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2014.1 Profª. Sara Filadelfo EDUCAÇÃO E BIOSSEGURANÇA PARA A SAÚDE

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2014.1

Profª. Sara Filadelfo

EDUCAÇÃO E BIOSSEGURANÇA PARA A

SAÚDE

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Educação e Biossegurança www.ifcursos.com.br Sara Filadelfo

Introdução:

As atividades a serem desenvolvidas no PROGRAMA DE BIOSSEGURANÇA devem

permitir o aprendizado e o crescimento do estudante na sua área profissional.

Os líquidos biológicos e os sólidos, os quais manuseamos nos laboratórios, são, quase

sempre, fontes de contaminação. Os cuidados que devemos ter para não haver

contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do laboratório, da

limpeza, os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis e os cuidados com o

descarte destes materiais fazem parte das Boas Práticas em Laboratório Clínico (BPLC),

seguindo as regras da Biossegurança. Para cada procedimento há uma regra já definida

em Manuais,

Conceito:

A palavra em si é um neologismo que deriva de bio (vida) juntamente com segurança. Os

procedimentos da biossegurança são aplicados em hospitais, laboratórios e qualquer

outra organização que pode apresentar risco à saúde e à vida, seja ela humana, animal

ou ao próprio meio ambiente.

A biossegurança surgiu devido a uma preocupação dos especialistas com os possíveis

riscos de transmissões de doenças infecciosas, contaminação laboratorial, roubos ou

alterações de pesquisas biológicas e outros fatores dentro do âmbito biológico.

A biossegurança se preocupa em combater qualquer forma de ameaça que pode

prejudicar um sistema biológico e dentro desse ramo estão inseridos cientistas,

pesquisadores, agentes de segurança biológica, ambos treinados e especializados no

assunto.

A biossegurança trabalha mantendo seguros os desenvolvimentos dos estudos e das

pesquisas biológicas, atuando principalmente contra todo procedimento hostil que visa

danificar esses desenvolvimentos.

Parece muito improvável que haja qualquer tipo de procedimento hostil e/ou ações de

má fé, mas infelizmente existem casos que são vítimas de pessoas ou organizações que

planejaram a modificação (destruição) de pesquisas. Para evitar acontecimentos como

esse é que existe a biossegurança.

É importantíssimo dizer que biossegurança não tem relação somente com laboratórios,

pesquisas biológicas/ciênticas e hospitais, todavia sua ação nesses meio são bem mais

abrangentes e completas.

O fundamento da biossegurança é a prevenção de riscos à vida e à saúde, como já

dissemos. Isso inclui as mais diversas formas de prevenção. Existem anúncios que

informam sobre os riscos do hábito de fumar, esses anúncios são exemplos simples de

biossegurança. Costa (1996) define biossegurança como um “conjunto de medidas

técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para

prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos”.

A biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar,

mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer

a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Desta forma, a biossegurança

caracteriza-se como estratégica e essencial para a pesquisa e o desenvolvimento

sustentável sendo de fundamental importância para avaliar e prevenir os possíveis

efeitos adversos de novas tecnologias à saúde.

Desde sua criação, o objetivo da CBS é definir estratégias de atuação, avaliação e

acompanhamento das ações ligadas à Biossegurança de forma a ter o melhor

entendimento entre o Ministério da Saúde com órgãos e entidades relacionadas ao tema.

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As principais atribuições dessa Comissão são: participar e acompanhar nos âmbitos

nacional e internacional, da elaboração e reformulação de normas de biossegurança;

proceder ao levantamento e análise das questões referentes à biossegurança, visando

identificar seus impactos e suas correlações com a saúde humana; propiciar debates

públicos sobre biossegurança, por intermédio de reuniões e eventos abertos à

comunidade; estimular a integração de ações dos diversos órgãos do Sistema Único de

Saúde (SUS), nas questões de biossegurança em saúde;

No Brasil, a biossegurança começou a ser institucionalizada a partir da década de 80

quando o Brasil tomou parte do Programa de Treinamento Internacional em

Biossegurança ministrado pela OMS que teve como objetivo estabelecer pontos focais

na América Latina.

A partir daí, deu-se início a uma série de cursos, debates e implantação de medidas

para acompanhar os avanços tecnológicos em biossegurança. Em 1985, a FIOCRUZ

promoveu o primeiro curso de biossegurança no setor de saúde e passou a implementar

medidas de segurança como parte do processo de Boas Práticas em Laboratórios, que

desencadeou uma série de cursos sobre o tema. No mesmo ano, o Ministério da Saúde

deu início ao Projeto de Capacitação Científica Promover debates sobre biossegurança

em saúde nos dias atuais não apenas contribui para a solidificação das ações e o

exercício das competências na área de biossegurança, mas, principalmente, reforça o

propósito de qualidade de vida e saúde do Sistema Único de Saúde, bem como qualifica

as demandas e contribui para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde. Neste

sentido, o Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (DECIIS) por

meio da Coordenação Geral de Assuntos Regulatórios realizou a Oficina de

Biossegurança em Saúde, nos dias 15 e 16 de junho de 2009.

Objetivo:

Como objetivo geral a Oficina de Biossegurança em Saúde teve o desígnio de debater

estratégias de biossegurança no âmbito da saúde.

Os objetivos específicos da oficina foram tratar, por meio da exposição do atual

panorama da Biossegurança e de discussões referentes ao tema, identificar as

prioridades nessa área e definir estratégias para as ações da Comissão de

Biossegurança em Saúde e do Ministério da Saúde.

NORMA REGULAMENTADORA – 32 NR 32 “UM ENFOQUE PARA OS TRABALHADORES

DE ENFERMAGEM”

1. SURGIMENTO Situações de Riscos: •Administração de banhos no chuveiro nos

pacientes, utilizando sacos de lixos amarrados aos pés, para proteção; •Realização de

coletas de sangue e outros líquidos corpóreos veiculados de microorganismos

patológicos, sem proteção; “Surgiu da solicitação dos trabalhadores da área da saúde

apresentada à Comissão Tripartite Paritária Permanente” Publicada em 11 de Novembro

de 2005

2. A Finalidade é estabelecer as diretrizes básicas para obter medidas de proteção à

segurança dos TRABALHADORES EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Entende-se como

serviços de saúde, ações voltadas para a PROMOÇÃO, RECUPERAÇÃO, ASSISTÊNCIA,

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PESQUISA E ENSINO EM SAÚDE destinada à população em qualquer nível de

complexidade.

3. O objetivo é prevenir acidentes e doenças causados pelo trabalho nos profissionais

da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco presentes nos Serviços de

Saúde.

4. INTERAÇÃO DA NR 32 COM AS DEMAIS NR 9 - Programa Prevenção de Riscos

Ambientais Um programa de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,

promovendo uma análise do meio ambiente do trabalho. Realiza inspeções médicas

permanentes, evitando que os trabalhadores venham a adquirir doenças ocupacionais ao

exercerem suas funções. NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

5. INTERAÇÃO DA NR 32 COM AS DEMAIS NR 6 - Equipamentos De Proteção

Individual Seu uso é fundamental para segurança do trabalhador, neutralizando riscos

inerentes ao trabalho que exerce. NR 5 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes

O objetivo é observar condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas

para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos.

6. RISCOS A NR 32 recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas

preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. • BIOLÓGICOS •

QUÍMICOS • RADIAÇÕES IONIZANTES • RESÍDUOS

7. RISCOS BIOLÓGICOS Considera-se risco biológico a probabilidade da exposição

ocupacional a agentes biológicos (microrganismo geneticamente modificado ou não,

culturas de células, parasitas e toxinas). Os PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM são os

trabalhadores mais expostos à risco biológico por estarem diretamente em contato com

esse meio, na assistência aos pacientes, pelo tipo e frequência das tarefas realizadas.

8. Artigos normalizadores Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros

superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com

emissão de documento de liberação para o trabalho. O empregador deve vedar (Quartos,

enfermarias) O ato de fumar Uso de adornos e manuseio de lentes de contato Utilização

de pias para outros fins O uso de calçados abertos Consumo de alimentos em locais não

destinados para este fim

9. Ocorrência de Acidente Com ou sem afastamento Comunicação ao CAT

10. O que deve conter no local com exposição ao agente biológico? Isolamento X

Lavatório Luvas X Lavagem das mãos

11. A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado Os trabalhadores não

devem deixar seu local de trabalho com os EPI’S e vestimentas utilizadas em suas

atividades laborais É assegurado a CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES antes do

início de suas atividades e de forma continuada e sempre que houver mudança quanto

ao risco de exposição.

12. VACINAÇÃO A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido,

gratuitamente, programa de imunização ativa. • Tétano • Difteria • Hepatite B •

13. INCIDÊNCIA DE ACIDENTES BIOLÓGICOS POR CATEGORIA PROFISSIONAL

Enfermagem 58% Profissionais de Limpeza 8,3% Médicos 7% Estudantes da área de

Saúde 7% Dentistas 2,7% Outras Categorias 17% Fonte:Risco Biológico –Biossegurança

na Saúde –Recomendações Básicas.

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14. INCIDÊNCIA DE ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO POR TIPO DE

EXPOSIÇÃO PERCUTÂNEA 86% Mucosa Ocular 6% Pele não íntegra 5% Mucosa Oral

2% Outros 1% Fonte:Risco Biológico –Biossegurança na Saúde.

15. INCIDÊNCIA DE ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM CIRCUNSTÂNCIA

DO ACIDENTE Administração de medicamentos 16,2% Descarte inadequado 16%

Punções inadequadas 13,4% Procedimentos cirúrgicos 10,3% Reencape de agulhas 4,7%

Outras situações 32,3% Fonte:Risco Biológico –Biossegurança na Saúde –

Recomendações Básicas.

16. RISCOS QUÍMICOS Esta situação compreende a exposição aos agentes químicos

presentes no local de trabalho. IRRITAÇÃO NA PELE E NOS OLHOS DOENÇÃ NOS

RINS E FÍGADO DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

CRÔNICAS CÂNCER

17. Todo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma

legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração,

data de envase e de validade e nome do responsável pela manipulação ou

fracionamento. As vias de entrada do agente químico no organismo: Digestiva

Respiratória Mucosa Parenteral Cutânea

18. Deve ser mantido um kit de derramamento identificado e disponível, que deve

conter no mínimo: Luvas de procedimento, Avental impermeável, Compressas

absorventes, Proteção respiratória, Proteção ocular, Sabão, Recipiente identificado para

recolhimento de resíduos Descrição do procedimento. QUIMIOTERÁPICOS

ANTINEOPLÁSICOS

19. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS São os resíduos produzidos pelas

atividades de unidades de serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde

etc.). Incluem os resíduos: Infectantes (classe A) como culturas, vacinas vencidas,

sangue e hemoderivados, tecidos, órgãos, perfurocortantes, animais contaminados,

fluídos orgânicos; Resíduos especiais (classe B), rejeito radioativo, resíduos

farmacêuticos e resíduos químicos; Resíduos comuns (classe C), das áreas

administrativas, das limpezas de jardins, etc.

20. Manual que descreve todos procedimentos da organização, inclusive prevendo

programas de treinamentos e melhoria contínua por meio de medições, indicadores e

monitoramentos Plano de Gerenciamento resíduos

21. Deve- se descartar os resíduos por segregação, acondicionamento e transporte dos

resíduos; Definições, classificação e potencial de risco dos resíduos; Sistema de

gerenciamento adotado internamente no estabelecimento; Formas de reduzir a geração

de resíduos; Conhecimento das responsabilidades e de tarefas; Reconhecimento dos

símbolos de identificação das classes de resíduos;

22. • Atenção na realização de procedimentos invasivos; • Jamais utilizar os dedos como

anteparo; • Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar agulha da seringa; • Não

utilizar agulhas para outros fins( fixar papéis..) • Desprezar lixo perfuro cortante em

recipiente próprio; • Usar sapatos fechados Cuidados ao Perfurocortantes

23. Importante a Participação dos Trabalhadores CCIH (Comissão de Controle e

Infecção Hospitalar) Visando controlar as infecções hospitalares através de ações

objetivam prevenir e reduzir a incidência desse tipo de infecção. As causas da Infecção

Hospitalar são: ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO INADEQUADA DOS ARTIGOS E

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EQUIPAMENTOS, quebra nas rotinas de limpeza do hospital, QUEBRA DOS

PROCEDIMENTOS DE ROTINA DA ENFERMAGEM e médica.

24. O Enfermeiro é o profissional mais requisitado no CCIH pelas tarefas que lhe são

específicas. As tarefas do Enfermeiro da CCIH, além da Vigilância Epidemiológica, são:

- Elaboração de Normas e Rotinas e Supervisão do uso dos germicidas hospitalares; -

Supervisão do Serviço de Higiene e Limpeza Hospitalares; - Elaboração de normas e

rotinas para procedimentos hospitalares, como por exemplo, curativos; - Controle dos

egressos hospitalares.

25. O que cabe ao Enfermeiro Como Responsável Técnico de Enfermagem • Levantar

todos os riscos pertinentes à execução dos procedimentos técnicos de Enfermagem que

estejam compreendidos pela NR-32; • Elaborar Protocolos Técnicos e Regimento

Disciplinar Interno, prevendo atitudes, condutas e posturas em questões previstas na

NR-32, relacionadas com o processo assistencial institucional; • Promover reunião

mensal para discussão de situações de risco identificadas e ações pro-ativas

necessárias; • Levar ao conhecimento do COREN do situações que impliquem em risco

assistencial e profissional por não observância NR-32

26. O que cabe ao Enfermeiro Como Responsável Técnico de Enfermagem • Conhecer a

NR-32 no que diz respeito área de interesse e de foco assistencial da Instituição; •

Incentivar a participação dos colaboradores e promover a divulgação da NR-32;

Resoluções, Normas ou Instruções Normativas para o laboratório.

1. O local de trabalho deve ser mantido sempre em ordem.

2. Aos chefes de grupo cabe a responsabilidade de orientar seu pessoal e exigir

o cumprimento das regras, sendo os mesmos, responsáveis diretos por abusos e

falta de capacitação profissional para utilizar os equipamentos, reagentes e

infra-estrutura.

3. Antes de utilizar qualquer dependência que não seja a do laboratório em que

se encontra trabalhando, o estagiário deverá pedir permissão ao responsável

direto pelo mesmo.

4. Para sua segurança, procure conhecer os perigos oferecidos pelos produtos

químicos utilizados no seu trabalho.

5. Procure inteirar-se das técnicas que você utiliza. Ciência não é mágica. O

conhecimento dos porquês pode ser muito útil na solução de problemas técnicos.

6. Na dúvida, pergunte.

7. Ao perceber que um aparelho está quebrado, comunique imediatamente ao

chefe do setor para que o reparo possa ser providenciado.

8. Ao perceber algo fora do lugar, coloque-o no devido lugar. A iniciativa

própria para manter a ordem é muito bem-vinda e antecipadamente agradecida.

9. Planeje bem os seus protocolos e realize os procedimentos operacionais dos

mesmos. Idealmente, antes de começar um experimento, você deve saber

exatamente o que será consumido, sobretudo no tocante ao uso de material

importado.

10. Trabalho com patógenos não deve ser realizado em local movimentado. O

acesso ao laboratório deve ser restrito a pessoas que, realmente, manuseiem o

material biológico.

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11. O trânsito pelos corredores com material patogênico deve ser evitado ao

máximo.

12.Quando necessário, utilize bandejas.

Aquele que nunca trabalhou com patógenos, antes de começar a manuseá-los,

deve:

• Estar familiarizado com estas normas;

Ter recebido informações e um treinamento adequado em técnicas e conduta

geral de trabalho em laboratório (pipetagem, necessidade de manter-se a área

de trabalho sempre limpa, etc.)

13. Ao iniciar o trabalho com patógenos, o estagiário deverá ficar sob a

supervisão de um pesquisador experimentado, antes de estar completamente

capacitado para o trabalho em questão.

14. Não Saia da área de trabalho, mesmo que temporariamente, usando luvas

(mesmo que o pesquisador tenha certeza de que não estão contaminadas),

máscara ou avental, é estritamente proibida. Não se deve tocar com as luvas em

maçanetas, interruptores, telefone, etc. (Só se deve tocar com as luvas o

material estritamente necessário ao trabalho).

15. Seja particularmente cuidadoso para não contaminar aparelhos dentro ou

fora da sala (use aparelhos extras, apenas em caso de extrema necessidade).

16. Em caso de acidente:

• A área afetada deve ser lavada com água corrente em abundância;

• Álcool iodado deve ser passado na área afetada (com exceção dos olhos, que

devem ser lavados exaustivamente com água destilada);

• Em caso de ferida, deve ser lavada com água corrente e comprimida de forma

a sair sangue (cuidado para não aumentar as dimensões da ferida deve ser

tomado);

• Os acidentes devem ser comunicados, imediatamente, ao responsável pelo

setor e a direção do Instituto para discussão das medidas a serem adotadas;

17. As normas de trabalho com material radioativo e com material patogênico

devem ser lidas com atenção antes de se começar a trabalhar com os mesmos.

18. Recomendação final para minimizar o risco de acidentes: não trabalhe sob

tensão.

Biossegurança em laboratórios

O imprevisível e diversificado comportamento das doenças infecciosas emergentes e

reemergentes tem acarretado a discussão das condições de biossegurança nas

instituições de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e de prestação de

serviços. A despeito do avanço tecnológico, o profissional de saúde está

frequentemente exposto a riscos biológicos e de produtos químicos, cujo enfrentamento

está consubstanciado na adequação das instalações do ambiente de trabalho e na

capacitação técnica desses profissionais. O manejo e a avaliação de riscos são

fundamentais para a definição de critérios e ações e visam a minimizar os riscos que

podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade

dos trabalhos desenvolvidos.A biossegurança constitui uma área de conhecimento

relativamente nova, regulada em vários países por um conjunto de leis, procedimentos

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ou diretrizes específicas. No Brasil, a legislação de biossegurança foi criada em 1995 e,

apesar da grande incidência de doenças ocupacionais em profissionais de saúde,

engloba apenas a tecnologia de engenharia genética, estabelecendo os requisitos para o

manejo de organismos geneticamente modificados. A segurança dos laboratórios e dos

métodos de trabalho trans-cende aos aspectos éticos implícitos nas pesquisas com

manipulação genética. Medidas de biossegurança específicas devem ser adotadas por

laboratórios e aliadas a um amplo plano de educação baseado nas normas nacionais e

internacionais quanto ao transporte, à conservação e à manipulação de microorganismos

patogênicos.Normas tradicionais de segurança laboratorial enfatizam o uso de boas

práticas de trabalho, de equipamentos de contenção adequados, dependências bem

projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma infecção

acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório e que evitem a contaminação

do meio ambiente.Embora os laboratórios clínicos e de pesquisas possam conter uma

variedade de materiais biológicos, químicos e radioativos perigosos, até o momento

existem poucos relatórios sobre o uso intencional de quaisquer desses materiais para

ferir trabalhadores de laboratório ou outras pessoas.Entretanto, há uma crescente

preocupação sobre o possível uso de materiais biológicos, químicos e radioativos como

agentes para o terrorismo. Em resposta a essas preocupações, as seguintes normas

orientam essas questões de segurança laboratorial (por exemplo, prevenção da entrada

de pessoas não autorizadas em áreas laboratoriais e prevenção da remoção não

autorizada de agentes biológicos perigosos).Os seguintes itens são oferecidos como

normas para os laboratórios que usam agentes biológicos ou toxinas capazes de causa-

rem doenças sérias ou fatais aos homens e aos animais. A maioria desses laboratórios

estaria trabalhando sob condições de níveis de biossegurança 3 ou 4 descritas nas

seções II e III. Porém, os laboratórios de pesquisa, de produção e os clínicos que

trabalham com patógenos recentemente identificados, patógenos animais de alto nível

e/ou toxinas não-cobertas pelas recomendações dos níveis de biossegurança 3 ou 4

deverão também seguir essas normas para minimizar as oportunidades de remoção

acidental ou inten-cional dos agentes de um laboratório.1. Reconhecer que a segurança

do laboratório está relatada, mas é diferente de um laboratório seguro

• Envolver profissionais com experiência em segurança e proteção para avaliação e

desenvolvimento das recomendações para um dado local ou laboratório.Revisar as

normas e os procedimentos de segurança regularmente. A administração deverá revisar

as normas para garantir que estão adequadas para as condições atuais e consistentes

com outras normas e procedimentos amplos do local. Os supervisores do laboratório

deverão assegurar que todos os trabalhadores e visitantes de um laboratório entendam

os requisitos de segurança e sejam treinados e equipados para seguirem os

procedimentos estabelecidos.• Rever as normas e os procedimentos quando ocorrer um

incidente ou quando uma nova ameaça for identificada.2. Acesso controlado às áreas

onde agentes biológicos ou toxinas estejam sendo usados ou armazenados

• As áreas dos laboratórios e de tratamento de animais deverão ser separadas das áreas

públicas dos edifícios onde se encontram localizadas.• As áreas do laboratório ou de

cuidados animais deverão ser trancadas todas as vezes.• Os cartões-chave ou

dispositivos similares deverão ser usados para permitir a entrada nas áreas do

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laboratório e nas de cuidado dos animais.• Todas as entradas (incluindo as entradas

para visitantes,trabalhadores de manutenção, trabalhadores para realização de reparos e

outros que precisarem entrar ocasionalmente) deverão ser registradas por um

dispositivo semelhante a um cartão-chave (preferível) ou pela assinatura no livro de

entrada.• Somente os trabalhadores necessários para a realização de um trabalho

deverão receber permissão para entrar nas áreas e nas horas que um trabalho em

particular for realizado.a. O acesso para estudantes, cientistas, etc. deverá ser limitado

ao horário em que os funcionários regulares estiverem presentes.b. O acesso para

limpeza, manutenção e consertos rotineiros deverá ser limitado ao horário em que os

funcionários estiverem presentes.• Freezers, geladeiras, cabines e outros recipientes,

em que estoques de agentes biológicos, materiais clínicos ou radioativos são guardados,

deverão ser trancados quando não estiverem à vista dos trabalhadores (por exemplo,

quando localizados em áreas de armazenamento não freqüentadas regularmente).3.

Saber quem está nas áreas do laboratório

• Os supervisores e diretores do local deverão conhecer todos os trabalhadores.

Dependendo dos agentes biológicos envolvidos e do tipo de trabalho a ser desenvolvido,

deve-se fazer uma revisão da limpeza e da segurança antes que novos funcionários

sejam designados para a área de trabalho.• Todos os trabalhadores (incluindo

estudantes, cientistas visitantes e outros trabalhadores temporários) deverão usar

crachás de identificação. Os crachás deverão conter no mínimo uma fotografia, o nome

do indivíduo e a data de vencimento da identificação. O uso de marcadores coloridos ou

de outros símbolos facilmente identificáveis sobre os crachás seria útil para a

identificação e para indicar a liberação para a entrada em áreas restritas (por exemplo,

laboratórios de NB-3 ou 4 e áreas de tratamento de animais).• Os visitantes deverão ser

identificados com crachás e acompanhados ou autorizados a entrar usando os mesmos

procedimentos como os usados para trabalhadores.4. Saber quais os materiais que estão

sendo trazidos para dentro da área laboratorial

• Todos os materiais deverão ser verificados (visualmente ou por raios-x) antes de

trazidos para dentro do laboratório.• Os pacotes contendo amostras, substâncias

bacterianas ou isoladas ou toxinas deverão ser abertos em uma ca bine de segurança ou

em outro dispositivo de contenção adequado.5. Saber quais materiais estão sendo

removidos da área laboratorial

• Os materiais/toxinas biológicas que serão removidos para outros laboratórios deverão

ser embalados e rotula- dos de acordo com todos os regulamentos locais, federais e

internacionais aplicáveis. As licenças necessárias (por exemplo, PHS, DOT, DOC,

USDA) deverão ser obtidas antes que os materiais sejam acondicionados e rotulados..

Os recipientes (de preferência) ou o local de recebimento dos materiais deverão ser

conhecidos pelo remetente. Este deverá fazer um esforço para assegurar que os

materiais sejam enviados para um local equipado com recursos para manipular os

materiais com segurança. • O transporte manual de materiais e toxinas biológicas para

outros laboratórios é considerado inadequado. Se os materiais ou toxinas biológicas a

serem carregados manualmente forem transportados por carregadores comuns, todos

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os regulamentos deverão ser seguidos. Materiais contaminados ou possivelmente

contaminados deverão ser descontaminados antes de sair da área do laboratório. Os

materiais químicos e radioativos deverão ser descartados de acordo com os

regulamentos locais, federais e estaduais.

TIPOS DE RISCO

(Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78)

1. Riscos de Acidentes

2. Riscos Ergonômicos

3. Riscos Físicos

4. Riscos Químicos

5. Riscos Biológicos

1. RISCOS DE ACIDENTES

Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de

perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco

de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e

explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc.

2. RISCOS ERGONÔMICOS

Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características

psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São

exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo

excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a

postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc.

3. RISCOS FÍSICOS

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam

estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais,

temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som,

materiais cortantes e ponteagudos, etc.

4. RISCOS QUÍMICOS

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostas ou produtos que

possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,

névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

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5. RISCOS BIOLÓGICOS

Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre

outros

- RECOMENDAÇÕES GERAIS

• Nunca pipete com a boca, nem mesmo água destilada. Use dispositivos de pipetagem

mecânica.

• Não coma, beba, fume, masque chiclete ou utilize cosméticos no laboratório.

• Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos, rosto ou cabelo, no laboratório. •

Lave as mãos antes de iniciar o trabalho e após a manipulação de agentes químicos,

material infeccioso, mesmo que tenha usado luvas de proteção, bem como antes de

deixar o laboratório.

• Objetos de uso pessoal não devem ser guardados no laboratório.

• Utilize jalecos ou outro tipo de uniforme protetor, de algodão, apenas dentro do

laboratório. Não utilize essa roupa fora do laboratório.

• Não devem ser utilizadas sandálias ou sapatos abertos no laboratório.

• Utilize luvas quando manusear material infeccioso.

• Não devem ser usados jóias ou outros adornos nas mãos, porque podem impedir uma

boa limpeza das mesmas.

• Mantenha a porta do laboratório fechada. Restrinja e controle o acesso do mesmo.

• Não mantenha plantas, bolsas, roupas ou qualquer outro objeto não relacionado com o

trabalho dentro do laboratório.

• Use cabine de segurança biológica para manusear material infeccioso ou materiais que

necessitem de proteção contra contaminação.

• Utilize dispositivos de contenção ou minimize as atividades produtoras de aerossóis,

tais como operações com grandes volumes de culturas ou soluções concentradas. Essas

atividades incluem: centrifugação (utilize sempre copos de segurança), misturadores

tipo Vortex (use tubos com tampa), homogeneizadores (use homogeneizadores de

segurança com copo metálico), sonicagem, trituração, recipientes abertos de material

infeccioso, frascos contendo culturas, inoculação de animais, culturas de material

infeccioso e manejo de animais.

• Qualquer pessoa com corte recente, com lesão na pele ou com ferida aberta (mesmo

uma extração de dente), devem abster-se de trabalhar com patógenos humanos.

• Coloque as cabines de segurança biológica em áreas de pouco trânsito no laboratório,

minimize as atividades que provoquem turbulência de ar dentro ou nas proximidades da

cabine.

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• As cabines de segurança biológica não devem ser usadas em experimentos que

envolvam produtos tóxicos ou compostos carcinogênicos. Neste caso utilizam-se

capelas químicas.

• Descontamine todas as superfícies de trabalho diariamente e quando houver respingos

ou derramamentos. Observe o processo de desinfecção específico para escolha e

utilização do agente desinfetante adequado.

• Coloque todo o material com contaminação biológica em recipientes com tampa e a

prova de vazamento, antes de removê-los do laboratório para autoclavação.

• Descontamine por autoclavação ou por desinfecção química, todo o material com

contaminação biológica, como: vidraria, caixas de animais, equipamentos de laboratório,

etc..., seguindo as recomendações para descarte desses materiais.

• Descontamine todo equipamento antes de qualquer serviço de manutenção.

• Cuidados especiais devem ser tomados com agulhas e seringas. Use-as somente

quando não houver métodos alternativos.

• Seringas com agulhas ao serem descartadas devem ser depositadas em recipientes

rígidos, a prova de vazamento e embalados como lixo patológico.

• Vidraria quebrada e pipetas descartáveis, após descontaminação, devem ser colocadas

em caixa com paredes rígidas rotulada “vidro quebrado” e descartada como lixo geral.

• Saiba a localização do mais próximo lava olhos, chuveiro de segurança e extintor de

incêndio. Saiba como usá-los.

• Mantenha preso em local seguro todos os cilindros de gás, fora da área do

laboratório e longe do fogo.

• Zele pela limpeza e manutenção de seu laboratório, cumprindo o programa de

limpeza e manutenção estabelecido para cada área, equipamento e superfície.

• Todo novo funcionário ou estagiário deve ter treinamento e orientação específica

sobre BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS e PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA

aplicados ao trabalho que irá desenvolver.

• Qualquer acidente deve ser imediatamente comunicado à chefia do laboratório,

registrado em formulário específico e encaminhado para acompanhamento junto a

Comissão de Biossegurança da Instituição.

• Fique atento à qualquer alteração no seu quadro de saúde e dos funcionários sob sua

responsabilidade, tais como: gripes, alergias, diarréias, dores de cabeça, enxaquecas,

tonturas, mal estar em geral, etc... e notifique imediatamente à chefia do laboratório. B.

- BARREIRAS

B.1. - BARREIRAS PRIMÁRIAS

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B.1.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

São empregados para proteger o pessoal da área de saúde do contato com agentes

infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. A roupa e o

equipamento servem também para evitar a contaminação do material em experimento ou

em produção. São exemplos:

LUVAS

As luvas são usadas como barreira de proteção prevenindo contra contaminação das

mãos ao manipular material contaminado, reduzindo a probabilidade de que

microrganismos presentes nas mãos sejam transmitidos durante procedimentos.

O uso de luvas não substitui a necessidade da LAVAGEM DAS MÃOS porque elas

podem ter pequenos orifícios inaparentes ou danificar-se durante o uso, podendo

contaminar as mãos quando removidas.

Usar luvas de látex SEMPRE que houver CHANCE DE CONTATO com sangue, fluídos

do corpo, dejetos, trabalho com microrganismos e animais de laboratório.

Usar luvas de PVC para manuseio de citostáticos (mais resistentes, porém menos

sensibilidade).

Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho SEMPRE usando luvas.

NÃO usar luvas fora da área de trabalho, NÃO abrir portas, NÃO atender telefone.

Luvas (de borracha) usadas para limpeza devem permanecer 12 horas em solução de

Hipoclorito de Sódio a 0,1% (1g/l de cloro livre = 1000 ppm). Verificar a integridade das

luvas após a desinfecção.

NUNCA reutilizar as luvas, DESCARTÁ-LAS de forma segura.

JALECO

Os vários tipos de jalecos são usados para fornecer uma barreira de proteção e reduzir

a oportunidade de transmissão de microrganismos. Previnem a contaminação das roupas

do pessoal, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos, salpicos e

derramamentos de material infectado.

São de uso constante nos laboratórios e constituem uma proteção para o profissional.

Devem sempre ser de mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra sintética (não

inflamável).

Os descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis.

Uso de jaleco é PERMITIDO somente nas ÁREAS DE TRABALHO.

NUNCA EM REFEITÓRIOS, ESCRITÓRIOS, BIBLIOTECAS, ÔNIBUS, ETC.

Jalecos NUNCA devem ser colocados no armário onde são guardados objetos

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pessoais.

Devem ser descontaminados antes de serem lavados.

OUTROS EQUIPAMENTOS

Óculos de Proteção e Protetor Facial (protege contra salpicos, borrifos, gotas,

impacto).

Máscara (tecido, fibra sintética descartável, com filtro HEPA, filtros para gases,

pó, etc.).

Avental impermeável.

Uniforme de algodão, composto de calça e blusa.

Luvas de borracha, amianto, couro, algodão e descartáveis.

Dispositivos de pipetagem (borracha peras, pipetadores automáticos, etc.).

B.1.2. - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

São equipamentos que possibilitam a proteção do pessoal do laboratório, do meio

ambiente e da pesquisa desenvolvida. São exemplos:

CABINES DE SEGURANÇA

As Cabines de Segurança Biológica constituem o principal meio de contensão e são

usadas como barreiras primárias para evitar a fuga de aerossóis para o ambiente. Há

três tipos de cabines de segurança biológica:

Classe I

Classe II – A, B1, B2, B3. Classe III

Procedimento correto para uso da Cabine de Segurança Biológica

FLUXO LAMINAR DE AR

Massa de ar dentro de uma área confinada movendo-se com velocidade uniforme ao

longo de linhas paralelas.

CAPELA QUÍMICA NB

Cabine construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental não causa

turbulências e correntes, assim reduzindo o perigo de inalação e contaminação do

operador e ambiente.

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CHUVEIRO DE EMERGÊNCIA

Chuveiro de aproximadamente 30 cm de diâmetro, acionado por alavancas de mão,

cotovelos ou joelhos. Deve estar localizado em local de fácil acesso.

LAVA OLHOS

Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão, acoplados a uma

bacia metálica, cujo ângulo permite direcionamento correto do jato de água. Pode fazer

parte do chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem ocular.

MANTA OU COBERTOR

Confeccionado em lã ou algodão grosso, não podendo ter fibras sintéticas. Utilizado para

abafar ou envolver vítima de incêndio.

VASO DE AREIA

Também chamado de balde de areia, é utilizado sobre derramamento de álcalis para

neutralizá-lo.

EXTINTOR DE INCÊNDIO A BASE DE ÁGUA

Utiliza o CO2 como propulsor. É usado em papel, tecido e madeira. Não usar em

eletricidade, líquidos inflamáveis, metais em ignição.

EXTINTOR DE INCÊNDIO DE CO2 EM PÓ

Utiliza o CO2 em pó como base. A força de seu jato é capaz de disseminar os materiais

incendiados. É usado em líquidos e gases inflamáveis, fogo de origem elétrica.

Não usar em metais alcalinos e papel. EXTINTOR DE INCÊNDIO DE PÓ SECO

Usado em líquidos e gases inflamáveis, metais do grupo dos álcalis, fogo de origem

elétrica.

EXTINTOR DE INCÊNDIO DE ESPUMA

Usado para líquidos inflamáveis. Não usar para fogo causado por eletricidade.

EXTINTOR DE INCÊNDIO DE BCF

Utiliza o bromoclorodifluorometano. É usado em líquidos inflamáveis, incêndio de

origem elétrica. O ambiente precisa ser cuidadosamente ventilado após seu uso.

MANGUEIRA DE INCÊNDIO

Modelo padrão, comprimento e localização são fornecidos pelo Corpo de Bombeiros.

PROCEDIMENTOS PARA DESCARTE DOS RESÍDUOS GERADOS EM

LABORATÓRIO

1 - RESÍDUOS INFECTANTES

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Estes resíduos podem ser divididos em quatro grupos a saber:

MATERIAL PROVENIENTE DE ÁREAS DE ISOLAMENTO

Incluem-se aqui, sangue e secreções de pacientes que apresentam doenças

transmissíveis.

MATERIAL BIOLÓGICO

Composto por culturas ou estoques de microrganismos provenientes de laboratórios

clínicos ou de pesquisa, meios de cultura, placas de Petri, instrumentos usados para

manipular, misturar ou inocular microrganismos, vacinas vencidas ou inutilizadas, filtros

e gases aspiradas de áreas contaminadas.

SANGUE HUMANO E HEMODERIVADOS

Composto por bolsas de sangue com prazo de utilização vencida, inutilizada ou com

sorologia positiva, amostras de sangue para análise, soro, plasma, e outros subprodutos.

PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA O DESCARTE

As disposições inadequadas dos resíduos gerados em laboratório poderão constituir

focos de doenças infecto-contagiosas se, não forem observados os procedimentos para

seu tratamento.

Lixo contaminado deve ser embalado em sacos plásticos para o lixo tipo 1, de

capacidade máxima de 100 litros, indicados pela NBR 9190 da ABNT.

Os sacos devem ser totalmente fechados, de forma a não permitir o derramamento de

seu conteúdo, mesmo se virados para baixo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos

íntegros até o processamento ou destinação final do resíduo. Caso ocorram

rompimentos freqüentes dos sacos, deverão ser verificados, a qualidade do produto ou

os métodos de transporte utilizados. Não se admite abertura ou rompimento de saco

contendo resíduo infectante sem tratamento prévio.

Havendo derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com uma solução

desinfetante (por exemplo, hipoclorito de sódio a 10.000 ppm), recolhendo-se em

seguida. Proceder, depois, a lavagem do local. Usar os equipamentos de proteção

necessários.

Todos os utensílios que entrarem em contato direto com o material deverão passar por

desinfecção posterior.

Os sacos plásticos deverão ser identificados com o nome do laboratório de origem, sala,

técnica responsável e data do descarte.

Autoclavar a 121 C (125F), pressão de 1 atmosfera (101kPa, 151 lb/in acima da pressão

atmosférica) durante pelo menos 20 minutos.

As lixeiras para resíduos desse tipo devem ser providas de tampas.

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Estas lixeiras devem ser lavadas, pelo menos uma vez por semana, ou sempre que

houver vazamento do saco.

2 - RESÍDUOS PERFUROCORTANTES

Os resíduos perfurocortantes constituem a principal fonte potencial de riscos, tanto de

acidentes físicos como de doenças infecciosas. São compostos por: agulhas, ampolas,

pipetas, lâminas de bisturi, lâminas de barbear e qualquer vidraria quebrada ou que se

quebre facilmente.

PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA O DESCARTE

• Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados em recipientes de paredes

rígidas, com tampa e resistentes à autoclavação. Estes recipientes devem estar

localizados tão próximo quanto possíveis da área de uso dos materiais. • Os recipientes

devem ser identificados com etiquetas autocolantes, contendo informações sobre o

laboratório de origem, técnico responsável pelo descarte e data do descarte.

• Embalar os recipientes, após tratamento para descontaminação, em sacos adequados

para descarte identificados como material perfurocortantes e descartar como lixo

comum, caso não sejam incinerados.

• A agulha não deve ser retirada da seringa após o uso.

• No caso de seringa de vidro, levá-la juntamente com a agulha para efetuar o processo

de descontaminação.

• Não quebrar, entortar ou recapear as agulhas.

3 - RESÍDUOS RADIOATIVOS

Compostos por materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos com baixa

atividade provenientes de laboratórios de pesquisa em química e biologia, laboratórios

de análises clínicas e serviços de Medicina Nuclear. São normalmente, sólidos ou

líquidos (seringas, papel absorvente, frascos, líquidos derramados, urina, fezes, etc.).

Resíduos radioativos, com atividade superior às recomendadas pela Comissão Nacional

de Energia Nuclear (CNEN), deverão ser acondicionados em depósitos de decaimento

(até que suas atividades se encontrem dentro do limite permitido para sua eliminação).

PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS PARA O DESCARTE

• Não misturar rejeitos radioativos líquidos com sólidos.

• Preveja o uso de recipientes especiais, etiquetados e apropriados à natureza do

produto radioativo em questão.

• Coletar materiais como agulhas, ponteiras de pipetas e outros objetos afiados,

contaminados por radiação, em recipientes específicos, com sinalização de

radioatividade.

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• Os containers devem ser identificados com: Isótopo presente, tipo de produto químico

e concentração, volume do conteúdo, laboratório de origem, técnico responsável pelo

descarte e a data do descarte.

• Os rejeitos não devem ser armazenados no laboratório, mas sim em um local

previamente adaptado para isto, aguardando o recolhimento. • Considerar como de dez

meias vidas o tempo necessário para obter um decréscimo quase total para a atividade

dos materiais (fontes não seladas) empregadas na área biomédica.

• Pessoal responsável pela coleta de resíduos radioativos devem utilizar vestimentas

protetoras e luvas descartáveis. Estas serão eliminadas após o uso, também, como

resíduo radioativo.

• Em caso de derramamento de líquidos radioativos, poderão ser usados papéis

absorventes ou areia, dependendo da quantidade derramada. Isto impedirá seu

espalhamento. Estes deverão ser eliminados juntos com outros resíduos radioativos.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

Os Procedimentos estabelecidos para a eliminação de rejeitos radioativos foram

padronizados.

O pessoal envolvido na manipulação desses rejeitos devem receber treinamento

específico para realização dessa atividade, além de uma regular vigilância médico

sanitária.

4 - RESÍDUOS QUÍMICOS

Os resíduos químicos apresentam riscos potenciais de acidentes inerentes às suas

propriedades específicas. Devem ser consideradas todas as etapas de seu descarte com

a finalidade, de minimizar, não só acidentes decorrentes dos efeitos agressivos

imediatos (corrosivos e toxicológicos), como os riscos cujos efeitos venham a se

manifestar a mais longo prazo, tais como os teratogênicos, carcinogênicos e

mutagênicos. São compostos por resíduos orgânicos ou inorgânicos tóxicos, corrosivos,

inflamáveis, explosivos, teratogênicos, etc.

Para a realização dos procedimentos adequados de descarte, é importante a observância

do grau de toxicidade e do procedimento de não mistura de resíduos de diferentes

naturezas e composições. Com isto, é evitado o risco de combinação química e

combustão, além de danos ao ambiente de trabalho e ao meio ambiente. Para tanto, é

necessário que a coleta desses tipos de resíduos seja periódica.

Os resíduos químicos devem ser tratados antes de descartados. Os que não puderem

ser recuperados, devem ser armazenados em recipientes próprios para posterior

descarte.

No armazenamento de resíduos químicos devem ser considerados a compatibilidade dos

produtos envolvidos, a natureza do mesmo e o volume.

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PROCEDIMENTOS GERAIS DE DESCARTE

Cada uma das categorias de resíduos orgânicos ou inorgânicos relacionados deve ser

separada, acondicionada, de acordo com procedimentos e formas específicas e

adequadas a cada categoria. Na fonte produtora do rejeito e em sua embalagem deverão

existir os símbolos internacionais estabelecidos pela Organização Internacional de

Normalização (ISO) e pelo Comitê de Especialistas em Transporte de Produtos

Perigosos, ambos da Organização das Nações Unidas, adequados a cada caso. Além do

símbolo identificador da substância, na embalagem contendo esses resíduos deve ser

afixada uma etiqueta autoadesiva, preenchida em grafite contendo as seguintes

informações: Laboratório de origem, conteúdo qualitativo, classificação quanto à

natureza e advertências.

Os rejeitos orgânicos ou inorgânicos sem possibilidade de descarte imediato devem ser

armazenados em condições adequadas específicas.

Os resíduos orgânicos ou inorgânicos deverão ser desativados com o intuito de

transformar pequenas quantidades de produtos químicos reativos em produtos

derivados inócuos, permitindo sua eliminação sem riscos. Este trabalho deve ser

executado com cuidado, por pessoas especializadas.

Os resíduos que serão armazenados para posterior recolhimento e descarte/incineração,

devem ser recolhidos separadamente em recipientes coletores impermeáveis a líquidos,

resistentes, com tampas rosqueadas para evitar derramamentos e fechados para evitar

evaporação de gases.

Resíduos inorgânicos tóxicos e suas soluções aquosas – Sais inorgânicos de metais

tóxicos e suas soluções aquosas devem ser previamente diluídos a níveis de

concentração que permitam o descarte direto na pia em água corrente.

Concentrações máximas permitidas ao descarte direto na pia para cada metal:

Cádmio - no máximo 1 mg/L

Chumbo- no máximo 10 mg/L

Zinco- no máximo 5 mg/L

Cobre- no máximo 5 mg/L

Cromo- no máximo 10 mg/L Prata- no máximo 1 mg/L

Resíduos inorgânicos ácidos e suas soluções aquosas – Diluir com água, neutralizar com

bases diluídas e, descartar na pia em água corrente.

Resíduos inorgânicos básicos e suas soluções aquosas – Diluir com água, neutralizar

com ácidos diluídos e descartar na pia em água corrente.

Resíduos inorgânicos neutros e suas soluções aquosas – Diluir com água e descartar na

pia em água corrente.

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Resíduos inorgânicos insolúveis em água:

Com risco de contaminação ao meio ambiente – armazenar em frascos etiquetados e de

conteúdo similar, para posterior recolhimento.

Sem risco de contaminação ao meio ambiente – coletar em saco plástico e descartar

como lixo comum.

Resíduos orgânicos e suas soluções aquosas tóxicas – coletar em frascos etiquetados e

de conteúdo similar para posterior recolhimento.

Resíduos orgânicos ácidos e suas soluções aquosas – diluir com água, neutralizar com

ácidos diluídos e descartar na pia em água corrente.

Resíduos orgânicos básicos e suas soluções aquosas – diluir com água, neutralizar com

ácidos diluídos e descartar na pia em água corrente.

Resíduos orgânicos neutros e suas soluções aquosas – diluir com água e descartar na

pia em água corrente.

Resíduos orgânicos sólidos insolúveis em água:

Com risco de contaminação ao meio ambiente – armazenar em frascos etiquetados e de

conteúdo similar para posterior recolhimento.

Sem risco de contaminação ao meio ambiente – coletar em sacos plásticos e descartar

em lixo comum.

Resíduos de solventes orgânicos:

Solventes halogenados puros ou em mistura – armazenar em frascos etiquetados e de

conteúdo similar para posterior recolhimento.

Solventes isentos de halogenados, puros ou em mistura – coletar em frascos

etiquetados e de conteúdo similar, para posterior incineração.

Solventes isentos de toxicidade, puros ou em solução aquosa, utilizados em grande

volume – coletar em frascos etiquetados e de conteúdo similar para posterior

recuperação.

Solventes que formam peróxidos e suas misturas – coletar em frascos, adicionar

substâncias que impeçam a formação de peróxidos, etiquetar, para posterior

incineração.

5 - RESÍDUOS COMUNS

Composto por todos os resíduos que não se enquadram em nenhuma das categorias

anteriores e que, por sua semelhança com os resíduos domésticos comuns, podem ser

considerados como tais.

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ROTINAS DE ESTERILIZAÇÃO

Vidraria a ser autoclavada de rotina:

A vidraria deve ser autoclavada a 120O C por 20 minutos e postas para secar em

estufa. A vidraria com tampa de poliestireno não deve ser submetida a temperatura

acima de 50O C no forno. Os demais materiais a serem esterilizados devem ser

solicitados, diretamente, ao pessoal da esterilização, pelos próprios usuários.

1. Tubos de ensaio, frascos e pipetas:

a) Contaminados ou sujos com material proteico:

Após o uso imergí-los em solução de hipoclorito de sódio a 1% em vasilhames

apropriados (pipetas Pasteur e demais separadamente) por, no mínimo, 12 horas.

b) Vidraria suja com material aderente (Nujol, Percoll, Adjuvantes oleosos, etc.):

Lavar em água de torneira e colocá-los em solução de Extran a 2% próximos a pia das

salas dos laboratórios por um período mínimo de 04 horas (Pipetas Pasteur e demais

separadamente).

Observação: A vidraria maior que não couber dentro dos vasilhames deve ser tratada

colocando-se a solução desinfetante ou detergente dentro da mesma.

c) Vidrarias utilizadas com água ou soluções tampões sem proteínas:

Os frascos deverão ser lavados pelo próprio usuário, em água corrente e, em seguida,

três vezes em água destilada, colocados para secar deixando-os emborcados sobre

papel toalha no laboratório, próximo a pia. Após secarem, deverão ser tampados com

papel alumínio e guardados nos armários. Tubos e pipetas deverão ser processados

como se estivessem contaminados.

d) Pipetas sujas com gel:

Colocar em vasilhames separados e ferver antes de juntar as demais pipetas.

2. Lâminas e Lamínulas

Colocar nos vasilhames apropriados e rotulados para as mesmas com solução de

hipoclorito a 1%. Após o trabalho, colocar as lâminas e lamínulas em vasilhames

separados.

Lavar as lamínulas no laboratório e colocar em vasilhames contendo álcool, na mesa de

apoio do fluxo.

3 - Câmara e Lamínula de Neubauer e Homogeneizadores de Vidro:

Após uso, colocar em vasilhame imergindo em hipoclorito a 1%. Após 1 hora, lavar em

água corrente, secar e guardar.

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MATERIAL PLÁSTICO

1) Frasco, tubos de ensaio, seringas, ponteiras e tampas

a) Contaminados:

Imergir em hipoclorito de sódio a 1% no mesmo vasilhame utilizado para as vidrarias,

com exceção das ponteiras, que deverão ser colocadas em recipientes menores,

separados.

Observação: Encher as ponteiras com a solução de hipoclorito ao desprezá-las.

b) Não contaminados, porém sujos com material aderente (adjuvante oleoso, Nujol,

Percoll,etc):

Lavar em água corrente e imergir em Extran a 2% por tempo mínimo de 04 horas em

vasilhame apropriado.

2) Pipetas Descartáveis

a) Contaminadas:

Colocar no vasilhame para pipeta de vidro.

b) Sujas com material aderente:

Lavar em água corrente e colocar no vasilhame para pipeta de vidro.

3) Tampas pretas de poliestireno:

Imergir em formol a 10% ou glutaraldeído a 2% por um mínimo de 24 horas ou 02 horas

respectivamente.

OUTROS MATERIAIS:

1) Agulhas descartáveis

a) Contaminadas:

Após o uso imergir no vasilhame de paredes duras contendo formol a 10%, para isso

destinado, pelo menos 24 horas.

Observação: DESPREZÁ-LAS SEM USAR O PROTETOR a fim de se evitar o risco de

acidentes (punção acidental do dedo).

b) Sujas com material aderente:

Desprezá-las com o respectivo protetor bem preso. Após a descontaminação deverá ser

incinerado

2) Material Cirúrgico

a) Contaminado:

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Imergir em solução de glutaraldeido a 2% por 02 horas para desinfectar. Após lavar em

água corrente e destilada, secar com gase e guardar.

Se desejar esterilizar o material, submeter a glutaraldeido a 2% durante 10 horas, lavar

e secar com água e gaze estéreis dentro do fluxo laminar. Alternativamente.

3) Tampões de Gaze

a) Molhados com cultura

Colocar no vasilhame com hipoclorito de sódio a 1% para ser desprezado após

desinfecção.

b) Secos

Deixar em vasilhame reservado por, no mínimo, 48 horas e em seguida reutilizá-los.

4) Filtros Millipore Pequenos

Devem ser desmontados pelo operador, colocados dentro de um frasco com hipoclorito

e entregues à esterilização (até às 16 horas).

5) Culturas de parasitos não utilizados

Colocar um volume duas vezes maior de hipoclorito dentro dos frascos e em seguida

desprezar dentro do vasilhame para vidrarias ou plásticos.Se desejar esterilizar o

material, submeter a glutaraldeido a 2% durante 10 horas, lavar e secar com água e

gaze estéreis dentro do fluxo laminar. Alternativamente.

3) Tampões de Gaze

a) Molhados com cultura

Colocar no vasilhame com hipoclorito de sódio a 1% para ser desprezado após

desinfecção.

b) Secos

Deixar em vasilhame reservado por, no mínimo, 48 horas e em seguida reutilizá-los.

4) Filtros Millipore Pequenos

Devem ser desmontados pelo operador, colocados dentro de um frasco com hipoclorito

e entregues à esterilização (até às 16 horas).

5) Culturas de parasitos não utilizados

Colocar um volume duas vezes maior de hipoclorito dentro dos frascos e em seguida

desprezar dentro do vasilhame para vidrarias ou plásticos.

6) Imãs para agitadores magnéticos

Após uso, lavar com água corrente e destilada, secar e guardar.

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7) Placas de gel de poliacrilamida

Após o uso, lavar em água corrente, água destilada e álcool, secar e guardar.

7) Placas de gel de poliacrilamida

Após o uso, lavar em água corrente, água destilada e álcool, secar e guardar.

EQUIPAMENTOS, BANCADAS E PIAS

1) Cada usuário deverá limpar e arrumar as bancadas e equipamentos após o uso.

2) No final do expediente as bancadas deverão ser limpas com hipoclorito a 0,5% e, na

sexta-feira, à tarde, no caso, na sala de cultura, fazer a mesma limpeza com fenol

semisintético (Germipol – 50 mL/L), utilizando máscara

3) As pias deverão ser limpas no início do expediente, quando forem removidos os

materiais a serem lavados.

4) Verificar se os refrigeradores e freezeres precisam ser descongelados e limpos,

semanalmente, e executar a limpeza, se necessário.

ALGUMAS NORMAS DA SALA DE ESTERILIZAÇÃO

A) - LAVAGEM:

1) Retirar, os vasilhames com materiais a serem lavados, da sala, no início do

expediente.

2) Lavar o material que estava com hipoclorito de sódio, fenol ou glutaraldeído em água

corrente.

3) Mergulhar o material em Extran em vasilhames específicos para cada tipo de

material, pelo período mínimo de 04 horas.

4) Retirar o Extran do material após escová-los (quando necessário), rinsando-os ,

repetidas vezes, com água de torneira seguido por água destilada.

5) Fazer a rinsagem das pipetas graduadas dentro do lavador de pipetas.

6) Secar o material em estufa. Colocar papel alumínio para cobrir a vidraria não

autoclavável e devolver ao laboratório.

B) ESTERILIZAÇÃO:

1) PIPETAS

Colocar chumaço de algodão, empacotar em papel pardo ou porta-pipetas e esterilizar

em forno (170O C – 180OC) por 01 hora.

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Lavagem das mãos

As mãos devem ser lavadas antes e após todo e qualquer procedimento. É a lavagem

das mãos o cuidado que evita infecção cruzada, ou seja, a veiculação de

microorganismos:

- de um paciente para o outro;

- de um paciente para o profissional;

- de utensílios permanentes para o profissional ou para o paciente ( camas, telefone,

etc);

Podemos citas que a lavagem das mãos tem por finalidade:

- diminuir o número de microorganismos;

- eliminar sujidades, substâncias tóxicas e medicamentosas;

- evitar disseminação de doenças;

- proteger a saúde do profissional.

Técnica

Material:

- sabão de preferência líquido

- toalha de papel.

1- abrir a torneira;

2- molhar as mãos;

3- passar o sabão;

4- friccionar bem;

5- passar as mãos ensaboadas na torneira;

6- conservá-la aberta;

7- proceder assim:

- palma com palma;

- palma no dorso (incluso entre os dedos);

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- dorso na palma (incluso entre os dedos);

- ponta dos dedos em concha e vice-versa;

- polegares;

- costas das mãos;

- unhas;

8- enxaguar;

9- com as mãos em concha, jogar água na torneira;

10- pegar o papel toalha;

11- secar as mãos;

12- com o papel, secar a torneira e fechá-la.

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Técnica de escovação

Como proceder uma escovação correta.

Neste capítulo você vai acompanhar em texto e ilustrações os passos para uma

escovação eficiente e segura.

Como se escovar de maneira eficiente e segura

O processo deve ser iniciado com a máscara devidamente fixada, nem muito apertada

nem muito frouxa para garantir que esta não será problema durante o ato operatório.

Uma vez que a mascara esteja bem colocada devemos iniciar a escovação. Para tanto

devemos tomar as seguintes medidas.

1 - Verificar se há escova disponível e se há degermante ou sabão;

2 - Constata-se como funciona a torneira, se acionada por alavancas, por células

fotoelétricas ou mesmo pelos pés;

Tomados estes cuidados o processo poderá ser realizado sem problemas.

Os passos para uma escovação eficiente são:

1 - Molhar as mãos e antebraços de forma abundante sem se preocupar com

contaminação, pois o processo será iniciado;

2 - De posse da escova devidamente umedecida pelo degermante ou sabão devemos

iniciar o processo, mantendo as mão sempre acima da linha do cotovelo (isso garante

que a solução contaminada não venha a escorrer sobre áreas já escovadas);

3 - A escovação deve ser iniciada pela palma da mão que você usa com freqüência

(destros iniciam o processo pela mão direita);

4 - Em seguida partimos para as costas da mão, dedos (em todo oseu contorno)

sempre com movimentos de vai-e-vem no sentido mãos-cotovelos;

5 - Estando a mão devidamente ensaboada iniciamos a escovação do antebraço, aqui o

movimento será só de ida na direção mãos-cotovelos;

6 - Com o antebraço ensaboado devemos agora nos preocupar com o cotovelo. Aqui

aconcelha-se movimentos circulares em número mínimo de 25;

7 - Antes de proseguir à unha repetiremos as etapas acima para o outro braço,

iniciando pela palma da outra mão e, assim por diante.

8 - Quando os dois braços estiverem ensaboados partiremos para a higiene das unhas.

Serão movimentos firmes de vai-e-vem no sentido transversal aos da mão-cotovelo em

número mínimo de 30.

Agora cm os dois braços devidamente ensaboados devemos enxaguá-los, retirando

assim o sabão. Para tanto devemos tomar cuidados para que não haja contaminação.

Os passos recomendados são:

1 - Largar a escova dentro da pia, sem se preocupar com ela;

2 - Acionar a torneira (se por alavanca usar a lateral do cotovelo, evitando a

contaminação);

3 - Manter a mão que ainda não será enxaguada acima da linha do cotovelo;

4 - O braço que será enxaguado deverá ser colocado com uma leve inclinação da mão

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em relação ao cotovelo e levada da mão ao cotovelo em direção ao jato d'água;

5 - O braço nunca deverá voltar para repetir a ida ainda debaixo d'água, contorne o jato

e repita a operação quantas vezes necessário até retirar todo o sabão.

Calçando luva estéril

O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para evitar a

contaminação da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por isso requer muita

atenção.

As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de

manipulação de áreas estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a utilização de

luvas estéreis, entre eles os procedimentos cirúrgicos, aspiração endotraqueal,

curativos extensos, que se tornam difíceis realizar somente com o material de curativo.

Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais estéreis

ou em lesões, usa-se as luvas esterilizadas.

Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos

numerados como 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.

Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma superfície

limpa, à altura confortável para sua manipulação.

Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas.

Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar nas

luvas e contaminá-las. Então, segure nas abas abra os dois lados que revestem as

luvas, conforme a figura abaixo.

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As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão direita está a

sua direita, e a luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso na maioria dos

fabricantes. A maioria das luvas não tem lado anatômico, mas ficam dispostas nesse

sentido, devido a dobra existente do polegar.

Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão nãodominante,

segure a luva pela face interna da luva (que vem dobrada propositalmente).

Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face onde a luva irá

entrar em contato com sua pele, ou seja, face interna.

Agora, introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando ajustar os dedos

internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível, mas não se preocupe se

os dedos ficarem mal posicionados dentro da luva. Continue o procedimento mesmo

com os dedos posicionados de forma errada (é muito arriscado tentar arrumar a posição

dos dedos, você pode contaminá-la).

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Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva, sempre a

segurando pela face interna.

Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), vamos colocar a

luva na mão esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora estamos com uma luva

estéril na mão dominante, não podemos tocar em lugares que não sejam estéreis, sejam

eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao nosso redor. Com a mão dominante

(enluvada), segure a outra luva pela face externa (ou seja, por dentro da dobra

existente). Esta dobra existente no punho da luva servirá de apoio para segurar a luva,

sem que ocorra o risco de contaminar a luva, mesmo que imperceptivelmente.

Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão

esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas agora, com

a cautela de não tocar com a luva na pele da mão esquerda ou em locais não-estéreis.

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Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.

Agora, havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou até mesmo

melhorar o calçamento da luva, faça com ambas as luvas, porém evite manipular a luva

na região dos punhos, caso esta não possua mais as dobras de segurança.

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Bibliografias:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biosseguranca_saude_prioridades_estrategicas

_acao_p1.pdf

https://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/49561/biosseguranca-conceito

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAZg4AC/biosseguranca

http://www.crorj.org.br/biosseguranca/manual%20biosseguranca%20praticas%20corretas.

pdf

http://www.soenfermagem.net/tecnicas/lavagem.html