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Comunidade Cristã Semana Intercultural 2014 Encontrar afinidades celebrar as diferenças Setembro 2014

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Comunidade

Cristã

Semana Intercultural 2014

Encontrar afinidades celebrar as diferenças

Sete

mbro

2014

Setembro 2014

Plano das missas e outras celebrações nas nossas comunidades para este mês:

07.09. Primeiro domingo

Missa em Offenbach: 15h

04.09. Segundo domingo Missa em Ober-Eschbach 12:00 h

Não há missa em Offenbach (Festa dos Estrangeiros Wilhelmsplatz)

21.09. Terceiro domingo.

Missa em Harheim: 10:45 h em conjunto com a Comunidade de Língua alemã (Pfarrfest na Scheune)

Missa em Offenbach: 15:00 h

28.09. Quarto domingo do mês: domingo da integração

Peregrinação comunitária a Schoenstadt (Vallendar). Missa em Vallendar em língua portuguesa.

Quem não pode ir é convidado a participar nas eucaristias das paróquias onde vivemos.

Esta crise pode dar-nos força moral e espiritual, para a reconstrução das

nossas comunidades. Deus convida-nos a dar continuidade à mensagem do amor ao próximo, da fraternidade, da dignidade humana e da coexistência

harmónica.

Louis Sako, Partriarca da Igreja caldaico-católica, do Iraque, num comentário à

perseguição dos cristãos naquele

Celebrar a fé

este mês

Semana Intercultural: o contraste do Iraque!

Todos os anos, em finais de Setembro, a Semana Intercultural, durante muitos anos conhecida como “semana dos estrangeiros” (a

mudança de nome é significativa!), vem convidar-nos a reflectir sobre as nossas experiências em sociedade multiculticultural e a “sair” do

nosso pequeno mundo para encontrar-se com os “outros”, os nossos concidadãos, das mais diversas culturas e povos, mesmo de outras

religiões.

Que as diferenças existem, ninguém nega. Que as diferenças devem continuar a existir sem separar, nem todos estarão de acordo. Fala-

se hoje muito da “dignidade da diferença”. A diferença, se não dividir, se for isenta de preconceitos de superioridade ou de inferioridade, de

nacionalismos e de “chauvinismos”, é diversidade, é “riqueza” , é valor.

Nestes dias, as notícias do médio oriente, da Síria e sobretudo do

Iraque, contam dos fanatismos que não suportam as diferenças, dos que perseguem e matam quem for de religião diferente e mesmo

quem for da mesma religião mas a interpreta de outra maneira. São imagens que assustam! Em pleno sec. XXI ainda se cometem tais

barbaridades, e ainda por cima em nome de Deus e da religião! Os terroristas islamistas do Iraque não suportam a diferença, quanto

mais celebrá-la! E querem apagar toda uma história de descoberta de afinidades e de convivência pacífica entre cristãos, muçulmanos e

judeus. As notícias do Iraque ensombram, e muito, as celebrações da Semana Intercultural.

Ensombram? Oxalá mostrem a todos como é urgente o diálogo intercultural, como é indispensável o diálogo permanente das

religiões, como é fundamental a solidariedade com as minorias ameaçadas, sejam elas quais forem. Numa tomada de posição do

Patriarca da Igreja caldaico-católica do Iraque, lamentava-se a falta desta solidariedade, nomeadamente a falta de solidariedade da

maioria muçulmana com a minoria cristã naquele país.

Vamos celebrar a semana intercultural e demonstrar da forma que está ao nosso alcance que queremos continuar a fortalecer as afinidades e a

respeitar as diferenças, por um mundo de mais paz e de justiça!

.

A nossa comunidade

OFFENBACH * HARHEIM * OBER-ESCHBACH * KELSTERBACH * LOLLAR

Setembro 2014

02 Terça – Visita da sra Ministra dos Assuntos Europeus do Governo de Hessen à nossa comunidade em Offenbach.

04 Quinta – oração à maneira de Taizé, Offenbach, St. Paul, 19:00 Oração de solidariedade com os cristãos perseguidos no Iraque e na Síria

05 Sexta – Permanência consular, na missão, Offenbach, 10-15 h Durante este horário, a missão está aberta e com serviço de bar.

06 Sábado – Reunião do Conselho Paroquial de Offenbach, 15:00

07 Domingo – recomeço da celebração da eucaristia em língua portuguesa em Offenbach: 15:00 h (St Paul) 08 Segunda – Recomeço dos ensaios do Grupo Coral Nova Terra, Offenbach, 20:30 h

13/14 Sábado/Domingo - Festa dos Estrangeiros em Offenbach, Wilhelmsplatz. Presença da nossa comunidade com um stand: "Café Azulejo". Actuação do Rancho Folclórico. (Não há missa em língua portuguesa em Offenbach. Missa em Ober-Eschbach às 12:00 h.

16 Terça - Permanência consular, na missão, Offenbach, 10-15 h

20 Sábado – Encontro dos jovens que se inscreveram para o Crisma em Harheim, no centro paroquial às 16:30 h

21 Domingo – Festa paroquial de Harheim, na "Quinta da família Schmidt". Missa em conjunto às 10:45 h. Almoço com comida portuguesa. Actuação do Rancho Folclórico.

26 Sexta – Encontro dos jovens que se inscreveram para o Crisma em Offenbach, no nosso centro comunitário (“Missão”) às 17:30 h

27 Sábado – Convívio do Grupo coral de Harheim 28 Domingo – Peregrinação a Vallendar, à sede do movimento Schönstadt. Peça o programa! Inscreva-se!

Horário das celebrações da Eucaristia: ver p. 2: Celebrar a fé

Tome nota desde já: 10 de Outubro, sexta-feira – Serão de Fados em Offenbach, com Filipa Sousa!

Celebração do Crisma 2015 na nossa comunidade! A 2 de Maio 2015 (sábado), em Offenbach, vamos ter celebração do crisma na nossa comunidade. São convidados topdos os que já fizeram ou fazem 14 anos até 31.12.2014. Primeiros encontros para quem se inscreveu: - 20.09. (sábado) às 16:30 em Harheim, no centro paroquial - 26.09. (sexta) às 17:30 h em Offenbach Inscrições por e-mail até esse dia: [email protected]

Grupos regulares, com encontros a ritmo semanal:

Segundas-feiras: Grupo coral NOVA TERRA, Offenbach, às 20,30 h

Quartas-feiras: tardes de convívio dos "Reformados", na missão, a partir das 15,30

h

Sextas-feiras: Rancho Folclórico da Missão de Offenbach, a partir das 20 h

Sábados: Catequese em Harheim (16,30 h)

Sábados: Grupo de flauta “Asas de Vidro” na Missão (Offenbach)

Sábados: Grupo coral de Harheim/Ober-Eschbach, às 17,30 h. em Harheim

Comunidade Cristã Setembro 2014 6

Pessoas

e factos * Baptismos. Foram baptizdas na nossas comunidades: - Emily Amália Ragan Moutinho, filha de Edyta Ragan e de Fábio Joel Moutinho - Eliana Cidália Ferro Moutinho, filha de Jessica Ferro e de Diogo Moutinho, no dia 08.06.2014 em S. Paulo, Offenbach. - Brian Mehiel Gonçalves Oliveira, filho de Sílvia Gonçalves Silvina e Eduardo José Oliveira, no dia 14.06. em St. Paul, Offenbach A nossa comunidade alegra-se com estes novos membros e dá os parabéns ás suas famílias!

- Visita da sra. Lucia PUTTRICH, ministra dos Assuntos Europeus do Governo de Hessen! No dia 2.09.2014 esteve de visita ao nosso centro paroquial em Offenbach a ministra para os Assuntos Europeus. Esta visita estava planeada como um encontro com o Assistente Pastoral Joaquim Nunes. Num diálogo que se prolongou por 90 minutos, a ministra quis inteirar-se sobre a situação da emigração portuguesa e das nossas comuni-dades.

Horário do escritório da “missão” em Offenbach:

Terças-feiras 09 -12 h 15 - 19 h

Quartas-feiras 15 – 19 h

Quintas-feiras 15 – 19 h

Em caso de urgência, contacte:

* Joaquim Nunes – Assistente pastoral – 0176 12539038 (novo!)

* Pfr. Sohns – Pároco - Offenbach - 069 800713 11

* Padre Celso (Gross-Umstadt, ajuda na nossa comunidade) – 0176 72321134

* ou a paróquia onde vive (todos nós somos também membros da paróquia onde

vivemos!)

Permanências consulares. Continuam, como habitual, às 1ªs sextas-feiras e 3ªs terças-feiras de cada mês, das 10:00 h às 15:00 h. nas instalações do nosso centro comunitário (“Missão”) em Offenbach (Marienstr. 38). Para marcações contactar directamente o Consulado de Stuttgart pelo telefone 0711 227396

Peregrinação a Schoenstadt

Domingo, 28 de setembro 2014

O movimento Schön-stadt faz este ano 100 anos. Vamos conhe-cer melhor este movi-mento presente em todos os países do mundo e a sua espiri-ritualidade !

Saída de Offenbach: 08:00 h Chegada a Offenbach: 20:00 h

Missa e almoço em Vallendar. Preço: 10 € Peça o programa ! Inscreva-se já !

Semana intercultural 2014 em Offenbach

Do programa para este ano destacamos os seguintes pontos : Quinta-feira, 11.09. Celebração ecuménica de abertura, às 17 h. na Igreja vetero-católica (Bismarckstr. 105)

Segunda, 15.09. Oração inter-religiosa (Gebet der Religionen), com participantes das diferentes religiões (cristãos, muçulmanos, judeus, Bahai ), às 19:30 h no centro da Comunidade judaica (Kaiserstr. 109)

Sexta, 26.09.

Dia dos refugiados – “Tag des Flüchtlings”- A situação dos refugiados da

Síria no Líbano e na Jordânia - às 19:00 na Stadtbibliothek, Herrnstrasse

Sábado, 13 - Domingo, 14 de Setembro FESTA DOS POVOS E CULTURAS

na Wilhelmsplatz com um stand da nossa comunidade.

Venha tomar um café connosco ! - No domingo, dia 14, há almoço! -

tema

O desafio de uma sociedade multicultural

DE uma forma uma pouco ingénua, podíamos dizer: antigamente tudo era

mais “simples”: as pessoas nasciam e morriam na mesma terra, na “sua”

terra, rodeadas de pessoas da “sua” tribo, do “seu” povo, da “sua” língua, da

“sua” cultura... Aparentemente, pelo menos, tudo era mais simples.

Mas só aparentemente. Porque desde tempos tão antigos como a

humanidade mesma se fazem guerras e perseguições aos diferentes por

serem diferentes. Desde sempre, o ser humano teve dificuldades em

comunicar com os “outros”, com aqueles que apresentavam algo de

estranho, de desconhecido. E logo se criaram todo o tipo de divisões e

fronteiras, todo o tipo de leis e de direitos.. Unir-se (em tribo, em povo, em

comunidade) era questão de sobrevivência, mas, ao mesmo tempo, unir-se

era juntar-se a uns e distanciar-se de outros, aceitar alguns e excluir muitos

mais... e daí as guerras e conflitos de todo o género. Até à morte dos

diferentes (os genocídios, os “pogroms”, as guerras religiosas...)

Foi necessária uma longa caminhada de cultura, de civilização, para

chegarmos ao estádio cultural em que nos encontramos hoje, se não em

todos pelo menos em boa parte dos povos do mundo: que não é necessário

sermos todos “iguais” para podermos viver em conjunto. Que há um direito e

uma dignidade na diferença tão digna como a dignidade da igualdade. E

assim nos encontramos no “âmago” da problemática das sociedades

multiculturais modernas (por opção, livres, ao contrário dos impérios de

outrora).

As grandes cidades tornaram-se “aldeia” de todo o mundo. Pessoas de

todas as línguas, de todas as cores de pele, de todas as culturas e

tradições, de todas as religiões, vivem ao lado umas das outras, trabalham

juntas, cruzam-se nas ruas e nas lojas. Mas será que sabemos mesmo viver

juntos? Ou apenas lado a lado, em paralelo? Aceitamo-nos nas diferenças e

cada um dá o que tem para o bem comum, ou apenas nos suportamos, por

ter de ser,”abafando” e ignorando conflitos?

É este o desafio das sociedades multiculturais: ser mais do que mera

mistura, do que um “lado a lado”. Encontrando e realizando afinidades,

respeitando e celebrando as diferenças !

Jn

A Dignidade da diferença que se baseia em Deus Depois de 1945 o mundo pôs a sua fé na declaração uni-versal dos direitos humanos. .... O seu significado é grande, mas é apenas metade do necessário para a coexistencia de culturas diversas. Não há código universal algum que nos diga o que perde-ríamos com a redução da multiplicidade das civilizações, com o domínio de todas as culturas por uma, com a perda das vozes distintas no diálogo da humanidade. A linguagem abstracta dos direitos não penetra nos aspectos profundos do que o hinduísmo significa para o hindu, ou o confucio-nismo para os seus adeptos. Pressupõe que as particulari-dades de uma cultura são meros acréscimos à nossa humanidade essencial e indivisível, e não a verdadeira substância de como a maioria das pessoas apreende o que é ser humano. Menospreza, em particular, a dificuldade e a necessidade de dar espaço aos estrangeiros - aquilo mes-mo que tem estado na origem do racismo e da exclusão em quase todas as sociedades conhecidas da história. Se vamos ter de viver em grande proximidade com a dife-rença, como é um facto na era global, vamos precisar de mais do que de um código de direitos, mais ainda do que de simples tolerância. Vamos ter de compreender que, tal como o ambiente natural depende da biodiversidade, tam-bém o ambiente humano depende da diversidade cultural, porque nenhuma civilização abarca em si todas as expres-sões, éticas e artísticas da humanidade. Uma das coisas que, em toda a história da civilização, se verificou ser mais difícil foi ver Deus, ou o bem, ou a digni-dade humana naqueles cuja língua não é a nossa, cuja pela tem uma cor diferente, cuja fé não é a nossa e cuja verdade não é a nossa verdade. (...) Ele é o meu Deus mas é igualmente o Deus de toda a humanidade, mesmo daque-les cujos costumes e modos de vida são diferentes dos meus. (...). O que não quer dizer que haja muitos deuses,,, nem que Deus sancione todos os actos realizados em seu nome. Pelo contrário: o Deus que está do teu lado tal como do meu tem de ser um Deus de justiça que está acima de nós, ensinando-nos a dar lugar uns aos outros... Jonathan Sacks, A dignidade da diferença

Afinidades a descobrir - diferenças a festejar numa sociedade comum ! “O tema da semana intercultural deste ano parte do princípio de que, numa sociedade de imigração, as afinidades não se podem dar como um pressuposto, antes têm de ser pocuradas e ser descobertas”, assim afirma o comité nacional de preparação desta semana. De facto, nenhuma sociedade se pode construir, nenhuma comunidade se constitui de maneira estável e duradoura, se as pessoas implicadas não estiverem convencidas de que há entre elas e todos os outros implicados e envolvidos algo em comum. Porque as diferenças estão á vista: são aquilo que cada um traz consigo. Numa sociedade de imigração, a descoberta dessas afinidades acontece nas diferentes dimensões da vida: - na verificação de que todos viemos pelas mesmas razões, e há uma grande afinidade de interesses comuns (económicos e outros); - na constatação de que, de pessoa para pessoa, venha ela de onde vier, há uma igualdade na procura de sentido, isto é, nas preocupações e motivações profundas da vida: ser feliz, fazer felizes os outros, sobretudo os seus, ser reconhecido na sua dignidade, ser respeitado... - no reconhecimento de que, vivendo juntos, partilhando a mesma situação do país, deve ser decidido por todos aquilo que é de todos (princípio da participação democrática) - na abertura de ordem emocional aos outros, deixando que laços e vínculos se criem entre vizinhos, colegas de trabalho, colegas de escola (abertura comunicativa); - no interessar-se pelo futuro comum, para o qual todos dão o seu contributo, hoje e aqui... Jonathan Sacks, um rabi, propõe, num dos seus livros *, 3 imagens de compreensão de uma sociedade de imigração. A sociedade de imigração pode ser encarada como uma vivenda senhorial, como um hotel, ou como uma “república” de estudantes (“wohngemeinschaft”). As diferenças estão á vista: - numa vivenda, onde vamos visitar alguém, somos apenas hóspedes. Temos de estar atentos para cumprir o protocolo. Podemos ser muito bem acolhidos, mas sentimos bem que essa não

é a nossa casa. Se queremos ficar, temos de “enquadrar-nos” bem no esquema, como bem enquadrados estão os móveis e utensílios da casa. Temos pouco ou nada a dizer. - Num hotel, cada um tem a sua vida, vivemos de paredes meias com muitos outros, mas (quase) nada sabemos uns dos outros. Estamos no hotel de passagem (em trabalho, em serviço, em turismo), mas a nossa casa não é aqui. Questões de fundo da vida do hotel não nos interessam, assim como pouco ou nada me liga aos outros. - Numa casa partilhada, do género daquelas que os jovens estudantes organizam, a casa é de todos e não é de ninguém. Ninguém tem mais direitos nem menos deveres que os outros. Há reuniões para decidir o que é comum, redefinir valores, distribuir tarefas e responsabilidades, esclarecer dificuldades. Fala-se uma língua comum. E, no entanto, cada um mantém dentro da casa um espaço de privacidade, o seu canto de identidade, o direito à diferença. E, no dia a dia, não faltarão ocasiões para partilhar e festejar a partir daquilo que cada um tem para dar. As três imagens são bem expressivas. De fora, fica a primeira: uma sociedade que se quer sociedade de imigração (“Einwanderungsland”) não pode continuar a considerar os imigrantes como “hóspedes”, tem sim de os considerar cidadãos e reconhecer os seus direitos. A sociedade que queremos também não é a sociedade multicultural do lado-a-lado, da diversidade descompro- metida, das “comunidades paralelas”(como num hotel). Queremos sim uma sociedade intercultural (como uma casa partilhada). Nela, há lugar para as diferenças, mas há sobretudo o compromisso com a comunidade, o interesse activo pela sociedade e não só pelo que eu posso ter dela. Somos chamados não só a “tomar” a nossa parte, nossos direitos e regalias (“Teil haben”), mas também a “dar” a nossa parte, o contributo de cidadãos (“Teil-nehmen”). Assim, não será difícil descobrir as afinidades e festejar as diferenças. Basta estarmos abertos para este projecto de sociedade! Jn

Encontrar afinidades, - festejar as diferenças!” - Declaração conjunta das Igrejas Católica, Protes-tante e Ortodoxa-grega para a Semana Intercul-tural 2014 (*)

Com este tema vamos celebrar a semana intercultural deste ano. (...). Esta Semana está marcada por esta convicção de que é necessário tempo e espaço para descobrir o que une as pessoas de diferentes orígens, festejando ao mesmo tempo as diferenças não como algo que separa, mas como enriquecimento. Como cristãs e cristãos vivemos todos os dias de novo esta interacção entre afinidades e diferenças, pois a diversidade é algo que pertence ao núcleo da Igreja. A Igreja une as pessoas acima das fronteiras entre países, entre línguas e culturas para uma unidade na diversidade. No seguimento de Jesus essas diferenças perdem a força de separar. Assim escreveu o apóstolo Paulo na Carta aos Gálatas: “Aqui não há judeus nem gregos, aqui não há escravos nem livres, aqui não há homem nem mulher; pois todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3,28). Esta experiência é de importância fundamental para a Igreja de Cristo. Mas pode também irradiar para toda a nossa sociedade. Por isso, somos a favor de um convívio pacífico e justo entre pessoas das diferentes línguas e origens, das diferentes pertenças religiosas e ideológicas. Todos devem poder tomar parte na nossa sociedade: com direitos e deveres. O nosso país precisa de imigrantes. A política e a economia não cessam de o afirmar. Mas damo-nos conta de que os argumentos racionais têm pouca força no confronto com a demagogia e os ressentimentos. Na Alemanha e noutros estados da Europa as forças da direita populista avançam de vento em popa. Temos de enfrentá-las não só com argumentos de ordem econó-mica. Temos de convencê-las de que uma imagem apertada da sociedade, marcada pela xenofobia e voltada para o passado, não é compatível com a nossa imagem bíblica do ser humano nem com o nosso empenhamento evangélico por mais igualdade de chances, mais justiça e mais abertura. Continua a ser das grandes tarefas da Igreja fazer pressão no sentido de que em todas as questões e decisões políticas não se perca de vista a dimensão da dignidade humana. Isto vale também e tanto mais para as questões da imigração. O

compromisso com os direitos humanos é um dos fundamentos da nossa sociedade. (...) No actual debate sobre a entrada de novos migrantes, sublinhamos o seguinte: a par das necessidades do mercado de trabalho, no nosso país, que é um país rico, tem de haver também lugar para aqueles que necessitam da nossa assistência e do nosso cuidado. Por isso, empenhamo-nos, de forma constante, por um direito de residência humanitário que seja digno deste nome. E aqui há muito a fazer e pedimos aos políticos que ponham em prática o que prometeram sobre o tema no acordo da coligação. Por todo o mundo há gente a sofrer, vítima de conflitos violentos, da fome e de catástrofes naturais. E assim há cada vez mais pessoas forçadas a meter-se ao caminho na procura de protecção e refúgio. As imagens horríveis que nos chegam da Síria ou da África Central, do Saara ou do Mediterrâneo são exemplos que temos diante dos olhos. O destino dos refugiados destes e de muitos outros países não nos pode deixar indiferentes (...) “Encontrar afinidades, festejar as diferenças” – o tema da Semana Intercultural deste ano pode ajudar a orientar-nos no debate em torno do convívio intercultural. Pois parte do princípio e pressupõe que há afinidades fundamentais entre as pessoas, não importa de que origem, língua ou religião: a necessidade de proximidade e de segurança, a necessidade de desenvolvimento pessoal em liberdade, de participação, a necessidade de ter uma “terra”. Ao mesmo tempo, o tema não nega as diferenças, que aqui e ali constituem verdadeiros desafios. É importante não evitar essas questões, por difíceis que elas sejam, e procurar soluções, que eliminem aquilo que, nas diferenças, separa. Cardeal Marx, Presidente da Conferência Episcopal (católica) Dr. Nikolaus Schneider, Presidente do Conselho da Igreja Evangélica Alemã Metropilta Augoustinos, Igreja Ortodoxa-grega

À procura da Palavra

Rezar pela paz, em tempos em que tanto se fala de guerras... Senhor Deus de Paz, escutai a nossa súplica! Tentámos tantas vezes e durante tantos anos resolver os nossos conflitos com as nossas forças e também com as nossas armas; tantos momentos de hostilidade e escuridão; tanto sangue derramado; tantas vidas despedaçadas; tantas esperanças sepultadas… Mas os nossos esforços foram em vão.

Agora, Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: “nunca mais a guerra”; “com a guerra, tudo fica destruído”! Infundi em nós a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz.

Senhor, Deus de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos criastes e chamais a viver como irmãos, dai-nos a força para sermos cada dia artesãos da paz; dai-nos a capacidade de olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos no nosso caminho.

Tornai-nos disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas tensões em perdão. Mantende acesa em nós a chama da esperança para efetuar, com paciente perseverança, opções de diálogo e reconciliação, para que vença finalmente a paz.

E que do coração de todo o homem sejam banidas estas palavras: divisão, ódio, guerra! Senhor, desarmai a língua e as mãos, renovai os corações e as mentes, para que a palavra que nos faz encontrar seja sempre irmão, e o estilo da nossa vida se torne: shalom, paz, salam! Amém. Papa Francisco Encontro de oração com os presidentes de Israel da Palestina, Vaticano 6 junho 2014

A Alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium) 5

- Textos escolhidos da Exortação apostólica do Papa Francisco -

A doutrina da Igreja não pode ser monolítica, mas plural e aberta à linguagem e á vida das pessoas do nosso tempo!

A Igreja, que é discípula missionária, tem necessidade de crescer na sua interpretação da Palavra revelada e na sua compreensão da verdade. (...) Dentro da Igreja, há inúmeras questões à volta das quais se indaga e reflecte com grande liberdade. As diversas linhas de pensamento filosófico, teológico e pastoral, se se deixam harmonizar pelo Espírito no respeito e no amor, podem fazer crescer a Igreja, enquanto ajudam a explicitar melhor o tesouro riquíssimo da Palavra. A quantos sonham com uma doutrina monolítica defendida sem nuances por todos, isto poderá parecer uma dispersão imperfeita; mas a realidade é que tal variedade ajuda a manifestar e desenvolver melhor os diversos aspectos da riqueza inesgotável do Evangelho ( 40) Ao mesmo tempo, as enormes e rápidas mudanças culturais exigem que prestemos constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre numa linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade; é que, no depósito da doutrina cristã, «uma coisa é a substância (...) e outra é a formulação que a reveste. Por vezes, mesmo ouvindo uma linguagem totalmente ortodoxa, aquilo que os fiéis recebem, devido à linguagem que eles mesmos utilizam e compreendem, é algo que não corresponde ao verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo. Com a santa intenção de lhes comunicar a verdade sobre Deus e o ser humano, nalgumas ocasiões, damos-lhes um falso deus ou um ideal humano que não é verdadeiramente cristão. Deste modo, somos fiéis a uma formulação, mas não transmitimos a substância. Este é o risco mais grave. Lembremo-nos de que «a expressão da verdade pode ser

multiforme. E a renovação das formas de expressão torna-se necessária para transmitir ao homem de hoje a mensagem evangélica no seu significado imutável (41).

No seu constante discernimento, a Igreja pode chegar também a reconhecer que costumes

próprios não directamente ligados ao núcleo do Evangelho, alguns muito radicados no curso

da história, hoje já não são interpretados da mesma maneira e cuja mensagem habitualmente

não é percebida de modo adequado. Podem até ser belos, mas agora não prestam o mesmo

serviço à transmissão do Evangelho. Não tenhamos medo de os rever! Da mesma forma, há

normas ou preceitos eclesiais que podem ter sido muito eficazes noutras épocas, mas já não

têm a mesma força educativa como canais de vida. (...) (S. Tomás de Aquino), citando Santo

Agostinho, observava que os preceitos adicionados posteriormente pela Igreja se devem exigir

com moderação, «para não tornar pesada a vida aos fiéis» nem transformar a nossa religião

numa escravidão, quando «a misericórdia de Deus quis que fosse livre”. Esta advertência,

feita há vários séculos, tem uma actualidade tremenda. Deveria ser um dos critérios a

considerar, quando se pensa numa reforma da Igreja e da sua pregação que permita realmente

chegar a todos. (43)

(Título e sublinhados nossos. Texto integral em www.vatican.va)

1964 – 2014

50 Emigração: oportunidade de conhecer outros povos!

Há milhares de anos que os homens, famílias e povos migram no mundo à procura de melhores lugares para viver. Nos tempos antigos era fácil porque não havia fronteiras definidas, mas, no decorrer dos séculos, criaram-se as fronteiras, bem vigiadas, tornou-se mais difícil, e, por vezes, quase impossível o sair do seu país, porque os governantes não autorizavam os cidadãos a sair do país. Era nesta última situação que se encontravam os portugueses até aos anos 60, quando houve contratos entre o governo português e os governos europeus.

Os portugueses começaram a emigrar para a Alemanha em 1964 por diversos motivos. A maioria veio porque não tinha trabalho em Portugal ou não ganhava o suficiente para alimentar ou educar a família. Outros sairam por motivos politicos. Eu faço parte de uma minoria, porque saí de Portugal por motivos diferentes . Eu fui obrigado a cumprir o meu serviço militar e, ao ir e regressar de Moçambique, tive sorte porque fiz as viagens em navios comerciais (de passageiros) e tive a oportunidade de passar por duas cidades sul- africanas e pelas ilhas Canárias.

Estas passagens pela Africa do Sul e os 26 meses de estadia em Moçambique, o conhecer outros povos e outras culturas despertou em mim um interesse grande por conhecer mais povos e mais culturas. Em 1973 tinha um emprego numa das poucas boas firmas de Portugal nessa altura,

anos de imigração portuguesa na Alemanha

uma firma de construção naval na Cova da Piedade, Almada. Deixei um bom emprego e vim para a Alemanha à procura da aventura.

Cheguei à Alemanha em Janeiro de 1973 com um contrato de trabalho por um ano, para uma fábrica de pão, a "Vitapan" em Ober- Eschbach, onde trabalhei 14 meses com uma equipa formada de várias nacionalidades, mas com um grande número de portugueses. Nesta firma recebia um ordenado mais baixo do que ganhava em Portugal, mas, como o espirito de aventura foi mais forte que a desilusão dos bons ordenados!! , resolvi ficar por cá.

Assim que cheguei, tentei aprender um pouco de alemão aos fins de semana em cursos da “Volkshochschule” para poder comunicar com as outras nacionalidades. Em 1974 deixei de ser padeiro e comecei a trabalhar no "duro", numa firma metalúrgica," Sperry Vikers", que mudou de donos e de nome várias vezes; quando deixei de trabalhar chamava-se LUK, já mudou outra vez.

Como disse, em 1974 comecei na secção da forja para dar a têmpera a diversas peças de aço ou ferro fundido. Fui tomando os conhecimentos que não tinha na metalurgia, fui tomando responsabilidades pela qualidade do meu trabalho, fazendo cursos internos e externos.

Os anos foram passando e cheguei a encarregado na secção onde comecei e do laboratório onde se controlava a qualidade da produção e do material metálico que era fornecido por diversas firmas nacionais e estrangeiras . Em 2006 resolvi ficar em casa no regime de "altersteilzeit", seguindo depois para a reforma.

Nos anos 80 fui convidado a entrar na lista de candidatos para o conselho de estrangeiros da cidade de Bad Homburg (“Ausländerbeirat”). Os cidadãos votaram em mim e fiz parte deste elo de ligação entre a cidade e os estrangeiros durante vários anos, até me demitir por motivos de tempo e de saúde.

Foi uma boa experiência ter convivido e trabalhado com pessoas de várias nacionalidades e vários continentes, com culturas diferentes, outras raças e outras religiões.Foi uma boa decisão ter ficado neste país germânico, onde nasceram, se criaram e educaram os meus filhos. Actualmente eu e a minha esposa estamos reformados e a viver em dois paises.Não sou português em Portugal, na Alemanha sou estrangeiro. Sou europeu, sou cidadão do mundo. AugustoCandeias 41 anos de emigração

Sabores

& saberes Sonhos de Peixe com arroz de feijão

500 g de farinha

500 g de peixe cozido

300 g de arroz, 50 ml de azeite

1 lata feijão encarnado

2 claras, 1dl de vinho branco

1 cebola, 4 ovos, 2 tomates

2 dentes de alho, 7,5 dl de água

1 colher de café de cominhos em

grão, sal, água, pimenta, salsa e óleo

q.b.

Sonhos Desfazer o peixe com um garfo e

retirar as espinhas . Misturar o peixe

desfiado com a farinha e temperar

com o sal, a pimenta e o vinho. Aos

poucos adicionar a água e as gemas,

criar uma massa moldável. bater as

claras em castelo e envolver no

preparada anterior. Fritam-se

colheradas da massa em óleo quente.

Arroz Refogar, em azeite, a cebola, os alhos

e o tomate, tudo picado. Junta-se o

feijão e o arroz e rega-se com a água.

Temperar com sal e cominhos e cozer

em lume brando por 10 minutos

INTERNET

Alguns “links” importantes:

Embaixada de Portugal Berlim:

www.botschaftportugal.de

Consulado de Stuttgart:

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Governo de Portugal (com acesso a

todos os ministérios)

www.portugal.gov.pt/

Autoridade tributária (finanças),

uma vez registado, é possível pagar

as contribuições em P.:

www.portaldasfinancas.gov.pt/

Código postal em Portugal. Encontrar o código certo para a sua

correspondência:

www.codigo-postal.pt/

Diocese de Mainz (com acesso a

todas as paróquias da diocese)

www.bistum-mainz.de

Patrocínios A capa a cores da Comunidade Cristã é patrocinada por:

Aveirense, Biebererstr. 76

Offenbach e Heddernheimer Ldstr 24 Frankfurt

Casa Portugal, Riedhof 1, Bad-

Vilbel / Massenheim

Sound & Light, Gustav Adolf

Str. 14 Offenbach Tiragem deste mês: 370 ex.

Rir faz bem

Comboio Um fiscal controla as passagens no comboio. Um bêdedo procura todos os bolsos e nada. O fiscal, malicioso: - Eu bem sei que o senhor pagou... - Paguei mesmo, mas se não encontrar o bilhete como vou saber para onde quero ir???

Tempo Estão a fazer um filme numa aldeia de indios. O realizador pergunta ao índio chefe como será o tempo para o dia seguinte. - Chuva, muita chuva. E assim foi. No dia seguinte pergunta novamente. - Sol, muito sol. E assim foi. Pergunta novamente pois querem filmar uma cena muito importante - Não faço a minima ideia. -Mas então? Acertou sempre! - Pois, mas o rádio avariou...

.Outro lado Duas loiras querem encontrar-se mas estão uma de cada lado do rio, sem nenhuma ponte por onde atravessar. Grita uma: - Como passo paro o outro lado? - Heim? Mas tu já estás do outro lado?

Aniversário Um senhor mete conversa numa

festa com uma senhora muito bonita: - Quando faz anos? - A 11 de Julho. - Que ano? - Todos os anos....

Bêbedo O bêbedo estava no bar quando chegou um menino desesperado e disse: - A enchente esta a levar o seu carro! Responde o bebado: - Mas como?! se a chave esta aqui?!

Fogo Um maluco telefona para o corpo de bombeiros a dizer que estava a por fogo no hospicío. Em menos de 10 minutos os bom-beiros chegam e o comandante pergunta: - Onde é o fogo? E o louco: - Vocês vieram tão rápido que eu ainda não tive tempo de o acender! Esmola À entrada da igreja, junto a uma caixa de esmolas, o seguinte letreiro: “O dinheiro é um obstá-culo para entrar no céu. Deixe-o aqui”.

Cada criatura, ao nascer, traz- nos a mensagem de que Deus ainda não perdeu a esperança na humanidade. R. Tagore

Como cristãs e cristãos vivemos todos os dias de novo esta interacção entre afinidades e diferenças, pois a diversidade é algo que pertence à essencia da Igreja. A Igreja reúne as pessoas acima das fronteiras entre países, entre línguas e culturas para uma unidade na diversidade. No seguimento de Jesus essas diferenças perdem a força de separar. Assim escreveu o apóstolo Paulo na Carta aos Gálatas: “Aqui não há judeus nem gregos, aqui não há escravos nem livres, aqui não há homem nem mulher; pois todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3,28).

Declaração conjunta para a Semana Intercultural da Igreja Católica, Protestante e Ortodoxa grega

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