsistema em

    questo representado em um torno paralelo.

  • 38

    Subsistema de Suporte

    responsvel pela sustentao de todos os rgos da mquina. Ele constitudo

    pelos seguintes componentes: Apoios, barramento e guias. No caso do torno, a

    finalidade das guias manter o alinhamento do movimento do cabeote mvel e

    do carro longitudinal.

    Subsistema de Fixao da Pea

    responsvel pela fixao, na mquina, da pea a ser usinada. constitudo

    pelo cabeote mvel e placa.

    Subsistema de Fixao e Movimento da Ferramenta

    Tem a funo de fixar a ferramenta e realizar a sua movimentao em diferentes

    direes. No caso do torno, composto pelo carro longitudinal, carro transversal,

    carro porta-ferramenta, torre de fixao das ferramentas, fuso e vara.

    Subsistema de Avano

    Tem a finalidade de proporcionar o movimento automtico da ferramenta e suas

    variaes de velocidade. Seus principais componentes so as engrenagens da

    grade e as engrenagens no prprio variador de avano.

    Subsistema de Acionamento Principal

    A funo deste subsistema proporcionar o giro da pea com diferentes

    velocidades. Como principais constituintes tm os motores de acionamento,

    polias, correias, eixos engrenagens para transmisso de movimentos.

    Outros Subsistemas

    Alm desses existem outros subsistemas que cumprem funes especficas

    dependendo da necessidade de cada uma. Exemplos so os subsistemas de

    emisso de fluido de corte e o subsistema de aparo do cavaco.

  • 39

    PRINCIPAIS PARTES DO TORNO

    Barramento: o barramento do torno suporta todas as partes principais desta

    mquina. Descansa apoiado sobre os ps do torno. Carro e contraponto

    deslocam-se sobre as guias, as quais geralmente apresentam a forma

    prismtica (figura 3). O barramento tambm pode ser observado na figura 2

    (letra a).

    Figura 3 Barramento de torno com guias prismticas.

    Cabeote fixo: observe-se a figura 2 (letra b). No cabeote fixo est montada a

    rvore principal ou de trabalho, por meio da qual a pea recebe o movimento de

    rotao. Tal rvore gira adequadamente apoiada, suportada com robustez, e

    construda com aos de qualidade elevada.

    Cabeote mvel (ou contraponto): observe-se a figura 2 (letra d). Ele utilizado

    como encosto ou apoio para montagem entre pontos de peas a tornear, que

    apresentem comprimentos significativos. Na operao de furar por exemplo nele tambm colocada a ferramenta.

    Carro: observe-se a figura 2 (letra c). Ele oferece apoio ferramenta de corte e

    proporciona os movimentos de avano e penetrao. Trata-se do que se pode

    chamar de carro em cruz (ou de movimento em cruz) e que se compe de: carro

    longitudinal (ou de barramento), carro inferior (ou carrinho transversal) e carro

    superior (com porta-ferramenta). Os carros devem mover-se nas guias

    respectivas sem folga alguma.

    Figura 4 Constituio do carro: (a) carro longitudinal ou de barramento; (b) carro inferior ou carrinho transversal; (c) carro superior; (d) porta-ferramenta.

  • 40

    Luneta (ou guia de acompanhamento): observe-se a figura 5. A luneta exemplo

    de um acessrio de extrema importncia. As peas compridas e delgadas podem

    fletir durante o torneamento, com o seu dimetro tornando-se irregular. Alm

    disso, a superfcie da pea est sujeita a apresentar marcas resultantes de

    vibraes. Para evitar a flexo, utilizada a luneta, a qual exibe grampos

    regulveis, entre os quais gira a pea. H dois tipos de lunetas:

    -luneta fixa ou guia de trs contatos fixada ao barramento do torno;

    -luneta mvel ou guia de dois contatos fixada ao carro.

    Figura 5 Lunetas (fixa e mvel).

    Trajetrias da ferramenta (processos de tornear): as figuras 6, 7, 8, 9 e 10

    ilustram as trajetrias da ferramenta no torno mecnico, as quais definem os

    processos de tornear.

    Figuras 6, 7, 8, 9 e 10 Trajetrias da ferramenta (definio dos processos de

    tornear).

  • 41

    Torneamento paralelo ou cilndrico (cilindramento): utilizado para a fabricao de

    peas cilndricas (figura 6).

    Torneamento de faces (faceamento): utilizado para a obteno de superfcies

    planas (figura 7).

    Torneamento cnico: utilizado na obteno de cones (figura 8).

    Torneamento perfilador: utilizado para a obteno de peas perfiladas, sendo

    empregadas ferramentas que reproduzem perfis (figura 9).

    Abertura de roscas ou filetagem ao torno: utilizado para a obteno de roscas

    (figura 10).

    Mecanismos para variar o nmero de rotaes: o nmero de rotaes deve ser

    variado, conforme a exigncia do trabalho a executar. Para a produo dos

    diferentes nmeros de rotaes, recorre-se a um mecanismo de acionamento.

    Na maioria das vezes, esse mecanismo est localizado no cabeote fixo. Atravs

    de mecanismos de transmisso por correias ou por rodas dentadas

    (engrenagens) podem ser variados por escales os nmeros de rotaes (ex.: 105, 151, 214 rpm). Existem tambm mecanismos que possibilitam uma

    alterao de velocidades "sem escalonamento".

    Transmisso por correias: observem-se as figuras 11 e 12.

    Figura 11 Transmisses por correias: (a) transmisso simples por correia, o mesmo sentido de rotao; (b) transmisso por correia cruzada, sentidos de

    rotao opostos; (c) transmisso por correia para veios que se cruzam.

    Figura 12 Seces transversais de correias: (a) correia chata; (b) correia

    trapezoidal.

  • 42

    Transmisso por rodas dentadas: se d mediante o engrenamento dos dentes.

    Clculos referentes transmisso por correias e por rodas dentadas: observem-

    se as figuras 13 e 14.

    Figura 13 Transmisso simples por correia.

    Figura 14 Transmisso simples de engrenagens.

    Mecanismos escalonados: para que se possa regular o nmero de rotaes da

    forma mais vantajosa possvel, recorre-se a mecanismos escalonados, os quais

    podem ser sem ou com jogo de engrenagens. Vejamos um exemplo de

    mecanismo sem jogo de engrenagens (figura 15). Pode-se dispor de quatro

    diferentes rotaes na rvore principal.

    Figura 15 Mecanismo escalonado de cones de polias mltiplas ou cones de

    espinha.

  • 43

    Posio de correias I:

    n.d11 = n1.d12 180 x 255 = n1.150 n1 = 306 rpm

    Posio de correias II:

    n.d21 = n2.d22 180 x 220 = n2. 185 n2 = 214 rpm

    Posio de correias III:

    n.d31 = n3.d32 180 x 185 = n3. 220 n3 = 151,36 rpm

    Posio de correias IV:

    n.d41 = n4.d42 180 x 150 = n4. 255 n4 = 105,88 rpm

    CONTROLE DE MEDIDA

    Noes de ajustes e tolerncias

    Tolerncia: a inexatido admissvel de fabricao, a diferena entre os valores

    mximos e mnimos admitidos para uma determinada dimenso. Observe-se a

    figura 18, onde: IT = intervalo de tolerncia; Dmx = dimetro mximo; Dmn =

    dimetro mnimo.

    Figura 18 Tolerncia.

    Folga: o valor da diferena entre os dimetros efetivos do furo e do eixo,

    quando o primeiro maior que o segundo (figura 19).

    Interferncia ou folga negativa: o valor da diferena entre os dimetros efetivos

    do furo e do eixo, quando o dimetro do furo menor (figura 19).

    Figura 19 Folga e interferncia.

  • 44

    Tolerncia unilateral: verifica-se que quando a tolerncia total referente ao

    dimetro bsico ocorre numa s direo da linha zero (figura 20). Ex.: dimetro =

    100 0,05 ou 100 + 0,05.

    Tolerncia bilateral: ocorre quando a mesma dividida acima e abaixo da linha

    zero (figura 20). Ex.: dimetro = 100 + 0,05.

    Figura 20 Tolerncias (unilateral e bilateral).

    FRESAGEM

    A fresagem um processo de usinagem mecnica, feito por fresadoras e

    ferramentas especiais chamadas fresas. A fresagem consiste na retirada do

    excesso de metal ou sobremetal da superfcie de uma pea, a fim de dar a esta

    uma forma e acabamento desejados. Na fresagem, a remoo do sobremetal da

    pea feita pela combinao de dois movimentos, efetuados ao mesmo tempo.

    Um dos movimentos o de rotao da ferramenta, a fresa. O outro o

    movimento da mesa da mquina, onde fixada a pea a ser usinada. o

    movimento da mesa da mquina ou movimento de avano que leva a pea at a

    fresa e torna possvel a operao de usinagem.

    O movimento de avano pode levar a pea contra o movimento de giro do dente

    da fresa. o chamado movimento discordante. Ou pode tambm levar a pea no

    mesmo sentido do movimento do dente da fresa. o caso do movimento

    concordante.

  • 45

    A maioria das fresadoras trabalha com o avano da mesa baseado em uma

    porca e um parafuso. Com o tempo e desgaste da mquina ocorre uma folga

    entre eles. Veja figura abaixo. No movimento concordante, a folga empurrada

    pelo dente da fresa no mesmo sentido de deslocamento da mesa. Isto faz com

    que a mesa execute movimentos irregulares, que prejudicam o acabamento da

    pea e podem at quebrar o dente da fresa. No movimento discordante, a folga

    no influi no deslocamento da mesa. Por isso, a mesa tem um movimento de

    avano mais uniforme. Isto gera um melhor acabamento da pea. Assim, nas

    fresadoras dotadas de sistema de avano com porca e parafuso, melhor

    utilizar o movimento discordante. Para tanto, basta observar o sentido de giro da

    fresa e fazer a pea avanar contra o dente da ferramenta.

    Processos de fresagem: observe as figuras

    Fresagem cilndrica: (a) superfcie de trabalho (freqentemente com sulcos

    ondulados); (b) forma de apara.

  • 46

    Fresagem frontal ou de topo: (a) superfcie trabalhada (no existem ondulaes

    de fresagem); (b) forma de apara.

    Fresagem cilndrica: o eixo da fresa acha-se disposto paralelamente superfcie

    de trabalho da pea. Tem-se uma fresa de formato cilndrico e os cavacos

    (aparas) tm a configurao duma vrgula. A figura que se segue mostra

    exemplos de fresagem horizontal.

    Fresagem frontal ou de topo: o eixo da fresa perpendicular superfcie de

    trabalho. Sempre que possvel, superfcies planas devem ser fresadas por este

    processo, em funo das seguintes vantagens:

    - a carga da fresadora uniforme;

    - as superfcies obtidas so + lisas.

    Como outros processos, a fresagem permite trabalhar superfcies planas,

    convexas, cncavas ou de perfis especiais. Mas tem a vantagem de ser mais

    rpido que o processo de tornear, limar, aplainar. Isto se deve ao uso da fresa,

    que uma ferramenta multicortante.

    FRESADORAS

    A fresadora uma maquina-ferramenta de movimento continuo que realiza as

    operaes de fresagem. As mquinas fresadoras so classificadas geralmente

    de acordo com a posio do seu eixo-rvore em relao mesa de trabalho.

    Mesa de trabalho o lugar da mquina onde se fixa a pea a ser usinada. O eixo-

    rvore a parte da mquina onde se fixa a ferramenta.

    As fresadoras classificam-se em relao ao eixo-rvore em:

    - horizontal;

    - vertical;

    - universal.

    A fresadora horizontal quando seu eixo-rvore paralelo mesa da mquina.

    Fresadora horizontal

  • 47

    Se o eixo-rvore for perpendicular mesa da mquina, dizemos que se trata de

    uma fresadora vertical.

    Fresadora vertical

    J a fresadora universal dispe de dois eixos-rvore, um horizontal e outro

    vertical. O eixo vertical situa-se no cabeote, parte superior da mquina. O eixo

    horizontal localiza-se no corpo da mquina. O fato de a fresadora universal dispor

    de dois eixos permite que ela seja utilizada tanto na posio horizontal quanto

    na vertical.

    Fresadora universal

    De acordo com o trabalho que as fresadoras realizam podem ser:

    - Copiadoras

    - Pantografica ou Pantgrafo

    - Geradora de Engrenagens

    A fresadora copiadora trabalha com uma mesa e dois cabeotes: o cabeote

    apalpador e o de usinagem. Como o nome diz, a fresadora copiadora tem a

    finalidade de usinar, copiando um dado modelo.

  • 48

    Fresadora copiadora

    A fresadora pantogrfica ou o pantgrafo tambm permite a usinagem a partir

    da cpia de um modelo. A diferena que no pantgrafo, a transmisso do

    movimento coordenada manualmente pelo operador. Isso permite trabalhar

    detalhes como canais e pequenos raios, mais difceis de serem obtidos numa

    fresadora copiadora.

    Fresadora pantogrfica

    A Fresadora Geradora de Engrenagens permite a usinagem em alta produo de

    engrenagens. Os processos de gerao de engrenagens por meio desse tipo de

    maquina-ferramenta so de trs tipos:

    - processo Rennia;

    - processo Fellows e Maag

    FRESAS

    So ferramentas de corte dotadas de facas ou dentes multicortantes. Isto lhe

    confere uma vantagem sobre outras ferramentas: quando os dentes no esto

    cortando, eles esto se refrigerando. Isto contribui para um menor desgaste da

    ferramenta. A escolha da ferramenta uma das etapas mais importantes da

    fresagem. Ela est relacionada principalmente com o tipo de material a ser

    usinado. Ao escolher uma fresa, deve-se levar em conta se ela resistente ao

    material que ser usinado. Os materiais so mais ou menos resistentes. Assim,

    uma fresa adequada usinagem de um material pode no servir para a

    usinagem de outro. As fresas so classificadas segundo os ngulos de sada,

    cunha e folga em W, N, H.

  • 49

    A fresa tipo W, por ter uma abertura de ngulo de cunha menor (b = 57),

    menos resistente. Por isso ela recomendada para a usinagem de materiais

    no-ferrosos de baixa dureza como o alumnio, o bronze e plsticos.

    Fresa do tipo W

    A fresa tipo N (b = 73) mais resistente que a fresa tipo W e por isso

    recomendada para usinar materiais de mdia dureza, como o ao com at

    700N/mm2 de resistncia trao.

    Fresa do tipo N

    A fresa tipo H (b = 81) mais resistente que a fresa W e a fresa N. Portanto,

    recomenda-se se uso para usinar materiais duros e quebradios como o ao com

    mais de 700N/mm2 de resistncia trao.

    Fresa do tipo H

  • 50

    Percebeu que a soma dos ngulos a, b e g em cada um dos tipos de fresa

    sempre igual a 90? Pois bem, a partir desta observao e de acordo com o

    material a ser usinado, voc j pode escolher a fresa adequada ao seu trabalho.

    Ainda quanto s fresas tipo W, N e H, voc deve estar se perguntando por que

    uma tem mais dentes que outra. A resposta tem a ver com a dureza do material

    a ser usinado. Suponha que voc deve usinar uma pea de ao. Por ser mais

    duro que outros materiais, menor volume dele ser cortado por dente da fresa.

    Portanto, menos cavaco ser produzido por dente e menos espao para a sada

    ser necessrio. J maior volume por dente pode ser retirado de materiais mais

    moles, como o alumnio. Neste caso, mais espao ser necessrio para a sada

    de cavaco. Um dos problemas em usinar materiais moles com fresa com muitos

    dentes que o cavaco fica preso entre os dentes e estes no so refrigerados

    adequadamente. Isto acarreta o desgaste dos dentes e pode ainda gerar um

    mau acabamento da pea.

    TIPOS DE FRESAS E SUAS APLICAES

    Fresas de perfil constante

    So fresas utilizadas para abrir canais, superfcies cncavas e convexas ou gerar

    engrenagens entre outras operaes.

    Fresas planas

    Trata-se de fresas utilizadas para usinar superfcies planas, abrir rasgos e canais.

  • 51

    Fresas angulares

    Estas so fresas utilizadas para a usinagem de perfis em ngulos, como rasgos

    prismticos e encaixes do tipo rabo-de-andorinha.

    Fresas para rasgos

    As fresas para rasgos so utilizadas para fazer rasgos de chavetas, ranhuras

    retas ou em perfil T, como as das mesas das fresadoras e furadeiras.

    Fresas de dentes postios

    So tambm chamadas de cabeote de fresamento. Trata-se de uma ferramenta

    com dentes postios. Esses dentes so pastilhas de metal duro, fixadas por

    parafusos, pinos ou garras, e podem ser substitudas facilmente.

    Fresas para desbaste

    Estas so fresas utilizadas para o desbaste de grande quantidade de material de

    uma pea. Em outras palavras, servem para a usinagem pesada. Esta

    propriedade de desbastar grande quantidade de material devida ao

    seccionamento dos dentes.

  • 52

    CALCULO DA RPM, O AVANO E A PROFUNDIDADE DE CORTE EM FRESAGEM.

    Voc deve estar lembrado que rpm, avano e profundidade de corte so

    parmetros de corte para qualquer tipo de usinagem. A escolha dos parmetros

    de corte uma etapa muito importante na fresagem. Parmetros de corte

    inadequados podem causar srios problemas, como alterar o acabamento

    superficial da pea e at mesmo reduzir a vida til da ferramenta. Como ento

    calcular os parmetros de corte na fresagem? O primeiro passo calcular a

    melhor rotao. Esta depende basicamente de dois elementos: o dimetro da

    fresa e a velocidade de corte. A velocidade de corte, por sua vez, vai depender de

    fatores como o tipo de material a ser usinado, o material da fresa e o tipo de

    aplicao da fresa. Escolher a velocidade de corte uma tarefa relativamente

    simples. Os fabricantes das fresas fornecem tabelas com as velocidades de corte

    relacionadas com o material da fresa e da pea a ser trabalhada. Mas fique

    ligado, porque as tabelas podem trazer tanto valores de Vc para ferramentas de

    ao rpido, as HSS (High Speed Steel), quanto para as fresas de metal duro. Ou

    ainda contemplar em um mesmo espao as Vc dos dois materiais: aos rpidos

    e metal duro.

    Dica tecnolgica

    As Vc para ferramentas de metal duro chegam a ser entre 6 a 8 vezes maior que

    as Vc utilizadas para ferramentas de ao rpido. Isso porque as ferramentas de

    metal duro tm maior resistncia ao desgaste.

    Observar a tabela abaixo.

    Achada a velocidade de corte, podemos calcular a rpm. Antes, porm, preciso

    mais um dado, o dimetro da fresa. Mas este no preciso calcular: basta medir

  • 53

    a fresa. Ento, vamos ao clculo da rpm? Para calcular a rotao da fresa (rpm),

    basta usar a formula:

    O valor da rpm encontrada deve ser selecionado na fresadora. Mas vamos supor

    que a gama de rotaes da sua fresadora no contempla este valor. Mas dispe

    de valores aproximados. De preferncia utilize o valor maior, que garante maior

    produo de peas. Cuide, porm para que ele no ultrapasse a velocidade de

    corte recomendada pelo fabricante. Caso contrrio pode haver problemas com

    sua ferramenta, como queima dos dentes de corte e, conseqentemente, perda

    do corte. E tambm problemas no acabamento superficial, que pode ficar

    rugoso, por exemplo. Ento, se optamos pelo maior valor de rpm encontrado,

    devemos calcular a velocidade de corte real. Para isso invertemos a frmula

    usada para o clculo da rpm. Veja abaixo.

    Se o valor encontrado ultrapassar a faixa recomendada pelo fabricante, ento,

    deve escolher a menor rpm mais prxima, a fim de no danificar a fresa.

    Exerccio

    Calcule a rpm necessria para fresar uma pea de lato com uma fresa de ao

    rpido com dimetro de 50 mm e profundidade de corte de 3 mm.

    Clculo do avano da mesa

    Para calcular o avano da mesa, consultamos inicialmente uma tabela. Isto nos

    d o valor de avano por dente da fresa. Para consultar a tabela, preciso

    conhecer o material, o tipo de fresa e identificar se a operao de desbaste ou

    acabamento. Tambm preciso saber o nmero de dentes da fresa. Para isto

    basta observ-la.

  • 54

    Achado o avano por dente da fresa, resta encontrar o avano da mesa, a ser

    selecionado na mquina como fizemos com a rpm. Para isso usam-se as

    formulas.

    Em que: Em que:

    z = nmero de dentes am = avano da mesa

    ad = avano por dente av = avano por volta

    av = avano por volta n = rotao .

  • 55

    Agora s selecionar na fresadora, Caso no seja possvel, deve-se escolher o

    avano menor mais prximo. Isso evitar que cada dente corte um valor acima

    do recomendado pelo fabricante. O que poderia acarretar um desgaste excessivo

    e at mesmo a quebra do dente.

    Exerccio

    Dada uma pea de ao de 55 kgf/mm de resistncia e utilizando uma fresa

    circular de 40 dentes retos, dimetro de 80 mm e profundidade de corte de 7

    mm, determine:

    Profundidade de corte

    Finalmente, o ltimo passo antes de usinar uma pea escolher a profundidade

    de corte, para saber quantas passadas ferramenta deve dar sobre a pea a fim

    de retirar o sobremetal e deixar a pea no tamanho desejado. Este um dado

    prtico. Depende muito da experincia do operador em identificar a resistncia e

    robustez da fresadora.

    Para escolher a profundidade de corte, preciso antes medir a pea em bruto, a

    fim de determinar a quantidade de sobremetal a ser removida. Com este dado

    em mos, decide-se o nmero de passadas da fresa sobre a pea. Durante a

    operao, as passadas so executadas sobre a pea, levantando-se a mesa da

    fresadora ou abaixando-se a fresa. Na prtica, a mxima profundidade de corte

    adotada de at 1/3 da altura da fresa.

    Exerccio

    Voc recebeu uma pea de ferro fundido com dureza Brinell de 170HB e 15 mm

    de sobremetal. A fresa disponvel cilndrica de 8 dentes, 40 mm de dimetro e

    mxima profundidade de corte de 5 mm. Determine:

    FRESANDO SUPERFICIE PLANA, PLANA INCLINADA E EM ESQUADRO.

    Existem duas formas de fresar superfcies: a tangencial e a frontal. Na fresagem

    tangencial, o eixo de rotao da fresa paralelo superfcie da pea que est

    sendo usinada. Na fresagem frontal, o eixo de rotao perpendicular

  • 56

    superfcie da pea. Tanto a fresagem tangencial quanto a frontal podem ser

    executadas em qualquer tipo de fresadora. Veja figuras a seguir.

    fresagem tangencial em fresadora horizontal fresagem frontal em fresadora vertical .

    fresagem tangencial em fresadora vertical fresagem frontal em fresadora horizontal

    .

    Com esta pequena introduo, j podemos entrar no assunto. Distinguimos na

    fresagem em superfcie plana trs casos: fresagem de superfcie plana simples,

    de superfcie plana perpendicular a uma superfcie de referncia e, finalmente,

    de superfcie plana inclinada.

    Meios de fixao

    Fixao em morsa Fixao sobre a mesa .

    Fixao com aparelho divisor Fixao em cantoneira .

  • 57

    PINAS E MANDRIS, (EIXOS PORTA-FRESAS).

    Veja a seguir os tipos de mandril.

    .

    Mandril para fresa com furo rosqueado Mandril para fresas de hastes cnicas

    Eixo porta-fresas (haste longa) Mandril porta-pinas .

    Eixo porta-fresas curto (mandril porta-fresas)

  • 58

    CABEOTE DIVISOR

    Cabeote divisor

    rgos principais do cabeote divisor: (a) rvore do divisor; (b) roda helicoidal; (c)

    parafuso sem-fim; (d) prato divisor; (e) cavilha de imobilizao; (f) manivela; (g)

    ponto mvel indicador da diviso; (h) perna do compasso ou tesoura; (i) prato

    divisor para diviso direta.

    O cabeote divisor serve para a realizao de um grande nmero de divises

    diferentes. No crter ou carcaa, encontra-se um mecanismo de parafuso sem-

    fim com uma reduo de 40:1. A roda helicoidal encontra-se firmemente

    montada na rvore do divisor. O prato divisor permanece fixo e est unido

    carcaa por meio duma cavilha. A cada cabeote divisor pertencem 3 pratos

    divisores, cujas circunferncias com furos possuem nmeros diferentes de furos,

    como por exemplo:

  • 59

    Circunferncia Nmero de furos

    I 15 16 17 18 19 20

    II 21 23 27 29 31 33

    III 37 39 41 43 47 49

    A manivela para fazer girar o parafuso sem-fim ajustvel circunferncia de

    furos pretendida. Esta manivela possui um ponto mvel, com o qual se regula a

    diviso no prato divisor. O compasso ou tesoura de abertura regulvel poupa, na

    diviso, o trabalho de contagem de furos. Como a pea a trabalhar deslocada

    por meio de um mecanismo de parafuso sem-fim, denomina-se este processo de

    diviso indireta. Diviso por meio do cabeote divisor: a fim de se poder executar

    a diviso, deve-se determinar o nmero de rotaes da manivela. Temos:

    nv = CD/nd

    Onde:

    nv = nmero de voltas da manivela;

    CD = constante do divisor (que equivale ao nmero de dentes da roda helicoidal, geralmente 40);

    nd = nmero de divises a executar na pea (ex.: 4, 6, 8, 10, 12).

    Exemplo: trata-se de fresar um sextavado. Quantas rotaes devem-se imprimir

    manivela para que a pea gire 1/6 de circunferncia aps cada operao de

    fresagem?

    nv = CD/nd = 40/6 = 6 2/3

    Execuo: escolhe-se uma circunferncia cujo nmero de furos seja divisvel por

    3 (ex.: a circunferncia de 15 furos):

    (a) Contam-se na circunferncia 2/3 de 15 furos = 10 furos, regulando a abertura correspondente (nas hastes do compasso ou tesoura);

    (b) Aps a fresagem da primeira face, d-se manivela 6 voltas completas e continua-se a girar mais 2/3 volta;

    (c) Imediatamente aps esta operao, as hastes do compasso so giradas at o ponto mvel.

  • 60

    Execuo de um sextavado

    Exemplo sobre a seleo das circunferncias adequadas, no uso do cabeote

    divisor: seja um PRATO DIVISOR cujas circunferncias tm os seguintes nmeros

    de furos: 46, 47, 49, 51, 53, 54, 57, 58, 59, 62, 66.

    Lembrando que o nmero de voltas da manivela expresso por:

    nv = CD/nd

    CD = constante do divisor (geralmente 40);

    nd = nmero de divises a executar na pea.

    Indique para cada tipo de pea (ver tabela abaixo) as circunferncias do prato

    divisor que podem ser utilizadas:

    PEA N. VOLTAS CIRCUNFERNCIAS

    Sextavado nv = 40/6 = 6 2/3 51, 54, 57, 66

    Oito lados nv = 40/8 = 5 Qualquer

    Cinco lados nv = 40/5 = 8 qualquer

    Dez lados nv = 40/10 = 4 qualquer

    Doze lados nv = 40/12 = 3 1/3 51, 54, 57, 66

    Engrenagem Z = 15 nv = 40/15 = 2 2/3 51, 54, 57, 66

    Engrenagem Z = 25 nv = 40/25 = 1 3/5 (utilizar o outro lado do prato divisor)

    Engrenagem Z = 60 nv = 40/60 = 2/3 51, 54, 57, 66

    Engrenagem Z = 16 nv = 40/16 = 2 46, 54, 58, 62, 66

    Engrenagem Z = 20 nv = 40/20 = 2 qualquer

  • 61

    Retificadora

    A retificadora uma maquina empregada na usinagem de peas para dar as

    suas superfcies uma exatido maior e melhor acabamento do que os

    conseguidos em maquinas convencionais. So, basicamente, trs as situaes

    que exigem o uso de uma retfica:

    a) Quando se deseja atingir tolerncias dimensionais superiores s obtidas com as mquinas ferramentas j vistas;

    b) Quando se necessita de um melhor acabamento superficial (melhor qualidade de trabalho maior IT);

    c) Para corrigir deformaes geomtricas, decorrentes de outras operaes de usinagem.

    A retificao de peas permite obter dimenses com tolerncias a partir de

    0,001 mm, sendo comum 0,005 mm. Para operaes de desbaste, so

    empregadas penetraes de 0,01 a 0,03 mm, enquanto que no acabamento

    fino, 0,002 a 0,005 mm. A retfica no uma mquina propriamente de

    produo, sendo mais encontrada na manuteno, pois o seu processamento

    lento, normalmente exigindo um operador bem treinado e experiente, sendo o

    processo mais caro na fabricao de peas, ou seja, o salrio dos operadores

    costuma ser os maiores na fbrica e a hora/mquina a mais alta. A retfica

    tambm uma mquina perigosa, exigindo procedimentos mais rigorosos de

    segurana. A ateno maior deve ser dada ao rebolo (ferramenta usada na

    retfica), e ao seu estado com relao a rachaduras. Por serem frgeis, os

    rebolos ou ms, devem ser protegidos de pancadas e choques, alm de serem

    armazenados em local seco e na ausncia de luz. Antes de serem usados, os

    mesmos so testados quanto a rachaduras, pelo mtodo do som (martelo de

    madeira) ou pelo ultra-som. Os principais constituintes de um rebolo ou m so

    os gros abrasivos, duros e de arestas aguadas, unidos por um aglutinante.

    Os rebolos, portanto, so ferramentas multi-cortantes, com milhares de arestas

    de corte, formadas pelos gros. Os abrasivos podem ser naturais ou artificiais. Os

    naturais mais comuns so o quartzo e a alumina, na forma natural. Os artificiais

    constituem a maior parte dos abrasivos encontrados em rebolos. Exemplos:

    alumina anidra, carboneto de silcio, diamante, etc.

    Os gros dos abrasivos so triturados e os diversos tamanhos de gros so

    obtidos por granulao (ou peneiramento), at o nmero de 600; a partir desse

    nmero, at 2000, obtm-se por tcnicas de decantao. O nmero da

    granulao influencia a qualidade do acabamento superficial. Quanto menor o

    nmero, mais grosso o gro, mais spera superfcie, maior o rendimento.

    Quanto maior o nmero, mais fino o gro, mais lisa a superfcie, menor o

    rendimento.

    O aglomerante rene os gros abrasivos e molda-se para dar a forma do rebolo e

    sua resistncia, dando-lhe condies de fazer o trabalho desejado e desprender o

  • 62

    gro quando ele perder suas caractersticas de corte. A proporo e qualidade da

    liga bem como o abrasivo determinam dureza e grau de porosidade, exigidos

    pelo tipo de retificao.

    Vitrificadas (V): feitas base de mistura de feldspato e argila, so s mais utilizadas, pois no sofrem ataque ou reao qumica pela gua, leo ou

    cidos. Do usadas nas mquinas retificadoras com velocidade perifrica

    de no mximo 35m/s.

    Resinides (R): So feitos com base em resinas sintticas (fenlicas) e permitem a construo de rebolos para servios pesados com cortes frios

    e em alta velocidade, que nunca deve superar 80m/s.

    Borracha (R): utilizada em aglomerante de ferramentas abrasivas para corte de metais e em rebolos transportadores das retificas sem centro

    (center less).

    Goma-laca (E) e Oxicloretos (O): atualmente em desuso e s aplicada em trabalhos que exijam corte extremamente frios em peas desgastadas.

    Simbologia das principais ligas:

    V= Vitrificadas

    E= Goma-laca

    B= Resinides

    O= Oxicloretos

    R=Borracha

    S=Silicato

    Salienta-se que os gros abrasivos devem ser sempre mais duros que o material

    sendo usinado. Isso porque o processo de usinagem requer que cada gro retire

    uma pequena quantidade de material, se desgastando ao longo do tempo. Ao

    perde o fio, a presso de corte aumenta, fazendo com que o gro se desprenda,

    dando lugar a um novo gro. Isso s possvel caso se tenha um aglomerante

    macio. O grau de dureza do rebolo designado por letra( E, macia, a W, dura). A

    estrutura dos gros tambm indicada, variando de muito compacto a muito

    porosa (0 a 9).

    As normas dizem que o rebolo deve ser especificado da seguinte maneira:

    dimetro externo, largura, dimetro interno, material do gro, granulao,

    dureza, estrutura, aglutinante. Exemplo: 250 x 25x 76 EK 46 L 4 Ke. Os fabricantes de rebolos adotam um cdigo internacional, constitudo de letras

    e nmeros, pra indicar as especificaes do rebolo conforme ilustrao a seguir.

  • 63

    A retificao um processo que gera muito calor, sendo necessria uma

    refrigerao adequada. A falta de refrigerao pode levar a perda de tratamento

    trmico das superfcies da pea, com queimaduras ao longo da sua extenso, bem como deformaes geomtricas.

    Exemplo de uma retifica plana

  • 64

    Classificao das Furadeiras Furadeiras Portteis

    A fora de avano vem do operador, que fora a furadeira contra o material,

    enquanto a rotao vem de um motor da prpria furadeira. As furadeiras

    caseiras classificam-se como portteis. utilizada comumente em peas j

    montadas, onde a posio do local a ser perfurado impede a utilizao de

    furadeiras mais precisas.

    Furadeiras de Coluna

    As furadeiras de coluna se caracterizam por apresentarem uma coluna de unio

    entre a base e o cabeote. A coluna permite deslocar e girar o sistema de

    transmisso e a mesa. Esse arranjo possibilita furao de elementos com as

    formas mais diversificadas, singularmente e me srie.

    A furadeira pode ser:

    a) de bancada (tambm chamada de sensitiva) utilizadas para pequenas perfuraes. O avano do madril se d por meio de uma alavanca que o

  • 65

    operador faz avanar aos poucos, sentindo assim o avano da broca

    dentro do material.

    b) de piso- geralmente usada para a furao de peas grandes com dimetros maiores do que os das furadeiras de bancada. Possui uma

    mesa giratria que permite maior aproveitamento em peas com

    formatos irregulares. Apresenta, tambm, mecanismo pra avano

    automtico do eixo rvore.

    Furadeiras Radiais

    O sistema de cabeote mvel elimina a necessidade de reposicionamento da

    pea quando se deseja executar vrios furos. Pode-se levar o cabeote a

    qualquer ponto da bancada, diminuindo o tempo de produo. Recomendadas

    para peas de grande dimenses, a serem furadas em pontos afastados da

    periferia.

    Furadeira de Arvores Mltiplas

    Possui vrios fusos alinhados para executar operaes sucessivas ou

    simultneas em uma nica pea ou em diversas peas ao mesmo tempo. til

    para trabalhos em uma pea que tem que passar por uma serie de operaes,

    como furar, contrapuncionar, mandrilar, alargar furos e rebaixar cnica e

    cilindricamente.

    Furadeiras Mltiplas de Mltiplos Cabeotes

    Nessas furadeiras mais de um cabeote ataca a pea a ser perfurada,

    eliminando a necessidade de reposicionar e virar a pea a cada vez que o plano

    de perfurao for alterado. So utilizadas para economizar tempo uma vez que o

    tempo total de perfurao fica condicionado ao furo mais profundo.

    Furadeiras Mltiplas de Cabeote nico

    Originaram-se da aplicao de cabeotes de vrios mandris a furadeiras de

    coluna. So mais teis em peas a serem produzidas em srie com necessidade

    de furao de muitos pontos em um ou vrios planos.

    Furadeira de Comando Numrico

    Nessas furadeiras, a opera feita de acordo com um programa, permitindo uma

    maior preciso e velocidade.

  • 66

    Exemplo de uma furadeira de coluna

    Brocas Broca uma ferramenta de corte de forma cilndrica, fabricada em ao rpido,

    ao carbono ou em ao carbono com ponta de metal duro soldada ou fixada

    mecanicamente, destinada execuo de furos cilndricos. Para operaes de

    furar, a broca mais utilizada a broca helicoidal, mas alm desta ainda existe

    um grande nmero de brocas para as mais diversas finalidades.

    A Broca Helicoidal

    A broca helicoidal se fixa mquina pelo seu ecabadouro que pode ser de forma

    cnica ou cilndrica. A parte cortante recebe sua forma fundamental graas s

    dus ranhuras de forma helicoidal. Os dois gumes principais formados pelo

    aguamento da ponta so responsveis pelo corte do material, enquanto o gume

    transversal, que se encontra entre s duas faces de incidncia, comprime o

    material pra fora consumindo assim cerca de 40% da fora de avano.

    A escolha da broca

    Na escolha da broca devem ser considerados os seguintes fatores:

    - o dimetro do furo a ser aberto;

    - o material a ser furado;

    - o aguamento da broca.

  • 67

    Pelo dimetro do furo ser aberto e o material a ser perfurado, segundo a norma

    DIN, a broca classifica-se em W,N ou H. Com estes parmetros, determina-se o

    ngulo da hlice e da ponta e assim seleciona-se a broca. Por fim, necessrio

    que se verifique o aguamento dos gumes. Uma broca com os gumes arqueados

    para frente ou para trs gasta rapidamente, enquanto que uma broca com

    comprimento de seus gumes desiguais gera um fura maior que o desejado.

    RUGOSIDADE

    Com os smbolos de trabalho, podemos definir a natureza da pea; em alguns

    casos, porm, especialmente em trabalhos em bancada ou em mquinas-

    ferramentas, tais indicaes no resultam suficientes na especificao da

    natureza das superfcies, visto a interpretao poder resultar subjetiva. A este

    propsito foi introduzido um sistema que permite designar e identificar, atravs

    de ndices numricos, a natureza da superfcie graus da rugosidade.

    Aumentando, atravs de um instrumento ptico, um pedao de superfcie em

    ambas as peas, das quais uma no trabalhada, e a outra retificada, podemos

    notar diferentes rugosidades em dois perfis.

    Smbolos grficos adotados na indicao do estado da superfcie

    O smbolo grfico de base composto por dois segmentos de comprimentos

    diversos, com uma inclinao relativa de aproximadamente 60. Este traado

    comum trao fino com dimenso aproximada, relativamente ao trao que

    representa a superfcie ou a tangente superfcie considerada.

  • 68

    Smbolos grficos sem inscrio

    SMBOLO

    GRFICO SIGNIFICADO

    Smbolo grfico de base. O estado da superfcie pode ser

    obtido com qualquer tipo de trabalho.

    Superfcie trabalhada com remoo de rebarba.

    Superfcie da qual no possvel nenhuma remoo de

    rebarba. Este smbolo grfico pode ser igualmente utilizado no

    desenho para indicar que uma superfcie deve permanecer tal

    como foi obtida, com ou sem remoo de rebarba, numa fase

    precedente de trabalho. Neste caso, devem-se acrescentar

    indicaes anteriores ao smbolo grfico.

    A rugosidade Ra, obtida mediante instrumentos apropriados, exprime-se em

    (m). Os valores numricos da rugosidade Ra so transcritos na tabela indicada. De preferncia, devem ser adotados os valores assinalados com asterisco.

    A rugosidade Ra (m) deve ser escrita no

    interior do smbolo

    grfico.

    Sendo necessrio

    fornecer indicaes

    complementares

    acrescenta-se ao

    trao mais comprido

    do smbolo grfico

    um trao horizontal.

  • 69

    Para as indicaes complementares, completa-se o smbolo grfico com as

    relativas indicaes:

    Entende-se a rugosidade indicada como aquela obtida uma vez realizado o

    trabalho, isto , a seguir ltima operao qual se submeteu a superfcie,

    salvo a indicao em contrrio.

    A norma UNI 3963 j no prev a indicao da natureza da superfcie mediante

    tringulos. Para a interpretao das indicaes em desenhos antigos, pode-se a

    ttulo indicativo a seguinte comparao:

    Smbolos grficos com a indicao da rugosidade:

    Smbolo grfico onde o trabalho com a remoo

    de rebarba SIGNIFICADO

    Facultativo Obrigatrio Proibido

    Superfcie com uma

    rugosidade Ra de 3,2 m.

    Superfcie com uma

    rugosidade mxima Ra de

    6,3m e uma mnima de

    1,6m

  • 70

    Indicaes com orientao preferencial dos sulcos:

    A indicao de uma orientao preferencial dos sulcos de rugosidade deve ser

    marcada no desenho mediante os sinais convencionais do resumo seguinte:

    =

    Os sulcos devem

    ser orientados

    paralelamente ao

    trao da

    superfcie qual

    se refere o sinal

    no desenho.

    M

    Os sulcos devem ser

    orientados segundo

    mais direes

    quaisquer.

    Os sulcos devem

    ser orientados

    em direo

    normal ao

    traado da

    superfcie em

    qual se refere o

    sinal do desenho.

    C

    Os sulcos devem ser

    orientados segundo

    direes

    aproximadamente

    concntricas ao

    centro da superfcie

    ao qual o desenho se

    refere.

    X

    Os sulcos devem

    ser orientados

    segundo duas

    direes

    cruzadas

    R

    Os sulcos devem ser

    orientados segundo

    direes

    aproximadamente

    radicais em relao

    ao centro da

    superfcie qual o

    desenho se refere.

    Se quiser prescrever o sobremetal, isto indicado

    esquerda do smbolo e deve ser expresso em

    milmetros.

    REGRAS PARA A APLICAO DE SMBOLOS GRFICOS NOS DESENHOS

    O smbolo grfico e as relativas inscries devem ser dispostos na base e

    direita do desenho de modo a serem legveis. Sempre que necessrio, o smbolo

  • 71

    grfico pode-se referir ao trao da superfcie interessada, atravs de linha de

    chamada que termina com uma seta orientada do interior da pea para o trao

    da superfcie considerada ou seu prolongamento.

    Em conformidade ao princpio geral de dimensionamento, o smbolo grfico deve

    aparecer apenas uma vez na mesma superfcie e , se possvel, na vista na qual

    comparecem as cotas que definem as dimenses ou a posio da superfcie.

    No caso de o objeto ser constitudo na sua maior parte por um mesmo tipo de

    superfcie, o smbolo grfico correspondente indicado na legenda destinada s

    inscries ou no espao reservado s notas gerais. Outros tipos eventuais de

    acabamentos das superfcies sero indicados diretamente sobre as superfcies e

    escritos, entre parnteses, ao lado daquele geral.

  • 72

    Indicaes especiais

    EXEMPLO DESCRIO

    Se a rugosidade se refere a um estado da

    superfcie anterior ao acabamento, deve-se

    marcar tambm a sucesso dos controles,

    referida ao ciclo dos trabalhos. As vrias

    indicaes se marcam na ordem com a qual

    devem ser satisfeitas; a indicao mais

    prxima ltima prescrio que deve ser

    satisfeita.

    Quando um detalhe deve apresentar a mesma

    rugosidade em todas as suas partes

    indistintamente, a indicao respectiva

    colocada uma s vez no ngulo inferior

    esquerdo ao desenho ou ao lado do nmero

    distintivo da pea.

    Quando em uma pea as superfcies devem ter

    em predominncia a mesma rugosidade com

    exceo de qualquer uma destas, a indicao

    relativa rugosidade predominante posta

    uma s vez no ngulo inferior esquerdo ou ao

    lado do nmero distintivo da pea, seguida

    pelos sinais grficos diversos colocados entre

    parnteses. Somente estes ltimos sinais so

    colocados nos traos que representam as

    superfcies interessadas.

    Para a indicao da rugosidade das superfcies

    dos lados dos dentes que no esto

    representados no desenho, coloca-se os sinais

    grficos na circunferncia primitiva ou na

    seo axial ou na vista.

    Geralmente a indicao da rugosidade para

    duas superfcies de contato se relaciona uma

    s vez se requerido o mesmo valor.

    Se, ao invs, exigida uma rugosidade

    diferente deve-se marcar as indicaes

    relativas a cada uma das superfcies ao lado do

    detalhe a que se referem.

    Para a filetagem a eventual indicao da

    rugosidade dos lados dos filetes deve ser

    colocada em correspondncia ao dimetro de

    filetagem. Nestes casos a rugosidade no deve

    ser entendida seno para eventuais pores

    planas de dimetro que permaneam aps a

    execuo da filetagem.

  • 73

    Fig. 13.6 Em um acoplamento com jogo; no qual eixo e furo devam

    mover-se reciprocamente, as

    superfcies com rugosidade

    acentuada estaro expostas ao

    desgaste rpido que far variar as

    caractersticas funcionais do

    acoplamento estabelecido.

    SINAIS

    GRFICOS

    Fig. 14.6 Os sinais grficos admitidos provisoriamente como

    indicaes de um certo valor de

    rugosidade, correspondem aos

    valores Ra indicados ao lado.

    SINAL

    GRFICO

    OBTIDO

    POR

    EXTRAPOLA

    O

    A tabela UNI 3963 indica a relao existente entre tipo de trabalho a rugosidade,

    simbolizando com a rugosidade mais freqente e com aquela menos

    empregada. Relao entre tipo de trabalho e rugosidade Ra.

  • 74

    Vejamos agora, o exemplo relativo aos smbolos de trabalho vistos

    anteriormente, e como se substituem as indicaes com os ndices de

    rugosidade:

  • 75

  • 76

    Exemplos de indicaes da rugosidade no